ANUNCIA - Edição 01

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ANUNCIA IGREJA & COMUNICAÇÃO

Edição I - Dezembro/2015 e Janeiro/2016 - Revista do Comunicador da Diocese de Palmares (PE)

UNIDOS EM CRISTO NO ANÚNCIO DO AMOR E DA VERDADE PÁG >> 14

O PERFIL DO COMUNICADOR DE PALMARES PÁG >> 38

A PRESENÇA E O USO DOS APLICATIVOS NA EVANGELIZAÇÃO

DIOCESE INAUGURA MOSTEIRO CARMELItA EM ÁGUA PRETA

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Papa Francisco

A COMUNICAÇÃO PRECISA SER UMA AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO.


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nesta edição

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10 O PROGRESSO DA COMUNICAÇÃO 14 A DIOCESE DE PALMARES E SUA HISTÓRIA

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22 OS APLICATIVOS COMO FERRAMENTAS DE EVANGELIZAÇÃO 28 COMO ESTÁ ORGANIZADA A ESTRUTURA ECLESIÁSTICA DA IGREJA? 30 A BUSCA POR CRIATIVIDADE NOS PROGRAMAS DE RÁDIO 32 O COMUNICADOR CATÓLICO DENTRO

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E FORA DA IGREJA 38 O PERFIL DO COMUNICADOR DIOCESANO 50 O QUE É JUBILEU? 50 RIBEIRÃO É CENÁRIO DE INJUSTIÇA DURANTE A DITADURA MILITAR 60 PALAVRA DO BISPO © 2015 by Revista ANUNCIA - Projeto Experimental de Conclusão de Curso. Centro Universitário Maurício de Nassau. Comunicação Social - Jornalismo. A reprodução deste material e de todo seu conteúdo só poderá ser realizada com a permissão da equipe de produção e seus envolvidos. Revista ANUNCIA é uma publicação experimental para a Diocese de Palmares (PE).

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expediente

ANUNCIA IGREJA & COMUNICAÇÃO

EDIÇÃO 01 - DEZEMBRO DE 2015 E JANEIRO D E 2 0 1 6 | D I O C E S E D E PA L M A R E S

PUBLICAÇÃO Revista Experimental - Uninassau DISCENTE Larissa Sassí EDITORIAL Disciplina Discente Responsável Curso Habilitação Colaboração

Diagramação Revisão Redação Instituição de Ensino

Projeto Experimental II Larissa Silva - 01084953 Comunicação Social Jornalismo Edmilson Apolinário Gean Carlos Everaldo Júnior Filipe Bezera Núcleo Diocesano de Comunicação Larissa Sassí Daniela Brito Larissa Sassí UNINASSAU - GRAÇAS

FALE CONOSCO R u a O r e s te s A l ve s B a r r e to s , 12 7 - S i r i n h a é m | P E + 5 5 81 3 5 7 7.24 52 | + 5 5 81 9 8 510 .4 8 3 9 l a r i s s a . s a s s i @ o u t l o o k .c o m


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eDITORIAL

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iante do avanço dos meios de comunicação, as comunidades eclesiais que não se colocam de fora desse processo evolutivo, vão se tornando “protagonistas” de um novo sistema de comunicação. Nesse ambiente, ou melhor, em nosso ambiente, a comunicação passa a ser produzida e pensada não no seu cerne, mas com uma disposição e ousadia, e porque não dizer com um espírito ‘novo’ e motivado pelas novas mídias e transformação de veículos, que resultam em uma renovação para as estruturas religiosas, através de pastorais e ministérios de comunicação. Pensando nessa renovação e na disposição de dezenas de comunicadores da Diocese de Palmares, produzimos com ousadia e determinação, pensando em contribuir com um processo comunicativo eficiente, claro e objetivo, a Revista ANUNCIA. A publicação observou as mudanças, e as atuações e também suas necessidades formativas, traduzindo nestas páginas – por meio de um projeto experimental de conclusão de curso, - as técnicas básicas para a comunicação em sua paróquia, além de conteúdos de espiritualidade e formação com base na Doutrina Católica que contribuem para o exercício da comunicação no ambiente eclesial. É bem provável que você não estude comunicação, mas se em sua paróquia você atua como comunicador, a REVISTA ANUNCIA, pensou em lhe oferecer caminhos para a atuação com técnica, precisão, liberdade, criatividade, espiritualidade e discernimento. Nosso objetivo é “compartilhar” informação e conhecimento para agregar valor ao seu papel de comunicador no ambiente religioso. Em nenhum momento, pensamos em desprezar o papel do diplomado, ou daqueles que praticam a comunicação como profissional. Acreditamos que conhecimento fechado em si mesmo, não gera frutos, é que diante da imersão da comunicação na igreja é preciso passar adiante o que é comunicar e como se faz comunicação, para que a notícia seja tratada como notícia, e não como informação; para que a entrevista seja ótima, e não apenas uma conversa registrada, e para que em situações onde a comunidade precise se pronunciar, não exista conflito de ideias, pensamentos e ações, mas uma ação unitária e eficiente. Esperamos que esse essa revista contribua com sua atuação apostólica e que seja ela um impulso de Deus para que os meios de comunicação alcancem o coração dos homens. Vamos juntos? Deus espera por nós!

Boa leitura e um serviço fecundo!

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DOCUMENTOS DA IGREJA

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O PROGRESSO DA COMUNICAÇÃO

riada por mandato do Concilio Vaticano II como continuação do decreto Inter Mirifica e publicada em 27 de maio de 1971, o Communio et progressio que significa “o progresso da comunicação” é uma instrução da Igreja Católica sobre os meios de comunicação social, discutidos em 187 artigos divididos em três partes: princípios doutrinários; possibilidades e direcionamentos para que os meios de comunicação auxiliem na construção de uma sociedade nova e o favorecimento do progresso humano por meio da comunicação entre o receptor e o emissor. >>

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FOTO: Google Imagens

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Auxiliar na construção de uma sociedade nova e favorecer o progresso humano por meio do processo da comunicação entre a mídia e seus veículos é o objetivo da instrução pastoral “O progresso da comunicação” O que é o decreto Inter Mirifica? O decreto Inter Mirifica foi escrito pelo Papa VI em 04 de dezembro de 1966. Esse documento fala sobre os meios de comunicação social reconhecendo segundo a doutrina da Igreja Católica que cada meio é um instrumento de ajuda valiosa para que o gênero humano cultive o diálogo pacífico. Leia o decreto completo na biblioteca do vaticano acessando www.vatican.va.

“O progresso da comunicação” é um dos documentos com maior destaque na igreja em relação às práticas de veiculação de notícias, relações públicas, expressão das artes em cinema e literatura, e avaliação e utilização dos meios de comunicação como porta-voz da Igreja no mundo. Para a doutora em ciências da comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Simon Fraser University no Canadá, Joana Puntel, essa instrução é um novo para a comunidade católica comunicadora e para os veículos seculares: “Ela é um

novo, pois não se expressa com caráter moralizador e dogmático e sim otimista e desenvolvida com relação ao avanço das mídias”. Joana também afirma em seu livro – A Igreja e os meios de comunicação na sociedade brasileira a partir do Concílio Vaticano II – que essa instrução pastoral é importante para todos que atuam na comunicação por não possuir fundamentos negativistas e diretamente ligados aos possíveis ‘perigos da mídia’, mas a uma novidade dentro da Igreja Católica que passa a conciliar os seus valores com

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os meios de comunicação e suas funções O que afirma a instrução? No contexto geral, a instrução ressalta que os meios de comunicação possuem presença neutra na sociedade, e que podem trazer aspectos positivos ou negativos dependendo de como o veículo for utilizado, analisando o desenvolvimento técnico e o grau de penetração e influência na mentalidade e no comportamento das pessoas através dos meios de comunicação.


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“O emprego desses meios é capaz de produzir efeitos contrários à união entre os homens. Pode agravar os fatores de desinteligência e discórdia, gerando tristes consequências nos valores humanos”, afirma a instrução quando fala sobre as práticas de manipulação da consciência e da opinião pública, e sobre o crescimento do uso de instrumentos modernos sem um real reconhecimento de suas capacidades favoráveis ou não a realidade social do receptor.

Essa instrução pastoral é importante para todos que atuam na comunicação por não possuir fundamentos negativistas e diretamente ligados aos possíveis perigos da mídia” Joanna Puntel

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O que foi o Concílio Vaticano II ? O que conclui a instrução? A instrução não faz exigências de como conduzir os veículos e a informação, mas afirma a necessidade de cooperar para que os meios de comunicação social promovam valores que gerem a harmonia e a unidade social. Neste documento, a igreja expressa à opinião de que tudo que for utilizado para “comunicar” deve ter como base a “análise” do bem comum, afirmando que os meios devem ser fundamentados sobre limites e regras que tenham como consequência uma comunicação justa e eficiente.

Encontro proposto pelo Papa João XXIII e que aconteceu entre 1962 e 1965 marcando a doutrina católica e toda sua história até o século 20. O objetivo desse encontro foi discutir questões teológicas e doutrinais, corrigir incoerências, e renovar o conhecimento e todo o ensinamento da igreja com fim de acompanhar a evolução da sociedade e do pensamento humano. SAIBA MAIS: Acesse o portal do Vaticano - vaticano.va - e saiba mais sobre essa e outras instruções. No portal do vaticano você encontra disponível diversos documentos da Igreja Católica, encíclicas, cartas apostólicas, bulas, entre outros.

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história

DIOCESE DE PALMARES:

Unidos em Cristo no anúncio do Amor e da Verdade

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ertencendo a Mata Sul de Pernambuco, a Diocese de Palmares foi formada em 11 de fevereiro de 1962 quando o Papa João XXIII declarou por meio da bula “Per Amplas Eclesias” a fundação de um novo corpo diocesano em Pernambuco. Com sede na cidade de Palmares, a 123 km de distância da capital do estado (Recife), a Diocese de é formada por um conjunto de municípios desmembrados da Arquidiocese de Olinda e Recife: Cortês, Ribeirão, Gameleira, Sirinhaém e Rio Formoso; e outros dez da Diocese de Garanhuns, são eles: Palmares, Cupira, Lagoa dos Gatos, Belém de Maria, Catende, Maraial, Água Preta, Joaquim Nabuco, Barreiros e São José da Coroa Grande.

Na foto acima: Romaria Diocesena - evento que reúne todas as paróquias em uma caminhada pelas principais ruas de Palmares. FOTO: PASCOM/2014.

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Palmares é um nome que evoca a luta dos quilombos com seus ideais de libertação. Faz-nos sonhar com um povo livre, construtor consciente de sua história, um povo feliz, que participa que luta e, que aspira por ideais mais altos” afirmou D. Acácio

Região com mais de 420 mil habitantes, deles 79% manifestantes e praticantes do catolicismo, a Diocese palmeirense é marcada por lutas pela liberdade, pela cultura industrial da produção canavieira, e por uma determinação em viver as coisas do alto: “Palmares é um nome que evoca a luta dos quilombos

com seus ideais de libertação. Faz-nos sonhar com um povo livre, construtor consciente de sua história, um povo feliz, que participa que luta e, que aspira por ideais mais altos” afirmou o primeiro Bispo da Diocese de Palmares, Dom Acácio Rodrigues, em 1981, quando abria o Jubileu de Prata da diocese.

ACERVO DA DIOCESE

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A singularidade de Palmares A Diocese palmeirense é dividida em cinco setores chamados de “foranias” - São João XXIII; Nossa Senhora Aparecida; São João Evangelista; Beato Eliseu Maneus e Santo Amaro - tendo cada uma delas uma média de 5 a 6 cidades, contendo de uma à


RE VI STA ANUNCIA três paróquias, e ocupando uma área total de 3,797 km². Com sua singularidade a Diocese de Palmares é uma das segmentações particulares da Igreja Católica inicialmente habitada por índios potiguares e caetés, e que possui em sua história as marcas do Quilombo dos Palmares - valente guerreiro, que tomou impulso e fama por lutar contra a opressão e o trabalho escravo.

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Um em Cristo Após a sua fundação em 1962 o Papa João XXIII, indicou para assumir a Diocese como Bispo o Padre Acácio Rodrigues Alves, na época diretor espiritual do Seminário de Garanhuns.

DOM ACÁCIO: Foto 01 - registro das primeiras celebrações do D. Acácio em Palmares. Foto 02 /03 Celebração de Crisma no Convento de Santo Antônio em Sirinhaém. FOTO: Acervo Pessoal/Jorge PS

Iniciando sua caminhada episcopal em Palmares, Dom Acácio Rodrigues trazia como rema ser “um com Cristo”. Nascido em 09 de abril de 1925 em Garanhuns (PE), Acácio foi ordenado sacerdote em Roma, em março de 1949 e conservou durante toda sua vida um espírito jovem, sendo um bispo dedicado ao seu rebanho, e principalmente aos jovens vocacionados ao seminário. Acácio era descrito como o sacerdote que propunha a suas ovelhas um atraente roteiro de conversão: “Entre clarões e obscuridades, ele nos fazia percorrer o caminho do Senhor, levando-nos a realização de um ideal [...] crescer continuadamente para que nossa diocese fosse um corpo inteiro de militantes cristãos”, escreveu a Freira da Congregação Franciscana de Nossa Senhora do Bom Conselho em 1981, Maria do Espírito Santo.

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Para a catequista e membro de Pastoral Social - Maria de Lourdes, 45 anos, Dom Acácio era um sacerdote de grande carisma e proximidade com seus filhos, cada encontro paroquial com a sua presença movia uma multidão de fieis incluindo um número significativo de jovens: “Todos os encontros com Dom Acácio pareciam ser romarias! Ele tinha uma linguagem popular; lutava por todos os seus filhos! Era humano... Um santo de coração grande em humildade e possuía um pastoreio urbano e rural. Defendia a luta dos menores e oprimidos e não tinha medo de entrar em nenhum lugar para ir de encontro com os que tinham sede de Deus”. Movido por grande amor a Deus

e ao Sagrado Coração de Jesus, o primeiro bispo de Palmares foi um homem que desempenhou com autenticidade, amor e comprometimento seu chamado à paternidade espiritual de centenas de fieis, renunciando do seu cargo de Bispo Diocesano em 12 de Julho de 2000, dando a responsabilidade ao seu sucessor Dom Genival Saraiva. Com um coração dócil a vontade de Deus, acolheu com alegria uma enfermidade que o levou a vida eterna em 24 de agosto de 2010. Sacerdote a serviço do povo de Deus Em 23 de setembro de 2000, tornava-se sucessor de Dom

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Acácio na Diocese de Palmares, o bispo Dom Genival Saraiva após bula de recomendação pronunciada pelo papa João Paulo II. Para os diocesanos, Dom Genival era o sacerdote que escolheu por ser o “feliz terceiro” e que expressava pela comunidade católica palmarense um amor no serviço apostólico. Para ele a Mata Sul era um chão necessitado de missão, e sempre pronto para semear as rotas de uma nova estratégia de evangelização. Para a consagrada na ordem das Filhas de Nossa Senhora do Divino Amor, a Irmã Sirlene Nunes Vieira – Dom Genival Saraiva deu continuidade ao pastoreio de Dom Acácio impulsionando os fieis ao caminho


RE VI STA ANUNCIA de união com Cristo e missionariedade:“Jamais esqueceremos seu apoio, e dedicação. Sacerdote e pastor atencioso, de visão ampla e direcionada ao coletivo, ele sempre nos impulsionou a vida de pastoreio alegre e autêntico...” afirmou à religiosa em dados diocesanos de 2014.

Definindo tudo o que é terrestre como temporal, Dom Genival comtemplou a obra de Deus realizada durante todo seu episcopado em Palmares e renunciou ao cargo de Bispo, sendo acolhido em seu pedido pelo Papa Francisco em 19 de Março de 2014.

Bendito o quem vem em nome do Senhor Expressando com sua vida um engajamento autêntico Dom Henrique acolheu a missão de ser Bispo da diocese de Palmares após bula publicada em março de 2014 e desde sua chegada, toda diocese tem vi-

DOM GENIVAL SARAIVA em momento de homilia em paróquia no Recife onde atualmente contribui como sacerdote, e Bispo auxiliar. FOTO: diocesepalmares.org

O que é uma bula? O termo “bula” não se refere ao conteúdo do documento do pontífice, mas sim a forma como o documento é enviado utilizando uma espécie de selo no fechamento do documento. O que é lacrado com a “bula” é uma carta apostólica que se refere diretamente a uma recomendação do líder da igreja, uma nomeação, constituições de dioceses, ou renúncias. Em ocasiões raras, como houve em 1742 algumas bulas eram feitas de ouro ou chumbo. 18

venciado constantes mudanças. Homem e pastor conectado com todos, é para a juventude um forte sinal de radicalidade evangélica e adesão total e incondicional a Cristo: “Dom Henrique me alcançou com seu pastoreio, sua chegada foi renovadora. Ele trouxe para nós uma autêntica alegria, principalmente um impulso a vivermos o evangelho de forma concreta como verdadeiros cristãos”, afirma o jovem Ednando Filho, 22 anos, engajado


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DOM HENRIQUE: Nas fotos Dom Henrique realizando visita pastoral à comunidade de Nossa Senhora da Conceição em Lagoa dos Gatos. FOTO: PASCOM/Lagoa dos Gatos

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DOM HENRIQUE: Bispo da Diocese de Palmares durante homilia . FOTO: PASCOM/Diocesana

no movimento de Encontro de Jovens com Cristo (EJC) e com pastoral da juventude. Quem é Dom Henrique? Nascido em 11 de abril de 1963, na cidade de Penedo (AL), Dom Henrique é Bacharel em Filosofia pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, onde também se formou mestre em Teologia Dogmática com especialização em Eclesiologia.

Como sacerdote, foi professor, pregador, Vigário Episcopal, Reitor, Membro do Conselho de Cultura, Bispo titular e auxiliar, e Bispo Referencial para os religiosos do Nordeste II (CNBB). Sua caminhada episcopal tem como rema “In Christo pascere” que significa “apascentar em Cristo”, ou seja, cuidar do seu rebanho sendo instrumento do anúncio do Ressuscitado. Henrique foi nomeado bispo de Palmares em 19 de março de 2014, o que para ele foi uma demons-

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tração da confiança de Deus, com a qual ele responde com alegria e gratidão: “Meu desejo sincero é que possamos viver e conviver como irmãos do Senhor, testemunhando o respeito mútuo e a caridade fraterna”, afirmou o Bispo de Palmares em sua posse. <<


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tecnologia

OS APLICATIVOS COMO FERRAMENTAS DE EVANGELIZAÇÃO

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crescimento acelerado das novas tecnologias, o que chamamos de convergência digital possibilitou trazer para a palma da mão, diversas opões em aplicativos – que permitem, conectar, dialogar, navegar ou compactar funções antes feitas apenas com câmeras e computadores, ou outros equipamentos maiores – e que atualmente são capazes de produzir conteúdo

com qualidade e precisão usando apenas o aparelho celular. No Brasil, os “apps” – nome utilizado pelos mais íntimos - transformaram-se numa indústria que movimentou até novembro de 2015 mais de 25 milhões de dólares. Segundo dados apresentados por relatório da TELECO – Empresa de Inteligência em Telecomunicação - o nosso país possui mais de

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277 milhões de aparelhos, sendo mais da metade conectado a internet, o que leva o usuário a gastar 6x mais do seu tempo na frente do aparelho utilizando principalmente os aplicativos. Disponíveis em plataformas como Google Play Store e iTunes, são encontrados no Brasil mais de 3 milhões de “apps” de forma gratuita ou paga, o que gera em média o resultado


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Ilustração: Google Imagens

Com o avanço da tecnologia os dispositivos móveis smartphones ou celulares – passaram a ser o instrumento chave na hora de produzir o conteúdo por meio de aplicativos. 23 23


RE VI STA ANUNCIA de 12 aplicativos por aparelho celular no país, sendo metade apenas para a interação social. O uso dos aplicativos é também preferência na hora da produção e consumo de conteúdo no ambiente eclesial por meio de dispositivos móveis: “Ninguém mais vive desconectado, e hoje com os "apps" tudo fica bem mais fácil de produzir. E raro existir celulares sem aplicativos. Às vezes até me surpreendo com a capacidade de criação que alguns aplicativos possibilitam”, afirma a jovem membro da Pastoral da Comunicação em Sirinhaém, Willyane Kathellen, 23. Para ela, a os apps otimizam tempo e facilitam o diálogo. A Criatividade e os aplicativos No Brasil, 88% dos brasileiros em 2014 já utilizavam do sistema operacional Android para instalar aplicativos; um sistema fácil e prático para aqueles que desejam ingressar no campo da disponibilização das aplicações. Para essa possibilidade de aplicações para as paróquias, diversos sites permitem a criação de apps, mesmo que o criador não tenha domínio na programação de softwares, como é o exemplo da Fábrica de Aplicativos. Agências de comunicação católica e desenvolvimento web como o “Minha Paróquia” também criam aplicativos que correspondam às características e necessidades dos fieis. Para utilizar os celulares como instrumento de auxilio na cobertura religiosa, é preciso entender que o uso de bons aparelhos fotográficos, filmadoras de alta qualidade, gravadores e

blocos de anotações não são dispensáveis. Agora, tendo como principal equipamento o celular, é necessário competência e conhecimento sobre o aparelho e seus aplicativos, para uma cobertura equilibrada, completa e objetiva, ampliando o campo de inserção da informação. As tendências para a comunicação móvel e conectada a internet são diversas; além da inserção de paróquias nas redes sociais – Facebook, Twitter, Instagram e outras – uma boa sugestão é a criação de aplicativos próprios da paróquia para os smartphones dos paroquianos. Essa estratégia pode aproximar de forma singular os fieis e também aqueles que baixam aplicativos apenas por curiosidades.

O que é uma bula?

Gravar Vídeo: Filmic Pro – iO

Assim como existe o “Católico Orante” com liturgia diária, orações e formações, investir em um aplicativo próprio para paróquia ou diocese amplia o ambiente informativo que agora não fica recluso a sites que na maioria das vezes são sobrecarregados e das Redes Sociais que querendo ou não possuem também um acumulo de informações sem filtro. Os aplicativos impressionam cada vez mais na sua capacidade instantânea de alcance simultâneo de usuários. Um exemplo é cobertura de eventos com transmissão ao vivo pelo app do Twitter Inc.: “Periscope”, que transmite ao vivo uma cena posicionando a câmera do seu dispositivo que precisa estar conectado a melhor e maior velocidade de internet possível. Muitas comunidades novas e

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paróquias já investem nesse aplicativo para transmitir missas, formações, momentos de oração e adoração e assim ampliam suas rotas de evangelização: “A comunidade Católica Shalom, utiliza o Periscope para transmissão de bate-papos, eventos ou missas. O app nos surpreende com a grande interação ao vivo que ele oferece. Eu moro longe de missões


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SUGESTÃO DE APLICATIVOS

OS e Câmera Zoom FX – Android

Edição de Vídeo – AndroVid – Android

Recomendo também para fotografia o Instasize. Esse app possui ótimo desempenho, e você pode determinar o filtro antes de tirar a foto, o que agiliza a edição” conta o fotógrafo e coordenador Diocesano do Ministério de Comunicação da Renovação Carismática Católica, Wesley Rocha, que utiliza o aplicativo para a maioria de sua fotos em coberturas religiosas. 25

FOTO: Google Play Store

Transmissão ao vivo: Periscope, Skype ou LiveStream – iOS e Android


Dados e ilustração: Google

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O que é uma bula?

SUGESTÃO DE APLICATIVOS

Ilustração: Google Play Store

Edição de fotos: Snapseed ou Adobe Photoshop Express – iOS e Android e Autodesk Pixlr - Android

da comunidade, e esse app é um meio que tenho de estar em comunhão com o carisma”, afirma o membro da Obra Shalom em Recife, Lucas Vinícius, 24 anos. Ferramentas e métodos

A primeira ferramenta é possuir um celular do qual o poder é mais seu do que das suas funções tecnológicas. Caso opte pelo sistema Android saiba que ele apresenta uma plataforma dominante no mundo, disponível em todas as operadoras,

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modelos, preços e tamanhos e que oferece o maior estoque de aplicativos geralmente gratuitos e baratos pendendo para o iOS que ganha em qualidade de som e imagem. >>


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Muitas comunidades novas e paróquias já investem nesse aplicativo para transmitir missas, formações, momentos de oração e adoração

- Confira outras dicas para usar o seu dispositivo na produção de conteúdo: Estar equipado com o aparelho é ótimo, mas trazê-lo com outras ferramentas lhe concede a oportunidade de crescer na sua produção. Uma dica essencial é possuir carregadores portáteis sempre em mãos. Caso vá realizar gravações que precisem de qualidade no áudio é possível utilizar microfones móveis como o iRig Pre ou KV Mic/Headphone Splitter ou o microfone do seu fone de ouvido.Tenha sempre em mãos baterias reservas e para gravações longas o uso de tripés como o Mobile Tripod pode evitar balanços nos vídeos. Teclados externos, flashes, lâmpadas e lentes também são ótimas recomendações.

Ter os celulares sempre carregados, lentes limpas, manter as mãos firmes no momento das gravações, e procurar cenas com favorecimento da luz são detalhes que precisam da sua constante atenção. Na hora de filmagens, coloque o celular em modo de voo para não ter seu vídeo interrompido, e evite utilizar anéis, pois eles podem interferir na frequência e captação do áudio. Sempre filme com o dispositivo na horizontal, e se possível utilize diversos ângulos.É importante não utilizar o ‘zoom’ com tanta frequência, pois essa função diminui a qualidade da imagem, por isso, opte por aproximar-se da cena o máximo possível.

Tenha seu celular conectado a nuvens de sincronização de conteúdo e deixe sempre a memória do dispositivo limpa antes dos eventos para não sofrer o risco de parar a produção para apagar arquivos e ganhar espaço na memória. Economizar bateria pode lhe ajudar a aumentar a produtividade, então quando estiver em campo, reportando, desligue aplicativos e sensores como conexão de dados ou wifi, e localização. Construa sua matéria em público, no mesmo momento em que acontece isso agrega valor, veracidade e honestidade ao seu texto. Escreva e publique apenas se você: Não deixe a notícia envelhecer.

SUGESTÃO DE APLICATIVOS Captura de áudio: Voice Recorder Pro – iOS e StoryMaker – Android - Edição de áudio: TwistedWave Audio Editor e WavePad Free – Android - Redação e Escrita: Evernote, Wordpress iOS e Android e Google Keep – Android - Nuvens de armazenamento: Dropbox, Onedrive e Google Drive – iOS e Android Quer saber mais sobre esse assunto? Leia: Número de celulares no Brasil aumenta 1,26 milhão em agosto (Revista Exame, 13 de outubro de 2014) - Vendas de smartphones passam de 13 milhões no Brasil no 2º trimestre (G1, 12 de setembro de 2014) || Assista: O Jornalismo, Multimídia e Mobile - Seminário na ESEC Alexandre Brito, Coordenador da RTP Multimídia || Estude: A construção do texto jornalístico nos dispositivos móveis tablets e smartphones - Rotina jornalística e mobilidade: potencialidades de transformação do habitus profissional jornalístico a partir das tecnologias móveis.

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você conhece?

FOTO: News V.A

COMO ESTÁ ORGANIZADO O CORPO ECLESIÁSTICO DA IGREJA?

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xiste uma maneira de identificar e separar a organização eclesiástica e administrativa da Igreja. Essa estrutura é feita com base em uma escala dividida e subdividida, sendo cada uma delas guiada por um representante da Igreja. O corpo unitário dessa estrutura é chamado de ‘província eclesiástica’ e são nomeados em: Arquidiocese, Diocese, Vicariato, Forania, Paróquias e Capelas. >> A arquidiocese é a província eclesiástica que envolve todas as dioceses de uma região. O responsável por uma arquidiocese é chamado de Arcebispo. É importante citar que cada arquidiocese possui uma “Catedral”, que é o local onde está a “cátedra” – cadeira – do Arcebispo. Já a diocese é uma separação eclesiástica dirigida por outro bispo e que também pode ser chamada de Bispado. Segundo o Código do Direito Ca-

nônico (art. 369) uma diocese pode ser definida como a ‘porção do povo de Deus confiada a um bispo’. Se toda Arquidiocese possui uma catedral, toda diocese possui a sua Cúria Diocesana onde o bispo realiza suas atividades pastorais. Dentro da diocese existem os Vicariatos: espaços territoriais que podem ser divididos entre dois ou mais com papel colaborativo na ação evangelizadora e no estabelecimento das relações pastorais. Os vicariatos possuem papel territorial, divididos em áreas pastorais menores, chamadas pelo Código de Direito Canônico de foranias que são formadas pela concentração de paróquias. Cada forania possui o seu vigário episcopal que representa a forania e coopera com uma espécie de Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, e o vigário

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forâneo que possui papel pastoral e de representação em um conselho presbiteral. Depois das foranias, existem as paróquias – comunidades dentro da Diocese entregues aos cuidados pastorais e administrativos de um presbítero que recebe o título de pároco. Cada paróquia é chamada ao apostolado em comunhão com a diocese, e suas lideranças pastorais junto aos fieis. Além do pároco, é possível em alguns casos existir a presença de um vigário paroquial – ou sacerdote que o bispo diocesano nomeia para contribuir e auxiliar um pároco no exercício do seu pastoreio. Dentro das paróquias existem o núcleo paroquial ou Igreja Matriz, e várias capelas que são comunidades pequenas da região e que são administradas pela Paróquia. <<


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PRODUÇÃO DE CONTEÚDO

BUSQUE CRIATIVIDADE PARA OS PROGRAMAS DE RÁDIO DA PARÓQUIA FOTO: Google Imagens

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ma atividade comum nas paróquias da Diocese de Palmares é a participação das pastorais de comunicação nas rádios de sua região. Além de comum, é uma atividade que gera participação dos membros da comunidade, e um amplo alcance da sociedade fora do ambiente católico, se utilizada com organização e criatividade a cada minuto, em favor de uma ação de comunicação produtiva e efetiva.

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REVI STA ANUNCIA Preparando: Um dos principais métodos utilizados por profissionais para organizar a estrutura do seu programa de rádio é a PAUTA: roteiro de apresentação simples e que permite ao apresentador do programa de rádio mapear suas informações, e construir um caminho para interagir com o ouvinte. Mesmo sendo um simples roteiro, a pauta precisa ser bem elaborada podendo ter como base as principais notícias da Igreja veiculadas no dia ou até o horário que antecede o programa, estudo bíblico, meditação do evangelho, entrevistas e diversas outras formas que vão de acordo com o perfil do apresentador. Também é importante frisar que por mais que a pauta estabeleça um caminho para o programa, esse roteiro pode ser contornado conforme a programação for dando outras saídas que favoreçam a boa qualidade do conteúdo produzido. Sendo organizado e criativo: Produzir um programa de rádio paroquial ou diocesano não pode ser uma tarefa reduzida a uma pessoa, é preciso colaboração, estratégia e pesquisa. Em uma ordem de fatos para preparar o programa é preciso: >> Realizar uma reunião de pauta: Nessa reunião inclua os membros que são envolvidos no segmento de rádio junto ao seu pároco e preparem a pauta pensando em todo o conteúdo que será abordado no programa. Nesse momento, vocês definem

Produzir um programa de rádio paroquial ou diocesano não pode ser uma tarefa reduzida a uma pessoa, é preciso colaboração, estratégia e pesquisa o que será tratado, quem poderá participar, e quando tempo será dedicado para cada ponto do programa. Na reunião é muito importante definir também o gênero do programa - Jovem, oracional, catequético, de um grupo ou movimento específico que fará segundo a sua espiritualidade, musical... – pois é o gênero que definirá o público alvo e como o conteúdo será transmitido. O apresentador e a avaliação: Atento ao trabalho realizado pelos comunicadores, cobre do responsável pela equipe uma avaliação sobre a influência e a postura do comunicador durante e depois do programa. Analisem se o apresentador é uma pessoa de voz reconhecível, clara e bem entrosado com seus ouvintes. Essa avaliação é importante para que o conteúdo do programa não passe despercebido, e para reconhecer se o público tem reagido bem ao ouvir os programas da comunidade ou paróquia. A pesquisa é uma espécie de avaliação dos resultados. Não se pode utilizar um meio de co-

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municação e desperdiçar sua capacidade de alcance. Saiba se as pessoas lembram o nome do programa, e incentive seu pároco a participar dele sempre que possível para que ele questione seus paroquianos sobre estar o acompanhando na rádio, e para que ele também possa avaliar os comentários. Espiritualidade gera Criatividade: Rezar é fundamental. Ter a capacidade de entregar e confiar a Deus todo seu serviço apostólico por meio da comunicação social é deixar com que o protagonista de toda ação na igreja seja o próprio Deus. A oração trás a nós a criatividade, assim: façam programações com a maior variedade de público-alvo possível, coloquem a sociedade a par da vida paroquial, e também da realidade da Igreja no mundo. Interajam com os ouvintes e incentivem-nos a participar como testemunhas de que esse veículo os alcança. Tem dúvidas de como usar outras meios de comunicação para evangelização? FALE CONOSCO! (Veja contatos no expediente)


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entrevista

O COMUNICADOR CATÓLICO DENTRO E FORA DA IGREJA Por Gean Carlos, jornalista colaborador.

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m comunicador e missionário respeitado e admirado por católicos e por todos que conhecem seu trabalho, Ivanildo Silva conversou conosco sobre a prática da comunicação pelos meios católicos, dentro e fora da Igreja Católica. Antes, conheça um pouco do perfil dele:

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FOTO: TV Canção Nova

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Faltam pessoas que tenham a experiência religiosa e ali possam, dentro de sua profissão, exercer profissionalmente essa experiência mística que precisa ser vivida para falar com propriedade e autoridade.

te do Recife e em Camutanga (PE) - a primeira que montou. Também já administrou a Dom Bosco FM, em Abreu e Lima e a rádio Criatividade FM, bairro do Zumbi, ambas por 2 anos, e apresentou o programa DDD, na Rádio Canção Nova, por 4 anos.

>> Natural de Limoeiro-PE, Ivanildo Silva tem 24 anos, é missionário da comunidade católica Obra de Maria desde 1999, formado em jornalismo, é casado e tem 2 filhos. Atualmente, apresenta o programa Nossa Manhã, na Rádio Olinda, é assessor de imprensa da Obra de Maria e viaja por todo o Brasil apresentando o stand up “Viver de Rir, Porque Morrer Ninguém Quer” e também integra a dupla católica DDD (Doidin de Deus). Antes, já atuou como diretor da rádio comunitária Maria FM, do bairro da Várzea, zona oes-

>> GC - Como você vê a profissionalização da comunicação da Igreja Católica em seus diversos meios: Tv, rádio, assessoria de imprensa, jornais, sites, etc.? Nós buscamos nos profissionalizar? Por quê? IS - Eu vejo, ainda, algo muito longe em dois aspectos: primeiro, no aspecto de leigos, ou pelo menos pessoas da Igreja, formadas, profissionalizadas. Ao mesmo tempo, há uma demanda de contratação de profissionais da área de comunicação. Contudo, ainda precisam se adaptar à realidade da linguagem, da espiritualidade, de tanta coisa. Eu ando em muitas redações de emissoras de TVs e rádios católicas e o que vejo

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é muita gente profissional, mas falta muito missionário profissional, essa seria a linguagem. Faltam pessoas que tenham a experiência religiosa e ali possam, dentro de sua profissão, exercer profissionalmente essa experiência mística que precisa ser vivida para falar com propriedade e autoridade. Então, ainda há uma lacuna muito grande. Mas, ao mesmo tempo, há uma preocupação. Porque, se a gente não se profissionaliza, se a gente não busca, estar dentro daquilo que é a linguagem do momento profissional, os nossos meios vão ficando para trás. Justamente para não ficarmos com a linguagem defasada, como falei há pouco. Nós temos que estar dentro daquilo que o mercado está pedindo e exigindo, dentro daquilo das novidades da tecnologia. Repito, se nós não avançarmos, não nos profissionalizarmos, ficaremos “comendo a poeira de todo


RE VI STA ANUNCIA o mundo.” GC - Existe, na Igreja, uma comunicação fechada em si mesma? IS - Eu não diria uma comunicação fechada em si mesma. Eu creio que hoje a comunicação Católica é plural. Diferente da comunicação protestante. Se você prestar atenção num jornalismo protestante, verá que ele é muito nivelado, é muito limitado. Enquanto que dentro do jornalismo das redações católicas ou de matriz católicas, você percebe que a gente tem uma amplitude maior. Então, não creio que a Igreja se fecha em si mesma. Ao mesmo tempo em que ela aborda os pontos principais da doutrina, dentro das próprias linhas editoriais, eu vejo também uma abertura ao plural, aquilo que é diferente.

NAS IMAGENS: Acima: Ivanildo Silva, cantor da dupla DDD - Doidin de Deu Ivanildo Silva em atuação para o programa de stand-up comedy “Viver de Rir morrer de rir ninguém quer.” FOTO: acima - TV Canção Nova / abaixo: Acervo

Respondo por mim mesmo: apresento um programa que a sua essência é jornalística, mesmo sendo de variedades, e o que mais nós tentamos trazer é outro lado, a outra opinião. Recentemente eu entrevistava um psicanalista e nós falávamos sobre a questão dos extremistas. E nós não falávamos só denunciando ou dizendo barbaridades dos extremistas. Tentamos entender o que leva uma pessoa a ser extremista. Veja, a gente tentou entender um lado que é difícil. Mas, ao mesmo tempo, o próprio profissional que estava conversando comigo — que não era católico, pelo menos não de vida católica — chegou a dizer, por exemplo, que não existe verdade absoluta, quando o cristianismo que

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us. Abaixo: r - porque o Pessoal

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Eu creio que hoje a comunicação Católica é plural. Diferente da comunicação protestante. Se você prestar atenção num jornalismo protestante, verá que ele é muito nivelado, é muito limitado. Enquanto que dentro do jornalismo das redações católicas ou de matriz católicas, você percebe que a gente tem uma amplitude maior”.

a verdade é Jesus: Jesus é o caminho a verdade e a vida. Ou seja, numa conversa, ele já levantou algo que é contra a doutrina daquele meio, a filosofia de vida do meio ao qual ele estava falando. E o meu papel como comunicador católico – e aí vem o diferencial de comunicador, que tem a linguagem daquilo que ele vive — de não corrigi-lo, mas dizer: olha, pode ser que a verdade absoluta para o muçulmano seja acreditar em Ala e Maomé como seu profeta, mas eu acredito que a verdade absoluta para mim é Jesus Cristo. Então, talvez quando ele quis dizer que não existe verdade absoluta, ele quis falar que não tem como colocar a minha verdade absoluta para o outro. Isso faz uma diferença enorme: ser plural, escutar também o outro e dialogar com as ideias divergentes das nossas, isso nos eleva. Portanto, a comunicação católica não está fechada em si mesma! Pode ser que alguns meios, mais isso muito restrito, se fechem em si mesmo. Entretanto, não é uma linha geral.

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GC - O que fazer para avançarmos nessa profissionalização, sem que percamos a eficácia da evangelização? A Igreja tem investido na formação dos agentes de comunicação? IS - É necessário fazer uma experiência. Não tem como eu ser comunicador de um meio religioso, vamos dizer assim, se eu não tenho a experiência religiosa daquele meio. Porque a minha comunicação sempre vai ser falha. Por mais profissional que eu seja, por mais famoso que eu seja, eu vou arrebanhar um público, mas vou sempre me perder; vou ver sempre correr o risco de não estar em consonância com aquilo que o meio de comunicação que eu sou atrelado representa. Isso conta muito! Há uma lacuna muito grande, ainda. Nós temos a necessidade, não só de profissionais, mas muitas vezes nas comunidades, nas Pascoms, elas sofrem muito porque não há uma prioridade. Ou seja, isso não é em linhas gerais, claro. Na maioria das comunidades, das paróquias, o padre ou o responsável não vê a pastoral da comunicação como uma necessidade. Porque quando


RE VI STA ANUNCIA você vê como uma necessidade, demanda investimento, demanda curso de capacitação, equipamentos e isso demanda gastos. Toda vez que mexe no cofre da paróquia, isso é sempre um impecílio. Então, infelizmente, nem todo mundo acordou para a necessidade da formação dos agentes de comunicação paroquiais e até diocesanos mesmo. É algo que é relegado a segundo plano. Não somente os agentes de comunicação leigos, e não tem uma profissionalização, como até mesmo a capacitação ou incentivo de profissionais dentro das comunidades. GC - Na questão jornalística, como praticar um jornalismo imparcial nos meios de comunicação católicos? IS - Praticar um jornalismo imparcial nos meios de comunicação católicos não é algo difícil. Porque até mesmo o próprio Papa Francisco, nos seus discursos, nos incentiva a nos abrir ao outro, ao novo, ao diferente. Então, se eu como

... Eu sou imparcial também a partir do momento que, ao selecionar as notícias, eu escolho que considero ser verdade, que vai fazer bem ao meu ouvinte. E quando eu digo fazer bem, não é só trazer boas notícias. Mas até mesmo notícias ruins que vão fazer bem no sentido de instrui-lo e informa-lo... comunicador católico tenho essa ideia dentro da minha cabeça que o diferente é também importante, eu já estou dentro da linha da imparcialidade. Eu trago o outro, deixo que ele fale, coloque a sua ideia, mas sem deixar de colocar aquilo que é a visão da Igreja. E daí vem um detalhe: quando a visão da Igreja entra, o ouvinte, leitor ou telespectador precisa saber que é a opinião da Igreja. E não

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simplesmente mascarar a doutrina da Igreja dentro da notícia. Há, muitas vezes, situações em que tem notícias que não valem a pena a gente dar para as receptor. E não é porque queremos esconder a notícia! É que a gente sente que ela não irá fazer bem. Muitas vezes, por exemplo, eu abro o jornal e vejo só situações de morte. São coisa que praticamente ele já vai ver e ouvir em tantos outros luga-


REVI STA ANUNCIA res, porque, então, eu não dedico aquele meu tempo que é tão restrito — eu tenho muitas vezes a limitações de trazer 15 ou 20 notícias, e tenho que trazer as mais relevantes, de extrema importância para o ouvinte. Então, eu sou imparcial também a partir do momento que, ao selecionar as notícias, eu escolho que considero ser verdade, que vai fazer bem ao meu ouvinte. E quando eu digo fazer bem, não é só trazer boas notícias. Mas até mesmo notícias ruins que vão fazer bem no sentido de instrui-lo e informa-lo. GC - Conte-nos sua trajetória com a comunicação na Obra de Maria e nas rádios. Quem veio primeiro: o Ivanildo comunicólogo ou o Ivanildo missionário? IS - O Ivanildo comunicólogo veio primeiro. Eu tive a experiência de falar no rádio, pela primeira vez, com 11 anos de idade. Foi um programa de rádio da paróquia, de meia hora, a cada quinze dias. Eu fiquei feliz da vida quando fui convidado para

participar. Antes mesmo disso, eu já escrevia como se fosse um jornalzinho. Eu pegava aqueles papeizinhos, como se fosse caderneta de anotação, fazia notícias e colocava por baixo da porta da minha escola. Até que um dia, a religiosa ficou “atocalhando” para descobrir quem era que fazia aquelas notícias. E, quando ela me pegou, eu pensei que eu ia levar um carão daqueles. Mas ela achou interessante a minha ideia e ali fui convidado para fazer o programa. Foi ali que me apaixonei pelos meios de comunicação. Tanto é que na minha adolescência foi sempre brincando de rádio, de ser radialista e essas coisas todas. Ainda na adolescência tive umas experiências com a rádio Canção Nova. Em 2001 pude montar a primeira emissora de rádio e, antes de sair e vir para a Comunidade Obra de Maria, inventei um jornalzinho mensal na paróquia. Então, eu sempre fui louco por comunicação. E, quando eu entre na Comunidade, entrei pensando nisso.

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Então, posso dizer que o comunicólogo veio antes que o missionário, naturalmente. Dentro da Obra de Maria, eu pude experimentar essa liberdade de trabalhar com impresso, internet, rádio. Fiquei durante 2 anos à frente da programação noturna da rádio Olinda, das 22h às 05h da manhã. Nós transformamos uma programação musical me 7 horas com interação ao vivo, na madrugada; tínhamos mais de 40 chamadas, por hora, dentro da programação de uma rádio AM, na madrugada. Inclusive, eu fui até impelido por uma professora da faculdade a produzir um artigo cientifico sobre a nossa programação. Foi aí que eu descobri os números. Depois, claro, por falta de pessoal e a questão financeira, tivemos que abri mão. Hoje, estou de volta à casa, no horário nobre, das 06h às 9h da manhã. Segundo o Ibope, estamos em quarto lugar, entre as AMs e em oitavo lugar geral entre todas as emissoras da Região Metropolitana do Recife. <<


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pastoral da comunicação

O COMUNICADOR & A COMUNICAÇÃO A

Pastoral da Comunicação é o eixo transversal de todas as pastorais da Igreja, e possui como objetivo irradiar e ocupar um espaço específico de protagonista da vida eclesial favorecendo as ações próprias do campo da comunicação, sempre no sentido pastoral que é a conjunção da realidade eclesial com a comunicação que abrange as dimensões humanas. Em Palmares, e tendo como rema de serviço a frase: “Comunicar é preciso” os comunicadores buscam crescer no protagonismo pastoral, investindo em novas ações e técnicas que favorecem a interação entre todos os membros da diocese e as notícias de suas comunidades e paróquias: “A PASCOM é uma pastoral que interage com dinâmica na comunicação para um serviço apostólico. Servimos nesse sentido, e vejo que a PASCOM é a pastoral que conduz a comunidade, o povo de Deus, ao encontro da Verdade que é o próprio Deus. Servir na Pascom é espalhar as realidades paroquiais, intervir e agir, politicamente, socialmente de fato, servir e ter uma postura de caráter missionário”, afirma o

“A PASCOM é uma pastoral que interage com dinâmica na comunicação para um serviço apostólico”, afirma o pesquisador e membro do Núcleo Diocesano de Comunicação, André Gustavo, 26. pesquisador e membro do Núcleo Diocesano de Comunicação, André Gustavo, 26.

Formação & Articulação

pos a ações apenas de criação de jornais, programas de rádio, sites e redes sociais o eixo formação proposto pela CNBB, visa preparar aos membros da pastoral a uma produção: teoricamente embasada, tecnicamente atualizada e eticamente comprometida: “Um dos aspectos da formação são os cursos de comunicação na catequese, na liturgia e nas demais pastorais que segundo o Communio et progressio devem fazer parte integrante da formação dos agentes pastorais e dos sacerdotes para que desempenhem o papel de comunicador com aptidão” afirma o documento 99 do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, produzido pela CNBB.

Buscando não limitar os gru-

Na Diocese de Palmares, a co-

Coordenada pelo Padre Moisés Silva, a Pastoral da Comunicação na diocese é dividida em um Núcleo Central, e está presente entre todas as foranias distribuídas a nível paroquial, favorecendo o cultivo do ser humano e a ação evangelizadora da Igreja fundamentada em quatro eixos: formação, articulação, produção e espiritualidade segundo a doutrina da Igreja e a recomendações da CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil), tendo como maior desafio a unidade e cooperação:

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COMUNICAR É PRECISO: Na foto, comunicadores diocesanos após Celebração Eucarística na Catedral da Diocese de Palmares, durante encontro de comunicação realizado em setembro de 2015. FOTO: Núcleo Diocesano de Comunicação.

ordenação diocesana na atuação e no empenho de um núcleo de comunicadores, formam a articulação e a animação do pastoreio comunicacional de diversas comunidades. A articulação são os momentos de encontro com profissionais que animam e fortalecem o engajamento e a comunhão nas ações comunicativas. Visando isso, no mês de setembro o núcleo diocesano realizou o II Encontro de Comunicadores com o seu rema “Comunicar é preciso” e que reuniu dezenas

de membros da PASCOM e de novas comunidades e ministério de comunicação da RCC em um momento de partilha e formação com profissionais das áreas de jornalismo e publicidade: “Foi um encontro bem proveitoso. O foco foi comunicar Deus nos pequenos e grandes detalhes, e como o Bispo nos exortou com palavras e olhares. Aprofundaram muito bem a comunicação no seu âmago, e com características que antes não vivenciávamos por que às vezes não estamos adentro da realidade da comunicação so-

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cial” disse a jovem catequista e apresentadora do Programa de Rádio Católicos em Ação de Sirinhaém, Ariane Sandy, 19. Produção & Espiritualidade A produção é a parte concreta da PASCOM, essa cada vez mais desafiada diante das novas tecnologias e culturas de comunicação. É a parte que incentiva a criação a partir das necessidades de sua paróquia, como materiais impressos, vídeos, cobertura de eventos, produção de jornais e revistas e diversos ou-


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RE VI STA ANUNCIA tros modelos de comunicação que favoreçam o diálogo interno e externo de toda comunidade. Atualmente o case de produção e comunicação a nível diocesano é a Paróquia de Santa Quitéria que desenvolveu desde a campanha de sua padroeira até os materiais internos como a Revista Paroquial. Pensando também em aproximar-se de toda localidade onde a paróquia realiza sua vida pastoral a PASCOM de Santa Quitéria estabelece divisões entre as diversas formas de trabalho e fomenta a criação rápida, eficiente e de qualidade de todo o seu conteúdo. “Nosso trabalho é visto bem e de forma organizada porque além de elencarmos deveres, sempre contribuímos uns com os outros como grupo. Não nos limitamos a fotos e vídeos, ou a internet e redes sociais. Fazemos comunicação pensando em todos buscando inserir toda comunidade nessa atividade”, diz o fotógrafo e comunicador da Paróquia de Santa Quitéria, Anderson Pena. A vida espiritual também é à base da comunicação e en-

quanto PASCOM a vida sacramental e espiritual são necessidades fundamentais para que a comunicação não se torne vazia. Como exorta o documento 99 do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, é preciso expressar e viver uma espiritualidade do ponto de vista da comunicação que seja “inspirada na Trindade, modelo da perfeita

A maior concentração de comunicadores da diocese é encontrada na Forania de São João XXIII com um total de 37,5% de membros, seguida da Forania de Santo Amaro com 25%, São João Evangelista com 18,8%, Beato Eliseu Maneus com 12,5% e Nossa Senhora Aparecida com 6,3%. 42

comunicação e comunhão de amor”. Organização A PASCOM é organizada em nível nacional, regional, diocesano e paroquial é em Palmares composta por mais de 50 membros espalhados por todas as foranias. Formada por uma maioria feminina que totalizam 56,3% de todos os membros, a idade predominante de atuação na pastoral de comunicação é dos 18 aos 25 anos. Idade dominante na PASCOM e que corresponde a 43,8% dos membros atuais. Formados com o Ensino Médio completo, o que representa 50% dos membros a PASCOM possui 18,8% dos profissionais com superior incompleto ou em curso, e 12,5% com superior completo. Com relação à participação no mercado de trabalho apenas 37,5% dos comunicadores diocesanos atuam


REVI STA ANUNCIA COMUNICAR É PRECISO: O design Edmilson Apolinário, Padre Moisés coordenador diocesano da PASCOM e a apresentadora de Rádio Simone Silva em encontro de comunicadores 2015. FOTO: Núcleo Diocesano de Comunicação.

de Santa Quitéria, e que contou um pouco das ferramentas de trabalho utilizadas pela PASCOM e sua forma de serviço apostólico, confira:

profissionalmente, sendo 56,3% apenas estudantes, e os outros 6,3% sem atividade remunerada. 31,3% dos membros diocesanos atuam em mais de uma paróquia como pastoral de comunicação. A maior concentração de comunicadores da diocese é encontrada na Forania de São João XXIII com um total de 37,5% de membros, seguida da Forania de Santo Amaro com 25%, São João Evangelista com 18,8%, Beato Eliseu Maneus com 12,5% e Nossa Senhora Aparecida com 6,3% de atuações. No geral 93,8% dos membros são solteiros, e 87,5% atuam na pastoral há mais de 04 anos. << Veja mais no infográfico na página anterior>> CASE: Paróquia Santa Quitéria A Revista Anuncia entrevistou a professora Maria Sores, também Coordenadora da Pastoral da Comunicação na Paróquia

RA - QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA PASCOM DE SANTA QUITÉRIA? MS - A PASCOM da Paróquia de Santa Quitéria, desenvolveu-se com o propósito de “Anunciar o Evangelho a toda criatura”, numa perspectiva de nos lançarmos cada vez mais neste projeto de evangelização, nós utilizamos todos os recursos necessários para tornar a palavra de Deus mais viva nas pessoas, visando ensinamento, compreensão, e a partilha, entendendo que estamos fortalecendo nossa atividade de forma missionária. RA - O QUE FAZ A PASCOM DE SANTA QUITÉRIA? MS - Nós trabalhamos em consonância com toda a Paróquia, com os Grupos, Movimentos, Pastorais, Associações, deixando sempre todo o povo de Deus informado do que acontece na Paróquia, bem como na Diocese. RA - E COMO SE DIVIDE PARA O SERVIÇO? MS - Somos uma equipe composta e dividida como: eu (risos) Maria Soares: atualmente coordenação da PASCOM, fotografia e redação; o Pedro Marinho: designer e administrador da página da paróquia no Facebook, fazendo também edição, programações na web, e criação; o Manoel Brasileiro: também administrador no Facebook e responsável pelo material formativo e sua edição;

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o Clayton Martins: com textos informativos e formativos; junto ao Erivaldo Santos com a produção de textos sobre nossa igreja, a doutrina, dentre outros assuntos; o Anderson Pena que faz a produção de vídeos, cartazes e fotografia; o Edson Machado e o Elias Brasileiro: com a produção de textos para a juventude; e as responsáveis pela atividade externa quanto a patrocinadores: Marilândia, Elisângela e Betânia. RA - QUAIS OS DESAFIOS FORAM VENCIDOS? MS - Os desafios sempre constantes são o de buscar o novo, sermos ousados na fé, para efetivar um trabalho dinâmico e eficaz que edifique cada vez mais o Reino de Deus. Eis o nosso desafio! Lançar sempre as redes em águas mais profundas, para alcançar os corações sedentos, mostrando o amor que nos rege, o amor de Cristo que nos move. RA - QUE MODELOS DE COMUNICAÇÃO VOCÊS APRESENTAM? MS - Apresentamos um modelo de comunicação, em que unimos o melhor de cada um, para proporcionar aos fieis católicos uma abrangência de informações, formações, Produção de mídias que ajudam nas ações pastorais tais como: CD; DVD, organização de estrutura na Festa da Padroeira, dentre outros. Contudo, embasados em sermos comunidade de comunidades e movimentos, acolhendo e orientando a comunhão, participação e missão.




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a voz da igreja

* Texto originalmente publicado pelo Vaticano após Coletiva de Imprensa em Março de 2014 na Sala Clementina. Conteúdo disponível em news.va.

PAPA: “Os pecados da mídia são a desinformação, a calúnia e difamação” Cidade do Vaticano (RV) – Em março de 2014 o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 400 membros da Associação “Corallo”, uma rede de comunicação na Itália, que expressa o compromisso da Igreja de estar próxima a todas as pessoas, onde quer que estejam, vivam, trabalhem, amem e sofram. Na ocasião o Papa partiu da expressão “rede” de comunicação, para leva-lós a pensar nos primeiros discípulos de Jesus, que trabalhavam como pescadores, e que utilizavam redes para pescar. Lembrou o papa que Jesus os convidou para segui-lo, tornando-os “pescadores de homens”. Mas antes de entregar seu discurso escrito previamente, e após a saudação do Presidente da rede, o Pontífice falou de improviso. Eis a íntegra do pronunciamento: “Agradeço tanto por aquilo que o senhor disse e agradeço pelo trabalho que vocês fazem. Esta é a verdade... Buscar a verdade com a mídia. Mas não somente a verdade! Verdade, bondade, beleza, as três coisas juntas. O vosso trabalho deve desenvolver-se nestes três caminhos: o caminho da verdade, o caminho da bondade e o caminho da beleza. Mas verdades, bondades e belezas que sejam consistentes, que venham de dentro, que sejam humanas. E, no caminho da verdade, nos três caminhos, podemos encontrar erros, e mesmo armadilhas. “Eu penso, busco a verdade...”: estejais atentos a não tornarem-se intelectuais sem inteligência. “Eu vou, busco a bondade...”: estejais atentos a não tornarem-se eticistas sem bondade. “Me agrada a beleza...”: estejais atentos a não fazer aquilo que se faz frequentemente, “maquiar” a beleza,

buscar os cosméticos para fazer uma beleza artificial que não existe. A verdade, a bondade e a beleza é como vem de Deus e estão no homem. E este é o trabalho da mídia, o vosso trabalho. O senhor acenou para duas coisas e eu gostaria de retomá-las. Antes de tudo, a unidade harmônica do vosso trabalho. Existem as grandes mídias, as pequenas... Mas se nós lermos no Capítulo 12 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, vemos que na Igreja não existe nem grande nem pequeno: cada um tem a sua função, o seu ajuda o outro, a mão não pode existir sem a cabeça, e assim por diante. Todos somos membros e também as vossas mídias, quer sejam maiores ou menores, são membros, e harmonizados pela vocação do serviço na Igreja. [...] Eu faria esta pergunta: quem é mais importante na Igreja? O Papa ou aquela velha senhora que todos os dias

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reza o Rosário pela Igreja? Que o diga Deus, eu não posso dizêlo. Mas a importância é de cada um nesta harmonia, pois a Igreja é a harmonia da diversidade. O Corpo de Cristo é esta harmonia da diversidade, e quem faz a harmonia é o Espírito Santo: Ele é o mais importante de todos. Isto é o que o senhor disse e eu gostaria de destacar. É importante: buscar a unidade e não seguir a lógica de que o peixe grande engole o peixe pequeno. O senhor disse também outra coisa, que também eu menciono na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Falou de clericalismo. É um dos males, é um dos males da Igreja. Mas é um mal “cúmplice”, porque aos sacerdotes agrada a tentação de clericalizar os leigos, mas tantos leigos, de joelhos, pedem para ser clericalizados, pois é mais cômodo, é mais cômodo!. E isto é um pecado num duplo sentido! Devemos vencer esta tentação. O leigo deve ser


leigo, batizado, tem a força que vem do seu Batismo. Servidor, mas com a sua vocação laical, e isto não se vende, não se negocia, não se é cúmplice com o outro...Não! Eu sou assim! [...] É um bom leigo? Que continue assim e cresça assim. Porque está na sua identidade de pertença cristã, alí. Para mim, o clericalismo impede o crescimento do leigo. Mas tenham presente aquilo que eu disse: é uma tentação cúmplice a duas mãos. Pois não existiria o clericalismo se não existissem leigos que querem ser clericalizados. Está claro isto? Por isto agradeço aquilo que vocês fazem. Harmonia: Também esta é uma outra harmonia, pois a função do leigo não pode fazer o sacerdote, e o Espírito Santo é livre: algumas vezes inspira o padre a fazer uma coisa, outras vezes inspira o leigo. Se fala, no Conselho Pastoral. Tão importantes são os Conselhos Pastorais: uma paróquia – e nisto cito

o Código de Direito Canônico – uma paróquia que não tem um Conselho Pastoral e Conselho de Assuntos econômicos, não é uma boa paróquia, falta vida. Depois, são tantas as virtudes. Acenei para isto no início: seguir a estrada da bondade, da verdade e da beleza, e tantas virtudes neste caminho. Mas existem também os pecados da mídia! Permito-me falar um pouco sobre isto. Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por que? Vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aque-

la coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou de vida’. Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação. Vos agradeço por aquilo que fazem. Disse a Dom Sanchirico para entregar a vocês o discurso que havia escrito: mas as suas palavras (do Presidente) inspiraram-me para vos dizer isto espontaneamente e o disse com uma linguagem do coração. Sintam o que disse desta maneira. Não com a língua italiana, porque eu não falo com o estilo de Dante!. Vos agradeço tanto e agora vos convido a rezar uma Ave maria a Nossa Senhora para vos dar a bênção.” <<


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ARTIGOS - CNBB

O QUE É JUBILEU? Dom Leomar Brustolin, Bispo auxiliar de Porto Alegre (RS).

“O ano da misericórdia é muito mais do que um tempo marcado pelo cumprimento de algumas práticas. Na realidade, trata-se de um grande convite a dirigirmos nosso olhar para a face da misericórdia do Pai: Jesus de Nazaré”

* Texto originalmente publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - conteúdo disponível em www.cnbb.org

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Papa Francisco anunciou o Ano da Misericórdia por meio da Bula de Proclamação Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia). O Jubileu inicia em 8 de dezembro de 2015 e se conclui no dia 20 de novembro de 2016, com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo. A celebração do Jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado especial. A festa se realizava a cada 50 anos. Durante o ano, os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. Era um ano de reconciliação geral. Na Bíblia, encontramos algumas passagens dessa celebração judaica (cf. Lv 25,8). A palavra Jubileu se inspira no termo hebreu “de yobel”, que se refere ao chifre do cordeiro que servia como instrumento musi-

cal. Jubileu também tem uma raiz latina, iubilum que se refere a um grito de alegria. Na tradição católica, o Jubileu se realiza em um ano no qual se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições estabelecidas pelo Papa. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um Jubileu em sua vida. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado. O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário. É um convite para que, de maneira mais intensa, fixemos o olhar na Misericórdia do Pai. O início do Jubileu da Misericórdia será marcado pela abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma. Essa porta só se abre durante um Ano Santo e significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. Na cerimônia de abertura, o Papa toca a por-

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ta três vezes com um martelo, enquanto diz: “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas, confessarei ao Senhor”. Depois de aberta, entoa-se um canto de Ação de Graças e o Papa entra na Basílica. O ano da misericórdia é muito mais do que um tempo marcado pelo cumprimento de algumas práticas. Na realidade, trata-se de um grande convite a dirigirmos nosso olhar para a face da misericórdia do Pai: Jesus de Nazaré. É no Cristo que se manifesta o agir misericordioso do Pai que consola, perdoa e devolve a esperança. É preciso tomar esse modo de ser de Jesus como regra de vida, pois esse é o critério para identificar-nos como filhos do Pai misericordioso. Tornamo-nos misericordiosos à medida que fazemos a experiência da misericórdia. “Dia após dia, tocados por sua compaixão, podemos também tornar-nos compassivos para com todos” (MV 14).


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FOTO: Portal Misericordiae Vultus

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aconteceu na diocese

RIBEIRÃO é cenário de injustiça a sacerdote durante a Ditadura Militar Padre Vito Miracapillo foi expulso do Brasil após negar celebrar missa em ação de graças pela independência do país, o que para o sacerdote era uma celebração incoerente já que os brasileiros eram expostos a condições de pedintes

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m setembro de 1980, a diocese de Palmares tornou-se cenário de um dos excessos de autoritarismo imposto pelo regime militar. O nome do protagonista dessa história é Vito Miracapillo – sacerdote italiano, que em 1975 a 1980, foi pároco da cidade de Ribeirão, Paróquia de Santana, onde defendeu moradores e trabalhadores rurais do sistema político da época. Filho de agricultores, Padre Vito chegou ao Brasil logo após sua ordenação sacerdotal aos 33 anos. Homem que lutava pela justiça social, atuou com ousadia e determinação na Paróquia de Santana. Para o atual pároco de Ribeirão, Padre Leandro Firmino, a vida de Miracapillo marca na vida da paróquia e da cidade, a tradução de um tempo onde defender o povo sob a ótica cristã e da justiça social era um desafio do qual Pe. Vito exercia

com amor e fidelidade: “Na época havia apenas a paróquia de Santana, Padre Vito exerceu ali e com muito zelo o seu ministério sacerdotal! Ele dedicou-se muito a paróquia, e realizou entre 1976 até sua expulsão, mais de 3 mil batizados, preparou centenas de noivos para o matrimônio, ministrou o caminho da confirmação com 178 crismas, celebrou em muitos engenhos, construiu duas capelas, e preparou o terreno para mais uma capela construída recentemente! Ele empenhou-se em construir a obra de Deus que hoje vemos os frutos!” Miracapillo foi expulso do país pelo regime militar, nas vésperas da Independência do Brasil em – 7 de setembro de 1980 – por negar celebrar missa em ação de graças pela independência do país, o que para o sacerdote era uma celebração incoerente já que os brasilei-

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ros eram expostos a condições de pedintes e sem proteção de seus direitos, excluindo assim a sua independência enquanto cidadão: “Minha expulsão foi para mim um fato tranquilo por um lado, pois ela significava que era identificável o povo oprimido, e que na época era a maioria que sofria toda forma de constrangimento, exploração, marginalização, e que mesmo diante dessas circunstâncias, reconheci que havia assumido a missão de padre, servindo ao Reino de Deus e à libertação do povo. Mas, por outro lado, senti a morte passar por mim e encher meu coração, pois amava o povo de Ribeirão e da diocese” afirmou o sacerdote. Para a paroquiana, que passou pelo pastoreio de Padre Vito Miracapillo em Ribeirão, esse momento foi um choque para toda diocese e principalmente para a cidade: “Quem o conhecia bem,


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FOTO: PASCOM/Ribeir達o

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RE VI STA ANUNCIA estava contra a decisão tomada pelo regime militar de expulsar o padre Vito do país, mas mesmo assim agiu com passividade. Ele era um homem animado, nos conduzia a uma fidelidade com Cristo imensa, e principalmente ao encontro do outro em suas necessidades e no dever de dar o Amor de Deus aos homens” diz Maria José Nunes, 69 anos, membro do Apostolado da Oração e da Legião de Maria. Na época o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara afirmou no dia da independência que "A independência brasileira somos todos nós", no entanto defender a independência e a justiça social, não foi o suficiente para que Miracapillo permanecesse no país. Para ser expulso, Padre Vito, foi denunciado pelo deputado estadual Severino Cavalcanti (PSD), no governo de João Figueiredo, e julgado pelo então ministro da Justiça, Ibrahim Abi Ackel que apoiou sua expulsão o condenando por subversão, e atentado à segurança e à ordem nacional pública e social. Julgado por 11 votos à zero a favor de sua expulsão, Padre Vito Miracapillo ficou proibido de voltar ao Brasil até 1993 quando o presidente Itamar Franco (PTB) anulou o decreto de sua expulsão.

(PSDB), que insistiu na revalidação do seu visto, não obtendo sucesso. Apesar do pensamento positivo do padre italiano, Vito sofreu um “golpe” da assembleia, incentivado pela deputada Ana Cavalcanti (PSD), filha de Severino Cavalcanti – homem que deu início ao processo de expulsão do sacerdote – fazendo com que os parlamentares retirassem as cinco assinaturas a favor da revalidação do seu visto no país. Em 2005, o deputado estadual - João Fernando Coutinho (PSB) - propôs que fosse conferido a Vito Miracapillo o título de cidadão pernambucano. A devolução de seu visto de permanência foi comemorada em novembro de 2011, após 31 anos de sua expulsão, mas só em 3 de janeiro de 2012, Padre Vito retornou ao Brasil, sendo

acolhido por dezenas no Aeroporto Internacional dos Guararapes em Recife. O caso do sacerdote ganhou repercussão internacional, e retornar ‘para casa’, o fazia feliz novamente: “Fiquei muito feliz em voltar, embora com visto turístico. Feliz por encontrar o povo de sempre, desde o bispo, aos padres, os leigos da diocese, até os camponeses e nobres. Para a imprensa respondi com firmeza: estou em casa” disse Pe. Vito. Atualmente, Padre Vito Miracapillo exerce com o mesmo amor e fidelidade a Deus, o seu caminho sacerdotal na Itália – cidade de Puglia – onde é pároco na Paróquia de “Gesù Liberatore” – Jesus Libertador. Ele ainda mantém contato com famílias e amigos que fez no Brasil, e visita o Brasil todos os anos: “Sou pároco na cidade de Canosa di

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O Visto, os parlamentares e a sua volta ao Brasil No final de 2002, o sacerdote Miracapillo escreveu uma carta ao ex-presidente - Luís Inácio Lula da Silva (PT) - relatando sua história e pedindo a revalidação do seu visto. Sem resposta da presidência foi auxiliado pelo advogado Pedro Eurico – ex-deputado em Pernambuco

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Padre Vito: 1 - Padre Vito atualmente é pároco em Puglia, Itália. Foto: Google Imagens 2 - Padre Vito em Missa no Santuário Nacional de Aparecida. Foto: AI12

Puglia, constituída com cerca de 8 mil habitantes e pertencente a Diocese de Andria, que é também a minha cidade. Sou responsável pela Pastoral Social Diocesana, e pastoreio uma comunidade paroquial jovem. Só no catecismo possuímos 650 crianças de 6 a 12 anos em preparação para o sacramento da eucaristia, sem contar as catequeses para adultos, jovens e atividades e grupos com famílias...”. Pastorais Sociais e a Imprensa Como líder diocesano das pastorais sociais – movimentos que buscam reafirmar a cidadania com base e fundamentos cristãos, Pe. Vito diz que é importante cada paroquiano

exercer essa postura de participação social, e mostrar na sociedade, seu papel de quem busca a justiça e a liberdade que Deus já concedeu aos homens: “É fundamental a atuação de pastorais sociais, pois elas nos levam a testemunharmos as exigências do Reino de Deus e de sua justiça, e assim construir a fraternidade na vida da grande família humana como Jesus fez ao vir ao nosso mundo. Se existe pouco engajamento nesses movimentos, é porque às vezes acontece a falta de formação cristã e eclesial. É preciso uma atuação social, que não seja movida por interesses particulares, que desviem do que exige o evangelho” ressalta o sacerdote.

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Numa época onde vigorava a ‘Lei de Imprensa’, que tinha como objetivo de censurar a cobertura jornalística dentro do Regime Militar, o caso Miracapillo não foi deixado de lado pelos jornalistas brasileiros que se posicionaram a favor do sacerdote italiano, junto a faculdades teológicas e estaduais, católicos, protestantes, e até ateus: “Quase toda imprensa brasileira esteve do meu lado, não só a imprensa, mas muitos brasileiros, no entanto nem sempre, mas quase sempre ‘sim’ a minha história era traduzida com fidelidade e veracidade. Era uma época difícil para expressar-se!”. ¨Entrevista realizada com Padre Vito Miracapillo, na Itália através do seu e-mail.


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MOSTEIRO CARMELITA É INAUGURADO EM ÁGUA PRETA 15 de Outubro de 2015 - Dia em que a Igreja Católica celebra a memória litúrgica de Santa Teresa de Ávila - Virgem e Doutora da Igreja e fundadora da Ordem do Carmelo Descalço - a Diocese de Palmares junto ao seu Bispo Dom Henrique Soares da Costa, acolheu a chegada da Comunidade Pequenas Servas da Virgem Maria do Monte Carmelo, que passam a viver espiritualidade carmelita a qual são consagradas no Mosteiro Maria Mãe da Ternura, inaugurado na Paróquia de São José da Agonia, em Água Preta. Vivendo o carisma reformado por Santa Teresa de Ávila, que possui como principal característica a vida de clausura, o Mosteiro recebeu, doze monjas consagradas que passam a fazer parte do corpo diocesano de Palmares. “São doze irmãs de vida contemplativa que representam um grande reforço espiritual para a vida de nossa Diocese, uma vez que estarão entregues de maneira integral à oração, à intercessão pela realidade de toda a Igreja de Cristo, mas de forma particular à desta Porção do Povo de Deus. Além disso, elas são sinal da fecundidade da Igreja, que sempre gera novos filhos e filhas que desejam se consagrarem inteiramente ao Senhor, sendo sinais do Reino que aguardamos” afirma Dom Henrique, em homilia da celebração e bênçãos de inauguração, para os sacerdotes, diáconos, seminaristas, acólitos e paroquianos de Água Preta presentes. Para o pároco da Comunidade de Água Preta, Padre Agivaldo Luiz, a chegada das monjas carmelitas marcam para a Diocese de Palmares e para sua comunidade paroquial um novo olhar sobre a vida religiosa, incentivada pelo bispo diocesano que busca crescer na unidade dos carismas e das diversas formas de espiritualidade presentes na vida da Igreja Católica. Como afirma a jovem paroquiana Maria Karollyne, de 18 anos, a construção do mosteiro, e a chegada das monjas refletiu o chamado particular que Cristo faz a cada homem no sentido de termos uma ‘vocação especifica’ dentro da Igreja: “Elas demostram muita alegria dentro de um carisma que as fazem livres em Deus. Fiquei muito surpresa ao conversar com elas, o ambiente também é muito calmo e transmite muita paz, algo que é próprio do carisma das carmelitas, e de Deus também. E todo esse clima transpassa o desejo de Deus de que a Sua vontade nos faz plenamente felizes. Isso nos incentiva a buscar mais e mais o caminho da nossa vocação”.

CARMELO

Nota por Larissa Sassí - Fotos por Núcleo Diocesano de

Comunicação

“Essa decisão de vida tem como fim seguir um caminho eterno de recolhimento, silêncio, oração e busca de união mística com Deus”.

O Carisma A palavra carmelita vem da nomenclatura “Carmelo”, que significa jardim entre os dons de Deus e do seu povo. Como congregação, o Carmelo é chamado de Ordem Carmelita, e tem sua história marcada por uma renovação espiritual e carismática ocorrida em meados do século XVI na Espanha, por influência de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz que deram a Ordem do Carmelo um novo segmento místico identificado como: os Carmelitas Descalços, cuja forma de vida é a clausura monástica ou conventual, em Convento quando homens e Carmelo para mulheres. A clausura monástica ou conventual são expressões que apontam para a vida de forma “retirada” ou “fechada”. É uma forma de vida que levam os monges (no caso dos homens) e monjas (no caso das mulheres) por meio de um voto religioso a não mais saírem do seu Mosteiro ou Convento para desempenhar atividades no exterior. Essa decisão de vida tem como fim seguir um caminho eterno de recolhimento, silêncio, oração e de outros recursos que conduzam a uma perfeita busca de união mística com Deus. * Até o fechamento dessa matéria não conseguimos contato com as Monjas que hoje residem no Mosteiro em Água Preta.

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Nas fotos acima: Momentos da Missa e Benção de Inaguração do Mosteiro Carmelita em Água Preta. A partir de sua abertura as monjas que escolhem pela vida carmelita não saem do mosteiro, e passam a dedicar toda sua vida em oração e meditação.

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DNJ 2015 Nota por

Larissa Sassí Fotos por

Núcleo Diocesano de Comunicação

Dia Nacional da Juventude é comemorado com ações missionárias O Dia Nacional da Juventude, (DNJ) celebrado em todo o Brasil, e promovido pelo Setor Diocesano da Juventude foi comemorado na Diocese de Palmares no domingo (08) de novembro, no Centro de Treinamento Diocesano João XXIII. O encontrou contou com representações jovens de várias paróquias da diocese, para um dia de missões, oração, palestras e dinâmicas com base no tema: “Eu estou no meio de vós, como aquele que vos serve!” (Lc 22,27). O encontro contou com a presença do Bispo de Palmares - Dom Henrique – que exortou os jovens a viverem um compromisso autêntico com a evangelização e com a presença do coordenador diocesano para a juventude Padre Leandro Firmino, que os motivou a por amor a Cristo, encarnar em meios aos homens essa postura de jovem e missionário. A animação do encontro ficou por conta da Comunidade Religiosa Servos de Maria, que levou os jovens ao louvor e a alegria através da música e da dança. Para a jovem paroquiana de Barra de Sirinhaém, Larissa Sena, 20, o DNJ foi uma forte experiência: “O DNJ para mim foi um encontro incrível. Já tive outras oportunidades de evangelização, porém essa me tocou muito. Entrar em casas de famílias carentes e ouvir as realidades de cada um e falar para eles do Amor de Deus, me fez mais determinada ao serviço na igreja e me fez feliz!”

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DNJ 2015: ACIMA: Momentos de evangelização realizado pelos jovens depois de uma manhã de oração e formação. ABAIXO: Padre Leandro Firmino - Coordenador Diocesano da Juventude - junto aos jovens que participaram do DNJ 2015, em Palmares.

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ROMARIA Nota por

Larissa Sassí Fotos por

Núcleo Diocesano de Comunicação

XV Romaria Diocesana é marcada pela alegria de centenas de fieis Encontro tradicional na Diocese de Palmares e que movimenta centenas de pessoas todos os anos, a Romaria Diocesana do Sagrado Coração de Jesus, que teve sua 15º edição este ano, no domingo (22) de novembro, reuniu em uma caminhada pelas principais ruas do Centro de Palmares, mais de 2.000 fiéis. Com a presença de todo clero diocesano, junto ao Bispo de Palmares e fieis de diversas paróquias, a Romaria acontece todos os anos no dia em que a Igreja Católica celebra liturgicamente a festa de Cristo Rei. Em vésperas do ano da Misericórdia – que começa dia 08 de dezembro - proclamado pelo Papa Francisco, a caminhada proclamava a confiança no Sagrado Coração de Jesus.

“Essa é a Igreja peregrina, que caminha para Cristo, para casa do Pai. Por que só em Cristo encontramos o nosso verdadeiro e eterno repouso, só no coração de Cristo encontramos alegria plena” afirmou Dom Henrique, na Celebração Eucaristica que encerrou a programação da XV Romaria Diocesana.

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ROMARIA DIOCESANA 2015: O encontro a nível diocesano acontece todos os anos na Festa Litúrgica de Cristo Rei - no quarto domingo do mês de novembro - e reune fieis de todas as paroquias da Diocese.

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PALAVRA DO BISPO

CRISTO NÃO CORRESPONDE ÀS EXPECTATIVAS DO MUNDO

>> Ele será sempre loucura e insensatez para quem não crê! Mas, para ser bem sincero, o Senhor sequer corresponde às nossas próprias expectativas! Ele é o Senhor, absoluto, soberano, ainda que amor e compaixão! Ele, o nosso Salvador bendito, não Se adequa às nossas medidas, não Se comove nem um pouco com as nossas modas e modismos. Não é Deus Quem tem que Se adequar ao homem para ser simpático; é o homem que deve converter-se a Deus, para compreendê-Lo e acolhê-Lo! E se mudássemos? E se os cristãos resolvessem domesticar Jesus nosso Senhor, se a Igreja decretasse torná-Lo mais palatável, decretando um abrandamento de Sua exigência e dando um desconto na Sua verdade? Então, ela - a Igreja - e nós - os cristãos - perderíamos a razão de ser; pior ainda: perderíamos a salvação, perderíamos o Senhor! Ficaríamos, felizes e faceiros, com um bonequinho de jesusinho, moderninho, domesticadozinho, absolutamente falso e inócuo... E tudo isto com a pueril ilusão que estaríamos salvos por nosso próprio decreto! Mas, a salvação é dom imerecido, é iniciativa do Único que nos pode salvar; é dom a ser acolhido, não mágica a ser produzida, tirada da cartola na nossa prepotência! Assim, como nos ensinam as Escrituras Santas, entre o cristão e o mundo haverá sempre um ponto de tensão, pois aquele pensa e age segundo o Espírito de Cristo; este, ao invés, age pela sua própria razão muitas vezes embotada, condicionada pelo espírito do tempo e sempre ferida pelo pecado. Daqui, uma pergunta grave: Quem inspira o meu modo de pensar: Cristo ou o mundo? A moral cristã, expressa nas Escrituras e no constante ensinamento da Igreja ou a pressão da imprensa e da maioria? Ora, que fazer, então, para pensar segundo Cristo e não segundo o mundo? A resposta é dada por Nosso Senhor de modo cristalino: converter-se! “Se não vos converterdes, perecereis todos!” <<

SER CATÓLICO É... Servir a Cristo segundo seus preceitos. Buscar maior dignidade a fim de comungar o seu amor numa vivência fraterna e de irmandade.

É amar o próximo como a sí mesmo. É servir a esposa e a mãe de Cristo, que ambas tem correndo em suas veias o Espirito Santo de Deus.

Ser católico é comungar diariamente da palavra de Deus; viver a santidade, ter amor ardente pela eucarística e por Maria.

Donizete Gadêlha, 23 anos PASCOM - Santo Amaro de Sirinhaém

Kaio Andrade, 22 anos PASCOM - Rio Formoso

Kimberly Emilly, 20 anos PASCOM - Ribeirão

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SUGESTÃO DE LEITURAS Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil – Documento 99 da CNBB: Inspirado na prática e na vivência da comunicação, o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil destina-se, em primeiro lugar, aos responsáveis pela formulação e pela condução das práticas de comunicação nos diferentes âmbitos da vida eclesial e nas relações da Igreja com a sociedade. CNBB, Edições Paulinas, 226 páginas. R$ 9,80. A Comunicação na perspectiva da Igreja Católica: Os meios de comunicação muito podem ajudar a missão da igreja de evangelizar. Mas para bem utilizar estes meios, é preciso, além da técnica, conhecer a grande contribuição que o Magistério da igreja tem a dar nessa área. Essa obra ilumina e orienta essa leitura e não se destina apenas a profissionais e pesquisadores da área, mas a todos aqueles que anunciam a Boa Nova. Lúcia Inês, Editora RCC, 232 páginas. R$ 25,90.

BISPO DE PALMARES

Dom Henrique Soares da Costa

Manual de Redação e Estilo para Mídias Convergentes: Este manual é um pronto-socorro da língua portuguesa, pau pra toda obra na hora do sufoco, de redigir, desde uma reportagem, até um texto profissional ou escolar. Destina-se a ajudar profissionais de comunicação e todos que queiram se expressar com mais clareza, eficácia na escrita quanto na fala. Dad Squarisi, Geração Editorial, 404 páginas. Média de R$35,90 à R$44,90.

Experiência única, busca as maravilhas de ser filha amada da virgem Maria . Amar a Deus e deixar-me configurar a sua vontade!

Leve a sério sua vida espiritual – Oração aos moldes de Teresa: Neste guia de oração, Emmir Nogueira nos transporta para um caminho de aprendizado sobre a vida de oração aos moldes de Teresa. Este livro é baseado na experiência pessoal de um grande número de santos, religiosos e leigos, que tomaram Teresa por mestra e seguiram humildemente seus conselhos. Emmir Nogueira, Edições Shalom, 104 páginas. R$24,90.

Marília Kerolayne, 17 anos PASCOM - Sirinhaém

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