Meus Poemas.

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QUEM DEU CRÉDITO? Quem deu crédito à nossa pregação? A quem o Teu braço se manifestou, Aquele que abriu seu pobre coração, Um hino novo de vitória cantou. Perante Ele foi subindo como renovo, A beleza e formosura de si se escapou; Era o início dum caminho novo, Que Jesus Cristo, assim tomou. Indigno entre os homens, em trabalhos experimentado, Não fizemos caso d’Ele, com rosto escondidos, Mas Ele não se importou de ser assim humilhado, Para resgatar homens que estavam perdidos. Ele tomou sobre si, as nossas dores e enfermidades, Ainda que rejeitado, ferido de Deus e oprimido, Ele tomou sobre si todas as nossas iniquidades, E pelas nossas transgressões foi O Senhor ferido. Todos nós como ovelhas, andávamos desgarrados, Cada um se desviava pelo seu próprio caminho, Mas Deus fez cair sobre Ele, todos os nossos pecados, Jesus aceitou com muito amor e eterno carinho. Por: António Jesus Batalha.


NAS PROVAS. Nas provas ou em cativeiro, Sofrendo a miséria, sem dinheiro, Senhor, guarda a minha fé em ti, Senhor, concede-me a Tua coragem. Porém se com honra for coroado, Possa ser com humilde coração achado, Para que ainda abundem as Tuas bênçãos, Senhor, dá-me a Tua mansidão. Como José eu possa perdoar, Estando em Cristo escondido para amar, Rendendo a minha vontade à Tua, Senhor, concede-me a Tua bondade. Por: António Jesus Batalha.


Não Quero Esquecer. Não quero jamais esquecer, O que Cristo fez por mim, Está marcado no meu coração, Esse amor de Deus amor sem fim, Resgatou-me, jamais vou esquecer, Por mim, a morte ele encarou, Pagou um preço que não tem fim; Na cruz seu sangue derramou, Tudo o que Ele quis por mim oferecer, De graça recebi, jamais vou esquecer, Seu sofrimento foi um preço sem medida, Para me dar saúde em toda a minha vida, Seu precioso sangue na cruz derramado, Foi o remédio para apagar todo o meu pecado, Mas era preciso isto tudo acontecer, O meu melhor amigo, jamais vou esquecer, Jesus pagou o preço e tomou o meu lugar, Um preço que eu não posso descrever, E me deu o céu, sem ter nada a pagar, Ele mesmo afirmou está consumado, Foi tudo de graça, jamais vou esquecer, Também me livrou das garras do acusador, Lavou minha alma de todo o pecado, Fazendo-se o meu querido Salvador, Os dons que me deu, jamais vou esquecer, Não ficou na cruz, Jesus ressuscitou, Garantiu-me no céu uma vida a valer, Se eu lhe for fiel, vida eterna me dará, Duma vida de miséria Ele me libertou, Deu-me paz e luz, jamais vou esquecer, Ele me prometeu que me ressuscitará, Com Ele eu virei para na terra reinar Junto com todos os Santos, Para sempre culto a Deus celebrar, Vida de alegria, jamais vou esquecer. Por: António Jesus Batalha.


A MINHA ROSEIRA. A minha roseira tem rosas, Desfolhadas pelo vento, Seus beijos são como prosas, Que versejam com o tempo. A neve que sobre si vem, É firmeza na sua vida, Amor que sempre tem, Quando p’los ventos sacudida. As rosas da minha roseira, Desfolhadas pelo vento, São versos à minha maneira, Que versejam com o tempo. Por: António Jesus Batalha.


BOTÃO DE ROSA. O nascente que fluiu, Do meu botão de rosa, Vai crescendo, Como um rio, Ou uma árvore, Tão formosa, Cresce, Encanta, Por encanto, Flor santa, O nascente que fluiu, Do meu botão de rosa. Por:António Jesus Batalha.


A ALEGRIA. Quero para mim esta alegria, Como provar sabores numa festa, Quero para mim esta alegria. De ver nascer o sol a cada dia. Saindo fora de toda a melancolia, Duplicar a esperança que me resta. Quero fora toda a tristeza. Não esquecer por um minuto, Quero fora toda a incerteza. Não esquecer; mas ter a certeza, De dar graças; pelo pão na minha mesa, Ser sincero, real absoluto. Por:António Jesus Batalha.


UM SANTO ABRIGO. Podes encontrar,um Santo Abrigo, Feito de grande amor e de perdão, Onde podes esconder-te do perigo, Aquecer e animar teu coração. Podes encontrar um Santo Abrigo, Onde há repouso e muito amor, E ter Jesus Cristo como Amigo, E gozar para sempre do Seu favor. Podes encontrar um Santo Abrigo, Feito de grande paixão e ternura, Escuta agora o que eu te digo, Lá, o amor e a paz sempre dura. Podes encontrar um Santo Abrigo, Repleto de verdade, graça e luz, Espero encontrar-me lá contigo, No Abrigo, que é o Senhor Jesus. Por: António Jesus Batalha.


PASSADO. Já fez em Julho dois anos, Que agora , então já era, Mudei de sítio outra terra, Por me criar alguns danos. Mudei terra mudei vida, Entre tão grandes mudanças, Não vi dor na despedida, Nem tristeza semelhança. Agora sei foi melhor, Que a mim mesmo o digo, Deixando atrás toda a dor, Que já tanto mal acendido. Já aquele tempo é passado, Sigo no caminho com prazer, No Grande Pastor abrigado. Rejeito em mim mais enganos, Com grande obra para fazer, Nadarei em outros oceanos. Por: António Jesus Batalha.


PAZ. Tenho paz,não faço guerra, Pra ser zeloso cada dia me faço, Subir bem alto acima da terra, Dar a todos um grande abraço. Aquela prisão que a tantos encerra, Não me pode prender, no seu forte laço, Não mata o amor e me desferra, Livre estou de todo o embaraço. Vejo bem claro, com a boca grito, Se a dor aperta, ou fico aflito, Se há fortes ventos, peço socorro. Levanto a voz, Ele vem me ajudar, Certeza eu tenho que não morro, Vida bendita no céu pra gozar. Por: António Jesus Batalha.


SEM TI. Sem Ti é deserto meu caminho, Jardim desprezado sem uma rosa, Sem Ti noite triste silenciosa, A Tua presença se torna canção, Dentro do meu ser, rir à gargalhada, Como sol nascente na madrugada, Repletas de amor meu pobre coração. Preciso de ti, estendo meus braços, Na vida preenches todos meus passos, Sol que branqueia roupa estendida. Meus olhos desejam um dia te ver, O alvo certo de todo o meu ser, És Tu a razão de toda a minha vida. Por: António Jesus Batalha.


LIBERTAÇÃO. Conhecedor do Amor e da Justiça, Escuta outra vez a minha prece, O grito do meu coração que aparece, Dentro da minha alma a ti submissa. O que dorme tranquilo e sereno, Ás sombras de cedros, seculares, Como o levita que sobe aos altares, Impasse da luz e do fragor terreno. Acorda-o e que o sol alto e pleno, Afugente as larvas das veredas tumulares, Que surja e saia de dentro desses mares, Encontre mundo novo que aparece com um aceno. E em Ti está o governo das nações, Busquem a liberdade entre clarões, O que por Ti sofre, e não se abate. Sonhador que ergue a espada em combate, O guerreiro santo na areia movediça, Em Tua força que a vida medra e viça. Por: António Jesus Batalha.


O TEU DIVINO AMOR!

Dalém, ao nosso alcance. Indescritível seu valor, Tudo por nós deixas-te, Aqui vieste morrer, Para levar-nos, remidos, Livres de toda a dor, Contigo sempre viver. Por: António Jesus Batalha.


RESTAURAÇÃO. A verdade que foi arrancada, Do teu jardim que florescia, Beleza nele enaltecia, Os padrões da vida sagrada. Para que fosse restaurada, Dentro do jardim a beleza, A morte, dor e Realeza, Unidas na cruz levantada. Com sofrimento foi comprada, A verdade que arrancada, Desse jardim que nunca foi teu. Jesus Cristo foi levantado, Com Ele foste crucificado, Cravado na cruz o velho eu. Por: António Jesus Batalha.


AGOSTO. O luar de Agosto chegou, Como nuvem voando no ar, Ninguém nele pegou, E o trouxe volta, devagar. Aves que voam ao luar, Que saem breve, enlouquecem, Saem na sombra a esvoaçar, Cansadas, cheias adormecem. O raiar responde ao escuro, Trazendo à luz todo o segredo, Volta o movimento seguro, Respirar de alivio no arvoredo. Melodias ouvidas ao luar, Não terá ritmos perdidos, Escutando agora seu ecoar, Som que fica nos sentidos. Por: António Jesus Batalha.


SADO. Na margem do Sado passeio, como ave que no seu voo, com vento se embriaga, sobe e desce do céu, e num instante, o meu espírito se eleva, sem peso nem pesares. Como pena que sai da ave quando esvoaça. Paro e mudo de ver. Pensando na existência de cada ser. Na sua secreta vivência, como roupa debutada, que pouca gente nota. A forma escultural, do mundo, e nas Mãos da arte feita. Penso e tremo, sou grão de areia soprada, Pela Mão de Cristo moldada. E em obra prima feita. Por: António Jesus Batalha.


DO INVERNO. Do ventre do inverno saiu, A quem primavera chamamos, Mas apenas o que se viu, Foi o Inverno que deixamos. A senhora que envergonhada, Nรฃo quer deixar ficar mal, Continua a ser molhada, Querendo do inverno ser igual. Cai a chuva, com grande vento, O nosso clima estรก inquieto, Como que sofrendo tormento, Como que traz algo secreto. Por: Antรณnio Jesus Batalha.


PROBLEMAS. Há quem tenha problemas, Há quem os problemas atraem, Há vidas que parecem supremas, De quem os problemas não saem. Há problemas bem resolvidos, Outros nem pensados o serão, Há muitos problemas esquecidos, Com medo de perderem a razão. No principio parece pequeno, É quando deve ser resolvido, Se cresce muito foge terreno, Não há lugar para ser metido. Se o problema fica muito antigo, Vai ficar forte como o vento, Então pega nele teu inimigo, E faz tua vida grande tormento. Cada um tem que de entender, Como com o problema lidar, Se para ti é difícil de resolver, Também não o deves arquivar. Por: António Jesus Batalha.


ILUSÃO. Passei no vale um certo dia, Ainda na luz da madrugada, Vendo a árvore que crescia, Junto a outra bem encostada. Pensei então para comigo, Se não seria imaginação, Ao passar como quem sigo, A árvore estende-me a mão. O raiar do sol que aquecia, Trazendo à luz toda a beleza, Beleza que antes não via. Dormitei, mas ao acordar, Veio ao meu ser uma certeza, Que desejo tenho de cá voltar. Por: António Jesus Batalha.


REALIDADE. Eu me rendo a ti Jesus, Meu viver é sempre Teu, A Tua Palavra é a minha luz, O meu caminho para o céu. Enquanto eu aqui caminhar, Sempre vou encontrar tribulações, Levantam-se como ondas do mar, Sem eu compreender as razões. A Tua Palavra em minha vida, Se por mim, a cada dia vivida, Trás-me verdadeira salvação. E firmado nesta verdade, Torna-se para mim realidade, Se fizer dela minha confissão. Por: António Jesus Batalha.


DIGO. Tu ainda és o fogo que acendes em mim a verdadeira chama. E despertas a ave que magoada, deu queda da árvore de seu ninho. As palavras que nada trazem e que o vento arrasta, não se comparam à quietude da sombra e do sossego do ninho. Revoltei-me, e me detive, no conhecimento do Teu saber então foste Tu,que na Tua graça, me trouxeste de novo aos prados do Teu Caminho. Por: António Jesus Batalha.


A PALAVRA. A Palavra que para nós enviada, Palavra falada com boa voz, Palavra que ao céu elevada, Palavra que volta para nós. Palavra Palavra Palavra Palavra

firme em nós vincada, que corre como ribeiro, de Verdade assim falada, que satisfaz por inteiro.

Palavra mais linda que uma flor, Palavra mais forte que um tufão, Palavra, com Palavras de amor, Palavras que dão paz ao coração. Por: António Jesus Batalha.


JARDIM OLOROSO. O O O O

que que que que

vale vale vale vale

jardim oloroso, o mel doce e puro, encontro formoso, beleza no escuro.

O que vale monte que nuvem atinge, Da encosta deitando regatos e fonte, Ele que na altura até finge, Que dá vistas a grandes horizontes. O que vale rios e lagos mais brancos, A fronde no azul desde o sol a nascer, Nos lembram vestidos válidos flancos, Até que chegue a noite, o luar a romper. E tudo que existe na terra e no céu, Do odor da rosa, à fragrância da tília. Lembram desenho dos Dedos de Deus, Nada vale mais que o esplendor da família. Por: António Jesus Batalha.


EU TE AGRADO. Se pra mim não viesse poder De ti, e eu te amar, Decerto estava a sofrer, Sem nada me poder valer, O mal me vinha matar, Tua graça me é querida, Preenche todo o meu ser, Me dás amor sem medida, Tua graça completa minha vida, Que mais posso eu querer? Não sei como, mas te agrado, Quero ser assim submetido, A nada sou por Ti forçado, Viver vida com cuidado, Para que não caia perdido, Conhecer Tua liberdade, Ficar longe do perigo. Falar sempre Tua Verdade, Sei que é essa Tua vontade; Sofrendo ou não, eu Te sigo. Por:António Jesus Batalha.


AQUELE QUE ERA. Aquele que eu era, e que era eu, Foi sonho, e foi realidade, Que me vestiu a alma sem saudade, Passado que pra sempre desapareceu. Passando a noite escura, e ao vê-la, As vestes brancas, saídas da cruz, Na minh’alma brilhou mais que estrela, Como o raiar do dia, em plena luz. Desse mundo que era meu, não quero ter, Passado inútil, para sempre esquecer, Como torrentes, que não sabe o caminho. Veio o Teu grande amor em mim viver, Com tua vida não temerei morrer, Guardo agora eterno carinho. Por: António Jesus Batalha.


FOI POR MIM. O quanto por mim sofreste, Aqui enquanto vivias, Ganhaste e não perdeste, Vida eterna me deste, Valor que em mim vias. Cansado então estavas, Com toda a sujeição, A minha conta pagavas, Minha vida transformavas, Ganhavas meu coração. Por: António Jesus Batalha.


O MEU MELHOR AMIGO. Deus, Amigo querido, Eu te peço perdão, Por quem diz que é teu filho, Mas se tem esquecido, Das verdades da Tua Palavra, Que quer ser bom conselheiro, Mas vive apenas para a fama, E seu coração está no dinheiro, Mas, dorme bem em sua cama, Que por Ti seja ferido, Falo-o lembrar seu pecado, Para que volte arrependido, E seja assim transformado, Desse pobre tem compaixão, Deus Amigo querido, Eu te peço perdão. Por: António Jesus Batalha.


ADORAÇÃO. Quando penso em ti Senhor, Recordo o teu grande favor, Tudo o que fizeste por mim, Que na cruz deste tua vida, Pela minha alma perdida. Então rompo em adoração, Numa humilde canção, Para Ti meu Bom Redentor, Estou livre pra te adorar, Quero a cada dia cantar, Esta humilde canção. Minhas mãos levantarei, Para ti meu Senhor e Rei, Eis a minha adoração, Tudo o que tenho é teu, É esta a minha canção, Senhor da terra e do céu. Por: António Jesus Batalha.


A HORA ESTÁ PERTO. Oh esposa imaculada fica alerta, Fica esperando o Noivo e Senhor, Não durmas, mas fica desperta, Que tuas lâmpadas brilhem com amor. Se tua espera se torna penosa, É só mais um pouco esse sofrer, Olha para os céus, pois a Estrela Radiosa, Em nossas almas vai resplandecer. Meu Redentor, Rei e Senhor Amado, Faz com que tua esposa esteja atenta à Tua voz, Que a cada dia se aparte do pecado, E vá ao Teu encontro de um pulo veloz. A hora está perto, Irmãos em Cristo velemos! Muito em breve a trombeta soará, Juntos unidos, assim marchemos, Porque é certo Jesus Cristo voltará. Por: António Jesus Batalha.


O CAMINHO DO CALVÁRIO. Frente ao rei Jesus é acusado, De boca fechada, nada respondeu, Fica Pilatos maravilhado, Nada respondes?“quem manda sou eu”. Nenhum poder terias contra mim, Se de cima não te fosse dado, Mas foi mesmo para isso que eu vim, Dar a minha vida, ser crucificado. Pilatos queria a Cristo libertar, Aquela multidão, clamava de novo, Que a Jesus Cristo devia crucificar, E o Seu sangue, caia sobre o povo. Entrega Jesus, para que seja açoitado, Coroa de espinhos, Sua cabeça rasgada, Começa o caminho, Cristo carregado, De uma tosca cruz,pelos príncipes talhada. Era difícil o caminho, duro de suportar, Caminho longo de pedras, que ao calvário conduz, Agarraram a Simão, para o poder ajudar, Porque Ele não suportava, o peso da Sua cruz. Chegou ao cimo do monte muito desfalecido, Estende Suas mãos para que sejam cravadas, E entre os malfeitores Jesus Cristo é erguido, Suas mãos estendidas, mãos Santas e Sagradas. Um grande convite, Ele hoje te faz, Vinde a mim, todo o pecador; Vinde a mim e encontrareis paz, Eu serei, O Vosso Rei e Senhor. Por: António Jesus Batalha.


SEMEADOR. Brilha no ser a verdade como a aurora, Em cada vida haja esta consciência, A verdade com alegria e potência, Liberta da incerteza que o ser devora. Conhecerás então os belos dias, Livre de tormento e terrores! Mostrando a solução das tuas dores, Trazendo a teu coração belas alegrias. Então livre como um semeador, Sem ficar cansado percorre o espaço, Trazendo os seus molhos no regaço, Colheita de grande alegria e amor. Por : António Jesus Batalha.


O QUE SOU. Sou lume que arde Sem nada queimar. Sal que tempera Sem nunca salgar. Pedra esculpida, Lavrada e servida. Sou carta aberta Para que seja lida. Sou vaso talhado, Sou barro bruto, Por alguĂŠm trabalhado. Sou testemunha que fala Daquilo que conhece, Sou filho do Rei Que a Palavra enobrece, Sou quem espera, a vida o Porvir, Sou servo marcado para servir. Por: AntĂłnio Jesus Batalha.


DA ALMA. Nas Suas Mãos esta massa fria, O Oleiro moldou num só dia, O saber e querer me há dado, Bruto barro em Suas Mãos moldado. Vida emprestada dias formosos, Passando o tempo a beleza perece, Em peito rasgado amor fortalece, Sabendo que haverá mais puros gozos. Deus me conserve sempre a esperança, No meu peito rasgado a boa lembrança, Que Deus é Senhor de tudo erguido. Nesta vida arda fogo intenso, Como rio que corre pró mar imenso, Do meu Rei e Senhor, jamais esquecido. Por: António Jesus Batalha.


BENDITA VIDA. Bendita vida gloriosa e triunfante, Sacode o mal do encanto e sedução, Que meu render não seja vacilante, Como rio de água tranquilas, meu coração. Minha alegre luz da madrugada, Desce do céu pura e vibrante, Para quem deseja a vida imaculada, Faz de cada ser alegre e abundante. Antes do mundo És a Luz formosa, Que irradiou em todo o universo, Brilha hoje na alma duvidosa, No rio do teu grande amor submerso. Que os pés sagrados pelos montes, Suplicantes com fé com esperança, Encham de clamor os horizontes, Ponham noutros a tua boa confiança. Por: António Jesus Batalha.


MONTANHA. Agrestes montanhas, Mar revoltado, Deserto com manhas, O inimigo irado. No meio cercados, Com um medo atroz, NĂŁo ficam calados, Levantam sua voz. Por: AntĂłnio Jesus Batalha.


GRAÇA. Tenho em mim a Divina Graça, Uma luz quando anoitece, Do meu íntimo jorra um rio, Num constante desafio, Mui sereno pró mar quando desce. Vivia como quem passa, Nem tempo tinha de parar, Musgos nasciam dos meus passos, Cordas fortes eram meus braços, Quando os elevava para o ar. Quando seguia meu caminho, Ninguém via se passava, Alheio a tudo o que via, Numa triste melancolia, Que muito mal cantava. Por: António Jesus Batalha.


SENHOR. Dirige os meus passos Senhor, É tortuosa a via; Conserta as fibras deste ser, Que outrora enlanguecia. Os meus lábios e coração, Que almejam te adorar, Fá-los fruir o Teu saber, E sempre Teu amor gozar! Por: António Jesus Batalha.


ESPOSA. Como a esposa ao esposo, Como o governo ao seu país, Como a alegria no seu gozo, Como o tronco à raiz, És Tu Senhor para mim. Como a luz na noite escura, Como a fonte no jardim, Como a água na secura, Como o coro no festim, És Tu Senhor para mim. Como o remédio ao doente, Como na calma a variação, Como a fé ao que é crente, Como a chuva no verão, És Tu Senhor para mim. Como o rio que sempre corre, Como as floresta tropicais, Como o tempo que não morre, Como no campo os olivais, És Tu Senhor para mim. Como a mãe ao seu filhinho, Como o bater do coração, Como ave no seu ninho, Como o chegado irmão, És Tu Senhor para mim. Por: António Jesus Batalha.


SEMEEI PENSAMENTOS. Semeei pensamentos, Que não pode apanhar, Soprados pelo vento, Como a força do mar. Rios que sempre correm, Sem nada para impedir, Ecos que sempre morrem, Sem os podermos medir. Nascem sem serem semeados, Crescem com uma razão, Se continuam a ser regados, Fazem-nos perder a razão. Se a coisa se mostra feia, É melhor fazer paragem, Pra não ficar presos na teia, Nem prejudicar a imagem. Por: António Jesus Batalhas.


TUDO PERECE. Neste mundo tanta beleza, Tanta riqueza, não conhecemos, Tantos planos que nós fazemos, Tantos caminhos de incerteza. O que fazemos e desfazemos, É corrida que vai contra o tempo, Tudo perece vai como o vento, Agora há muito, logo não temos. Tudo perece murcha a beleza, Foge a riqueza, esfria o amor, Passa a morte, disfarça o horror, Passa a angustia e a incerteza. Qual na espessura,do lírio a cor, Sempre viçosa tão linda flor, A bela neve com sua brancura. Tudo pra sempre, nada voltará, Tudo que se eleva, ela cairá, Brilha a virtude, na vida pura. Por: António Jesus Batalha.


QUERO PARA MIM. Quero para mim força e coragem, Coragem que no peito se mete, Como o raio de sol numa paisagem, Com cálculos certos dos que agem, Ecos que na terra se repete. Dentro dessa luz a alma chora. Com o Brilho que se ilumina, Trás esperança numa aurora, Brilha na alma a luz divina. Quero viver com esta alegria, Longe de tristeza e melancolia Deixar brilhar em mim esta coragem, Raio de luz que em mim brilhou, Em meu coração se tornou, Numa eterna e linda paisagem. Por: António Jesus Batalha.


QUERIA SER POETA. Quem me dera poeta ser, Com trombeta proclamava, Para poder então escrever, Tudo o que de bem eu achava. Vejo o homem em decadência, Tenho vontade de gritar, Acaba com essa demência, Essa vida tens de largar. Dilacerado e triste coração, Tens alegria para ti afinal, Deus tem de ti compaixão, Quer dar-te a Paz Divinal. O tempo eu agora parava, Para mais tempo eu ter, Com trombeta proclamava, Quem me dera poeta ser. Por: António Jesus Batalha.


CATIVEIRO. Depois que me ausentei, Sem saber o tempo gastava, Pessoa triste me tornei, Nas árvores pendurei, Os instrumentos que tocava. De meus olhos foi arrancado, Perante um rio corrente, Sião foi tempo passado, Babilónia um mal presente, Como pode ser comparado? Canta prisioneiro alegremente, Canta refreia esse medo, Canta oh ceifeiro contente, Debaixo do todo arvoredo, Canta pois a dor menos sente. A menos que perca a razão, Seria isso causa idónea? Não abrandava a paixão, Se cantasse em Babilónia, As canções da minha Sião. Por: António Jesus Batalha.


TER FÉ. Ter fé, sentir Teu grande gozo, Que eleva ao céu, em vida constante, Respirar, e fruir de alegria anelante, No grande Amor do Todo Poderoso. Ver através dum raio luminoso, A pureza de uma paz radiante, Elevar em oração à Pátria distante, Contemplar as ruas, desejo ansioso. Crer na cruz sem imagem feita, Por mãos humanas, falar com Deus, Não há honra maior e mais perfeita. Ter fé no amor, que maravilha, Contemplar da terra o céu, Graça derramada, alma que brilha. Por: António Jesus Batalha.


DESPERTA-ME. Desperta-me de noite ao teu desejo, Com a força dos teus dedos Com que me vergas, No sono em que me deito Tu me guardas. Toma-me não pela força como que sendo, Barro em tuas mãos, E molda-me, Senhor, ao teu desejar. Nos teus ombros me leva docemente, A obra imperfeita Tu desfazes, Teus dedos a pedra Tu sentes, numa obra perfeita Tu fazes. Por: António Jesus Batalha.


CAMINHO. No caminho estreito que sigo, Não há cruzamento para o alvo, Em sonhos e guerra com inimigo, Deus me guarda, me mantém salvo. Sou caminhante bem descuidado, Dos perigos que caminho encerra, Num leve descuido fico atolado, Passa o inverno, vem primavera. Deus me liberta, não me queixo, Falta minha, e meu desleixo, É de confessar que sou culpado. Sigo caminho, há novo dia, Reina em mim a paz e harmonia, Sigo alegre, e muito animado. Por: António Jesus Batalha.


A MASCARA. A mascara que envolveu teu rosto, Ofuscando a realidade presente, Encobrindo a verdade que ausente, Escurecendo o lindo luar de Agosto. Aquilo que dizes ser ainda não és, Nem és aquilo que imaginas ser, No entanto és tu que ficas a perder, Se a mascara não cair aos teus pés. Com o rosto descoberto na verdade, Como imagem no espelho refletida, Mostram reflexos de uma nova vida. Que em ti habite essa ansiedade, De viver com o rosto em descoberto, Trilhando assim o caminho certo. Por: António Jesus Batalha.


ENSEJO. Como gostaria de encontrar palavras, com que pudesse expressar, o que por Ti eu sinto. Porque as minhas palavras, já se esgotaram há muito, Não sou de teus filhos o melhor, Eu Sei! Sei também o quanto Tu me amas, E o que valho para Ti. Aceita o clamor de meu coração, E a Verdade que está dentro de mim, A qual bem conheces, A minha vida te pertence, Faz o que Te agradar fazer, de minha vida. Sou para Ti, sem querer, sem poder e sem saber. Que o verdadeiro amor, cresça mais e mais no meu coração. Tu me conheces. Até, onde eu me não conheço. Te amo. Senhor meu Deus. Por: António Jesus Batalha.


NOVO DIA. Como um diluvio de luz ao despertar. Como um rio descendo a montanha, Desaparecendo o encanto de todo o luar, Até acabar a luz que o mundo banha. A bela flor que desabrocha da penha, Como que querendo o calor agarrar, Com receio que de novo não venha, E depois fique triste sozinha ao luar. A ave que empoleirada no silvado, Canta uma canção que ela bem sabe, Os visitantes que regressam ao prado, Gozam da luz, antes que ela acabe. A sombra que da montanha desceu, Vai apagando aquela doce alegria, Como um manto que se envolveu, Até que surja de novo a luz do dia. Por: António Jesus Batalha.


MÃOS SANTAS. Mãos furadas peito rasgado, Chagas abertas, marcas imprimidas, Que para salvar as almas perdidas, Assim quiseste, ser crucificado. Esse Teu grande amor revelado, Que no teu corpo as marcas são lidas, Livro que transformou as nossas vidas, Dum triste futuro então marcado. Na cruz mostras-te toda a piedade, Amolecendo aqui toda a dureza, Mostras-te ao mundo toda a verdade. O amor do Cordeiro que do céu vinha, Faz-me viver com toda a firmeza, Dando nova vida à alma minha. Por: António Jesus Batalha.


ANDORINHA. Vi uma andorinha voar, Para os lados do seu ninho, Vinha uma águia a piar, Que lhe barrou o caminho. A andorinha no caminho, Levava flor no seu bico, Que carregava pró ninho, Bom ramo de manjerico. Com aquela flor que vinha, E murchou pelo caminho, Deixei de ver a andorinha, Ou ela não chegou ao ninho. A águia que também caminha, Voando nas veredas do céu, Foi procurar a andorinha, E ao encontrá-la, a comeu. Por: António Jesus Batalha.


VEM PRIMAVERA. Passa por este lado primavera. Para encher o prado de flores, Enquanto sobe bem alto a era, Enlaçando-se nos troncos em amores. Canta o rouxinol suas melodias, Saltita o pardal voa a andorinha, Gozando o sol em seus lindos dias, Como que de remorsos que ela não vinha. Os dias quentes e longos começam então, Onde o sol brilha com mais intensidade, Dizendo-nos que muito breve chega o Verão. As noites quentes com mais claridade, Convidam a um passeio pelo fresco ao luar, Antes que chegue a hora, a hora de se deitar. Por: António Jesus Batalha.


LUZ. A luz que vem do teu Rosto, Trouxe à minha vida amargurada, Um novo raiar de sol-posto, Como a luz da madrugada. Sem Luz sou folha,e flor caída, Flôr morta sem beleza por fora, Traz o Teu raiar nessa aurora, Logo de manhã à minha vida. Contemplando apenas as alturas, Quando o raiar da minha tristeza, Sem mente aberta andei ás escuras. Trouxe ao meu ser grande alegria, Vejo no meu intimo tanta beleza, Porque a Luz Bendita me ilumina. Por:António Jesus Batalha.


PEÇO-TE. Fonte da vida, Excelso Senhor, Que teu rosto se vire para mim, E me transforma, como a Pedro, Enche-me com Teu santo amor. Que Teu grande amor sature meu coração, Afim de poder transbordar, E a alma sedenta saturar, Do Teu caudal de perdão. Por: António Jesus Batalha.


Hร LUGAR. Dentro da alma, Lugar Para o amor, Quando Cremos amar, A casa Deserta, Para habitar, Como a rosa, Que foi cortada, Pronta a murchar, O vento Que sopra, Sem lugar, Mas dentro, Da alma, Hรก lugar. Para morar. Por: Antรณnio Jesus Batalha.


ESTAS PALAVRAS. Nestas frases não se queixe, É terra que eu já lavrei, Atadas todas num feixe, Carga que eu transportei. A verdade é que importa, Sorriso que vem de dentro, Abrir ou fechada porta, Nem que seja por um momento. Deixa entrar a luz ausente, Do Rei Jesus que nasceu, Criar na tua alma nascente, Dum rio que não é teu. Na tua alma será acesa, Uma fogueira na noite escura, Terás também Sua Natureza, Alma limpa branca e pura. Terás em ti glória pura poesia, Rio que transborda cheio de Graça, Dentro de ti vindo de Deus. Far-te-á luz que ilumina, Aos perdidos da tua raça, Para ganhares os que não são teus. Por: António Jesus Batalha.


ATRÁS. Para trás ficam fantasmas do passado, Pedintes que jurei jamais amar, Braços levanto num ângulo traçado, Caminho plano para caminhar. Belas palavras em mim se cravaram, Era o amor e o sangue a gritar, Mãos Perenes caminho traçaram, Luz Divina em mim a raiar. Atrás fantasmas, não quero jamais, Tenho na minh’alma os grandes sinais, Paz e alegria, de Deus sou eleito. Fechou-se a noite na triste montanha, A luz derramada, em vida estranha, Abre janela, a luz no meu peito. Por: António Jesus Batalha.


PRIMAVERA. 21 de Março começa a Primavera, Pássaros cantam, árvores enverdecem, Flores lindas no campo aparecem, Trepa pelo muro a graciosa hera. Acalma o mar, na praia maior espera, Pouca água, os rios docemente descem, Os dias ficam maiores e mais aquecem, Parece que fica mais linda a atmosfera. Quem não gosta do futuro, não siga o passado, Para trás a noite, vem a luz no seu estado, Trazer para trazer à mente lindas lembranças. Não pode haver ganho se nada se perder, A maior riqueza que cada um pode ter, É ter dentro da alma puras mudanças. Por: António Jesus Batalha.


TRONCO CURVADO. Mar encantado, De multidão perdida, Tronco curvado, Maré esquecida, Barco sem rumo, Sem vida lá dentro, Passa o prumo, Foge do vento, Rebenta vulcão, Foge a maré, Pula coração, Fugindo a pé. Por: António Jesus Batalha.


A MINHA ROSA. Colhi um botão de rosa, Que estava numa roseira, Deus a colocou ali, Para que fosse minha companheira, Decerto que ouve um jardineiro, Quem plantou esta bela planta, Criou assim uma rosa santa, Que vive num belo canteiro, Neste mundo inteiro, Não há rosa mais viçosa, É a mais linda e formosa, Que até mais não pode ser, Eu ainda volto a dizer, Que lindo botão de rosa. Por:António Jesus Batalha.


SEM RUMO. Abriu Sua boca, À multidão falou, Surda, Sem rumo, Sem alvo, Enganada Com ilusões, Da vida Fechada, A morte Espera, Desespera A multidão surda, Sem rumo, Com rumo ao abismo, A multidão, Perdida, Da vida. Por: António Jesus Batalha.


UM HOMEM EM FUGA. Jonas um homem a quem Deus chamou, Chamou Jonas, mas ele não se importou, Foge de Deus, foge sem parar, Na sua fuga caminha pro mar, Dentro do barco Jonas entrou, No baixo porão se reclinou, Jonas dormia, sem querer saber, A grande tempestade que estava a fazer, Grande vendaval e o mar revoltado, Jonas dormia, dormia sossegado, Sortes lançaram em Jonas caiu, Jonas explica que de Deus fugiu, A Jonas ergueram, no mar o lançaram, Logo as ondas da mar se aquietaram, Um peixe gigante a Jonas tragou, No fundo do mar Jonas orou, Ele se arrepende e se humilhou, Deus fala ao peixe, na terra o lançou, Vai a Nínive, “fala a pregação”, Se não há arrependimento, há destruição, Nínive ouviu, o povo se arrependeu. Á sombra da aboboreira Jonas se assentou, Descansado à sombra sua alma alegrou, Um bicho com fome a aboboreira comeu, Jonas se entristece, quase morreu, Então Deus lhe mostra o que aconteceu, Que a aboboreira não tinha valor, O que importava a Deus, era o pecador. Deus poupa a Nínive no seu grande Amor. Por: António Jesus Batalha.


É D’ELE. Tudo o que tenho, Deus me emprestou, Nada é meu, É para meu uso, Vou ter que devolver, O que Ele me deu, Tudo é d’Ele, Tudo o que tenho, Tudo o que sou. Por: António Jesus Batalha.


O CAMINHO. O Caminho, que caminho, Não o caminho sozinho, Jesus está no caminho, Jesus é O caminho, Por onde eu caminho, Enquanto estiver no caminho, Não lutarei sozinho. Jesus está a meu lado, Para mim sempre virado, Ele me fala baixinho, Enquanto estiver no caminho, Há espaço no caminho, Para ti meu amigo. Ouve bem o que eu te digo, Jesus Cristo está pronto, Para caminhar contigo, Poderás então ter a certeza, De não estares sozinho, Pois Jesus te dá firmeza, Se estiveres no caminho. Por: António Jesus Batalha.


A CORRIDA. Nesta corrida que corro hoje, Fujo da vida sem esperança, Sempre sigo como quem foge, Dos prazeres que o mundo lança. Corro buscando entendimento, E conhecimento que alivia, Da Palavra conhecimento, Para minha alma energia. Corro e encontro amor puro, Deixando o mundo de engano, Em caminho que é bem seguro, Deixo para trás mundo profano. Se eu quero o alvo atingir, Vou ter de sempre correr, Não parar, nem desistir, Não subindo, mas a descer. Por: António Jesus Batalha.


UM DIA. Menino que brinca no lago, Criança rabina, Não fica sossegado, Brinca com um barquinho, E um peixe encarnado, Barquinho de jornal, Que pelo vento perfilado, Não vi outro igual. Na imaginação, Embarquem com ele, Entrem os heróis marinheiros, Na escuridão perdida, Vencendo os piratas, Em hábeis emboscadas, Em lutas travadas. Cuidado! O vento mudou! Oh! O barquinho virou, E como era de papel. O barco se afundou. Com o barco afundado, E o sonho mudado, A criança correu, A bola chutou, O peixinho nem se viu, A criança? Sorriu, O sol se escondeu, O dia acabou. Por: António Jesus Batalha.


LAMENTO. Creio hoje e acredito, Que não sou como quero, Levanto a voz num só grito, De lamento e mistério. De lamento e de perdão, De toda a minha vontade, Rasgaria meu coração, E varria toda maldade. Sou rendido ao Teu querer, Confesso mas sem saber, Estou cansado de lutar. As minhas mãos erguidas, Palavras por ti ouvidas, Senhor! vem me guardar. Por: António Jesus Batalha.


PERANTE A CRUZ. Diante da cruz do meu Mestre querido, Que é fonte perene de vida e de luz. Naquela cruz que por mim foi ferido, Por amor de mim meu amigo Jesus. Diante da cruz, lugar de tristeza, Porque meus pecados mataram o Senhor, Diante da cruz, eu tenho a certeza, Ele se fez meu Substituto e Redentor. Diante da cruz, com fé tudo alcanço, Ali tudo deixei, doenças, tristezas, enfim, Diante da cruz, encontro descanso, E graça,amor e paz de Cristo pr’a mim. Por: António Jesus Batalha.


SALVAÇÃO. Em mim tenho a salvação, Com seu sangue me salvou, Cristo me deu o seu perdão, E minha alma Ele, resgatou. Mas para melhor eu ficar, A Bíblia mostra-me então, Que a vida devo crucificar, Para minha santificação. A morte que custa tanto, Mas é precisa para mim, Sem ela não serei santo, Sem folhagem meu jardim. Por: António Jesus Batalha.


COISAS. Há muita coisa que não sabem, Mas, eu sei, sim eu sei... Profundamente! E os poucos e raros que sabem, É como quem não as sente, Ainda que as conte suavemente, Mas ninguém as reconhece. Porque lhe falo em tom alheio, Algumas conto até a meio, Outras nem por isso, Nem mesmo quando parece. Sim refugiado no meu canto, Estou bem e entre boa gente. Na vida feliz e contente, Destas coisas sono profundo, Sei muitas coisas, e no entanto. As fecho e guardo deste mundo. Por: António Jesus Batalha.


A VIDA. A florzinha que sempre vivia, Em tão grande alegria, E comunhão com todo o ser, Passam dias, meses e anos, Suas raízes sofrem danos, De sua beleza já não ter, Depois de linda flor, Sai dela todo o esplendor, Pela determinação, Tristes e sem poder, Para fazer a flor viver, Temos de entregá-la ao chão. Chegando esse dia, Que é Deus quem sentia, A extinção de todo o ser, A florzinha vai secando, Seu caule vai murchando, Lentamente até morrer. Por: António Jesus Batalha.


DA LAMA. Da lama e pó fui tomado, Nas Suas Mãos esta massa fria, O Oleiro moldou num só dia, O saber e querer me há dado, Bruto barro em Suas Mãos moldado. Vida emprestada dias formosos, Passando o tempo a beleza perece, Em peito rasgado amor fortalece, Sabendo que haverá mais puros gozos. Deus me conserve sempre a esperança, No meu peito rasgado a boa lembrança, Que Deus é Senhor de tudo erguido. Nesta vida arda fogo intenso, Como rio que corre pró mar imenso, Do meu Rei e Senhor, jamais esquecido. Por: António Jesus Batalha.


MOSTRA SENHOR. Mostra-me Senhor, em que deserto, Em que sítio de minha vida encerra, Enquanto me dás vida na terra, Como o céu pode ficar mais perto. Perante a vida ando em descoberto, Mesmo quando o inimigo faz guerra, Tua Vida dentro de mim vitória encerra, Me ilumina para ver o que está certo. Mas só, não posso me defender, Se por ti, não for acompanhado, Sozinho decerto me irei perde. A certeza de estares ao meu lado , Isto jamais me vou esquecer, Ante Tua face sou lembrado. Por: António Jesus Batalha.


ANDA COMIGO. Anda comigo, vou falar de Esperança, Da vida que ainda agora principia, Perde essa amarga e vã desconfiança, Toma a minha mão de amigo,e confia. Anda comigo, eu sei das tuas dores, Sou mais poeta sendo teu irmão. Nesta densa floresta cravada de flores, O trabalho e o suor são o mesmo pão. Anda comigo além na clareira, Há uma fonte para matar a sede, A água é pura, livre não se mede. E corre de graça para quem a queira. Por: António Jesus Batalha.


O MEU DEUS. Este Deus Em que me encanto, É formado por três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, Três pessoas numa só, O Seu amor é Infindo, Amor que do céu tem vindo, Para me dar liberdade, Abrindo meu coração, Eu sinto esta Verdade, Verdade de salvação, Salvação que me faz santo, Este Deus, em que me encanto. Por: António Jesus Batalha.


ESTOU ESPERANDO. Bem de manhã ou quando a aurora romper, Quando radiante o sol vence em vitória, Ou quando o escuro, o dia vencer, Poderá aparecer Jesus em Glória. Quando o astro-rei na sua força chegar, Ou quando se declina com pouca luz, Em sua beleza a lua reflectir seu luar, Pode aparecer em Glória o Senhor Jesus. Á meia-noite ou a qualquer hora, Que ninguém sabe, nem pode prever, Ao cair da noite ou ao romper da aurora, Uma coisa sei, Ele vai aparecer. É bom esperá-lo calmamente ao lado, Desejo no céu eu estar lá contigo, Segue a verdade se tu és meu amigo, Mesmo que o caminho seja atribulado. Agradeço imenso você se ter lembrado, Do aniversário deste seu velho amigo, Lembre-se mesmo que haja mui perigo, Conte comigo,estarei sempre ao seu lado. Por: António Jesus Batalha.


CAMINHADA. Homem chamado sem nada saber, Leva cajado perante Faraó, Ele e o irmão os dois vão só, Deixa ir o povo onde Deus quer. Cajado na mão o rio abriu, Pedra rasgada água a correr, Chuva caída para comer, Monte a tremer parece de frio. Nada impede do povo seguir, Conhecem caminho para ir, Caminhantes sempre erraram. A ira de Deus sobre os consumiu, Todo o desobediente no deserto caiu, Na terra prometida só dois entraram. Por: António Jesus Batalha.


A PAIXÃO. Quem é aquela que anda assim pela vinha, Na noite pelas ruas meio encoberto, Com passos lentos, tentando ver o incerto, Com seu respirar manso de criancinha? Talvez tenha acordado do sonho que tinha, Pensava que seu amado estava perto, Corre pelas ruas como num deserto, Pergunta a quem, resposta, não vinha. Amigas minhas se viste o meu amado, Dizei-lhe depressa que eu dormia agora, E que ele pode ir alegre e descansado. Sim eu tinha adormecido, conforme, Sempre meu costume, dormir, embora, Que meu coração, é que nunca dorme. Por: António Jesus Batalha.


PENSAMENTO. Muitas vezes o pensamento, É como um cavalo refreado, Que numa corrida é levado, A transformar o comportamento. Pára como o cavalo alucinado, Que tem à frente abismo rasgado, Tens força! pára um momento. Pára essa louca correria, Antes que seja tarde de mais, Pois o caminho por onde vais, Leva-te a uma noite escura e fria. Por: António Jesus Batalha.


ESQUECIMENTO. Muitos estão de pé, mas esquecidos, O tempo os encontra sós encostados, E ali chorando triste aniquilados, Vertendo as lágrimas dos vencidos. Por serem no páramo enfadonho, Vivendo à luz de sonhos enganosos, Depois como aspectos lastimosos, Correu como um rio, o seu sonho. A luz de seus olhos é baça lutuosa, Com amargo coração, sem luz do dia, Faltando a Tocha gloriosa que alumia, Querendo viver em cripta monstruosa. Se voltares à luz gloriosa e triunfante, A verdade que trás num só dia, A cura, a liberdade e grande alegria, Serás vaso de bênção gratificante. Por: António Jesus Batalha.


REVEJO-ME. Na cruz de Cristo me revejo, Crucificado nela estou, Pois meu ego ali ficou, Cravado com meu desejo. Tenho de Cristo luz imensa, Vida abundante mais quero. Longe de mim o desespero, E a noite solitรกria e densa. Na morte estou bem vivo, Em Cristo O glorificado, Sou para Deus servo marcado, Nรฃo mais um servo cativo. Por: Antรณnio Jesus Batalha.


CONTAS. É linda a nossa vida, Se a soubermos viver, Seja curta ou comprida, Ou mesmo seja a sofrer. É preciso sempre lembrar, Que surpresas ela encerra, Mas com Jesus a pelejar, Vencedores somos na guerra. É uma vida emprestada, Por tempo determinado, Conta terá de ser dada, Plo que nos foi confiado. Com Jesus tem mui valor, A vida que nos foi dada, Com fé suportando a dor, Nesta vida emprestada. Por:António Jesus Batalha.


FIGUEIRA. A figueira plantada estava, Junto à beira do caminho, O Mestre procurou sozinho, O fruto que tanto desejava. Folhas verdes somente, Foi apenas o que encontrou, A árvore que amaldiçoou, Secou-se imediatamente. Pelo tempo figos ainda não, Creio que o Mestre quis dizer, Que os frutos tem de haver, Quer no Inverno ou Verão. Por: António Jesus Batalha.


SONHO. Um pardal que saltitava, De ramo em ramo. Entoando lindas canções, Ao ouvi-lo indagava: De onde vem a cada dia suas porções? Em seu piar replicava, Olhando para cima. Olhei o campo de orvalho, Como um manto de manhã. Flores lindas! Ricas como um troféu, Perguntei: Onde acharam elas, Estas lindas cores de romãs? Mas a cintilar, responderam: Olhando para o céu.


Vi rosas com seus espinhos, Azuis, amarelas e brancas, Com suas pétalas brilhantes, Que para o céu se aprumavam, Com suas cores cintilantes, Como um tesouro; Lindas! Como elas brilhavam! Vi um lindo rouxinol, Que entoava cantos seus, Lindos sons. Como sinfonias celestiais, Perguntei: Onde encontraste, os lindos madrigrais? Achei-os meu amigo, Olhando para Deus. Nas árvores, nas flores, Nos bosques nas lianas, Nos corações surdos, Aos Mandos Seus, Em toda a roda. Das mansões humanas, Eu vejo a vida, a erguer-se, E alar-se para Deus. Por: António Jesus Batalha.


O CALOR. A lareira que acesa, Emana o seu calor, Queimando a incerteza, Da força do Teu amor. A lenha que ardida, produzindo aquecimento, É como força na vida, Num vero arrependimento. O fogo que é provador, Do material resistente, Prova o verdadeiro amor, Presente em toda a gente. O fogo é como o amor, Que precisa ser ateado, Se vem a faltar o calor, Alguém foi descuidado. Por: António Jesus Batalha.


SOLITÁRIO. Vagueia o homem na multidão, Sem distinguir a Santa Claridade, Que o pode transportar à liberdade, Libertando-o da sua dura prisão. É cativo que suspira, e vai como o vento, Vivendo sempre sua vida inquieto, Parece que em sua vida oculta algo secreto, Triste amargurado cheio de tormento. Vos anúncio que a Luz Sagrada, Suplicando de coração Ela responde, Como o sol que passa, não se esconde, Mas trás para ti a paz nesta jornada. Ao passares pelo vale das incertezas, Consolação para ti sempre haverá, Sua graça e protecção jamais acabará, Lançará para bem longe todas as tristezas. Por: António Jesus Batalha.


BARCO PERDIDO. Barco à deriva no imenso mar, Sem ter noção do caminho que vai, Denso nevoeiro que sobre ele cai, Barco à deriva sem nunca chegar. Velas rasgadas o leme partido, Sem alimento no seu porão, Horas passadas em escuridão, Barco à deriva sem único sentido. Sem controlo,o barco à deriva, Velas rasgadas com muita batida, Entre desânimo e grande gemido. A imaginação de caminho perto. Sem orientação pensa que está certo, Vela rasgada barco perdido. Por: António Jesus Batalha.


DADOR. Oh dador Supremo, dos bens da humanidade, Concede-me, na Tua graça, Ouvidos que percebam a música, inefável dos mundos invisíveis, Lábios mais puros, para Teu louvor cantar, irresistíveis. Pensamentos mais perfeitos, Envoltos em Ti Senhor, Atingindo a nobreza e a altitude, Da inabalável convicção do Teu amor. Por: António Jesus Batalha.


A FORÇA QUE TENS. A força que tens é como tempestade, Que jamais alguém a pode parar, Navio que percorre o imenso mar, Semeando correntes de forte bondade. Se n’Ele está tua alma transformada, E se ainda mais tu queres alcançar, Em águas profundas, vais ter de nadar, És videira, que tem de ser podada. Descobre esta verdade, e em ti desperta, Prepara tua armadura tens batalha certa, A força e vitória, para ti sempre virá. Anjos que sobem e descem à terra, Trazendo vitória, que p’ra ti encerra, Musica de paz e alegria se ouvirá. Por: António Jesus Batalha.


JESUS E A CRUZ. Entre o céu e a terra pregado na cruz, No monte do Gólgota O Mestre sofria, Seu sangue verteu, O Grande Jesus, Sem uma palavra, em grande agonia. De livre vontade, sua vida deu, Braços abertos pregados na cruz, Cheios de amor assim padeceu, De livre vontade, sofria Jesus. Para minha alma poder resgatar, Sua vida deu, por mim na cruz, Tudo sofreu sem murmurar; De braços abertos, sofria Jesus. Água pediu,vinagre lhe deram, Com uma lança seu lado furaram, Coroa de espinhos na cabeça puseram, Sobre Suas vestes sortes lançaram. Pregado na cruz seu sangue verteu, Sangue inocente, pra minha alma comprar, De braços abertos Jesus Cristo morreu, Pagou todo o preço pra me resgatar. Por: António Jesus Batalha.


SÊ ALEGRE. Sê alegre, como luz da madrugada, Que crescendo pura e vibrante, Enche de força coração vacilante, Transmite alegre luz da imaculada. Socorre a quem tristeza imensa, Com coração desolado muito severo, Que segue noite negra, do desespero, Solitário, imbuído de tristeza densa. Mas tu irradia a luz da verdade, És símbolo contra todo o engano, Que enche coração do ser humano, Onde somente há tristeza e maldade. Sê clarim, soando pelos montes, Entoando o cântico da verdade, Arrancando todo ser à falsidade, Enche com clamor os horizontes. Por: António Jesus Batalha.


ME ATREVO. Me atrevo a pensar em Ti. O quanto Tu me amas, Sem eu saber o porquê, Me atrevo a pensar em Ti, Na Tua paciência, Na Tua graça infinda, Me atrevo a pensar em Ti, Na Tua paz gloriosa, E na vida que me deste, Me atrevo a pensar em Ti, Na Tua luz gloriosa. De Saron Tu És a Rosa, A Rosa que brilha em mim. Por: António Jesus Batalha.


ESTE MUNDO. Quando contemplo este mundo, Nem vontade tenho de rir, Vejo-o doente moribundo, Que vacila prestes a cair. Meu coração num momento, Os homens correm para o abismo, Cegos, perdidos em sofrimento, Preveem grande cataclismo. Mas o Criador com amor ardente, Vem clamando ás almas perdidas, Chama para si toda a gente, Quer dar vida, ás suas vidas. Por: Antonio Jesus Batalha.


GRANDE AMOR. Para que fiques conhecendo, O grande amor sem violência, E que tira o fardo da indecência, Como vidas alegres correndo. Far-te-á como rio caudaloso, Que segue com força, quebrando, Ninfas que se vão levantando, Num mundo duro e tenebroso. Com teus pés firmes no rochedo, Podem soprar ventos aos teus ouvidos, Pois O Santo que ouve teus gemidos, Vem socorrer-te e te livra do medo. Por: António Jesus Batalha.


CAMPO ALEGRE. Campo alegre de arvoredo, Ă gua fresca cor de cristal, Correm plo campo sem medo, Num percurso muito natural. Pelos montes vales e rochedos, Em paisagem pura e desigual, Parece que talhada pelo dedos, Com grande destreza sem igual. A vida que ainda nĂŁo viste, De alegria verduras deliciosas, Tirada da sombra mais triste, Ou de miragens magestosas. Por: AntĂłnio Jesus Batalha.


SILÊNCIO. Quando o silêncio nos convida, A não agarrarmos o pensamento, De colocar ao longe o sofrimento, E segurar com força a bela vida. Nada nos sucede sem medida, Ainda que seja grande o tormento, Cristo que vê nosso sofrimento, Dá-nos no seu regaço guarida. Os nossos olhos que chorando, Quer de tristeza ou de alegria, Em Cristo sempre avançando, Até que chegue um novo dia. Por: António Jesus Batalha.


PERDIDO. No meu viver estou sentindo, A alma triste que desfalece, Aos pouco em sofrimento fugindo, Do grande Amor que enobrece. Vem ás correntes fortes do Rochedo, Encontra a caverna do Bom Abrigo, Do teu futuro conhecer o segredo, E seres livre do sofrimento e gemido. Se tens consciência e coragem, Vem a Jesus, pois Ele existe, E quer livrar-te da engrenagem, Que no mundo o homem não resiste. Por: António Jesus Batalha.


TEMPESTADE. A força do grito não atendido, Que ecoa pelo caminho incerto, A tempestade que vem sem sentido, Fustiga com força o pleno deserto. O quadro triste que se viu pintar, Com tinta esquecida que nunca secou, E a viva luz que nunca veio brilhar, Por isso o calor desejado não chegou. Caminho que muito percorrido, Em sombra do pensamento passado, Numa bandeja de prata foi servido, Quadro de repente no fogo queimado. Nesta grande grande calamidade, Sopra a brisa brilha a aurora, Sombra que passa, vem claridade, Trazendo a verdadeira luz de outrora. Por: António Jesus Batalha.


NÃO SOU POETA. Vós que ledes as rimas que faço, Como de meu coração fossem lamentos, Minutos e horas que passo, Escrevendo meus sentimentos. Não sou poeta nem letrado, Sem instrução ou licenciatura, Sou um ser por Deus criado, Nascido de novo, nova criatura. Estas palavras gravadas em nós, Queimam o mau sentimento, De pensarmos que estamos sós, Mesmo no grande sofrimento. Por: António Jesus Batalha.


CANTAREI AO SALVADOR. Cantarei ao Salvador uma canção, Com alegria de todo o meu ser, Abrindo para Ele meu coração, Para que faça em mim Seu querer, Guarda meu coração enquanto, A vida neste mundo me prende, Faz-me a cada dia mais santo, Longe da vida que o mundo vende. O meu Deus que me dá força e certeza, E livra a minha alma da ansiedade, Dá-me no futuro a presença na realeza, Faz-me puro como água a da cisterna, E vivo em grande paz nesta verdade, Pois tenho a confiança na vida eterna. Por: António Jesus Batalha.


CAMINHOS. Desertos que percorridos, Caminhos por que passei, Sem serem passos vividos, Nem no coração nascidos, Veredas sós, que não criei. Chuva que não desceu, Como deserto que secou, Porque a água não correu, No jardim que não é meu, Nem fui eu que o criou. Porque o verão que não passa, Castiga a vida somente, Chegando a sombra da graça, Enchendo a humilde taça, Saciando a sede que a alma sente. Subindo ao monte então, Longe da sombra do medo, Com dilacerado coração, Pregando o rosto no chão, Na sombra do arvoredo. Por: António Jesus Batalha.


DESERTO. A força que sopra o deserto, Num constante desafio, Como o barco em rumo certo, Que vai descendo o forte rio. Torrentes que teimando, Pra sair das suas grutas, Por caminhos de vales soando, A chegada de duras lutas. Caído e amargurado, No caminho percorrido, Triste num andar parado, Parece um mundo esquecido. A verdade que trás a razão, Como o sol que aclara o dia, Quebra a amarga prisão, Numa verdade que não via. Por: António Jesus Batalha.


FUTURO. Não quero ser um outro, Apenas ser o que sou, Sou grão da rocha tirado, Que o vento desgasta ao passar, Sou pólen que inseto não viu, Sou vaso que se não vê, Caminho noutro caminho, Sou e não me conheço, Ansiando na esperança do futuro. Por:António Jesus Batalha.


CORRENTES. Ouve as correntes que correm, Duma triste e humilde fonte, Em sombras que logo morrem, Como nuvem no horizonte. Quando a alva empalidece, E o caminho te há ferido, Ou o dia não resplandece, E a graça como adormecido. Sombrio assim o caminhar, Em vale deserto e triste, Leva o caminhante a pensar, Porque a alegria e paz não existe? Por: António Jesus Batalha.


CONSUMIDOR. Manhã quente e radiante, Admirei um pequeno colibri, Esvoaçava entre ramo verdejante, Numa planta linda que num instante, Pode ser desfeita em cinzas mesmo ali. Ouvem-se gritos além no horizonte, Arde toda a planta e castanheiro, Labaredas que descem pelo monte, Insuficiente toda a água da fonte, Torna-se tudo num braseiro, Vem veloz em zumbido impaciente, Trazendo em deposito água consigo, Como que gritando saiam da frente, Convidando ao redor toda a gente, Venham defender as matas comigo. Por: António Jesus Batalha.


MANHÃ. Numa manhã vi subir, O sol que estrangulado, Um cão magro a latir, De tanto esfomeado. Ouvi o grilo que cantava, Sua canção matinal, O homem que muito ralhava, Sem lhe fazerem nenhum mal. A rosa que tanto brilhava, Expelindo o seu odor. A abelha que por ali passava, Tirando o pólen da flore. De tanta beleza que eu vi, Esta será a maior, A glória de Deus em mim. E no meu coração Seu amor. Por: António Jesus Batalha.


SÓ. Só e triste no chão, Leva a noite a pensar, Onde poderá arranjar, Um duro naco de pão. Puxando seu cobertor, Nele se tenta enrolar, O frio que tenta entrar, Roubando todo o calor. Quando chega a adormecer, Já bem alta a noite vai, De dores solta um ai, De frio fica a tremer. Numa luta bem renhida, Entre o frio e a fome, Há muito que não come, Uma comida aquecida. De manhã ao acordar, O lixo vai remexer, Para que possa comer, O que ali encontrar. Por: António Jesus Batalha.


A MAGIA. Quando chegar ao fim quero ver, A magia do Teu rosto ao luar, Tua majestade gloriosa conhecer, A Tua voz meiga e bendita escutar. O sofrimento e a dor foi passado, Em ruas talhadas por Ti vou andar, Com todos os amigos, ao teu lado, Hinos de glória e louvor vou cantar. Rei e Senhor entre a multidão, Sentirás o pulsar de cada coração, Numa entrega de grande alegria. Como a areia do mar assim serão, Para sempre e sempre Te louvarão, Cantando louvores de noite e de dia. Por: António Jesus Batalha.


SOMBRA NEGRA. Eu que vivia perdido na vida, Vivia na vida sem rumo e norte, Vida de sonho sonhado sem sorte, Vida amarga triste e dolorida. Na sombra negra e escorregadia, Em amarga cadeia bem forte, Que me impelia nos vales da morte, Caminho que não compreendia. Vida que passa, e que não se vê. Numa constante e dura prisão, Triste vivia sem saber porquê. A luz gloriosa minha vida satura, Mostro-me os mistérios da salvação, Renovando em mim a nova criatura. Por: António Jesus Batalha.


ATREVE-TE. Atreve-te Atreve-te Atreve-te Atreve-te

a a a a

subir ao monte, cheirar o aroma duma flor, olhar, e ver o horizonte, admirar todo o seu resplendor.

Atreve-te Atreve-te Atreve-te Atreve-te

a admitir que és criação de Deus, a mergulhar no fundo do mar, a olhar para os altos céus, com amor, teu próximo abraçar.

Atreve-te a sair do mundo que te guia, Atreve-te a sair das trevas, para a luz, Atreve-te a beber da fonte a cada dia, Atreve-te a aceitar a liberdade de Jesus. Por: António Jesus Batalha.


ROUXINOL. Sei de um freixo habitado, Por um rouxinol cantador, Suas canções há cantado, Ao Deus Santo e Criador. A água que ali passa a correr, Por debaixo daquele freixo, Onde o rouxinol vai beber, Pousado num pequeno seixo. Depois de passar o calor, Voa para o prado,vai comer, Esse rouxinol cantador. Na vida sem preocupação, Devagar cumpre seu fazer, Pois é Deus que lhe dá o grão. Por: António Jesus Batalha.


FLORESTA. Na densa floresta negra e selvagem, Entre alecrim e rosmaninho, Abre o sol um novo caminho, Numa bela e vera miragem. Percorre-se o caminho para ver, A magia da sombra ao luar, E nesse silêncio poder escutar, O som do regato a correr. No cume aparece a alvorada, Resplandece então o azul do céu, De tudo o que vi nada é meu, Apenas paisagem emprestada. Por: António Jesus Batalha.


A HORA. Porque não andas ceifando, Pois o campo maduro está? No campo não andas lavrando, Nem no mar andas pescando, Nem lanças-te as redes lá. O cardume que ao lado passou, De quem sempre deteve a rede, O pescador que não se importou, Nem a planta seca regou, Não sabe o valor da árvore verde. E a hora que vem a chegar, Como cavalo que toma o freio, No mar já não se pode pescar, Nem no campo maduro ceifar, Porque Jesus Cristo já veio. Por: António Jesus Batalha.


VÃO ANOS. Passam dias e anos, e teus pensamentos, Sem que teus olhos vejam a luz do dia, Num viver constante, de tanta agonia, Em tristezas e constantes tormentos. Com coisas inúteis, ocultos lamentos, Que deixam odor de grande enxovia, O mal deste mundo te destrói e desvia, Do que podia ser, de grandes momentos. A Deus eu clamo, por ti que adormeces, Parece que essa vida é inevitável, Mas Deus te ama, e tu te esqueces! Que Ele veio ao mundo, sofreu, para te ver A descansar no Seu seio inviolável Para encher de gozo e paz, todo o teu ser. Por: António Jesus Batalha.


UNIDOS. Viver longe, do mundo maldito, Não haja no coração a vil tristeza, Viver unidos, como a rocha e granito, Falando do Mestre com vera pureza Mostrando ao mundo a pura firmeza, De um coração arrependido e contrito. Viver singela pureza e grande alegria, Testemunhando ao mundo da verdade, Com graça e amor, unidos a cada dia. E juntos repartimos comemos o pão, É esta sim a religião da liberdade, Caminhar na luz e amando o irmão. Por: António Jesus Batalha.


OH AMOR. Oh amor, que não me deixas caminhar, Deponho em ti minha alma sucumbida, De vez te entrego a vida que vieste ganhar, E lá nas profundezas do teu mar, Faze-a mais rico e cheia da Tua vida. Oh alegria, que me procuraste, Não posso endurecer meu coração, Como servo Teu me marcaste, E tenho as promessas que ganhaste, Para o caminho da minha salvação. Por: António Jesus Batalha.


SOPRA. Deus, que Teu Espírito sopre outra vez, Nos homens,enchendo-os de humanidade, Troca seu pensar, dissipa a hediondez, Que em seus corações brilhe a Verdade. Seu querer, seja ao Teu querer moldado, Grande oleiro, aperfeiçoa o barro seu, Em seu coração, seja Teu nome marcado, Brilhe no mundo, o ser que tem Espírito Teu. Senhor Jesus acaba com essa cegueira, Que enche o homem de medo e de terror, E a cada dia o arrasta para a fogueira, Mas Tu Senhor grita, pára! sou Teu Salvador. Assim o Teu nome,Senhor seja louvado, Na terra e no mar até à grande altura, Louvores ao Cristo que foi crucificado, E que é, o Senhor de toda a criatura. Por: António Jesus Batalha.


A MÃO AMIGA. O teu pobre coração, Como areia na erva, Em tão grande solidão, Quem assim se conserva? Ainda se levanta à tarde, De silêncio arde o dia, À noite sua vida arde, A tristeza muito fria. Como figueira brava, Que a ninguém alimenta, Na pedra nunca se cava, Que vida assim se aguenta? Nunca nada está perdido, Para tudo há solução, Para o certo arrependido, Há quem lhe queira dar a mão. Por: António Jesus Batalha.


GUERRA. Nesta guerra que todos desejem lutar, E ouçam a voz do que diz Jesus, Se a coroa da glória desejam alcançar, Neguem-se a si mesmo, e tomem a cruz. Aos Teus pés Jesus , me venho render, Só morto em Ti, é que sempre viverei, E vencido por Ti, eu poderei vencer, Toma minha vida , Meu Senhor e Rei. Na guerra santa nunca podemos parar, Se queremos uma vida de grandes vitórias, Só em Cristo Jesus podemos lutar, Contra este mundo de vãs glórias. Por: António Jesus Batalha.


PERTO. Perto, muito perto de Ti Jesus, Quero viver dentro da Tua luz, O que impeça isto vem desfazer, E vida mais santa em mim fazer. Molda Senhor meu coração, Para que possa ter mais comunhão, Contigo meu Amigo e Bom Salvador, Flua do meu viver o Teu Amor. Mais perto de Jesus quero estar, E quando no vale escuro ficar, Que no meu viver brilhe Tua luz, Ao caminho certo, Senhor me conduz. Por: António Jesus Batalha.


JESUS É MEU PILOTO. Jesus é meu Piloto amado, Neste mar revoltado. Quando o vento sopra e rasga a vela, Fria a noite e mostra comprida, Se torna difícil chegar ao fim dela, Fica meu Senhor na minha vida. Se elevam as ondas em braços de espuma, Contra mim rugirem em cólera contida, A luz desaparece, e cresce a bruma, Fica meu Senhor na minha vida. Quando Tua bondade fica como esquecida, O teu imenso Amor vem me guiar, Fica meu Senhor na minha vida, Como barco sossegado no alto mar. Por: António Jesus Batalha.


MONTE SECO. Olho para o seco e estéril monte, Duma sequidão inútil e disforme, Onde as aves e a fera não dorme, Nem rio ou regato nele corre, Não passa rio, nem nasce fonte. Sem encanto torna-se aborrecido, Vejo vereda que desce pela encosta, Miragem rude e inútil mal composta, Sem que se ouça ali um gemido. Vendo o contraste fica na memória, Parece que nos fala toda a natureza, Mostra o estéril monte a sua beleza, Eleva-se como pertencendo à realeza, Sendo criação de Deus, com Sua glória. Por: António Jesus Batalha.


AVANTE. OH peregrino fiel, Caminha sempre avante, Pela vereda da justiça, Olhando para Deus, Tudo abandonando, Apressa-te, Sem para trás olhar, A entrada contempla, Até alcançares o prémio, E a entrada no céus. Por: António Jesus Batalha.


SÊDE DE TI. Minha sede por ti Senhor, É difícil de explicar, Que rios corram do teu Amor, Para minhalma seca saciar. Comparo ao cervo no monte, Que quer sua sede matar, Flua a água da tua fonte, Para minha alma inundar. A secura experimentada, Só por ti é conhecida, Como terra seca e cansada, Que precisa ser amolecida. Mais do que se possa dizer, Ou grandes livros escrever, Anelo por ti Senhor. A ti sem palavras me render, Sei que sabes entender, Por ti, todo o meu Amor. Por: António Jesus Batalha.


O LIVRO. Livro glorioso cheio de amor, As palavras contidas enchem o peito, Como o astro rei em todo o seu calor, Que quer inundar o ser com todo o jeito. Como dinamite em força são as palavras, No trato dos corações com carinho, Em profundidade no peito lavras, E guardas como ave seus filhos no ninho. Palavra doce e fiel,que salva e cura, Enche o coração triste de vera alegria, Cria abundância, onde havia secura. Enche o coração rude de eterna ternura, Em vida velha, uma vida nova cria, Enche-o de amor, e Santo Espírito satura. Por:António Jesus Batalha.


MEU IRMÃO. Meu irmão quando murmuraste, Angustia vil ao teu coração trouxe, Tua vida deixou de ser doce, Triste e amargo te tornaste. Vem de forma arrependido, Honra a verdade que te salvou, Trazendo a luz que te iluminou, O amor que para nós tão querido. E pela murmuração foi ferido, Só existe uma forma de voltar. Vai arrependido aos pés da cruz, Clama pelo perdão que dá Jesus, E não voltes mais a murmurar. Por: António Jesus Batalha.


SENTINELA. Grita alerta o seu sentinela, Num sentimento desesperado, Acorrentado dentro da cela, Esperando ser libertado. Nesse sonho que não é meu, E que se veste de irrealidade, Acorda, como sopro desapareceu, Sem deixar uma pequena saudade. Ao abrir os olhos procuro a luz, Como o rio caminha pró alto mar, Num caminho sereno que conduz, Como aura que devagar traz o luar. Oh luz da verdade que te escondes, E não brilhas no lugar do escuro, Com Teu grande brilho não respondes, O viver sem ti, torna-se muito duro. Por:António Jesus Batalha.


BARCO ABANDONADO. Entrei num barco abandonado, Estava parado junto ao mar, Com fortes cordas amarrado, Onde os meninos iam brincar. Vem do mar uma forte vaga, Que com impedo bate na ré, Num só momento o barco traga, E o arrastou pró fundo com a maré. Das ondas se ouve o seu cantar, Que se faz pela força do vento, Que ninguém pode amarrar. A força que de momento tinha, Vai perdendo fica mais lento, Pára a guerra que do mar vinha. Por: António Jesus Batalha.


SÃO QUADROS. O sonho que veio e passou, A liberdade que não havia, O que era e que não sou, No acordar dum novo dia. São quadros que bem queria, Pintá-los com a minha mão, Neles pintava minha alegria, E o gozo do meu coração. A árvore que caiu para o norte, Em noite sombria e escura, Soprando um vento muito forte, Arrastam sombras de amargura. Quadro sem tela pintado, Com a tinta da vida e dor, Do sonho de novo acordado, Prá vida que tem seu valor. Por: António Jesus Batalha.


PARA NETA. És a minha doce inspiração. Para este poema edificar, Minha musa minha canção, Que rasga meu coração, Em minha vida te amar. Minha neta tão querida, És raiar da minha luz, Que alegras minha vida, Nunca serás esquecida, Nem serás nenhuma cruz. És um quadro inacabado, Com a tintas da poesia, És um poema começado, Pelo dedo Divino inspirado, Como uma canção de alegria. O seu nome é Constança, A única flor da roseira, É esperta, uma linda criança, De Deus uma boa herança, Das melhores da vida inteira. Por: António Jesus Batalha.


DESERTO. Desertos que percorridos, Caminhos por que passei, Sem serem passos vividos, Nem no coração nascidos, Veredas sós, que não criei. Chuva que não desceu, Como deserto que secou, Porque a água não correu, No jardim que não é meu, Nem fui eu que o criou. Porque o verão que não passa, Castiga a vida somente, Chegando a sombra da graça, Enchendo a humilde taça, Saciando a sede que a alma sente. Subindo ao monte então, Longe da sombra do medo, Com dilacerado coração, Pregando o rosto no chão, Na sombra do arvoredo. Por: António Jesus Batalha.


UMA LÁGRIMA. Uma lágrima derramada, Na escuridão da noite, Do caminho que vivido, Na luz do sol que não morre, Da sombra que trás a secura, No espreitar a luz da noite, De mansinho sem nada querer, Vai correndo como um ribeiro, Ganhando força na descida, Alagando a planície, Sem nada que impedir. Por: António Jesus Batalha.


O GRITO. Grito de boca fechada, Num vale que não conheço, Ecos da sombra passada, Na vida que foi mudada, Em lagos que desfaleço. Deitado no caminhar, Com pedra no coração, Em deserto a desmaiar, Esperando o sol raiar, Ou uma forte amiga mão. Torrentes que vêm teimando, Para sair das suas grutas, Sombras do vale queimando, Como ocas trombetas soando, O aproximar das fortes lutas. Porque existe eu não sei, O caminho da dura cruz, Mas purificado eu serei, Feito filho do Eterno Rei, E um remido por Jesus. Por: António Jesus Batalha.


A PRAIA. Na praia que não tem água, Tomo banhos de sol, Grito à lua que me afoguei, De nadar eu não parei, Nem por socorro gritei, Agarrado a um girassol, Depressa fugi dali, Como cavalo alucinado, De momento fui agarrado, Com cordas de vento apertado, Cordas soltas que não vi. Na praia que não dormi, Mundo que fica ao meu lado. Por: António Jesus Batalha.


NO CAMINHO. Segue vereda o caminhante, Vereda que se não via, Nem frio nem vento batia, Como barco no mar errante. É escorregadio o caminho, Com ausência do sol, escuro, Arde coração fraco inseguro, Pensa que caminha sozinho. Pelo caminho cai na lama, Seu coração fica aflito, toca trombeta, em seu grito, Pela paz e liberdade clama. Nesse caminho de deserto, Entre ribeiros vales e serra, Num clamor e grito de guerra, Abre o livro que tem bem perto. Ainda que nas profundezas, A Divina graça te levantará, Os pés na rocha firme porá, E no coração as puras certezas. Por: António Jesus Batalha.


A VÃ GLÓRIA. Na calma da vida sopra o leve vento, De glória que o mundo cuida achar, Como o fumo logo de momento, Desaparece sem se poder agarrar. São sonhos que ficam nos ouvidos, Compreender isso eu não sei, Mas aos mortais desperta os sentidos, São sonhos que não sonhei. Aparece com grande formosura, Sem alguma virtude mas vicioso, Leva o homem a grande ventura, Fá-lo mau desconfiado e maldoso. Por:António Jesus Batalha.


NÃO ESTÁS SÓ. Subindo pelo caminho, Pelas veredas da razão, Olhando a ambos os lados, Sem ver quem queira ir. Veio calor na subida, A sombra que se esconde, Do caminhante fatigado, Parece que tem vergonha, Ou ficou envergonhado. Do caminho percorrido, Ou do caminho sonhado. Por: António Jesus Batalha.


CHEGA O ENTARDECER. As horas passam chega o entardecer, Olhando para o mar em cor de safira, Ouvindo nas ondas o som de uma lira, O sol com sua luz, deixam de se ver. A vaga que estende os braços para dizer, Que é dona da praia e bate com ira, Em dança constante parece que delira, Num sempre vaivém até amanhecer. Dança de gigantes que vai continuar, Castiga fortemente o barco amarrado, Quer mostrar que fortemente irado, Que é ele que continua ali a mandar. Por: António Jesus Batalha.


A MADRUGADA. Vem Senhor Jesus como a madrugada, Enche o coração de graça e fé vibrante, À vida fraca dá-lhe uma força triunfante, Transforma as trevas, em luz imaculada. Fortalece o ser com alegria imensa, Muda o coração infiel em ser sincero, Transforma noites fria de desespero, Em gozo,amor,alegria e paz intensa. Os homens estendam para Ti as mãos, Em súplicas de fé de vera esperança, Só em Ti tenha verdadeira confiança, Termine assim, a tristeza dos dias vãos. Por: António Jesus Batalha.


LIVRAMENTO. Clamei a Deus na hora afrontosa, Em que a tentação vem de assalto, Meu coração treme e num sobressalto. Vê a armadilha subtil e mui duvidosa. Como o vento forte bate nos muros, Para derrubar templo feito santo, Cria encantos com fragor espanto, Parece deixar os céus frios e escuros. Em muita humildade e fé profunda, Faço soar a trombeta em som certo, Como que arrastando a alma do deserto, Saindo da luta fraca e quase moribunda. A força e paz que veio do Supremo, Alivia e conforta a alma cansada, Reconstruindo a linha quebrada, Numa comunhão de gozo extremo. Por: António Jesus Batalha.


SOFRIMENTO. Os seres deste mundo sofredores, Levantem para Ti as suas mãos, A graça e o amor os alivia das dores, Desviando deles caminhos vãos. Sulcos abertos semeada a verdade, Vai para além das coisas transitórias, Onde não há semente de falsidade, E que acaba com paixões ilusórias. Resplandece no ser Luz Gloriosa, Tirando do coração todo o engano, É a Tua salvação bendita grandiosa, Incutida no coração do ser humano. Por: António Jesus Batalha.


TEMPESTADE. A força do grito não atendido, Que ecoa pelo caminho incerto, A tempestade que vem sem sentido, Fustiga com força o pleno deserto. O quadro triste que se viu pintar, Com tinta esquecida que nunca secou, E a viva luz que nunca veio brilhar, Por isso o calor desejado não chegou. Caminho que muito percorrido, Em sombra do pensamento passado, Numa bandeja de prata foi servido, Quadro de repente no fogo queimado. Nesta grande grande calamidade, Sopra a brisa brilha a aurora, Sombra que passa, vem claridade, Trazendo a verdadeira luz de outrora. Por: António Jesus Batalha.


VIRÁ. Houve um dia em que Tu raiaste, E foste nascer em Belém numa gruta, Desde esse dia o ser humano escuta, A Palavra amorosa com que o chamaste. Fizeste-te Seu Guia,Seu Mestre e sua Haste, No entanto humanidade louca, rejeita e luta, Com ódio com revolta,na incerteza bruta, Mas venceste as trevas, e a Luz proclamaste. Jesus Cristo veio feito menino até à gente, Com um recado de paz de um amor inocente. Trazendo também novas de grande alegria. Para que o povo tenha verdade, paz e fervor, O mesmo Jesus Glorioso,com o todo seu fulgor, Este mundo inteiro,iluminará um dia. Por: António Jesus Batalha.


AQUELE QUE VIVE. Aquele que vive anda comigo, Um dia certo verei seu rosto, Vai passar todo o desgosto, Prá cidade Real eu vivo e sigo. Passou o mundo triste antigo, E com ele tristeza e desgosto, Transformando num ser bem disposto, Trazendo para mim o Vero amigo. Em todos os dias eu quero ama-lo, Perante os ventos eu não me abalo, Pois Sua segurança Ele me deu. Seu sopro me causa grande alegria, Promete estar comigo ser o meu Guia, Até poder entrar no reino dos céu. Por: António Jesus Batalha.


MANTO. Cobre minha vida o Teu manto. Erradica todo o caminho incerto, Como chuva que cai no deserto, Seja meu viver mais útil e santo. Quando contemplo Tua formosura, Como a luz em toda a claridade, Sinto em mim Sua grande Bondade, Que vem pra mim como rio de ternura. As Tuas Palavras Santas e puras, Mostram moradas e vidas futuras, Para os corações abertos para Ti. Senhor,servo Teu eu sempre serei, Fazendo a vontade de Jesus meu Rei, Vontade santa que na Palavra eu li. Por: António Jesus Batalha.


SOPRA O VENTO. Pela montanha sopra vento forte, Como correntes incertas de mistério, Tornando a vida em caso muito sério, Arrastando para o abismo da morte. Soa o toque do clarim retumbante, Faz tremer toda a árvore da floresta, Acorda os que estão dormindo sesta, Para uma manhã clara alegre cintilante. Como o rio que corre,flua Teu fogo Santo, Queimando no coração do ser todo espinho, Ensinando à criatura o verdadeiro caminho, E incutindo na alma um verdadeiro canto. Por: António Jesus Batalha.


CRISTAL. És como cristal puro, Da pureza que vem de cima, Contra o mal tu és duro, Pelo perdido tens estima. Por ele Jesus morreu, Isso a Palavra te ensina. Viver a vida que Te deu, Só assim serás feliz, Gozando as bênçãos do céu. O poder que agora é teu, É a Palavra que o diz! E foi Jesus que o prometeu. É para tu o usares, Só assim serás feliz, Se aos perdidos falares. Por: António Jesus Batalha.


AJUDA. Subindo pelo caminho, Pelas veredas da razão, Cortando sombras caídas, Com arma que tens na mão. O calor aquece a subida, Enche de pó a tua visão, Caminho de pedra caída, Que fazem nos pés a ferida, Trás triste e magra solidão. Ao chegar ao cimo do monte, Vê no vale a escuridão, Pensa em caminho percorrido, Sempre no mesmo sentido, Com ajuda de forte mão. Por: António Jesus Batalha.


ACORDA! A nossa grande firmeza, Maior que as imperfeições, Mais forte que vil tristeza, Firme com plena certeza, Para ganharmos as nações. O tempo frio é passado, Já chegou a primavera, Se ficas surdo e calado, Olha a vida ao teu lado, A viver numa quimera. É tempo de seres acordado, Desse sono de mornidão, Lembra-te que vais ser coroado, Quando no céu teres chegado, E dares contas da salvação. Da vergonha sê isento, Apenas vaso de verdade, Não sejas igual ao vento, Que muda a cada momento, Usa a tua força e liberdade. Por: António Jesus Batalha.


ALEGRIA DIVINA. A paz,alegria e a luz divina, Que milagrosamente veio a mim, Na minha mesa prepara festim, Me defende do mundo da ruína. O ganho deste mundo é vão, Tudo é ruim pó, tudo é nada, Como escuro foge da madrugada, Nada tem que encha o coração. Este mundo passa ninguém vê, Arrasta consigo todo o ser, Os santos calam-se não sei porquê. A vida nova que Jesus comprou, Preço que ninguém pode compreender, É preciso falares, se não fores, eu vou! Por: António Jesus Batalha.


ALEGRIA VERDADEIRA. A alegria que enche o peito, Por acção que se não vê, A liberdade que eu aceito, Trazida a mim não sei por quê. Rufa tambores soa clarim, Como que anunciando festa, O gozo Santo que veio pra mim, Limando na vida toda a aresta. A verdadeira paz que sempre tem, Para mim sem nada eu merecer, Corre a solução que sempre vem, A minha pobre vida enriquecer. Agradeço a infinda bondade, Desce pra mim sem nada pagar, Liberta-me do mundo da vaidade, E abre a porta eterna para entrar. Por: António Jesus Batalha.


ESTRELAS. Olho pró céu, Vejo as estrelas brilhar, Subo ao monte, Para mais perto ficar, A beleza não compreendida Da arte trabalhada, Por arquitecto Supremo, O reflexo do sol, Faz a lua brilhar, Mas a sombra que se alonga, Parece fugir com medo, Do escuro da noite fria, Corre tacteando no escuro, Procurando a luz brilhante, Grita no mesmo instante! Segurar-te eu bem queria! Mas a luz que não virá, Na subida que se não vê, Nem no vale da despedida, Ninguém a razão me dirá, Nem me perguntará, Pois eu, eu não sei porquê! Por: António Jesus Batalha.


A VIDEIRA. A vide que é cultivada, Para dar fruto abundante, Mas parece que num instante, Essa qualidade é mudada. Numa passagem pela vinha, O lavrador então repara, Que estéril está uma vara, Porque bom fruto não tinha. A solução que foi tomada, Sobre a vara que se falou, Pois com o tempo nada mudou, Então precisa de ser cortada. Por: António Jesus Batalha.


UM DIA. Um dia negro do passado, Iludido caiu no pecado, Tão negro e feio tamanho, Onde o bem rolou desfeito, Esquecido do amor e respeito, Age como ser rude estranho. Longe da nobreza mais bela, Imagem que voa pela janela, Outrora irado,e triste ficaria, Sol não resplandece na fronte, Foge como ave no horizonte, Procura a graça que não via. Em choro pranto é levado, À lembrança da paz do passado, Onde brilhava a viva luz, Com ansiedade e agonia, Curva-se perante Jesus, Pra viver a paz cada dia. Por: António Jesus Batalha.


GRANDE BONDADE. Ao Senhor de todo o amor e bondade, Que a vida do ser mortal enobrece, Dá paz e graça em toda a imensidade, Traz ao homem verdadeira liberdade, E a vida que a humanidade carece. Rio que corre como a madrugada, Num caudal de alegria e piedade, Parece que tem a sua hora marcada, No coração do crente é celebrada, Com paz e verdadeira felicidade. Vida que traz verdadeira liberdade, Rio que transborda nos enchentes, Inundando os corações das gentes, Criando no deserto fortes nascentes, De graça e alegria para a eternidade. Por: António Jesus Batalha.


AMOR REVELADO. A graça que está dentro do meu ser, Agita-se como ramos do cipreste, Faz as sombras negras desaparecer, E brilhar a gloriosa luz que me deste. Amor que vem como o alvorecer, Flui como rio de palavras pela boca, O mundo afirma que é vida louca! Mas é a vida vivida pelo morrer. No jardim Jesus Cristo chorou, Gemeu na cruz,sofreu perdidamente, Mostrou ao mundo o amor que Deus sente, Pela pobre criatura que Ele criou. Esperança bendita que acalentou, Na vida do crente novo alvorecer, Criou canção dentro de nosso ser, Corre a graça que o coração inundou. Por: António Jesus Batalha.


O AMOR QUE SALVA. O Senhor de todo o amor, Que me conhece e sabe quem sou, Sabe da minha alegria e dor, Mesmo assim, na minha vida entrou. Libertou-me da tristeza e pavor, A minha pobre alma salvou, Fez-se meu Deus e meu Senhor, E com Ele para a Glória vou. Em minha vida habita a graça, Deus a enviou do céu para mim, Grato a Ele ficarei até ao fim. Um vaso de amor sempre me faça, Para que ao mundo possa anunciar, A Palavra que veio o ser salvar. Por: António Jesus Batalha.


ARAUTO. As trevas que sufocam o coração, Transforma em rude o ser humano, Afasta-o da verdadeira salvação, E o amarra ao mundo vil e profano. Da parte de Deus és fonte de luz, Para levar ao mundo boa chama, Que a dor no coração ferido reduz, E o livra deste mundo vil de lama. Com tua vida mostra que Jesus ama O pecador, e na cruz por ele morreu, Pois através de ti o Redentor clama, Que na cruz pelo homem Ele sofreu Clama com poder à alma perdida, Fala de Jesus e do seu grande amor, Diz ao perdido que há eterna vida, Oferecida de graça pelo Criador. Por: António Jesus Batalha.


ESCRAVOS. Clamam aos escravos na amplidão, Por nunca verem a Santa Claridade, Vêm as aves com seu voo e liberdade, E ele fica entre íngreme muro e prisão. Seguindo sem rumo a sua jornada, Tentam saciar a sua sede, mas onde? Porém a vida passa e não responde. Fica o abismo,a escuridão, fica nada, Escravos suspiram rodam como o vento, Procuram a paz num mundo inquieto, Seu barco navega sem um rumo certo, Sem ter piloto num mar de tormento. Anuncia a Paz, alegria e vida sagrada, Onde tristezas, medos são extintos, Dando o pão que alimenta os famintos, Mostrando no futuro verdadeira morada. Por: António Jesus Batalha.


SALVAÇÃO. Porque corres com tanta pressa, Se nem sabes para onde vais, Se tua pobre vida é só essa, Mágoas,suspiros, dores e ais. O caminho que agora pisas, De angustia e densas trevas, Na sombra do mundo não vivas, Tem cuidado com a vida que levas. Enquanto há tempo desperta, Podes ter uma vida melhor, Aí a morte eterna é certa, Aceita a vida de graça e amor. A Palavra de Deus tem a solução, Ela afirma que Jesus te ama, De graça te quer dar a salvação, Alegria e luz que tua alma inflama. Por: António Jesus Batalha.


A SELVA. Percorro a selva em verde arvoredo, Corre rio com água fresca cor de cristal, Com sua cores vibrantes mas natural, Rodeado de serras e ingrime rochedo. A vida vibra por entre os rochedos, Numa paisagem agreste desigual, Em vivência alegre longe do mal, Vivem dos prados frescos, sem medos. Nesta paisagem vive o homem triste, Com sua paixões fúteis e deleitosas, Recebendo a liberdade que não têm. Sem deixar o mal que lhe assiste, Para ouvir santas Palavras afetuosas, E a verdade pura,seus olhos não vê. Por: António Jesus Batalha.


ADORAÇÃO. Venho hoje perante teu altar, Com minha vida tal como sou, Quero a Ti somente adorar, A minha vida te ofertar, Tudo o que tenho a Ti dou. Honras e glórias a Ti cantarei, Numa verdadeira adoração, Pois És meu Senhor e Rei, Teu nome Santo eu louvarei, Aceita esta minha canção. Palavras que eu não encontrei, Para dizer o quanto eu te amo, Muitas vezes eu sei que falhei, E quando as faltas eu confessei, No Teu amor reparaste o dano. Por isso aleluia eu canto, Para sempre Te vou adorar, Perante O Teu Nome Santo, A minha voz eu levanto, Para minha vida Te entregar. Por: António Jesus Batalha.


VIDA NOVA. Hoje é hora de fazer pela vida, É hora e o tempo para amar, É hora de levantar os olhos aos céus, De te arrependeres dos pecados teus, É hora de viver de cabeça erguida, De levantar as mãos e lutar. Ainda há tempo para viveres feliz, Abrir a porta do teu coração, É hora de sarar todas as feridas, As magoas e amarguras sofridas, É hora de acreditar no que a Bíblia diz, E mostrar a verdadeira salvação. É hora de levantar a cabeça e sonhar, Com uma nova vida de felicidade, É tempo de deixares a solidão, Ao pobre e triste estenderes a mão, É hora é tempo de recomeçar, A viver feliz numa nova amizade. Ainda é tempo de dares a tua vida a Deus, De todo o pecado e engano deixar, É hora de reconhecer que erraste, Se paz neste mundo não encontras-te, Pois Jesus Cristo que desceu dos céus, Pode fazer de ti um servo para reinar. Por: António Jesus Batalha.


A ÁRVORE. A sombra que da árvore fugiu, Fugiu sem saber a razão, À procura do sol que não viu, Na corrente forte de um riu, Entoando a sua bela canção. Brilha no alto a lua cheia, Acarinhando tudo ao redor, Trazendo à árvore o que anseia, A sombra que agora passeia, Em redor se si com muito amor. A aragem que veio beijar, A árvore, e com forte abraço, Repara a lua ao passar, Que a árvore se está a abanar, Mas não é de frio nem cansaço. Numa dança envaidecida, Não repara que o tempo passou, O vento dá a sua despedida, E a lua começa a descida, Até que a aurora chegou. Por: António Jesus Batalha.


O AMOR. És para mim mulher formosa, A mais bela no vasto Universo, Em cada dia no teu amor imerso, És no meu jardim uma linda rosa. O teu brilho como raio da aurora, Na minha vida sopras como o vento, Ficas ao meu lado a cada momento, O amor de hoje é como de outrora. Foi dádiva para mim te conhecer, Como rio que corre entre os arvoredos, Em vida vivida sem ter segredos, Dou graças a Deus pelo amanhecer. Nos dias que o sol não quer brilhar, Nem se encontra sorriso ao amanhecer, A luz da amizade vem sem entardecer, Com a força do amor no coração raiar. Por: António Jesus Batalha.


A SEMENTE. De manhã sopra a brisa, Pela tarde há tempestade, Lança a semente precisa, Dará fruto para a eternidade. Se vem do sul ou do norte, Mesmo que venha do oeste, O semeador que não se importe, Pois o lavrador vê o que fizeste. Abre tua boca sobre aterra, Fala ao ser desesperado, A semente no coração se enterra, Para fazer um servo marcado. Vai a noite vem a madrugada, Brilha então a verdadeira luz, Libertando a alma cansada, O Glorioso Nome de Jesus. Por: António Jesus Batalha.


ENTREGA. Enquanto espero que viesse, A esperança e o contentamento, O dócil e suave pensamento, Que fez com que estes versos escreve-se, Temendo que o amor aviso desse, Minha vida é de juízo isento, Fica longe de todo o tormento, Para que enganos não tivesse, Meus pensamentos foram sujeitos, A quem minha vida enobrece, Lhe dedico pensamentos diversos, Verdades de um coração com defeitos, Ofereço ao Senhor estes versos. A Sua presença vem de madrugada, Cheia de amor alegria e piedade, Onde o mundo não me deixa saudade, Alegria que um dia vai ser celebrada, Nas bodas que para os salvos foi criada, Em que será aberta toda a verdade, Aí o mundo não verá mais a claridade, A noite do dia será sempre separada, Como as margens se apartam pelo rio, Ali não haverá fome calor ou frio, Será o fim de vidas amachucadas, Todos os remidos terão novas moradas, Vidas redimidas, pelo Cordeiro guiadas. Por: António Jesus Batalha.


ACREDITO. Acredito que no céu, Jesus chora, E que o Senhor sofre tanto, Por aquele que devia ser santo, Mas o mal, seu coração devora. E sem pensar, neste mundo mora, Quando o Senhor estende o seu manto, Não se arrepende nem faz pranto, Pela maneira como vive a vida agora. Um dia acaba esse falso gozo, Vai-se a vã glória e fraudulenta, Podia ter gozado o amor formoso, Heis a recompensa se esta vida levas, Pois irás viver numa tormenta, Toda a eternidade nas profundas trevas. Por: António Jesus Batalha.


SUBI. A cobiça aqui na terra, Vinha em força para me tentar, Oferecia grandes tesouros, Mas a verdade, não me quis dar. O relógio marca a hora, Olho o céu vejo as estrelas, Sou erguido desta terra, E subo, subo em direcção a elas. Vestido de vestes brancas, Vestes que o Senhor me deu, Passou a canseira da terra, Transformado subi pró céu. Por: António Jesus Batalha.


ELE É. Ele é o caminho que espero percorrer, Caminho santo que para mim preparado, Se neste caminho eu me vier a perder, Vem um anjo de céu ficar ao meu lado. Ele é a água que meu ser satisfaz, Água que quero para sempre beber, Água que lava meu ser, e em mim faz, Que riu de água viva esteja a correr. Ele é o Caminho pelo qual eu sigo, Neste caminho Sua mão me conduz, E Sua presença estará sempre comigo, Caminho de paz, amor, vida e luz. Ele é a Luz que sempre me ilumina, Luz que brilha em todo meu caminho, Nas santas letras Seu Espírito me ensina, A direção correta para chegar ao ninho. Por: António Jesus Batalha.


REVOLTA. O mar se revolta gravemente, Escurece o céu enquanto o vento, Sopra com força como o pensamento, Arrastando pró fundo numa corrente. Com corpo preso quase imerso, Em corrente à mercê de turbilhões, Sem sono, doente, sem ter visões, Vê na vida seus alvos dispersos. Mas num momento de cabeça erguida, Seu sentido desperta antes que adormeça, Lembra que até no deserto há vida. Resplandece um raio de chama divina, Que de repente à vida confessa, Vem a bonança à vida peregrina. Por: António Jesus Batalha.


A SEMENTE. A semente que tens semeado, Em terra que nunca foi tua, Mas da terra não tens tratado, Nem nunca tiveste cuidado, Semeaste na terra crua. Raquítica cresce a semente, Em terra sem gratidão, Cresce pouco fica doente, Secou de novo o nascente, Torna a terra em sequidão. É cega a tua mera visão, Pois não tratas com lealdade, Se realmente tens salvação, Mostra o teu amor e gratidão, Para quem te deu a liberdade. Desejas tanto o doce poder, Que para ti tudo agora vale, Mas vais ter de comparecer, Para o grande prémio receber, No grande dia do juízo final. Por: António Jesus Batalha.


NOVA TERRA. Além na nova terra só há beleza, Se houver flores nunca se desfarão, Ali não vinga doença ou tristeza, Mas há gozo eterno no coração. A glória ali é maior que o das riquezas, O poder supera o da inteligência humana, Mais excelente que todas as grandezas, Amor mais puro que o coração emana. Ter Jesus no meio das incertezas, Ter o seu perdão que toda a dor sana, Tê-lo como Senhor e guia nas devesas, É sentir aqui a paz, que do céu emana. Por: António Jesus Batalha.


NOS ACOSTUMAMOS. Nos acostumamos a ver os rios, a correr sempre para baixo, A chuva que cai a encher o riacho. Nos acostumamos ao sol quente no verão, aos ciclos certos em cada estação. Nos acostumamos, aos políticos corruptos Ás verdades que se foram, ás mentiras ingressas, Ao pobre que leva a vida a sofrer, ao desempregado que não tem nada que comer. Nos acostumamos, a ficar de boca calada, os ricos mais ricos, e o pobre sem nada. Nos acostumamos, a olhar de lado para nosso irmão, Não sorrir para ele, nem estender-lhe a mão. Nos acostumamos, a sermões vazios e palavras sem sal, Cânticos sem poder, música igual, Nos acostumamos, a pagar, para a bênção receber, e nos ficamos de braços caídos sem nada fazer. Nos acostumamos, a viver como mendigos, comer migalhas beber água podre como os perdidos. Nos acostumamos, a Palavra não ler, a não orar antes de comer, a perder a visão e andar como cegos, querendo apenas satisfazer nossos egos. Nos acostumamos, a viver de bênçãos passadas, viver sem amigos promessas quebradas. Nos acostumamos. a outros costumes que eu não vou falar, deixando aqui espaço para você pensar. Por António Jesus Batalha.


A OVELHA PERDIDA. Ovelha de olhar agudo e frio, Vida sem cor como glaciais, Seu coração gelado e vazio, Silêncio profundo e sepulcrais. Vai assim desfilhando lentamente, Em vereda deserta e pedregosa, Sopra vento na selva rumorosa, Vai caindo a noite pesadamente. Logo cai sobre si a justiça, Não ouviu o som do resgate, Ovelha não quis vir ao combate, Caminhou sobre areia movediça. Toca a trombeta o amor profundo, Para a libertar do conforto incerto, E a tirar das armadilhas do deserto, Levantando bem alto o moribundo. Por: António Jesus Batalha.


CONHECI UM GRANDE AMOR. Conheci o grande amor que não morre, Porque não é amor desta terra, Amor de verdade que nunca erra, Mais forte e eficaz que qualquer torre. Amor que olha além do horizonte, Longe da desconfiança e indiferença, Sem ideologia religião ou crença, Corre a cada dia como a água da fonte. Fruto que corre do reino da vida, De graça para todo o que crê, Ferramenta forte que se não vê, Que torna mais fácil a nossa lida. Tem o alvo de glorificar o Criador, Ser gentil unindo a Sua criação, Dado a todo o que tem a salvação, Para que deia a Cristo santo louvor. Por: António Jesus Batalha.


ENTRE ARVOREDO. Entre arvoredos se avistam as colinas, Como sonho que caiu no esquecimento, Surge a brilhante a lua, sopra o vento, Juntam-se em par como duas dançarinas, Cai em minha mente promessas divinas, Que satura minhalma e meu pensamento, Também protege a vida a cada momento, Enche de alegria nossas almas peregrinas. Ao acordar se reflete toda a realidade, É vestida a armadura da divina verdade. Para inimigo que se tem para combater, Move-se o Soberano pela Sua doce graça, Enchendo de vitórias e gozo a nossa taça, Dá bens preciosos sem alguém merecer. Por: António Jesus Batalha.


OS PÉS. Lindos os pés que são cuidadosos, Deus os quer humildemente no chão, Para serviços agradáveis e bondosos, Ombros valorosos certamente são. Eles suportam cargas sem cessar, Com muita alegria graça e oração, E sobre lindas vidas irão derramar, Bênçãos da vida que sempre fluirão. Por: António Jesus Batalha.


REPARO. Reparo Reparo Reparo Reparo

para cima vejo o azul dos céus, na nuvem branca que flutua, na criação perfeita do nosso Deus, como é bela a minha terra e tua.

Reparo Reparo Reparo Reparo

na beleza de toda a criação, que tudo foi feito em sintonia, no sol na lua e sua rotação, no voar da águia e da cotovia.

Reparo Reparo Reparo Reparo

no sol no dia e seu alvorecer, no sorriso lindo de uma boca, no rubro pôr do sol ao anoitecer, numa vida inútil fútil e louca.

Reparo no amor de Deus e Sua bondade, Ao enviar para nós Seu amado Filho Jesus, Que semeou entre os homens Sua Verdade, E oferecendo por nós Sua vida na cruz. Por: António Jesus Batalha.


A ÁGUA. Areia do rio leito vazio sem água, Depressa Depressa vão despertar, as águas das fontes dos nascentes. Parai. E clamai, que volto a gritar. Deixai. que corram pró mar. deixem o regato secar. Águas do rio parai, Oh peixes gritai Deixai! O rio a correr os peixes morrer não chegam ao mar, Porque as águas voltaram a secar e na água não posso nadar E eu volto a gritar parai! Parai de as águas envenenar. Por: António Jesus Batalha.


FANTASIA. A floresta que é irreal, Em planície de fantasia, Corre um rio pelo vale, Arrastando o que não queria. Como quem rasga a paisagem, Veloz como carro na estrada, Arrasta consigo toda a folhagem, Parecendo grande festa na parada. Rasga as doces rimas da poesia, Sopradas pelas cordas do vento, Mas dentro do rio da fantasia, Nadam as palavras sem acento. A grande floresta que é irreal, Logo como sonho desapareceu, É acordado o poeta e no final, Lembra-se das rimas que perdeu. Por: António Jesus Batalha.


GRANDE AMOR. Ó grande amor Santo e Divino, Estar em Tua presença é tão doce, Adorar o Teu nome é como fosse, Beber Tua graça até perder o tino. A Santa Palavra trocou meu destino, Sem Ela a minha vida perde o paladar, Como navio sem água para navegar, Adorador que nunca cantou um hino. És a aurora da minha madrugada, Cresce em mim a graça vibrante, Fazes de mim guerreiro triunfante, Te adoro com uma fé imaculada . Por: António Jesus Batalha.


PELO CAMINHO. Pelo caminho lentamente, Por estrada erma e pedragosa, Em selva escura e remorosa, Segue seu caminho alegremente. No peito carrega armas sagradas, Vigia sempre em todos os sentidos, Não deixa para trás os seus amigos, Leva-os seguros pelas ermas estradas. Se é difícil o caminho eleva os braços, Clama com fervor e fé ao seu amado, Sem medo do que se passa ao se lado, Liberto está de todos os embaraços. Por: António Jesus Batalha.


O VENTO FORTE. O vento forte teima em bater no muro, Para fazer ruínas no templo sacrossanto, Rolam gritos gemidos de grande espanto, Aproxima-se deserto de grande e escuro. Toca trombeta com angustia profunda, Lançando pra bem longe todo o incerto, Arrastando-se para o oásis no deserto. Saí com sua alma triste e moribunda. Em seu socorro vem o grande Supremo, Alivia as suas dores e as mãos cansadas, É reconstruido todas as vias quebradas. São desfeitas as armaduras do demo, E volta a seguir alegre o seu caminho, Com certeza de que não está sozinho. Por: António Jesus Batalha.


ELE FALOU. Ele falou com amor, E afirmou que viria, Agora vivo esperando, Que Ele venha como dizia. Eu acredito no Seu amor, Do grande Deus conselheiro, Quem quiser ter esta graça, Tem que aceitá-Lo primeiro. Acredito que Ele virá, Assim muito de repente, Decerto irá apanhar, Desprevenida muita gente. Quero esta verdade cantar, Nas ruas de ouro da cidade, Erguendo as mão ao alto, Pela verdadeira liberdade. Por: António Jesus Batalha.


AS LUTAS. As lutas muito precisas são, Ainda que seja bem dura, Com elas a paz se assegura, Não metas no mal a tua mão. És crente louco porventura? Pois estes, fim trágico terão. Vive na vereda estreita, Desperta a alma ingrata, Lembra-te que o diabo espreita, A forma como te mata, Usar o som da chibata, Para viver a vida direita. É hora de mostrar o fruto, O fruto de um bom soldado, Porque em pequeno reduto, Mostra ser despedaçado, Acaba a vida num minuto, Se não fiares acordado . Por: António Jesus Batalha.


A TUA PALAVRA. A Tua palavra É caminho invisível, Vereda estreita, Verdade credível, Luz que ilumina, mão que segura, que a gente aceita, é vida é luz e paz é amor e ternura que a gente procura. É pura santidade, esperança segura, que cada dia nos traz de Deus mais unidade. A Tua palavra, é aurora no nascente rio de água corrente num deserto vazio, é força que não morre no coração da gente, É sino que toca na nossa memória é fruto que nasce no cimo da torre é beleza tamanha que fica gravada na nossa história, e cresce lacrada numa grande vitória. Por:António Jesus batalha.


PALAVRAS. Essas palavras dadas de bocas puras, São de Deus ofertas a nós enviadas, Vêm de fonte de águas futuras, Nos corações agora derramadas. São olhos que vêm a distancia, Braços abertos com um desejo, Fazem lembrar que a infância, Trazem o caminho que almejo. Voz na escuridão que anuncia, Aos que estão nas trevas do abandono, Que pode transformar a noite em dia, E dar um lugar junto do Trono. Por: António Jesus Batalha.


DIFERENÇAS. Pensamos mais, fazemos menos, O que fazemos é muito aquém, No amar ficam torrões, Que amamos mas quem? Amar e pensar qual diferença? A diferença em pensar e amar, Embora junto a quem, Como fuga para Saturno, A diferença entre as duas tem. Os sentidos voam no espaço, Em práticas produzidas por nós, Onde chego eu a quem amo e abraço, Diferença entre duas aqui tem. Vamos captar o passo desejado, Em tempo por nós talhado, Naquele ritmo acelerado, Vencer as diferenças? Mas quem as não tem? Por: António Jesus Batalha.


PELO MUNDO. Pelo mundo irrompe o amor, Mostrando vida, nova à frente, Contra desejo rude pestilente, Arde como um forte queimador. Como árvore expressa no deserto, Que a sua sombra cobre de calor, Ou o remédio que tira a forte dor, Como indicador de caminho certo. Em deserto que o amor adormecido. Raiando como sol em vale sombrio, Correndo forte como grande um rio, Transforma o coração rude e ferido. Por: António Jesus Batalha.


VIDA. A vida; É passageira, Como a água, Que corre, Corre sem parar, Umas vezes calma, Outras vezes veloz, Corre pró mar, Sem parar, Sem deixar de existir, Água que se funde , Sem se notar, Está lá. A vida, Aqui, Um dia tem fim, Não é segredo, sem medo, Do medo, Ela corre como a água, pró mar, Até noutra vida, Se transformar. Por: António Jesus Batalha.


NASCENTE. O nascente que encontrei, De água pura e cristalina, água que admirei, Água pura e Divina, Água fresca, Muito leve, e sadia, Que dela bebi a cada dia, Eu sentia, A água, Que corria. E eu ali, Sentado, Junto ao nascente, Pus-me a pensar, Onde esta água vai parar? Segui a água, Fiquei admirado! Que a água que eu segui Agora, era um lago, Nele entrei, Nadei. Saí, e fiquei sentado, Pensei, Vou passar para o outro lado, Dei a volta, Mas pude reparar, Que as águas deste lago, Iam continuar, É um rio! Clamei: É o rio que eu achei. Por:António Jesus Batalha.


O CANDEEIRO. Acendo o candeeiro do tecto, Quando está a escurecer, Há momentos de afecto, Antes de adormecer. Ao olhar pela janela, Há uma paisagem sem fim, Vejo o Tejo, e vejo nela, O quanto gosta de mim. Elevo os olhos ao céu, Dando graças ao meu Deus, Por Sua grande compaixão. Apago o candeeiro do tecto, Há momentos de afecto, Há amor e gratidão. Por:António Jesus Batalha.


O IMPORTANTE. Não é importante que os outros dissessem, Que tens mui largas simpatias, Se no teu coração, há muitas covardias, E teu viver a muitos arrefecem. Se de ti só se recebe sensaboria; E se as contasse, e todos soubessem, Talvez outro juízo de ti fizessem, E assim acabavas com tua fantasia. O teu feitio enerva e não constrói, Porque só tens prazer em dar guarida, Ao cinismo que fere e que nos dói. Desperta em ti esta verdade, Daria o melhor da minha vida, Para te ver e ouvir na sinceridade. Por:António Jesus Batalha.


PARA FILHA. Para ti filha querida, Quero dar os parabéns, Por mais um ano de vida, Nestes versos que tu lês. Sempre foste uma boa filha, Dizer tudo não sou capaz, Que a luz que em ti brilha, Não te deixe voltar atrás. Poemas não sei fazer, Apenas posso escrever, O que no meu coração vai. Serei sempre teu amigo, Estarei sempre contigo, Um grande abraço do pai. Por: António Jesus Batalha.


NETA. Flor linda e delicada, De alma pura e mimosa, É a raiz da madrugada, Meu lindo botão de rosa. Vejo no seu rosto o resplendor, Serena e mui tranquila, Do botão sairá flor, Como o ser saiu da argila. Eu sinto um dever sagrado, De dar graças ajoelhado, Por este botão inocente. Elevo os olhos para céu, Dando graças ao meu Deus, Por este grande presente. Por: António Jesus Batalha.


COM O CORAÇÃO SE AMA. Amar com o coração, mui contente, Combater sempre batalha justa, Aquele que segue a Palavra fielmente, O inimigo muito feroz, o não assusta. Amar é a palavra doce da razão, Sem ela não será justo o combate, Se dizes que estás dentro da salvação, Vê no mundo quem precisa de resgate. Empunha a espada guerreiro destemido, Acredita na Palavra que tudo te faz vencer, Tu és de Deus,homem forte redimido, Com vitória certa,de apenas só crer. Deves confiar com fé pura e vibrante, Como a luz alegre da madrugada, Enche o coração dessa força triunfante, Dos que estão à esperada luz imaculada. Por: António Jesus Batalha.


A JANELA. Na força humana, também experimentei, mas com meu ser frágil nada produzi. Olhando então para os céus, do sábio Daniel me lembrei, e a minha janela eu abri. A minha força eu deixei. Para Sentir Divino sopro brando, Do Espírito Santo de Deus. Por: António Jesus Batalha.


A ALMA. Quando nossa alma nesta vida passa, Como peregrina vagueando neste mundo, Sem o Amor de Deus, tudo ela abraça, Nos prazeres da vida, amor vagabundo. Como um regato de água mansa e fina, Quanta tristeza, lágrimas derramadas, Para todo o charco a alma se inclina, À fonte divina, são todas chamadas. Desejo, ilusão, sobrepõe-se à vida, Como a meia noite em densa treva, Vagueia sem rumo, anda perdida. Deus é Senhor sobre toda a criação, Mudar todo o rumo da vida que leva, Sacudir do manto sujo, toda a ilusão. Por:António Jesus Batalha.


TU OUVES. Deus como Tu és Piedoso, És Senhor, Deus e Pai, E ao que é teu filho ditoso, Tu ouves, até um ai, Estrelas puseste nos céus, Deste a frescura nos mares, Ao campo deste a flor, E a beleza do horizonte, Nos prados puseste o bisonte, E a mim grande Deus, E deste-me a vida Senhor! Por: António Jesus Batalha.


O RIO. O nascente que encontrei, E o rio em que eu nadei, Era o mesmo rio, Mas ainda, Verifiquei, Que o rio em que eu nadei, Não havia nenhum navio, Mas,Havia gente. Muita gente, Contente. A nadar, Nesse rio sem navio, Só gente. Havia também árvores, Árvores de fruto, Nas margens do rio, Todos apanhavam E comiam, Os frutos, Eu admirado, Notava, Que o fruto não faltava. Saciava toda a gente. Como eu estava contente, De ter encontrado o nascente, Levanto as mãos aos céus, Porque o rio em que nadei. É o rio que vem de Deus, É o rio que eu achei. Por: António Jesus Batalha.


NADA ERA. Quando ainda não sabia, Já eu era sem saber, Não havia estrutura, Nem palavras que fluíssem, Em escuridão constante, Nada era importante, Mas importante eu era, O relógio marcou a hora, O caminho percorri, Nasce o dia ou a noite, Não sei, pouco importa, Vi o sol a escurecer, Vi o dia em seu esplendor, E a graça de ser quem sou. Servindo ao Senhor vou. Ser escravo do Senhor. Por: António Jesus Batalha.


FOI ASSIM. Olhei para mim e esperei o que nunca chegou Então cansado das raízes que perto me detiveram Sem nome de voz, A voz sem nome mui perto, mas distante, festas sem vozes, E a voz que não encanta. Mas quando, com solidão me condecorou, Com o cravo da ausência, palavra que nada trazia à riqueza da vida, e de presença tão fria. Então tranquilo, aguardo em sossego, A ânsia da grande onda, Que na dança descontrolada, como de nave rangendo, Então fico e descanso, Para morrer, vivendo. Por: António Jesus Batalha.


ARMADILHA. Com essa cara de piedosa, Enganaste muita gente, Com esse ar de inocente, Mas no fundo uma vaidosa. A luz que de ti refletia, Como que certa e verdadeira, Querias ser conselheira, Nem amizade em ti havia. A confiança que então, Havia, ou parecia haver, Nunca deu pra compreender, Nem saber, qual a razão. Parecia que tinhas fé pura, Mas isso em ti não existe, És feita de matéria dura, Pois a todos deixas triste. Por: António Jesus Batalha.


CONFISSÃO. Não fiques mais na prisão. Tens em ti a claridade, Para buscares a verdade, E fazeres dela confissão. Ergue tua voz ardente, Com devoção e firmeza, Verás que até a tristeza, Corre de ti velozmente. A confissão com ousadia, Sem nenhuma covardia, Faz de cada um vencedor. A Palavra de Deus tem poder, Para transformar o teu ser, E te dar uma vida melhor. Por: António Jesus Batalha.


AFLITOS. Suspiros aflitos de tanta tristeza, Com muitos segredos que desditas, Correndo por essas estradas infinitas, Que os levam a gemer pelas devesas. Numa derrota traiçoeira e pavorosa, Vidas se curvam sob mão potente, Assim se desgastam lentamente, Em vida triste, cansada e ruidosa. Vem à verdade triunfante e gloriosa, Lança para longe todas as seduções, E desembaraça do manto das ilusões, Dando confiança paz e vida formosa. Por: António Jesus Batalha.


TEU AMOR. Quando medito no Teu imenso amor, Meu coração se enche de grande alegria, Então elevo para Ti o meu louvor. Por Tua graça aceitas minha melodia. As minhas palavras poucas são, Para Tua Santidade eu adorar, Mas saem do fundo do coração, Sê servido Senhor de as aceitar. Levanto as minhas mãos para Ti, Com toda a humildade do meu ser, Quero ser sempre servo Teu aqui, Cheio do Teu amor graça e poder. Tua paciência tem sido para mim, De uma medida elevada sem igual, Amor glorioso e Tua graça sem fim, Que me livra a cada dia do mal. Por: António Jesus Batalha.


SOMBRA. A sombra que veio morar, Em cima de um rochedo, Quem por ali ia passar, De longe ficava a olhar, Da sombra tinham medo. A lua que tanto brilhava, Fazia a sombra mudar, O homem que ali passava, Olhava prá sombra gritava, Socorro! devo estar a sonhar! Então logo se acalmou, Para replicar logo a seguir, Olhem que medroso não sou, Com medo eu não estou, Disse: apenas estava a fingir. Por: António Jesus Batalha.


UM RIO. Criei um rio por onde navegam, Imaginários navios com arcadas, Verdes salgueiros que despregam, Se tocam em cima das águas, curvadas. A batida dos remos é compassado. Ecoam no silêncio da madrugada, Entre juncos se afastam para o lado, Parecendo ser voz de canção cantada. Fiz nascer do sol, em sitio errado, Dando mais cor a uma nova vida, Parou remos e vento,barco parado, Foi a minha imaginação extinguida. Há imagem na água como que encanto, Que veio romper a minha memória, Rio e barco desaparecem como o canto, Ficando apenas esta linda história. Por: António Jesus Batalha.


ROSA AMARELA. Uma rosa amarela na mão amachucada, Como água fresca no verão de madrugada, Inalei seu perfume em cima de um terraço, Foi para mim,essa rosa como forte abraço. A roseira que deu a rosa foi na vara amarrada, Mas ninguém pôde notar a lágrima derramada, Veio rolando de mansinho cair no meu regaço, Rompeu a alegria, para tristeza não há espaço. Também que ali havia, rosas brancas e lilases, E junto delas passaram, raparigas e rapazes, Que corriam todos juntos, rindo e adiantando. Pensavam que tinha graça e assim iam zombando, Falavam da rosa amarela que ali estava no chão, Diziam uns para os outros, reparem que solidão! Por: António Jesus Batalha.


DESFOLHEI. Para ti eu desfolhei, Todos os livros que encontrei, Desfolhei também a chuva, E todos os raios do sol, Que vinham até à terra, Todos as palavras desfolhei, E todos os bagos de uva, Desfolhei também meus passos, Gira-sol cravos e rosas, O mal-me-quer e mimosas, Todas as plantas e livros, Com cuidado analisei, Muitas palavras que haviam, E muitas frases que eu achei, Mas para pôr no Teu Altar, Nada de útil eu encontrei, Algum para Te poder Louvar, E adorar-Te Senhor e Rei. Por: António Jesus Batalha.


VAGAS. Nas vagas do oceano eu vagueio, Sou como a ave que no seu voo se embriaga, com o sol e o vento, Atravesso o reverso do ar, mas num momento! Eleva-se o meu ser leve como uma pena que soprada pelo vento se eleva até ao reino da inconstância. e vai pousar na palavra inquieta, que muda a existência e surpreende os homens na sua obscuridade enlouquecida e desbotada, E nesse instante, É o poeta chamado, E seu sonho encerra, Desperta o homem calado, perdido aqui na terra. Por: António Jesus Batalha.


O CAMINHO. O caminho por que passou, Para que fosse crucificado, Depois que foi humilhado, A sua voz Santa elevou. Aos homens meu Pai perdoa, Porque não podem entender, Todo o mal que estão a fazer, Ainda que muito me doa. De tudo quanto lhe fizeram, Teve Jesus grande sequidão, Como água não tinham à mão, Vinagre na esponja lhe deram. Depois de tudo o que sofreu, Em agonia o Senhor bradou, Ao Pai seu Espírito entregou, Inclinou sua cabeça e morreu. Passado o sofrimento, e a dor, Na tumba negra o sepultaram, Mas ás mulheres que o visitaram, Foi dito: ressuscitou! O Senhor! Por: António Jesus Batalha.


PODES ABRIR. Se queres rasgar o meu peito, E se estas palavras sabes ler, Podes ler o que Jesus tem feito, Mas não o que Jesus vai fazer. Repara que tenho nova vida, E o amor gravado no coração, A verdade e a graça seguida, Fez meu ser, mudar a direcção. A tinta com que se escreveu, É o precioso sangue de Jesus, Que de livre vontade Ele deu, Por mim e por ti na dura cruz. Por: António Jesus Batalha.


A INVEJA. A inveja é como um comboio parado, Num velho tosco e sombrio apeadeiro, Barco rombo que não vai a nenhum lado, Que encalhou numa noite de nevoeiro. Um caminho que leva à morte, Deixa passar a vida e suas estações, Uma cela com parede bem forte, Um verme que destrói os corações. Inveja é como casa velha sem janela, Ser amarrado com correntes sem vida, Comida apodrecida em abandonada cela, É morada vazia pelo vento destruída. Por: António Jesus Batalha.


RIMA. Preciso a rima encontrar, Para minha nova poesia, Se a encontra-se a sonhar, Toda a noite eu dormia. A quadra que foi dividida, Num ode que se quebrou, Ficou a rima esquecida, Com poema que não findou. Fui espreitar pela janela, A quem passava perguntei, Se deram pela falta dela, A rima de que antes falei. Numa bela manhã aquecida, Vinha plo caminho a coxear, A rima que muito divertida, Veio para meu poema acabar. Por: António Jesus Batalha.


PÁRA. Onde pára a tua alegria ó criação, Vives cada dia nessa tristeza assim, E tens muita mágoa no teu coração, As dores e as vinganças não têm fim. Viver é ajudar também na vida alheia, Pois ao morrer vais entregar a tua vida, Agora, precisas de luz na tua candeia, Pelas trevas tua vida está consumida. O Criador conhece a tua fragilidade, Conhece tudo que na tua vida se passa, Pelo seu amor quer dar-te a eternidade, Revelar-te os Seus dons pela Sua graça. Por: António Jesus Batalha.


PASSANDO LINHAS. Passando linhas apagando espaços, Que sufocam e te trazem pesadelos, És presa fácil dos teus próprios passos, Age agora não fiques parado a vê-los. Esta vida que levas ela te arrasta, Para o nada, em caminho incerto, Sombra da vida sem alvo nefasta, Água que cai e se perde no deserto. Podes encontrar um novo caminho, Que traz à tua vida uma nova visão, Certeza plena de nunca estares sozinho, Aceita de Jesus Cristo, a Sua salvação. Por: António Jesus Batalha.


MANHÃ. Numa manhã radiante sopra a brisa, Vem vento forte parece tempestade, A guerra que muitas vezes se banaliza, Semente que se não quer, mas precisa, Pois prepara o terreno para a eternidade. Peleja que pode vir do sul ou do norte, Quem sabe, até pode vir do oeste, Mesmo que a criatura não se importe, Ela pode vir como vento muito forte, Pode ficar muito sangrenta e agreste. Enquanto tu viveres aqui na terra, Sê confiante não fiques desesperado, A semente que no coração se enterra, Vai ajudar-te a vencer toda a guerra, O Autor da semente está ao teu lado. Por: António Jesus Batalha.


FRASE. Vi uma frase correndo, Para o verso encontrar, Vi o poeta escrevendo, Palavras que vinham rimar. Dois versos ele juntou, Depois ficou a pensar, Faltam dois versos pensou, Para a quadra acabar. A arte da poesia, É difícil de entender, Muitas vezes é fantasia, O que você está a ler. Vagueia o pensamento, Nas palavras se divertindo, Ás vezes é o sofrimento, Que o poeta está sentindo, Outras é uma realidade, O poeta chama à razão, Para toda a calamidade, Quer acredites ou não. Por: António Jesus Batalha.


SILÊNCIO. Sopra silêncio indecifrável, Em sonhos longos misteriosos, Carregados de segredos dolorosos, Num viver doído inconsolável. Levantam-se cativos dos problemas, Que não acabam mas atraem, Se incutidos na alma não saem, Busca saída, nas intenções supremas. Sem esperança na amplidão sagrada, Neste mundo as soluções se escondem, Gritam aos astros, mas não respondem, Fazem promessas e votos, mais nada. Podes amigo ter um novo destino, Onde o Eterno nunca te condena, Mas dar-te amor, alegria paz serena, E levar-te um dia ao abrigo Divino. Por: António Jesus Batalha.


TEU AMOR. O Teu amor glorioso se assemelha, À chama do grande fogo ardente, Reflete em mim Teu brilho ingente, Como o sol no grande mar se espelha. A cada momento teu grande amor jorra, Para o mundo entender o que encerra, O sacrifício de Jesus aqui na terra, Para que todo o que crer não morra. Enches de alegria a minha taça, Como o azul do oceano largo e profundo, Afim de ser uma luz viva neste mundo, Libertar alguém da tristeza e desgraça. Por: António Jesus Batalha.


A VISÃO. A visão te fugiu,vida no mundo perdida, Buscas em vão a paz, neste ermo solitário, Tens a tua razão vazia, num cruel fadário, Num viver triste, de fronte ao chão pendida. Porque deixas-te o amor mais forte da vida, Que Jesus Cristo ganhou por ti no Calvário, Para que nunca mais vivas triste e solitário, E numa situação de imobilidade indefinida. Vem para o grande e eterno amor de Justiça, De coração arrependido levanta uma prece, Volta a dar tua vida, e à Palavra obedece, Para uma caminhada humilde e submissa. Por: António Jesus Batalha.


NO MONTE. No cimo do monte me sentei tristemente, Contemplando o denso e pesado nevoento, Cismando me perguntei com um lamento, Daquilo que conhecia da vida vagamente, A minha voz levantei em tom gravemente, Ainda rouca e triste, enquanto o vento, Soprava rápido e forte como o pensamento, Que busca o alvo inquieto e intermitente. Desci o monte atravessando a névoa fria, Em certeza que o mundo se perde em fantasia, Se nós não lhes despertarmos o sentimento. A verdade e o amor ficam no esquecimento, Porque se não falou de paz e sua imensidade, Corações não foram cheios da grande verdade. Por: António Jesus Batalha.


MENINO. Menino vadio, Que dormes na rua, Treme de frio, Coberto pela lua, Dorme em chão duro, Num cartão florido, Sem um naco de pão, Sem ter um abrigo, Nuvem que passa, Cobre sua dor, Bebe ar de graça, Sem pingo de amor, Menino vadio, O que tens vestido, De estômago vazio, Assim andas perdido. Por: António Jesus Batalha.


POUSADO. Pousado no salgueiro rouxinol chorou, Piou, saltou, gritou perdidamente, Parece que queria avisar toda a gente, Que é triste a vida daquele que não amou. É vida vazia é sonho que já passou, Rio de água turva que corre lentamente, Terra deserta inculta, ou árvore doente, Cinza de queimada que o vento soprou. A canção do rouxinol que acalentou, Na triste vida do homem, o alvorecer, Jesus veio livrar o homem de sofrer. Pregado na cruz morreu, mas ressuscitou. Por: António Jesus Batalha.


BENDITA. Bendita aquela que me gerou, Bendita aquela que me fez nascer, Bendita aquela que me embalou, Que em seu colo me fazia adormecer. Que com sua canção me acalentou, Em noites frias escuras ou no alvorecer, Com muito carinho meu coração inundou, Na obediência e no amor me fez crescer. Bendita a sua paciência e seu amor, Sua imagem ficou gravada em meu peito, Como sua voz,seu andar e o seu jeito. Numa semelhança a uma linda flor, Que cumprido seu tempo adormeceu, Bendita essa mulher que tudo me deu. Por: António Jesus Batalha.


QUEIMA. Queima estes versos atira a cinza ao ar, Que seu pó seja arrastado pelo vento, Levado pra longe fique no esquecimento, Enterrado no mais profundo do alto mar. Tira-os da mente que já os sei de cor, Contempla-os apenas por um momento, Talvez possam tocar no teu sentimento, Então a minha alegria seria ainda maior. Versos que escrevi são versos que sonhei, O que vais fazer é contigo, eu não sei, Faz o quiseres o que teu coração sente. Sim sei que ele não engana e não mente, Guarda-os como fosse amor nesta vida, Para reveres se andares um dia perdida. Por: António Jesus Batalha.


GUARDO IMAGENS. De um sonho inventado, Guardo imagens que são, Invenções de sonho passado, Sombras que as veras me dão. Se por acaso estas regressam, Causam-me enorme confusão, Verdades que não confessam, Os sonhos que já lá vão. Em terra seca sem raízes, Ainda que teve bom começo, Deixou imagens bem felizes, Imagens que não esqueço. Por: António Jesus Batalha.


O QUE É A POESIA. A força que há na poesia, Não se pode descrever, Se estive aqui todo o dia, Com mil parábolas, nada valia, Pois não ias compreender Será que sabes o que vale, Em examinar um conteúdo, Eu gosto de quase tudo, Que brota de um coração, Muito ilustre ou humilde, Não importa se rima ou não. Gosto de bom verso banal, Ou de belo poema erudito, Ás vezes acho bem bonito. Mas se vens a discordar, Não penses que tens razão! Porque o que sai do coração, É motivo para pensar, Em discussão não entro eu, Não desaprovo um sentimento, Palavras que vêm de dentro, Muitas que o mundo esqueceu. Posso vos parecer de louco, Mas olha para o velho ditado, Disso? todos temos um pouco. Princípios que não abdico,


Nem estou para isso virado. É assim que escrevo poesia, Mesmo que para vós sem valia, Esta minha simples linguagem, É como se grava-se um disco, Simples,com música, sem imagem, Não quero a nostalgia. Apenas escrever e ser feliz, Quem sabe se chega um dia, Um erudito então me diz! A tua escrita é discreta, E cada um faz o que sabe, Vejo que és um bom poeta, Não uma pessoa qualquer, Posso ensinar-te uma directa? Gosto da tua poesia, A inspiração te projecta, E lê-la é grande alegria. Quero que todos os médias, Escrevam-nas no universo, Cada rima, poesia ou verso, Deste poeta vagabundo, Que vive a cada dia, Com desejo de mudar o mundo. Por: António Jesus Batalha.


CÉU CRISTALINO. Num céu intemerato e cristalino, Brilha uma estrela alegre reluzente, Parece anunciar a toda a gente, Que em Belém nasceu o Deus Menino. O homem na terra vê o seu destino, Traçado de maneira mui diferente, Quem a noticia recebe contente, Seu nome será escrito no Livro Divino. Numa entrega seus sofrimentos saram, As paixões deste mundo se desvanecem, Angústia tristeza logo desaparecem, A vida, de forma diferente encaram. Brilha a nova vida como a aurora, Na sua alma as trevas se fazem em luz, É sal e testemunha na terra, disse Jesus, O Salvador tirou os pecados de outrora. Por: António Jesus Batalha.


PORQUE DEIXAS-TE. Como deixas-te a tua alma se perder, Por vias deste mundo tão misterioso, Vives agora em caminhos langoroso, Pois a alegria em ti deixou de se ver. Foste para longe e não queres saber, Trilhas caminhos ruins e maliciosos, Escrito com desejos assombrosos, Veredas torcidas para se percorrer. O desejo deste mundo vieste a sorver, E te enredou em caminho pecaminoso, Que faz de ti um ser rude e maldoso, Perdido na escuridão sem nada fazer. Nunca imaginei que te via perder, Pois sempre foste braços vigorosos Corpo e alma e abraços caloroso, Dos bons conselhos não quiseste saber O que ouviste não quiseste entender, Para seguir um caminho duvidoso, Que te leva a um fim mui tenebroso, Sem alegria e paz, decerto vais sofrer. No céu, no Cristo vivo, ainda podes ver, Aquele chamado bendito e glorioso, Para caminho alegre e mui frondoso, Que, se tu quiseres podes pela fé ter. Por: António Jesus Batalha.


SIMPLICIDADE. Em versos simples singelos, Escrevo o que vai no meu ser Se os escrevesse num mapa Os tornaria mais vivos e belos. Mas eu fujo do que é padrão, Do que querem que seja feito Meus versos escritos de coração São de minha inspiração Escrevo o que minha alma sente, Sem usar de grande técnica, Ou linguagem eloquente. E o poeta se sente livre Dos doutores esmerados. E dos seus escritos floridos. Isto com todo o meu respeito, Ao seu belo e grande saber, Sempre assim fui,nada há a fazer. Pobres e ricos iletrados e letrados Junto as palavras como um buquê Escrevo,algarismos e símbolos Junto tudo num grande molho E presenteio,a quem meus poemas lê. A leveza no pensar e no sentir Voando por aí sem gravidade Levando a saudade do poeta Que ninguém pode resgatar Nem sua distancia medir Os acordes que ficam para dar Voam na tristeza com o vento Ficam mortos entre os sonhos Sonhos que ninguém pode acordar Mas deixem, deixem o poeta sonhar Na matemática incompreensível Por: António Jesus Batalha.


O MUNDO. O íman que atrai o ser a este mundo, Como sedução de vagas magnéticas, De força carnal em atrações poéticas, O arrasta para morte em lodo profundo. Esqueceram a força da Palavra triunfante, Embriagados nas riquezas e nas seduções, Nadam nesse mar inquieto de ilusões, Mas são apenas encantos vacilantes. Sopra a tempestade trazendo a verdade, Que revela ao coração do homem o engano, Lembrando que é condenado o ser humano. Que vive no mundo de ilusões e falsidade, É destituído da verdade e caminho eterno, Condenado pela Palavra a viver no inferno. Por António Jesus Batalha.


POETA PERFEITO. Sonhei que era poeta perfeito, Que escreve tudo aquilo que sabe, Mas depressa o sonho foi desfeito, Nem era o grande poeta eleito, Nem essa verdade em mim cabe. Soprou em mim a vera realidade, A que quis tornar pura a poesia, Ainda que o sonho deixou saudade, Mas se houver um pouco de habilidade, E misturar também alguma fantasia. Vem poesia como musica na madrugada, Canta como ave que sussurra ao vento, Como a luz cintilante pura e imaculada, Que falando diz tudo ou não diz nada, Faz que trabalhe forte o pensamento. Por: António Jesus Batalha.


PESSOAS QUE PASSAM. Quantas pessoas passam em nosso caminhos Feridas, cansadas, doentes, rumo à perdição. Parecem que normais, mas perderam a visão, São conhecidos. Uns de longe, outros vizinhos. Colegas de trabalho, um amigo ou um irmão, Nós passamos de largo sem caso dele fazer, Esquecendo o que a Palavra nos está a dizer, Para sentirmos por essas pessoas compaixão. Mas passamos pelo outro lado, simplesmente, Calados, indiferentes,com nossos olhos no chão, Assim passamos,sem lhe ter falado da salvação, Podemos viver assim o cristianismo sinceramente? Por: António Jesus Batalha.


ELE ESTÁ LÁ.

Quando ruge o tentador, Do seu rugido tu tens temor. Ele está lá. Quando o vento forte soprar, E teu barco parece afundar. Ele está lá. Ele está lá. Mesmo na imensa escuridão, Quando tens perdido a visão. Ele está lá. Se tu ficas aflito sem nada ver, Sossega irmão, só tens de crer. Ele está lá. Quando a tempestade aumenta, E se for muito grande a tormenta. Ele está lá. Quando fores desprezado. Ou pelo Diabo fores tentado. Ele está lá. A promessa que Ele deixou. Pois a ninguém desamparou, E sempre ao teu lado ficou. Ele está contigo. Por: António Jesus Batalha.


O POETA. O poeta não entoa apenas dor, O que lhe vai na alma,disso fala, Como o soprar do vento se embala, Fala de raiva,angustia e de amor. Dos raios da lua num mar prateado. Dum céu enevoado escuro sem luz, Do macho que a sua fêmea seduz, Escreve do sábio, e do amalucado. Lembra toda a nostalgia percorrida, Dum amanhecer quente e tardio, Do trabalhador,do empregado vadio, Do que não tem para comer nesta vida. Sentado na alta escarpa junto ao mar, Pensa naquele sonho que não realizou, O piar duma gaivota o poeta despertou, Para ali junto ao mar, seu poema criar. Vê nas nuvens a sua poesia esculpida, Como o arco-íris carregado de saudade, Como metáfora carregada de verdade, Que fere o âmago com fina dor sentida. O que deveras o poeta escreve ou entoa, Jorra como nascente, em colina calma, Silêncios, ausências o que lhe vai na alma, Como ave solitária que no azul do céu voa. Por: António Jesus Batalha.


DORME. Dorme a noite inteira, e ao acordar, Fica aborrecido triste muito irritado, Foi apenas ilusão de sonho passado, Ficando o dia inteiro sem nada falar. Sopra o vento veloz pela madrugada, Vários conhaques no copo ele verteu, Entre tristeza e lágrimas ele bebeu, Assim passou o dia sem dizer nada. Fica inquieto com os olhos fechados, Como quem tem medo da realidade, Mas o seu coração morre de saudade, Dos abraços dos dias passados. Por: António Jesus Batalha.


HORIZONTE. Surge a nuvem no horizonte, E grande onda vem do mar, Vem com força de um bisonte, Carregando na sua fronte, Energia sem fim no chegar. A sombra depressa tudo cobriu, Mudando paisagem de momento, Em beleza extrema que se viu, Formando regato, depois um rio, Corre veloz soprada pelo vento. Como belas melodias embriagantes, Ilusões estranhas e surpreendentes, Aves, répteis feras todos contentes, Gentes alegres e muito sorridentes, Todos mostrando suas cores berrantes. Trazem seus braços magros errantes, Ilusões tamanhas, que de momento, Se perdem no infinito firmamento, Ganham sorrisos de contentamento, Tudo fica muito vazio como dantes. Por: António Jesus Batalha.


POR MAIS RUDE. Por mais rude que ela seja, Será por ela minha canção. Sou um prato na sua bandeja, Pois lhe servi o meu coração. Sou servido, e ela é servida. Da minha vida pobre usar, Te pertenço por toda vida, Nada nela como navio no mar. Os sons se vão junto do vento, Sem música alegre aos ouvidos, Em rio de paz e contentamento, Que corre em ambos sentidos. Como notas, pausas e formatas, Que acordes se juntam à melodia. Sons que se quebram nas cantatas, Transformados em pura fantasia. Por: António Jesus Batalha.


FLORESCE. Floresce a linda flor no campo, Como a palavra em abandono, Adormecidas em mero sono, Estendem no prado seu manto. Passando os dias e as memórias, Logo emergem novas plumagens, Dando aos olhos novas miragens, Gravam nos corações suas histórias. Mas surge a bela, frágil e solitária flor, Que em prados verdejantes persiste, Beleza que em outro lado não existe, Dando de graça sua beleza e seu odor. Por: António Jesus Batalha.


A BRISA. Brisa que numa sintonia ecoa, Lindo som em acordes para o céu, Canção que nas asas do vento voa, Apoderando-se de pensamento meu. Fico ali sozinho em vale encantado, Temendo que alguém ouça a canção, Fique também, a esta brisa amarrado, Que arrebate da vida toda paixão. Sem se dar conta, passa todo tempo, Até que a brisa doce deixa de bailar, Depressa vai longe num pensamento, Mas meu desejo era o tempo mudar. Ficaria ali parado junto do ribeiro, Ouvir a melodia da brisa a cantar, Mandaria aviso por um mensageiro, Que muito breve, a brisa ia parar. Por: António Jesus Batalha.


TANTO AMOR. Tanto amor que é derramado Sobre minhas lágrimas sentidas, Tanta paz e curas de feridas. Pelo Jesus Cristo ressuscitado. Tanta paciência e graça sem fim, Do Filho de Deus meu Senhor, Tanta paz,tanta alegria e amor, Que Ele tem derramado em mim. Tantas palavras de carinho ouvi, Mesmo quando ventos sopravam. E no mar alto as ondas gritavam, O mundo da tua vida louca ele ri. Venham todos e fiquem comigo, Ouçam o clamar do bom Pastor, De coração alegre cheio de louvor, Se não vêm! É convosco, eu sigo. Por: António Jesus Batalha.


FORTE VENTO. Um forte vento sopra as ramagens, Que em redemoinho são levadas, Deixam essas sombras arruinadas, Como trilhos que não têm paragens. Passam as sacudidelas consumadas, Vem o silêncio vago de uma aragem, Mudando a visão daquela paisagem, Fazendo lembrar a abelha na afloradas. Fugiram as nuvens negras passageiras, Surge o encanto das flores das roseiras, Que pelos insectos ali são beijadas. Em danças belas e muito aprumadas, Expelem seu odor cheio de emoções, Ficando o encanto em certos corações. Por: António Jesus Batalha.


CABANA. Cabana de porta muito aberta, Sem o luar se mostra sombria, A luz pálida que dentro se via, Fazia lembrar a sua tristeza certa. Sobre o leito da luz ficou reclinada, Como nuvem escura triste dormia, Sem dar conta do escuro que caía, Fica silenciosamente sozinha calada. Soam as ondas do mar e a água fria, Pelo vento batem na rocha embaladas, Quando o galo cantou na madrugada, Ela deu contas das dores que sentia. Era como anjo que descia na alvorada, Das lágrimas do vento frio se esquecia, Na porta olhando o sul até raiar do dia, Espera quem a deixou desamparada. Chega o escuro da noite e o dia morre, Rasga de dor o peito no escuro chora, O grande amor a deixou e foi embora, De tristeza lágrima pelo seu rosto corre. Por: António Jesus Batalha.


SOPRE VENTO. Sopra vento forte no canteiro das flores, Faz ruído um regato de água que corre, Num encanto de beleza que não morre, Lembra o som os acordes dos cantores. Aroma pela força do vento é levada, Os vales e as planícies assim perfuma, Como de repente em grossa espuma, Desaparece com o sol e fica em nada. Tudo fica irreal parecido com um sonho, Num cansaço interminável silencioso, Como sol atrás da sombra é enfadonho. Rompe o vento forte e muito malicioso, Emaranhado as nuvens até à aurora, Para que volte tudo a ser como outrora. Por: António Jesus Batalha.


ROSA DE ENCANTAR. És linda rosa de encantar Com pétalas de se ver, Aroma de não esquecer, Embriaga-me o teu olhar. Tua beleza é pura magia, Cria no peito forte emoção, Ao saíres fica a solidão, Fica tristeza sem fantasia, Há gritaria mas tudo em vão, Apenas saiu não foi embora, Mas a falta apenas de uma hora Deixa vazio no meu coração, Chega depressa para te abraçar, Não te esqueças por momento, Pois é difícil passar o tempo, Não pára minha alma de chorar, Minha rosa, meu lindo amor, Teu aroma não posso esquecer, Quero perguntar para perceber, Porque tua falta causa tanta dor. Por: António Jesus Batalha.


FLOR VERMELHA. Há na tua cor vermelha tanto fulgor, Parece que iluminas como a claridade, Desse jardim passado tenho saudade, Da grande roseira quando abria flor. Mão perfumada para tocar na minha dor, Fugiu para o deserto sem dó e piedade, Deixando em meu peito dupla ansiedade, E imenso deserto sem um oásis de amor. Plantada no canto só feita uma mendiga, O teu manto verde belo como de rainha, Escrita que fizeste no jardim era só minha, Escreveste no meu coração a palavra amiga. Por: António Jesus Batalha.


ENCHE A MENTE. Enche tua mente de bons pensamentos, Satura teu coração com toda a verdade, Alaga-o de luz em vez de escuridade, Cria dentro de tua vida bons inventos. Fora da verdade é só grande tormento, A Vera paz só se encontra na Claridade, Viver na luz é viver numa forte realidade, Com sabedoria, graça e entendimento. Que tua visão não fuja e fique perdida, Ficarias no mundo perdido,muito solitário, E a tua vida ficaria triste um cruel fadário. Sem alvo sem amor, de alma muito ferida. Tenta viver longe deste mundo maldito, Lembra-te que no céu podes ficar à mesa, Longe de toda a dor, mágoa e tristeza, Gozando a presença de Deus todo infinito. Por: António Jesus Batalha.


A ORAÇÃO. A oração tem um aroma, Da fragrância de uma flor, Cheira-la é o que eu desejo, Caminho que eu não vejo, Sem a tristeza que assoma, Mas a alegria é cada vez maior. O viver deste mundo é ilusão, Cheia de mistério e sem cor, Nele não cismo nem medito, Antes a cada dia reflito, Examino bem fundo o coração, Não quero vir a sofrer de dor. Quero ser livre como a andorinha, Que foge quando vê ao longe condor, Sim, pela verdade eu vivo e suspiro, Na vivência com Cristo eu deliro, Ele me dá liberdade no caminho, E minha vida é cada dia melhor. Por: António Jesus Batalha.


ALI NA CRUZ. Ali Ali Ali Ali Ali

na cruz Tu me amaste, crias-te um novo lar, sofreste em meu lugar, o preço do alto Tu pagaste, perdeste para me dar,

Ali Ali Ali Ali Ali

ficou minha divida cravada, Ganhas-te todo o perdão, criaste a minha salvação, me deste no céu uma vaga, descansa o meu coração.

Ali me fizeste mais alvo que a neve, Ali tudo para teus amigos criaste, Ali vi o amor com que me amaste , Ali a certeza de vires em breve, Pois na Tua Palavra escrito deixaste. Por: António Jesus Batalha.


DEPRESSA VAI. Depressa vai surgir o amanhecer, E acabará toda a dor e traição, Dá a noticia depressa a correr! Pois não foste chamado em vão. Tens a verdade, vai com coragem, Porque alegria maior não existe, Vai aos amigos e camaradagem, Tens o poder que o mal não resiste. Aquele que vacila vai ficar derrotado, Mas o que confia nunca desespera, E no reino eterno nunca será coroado. Ali resplandece como a primavera, Porque bem falou e foi obediente, Levando a Palavra, a toda a gente. Por: António Jesus Batalha.


PELO CAMINHO. Passa pelo caminho deserto, Sem ter ribeira vale ou serra, O sítio mais árido aqui na terra, Sem ter um oásis por ali perto. Ali fica tudo em descoberto, Onde ninguém quer fazer guerra, Este deserto que tua vida encerra, O que estás a viver é errado ou certo? Sem sombra um campo maldito, Não há alegria em sentar à mesa, Porque a dor a mágoa a tristeza, Tapam a visão do Amor Infinito. Lavra o poema nas dunas do segredo, Soprará o vento forte em todo o areal, Deserto que faz crescer na vida o mal, Arranca depressa os sulcos do medo. Por: António Jesus Batalha.


CHUVA QUE CAI. Chuva que cai de mansinho, Vai criando um regato que corre, Num percurso lento que não morre, Onde se banha um belo passarinho. Sol que teima em ficar escondido, Por detrás de grande nuvem escura, No vale acabou a terrível secura, Reinam as aves com grande alarido. Brilha o sol como pura magia, Raia com todo o seu resplendor, Trazendo à terra o seu belo calor, Fazendo que reine nova alegria. Por: António Jesus Batalha.


NUM DIA. Num dia de Março corrente, Sopra o vento sem dano, Passa dia mês e mais ano, Como o ar que não se sente. A saga que vem de repente, Rompendo todo a verdade, A vereda que deixa saudade, Foi sacudida bem na frente. Passa resto de todo o presente, Numa imaginária caminhada, A sombra da amizade foi nada, Comparada com a dor que se sente. Por: António Jesus Batalha.


PROCURA. Procura o que se não vê, Num caminho que ruiu, Sente a lança que o feriu, Sem saber na vida porquê. A dor que lhe feriu o coração, Com lança do um gladiador, Em batalha sem pinga de amor, Coloca-o de joelhos em oração. Como manhã que sempre rompe, Assim seu caminho é virado, Como lugar no céu mui sagrado, Ou como água limpa da fonte. Por: António Jesus Batalha.


PASSAM. Passam como grande bando de aves, Em suas vidas sempre apressados, Sem se lembrarem que seus cuidados, Evaporam como pensamentos graves. Correm em passos largos de tristeza, Vidas sem sentido sem paz, desditas, Como estradas sem saída infinitas, Com dores gemidos pelas devesas. Como procurando a visão sagrada, Em ideia que ela sempre se esconde, Num clamor humilde ela responde, Dando paz ao coração, nesta jornada. Por: António Jesus Batalha.


ASSIM VIVE O MUNDO. Neste mundo de pecado e incerteza, Que enche o coração de toda ansiedade, Leva para longe o amor a paz e piedade, Deixando a vida cheia de tristeza. Não deixa brilho de verdade nem beleza, Apenas orgulho e sonho de mocidade, Como a brisa que passa na sua suavidade, Leva o ser em praticas contra a natureza. Num sofrimento místico de aventuras, Vidas sem respeito, em falsas ternuras, Assim de ilusões erram a vida inteira. Querendo viver apenas à sua maneira, Em caminhos de tramas e cinismo. Vão em passos largos para o abismo. Por : António Jesus Batalha.


SAUDADE QUE MAGOA. A saudade muito magoa, Com ausência de um abraço, Ferindo com leve ternura, O corpo em sobressalto, Dói com a distancia, A lembrança do passado, Foi uma nuvem que fugiu, Soprada pelo forte vento, E depois vem a secura, Como deserto árido e seco, Onde a brisa fresca não sopra, Nem rio por ali corre, O sol que ali brilha, É o mesmo em todo o lado, Trazendo a sombra do desejo, Numa cura sem remédio, De virtude e de carência, Fazendo o forte fraco, Em raiz tremula exposta. Por: António Jesus Batalha.


TEU DESEJO. Se o teu desejo é poder, ouro ou fama, Decerto teu futuro sofre duro dano, Porque separado serás do Soberano, Sem amor, luz,paz e a viva chama. Vives de forma a encheres tua taça, Como a água enche o oceano profundo, Nadaste e te saciaste na lama do mundo, Caíste para sempre em terrível desgraça. O mundo vive tropeçando nas visões, Se agita num pensamento tumultuoso, Nadam em bramido mar tempestuoso, De lama e espinhos seus colchões. Livra-te desse encanto vil e maldito, Vem sentar-te com Cristo à Sua mesa, Deixa essa vida de amargura e tristeza, Para viver junto do Salvador o infinito. Por: António Jesus Batalha.


QUEM NÃO TEM. Quem não tem o verdadeiro amor, Não sabe o que sinto ou o que sou, Não entende o caminho onde vou, Livre de tristeza do pecado e da dor. Subo pelo caminho a rir e a cantar, Como o raiar do sol ao amanhecer, Neste mundo Jesus alegra meu ser, Dá-me Sua mão no difícil caminhar. Grato estou por tudo ao meu Senhor, Porque na vida nunca me desamparou, Mesmo sabendo o difícil que eu sou. A fonte gloriosa jorrando Seu amor, De dia e de noite sempre sem parar, Para minha pobre alma inundar. Por: António Jesus Batalha.


NÃO SOU. Não sou poeta bem sei, Tão pouco eu sou cantor, Para músico não estudei, Nem tenho curso de doutor. Não vivo no meio da rua, Nem nos teus olhos suaves, Não vivo sempre na lua, Nem no ar como as aves. Não vivo em claustro antigo, Nem em casa de arcadas, Não vivo dentro de jazigo, Nem no meio das estradas. Não vivo na vida triste, Nem perante a crise desmaio, Tenho um Deus que me assiste, Que me levanta quando caio. Por: António Jesus Batalha.


SONHO. O sonho que eu sonhei, À noite enquanto dormia, Muito triste eu chorei, Porque cantar eu não sabia. As palavras que eu dizia, Ao amigo que eu falava, Cantar bem eu queria, Doutra forma eu louvava. Triste estava meu coração, Porque palavras não sabia, Para dar ao Senhor adoração, Em canção diferente eu queria. De repente quando acordei, Fui chamado à realidade, Tudo aquilo que eu sonhei, Era uma pura verdade. Por: António Jesus Batalha.


DEIXA ESSA VIDA. Deixa essa vida cruel e desdita, Que te leva a gemer pelas devesas, Caminho de miséria dor infinita, As recompensas são puras tristezas. Porque queres vida sempre inconsolável, Como o, que tem segredos misteriosos, Numa escrita negra cega e decifrável, Vai por caminhos largos e dolorosos. Ainda podes deixar o grande tormento, E vires para a luz eterna da bela claridade, Jesus te quer livrar de todo o sofrimento, E dar-te gozo e paz para toda a eternidade. Por: António Jesus Batalha.


ROSA VERMELHA. Rosa vermelha cor de paixão. Pétalas finas como raio matutino, Em vaso moldado como purpurino, Oculta a tristeza da sua prisão. Em odor silencioso e profundo, Sem rumo ou caminho certo, Morreria de calor em pleno deserto, Seu fulgor se perderia neste mundo. Em rajada forte bate o vento, O jardineiro olha, fica inquieto. Imaginando o forte tormento. Contempla de longe desgostoso, O que a bela rosa passa em secreto, Fica arruinado o jardim oloroso. Por: António Jesus Batalha.


ONDE ESTÁ VOCÊ? Onde está você André? E a Joana onde está? Quem sabe do senhor José. E da Luísa o que será? Sim você que foi advogado, Ou então foi pastor, Você que foi drogado, E você senhor Doutor? Onde está você agora? Onde está o engenheiro. O homem de obras, atrevido. E você que se diz conselheiro. E o que sempre foi servido? Onde está você? A tua força te faltou. Ficaste velho depressa, Até que a morte chegou. Mas que vida, que vida tua essa! Onde está você? Teu nome já passou, Tua riqueza ficou retida, Teu herdeiro tudo gastou, Nada levaste desta vida.


Onde está você? Teu nome será esquecido. Os que ficaram não querem saber, Riscam o que deixaste para ler, Duvidam que tenhas existido. Onde está você? Toda a vida que levaste, O sacrifício que fizeste, A dinheiro que não gastaste, Ou a esmola que não deste? Onde está você? Toda a luta que travou, O engano que praticou, Ao pobre você roubou, E ao necessitado a cara virou. Onde está você? Seu corpo dentro do caixão. De si nada mais resta, Levou a compaixão, Se quer a minha opinião! Acabou, acabou a sua festa. Por: António Jesus Batalha.


SOBE CONTENTE. Sobe contente a luz da madrugada, Vai clareando com a cor vibrante, Enche o coração de calor triunfante, Silêncio profundo da luz imaculada. Tudo o que estava imóvel e sonolento, Ao acordar pensam no seu novo destino, Sem que dêem graças, ao Senhor Divino, Vivem seu dia sem rumo como o vento. Seu coração triste e quase moribundo, Como dunas em mudança no deserto, Ou barco no mar alto sem rumo certo, Caminham sem vida nova neste mundo. Se aceitassem o caminho divino, Para planícies verdes puras sadias, Confiante e alegre eram seus dias, E muito diferente seria o seu destino. Por: António Jesus Batalha.


LEMBRA-TE. Lembra-te que tens de novo nascer, Não há ninguém que não errasse, Tens de deixar do mundo o prazer, Nada tu podes fazer para merecer, Para que Deus de ti muito gostasse. Lembra-te que és luz e és o sal, Neste mundo triste de perversos, Tens de lutar sempre contra o mal, Deus promete dar-te poder divinal, Vê a verdade escrita nestes versos. O grande amor que da cruz brotou Para encher no homem o coração, Trazendo de graça a vera salvação, Produzindo na vida uma nova unção, Graça bendita e santa que Deus criou. Por: António Jesus Batalha.


O DIA CHEGARÁ. Chegará o dia grande de justiça, Depois do nosso dia do resgate, Acaba a tormenta e o combate, O fim do deserto e areia movediça. Porque venceu sobre a morte a razão, Caiu o desejo animal e pestilente, Senda de paz e alegria vem pela frente, Foi destruído o mundo de podridão. Juntos na vida eterna com o Supremo, Não haverá mais aquelas mãos cansadas, E as armas dos homens foram quebradas, Haverá só paz alegria e gozo em extremo. Por: António Jesus Batalha.


QUANDO NA VIDA. Quando na vida vem a desgraça, E os vis pensamentos te devoram, A fraqueza em tua vida vigora, O Rei enche de alegria a tua taça. Não permitas que negra desgraça, Venha à tua vida nem por uma hora, Com o poder da Palavra ela vai embora, E todo o tormento da tua vida passa. Lança para bem longe toda a vingança, Pois o Espírito de Deus que te assiste, Quer inflamar tua vida de esperança. Deixarás também de ter uma vida triste, E ficas longe de toda a murmuração, Assim darás a Deus, verdadeira adoração. Por: António Jesus Batalha.


A NOITE. A noite vem caindo bem devagar, Parece carregada de amargura, Logo se faz densa noite escura, Sem lua ou estrelas a brilhar. O gigante de tudo se apodera, Corre depressa até ao alvorecer, Surgirá aquele que vai vencer, Dia a dia como sempre fizera. Canta o mocho e o grilo-ralo, No silêncio da noite escura, No canto mostra a formosura, Até à alvorada o canto do galo. Depois vem o dia bem devagar, Trazendo claridade e sua beleza, Surge o astro rei com sua realeza, E corre o homem para trabalhar. Por: António Jesus Batalha.


PEREGRINO. Vai o peregrino andando lentamente, Pelas veredas ermas e pedregosas, Ruge o leão e feras na selva rumorosas, Não teme noite escura que vem à frente. Quando o forte vento sopra em sua vida, Ou vem a tentação em horas afrontosas, Levanta sua voz sem palavras duvidosas, Vem socorro do alto que o alivia da fadiga. Surge então novo dia nova madrugada, Em seu interior cresce força vibrante, Usa a sua espada com graça triunfante, Até chegar à entrada da cidade imaculada. Por: António Jesus Batalha.


A HISTÓRIA. Passei no sopé do monte, devagar e bem calado, era noite e tanto chovia, que o caminho eu não via, tremia de frio, gelado. O céu parecia um mar, derramando-se sem descansar, e eu, ali num descampado, ouvi um cão que ladrava. Agarrei no meu cajado, muito depressa andava, com meu cajado na mão, Logo cheguei onde estava, o latido daquele cão. Depressa bati à porta, Um senhor veio atender. Entre! depressa! venha comer, e na lareira venha aquecer, o corpo frio e molhado. Na mesa estava servida, uma boa sopa aquecida, e um naco de queijo e pão. Avivada a minha memória, da hospedagem não abusar, já não estava molhado. Agradeci com um obrigado. E é esta a minha história. Por: António Jesus Batalha.


MINHA FLOR. Senta-te minha flore ao pé de mim, Veste teu vestido vermelho de cetim, És em meu jardim a única bela rosa, Exala seu perfume,flor linda e graciosa. Acaricia meu rosto com tua suave mão, Escuta bem perto o bater do meu coração, Deixa-me cheirar tua pele perfumada, Juntinha a mim muito bem encostada. Fica um pouco embalada em meus braços, Unimos nossas vidas e nossos espaços, O momento é nosso em silêncio santo, Juntos para sempre em nosso lindo canto. És para mim uma linda flore formosa, Nada te iguala meu lindo botão de rosa, És a rainha de todo o meu santo jardim, Como te não cansas de ficar ao pé de mim. Por: António Jesus Batalha.


A PORTA. Na porta santa que passei, Traz vida para viver, Vida que eu não ganhei, Nem para ela trabalhei, Apenas tive de a receber. Ouvem-se gritos profundos, Dos perdidos no horizonte, Como lobos vagabundos, Com seus uivos profundos, Como rio que desce do monte. Cheios de pânico e tristeza, Com almas cheias de dor, Têm do mundo a natureza, Que os faz de sua preza, E os satura de grande dor. Abre teu duro coração, Deixa entrar a vera luz, Aceita a grande salvação, E o verdadeiro perdão, Que te dá o Senhor Jesus. Por: António Jesus Batalha.


QUANDO ME LEVANTO. Quando me levanto na madrugada, Sinto Sua presença pura e vibrante, Recorda-me que sou ser triunfante, Cheio de graça e luz pura imaculada. Sinto-me seguro em seus fortes braços, Pois antes do começo de tudo fui amado, Entro na Sua presença, me sinto arrebatado, Guia com muito amor meus débeis passos. Sinto no meu peito uma tremenda gratidão, Pela Sua paciência misericórdia e bondade, Trouxe à minha alma verdadeira liberdade, Livre do mundo vil de pecado e de sua prisão. Por: António Jesus Batalha.


CAMPOS ALEGRES. Campos alegres, verdes arvoredos, Com rio de água fresca cor de cristal, Paisagem aberta linda mas natural, Entre as alturas de grandes rochedos. Chão coberto de ásperos penedos, No silêncio profundo muito desigual, Que reina a união, muito longe do mal, Ali vivem as aves e feras sem medos. Longe, me deixa triste a perpétua saudade, Sem saber se a paisagem já tem mudado, Há muito tempo que não vou para esse lado, Pois que o tempo já passou, e veio a idade. Por: António Jesus Batalha.


ME GUIA. O meu Senhor que me guia, Com Seu amor a Si me atrai, Como o homem não se distrai, Mas me sustenta a cada dia. Brilha a Sua Palavra lindamente, Cada momento é alvo do meu olhar, Pois nela eu posso sempre confiar, É Palavra que fica eternamente. Vejo seu brilho por todo o universo, Luz gloriosa que nunca se apaga, Chama que incendeia este verso. Me faz escrever com todo carinho. Como mão que meu rosto afaga, Voz suave me sussurra baixinho. Por:António Jesus Batalha.


SAUDADE. Quando cresce a saudade, Torna-se como vendaval, Rouba toda a felicidade, De brisa passa a temporal. Ela segura pela vida fora, Cria uma ruína no coração, Quanto mais tempo demora, Maior se torna essa solidão. É um duro caminho fechado, Sem ter sonhos ou fantasias. Com grito de luta acordado, Mas devagar passam os dias. Perdi todos os meus versos, Porque caí muito de repente, Ficaram eles assim dispersos, Eu fiquei triste e não contente.


Fiquei muito preso no laço, Com as cordas da fantasia, Apenas preciso dum abraço, Para me dar alguma alegria. A porta do caminho fechada, O meu dorso é como espinho, O meio dia parece madrugada, No negro escuro fico sozinho. Os sonhos que o vento traz, Caminhos que não buscamos. Torna o servo muito audaz, São coisas que não falamos. Encontra-se o amor na vida, Nasce no coração a poesia, A noite escura fica colorida. O poente é o nascer do dia. Por: António Jesus Batalha.


TEU PODER. Que Teu grande poder nos faça agora, Vocábulo da graça do amor e do poder, Enraíze no coração até este morrer, Num grito de fé e vitória que afervora. Leva a Palavra de Deus! Igreja desperta, Para cumprir toda a vontade do Senhor, Entrega-te ao serviço com todo o amor, O fim está a chegar! Igreja alerta! Anuncia o verdadeiro Evangelho de Deus, Segundo o que diz a Palavra tu és luz, Para levar a salvação oferecida por Jesus, Libertar as almas do inferno para os céus. Ao que está morto na raça contumaz, A ti que amas a Jesus. Grito! Pregai! Sua graça e o seu amor evangelizai, A todo o pecador que nas trevas jaz. António Jesus Batalha.


VEM. Vem para Deus Ele tem tomado, Nas Suas mãos a tua vida fria, Pois a Sua Ele deu, por ti um dia, Deixando-se morrer crucificado. Ele liberta tua vida da incerteza, Lança para longe tua ansiedade, Enche coração de paz e piedade, Muda a vida, com nova natureza. Ele está ouvindo teus gemidos, Apenas espera por tua decisão, Junta-te aos pecadores remidos. Não faças mais parte dos perdidos, Vem entregar a Jesus teu coração, Terás no céu, brancos vestidos. Por: António Jesus Batalha.


NOVA VIDA. Quando me sinto no Teu regaço, Esqueço o passado porque passei, Ou as palavras rudes que falei, Sinto-me livre do velho cansaço. É a Tua boa obra em mim criada, Sem descanso em mim trabalhaste, A forma de viver e pensar mudaste, Até a palavra que por mim era falada. Uma vida nova em mim Tu criaste, Mas se se levantar a velha natureza, Tu Senhor, na Tua graça e grandeza, Tu na cruz a velha criatura pregaste. Por: António Jesus Batalha.


ESQUECIMENTO. Sobre os rios há um poema cerrado, Por entre os bosques o ode da vida, Nas carpas da rochas a rima caída, Um verso na aldeia pelo homem pisado. Mergulhei no fundo do rio para procurar, Os poemas que os bosques continham, Olhei para as aves que não advinham, A bênção que têm de, poder voar. Vejo um ode que corre môrro abaixo, E no vale denso uma quadra a vaguear, Se juntar tudo, não sei o que vai dar, Falta a rima perdida, pois não a acho! Encontrei na selva uma prosa perdida, E um verso caído de uma linda canção, Olhei em redor e compreender a razão, Porque a poesia está muito esquecida? Por: António Jesus Batalha.


TEMPESTADE. Nuvem no céu vai pairando, Lágrima que cai de humildade, Pelo vento se transformando, Nos cumes de uma cidade. Vejo o céu que fica nevoento, E a brisa que de repente acode, Parece que traz mais sofrimento, A nuvem chorar mais, não pode. Na terra fica um grande mar, Que leva tudo por onde passa, As casas, todas ficam a nadar, Fica uma paisagem de desgraça. Homens que saem para acudir, A que fica preso naquela lama, Aí daquele que estava a dormir, Um sono pesado em sua cama. Por: António Jesus Batalha.


AQUI NA TERRA. Há quem queira sempre subir, Sempre com sua cabeça no ar, Esqueceu-se para o lado olhar. Para levantar o que está a cair. Jesus Cristo te manda ter amor, Por aqueles que estão sofrendo, Debaixo do pecado gemendo, Sem esperança, sofrendo de dor. Se sinceramente tu amas Jesus, Faz o que Ele te mandou fazer, Ao ser perdido, tu deves dizer, Cristo morreu por ele na cruz. Tudo o que precisas Jesus te deu, Amor, paz, alegria e o seu Poder, Só tens com humildade obedecer, Fala e conta porque Jesus morreu. Está contigo a Palavra de Deus, É a tua luz tua força e caminho, Ela diz que nunca estás sozinho. Ajuda a levar o pecador para os céus.


Por: António Jesus Batalha.

EXALTA. Exalta a Jesus com grande alegria, Com um coração cheio de amor, Verás que a tua adoração e louvor, Satisfaz mais a Deus em cada dia. Sê um servo com grande gratidão, Como o barro nas mãos do oleiro, Servo submisso de corpo inteiro, Que ama O Senhor de todo coração. Seus anjos ao teu redor ficarão, Para te livrar do mal que vem, Em lutas tempestades te sustém, Pois as promessas verdades são, Em pleno deserto Ele te guiará, Diz a Palavra que nada te faltará. Por: António Jesus Batalha.


NÃO VI! Vi o céu, Via a lua, Vi as estrelas, Vi o mar, Vi os peixes também, Vi a terra, Vi o sol, Vi as aves a voar, Vi as serras como eram belas, Vi os animais, Vi os homens em seu desdém, Vi o rio que corre, Vi o carro parado, Vi a flor que secou, Vi o gato enrolado, Vi a água azul, Vi o freixo caído, Vi o cão que ladrou, Sem ter um sentido, Mas no chão eu não vi, O que do cão ficou... Por: António Jesus Batalha.


BENDITO. Bendito é Deus Soberano, Que minha alma exaltou, Em Seu santuário escutou, Este ser humilde e profano. Depois quis dar-me nova vida, Bênçãos sem fim encaixadas, Pelo Senhor na terra deixadas, Na Sua Palavra muito querida. Caminho santo que Jesus planeou, Com amor alegria e dedicação, Para o homem entrar na salvação, Que Ele com Sua graça preparou. Para Ele toda a Glória honra e Poder, Muito digno de louvor e Santidade, Santo, Santo,Santo na eternidade, Cantam os anjos para O engrandecer. Por: António Jesus Batalha.


QUERO VIVER. Quero viver em Tua santidade, De forma a alegrar Teu coração, Fazer sempre a Tua vontade, Longe de toda negra maldade, Caminhar mais em Tua direção. Quantas vezes sou intolerante, Por pensar que sou perfeito, Porém meu viver cada instante, Mostra que sou estrela errante, Um pobre peregrino com defeito. Caminhar para a boa perfeição, É preciso ter muito cuidado, Ao fraco estender sempre a mão, Mesmo quando se tem razão, Ou ser pelos amigos rejeitado. Agir sem esperar galardão, É nosso dever a cada dia, Seja ímpio ou nosso irmão, Mostra o caminho da salvação, Que Jesus nos deu com alegria. Por: António Jesus Batalha.


A DERROTA. A derrota no crente é pavorosa, Como quem cravou arma potente, Fica escuro como depois do poente, Como ir descalço na rua pedregosa. Sua tristeza nas horas afrontosas, Ergue para o alto as mãos cansadas, Deixa armas inúteis e quebradas, Lança longe palavras duvidosas. Deus restaura a sua fé profunda, Mostra a saída do caminho incerto, Fica para trás o caminho deserto, E dá força à sua alma moribunda. Agora compreende o seu destino, O pecado deixado não condena, Fica vida de alegria e paz serena, Está nas Mãos do Senhor Divino. Por: António Jesus Batalha.


ANDA. Anda não fiques triste, Deixa esse duro pranto, Põe no teu peito novo canto, Diz-me quantas vezes sentiste, Em tua vida, vontade de chorar, É o tempo de teu canto mudar, Com gozo no coração cantar, Acordes da tua infância, Como desabrochar de uma flor, Que é tratada com todo o amor, Canta com toda a tua alma, Sentindo das palavras seu calor, Que como fogo se elevam, Para o altar do grande amor, Vem compreende o fulgor, E o poder dos cantos teus, Cantando de coração aberto, Abre em tua vida rumo certo, Caminho que te leva para Deus. Por: António Jesus Batalha.


AMARRADA. Porque está tua vida amarrada, A um palácio sem ter terraço, Falta-te aquele belo e forte abraço, E uma conversa séria falada. Nasce bela e clara a madrugada, Canta o rouxinol no seu regaço, Teu tempo aqui é mais escasso, Foi por este mundo defraudada. És como ave que tudo lhe roubaram, Os ovos todos o ninho, sem piedade, Apenas por uma maliciosa maldade, Também a fêmea no ninho mataram. Se teus pensamentos vazios ficaram, É a tua vida, trevas densas sem luz, Quero dizer-te que o Homem Jesus, Por ti morreu, na cruz crucificaram. Por: António Jesus Batalha.


CORRIDA. Hoje em dia não posso mais, Correr, como eu corria, Se eu tentasse, Tenho certeza, Que muito eu perdia. O meu fôlego. Levo mais tempo, a recuperar. Faço os mesmos kilometros Mas muito mais devagar. Não sou mais menino para correr à apanhada, Nem tão pouco jovem para uma corrida desafiada. Não vejo razão pra isso Apenas corro por correr Desafio comigo mesmo, É isto que me encanta corro,corro, até querer. Nada tenho a ganhar ou perder. Por:António Jesus Batalha.


ABRAÇO. Aceita um abraço forte, A vida passa depressa, A correria de cada dia, É como o machado de corte, O cansaço que a luta traz, Tira por vezes a alegria, Então sem nós sabermos, Surge a tristeza da morte, Apaga os versos do canto, Caminho que fica aberto, Fechá-lo não és capaz. Não digas que não é tanto. Não te envergonhe fica perto, Aceita um abraço forte, Não feches o pequeno circulo, Olha que o mundo é bem maior. Nesta vida há muito espaço. Abre os olhos, e olha longe, Vê como é belo o horizonte, E tudo à volta é sempre melhor, Quando saudamos com um abraço. Encontra na vida rumo certo, Pois cada dia é só cansaço, Que teu coração fique aberto, Para receberes o meu abraço. Por:António Jesus Batalha.


DESCANSAREI. Descansarei no amor inalterável, Dentro da Tua Paz e Luz universal, No Poder da Tua Palavra inviolável, Que me une a Ti e me livra do mal. Me fortalece e me faz um valente, No Teu amor e imerecida graça, Que derramaste sobre este crente, Testemunha forte Teu poder me faça. Na grande misericórdia indecifrável, Ou no amor forte e misterioso, Tens a solução para o mundo inconsolável, E transformas o ser mau em ditoso. Tu que vives triste e sem paz desesperas, Lutas para seres feliz, mas em vão, Triste e sem luz divina sempre erras, Mas,Jesus Cristo quer dar-te a salvação. Por:António Jesus Batalha.


APÓS NEGRUME. Após negrume sobe a claridade, Do sol que vem alegrar a vida, Como lebre que corre perseguida, Pelo caçador e a sua maldade. Experimenta a excelsa bondade, Que traz ao coração negro a boa luz, O nome bondoso de Cristo Jesus, Que te quer levar a uma nova cidade. A tristeza profunda do teu peito, E a ilusão como fumo esvoaça Cristo O Senhor tem tudo feito. Quando morreu na cruz por Amor, Derramando a Sua eterna graça, E fez-se teu único Redentor. Por:António Jesus Batalha.


ÉS MEU SENHOR. És o meu Senhor e eu te adoro, Pois me encheste da Tua piedade, Brilha em mim a tua verdade, E vês as lágrimas quando choro, Em mim a Tua mão piedosa, Ela me faz um bom soldado, Solo que é Teu consagrado, Para brotar a luz radiosa. Enches de gozo a minha taça, Mesmo no vale seco e profundo, Livras-me da atração deste mundo, Pois o Teu amor de perto me abraça. Por:António Jesus Batalha.


O MEDO. Crescem as sombras das montanhas, Como grandes e largos continentes, Parecem hastes que saem da noite ingentes, Ou braços gigantes de grandes aranhas. Ali acontece muita coisa estranha, Aparece a enorme e vil cobra ardente, Nestas visões fica joelho tremente, Faz-nos passar vergonha tamanha. Quando de manhã o sol resplandece, Tirando as dúvidas que o negrume traz, As sombras das montanhas não são más, E os braços gigantes tudo desaparece. O coração fraco e tímido se fortalece, Porque à luz do sol a vida é diferente, Logo chega o pensamento impertinente, Que chegando o escuro tudo aparece. Por:António Jesus Batalha.


FOGO. O fogo que arde em meu peito, Queima o meu âmago inteiro, É forte como grande braseiro, Incêndio que por ninguém feito. A pragana que pelo vento foi soprada, Voou forte cravado-se em meu peito, Gritou o poeta mas nada foi feito, Escrevendo com tinta de lágrima rolada. A água que a nuvem derramou, Foi como gota que caiu no deserto, Ou como o vento sem rumo certo, Nenhum ramo verde no campo ficou. E no intimo o poeta vai gritando, Pela fonte forte e inesgotável, Ou pelo Seu amor inigualável, Sem rumos, os dias secos chorando. Por:António Jesus Batalha.


DIFERENTE. Me analiso e vejo-me diferente, Vejo minha imagem e estremeço, Quantas vezes não sou o que pareço, Tenho falhas como toda a gente. Espírito enfraquecido coração ardente, Adoro O Senhor, admiro suas criações, Ele liberta o ser de todas maldições, Vivifica o saudável e cura o doente. É forte gruta que abriga meu ser, Nas tempestades é forte abrigo, Cada dia se revela meu amigo, Quantas vezes sem eu perceber. O que desejo ser,eu não consigo, É como que tenha cravado um espinho, Mas, no deserto não estou sozinho, Segue fiel amigo na frente do caminho. Como preso ferido e algemado, Que clama pela sua liberdade, Pensa na luz do dia e sente saudade, Viver no prado,servo curado. Por:António Jesus Batalha.


A MINHA MÃO. A mão que te ofereço, Para que venhas à verdade, É tudo quanto te peço, Que deixes essa vaidade. É tudo quanto te peço, O voltares de direção, A mão que te ofereço, Pra deixares a ilusão. Abre teu coração, É tudo quanto te peço, Segura com prontidão, A mão que te ofereço. Por: António Jesus Batalha.


VÊ. Que haja em nós fé amor no caminho, Elevar os olhos ver ao longe a ponte, Caminho atravessar ao alto monte, Onde se vê a luz, a porta do nosso ninho. A Palavra Sagrada do Divino, Que em determinado vaso secou-se, E a luz que nele estava dissipou-se, Continua em frente grande peregrino. Conquista com Cristo teu futuro, Sente a glória e o poder em ti deixado, Do Cristo que na cruz ensanguentado, Fez de ti príncipe, em vez de mendigo escuro. P’las bodas do Cordeiro embriagado, Onde não há ilusão ou fantasia, Pelo Amor eterno arrebatado. Ergue-te nessa firmeza estóica, Inalando em tua alma a maresia. Em esforço glorioso de alma heróica. Por:António Jesus Batalha.


MUITAS VEZES. Muitas vezes me parecem, Minhas palavras muito frias, Meu coração não aquecem, São como palavras vazias. Parece que não escutas, O clamar do meu coração, Continuam grandes lutas, Sinto-me só sem tua mão. A Tua Palavra é a Verdade, Que me ensina bem o sei, Clamo pela Tua liberdade, Que diante da cruz ganhei. Meu coração hoje aquece, Enche-o de palavras sadias, Porque muitas vezes parece, Que tudo são palavras vazias. Por: António Jesus Batalha.


A RIBEIRA. Entre freixos e salgueiros, Rio que corria levemente quase não se mexia, virava-se calmamente. A brisa soprava, quase não se sentia. O menino que dormia, em cima do cobertor, dormia, dormia, torcia-se com calor. O rouxinol que da água bebia, em cima do ramo verde, canta linda melodia. E os raios de sol que teimam, atingir a água corrente, parece que tinham sede, ou calor, como o inocente. Por: António Jesus Batalha.


VEM VIVER. Vem Vem Vem Vem

viver viver viver viver

nestes prados as belas flores, das suas sombras a frescura, de toda a sua formosura, de outra forma os dissabores.

Vem viver de outra forma o desgosto, O pranto que passamos nesta terra, As desilusões que esta vida encerra, Vem viver com alegria no teu rosto. Este mundo é uma floresta sem um prado, Sem lugar de repouso como árvore sombria, Uma corrente sem descanso de água fria. Será que à vida já lhe tens perguntado? O viver neste mundo tem algum sentido? Sim! Se aceitares Jesus como teu Amigo! Por: António Jesus Batalha.


O QUE ÉS? És ser no mundo, andas perdido, Que na tua vida andas sem norte, És ser com sonho mas sem sorte, És ser atormentado e dolorido. Sombra de nuvem frágil e esvaecida, A quem a vida amarga triste e forte, Te suga brutalmente para a morte, Sombra negra jamais compreendida. És sonho passado sem caridade, És vida vivida insatisfeita, És criança que morre de saudade, De ser a predileta e a eleita. Pessoa que passa e ninguém vê, Pessoa que chora sem saber porquê, És ser dum sonho que alguém sonhou, És ser na vida, que a vida não encontrou? Por: António Jesus Batalha.


TRAZ PRA MIM. Traz pra mim Tua graça, Nos tempos que anoitece, Que meu corpo como um rio, Num completo desafio, Confiante sereno quando desce. Meu viver seja como quem passa, Sem olhar para trás e parar, Que largos sejam meus passos, Bem alto erguendo os braços, Quando Te servir e adorar. A vida em mim,e Tua graça, Me faz sorrir pela mudança, Vou segui sempre o caminho, No meu peito o Teu carinho, No coração vida e esperança, Por: António Jesus Batalha.


A MINHA ALMA É TEU JARDIM. Foi por amor que meu Jesus morreu, Dádiva seu igual que o Pai me deu, Então há um dever para mim. Quão belo devo ter o meu jardim. Regá-lo com a minha oração, Abri-lo à luz do sol da gratidão, Deixá-lo cresces com flor viçosa, Com verdura viva e majestosa. Apregoarei da Graça Redentora, A Beleza perfeita e duradoura, Que é reflexo e espelho para mim, Quão belo devo ter o meu jardim. Da fé, que tudo sara e tudo aquece, E os frutos que embeleza e enobrece, E assim, abrindo rosas no deserto, Seguindo seguro por caminho certo. Feito à Sua imagem, e Sua formosura, Sou pelo sangue, alma branca e pura, Ouço a Palavra, com ensinos pra mim, Quão belo devo ter o meu jardim. Amá-lo e obedecer, eis aqui o dever, De quem quiser tornar-se um puro ser, E quando, enfim chegar ao teu portal, Recebe-o Senhor, Único ser Imortal. Para dizer-lhe com poder: Senhor, Lavado estou na Luz do Teu Amor, Que é reflexo e espelho para mim, Quão puro devo ter o meu jardim. Por: António Jesus Batalha.


MENINO MAGRO. Aquele menino magro, Que para um pedaço de pão, Assim revolve os caixotes, Olha bem! É teu irmão. Com maneira desajeitada, Nariz sujo e pingando, Olhos frios com lágrimas, Mal tratado plos humanos! Lutando para viver, Nesta selva desleal, Vai crescendo, crescendo, Até ser homem,quem sabe? Talvez servo do mal! É dura,e pesada sua cruz. O menino sem esperança. É teu irmão, e de Jesus. Por: António Jesus Batalha.


A SOLUÇÃO. Se a tristeza te invade, ou a solidão, Te sentes sozinho como num deserto, E teu viver é como caminho incerto, Na Palavra tu encontras a solução. Ergue tuas mãos com humildade, Em sacrifício de fé e de esperança, Põe na Palavra a tua confiança, E nas promessas de pura verdade. Mostra a Deus a tua gratidão, Com mente pura e renovada, É tua vida por Deus provada? Socorro virá pra ti como clarão. Por: António Jesus Batalha.


EU ME RENDO. A Tua Palavra é graça profunda, Que conforta em tempo incerto, Minh’alma quando moribunda, Ela mostra oásis em pleno deserto. Eu rendo minha vida a Ti Jesus, O meu viver será somente Teu, Pois Tua Palavra é minha vida e luz, Que ilumina o caminho para o céu. Na minha vida ao caminhar, Vejo que há muita tribulação, Como grandes ondas deste mar, Sem imaginar qual a razão. A graça em Tua Palavra contida, Trás para mim o sabor da vitória, A minha oração é por Ti ouvida, Trazes a verdade à minha memória. Por: António Jesus Batalha.


ÁRVORE BENDITA. Bendita és tu árvore florida, Que em teus ramos me aninhei, Água fresca no deserto nascida, Fonte preciosa que encontrei. No meu jardim plantada, Como no oásis sua palmeira, Ainda que pelos ventos soprada, Arde em meu peito como fogueira. As tempestades que vieram, Os ventos fortes que passaram, Os danos que então fizeram, Foi os bens que em nós ficaram. É bom ter-te na minha vida, Da tua companhia eu gozar, Árvore linda, árvore querida, Para sempre eu te vou amar. Por: António Jesus Batalha.


ACREDITO AMOR. Eu acredito no amor, No amor verdadeiro, Ainda que traga gran dor, É ele sempre o primeiro. Sei que tudo acabará, Assim como que de repente, Mas o amor ficará, A reinar para sempre. Neste amor me revisto, Tenho profunda gratidão, É o Amor de Jesus Cristo, Que reina no meu coração. Por: António Jesus Batalha.


LEMBRANÇAS. Quando pela madrugada, Saía para o trabalho, Ainda noite calada, Pouca roupa de agasalho. Quando chegava à noitinha, Já estava posta a mesa, Naquela branca cozinha, Com grande lareira acesa. Ao lume tenho aquecido, Depois de noite molhada, O meu corpo arrefecido, Por aquela água gelada. Passei dias e muitos anos, Mas poucos dão o valor, Na vida o que causa danos, No corpo cheio de dor. Mas tudo é já passado, Recordo por recordar, Agora que aposentado, Não deixo de trabalhar. Por: António Jesus Batalha.


NO AMOR. No amor crescemos, Envelhecemos lado a lado, Lutamos vencemos, P‘lo mundo partilhado, Por abismos nesta terra dividida, Passagem, Que para nós não é contida. A luz remoça a neve, Que nos teus cabelos cai, A claridade dos dias, Pela noite ela se vai, A alegria da vida, Que eu em ti amo, Minha rosa alegre, Que assim te chamo. Palavras da tua boca, recreia e ensina, Têm medida no mundo, neste mundo que te estima, Quero-te para sempre em minha vida inteira, Minha rosa mui querida, Minha linda companheira. Por: António Jesus Batalha.


MAR BRAVO. Neste bravo mar, seguro ando, Não temo as ondas nem o vento, Meu barco vai ao alvo dando, Tenho esperança e livramento. Olhando o mar fiquei imaginando, Com esta alegria no meu pensamento, Porque estará ele agora mais brando! Será que estarei de perigo ausente? Sei que qualquer momento sopra tirano, No alto mar minha alma não teme, A calmaria é apenas engano. A minha esperança tenho posta, Em Jesus Cristo que está ao leme, No grande Piloto, que me leva à costa. Por: António Jesus Batalha.


O NOSSO GRITO. Castanheiros abertos, Com ramos novos, O que há ao certo? Fica deserto, Só nosso grito, São gritos nossos. Fica silêncio, Tudo parou, Sem uma voz, Nada mudou, Gritamos nós, Asas rasgadas, Paredes caiadas, Folhas caídas, Das nossas vidas. Castanheiros abertos, Com ramos novos, Depois o regresso, De novo silêncio Da tua morada, Fica deserta, Só nosso grito, São gritos nossos. Por:António Jesus Batalha.


CEMITÉRIO. No cemitério, Que eu conheço, Ninfas e sereias, Lá vivem felizes, Deixei, Não sozinho, A casa desabitada, Habitada, Limpa, Adornada, Feliz. E,moldada. Por:António Jesus Batalha.


FILHO PRÓDIGO. Um homem que amava, a seus filhos de igual maneira, Tinha casa e fazendas, Muitas riquezas e madeira. Tudo o que tinha era deles, Não fazia distinção, Veio porém, um mau dia, Em que o mais novo dizia, Dá-me a minha parte, Quero a divisão. O pobre pai emudeceu, E com o coração ferido, A fazenda dividiu. Toma! Aqui está o que é teu, Juntou tudo, e partiu. Numa terra distante, Vivendo dissolutamente, Gastou tudo cegamente, Até sem nada ficar. A sua vida abastada, Longe de ser controlada, Leva-o agora a mendigar. Chegou-se a um cidadão, Pois queria trabalhar; Porcos lhe mandam guardar, Pois nada mais sabe fazer,


E para sua fome matar, Bolotas tem de comer. Comendo bolotas, pensa então, Mas pensa como outro homem, Os trabalhadores de meu pai, Têm abundância de pão, E eu aqui morro de fome. Arrependido e humilhado, Quer voltar para seu pai, Pensa em pedir perdão, Quer voltar a ter pão, Nem que seja como criado. Perdoa-me pai querido, Porque muito eu errei, Eu estou arrependido, Por te ter ofendido, Para tua casa voltei. Levanta os olhos e viu, Viu seu filho perdido, Movido de compaixão, Corre para o abraçar, Porque há muito que não o via, Pediu anel para sua mão, E sapatos para calçar, Matou o bezerro cevado, Era tempo de alegria. Por: António Jesus Batalha.


ESTAVA PERDIDO. O que fui antigamente, Não o quero ser agora, Jesus Cristo Docemente, Transformou-me suavemente, Começou de dentro para fora. As palavras que eu preferia, Eram torpes e sem valor, Estava cego, pois não via, Que aquilo nada valia, Estava vazio sem amor. Perdido na noite, sem marco, sem norte, Eu, cego, na estrada aqui, do egoísmo, E quanto mais trevas, mais medo da morte, E quanto mais medo, mais perto do abismo. Um certo dia ouvi cantar, Hinos de louvor e adoração, O espírito me levou a pensar, Que eu estava a precisar, Encontrar a salvação. Esse momento chegou,


De me render a Jesus, No meu coração Ele tocou, Aos poucos me transformou, Mostrando-me a Sua luz. Oh alegria, que me procuraste, Não posso endurecer meu coração, Só tenho de aceitar a Tua salvação, E sinto que não é vã a Tua promessa, De as lágrimas cessarem no porvir. Oh, Cristo piedoso! Tu viste a cegueira, Enchendo a vida de imenso terror, Estava a meus pés, do inferno fogueira, E Tu me gritas-te:—Sou Teu Salvador! Oh Amor, que me fazes caminhar, Deponho em ti minh’alma sucumbida, Tudo te devo, te entrego minha vida, E lá, nas profundezas do Teu mar, Fala-a mais rica e cheia de Ti. Por : António Jesus Batalha.


GRÃO DE AREIA. Grão de areia que por Ti fui achado, E em Tua presença graça eu achei, Numa casa habitável fui formado, Lugar de morada do Senhor e Rei. Lugar de serviço louvor e adoração, Pela Tua mão cada dia moldado, Com Tua Palavra no meu coração, Grão que nasce no campo lavrado. Tua presença minha alma refresca, Como brisa fresca em dia aquecido, Rio corrente que alaga terra seca, Um saudoso abraço de um bom amigo. Faz de mim um servo submisso, No meu ser com brasa marcado, Prostrado me rendo ao teu serviço. Criado e moldado pela mão potente, Grão de areia do chão apanhado, Vestindo a armadura reluzente. Por:António Jesus Batalha.


DIANTE DE TI. Não desprezo de sempre chorar, Perante o trono da graça Divina, Vendo a luz que alma ilumina, Enchendo meu ser para adorar. Desejo mais ser transformado, Na água Divina amolecido, Levado ao forno mui aquecido, E pelo grande oleiro moldado. Que nada se possa engrandecer, Que minha alma apenas possa ser, Instrumento por Deus usado. A grande misericórdia é infinita, Está em minha alma chama bendita, Porque ainda sou ser inacabado. Por: António Jesus Batalha.


VERDADEIRO. O amor quando é verdadeiro, Mais forte que ondas do mar, Sua força é maior que o vento, Que ninguém consegue amarrar. Fica em nós a vida inteira, A correr como um forte rio, Que cabe lá toda a gente, Assim como no mar todo o navio. De dentro de nós ele não sairá, Nem devagar nem de repente, Se o quiseres mandar embora, Mandas embora toda a gente. Por: António Jesus Batalha.


O BOM PASTOR. Tenho um Pastor que tudo me dará, Todo o meu sustento Ele proverá, Em verdes pastos me faz deitar, E em águas tranquilas descansar. A minha alma Ele refrigera, Nas veredas da justiça me conduz, Por Seu grande amor, Ele quisera, Fazer brilhar na minha vida Sua luz. Se no vale da sobra da morte eu andar, Ele promete estar comigo não temerei, Garante uma mesa cheia me preparar, Na sombra das suas asas descansarei. Na minha cabeça está Sua unção, Meu cálice de certo irá transbordar, A bondade e o amor me seguirão, Muitos dias na Sua casa irei morar. Por: António Jesus Batalha.


COMO O FUMO. A Tua divina Presença, É o meu todo verdadeiro, Que me enche por inteiro, De uma beleza indecifrável, Sou um pequeno fragmento, Que em algum momento, E com amor inigualável, Me tomaste em tuas Mãos, Numa paciência extrema, Encheste de sentimento. Meu pobre coração arde, Como fogo insaciável, Mas com Tua ausência, Se apaga não arde mais, Saltita como os pardais, Ao procurar seu alimento, Ou como o barco à deriva, Quando lhe falta o vento, Nos mares bravios do mundo, Ou como o cego que tateia, Procurando o seu rumo,


Sem Tua divina presença, Sou como nuvem que vagueia, E mui depressa se desvanece, Ou como fumo,que desaparece, Num caminho desconhecido, Grito nestes desfiladeiros, Minha voz se não ouve mais, Parece levada pelo vento, Entre suspiros gemidos e ais. Caminho no oceano sem fundo, De tentações desatinadas, Parece carregar do mundo, Nas costas já moribundo, Cargas grandes bem atadas, Sinto que o Apocalipse, Veio mais cedo que devia, Mas lembrou-me o que sabia, Que Sua ausência é quimera, Depressa trouxe ao meu coração, A certeza da graça e perdão, E o calor da primavera. Por: António Jesus Batalha.


LINDA ROSA. Linda rosa vermelha, Me prendes tanto a ti. Em teu canteiro entrei, Preso a ti logo fiquei, Beleza assim eu não vi. A tua cor se assemelha, Ao diamante bem polido, Gritem as aves ao mundo, Canção de amor profundo, Que saram um ser ferido. Chega então o inverno, Onde a beleza se vai, Olhando assim dormindo, Falo ao ouvido sorrindo, A beleza de ti não sai. Linda rosa vermelha, As forças já não são, Mas temos a certeza, Que não é a fraqueza, Que nos atira ao chão. Do teu jardim eu cuidei, O meu melhor sempre fiz, Amar-te com meu coração, É por esta a minha razão, De te fazer muito feliz. Minha rosa da primavera, Flor linda do meu jardim, Nunca me deixaste sozinho, Quando difícil o caminho,


Coragem me davas a mim. Por: António Jesus Batalha.

POESIA PARA TODOS. Poesia pode ser figura, De muitas palavras sem fim, Que falam de grande ternura, De água fresca ou da secura, Da bela fragrância do jasmim. Nos desertos desta vida, Fala da luz da escuridão, Da paz ás vezes sacudida, Grande guerra imerecida, Por triste e mera visão. Da aldeia pobre da cidade, Da Sua e minha expressão, Dos problemas da vaidade, Pretende com sua verdade, Falar com muita exatidão. Poesia pode ser divertida, Com muita graça encantada, Alegria ou dor mui sentida, Fala da saúde e da ferida, Mas nunca pode fica calada. Mas tu precisas aceitares, Estes presentes de amores, São ecos voam pelos ares,


Ou como as águas dos mares, Cria ondas de muitas cores.

A poesia fala da distância, Daquela saúde e até da dor, Da rosa e sua fragrância, Do rico e da sua ganância, E do campo que não tem cor. Do homem e sua simplicidade, Do sonho que nunca se viveu, Da sua mentira e sua verdade, Do bruto ódio e fraternidade, E do amor que secou e morreu. Fala do presente e do futuro, Da realidade também da ficção, Do vento forte a bater no muro, Do coração mole também no duro, Da pessoa honesta e do ladrão. Fala do inferno também do céu, Das oportunidades perdidas, Do que fica com o que não é seu, Julgando que é grande troféu, Mas são apenas massas falidas. Por: António Jesus Batalha.


CELEBRAR ESTE MUNDO, Mundo perdido caminhando, Para destruição inevitável, Com dor cruel interminável, Em rede maligna bailando. Pensa na quietude imutável. Com pés diretos ao cemitério, Olhos fechados rosto sério, Para compreender o indecifrável. Mendigo que pede vida aqui, Em cima de areia movediça, Como sobreiro sem cortiça, Mas esperança valida não vi. Frio, irreal, em suas caçadas, Fica vazio o bolso e no porte, Depressa chega para si a morte, Ficou a trás apenas pegadas. Tarde demais entende a razão, Do tempo do seu viver aqui, Vai gritar porque não cri! Em Jesus e na sua salvação. Por: António Jesus Batalha.


MONTE SINAI. Vejo o Sinai montanha marcada, Pelos Pés do Senhor Omnipotente! Soava no alto a voz sagrada, Entre raios na pedra lei gravada, Ao espírito de homem decadente, Foi entregue o livro puro e santo, Lei de assombro, horror e espanto, Para atestar a sua integridade, De tudo o que nele ouço e leio, Como fogo vivo vindo com majestade, Retrata nele a eterna santidade, Para um mundo de ruínas cheio, Sede obedientes assim Tu clamas, Fervoroso amor meu coração inflamas, Agarrando tua graça como naufrágio, Que da profundezas do abismo submergia, Assim como povo salvou, e do contagio Da cegueira e da vil idolatria. Quem no meio de inóspito deserto, Teve uma mão que se fez notar de perto, O que toda escravatura assim abolira, Bendito Aquele que elevou as estrelas, Para o mortal, que a Deus inspira, Que de celeste força revestira, E com grandes e mil virtudes belas. Clama Moisés, Tua voz não me alucina,


É voz que soltas, é voz pura divina. Desiludido em santa ira abrasadora, Vendo tanta impaciência repreende, Ao Hebreu ingrato, cuja fé traidora, Lei quebrantada, e sua alma não adora, Mas o homem seguro a vara estende. No deserto caminha natureza espavorida, Nos teus pés humilhar e frente erguida, O povo desconfiado, de que és guia, Voz de trovão entre brenhas estremece, Não entendem que terra, mar,noite, e dia, Tudo sem vacilar logo te obedece. Fala o fiel mensageiro da divindade, Pela desobediência e pela minha idade, Ó Josué serás tu, o guia prometido, A levar o povo à terra amável, Ensina o povo no que tens visto e lido, Sê fiel cumpre tudo o que tens recebido, Honra sempre o legislador adorável, E a Palavra no teu coração embutida, Então levarás o povo à terra prometida. Por: António Jesus Batalha.


A SOLUÇÃO. À Tua voz infindos mundos, Apareceram do nada, Romperam-se as trevas e fez-se dia, A noite de repente criada, Resplandece a lua sobre a terra, Ruge o mar revoltoso, Os astro no universo canta louvores, Ao Único Deus Grande e milagroso, Um cântico da criação soa, Numa melodia eterna, incessante, Que faz clarear um dia cintilante, A vida,aflições, espaço e o tempo Os grandes peixes, e a terra secou, As aves e animais os répteis criou, Seu Poder é raio que percorre o espaço, Tudo vê e sabe e nada é secreto, Não há porta fechada tudo está aberto, A ganância do homem ficou no pecado, O Soberano afirma será perdoado, Os anos que passam tristeza e dor, Deus dá promessa ao homem Moisés, Profeta como tu mas ainda maior, Virá com Palavras de Salvador, Terra bendita que pisam seus pés, O Criador deu única solução, Povo rude e pecador tu és, Mas meu Filho virá único redentor, Para trazer ao mundo a Salvação. Por: António Jesus Batalha.


A RUA. Menino da rua, Que vive ao relento, Tem a luz da lua, Seu amigo é o vento. Como ave perdida, Vive longe do ninho, Com sua alma ferida, Precisa de um carinho. Noite fria, dorme no chão, A parede é seu abrigo, Um papel de colchão, E sonha com um amigo. De manhã ao levantar, Com frio e muita fome, No lixo vai procurar, E dali o menino come. Assim se vive sem rumo, Criança mulher ou homem, Suas vidas são como fumo, Quem se importa, que morram de fome. Por: António Jesus Batalha.


NOITE DE INSÓNIA. No meu pensamento cuidado, Vi o pecador escravizado, Seu caminho cego, analisei, Parece embriagado com vinho, Sente-se inseguro no caminho, Vida que eu já me cruzei. Peguei na Sagrada Escritura, Fiz uma meditação e leitura, Numa noite grande de insónia, Pensei na terra, céu, mal e bem, No triste mundo bela Jerusalém, Vi o povo cativo na Babilónia. Voltei a ler o Livro Divino, Que revela todo o nosso destino, Examinei a leitura outra vez, Então exclamei com um brado, Parece eu ter ainda prenunciado, Gritei! Sou um cidadão Português.


Li acerca de Moisés o santo profeta, Toda a vida deixou de ser secreta, Deus lhe revelava presente e futuro, Tudo lhe dizia do povo de Israel, Da nova cidade e da grande Babel, Jerusalém erguida e do caído muro. Então pensei na grande cidade eterna, Pensei na Jerusalém cidade moderna, Sob lindo azul de novos céus, Todo o resto que sei tinha caído, Mas a Palavra que tinha lido, Ficou para sempre, no reino de Deus. Por: António Jesus Batalha.


FLORES MORTAS. No inverno a flore empalidece, Parece que seu caule foi ferido, Como que tivesse adormecido, Ou uma doença ruim houvesse. Quando a noite vai e amanhece, Nota-se que a beleza tem partido, Seu tempo de beleza tem vivido, Beleza que foi não mais aparece. Amiga beleza porque tanto fugiste, Não me deixaste ficar como estava, Agora o perfume que tanto inalava, Foi também embora não mais existe. No canto do jardim sem ar sufocada, Como que amarrada à escuridão, O jardineiro a segura com a mão, E puxa-a pelo caule é arrancada. Por: António Jesus Batalha.


MAR AGITADO. Vi o mar e as suas ondas, O seu mover que enlaçam, Levadas pela força do vento, Grandes sulcos elas traçam, Não param por um momento, Nem mostram sinais de cansaço, Depois se estendem pela areia, Como fosse um grande abraço, Em cima, as gaivotas esvoaçam, Procurando o seu alimento, Chilreiam como que zangadas, Num esvoaçar constante, São pela ondas desafiadas, A vencer o furioso gigante. Parece que o mar canta, Junto da névoa que se levanta, A canção do vencedor, O sol não aparece, E o dia assim arrefece, Dá lugar a noite escura, O barco que vem chegando, Sem motor e sem velas,


Com o pescado do dia, Para as gaivotas é alegria, Ninguém consegue detê-las, Esvoaçam num chilrear, Para cima e para baixo, Até que possam apanhar, Um peixe que caia no mar, Aparecem as estrelas, Mas o mar continua, Numa dança sem parar, Parece mandar para a rua, Os pecadores do alto mar. As gaivotas foram embora, Esperando que em outra hora, Mais sorte venham a ter, As ondas e ventania, Continuam a abraçar, Numa dança de fantasia, Talvez no outro dia, Esteja calmo o nosso mar. Por:António Jesus Batalha.


FERIDA NO PEITO. Neste mundo de lamentos, Meu coração é impelido, A ver grandes tormentos, Num mar de dura cerviz, O meu coração vê e sente, Transeunte muito infeliz. No meu peito é uma ferida, A dor que sempre senti, Nesta caminhada da vida, Sempre vem à lembrança, O caminho em que eu vivi, Largo mas sem esperança. Em caminho muito dolorido, Onde a tristeza passava, Pelo vento forte sacudido, Nunca encontrei bom amigo, Que me dissesse estás perdido, Ou que Jesus Cristo me amava. Dá boa alegria ao teu rosto, Deixa a vida que desfigura, E só traz grande desgosto, Jesus transforma o velho eu, Traz para ti nova aventura, E riquezas que vêm do céu.


A história dos que venceram, Será para ti lida e contada, A fé que no coração meteram, Tudo o que fizeram eu não sei, Mas a fé no seu peito cravada, Os leva à presença do Rei. Agora sei, o quanto eu perdi, Cria no meu peito um pranto, Quero viver Senhor, só para ti, E na Tua graça sempre confiar, Para que me faças mais santo, E um dia junto a Ti eu morar. Tenho agora um novo sonho, Pois a ilusão que me afagava, Limpaste tudo de uma vez, Fizeste meu viver risonho, O vento forte se desfez, E a tristeza quando acordava. Sê meu Senhor eu te imploro, Mesmo quando na vida eu erro, Me fizeste cidadão dos céus, Dobro meus joelhos Te adoro, A vida que era um desterro, É agora vida de meu Deus. Por: António Jesus Batalha.


DOZE ANOS. Minha neta meu poema, Minha doce inspiração, Do meu verso és o tema, Do meu tema minha canção. Da minha roseira botão, De meu Deus meu troféu, Dentro do meu coração, És dádiva vinda do céu. Pelos avós muito amada, Da nossa canção melodia, Canto de ave encantada, Linda aurora de nosso dia. A vinte nove de Julho, Doze lindas primaveras, Nossa alegria nosso orgulho, Que na nossa vida tu geras.


Minha tela inacabada, Aos poucos se aperfeiçoa, Sempre por nós amada, É Jesus que te abençoa. Que a alegria sempre esteja, Em teu rosto estampada, E o mundo em ti veja, Pessoa linda transformada. Teu amor puro e inocente, Com tanta realidade, Traz alegria à gente, Pois tu amas de verdade. Não sou poeta bem sabes, Mas escrevo de coração, Da nossa vida tu fazes, Uma poesia, uma canção. Por: António Jesus Batalha.


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