Jornal APUSM edição Janeiro e Fevereiro 2018

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Santa Maria / RS / Brasil

ANO 51 nº 01

Janeiro 2018

Um gigante chamado

Foto Arquivo Fotográfico UFSM - Departamento de Arquivo Geral

Mémoria:

Mariano da Rocha

Páginas 08 e 09

Esporte: Jurídicas:

Prioridade para professores na restituição do IR Página

06

SMXC: O clube fundado por João Belém Página

17

Benefícios APUSM:

Confira os mais de 70 convênios da Associação Páginas

22 e 23


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Publicação mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

Janeiro 2018

Editorial

Futuro Centro Cultural APUSM

Associação dos Professores Universitários de Santa Maria Fundada em 14/11/1967 Av. Nossa Senhora das Dores, 791 CEP: 97050-531 - Santa Maria/RS Fone/Fax: (55)3223 1975 ou (55) 32214856 - www.apusm.com.br E-mail: apusm@apusm.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Paulo Roberto Magnago Vice-presidente: Eduardo Rizzatti 1º Vice-presidente: Martha Adaime 1º Secretário: Luis Fernando Sangoi 2º Secretário: Oni Lacerda da Silva 1º Tesoureiro: Ivan Henrique Vey 2º Tesoureiro: Cleber Biazus CONSELHO DE CURADORES Titulares Waldir Pires da Rosa Sirlei Dalla Lana Etevaldo Porto Suplentes José Maria Pereira João Delazzana Julio Cesar Farret

Expediente

Atenção associado: Voltamos ao nosso horário normal de atendimento, das 8h às 12h – 13h30 às 17h30

JORNAL DA APUSM Fundado em 30/03/1971. Supervisão Geral Quintino Corrêa de Oliveira Gaspar Miotto Jornalista Responsável Ricardo Ritzel / MTB: 12773 Fone: (55) 3221-4856 Ramal 25 jornal@apusm.com.br Diagramação e projeto gráfico Rodrigo de Oliveira Fortes Revisão Prof. Leila Ritzel Tiragem 3.000 exemplares O Jornal da APUSM aceita a colaboração da Comunidade Universitária Distribuição gratuita e dirigida aos associados

Acompanhe as notícias pela página da APUSM ou pelo facebook. Para receber nossas notícias por e-mail, mantenha o seu cadastro atualizado. * Caso queira atualizá-lo ou mandar alguma sugestão envie um e-mail para: jornal@apusm.com.br


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Publicação mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

Associação

APUSM cadastra empresas de Buffet A Associação dos Professores Universitários de Santa Maria está recebendo a documentação de empresas de buffet que queiram realizar eventos na APUSM. O prazo para envio da documentação é entre 5 e 28 de fevereiro.

sa

Documentos exigidos: - Ato Constitutivo da empre-

- Cartão de CNPJ; Comprovante de Inscrição e Situação Cadastral - Alvará Sanitário - Alvará de Localização - Alvará dos Bombeiros Os documentos passarão por análise da diretoria da APUSM. As empresas que estiverem com a documentação completa e em dia, serão informadas posteriormente para assinar contrato com

a Associação. A documentação deve ser encaminhada por e-mail para eventos@ apusm.com.br, ou diretamente na

sede da APUSM, no Setor de Eventos. Mais informações serão feitas diretamente no Setor de Eventos

da Associação, ou pelo e-mail eventos @apusm.com.br, e ainda pelo telefone 55 3221 4856 com Micheline.


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Crônicas

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Celina Fleig Mayer*

As doses certas do amor

çami Tiba, psicólogo renomado e autor de várias obras que alguns classificam de auto-ajuda, afirmou que “amor demais faz mal”. Estranhei um pouco, mas lembrei de fatos, especialmente de pais em relação aos filhos, que consideram que estes “são tudo para eles”. E, em cima disso, os criam na maior benevolência, cuidando de jamais pronunciar um reles “não”. São adultos, às vezes até muito exigentes com todos ao seu redor, tanto no trabalho como nos momentos de descontração. Mas os filhos, seus tesouros, são inatacáveis e jamais deverão sofrer a mínima reprimenda. Na Escola onde lecionei havia dois meninos, irmãos, na faixa dos 10 e 12 anos. O menor era normal, comedido, uma graça. O mais velho era tudo o que um professor não merecia ter presente numa sala de aula. Então, na disciplina de religião, que era optativa, a maioria não queria assistir, mas não podia ficar desocupada. Os alunos eram encaminhados para a Biblioteca, onde deveriam escolher algum livro e, no final do período, tinham que apresentar um resumo do que leram. Eu devia recolher esses trabalhos, mas a bagunça era tanta que chegava no intervalo e ninguém tinha concluído qualquer tarefa. Então deixava por isso mesmo. Por que me cansaria com uma atividade que não acrescentava nada na vida deles? Mas, voltando ao menino de 12 anos, eu o ignorava nessas substituições de aulas, mas nem todos os professores podiam ser condescendentes, já que havia conteúdos a apresentar e ele perturbava demais o desenrolar dos trabalhos. Então, por decisão unânime, o pai do adolescente foi chamado à Escola. Ouviu as reclamações com um ar de zombaria e, ao término das queixas, disse, ao corpo docente reunido, que o problema eram eles, os professores, que não tinham sido treinados para lidar com um aluno de inteligência acima da

média como seu menino! Os mestres da Escola ficaram danados com isso. E, alguns anos depois, sem ter concluído o segundo grau, ele engravidou uma menina de 14 anos, com quem quis morar, sustentado, naturalmente, pelos amorosos futuros avós. Encontrei, nessa época, a mãe do guri bastante aflita com a situação, pois era, além de cumpridora das leis divinas,” defensora da moral e dos bons costumes”. Havia mais gente nesse encontro, e eu disse a ela que, hoje, não eram apenas as meninas que causavam preocupação aos pais, tornando-os avós prematuros. Ela seria avó, mesmo tendo dois filhos homens, e parecia viver um problema que a deixou muito envergonhada. Por algum tempo se queixou, em vez de ficar quieta, dando satisfação a quem não devia por onde andava e encontrava conhecidos. Por fim, se acostumou com a idéia, embalou a netinha o quanto pode. Um ano e pouco depois, eu já a encontrava na Igreja, exibindo uma menininha linda, com um ar de satisfação e orgulho, que só as avós sabem exibir. Amor demais: em vez de acompanhar a cerimônia religiosa, ficou o tempo todo correndo atrás de um anjinho danado. Aliás, não entendo essa obrigação que certas avós se cobram em relação a netos. Eles têm pais, não são órfãos? Então! A tarefa é deles e não dos genitores, que se comprometem com encargos que não lhes cabem. Os jovens têm “pique”, desenvolvem bem, é só deixá-los assumir. Claro que, no caso de sermos a geração sanduíche, com pais idosos ou doentes, já é outra história. Aí devemos ampará-los e cuidá-los. Se não dá para ter “amor demais”, (vai-se saber o que eles “aprontaram na nossa vida!) o mínimo que temos a oferecer é muita paciência e compreensão. *celmayer@terra.com.br Jornalista

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Máximo José Trevisan*

C

A vida cobra coragem

onheci Guimarães Rosa no Rio de Janeiro, em 1967, quando cursava o Mestrado na Fundação Getúlio Vargas. O privilégio do encontro nasceu da oportunidade de levar um livro de poemas do Armindo, meu irmão, ao grande escritor que me recebeu no Itamarati, onde ficava o seu gabinete. Guimarães Rosa era, então, embaixador, em brilhante carreira diplomática. Esperava ser tratado de um modo formal, mas a figura do notável escritor, com o seu jeito afável de receber, me surpreendeu e encantou. Fez algumas perguntas sobre o Armindo e sobre o que eu estava fazendo no Rio. Depois, ao nos despedirmos, ele me acompanhou até a porta do gabinete. O mineiro Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, em 27 de junho de 1908. O Brasil inteiro e, de modo especial, o Rio de Janeiro, onde vivia, tiveram uma grande surpresa com a sua morte, em 1967, aos 59 anos. Reconhecido no país e em vários países por sua obra literária, Guimarães Rosa foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 08 de agosto de 1963, por unanimidade. A data da posse, no entanto, foi adiada, sine die, e só aconteceu em 16 de novembro de 1967, pouco tempo depois do nosso encontro. Na posse, na ABL, ele falou que “a gente morre é para provar que viveu”. Ele também escreveu: “As pessoas não morrem, ficam encantadas.” Três dias depois da sua posse na Academia, Guimarães Rosa morreu subitamente, no seu apartamento. Ele não resistiu às fortes emoções vividas. “O correr da vida embrulha tudo; a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Assim era Guimarães Rosa! Lembrei-me dele ao ler uma imperdível entre-

vista do médico gaúcho José Peixoto Camargo a Mariana Kalil na Revista Donna. Diz Camargo que a coragem é a virtude mais indispensável para quem quer ser bem-sucedido: “Se você não tem coragem, fica na mesmice.” E adverte: “As pessoas que não realizam não toleram que outros realizem. Esta é uma regra da humanidade. Não tem nada que irrite mais o medíocre do que o outro colocar a cabeça de fora. É a história do caranguejo em uma bacia. Se todos ficarem submersos, está tudo certo. Mas se um caranguejo quiser subir, os outros puxam ele para baixo.” Ao ler o que o renomado médico disse, senti vontade de escrever sobre a inveja e sua presença marcante, em nosso meio.Há (todos sabemos) “a grande inveja”, que identificamos e visualizamos com certa facilidade. Há também “as pequenas invejas”, que disfarçam a sua presença, mas não deixam de ser tão venenosas quanto maléficas. A inveja dos medíocres é a maior, esses personagens encontrados em todos os ambientes. Dr. Camargo (por certo tantas vezes alvo de inveja por sua atuação e prestígio) bem os identificou como “pessoas que não realizam e não toleram que outros realizem.” A vida cobra coragem (essencial), mas também precisamos de humor. Lembrei-me do acontecido com Júlio de Castilhos. À morte, com insuficiência respiratória, ouviu do médico e correligionário Protásio Alves: “Coragem, Júlio!”, ao que respondeu: ”Coragem eu tenho, o que me falta é ar!” (que nunca nos falte coragem e ar, neste tempo de tantos desafios e perigos!). * Advogado, membro da Academia Santa-Mariense de Letras (ASL). * maximotrevisan@uol.com.br – Advogado, membro da Academia Santa-Mariense de Letras

Contatos com a Associação Para dúvidas ou outras informações sobre a APUSM, entre em contato conosco: Telefones: (55) 3221 4856 / (55) 3223 1975 / (55) 3026 4856 E-mails: Secretaria: apusm@apusm.com.br

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Jurídicas

Prioridade será para os professores na restituição IR Foto reprodução

O advogado e sócio do escritório Wagner Advogados Associados, Flávio Ramos, realiza todas as quintas-feiras pela manhã, das 10h ao meio-dia, orientações jurídicas aos associados da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM). O autor do PLS, Cristovam Buarque (PPS-DF), afirmou na justificativa do projeto que o novo benefício “não vai gerar custo para o Estado, que não abrirá mão de qualquer valor, não pagará nada a mais para os professores”

O

s professores passam a ter prioridade para recebimento da restituição do imposto de renda, depois dos idosos. É o que estabelece a Lei 13.498/2017, que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano. Tem origem no Projeto de Lei do Senado (PLS) 6/2009, aprovado no Senado em maio de 2011 e ratificado sem modificações pela Câmara em agosto do ano passa-

do. Atualmente, apenas os maiores de 60 anos têm essa prioridade na restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), de acordo com o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003). A nova legislação altera a lei sobre o IRPF (Lei 9.250/1995) para assegurar que contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério fiquem em segundo lugar nessa prioridade. O autor do

PLS, Cristovam Buarque (PPS-DF), afirmou na justificativa do projeto que o novo benefício “não vai gerar custo para o Estado, que não abrirá mão de qualquer valor, não pagará nada a mais para os professores”. Na avaliação do senador, “desse modo, estaremos estimulando a melhoria da educação no país sem gastar um único centavo dos cofres públicos”. Fonte: Jornal do Senado

Ramos é especializado nos assuntos relacionados a questões funcionais do servidor público como: carreira, vínculos do professor ao serviço público, entre outros. O escritório atua nesta área há cerca de 30 anos. Neste ano o escritório também está atendendo aos professores associados que possuem vínculos com instituições particulares. Assuntos relativos ao regime geral da previdência - INSS destes associados podem ser esclarecidos pelos advogados. Para isso, basta que o associado utilize este serviço nas quintas-feiras.


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Mudanças climáticas

Uma despedida para seu vinho... Bruno Vaiano*

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abe aquele vinho francês de três mil reais que você sempre sonhou em tomar? Pois é, pode tirar o cavalinho da chuva. Até sua poupança ficar gorda o suficiente para comprá-lo, ele já não será o mesmo de antigamente. As mudanças climáticas induzidas pela atividade humana no último século já afetam a rotina das regiões vinícolas mais famosas do mundo – gerando alterações no calendário de maturação das uvas e expondo as plantações a chuvas mais intensas e imprevisíveis que o normal. “O impacto da mudança climática na produção de vinho é real”, afirmou ao youris.com Elizabeth Wolkovich, professora de ecologia da Universidade de Harvard, nos EUA. “Para produzir bons vinhos é necessário uma combinação precisa entre a variedade de uva e o clima do local. O desafio só vai aumentar se as temperaturas continuarem a subir e os regimes de chuvas continuarem a mudar.” Na França, a temperatura média subiu 1,5ºC no último século. A produção mundial de vinho caiu ao todo 3,2% em 2016. Um dos principais responsáveis foi justamente o Brasil, que graças ao El Niño sofreu uma queda de 55%. “Estamos em uma média baixa devido a fenômenos climáticos que afetaram várias regiões do mundo”, comentou na época, em uma coletiva de imprensa, Jean-Marie Aurand, diretor-geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho. A ciência, é claro, já entrou na briga contra o problema… ou você acha que pesquisadores passam o fim de semana sóbrios? Um projeto colaborativo internacional chamado Innovine – trocadilho entre innovation (inovação) e wine (vinho) – se dedicou por quatro anos a selecionar variedades de uva mais resistentes por meio de análises genéticas. Mais de 2 mil testes de DNA já foram feitos em busca de genes que tornem as plantas mais aptas a sobreviver ao aumento das chuvas e à disseminação de pragas decorrentes do aquecimento da atmosfera. Essa peneira genética, segundo os pesquisadores, é a maneira mais eficiente de aguentar o baque.

Vinhos: “O impacto da mudança climática na produção de vinho é real”, afirmou Elizabeth Wolkovich. O aumento de 1,5ºC na temperatura média do planeta é irreversível

“Adotar material genético novo, selecionando variedades mais adaptadas ao estresse, sempre tem mais impacto que qualquer outra maneira de lidar com o problema”, explica a pesquisadora Anne-François Adam-Blondon, que comandou o projeto. Outra possibilidade é usar simulações de computador que avisam a hora certa de fazer a colheita de acordo com as variações climáticas a que as uvas foram submetidas conforme cresciam, os chamados sistemas de suporte de decisão (DSS).

Quanto mais quente o ambiente, mais cedo a fruta atinge o estado ideal para colheita. Além disso, já é possível calcular como uma praga afetará uma plantação de acordo com o estágio de desenvolvimento das uvas e a previsão do tempo, o que melhora as estratégias de combate e reduz o uso de pesticidas. Truques científicos à parte, um aumento de pelo menos 1,5ºC na temperatura média do planeta, se-

Áreas ideais para plantar uvas inevitavelmente se deslocarão para o norte, desalojando Bordeaux (foto) e Alsace, colinas francesas que um dia já foram a receita do vinho perfeito

gundo a maior parte dos especialistas, já é irreversível. Isso significa que as áreas ideais para plantar uvas inevitavelmente se deslocarão para o norte, desalojando Bordeaux e Alsace, colinas francesas que um dia já foram a receita para o vinho perfeito. Alô, cerveja? Será? *Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante e, depois, na Revista Exame.


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Memória UFSM:

Os 20 anos da morte do fundador Um gigante chamado Marianinho Era um sábado, dia 14 de fevereiro de 1998. Após um chá da tarde com familiares e amigos em sua residência, o professor José Mariano pediu para sua filha Maria Isabel que o acompanhasse em um passeio pelo campus da Universidade Federal de Santa Maria, em Camobi. E mesmo abatido por problemas de saúde que o obrigavam a permanecer em repouso caseiro, ficou por cerca de meia hora contemplando a grande realização de sua vida. Praticamente passou por todos os prédios, por todas as ruas, em todos os canteiros de obras. Estava silencioso, concentrado, fazendo poucos comentários e em nenhum momento demonstrou mal-estar. Foi a sua última visita à universidade que nasceu de sua obstinação singular pela Educação. Seis horas depois, às 2h do dia 15 de fevereiro, seu coração parou de bater. Ele tinha 83 anos e sabia que havia mudado o destino de Santa Maria e sua gente. Só os cegos não veem Nascido a 12 de fevereiro de 1915, em Santa Maria, e filho de tradicional família gaúcha, José Mariano da Rocha Filho, doutor Mariano ou Marianinho, como toda a cidade o chamava carinhosamente, deixou um legado que se funde à própria história da Educação no País. E o primeiro passo desta trajetória foi um diploma na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1937. Depois, já em 1945, continuou

sua carreira lecionando em sua cidade natal na Faculdade de Farmácia, onde também exerceu o cargo de diretor. Dois anos mais tarde, foi um dos idealizadores da anexação das Faculdades de Pelotas e Santa Maria à Universidade de Porto Alegre, que, desde então, passou a se chamar de Universidade do Rio Grande do Sul. Em 1949, em um discurso na Faculdade de Farmácia santa-mariense, Mariano já enfatizava uma meta que poucos conseguiam visualizar, quanto mais acreditar: “Só os cegos não veem a futura Universidade de Santa Maria”. Pouco depois, começou a criar os mais diversos cursos superiores na cidade e passou a concretizar, tijolo por tijolo, o seu maior sonho: a fundação da UFSM. Criada em 1960, a UFSM foi a primeira instituição pública de ensino superior do interior do Brasil. Fato inédito para aqueles dias e que causou uma propagação de universidades em todo território nacional. “Para

o desenvolvimento, não há outro caminho que não seja com a Educação”, costumava dizer. Consolidava-se também naquele mesmo

exato momento, o segundo ciclo de desenvolvimento econômico de Santa Maria depois da chegada da ferrovia no final do século XIX: o ciclo da Educação. A partir desse marco, o reitor começou então a trazer professores de renome internacional para recém-inaugurada universidade, garantindo um ensino de ponta dentro do quadro educacional da América Latina. Já em 1968, implantou a Operação Oswaldo Aranha, um projeto de âmbito internacional, em parceria com as Nações Unidas, que visava ao desenvolvimento tecnológico de áreas rurais, capacitando docentes na troca de experiências com técnicos estrangeiros. Há um consenso na comunidade universitária que os mais diversos Centros de Excelência que a UFSM tem nos dias de hoje não teriam esta qualificação sem a participação de Mariano.


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Memória UFSM:

Um gigante chamado Marianinho Alguns Marianos… “Um desbravador”. Está foi a declaração mais ouvida sobre o comportamento do professor fundador da UFSM desde a sua morte há vinte anos. As outras características de sua personalidade mais apontadas por quem trabalhou junto a ele são a simplicidade, a capacidade ímpar de se comunicar e de estar sempre aberto ao diálogo com as pessoas, por mais simples que fossem. Contam que durante a campanha para fundar a universidade, ele entrava em contato inúmeras vezes por dia com o presidente Juscelino Kubitschek. E foram tantas as ligações, como as tentativas de contato, com o então chefe do Executivo brasileiro, que um dos assessores do Palácio do Planalto tentou afastar o professor santa-mariense. Para surpresa de todos, foi o próprio presidente que repreendeu seu subalterno e declarou: “Quem dera o Brasil ter mais alguns Marianos da Rocha!” É de sua autoria a Lei de 1968 que instituiu a implantação de um campus universitário fora da cidade sede, ou Multiversidade, como gostava de chamar a incipiente UFSM, em Camobi. Foi também conselheiro do Projeto Rondon, assim como idealizador e fundador do primeiro campus avançado de Ensino Superior na região amazônica, em agos-

to de 1969: o campus de Roraima, hoje Universidade Federal de Roraima. As decepções da política Instalação da UFSM Doutor Mariano foi um intelectual respeitado e conhecido em todo mundo, mas também exerceu uma militância política que o levou a se candidatar para o Senado Federal, em 1978, e à Assembleia Nacional Constituinte, em 1988. Por ironia do destino,

Foto: Acervo fotográfico do Museu Educativo Gama D’Eça da UFSM.

Os cursos eram promovidos através de parcerias entre a UFSM e instituições locais. Na foto, o então reitor José Mariano da Rocha Filho assina convênios, em dezembro de 1969.

não conseguiu se eleger nas duas oportunidades. Mas não se constrangeu e citou a história para explicar o inexplicável: “Até Winston Churchill perdeu uma eleição depois de ganhar a II Guerra Mundial…” disse. Até hoje, a única explicação de não ter tido os votos dos santa-marienses é de concorrer aos pleitos eleitorais pela Arena, partido de apoio ao governo militar, nos estertores do regime implantado no Brasil em 1º de abril de 1964. Mas a personalidade e a obra do santa-mariense já eram conhecidas pelos cinco continentes. Recebeu, entre outras, as Palmas Acadêmicas da França, A Ordem de Instru-

ção de Portugal, a Medalha de Educador das Américas e a Ordem do Mérito Brasileiro. Pertenceu ao Conselho Superior da Universidade de Bonn, na Alemanha, e foi outorgado com o título de Honoris Causa em inúmeras universidades espalhadas pelo mundo. Foi Cidadão Honorário nos mais diversos municípios brasileiros, nos últimos anos de vida, foi distinguido como “Santa-Mariense do Século” e, depois, “Gaúcho do Século”. Poucos como professor Mariano da Rocha construíram uma trajetória de realizações tão intensas que transformaram a vida para melhor de tantas pessoas. Quando ele nasceu, há exatos 103 anos, em 1915, Santa Maria tinha três mil habitantes e era apenas um centro ferroviário com um bom comércio. Hoje é um polo nacional de ensino, pesquisa e tecnologia com cerca de 300 mil pessoas e continua crescendo a olhos vistos. E a fagulha inicial de tudo isto foi a obstinação de um professor chamado carinhosamente de Marianinho. *Autor: Ricardo Ritzel – Fontes: UFSM: Memórias de Luiz Gonzaga Isaia e arquivo do Jornal A Razão


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UNIFRA

Reportagens de SM que você precisa ler Maiquel Rosauro*

F

ui convidado para ser jurado do 4º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra, em novembro do ano passado, na categoria Digital-Reportagem. No total, recebi 14 matérias, todas muito bem produzidas. Os critério de avaliação, segundo os organizadores eram: qualidade, relevância, criatividade e/ou apresentação (visual/ formatação). Nisso, selecionei as cinco reportagens que mais me surpreenderam com base nestes quesitos. Infelizmente, não pude comparecer à entrega dos prêmios, pois no mesmo dia eu estava envolvido com meus trabalhos de assessoria de imprensa e com matérias do site Claudemir Pereira. Uma pena, pois gostaria muito de ter conhecido essa nova geração de talentosos repórteres. E para provar que tem uma turma de excelentes jovens profissionais pedindo passagem, compartilho abaixo as reportagens premiadas. Os links para as matérias estão nos títulos, junto a um breve comentário sobre o material produzido:

Menção Honrosa: Parir não deve ser “um parto”: Violência também está dentro dos hospitais Autora: Natália Librelotto A reportagem trabalha com um tema atual, delicado e ainda pouco explorado na imprensa brasileira. Contudo, a autora entra sem rodeios no assunto e nos apresenta um chocante mundo de dor, sofrimento e submissão incompatíveis com o século em que vivemos. Não é apenas uma reportagem, é um dos melhores trabalhos de jornalismo investigativo que li em 2017. Link para ler na internet: http://centralsul.org/2017/parir-nao-deve-ser-um-parto-violencia-tambem-esta-dentro-dos-hospitais/ 3º Lugar - Transfobia e o recorde que não queremos ter Autor: Deivid Pazatto A reportagem é um soco no estômago e nos faz refletir sobre como tratamos determinados grupos da sociedade. O autor foi muito hábil ao trabalhar com dados

Os vencedores do 4º prêmio de Jornalismo da Unifra e professores. Foto: Mark Braunstein divulgaao UNIFRA

4º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra Em novembro do ano passado, ocorreu o 4º Prêmio Universitário de Jornalismo com o slogan “Quem comunica marca gerações”. Foram entregues 45 prêmios, correspondentes às produções dos alunos nos últimos dois semestres, em seis categorias: Impresso, Audiovisual, Rádio, Fotografia, Digital e Assessoria de Comunicação. Ao todo foram inscritos 109 trabalhos. O evento foi realizado no prédio 15, no conjunto III da Unifra e teve a presença da reitora Irani Rúpulo, além de professores, alunos e jurados. A cerimônia foi conduzida pelos professores Carlos Alberto Badke e Carla Simone Doyle Torres. O prêmio dividia-se em oito categorias; Audiovisual, Impresso, Fotografia, Diversos, Assessoria de

nacionais e, em seguida trazê-los para a nossa realidade. Um trabalho investigativo por excelência. Link para ler na internet: http://centralsul.org/2017/ transfobia-e-o-recorde-que-nao-queremos-ter/ 3º Lugar - Geração Bad: a gíria e o sentimento Autor: Arcéli Ramos Às vezes, a melhor pauta passa bem diante dos nossos olhos e nem percebemos. É o caso desta interessantíssima reportagem que aprofunda uma situação que passaria despercebida pela maioria das pessoas, mas nunca por um jornalista. Já nos primeiros parágrafos a autora explica a problemática com objetividade e desenvolve uma reportagem rica em detalhes até o ponto final. Entre todos os textos que li, este foi o que mais me impressionou, pois o talento da repórter se sobressai em toda a construção. Link para ler na internet:

Comunicação, Rádio, Digital e Pesquisa, além de contar com 16 modalidades: fotografia jornalística e fotografia livre (na categoria Fotografia); reportagem, programa jornalístico, reportagem jornalística, documentário e ficção (na categoria Audiovisual); reportagem (na categoria Impresso); programa jornalístico e reportagem jornalística (na categoria Rádio); reportagem e produto multimídia (categoria Digital); assessoria de imprensa e planejamento de comunicação (na categoria Assessoria de Comunicação); artigo científico (na categoria Pesquisa) e crônica e comunicação comunitária (na categoria Diversos). Fonte: Evelin Bitencourt – Assessoria de Comunicação da Unifra

http://centralsul.org/2017/geracao-bad-a-giria-e-o-sentimento/ 2º Lugar - Óleo sobre Tela Autores: Gabrielle Righi e Natália Rosso É o melhor texto que li em 2017. Transparece o capricho em cada parágrafo e uma criatividade única para trabalhar as informações trazidas pelos entrevistados. E o mais impressionante: toda a reportagem foi redigida em 1ª pessoa do plural. Leia na página ao lado a matéria. Link para ler na internet: https://medium.com/@natliarosso/%C3%B3leo-sobre-tela-ab4ddae86226 1º Lugar - Adoção é doação: um ato de amor Autores: Leonardo Bedin Jordão e Bruna Germani O que caracteriza uma boa reportagem? O uso da técnica da pirâmide invertida, um lide na abertura, a objetividade em cada

parágrafo, a edição de quase todas as falas dos inúmeros entrevistados… Mas o que acontece quando todas estas regras são quebradas? O que acontece se o texto introdutório for simplesmente suprimido? O que acontece quando deixamos o entrevistado fazer o seu relato? A reportagem que ficou em primeiro lugar é o melhor exemplo de que regras podem (e devem) ser quebradas, pois foi montada basicamente com histórias e uma entrevista. E é a partir destes relatos que o leitor mergulha em toda a problemática proposta e constrói todo o seu entendimento sobre o assunto. E tudo isso só foi possível graças a um texto impecável, que possibilita uma leitura rápida, porém profunda e, por vezes, emocionante. Link para ler na internet: http://centralsul.org/2017/adocao-e-doacao-um-ato-de-amor/ *Maiquel Rosauro é jornalista e está matéria foi publicada originalmente no Site Claudemir Pereira


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UNIFRA

Óleo sobre Tela Gabrielle Righi e Natália Rosso

U

m panorama do tratamento psiquiátrico em Santa Maria. Reconhecido pelo seu fascinante domínio de cores, e por transformar seu sofrimento em obras de arte que retratam a magnitude e a beleza do mundo, Vincent Van Gogh, um dos mais populares pintores de todos os tempos, transitou durante a vida inteira pela enevoada estrada da loucura. Sempre foi muito mencionado - não apenas pelos apreciadores de sua arte, mas também por estudiosos da mente humana que se dedicam a reconstruir os caminhos que o levaram ao suicídio, em 1890. Embora a conexão entre sua doença mental e seu trabalho esteja cheia de especulações, uma coisa é inegável: sua genialidade o fez o autor das telas mais valiosas da história. Através de um passeio por fases marcantes da vida de Van Gogh e suas grandes obras, apresentamos aqui uma realidade tão próxima à do pintor holandês, quanto da nossa: o tratamento de patologias mentais em Santa Maria, cidade que possui três centros de internação psiquiátrica. Noite Estrelada Aos 37 anos, Vincent estava internado em Saint-Rémy-de-Provence, onde pintou várias paisagens a partir de sua memória. A Noite Estrelada, um de seus mais reconhecidos trabalhos levou três noites para ser concluído, e se encontra atualmente no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Na tela, conseguimos observar que o céu turbulento e cheio de curvas contrasta com a calmaria do vilarejo. O espectro das doenças mentais nada mais é do que uma noite estrelada: a imensidão do céu se assemelha à imensidão da mente humana. Segundo Freud, todos nós possuímos um pouco de loucura. A única diferença entre uma pessoa considerada “normal” e um louco seria a capacidade de controlar ou reprimir essa anormalidade. Durante muitos anos, a única

solução encontrada para pessoas com transtornos mentais era o isolamento oferecido através dos manicômios. Acreditava-se que privar os “loucos” do convívio social era o melhor para todos. No Brasil, em 1852 foi inaugurado no Rio de Janeiro o Hospício D. Pedro II, primeiro manicômio do Brasil, que foi inspirado no modelo asilar francês e criado a partir de um decreto imperial de 1841, devido à reivindicação dos médicos para a criação de um hospício. Até a proclamação da república, outras instituições parecidas com o Hospício D. Pedro II foram criadas em diversos estados, entre eles o Rio Grande do Sul, em 1884. No período de 1884 a 1957, a história da psiquiatria do Rio Grande do Sul se confunde com a história do Hospital Psiquiátrico São Pedro, primeiro manicômio do RS, instalado em Porto Alegre. A partir de 1957 na Divisão Melanie Klein do HPSP funciona o curso de formação em psiquiatria , ligado à Faculdade de Medicina da UFRGS e liderado pelos professores David Zimmermann e Paulo Luiz Viana Guedes. Já em 1968, Santa Maria recebe o Centro Comunitário de Saúde Mental, que meses depois passou a se chamar Hospital Psiquiátrico, por ser anexo ao Hospital Universitário de Santa Maria, o HUSM. O hospital psiquiátrico iniciou as atividades em 1969 e, a partir de 1972, adotou o sistema de Hospital Dia e, em 1974, estruturou a unidade de internação. Devido às mudanças ocorridas no campo jurídico e terapêutico, o Hospital Psiquiátrico passou a ser uma Unidade do HUSM. A Unidade Psiquiátrica já possuiu, além da internação, os serviços ambulatoriais e de emergência. De acordo com o enfermeiro Marcelo da Rosa Maia, responsável pela Unidade Paulo Guedes no momento da entrevista, o tratamento realizado na unidade é, em sua grande maioria, o medicamentoso. O que motiva isso é o grau em que os pacientes chegam à ala de internação — o uso de medi-

camentos permite acalmar o paciente mais rápido do que as outras formas de tratamentos. O professor universitário e psicanalista, Marcos Pippi de Medeiros ressalta que ainda hoje a psiquiatria, de um modo geral, ainda não consegue romper com a lógica manicomial e trabalha num sentido hospitalocêntrico, de internação e medicação excessiva. Medeiros defende que existem muitas alternativas de tratamentos não medicamentosos e que o remédio é um auxiliar no tratamento. Sendo assim, a medicação não consiste no tratamento, mas pode ser o elemento de uma intervenção. O quarto em Arles Quarto em Arles é uma obra que retrata o quarto que Vincent alugou em uma pensão na cidade de Arles, na França, país onde trabalhou durante quase toda a sua vida. O pintor realizou a obra fazendo 3 versões, entre 1888 e 1889. A última versão foi feita quando estava internado no hospício de Saint Rémy-de-Provence. No quarto podemos elencar alguns elementos que nos dão a ideia de caos: objetos desarranjados, a perspectiva do chão e das paredes distorcida, janelas entreabertas e quadros inclinados nas paredes. Van Gogh não se preocupou em retratar o quarto de forma realista, mas sim transmitir para a tela as sensações que ele proporciona: incômodo e solidão. Os quartos na unidade psiquiátrica Paulo Guedes não possuem as cores quentes do Quarto em Arles. Assim como o uniforme usado pelos internos e pelos funcionários, tudo é branco. Chegar pela primeira vez à ala pode ser surpreendente: a mesa de ping pong e as poltronas não conseguem dispersar a imagem pesada das grades acopladas a todas as janelas e portas. Passar de uma sala a outra é uma tarefa que envolve o desembaralhar de um molho de chaves, manuseadas somente por funcionários autorizados. A Unidade de internação Paulo Guedes dispõe de 25 leitos, para ambos os sexos, atendendo 32 municí-

pios. Atualmente (Julho de 2017) a Unidade está com 22 pacientes internados. Ela recebe pacientes com transtornos psiquiátricos graves, em situação de surto psicótico, estados de alteração de humor, risco de suicídio e auto e heteroagressão. A equipe que atua na Unidade é formada por Enfermeiros, técnicos de enfermagem, psiquiatras, residentes médicos e residentes multiprofissionais, e possui vínculo com cursos enfermagem, medicina e terapia ocupacional. Bruna Rodrigues Maziero, coordenadora do curso de terapia ocupacional do Centro Universitário Franciscano, relata que muitos médicos reconhecem o trabalho da terapia ocupacional e o que se percebe é o crescente aumento de vagas para trabalhar nos serviços de saúde mental do SUS, principalmente nos serviços que são substitutivos ao modelo manicomial. O trabalho acontece de maneira interdisciplinar, ou seja, trabalha-se com uma equipe composta por diversos profissionais da área da saúde, como é o caso da Paulo Guedes. O enfermeiro Marcelo explica que o objetivo de colocar a residência multiprofissional na Unidade é para buscar outras formas de tratamentos além da medicamentosa. Ele cita a socioterapia como um tratamento alternativo adotado pela Unidade, que consiste em técnicas e métodos terapêuticos que visam a reinserção e readaptação do indivíduo dentro do contexto sociocultural ao qual pertence. Um exemplo disso, são os passeios e festas comemorativas realizadas com os internos. O psicanalista Medeiros enfatiza que não podemos esquecer que está atravessado na nossa história uma longa tradição de exclusão do sofrimento psíquico, uma lógica manicomial de afastamento, trancamento e internações. Uma história muito complicada e, mesmo excluindo do pensamento o modo como são tratadas as pessoas com sofrimentos psíquicos nas unidades de internação, ainda existe uma lógica de rotulação e exclusão na sociedade.


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Cultura Artes Plásticas

Exposição na APUSM

Coral APUSM

“seleciona” novos cantores Buscamos vozes masculinas, especialmente graves (baixos) Também contraltos e tenores. Acesse a nossa página: Coral APUSM e deixe sua mensagem Também pelo whatsapp: (55)98474.0023 ( c/ Fernando) Conheça o canto coral e se apaixone.

Cultura brasileira perde Dona Eva Soher Considerada um ícone da Cultura, Eva Sopher, presidente da Fundação Theatro São Pedro, em Porto Alegre, morreu no último dia 7 de fevereiro no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Nascida em Frankfurt, Alemanha( 18 de junho de 1923) ela foi uma das mais bem sucedidas empreendedoras cultural teuto-brasileira. Ela deixa duas filhas, Ruth e Renata, seis netos e oito bisnetos Dona Eva se tornou conhecida em todo Brasil e exterior por seu trabalho bem-sucedido para a recuperação do Theatro São Pedro, um dos marcos cultural mais importante da capital gaúcha, após um longo período de decadência da mais famosa casa de espetáculos do Rio Grande do Sul. De família de origem judaica, Eva Sopher emigrou da Alemanha para o Brasil, em 1936, aos treze anos de idade, em razão da perseguição nazista. Em 1950, adquiriu nacionalidade brasileira e, em 1960, transferiu-se para Porto Alegre, já casada com Wolfgang Klaus Sopher. Em 1975, Eva Sopher assumiu a direção do Theatro São Pedro, para gerenciar as obras de sua restauração, continuando a dirigi-lo depois de sua reabertura, em 1984, como Presidente da Fundação Theatro São Pedro. Ela era também considerada madrinha do Thea-

Foto: Dulce Helfer reprodução internet

Eva Sopher dedicou a vida ao Theatro São Pedro, na capital gaúcha e é madrinha do Theatro Treze de Maio, em Santa Maria

tro Treze de Maio e foi uma das incentivadoras da reabertura da casa de cultura e da criação da Associação Amigos do Theatro Treze de Maio, fundada em 1993. Eva Sopher é mãe da professora Ruth Pereyron, atual diretora do Theatro Treze de Maio, como também associada APUSM e com brilhante passagem na promoção de eventos culturais junto á Associação. Direção, associados, funcionários e colaboradores da APUSM expressam seus mais sinceros sentimentos para professora Ruth e família.

“Prensados e Bordados 2” é o resultado da mais recente produção recentdas artistas plásticas Cristina Rios Leme e Renata Dias Maciel. Juntas elas compõem o Ateliê ReTina. Em suas pesquisas, utilizando a colagem analógica e o bordado sobre papel respectivamente, buscam ampliar as possibilidades do uso destas técnicas com outras vertentes das Artes Visuais em uma linguagem contemporânea e inovadora. A abertura da exposição será no dia 20 de março, às 19h, no hall de entrada da APUSM. As obras ficam expostas e com visitação livre do dia 21 de março até o dia 12 de abril, sempre das 8 h às 12 h e 13h30 às 17h30.

Serviço Exposição “Prensados e Bordados 2” Autoras: Ateliê ReTina, de Cristina Rios Leme e Renata Dias Maciel Local: Sede da APUSM – Avenida Dores, 791- Santa Maria Vernissage: Dia 20 de março, às 19h, no Hall de entrada da APUSM Período: de 21 de março a 12 de abril de 2018


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Literatura

Professor Aguinaldo Severino

A árvore que falava aramaico

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m “A árvore que falava aramaico”, de José Francisco Botelho, estão reunidos 15 contos, divididos em dois conjuntos. Nos 6 enfeixados em “Peripécias” sempre um narrador jovem conta algo fragmentário, resgatado da memória, um fato marcante, vivido no campo, ou perto de uma fronteira (a do Uruguai, claro) ou num litoral. São histórias variadas: de uma ventania que revela mais que a destruição física das cousas; de uma viagem clandestina de barco, aproximando pai e filho; da presença de um primo turco, contrabandista, e seus segredos; da sedução que uma gringa sardenta provoca num rapaz; da venda de uma antiga propriedade e a dor da separação; de um morto que continua a ver o mundo enquanto é roído pelos bichos do lugar onde caiu. As descrições são muito interessantes, mas é a linguagem que se destaca nos contos. O vocabulário é rico, cheio de mimos, de uma exuberância que não intoxica o leitor. Esses seis contos pareciam ecoar o pampa, traírem uma influência de Mario Arregui. Entretanto, no conjunto seguinte, nos 9 contos reunidos em “Grimório”, o leitor é levado para ambientes mágicos e complexos, ao mundo interior de personagens enigmáticos, perturbados, intoxicados por suas próprias histórias, memórias e sucessos. Alguns parecem lembranças de sonhos ou pesadelos, fragmentos de feitiços e encantamentos, noutros parece que é o tédio que se encarna, para tornar-se interlocutor dos personagens, ou ainda é um espírito ou um duende brincalhão que confunde as percepções da realidade deles. A linguagem fica ainda mais rica nessas histórias, mas de uma erudição que não afasta o leitor, algo raro. Como escrevi para uns amigos quando terminei o livro, ainda no início de dezembro, impressionado com a potência dos contos, Botelho parece um mago, um djin, um Huysmans caboclo, um sujeito de quem vale a pena esperar novas conjurações literárias. Ojo!

Jornalista, escritor e tradutor José Francisco Botelho

“A árvore que falava aramaico”, José Francisco Botelho, Porto Alegre: Editora Zouk, 2a. edição (2014), 174 págs.

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Fotografia

As melhores fotos de 2017

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onheça aqui uma seleção feita pela editoria do Jornal da APUSM entre as 57 imagens premiadas pela prestigiada Revista National Geographic e consideradas as melhores de 2017. O tradicional concurso mundial contou com a curadoria de 88 fotógrafos dos mais variados países e culturas que elegeram os focos mais impactantes entre quase dois milhões de fotografias inscritas na disputa.

Acariciando baleias - Foto de Thomas Peschak, Turistas na Laguna de San Ignácio – Baja Califórnia – EUA

O ontem e o hoje - Foto de Amy Toesing - Abrigo em Vrindavan, India, conhecida como “cidade das viúvas”

Sem casa e sem esperança – Foto de William Daniels – Assentado caminha em bosque, em Rohingya, Baía de Bengala

O banho do Hummingbirds – Foto de Annard Varma - O beija-flor sacode a chuva na Universidade de Berkeley, Califórnia, EUA.

A onça e a câmera – Foto de Steve Winter – Filhote flagrado por armadilha fotográfica no Pantanal, Mato Grosso, Brasil


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Fotografia

“Na Bocca do Monte”, 1938 Fotografia: reprodução da pág. 108 – Livro Theatro Treze de Maio

Luiz Gonzaga Binato de Almeida Arquiteto/ ex-professor universitário luizbinato@gmail.com

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raça Saldanha Marinho, novembro de 1938. Figuras do teatro amador posam para essa fotografia, durante os ensaios da revista musical “Na Bocca do Monte”. A estreia ocorre em 18/11/1938, no Cine Teatro Independência, dias após o encerramento da 2ª Exposição Estadual de Animais e Produtos Derivados, aqui realizada. À esquerda, Edmundo Cardoso, ator amador de 21 anos. Representava o “Promotor da Festa” (fez bonito no “Discurso da Gare”). A seguir, Werner Grau (22), intérprete do “Passadista”, e Dalva Rocha Couto (19), sua noiva. À direita, Rubens Belém (37), autor da peça, em parceria com Pelissier Cruzeiro, antigo ator em revistas de João Belém. Werner e Dalva casaram-se meses depois (3/6/1939). Tiveram apenas um filho, o ex-ministro do STF e prof. dr. Eros Grau. Em 1943 o casal foi padrinho de casamento de Edmundo Cardoso e da prof.ª Edna Mey Budin, diretora dos ensaios do corpo de baile e dançarina no referido evento. No mesmo ano, em 10/12/1943, Edmundo funda a Escola de Teatro Amador Leopoldo Froes. Quanto ao ator e diretor cênico Rubens Belém, filho de João Belém, escreveu obras teatrais, a exemplo do pai. Coordenava o Grupo Teatral João Belém, criado em 1935 para apresentar as principais peças do patrono. Em sua homenagem, o vestíbulo do Theatro Treze de Maio é denominado “Saguão Rubens Belém”, conforme placa nesse local. De cunho satírico, com danças, falas e cantos, próprios do gênero então em voga, a revista “Na Bocca do Monte” reuniu numeroso elenco, a prata da casa. Os principais amadores foram Tasso Belém, diretor da peça e intérprete do personagem “Dr. Progresso”, Geraldo Izaguirre (“Galã Cantor”), Marconi Mussoi (“Repórter Iniciante”), o pequeno tenor Albertinho Schroeter, Alberto Scanavino, Ary Cechella, Eurico Mathias, Gentil Maciel, Gildo Siebemberg, Paulo Brandão, Raphael Voto, e os aludidos Edmundo Cardoso, Werner Grau e Pelissier Cruzeiro, coautor da revista e ator no papel do “Cicerone”.

Fotografia: Santa Maria, nov. 1938, autoria n.i., sépia, restauro José Antonio Brenner, acervo Casa de Memória Edmundo Cardoso.

Categoria 60 anos

Havia a entrada surpresa de Cafezinho, figura popular da cidade. O “Locutor” do enredo foi Zé Graúna (Setembrino Souza). As dançarinas eram Ema e Elza Schroeter (irmãs de Olga Maria e de Albertinho), Aracy Werba, Lacy Gomes, Rosina de Paula, Elvira Falkemberg e Denise Galvarros. Uma especial coreografia do segundo ato foi o “Bailado da Primavera”, com a valsa homônima e a participação da cantora Olga Maria Schroeter. A professora de balé clássico Edna Mey Budin, além de ensaiar as bailarinas, destacou-se ao dançar “Olhos Negros”. A orquestra, com dez integrantes, teve a regência do maestro Garibaldi Pogetti, compositor dos vinte números musicais da revista. A professora Aida Amália Tortorello dirigiu a parte mu-

sical e, na orquestra, atuou como pianista. A mais fulgurante estrela do espetáculo foi Olga Maria Schroeter, menina cantora que há pouco fizera sucesso na Rádio Difusora Porto-Alegrense. Tornar-se-ia grande soprano - um nome nacional - radicada no Rio de Janeiro. (Sua linda voz poderá ser apreciada através do Youtube). A terceira récita da revista coincidia com o aniversário de Olga, 20/11/1938. Naquele domingo à tarde, quase no final do primeiro ato, ela recebe, em palco aberto, uma corbelha e um presente, entregues por Werner Grau, em nome do elenco e dos patrocinadores. Com um prólogo, dois atos, vinte quadros e uma apoteose, a revista teve como principais cenários “Gare”, “Rua do Comércio” e “Praça Saldanha Marinho”,

produzidos pelo cenarista Emílio R. da Silva. Os quadros em destaque foram “Os Ladrões de Val de Buia”, “Café Guarany”, “Exposição”, “Imprensa”, “A Anschluss” (anexação político-militar da Áustria pela Alemanha, ocorrida naquele ano, 1938). As cenas do “Cassino” agradaram muito. O dr. Geraldo M. Alves, juiz de menores de Santa Maria, foi o maior financiador desse evento, cuja renda beneficiou a “Casa do Pequeno Trabalhador” e o “Abrigo de Menores”. O sucesso da estreia repetiu-se. Foram nove récitas (sete à noite e duas à tarde), com mais de dez mil espectadores, recorde do teatro amador local em seu tempo. Referência: Diário do Interior, Santa Maria, 5, 9, 17, 19, 22 e 24 de nov. de 1938.


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Esporte

O futuro já está jogando na APUSM

Juan Machado, o último campeão do Jesma Santa Maria, jogando com um dos mais jovens e promissores enxadristas da região, Davi Miller Porto

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stá aberta mais uma temporada de xadrez no Coração do Rio Grande. No último dia 3 de fevereiro, a APUSM e o Santa Maria Xadrez Clube(SMXC) promoveram e realizaram, na sede da Associação, o Torneio Abertura 2018 com a participação de 25 enxadristas da região, sendo que 14 participantes disputaram o título de campeão na Categoria Estudantil e outros 11 na Absoluta (ou força livre). Na Categoria principal, sagrou-se campeão invicto com 5 pontos em 5 possíveis o jovem, Leonardo Bortolotti Santos, que já desponta como a grande promessa santa-mariense para este

esporte. Completaram o pódio, na segunda colocação com 4 pontos em 5 possíveis, o Candidato a Mestre pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE), general Jorge Alberto Duardes Boabaid (atual presidente do SMXC) e, em terceiro, outra jovem esperança dos tabuleiros santa-marienses, Diego Homrich Moritz, também com com 4 pontos em 5 possíveis, mas critério de desempate inferior. Na disputada Categoria Estudantil, o campeão invicto, com 5 vitórias em 5 rodadas, foi o aluno do Colégio Militar de Santa Maria, Jonathan Noguei-

ra. O segundo lugar ficou com o universitário, Gabriel Quevedo Dos Santos (4 pontos) e na terceira colocação, o estudante da Rede Municipal, Samuel Silva, com 3 pontos em 5 possíveis. Como já é tradição nos últimos quatro anos, a parceria APUSM-SMXC deve divulgar até o início de março a sua programação anual, com datas e horários de torneios que serão realizados ao longo do ano na Associação. A grande novidade de 2018 será a abertura de uma escola de xadrez na Associação, com aulas para jovens e adultos que queiram aprender ou se aprimorar

neste esporte. O projeto deve ser apresentado em breve para diretoria e conselheiros da APUSM e é um antigo sonho da APUSM, como também do SMXC. O Torneio Abertura 2018 de Xadrez Rápido teve promoção da APUSM, realização do SMXC e apoio da Prefeitura Municipal de Santa Maria através do seu superintendente de Esportes, Givago Ribeiro. A arbitragem da competição esteve a cargo do competentíssimo, Valdemir Albuquerque (um dos mais fortes enxadristas da região) e do professor Eduardo Albuquerque. Foto divulgação SMXC

O torneio foi decidido entre a jovem promessa santa-mariense, Leonardo Bortollotti e a experiência do Candidato a Mestre pela FIDE, general Jorge Boabaid. Bortollotti ficou em primeiro e Boabaid em segundo

Wilson Tombesi entregou a medalha de Campeão Estudantil invicto ao jovem Jonathan Nogueira, do Colégio Militar de Santa Maria, que venceu todas as cinco partidas da competição.


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Esporte

Xadrez – Troca de comando no SMXC

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aldemir Ribeiro Albuquerque é o novo presidente do Santa Maria Xadrez Clube (SMXC), entidade parceira da APUSM nas promoções, realizações e desenvolvimento nesta modalidade esportiva em Santa Maria. Ele tomou posse no último dia 3 de fevereiro, substituindo o general Jorge Alberto Duardes Boabaid, que depois de mais de quatro anos a frente do clube de enxadristas santa-mariense, passa o bastão de comando, mas permanece fazendo parte da administração do SMXC, agora como conselheiro. “Este trabalho a frente do SMXC é somente uma retribuição que fiz, e continuarei fazendo, ao xadrez, depois de tantos amigos, viagens, ensinamentos e emoções que este esporte me proporcionou ao longo da minha vida”, comentou o ex-presidente do SMXC em conversa informal com o editor do Jornal da APUSM. E a lista de ações de Boabaid na presidência do clube são muitas e também bastante expressivas. Desde meados de 2014, quando assumiu a administração do clube, organizou e reestruturou a diretoria e conselheiros do SMXC; registrou a entidade, obtendo o tão sonhado CNPJ que proporciona o recebimento de patrocínios privados e financiamentos públicos para este esporte em Santa Maria; construiu uma parceria com a APUSM para promover e desenvolver o xadrez

Foto – APUSM

Jorge Alberto Boabaid (direita da foto) passa o comando para Valdemir Albuquerque (centro da foto) que assume a presidência do SMXC.

na cidade; além de deixar as bases da fundação, em breve, de uma escola de xadrez no Município com a parceria da APUSM, Prefeitura Municipal de Santa Maria e Ministério do Esportes. Na promoção de torneios e campeonatos, os números durante o mandato do general Jorge Boabaid conseguem serem ainda mais significativos: promoveu e realizou, junto com a APUSM, duas finais do Campeonato Brasileiro de Xadrez Rápido, duas finais do Campeonato Brasileiro de Xadrez Blitz , duas finais do Campeonato Gaúcho de Xadrez Absoluto, quatro Torneios Abertos do Brasil, Copa APUSM 50 anos, Taça Aniversário do Município de Santa Maria, além de outros mais de 40 torneios regionais ou “caseiros”, como ele costuma dizer, ao longo

destes últimos quatro anos. Em média, ele participou da realização de quase que uma competição por mês desde 2014, sendo que muitas delas com a participação de consagrados enxadristas destes lados do mundo. Um bom exemplo do alto nível das disputas enxadrísticas realizadas em solo santa-mariense é o Torneio Aberto do Brasil – Aniversário de Santa Maria de 2015, que desde então é considerada como uma das competições oficiais mais fortes deste esporte realizadas na cidade. Participaram nada menos, nada mais, que um Grande Mestre Internacional, três Mestres FIDE, o então campeão brasileiro de Xadrez Rápido e cinco ex-campeões gaúchos absolutos, além do então campeão e de outros 57 destacados

enxadristas vindos das mais variadas regiões. Outro ponto de excelência na gestão de Boabaid a frente do xadrez santa-mariense foi o desenvolvimento do xadrez escolar, isentando menores de 18 anos e estudantes da taxa de inscrição de competições, promovendo a troca de experiência entre gerações, além de premiações separadas para estimular a categoria, assim como também ações similares para estimular o enxadrismo feminino da cidade. Já como enxadrista, o Candidato a Mestre pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE), Jorge Alberto Boiabaid, levou o nome da cidade, como também do SMXC e APUSM, para torneios importantes e conceituados como o Campeonato Mundial de Xadrez Amador (Grécia), Campeonato Mundial de Veteranos, Aberto Internacional de Gibraltar, Copa Latina em Buenos Aires, Copa Intercontinental em Montevideo, Campeonato Brasileiro Amador, Campeonato Brasileiro de Veteranos e Floripa Chess Open entre outros tantos que não caberiam nesta página. A direção da APUSM agradece ao general Jorge Alberto Durdes Boabaid pela parceria destes últimos anos, assim como a excelência do trabalho desenvolvido junto a Associação dos Professores no desenvolvimento e promoção deste esporte tão fascinante.

SMXC: O histórico do segundo clube de xadrez do Brasil e quase centenário em Santa Maria Os primeiros relatos da prática do jogo de xadrez em Santa Maria vêem do período da Revolução Farroupilha, quando um grande fluxo de imigrantes alemães se estabeleceu na cidade, provavelmente fugindo da violência do conflito que atingiu a região do Vale do Rio dos Sinos, local onde esta etnia se estabeleceu em solo gaúcho, logo depois da vinda da Europa, em 1824. Depois, em 1904, com a fundação da Fazenda Phillipson, em Itaara (então 4ª Distrito de Santa Maria), e o evento da primeira imigração organizada de judeus para o Brasil vindo da Europa Oriental, uma nova leva de enxadristas chegou ao Município, consolidando a região Central do Rio Grande do Sul como uma das pioneiras neste esporte no país. Tanto que, em 4 de setembro de 1921, foi fundado o Clube de Xadrez Brasil, tendo como seu primeiro presidente o professor João Belém; Carlos Cini, Raul Miranda e Silva e Cícero Jacinto Barreto como vices; Homero

Miranda como tesoureiro e Otacílio Engler como adjunto; Afonso Holtermann como secretário; Domingos Ribas, José Albuquerque, Rodolfo Seibel, Alcides Roth, Bernardo Burkinsky e Tasso Belém como diretores. Este clube, que tinha suas atividades na casa do professor João Belém (localizada no início da João Belém Avenida Rio Branco e hoje tombada como Patrimônio Histórico de Santa Maria), é considerado o segundo clube de xadrez de todo Brasil, perdendo cronologicamente somente para o São Paulo Xadrez Clube, que tem data de fundação em 1903. Consta que, depois de desativado devido a morte de seu primeiro presidente e fundador, em 1944, os remanescentes se transferiram para residência do sócio Lotário Uhr, onde permaneceram até meados dos anos 1960, quando se

transferiram para uma sala no tradicional Clube Caixeiral de Santa Maria. Nos final dos anos 1970, nova transferência de local. Desta vez em busca de um lugar mais silencioso e apropriado para a prática do esporte, devido a grande movimentação de pessoas e das mais diversas e concorridas atividades na sede do Caixeiral, considerado, então, o clube da moda daqueles tempos. O local escolhido foi o Clube Comercial de Santa Maria, localizado na Praça Saldanha Marinho, onde foi estabelecida uma parceria, já então com o nome de Santa Maria Xadrez Clube. É desta época os maiores títulos no xadrez da cidade (entre eles, dois vice campeonatos gaúchos, campeonato gaúcho por equipe, dois campeonatos gaúchos interclubes e vice campeonato brasileiro por equipes e Vice Campeonato Brasileiro

de Veteranos, entre outros) que culminaram com a conquista do Campeonato Brasileiro Juvenil de 1983, pelo enxadrista santa-mariense, Ivan Boere de Souza, hoje Mestre FIDE e também sócio e diretor jurídico do SMXC. Com a decadência administrativa do Clube Comercial, por volta do início dos anos 2000, os enxadristas santa-marienses foram desalojados para aluguel de sua sala e rodaram por vários cafés, bibliotecas e livrarias de Santa Maria, onde promoviam seus encontros e competições. Em 2010, o Sebo Café recebeu em suas dependências uma nova geração de jogadores de xadrez e um novo ciclo de desenvolvimento neste esporte teve inicio na cidade. Este ciclo foi consolidado, em 2013, quando o Santa Maria Xadrez construiu uma parceria com a APUSM e começou a promover torneios e competições com mais assiduidade, sempre com número crescente de participantes.


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Artigo

Altamira - da ingenuidade à decadência Fotos divulgação/APUSM

*Eloisa Antunes Maciel

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ma reflexão sobre causas e efeitos da marcha para o leste. Início dos anos setenta. O pais ainda estava sob a vigência do Regime Militar instaurado nos anos sessenta. A época era marcada por uma propalada euforia sobre o papel da Rodovia Transamazônica no “desbravamento” da região reconhecida como sendo de extrema carência de apoio sócio-cultural – este presumido como vetor eficaz para a promoção – ou pelo menos- o “arranque” eficaz ao desejado desenvolvimento dessa desprovida região do país. E as iniciativas otimistas (embora flagrantemente ingênuas) foram objeto de incipientes iniciativas por parte de alguns setores de universidades como a UFRGS (RS) e a USP (SP). E as cogitações – iniciadas por convites a especiais a concluintes dos cursos em nível de Mestrado e Doutorado se somavam à disposição de professores efetivos dessas instituições – os quais se dispunham a atender determinado convite dos governadores de Rondônia e outros territórios, compartilhando o objetivo de prestar assistência (preparo/ treinamento a professores desses territórios) ante a possibilidade de capacitá-los – minimamente – a contribuir para a realização do sonhado desenvolvimento sócio - educativo da população dessa área em “descoberta e expansão”, presumida futuro núcleo de desenvolvimento do extremo norte do País... Essa cogitada atuação, portanto, seria um impulso positivo a que os territórios viessem a prestar uma assistência continuada a essa então denominada “iniciativa pioneira”- considerada como promissora e altamente compensadora... Como eu estava finalizando os créditos do Mestrado a que estava vinculada, aceitei o convite – não sem ponderar sobre o que me seria atribuído em termos contribuição e desempenho junto aos futuros agilizadores de um processo ativo e permanente do pretendido desenvolvimento da então considerada “célula promissora” desvelada pelo avanço da Transamazònica – a pequena localidade denominada Altamira

- situada à margem esquerda da rodovia em perspectiva... Nosso destino foi Porto Velho, capital do então Território Federal de Rondônia. Coube aos professores convidados (sem vínculo funcional com a universidade, entre os quais eu me incluía) firmar um compromisso com um professor efetivo da sua área de atuação, o qual assumia a condição de “tutoria” do convidado, devendo acompanhar, avaliar e, se necessário, redimensionar o foco de atuação do tutorado. Minha tutora foi eficaz, discreta e incentivadora de minha atuação. Desenvolvi minhas atividades sem entraves ou dificuldades inerentes à função. Nosso coordenador geral, sempre atento, mantinha diálogos freqüentes com toda a equipe e se colocava à disposição de cada um, em particular. Sua experiência em atividades de extensão, ao longo dos anos, o capacitara a exercer com mestria essa função.

Permanecemos em Porto Velho cerca de um mês, sendo que nossa atuação se estendia ao período noturno, em casos de necessidades evidenciadas. Findas nossas atividades, estivemos cerca de mais dois dias em Porto Velho, podendo dispor desse tempo para conhecer a realidade além do território, se assim o desejasse, desde que essa decisão fosse informada ao Coordenador. Foi o que fizemos – eu e um casal – professores efetivos da UFRGS – uma vez que os denais colegas pareciam haver esgotado seus trocados em lazer noturno diário – o que eu não tive chance de fazer, uma vez que minha carga horária era uma das maiores e geralmente se estendia ao período noturno. Decidimos alugar um táxi para percorrer o que eu denominaria de “esboço” da Rodovia Transamazônica. Nosso destino foi o núcleo de atuação que funcionava próximo à localidade de Altamira – uma espécie de “postão” de atendimento impro-

visado que atendia preferencialmente os então habitantes cessa localidade. Nossas surpresas se iniciaram tão logo o táxi atingiu o “leito” da rodovia em construção, barro denso, margens aparentemente semi-desmatadas, pequenos mamíferos assustados que pareciam fugir ao avistar a presença de “pessoas estranhas”... Enfim, chegamos ao “postão”. O atendimento da tarde estava a cargo de um grupo de jovens médicos paulistas – que como nós - acederam ao convite para colaborar em favor do então promissor projeto que objetivava a “redenção” do povo sofrido da região, particularmente da localidade de Altamira. Situações chocantes foram apresentadas à nossa reflexão:fatos lamentáveis segundo o relato de um dos jovens médicos: pessoas humildes, analfabetas e desinformadas – a maioria residente em Altamira – que, ao ouvirem diagnóstico diziam que não poderiam fazer tratamento algum, pois somente dispunham de tempo pra “trabaiá pra podê cumê”... E a um dentista da equipe, ante a sugestão de simples tratamento dentário, a chocante negativa somou-se a um inusitado pedido: “Debuie tudo, doutô” ´... E, ante a insistência paciente do dentista, a fuga disfarçada do local se fazia inevitável... Nossas ilações sobre as possíveis resultantes desses atos foram a um só tempo, dúbias e “proféticas”... Altamira, assim como outras comunidades semelhantes, poderia estar fadada a uma solerte decadência em termos de valores comunitários saudáveis... E sofrer o também solerte “assalto” de exploradores, como traficantes e outros aventureiros gananciosos, pois sua “chocante ingenuidade”, aliada ao analfabetismo (em todas as acepções deste termo) estaria a propiciar essa degradação também chocante... Lamentavelmente parece ser esta a realidade que atualmente é noticiada pela imprensa através de seus diversos canais. Lamentavelmente... *Eloisa Antunes Maciel é professora aposentada da UFSM e associada APUSM.


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Saúde

Célula-tronco vence o câncer

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ma vacina de célula-tronco conseguiu atacar tumores de mama, de pulmão e de pele em cobaias. A injeção também impediu que o câncer voltasse em animais que tiveram tumores removidos. O feito foi possível porque as células-tronco foram utilizadas para ensinar o sistema imunológico a lutar contra o tumor. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, foi publicado na “Cell Stem Cell” nesta quinta-feira (15). A célula-tronco que deu origem à vacina é do tipo pluripotente: células adultas que são reprogramadas para “imitar” células-tronco embrionárias e se diferenciar em outras células do corpo. No estudo, 75 ratos receberam versões da vacina. Desses, 70% rejeitaram completamente as células de câncer; já os 30% restantes, apresentaram células significativamente menores. Essa mesma eficácia, segundo o estudo, se repetiu nos cânceres de pulmão e de pele. Por que a célula-tronco foi eficaz - Antes dos testes, cientistas ve-

Foto: Rio Sugimura

O que são células-tronco

Imagem de células-tronco pluripotentes crescendo. Em laboratório, células adultas são ensinadas a se diferenciarem em qualquer tipo de célula

rificaram que células-tronco apresentam estruturas específicas (antígenos) que também estão presentes em células cancerígenas.

Com isso, hipotetizaram que essas células poderiam funcionar como uma vacina e ensinar o sistema imune a lutar contra o tumor.

Células-tronco têm o potencial de se diferenciarem em qualquer outra célula do corpo Essa habilidade tem possibilitado uma série de estratégias na medicina Assim, elas podem tanto substituir células doentes por outras mais saudáveis, quanto podem ser usadas para ativar o sistema imune do corpo (a estratégia do estudo) Fonte: Instituto Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS)/ Mayo Clinic (EUA)

Depois dos testes em cobaias, foi isso o que se verificou, dizem os autores: as células-tronco ativaram células T (de defesa) a reconhecer o tumor por meio de estruturas presentes em sua superfície. Com isso, o tumor foi entendido como um “invasor” e atacado. Os autores esperam que, no futuro, células da pele e do sangue de um paciente possam ser reprogramadas para habilitar o sistema imunológico a lutar contra o câncer.


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Saúde

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100 anos da Gripe Espanhola Mundo continua vulnerável

em anos depois da gripe espanhola, o mundo continua “muito vulnerável” a emergências de saúde. O alerta é do novo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. Ele assumiu o cargo há sete meses, mas apenas nesta quarta-feira, 7, concedeu em Genebra sua primeira entrevista coletiva. Em pouco mais de uma hora, repetiu de forma insistente que o cenário internacional é de “vulnerabilidade” Ele admite que sua entidade ainda não está 100% pronta para lidar com uma eventual nova pandemia e anunciou que quer criar uma força internacional de milhares de funcionários, médicos e enfermeiras que possam ser despachados para frear um surto caso ecloda uma nova emergência. “Estamos muito vulneráveis. A segurança na saúde é a mais difícil”, afirmou Tedros, que espera que cerca de 50 governos indiquem até maio quantas pessoas poderiam fornecer para esta força internacional. Tedros, ex-chanceler da Etiópia, afirmou que emergências passaram a fazer parte das prioridades da entidade. “Se algo ocorrer, nenhum país pode fazer as coisas sozinho”, disse. “Precisamos ter exército de saúde para que os países com condições possam ajudar”, explicou. “Uma força de reserva que possa agir, mas também treinar funcionários locais é o que eu quero implementar”, insistiu. Por seus cálculos, obter o compromisso de 50 países de que colocariam à disposição seus funcionários da área de saúde para uma emergência internacional já criaria um exército de “milhares de pessoas”. “A capacidade do mundo é enorme. Temos de mapear isso”, explicou. Tedros apontou que enviou uma carta a todos os governos pedindo que ofereceram seus funcionários e contou que, em alguns casos, recebeu respostas de que essa força poderia ser despachada em 48 horas. “É pela solidariedade que a próxima epidemia pode ser controlada”, disse. “Há cem anos, a gripe espanhola matou mais que a Primeira Guerra Mundial. Hoje, ainda estamos muito vulneráveis e por isso temos de estar atentos a emergências”, disse. Segundo o novo-diretor, essa força internacional ainda teria de realizar simulações, no mesmo estilo que exércitos fazem exercícios militares. Dentro da OMS, ele passou a

Foto: Reuters/ Denis Balibouse

Tedros ainda alegou que, apesar de o anúncio ter sido feito, a burocracia não havia completado a documentação necessária e, portanto, a escolha não era “oficial”. “Lamentamos”, disse, qualificando a reação internacional de “emocional”. O etíope, porém, disse que “prefere construir pontes”. “Confrontação e ódio não ajudam. Estou verdadeiramente preocupado com o mundo hoje”, completou. Fonte: Agência Reuters

O novo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, repetiu de forma insistente que o cenário internacional é de vulnerabilidade:” A situação é muito séria”

realizar reuniões diárias para avaliar insistiu que a forma mais eficiente surtos pelo mundo e um Conselho de ligar com o risco de emergências de Segurança de Saúde foi criado. é investir em prevenção e cobertu“Emergências passaram a ser um as- ra universal. “O que vemos muito sunto diário. Não podemos dar chan- é queda de recursos nessas áreas”, ce para um susto”, insistiu. “Estamos alertou. “Estamos vulneráveis e deincrementando nossa capacidade de vemos usar o que temos de forma mais eficiente”, disse. resposta”, disse. “No longo prazo, temos de criar Diariamente, ele agora recebe um informe global com todos os surtos e condições em cada um dos países, problemas no mundo, incluindo a fe- fortalecendo a saúde em cada país, bre amarela no Brasil. Antes, segundo prevenção e cobertura universal”, indicou. “Ninguém está seguro até que ele, o informe era apenas semanal. Na avaliação de Tedros, a OMS todos estejamos seguros”, disse. Credibilidade. Apesar de seus “ainda não está pronta”. Mas destacou que sua entidade conseguiu agir planos, Tedros iniciou seu mandato para controlar a praga em Madagas- com uma crise de credibilidade ao car, surtos em Uganda e a cólera em escolher Robert Mugabe, polêmico Mianmar. “Estamos ligados 24 horas ditador do Zimbábue, como embaipor dia, sete dias por semana. Não po- xador para a tuberculose. A reação demos deixar vácuo. Não era assim internacional diante do anúncio o antes. Temos um acompanhamento levou a cancelar a escolha. “Foi uma decisão foi tomada em em tempo real”, insistiu. Em sua avaliação, as emergências boa fé”, garantiu. “Alguns países indipelo mundo têm mostrado padrões caram que seria bom se ele fosse inpreocupantes. “A praga na África dicado, principalmente na África. Ele neste ano se comportou de forma pe- mostrou forte compromisso com o asrigosa. Começou antes do período de sunto”, justificou. transmissão tradiFoto: AP – National Museum of Health. cional e em novos locais. Foi mais fatal e agora sabemos que existe um maior estoque de bactérias no mundo”, disse, alertando que a crise pode se espalhar para outros países. Outra realidade é a resistência de vetores. “Isso também é uma ameaça e a situação é séria”, afir- Vítimas da Gripe Espanhola internadas em um hospital de emergência perto de Fort Riley, Kansas, Esmou. Tedros, porém, tados Unidos, 1918

Histórico de uma pandemia Completa-se neste ano o centenário da grande pandemia de gripe de 1918. Acredita-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas morreram em decorrência dela, o que representa nada menos do que 5% da população mundial da época. Houve 500 milhões de indivíduos contaminados pelo vírus. Um fato especialmente destacável foi a predileção da doença por tirar a vida de jovens adultos saudáveis, e não de crianças e idosos, que costumam ser os mais vulneráveis. Há quem a tenha qualificado como a maior pandemia da história. A catástrofe foi assunto de frequentes especulações ao longo dos últimos 100 anos. Os historiadores e os cientistas propuseram numerosas hipóteses sobre a sua origem, alcance e consequências. No Brasil o vírus vitimou em 1919 Rodrigues Alves, quinto presidente da República, no início de seu segundo mandato - ele não chegou a tomar posse. Por aqui se estima que a gripe espanhola tenha matado em torno de 30.000 pessoas, trazido ao país por navios vindos de Portugal com doentes europeus. Uma curiosidade: Em 1918, o mundo vivia sua Primeira Grande Guerra e os principais países beligerantes faziam o possível para evitar qualquer estímulo moral aos seus inimigos. Então, na Alemanha, Áustria, França, Reino Unido e Estados Unidos a informação sobre o alcance da doença foi censurada. Já a Espanha, que era um país neutro no conflito, não precisava ocultá-la. Isso produziu a falsa impressão de que esse país europeu foi o mais castigado. Na verdade, a origem geográfica da gripe continua sendo motivo de debate, embora diversas hipóteses apontem para o leste da Ásia, a Europa e inclusive o Kansas.


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Os mais de 70 convênios APUSM

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APUSM vem há tempos trabalhando na busca de parcerias para oferecer aos seus associados uma grande variedade de vantagens e benefícios nos mais diversos setores da economia. Alguns, praticamente, essenciais para termos um mínimo de segurança nestes tempos tão imprevisíveis que vivemos, como o atrativo Plano de Saúde Estadual pela Unimed Santa Maria, uma conceituada e especializada assistência jurídica através da Wagner Advogados Associados e a contratação de apólices de seguro com custo diferenciado junto a Conteg. Na verdade, já são mais de 70 empresas e profissionais liberais que compõem a carteira de convênios da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria, todas com vantagens, descontos, benefícios ou

Foto reprodução internet

vantagens especiais oferecidas para o associado, sendo que a única condição para usufruir de todos eles é apresentar a sua carteira social da APUSM. São trinta convênios na área de saúde, dez em serviços diversos, sete hotéis, cinco no setor de alimentação, quatro escolas de idiomas, quatro estéticas e três no setor de peças e consertos automotivos, além de assistência jurídica, plano de saúde

estadual e uma operadora de seguros. Confira na página 23 (ao lado), todos os 70 convênios e parcerias disponibilizadas ao associado.


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Convênios Saúde Consultório Psicológico Carla A Stork Telefone: (55) 99161.0602 Descontos 30% para associados. Fisioterapeuta Marcelo Carvalho Pozza Telefone: (55) 99989.3099 Descontos 20% somente para acunpuntura e quiropraxia. Reni Farmácias Telefone: 0800 510 1933 / (55) 3223.1930 Segunda–feira genéricos até 70% Quarta-feira: manipulados até 70% Sexta fazendo teste de glicose ganha verif. Pressão

EKOAUDIO Aparelhos Auditivos Telefone: (55) 3028.3815 Descontos 50% consultas e exames, e 10% aparelhos Matheus Bortolaso Odontologia Telefone: (55) 3033-0056 20% de desconto para associados. Débora Lima Rios - Especializada em Ortodontia Telefone: (55) 3221-3589 15% de desconto para associados. Gleidson Fernandes Rodrigues Odontologia Telefone: (55) 99715.9003 30% de desconto para associados.

Delínea – Pilates e Atividades Físicas Telefone: (55) 3317.0493 Descontos 10% para associados.

Caroline S. Sperandio Odontologia Telefone: (55) 3025-1005 5% a 15% de desconto para associados.

Centro Clínico Camobi Telefone: (55) 3226.6571 10% a 20% de desconto para associados e familiares

Nutricionista Franciele Sartori Telefone: (55) 3225-4066 30% de desconto para associados.

Laura Weber – Fisioterapia, RPG e Pilates Telefone: (55) 99608.0048 *Desc. 10% para associados APUSM (consulte)

CIRE-Centro Integrado de Reabilitação e Exercícios Telefone: (55) 3347-4123 15% em fisioterapia e atv. físicas e 10% em Pilates.

Consultório Psicológico de Juliana Martins Telefone: (55) 99114.9919 *Desc. 30% de desconto nas consultas e atendimentos

Manoelita Santos - Psiquiatra e psicoterapeuta Telefone: (55) 3221.2110 Descontos 40% para associados.

Andréa Machado - Psicóloga Telefone: (55) 99133.9633 Desc. 50% de desconto nas consultas e atendimentos

Estética

Mariane Noal Moro: Pilates e massagem Telefone: (55) 3025.2216 Descontos de 5% a 15% para associados.

Vanis Cabelereiros Telefone: (55) 3317.1999 Desc. 10% para associados APUSM

Colchão Inteligente Telefone: (55) 3317.2442 Descontos 15% à vista e 5% a prazo.

Beleza Ville Telefone: (55) 3347.1113 Desc. 10% para associados APUSM

Dr. Luciano Ceron – Dentista Telefone: (55) 3225.3123 Desc. 10% para associados APUSM

Adriana Stiler Bohrer - Estética e Cosmética Telefone: (55) 99680.0043 Desc. 15% para associados APUSM

Stefani Brondani – Nutricionista Telefone: (55) 99948.3060 10% de desconto.

Bella Forma Centro Estético & Cosmético Telefone: (55) 3217-5450 Desc. 3% para associados APUSM

Nova Derme – Farmácia de manipulação Telefone: (55) 3026-7340 Desc. 15% para associados APUSM. Perfil Odontologia Telefone: (55) 3025.1005 Desc. 5 a 15% para associados APUSM Diego Gonçalo Gomes - Psicólogo Telefone: (55) 99167.7797 Descontos 30% para associados. Clínica Kowalski Odontologia Telefone: (55) 3026.2962 Descontos 10% para associados. Andréa HOME CARE – Psicóloga Telefone: (55) 99133.9633 50% de desconto para associados. Bruna Scherer Lorenzoni – Fisioterapeuta Telefone: (55) 99913.1842 10% de desconto para associados. Alessandra Camponogara Odontologia Telefone: 55) 3028-9989 40% de desconto para associados. Oral Bella Odontologia Telefone: (55) 32264884. - 10% a 40% de desconto.

Escolas de idiomas

Serviços diversos Cheia de Graça Telefone: (55) 3025.3545 Desc. 10 a 15% para associados APUSM Nação Verde Telefone: (55) 3307.2226 10% descontos para associados. Stoika Training System Telefone: (55) 3217.8837 10% descontos para associados. Wagner Advogados Associados Telefone: (55) 3026.3206 *Desc. especiais para associados APUSM Sicredi Telefone: (55) 3026.0198 *Condições especiais para associados APUSM Cia Todo Dia Telefone: (55) 3307.4661 Descontos 10% para associados APUSM. Centro Óptico Fone: (55) 3307.1337 20% de desconto à vista e 10 % a prazo. Gaiger Telefone: (55) 3026.0022 Descontos de 18% nas compras à vista e 5% no crediário. Ótica Silvio Joalheiro Telefone: (55) 3221.6204 Ótica 20% à vista e 10% a prazo, e Joalheria 15% e 10% a prazo Restaurante Sharong Telefone: (55) 3307-2238 10% de desconto Única Jóias Contemporâneas Telefone: (55) 3026.9589 ou Whats 99698.4959 SZ Rações Telefone: (55) 3217.3472 ou 99644.9940

Hotéis Lar Residence - Porto Alegre/RS Fone/Fax: (51) 3226.6126 30% de desconto (tabela de balcão)

Up-Escola de Idiomas Telefone: (55) 3025.6217 Desc. 10% de descontos em qualquer de seus cursos

Holiday Inn - Porto Alegre/RS Telefone: (51) 3378.2727 20% de desconto todo ano

Curso de Inglês CNA Telefone: (55) 3028.0050 Desc. 10% para associados APUSM

Dall´Onder Hotéis (Bento Gonçalves - RS) Grande Hotel Telefone: (54) 3455.3555 Vittoria Hotel Telefone: (54) 3455.3000 Desc. 20% para associados APUSM

Wizard Escola de Idiomas Telefone: (55) 3222.2293 Descontos de 20% para associados da APUSM KNN Idiomas Telefone: (55) 3223.0058 Descontos de 30% nas mensalidades

Comidas Empório dos Cupcakes Telefone: (55) 99663.8366 Descontos de 5 a 10% para associados. River’s Grill e Restaurante Telefone: (55) 3347.2019 Desc. de 10% para associados APUSM

Fernando S. Molon – Psicólogo Telefone: (55) 99913.1842 - 30% de desconto.

Santo Garden - Restaurante Telefone: (55) 3027.7898 Descontos 15% para associados.

Mariéle Pasetto - Psicóloga Telefone: (55) 99910.7454 Descontos 50% para associados.

Eleven Burger Telefone: (55) 99124.0288 Descontos 10% para associados.

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Hotel Jandaia - Santana do Livramento/RS Fone: (55) 3242.2288 Desc. especiais para associados APUSM Hotel Continental Santa Maria - SM Telefone: (55) 3028.7070 Desc. especiais para associados APUSM CURI Palace Hotel - Pelotas Telefone: (55) 3028.7070. Desc. 10% para associados Hotel Business Center Beira Rio Telefone: (55) 99969 2763. Desc. especiais para associados.

Automotivo Lavagem Zero Grau Fone: (55)99998.2050 / 99902.4477 10% de desconto para associados APUSM Unidas – Aluguel de carros Telefone: (55) 99641.8888 10% de desconto para associados APUSM RACERPOINT Telefone: (55) 3227-7377 10% em produtos e até 50% em instalações


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