Intervenção na População com Paralisia Cerebral

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INTERVENÇÃO NA

POPULAÇÃO

COM

PARALISIA

CEREBRAL



INTERVENÇÃO NA

POPULAÇÃO

COM

PARALISIA

CEREBRAL


Elaborado pela Equipa Técnica da APCB – Associação de Paralisia Cerebral de Braga Maio de 2013 Braga


INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL

ÍNDICE Introdução..........................................................................................................................................................2 Capítulo 1: A Paralisia Cerebral ...................................................................................................................3 Capítulo 2: Evolução histórica da APCB.....................................................................................................5 Capítulo 3: Estrutura e Organização ...........................................................................................................7 Capítulo 4: O Modelo de Intervenção da APCB ................................................................................... 12 Conclusão ....................................................................................................................................................... 16 Bibliografia ....................................................................................................................................................... 17

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INTRODUÇÃO O presente documento pretende dar a conhecer a APCB – Associação de Paralisia Cerebral de Braga, nomeadamente o trabalho desenvolvido pela mesma na abordagem da Pessoa com Paralisia Cerebral e/ou Alterações Neurológicas Afins. De modo a facilitar a leitura, a informação apresentada encontra-se estruturada em capítulos. Assim, inicialmente é feita uma breve abordagem à problemática da Paralisia Cerebral (PC) bem como ao impacto que esta condição poderá ter na vida dos indivíduos (Capítulo 1). Segue-se uma referência à evolução histórica da APCB, da sua filosofia de trabalho e também da forma como se organiza para prestar um serviço de qualidade (Capítulos 2 e 3). Por fim, é apresentado o seu modelo de intervenção de um modo mais detalhado, sublinhando-se os principais aspetos que caracterizam esta instituição, enquanto recurso comunitário de um serviço especializado, dirigido para apoiar as diversas situações dentro deste âmbito. Pelas suas características, este documento está aberto a novas introduções e partilhas de forma a permitir um crescimento científico, técnico e de boas práticas, de acordo com o progresso que a própria literatura desta área aporta, no que concerne a evolução dos conhecimentos sobre

Introdução

a PC e alterações neurológicas afins.

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CAPÍTULO 1: A PARALISIA CEREBRAL O termo Paralisia Cerebral descreve: Um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura causando limitação na atividade, que é atribuída aos distúrbios não progressivos que ocorrem no desenvolvimento fetal ou num cérebro imaturo. As desordens motoras da PC são frequentemente acompanhadas de alterações da sensação, cognição, comunicação, perceção, comportamento, epilepsia e problemas músculoesqueléticos secundários. (Rosenbaum, Paneth, Leviton, Goldstein & Bax, 2007)

A incidência mundial da PC é de aproximadamente 2 a 2,5/1000 nados-vivos (Kumari & Yadav, 2012), sendo que, em Portugal, os dados mais recentes recolhidos nos Censos 2001, apontam para a existência de 15 009 pessoas com PC (PORDATA, 2001). O impacto que a PC pode ter na vida das pessoas, conduz à existência de dificuldades ligeiras até limitações severas na participação do seu dia-a-dia, que se refletem ao longo da sua vida. Atualmente, é consensual que o nível de participação, envolvimento e funcionalidade da pessoa com PC depende, para além da sua condição, das oportunidades que o meio envolvente lhe proporciona, assumindo-se este como um fator primordial na qualidade de vida. Esta perspetiva, enfatizada pelo Modelo Biopsicossocial, que salienta a importância da reunião das diferentes dimensões da saúde (biológica, individual e social), constitui-se como uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que se encontra espelhada na criação da Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), aprovada em 2001 pela ONU, sendo indicada a sua utilização pela OMS. A heterogeneidade das perturbações abrangidas pelo termo PC, bem como os avanços atuais da investigação na compreensão do desenvolvimento humano, enfatizam a importância da neuroplasticidade na intervenção com estes indivíduos. Tendo em conta que nos primeiros anos de vida a plasticidade cerebral é maior, torna-se urgente uma intervenção precoce. Esta, tem um a reorganização cerebral, com o desenvolvimento das funções associadas às áreas afetadas (Argüelles, 1996; Bax, 2000; Miller, 2006). Assim, os programas de intervenção precoce contemporâneos, alicerçados numa abordagem bioecológica do desenvolvimento humano, realçam a necessidade de serem considerados os aspetos específicos do desenvolvimento da pessoa, para além de enfatizarem o ambiente onde esta está inserida (família e comunidade), possibilitando uma análise contextualizada do seu desenvolvimento e o impacto do mesmo nos seus contextos de vida. Este processo de

Capítulo 1: A Paralisia Cerebral

papel determinante, no sentido de minimizar as consequências decorrentes da lesão e promover

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL (re)habilitação deve ser perspetivado de forma contínua, individualizada e adaptada para cada fase da vida. Assim, a literatura contemporânea que discute os serviços de reabilitação para as pessoas com PC, destaca três importantes conceitos: - Ênfase nos serviços centrados na família, que encorajem a tomada de decisões de um modo colaborativo entre a família, a criança e os profissionais, e transmitam respeito pela autenticidade de cada situação de vida familiar; - Ênfase em objetivos terapêuticos que se foquem no sucesso da criança em completar atividades funcionais que sejam significativas para a criança e para a família; - A Paralisia Cerebral é uma condição de vida e não apenas uma condição da infância com importantes transições ou períodos de mudança ao longo da vida. (Darrah, Wiart, Magill-Evans, Ray & Anderson citado por Maia, 2013)

No que se refere à valorização da abordagem centrada na família, importa referir que esta é, atualmente, reconhecida nos serviços especializados de intervenção pediátrica, como a mais eficaz (Almasri et al., 2011; King et al, 2004; Lotze, Bellin & Oswald, 2010). Integra uma visão holística, individualizada e dinâmica da prestação de apoio, com valorização das forças, recursos e necessidades de cada família (Dunst, Trivette, Cornwell & Davis, 1988), num processo colaborativo entre pais e profissionais, com partilha de objetivos, informações e responsabilidades (Granat, Lagander & Borjesson, 2002; Neff et al., 2003). Deste modo, é crucial um serviço pluridisciplinar que combine os saberes técnicos especializados de forma a fazer uma abordagem compreensiva às necessidades do indivíduo com PC e sua família (Buran, Sawin, Grayson & Griss, 2009). Inerente a esta, torna-se fundamental considerar os diferentes papéis assumidos pela pessoa com PC nos seus contextos de vida, no sentido de otimizar a sua participação nos mesmos, tendo em conta as diferentes etapas no seu ciclo vital. Em consonância com o referenciado anteriormente, importa ainda mencionar que, estudos recentes realizados em populações com PC, apontam no sentido de que abordagens que principalmente se descontextualizadas das suas reais necessidades (Andrada, 2008).

Capítulo 1: A Paralisia Cerebral

integram terapias intensivas poderão não ser recomendadas para este tipo de população,

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CAPÍTULO 2: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA APCB Em Portugal, é evidente, o importante papel das Associações de Paralisia Cerebral no apoio prestado às pessoas com PC e suas famílias. Estes serviços especializados, integram na sua maioria,

equipas

interdisciplinares

de

profissionais

com

formação

específica

em

neurodesenvolvimento, bem como diversos programas dirigidos às necessidades particulares desta população e suas famílias (Maia, 2013). A Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (A.P.P.C.) foi fundada em Lisboa, a 27 de Julho de 1960, por iniciativa de um grupo de pais de pessoas com paralisia cerebral e de técnicos ligados à área da reabilitação, que sentiram a carência de estruturas de resposta aos problemas sentidos por estas crianças e jovens. A A.P.P.C. é uma instituição de e para pessoas com deficiência, composta por pais, amigos, técnicos e pessoas com deficiência. Foi, a partir da data do seu nascimento, considerada Pessoa Coletiva de Utilidade Pública e Administrativa, assumindo o estatuto jurídico de Instituição Particular de Solidariedade Social (I.P.S.S.) de interesse público. A partir da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (A.P.P.C.) e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, nasceu o 1º Centro de Reabilitação para a Paralisia Cerebral no país. Mais tarde, a partir de 1974, impôs-se a urgente necessidade de descentralizar os serviços de apoio à reabilitação e aumentar a eficácia da integração no ensino regular, pelo que se deu início a uma estratégia de expansão dos serviços por todo o país. A A.P.P.C. passa a desenvolver a sua ação em todo o território português, através de 13 Núcleos Regionais (N.R.). Todos estes Núcleos mantêm uma filosofia comum de atuação, orientada por uma Direção Nacional, que integra elementos de todas as Direções Regionais, sendo estes, no entanto, dotados de autonomia técnica, administrativa e financeira. Em 2006, foi criada a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral. foi criado em 1986, de acordo com os princípios antes enunciados. O seu objetivo principal consistia em prestar um apoio especializado e de qualidade a pessoas portadoras de paralisia cerebral e doenças neurológicas afins na área do distrito de Braga. Em 2007, e por razões de ajustamento legal, os núcleos foram transformados em associações juridicamente autónomas, mas com estatutos e princípios comuns, resultando daqui a A.P.C.B. – Associação de Paralisia Cerebral de Braga. A APCB é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos, com sede em Braga e que tem como objetivo “a prevenção, habilitação, participação, inclusão social, e

Capítulo 2: Evolução histórica da APCB

O Núcleo Regional de Braga da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (N.R.B.-A.P.P.C.)

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL apoio à família da pessoa com paralisia cerebral e doenças neurológicas afins e outras, na área geográfica dos concelhos do distrito de Braga” (Manual da Qualidade)1. A Instituição tem como missão “promover a cidadania e a inclusão do indivíduo com paralisia cerebral e neurológicas afins, no sentido do seu desenvolvimento pleno e ao longo da sua vida” e “respeitar os princípios e valores do cliente”, tentando “ser uma Instituição de referência e um motor de criação de oportunidades para os indivíduos com estas problemáticas” (Manual Qualidade). Tendo por base a sua missão e visão, esta associação rege-se pelos seguintes valores: cooperação, competência, credibilidade, dedicação, ética, equidade, humildade, humanismo, inovação, justiça, respeito, responsabilidade e tolerância, os quais orientam o trabalho dos profissionais que dela fazem parte. A evolução e as necessidades de sustentabilidade do sector social conduziram à implementação do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) tendo por base os requisitos do EQUASS2, tendo obtido a Certificação do EQUASS Assurance em Fevereiro de 2011. Este sistema de reconhecimento tem por base 9 princípios da qualidade: liderança, direitos, ética, parcerias, participação, orientação para o cliente, abrangência, orientação para os resultados e melhoria

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Com exceção de Guimarães. European Quality for Social Services

Capítulo 2: Evolução histórica da APCB

contínua, priorizando a satisfação do cliente, ou seu representante, em primeiro lugar.

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CAPÍTULO 3: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO Para uma melhor compreensão da organização dos corpos sociais da Instituição, segue-se um organograma da mesma:

Assembleia Geral

Direção

Conselho Jurisdicional

Direção Técnica Área Financeira

Área Administrativa

Conselho Fiscal

Departamento Qualidade

Área Técnica

Esta Associação tem vários serviços ao dispor da população com PC e outros alterações neurológicas afins3 e seus familiares/cuidadores. O encaminhamento pode ser efetuado pelo próprio ou cuidador e, desde que com o devido consentimento, por profissionais de saúde, de educação ou outros. Como centro especializado e único neste âmbito geográfico, na resposta à sua população, a APCB colabora com as pessoas com PC e suas famílias, no sentido de mobilizar a sua motivação, criando condições favoráveis à autonomia e à participação. Para tal, a APCB intervém de forma terapêutica junto dos seus clientes, salvaguardando a sua liberdade de escolha em todo o acompanhamento prestado e promovendo a adaptação recíproca entre a pessoa com PC e o técnicas, financeiras, etc.). Assim, enquanto Centro Especializado no apoio à pessoa com alteração neuromotora, a APCB encontra-se registada no Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio (SAPA), como uma das entidades prescritoras das ajudas técnicas/produtos de apoio4. Desenvolve também uma intervenção técnica especializada, 3

Uma vez que para além da PC, o aumento progressivo das patologias do neurodesenvolvimento, como grandes prematuros, os síndromes polimalformativas, doenças neurometabólicas e endócrinas e alterações neuro-sensoriais, tem uma prevalência de 10 a 20% na população pediátrica dos países desenvolvidos (Guiomar, 2011). 4

Definem-se Produtos de Apoio qualquer produto (incluindo dispositivos, equipamento, instrumentos, tecnologia e software) especialmente produzido e disponível, para prevenir, compensar, monitorizar,

Capítulo 3: Estrutura e Organização

meio ambiente, através de adaptações e alterações (materiais, relacionais, arquitetónicas,

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL relacionada com a avaliação de tecnologias e produtos de apoio, assim como o seu treino e acompanhamento. Esta intervenção visa prevenir, habilitar, reabilitar e integrar a pessoa com alteração neuromotora, de forma a otimizar a funcionalidade, a participação social e profissional, de acordo com as características individuais e específicas de cada um. Para tal, no que concerne à sua estrutura, a APCB está organizada em equipas interdisciplinares que realizam (i) intervenção terapêutica individual ou em grupo, (ii) consultadoria com os pais/cuidadores e responsáveis educativos, e (iii) intervenção nos diferentes contextos de vida (eg., domicílio, escola, comunidade, outras instituições). Neste sentido, fornece três tipos de respostas sociais: (i) Intervenção Precoce, (ii) Apoio em Regime Ambulatório (Reabilitação), e (iii) Centro de Atividades Ocupacionais (CAO). A resposta social da Intervenção Precoce (IP) está definida como “o conjunto de medidas de apoio integrado, centrado na criança e na família, incluindo ações de natureza preventiva e reabilitativa, designadamente no âmbito da educação, da saúde e da ação social” (Decreto-lei n.º 281/2009). Esta resposta social abrange crianças entre os 0 e os 6 anos e suas famílias. O Decreto-lei n.º 281/2009, assume uma resposta tripartida, em forma de Equipas Locais de Intervenção (ELI), que inclui técnicos do Ministério da Saúde (enfermeiros, médicos), do Ministério da Educação (educadoras de infância) e do Ministério da Solidariedade e Segurança Social (psicólogos, assistentes sociais e terapeutas). A APCB está enquadrada na resposta proporcionada pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social com a deslocação de técnicos para as duas ELI do Concelho de Braga e uma ELI dos Concelhos de Amares, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vila Verde e Póvoa de Lanhoso. O modelo de intervenção esperado das ELI tem como objetivos intervir de acordo com as necessidades do contexto familiar de cada criança elegível, de modo a prevenir ou reduzir os riscos de atraso no desenvolvimento, bem como apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos e ainda envolver a comunidade, criando mecanismos articulados de suporte social (artigo 4º do Decreto-Lei n.º 281/09, de 6 de Outubro). Essa intervenção é realizada pelas ELI, Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI), assegurar a vigilância às crianças e famílias não imediatamente elegíveis, mas que necessitem avaliação periódica, devido à natureza dos seus fatores de risco e probabilidades de evolução, assim como articular com os diversos serviços e entidades da comunidade, identificando necessidades e recursos, de e para as famílias (artigo 7º do Decreto-Lei n.º 281/09, de 6 de Outubro).

aliviar ou neutralizar qualquer impedimento, limitação da atividade e restrição na participação (ISO 9999/2007).

Capítulo 3: Estrutura e Organização

às quais compete a identificação das crianças e famílias imediatamente elegíveis para o Sistema

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL A metodologia utilizada na IP, passa pela realização de um Plano Individual de Intervenção Precoce (PIIP) com a família e com a criança, onde são identificados os recursos e as necessidades da família, formulados objetivos de intervenção, articulando com os serviços da comunidade envolvente, e onde se partilham estratégias que possibilitem a consecução dos objetivos propostos e se monitoriza o plano de intervenção. Este acompanhamento da família é realizado por uma equipa transdisciplinar. O modelo de equipa transdisciplinar preconizado para a IP pode ser definido por uma abordagem na qual o mediador de caso tem um contacto contínuo com a família e onde a restante equipa providencia apoio de consultoria à família e ao mediador de caso (McWilliam, 2010). Como se pode verificar, a resposta da ELI preconiza a identificação e acompanhamento de famílias de qualquer criança que seja considerada de risco, não só a nível da saúde, mas também a nível ambiental, social, cognitivo, familiar, etc., não sendo seu objetivo o acompanhamento terapêutico direto, mas um acompanhamento que permita potenciar os recursos da família, quer esta necessite de acompanhamento especializado ou não. As crianças com necessidade de um acompanhamento especializado, como as referenciadas com PC ou alterações neurológicas afins, necessitam de uma articulação das ELI com os recursos da comunidade, onde se insere a resposta dada pela APCB. Na resposta social Apoio em Regime Ambulatório (Reabilitação), o modelo de intervenção pressupõe um acompanhamento terapêutico, de acordo com as necessidades da pessoa com PC, advindas da sua condição. Sendo uma resposta específica e especializada na PC, abrange clientes a partir dos 6 anos, com diagnóstico de PC e alterações neurológicas afins. A responder às necessidades destes clientes estão equipas interdisciplinares, constituídas pelas seguintes áreas técnicas: Terapia Ocupacional, Terapia da Fala, Fisioterapia, Serviço Social, Psicologia e Fisiatria. A abordagem interdisciplinar preconiza a existência de técnicos de diferentes áreas de intervenção que reúnem e discutem entre si os acompanhamentos realizados ou a realizar (McWilliam, 2010). A intervenção realizada é delineada conjuntamente com a família, a pessoa de intervenção desenvolvido na APCB está descrito de forma mais detalhada no capítulo 4 Modelo de Intervenção da APCB. O Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) apoia jovens/adultos com deficiência, a partir dos 16 anos, tendo como principal finalidade “a valorização pessoal e a integração social de pessoas com deficiência grave, permitindo o desenvolvimento possível das suas capacidades, sem vinculação a exigências de rendimento profissional ou de enquadramento normativo de natureza jurídico-legal” (Decreto-Lei n.º 18/89, 1989). Esta resposta tem em vista, desenvolver atividades ocupacionais, lúdicas e de lazer, sendo estas consideradas semiprodutivas e socialmente úteis. Sem desrespeitar as capacidades e competências de cada cliente, estas atividades têm como

Capítulo 3: Estrutura e Organização

com PC e os técnicos, sendo espelhada no Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). O modelo

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL objetivo facilitar a integração social destes jovens, e estimular o desenvolvimento das suas competências. Atualmente, o CAO dá resposta a 12 clientes, com níveis cognitivos e de autonomia distintos. Os clientes têm apoio indireto ou direto de todas as áreas disciplinares e é, igualmente, desenvolvido um PDI juntamente com a família. No que concerne aos recursos humanos, a APCB possui um quadro técnico especializado com Terapeutas Ocupacionais, Terapeutas da Fala, Fisioterapeutas, Psicólogos, Assistentes Sociais e um Médico Fisiatra. Este quadro técnico tem habilitações literárias que vão desde o Bacharelato ao Doutoramento.

Habilitações Literárias Bacharelato

Licenciatura

Pós-graduação

Mestrado

Doutoramento

40%

27% 23%

5%

5%

Apesar da média de idades dos técnicos rondar os 34 anos, 61 % destes trabalha há mais de 5

Capítulo 3: Estrutura e Organização

anos na APCB, representando, assim, um quadro técnico estável e experiente.

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Anos de trabalho na APCB > de 1 ano

> de 1 ano a 3 anos

> de 5 anos a 10 anos

> de 10 anos

> de 3 anos a 5 anos

35% 26%

22% 17%

0%

Os técnicos mantêm uma relação próxima com o mundo académico quer através da realização de Pós-graduações (5%), Mestrados (35%) e Doutoramentos (9%), quer através da docência em Universidades e Institutos Superiores de referência (35%). Dos técnicos que estão em formação atualmente, 91% estão a tirar formações ligadas à área de intervenção da APCB. Sendo uma instituição que funciona desde 1986 e em constante crescimento, o quadro técnico espelha, quer a experiência de técnicos mais versados académica e profissionalmente na área da PC, quer a abertura à instrução de técnicos que pretendem académica e profissionalmente

Capítulo 3: Estrutura e Organização

aprofundar conhecimentos nesta área.

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CAPÍTULO 4: O MODELO DE INTERVENÇÃO DA APCB A APCB oferece aos seus clientes um acompanhamento especializado e diversificado, que visa satisfazer as suas necessidades, contribuindo para o seu desenvolvimento individual e dos seus contextos de pertença. Neste sentido, o acompanhamento desenvolvido junto dos clientes da APCB compreende sete tipologias de atendimento. A tipologia 1 (T1) compreende um atendimento individual, com um técnico, nas instalações da APCB. A tipologia 2 (T2) diz respeito a um atendimento individual, com vários técnicos, nas instalações da APCB. A tipologia 3 (T3) corresponde a um atendimento em grupo, com um técnico, nas instalações da APCB. A tipologia 4 (T4) compreende um atendimento em grupo, com vários técnicos, nas instalações da APCB. A tipologia 5 (T5) corresponde a um atendimento individual, com um técnico, num contexto exterior à APCB. A tipologia 6 (T6) diz respeito a um atendimento individual, com vários técnicos, no exterior. Por fim, a tipologia 7 (T7) corresponde a um atendimento de grupo, no exterior. Os atendimentos das tipologias T1, T2, T3 e T4 desenvolvem-se em sessões de cinquenta minutos nas instalações da APCB. Cada sessão inicia-se com a ida do técnico até à sala de espera onde aborda o cliente e o cuidador, deslocando-se com ambos ao longo das instalações da instituição até à sala de atendimento. Este trajeto compreende a passagem por diversos estímulos ambientais cuja estruturação e disposição constitui o primeiro momento terapêutico de cada sessão, em que os clientes são desde logo estimulados a interagir socialmente com os transeuntes (outros clientes, colaboradores, dirigentes, voluntários, etc.), selecionar, se aplicável, parte do material a ser utilizado na sessão em sala (jogo, livro, puzzle, etc.), organizarem-se do ponto de motor (postura e movimento) e sensorial (visual, vestibular, auditivo, percetivo, metodologia de intervenção da APCB, os cuidadores dos clientes são sempre convidados e incentivados a participarem ativamente nas sessões, entrando juntamente com os clientes para a sessão terapêutica com o técnico. Pretende-se com esta abordagem otimizar a passagem de competências e de informação entre os técnicos e a família, numa relação recíproca e de criação de valor mútuo, em benefício do cliente, dos cuidadores e da organização. As salas de intervenção terapêutica da APCB encontram-se equipadas com material inerente ao desenvolvimento de atendimento de Fisioterapia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional, nomeadamente com colchões, cadeiras de posicionamento, mesas de recorte, computadores adaptados, marquesas, rolos, cunhas, material antiderrapante, material escolar adaptado (tesouras, canetas de feltro, lápis, etc.), jogos didáticos, brinquedos adaptados para as diferentes faixas etárias, espelhos, piscinas de bolas e esferovite, etc. A APCB dispõe, também, de uma sala

Capítulo 4: O Modelo de Intervenção da APCB

propriocetivo, etc.), ou outras atividades planificadas pelo técnico. Tendo em conta a

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL de Snoezelen, cuja intervenção terapêutica desenvolvida visa a estimulação através de diferentes canais sensoriais, utilizando sons, música, luz, aromas, texturas, etc. Encontra-se, também, instalada na APCB uma sala de integração sensorial devidamente equipada. Este tipo de abordagem é efetuada em consonância com os objetivos de desenvolvimento de cada cliente. Para a realização das sessões de Psicologia e Serviço Social a APCB dispõe de gabinetes de atendimento cujo equipamento e sua distribuição visa o cumprimento dos objetivos de intervenção, consoante o ponto de situação de cada caso. A APCB realiza avaliações de Psicologia através de instrumentos formais e informais, utilizados de acordo com as necessidades de cada cliente. Ainda no sentido de estimular o desenvolvimento e valorização dos diversos intervenientes comunitários envolvidos no processo de acompanhamento dos clientes da APCB, a instituição desenvolve atendimentos nos contextos de vida significativos para os clientes e seus cuidadores, no sentido de dotar esses mesmos contextos de estratégias e informação que permita a inclusão e salvaguarda dos interesses das pessoas com Paralisia Cerebral e alterações neurológicas afins. Este tipo de abordagem efetiva-se nos atendimentos de tipologia T5, T6 e T7, que podem ser estruturados pelas equipas terapêuticas em Dias de Intervenção Integrada (DII). Os DII ocorrem durante um dia alternado de cada semana, em que os atendimentos agendados para esse dia na APCB são substituídos por intervenções dos técnicos nos contextos de vida dos clientes, adaptação de material, avaliação de produtos de apoio em parceria com empresas especializadas em diferentes tipos de equipamentos potenciadores da atividade e participação, avaliações extraordinárias de clientes em equipa, elaboração de relatórios técnicos, ou outras diligências pertinentes para o serviço prestado aos clientes da instituição. Assim, a parceria, a capacitação e a criação de sinergias, são vetores fundamentais na estrutura seus cuidadores através de um serviço de qualidade, com sessões de duração adequada à população-alvo, em contextos diversificados e significativos, estimulando a participação e a tomada de decisão dos seus clientes e cuidadores no seu processo de desenvolvimento. O modelo de intervenção instituído na APCB tem em consideração a literatura especializada na área da PC e dos síndromes neurológicos, tendo como linha orientadora o Conceito de Tratamento de Neurodesenvolvimento (TND) segundo Bobath (European Bobath Tutors' Association). Este conceito neuroevolutivo defende uma abordagem interdisciplinar que assenta na observação, avaliação e interpretação permanente das capacidades e limitações da pessoa, durante a realização de atividades funcionais. A intervenção terapêutica privilegia a participação ativa da pessoa, em atividades que devem ser selecionadas e ajustadas individualmente. Deste modo, pretende-se promover a condução, o processamento e a integração de toda a informação, de forma mais organizada, resultando assim

Capítulo 4: O Modelo de Intervenção da APCB

da abordagem terapêutica da APCB, procurando ir ao encontro das necessidades dos clientes e

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL em experiências sensório-motoras de maior qualidade. Neste sentido, é fomentada a potenciação de um processo de aprendizagem, através do movimento ativo e da sua repetição, durante a realização de tarefas motivadoras e significativas para a pessoa. Em complemento a este modelo base de intervenção, são também utilizadas outras abordagens e técnicas terapêuticas, facilitadoras do desenvolvimento pleno da pessoa com alteração neuromotora, ao longo da sua vida. Em consonância com o atualmente recomendado e referenciado no capítulo A Paralisia Cerebral deste documento, a APCB integra, na sua forma de atuação, o desenvolvimento de um trabalho em equipa, em conjunto com a pessoa com PC e a sua família/cuidadores, com vista ao aumento da sua participação nos contextos de vida. Deste modo, o trabalho é desenvolvido, tendo por base a articulação com os contextos naturais, educativos e profissionais. Os principais aspetos da intervenção delineada na APCB estão compilados num documento construído para o efeito - o Plano de Desenvolvimento Individual. Este constitui um guia orientador de todo o trabalho desenvolvido, sendo alvo de monitorizações ao longo do ano, no sentido de verificar a consecução dos objetivos definidos. O envolvimento da família/cuidador em todo o processo, nomeadamente na participação nas sessões terapêuticas e intervenções realizadas nos contextos de vida, permite uma aferição de estratégias específicas, que potenciam o desenvolvimento e o alcance dos objetivos delineados. Frequentemente é solicitado a presença dos técnicos em consultas de especialidade médica, no sentido de receber e partilhar estratégias que permitam potenciar o desenvolvimento. No âmbito institucional e das respostas identificadas, importa ainda mencionar o programa de Equitação com Fins Terapêuticos (EFT), o qual existe na APCB há cerca de 13 anos, em complementaridade com a intervenção terapêutica. fundamentos teóricos da intervenção, cujos contributos se refletem a nível neuromotor, cognitivo e psicossocial (Pasquinelli, 2000). Esta é realizada por técnicos especializados, que integram as equipas técnicas, com o apoio de um Auxiliar de Equitação Terapêutica. É de reconhecimento internacional e encontra-se regulamentada pela Federação Internacional de Cavalos para Terapia e Educação (HETI) e pela Federação Internacional para Cavaleiros com Incapacidade (FRDI). Os benefícios da intervenção com cavalos na PC estão documentados através de vários estudos (American Hippotherapy Association, 2012; Wickert, 1999; Andrada, 1997, 2003). Face ao exposto, o modelo de intervenção da APCB privilegia a individualização do acompanhamento terapêutico, enquadrado numa abordagem interdisciplinar, que permite o apoio especializado e adequado às necessidades de cada cliente ao longo de toda a sua vida,

Capítulo 4: O Modelo de Intervenção da APCB

A EFT é uma abordagem terapêutica que alia os conceitos base da Equitação clássica com os

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL ajustando a sua intervenção às necessidades específicas e momentos de transição particulares

Capítulo 4: O Modelo de Intervenção da APCB

(e.g., mudança de ciclo de ensino, transição para a vida profissional).

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CONCLUSÃO Com este documento pretendeu-se elucidar, ainda que de um modo sucinto, o contributo desta instituição na melhoria da qualidade de vida da Pessoa com Paralisia Cerebral e Alterações Neurológicas Afins. Ao longo do seu percurso, a APCB tem tentado reger a sua atuação pelas linhas orientadoras recomendadas para a intervenção no âmbito desta problemática, respeitando a identidade e a especificidade de cada indivíduo e de cada família. Por esse motivo, tem procurado construir um quadro técnico com conhecimentos específicos nesta área, fomentando o investimento académico e profissional, bem como vivenciando diferentes momentos de reestruturação no seu modo de funcionamento, em busca de uma resposta mais adequada. Finalizamos sublinhando a ideia que a APCB, no desenvolvimento das suas atividades, pretende ir de encontro ao que vem consagrado na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (2006): “promover, proteger e garantir o pleno e igual gozo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua

Conclusão

dignidade inerente”.

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INTERVENÇÃO NA POPULAÇÃO COM PARALISIA CEREBRAL

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