Newsletter da Comissão de Trabalhadores da CP - Outubro/2016

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à tabela

ÓRGÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA CP

Editorial

Tem que ser! O que tem de ser, terá mais força com a união de todos os ferroviários. Chegou a hora de fazer cumprir ao Governo do PS, e aos Gestores do Sector Ferroviário, a decisão da Assembleia da República dos Deputados do PS, BE e PCP para o Orçamento de Estado de 2017, compromisso assumido na discussão do Orçamento de 2016. Recordamos que António Costa comprometeu-se a, não o podendo fazer na íntegra em 2016, repôr o que restava de cortes e roubos em 2017. Falamos da actualização da progressão das carreiras profissionais com a respectiva evolução escalonar e diuturnidades a partir de 1 de

Nº123 Outubro 2016

Janeiro de 2017 , bem como o fim dos roubos e dos congelamentos salariais, o fim da suspensão do Acordo de Empresa (AE) e do Regulamento de Carreiras(RC). É com este chão que se pode caminhar no sentido de Administrações e Sindicatos negociarem os AE e RC. Os ferroviários têm que ser mais participativos na vida dos seus sindicatos, darem a conhecer as opiniões e propostas para que a direcção sindical esteja em condições de exigir às administrações das empresas o legítimo interesse dos sócios e dos ferroviários. É necessário que os ferroviários sejam mais interventivos e exigentes na defesa dos seus direitos, das regras de prestação de trabalho, do AE e do RC, para não se repetirem decisões como a de Manuel Queiró e do Governo PS que em Março último promoveram um punhado e discriminaram a esmagadora maioria dos ferroviários.

Trabalhadores dos Transportes protestam frente ao Ministério das Finanças No passado dia 20 de Setembro decorreu um protesto dos trabalhadores do sector dos transportes onde a CT da CP fez ouvir a sua voz. Em plena Semana Europeia da Mobilidade denunciámos este Ministério como o principal responsável pela degradação da qualidade do serviço de transporte público em Portugal, nomeadamente por não dar resposta à contratação de novos trabalhadores e continuar a congelar o investimento em meios materiais e humanos, de reparação e manutenção. Na carta entregue como pedido de audiência ao Ministro lia-se: “(...) Defendemos que o serviço público prestado pelas empresas públicas de transporte constitua um padrão de qualidade que leve à elevação dos padrões de serviço de todo o sistema de transportes. Este padrão de serviço que perseguimos está hoje seriamente comprometido pelo arrastamento de problemas que os diversos responsáveis atribuem exclusivamente à falta de resposta da tutela das Finanças. (...) A imobilização da frota (comboios, autocarros e navios) atinge níveis inéditos, consequência do desinvestimento feito ao longo dos anos numa lógica de privatização das empresas públicas. Tal traduz-se hoje na severa falta de componentes e equipamentos de reserva, que permitam efectuar a reparação e a manutenção quotidianas das frotas, com evidentes reflexos na fiabilidade da oferta de transporte. Este desinvestimento tem ainda um efeito multiplicador dos custos para um futuro próximo, pois o stress a que é sujeito o material significa, grosso modo, que cada cem mil euros «poupados» hoje implicarão o gasto de um milhão de euros amanhã.(...)


Não há dinheiro “Uma mentira mil vezes repetida, torna-se verdade”, disse Goebbels, ministro da propaganda de Hitler. Muito mudou desde então, mas a frase continua tão actual como naquela data. Não há dinheiro, dizia Passos, Portas, Gaspar, Maria Luís, Sérgio Sousa Monteiro e Manuel Queiró.

Não há dinheiro, continuam a dizer-nos hoje, não só muitos dos responsáveis pela ferrovia como uma parte dos trabalhadores que, de tanto terem ouvido a frase, a tomam como verdade. Qualquer assunto, qualquer um não importa, tem como resposta: Não há dinheiro! Fale-se de comboios novos para Cascais, da conversão da linha de Cascais para 25000v, de novas automotoras diesel para o serviço regional ou de novas carruagens para o Longo Curso; da electrificação da linha do Oeste, fale-se da abertura do troço Pocinho-Barca de Alva, das linhas de via estreita encerradas; fale-se da reposição das diuturnidades, ou da progressão nas carreiras, ou do pagamento da dívida aos ferroviários, ou até de coisas triviais: limpeza de graffitis, manutenção da frota, formação de pessoal…. A Comissão de Trabalhadores diz que os Ferroviários deveriam era mudar a pontuação, colocando um ponto de interrogação onde lhes têm apresentado um ponto final. Afinal, não há

dinheiro? Onde é que não há? Para quem, ou para o quê, é que não há? Vem este intróito a propósito do negócio das locomotivas que a CP passou para a CP Carga imediatamente antes da sua privatização, tudo com a redonda assinatura e fiel sorriso de Manuel Queiró, sob autorização das respectivas tutelas (a anterior e a actual). Como a CT da CP denunciou há um ano atrás junto dos Trabalhadores, Imprensa, Tribunal de Contas e Assembleia da República, este negócio pressupôs a passagem para a CP Carga do património público da CP num valor estimado em mais de 200 milhões de euros entre locomotivas e equipamentos embarcados, tendo depois o gigante suíço MSC “comprado” a CP Carga por 2 milhões de euros em Janeiro último, rebaptizando-a “MedRail”. Como a CP nada dinheiro, qual Tio Patinhas, podia naturalmente desfazer-se de 200 milhões de euros em locomotivas que não lhe faziam falta nenhuma.

Na União Europeia, mais vale ser filho da outra Segundo foi noticiado pela agência Reuters, a Alemanha preparase para injectar 2400 milhões de euros na sua empresa ferroviária DB Deutsch Bahn. A empresa tem uma dívida de 20 mil milhões de euros pelo que ponderava vender umas acções das empresas que detém. Notar que não seria vender tudo! Só umas pequenas percentagens que não lhe tirassem nem o sono, nem o poder, nomeadamente na ARRIVA (o maior operador “privado” de transportes públicos da europa, com várias concessões de transporte rodoviário em Portugal, igualmente detentor de 30% do grupo Barraqueiro); e uma parte da Schenker (um dos maiores 2

Oito meses passados sobre a venda da CP Carga, eis que a CP passou a alugar locomotivas à MedRail. Leram bem: a CP paga agora à MedRail para usar as locomotivas que lhe ofereceu. E paga bem, dizemos nós: - 18 000€ por um serviço Régua-Contumil-Régua (aluguer com maquinista incluído) realizado por uma locomotiva da série 1400*; - 2000€ pelo aluguer por 9 horas de uma locomotiva da série 1400* para manobras em Santa Apolónia (máquina sem maquinista) e isto porque a locomotiva da CP que faz este serviço estava em reparação. Deixamos ainda o aviso: é bom que não haja acidentes, pois constou-nos que a tracção do comboio socorro terá de ser assegurada igualmente pela MedRail. Generosa como é, a CP paga ainda a mensalidade referente à manutenção dos equipamentos embarcados, CONVEL e Rádio Solo-Comboio, das 59 locomotivas que passou para a CP Carga/MedRail (aproximadamente 400 000€/ano, a que acresce custo de reparação das peças). Chega? Que ideia! A CP preparase agora para vender à MedRail peças sobressalentes do CONVEL que fazem parte do seu stock estratégico, porque aparentemente a MedRail prefere comprá-las à CP do que ao fabricante, Bombardier. Tudo isto vem na lógica do atrás descrito: se Queiró não precisava de dinheiro, nem precisava de material circulante, porque há-de precisar agora de peças sobressalentes?

*A CP avaliou em 16 000€ nove das quinze locomotivas da série 1400 que passou para a CP Carga.

operadores de logística europeus). Ferroviários Portugueses pasmem-se pois: na União Europeia há empresas públicas de transporte ferroviário que também estão endividadas e que em vez de serem partidas aos bocados, reduzindo serviços, aumentando preços, recebem chorudas ajudas estatais, nomeadamente para continuarem a dominar o mercado de transporte e logística na UE. Não está aqui em causa o que sempre defendemos: o direito que os Estados têm a suportar os seus serviços públicos. O busílis é que isto só é “permitido” a uns, enquanto aos outros é o que conhecemos. Que haja algum ferroviário, com factos como este, que ainda alimente a ideia que a UE é “reformulável” é para nós motivo do mais puro espanto. à tabela - N.123 - Outubro de 2016


O inventor de tudo Em Julho último um conhecido semanário publicava uma entrevista que nos trouxe à memória um momento alto do humor em Portugal: o “Inventor de Tudo” dos Gato Fedorento. Na série de televisão, o “Inventor de Tudo” tinha entre muitas coisas inventado o Cozido à Portuguesa, prato que sem a sua intervenção, não passaria de peixe frito. Já na entrevista ao Director-Geral da EMEF, Castanho Ribeiro, soubemos que a EMEF tinha inventado a reparação de meia vida dos comboios Alfa Pendular! Upa upa! E não se ficava por aí: explicava ainda que há empresas que por não terem dinheiro para comprar comboios novos, fazem reparações de meia vida ao seu material circulante (MC), pelo que detendo a EMEF a patente de tão grande invenção, estaria agora em condições de conquistar a galáxia, com base de lançamento no Reino Unido. Um pormenor de somenos importância é o facto de em qualquer parte do Mundo, Reboleira incluída, o MC ferroviário ser projectado e construído para uma vida útil sem restrições de 30 anos, com a condição de fazer uma revisão de meia-vida. Revisões que a CP sempre fez na EMEF, uma das quais até foi premiada pelo IMTT (a das UQE 2300). Revisões cuja consistência dos trabalhos era discutida abertamente entre a Direcção de Engenharia da CP e a EMEF e onde se corrigiam os vários problemas que o desempenho dos primeiros 15 anos mostrava. Atestam-no as datas dessas intervenções que estão inscritas, regulamentarmente, no exterior do material circulante. Como será outro pormenor, o facto de nenhuma empresa ferroviária por mais rica que seja, atirar MC fora com 15 anos de idade porque tem dinheiro para comprar novo! Talvez por Queiró, Castanho e companhia sonharem com tão altas esferas é que o material circulante da CP conhece hoje um dos seus períodos mais negros da sua história recente. Certamente não será alheio ao facto desta admnistração da CP ter esvaziado a função técnica que cabia à Engenharia da CP. A EMEF, que já fez exemplarmente a manutenção da frota de material circulante do seu único accionista, a CP, hoje acha que isto deve ser pouco, trabalhinho que não merece esmero, já que o estrangeiro a aguarda. Quanto a considerar a intervenção de meia-vida do Pendular um bom cartão-de-visita, manda a prudência que se aguarde pela saída dos comboios da oficina e pelo teste do seu uso. Depauperada de operários especializados que passavam o saber de geração em geração, estando a maioria dos trabalhos a serem realizados por precários contratados a Empresas de Trabalho Temporário, tendo afastado como convinha, qualquer escrutínio e acompanhamento técnico da CP, a EMEF bem pode maquilhar-se para os jornais. A realidade do MC da CP que os ferroviários conhecem desmente-o diariamente. A Tutela, a adminstração da CP (seu único accionista) e a própria Direcção da EMEF, se estivessem interessadas noutra coisa que não a privatização apressada desta última, estariam agora a fazer um plano a curto e médio prazo para a frota de material circulante da CP nomeadamente para a aquisição de comboios novos de forma a substituir progressivamente os existentes quando estes chegassem ao fim da vida, evitando os negócios de aluguer de sucata espanhola ou a remodelação de carruagens SOREFAME que terão sempre um desempenho em conforto e segurança à tabela - N.123 - Outubro de 2016

muito inferior à aquisição de material novo. Se estes senhores tivessem outro interesse que não o da privatização da EMEF, veriam que não há país nenhum no Mundo que “exporte” tecnologia ferroviária sem ter, dentro das suas fronteiras, um sector ferroviário pujante alimentado por um forte investimento público, como defendem desde sempre os ferroviários conscientes da sua missão e cientes do seu valor.

Bilheteiras de Campanhã Parque Aventura A Bilheteira de Campanhã, uma das mais procuradas da CP, tem um acentuado défice de condições de trabalho. Com efeito, chegam a ocorrer situações caricatas naquele local: a procura da “melhor cadeira” é uma delas. E não, não se trata de um jogo! É que as cadeiras se encontram em tão mau estado, que todos os dias há uma espécie de dança frenética na procura da melhor cadeira: quem entra nos primeiros turnos vai-se safando, quem entra depois tem de se conformar: ou apanha uma cadeira que inclina para a esquerda, ou inclina para a direita (e não, não estamos a falar de inclinações políticas…), ou então o tampo salta, ou desliza, ou, ou… Para atender os clientes é outra aventura: inclinar para ouvir, gritar para ser ouvido! E isto porquê? Porque o sistema de microfone não funciona ou funciona deficientemente. E quanto à climatização? Se quiserem fazer uma sauna, de forma inteiramente gratuita, vão às bilheteiras de Campanhã! Esqueçam o SPA, o Ginásio, a Piscina… desfrutem deste espaço, ao vosso inteiro dispor. Se não gostarem de sauna, pode ser que tenham um pouco de sorte e consigam trabalhar numa das bilheteiras onde foram instaladas umas mini-ventoinhas. É que sendo 8 bilheteiras, foram fornecidas apenas 4 daquelas coisas. Anedótico, não!?? Ah!! E já agora levem material! Esferográficas, cola, máquina de calcular, máquina de contar notas, tesoura, carimbos e almofadas é coisa que por lá pouco existe. E pode fazer falta… Não se esqueçam também de levar óculos escuros e boné! É para o sol! Mesmo! Não havendo cortinas, o sol bate nos olhos e na cabeça e, com certeza, não se querem ver a fazer figuras tristes… nem piscar os olhos aos Clientes! Nota: Já depois de escrita esta notícia, a CP respondeu à CT sobre estas questões tendo-se comprometido a adquirir 6 cadeiras e a estudar as restantes reivindicações. 3


Zé Ferroviário em: “Lavar a cabeça a burros é gastadeiro de sabão Estava eu tirando a farda para tomar uma banhoca e já com a roupinha com que vim a este mundo ia a caminho do chuveiro, ouço o chamamento da minha Teresa vindo da entrada da porta da rua: - Oh Zé!.. Oh Zé estás em casa? Já chegaste? - Já, estou na casa de banho… E ao passar pelo espelho pergunto-me o que será que se terá passado agora? Bom, seja o que for a verdade como vocês todos sabem, a minha Teresa de parva não tem mesmo nada. - Então Zé? Agora todo o “bicho careta” percebe de caminho de ferro; qualquer “borra botas” sabe de comboios; qualquer um desde que seja da cor que manda na CP! Vê lá tu que até os presidentes das Câmaras, do Turismo do Porto e Norte de Portugal já afirmam que os comboios são fundamentais para desenvolvimento do turismo no Douro! Dizem que os governos têm deixado o caminho de ferro ao abandono, não fazem investimentos nos comboios, os “ gajos” das Agências de Viagem queixam-se da falta de capacidade da CP de transportar os turistas…. A Administração da CP diz-se incapaz de dar resposta e satisfazer a “procura”, por carências do transporte ferroviário e, para cúmulo os deputados do PSD querem esclarecimentos do governo PS sobre o “mau serviço” da CP no Douro, a supressão de comboios e a sobrelotação nas carruagens….. - Oh Teresa, não estou a perceber a causa de tanta revolta…. Qual é o problema de estas entidades denunciarem o que está mal? Tu, até de parva não tens nada! - Sabes Zé, a minha revolta é que as pessoas, o povo, têm a memória curta. Ou tu já te esqueceste da luta de Norte a Sul do país dos teus camaradas ferroviários pela importância do caminho de ferro no desenvolvimento económico do país e das regiões, em defesa da CP, na defesa dos direitos dos utentes dos comboios? Revolta-me que estas “entidades”, como tu lhes chamas, sejam as mesmas ou herdeiras, das causadoras da situação actual da CP e do caminho de ferro em Portugal! São os mesmos sujeitos que amparados pelos governos do PS, CDS e PSD encerraram Linhas, Ramais, Estações e Serviços em todo o país! Lá no Norte e em Trás-os-Montes houve presidentes de câmara que a troco de um gimnodesportivo, de uma piscina, de uns terrenos e instalações ferroviárias, privaram o povo dos seus Concelhos do transporte ferroviário! Toma atenção Zé, avisa os teus Camaradas Ferroviários! Cheira-me a esturro, não me agrada nada o palavreado do Manuel Queiró sobre a situação da empresa, com aquele olhar de “carneiro mal morto”, com aquelas falas mansas de enganar o parceiro. O ar que propositadamente todos os presidentes e administrações que passaram pela CP têm, rimando com os governantes, de que a CP tinha uma máquina pesada, a CP tem uma dívida histórica…. Com esta postura lá vão destruindo a CP e enganando o Zé Povinho e os Ferroviários. Zé, estas patranhas revoltam-me os “fígados”, a mim não me comem por parva! Esta lengalenga toda é para esconder das populações a engenharia financeira criada pelas várias administrações ao longo dos anos, resultado da errada decisão política dos governos do PS, CDS e PSD. Eles destruíram milhares de postos de trabalho na CP, roubaram os comboios às populações, encerraram Serviços, Linhas e Ramais ferroviários. Eles partiram a CP aos bocados, pariram várias empresas e administradores no caminho de ferro. Eles fazem negociatas desde da venda de “sucata”, locomotivas, máquinas, carruagens, barcos, estações, infantários, colónias de férias e vários edifícios incluindo a sede da CP. Eles espoliam os bens das empresas públicas como é o caso da CP que neste momento já não tem transporte de mercadorias porque o actual governo do PS, através do presidente da CP, ofereceu a CP Carga à multinacional suíça MSC e ainda querem privatizar a EMEF com uma garantia de negócio de 11 contratos no horizonte de 7 e 10 anos no valor de 354 milhões de euros. Ó Zé por este andar a CP desaparece, Portugal fica depenado! Os Ferroviários têm que defender os seus direitos, os utentes os seus interesses, e juntos exigir que o transporte ferroviário em Portugal volte à empresa pública CP capaz de prestar o serviço público às populações, ao serviço do desenvolvimento económico das Regiões e do País. Com estes governantes e gestores, só através da luta os podemos vergar, não há outra forma! Com esta gentalha, é como se diz lá na minha terra, “lavar a cabeça a burros é, gastadeiro de sabão”.

À Tabela nº 123 de Outubro de 2016 - Órgão da Comissão de Trabalhadores da CP Redacção - Secretariado da CT da CP; Composição e Impressão - CT da CP Calçada do Duque 20, 1249-109 Lisboa Telefone: 211023739 211023924 com_trab_cp@cp.pt


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