LÁPIS-LAZÚLI ANTONIO DONIZETI DA CRUZ
Cascavel, 2017
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LÁPIS-LAZÚLI
Antonio Donizeti da Cruz
CASCAVEL - UNIOESTE 2017
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Copyright
2017, by Antonio Donizeti da Cruz
Todos os direitos reservados All Rights reserved under Pan American and International Copyright Conventions
Autorizada a reprodução em antologias, obras didáticas, livros de referências, hipertexto (internet), blogs, artigos ou noticiários de publicações periódicas, de forma parcial e com citação da fonte. (Não permitido para uso comercial).
Capa imagem: “lápis-lazúli”, de Antonio Donizeti da Cruz Contracapa: Poema “lápis-lazúli”, de Antonio Donizeti da Cruz (com filtro), publicado na revista Espaço plural, v. 6, n. 12, 2005, (UNIOESTE).
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EPÍGRAFE
Razão maior Mais que a vida, o mistério da Poesia. (SILVA, Lília. Saia de cigana entre galáxias, 2001, p. 105) Lília Aparecida Pereira da Silva*
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LÍLIA APARECIDA PEREIRA DA SILVA é escritora, poeta, pintora, desenhista e ilustradora
de livros. Publicou cento e seis livros nas áreas de poesia, romance, literatura infantil, artes plásticas, didáticos de Direito, de Psicologia e Artes Plásticas. Alguns dos títulos publicados pela escritora: Alguns dos títulos publicados pela escritora: Estrela descalça (1960), Serenata do abismo (1963), Altar das cicatrizes (1966), 33 anos de poesia (1991 – vol. 1 e 2), Elipses do anjo (1993), Carnaval Brasil / Carnival Sketches (1996), Europeanas (1997), Saia de cigana entre galáxias (2001), Desenho e pintura / Lília A. Pereira da Silva (2002), Chuva de gatos verdes (2004), Diário na Suíça (2005), entre outros. A Drª Lília Aparecida Pereira da Silva nasceu em Itapira (SP). Reside em São Paulo. Foi professora de pintura e de piano, tendo participado de concertos. Cursou Secretariado, Jornalismo, Direito e Psicologia. Representou o Brasil em poesia, em Toluca (México), em 1972, e em Artes Plásticas, em Santiago (Chile), em 1974. Instituiu um prêmio anual, desde 1995, de Poesia e Desenho, com apoio da Prefeitura Municipal, Câmara Municipal de Esportes, Cultura e Turismo de Itapira, SP. Ilustradora e capista de livros nacionais e estrangeiros, Lília Silva possui livros de suas poesias versadas em 8 línguas, tais como inglês, francês, espanhol, italiano, japonês, latim, norueguês e alemão. A artista Lília Aparecida Pereira da Silva tem realizado quase 300 mostras (pintura e desenho). Recebeu um grande número de prêmios nacionais e internacionais (Battipaglia - Itália, México (D.F.), Roma, Paris, entre outros). Tem participado também de inúmeras antologias no Brasil e no exterior. Em relação às artes plásticas, suas obras encontram-se em museus brasileiros e estrangeiros (U.S.A, México, Holanda, França, Itália, Mônaco, Chile). Ps: Conforme registro em Cartório de Registro Civil de Itapira - SP, o nome Aparecida é com dois “pp”: Apparecida.
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DEDICATÓRIA
A Dra. Lília Aparecida Pereira da Silva, com toda a admiração, gratidão, pelo diálogo, amizade-sempre, pelas estrelas-estrelas e lírios-poesias.
A Maria de Fátima Campus da Cruz, com amor.
A Caroline Marlene da Cruz Kerber e Rafael Luiz Kerber, com afeto.
A Aparecida Fátima da Cruz Wolschick, pela alegria de viver e pela arte de ensinar-aprender.
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AGRADECIMENTOS
As entidades culturais, associações artísticas e literárias, centros de culturas, secretarias de Cultura e difusão da poesia, aos Poetas que registram os seus nomes nos concursos literários, aos que promovem a partilham a poesia...
A Lília Aparecida Pereira da Silva, gratidão-sempre.
Às Bibliotecárias, Marcia Elisa Sbaraini Leitzke, Sandra Regina Mendonça, Com os agradecimentos.
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FOLHA EM BRANCO
Um pingo no i o sentimento do mundo só no olhar fotograma pontuadas sensações pausa o olhar impresso no jornal palavras pra enfeitar o dia e a noite e a longa sombra na branca folha de papel
______ * Prêmio: Prêmio Literário ‘Semana dos 22’. Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre - RS 1992. * Prêmio: IV Concurso ‘Helena Kolody’ de Poesia. Governo do Estado do Paraná - Secretaria do Estado da Cultura do Paraná - Curitiba - 1992. * Prêmio: Concurso de poemas ‘Poesia Brasil’ - Ibirité - MG - 1992. * Prêmio: Concurso Literário Poemas no ônibus. Carris – SMT – (Divulgação do poema na imprensa e nos ônibus da Empresa Carris) - Prefeitura de Porto Alegre – Porto Alegre – RS – (Série 93/94).
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REFLEXOS
peixes rosados deslizam em meu peito e essa dor de não ter mais jeito
______ * Prêmio: IV Concurso ‘Helena Kolody’ de Poesia. Governo do Estado do Paraná - Secretaria do Estado da Cultura do Paraná - Curitiba - 1992.
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CRISTAIS
Pedra bruta. A flor surge das sombras, na lenta agonia funda.
_______ * Prêmio: IV Concurso ‘Helena Kolody’ de Poesia. Governo do Estado do Paraná - Secretaria do Estado da Cultura do Paraná - Curitiba - 1992.
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Lâminas
Quem forjou a palavra no crepúsculo da sombra? galos e ovelhas brancas e negras pupilas ardentes de fogo e vertigem
ah! Esse vinho antigo degustado pouco a pouco ao sabor do tempo.
A palavra não dita, sombras do eu. Sete casas incolores Sete sonhos delirantes Sete bruxas em sete casas e sete sonhos. A noite e o sopro do vento o frio que cega a dor fruto colhido ar que reluz lâminas finas e lisas cortantes violetas
Quem forjou a palavra mais clara?
________ * Prêmio: III Concurso de Poesia Poiésis Literatura – Classificação : 8º Lugar - Petrópolis – RJ - 1998.
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ESTRELA VIVA A Helena Kolody A cortina branca na janela esconde um perfil secreto um olhar de quem mira por trás dos girassóis abertos como um cálice ou uma flor que teima em existir sem o saber
A mulher que lê o livro sagrado das tradições de seu povo vestida com o xale escuro que cobre seus ombros contempla as palavras
ícones sagrados cheiro de maresia pássaros azuis enfeitam a paisagem
e ela olha além da janela: uma miragem entre a página em branco e as palavras os olhos passeiam... mas não em vão
_______ * Prêmio: VI Concurso ‘Helena Kolody’ de Poesia. Governo do Estado do Paraná - Secretaria do Estado da Cultura do Paraná - Curitiba - 1994.
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tênue
perfume no ar cenas faróis e violetas na carne a cor
______ * Prêmio: VI Concurso ‘Helena Kolody’ de Poesia. Governo do Estado do Paraná - Secretaria do Estado da Cultura do Paraná - Curitiba - 1994.
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estrela-do-mar
o mar tem muitas vozes veleiros noturnamente cascas de nozes e plumas formas e sal em nossos olhares as carícias das ondas esfacelando nostalgicamente as faces alfas e ômegas.
_______ * Prêmio: VI Concurso ‘Helena Kolody’ de Poesia. Governo do Estado do Paraná - Secretaria do Estado da Cultura do Paraná - Curitiba - 1994 * Prêmio: Concurso de poemas ‘Poesia Brasil’ - Ibirité - MG - 1992.
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Catedrais
silenciosas, aconchegantes, misteriosas teu corpo é uma catedral de ervas e pedras rosas metálicas, lírios de ferro, torre de bronze salmos entoados na canção do que será as formas imperfeitas entre grades e mundos palavras e palavras: rosas brancas e sonhos.
silenciosas, as horas mais neutras em que o torpor fere os instintos atraentes desígnios dos que marcam a passagem do tempo dentro das catedrais de pedras e de carnes. a hora do silêncio a hora do martírio e da entrega. Todas as horas.
teu corpo no meu, mãos que se apertam com gestos de calar e de dizer - entrega total.
Os sinos das catedrais badalam em pontos distantes ondas sobre ondas - incensos no ar
teu corpo é uma nave luminosa em busca de deuses e homens teu corpo radiante teu corpo catedral. _______ * Prêmio: Concurso ‘Mutirão de Poesia’ - Menção Especial - SRR Editor - Cultura Contemporânea - Porto Alegre - RS - 1997. * Prêmio: II Concurso de Poesia ‘Poiésis Literatura’ – Classificação: 1º lugar - Petrópolis – RJ 1997.
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Clara
água corrente, clara cristalina a imagem virtual no fundo da retina dos teus olhos me enlouquece me fascina
________ * Prêmio: Concurso de Poesia do Centro Cultural de São Paulo. Governo do Estado de São Paulo - São Paulo - SP – 1997. * Prêmio: I Concurso Nacional de Poesias Regina Lima - “Medalha de Prata” - 1999 – Brasília – DF. * Prêmio: Concurso Literário Escritores do Ano 2000 – Menção honrosa - 1999 – Grupo Ed. Hoje - Casca – RS.
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VERA
Verás deveras que o amor surgiu na primavera Em plena estação das flores surgistes com teu perfume Do néctar às formas perfeitas das rosas e orquídeas Do sol brilhante nos lábios teus atingindo formatos
De muitas cores transformastes em delírios No lírio branco pousastes o olhar E de repente o que era sonho realidade se tornou E já não era a pantera a dilacerar o coração
Em meio a estação das flores um forte verão Entre os jardins de tantas cores um lindo beija-flor De flor em flor, beijando a vida em pleno êxtase de amor
Veraneios e encantos, dos jardins sorrisos tantos E ver-te entre as flores é um gozo Que olhos alguns sentiram tamanha nostalgias e encantos.
_____ * Prêmio: X Concurso Nacional de Poesias – “Destaque” - Revista Brasília - Brasília - DF – 1989.
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Becos Marginais
Indiferente a tudo! Nem os painéis eletrônicos farão mudar meu percurso Caminho solitário entre tanta gente Que nem noto nos olhares que procuram outros olhos Os mesmos olhos que procuro Numa indiferença a tudo - Tudo passa brevemente Mas como não sou vento - Tudo passa lentamente E se as pedras são senão só pedras - Tudo passa de repente Indiferente a tudo! Nem os painéis eletrônicos Nem os robôs autômatos Nem os amores anacrônicos Nem os perfumes das flores artificiais Nem mesmo as musas dos becos marginais Indiferente a tudo! Um abismo - um sopro - um mar Um tudo - um nada - e nada mais!
_____ * Prêmio: XI Concurso Nacional de Poesias – Menção Honrosa - Revista Brasília - Brasília DF - 1990
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Visões Noturnas
Quando à noite somente eu e o sonho Me devora uma fera sem sentir São visões que marcam o viver Fazendo das sombras marcas e assombros
Mas se por acaso um espaço atingindo Sem querer por mim avançar Ir de fonte em fonte, tantas flores! E dos sentimentos elos profundos, ferem o viver
Se por noites um sonho fere o sentir Como não se ferir no amor duma explosão? Ó Visões Noturnas? Nítidas Visões!
Mas há um tempo de total escuridão Hajam Luzes e estrelinhas; Que adianta se falta a visão? Ó ser! Nas ondas livres, ondular o viver na eterna giração!
______ * Prêmio: I Concurso de Poesia Nacional de Poesia Fernando Pessoa – Classificação - Juiz de Fora - MG - 1989.
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os galos no terreiro de minha avó é que eram felizes. Outros tempos aqueles. Chapéu de palha dependurado na porta Uma chinela de couro já gasta pelo tempo e a comida farta na mesa. longe
muito longe
as angolas davam sinal de vida. Depois era descobrir as ninhadas. Tempo bom! Minha avó muito alegre, sorrindo sempre, cantava cantigas de era uma vez. Outro tempo. Meu avô, calado, na cadeira de balanço, olhava a vida acontecer enquanto recordava. E ele ali, parado, olhar fixo distante. Sem dizer nada. Só olhava o tempo passar. Hoje, passado distante. Os galos já são outros Outros os que olham a vida acontecer, célere, coração e mente. Só cantigas de era uma vez. Só lembranças Só.
________ * Prêmio: I Prêmio Luís Gama – Concurso Pórtico de Poesia e Prosa – Menção Honrosa (1999) – Salvador – Bahia. * Prêmio: Prêmio: III Prêmio Nacional Literário de Outono (1999) – São Paulo – SP.
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esse jeito de ser sonhador
adormeço em teu peito esse jeito de ser assim: sonhador de palavras e se habito tua casa é pra comer do teu pão beber do teu vinho sentir tuas mãos querer sempre mais abraços e beijos, sem saudades futuras pra marcar os desejos se adormeço em teu peito não é à toa: é pra valer.
________ * Prêmio: V Prêmio de Poesia Erik Satie – Classificação: 3º Lugar - 1999 - São Paulo – SP. * Prêmio: Concurso Literário Escritores do Ano 2000 – Menção honrosa - 1999 – Grupo Ed. Hoje -Casca – RS.
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espirais
fonte cristalina. teus olhos brilham. tuas mãos acariciam o gato. teus desejos todos e nenhuma outra força estranha a tocar de leve o corpo. Olhos do desejo.
O grande olho da noite ilumina tudo. Permanência? teus sentidos todos. O amor, pedra e fogo, a sombra.
Oh águas todas. Cristalinas redes. Os peixes mais abaixo. Profundeza toda. As coisas dormindo no colo da noite. Os segredos escondidos lá no fundo. Hamlet adormecido. Rosas da noite, teu nome é canção Sombras aéreas, teus sonhos tão loucos e é pouco esse desejo, essa espera, essa busca? Travessia sem fim.
________ * Prêmio: Concurso ‘O amor na literatura’. Prêmio de Edição (1999) – Casa do Novo Autor São Paulo – SP. * Prêmio: Classificação no Primeiro Concurso de Poemas Casa do Poeta Santanense – Caposan (1999) – Sant`Ana do Livramento - RS. * Prêmio: Classificação no Primeiro Concurso Alternativo de Poesia “Profª Anita Costa Prado” (1999) – São Paulo - SP.
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Lápis-lazúli
flores circulam a cabeça pés descalços na areia caminhos íngremes e distração total arcos de bronze e alvas planuras desertos e ostracismos e fendas: a dor o silêncio, a náusea e solidão pedras e pedras e gumes – passagens Exausto da longa viagem, o mago abriu o livro e leu silenciosamente a história dos que atravessaram o deserto depois meditou. O sono e o sonho tigres e abelhas plumas e pedras aéreas visões: espirais de fogo e músicas no ar. Lua-lua O azul, o círculo, a flor lápis-lazúli Eclipse lunar.
______ * Prêmio: 9º Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: 1º Lugar - Troféu - (2003) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP. * Prêmio: “Publio Virgilio Marone” - 2003 - Classificação: “Segnalazione di Mérito” - Academia Internacional Il Convivio - Castiglione di Sicília - Itália.
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tear
a magia de estar vivo se abro os olhos posso tocar a matéria toco o gato e o peixe. O plátano e o álamo o beijo, as algas e as pedras. o desejo de querer sempre mais os segredos guardados no grande livro da memória. A porta fechada.
pétalas de rosas. O jardim de palavras bem cuidado. As palavras todas. A e Z. Alfa: no princípio o verbo, a carne. Ômega: no delírio, sonhos e quimeras. Ondas no mar, golfinhos seguem o trajeto da nau. aqui, porto e solidão. Nostalgia? nem um grilo na noite pirilampos outros, luzes no morro. longa travessia esses rios todos essas fantasias tantas O rio. Águas. A sombra e árvores. Desafio das horas.
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a vida: fio tênue, doce nostalgia peripécias todas Rebeldia? sempre.
________ * Prêmio: I Prêmio Luís Gama – Concurso Pórtico de Poesia e Prosa (1999) – Salvador – Bahia. * Prêmio: II Prêmio Botura-ti de Poesia - Troféu - (1999) – Votorantim – SP. * Prêmio: I Concurso Nacional de Poesias Regina Lima – Medalha de Honra ao mérito (1999) – Brasília – DF. * Prêmio: V Concurso Nacional de Poesias do Clube dos Escritores Piracicaba – 2003 Poema: Tear - Classificação: 2º Lugar - Categoria: Especial, Clube dos Escritores Piracicaba - Piracicaba - SP.
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esferas
tempo vazio quarto sem móveis, só teto quarto das sombras tempo todo e nenhum: abstrata forma as horas mais longas: longo lamento
o tempo só tempo palavras? emaranhados desejos e delírios: rosas do porvir. Estrelas brilham Os dentes, a boca, os olhos bocas todas. Só corpo.
O tempo: passagem e entregas. pêndulas e luas céu aberto poesia e travessia: pontes aéreas o vento, a flor, o álamo. Pranto?
gota a gota
________ * Prêmio: Prêmio de Poesia e de Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Troféu - (1999) – Prefeitura de Itapira – SP. * Prêmio: II Prêmio Missões - Categoria Haicais e Poemas (1999) – Igaçaba Produção Cultural – Roque Gonzales – RS.
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Noite “Hacía tiempo que esperaba a... alguien, y llegó el esperado... Se le abrieron los ojos". Pushkin
primavera; e do pensamento brotou a flor dos desejos. A noite chegou como quem bate à porta. Noturna solidão. Cálice dourado e rosas de pedras. Teu peito consumindo-se em desejos. Fogo da primavera. Metais. Houve um tempo em que esperar era mais que anseios. Houve um tempo. O momento presente. É noite. Mulheres com seus vestidos vermelhos, longos, brilhantes cristais. Tocar a face com mãos ávidas tocar teu corpo, teus seios, tuas pálpebras macias, por inteiro. Tempo de esperas e de encontros Tempo de dizer e de calar Tempo de querer. A noite com suas sombras e desafios envolve os corpos dos amantes na mais soturna melancolia. A solidão mais tênue. Colher violetas pelos caminhos. Estrelas no céu. Os galos prenunciam o crepúsculo Sonhos afloram.
________ * Prêmio: Prêmio de Poesia e de Desenho “Lília A. Pereira da Silva” - Troféu - (1999) – Prefeitura de Itapira – SP. * Prêmio: Concurso Nacional de Poesia e Prosa - Prêmio de Edição (1999) – Taba Cultural – Rio de Janeiro – RJ. * Prêmio: 4º Concurso Nacional de Poesias da POEBRAS/SSA – 2004 – Classificação: 5º Lugar – Casa do Poeta Brasileiro – Salvador - BA.
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FITAR
olho violeta pela câmera, único foco, olho tuas mãos, teu corpo purpúreas pupilas cintilantes
duplo espelho olho d’águas claras transfigurações e desejos
manhã astral cristais da noite. Contrastes e anelos catedrais com suas torres uniformes templo do corpo da forma e do sexo
Violetas na boca no corpo a cor do metal tempo tempo manhãs e tardes nome nome flores olho do tempo. Câmera só.
________ * Prêmio: Prêmio de Poesia e de Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Troféu - (1999) – Prefeitura de Itapira - SP. * Concurso Nacional de Poesia e Prosa (1999) - Prêmio de edição - Taba Cultural – Rio de Janeiro – RJ. * Concurso Literário “Anuário de Escritores 2000” (1999) – Prêmio de Edição – Casa do Novo Autor Editora – São Paulo – SP.
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A maçã, o vermelho, a boca
mordidas na maçã o gosto da fruta o néctar e o sal A grande arte de dizer: palavras tão vermelhas
o vermelho: cintilações de um latente desejo O sorriso, o olhar, a chama: vela ardente.
A casa branca as folhas do outono e os pássaros azuis: pontes e rios.
A maçã, o teu jeito de dizer as coisas mais simples: encanto.
A boca, as bocas todas. A grande forma. Os dentes, brancos, o sorriso: talvez? A sombra, o falcão, as ervas. Árvores.
Maçãs e bocas, bocas no vermelho da maçã.
________ * Prêmio: I Prêmio Luís Gama – Concurso Pórtico de Poesia e Prosa (1999) – Salvador – Bahia.
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tarde de verão cigarras, sons e cristais amarga solidão
_____ * Prêmio: II Prêmio Missões - Categoria Haicais e Poemas – Menção Honrosa Nacional (1999) – Igaçaba Produção Cultural – Roque Gonzales – RS.
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anjo
na grama molhada pés descalços entre abraços, teus braços longos cálices dourados tua cabeça em minhas mãos brilha sem parar corpo a corpo delírios na noite brancos lírios cintilam
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Espelhos
espelho, somente espelhos, nada mais. sua face? palavras e água barco negro cruzando o lago uma branca serpente, sombras e água escura Toda atenção! A vida é um milagre. (pausa) Sete dias eu esperei você. Somente ausência. sua voz? o silêncio, enquanto estrelas se abrem entre flores vejo minha face no espelho.
ostras cintilam azul e vermelho, pequenas rosas. A cor da pérola.
borboletas brilham como cristais
A flor noturna a seiva e ervas daninhas.
palavras, peixes e lírios ______ * Prêmio FEUC de Literatura (1999) – Classificação: 4 º lugar - Campo Grande – RJ. * Prêmio: “Concurso Literário das Américas Escritor Silvio de Macedo” – Classificação : Menção Honrosa – Troféu - Sindicato dos Escritores do Estado de Alagoas - SINDEAL 2000 - Maceió - AL.
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borboletas amarelas
abro a janela e vejo passar diante de meus olhos uma borboleta amarela. Amarelas sombras janelas abertas do eu, janelas abertas do outro, janelas: e portas e pedras e flores.
borboleta amarela que passou ante minha janela deixou um rastro de luz brilho sem fim de um fluxo vazio.
Ah! essas borboletas todas todas as janelas abertas já não passam as borboletas amarelas.
______ * Prêmio: XVIII Festival de Poesia da ABIC – Associação Beneficiente Irmãos em Cristo (1999) – “Poema Classificado e declamado por Intérprete” - Santo André – SP. * Prêmio: Concurso Literário Escritores do Ano 2000 – Menção honrosa - 1999 – Grupo Ed. Hoje - Casca – RS. * Prêmio: Concurso de Poesias Univap - Universidade do Vale do Paraíba – 2003 – Poema classificado: Borboletas amarelas, Univap - Fundação Valeparaibana de Ensino - São José dos Campos - SP.
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Amor
o vento a lua de cristal canção com movimento e estrelas azuis manhãs tão claras a chuva molha teu corpo por teu amor e teu coração flores, carne e céu e nosso silêncio como sonho adormecido a vida é um mistério o outono: canções ao vento
______ * Prêmio: 3º Concurso Vargas Netto de Poesia (1999) – Poema Classificado para a Antologia – Departamento de Letras do Centro Cultural de São Borja – RS. * Prêmio: In: Poemas de amor. São José do Rio Preto: Rio-pretense, 2002. p. 100.
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essa angústia que me consome chama ardente.
O corpo, campo de lírios vermelhos desejos outros. O desejo.
essa angústia, âncoras ao mar habitação do eu. A casa e as águas. esse querer, essa espera, esse ficar assim tão só e tão triste. A solidão.
A angústia: um corpo sem nome Abstrata forma, pedra e lodo.
______ * Prêmio: Classificação no Primeiro Concurso de Poemas Casa do Poeta Santanense – Caposan (1999) – Sant`Ana do Livramento - RS. * Prêmio: II Concurso Nacional de Poesia - Menção Honrosa - Jornal Rabisco - (1999) - Rio de Janeiro - RJ.
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poesia
ah! esse mar que me envolve num abraço
______ * Prêmio: Primeiro Concurso de Poemas Casa do Poeta Santanense – Caposan – Classificação - (1999) – Sant`Ana do Livramento - RS. * Prêmio: I CONCURSO INTERNACIONAL DE POETRIX - 2000 - O Movimento Poetrix foi criado pelo poeta Goulart Gomes (Organizador do Concurso) - Salvador - BA.
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asas partidas
lua branca ponto de partida tosse e miopia
mil pássaros de asas partidas rumo ao zênite
e querer dormir em teu colo de pedras cálices e plumas mágicos brilhos revividos desejos
querer estar e dentro de um carrossel brincar de mocinho ah! as horas mais quentes, brandas emoções dos que sentem o vento no rosto
e sangue na terra e pálpebras fechadas e asas abertas partidas
______ * Prêmio: Concurso Nacional de Poesia e Prosa (1999) – Prêmio de Edição - Taba Cultural – Rio de Janeiro – RJ.
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orquídeas
brancas formas aveludadas texturas teu corpo: pérolas róseas tuas mãos: dois cálices abertos sonho: devaneio total.
Estrelas cintilam noite mais fria, cogumelos e olvidada alegria que ficou presa numa retina transparente.
Orquídeas brancas, abertas, quase adormecidas no tempo célere que traz lembranças vagas.
______ * Prêmio: IV Concurso Internacional Literário da Primavera (1999) – Classificação: 4º Lugar. São Paulo – SP.
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quando o véu da noite se fecha mais sombrio, mais tênue e todos os flancos e pontes se convergem: noite sem rosas e só pedras A noite silenciosa; a que ficou marcada no grande livro do sonho: O sonho. quando for só riscos e lâminas, o corte profundo, as veias e mãos, quando no horizonte despontar o grande sinal, todos os movimentos mais claros, corpos e atmosferas por mais sombria que for a noite, por mais triste os campos sem flores e se depois da dor, ainda não restar a esperança do sol, se por detrás do muro não se levantar a rosa, então fica claro: a noite se fechou para sempre. Onde a luz?
Sonhos outros. Outros desejos. O desejo.
______ * Prêmio: IV Concurso Internacional Literário da Primavera (1999) – Classificação: 4º Lugar. São Paulo – SP. * Prêmio: “Concurso Literário das Américas Escritor Silvio de Macedo” – Classificação: 2º Lugar - Estatueta. Sindicato dos Escritores do Estado de Alagoas – SINDEAL – 2000 – Maceió – AL.
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êxtase
clara visão doce nostalgia viver: doce, doce peripécia rebeldia
______ * Prêmio: Concurso Literário Poemas no ônibus - 1999 - (Divulgação do poema na imprensa e nos ônibus) - Prefeitura de Santo Ângelo – Santo Ângelo – RS.
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sombra
o espírito do sonhador pairando sobre as águas
caos e deserto árido quinhão de sorte e permanência cristais, flores e conchas o âmbar e o amarelo tecidos e fibras e nervos à flor da terra a dor mais funda cortante e muda
______ * Prêmio: Concurso Literário Poemas no ônibus - 1999 - (Divulgação do poema na imprensa e nos ônibus) - Prefeitura de Santo Ângelo – Santo Ângelo – RS.
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Sempre
a primeira vez que peguei a lua em minhas mãos ela cintilava, numa alvura como quem mira estrelas e se ilumina todo. A primeira vez que fiquei absorto numa contemplação total: lua redonda, a grande lua em minhas mãos. O único momento.
Hoje: sombra azul, tempo abstrato? A imagem toda: todos os sonhos e cantigas e desejos e pedras.
A lua além da janela Os olhos As mãos para tocarem suavemente a face: cabeças e mãos.
O brilho: a branca forma, desejos e segredos guardados. A imagem que ficou: lua, lua. A grande lua.
______ * Prêmio: X Exposição de Artes Poeta Nilo Torres e III Concurso Literário Nacional Poeta Radialista Nilo Torres (1999) – Classificação: Menção Honrosa - Periódico Torre da Pedra – Porto Alegre – RS. * Prêmio: Concurso Letras do Brasil IV – Classificação: Prêmio de Edição 2001 – Taba Cultural editora – Rio de Janeiro RJ.
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amargo
final de tarde. As cigarras estremecem minha solidão.
_______ * Prêmio: 3º Prêmio Missões (2000). Classificação do Haicai: 3º Lugar Nacional - Igaçaba Produção Cultural - Roque Gonzales – RS.
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poesia-desejo
onde o oásis? Sigo em frente deserto só deserto areia: as areias o branco reveste meu corpo a desértica invenção de um espaço duplas buscas: a poesia e a sede fogo que devora. aridez total. claros signos e olhares atentos. O olhar: viagem e vertigem, esperança ainda. a brancura do deserto camelos e rastros: buscas e fugas.
Na celebração do desejo: no cântico das palavras: a palavra saltita no branco da página. palavras-desertos oásis? só águas
______ * Prêmio: VI Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: Vencedores Estaduais de Poesia : 1º Lugar - Troféu - (2000) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP. * Prêmio: 3º Prêmio Missões (2000). Poema classificado - Igaçaba Produção Cultural Roque Gonzales – RS.
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os paralelepípedos da calçada com suas formas, quadriláteros desejos: pedras e metais sonoras ondas, no ar bolhas de sabão. Raios de luz. O muro todo desenhado. Já não é o bastante esse querer. Poente? Lua-lua. O beijo não dado. Melancolia das horas todas. O sinal e o blecaute. Trinta e duas dores, só tristeza. Múltiplas facetas do eu. A longa fila na calçada. O sino da igreja, sete cores, sete sombras, disfarces todos. Máscaras brancas na face do anjo Memória e siso. Caminho devagar. O perfume forte da amendoeira me faz lembrar tempo só tempo. Metamorfose dupla faceta: lua-lua
______ * Prêmio: VI Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: Vencedores Estaduais de Poesia : 1º Lugar - Troféu - (2000) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP.
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a voz das águas
longo rio com seus caminhos de pedras e mistérios. As águas deslizam suavemente, depois o turbilhão. O grande rio: só nome e peixes. Líquidos e aéreos fluem os vapores. O grande rio. Só rio sem mais.
O rio com suas águas. Cantatas e múltiplas formas. Sinuosas, todas as vias.
A voz das águas entoam sonoras melodias que encantam. O canto O rio As quedas d`águas
Pássaros sobrevoam os espaços: círculos e plumas.
O arco-íris enfeita a paisagem: câmeras e luzes. Prismas e caleidoscópios, borboletas no ar. O ar.
Brilham as águas. Toda a água do rio e os peixes.
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A voz das águas, as águas do rio, o rio de todos
O grande rio
______ * Prêmio: VI Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: Vencedores Estaduais de Poesia : 1º Lugar - Troféu - (2000) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP.
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O homem olhando a Medusa
no livro dos segredos guardo as memórias O grande sol: abertos lírios e girassóis tão vivos: a memória
no livro dos desejos envolvo pétalas e pedras em folhas amareladas pelo tempo O passado, mais que rosas, mais que simples mistérios. O rio? Água clara – noite e sombras Os bosques e o homem sentado na barca já gasta, tempo célere!
no grande livro: as memórias, imagens de outros sonhos, outras horas. A grande fuga.
Rasgo tuas cartas já amareladas, já tão gastas, a flor seca?
no livro, na barca, na fantasia: A lua brilha alta e eu aqui, abstração das horas mais lentas. Final de tarde só solidão.
A barca, o rio, as páginas do grande livro
O livro todo ______ * Prêmio: 3º Concurso Literário “A Palavra do Século XXI” (2000). Classificação: 1º Lugar Associação Artística e Literária “A Palavra do Século XXI” - Cruz Alta - RS.
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no reino das palavras: as coisas com seus nomes. Hamlet adormecido. A correnteza das horas: as palavras todas Todos os murmúrios. O grande desejo: o silêncio dos outros no jogo incerto. O jogo: abstração das horas. O tempo: célere jornada, a ponte, o rio e as folhas – verde e azul, um mar de palavras. A grande arte de dizer, de calar, de ouvir o sino, a bigorna, a alarido todo.
no reino das palavras Palavras todas.
Palavras.
______ * Prêmio: 3º Concurso Literário “A Palavra do Século XXI” (2000). Classificação: Destaque Especial – Associação Artística e Literária “A Palavra do Século XXI” - Cruz Alta - RS.
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Mosaicos
noite fria negritude para além da janela aberta uma onda de solidão chega de leve, calmamente avança. a força tênue e ondulante atinge o corpo, as pedras e pássaros negros na grande noite: sólida emboscada. A porta está totalmente fechada. Lá fora outra ilusão aqui só o momento: abstrações. noite das forças ocultas - estranhas emoções. o poeta contempla as estrelas - tão brilhantes, distantes, luminosas todas elas - diamantes cortam vidros - cristais sob meus pés. fragmentos, mosaicos e sangue. espelhos quebrados, reticentes desejos cogumelos brancos pisados olhar distante flor de cactos esferas
noite tão longa e lentas ondas noturnas - deserto só meu.
______ * Prêmio: 3º Concurso Literário “A Palavra do Século XXI” (2000). Classificação: Destaque Especial – Associação Artística e Literária “A Palavra do Século XXI” - Cruz Alta - RS.
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Manhãs
estar na morte antes que a manhã teça seu enigma estar assim meio a meio distraído em busca de um sol que preencha o vazio quase aurora quase poente estar na morte por inteiro meio a meio como quem sonha por presença estar por inteiro quase assim meio a meio na morte estar e só ficar.
______ *
Prêmio: VI Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: Vencedores Estaduais de Poesia : 1º Lugar - Troféu - (2001) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP.
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CORPO VIVO
Taças prateadas com o licor da longa vida Metáforas vazias de nada E os corpos em chama e chama viva Outro corpo oculto Claro enigma, na noite mais longa uma canção tão triste e funda profundamente ausente o outro corpo Corpo vivo e desafio num rio que cruza corpos num misto de mil vertentes A fonte, o barro, o corpo plástico na inquietude da vida Vencer conflitos e correntes: Brevidades! A vida: tão longa e curta E o licor da longa vida Se derramando das taças prateadas.
______ * Prêmio: VIII Concurso Internacional Literário de Primavera (2001) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP * Prêmio: IV Concurso de Poesia Arte Brasileira. Ano: 2001 – Classificação: 8º lugar – Organização: CEPA - Departamento de Comunicação e Informação – Comissão julgadora: Alessandro Bucareim Machado, prof. titular de história Medieval da Unesp e Maria Carolina Caza Sobral, profa. titular de Literatura da Unesp – Patrocínio Paulista - SP.
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Volúpias
sentir o teu corpo beijar tua boca mais abaixo metade do pêssego polpa amarela como lírios brancos amarelos acetinados desejos e só assim embriagar de amores por ti
______ * Prêmio: Concurso Literário Amor e Paixão - O Erotismo na Literatura - Classificação: Prêmio de edição. Organizadores do Concurso: Litteris Editora Ltda.- Ano: 2000 - São Paulo – SP.
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Distante
tempo de sonhar noite sombria só a coruja com seu canto noturno encanta a noite tão longa. Melodia
______ *
Prêmio: I Concurso Grandes Nomes da Nova Literatura Brasileira - Maio de 2000 Classificação: Menção Honrosa. Organizadores do Concurso: Jornais José Bonifácio em Notícias e Cidade Tiradentes em Notícias – Phoenix Editora - São Paulo – SP.
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MONÓLOGO INTERIOR
O eu doeu em mim
______ * Prêmio: 7º Prêmio Cultura em Prosa e verso 2000 – Organizadores: Casa de Cultura de Piedade - Classificação: Menção Honrosa - Ano: 2000 - Piedade – SP.
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folhas secas
o caminho o pensamento luminosidades casa branca um sentimento que fica marcado: na mente a imagem da rosa sândalos perfumam a noite
______ * Prêmio: 7º Prêmio Cultura em Prosa e verso 2000 – Organizadores: Casa de Cultura de Piedade - Classificação: Menção Honrosa - Ano: 2000 - Piedade – SP. * Prêmio: I Concurso de Poesia da Cidade de São João de Meriti – 2003 – Prêmio Moysés Henrique dos Santos - Poema: Folhas Secas - Classificação: finalista e Prêmio de Edição, Grupo de Poetas de Meriti Fazendo Arte - São João de Meriti - RJ. * Prêmio: 6º Prêmio Missões 2003 - Categoria: Poema Nacional - Poema Classificado: folhas secas, Jornal Igaçaba - Roque Gonzales - RS.
59
horas
dedilhando a lira a vida passa célere, tempo? passado-presença
______ * Prêmio: 7º Prêmio Cultura em Prosa e verso 2000 – Organizadores: Casa de Cultura de Piedade - Classificação: Menção Honrosa - Ano: 2000 - Piedade – SP.
60
silêncio amor: chama ardente de repente
______ * Participação: I CONCURSO INTERNACIONAL DE POETRIX - 2000 - Goulart Gomes (Organizador do Concurso) - Salvador - BA.
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à luz das estrelas nossos corpos rolam na areia
______ * Participação: I CONCURSO INTERNACIONAL DE POETRIX - 2000 - Goulart Gomes (Organizador do Concurso) - Salvador - BA.
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no coração da noite
vagalumes? Só faróis. A noite com suas formas e sombras. O silêncio e o alarido. Vértices do eu. Paralelepípedos e sangue. O azul no vermelho. As horas lentas, fragmentadas As horas. Mistérios
sensações vazias
e sombras
emoções
e fogo
o vão e a fenda
Caminho só. Anjo noturno descalço pelas ruas e becos e pontes e praças noturnas paragens. Um bar mais adiante. vidros em meus pés. Piso nas folhas. Um rato assustado me olha. Nem noto. Grilos outros. Fantasias todas.
______ * Prêmio: II Concurso de Poesia - Prêmio Saturnino Paccitti - Associação de Escritores de Bragança Paulista - Poema classificado para a Antologia - Ano: 2000 - Bragança Paulista SP. * Prêmio: Concurso Literário Cidade de Conselheiro Lafaiete - Classificação: 5º lugar - Ano: 2000 - Conselheiro Lafaiete – MG. * Prêmio: IV Concurso Artístico e Literário Nacional e Internacional “A Palavra do Século XXI Classificação: Destaque especial - Ano: 2001 - Cruz Alta – RS.
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silêncio
canção da manhã água para beber e morrer rosas de cristais naufrágios outros que não os nossos: pontes
______ * Prêmio: VII Concurso Nacional de Poesia Arriete Vilela – 2000 – Classificação: 1º Lugar – Org. Ari Lins Pedrosa – Maceió – Alagoas.
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âncora
a tristeza é um grande campo de flores por onde eu passeio distraído sem medo da sombra.
pelos caminhos do tempo, xadrez vermelho como tulipas e pedras brancas, mosaicos e trilhos.
pelas formas incompletas pelos ciprestes tão altos pelo sol e pela lua e por teu corpo todo nu, pêlos e cálices e âncoras douradas
apalpo teu corpo, tua sombra projetada no espelho é impossível alcançá-la.
somente as palavras: estas sim é preciso entrelaçá-las umas às outras, todas elas.
âncoras: essa tristeza não tem jeito fere em cheio o peito do sonhador.
tuas mãos, teu corpo todo nu e eu em ti
______ * Prêmio: VII Concurso Nacional de Poesia Arriete Vilela – 2000 – Classificação: 1º Lugar – Org. Ari Lins Pedrosa – Maceió – Alagoas.
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canção tardia
confiei-te meus sonhos meus tédios e a ti ergui uma torre só de palavras.
Construí pouco a pouco a grande casa moradia dos sonhos todos em ti a púrpura brilha teus olhos, tuas mãos, teu ser:
templo todo branco
não mais a ilusão, não mais a solidão
flores lilases, lírios amarelos pedra, sombra e mar infinita presença: memória latente. verde-oliva ilusão
confiei-te meus sonhos: presença eterna-incerta, quase liberta
final de tarde.
______ * Prêmio: VII Concurso Nacional de Poesia Arriete Vilela – 2000 – Classificação: 1º Lugar – Org. Ari Lins Pedrosa – Maceió – Alagoas.
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HAI-KAIS
encontro casual borboletas vermelhas solidão sem fim
casas brancas areia pedras e caranguejos cristais cintilam tão noturna é a solidão Caracóis nas folhas verdes não tecem ilusões. a coruja canta de repente o silêncio noite sombria manhãs desertas o tempo passa célere flor de cerejeira
sorte tua sonhar com anjos pisando na lua tons do verde auroras só galos: manhãs geometrias todas a cor, o fogo palha de trigos: araras azuis em festa pássaros azuis salgueiros até o chão cigarras-flor ______ * Prêmio: 27º Festival Poético - (SESC Cornélio Procópio) - 2011 – Prêmio Outras cidades. SESC - Rotary Club - Lions Clube - Prefeitura do Município de Cornélio Procópio – PR – ALACCOP -UTFPR.
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Encantamento
Eu faço versos pra não morrer E nas páginas em branco (A vida com seus contrastes: o alento e desengano) Mas no canto das cotovias e dos sabiás Nas laranjeiras em flores, nas vidas e nos amores Eu faço versos para viver Meu canto é triste, volúpias à beira mar Há sombras esparsas de amanhãs sem girassóis Há flores secas pelo ar Angústias e desencantos Mas pra que chorar a mágoa do não viver? Eu faço versos, inverso o tempo pra não morrer
______ * Prêmio: I Festival de Poesia: SEERJ 1999/2000. Rio de Janeiro: Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro, 2000.
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CONSTRUÇÃO
se um poema é feito com palavras doces amargas irreverentes são todas - força abstrata: uma casa, argamassa, tijolos e flores jardins e pássaros de longos bicos e uma centopéia gigante floresce calmamente por detrás das folhagens. o arquiteto e o poeta cada qual em seu ofício escrever: dura arte - ofício do viver - construir um poema com segmentadas palavras incolores - ceder um pouco mais - a tarde é quente e arde os olhos do arquiteto que olha para a branca casa construída íngreme ofício de construir a pedra e cal, engenho humano - pra habitar e sentir que as coisas passam, o inanimado objeto de palavras e concreto um poema uma casa lembranças de um tempo retratado
______ * Concurso Nacional de Poesia “O Mundo do Trabalho”. Menção Honrosa. Ano: 2001. Promoção: UNITRABALHO – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de Letras Vernáculas – UEPG, Departamento de Serviço Social – UEPG e da ABRAPES – Associação Brasileira de Poetas e Escritores. Ponta Grossa – PR.
69
Centauros. Adormecer na noite. A grande noite só flor e vertigem. Estar. No ar, na pedra, nos lírios, no vidro, metal, ferro. Estar na sombra com asas voláteis, paragens além do sonho Delírios e desejos. Estar na concha, no âmbar, no vértice e na rosa entreaberta. Pensar?
cogumelos na noite abrir o baú e ver os velhos sapatos e livros e traças. O pó, o ouro, a sarça de fogo – Amanhãs e Girassóis. Trilhos de aço. pés e mãos, bocas e mordaças. Cacos e cacos. O grito e o gato. Silêncios e portas: mistérios todos.
Camelos no deserto em frente ao jardim de pedras e ocres monumentos: o tempo asas e plumas e chumbo e fogo – O ouro? areias e sede. Oásis e sombras: águas. O deserto: palavras e palavras. O ar. O vermelho na palma da mão Na carne o corte; no olhar, solidão. Cinco círculos de fogo e navios e naves, aéreos pensamentos. Viagens na noite. O azul e o frio. Risco no céu. pontinhos de luzes e luzes O verde e o branco, atmosfera e pedras. A lua e o silêncio: desertos
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Só. eu a lua e você terra a terra A Terra.
Estrelas e Estrelas, constelações do eu.
Alfa do Centauro Iluminações. Ponto de luz. Centauro-luz Alfa e ômega
Os olhos dos camelos brilham. Areia e areias Os olhos Sete dias e oito noites – Azul – azuis serpentes aéreas, línguas em brasa, O fogo que queima a palha arde os pés na areia desertos-caminhos Caravana em frente O homem doente a dor, medo? delírios e febre Adormecer na noite.
* Prêmio: IV Concurso Artístico e Literário Nacional e Internacional “A Palavra do Século XXI Classificação: Destaque especial - Ano: 2001 - Cruz Alta – RS.
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campo dos mortos (ou a face mirrada) noite alta, lentas as horas com suas abstratas formas O sino e o silêncio. Pássaros dormem. Estrelas no céu, grilos em festa: alta madrugada. Os mortos. Triste pensar: só caramujos. Noite sempre. campo de flores: pés descalços, lentos movimentos. O vento, as pedras e ervas Brancas noites só lua O verde do cipreste. Melancolia só olhos. Marte: o vermelho, o sangue Bois e olhos O boi Tristeza do eu
* Prêmio: IV Concurso Artístico e Literário Nacional e Internacional “A Palavra do Século XXI Classificação: Destaque especial - Ano: 2001 - Cruz Alta – RS.
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tarde de setembro vento batendo no rosto melancolia em mim
______ * Prêmio: VII Concurso Internacional Literário de Outono (2001) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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chuva fina cadência das horas abstrata forma
______ * Prêmio: VII Concurso Internacional Literário de Outono (2001) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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grilos na noite lua vermelha no céu vigília sempre
______ * Prêmio: VII Concurso Internacional Literário de Outono (2001) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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distraídos morreremos só barcos só remos.
travessias na noite
______ * Prêmio: VII Concurso Internacional Literário de Outono (2001) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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AZUL
cinco pétalas azuis
cristais e estrelas. Flores nas janelas enfeitam a vida. O transeunte passa apressado. Nenhum segredo a desvendar. Noturna melodia. O silêncio e a espera: longa travessia, mais lúgubre é essa sensação de vertigem e mistério: o rio, um longo e sinuoso caminho de pedras e águas e sal. A noite. Cinco pétalas azuis, cristalinas, vertentes, azuis O AZUL gaivotas no ar o mar com sua longa sinfonia, inacabadas formas e maresia toda. No final da tarde: o ocaso
______ * Prêmio: II Concurso Grande Nomes da Nova Literatura Brasileira – 2001 – Classificação: Prêmio de Edição – Phoenix Editora e Jornais José Bonifácio em Notícias e Cidade Tiradentes em Notícias – São Paulo – SP. * Prêmio: I Prêmio FACI de Poesia - Ano: 2001 – Promoção Fundação Associação Cultural Itapetinguense - Itapetinga – BA * Prêmio: V Concurso Artístico e Literário Nacional e Internacional “A Palavra do Século XXI Classificação: Destaque literário - Ano: 2001 – Edição de Outubro - Cruz Alta – RS.
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a palavra: as pedras
a palavra soletrada a mais ardente desejada – As palavras todas.
as pedras e águas cristalinas, lisas e pontiagudas, as pedras todas, lodo e algas
Os peixes, as pedras e o silêncio da tarde
pássaros? Só canto.
a palavra mais sentida a que ficou escrita no muro do tempo: esperanças mais tênues. Abstrações das horas.
palavra-pedra
Latente desejo e palavras e pedras
as pedras-palavras
______ * Prêmio: Concurso Letras do Brasil IV – Classificação: Prêmio de Edição 2001 – Taba Cultural editora – Rio de Janeiro RJ.
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LUMINOSIDADE
O pensamento flui água corrente em pedra dura fura, estilhaça, ondas
luminosas as flores secas rosas e espumas o limite do sentido: clímax no azul paisagem grafites e desejos desertos
a areia brancas formas de buscas e encontros mosaicos estradas pontos cintilantes
na distância a linha invisível horizontes cortes e discretos sentimentos
o pensamento a linguagem a ponte: palavras um rio vertiginoso corta fundo tão real fosforescente
______ * Prêmio: Concurso Letras do Brasil IV – Classificação: Prêmio de Edição 2001 – Taba Cultural editora – Rio de Janeiro RJ.
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no baú das lembranças os ossos estão ali: intactos brancos lírios – rosas outras. fome, dor, miséria, tristeza sem fim. Agonias todas. pés descalços lama e cacos vermelhos: os olhos fitam.
______ * Prêmio: X Concurso Internacional Literário de Primavera (2002) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP
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manhãs tão claras pássaros gorjeiam, claridade. negra noite depois
______ * Prêmio: Concurso 2001 de Poesia e Prosa – Classificação: Prêmio de Edição 2001 – Taba Cultural editora – Rio de Janeiro RJ.
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campo minado
manhã de flores e riso. Amargo desejo de não poder tocar tua face. O espelho me domina. Fragmentos do eu. Essa liberdade, esse sentir. Onde o lago? Narciso sempre triste. A tristeza é funda, fenda, dor tão doida. Em bocas e bocas: o beijo. Vulto difuso? Vazios. O vazio. Estar quase, metade rio, mar? Viagens e procuras: a infância, o sonho, e os barcos, no verde e espumas, divago.
______ * Prêmio: VII Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: Vencedores Estaduais de Poesia : 1º Lugar - Troféu - (2001) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP. * Prêmio: X Concurso Internacional Literário de Primavera (2002) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
82
o vermelho
na barca negra navego em meu sonho solidão das horas infindáveis. trajetórias de luz e cor vértice e nácar, metal e fogo. Águas. Águas cristalinas na imaginação daquele que sonha um longo tempo esferas e cristais e nó na garganta. Quantas partidas feridas rosa-aberta pro mar. Fenda de laser nas rochas e nos grandes sinos. Essas horas tão longas. Barca negra, mar azul cristais na mão o vermelho a cor e o sonho. Essas nostalgias todas. Viagem infinita, circular Sol. Águas todas na barca negra navego: sonhos todos.
______ * Prêmio: VII Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: Vencedores Estaduais de Poesia : 1º Lugar - Troféu - (2001) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP.
83
COISAS DO CORAÇÃO
Insolúvel é teu amor! Ternura é teu calor! coisas do coração no canto do poeta na rua solidão no peito dor que explode tão imperfeito é o amor quando se ama e não se entrega o coração é pedra bruta e fere mais quando se quer e não se encontra a parte em outra parte e metade Insolúvel é teu amor! Coração que se prende à dor peito aberto e mãos que tocam a flor vermelha e sensação de que na vida o bem querer é se entregar e ser feliz Imperfeita é a solidão quando se quer e não se tem a flor nas mãos e na espera a dor no peito e solidão Insolúvel é teu amor! Ternura é teu calor!
______ * Prêmio * Prêmio Augusto dos Anjos 2009 - 23º Lugar, Acauã Produções Culturais Aparecida - PB
84
carta aberta palavras vermelhas na certa. pombo correio mensagens secretas.
(tanka)
______ * Prêmio: VIII Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: 2º Lugar - Troféu - (2002) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP. * Prêmio: V Concurso Artístico e Literário Nacional e Internacional “A Palavra do Século XXI Classificação: Destaque literário - Ano: 2001- Edição de Outubro - Cruz Alta – RS.
85
na poesia da vida
para todo o sempre, amém! Noite e neblina. A luz no morro. As horas fragmentadas. O relógio do tempo, das sombras todas, o fogo. Claridade? à luz plena de todas as coisas volto minha face aos espelhos. Estou atento. Olhos brilham. O cristal e o carbono.
______ * Prêmio: I Prêmio ARTEZ de Poesia - Ano: 2001 - Org. e Poeta: Marcelino Rodrigues de Pontes Cruz – São Paulo – SP. * Prêmio: V Concurso Artístico e Literário Nacional e Internacional “A Palavra do Século XXI Classificação: Destaque literário - Ano: 2001 – Edição de Outubro – Cruz Alta – RS.
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Ai Caronte sua barca negra na praia vasta imensidão do mar viagens a desvendar Ai Caronte sua barca negra solidão profunda à beira-mar: azul petróleo tão longa as horas tão negras as naus mas tua barca Ó Caronte vai sozinha além mar além
* Prêmio: I Prêmio FACI de Poesia - Ano: 2001 – Promoção Fundação Associação Cultural Itapetinguense - Itapetinga – BA
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aéreos
como se fossem flores teus olhos contemplam a paisagem mirar, sentir, querer como astros no firmamento rodopiar com um leve sopro de ventos que atingem os corpos. a uniformidade das coisas mais inalteradas a solução para problemas inatingíveis sorrisos com dentes brancos de uma cor única são os sonhos que florescem nas tardes quentes de tantos dias tão belos. a turquesa, o brilho, o salmão a túnica branca e os pés vermelhos desafiando areias do deserto: meu ser. como se fossem flores tua boca, teus seios, tuas mãos macias e tantos lírios amarelos e tantas faces e olhares: palavras como se fossem flores, como se fossem pedras e peixes. místicas contemplações. aéreos
* Prêmio: I Prêmio FACI de Poesia - Ano: 2001 – Promoção Fundação Associação Cultural Itapetinguense - Itapetinga – BA
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O eu e meu duplo esse que está além dos meus olhos esse que não figura nos mapas esse que me deixa estar só Não, sem metáforas; não, sem palavras O eu e meu duplo esse em quem eu lanço o olhar o que me deixa estar por estar esse que me diz palavras soltas na mais longa abstração
O poeta quase ausente distante em outros tempos outras miragens: viagens inusitadas
O eu e meu duplo com quem eu reconheço minha existência como quem quer o tudo e o nada duplicação do eu a dor em mim não mais que palavras só resta o outro.
* Prêmio: I Prêmio ARTEZ de Poesia - Ano: 2001 - Org. e Poeta: Marcelino Rodrigues de Pontes Cruz – São Paulo – SP.
89
BOCA
lábios rosados de um nácar brilhante e mudo palavras-sobre-palavras
à procura de outra forma amarras da vida
volúpias e estrelas no céu da boca antes e depois boca ardente pra morrer na palavra soletrada
círculo de fogo, pele molhada, cristal em chama.
bocas e boca
* Prêmio: I Prêmio ARTEZ de Poesia - Ano: 2001 - Org. e Poeta: Marcelino Rodrigues de Pontes Cruz – São Paulo – SP.
90
tangente
uma pétala de flor um grito, uma pedra, ecos e sombras. Triste figura erguida negras barcas e o tempo célere: arcos e arcos na multiplicidade das formas: o poente alvorada de pássaros negros no céu a lua laranja-pêssego. Tristeza funda. espaços-presenças. Ausência depois. Círculos dourados: pássaros de pedra asas-bicos, begônias e lírios, vôos perfume e flores e frutos e bocas. Noite.
______ * Prêmio: Concurso Literário Internacional Cidade de Conselheiro Lafaiete – 2001 – Classificação: 9º lugar – Diploma de Honra ao Mérito – Conselheiro Lafaiete – MG.
91
luz
círculos de fogo douradas borboletas circulam a cabeça do homem que tentou atingir as estrelas
______ * Prêmio: VIII Concurso Internacional Literário de Primavera (2001) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP
92
nostalgia
ficou aquele poema em minha alma como uma fotografia onde o tempo jamais irá apagá-lo.
______ * Prêmio: VIII Concurso Internacional Literário de Primavera (2001) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
93
Na noite sem estrelas
Estou só. Um mar imenso com suas ondas amargas a esfacelar-se contra os rochedos O vazio do tempo presente-passado a cor purpúrea das sombras Repito: estou só
pedras, flores e papoulas secas pelos caminhos. cristais pontiagudos ferem meus pés, mesmo assim caminho solitariamente
Estou na solidão: penso em você
ramos de oliveira teus olhos verdes tua pele, tua boca, desejos
querer tocar tua face. Impossível. Já não estás. Ilusão e melancolia.
Na noite sem estrelas mergulho em mim: duplos mistérios.
______ * Prêmio: IV Concurso de Poesia Arte Brasileira. Ano: 2001 – Classificação: 8º lugar – Organização: CEPA - Departamento de Comunicação e Informação – Comissão julgadora: Alessandro Bucareim Machado, prof. titular de história Medieval da Unesp e Maria Carolina Caza Sobral, profa. titular de Literatura da Unesp – Patrocínio Paulista - SP.
94
Você chegou tão de repente foi entrando, foi deixando a porta aberta sem dizer uma palavra foi presença tão marcante que atingiu meu coração
Meu coração Meu coração bateu forte a emoção Meu coração Meu coração explodindo de alegria todo dia, todo dia
Até que um dia você partiu, a porta, o silêncio e solidão pra nunca mais assim, pra nunca mais perto de mim somente a dor somente a dor da solidão
______ * Prêmio: IV Concurso de Poesia Arte Brasileira. Ano: 2001 – Classificação: 8º lugar – Organização: CEPA - Departamento de Comunicação e Informação – Comissão julgadora: Alessandro Bucareim Machado, prof. titular de história Medieval da Unesp e Maria Carolina Caza Sobral, profa. titular de Literatura da Unesp – Patrocínio Paulista - SP.
95
Marítimos
todos os dias plúmbeos com suas reticências vagas navegantes com suas barcas brancas sonham com peixes metálicos E navegam por mares azuis escarlates e as horas neutras passando em branco melancolicamente só O outro navegante olha a imensidão da vida e as flores brancas nas faces gélidas dos navegantes Que partem em busca de outros mares.
______ * Prêmio: IV Concurso de Poesia Arte Brasileira. Ano: 2001 – Classificação: 8º lugar – Organização: CEPA - Departamento de Comunicação e Informação – Comissão julgadora: Alessandro Bucareim Machado, prof. titular de história Medieval da Unesp e Maria Carolina Caza Sobral, profa. titular de Literatura da Unesp – Patrocínio Paulista - SP.
96
VERDE
verde-água paralelepípedos e flores manancial princípio e fim o néctar e prismas as vertentes o sol e o mar azul claro espaço e céu aberto qual bétulas verdes madeira branca seiva açúcar e álcool verde vida fonte e cristais.
______ * Prêmio: IV Concurso de Poesia Arte Brasileira. Ano: 2001 – Classificação: 8º lugar – Organização: CEPA - Departamento de Comunicação e Informação – Comissão julgadora: Alessandro Bucareim Machado, prof. titular de história Medieval da Unesp e Maria Carolina Caza Sobral, profa. titular de Literatura da Unesp – Patrocínio Paulista - SP.
97
Infância
flor de amendoeira na janela debruço-me sobre meus fantasmas
______ * Prêmio: 5º Prêmio Missões – 2002 – Categoria Haikai Nacional – Classificação: Menção Honrosa - Igaçaba Produções - Roque Gonzales - RS
98
no tabuleiro mágico as peças estão dispostas
Movimento uma a uma lentamente. Desfaço mundos. circunferências todas. essências
no ar: alada forma, pássaros negros nas árvores – o verde que ao fundo veste, o lúgubre das coisas mais tênues o fio de seda – no tempo: vértices – o brilho da lâmina – o sol – o sangue.
xeque-mate
tabuleiro vazio
______ * Prêmio: IX Concurso Internacional Literário de Outono (2002) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
99
Quando os pássaros caem do céu
Olhar para o ocaso e ficar triste O vento batendo forte no rosto essa angústia esse dilaceramento no peito Nuvens e nuvens só o azul contrastando ao fundo com o rosa-fogo Campos de trigo e soja ao longe Natureza em movimento As árvores dançam O verde e o azul – essa espera sem fim Algo falta, a dor demais
______ * Prêmio: VIII Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: 2º Lugar - Troféu - (2002) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP. * Prêmio: IX Concurso Internacional Literário de Outono (2002) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
100
cristais
cardumes de peixes passando água cristalina no reflexo da água estrelas cintilam águas e águas transparentes circulares flutuantes flores e folhas a folha os cristais sonhos desejos
______ * Prêmio: IX Concurso Internacional Literário de Outono (2002) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
101
alta madrugada passos apressados conversas soltas
______ * Prêmio: IX Concurso Internacional Literário de Outono (2002) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
102
travessia
na grande noite os homens sonham não sabem do amanhã cavernas em rústicas imagens desenhos: meu corpo é um caminho de pedra sobre pedras cristais e águas teus olhos pupilas ardentes em chama o coração pulsa. a noite é longa travessias sem fim no espelho Adormecer sem você em meus braços A luz, as árvores e os gatos que miam. Tenho saudade da infância Mamãe e papai morreram. Estou só. Essa é a noite das sombras que não passam. Ah! Se eu acreditasse nas palavras todas. Esses mistérios meigos como uma branca flor pisada. A face das estrelas. Rosto de imagem Verticais sentimentos atravessam a porta. Silêncio noturno Lua branca.
______ * Prêmio: VIII Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: 2º Lugar - Troféu - (2002) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP.
103
barco perdido
azul mar infinito cruzar além do imaginário embalados pela canção noturna onde o porto? onde a nau? onde o mar? agora
______ * Prêmio: III Concurso Nacional de Poesias do Clube dos Escritores - Classificação: “25 melhores poetas” - Promoção: Clube dos Escritores Piracicaba – Piracicaba – SP – Ano 2001
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Poliedro
cinza e horas a chuva no telhado e os gatos brancos e pretos. Xadrez e mãos – Pedra azul, mar e velas âncoras de fogo.
______ * Prêmio: IV Concurso Nacional de Poesias do Clube dos Escritores Piracicaba – Classificação: 1º Lugar – Categoria: Especial - Promoção: Clube dos Escritores Piracicaba – Piracicaba – SP – Ano 2002
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noite azul de formas e segredos guardo na memória a cor, o riso, as coisas mais simples A palavra dita e pensada o gume, o arco, as mãos. lúcida vertigem das horas mais tênues – o sopro, o sol que virá. Tempo-abstração Marcas e areia Vento? Flores na relva
Árvores azuis O negro
______ * Prêmio: 1º Prêmio ARTEZ de Literatura - Classificação: Menção Honrosa - Org. e Poeta: Marcelino Rodrigues de Pontes – São Paulo - SP.
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mágoa
sou todo labirinto mergulho perpendicular nas águas claras: absinto.
______ * Prêmio: X Concurso Internacional Literário de Primavera (2002) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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Renga de flores & frutos
Grilos saltitam nos trilhos do tempo amora fresca
trigo e terra menina olhando pássaros figos maduros
Espigas de trigo brilhando ao sol. Luzes. Ouro-fósforo
lírios do campo borboletas em festa estradas desertas
brancas flores nos jardins de Adônis libélulas no ar
folhas verdes cinco pétalas de rosas mãos abertas
______ * Prêmio: X Concurso Internacional Literário de Primavera (2002) – Classificação: 1º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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sorte-sorte pontes de cristais: circunferências todas um breve olhar, as horas passando ao largo – o perfume do jasmineiro brancos sonhos e longa espera: o tempo verdes campos e metais e fogo: abstrações sorte tão igual, momentos tangenciados pela luz-ósculo do desejo – clara visão – olhos atentos à natureza vento balançando folhas pássaros-linguagens música no ar Os tambores soando forte – danças e corpos girando. A doce canção nos lábios, palavras e sussurros nos ouvidos. Poesia das horas Tempo presente
______ * Prêmio: “Editora Cartaz de Contos, Crônicas e Poesias” – Ano 2003. – Classificação: poema classificado para a antologia – Apoio: Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura de Araruama - Araruama – RJ. * Prêmio: VIII Concurso Internacional de Poesias, Contos e Crônicas (2003) – Classificação: Destaque. ALPASXXI – Cruz Alta - RS * Prêmio: XI Concurso Internacional Literário de Outono (2003) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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tigres na noite olhos de fogo e dentes terra vermelha
pássaros azuis o verde a perder de vista abstrações do eu
lírios vermelhos pedras, musgos e caracóis nuvens brancas
HAI-KAIS
______ * Prêmio: XI Concurso Internacional Literário de Outono (2003) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP
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Pedra-cor
Os ponteiros do relógio girando: as horas todas e esse sentir, essa força abstrata vento forte agitando folhas e plumas Os pássaros em revoada: geometria e números dispersos no azul: o olhar Sombras da cabeça aos pés e pedras-gumes: chão vermelho Imensa onda em espiral: fractais dos sonhos dispersos pensamentos e palavras-flores Jardim e bichos e águas terra e terra e mares e ervas A cor, o azul profundo, o poente Pedras brancas. Resistência.
______ * Prêmio: XI Concurso Internacional Literário de Outono (2003) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP * Prêmio: VIII Concurso Internacional de Poesias, Contos e Crônicas (2003) – Classificação: Destaque. ALPASXXI – Cruz Alta - RS
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vento forte
passando ao largo. Movimentos ligeiros, os corpos dançam – ritmos todos – à luz da lua cheia – clareia em mim o azul e o verde, flores de cristais, ondas e espumas, gota e sal. Maresia das horas mais neutras. Espirais no ar. O tempo: carrossel todo branco O vento? Só serpentes e brisas nos ares. Brumas e sinos e nuvens cinzentas.
______ * Prêmio: XI Concurso Internacional Literário de Outono (2003) – Classificação: 3º Lugar. Edições AG – São Paulo – SP.
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Travessia
pelos rios chegam vagarosamente os grandes navios trazendo barquinhos coloridos: o sonho – poente aberto a vida – cortinado na sala de estar Medito olhando a lua pássaros de longos bicos e asas de um azul-petróleo flores pelo caminho: passos largos e esse desejo de chegar e partir Águas e pedras
______ * Prêmio: I Concurso Nacional de Poesia – Clube dos Escritores: Portal do Lince Azul - (2003) – Classificação: Menção Honrosa – Organizador do Concurso: Luiz de Souza – Dir. Cultural – Rio de Janeiro - RJ
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poesia em mim
horas e horas dedilhando a lira melancolia de um branco mudo poente-cinza das coisas fluindo dor que ao longe evoca: barco negro em mar revolto. O olhar? A abstração ferindo forte: poesia? Sempre.
______ * Prêmio: I Concurso Nacional de Poesia – Clube dos Escritores: Portal do Lince Azul - (2003) – Classificação: Menção Honrosa – Organizador do Concurso: Luiz de Souza – Dir. Cultural – Rio de Janeiro - RJ
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Marte
Os anjos nos céus e os homens na terra maquinando guerras
O vermelho no poente: círculos de fogo e aéreas visões – pássaros metálicos e o aço e o laser – pétalas no chão
Guerra e paz
Os guerreiros com as armas nas mãos o sangue na terra e no ar estilhaços
Tempo-tempo de dor, tristeza e olhos fechados Outro tempo: de alegria, de festas, de danças e músicas.
Paz na terra!
______ * Prêmio: 1º Prêmio ARTEZ de Literatura - Classificação: Menção Honrosa - Org. e Poeta: Marcelino Rodrigues de Pontes – São Paulo - SP.
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Vertentes
O rio em movimento quatro barcas coloridas deslizando lentamente Corpos e noite, estrelas ao longe na linha do horizonte, luzes de um âmbar-fogo.
Onde a direção das águas?
______ * Prêmio: 1º Prêmio ARTEZ de Literatura - Classificação: Menção Honrosa - Org. e Poeta: Marcelino Rodrigues de Pontes – São Paulo - SP.
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reluz
entre o côncavo e o convexo meus pensamentos dançam à luz do luar
________ * Prêmio: Concurso Literário Escritores do Ano 2000 – Menção honrosa - 1999 – Grupo Ed. Hoje -Casca – RS.
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brincos-de-princesa nas orelhas dos livros palavras soltas no papel vegetal carbono e diamantes entre as pedras: rio passando ao largo
______ * Prêmio: Concurso Poemas no Ônibus - SMC - 2003 - Prefeitura Municipal de Porto Alegre - RS Secretaria Municipal de Cultura - CARRIS – EPTC - ATP.
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noite-violeta
gosto de romã na boca: flores da noite círculos de cobre, a terra, o fogo, serpentes nas árvores secas; túnicas vermelhas da cabeça aos pés anéis flutuando na leveza das horas um sinal, um risco de prata ao longe: a noite com suas múltiplas formas, do azul ao escarlate, brancas ondas e néon – chuva fina. a poesia segurou minhas mãos e puxou-me para dentro: espirais de palavras e ternura matizada ecos e sombras e gatos. Sonho estelar amarelo-cinza das coisas mais brandas A paixão, o mundo e flores secas - limão e águas-cristais molhando o corpo. Reflexos dos templos de vidro – Triângulos, cores e pontes – fios de ouro – ligando redes Peixes-pássaros desenhados nos muros do tempo lembranças? Brancas flores longa noite – desejos mais tênues. Esperas Perfume no ar: violetas na boca
______ * Prêmio: 9º Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: 1º Lugar - Troféu - (2003) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP. * Prêmio: XII Concurso Internacional Literário de Primavera - 2003 - Classificação: 1º Lugar. Edições AG - Arnaldo Giraldo - São Paulo - SP.
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Renga de verde e azul
estrelas-do-mar água verde molhando o corpo rastros na areia
olhos azuis tulipas multicores nas mãos da menina
azul e verde terra, águas e plantas algas nos corpos
veleiros coloridos ondas em movimento olhos no verde
rede ao mar gaivotas nos barcos peixes saltitam
frutos do mar bocas, olhos e desejos carícias nas mãos
lágrimas nos olhos barcos distantes dos cais pontinhos azuis
______ * Prêmio: XII Concurso Internacional Literário de Primavera - 2003 - Classificação: 1º Lugar. Edições AG - Arnaldo Giraldo - São Paulo - SP.
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Revelação
O teu nome mantenho em segredo Taças de cristais, bocas e beijos: palavras soletradas docemente – noite de chuva e lembranças esparsas – silêncio e pausas e canções para alegrar o momento: a vida o verde-vinho das árvores imaginárias as notas que saltitam do piano a carta ainda fechada à espera das mãos o desejo, a porta aberta, a rua e néon
Teu rosto no outdoor imagens multifacetadas e noctívagos nos bares e cafés sonhos coloridos e tela azul
caminhos de pedras e plumas, o tempo e a grande espiral – chamas ardentes. Teu nome? Poesia
______ * Prêmio: 9º Prêmio Internacional de Poesia e Desenho “Lília A. Pereira da Silva” – Classificação: 1º Lugar - Troféu - (2003) – Prefeitura de Itapira - Itapira - SP.
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RENGA DA NOITE
pássaros negros olhos e olhos na noite silêncio seco
a coruja canta de repente o silêncio noite sombria
cirandas na noite a lua além da varanda lembranças
noite escura libélulas ao vento só lua.
perfume no ar borboletas circulam à luz do luar
noite de verão pelo sim, pelo não só tua mão.
______ * Prêmio: Festival Poético - Cornélio Procópio – 2003 - Poema classificados (Outras cidades): Prefeitura Mun. de Cornélio Procópio - SESC, Rotary Club e Lions Clube. Cornélio Procópio (PR)
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De liras
Escrevo versos e contemplo as palavras as mais tênues, as que flutuam nos ares, as que por mistério ou simpatia deslizam nas pedras e no branco do papel: a lira
notas soltas no ar: melodia e vozes encantam o dia e a noite – pianos e mãos Olhos atentos à paisagem. Circunscrevo nomes. O deserto, o vento, o sol. Camelos em linha indiana. Persistir na caminhada: horizontes mais além. A magia, a música e pássaros no azul – O tempo. O canto do pássaro no tempo Os olhos fechados. Silêncio e abstração. flores: as flores o sonho: os lírios Delírios só noite liras & liras Palavras todas.
______ * Prêmio: Concurso Literário 7º Prêmio Missões - Classificação: Menção Honrosa Nacional Casa da Cultura e Jornal Igaçaba - Roque Gonzales - RS
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Abstração
eu que escrevo às sombras das árvores ouvindo os tambores de guerra. eu que contemplo o sol, a lua e as formigas. Os homens eu vejo na luta cotidiana e nos momentos de drama Sonora melodia: músicas no ar pingos de chuva e borboletas Aéreas – as formas e espirais: cerúleos cristais e pedras e sombras abstratas pontes – ouro e azul – fontes
Campos de imagens plásticas O verde me protege.
* Prêmio: I Concurso Literário NAU - Categoria: Poesia - Classificação: 8º Lugar - Nau Informativo Cultural e Meireles Editorial - Harley Meireles (Org) – São Paulo – SP.
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Antonio Donizeti da Cruz é Professor Associado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Possui Pós-Doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008), no Programa de Pós-graduação em Letras, área de Estudos da Literatura, sob orientação do Prof. Dr. Gilberto Mendonça Teles, com o estudo intitulado Lília Aparecida Pereira da Silva: Poesia, Imaginário e Criação Artística. Doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Mestrado em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1993). Especialização em Literatura Brasileira e Linguística, pela Universidade Federal do Paraná. Possui graduação em Letras Português Inglês pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Palmas (1985). Ministra aulas de Literatura Universal e Literatura, artes plásticas e suas Transversalidades - na graduação em Letras - Campus de Cascavel e de Lírica e Sociedade, e Literatura Comparada no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras - Área de concentração em Linguagem e Sociedade, em nível de Mestrado e Doutorado na UNIOESTE, campus de Cascavel. Atualmente integra os Conselhos Editoriais das Revistas: LL Lengua y Literatura CUNY, The Graduate Center, New York; Línguas & Letras (Unioeste); Revista Trama (Cascavel); Anais da Jornada de Estudos Linguísticos e Literários; Literatura, História e Memória. Membro efetivo da ABRALIC, Membro efetivo do GT - Teoria do texto poético (ANPOLL) e Membro efetivo da IASA - International American Studies Association. Integra a equipe de Editores do LL journal LL Lengua y Literatura (CUNY - New York). Faz parte do Comitê Editorial da Revista Textopoético (GT- Teoria do Texto Poético - ANPOLL). É membro efetivo dos seguintes Grupos de Pesquisa cadastrados no CNPq: Literatura Brasileira: sociedade e mito - UNIOESTE (vice líder); Confluências da Ficção, História e Memória na Literatura UNIOESTE (pesquisador); Estudos de Poesia Brasileira Moderna e Contemporânea UFG (pesquisador); LER: Leitura, Ensino, Recepção UNB (pesquisador). Membro do Grupo Investigación de la Literatura Comparada (GILC), del Instituto de Investigaciones Literarias Gonzalo Picón Febres Facultad de Humanidades y Educación - Universidad de Los Andes (MéridaVenezuela). Sócio da ADUC - Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: linguagem, poesia, imaginário, modernidade, memória, cultura e sociedade. Consultor Ad-hoc CAPES. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708829A6
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https://antoniodonizetidacruz.academia.edu/research#papers https://unioeste.academia.edu/AntonioDonizetidaCruz http://degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=7128350062989930 https://www.facebook.com/antonio.d.dacruz https://twitter.com/DonizetidaCruz
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ÍNDICE
EPÍGRAFE 04 DEDICATÓRIA 05 AGRADECIMENTOS 06 O POETA PINTOU DE LAZÚLI, ESTRELAS DE SEUS VERSOS, VESTIDAS DE LIVRO - DRA LÍLIA APARECIDA PEREIRA DA SILVA 07 FOLHA EM BRANCO 10 REFLEXOS 11 CRISTAIS 12 Lâminas 13 ESTRELA VIVA 14 Tênue 15 estrela-do-mar 16 Catedrais 17 Clara 18 VERA 19 Becos Marginais 20 Visões Noturnas 21 os galos no terreiro de minha avó 22 esse jeito de ser sonhador 23 espirais 24 Lápis-lazúli 25 tear 26 esferas 28 Noite 29 FITAR 30 A maçã, o vermelho, a boca 31 tarde de verão 32 anjo 33 Espelhos 34 borboletas amarelas 35 Amor 36 essa angústia que me consome 37 poesia 38 asas partidas 39 orquídeas 40 quando o véu da noite se fecha 41 êxtase 42 sombra 43 Sempre 44 Amargo 45 poesia-desejo 46 os paralelepípedos da calçada com suas formas 47 a voz das águas 48 O homem olhando a Medusa 50 no reino das palavras: as coisas 51 Mosaicos 52
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Manhãs CORPO VIVO Volúpias Distante MONÓLOGO INTERIOR folhas secas horas silêncio à luz das estrelas no coração da noite silêncio âncora canção tardia HAI-KAIS Encantamento CONSTRUÇÃO Centauros. Adormecer na noite. campo dos mortos (ou a face mirrada) tarde de setembro chuva fina grilos na noite distraídos AZUL a palavra: as pedras LUMINOSIDADE no baú das lembranças manhãs tão claras campo minado o vermelho COISAS DO CORAÇÃO carta aberta na poesia da vida Ai Caronte Aéreos O eu e meu duplo BOCA tangente luz nostalgia Na noite sem estrelas Você chegou tão de repente Marítimos VERDE Infância no tabuleiro mágico Quando os pássaros caem do céu cristais alta madrugada travessia barco perdido
53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
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Poliedro noite azul de formas e segredos mágoa Renga de flores & frutos sorte-sorte tigres na noite (hai-kais) Pedra-cor vento forte Travessia poesia em mim Marte Vertentes reluz brincos-de-princesa noite-violeta Renga de verde e azul Revelação RENGA DA NOITE De liras Abstração ADC
104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124
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