Jornal da APUSM Outubro 2013 - Ano 46 No 09

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Fundada em 14 de novembro de 1967

Foto Imprensa APUSM

Periódico mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria SANTA MARIA| RS| BRASIL

ANO 46 Nº 09

OUTUBRO 2013

Coral arrebata plateia do Treze de Maio

Página 10 Evento

Memória

Inscrições abertas para o I Bazar de Natal Página 6

Pioneiros

Neli Brum de Lima relembra a fundação da APUSM Página 8

Xadrez

Os 70 anos de Medicina do Dr. Motti Página 14

Final do Campeonato Gaúcho será em SM Página 17


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EDITORIAL

ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DE SANTA MARIA

A mulher na profissão

Fundada em 14/11/1967

Av. Nossa Senhora das Dores, 791 CEP: 97050-531 - Santa Maria/RS Fone/Fax: (55)3223 1975 ou (55) 32214856 www.apusm.com.br

Competência, igualdade e reconhecimento profissional marcam o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho. Muitas barreiras foram quebradas e muitas ainda deverão ser transpassadas, porém, o objetivo foi conquistado, a mulher está exercendo a profissão escolhida com responsabilidade e determinação. Em pesquisas realizadas os números mostram o retrato do avanço da força feminina. Elas representam 30% dos cargos executivos e se aproximam de 50% em áreas como recursos humanos, relações públicas, administração e finanças. A participação da mulher nas grandes e pequenas empresas, nos escritórios, nas universidades, enfim, em todos os cargos, nos últimos anos teve uma expansão galopante em todo mercado de trabalho e em todas as profissões. As profissionais, hoje, encaram a dupla jornada de trabalho com mais naturalidade e em muitos lares a divisão de tarefas também é uma realidade cada vez mais comum. Neste mundo competitivo, a luta pela igualdade, a disputa pelo cargo, a necessidade de uma remuneração justa, muitas vezes deixam a profissional temerosa do rumo a tomar. Não se pode esquecer que o homem foi educado com obrigação de disputar, vencer e tomar decisões. A mulher, por sua vez, como não recebeu esse compromisso e só tem uma alternativa: modificá-lo com sua atuação, competência e ousadia. Mulheres! O momento é de conquista. Não somos vítimas e nem heroínas. Somos profissionais disputando passo a passo uma fatia neste mercado grande e promissor. E, o mais importante em uma época de tantas transformações, mudanças e avanços tecnológicos, de nada adianta chegar ao topo do mundo e se esquecer de sua saúde. Portanto, o outubro é rosa, vá ao médico, faça exames regulares. A prevenção é o melhor tratamento e o diagnóstico precoce faz toda a diferença.

E-mail: apusm@terra.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Tania Moura da Silva Vice-Presidente Jesus Renato Galo Brunet 1º Vice-Presidente Ony Lacerda da Siva 1º Secretário Quintino Corrêa de Oliveira 2º Secretário Darcila Dela Canal Castelan 1º Tesoureiro Renato Ilo Londero 2º Tesoureiro Luiz Antônio Rossi de Freitas

CONSELHO DE CURADORES Titulares

Ivan Henrique Vey Waldyr Pires da Rosa Etevaldo Vargas Porto Suplentes

Antônio Motta Flores Antônio Roberto Bisogno Saul Eduardo Seiguer Milder

JORNAL DA APUSM Informativo mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria - Fundado em 30/03/1971.

Tania Moura da Silva Presidente da APUSM

Novos associados

Supervisão Geral

Gaspar Miotto

Nos mês de setembro, a APUSM recebeu 23 novos associados, sendo a grande maioria da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. Aline Bin - UFSM Carine Martins Barcellos - UFSM Carlos Alberto Deconto - UFSM Cristiane Pedrazzi - UFSM Edineia Filipiak - UFSM Emerson Martins Silva - UFSM Fernanda de Castilhos - UFSM Francini Feversani - UNIFRA/FADISMA Gerson Luis Flores de Lima - UFSM Gustavo Orione Puntel - UFSM Helena Sebastiany Coelho - IFF-SANTA MARIA Jeann Carlo Martins Raguzzoni - UFSM Joselaine Rigue da Silva - UFSM Luiz Carlos Carneiro Pereira - HUSM

Magda Teresinha Marques de Moraes - UFSM Maria Lucia Viana Cardoso - IFF-SANTA MARIA Miquela Piaia - IFF-SANTO AUGUSTO Paulo Cesar Zanini de Castro - UFSM Paulo Ricardo Tavares da Silveira - UFSM Rafael Marcelo Soder - UFSM Raquel Lunardi - IFF-JULIO DE CASTILHOS Rodrigo Belmonte da Silva - IFF-SAO VICENTE DO SUL Rodrigo Goettems da Silveira - UFSM Rosalvo Luis Sawitzki - UFSM Sara Spolti Pazuch - UFSM-CESNORS Silvia Beatriz Santos da Silva - UFSM Sirlei Rigodanzo Koslowski - IFF-PANAMBI

Jornalista Responsável

Ricardo Ritzel MTB: 12773 Fone: (55) 3221-4856 Ramal 25 jornal@apusm.com.br Diagramação

Gilseone Rosa de Moraes Revisão

Professora Celina Fleig Mayer Professor Arlindo Mayer Tiragem

3.000 exemplares O Jornal da APUSM aceita a colaboração da Comunidade Universitária

Acompanhe as notícias pela página da APUSM ou pelo facebook. Para receber nossas notícias por e-mail, mantenha o seu cadastro atualizado.

* Caso queira atualizá-lo ou mandar alguma sugestão envie um e-mail para: jornal@apusm.com.br

Distribuição gratuíta e dirigido aos associados


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A medicina preventiva e a qualidade de vida

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Medicina Preventiva da Unimed Santa Maria tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida de seus usuários através de vários programas elaborados para os mais diversos perfis de saúde. O Programa de Telemonitoramento de Crônicos para beneficiários de planos assistenciais surgiu com a finalidade de facilitar a orientação aos pacientes e garantir uma boa qualidade de vida. O programa consiste em, através do telefone, um profissional de Enfermagem orientar e educar em saúde os pacientes crônicos que não necessitem de atendimento domiciliar e que possuem atividade de vidas normais. Esse programa é focado na Diabete Mellitus, Hipertensão Arterial, Oncologia e Obesidade. Outro programa da Medicina Preventiva da Unimed Santa Maria é o Questionário de Avaliação das Condições de Saúde que, estabelecendo o perfil, estado de saúde, hábitos de vida e as reais necessidades de cada um dos usuários, atua de forma proativa com ações focadas na melhora da sua qualidade de vida. Com esse acompanhamento, o usuário terá um cuidado mais adequado e contínuo, resultando, além de todos os outros ganhos em saúde,

DIABETES

Conforme diretrizes da sociedade brasileira de diabetes, 2009: DIABETES não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia (aumento da glicose no sangue) a qual é o resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina (feita pelo pâncreas) ou em ambos. Palestra sobre Diabetes: Dia: 20 de novembro de 2013 Hora: 18h Local: Salão Cultural da APUSM Participação Gratuita

numa utilização mais racional do seu plano. E isso poderá determinar um custo mais favorável, com reais benefícios financeiros. Nesse contexto, é possível instituir um novo conceito de Unimed Cuidadora, tornando a Unimed cada vez mais um plano de saúde e não de doença.

Contato Para mais informações entre em contato com a Medicina Preventiva Telefone: (55) 3220-0500 E-mail: medicinapreventiva@unimedsm.com.br Endereço: Rua Silva Jardim, 1031, B. Rosário, Santa Maria


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Em dezembro, tem Bazar de Natal na APUSM

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epois de dominar o fogo, praticar a agricultura e inventar a roda, criar um local para trocar mercadorias, alimentos e ferramentas, foi a ação decisiva para o homem, de fato, começar a se tornar civilizado. E isso foi feito. A humanidade havia criado o mercado e, a partir daí, o processo civilizatório foi de vento em popa. Afinal, pessoas dos mais diversos lugares tinham que conviver juntas, em um mesmo local, para fazer comércio e suprir as suas casas e famílias. E com todas as suas diferenças. Não é a toa que os resquícios das cidades mais antigas do mundo são locais onde as pessoas se encontravam para trocar mercadorias. Entrepostos comerciais que atraiam gente de toda parte e, como consequência, culturas, tradições, produtos e experiências distintas. O mais famoso e, provavelmente, o mais antigo de todos e até hoje em atividade é o Grande Bazar do bairro histórico de Eminönü, Istambul, na Turquia. Aberto em 1461, é muito conhecido principalmente pela joalharia, cerâmica, especiarias e tapetes. Tem mais de 60 ruas cobertas, milhares de lojas e é frequentado por 250.000 a 400.000 pessoas diariamente. Um pouco desses tempos primordiais

da humanidade pode ser encontrado nos famosos e tradicionais bazares do Oriente Médio. Bazares são aqueles antigos mercados cobertos encontrados nas áreas de influência islâmica entre o Norte da Africa, Turquia, Iraque, Iran e Península Arábe. A palavra vem do persa bāzār que, por sua vez, deriva do pahlavi baha-char, que significava “o lugar dos preços”. Enfim, em um bazar podem ser encontrados os mais variados e diferentes tipos de produtos, pinturas, tecelagens, artesanatos, assim como, também, objetos inusitados, antigos, exóticos e, porque não, a preços mais baixos? E é este o espírito do I Bazar de Natal, que acontece no Salão Cultural da APUSM nos próximos dias 9, 10 e 11 de dezembro. A ideia é conviver, conversar, reencontrar e, ainda, vender ou trocar mercadorias, objetos artísticos, produtos e habilidades. Ou seja, se você tem talentos, seja de artes plásticas, culinária, artesanato, tecelagem ou jardinagem, a APUSM está te convidando para expô-los na sede da Associação. Vale também para quem tem antiguidades, discos de vinil, filatelia, moedas e tudo mais que um bom bazar pode oferecer. E tudo isso no início de dezembro, mês das celebrações natalinas, dos presentes, das

festas, das ceias e das confraternizações. A exposição, trocas e vendas do Bazar de Natal da APUSM acontecerão, sempre, das 15h às 20h, nos três dias do evento. No encerramento da programação, o Coral da APUSM fará uma apresentação

especial para expositores, associados e visitantes. As inscrições para o I Bazar de Natal da APUSM são gratuitas e podem ser feitas com Micheline Naissinger no Setor de Eventos ou pelo telefone (55)3221-4856.

O jantar festivo musical reuniu um grande número de associados, oriundos das mais diversas instituições de Ensino Superior de Santa Maria e região

Com um jantar festivo e musical. Assim foi o encontro em comemoração ao Dia do Professor que aconteceu na última sexta-feira, dia 11, na sede da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria. O evento reuniu um grande número de associados, oriundos das mais diversas instituições de Ensino Superior da cidade. Na oportunidade, a presidente da APUSM, Tania Moura da Silva, ressaltou que o progresso e o desenvolvimento de um país, assim como o bemestar de seus cidadãos, sempre passam pela educação. “Quem ensina merece ser destacado. Todas as áreas da ciência e as mais diferentes profissões estão diretamente vinculadas ao trabalho daqueles que ensinam. Por isso, obrigada professor por fazer do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento,

uma alegria, uma realização pessoal e profissional”, salientou a presidente. Ela também destacou que a homenagem se estendia aos funcionários públicos e às crianças pela proximidade das suas datas comemorativas e, finalizando o seu discurso, fez um agradecimento especial à Comissão Social e Cultural da entidade que preside, composta pelas professoras Darcila de La Canal Castelan, Iara Ethur, Sirlei Dala Lana, Leni Lourenço, Marlei Rodrigues, Veronica Monte e Marlene Noskoski, pela organização da festa. A comemoração dos professores teve a assinatura do Maffi Buffet, a música ao vivo esteve sob a responsabilidade de Nilton Nascimento, a decoração foi de Micheline Naissinger e a recepção dos convidados esteve a cargo de Fabiane Pozzatti e Jane Tambara.

O mais famoso e, provavelmente, o mais antigo de todos e até hoje em atividade é o Grande Bazar do bairro histórico de Eminönü, Istambul, na Turquia

Celebrando o Dia do Professor na Associação


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APUSM: Por que? Como? Quando? Onde? Com Quem? *Noli Brum de Lima

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aspar, tu conheces minha formação. E sabes que estou sempre à procura do princípio primeiro: a razão primeira de tudo e, inclusive, as razões que me levaram à filosofia, à UFSM, à APUSM e, agora, à Paris. Para encontrar respostas ou, ao menos, pistas, seria preciso voltar à minha infância, minha família, minha gagueira e meus sonhos de piá. Fui gago até os 11 ou 12 anos de idade. Daí que meu maior sonho era falar sem gaguejar. Imaginava-me falando como os outros. E, nos momentos de delírio, me imaginava falando em público … Meu segundo sonho era conhecer Paris. Por que? Porque Paris é a Cidade Luz !!! Ouvi esta afirmação lá pelos nove ou dez anos de idade. Criança, tu sabes, não duvida das informações dos adultos. Por isso, acreditei. Só não atinava como isso seria possível pois, naquela época, eu não conhecia energia elétrica … e sabia que com velas ou lampiões não seria possível iluminar uma cidade grande. Como, então, entender a existência de uma Cidade Luz? … De dia, Santa Rosa também era cidade luz, por causa do sol. Mas e de noite? … Depois de muita cogitação, o que me salvou foi o pensamento mágico: “Vai ver que o solo onde Paris foi construída é mágico: quando o sol se põe, da terra vem luz”. Pois bem, minha mãe, analfabeta, era neta de uma índia. Sua religião era uma mistura de crendices locais mais o catolicismo. Entre as crendices, havia diabos, alma penada, lobisomem, fantasmas e a “Negra Véia”. Todos estes seres detestam a luz. Por isso, durante o dia, se escondem em cavernas, grotas e porões escuros. E, quando o sol se põe, saem de seus esconderijos, sedentos e famintos. O que eles mais gostam é dos gurizinhos e guriazinhas por causa da carne que é mais tenra e o sangue, mais puro. Por isso, antes do por do sol, entrávamos todos para casa. Mas em Paris, mesmo de noite, a gente podia brincar fora ... Uau! Há quem diga que uma vida bem sucedida é aquela na qual se realizam os sonhos de criança. Mas há quem diga que só saberemos se uma vida foi bem sucedida no último momento. Pois até lá, muita água pode rolar. Meu terceiro sonho era dormir à vontade: nosso pai nos tirava da cama às 06:00 da manhã. O quarto sonho era ler sem ser interrompido. O quinto era que ninguém viesse me inticar: puxar conversa, fazer perguntas, pedir para escrever sobre a Apusm … Adolescente, dada a pobreza em que vivíamos, sonhei com uma sociedade justa, igualitária, onde os bens fossem comuns e os ricos não humilhassem os pobres. Foi

ciação dos Professores Universitários de Santa Maria. E fez isto em uma época muito conturbada da história brasileira, logo após o golpe militar de 1964. Coube ao nosso supervisor de comunicação, professor Gaspar Miotto, a tarefa de instigar o nosso

ilustre colaborador deste mês que, atualmente, vive na França, mais precisamente em Paris. A resposta veio, via e-mail, poucos dias depois, a qual, abaixo, transcrevemos na íntegra pelo seu valor histórico e, é claro, humano. Boa leitura!

Foto Arquivo APUSM

Em novembro, mês do aniversário de fundação da APUSM, o convite para o professor Noli Brum de Lima escrever um artigo para nosso jornal foi inevitável, para não dizer irresistível. Afinal, Lima foi um dos idealizadores e também o primeiro presidente da Asso-

O professor Noli Brum de Lima é idealizador e fundador da APUSM, assim como também foi seu primeiro presidente

assim que, em Porto Alegre, acabei fazendo parte de uma célula do PC, fui sócio do “Instituto Cultural Yuri Gagárin” e acabei ganhando uma Bolsa para estudar na Universidade Patrice Lumumba, de Moscou. Estava me preparando para viajar quando ocorreu o golpe militar de 64. Foi nesse ano que me mudei para o Seminário Máximo Palotino, onde me converti ao catolicismo e concluí o curso de filosofia, em 1965. Em 66 fui contratado para a disciplina de História da Filosofia Moderna e, em 1967, me tornei chefe do Departamento de Filosofia. Cristão novo, cheio de entusiasmo, pensei em criar uma associação de professores “católicos”!!! … Falei com o Pe. Achylle e ele me sugeriu organizar um seminário, como chamarisco. E sugeriu-me o assunto: “Natureza e função da Universidade e do Professor Universitário”. O seminário foi realizado no Colégio Marista, esquina da Floriano com a Niederauer, à noite, de segunda à sexta. Esperávamos, no máximo, 30 participantes. Por isso, colocamos 30 cadeiras. Vieram mais de 100 … E houve muitas queixas: “É por isso que esse país não vai

para a frente: não tem organização”! Mas o seminário foi muito bom e o público, fiel. Na penúltima noite, após a conferência, nos debates, eu perguntei: “O que deveríamos fazer para continuar nos encontrando e debatendo assuntos de nosso interesse?” Daí, o Prof. Ethur, da Tecnologia, sugeriu a criação de uma associação. No dia seguinte eu fui escolhido para compor um grupo que pensaria a organização dessa entidade. Quem mais me ajudou nessa tarefa foi um médico, professor de anatomia: Dr. Roberto Dulor Teixeira, que acabou morrendo num acidente de ônibus da Planalto, em São Sepé. Ele me ajudou a organizar um questionário que foi apresentado a todos os professores da UFSM. Desejávamos definir quais deveriam ser os objetivos de uma Associação de professores. Visitei todos os departamentos e entreguei um número suficiente de questionário. Alguns dias depois fui buscar as respostas: não chegaram a 100. Como ninguém falou em religião, botei a viola no saco e segui as sugestões. A resposta que mais chamou a atenção foi a do Dr. Wilson Aita, diretor do Centro de Tecnologia: era a mais completa e representava uma síntese

das opiniões recebidas. Nesta primeira fase, os professores da Odontologia foram os que mais ajudaram: David Mikalauscas (1° Secretário), Ermeto Meller, Ney Mutti e outros. Foi o Dr. Dulor Teixeira quem sugeriu o nome e a sigla de nossa associação. Tinha e tenho muita admiração por ele. Foi um motivador incansável. Sem ele, sei não! Esse cara merece uma placa. Para redigir o estatuto, como modelo, usei o Estatuto da Aliança Francesa de Santa Maria. Fui eleito presidente. E o vice foi um advogado, o Dr. Gilberto Niederauer Correa. Por causa do regime militar, houve poucos interessados em se associar e, como eu estava na mira dos milicos, em 1968, me mandei para … Paris. O Gilberto assumiu e registrou a APUSM, no Cartório Garcia ... pagou as despesas de seu próprio bolso. Não fosse ele, talvez, não estivéssemos tão felizes e orgulhosos agora. No fim de meu mandato tínhamos apenas uns 30 associados. Com o Tabajara Chaves Costa passamos a 126. E com o Arlindo Mayer passamos de 400. Foi só na primeira Greve Nacional de Professores que o número de sócios passou de 800. O resto vocês sabem. Agora, Gaspar, uma observação sobre a memória. Em geral, a concebemos como uma espécie de baú onde guardamos nossas lembranças. Mas, na realidade, ela se parece mais a um laboratório onde as combinamos: apagamos coisas desagradáveis, salientamos eventos heroicos, etc. Por isso, apesar de acreditar no que escrevi acima, não tenho a total certeza de que os acontecimentos foram os que descrevi ... Sou um discípulo de Montaigne: acredito na existência da verdade mas não em nossas condições intelectuais para atingi-la … Sobre minha desilusão com o marxismoleninismo, a melhor síntese (que não fui capaz de escrever), a encontrei numa obra de Edgar Morin. A traduzi e enviei para meu filho mais velho, o Marcelo, que faz doutorado na UFRGS, em sociologia. Daqui a pouco vou enviá-la para ti. Meu agradecimento ao Quintino por não ter pedido o que pediste. E, para ti, a gentileza de respeitar minha sozinhês. Grande abraço, Noli. PS: A palavra “SOZINHÊS” foi inventada pelo Prof. Enio Tonini, da Extensão Rural. Significa o prazer de viver só. Não tem o peso desagradável do conceito de solidão. Eu sei que não adianta explicar, pois até uma amiguinha, de 11 anos de idade – pela qual me apaixonei – ao partir de Paris, chorava pelo fato de eu viver só … *O professor Noli Brum de Lima é fundador da APUSM e também seu primeiro presidente

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A Biometria chega aos colchões Cristiano Motta

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ma boa noite de sono passa por um bom colchão, pois o relaxamento dos músculos da coluna vertebral sobre um colchão só ocorre de fato quando ocorre um adequado alinhamento do nosso corpo. Do contrário, o desconforto estará presente obrigando-nos a muitas mudanças de posições durante o repouso. Este número de mudanças exagerado impede nosso cérebro de atingir o sono profundo e exige de nossos músculos um esforço muito grande. Consequentemente, acordamos física e mentalmente cansados. O mercado de colchões sempre foi carente de dados técnicos- científicos que pudessem evidenciar a eficácia ortopédica. Ou seja, colchão ortopédico é um termo utilizado pelas empresas de colchão sem dados concretos de que estes produtos realmente funcionem. Mas como um colchão pode oferecer de fato uma ortopedia correta ? Primeiramente precisamos considerar que cada pessoa possui pesos e tamanhos distintos em diferentes partes do corpo. Por exemplo, a largura e o peso dos ombros é diferente da largura e o peso dos quadris. Isso exige que um colchão possua resistências são diferentes em cada uma dessas regiões. No entanto o que se observa no mercado de colchões são produtos que oferecem a mesma resistênciaem toda a sua extensão. É indiferente então o material utilizado ( molas ensacadas, espuma da Nasa, etc. ) uma vez que a resistência oferecida é igual em todo o colchão. Mesmo os ditos colchões de multicamadas, densidades progressivas e similares também oferecem a mesma resistência final em todo o colchão. É preciso então saber calcular as diferenças de pressões exercidas pelo corpo humano sobre o colchão. O colchão deve ser individual. Através uma pesquisa de mestrado na Universidade FEEVALE foi desenvolvido um protocolo científico de análise fotogramétrica computadorizada capaz de aferir a eficácia ortopédica de qualquer colchão. E a partir desta metodologia foi possível configurar um modelo de colchão que atenda às necessidades individuais dos clientes. Trata-se de um modelo matemático

que faz a indicação da configuração de um colchão personalizado de acordo com as medidas de cada pessoa ( altura , peso, largura dos ombros, largura dos quadris e cintura ). Este modelo matemático foi aferido através de análises fotogramétricas computadorizadas, um protocolo específico desenvolvido pela pesquisa de mestrado que calcula e compara o alinhamento da coluna vertebral de uma pessoa em pé e deitada num colchão. O resultado é um colchão que tem a capacidade de manter qualquer pessoa mais alinhada na posição deitada do que quando está em sua posição neutra em pé. Entrevistamos o fisioterapeutaAndré Fernando da Rocha, mestre em Tecnologias de Materiais e Processos Industriais pela Universidade Feevale, pesquisador e desenvolvedor desta metodologia, que nos explicou como funciona esta tecnologia. “Esta metodologia é aplicada da seguinte forma: Primeiramente coletamos os dados antropométricos de cada pessoa que irá utilizar o produto. São dados como o peso, altura, largura dos ombros, largura dos quadris e da cintura. Com estes dados em mãos alimentamos um software que irá calcular as pressões que este corpo produzirá deitado e as compensações de distâncias que precisam ser reequilibradas para o perfeito alinhamento da coluna vertebral.Os resultados indicarão então a configuração ideal para cada lado do colchão conforme as medidas coletadas de cada usuário.” Hoje é possível configurar um colchão que possui uma real eficácia ortopédica, garantindo assim um repouso sem desconforto ou dor. Desta forma ocorre um melhor relaxamento

André Fernando da Rocha - Autor da pesquisa científica

dos músculos da coluna vertebral e um sono mais reparador sem quebras do ciclo do sono. O produto final não é meramente um “colchão ortopédico”, e sim, uma órtese de coluna para decúbito lateral. Ou seja, um produto ortopédico que estabiliza e alinha a coluna vertebral quando utilizado na posição deitada de lado, com sua eficácia ortopédica comprovada por uma metodologia científica. Um melhor alinhamento da coluna vertebral durante o sono diminuirá a possibilidade da ocorrência de interrupções dos ciclos do sono, pois haverá uma diminuição do stress sobre as estruturas ósseas e ligamentares da coluna vertebral. E isso é de funda-

mental importância para um despertar mais revigorante, pois cada fase deste ciclo é responsável por funções vitais do cérebro na produção de hormônios, na aquisição da memória e no descanso propriamente dito. Além disso, o excesso de movimentação na cama durante o sono também provoca a fadiga dos músculos da coluna vertebral, podendo ocasionar dores e desconforto. A qualidade do sono está diretamente ligada à qualidade de vida. Devemos procurar todas as alternativas que possam influenciar positivamente nosso sono. O colchão adequado e que respeite nossas medidas antropométricas é uma delas”, pondera o Professor André.

Imagem de teste realizado em laboratório em um colchão ortopédico de mercado e logo após em um colchão biométrico


Fotos Imprensa APUSM

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Um Coral e o prazer de cantar cada vez melhor

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a noite de 30 outubro, quando as primeiras frases de O La, o Che bom eccho, foram ouvidas pela plateia que lotava o Theatro Treze de Maio, todos perceberam que aquele não seria apenas mais um encontro musical de final de ano. Naquele momento, iniciava um espetáculo instigante para quem gosta de arte e com todos os seus ingredientes essenciais: amor ao que se faz, muita técnica e sem poupar qualquer milímetro de emoção. Estava começando o Concerto Anual do Coral da APUSM. “O la, o che buon echo! Pigliamo ci, piacere! Ha ha ha ha ha! Ridiamo tutti!”, Cantou o grupo sob o palco e foi retribuído por uma parte do Coral que havia se postado acima, no mezanino, fazendo o eco: “O buon compagno! Che vuoi tu? Vorria che tu cantassi una canzona” Ao final da canção profana de Orlando di Lasso, uma plateia arrebatada não teve tempo nem de respirar, pois “Gabriel’s Oboe (Angeli Dei), de Enio Morricone, colocou uma carga enorme de emoção entre as quatro paredes do mais tradicional palco santamariense, já preparando para o que vinha depois: Rachmaninov, Mendelsshon e, encerrando o bloco, Judas Mercator Pessimus.

Enquanto o Coral interpretava Adiós Noniño, de Astor Piazzolla, os bailarinos Vilson Quaiato e Daniele Portella apresentaram uma coreografia refinada, misturando passos de tango com ballet

Quer mais....tem!! O segundo bloco começou com Belo, Belo, com letra de Manoel Bandeira, passeou por três canções dos índios Kraós e finalizou excursionando pela música internacional com Counting Music. Logo depois, o grupo voltou para o Brasil

com História Estranha, marcou o ritmo com Baião de Quatro Toques e encerrou o bloco com Desafio. No quarto ato, o inusitado a serviço da criatividade. Enquanto o Coral interpretava Adiós Noniño, de Astor Piazzolla, os bai-

larinos Vilson Quaiato e Daniele Portella apresentaram uma coreografia refinada, misturando passos de tango com ballet clássico. Simplesmente, magnético! Em Shosholoza, um hino contra o racismo cantado pelos negros sul africanos, além do lado emotivo, o grupo mostrou o quanto está amadurecido artisticamente com uma demonstração de técnica de difícil interpretação, com todas suas mudanças de ritmo e melodia. Bravo! O espetáculo ainda trouxe a música nordestina com Muié Rendeira e o ritmo brasileiro de Brasil Pandeiro. E, para finalizar um concerto assim, música gaúcha: primeiro, Charqueada e, depois, Piquete do Caveira. Uma plateia emocionada aplaudiu de pé um grupo que, antes de tudo, ama cantar. E como!!! “Cantar é sair do mundo, é esquecer-se dos problemas, é o sublime da vida. E eu encontrei aqui o coral de meus sonhos. Este pessoal, mesmo com tantos compromissos, cria horas vagas para ensaiar e cantar cada vez melhor. E isto é muito divertido e gratificante. Espero que a gente continue crescendo, tanto tecnicamente como nos laços afetivos e de amizade”, enfatizou a enfermeira Elen Ortiz, uma das integrantes do grupo ao explicar o sucesso desta turma super afinada em tudo.


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crescimento no número de brasileiros que vão fazer graduação ou pós fora do País nos últimos anos está chamando a atenção das universidades estrangeiras, especialmente as de ponta. O aumento é tamanho que as instituições gringas resolveram abrir escritórios locais no Brasil. Só para se ter uma ideia, hoje, segundo a Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais, são mais de 170 mil alunos brasileiros estudando fora, mais que o dobro do registrado há cinco anos. O objetivo dessas instituições é buscar atrair ainda mais alunos e fortalecer parcerias científicas com grupos de pesquisas nacionais. Somente nos últimos três anos, desembarcaram por aqui representações administrativas de importantes instituições alemães, americanas, britânicas, entre outras nacionalidades. Esse movimento de atração e envio de professores e alunos coloca o Brasil como participante ativo de uma das tendências que têm se mostrado mais fortes no ensino superior: a internacionalização do ensino. Tal aproximação, ao menos no Brasil, só fez crescer. Excluindo o escritório da Universidade Harvard, instalado em São Paulo há 7 anos, desde 2010 criaram base no País pelo menos outras 12 universidades estrangeiras. São elas: as universidades de Saint Gallen com sede na Suíça e a Livre de Berlim (ambas em 2010), a Universidade Autônoma do México (2011), a Notre Dame dos Estados Unidos e a Nova de Lisboa (as duas em 2012). Neste ano, foi a vez da Universidade do Sul da Califórnia, com escritório inaugurado em fevereiro, e logo em seguida, um mês depois, ocorreu a criação dos escritórios das universidades de Edimburgo e o anúncio da implantação de uma representação da Universidade de Colúmbia no Brasil. Todas as unidades, que são fixadas no Rio de Janeiro ou em São Paulo, funcionam como uma ponte que facilita o intercâmbio discente e docente do país para o exterior, e vice-versa. Somam-se a essas instituições, a formalização de um convênio de parceria entre o Australian Centre – uma agência de intercâmbio especializada em pacotes de estudos para a Austrália, com sede em São Paulo – e o Grupo ATN (Australian Technology Network Universities, ou Rede de Universidades Australianas de Tecnologia, em português). Com esse acordo, o Aus-

tralian Centre acabou se transformando no escritório local que representa as cinco instituições que integram o grupo ATN: a Universidade de Curtin, a Universidade Queensland de Tecnologia, a Universidade do Sul da Austrália, a Universidade Tecnológica de Sidney e a Universidade RMIT. Para o especialista em educação Claudio de Moura Castro, ex-diretor geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a proliferação desses escritórios se justifica pelo interesse dessas instituições em “abrirem as portas” para os alunos e pesquisadores brasileiros. “Essas universidades de prestígio vêm ao País, basicamente, para estimular bons estudantes brasileiros a estudar no exterior e também para promover a vinda de professores estrangeiros para participar de pesquisas com cientistas brasileiros renomados. Elas não têm pretensão alguma de abrir uma filial para oferecer curso”, fala Castro, que integra o conselho da representação de Harvard em São Paulo.

Foto Reprodução APUSM

Brasil desperta interesse de universidades de ponta do exterior

Segundo a Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais, são mais de 170 mil alunos brasileiros estudando fora, mais que o dobro do registrado há cinco anos

De dentro para fora do país

Uma das razões para a implantação dessas representações estrangeiras é o programa Ciência Sem Fronteiras. Por essa iniciativa do governo federal, está prevista, até 2015, a concessão de 101 mil bolsas de estudos para universitários e pesquisadores realizarem intercâmbio no exterior. Até o momento, mais de 50 mil estudantes já obtiveram o auxílio. A bolsa anual que bancar os estudos lá fora pode ultrapassar R$ 60 mil por aluno. O Australian Centre percebeu o potencial de troca do programa federal com as universidades australianas e tem dedicado especial atenção aos potenciais beneficiados pelo Ciência Sem Fronteiras. “As universidades do Grupo ATN são opções para universitários que queiram cursar uma graduação sanduíche com mensalidades e todas as despesas relacionadas ao intercâmbio pagas pelo governo brasileiro”, afirma, em nota, a agência de intercâmbio. Segundo a diretoria de educação do Conselho Britânico, sediada na capital paulista e que abriga, entre outras instituições, o escritório da Universidade de Edimburgo, a criação do programa federal “aproximou” as universidades brasileiras

O Australian Centre percebeu o potencial e tem dedicado especial atenção aos estudantes universitários brasileiros, potenciais beneficiados pelo Ciência Sem Fronteiras

e britânicas, tanto no âmbito de pesquisa conjunta quanto na concessão de intercâmbio de estudantes e professores. “O Conselho Britânico desenvolve um importante papel de aproximação sociocultural entre o Brasil e o Reino Unido desde 1945, e o Ciência sem Fronteiras veio a fortalecer ainda mais os laços acadêmicos entre os dois países. Temos atendido

diariamente centenas de jovens estudantes brasileiros interessados em prestar o Ielts (exame de certificação em inglês) para estudar em universidades britânicas. A implantação deste programa já é um marco na história dos dois países”, diz, em nota, Claudio Anjos, diretor de exames do Conselho Britânico no Brasil. *Fonte: Davi Lira – Terra Educação


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Jurídico

Taxa Referencial que atualiza FGTS pode ser substituída Foto Reprodução APUSM

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m função do vínculo empregatício, os trabalhadores recebem regularmente os depósitos referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Para atualização destes valores, são empregados juros ao percentual de 3% ao ano e correção monetária pela Taxa Referencial (TR). No entanto, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a TR não pode ser aplicada para a correção monetária, e que sua utilização gera a perda do poder aquisitivo da moeda diante da depreciação provocada pela inflação. Com a redução da TR a partir de 1999, o capital depositado no FGTS, desde aquele ano, vem sendo constantemente desvalorizado. Em diversas oportunidades a taxa atingiu o percentual de 0%, somando, em 15 anos (de 1996 a 2010), o percentual de 55,77%, enquanto a inflação chegou a 97,86% no mesmo período, conforme o IPCA. De acordo com a decisão proferida pelo STF, a TR não pode ser utilizada como índice de correção monetária, pois não preserva o poder de compra da moeda. Com base nesse entendimento, os trabalhadores que têm ou tiveram conta de FGTS ativa durante o período de julho de 1999, até atualmente, estão propondo ações judiciais para

De acordo com a decisão proferida pelo STF, a TR não pode ser utilizada como índice de correção monetária, pois não preserva o poder de compra da moeda

a recuperação das perdas provocadas de Wagner Advogados Associados, “o no FGTS. De acordo com o advoga- que se espera é que o judiciário defina do Flavio Alexandre Acosta Ramos, um índice de correção monetária que,

Professor obtém pagamento retroativo em razão da progressão Professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ingressou com ação contra a instituição requerendo o reconhecimento do seu direito à progressão na data em que cumprido o tempo necessário para a mesma. A ação se refere à progressão entre classes que ocorria no Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos (PUCRCE), o qual era vigente para o magistério superior antes de 1º/03/2013. Para que tal progressão fosse possível, o docente deveria obter a titulação exigida para cada classe ou, caso não a obtivesse, submeter-se à avaliação de desempenho realizada após dois anos de permanência no nível 4 de cada classe. Era necessário, também, que o interessado solicitasse a realização da avaliação de desempenho à instituição. Entretanto, a UFSM exigia a apresentação de justificativa para a não obtenção da titulação, o que fazia com que os docentes acabassem nem requerendo a realização da avalia-

ção, por julgar que suas justificativas, muitas vezes fundadas em motivos pessoais, não seriam aceitas. O docente autor da ação completou o tempo necessário para progredir em 2002, mas somente em 2009 fez o requerimento para avaliação de desempenho. Mesmo com o requerimento já encaminhado com atraso, a progressão foi concedida apenas no ano de 2010. Representado pelo escritório Wagner Advogados Associados, o docente não logrou o reconhecimento dos efeitos financeiros da progressão desde o cumprimento do interstício (em 2002), mas obteve a declaração de que lhe são devidos desde a data em que efetivamente solicitou a realização da avaliação de desempenho, em 2009. Os valores pagos em atraso devem ser corrigidos monetariamente desde o surgimento de cada parcela. A sentença ainda não é definitiva e será objeto de recurso. Fonte: Wagner Advogados Associados

efetivamente, acompanhe a inflação, bem como que haja o pagamento das diferenças a esses trabalhadores”.

Orientação jurídica aos associados

O advogado e sócio do escritório Wagner Advogados Associados, Flávio Ramos realiza todas as quintas-feiras pela manhã, das 10h ao meio-dia, orientações jurídicas aos associados da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM). Ramos é especializado nos assuntos relacionados a questões funcionais do servidor público como: carreira, vínculos do professor ao serviço público,

entre outros. O escritório atua nesta área há cerca de 30 anos. Neste ano o escritório também está atendendo aos professores associados que possuem vínculos com instituições particulares. Assuntos relativos ao regime geral da previdência- INSS destes associados podem ser esclarecidos pelos advogados. Para isso, basta que o associado utilize este serviço nas quintas-feiras.


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Estes pioneiros e suas histórias

Um professor chamado Doutor Motti

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e existe alguém que pode contar a história da Medicina e o ensino desta ciência em Santa Maria nestas últimas cinco décadas, esta pessoa é Vinício João Motti. Ele recorda como se fosse ontem que estava em São Paulo no ano de 1961, quando recebeu um convite do professor José Mariano da Rocha Filho para lecionar no Curso de Medicina da então incipiente Universidade Federal de Santa Maria. Não houve dúvidas. Motti aceitou a oferta, se radicou na cidade e nunca mais foi embora. Ele tem 96 anos de vida, 70

anos de Medicina e mais cinco décadas de Santa Maria. Na UFSM, Motti ministrou as cadeiras de Cirurgia Toráxica e Oncológicas e também foi chefe do Departamento de Cirurgia entre 1964 e 1975. A partir dessa data passou também a atuar junto à Previdência Social brasileira, primeiro no INAMPS, depois pelo INPS, quando atendia mais de 20 pacientes por dia. Também esteve vinculado ao Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, onde exerceu sua profissão por vários anos.

Dos primeiros estudos à faculdade Vinício João Motti nasceu no dia 1º de outubro de 1917 em Garibaldi, onde também frequentou a sua primeira escola. Depois, com uma bolsa estudo, foi para Porto Alegre cursar o Colégio Americano. Ainda na capital gaúcha, ao prestar vestibular para Faculdade de Medicina da UFRGS, também na capital gaúcha, classificou-se em primeiro lugar. Obteve a graduação de médico em 1943. Formado, trabalhou primeiro em Gi-

ruá e, logo após, em Iraí, no noroeste do Rio Grande do Sul. No início dos anos 1950 foi para São Paulo frequentar o Curso de Cancerologia no Instituto Paulista de Combate ao Câncer, onde também recebeu o diploma de cirurgião. Em 1958, começou um estágio de três anos no Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo e junto, começou a realizar pesquisas para o CNPQ.

Conhecendo a eterna namorada Nos anos 1940, Iraí já era conhecida internacionalmente por suas águas termais. Foi nesta época que uma jovem uruguaia chamada Cléa Tholozan chegou à cidade junto com sua família para desfrutar dos relaxantes atrativos turísticos locais. Lá ela conheceu um jovem médico chamado

de Vinício Motti. Algum tempo depois, noivaram, em 1950 se casaram, tiveram três filhos, Alvaro, Cléa Marcia e Sylvia Inês, e viveram juntos por mais 60 anos. “Ela é minha eterna namorada”, confessou diversas vezes aos amigos mais chegados.

O professor, seus colegas e alunos - “Ele é o monge da Medicina de Santa Maria”, de Waldir Pereira, ex-aluno, médico e também pesquisador.

O médico, sua ciência e a fé A Comenda Doutor Flávio Cassol é uma homenagem que a Câmara de Vereadores destina aos profissionais que se destacam na área da Saúde em Santa Maria. Um reconhecimento do Legislativo Municipal a pessoas que praticam a ciência na cidade. Porém, neste ano de 2013, uma surpresa. O prêmio vai também para um homem de fé. De ciência e fé, juntas. E isto não é nenhum antagonismo para quem conhece o médico, professor e pesquisa-

dor, Vinício João Motti, 96 anos de vida e 70 de Medicina. Tanto que o presbítero da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Alcemyr da Silva, não foi surpreendido com a decisão unânime dos 21 vereadores em agraciar o amigo com a Comenda. - “Motti é um homem que respira e transpira fé. Basta chegarmos perto dele para sentirmos e ao mesmo tempo regozijarmos-nos. Uma vida completamente sustentada pela confiança constante em Deus”, enfatiza Silva.

- “Uma pessoa boníssima, sempre disposta a ensinar, tanto a Medicina como as lições de vida. Abnegado e atencioso com todos os seus discípulos e pacientes”, do médico Valter Noal. - “Motti é um médico capaz de aliviar as dores do corpo e também da alma do paciente”, da diretora de Enfermagem do Hospital Universitário de Santa Maria, Soeli Terezinha Guerra. - “Vinício Motti sempre serviu de exemplo para nossa classe médica. Tanto pela sua dedicação e competência, como pelo seu caráter inestimável”, de Roberto Lemos, colega de Medicina e também ex-aluno. - “O Motti foi nosso professor no Curso de

Medicina da UFSM e, por méritos pessoais, foi um dos homenageados da nossa turma que concluiu o Curso em 1963. A ele somos reconhecidos e gratos, pois, além de excelente professor e com excepcional capacidade de transmitir conhecimentos, nos mostrava pelo seu exemplo de vida uma conduta ética que até hoje nos serve de lição. O professor Motti, como pessoa humana irradia, numa conversa descontraída, características de sabedoria, gentileza e bondade que dificilmente encontramos em outra pessoa. Ao mestre, com carinho, nosso abraço”, do ex- aluno e médico Ulisses Coelho - “É uma das pessoas mais íntegras que já conheci”, professora Elaine Verena Resener, médica e diretora do HUSM. - “Definiria o dr. Motti em uma palavra somente: bondade”, do professor Dalnei Veiga Pereira, médico hemato-oncologista.

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A evolução não descarta o passado conhecido ensaísta da Revista Veja, Roberto Pompeu de Toledo, há algum tempo publicou um trabalho entitulado A TELEVISÃO E A VOLTA ÀS CAVERNAS. E uma Universidade de Santa Catarina usou o texto para questionar alunos do primeiro ano de Odontologia se concordavam ou não, usando argumentos consistentes. O autor introduziu o Ensaio da seguinte forma: “Tende-se a esquecer, nesses tempos, que o melhor meio de comunicação já inventado é a palavra” Em seguida, no segundo parágrafo, para reforçar seu argumento, usou um exemplo bem simples: o indicativo dos sanitários, masculino e feminino. Para ele, o uso de desenhos em vez das palavras “Homens” e Mulheres” é bem característico E lembra que, na época das cavernas, o primeiro tipo de escrita foi o desenho. Por esse motivo, questiona: “Por que não escrever “homens” e “mulheres”, reunião de letras que proporcionam a segurança da clareza e do entendimento imediato?” Ao leitor, ele lembra os milhões de anos necessários para se conseguir a linguagem escrita que, hoje, vê tão pouco usada. Fiz questão de chamar a atenção da aluna que me apresentou o texto, sobre uma fácil contra-argumentação ao exemplo dado. Se estivéssemos num

país estrangeiro, de língua totalmente estranha, e caso precisássemos usar o toalete, saberíamos encontrá-lo, apenas com a palavra desconhecida, encimando a porta? Não seria mais fácil para nós, aqueles desenhos universais: chapéu, sombrinha, gravata, cachimbo, leque, etc.? Percebi, na exposição do autor, muito pessimismo nesse estudo da comunicação moderna, causada por tantos avanços tecnológicos. Sem contar que estranhei a escolha desse ensaio para a difícil tarefa solicitada aos alunos de uma área da Saúde. Teria sido uma forma de abrir o leque de conhecimentos para quem é obrigado a se deter apenas no homem-físico, sem suas implicâncias sociais? No meu entender, é bom que se acrescente: toda a forma de comunicação, cifrada ou escrita, é válida dentro de certo contexto. Se Camões, segundo a lenda, citada por Toledo para enfatizar a palavra escrita, após cair na água, quis salvar seus Lusíadas, nadando com um braço estendido, sabemos nós quantas maravilhas se perderam no mundo por causa de calamidades? Quantos outros “Camões” e seus escritos jamais chegaram ao nosso conhecimento? Em relação ao desuso da linguagem escrita, concordo que o hábito de escrever cartas se perdeu. Tanto é que, se abro minha caixa de correspondência, só encontro folhetos, folders, propagan-

Falado por 244 milhões de pessoas em todo o mundo, o português é a sexta língua mais falada do globo, mas é a quinta mais usada na Internet e a terceira nas redes sociais Facebook e Twitter. As estatísticas são do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua - e foram transmitidas à Lusa pela presidente, Ana Paula Laborinho, a propósito da II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorre entre terça e quarta-feira, em Lisboa. Também, o site do Observatório da Língua Portuguesa, que reúne diversas fontes para construir as suas estatísticas, aponta para 244,392 milhões de falantes de português em todo o mundo, mas coloca o português como a quarta língua mais falada do mundo, atrás do mandarim, do espanhol e do inglês. Com efeito, a posição do português, nas listas das línguas com maior número de falantes, varia conforme os critérios das organizações que as elaboram. No site do Observatório da Língua Portuguesa, é explicado como se chega aos 244 milhões de falantes. Falado nos cinco continentes, o português é a língua oficial de oito países: Angola (19,8 milhões de habitantes), Brasil (194,9 milhões), Cabo Verde (496 mil), Guiné-Bissau (1,5 milhões), Moçambique (23,3 milhões), Portugal (10,6 milhões), São Tomé e Príncipe

(165 mil) e Timor-Leste (1,1 milhões). Contudo, só nos casos de Portugal e do Brasil é contabilizada toda a população como falante de português. Em TimorLeste, por exemplo, apenas 20% dos habitantes falam português, enquanto na Guiné-Bissau são 57%, em Moçambique 60%, em Angola 70%, em Cabo Verde 87% e em São Tomé e Príncipe 91%, revelam os dados do observatório. Por outro lado, é preciso contabilizar também as diásporas que, todas juntas, ascendem a quase 10 milhões de falantes de português, incluindo os 4,8 milhões de emigrantes portugueses e três milhões de brasileiros, segundo dados de 2010. A língua portuguesa é, ainda, falada em locais por onde os portugueses passaram ao longo da História como Macau, Goa (Índia) e Malaca (Malásia). Segundo o Observatório da Língua Portuguesa, o português é a língua mais falada no hemisfério sul, com 217 milhões de falantes em Angola, Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Entre as línguas europeias, o português surge como a terceira mais falada e um estudo da Bloomberg considera-o a sexta língua do mundo mais utilizada nos negócios. Na Internet, a importância do português vem crescendo e, hoje, é o quinto idioma mais utilizado, por 82,5 milhões de cibernautas, segundo o site Internet World Stats. O número de utilizadores

Celina Fleig Mayer*

O

da de produtos. Sinto falta das cartas, mas graças às novas tecnologias, em pouco tempo, já sei notícias de quem partiu, e como foi a sua travessia. A opinião de Roberto Pompeo de Toledo e todos os outros autores que ele cita, como o pensador italiano Norberto Bobbio (O Tempo da Memória), e Lorde Thomson of Monifieth, merecem consideração, uma vez que estudam a fundo, e observaram o valor da comunicação no meio onde atuam. É uma escolha deles, fazer digressões sobre o tema, de uma forma científica. No entanto, vejo pessoas da periferia da minha cidade, com pouca cultura, que nunca tiveram acesso a um jornal, não recebem cartas porque nem endereço ao alcance dos correios possuem, mas estão a par das novidades e implementam relacionamentos. Eles usam a palavra escrita, sim, e mais do que nunca, via Internet e Facebooks, celular. Por esse motivo, acredito que a elite pode se dar ao trabalho de fazer um Ensaio contundente contra os modernos meios de comunicação. Mas, os despossuídos estão satisfeitos com o novo, mesmo que este pareça ignorar a importância da palavra escrita. Pois eles, da periferia, tinham acesso apenas ao rádio e, mais tarde, à TV. Hoje, eles escrevem é bom salientar - usam a palavra escrita a seu modo, comunicam-se. E nem sabem desenhar! *Jornalista

244 milhões falam português em todo o mundo

Com efeito, a posição do idioma português, nas listas das línguas com maior número de falantes, varia conforme os critérios das organizações que as elaboram

da Internet em português aumentou 990% entre 2000 e 2011, mas nesse ano, ainda, só representava 3,9% do total de cibernautas e 32,5% do total de falantes de português no mundo, o que permite antever que ainda tenha muito por onde aumentar. Já no Facebook, o português é a terceira língua mais usada, por 58,5 milhões de utilizadores, a seguir ao inglês (359 milhões) e ao espanhol (142 milhões). Além disso, a língua portuguesa foi a que mais cresceu naquela rede social, com um aumento de mais de

800% entre 2010 e 2012. Também no Twitter, o português é a terceira língua mais usada, representando 12% do total de tweets enviados, a seguir ao inglês (39%) e ao japonês (14%). Todos estes números tenderão, no entanto, a mudar, à medida que muda o mapa do português no mundo. Segundo estimativas do Governo português, tendo em conta a evolução demográfica, até 2050 o número de pessoas no mundo que falarão a língua de Camões deverá aumentar para 335 milhões. (Miguel Madeira – Agência Lusa)


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Foto na História

Foto Arquivo Pessoal Gaspar Miotto

A primeira assembleia universitária

Esta assembleia foi um marco na democratização da UFSM: a primeira e única assembleia universitária realizada na UFSM Mais de cinco mil professores, funcionários e alunos reuniram-se nas arquibancadas do estádio do Centro de Educação Física e Desportos da UFSM, no dia 15 de maio de 1986. Quando a realização da assembleia foi proposta no Conselho Universitário, houve um empate na votação e o reitor recém empossado, Gilberto Aquino Benetti, usando seu voto de Minerva,

Outubro 2013

Artigo

À procura de uma tipologia da pesquisa descritiva (continuação) Prof. Dr. Eduardo J. Z. Ayala* eduayala@ibest.com.br

decidiu pela realização. As propostas eram aprovadas ou rejeitadas pelo número de mãos levantadas. No momento da foto, pelo que se constata, uma das propostas foi escolhida por unanimidade. No entanto, hoje ninguém lembra o que foi aprovado na assembleia, nem se o Conselho Universitário levou em consideração as propostas. Mas muitos lembram que foi um marco na história da UFSM. Ao fundo, uma faixa colocada por estudantes advertia: “Sem condições de estudar a solução é parar”.

3. Pesquisa de campo ou estudo sobre a comunidade? Existe um respeitável estoque de versões que contrapõe, como se fosse possível, a pesquisa bibliográfica à denominada de campo. Os que subscrevem esta opinião estapafúrdia tencionam dividir o indivisível, dissociar o indissociável... O estudo bibliográfico e o exame empírico e objetivo da realidade sempre andaram de mãos dadas, um é a referência conceitual que informa, alimenta e inspira o investigador, o outro, representa o procedimento de averiguação cuja qualidade depende, além do potencial criativo do cientista, do arcabouço teórico acumulado por ele mediante a leitura. Ainda, não seria o caso de perguntar-se se existe enunciado científico sobre os fatos do mundo sem a sua concernente narrativa? De forma alguma! A palavra escrita é uma expressão, um modo de como a realidade externa se dá ao pesquisador. Não deixa de ser, por tal razão, também um “campo”, um ambiente espacial legítimo. Sustentar o princípio que dicotomiza o escrutínio bibliográfico da indagação de campo equivale a afirmar, por exemplo, que tudo o que foi escrito sobre a Guerra de Canudos não vai além das ficções de Euclides da Cunha e Mario Vargas Llosa, o que seria uma ver-

dadeira mesquinhez intelectual. No tocante ao método, postula-se, neste texto, a necessidade da sua total flexibilidade: na investigação em ciências sociais, ele (o método) foi e continua a ser permanentemente readequado e, por vezes, obliterado pelas circunstâncias em virtude da sua completa desarmonia com contextos diferenciados. A precisão metodológica é, por isso mesmo, uma quimera, um imaginário artefato que, na prática indagativa, jamais funcionou em plenitude. A obstinada fidelidade ao método, além de ser vã, encarna uma espécie de devoção epistêmica que contraria o primado da evidência, da realidade nua e crua, enfim, do mundo como ele é de fato. *Associado da APUSM


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Final do Campeonato Gaúcho de Xadrez será na APUSM Imagem Reprodução

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onfirmado! A grande final do Campeonato Gaúcho Absoluto de Xadrez 2013 será realizada na sede da APUSM nos próximos dias 7 e 8 de dezembro. A competição colocará frente a frente os melhores enxadristas do Estado na disputa da Copa Itaimbé Renault/APUSM/ FGX para decidir quem será o campeão estadual deste ano e, ainda, distribuirá aos primeiros classificados mais de R$ 3.5000,00 em prêmios. O primeiro lugar também leva para casa um belíssimo troféu em homenagem aos 70 anos da Federação Gaúcha de Xadrez, presidida atualmente pelo desportista Ladir Brandt. Presença confirmada, até agora, de três ex-campeões gaúchos: o mestre argentino radicado em Santa Maria, Francisco Horácio Dejeanne, e os porto-alegrenses, Luiz Nei Menna Barreto e Felipe K. Menna Barreto, além do atual campeão Brasileiro de Xadrez Rápido, Artur Ruiz Patroclo. Conforme estimativas da organização do torneio, cerca de 70 enxadristas de tode várias cidades e regiões do Rio Grande do

Sul devem disputar o título máximo do xadrez gaúcho na sede da APUSM. O sistema da disputa será o Suiço em seis rodadas, com um ritmo de 46 minutos + 15 segundo por lance para quem trouxer relógios digitais ou 61 minutos nocaute para quem jogar com relógios analógicos. A direção da prova estará sob a responsabilidade de Paulo Paulo (SMXC) e Ladir Brandt (FGX). O árbitro da competição será o gaúcho, Marcelo Konrath, indicado pela Federação Internacional de xadrez (FIDE). A Copa Itaimbé Renault/APUSM/FGX é a terceira competição organizada pela Associação dos Professores Universitários de Santa Maria neste ano e também fruto direto do convênio organizado pelo professor Arlindo R. Mayer com o Santa Maria Xadrez Clube, entidade que reúne os enxadristas santa-marienses e é presidida por Paulo da Rosa Paulo. A competição faz parte do calendário oficial da Federação Gaúcha de Xadrez e contará pontos para o ranking da Confederação Brasileira de Xadrez.

Departamento de Xadrez Apusm Foto Reprodução

- Local: Salão Olho D’agua – Sede da APUSM, Avenida Dores, 791 - Horário (provisório): todas as terças-feiras, das 9h30 às 11h - Contato e informações: xadrez.apusm@terra.com.br


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Cientistas chineses criam dente feito de urina

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ovos estudos científicos em breve poderão levar à criação de dentes humanos, depois de uma equipe de pesquisa, na China, descobrir uma célula estaminal relacionada com o crescimento dos dentes. Mas o melhor da história é que a célula estaminal descoberta não vem de embriões. Em vez disso, tudo o que os cientistas precisam, fazer novos dentes, é somente um copo de urina humana. O estudo, publicado em 30 de julho no Cell Regeneration Journal, envolveu a dissecação de várias células em ratos na busca de uma célula de “partida” que se convertesse num dente. De todas as células colhidas de rato, aquelas retiradas a partir da urina do animal fizeram os melhores dentes. Estas células estaminais de urina foram, então, combinadas com um certo número de outros materiais de rato e, em seguida, a mistura foi aplicada em sujeitos de teste. Após três semanas, o pacote implementado nos ratos de teste começou a aquirir características de dentes. Os pesquisadores descrevem os resultados como “A estrutura semelhante a dente continha polpa dental, dentina, esmalte e órgão do esmalte”. Infelizmente, a urina não é uma grande fonte de células estaminais em geral. Apesar da urina produzir o melhor tipo de dentes, os dentes de urina não eram tão duros como os dentes normais, e seria improvável que suportassem o uso diário. A urina é também uma fonte pobre de células estaminais porque não existem muitas células para recolher na urina. Os cientistas teriam de gastar mais tempo, à procura de células estaminais na urina, se quisessem continuar a usá-los. As células estaminais retiradas da urina também sofrem um risco maior de contaminação. A grande quantidade de bactérias na urina significa que as células estaminais, baseadas na urina, são mais susceptíveis de levar à doença. Talvez, os dentes baseados em urina humana não estejam tão perto

Após três semanas, o pacote implementado nos ratos de teste começou a aquirir características de dentes

do que poderíamos ter esperado, mas este estudo mostra ainda o aumento da praticidade dentro do mundo da pesquisa com células estaminais. O outro lado - Por mais que seja inovadora, a ideia levantada pelos chineses vem

gerando contrariedade pela comunidade científica europeia e até mesmo no Brasil. “A urina é a excreção daquilo que não serve ao organismo. Como se pode utilizar as células de uma fonte que não é biologicamente coerente?”, questiona Silvio Duailibi, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e autor do estudo para o desenvolvimento de dentes a partir de moldes biodegradáveis e células-tronco. Para ele, é improvável que a urina humana possua células saudáveis para servirem como fonte de um novo tecido. “Para se desenvolver um tecido, são necessários 20 milhões de células por centímetro cúbico de algum polímero ou cerâmica. Como conseguir números desta

natureza em um líquido de excreção?”, indaga. Pelo estudo chinês feito em ratos, as células da urina são somadas a outros materiais orgânicos dos próprios roedores. Depois de implantadas por três semanas, surge a figura que se assemelha ao dente, com polpa dental, dentina, espaço e órgão de esmalte. A diferença fica apenas na rigidez do novo corpo, que é bem menor do que a dos dentes. O pesquisador aponta que soaria plausível se o estudo chinês tivesse utilizado outras fontes de população de células, como o sangue do cordão umbilical ou até fragmentos de placenta. “A urina não é boa fonte doadora. Seria a mesma coisa que pesquisar as células nas fezes”, diz. *Fonte: bbc.co.uk/portuguese

Saiba quais países têm a internet mais rápida do mundo

É de conhecimento geral que a qualidade da internet brasileira é bem aquém à de países de primeiro mundo. Para colocar as coisas em perspectiva, podemos analisar a pesquisa mais recente que aponta quais são os países com internet mais rápida no planeta. De acordo com um estudo feito pela empresa Statista, a Coreia do Sul ficou na frente de países como Japão, Hong Kong, Estados Unidos e Dinamarca. A pesquisa levou em consideração a velocidade média da internet oferecida à população dos países no primeiro semestre de 2013. Dessa forma, apesar de termos no primeiro lugar uma internet de 14,2 Mbps, é importante notarmos que essa é a média do país em relação à sua população. A pesquisa também revelou que, levando em consideração os serviços de internet ao redor do planeta, foi possível chegar à conclusão de que a média mundial de velocidade da internet é de 3,14 Mbps, a primeira vez que ela ultrapassa 3 Mbps. Vale lembrar que, em pesquisas similares, o Brasil ficou em 72º lugar no ranking mundial de velocidade média de internet. Ainda temos que melhorar muito nesse quesito.

Coréia do Sul e Japão topo do ranking de velocidade de internet A velocidade média de conexão à internet, medida no primeiro semestre de 2013


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Outubro 2013

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APUSM - Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

Outubro 2013


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