Aquela leveza que a gente sente

Aquela leveza que

a gente sente

Qual a rua mais romântica de São Paulo para você? A Avanhandava, no Centro, com as suas luzinhas penduradas, deixando as fachadas das cantinas ainda mais aconchegantes e convidativas ao vinho e ao romance? A Avenida Paulista, sempre movimentada e permitindo que, em seu vai e vem, olhares se cruzem e tudo aconteça? Qualquer endereço da Vila Madalena, aqueles repletos de bares e restaurantes e que, quando o mundo era outro, eram pura boemia e paixão?

Todas as alternativas acima combinam com o amor. Certamente são cenários da história de muitos casais. Agora, pensando com calma, chego à conclusão de que a 25 de Março talvez seja o lugar, no mundo, que mais desperte a minha amorosidade, a minha vontade de distribuir afetos.

Um sentimento que se estende por todo o ano. Afinal, em que outro lugar é possível lembrar de alguém que a gente ama a cada esquina? Não sei se alguma vez consegui voltar da 25 sem comprar nada para ninguém.

Um par de meias coloridas para o marido, uma fantasia de sereia para a filha e outra do Buzz Lightyear para o filho, um anjinho para decorar o quarto do afilhado, uma santinha para a mãe, outra para a sogra e assim por diante.

Sem falar que a rua comercial mais famosa do Brasil ainda é um prato cheio para a manifestação de um outro tipo de amor, o mais fundamental de todos: o amor-próprio. Assim, escrito com hífen, para que as duas palavras nunca se separem.

Permita-se descer a Ladeira Porto Geral e renovar o seu estoque de lingerie, comprar uma pulseira nova, escolher um bloco de anotações dourado e decorado por paetês, levar um travesseiro novo e confortável para dormir melhor. Ame-se, cuide-se, acolha-se, seja gentil com você mesmo.

Depois, seja generoso com os outros: com o seu par romântico e com quem mais você quiser. De janeiro a janeiro, quando bem entender, basta só passar na 25, escolher alguma fofura e voltar para casa com aquela leveza que a gente sente quando descobre que dar é tão especial quanto receber.