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Editorial

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Estratégia

Estratégia

Como Presidente da Direção da APICER, este deverá ser o meu último EDITORIAL para a KERAMICA, já que entretanto deverão ocorrer as eleições para os novos Órgãos Sociais, aos quais caberá o cumprimento da Missão estatutária da associação. Nem por isso no entanto farei aqui o meu texto de despedida, apenas pela razão de que tenho por hábito não me despedir de nada nem de ninguém que me habituei a estimar e respeitar, tanto que não sei sequer dizer-lhe adeus, e muito menos sair sem uma grande saudade da relação que tive com a cerâmica durante mais de 45 anos. Mas fecho aqui este ciclo, e venham daí as mudanças! Ao longo de todos estes anos, sempre me habituei a viver em ambiente fabril, muitas vezes junto do barulho das máquinas e o calor dos fornos, outras tantas vezes junto dos empresários e dos seus trabalhadores, acompanhando não só as suas dificuldades e anseios, mas também os seus sucessos e os seus encantos. Nos últimos anos, porém, o ambiente fabril deu lugar a um penoso ambiente febril, típico de algum mal-estar ou mesmo de enfermidade que se vem agudizando, até chegarmos ao ponto de o classificar de preocupante e com prognóstico reservado. De facto, a pandemia deu lugar aos sucessivos confinamentos, e com eles se tornou antipático, mas obrigatório o uso das máscaras, o cumprimento distante, o afeto escondido e a conversa à distância. Resolvida a pandemia (ou quase …), vem o conflito e a guerra, a força e as armas, a morte, a sobrevivência e a escassez, tudo isto numa sucessão de crises maiores ou menores, a que não falta para a cerâmica e cristalaria o aumento dos preços da energia, que tem feito parar o tal barulho das máquinas e o calor dos fornos! Até por isto anseio pelo regresso ao ambiente fabril a que me habituei, e até por isto tenho saudades na saída, esperando e fazendo votos pelo retorno a uma nova normalidade.

Dr. José Luís Sequeira (Presidente da Direção da APICER)

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