gira #3 dezembro 2016

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gira revista

revista de atualidade do concelho de vila franca de xira e arredores número 3 | DEZEMBRO 2016 distribuição gratuita

esta terra é gira

compras

O Natal é das crianças

É possível ter um natal económico. As nossas sugestões de prendas no interior para um natal feliz e sem preocupações. entrevista

Maria da Conceição fundação Maria Cristina reportagem

Os nossos voluntários são os melhores

passeio

Os pássaros do norte vieram para sul

moda: AS TENDÊNCIAS DE INVERNO NAS LOJAS DO CONCELHO desporto: PUSH UPS PARA FICAR FIT




h Já c

egou o Natal!!!

Joana Ferreira é mãe da Leonor, de quatro anos, e compra roupa na Kid To Kid desde que a filha nasceu. “Além do atendimento simpático, aqui tenho a garantia de encontrar produtos de qualidade e de boas marcas a preços muito baixos. Algo impossível noutro lado”. Vanessa Oliveira, mãe de um rapaz de quatro anos, vem de Caneças de propósito. “Vim recomendada e fiquei fã. Eles crescem tão depressa que é preciso comprar roupa com muita frequência e este conceito é perfeito porque funciona quase como uma troca: entrego roupas pouco usadas e recebo outras com o crédito que tenho na loja. Adoro! Onde vou eu comprar umas botas Timberland por €20?”. É apenas um exemplo. A loja está cheia de produtos deslumbrantes a preços apetecíveis. Venha até cá. Vai adorar! /kidtokidalverca

Camisola Mayoral: €8.99

Camiso H&M la €3.99 :

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gira

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8moda Sugestões de natal

número 3 dezembro 2016

propriedade: António Manuel Domingues Dias NIF: 216 680 611 diretor e editor: António Dias diretora de marketing: Ana Paula Vieira colaboradores: Sónia Teles (farmácia), Guida Alves (psicologia), Filipa Coito (economia), Fátima Serrador (decoração), Alexandra de Jesus (moda), Rita Lança (nutrição), Jorge de Matos (desporto) publicidade: Voz Ribatejana Lda. revista gira: 243 761 130 morada: rua doutor Manuel Branco, nº30 2005-388 Vale de Santarém telefone: T: 968 236 531 web: www.revistagira.com mail: revistagira@revistagira.com facebook: /revistagira impressão: soartes/Carregado tiragem: 5.000 exemplares depósito legal: 415958/16 número registo na ERC: 126901

foto de capa © Ana Paula Vieira Maria e Tomás com roupa Kid to Kid. Ele com calções Neck & Neck 8.99€; camisa Dior 9.99€; canadiana Knot 24.99€. Ela: vestido da Funky Project 12.99€; poncho Lanidor: 9.99€ e meias: 2.99€. Mais info página 4.

Para aparecer na capa da gira ou no interior contacte 968 236 531 ou revistagira@revistagira.com. Fotografia, filmagens, reportagens giras. Empresariais ou pessoais. As nossas produções são giras! © dezembro de 2016 Todas as imagens e textos desta publicação são propriedade da revista gira. É interdita a cópia ou a utilização de qualquer conteúdo sem a devida autorização do proprietário. O estatuto editorial da revista gira está disponível no sítio www.revistagira.com.

Algumas ideias dos lojistas do concelho

22 entrevista Maria da Conceição A vilafranquense presidente de fundação Maria Cristina em entrevista exclusiva

26 reportagem Voluntários da região Assinala-se a 5 de dezembro o dia internacional do voluntário

30 passeio O EVOA é lindo! O birdwatching está na moda e esta é a altura perfeita para ir até ao EVOA

46 animais Cuidados com as aves Dicas para proteger os seus pássaros no inverno

COLUNISTAS

SECÇÕES

Alexandra de Jesus: 9 Jorge de Matos: 38 Rita Lança: 33 Ana Paula Vieira: 34 Fátima Serrador: 40 Guida Alves: 42 Sónia Teles: 43 Filipa Coito: 44 Maria da Luz Rosinha: 29 Helena Pereira de Jesus: 45

curiosidades: 6 agenda: 16 editorial: 17 desporto: 38 alimentação: 33 decoração: 40 saúde: 42 finanças: 44 pets: 46


Recordar 6 // curiosidades // dezembro

olhar o passado para o mês que aí vem

1.dez.1640

É dos maiores mitos da História de Portugal. Foi neste dia que, alegadamente, faleceu o rei D. Sebastião, numa batalha em Alcácer Quibir, no norte de África. Nunca se descobriu o paradeiro do corpo e durante décadas acreditou-se no seu retorno para salvar o reino que passou para as mãos da monarquia espanhola. É que, sem deixar descendência, Portugal perdeu a independência, que só viria a ser readquirida a 1 de dezembro de 1640, com a expulsão dos espanhóis de Lisboa e a subida ao trono de D. João, duque de Bragança.

é

viver 2.dez.1942

Esta é a data que marca o início daquela a que chamamos a era atómica. A época na qual vivemos. Tudo porque Enrico Fermi conseguiu controlar a energia atómica, realizando uma reacção em cadeia, numa pilha de urânio, utilizando a grafite como moderador. O físico italiano trabalhava numa universidade nos EUA e desenvolveu teorias sobre a mecânica do interior do átomo, tendo demonstrado, matematicamente, a existência do neutrão. Os seus trabalhos nesta área valeram-lhe o prémio Nobel da física, em 1938.

3.dez.1944

Veio ao mundo, neste dia, como Joaquim Rodrigues Ribeiro. Ficaria conhecido como António Variações. Intérprete com uma voz e expressão corporal inconfundíveis é dos maiores ícones da música pop portuguesa. A sua obra discográfica continua a influenciar a música, os artistas e o povo lusitano.

4.dez.1980

Deixou o país de luto e a sua morte ainda faz correr tinta. Sá Carneiro foi primeiro-ministro durante cerca de onze meses, em 1980. No acidente de aviação, em Camarate, do qual foi vítima, também ia Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa.


7

7.dez.1941

Um dia infame, como lhe viria a chamar o presidente dos EUA de então, Franklin Roosevelt. Pearl Harbor, a base naval nas ilhas do Havai, foi atacada pelos japoneses. Morreram 2500 pessoas e foi por causa disto que os EUA entram na segunda guerra mundial.

15.dez.1995

Há quem o adore. Outros que o odeiam. O euro nasceu neste dia, e viria a mudar os contornos políticos e financeiros da Europa

5.dez.1901

Walt Elias Disney nasceu em Chicago e foi ele que revolucionou o cinema de animação e deixou um legado, um universo de personagens que nos tocam a todos.

26.dez.1959

Tem sido alvo de inúmeras críticas. O primeiro troço do metropolitano de Lisboa, entre o marquês de Pombal e o Saldanha foi inagurado a 29 de dezembro de 1959. No dia seguinte, as carruagens iam cheias de gente. A linha em Y ligava Sete Rios à rotunda do marquês de Pombal e depois até aos Restauradores e do marquês até Entre Campos.

24.dez.1524

Descobriu o caminho marítimo para a Índia e é uma das maiores figuras históricas portuguesas. Faleceu na véspera de natal de 1524, em Cochim, na Índia.

26.dez.1911

Tanto há para dizer sobre Alves Redol. O escritor foi uma figura central do neorealismo português, sendo autor de uma vasta obra ficcional. É uma das figuras mais acarinhadas pelos vilafranquenses que eregiram escolas, ruas, estátuas e um museu em sua glória. Faria, neste dia, 105 anos de idade.


8 // moda // dezembro vestuário

Natal

Vem aí o

@emeboheme emeboheme12 Avª Capitão Meleças, 56 ALVERCA Tlf. 918 771 434 Segunda a sexta 09:30 - 19:00 Sábados 10:00 - 17:00 Abertos ao almoço

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A época natalícia está a chegar. E as lojas do concelho estão repletas de montas coloridas, produtos de qualidade e exclusivos. A éMe bohèMe é um desses locais deliciosos, onde, além de vestuário, encontra ideias para a sua casa que não vai querer perder. Principais marcas de moda e acessórios: Rüga, Nekane, Karamel, Bohome, Mafalda Leitão, Vintage Bazaar, Miss June, Bastta. No calçado: Ruika, Xuz, Nemonic. E aromas da Catelbel, Boles d’Olor e Yankee Candle.

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9 moda

Os brilhantes continuam na moda Alexandra de Jesus*

Portugal é um país de sonho! Em quantas partes do mundo se pode estar em esplanadas (sem cogumelos) com um solzão que nunca nos deixa ficar mal uma única semana. Eu não sou exemplo para ninguém mas ainda não vesti uma collant que fosse! Nisso, a estrangeirada percebe. Sempre que me cruzo com turistas, vejo-os sem meias e de t-shirt , como se fosse verão para eles. Ser friorento não é nada prático. A vida fica muito mais facilitada quando se gosta do frio, porque dá para vestir de forma mais fácil. É que, sem darmos por isso, estamos a chegar ao fim do ano. O tempo voa é verdade e esta é uma época boa para balanços! O que melhorar, o que mudar, o que correu menos bem, o que correu melhor, enfim. Mas deixamos esses alinhamentos todos a séria lá para depois do natal. Enquanto isso, vamos tentando vestir algum casaco ou gabardine até aos pés ou uma bela bota por cima do joelho para agarrar a tendência. Que peças essas que nos pedem só frio. Entretanto, vamos começando a pensar na palavra brilho. Blazer prateado ou dourado ou um vestido metalizado e um sapatito sofisticado. Algo especial e que nos deixe deslumbrantes. Em qualquer loja de rua existem essas peças que foram feitas para nos sentirmos especiais e marcarmos o momento. Mas, curiosamente, são eternas e versáteis! Basta noutro evento qualquer lhe juntarmos uns jeans com pinta ou uma calça power preta ou branca. Perfeito também é viver todos os momentos como se fossem únicos por Portugal! O país está na moda! Obrigada Joana Vasconcelos por fazeres essa escultura tao imponente e nossa. Tu sabes! Eu prometo continuar a fazer peças cheias de corações. *artista plástica


10 // moda // dezembro

MOOD! de Natal

Em

Comprar prendas é um stress. Estar apresentável nos jantares de empresa, amigos e de família outro maior. Mas nós damos uma ajuda. Há aqui roupas deslumbrantes da G.sel, Rinascimento, Roberta Biagi, Relish, Foursoul, Nakuro, Karamel entre outras. Visite-nos!

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Avenida Combatentes da G. Guerra, 17 VILA FRANCA DE XIRA

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Estamos quase há 40 anos no Forte da Casa a cobrir de elegância os nossos clientes. Fatos, casacos, blazers, camisas, gravatas, vestidos e uma vasta gama de lingerie de senhora. Representamos marcas como a Triumph Sloggi, Pierre Cardin, Saint Jacques, Pierlorenzo, entre outras. Somos únicos. Temos história! E isso dá-nos força!

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12 // moda // dezembro

O que é nacional

é bom

Privilegiamos produtos nacionais, porque Portugal tem qualidade no calçado e no vestuário que produz. Temos marcas deslumbrantes e que são exclusivas na nossa loja. A Sahoco e a Friendly Fire são algumas delas. Temos tantas outras! Você é QUEEN! by

R. José António Veríssimo da Silva, loja 7, ALVERCA Encomendas: 216 010 306 | 936 963 061


13 pronto a vestir | calçado | acessórios

Apetece-me coisas quentes

É tão fácil aqui entrar. E sai-se daqui com um sorriso nos lábios e o coração quente. Com o inverno à porta, a Ellegant tem peças quentinhas, malhas suaves, produtos em pele, marcas nacionais, botas e acessórios que lhe conferem um toque deslumbrante em qualquer momento do dia ou da noite. Seja ellegant todos os dias!

casaco: Scusi vestido: Maquell bota: Moow

poncho: Scusi botim: Menbur

roupa: Gluen botim: Playmotive mala: Elenco

vestido: Ferrache blusão: Ferrache

vestido: Ferrache blusão: Ferrache mochila: Axel

Rua Alves Redol 63 Vila Franca de Xira Segunda a Sábado 9h30 20h

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14 // moda // dezembro

Bem vinda ao Natal

As ruas estão iluminadas a preceito, as montras enchem-se de vida, as famílias planeiam jantares e convívios cheios de saudades. O natal é a época dos afetos, do carinho e da troca de amor. Na Silhouette sabemo-lo como niguém e é por isso que o nosso espaço está cheio de peças repletas de ternura que gritam: “gosto de ti!”. Quer seja para si, para a pessoa de quem mais gosta ou para a sua casa. Bastta, JetLag, InLove, Ruika, MLV, Daniela Shoes, Liber Jeans, Cheyenne e Rialbanni, são algumas das marcas exclusivas. Venha cá que vai gostar.

silhouette.concept.store rua do trabalhador, 6 loja 3 ALVERCA 219 593 876 2ª a 6ª: 10:30 às 19:00 sábado: 10:30 às 18:00


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No poupar é que está o ganho calças 5,99 camisa 5,99 casaco 25 ténis 6

Vestir os seus filhos deixou de ser uma dor de cabeça. Na Meu & Teu encontra peças em segunda mão em ótimo estado a preços tão reduzidos que até vai corar! E como temos alguns artigos para adultos, até poderá levar algo para si! Disponíveis também roupas novas da Maiorista, Mayoral e Minhon! Oferecemos igualmente serviço de festas, aniversários, receções ou batizados. Tudo a preços low cost e garantia de um sorriso. Venha até cá. Vai ser tão bom!

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16 // agenda // dezembro

quinta :: 1

crianças

PÓNEL DE NATAL Rua Almirante Reis Vila Franca de Xira 10h às 18h | gratuito O pai e a mãe natal trazem o pónei Bali a Vila Franca de Xira. Uma iniciativa da Junta de Freguesia para as crianças vilafranquenses. Atividade que repete nos dias 4, 8, 10, 11, 17, 18 e 24.

feira

LIVRoS Ao QuILo Casa da Juventude Alverca 14h às 18h | gratuito Depois do sucesso da primeira edição, a associação cultural ADN organiza a segunda feira do livro ao quilo na Casa da Juventude de Alverca. Cada quilo custará €6,99. Até domingo, 3

festa

154.º ANIVERSáRIo DA EuTERPE ALhANDRENSE Alhandra 9h30 | gratuito A Sociedade Euterpe Alhandrense comemora o 154º aniversário com um dia de fsta que começa às 9h30 com desfile da banda pelas ruas da freguesia, seguido de romagem ao cemitério. A partir das 15h30 há uma sessão evocativa no auditório da sede social.

teatro

ImATERIAL Palácio do Sobralinho Alverca 21h30 | €5 O grupo de teatro Inestética apresenta uma performance de Alexandra Lyra Leite sobre a imaterialidade da arte. Se no teatro não existisse matéria humana, o que restaria? Com Afonso Melo e Erica Rodrigues. Até 3 de dezembro.

sexta :: 2

desfile

NoIVAS ANTIGAS SFRA Alverca 21h30 | ND O vintage está na moda em todo o lado. É o revivalismo e o saudosismo do passado. Há glamour que não se explica. E nessa senda, o auditório da SFRA acolhe um desfile de noivas antigas para recordar a beleza destes vestidos. A melhor parte é que as verbas conseguidas na bilheteira revertem a favor dos bombeiros de Alverca.

música

JAm SESSIoN Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira | gratuito Paulo Brissos nos comandos de músicos convidados para a animar o início de fim de semana

sábado :: 3

música

CoNCEIção RIbEIRo Fado no Paladar Vila Franca de Xira 20h | refeição Este novo espaço comercial oferece música aos seus clientes, com a fadista Conceição Ribeiro. Reservas pelo telefone: 263 284 160.

espetáculo

FADo E FLAmENCo Ateneu Art. Vilafranquense Vila Franca de Xira 21h30 | €5 a €10 O Ateneu Artístico Vilafranquense apresenta uma noite dedicada ao fado e ao flamenco cantado, tocado e bailado ao vivo, numa atuação da escola de flamenco do Ateneu. Inês Peres Rosa e João Grilo, que encerraram as festas do Colete Encarnado deste

ano, serão os fadistas de serviço. Para reservas e informações clique aqui ou telefone para 263 271 418.

espetáculo

NoITE DE FADoS G.D.C. Loja Nova Vila Franca de Xira 22h |€5 A €15 O grupo desportivo e cultural Loja Nova organiza uma noite fados com a atuação de diversos artistas. Rosa Cavaco apresenta Carolina Borges, Margarida Arcanjo e Ricardo Pereira, acompanhados por Ivan Cardoso na viola e Pedro Ferreira na guitarra portuguesa.

motores

4º DESFILE PAIS NATAL Clube 300 Vialonga 9h | gratuito O motoclube de Vialonga organiza uma desfile de motorizadas com pais natal onde serão recolhidos donativospara uma instituição local de apoio a crianças. O passeio começa no café "Ponto de Encontro".

inauguração

NoVA bIbLIoTECA Mithós Vila Franca de Xira 16h | gratuito É inaugurado um novo espaço com o apoio da fundação Auchan, a associação cultural Laredo e a Câmara de Vila Franca de Xira. O objetivo é facultar livros e outras publicações de fácil consulta para as pessoas com deficiência.

feira

7ª moSTRA DE ARTESANATo Casa do Povo de Arcena Alverca 14h às 18h | gratuito Artesãos locais irão colocar à venda os seus produtos. Ideias bonitas para o natal, contribuindo para negócios locais.


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lançamento

REVISTA SÍNTESE Museu do Neorealismo Vila Franca de Xira 16h | gratuito Apresentação do número 9 da revista Sintese, com a presença de Vítor Viçoso e António Gomes Marques.

cerimónia

PRÉmIo CARLoS PAREDES Centro Cultural Bom Sucesso Alverca 21h30 | gratuito A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira entrega a Pedro Mestre o galardão deste ano. Presente estará o grupo coral do Baixo Alentejo.

caminhada

ESTuáRIo Do TEJo EVOA Vila Franca de Xira 10h às 13h | €7 a €30 Este percurso fácil, com cerca de 5 km, começa junto ao centro de interpretação, passando por três lagoas até ao estuário. Deve levar água, impermeável e calçado apropriado. Reservas obrigatórias.

domingo :: 4

feira

moSTRA DE PETISCoS E VINhoS Mercado Municipal Vila Franca de Xira 11h às 17h | gratuito O clube taurino vilafranquense organiza uma mostra e venda de petiscos e vinhos a pensar nas prendas de natal.

livros

LANçAmENTo DE CoLETâNEA Palavra Cantada Vila Franca de Xira 15h | gratuito

editorial

O comércio local pode mudar a sua vida António Dias

Até há algum tempo, achava que Lisboa era sinónimo de variedade garantida. E, sem procurar cá, qualquer decisão de compra passava sempre por um centro comercial qualquer. Sempre duvidei desta tendência mas a onda é tão forte que somos todos empurrados para as grandes cidades sem pestanejarmos. Às vezes, a melhor solução está mesmo à nossa porta. Morei na capital durante muitos anos, e dividia o meu tempo entre lá e cá, regressando sempre ao ruído da grande cidade e, por isso, era normal procurar grandes espaços de consumo. Mudei-me há poucos anos e só recentemente descobri o poder do comércio local. Deixei de fazer compras nos hipermercados, onde me desloco apenas para grandes compras. O pão do dia a dia, as carnes ou legumes frescos são sempre escolhidos nas lojas de rua. E a roupa é tão ou mais barata aqui do que lá. É tudo uma questão de mentalidade, de habituação e de opção. E, acredite, a longo prazo acabamos por poupar. Tenho sentido isso a cada mês que passa. Os grandes supermercados forçam-nos a consumir: mais um livro, mais uma embalagem, mais um doce, mais uma peça, mais isto, mais aquilo, mais uma promoção... e é tão fácil colocar no carrinho e depois pôr no carro. Indo a uma loja de rua, somos “forçados” a escolher melhor, a pensar no caminho de volta, a adquirir apenas aquilo que precisamos, sem sermos bombardeados com campanhas de marketing extenuantes. E há um mundo de produtos que nem sabemos que existem. Na gira, temos mostrado, desde o número um, a variedade de produtos, sobretudo vestuário feminino, de marcas nacionais, que muita gente desconhece. É neste sítios que se promove a economia nacional, que se dá destaque a Portugal, aos produtos lusos, às pessoas da nossa terra. A solução para um país melhor, passa, invarialmente, pelo comércio local. Neste Natal entre numa loja de rua. Nem que seja para dizer olá.


18 // agenda // novembro Lançamento da coletânea de poemas e entrega do prémio Florbela Espanca. Haverá atuação do coro do Ateneu Artístico Vilafranquense.

concerto

mASSACRE NoS moNTES UDCA São João dos Montes 22h | €3 A União Desportiva Columbófila À-dos-Loucos realiza um festival de música heavy metal com diversas bandas como os Konrad, Speedmon, Taberna e Baktheria.

segunda :: 5 debate

EDuCAção E AFEToS Junta de Freguesia Vila Franca de Xira 21h | gratuito Mauro Pimenta, psicólogo educacional, é o convidado que estará no auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira para mais um Observatório de Inovação e Desenvolvimento Local. O objetivo é falar sobre temas interessantes, trazer a lume assuntos que nos façam pensar e que nos juntem a todos como seres humanos a uma só voz.

terça :: 6 evento

JuNToS PELA DIFERENçA Pavilhão Multiusos Vila Franca de Xira 10h30 | gratuito Espetáculo com encenação de Joaquim Salvador, no âmbito do dia internacional da pessoa com deficiência. A iniciativa destinase a todas as crianças e jovens com e sem incapacidades, e tem como objetivo contribuir para a aceitação e respeito pela diferença.

quinta :: 8 feira

2º mERCADo DE NATAL Praça de São Pedro Alverca 8h às 13h | gratuito É a segunda edição deste bazar onde é possível encontrar produtos de artesãos e artistas locais que disponibilizam trabalhos que podem ser ótimos presentes nesta época. O local é o habitual, junto ao campo da feira. Até domingo, 11, poderá fazer algumas compras e contribuir para negócios locais.

sexta:: 9

livro

VIAGEm DAS PALAVRAS Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira 18h | gratuito Apresentação do livro de Adelino Cunha "Os Filhos da Clandestinidade". A obra fala sobre a história de degradação das famílias comunistas no exílio.

sábado :: 10

debate

moRTE E LuTo Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira 16h | gratuito Discutir temas sensíveis com uma perspetiva positiva e construtiva. Este é o mote de um ciclo de debates organizado pela editora Coisas de Ler em parceria com bibliotecas do concelho e a presença de Carlos Céu Silva, psicólogo e fundador da Associação pela Prevenção e Apoio à Saúde Mental.

gastronomia

CoZINhA Com hISTÓRIA Palácio do Sobralinho

Alverca 16h | gratuito Tertúlia gastronómica sobre os “natais no mundo”. Com Maria João Martinho e Cristina Rodrigues Pereira e participação especial de Frank Payne Pereira, Incluiu desgustação.

oficina

TEmPo DE mEDITAR Academia do Ser Póvoa de Santa Iria 16h | €8 A Academia do Ser de Rosa Morgado organiza uma formação para ensinar os benefícios do silêncio e de meditar. Menos stress e mais paz interior é o que se pretende. Reservas pelo endereço academiadoser.rosa@gmail.com

concerto

CoNCERTo DE NATAL Igreja Matriz Vila Franca de Xira 16h | gratuito O coro Notas Soltas organiza um concerto em favor da associção Mithós.

domingo :: 11

caminhada

CoNhECER A áGuA Quinta do Sobralinho | Alverca | 10h | gratuito Passeio para conhecer a quinta do Sobralinho, espaço que apresenta diversos elementos relacionados com água que eram usados no passado.

feira

ARTESANATo Praça Central Alhandra | gratuito A Junta de Freguesia organiza uma feira de artesanato onde vão estar presentes artesãos locais.

desporto bTT Clube Desportivo


19 Alhandra 20h |ND O clube desportivo organiza um passeio noturno de natal em bicicleta todo o terreno, com início e fim em Alhandra. No final, haverá bifanas.

22h | gratuito O bar SIMMS organiza uma festa com música do DJ Rod Tha Funk com o intuito de angariar produtos e alimentos para os sem abrigo.

ARTES DE Cá Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira 16h | gratuito Neste dia atua o grupo de cantares e instrumental da Associação de Bem Estar Infantil da Freguesia de Vialonga.

concerto

música

quarta :: 14

livro

Não DESISTAS Casa da Juventude Alverca 16h30 | gratuito Apresentação do livro de Joana Salvador seguida de sessão de autógrafos.

sexta :: 16

debate

AFoNSo DE ALbuQuERQuE Junta de Freguesia Vila Franca de Xira 21h | gratuito Alexandra Pelúcia, autora do livro "Afonso de Albuquerque, Corte, Cruzada e Império", dá uma conferência sobre esta figura história portuguesa ligada aos Descobrimentos.

homenagem

JoSÉ JÚLIo Lezíria Parque Hotel Vila Franca de Xira 20h | ND A confederação das tertúlias organiza uma homenagem ao maestro José Júlio.

evento

FESTA SoLIDáRIA SIMMS Vila Franca de Xira

sábado :: 17

ALCooLÉmIA E RE-CENSuRADoS Centro Cultural do Bom Sucesso Alverca 22h | €5 Os Alcoolémia, banda de Amora formada em 1994, e os Re-Censurados, um grupo de tributo aos Censurados, atuam no Centro Cultural do Bom Sucesso. Música da pesada para quem gosta.

festa

JANTAR DE NATAL SFRA Alverca 11h30 às 18h | ND A SFRA organiza um evento solidário de recolha de fundos e donativos com provas de desporto, zumba, danças de salão, música, entre outros.

teatro

AS áRVoRES moRREm DE PÉ SFRA Alverca 15h | €25 A nova peça de Filipe La Féria muda-se, por uma noite, para Alverca. Oportunidade para ver Manuela Maria, Ruy de Carvalho, Maria João Abreu, entre outros. A história gira em torno de um neto, da avó, de uma mentira do marido à mulher, de uma organização que pretende fazer as pessoas felizes e de ilusões em torno da poesia e criatividade.

música

CLáSSICA Fábrica das Palavras Vila Franca de Xira 18h | gratuito Daniel Oliveira (cravo), José Rui

Fernandes (travesso) e Débora Bessa (flauta de bisel) irão interpretar música do século XVIII.

domingo :: 18

música

DADA SPACE JAZZ Quinta da Piedade Póvoa de Santa Iria 16h | gratuito Teclados e eletrónica de Pedro Sotiry, baixo elétrico de Zeca Neves e a bateria de Hàrida Quinteros a tocar sonoridades eletrónicas futuristas.

terça :: 27

workshop

oRIGAmI Casa da Juventude Vialonga 13h às 18h | gratuito Durante três dias será possível aprender a fazer animais em papel, utilizando técnicas ancestrais japonesas.

sábado :: 31

festa

PASSAGEm DE ANo SFRA Alverca 21h30 | €15 a €20 A passagem de ano na SFRA vai ter a presença de Pedro Pereira.

continuam

diversos

Existem outros eventos a decorrer, como a bienal de fotografia Consulte a nossa agenda cultural em revistagira.com com toda informação atualizada. Para incluir o seu evento nesta lista envie material para revistagira@revistagira.com. Veja também os nossos roteiros culturais em vídeo no facebook. /revistagira


20 // agenda// dezembro

sábado :: 3

prémio

“Fui gozado por gostar desta música”

Pedro Mestre foi o vencedor do prémio Carlos Paredes 2016. O galardão, no valor de 2.500 euros, será entregue oficialmente a 3 de dezembro, pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, numa cerimónia a realizar às 21h30, no Centro Cultural do Bom Sucesso. É o reconhecimento pelo trabalho do autor e sobretudo pelo disco "Campaniça do Despique”, um álbum com 13 faixas onde o cantautor faz a fusão entre a música tradicional alentejana e os sons mais modernos. "Foi uma surpresa", confessa numa breve entrevista à revista gira. "Quando recebi o email, fiquei muito contente e sobretudo orgulhoso por ver exaltada estas artes que prezo há tantos anos". Pedro Mestre é um músico de 32 anos, nascido na aldeia de Sete, concelho de Castro Verde, distrito de Beja. Há mais de duas décadas que vive colado ao património cultural alentejano. "A minha família sempre esteve ligada à música e eu cresci em redor de pessoas mais velhas que propagavam sonoridades ancestrais. Lembro-me de, com oito anos, ir à taberna chamar o meu avô para jantar e ficar a ouvi-lo com os amigos a improvisar uma moda ou a partilhar uma história. Aquilo fascinava-me. Parecia que viajava no tempo". Esta sensação impregnou-se-lhe na alma e desde essa altura que Pedro Mestre soube o que queria fazer para o resto da vida. "Comecei por fazer parte de grupos corais, cheguei a frequentar o conservatório, aprendi a tocar viola, e quando atingi a maioridade passei a ser eu o responsável por transmitir estes ensinamentos aos mais novos". Ele é o único aprendiz que resta dos mestres Manuel Bento e Francisco António, já falecidos, os últimos profissionais em todo o país da viola de campaniça. "É um instrumento que estava a morrer, tal como outras tradições musicais, como o

canto alentejano. Felizmente, está a dar-se uma mudança e hoje estes géneros estão a rejuvenescer". Porém, admite que nem tudo foram rosas. "Durante muitos anos sofri quase bullying por gostar disto. Era gozado pelos meus colegas na escola e amigos por andar sempre com os velhos ou quando ia tocar às rádios. Os mesmos que hoje reconhecem o meu trabalho e dão valor às tradições". Começou por participar em grupos corais aos 11 anos. Já em adulto passou a visitar escolas, "um trabalho difícil no início". Contudo, 20 anos depois, congratula-se com o que alcançou. "Chegou o momento certo para me assumir como compositor e apresentar um primeiro trabalho a solo com base na tradição, na minha história e naquilo que é o meu gosto pela música", refere a propósito do CD "Campaniça do Despique”, disco que pode comprar no sítio www.pedromestre.com.pt e onde é possível conhecer toda sua discografia. E para quem nunca ouviu uma viola de campaniça, Pedro Mestre aguça o apetite: "transmite uma sonoridade deslumbrante e ao mesmo tempo simples. O seu trinado associa-se a uma região, a um som muito arcaico, de harmonias perfeitas, que fazem lembrar a história de homens e mulheres calejados pelas suas vivências, mas orgulhosos das suas raízes. O som de arame tradicional transporta-nos para a riqueza do século passado", realça. O canto a despique, por seu turno, é uma modalidade que existe “do canto de improviso e é um entre os vários géneros de cantar ao desafio. E esta viola acompanhava as modas. Daí campanice de despique". Todavia, no disco ele não toca o verdadeiro despique, mas toca para “despicar uma série de coisas".


domingo :: 4

segunda :: 5

desfile

ambiente

21

Final da Sorteio de miss Alverca hortas urbanas O auditório da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense recebe no domingo, 4, a final do concurso miss Alverca. As duas eliminatórias decorreram durante o mês de novembro onde foram escolhidas 12 finalistas. O voto do público é importante, apesar de haver um juri que fará a escolha. A entrada custa €3 e o espetáculo começa às 18h.

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira continua a expandir a área atribuída a hortas urbanas. Depois de Alverca e Póvoa, Vialonga é a próxima freguesia abrangida por este projeto sustentável. A 5 de dezembro será feito o sorteio de 41 hortas com uma área média de 45 metros quadrados, situadas entre a rua Vergílio Ferreira e a rua da Alfarrobeira, junto à margem esquerda da ribeira do Morgado.

desfile

Ver aves migrantes

fotografia

sábado :: 17

O EVOA organiza uma oficina para aprender mais sobre as aves que estão a migrar para o estuário do Tejo. O objetivo é pintar um postal que represente a estação e o parque. Será acompanhada por um monitor que dará dicas sobre como desenhar qualquer ave em cinco passos. Custo de €1 por postal. Inscrições pelo 926 458 963 ou pelo evoa@evoa.pt.

Vila Franca Viva

segunda :: 12

Ana Paula Vieira gere a página de facebook vilafrancadexiraviva há cerca de três anos. Desde então, a fotografia tem sido uma paixão e um passatempo que a fez crescer e descobrir um concelho bonito e cheio de segredos para desvendar. Algumas dessas imagens estarão expostas no Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira até 13 de janeiro. A entrada é gratuita.

A revista gira não se responsabiliza por mudanças de horários e alterações ao programa de cada evento. Toda a lista de atividades na região está disponível e é sempre atualizada no sítio www.revistagira.com. Veja os nossos roteiros culturais em vídeo no facebook e fique a saber o que pode fazer no fim de semana.


22 // entrevista // dezembro


23

“Todos Maria da Conceição

podem fazer

diferença

a

Maria da Conceição nasceu em Vila Franca de Xira há 39 anos. Saiu do país aos 18 e chegou a ser assistente de bordo na companhia aérea Emirates. Deixou uma vida cheia de regalias para ajudar famílias carenciadas no Bangladesh. É provavelmente uma das maiores filantropas portuguesas e precisa de toda a nossa ajuda, "nem que seja um euro". O António Dias entrevistou-a quando esteve em Lisboa recentemente. E a Ana Paula Vieira esteve lá a fotografar e a filmar.


24 // entrevista// dezembro Já é uma personalidade famosa por cá. Ainda assim, há quem desconheça o seu trabalho. No Dubai sou muito reconhecida. Foi a estratégia que usei para poder encontrar verbas para a minha fundação.

Como tudo começou? Eu tinha uma vida normal como assistente de bordo. Num dia de abril de 2005 estava de escala no Bangladesh e tinha algum tempo livre e perguntei no hotel o que havia para fazer na cidade. Deram-me poucas ideias mas sugeriram visitar o orfanato da Madre Teresa de Calcutá, algo que os estrangeiros costumavam fazer. Aceitei a ideia, só que, quando lá cheguei, umas das irmãs estava de saída para o hospital de Dhaka para levar uma menina e convidou-me a acompanhá-la, sem imaginar o que iria encontrar. Foi um choque. As condições eram infrahumanas: doentes espalhados pelo chão, feridas expostas, as necessidades fisiológicas feitas em qualquer lado. O ar era irrespirável. Pedi desculpa e saí. Naquela noite, nem consegui jantar. Estava agoniada. No dia seguinte, no regresso ao aeroporto, enquanto as minhas colegas discutiam as condições do quarto ou a comida do restaurante, eu olhava para as ruas onde deambulavam centenas de crianças pobres à procura de comida ou lixo para vender. Um das pessoas ao meu lado, perante este cenário, fechou a cortina e é aí que senti o baque no coração. Eu não podia continuar a viver num mundo em que somos confrontados com as notícias de pobreza e tragédia e em que a nossa atitude é mudar de canal ou virar a página do jornal. Quando cheguei a casa, no Dubai, fui comprar um gelado que custava 22 dirham (€5) e comecei a fazer contas. Com aquele dinheiro eu conseguia comprar 22 quilos de arroz no Bangladesh! A diferença era abismal. Em maio tinha dez dias de férias planeadas na Nova Zelândia e decidi alterar os meus planos e gastar o meu tempo a fazer alguma coisa em Dhaka. Fui limpar o hospital, comprei produtos de higiene, lençóis, tudo o que podia para mudar as condições sanitárias do espaço. Nada foi planeado. Eu apenas sabia

que não podia continuar a virar a página do jornal, a fechar a cortina do autocarro ou a mudar o canal de televisão.

maria Cristina, a sua mãe adotiva, também a inspirou muito. Ela costumava dizer: "quem alimenta seis dá comida a mais um". Quando tinha dois anos de idade, a minha mãe teve um problema de saúde e é esta amiga da família que passou a cuidar de mim. Fui para Avanca, perto de Estarreja, no distrito de Aveiro, onde vivi com ela e os seus seis filhos. Ela acabou por sofrer um ataque cardíaco e faleceu quando eu tinha nove anos. Mas nunca esqueci a sua força e exemplo de vida. É por isso que, anos mais tarde, dei à minha fundação o nome de Maria Cristina.

E como é que uma portuguesa emigrada cria uma fundação mundialmente famosa? Quando atingi a maioridade, fui para a Suíça trabalhar e daí para a Inglaterra. É aí que entro para a Emirates que procurava falantes em português. É com a companhia aérea que acabo por desbravar horizontes e conhecer melhor o mundo. Em 2005 acontece este episódio em Dhaka e a partir daí fui gerindo a minha vida da melhor maneira possível. Com o meu ordenado e com a ajuda de colegas, amigos, pilotos, entre outras pessoas, ia recolhendo roupas, comida, dinheiro para isto ou para aquilo. Até 2008 fui vivendo assim, sem uma gestão concreta. E é quando se dá a crise financeira em que sou forçada a pensar em alternativas. Tive que me concentrar e encontrar uma estratégia. Criar a fundação foi a forma de dar visibilidade ao meu projeto, porque assim teria algo para apresentar às pessoas. Durante algum tempo ainda ponderei recorrer a programas de televisão e a figuras públicas como a Oprah ou a Angelina Jolie. Mas é difícil chegar a este patamar. Depois, lembrei-me que no Dubai as empresas são obrigadas por lei a contribuir para causas sociais e muitas optam por ajudar pessoas que fazem trabalho humanitário através de provas desportivas que patrocinam. E foi aí


25 que tudo começou. Ainda consegui manter a minha profissão, com o trabalho de voluntariado, as provas, tudo ao mesmo tempo. Só que era muita coisa. Comecei a entrar uma espiral de cansaço crónico. E em 2012 saí em definitivo da empresa.

Tem saudades? Das regalias. Porém, não me consigo imaginar a viver de outra maneira. Tenho 101 famílias com 131 crianças que dependem de mim para comerem, para terem um teto, irem à escola... há muita pressão sobre os meus ombros. Estou focalizada nesta tarefa que é muito importante. Ninguém imagina o trabalho que fiz nestes últimos 11 anos e há imenso para fazer a níveis que ninguém imagina. Por exemplo, quando comecei a querer contribuir, tinha muito a atitude de perguntar o que podia melhorar. Um menino disse-me que o seu sonho era ter um bilhete de identidade, porque, caso morresse, ninguém saberia quem ele era. Ele não desejava comida, apenas um pedaço de papel que dissesse quem ele era. Existem milhares de crianças sem registo no Bangladesh, que morrem e ninguém sabe quem são ou quem foram. É aviltante! Só nessa altura tratei de 750 certidões de nascimento que as entidades governamentais eram incapazes de processar e fui eu que paguei a funcionários para poderem tratar da papelada. Não há estatísticas. É pior que o terceiro mundo.

Deve ser frustrante deparar-se com este trabalho hercúleo. É uma guerra para travar em diferentes frentes de batalha. Mesmo lá é difícil chegar às pessoas. Muitas olham-nos com desconfiança e é o próprio país que os maltrata. Como estas pessoas são de castas inferiores, perguntam-me porque me preocupo com elas? E mesmo os pais não

conseguem ajudar porque os patrões preferem empregar crianças a quem pagam menos. É normal os adultos mandarem os mais novos para fábricas ou aterros de lixo para recolherem papel ou latas para reciclar. Há muitas barreiras culturais para vencer.

Planos para os próximos tempos? Continuar a lutar pelo futuro destas pessoas que acolhi. Tentei atravessar o Canal da Mancha em agosto, mas as condições dificultaram. Já tenho marcada nova tentativa para setembro do próximo ano. E estou à espera de avançar para uma nova prova desportiva no primeiro semestre de 2017 que irá, caso tenho sucesso, ficar registada no livro dos recordes do Guiness. Mas ainda está nos segredos dos deuses. É sempre um desafio encontrar algo que me motive e mantenha a fundação viva. Existem milhares de organizações não governamentais à procura de apoio e todas precisam de visibilidade. A minha meta é 2026 porque é nesse ano que a “minha menina” mais nova, com oito anos, atinge a maioridade e será livre de escolher o seu futuro. Este ano tivemos 12 crianças que conseguiram a sua independência. Em 2018 serão 22 e, no ano seguinte, outras 22 terão ferramentas para lutarem pela sua vida. Será assim até as 131 conseguirem o seu projeto pessoal. Terei 49 anos de idade na altura e espero que todas elas sejam adultos que possam passar a mensagem, cuidar dos seus e, nem que seja, acolher uma só criança. Espalhar uma rede de bondade e assistência. Porque eu sei que não estarei aqui toda a vida.

Saiba mais sobre a fundação Maria Cristina e contribua para a causa desta vilafranquense: www.mariacristinafoundation.org. E veja os instantâneos em vídeo e o resto da entrevista no síto da gira em revistagira.com


26 // reportagem // dezembro

Pelo concelho de Vila Franca de Xira há centenas de voluntários a trabalhar em todo o tipo de instituições. Não há uma estatística concreta e as próprias organizações admitem que o número flutua. Porém, a tendência é crescente. Nesta quadra natalícia, enquanto muita gente se foca nas suas famílias e nos seus lares, há pessoas que preferem pensar naqueles que mais precisam. São

os nossos

soldados do

amor

João (nome fictício) tinha uma vida normal. TraA profissional de turismo, de 52 anos de idade, é balho estável, quarto alugado, rotina de um qualum dos 68 voluntários que trabalham neste quer assalariado português, a viver entre Lisboa grupo de apoio alimentar criado em 2002. e a Póvoa de Santa Iria. Até ao dia em que perdeu "Começámos a fazer um trabalho muito residual, o emprego. A morar sozinho, sem ninguém entre amigos, mas o apoio foi crescendo e, para partilhar despesas, João vê-se, subitaquando surgiu a crise, atingimos um pico de mente, num buraco sem fundo. Contas 80 utentes, embora tenhamos referencique continuam a cair, dinheiro que nunca adas 120 pessoas. O número oscila. No chega, pais que são incapazes de o verão diminui e no inverno a carência é poderem ajudar. Orgulhoso, nem maior", refere Helena Timóteo. Duas mesmo ele se atreve a pedir auxílio a vezes por semana, aos sábados e às quem lhe está mais próximo. "É quartas-feiras à noite, cerca de 68 complicado quando nos chegam voluntários dividem-se em seis casos destes. Pessoas que levavam equipas de rua que distribuem a vidas normais e que, de repente, comida pelos sem abrigo e pesdeixam de ter chão", reflete Hesoas que até têm teto mas nelena Timóteo, da associação Comnhum dinheiro para o essencial. panheiros da Noite. "É, porém, "No entanto, esta é apenas a sempre possível resolver os prometade do nosso trabalho. A outra blemas. Motivamos para a mué sermos o ombro amigo: acomHelena Timóteo, voluntária dança", assegura. panhamos ao médico, levamos as na Companheiros da Noite


27

Maria José Caldeira, voluntária na AIPNE

Carlos Felix, voluntário na AIPNE

Lurdes Assunção é voluntária no hospital Vila Franca de Xira

Joana Maia trabalha na Mithós


28 // reportagem // dezembro pessoas ao centro de emprego, encaminhamos portante que, depois de ficar curada, decidi dar os casos mais complicados para instituições que o meu tempo à casa". Foi comerciante em Vila tenham respostas adequadas e, sobretudo, ouviFranca de Xira até há dois anos, altura em que mos e damos abraços. Às vezes, simples gestos se reformou. Continua a ir uma vez por semana fazem toda a diferença", assevera a responsável. ao IPO, em Lisboa, e quase todos os dias ocupaOpinião partilhada por Celeste Martins, de 70 se com o hospital. "Às vezes, até ao fim de semanos, voluntária na Cáritas de Vila Franca de ana", diz, soltando uma gargalhada. "Gosto Xira. "O que mais me impressiona é a solidão. É daquilo que faço e é importante sermos solidáincrível a quantidade de gente que vive só, que rios". até tem família e que são deixados ao abandono". Contudo, o voluntariado pode ser, igualmente, Dedica duas manhãs da semana a esta casa que uma forma de aprender. Que o diga Maria José dá apoio a mais de centenas de necessitados. Caldeira, reformada de 64 anos. "Saí de uma "Fazemos um trabalho muito importante. Toda profissão desgastante e queria algo pouco coma ajuda é pouca. É claro que se plicado em que pudesse ganhar não estivesse aqui, alguém faria novas ferramentas para a vida. o meu trabalho, mas assim liTinha um sobrinho na Associberto as técnicas que podem ação para a Integração de Pesdedicar mais tempo a outros assoas com Necessidades suntos", explica. Especiais (AIPNE), em Alverca, O papel dos voluntários da Liga e decidi vir cá perguntar se predos Amigos do Hospital Vila cisavam de ajuda e sugeriramFranca de Xira é também de ajume a cozinha. Eu até nem era dar a aliviar momentos de dor. uma cozinheira exímia e sempre "Já chegámos a ser 70 mas este senti dificuldades em fazer coé um serviço muito difícil e eximida para muita gente. Por isso gente. Nem toda a gente tem esaceitei isto como um desafio e tômago", lamenta Lurdes uma aprendizagem para a Assunção, de 72 anos de idade. minha vida". Sorri e faz uma Manuela Ralha, presidente da Mithós Atualmente lidera um grupo de pausa. "Pode parecer egoísmo, 26 pessoas que desempenham mas as pessoas não podem vir funções em diversos serviços: orientam e dispara o voluntariado contrariadas. Precisam tamtribuem os utentes pelas diversas valências, bém de se sentir realizadas", defende a ex-funservem café, chá e bolachas a quem espera nas cionária pública. "É preciso gostar", concorda consultas, fornecem cabeleireiro e manicure, e Carlos Felix, de 17 anos, vilafranquense que dá são confidentes quando precisam. "Muitos aulas de dança, uma vez por semana, no centro doentes contam com o nosso apoio para converde atividades ocupacionais da AIPNE, em sar e esclerecer dúvidas. Sentimos que fazemos Alverca. "Basta uma hora por semana, uma a diferença", acredita. Opinião partilhada por manhã, uma tarde. Todos podemos contribuir Helena Timóteo, dos Companheiros da Noite. com algo", defende o jovem estudante na se"As pessoas vêm-nos como iguais, enquanto que cundária Alves Redol. A Câmara Municipal de os técnicos por vezes são vistos como entidades Vila Franca de Xira, por exemplo, possuiu um mais distantes". Banco Local de Voluntariado que faz a ponte Lurdes Assunção é uma ex-vítima de cancro da “entre os cidadãos voluntários e as entidades que mama. "Quando frequentei os serviços do Instidisponibilizam oportunidades” e que pode ser tuto Português de Oncologia (IPO), senti que o um bom meio de lá chegar. Carlos Felix lamenta, apoio dado pelos voluntários foi de tal modo imporém, que muita gente da sua idade ainda torça


29 o nariz na hora de ajudar o próximo. "A maioria pensa que isso só se faz indo para um país distante. O que é falso. Há, perto das nossas casas projetos e pessoas que agradecem o nosso apoio", defende. É o caso da Mithós, associação de apoio à multideficiência, criado e dirigido por Manuela Ralha. Depois de um grave acidente e confinada a uma cadeira de rodas, a ex-professora deparou-se com “inúmeras barreiras” para poder realizar simples tarefas. “As entidades têm diversas falhas na coordenação entre diferentes tipos de serviços e somos muitas vezes empurrados de um lado para o outro sem nos encontrarem uma solução. Foi essa insatisfação e indignação que me trouxe-me até aqui”. Em vez de se abater, Manuela ralha arregaçou mangas e lutou pela sua vida. Como consequência encontrou um outro propósito para a sua vida. “Há pessoas que nos chegam aqui desamparadas e que, connosco, encontram um caminho e se tornam independentes. E isso dá-nos uma enorme satisfação de dever cumprido”. Joana Maia, de 34 anos, colaboradora na Mithós, acrescenta: “é um trabalho que mais niguém faz”. A trabalhar num projeto de inclusão nas escolas, sente que o contributo do voluntário é fundamental e eterno. Mas ressalva: “a ideia é sempre passar uma mensagem e construir mentalidades para que essas pessoas passem valores e sejam elas próprias portadores da mudança. Já conseguimos ajudar muita gente, que estava só e dependente a conhecer os seus direitos, o seu valor e que deixem de precisar de nós e sejam, inclusive, úteis para a sociedade. E é isso que queremos: tornar pessoas com incapacidades, capazes de serem independentes”, revela.

Veja os vídeos, as fotos e o resto da reportagem no sítio da gira em www.revistagira.com e no nosso facebook.

opinião

Obrigada, voluntários

Maria da Luz Rosinha*

Impõe-se, ao iniciar este texto, uma saudação a todos os voluntários deste país, onde se incluem os do concelho de Vila Franca de Xira. São muitos milhares de homens e mulheres que, de norte a sul de Portugal, diariamente dão provas de grande generosidade a favor da comunidade em que estão inseridos. Esta prática que nunca foi quantificada pelos diversos governos, tem merecido do poder local um reconhecimento que não se dirige aos próprios mas, ao trabalho que desenvolvem. Por isso, em vários fóruns tenho defendido que, quando houver condições, deveria ser considerado um benefício fiscal que os abrangesse e reconhecesse a importância do que fazem. Estamos a falar de um trabalho no setor solidário que, quer seja a nível de direcção, quer seja a nível de acção direta no terreno, se tivesse que ser assumido pela administração central representaria para o orçamento de Estado um esforço de vários milhões de euros. Não esquecer, desde logo, exemplos como do concelho de Vila Franca de Xira, em que o movimento associativo tem uma expressão fortíssima que se estende desde a cultura, ao desporto e à ação social, onde cobre da infância à quarta idade, não deixando de fora uma área tão exigente como a da deficiência, que estão envolvidas inúmeras pessoas com muitas horas disponibilizadas diariamente a favor de todos nós, quer em situações de emergência, quer na estabilidade sempre tão necessária da vida do dia a dia de tantas e tantas famílias. Nunca é demais realçar este trabalho e de agradecer aos que o fazem, por isso, muito obrigada, voluntárias e voluntários.

*deputado do PS


30 //passeio // dezembro


C foto EVOA

31

PÁSSAROS tão lindos

Esta é uma das melhores alturas para visitar o espaço de visitação e observação de aves (EVOA). Um local cada vez mais conhecido e que permite um contacto com a natureza único e surpreendente. E tudo aqui tão perto. Basta atravessar a ponte. É já ali.


32 // passeio // dezembro lhereiros. O local é perfeito para ouvir o silêncio, para vislumbrar paisagens únicas e conhecer o outro lado do rio. Atravessando a ponte Marechal Carmona e depois virando à direita, segue-se pelo caminho de terra batida até à ponta da Erva, local onde existe um centro de interpretação e espaço expositivo, onde partem as visitas guiadas que custam entre €6 e €12. Poderá realizar percursos de exploração autónomos ou com guia, ao ritmo das marés, com duas a três horas de duração. Aqui estão implantadas três lagoas: a Principal, junto ao edifício do centro de interpretação e onde se vêem patos o ano inteiro; a Rasa que seca no verão e é mais utilizada para fazer os ninhos; e a Grande, gerida em função das necessidades das aves. Junto a cada um dos locais há um observatório camuflado que permite ficar horas a contemplar a imensidão da paisagem. De referir que são organizadas com frequência diversas atividades de lazer, sensibilização e educação ambiental. Há um espaço expositivo permanente e uma área de exposições temporária, um auditório, uma sala multiusos e ainda a cafetaria, com vista privilegiada sobre a lagoa e o estuário. A verdade é que o EVOA continua a lutar contra o paradigma da lezíria, muito associado ao touro e ao cavalo. Além de proteger o ambiente, este espaço pretende ser um ponto de consciencialização para a natureza a todos os níveis. Com a cidade como pano de fundo, as torres de betão de Alverca, Póvoa e as fábricas de Alhandra e de Santa iria, o EVOA lembra-nos como tudo isto é C foto EVOA

Vêm em bandos de dezenas ou centenas. Bateram as asas durantes dias a fio, horas e horas a sobrevoar cidades, países, desde o norte da Europa até terras ribatejanas. O estuário do Tejo é onde vão passar o inverno, evitando o rigor da neve e do gelo. Por esta altura, há cerca de 120 mil aves nesta zona do rio, dezenas de espécies, com uma multiplicidade de cores e feitios. Para os apaixonados pelo birdwatching é um paraíso às portas de Lisboa. São sobretudo os citadinos que preferem vir até aqui, como forma de escapar ao stress da urbe. No entanto, ver aves através de binóculos ou como passatempo fotográfico está tornar-se, cada vez mais, um hobbie uma paixão com milhares de seguidores. Os estrangeiros e lisboetas continuam a ser os mais curiosos, mas os locais também já aqui vêm com frequência. É, porém, um trabalho a longo prazo já que até há bem pouco tempo a população não estava ciente da beleza e das potencialidades do birdwatching. Em plena reserva natural, o EVOA abriu as portas ao público em abril de 2013. Durante o inverno, serve de “colónia de férias” para 99 por cento da população nacional de ganso-bravo e para 21 por cento da população europeia de alfaiate, símbolo da reserva. Há também milherangos que viajaram desde a Islândia, patos que são comuns o ano inteiro, e outras dezenas de espécies, como a marrequinha-americana, cuja presença é pouco comum em Portugal, cegonha branca, os muito apreciados flamingos, ainda os patos reais ou os patos co-


33 frágil e inconstante. E alerta-nos para o nosso papel nesta cadeia sem fim a que fazemos parte. O estuário do Tejo é local de nidificação mas, também, de arrozais, de cultivo de legumes e cereais, de pasto, de observação, de contemplação. Situado no coração da mais importante zona húmida de Portugal, o EVOA permite que os visitantes desfrutem do património único, existente entre a lezíria e o Tejo. Pelo caminho disponível para todos os visitantes é possível conhecer o "habitat" das aves, ouvir o silêncio e apreciar a tranquilidade do contacto com a Natureza. São cerca de cinco quilómetros (existe uma opção ligeiramente mais curta para quem não quiser caminhar tanto), que pode percorrer atravessando um conjunto de locais de beleza ímpar. E vontade de partir nunca aparece. Dá vontade de ali permanecer, calmo, em paz com o céu e a terra, comungando desta união que nos esquecemos no corre corre do dia a dia. O EVOA está aqui tão perto. Só não vai quem não quer.

+ info

Ponta Erva 38º 50' 59,00' 'N 8º 58' 27.00'' evoa@evoa.pt www.evoa.pt 926 458 963

nutrição

Dicas para comemorar o seu Natal Rita Lança*

A entrada no mês de dezembro gera sempre, por um lado, alguma excitação, por outro, alguma ansiedade para o que se avizinha: excessos, excessos e mais excessos. Tanto a quadra natalícia, como a passagem de ano são comemoradas com amigos e/ou familiares, e sempre “à volta da mesa”, onde petiscos, pratos tradicionais, sobremesas e bebidas não podem faltar. O ditado “perdidos por cem, perdidos por mil” não deve ser aplicado. Apesar de poder haver pequenos incrementos de peso, estes podem ser perfeitamente minimizados se tiver alguns cuidados. Primeiro principio: o Natal são no máximo dois dias e não se prolonga até ao dia de reis! O problema não é o que comemos na consoada, mas sim o facto de levarmos o mês inteiro a cometer excessos. É muito frequente a bela da mesa recheada mesmo antes do Natal, que se prolonga até depois do fim do ano, aumentando a probabilidade de se cometer excessos diariamente. Segundo principio: não descure o exercício físico. Mantenha, e se possível aumente, a sua actividade física durante este mês. Se vai comer mais, então deve gastar mais. Terceiro princípio: a consoada não é de todo o momento para restrições alimentares, no entanto não deve esquecer-se dos princípios básicos de uma alimentação saudável, nomeadamente fazer várias refeições ligeiras durante o dia, evitando chegar ao jantar com muito apetite. Escolher entradas mais saudáveis, preferindo o camarão, queijo fresco, requeijão, azeitonas ou sopa de legumes. Como prato principal, o tradicional bacalhau cozido com grão e legumes é uma opção bastante saudável ou, em alternativa, o peru recheado e o cabrito assado acompanhado de hortícolas. Servir doses mais pequenas e mastigar bem os alimentos, para saborear melhor e não ter tendência para repetir. Para beber, prefira água. Não se esqueça que as bebidas alcoólicas também têm calorias! E para sobremesa? Sugiro um cocktail. Para tal, coloque numa taça, uma pequena porção dos doces que deseja e saboreie! Tenha uma óptima consoada! *nutricionista no Still Fit


34 // alimentação // dezembro

Um novo mundo gastronómico em Vila Franca de Xira passear

Ana Paula Vieira*

Num passado não tão distante, Vila Franca de servidos de uma forma cuidada porque os olhos Xira era um destino de referência no que diz res- também comem; o Fado no Paladar, um conceito peito à gastronomia. Uma paragem obrigatória que traz o fado para as mesas de jantar mas que nas quartas feiras europeias de jogos dos ben- não se limita no seu nome e também cria eventos fiquistas nortenhos, aos domingos, as excursões de comida tailandesa; o Casaleiros já com alguns em camionetes que em passeio traziam centenas anos mas que nos presenteia com a sua carta de pessoas às ruas da cidade (antes vila) e gourmet num espaço moderno e aconchegante; enchentes aos restaurantes “Zé dos Frangos”, o novo restaurante Saturn Sushi que oferece os “Sotão”, “O Forno”, entre tantos outros que deli- sabores do oriente e com uma capacidade de sala ciavam as “gentes de fora” com os seus pratos para grandes grupos; o novo restaurante da caraterísticos. Pollux. Sim, a loja de decoração e hotelaria reLembro-me do “Redondel”, essolveu dinamizar o ultimo paço emblemático da praça de piso do seu edifício em Vila Touros “Palha Blanco”, usado Franca de Xira com um espara festas e comemoração de paço de refeições com uma datas importantes na vida de varanda panorâmica e uma muitos vilafranquenses, como carta gastronómica de coaniversários, casamentos. Que mida tradicional portuguesa. saudade daquele cocktail de 150 GRAmAS Agora é possível almoçar Rua Serpa Pinto nº 92 com a ponte Marechal Cargambas! Memórias que dificil- 263 095 304 mona, numa vista privilemente se esquecem e que muitos boDEGA 150 giada; A Canoa, outro local dos habitantes locais ainda têm Rua José Dias da Silva nº 31 emblemático da cidade , rensaudades. Os tempos mudam e 263 275 000 as transformações são fruto do FADo No PALADAR ovou o seu interior e criou progresso da humanidade e por Rua António Maria Eugénio uma imagem nova, continisso a restauração vilafranquense d'Almeida 56 uando contudo, com o 263 284 160 também obrigatoriamente nemesmo serviço de excelência cessita de se adaptar a novas re- CASALEIRoS FooD AND e de acolhimento familiar, wINE alidades e a novos públicos. sendo o seu frango assado EN248 Bisau Cotovios Os novos espaços estão a surgir 219 511 864 / 968 458 883 um dos melhores. Brevee pretendem arejar, tanto na SATuRN SuShI mente, outro espaço será decoração, bem como na apre- Rua António M. Eug. d`Almeida 10 inaugurado, a Taberna sentação e confeção da sua 263 092 291 Franca, no clube Vilafranementa. Vejamos alguns exem- RESTAuRANTE PoLLuX quense, que aposta na porEsteiro do Nogueira plos: o restaurante 150 gratugalidade, nos produtos de 262 299 071 mas e o Bodega 150, dois época e no acolhimento simA CANoA conceitos recentes de pático. Avenida Pedro Victor nº94 petiscos gourmet onde Temos muitos outros exem262 273 640 plos espalhados pelo conpodemos degustar a TAbERNA celho, demonstrando que Burrata, torricado de FRANCA vale a pena sair da sua zona salmão com queijo Av. dos Combatentes G. Guerra, ricotta, tapenade de conforto e experimentar 38 galega, tomate novos espaços e novas 968 711 094 confitado e manementas. Vamos almoçar ou jericão fresco, prefere jantar?

Algumas sugestões em VFX

*gestora hoteleira


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mnham!! mnham!!

sandes de cachaço Na BODEGA, mudamos a carta regularmente. Reinventamo-nos. Queremos sempre ultrapassar os nossos próprios limites. Vamos buscar inspiração às nossas raízes e às novas tendências da gastronomia. É nessa senda que apresentamos a nova sandes de cachaço. Com carne de porco estufada e depois cozinhada em lume brando, servida numa baguete rústica barrada com manteira de mostarda, libertando aromas que só tu podes desvendar. E para acompanhar, que tal uma bela caneca do nosso vinho do aconchego? Tinto em calda de açúcar, cravinho, fruta e canela. Para aquecer as mãos e os corações mais apaixonados neste inverno que aí vem. We are waiting fo you.

Rua José Dias da Silva, 31 | Vila Franca de Xira |263 275 000

hambur guer de carne matur ada €6,8

Com alface, icebergue de folha de carvalho, maionese de mostarda, queijo chedar, cebola caramelizada, duas tiras de bacon, em pão brioche e a nossa sangria com maçã verde a acompanhar

O nosso clássico: pão caseiro com presunto, queijo de cabra Maçussa da região, rúcula, bâlsamico. E a nossa Guiness. Exclusiva por estas bandas.

torr icado de presunto

€6,5


A nova equipa. Da esquerda para direita, Luís Abílio,Manuel Vieira, Filipe Ramalho e Joaquim Leal

Restaurante aposta na região

“Serviço franco como esta terra franca”

Já pensou como está numa região bafejada pela bretudo aos produtos regionais”, como explica Filipe Ramalho, um dos responsáveis. sorte? No Ribatejo há campo, de onde “Queremos dar prioridade aos produbrotam os legumes mais apetitosos, um tos de época e da região, como o sável enorme rio, de onde se pescam enguias a enguia, o tomate e outros confee sável deliciosos, monumentos onde cionados no momento, como é o peronoitaram reis e rainhas, lezírias caso do bacalhau confitado com onde pastam bovinos e ovinos que migas da Beira e as bochechas de fornecem a melhor carne e lacporco com puré de aipo com ticínios do país, e há esta atmosmaçã [foto ao lado]”, sublinha. fera cheia de história que apela Haverá também boa música ao nosso passado, às nossas para apaziguar a alma e raízes e tradições. Um desses novos elementos decorasímbolos icónicos é a tivos que foram introTaberna Franca, local que duzidos para apelar à nasce do seio de um essua curiosidade. paço conhecido por todos os vilafranquenses e que agora abre portas com Taberna Franca uma “carta 100 Av. Combatentes G. Guerra, 40 portuguesa e que VILA FRANCA DE XIRA dá destaque soT: 263 209 095

+ info


Taberna Franca Av. Combatentes G. Guerra, 40 VILA FRANCA DE XIRA

T: 263 209 095

Taberna Franca Clube desde 1886

O Ribatejo é lindo!

O Ribatejo é enorme! Deslumbrante! Cheio de coisas boas. Património rico, tradições ancestrais, gastronomia única. Tudo isso está aqui, na Taberna Franca. Não quer vir conhecer-nos?


38 // desporto // dezembro desporto

30 DIAS DE PUSH UPS VAIS FICAR FIT! Jorge de Matos*

O termo “push-up”, assim como em tantos outros exercícios vem da descrição do movimento a ser executado: empurrar-se para cima! O maior benefícicio deste exercício é que, além de trabalhar todas as regiões do peito, deltoides e tríceps, ele não requer uso de equipamento especial. Você pode fazer flexões em qualquer lugar e a qualquer momento. dia push ups

1: 5 2: 5 3: 5 4: 1 5: 10 6: 10 7: 10 8: 12 9: 15 10: 15 11: 15 12: 17 13: 20 14: 20 15: 20

dia push ups 16: 22 17 : 25 18: 25 19: 25 20: 27 21: 30 22: 30 23: 30 24: 32 25: 35 26: 35 27: 35 28: 37 29: 40 30: 40

Registe no final do seu treino e partilhe connosco os resultados!

Trata-se de um exercício feito em cadeia cinética fechada. A cadeia cinética fechada ocorre quando a extremidade do corpo que está a ser trabalhada (sejam pernas ou braços) está parada e o movimento é feito com o restante do corpo. Desafie-se, faça este desafio Still Fit de 30 dias de flexões, poderá escolher uma das três opções de exercício consoante o grau de intensidade e ajustar à sua condição física. Vais ver que os resultados irão aparecer ao fim de alguns dias.

*instrutor Still Fit

Flexões de 3 formas Para a executar, comece por se colocar na posição de prancha mas com os braços em extensão por baixo dos seus ombros. Com as pernas juntas ou à largura dos ombros apoie-se na

Para a executar, comece por se colocar na posição de prancha mas com os braços em extensão por baixo dos seus ombros, com as pernas juntas ou à largura dos ombros apoie-se

Para a executar, comece por se colocar na posição de prancha mas com os braços em extensão por baixo dos seus ombros, com as pernas juntas ou à largura dos ombros apoie-se na ponta dos pé sempre com a coluna direita. Colocar um dos pés mais elevado durante a exe-


base

ALVERCA

parque residencial Nortejo 219 575 886 / 968 714 063

F.C. ALVERCA

pavilhão desportivo FCA 211 328 049 /910 016 466 ponta dos pés sempre com a coluna direita. Para realizar o exercício vai fletir os braços e descer até perto do chão sempre bem direito e de seguida subir à posição inicial.

FoRtE dA CAsA

Poligono Industrial Lote C Bloco 1 961 446 430

+ fácil

nos joelhos sempre com a coluna direita. Para realizar o exercício vai fletir os braços e descer até perto do chão sempre bem direito e de seguida subir à posição inicial.

+ difícil

cução do exercício e alternar entre cada movimento de flexão e extensão dos braços, permite aumentar a sua dificuldade de forma significativa. Quanto mais elevar os pés, mais difícil o exercício se irá tornar pois irá criar mais instabilidade.

mude de attitude, desporto é saúde www.stillfit.pt


40 // decoração // dezembro decoração

Sorrisos de inverno

5 passos

Fátima Serrador*

Chegam as chuvas, as temperaturas baixam, os dias são mais curtos e as noites mais longas, é assim o inverno! Todavia, é uma época de recolhimento, de estar em casa no aconchego das mantas ou junto à lareira, é tempo de ler um livro, ver um filme, ou simplesmente aquecer as mãos numa chávena de café, partilhada com a família ou amigos. E é com passos firmes que chega o mês de dezembro, e com ele chega-nos também o espírito de Natal! É tempo de pensar na decoração da casa e fazer a árvore. Existem para todos os gostos, para deleite dos mais pequenos e adultos também. Há mil motivos para soltar a imaginação, mas o elemento surpresa é, sem duvida, uma das regras mais importantes para quem quer fazer uma decoração original.E como a tradição já não é o que era, o Natal não tem que ser exclusivamente nos tons de vermelho e verde. Existem muitas outras opções na hora de escolher, desde os dourados, numa união perfeita com o branco, os azuis, passando pelos rosas e, porque não, o preto, que quando combinados com os prateados resultam numa decoração original e requintada! Não esquecer da importância da iluminação. Nesta quadra, use e abuse do efeito das luzes, das lanternas, velas, e difusores com aromas apetecíveis que nos fazem transportar para as memórias afetivas da nossa infância: baunilha, chocolate, canela. São infinitas alternativas. Deixe-se levar, não esquecendo que dezembro não só é um tempo de esperança, de compromissos, e realidades, mas também de sorrisos. Sorrisos de inverno! Feliz Natal!

*decoradora de interiores

faça você mesmo

Decoração de em

NATAL

Decorar a casa no Natal é sempre divertido. Mas muitas vezes compramos tudo feito. Rita Bastos, da Riscos Pitorescos, sugere usar as suas próprias mãos para aprender e dar nova vida às divisões, com truques simples.

1

2

1

3

Prepare os seus materiais (1) e uma mesa de trabalho. Comece por passar a ferro a tela adesiva com o tecido (2) que depois irá recortar usando o molde das letras (3) .


4

5

41 tadas (6). O processo irá fazer derreter a cola que vai depois colar ao tecido.

3

8

9

7

6

2

Recorte o tecido de serapilheira em triângulos usando um molde (4). Descole a tela adesiva (5) do tecido que escolheu e passe a ferro as letras cor-

Com uma agulha, passe o fio dourado por uma das pontas do triângulo e ate um dos guizos (7). Tenha cuidado para não desfazer os fios da serapilheira.

4

cole o triângulo ao viés (8). Use as molas para (9) para ajudar a fixar os dois lados do viés. Deixe dois bocados de viés de fora para depois dar um nó.

5

Depois da cola seca, dê um nó nas pontas do viés que depois servirão para prender as fitas. Os materiais utilizados neste "faça você mesmo" encontram-se disponíveis para venda na Riscos Pitorescos Espalhe cola no topo dos triângulos e num dos lados do viés. Em seguida

Riscos Pitorescos rua Miguel Esguelha, 6 VILA FRANCA DE XIRA

T: 934 402 228


42 // saúde // dezembro psicologia

Ainda há histórias reais com finais felizes Guida Alves*

Ao longo da minha prática profissional, cruzo-me com crianças infelizes em famílias quase perfeitas e verdadeiras heroínas que inexplicavelmente ultrapassaram tudo. São estas últimas que nos fazem ganhar alento e continuar a acreditar que o Natal pode ser todos os dias. Gostava de partilhar convosco a história real de Francisco (nome fictício), de 15 anos, que nasceu numa aldeia na periferia de um grande centro urbano, o mais novo de um grupo de cinco. Era o último numa casa pequena, sem luz, com água de captação natural, onde a pouca mobília incomodava o bailado de tantas moscas que por ali andavam e que era difícil de não colidir com uma dúzia delas quando ali entravamos. Num pequeno quarto, jazia a mãe de Francisco que o infortúnio da doença e a obesidade a lançou à cama. Com um pai alcoólico, cabia a Francisco cuidar da higiene da mãe, esvaziar a velha lata de tinta que servia agora de contentor para as fezes e urinas. Francisco cuidava *psicóloga clínica

da casa e da roupa. A escola nunca percebeu que aquele simpático e educado jovem lavava a sua própria roupa à mão, estendia de imediato para atenuar a falta de ferro de engomar e que cozinhava as suas refeições e a dos pais. Francisco cuidou da mãe até aos seus últimos dias, que preocupada com o futuro do filho, tentava encontrar soluções. Colocou-se a hipótese da entrada para a Marinha, a garantia de um teto e alimentação para o filho, alegrou os últimos dias da mãe de Francisco. Partiu antes de ver o seu desejo concretizado, mas Francisco não defraudou o pedido da mãe: só não entrou para a Marinha porque nunca contou a ninguém que não sabia nadar, o que fez com tivesse entrado para o Exército. Hoje, homem feito, tem a sua família e representa aquilo a que denomino os “sobreviventes do holocausto familiar”. Se o Natal é sempre que um homem quer, era óptimo que este espírito perdurasse para além do tempo festivo e com que epidemicamente nos contagiasse de solidariedade, respeito por nós e pelos outros e acima de tudo pela manutenção e solidificação base de qualquer sociedade, a família.


Para si,

Informe-se sobre os antibióticos Sónia Teles*

*farmacêutica

Para a Joana, é a diferença entre sobreviver e

ser feliz N

O uso racional dos antibióticos tem estado na ordem do dia. Esta ferramenta terapêutica destina-se, apenas, a infeções bacterianas. Aqui reside a principal lacuna de informação na população em geral. Segundo dados recentes do Eurobarómetro, 60 por cento dos portugueses acreditam que os antibióticos atuam sobre os vírus e 50 por cento acham que as gripes e constipações se tratam com antibióticos. Estas convicções erradas levam os doentes a exercer pressão sobre os vários profissionais de saúde para a prescrição e dispensa de antibióticos quando apresentam sintomas destas patologias. É preciso usá-los de forma racional. Em Portugal, a situação até tem evoluído. Porém, ainda há muito a melhorar. Fala-se da resistência aos antibióticos, principalmente a nível hospitalar, onde aparecem infeções multirresistentes. Resistência é o fenómeno que ocorre quando as bactérias deixam de responder a um antibiótico antes eficaz. As bactérias é que são resistentes aos antibióticos e não os doentes. Estes podem ser portadores de um tipo de bactérias resistentes, podendo transmitir essas bactérias aos outros. Como o desenvolvimento de novos antibióticos é lento, a melhor maneira de prevenir as resistências é a correcta utilização dos antibióticos. É essencial tomá-los apenas quando forem prescritos; as doses e o intervalo devem ser respeitados; o tratamento deve ser feito até ao fim, mesmo quando há melhoria dos sintomas; e nunca se deve voltar a tomar um antibiótico que sobrou do passado. Cada um de nós tem um importante papel a desempenhar neste assunto, quer sejamos médicos, farmacêuticos ou doentes.

é apenas f uma menina a nadar f

conselho

Na NEUROCOG cuidamos dos nossos pacientes como se fossem da nossa família. Queremos que se esqueçam da dor e celebrem a vida. A nadar, a cavalo ou simplesmente a passear. Desenhamos sorrisos nos seus rostos. E é por isso que nos orgulhamos do nosso trabalho.

NEUROCOG

centro de reabilitação da lesão cerebral

Avenida da Mague, 3 MALVAROSA ALVERCA

210 100 317 www.neurocog.pt geral@neurocog.pt


44 // finanças // dezembro

4

os números da vida

No Natal, cuidado com as contas Filipa Coito*

A quadra natalícia promove, naturalmente, um aumento do consumo. É impossível resistir aos apelos que se fazem na televisão e aos quais somos confrontados todos os dias nas ruas, nos cartazes e montras recheadas de presentes tão apetitosos. E mesmo que não queiramos, sabemos que há quem esteja próximo de nós com olho em algum telemóvel, peça de roupa ou relógio de marca. E, nós lá temos que desembolsar uns cobres para fazer sorrir o nosso ente querido. É inevitável. As estratégias de publicidade são imensas e contra elas temos que lutar com estratégias ainda mais fortes de conteção. Não há forma melhor de reagir à coação: nunca baixar os braços e nunca perder o bom senso. Este ano, os portugueses deverão gastar, em média, cerca de 500 euros com natal, e isso incluiu tudo: desde presentes até à alimentação. Pois, o problema é que não são só os presentes, são os jantares em fim, as decorações, as viagens a casa de amigos e familiares, mais umas surpresas aqui e outras ali. A conta só chega no final do mês, claro e depois andamos janeiro e fevereiro a apertar o cinto. A DECO, associação de defesa do consumidor, refere mesmo que em janeiro aumentam sempre o número de pedidos de apoio ao endividamenteo. Não é incrível? Por isso, e para evitar este tipo de problemas, o conselho é o mesmo de sempre: poupar e nunca extravasar o orçamento mensal. Mantenha-se sempre focado e faça um orçamento daquilo que pretende gastar. Faça uma lista das pessoas a quem vai oferecer alguma coisa. E faça tudo no mesmo dia. Quanto mais arrastar as compras maior será a tendência de cometer mais uma loucura sem pensar naquelas que já cometeu. E não deixe tudo para a útima hora porque pode cair no erro de não ter grandes alternativas. As compras online são uma ótima opção porque permitem escolher e ponderar a escolha, sem a pressão do funcionário. No fundo, saiba conter-se e faça compras conscientes. Não exagere porque o dinheiro, infelizmente, não estica. *diretora bancária

ideias de

PRENDAS

originais

Há muitas possibilidades de ter dar um presente diferente e nem sempre nos lembramos delas.

1

ecológica

Opte por algo amigo do ambiente, reciclado, com materiais como a cortiça. Pode adotar um animal no zoo!

2

personalizada

Existem muitas prendas que pode personalizar: álbuns fotográficos, livros, quadros, molduras. Dá sempre um toque de originalidade.

3

faça você mesmo

4

procure na net

Os trabalhos manuais estão na moda. Economiza, é um desafio e aprendizagem e uma forma de aumentar o valor emocional da prenda. A internet é um mundo sem fim que nunca deve esquecer. Há ideias brilhantes que o vão surpreender.


45 opinião

Precisamos de mais luzes na cidade Helena Pereira de Jesus*

A minha família é pequena. Os meus pais são ambos filhos únicos e eu tenho “apenas” uma irmã. Por isso, na minha infância, os nossos Natais eram muito íntimos, com somente seis pessoas: os meus pais, eu e a minha irmã, e os meus avós maternos. Como não tínhamos uma família alargada, estas alturas do ano na minha infância eram muito calmos e sossegados, que recordo com saudade, pois sendo uma família pequena, com o falecimento do meu pai e avós, ficou ainda mais reduzida. Entretanto, com o nascimento das minhas duas filhas, o Natal ganha mais expressão, a família alarga, mas, mesmo assim, nunca passávamos da meia dúzia, longe do típico Natal de família latino, com imensos tios e primos que vêm de fora. Porém, embora não tendo uma família alargada, há vários que anos que vivemos um Natal cheio de gente, pois celebramos a consoada e o Natal juntamente com outra família pequena, tudo entre amigos, e assim consoamos, e embora se celebre o Natal, acaba por ser uma festa diferente do tradicional, chegando a acabar de madrugada, pelas quatro, cinco da manhã. Hoje, as minhas filhas vivem um Natal muito diferente do que eu vivi quando era criança. Se, por um lado, ganharam uma consoada mais animada, por outro lado, perdeu-se o brilho das ruas de Vila Franca na época natalícia. No meu tempo, a cidade cintilava com as suas ruas e varandas e iluminadas, as montras

das lojas decoradas convidavam às compras de Natal. Atualmente, sinto a ausência de tudo isso. A falta de iluminação na cidade – não só no Natal – torna Vila Franca mortiça, faz com que as pessoas não tenham ânimo nem vontade de festejar ou de sair à rua. Isto é particularmente triste na época de Natal. Recordo-me de Vila Franca com animação de rua, com pais natais, viva, qua atraía pessoas para fora das suas casas e ao comércio local. Hoje temos iniciativas pontuais, num ou outro sábado esporádico, longe do que já tivemos, e mais longe ainda do que precisamos para concorrer com a animação dos centros comerciais. Enquanto tive responsabilidades como vereadora com pelouros atribuídos na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, apresentámos várias propostas de animação nesta quadra, visando criar condições para um maior usufruto do espaço público, incluindo o apoio ao comércio local, propostas que o Partido Socialista recusava. Agora, sem pelouros atribuídos, na oposição continuamos a insistir na iluminação, não só por questões de segurança, mas também por ser uma época especial, em que devemos aumentar a relação das pessoas com Vila Franca. É preciso iluminar a cidade, tornando-a convidativa para passeios em família e, claro, para compras de Natal.

*vereadora do PSD


46 // animais // dezembro

Cuidados a ter com as suas aves

Com o outono a decorrer e o inverno a chegar, tal como nós, os animais também sentem frio. Nesta época é comum ver cachorrinhos e os gatos com roupas de frio, mas o que fazer para proteger as aves? Os pássaros possuem as penas como excelente proteção, mas elas não aquecem por si só, apenas mantêm o pássaro aquecido. Portanto, fatores como o vento, mudanças bruscas de clima ou humidade diminuem a sua temperatura e podem causar algumas doenças como pneumonia. Vários métodos podem ser utilizados para manter as aves aquecidas durante este período do ano e o mais comum e barato é cobrir a gaiola com panos ou toalhas. Devem ser penduradas em locais longe do vento e correntes de ar frio, se possível dentro de casa. Deve-se evitar a utilização de aquecedores de ambiente. Outro cuidado importante é em relação à humidade. Em grande parte do país, a humidade relativa do ar tende a ser baixa durante o inverno, e alguns aquecedores de ambiente podem diminuí-la, ocasionando infeções e irritações respiratórias. Para evitar estes problemas, pode-se usar copos com água. No entanto, o resultado destas técnicas nem sempre são satisfatórios. Existem aquecedores especificos para animais com lâmpadas de cerâmica que são uma boa e durável fonte de aquecimento que não retira a humidade do ar. Para aqueles que estão acostumados a deixar as aves no quintal, este hábito deve mudar durante o inverno, principalmente no período da noite, momento no qual as aves devem ser colocadas

dentro de casa. Nunca esquecer que os pássaros devem tomar sol mesmo neste período do ano, para que se possam aquecer naturalmente. Para os viveiros, a solução é colocar algum tipo de encerado ou pano em volta, para cobri-lo e protegê-lo do frio. Se o viveiro for móvel, recomenda-se que seja colocado num local protegido de correntes de ar frio, principalmente, no período da noite. A alimentação dos pássaros nesta época deve ser bem elaborada, para garantir que a ave absorva o máximo de vitaminas e proteínas no organismo ajudando-a a manter-se mais forte e saudável. Mesmo no inverno, os pássaros devem tomar banho. Coloque uma banheira com água limpa, no mínimo duas vezes por semana, mas não se esqueça de removê-la após o banho, pois as aves podem beber a água que ficou suja, contraindo vermes e bactérias nocivas a saúde. Como saber se a sua ave está doente? Basta observar os sinais emitidos. O pássaro doente fica quietinho na gaiola, pára de comer, abre o bico frequentemente, devido à dificuldade em respirar. Se o passarinho apresentar estes sintomas, procure-nos para saber como cuidar. No inverno é comum as aves ficarem mais quietas e desanimadas, e para lhes dar mais força e vitalidade é importante acrescentar vitaminas e minerais à sua alimentação. Tomando o devido cuidado, o seu pássaro não terá problemas com o frio. Em caso de dúvidas, consulte-nos para que possamos ajudar.

+ info

Rua do Tejo, 18, loja A (junto aos bombeiros) PÓVOA DE SANTA IRIA

T: 219 561 814


Bem vindo! Está a ver o logótipo ao lado? Já o

viu por aí, certo? Estamos por cá há

algum tempo. Temos a nossa própria marca de produtos, clientes fiéis e recebemos toda a gente de braços abertos. É claro que

Rua do Tejo, 18 loja A PÓVOA DE SANTA IRIA

ouviu falar de nós. Somos o Koala, claro!

219 561 814

(junto aos bombeiros) segunda a sábado 9h às 20h lojakoala@sapo.pt

gira

SIM, EU QUERO ASSINAR A DADOS PESSOAIS nome

recorte e envie para: revista GIRA, rua doutor Manuel Branco, 30, 2005-388 Vale de Santarém info: 968 236 531 ou em www.revistagira.com

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