Universidade Federal do Maranhão Curso de Comunicação Social - Jornalismo
Laboratório de Telejornalismo Professor Antônio Fabrício
Imperatriz - 2013
Radiojornalismo □ 120 h □ Disciplina regular laboratorial □ Aulas do dia 09 de setembro a janeiro de 2014 □ Segunda 1º ao 5º tempo □ Terça 3º ao 5º tempo
Ementa □ Práticas de planejamento, produção e emissão de noticiosos □ Entrevistas e reportagens para televisão □ Elaboração e execução de pautas, roteiros e textos de reportagens televisivas □ Locução e apresentação em TV □ Criação e execução de projetos editoriais.
Bibliografia Básica: -HOINEFF, Nelson. A nova televisão. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996. -PATERNOSTRO, Vera Íris. O texto na TV. São Paulo: Brasiliense, 1987. -PRADO, F. Ponto eletrônico: dicas para fazer telejornalismo com qualidade. São Paulo: Publisherdo Brasil, 1996. Complementar: -FILHO, Daniel. O circo eletrônico: fazendo TV no Brasil. São Paulo: Jorge Zahar Editor, 2003 -REY, Marcos. O roteirista profissional: televisão e cinema. São Pa ulo: Ática, 2003 -REZENDE, Sidney; KAPLAN, Sheila. Jornalismo eletrônico ao vivo. Petrópolis: Vozes, 1994 -SQUIRRA, Sebastião. Aprender telejornalismo: produção e técnica. São Paulo: Brasiliense, 1990.
Planejamento □ Aula 01- Introdução ao Telejornalismo □ Aula 02 - Glossário e Fundamentos do Telejornalismo □ Aula 03 - Seminário □ Aula 04 – Estrutura de redação e rotina produtiva 1 □ Aula 05 – Estrutura de redação e rotina produtiva 2 □ Aula 06 – O texto para a TV
Aula 01 □ Apresentação Dinâmica da disciplina (Fundamentação teórica e produção) Avaliações Produção Projetos
Introdução ao Telejornalismo □ “Os mídia eletrônicos, tendo a televisão como carro-chefe, educam 2/3 da população para o bem estar e o consumo, cabendo aos outros mídia, com a imprensa a frente, educar politicamente o terço restante, aquele segmento que chamo de ‘minorias de massa’ ”- Pignatari, Décio. “Ideologia dos meios de massa”, Folha de S. Paulo □ □ □ □
O surgimento da TV Broadcasting Jogos de Berlim Contexto sócio-político da TV no Brasil
Aprender telejornalismo Para Squirra a TV é: Cinema – Narrativas – Documentário Fotografia – Cinética – Imagem Teatro – Interpretação – Retórica Literatura – Narrativa – Estruturação textual
Documentรกrio โ ก O termo surgiu em 1926, em um artigo da New York Sun escrito por John Grierson, que analisava o filme Moana
Divisão do gênero □ Cinejornais Pathé-Journal em 1908 na França Expansão durante a II Guerra Mundial “Uma reportagem pode deturpar os acontecimento reais, e a narração desvirtuar o significado dos fatos mostrados na tela” “O documentário apresenta frequentemente uma estrutura de enredo: a ação pode ser fictícia, encenada e muitas vezes representada por atores profissionais” – Lawson, J.H.
Divisão do gênero □ Ideológicos
Usados nas décadas de 20 e 30 Revolução Socialista New Deal Totalitarismo (...)
“Todo produto cultural, toda ação política, toda indústria, todo filme tem uma história que é História” - Ferro, Marc
Divisão do gênero □
Propaganda II Guerra Mundial Nazismo Socialismo Documentário San Pietro
“O documentário encaminha a câmera-olho à guerra e à destruição, à pobreza e ao sofrimento, à tortura do corpo e a degradação do espírito” - Lawson, J.H.
Documentário cinematográfico “A justaposição de duas cenas distintas, interligandoas, não significa apenas a simples soma de duas cenas, e sim um ato de criação” - Eisenstein, S. “O filme é a arte de ver. Ainda que seu realismo seja, por vezes uma fuga da realismo, em última análise, é sempre revolucionário” - Balaz, B. “É melhor filmar tudo que é vivo e real do que idéias a respeito daquilo que poderia ou deveria ser real’ - Rice, R.
Glossário □ Ao vivo: Transmissão de um fato. A notícia na hora em que ela acontece. A transmissão pode ser feita dentro do estúdio ou no local do acontecimento. □ Arte: Ilustração visual computadorizada, utilizada para facilitar a compreensão do telespectador. Costuma-se usar em matérias que têm gráficos, tabelas e/ou números. □ Áudio: O som da reportagem. □ Áudio ambiente: Som gravado na hora e no local em que a reportagem é feita. O som ambiente, além de ilustrar a matéria, pode conter informações importantes. □ Audiotape: Termo técnico que indica a gravação de um texto do repórter via telefone. □ Background ou BG: Som do ambiente ou música de fundo que acompanha a fala do repórter (off). □ Bloco: Um telejornal é dividido em partes que chamamos de blocos. □ Boletim: Resumo do fato. É gravado pelo próprio repórter no local dos fatos. Dá origem ao stand-up. □ Break: intervalo comercial entre blocos
□ Briefing: resumo da informação. Termo técnico usado com frequência na reunião de pauta. □ Cabeça da matéria ou cabeça do vt: É o lide da matéria. Quem lê é sempre o apresentador que introduz o assunto da matéria feita pelo repórter. □ Chamada: Texto sobre os principais destaques do telejornal, transmitido dentro da programação normal da emissora. Tem como objetivo atrair o telespectador. □ Contraplano: Recurso usado na edição da matéria. Quando o entrevistado aparece calado, olhando para o repórter, ou o repórter aparece fazendo uma pergunta para o entrevistado. □ Deadline: Termo usado para definir o prazo final de qualquer procedimento. □ Decupagem: É quando o editor marca a minutagem das melhores cenas e sonoras feitas pela equipe de reportagem na rua. □ Deixa: Indicação para o Diretor de TV de onde ele deve cortar. □ Diretor de TV: Profissional que comanda toda a operação técnica enquanto o telejornal está no ar. □ Edição: Montagem de uma matéria unindo áudio e vídeo.
□ Entrevista: Diálogo entre o repórter e o personagem fonte da informação. □ Entrevista coletiva: Repórteres de vários veículos de comunicação participam da mesma entrevista. □ Escalada: São as manchetes do telejornal, sempre no início de cada edição. Serve para aprender a atenção do telespectador no início do jornal e informar quais serão as principais notícias daquela edição. □ Espelho: É o cronograma de como o telejornal irá se desenrolar. Prevê a entrada de matérias, notas, blocos, chamadas e encerramento do telejornal. □ Fade: É um escurecimento na tela. Fade in é o aparecimento, e fade out, o desaparecimento gradual da imagem na tela. □ Fechamento: Momento de fechar o espelho e montar o script do jornal □ Flash: Resumo da notícia gravada pelo repórter de rua. □ Frisar: Efeito de congelamento de uma imagem □ Fusão: Recurso de edição. Desaparecimento e aparecimento simultâneo da imagem, que chegam a ficar sobrepostas. Usada em matérias mais elaboradas.
□ GC: termo técnico que indica os créditos de uma matéria na lauda □ Inserção em crawl ou roll: Entrada de legendas no rodapé da tela, da direita para a esquerda (crawl), ou de baixo para cima (roll). □ Insert: Colocar imagem ou adio na matéria através de edição eletrônica. □ Lauda: Papel com marcações especiais, em que o jornalista escreve os textos. □ Lead: Invariavelmente está na abertura da matéria ou a cabeça da matéria lida pelo apresentador. □ Link: Termo técnico que indica entrada ao vivo do repórter, do local onde acontece a notícia. □ Locutor ou apresentador: Profissional que faz a apresentação das notícias no telejornal. □ Manchete: Frase de impacto com informação forte. □ Matéria: O mesmo que reportagem. É o que é publicado no veículo de comunicação. □ Matéria bruta: fita não editada. □ Nota ao vivo/pelada: Notícia lida pelo apresentador do telejornal, sem qualquer imagem de ilustração.
□ Nota pé: Nota ao vivo, lida ao final da matéria, com informações complementares. □ Nota coberta: Nota cuja a cabeça é lida pelo apresentador e o texto seguinte é coberto com imagens. Esta nota pode ser gravada ou ao vivo. □ Notícia: Acontecimento relevante para o público do telejornal ou qualquer veículo de comunicação. □ Off the records ou Off: Informação que o jornalista não pode divulgar. □ Passagem: Gravação feita pelo repórter no local do acontecimento, com informações a serem usadas no meio da matéria. É o momento em que o repórter aparece na matéria para destacar um aspecto da matéria. □ Plano: Angulação da câmera. Pode ser plano geral, médio, americano, primeiro plano ou primeiríssimo plano. □ Povo fala: Também chamado de fala-povo, é a entrevista feita com várias pessoas – uma de cada vez –, que repercutem determinado assunto. □ Retranca: Identificação da matéria. É o nome que a reportagem tem. É usado apenas internamente e destaca apenas duas palavras do VT (Ex: INFLAÇÃO/COMÉRCIO)
□ Relatório de Reportagem: texto do repórter. Nela ele prevê a cabeça da matéria, os offs, passagem, sonora. É um roteiro para o editor de texto montar a matéria. □ Script: O mesmo que lauda. □ Sobe som do VT: Marcação técnica na lauda. Indica ao sonoplasta o momento em que deve ser colocado determinado som. □ Som ambiente: O mesmo que áudio ambiente. □ Sonora: É a fala do entrevistado na matéria. □ Stand-up: Quando o repórter faz uma gravação no local do acontecimento para transmitir informações do fato. É usado quando a notícia que o repórter tem que dar é tão importante que, mesmo sem imagem, vale a pena. □ Teaser: Pequena chamada gravada pelo repórter com a manchete da notícia. Entra durante a escalada do jornal. É necessária em todas as matérias do Telejornal da Metodista
□ Texto em off, ou off: Texto gravado pelo repórter – normalmente após a gravação da matéria. É a narração da notícia, colocada durante a matéria. □ Time code: Relógio digital que conta o tempo de frames, usado para decupagem e edição de fitas. □ Travelling: Movimento de câmera para acompanhar um objeto em movimento. □ Videotape ou VT: Equipamento eletrônico que grava o sinal de áudio e vídeo gerado por uma câmera. □ Vinheta: É o que marca a abertura ou intervalo do teleojornal. Alguns eventos importantes também merecem vinheta.
Profa. Heidy Vargas - Universidade Metodista de São Paulo
Rotinas Produtivas e Estrutura de Redação □Reunião de Pauta □Newsmaking “ É impossível falar da rotina da Produção jornalística sem antes pensar na produção da notícia” “A notícia define um acontecimento e reconstitui significados sociais e formas de fazer coisas. Por outro lado, elas esboçam e reproduzem as estruturas institucionais” – TUCHMAN, Gaye
Newsmaking “O newsmaking leva em consideração critérios de noticiabilidade, valores-notícias, constrangimentos organizacionais, construção da audiência, rotinas de produção e se preocupa com o modelo produtivo responsável pela geração da notícia.”
-WOLF, Mauro
Conceitos a) Noticiabilidade: Critérios que escolhem, entre inúmeros fatos, uma quantidade limitada de notícias em referência ao tempo de duração e produção do telejornal. b) Sistematização: rotina de divisão das ações que envolvem a pauta, a reportagem e a edição. c) Valores-notícia: senso comum das redações. Qualquer jornalista sabe dizer o que é notícia e o que não é de acordo com o senso comum.
“As notícias e a forma como são veiculadas, ou deixam de ser, em cada meio, resultam de determinadas conjunturas pessoais, sociais, ideológicas, culturais e tecnológicas, que acabam reincidindo sobre o próprio sistema dos meios, tornando-se parte de um complexo processo.
DALTOÉ,Andrelise
Valores utilizados no processo de seleção de fatos □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □
Freqüência ou duração do fato Amplitude do evento A clareza A significância A consonância O inesperado A continuidade A composição A referência a nações de elite A referência a pessoas de elite A personalização A negatividade.
Os valores-notícia agrupam-se em cinco grandes categorias: □ Categorias substantivas; □ Categorias relativas ao produto □ Categorias relativas aos meios de informação □ Características relativas ao produto □ Categorias relativas à concorrência
As categorias substantivas dividem-se em: a) grau de importância: diz respeito ao grau hierárquico dos indivíduos envolvidos no fato. Dentro desta característica também leva-se em conta o impacto sobre a nação, interesse nacional, grau de significação e importância, proximidades geográficas, quantidade de pessoas envolvidas no fato e potencial evolução e conseqüências do acontecimento; b) interesse: depende da perspectiva que os jornalistas têm da audiência e dos seus interesses. Neste quesito observam-se as histórias de gente comum em situações insólitas ou de homens públicos no dia-a-dia de sua vida privada, histórias em que se verifica uma inversão de papéis, assuntos de interesse humano e fatos de feitos excepcionais e heróicos.
Categorias relativas ao produto dizem respeito à disponibilidade de materiais e características específicas do produto informativo a) brevidade: o relato deve ser adequado aos limites do noticiário, adequando-se ao meio de comunicação; b) atualidade: há uma relação mecânica e necessária entre a disponibilidade da informação por parte do meio de comunicação de massa e a possibilidade de divulgá-la junto á audiência;
Categorias relativas ao produto c) atualidade interna: tem a ver, exclusivamente, com a organização da empresa jornalística; d) qualidade: o material disponível deve ter um mínimo de qualidade técnica, compatível com o veículo no qual será transmitido; e) equilíbrio: tem a ver apenas com a edição a ser apresentada
Texto na TV “Se a imagem mostra, só a palavra esclarece... Uma imagem vale mais associada a uma boa palavra” - Armando Nogueira Um bom texto deve ter: •Palavras bem escolhidas •Frases bem estruturadas •Ritmo e Emoção •Estrutura simples e sem rebuscamento •Harmonia •Nuances e Clareza
Texto na TV □ Informação visual: A TV mostra e o telespectador vê: ele se informa, recebe a notícia e amplia o seu conhecimento. □ Imediatismo: Pequenas emissoras já possuem unidades móveis de jornalismo para reportagens “ao vivo” que são instaladas com velocidade e rapidez. Os satélites mostram fatos do outro lado do mundo. □ Alcance: Há que se considerar como será tratada a notícia, já que ela pode ser “vista” e “ouvida” de várias maneiras diferentes. Ela atinge a todos, não distinguindo classe econômica ou social.
Texto na TV □ Instantaneidade: A mensagem é instantânea, momentânea. Ela é captada de uma só vez, no exato momento em que é emitida, ao contrário do jornal impresso ou revista, que lhe permite “voltar atrás e ver novamente”. □ Envolvimento: A TV exerce um fascínio sobre o telespectador; consegue transportá-lo para “dentro” de suas histórias. □ Superficialidade: O custo das transmissões, compromissos comerciais, briga pela audiência, impedem o aprofundamento e a análise da notícia no telejornal diário. □ Índice de audiência: É a medição do interesse do telespectador, que orienta a programação e cria condições de sustentação comercial.
Texto na TV â–Ą 1. 2. 3. 4. 5.
Regras de ouro Claro Objetivo Sem rimas Frase direta Evitar gĂrias, estrangeirismo e uso de siglas sem explicar
Texto na TV Evite: Porém Ao invés Está localizada Troque por: Mas Em vez Fica na
Texto na TV Excesso de palavras terminadas em “ão”, como no exemplo: - A seleção já está na concentração em preparação, para o jogo contra o Japão. Veja se não soa melhor: - A seleção já está concentrada e se prepara para o jogo contra o Japão. Cuidado com os cacófatos! Ex.: O time carioca ganha a partida; O boom da propaganda mundial; Um sueco corajoso venceu.
Texto na TV Redundância: - A gasolina americana já está mais barata; Os preços caíram por causa da queda do preço do petróleo. Não me diga! Reescrevendo: - A gasolina americana já está mais barata. É resultado da queda do preço do petróleo.
Texto na TV As redundâncias e certas palavras mal empregadas quebram o ritmo do texto que é fundamental na TV. Frases curtas dão um ritmo, que por sua vez favorece a concentração de quem está assistindo a TV. Uma só frase com seis linhas de leitura é considerada longa. Longa para leitura do locutor e longa para os ouvidos do telespectador.
Texto na TV Pontuação: Uma pontuação bem colocada indicará as pausas e o tom que o texto deve ser lido. Por melhor que ele seja, o locutor também precisa respirar. Frases intercaladas entre vírgulas podem ser usadas em jornais e revistas, mas não em televisão. Exemplo (a não ser seguido): João, quando ia a padaria, foi assaltado.
Texto na TV Lembre-se que estamos escrevendo para outra pessoa entender. Não estamos escrevendo para nós. Duvide. Corrija. Releia em voz alta. Peça para alguém ler seu texto, ou leia em voz alta para terceiros. É mais uma opinião.