Jornal da APUSM Novembro 2013 - Ano 46 No 10

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Mostra Internacional de Cinema - América do Sul

9 de dezembro – segunda-feira – 20h - APUSM

“A Oeste do Fim do Mundo” (2013 / 100 minutos / Argentina/Brasil)

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inopse: Um velho posto perdido na imensidão da antiga estrada transcontinental é o refúgio do introspectivo Leon (César Troncoso). De poucas palavras, poucos gestos e nenhum amigo, sua solidão só é quebrada por um ou outro caminhoneiro eventual que passa por ali para abastecer. Ou pelas visitas sempre bem humoradas do sarcástico Silas (Nelson Diniz), um motociclista com ares de hippie aposentado. O tempo passa devagar nas margens da velha estrada. Até o dia em que a enigmática e inesperada chegada de Ana (Fernanda Moro) transforma radicalmente o cotidiano de Leon e Silas. Aos pés da imponente Cordilheira dos Andes, segredos que pareciam estar bem enterrados vem à tona, reabrindo antigas feridas para sempre na vida dos protagonistas.

Direção e Roteiro: Paulo Nascimento Produção Executiva: Leonardo Machado e Marilaine Castro e Costa Coprodutor Argentino: Martin Viaggio Coprodutor Brasileiro: Beto Rodigues Direção de Produção: Monica Catalane Direção de Fotografia: Alexandre Berra Montagem: Marcio Papel Trilha Sonora: Renato Muller Direção de Arte: Voltaire Danckwardt Empresa Produtora: Accorde Filmes

Elenco: Cesar Troncoso, Fernanda Moro, Nelson Diniz, Marcos Verza, Alejandro Fiore, Clemente Viscaíno, Naiara Harry e Santiago Cinollo. Bio-Filmografía de Paulo Nascimento O cineasta, nascido em Tupanciertã, realizou sua vida escolar e faculdade em Santa Maria, onde começou a carreira como músico e diretor. Realizador com grande experiência em publicidade, televisão e series e lançamentos musicais. Dirigiu a minissérie “A Hora do Louva-a-Deus”, (1996) entre outros trabalhos para a televisão. Realizou, entre os curtas, dirigiu “O Chapéu” (1996) e “Dedos de Pianista” (1997). Seu primeiro longa-metragem foi “Diário de um Novo Mundo” (2005), seguido de “Valsa Para Bruno Stein” (2007), “A Casa Verde” e “Em Teu Nome”, selecionados e premiados em diferentes categorias no Brasil e exterior. Paulo Nascimento é roteirista da TV Globo e dirigiu vários trabalhos para a RBS TV, entre eles a série “Fim do Mundo”. Seu mais recente longa-metragem é “A Oeste do Fim do Mundo”, lançado em 2013 e exibido

na I Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria, já é premiado com Menção Honrosa pela Federação Internacional de Cineclubes (FICC) e Melhor Filme pelo Júri Popular no 41º Festival de Cinema de Gramado, além de Melhor Longa e Melhor Atriz, para Fernanda Moro, no Festival de Filme e TV de Toronto, no Canadá. Algumas Premiações e Festivais - Prêmio para realização de Coprodução Brasil/Argentina concedido pela ANCINE (Agência Nacional de Cinema – Brasil) e INCAA (Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales - Argentina), 2011; - Melhor Filme Júri Popular no 41º Festival de Cinema de Gramado – Cinema Brasileiro e Latino, 2013; - Melhor Ator para Cesar Troncoso no 41º Festival de Cinema de Gramado – Cinema Brasileiro e Latino, 2013; - Menção Honrosa pela Federação Internacional de Cineclubes (FICC) no 41º Festival de Cinema de Gramado – Cinema Brasileiro e Latino, 2013; - Melhor Filme na 7ª edição do “Brazilian Film & TV Festival of Toronto (Brafftv), 2013, no Canadá”; - Melhor Atriz para Fernanda Moro na 7ª edição do “Brazilian Film & TV Festival of Toronto (Brafftv)”, 2013, no Canadá; e - Seleção Oficial da 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, 2013.

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Mostra Internacional de Cinema - América do Sul

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10 de dezembro – terça-feira - 20h - CESMA

“Simone”

(2012 / 117 minutos / Colômbia/Brasil)

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inopse: SIMONE tomou uma decisão: após anos de relacionamento com mulheres, resolve estar com um homem pela primeira vez. O longa-metragem aborda a temática da liberdade sexual por meio das vivências de sua protagonista. SIMONE é uma história envolvente, rodeada de questionamentos íntimos e de incertezas, que colocam à prova as convicções da personagem. Baseado em fatos reais, o filme mistura elementos de ficção e documentário, brincando com a criação cênica e a montagem, criando um universo único, particular e íntimo.

Diretor: Juan Zapata Roteiristas: Maressah Sampaio, Edson Gandolfi e Juan Zapata Assessoria de roteiro: Miguel Machalski Elenco: Simone Telecchi, Roberto Birindelli e Natália Mikeliunas Direção de Fotografia: Pablo Chasseraux Direção de Arte Bernardo Zortea Assistente de direção Edson Gandolfi Produção: Farha Abdula, Clarissa Brittes e Paola Rodrigues Montagem: Nathália Silva e Kiko Ferraz Som direto Anderson Chachá Amaral Finalização e Animação Voltaire Barbieri Desenho de Som: Kiko Ferraz Studio Trilha Sonora: Everton Rodrigues Produção executiva: Juan Zapata Produção: Zapata Filmes

Produção: Zapata Filmes Produtora Associada: Daniela Sallet Alejandro Millan Backstory Cielito Lindo Oxala Produções O Filme Um longa-metragem que fala de liberdade sexual através da busca da protagonista por sua felicidade. SIMONE é uma história que revela os questionamentos íntimos e as incertezas de uma mulher de 30 anos, que começa a colocar em xeque suas convicções. Baseado em fatos reais, o longa-metragem

mistura elementos de ficção e documentário, brinca com a criação cênica e a montagem, criando um universo único, particular e íntimo. A produção: SIMONE foi produzido dentro de um conceito de filme de baixo orçamento e viabilizado a partir do movimento Cinema em Rede um novo modelo de financiamento, baseado no crowdfunding, para produções audiovisuais independentes - criado pela Zapata Filmes. Além de divulgar projetos e captar recursos, o movimento conectou pessoas, serviços e promoveu ações, formando uma rede com mais de 20 parceiros estratégicos - o que possibilitou a produção de Simone.

A distribuição: SIMONE será lançado em oito países Através da parceria entre a Rede de Distribuição Independente da Zapata Filmes e a LATINOPOLIS FILMES. A distribuição se estende para México, Colômbia, Chile, Brasil, Guiana Francesa, Equador e Uruguai. A partir da produtora espanhola Backstory, o filme tem entrada garantida no mercado cinematográfico Europeu. Paralelamente ao lançamento comercial em salas, o filme terá lançamento transmedia, com versões personalizadas, incluindo acessibilidade universal e vários sub produtos como livro e documentário, entre outros.


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11 de dezembro – quarta-feira – 20h - CESMA

“El Padre de Gardel” (2013 / 77 minutos / Uruguai)

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inopse: Documentário sobre a vida de Carlos Escayola, que, entre 1860 e 1890, dominou a vida política e cultura de Tacuarembó, no interior do Uruguai. Foi fazendeiro e chefe político, construiu um teatro, conquistou muitas mulheres e deixou um grande segredo: um escândalo familiar que até hoje a cidade se recusa a comentar.

Direção: Ricardo Casas Produção: Yvonne Ruocco Direção de Fotografia: No Uruguai - Diego Varela Na Espanha - Roger La Puente Som: Pablo Benedetto Santiago Carámbula Diego Rivero Raúl Locatelli Montagem: Giba Assis Brasil Trilha Sonora: Carlos da Silveira Equipamentos e Laboratório: HTV3 Tajam Arquivos Fotográficos: Centro Fotográfico da Intendência de Montevidéu

Cabildo de Montevideo Museu Histórico Nacional - Museu Giró Biblioteca Nacional Arquivo Geral da Nação Casa de Cultura de Tacuarembó Arquivo Nacional de Imagem SODRE Prefeitura de Sabadell Família Escayola Arquivos Fílmicos: Cinemateca Uruguaia Arquivo Nacional da Imagem SODRE Walper-Ruas Arquivos Musicais: Arquivo Lauro Ayestarán Edições Ayui-Tacuabé Hugo Indart Prefeitura de Sabadell

Bio-Filmografía de Ricardo Casas Realizou varios curtas-metragens em cinema e vídeo, entre eles “Apenas una Ilusión” (1977), “Liliana” (1978). Seu primeiro documentário foi “Donde había la pureza implacable del olvido” (1988), sobre o músico uruguaio Eduardo Darnauchans. Depois dirigiu “Palabras Verdaderas” (2004), sobre Mario Benedetti. Em 2013 estreou seu documentário “El padre de Gardel”, sobre Carlos Escayola. Nesse tempo participou de varias produções uruguaias e de outros países como: “20 años, 20 poemas, 20 artistas” (Argentina 1999), “Las Melillas” (Espanha, 2006), “El São Paulo” (Brasil, 2011), “Los sueños de Álvaro” (Alemanha, 2006). No ano de 2006 produziu e dirigiu um programa de televisão para crianças, chamado “La Banda”, na Televisão Nacional. Trabalhou durante 29 anos na Cinemateca Uruguai, donde criou o Espaço Uruguai em 1991, único concurso nacional para

obras audiovisuais terminadas no país, enquanto integrava a coordenação geral da instituição. Também criou a Escola de Cinema, em 1995, junto a cineasta Beatriz Flores. É diretor do Divercine - Festival Internacional de Cinema para Crianças e Jovens do Uruguai, desde 1992, único festival do mundo que se exporta a vários países da América Latina. Programa e organiza o Atlantidoc - Festival Internacional de Cinema Documental do Uruguai, desde 2007. Participa de ASOPROD (Associação de Produtores e Realizadores de Cinema e Vídeo). Publicou o livro “Diez años de video uruguayo, 1985-1995” e “20 años de Divercine”, assim como vários artigos para a imprensa uruguaia e estrangeira desde 1983. Tem sido jurado de vários concursos e festivais nacionais e internacionais, tanto de cinema como de televisão desde Berlin a Sichuan (Província da República Popular da China). Também representa o Uru-

guai em vários foros internacionais de cinema e TV, tendo participado de mais de 90 festivais. Algumas Premiações e Festivais - Seleção Oficial – Mostra Latina no 41º Festival de Cinema de Gramado – Cinema Brasileiro e Latino, 2013”; - Seleção Oficial Mostra Panorama no 28º Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, 2013; - Seleção Oficial do Festival Internacional Piriápolis de Filmes – Uruguai, 2013; - Seleção Oficial do 3º Festival de Cinema Documental de Caracas – Bolívia, 2013; - Seleção Oficial para o 5º Festival Internacional de Cinema Latino – Punta del Este – Uruguai, 2013; e - Seleção Oficial do “Miradas Doc” – VIII Festival Internacional e Mercado de Cinema Documental da Prefeitura de Isora – Espanha, 2013.


Fundada em 14 de novembro de 1967

Periódico mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria SANTA MARIA| RS| BRASIL

ANO 46 Nº 10

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APUSM recebe o melhor do xadrez gaúcho

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grande final do Campeonato Gaúcho Absoluto de Xadrez 2013 será realizada nos próximos dias 7 e 8 de dezembro na sede da APUSM. A competição colocará frente a frente os melhores enxadristas do Rio Grande do Sul na disputa da Copa Itaimbé Renault/ APUSM que decide quem será o campeão estadual deste ano. A competição, que distribui R$3.500 em prêmios, também faz uma homenagem aos 70 anos da Federação Gaúcha de Xadrez, hoje presidida por Ladir Brandt, que já confirmou sua presença em Santa Maria durante o torneio.

Pioneiros

Presença confirmada também de três ex-campeões gaúchos: o mestre argentino radicado em Santa Maria, Francisco Horácio Dejeanne, e os porto-alegrenses, Luiz Nei Menna Barreto e Felipe K. Menna Barreto, além do atual campeão Brasileiro de Xadrez Rápido, Artur Ruiz Patroclo. Todos considerados os principais favoritos para levar para casa o título de 2013. Correm por fora nomes consagrados no esporte das 64 casas do tabuleiro como Kleber Zimermann, Jorge Boabaid, Guilherme Genro, Dirnei Paulo, Rodrigo Borges, Valdemir Albuquerque e José

Entrevista

Crônica

José Antonio Brenner Péricles Costa e a relembra as primeiras polêmica entorno do aulas no campus Exame da OAB Página 6

Aragão, entre outros. Conforme estimativas da organização do torneio, cerca de 90 enxadristas de todas cidades e regiões do Rio Grande do Sul devem disputar o título máximo do xadrez gaúcho na sede da APUSM. O sistema da disputa será o Suiço em seis rodadas, com um ritmo de 46 minutos + 15 segundos por lance para quem trouxer relógios digitais ou 61 minutos nocaute para quem jogar com relógios analógicos. A direção da prova está sob a responsabilidade de Paulo Paulo (SMXC) e Ladir Brandt (FGX). O árbitro da competição será o gaúcho, Marcelo Konra-

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Humberto Zanatta escreve sobre o Santa Maria e o nativismo Página 12

th, indicado pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE). A Copa Itaimbé Renault/APUSM/ FGX é a terceira competição organizada pela Associação dos Professores Universitários de Santa Maria neste ano e também resultado do convênio organizado pelo professor Arlindo R. Mayer com o Santa Maria Xadrez Clube, entidade que reúne os enxadristas santa-marienses e é presidida por Paulo da Rosa Paulo. A competição faz parte do calendário oficial da Federação Gaúcha de Xadrez e contará pontos para o ranking da Confederação Brasileira de Xadrez.

História

Vallandro, o reitor do diálogo da UFSM Página 14


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EDITORIAL

A mulher na profissão A infância de uma Associação

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onheci aigualdade APUSMe em 1970 Competência, reconheciquando ela marcam era, ainda, criança, mento profissional o crescimenuma entidade que mal se to da participação da mulher no podia mercado manifestar, de trabalho. dada a época em que nasceu. Li os barreiras objetivos foram a que se propunha.e Muitas quebradas Lembro alguns: congregar professores, muitas ainda deverão ser transpassadas, promover encontros e debates, promoporém, o objetivo foi conquistado, a mulher está exercendo a profissão escolhida ver esportes, e outros menos lembráveis. com responsabilidade e determinação. Como me chegou às mãos uma dezena Em pesquisas realizadas números de formulários para associarosinteressamostram o retrato do avanço da força dos, em poucos dias já os devolvia devifeminina. Elas representam 30% dos cardamente preenchidos e pedi mais. Devo gos executivos e se aproximam de 50% ter associado mais de quarenta professoem como recursos humanos, relares, áreas na área das engenharias, em poucas ções públicas, administração e finanças. semanas. Faço esses esclarecimentos A participação da mulher nas grandes para mostrar como fui “pego” para sere pequenas empresas, nos escritórios, nas o próximo presidente dessa Associação universidades, enfim, em todos os carchamada APUSM. Meses depois, fui gos, nos últimos anos teve uma expansão convidado para participar de uma reugalopante em todo mercado de trabalho e nião numasrestaurante em todas profissões. do centro, pelo Prof. Paulo Tabajara Chaves Costa, 2º As profissionais, hoje, encaram a dupla presidente. Estavam presentes, além do jornada de trabalho com mais naturalidaProf. Tabajara, Prof.aNoli e outros num de e em muitosolares divisão de tarefas total não émais que seis.cada Informaramtambém umado realidade vez mais me que a reunião se destinava a escolher comum. uma chapa paracompetitivo, a diretoriaa seguinte. Neste mundo luta pela Queriam comigo.para essa nova igualdade,contar a disputa pelo cargo, a necesgestão. Prontifiquei-me a colaborar em sidade de uma remuneração justa, muitas algum cargo. aLevei um susto quando vezes deixam profissional temerosa do Noli que contavam comigo para ser rumodisse a tomar. o 3º presidente. Neguei veementemente. Foi inútil. Noli, para ajudar na argumentação, ofereceu-se para continuar como secretário. O plano havia sido muito bem arquitetado e o cerco de convencimento bem elaborado. Aquelas dezenas de

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associados queesquecer conseguira atrás Não se pode que omeses homem foi foi o estopim para a escolha urdidavenpor educado com obrigação de disputar, eles. tornei-meA omulher, presidente da cer e Assim, tomar decisões. por sua APUSM gestão 1971. como vez, comonanão recebeu esseVejam compromisera um dirigente nosmodificá-lo primórdios so eescolher só tem uma alternativa: de nossa Daí por diante, cocom sua Associação. atuação, competência e ousamecei dia. a pensar no quê poderia ser feito Mulheres! O momento é de conquis(sabia dos perigos da época para quem ta. Não somos vítimas e nem heroínas. dirigia uma entidade de classe). Falar em Somos profissionais disputando passo a defender os interesses dos professores passo uma fatia neste mercado grande universitários, nem pensar, pois corria-e promissor. se o risco de perder o emprego. Cogitei, E, o mais importante em umacampanha época de então, em desencadear uma tantas transformações, mudanças de angariação de sócios, que era oe avanque a ços tecnológicos, detornar-se nada adianta chegar APUSM precisava: robusta em ao topo do de mundo esquecer de sua quantidade sóciose eseforte em recursos saúde. financeiros. Fizemos uma campanha de Portanto, o outubro é rosa, vá ao médipessoa a pessoa. Eu entregava a profesco, faça exames regulares. A prevenção é sores conhecidos cinco a dez formulários o melhor tratamento e o diagnóstico prede autorização desconto em folha. Foi coce faz toda ade diferença. uma bola de neve. Em menos de cinco meses, conseguimos associar da mais de Tania Moura Silva 650 professores, todos com desconto auPresidente da APUSM tomático. Atingimos 82% da totalidade de docentes da UFSM. Convém salientar que, quando assumimos, havia apenas UM professor com desconto em folha. Formamos um colossal patrimônio humano, além de termos iniciado a base financeira para futuras aquisições de sede própria. De início, pensei que seria um encargo muito pesado dirigir uma entidade pouquíssimo conhecida, mas a medida que avançava o ano e mais sócios sendo recebidos, dava alegria notar a disposição das pessoas em colaborar

de alguma maneira. Tive por parte de alguns professores uma colaboração especial, em se tratando de pessoas super atarefadas. O saudoso Prof. Frederico Richter dirigia com dedicação o Departamento Cultural. O Prof. Quintino, o de Divulgação dava visibilidade a nossa Entidade. O Prof. Ivo Kersting abordoume, um dia, sugerindo a criação de um jornal. E com competência, desenvolveu a ideia. Sozinho, fazia as matérias, conseguia patrocinadores e tratava de todos os detalhes de confecção e distribuição desse jornal. Foi o primeiro jornal da Entidade. Nos esportes, o Prof. Roberto Bisogno organizou um campeonato de futebol, com equipes formadas por profissão: Direito, Economia, Engenharia, Farmácia, Medicina e Odonto. Foi um campeonato jogado nos sábados à tarde, e proporcionava uma confraternização especial pela reunião de pessoas de variadas atividades que se encontravam em ambiente completamente descompromissado. Menciono isso porque foi marcante essa atividade de tantas pessoas numa prática saudável e que criava ou reativava amizades em torno do esporte. Citei apenas algumas das atividades desenvolvidas por nossa Associação naquele longínquo ano de 1971. Na gestão seguinte, como 4º presidente da APUSM, assumiu o Prof. Quintino. Arlindo R. Mayer Ex-presidente da APUSM

Novos associados Nos mês de setembro, a APUSM recebeu 23 novos associados, sendo a grande maioria da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria.

ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DE SANTA MARIA Fundada em 14/11/1967

Av. Nossa Senhora das Dores, 791 CEP: 97050-531 - Santa Maria/RS Fone/Fax: (55)3223 1975 ou (55) 32214856 www.apusm.com.br E-mail: apusm@terra.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Tania Moura da Silva Vice-Presidente Jesus Renato Galo Brunet 1º Vice-Presidente Ony Lacerda da Siva 1º Secretário Quintino Corrêa de Oliveira 2º Secretário Darcila Dela Canal Castelan 1º Tesoureiro Renato Ilo Londero 2º Tesoureiro Luiz Antônio Rossi de Freitas

CONSELHO DE CURADORES Titulares

Ivan Henrique Vey Waldyr Pires da Rosa Etevaldo Vargas Porto Suplentes

Antônio Motta Flores Antônio Roberto Bisogno Saul Eduardo Seiguer Milder

Alcides Negrini Carla Cristina Bauermann Brasil

JORNAL DA APUSM

Carlos Jesus Pereira Haygert

Informativo mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria - Fundado em 30/03/1971.

Carolina Schneider Bender Cibeli Marzari Bertagnolli Joao Flavio Bissacotti

Supervisão Geral

Joao Roberto Lazzarin

Gaspar Miotto

Jose Luiz Lopes Jornalista Responsável

Leonardo Jose Brondani

Ricardo Ritzel MTB: 12773 Fone: (55) 3221-4856 Ramal 25 jornal@apusm.com.br

Lisiane Bajerski Marcia Regina Winch Maira Helena Bevilacqua Marícia Fantinel D’ávila

Diagramação

Gilseone Rosa de Moraes

Marieli Mulinari Miguel Camargo Vasques

Revisão

Paula Machado Dos Santos

Professora Celina Fleig Mayer Professor Arlindo Mayer

Renato Paula Vieira Lopes Silvia Perobelli

Tiragem

3.000 exemplares O Jornal da APUSM aceita a colaboração da Comunidade Universitária

Acompanhe as notícias pela página da APUSM ou pelo facebook. Para receber nossas notícias por e-mail, mantenha o seu cadastro atualizado.

* Caso queira atualizá-lo ou mandar alguma sugestão envie um e-mail para: jornal@apusm.com.br

Distribuição gratuíta e dirigido aos associados


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Nós, os deficientes físicos e a Com-Paixão Celina Fleig Mayer*

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uando se fala em minorias excluídas, vêm-nos à mente os negros, os pobres (que na verdade são maioria) e, apesar de muita gente preconceituosa, os homossexuais. No entanto, existe um grupo que é mais minoria ainda e extremamente excluída: os deficientes físicos. Se alguém duvida, coloque-se no lugar de um deles, numa cadeira de rodas, por exemplo, e deixe-se levar pelas lojas mais movimentadas e as ruas centrais. Repare como as pessoas o tratam. Os olhares que lançam vão desde a repulsa, nojo, pena, desdém, até medo. O acompanhante quase é interpelado, como se trazer à luz do sol um “monstro” desses se constitua num crime inafiançável. E não satisfeitos em fazer cara de reprovação, os que se dizem bem educados, ainda se viram, depois de ultrapassar o deficiente, fixando bem a cena como que esperando uma oportunidade de dar queixa aos poderes competentes. Como é que esses seres “imperfeitos” podem misturar-se aos inteiros e saudáveis cidadãos? Falta-nos, não é apenas amor – porque esse sentimento tem tantas caras e já foi tão revirado do avesso que perdeu sua verdadeira conotação – falta-nos, repetimos, é o sentimento de com-paixão (assim mesmo, como bem sabem explicar os povos orientais, diferente de pena,

piedade). Se tentássemos colocar-nos no lugar de um deficiente ou de seus familiares, como é que gostaríamos de ser tratados? Ou melhor, não-tratados. Apenas deixados em paz, como seres humanos normais – com algum trauma apenas físico, sim, mas, por isso mesmo, com muito mais sensibilidade do que as pessoas “inteiras”. Se não temos nada a oferecer que não seja a nossa mórbida curiosidade, esque-

çamos dessa mesquinheza de querer saber, comentar, “admirar”. Respeitemos. Aliás, esse sentimento, quantas vezes, sobrepuja qualquer outro que teimamos em chamar de amor. Os deficientes físicos e seus familiares têm já os seus próprios problemas para resolver e superar. Não é justo que os sobrecarreguemos com a nossa falta de civilidade. A “doença” deles não pega, não é contagiosa. O que contagia, de fato, é a

nossa mentalidade, nossa atitude prepotente de não-aceitação. Esse nosso jeito doentio de não deixar que outros, só porque não podem gozar plenamente de sua capacidade física, sintam-se com o direito de ir e vir, sem que os humilhemos. E o que pega mal é morrermos de pena dos “coitados”. Melhor seria se vivêssemos aprendendo como ser solidários com essas pessoas tão especiais e superiores. *Jornalista


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Estes pioneiros e suas histórias

Brenner e a primeira aula do campus

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arquiteto José Antonio Brenner possui uma memória privilegiada. Talvez por viver até hoje na mesma casa onde nasceu, talvez por se apaixonar pela História ao resgatar suas origens alemãs, possivelmente por ser um dos primeiros professores da Universidade Federal de Santa Maria. Certamente, por tudo isto e mais uma ávida curiosidade que o faz buscar ainda mais conhecimento, mais estudos e mais pesquisas, mesmo depois de vários anos de sua aposentadoria. Ele também foi um dos mentores de uma épica campanha na década de 70 para preservação da Sanga da Alemoa, uma área perto do Trevo do Castelinho, onde até hoje são encontrados materiais paleontológicos. E, mais, conseguiu convencer, com sua obstinação germânica, até mesmo os empresários que ali queriam realizar um investimento imobiliário. Tanto que renunciaram ao negócio e inclusive doaram o terreno para pesquisa da UFSM. E é essa mesma memória que não o deixa esquecer-se dos louros em bronze da tradicional estátua do Coronel Niederauer, no Centro da cidade, que foram perdidos durante a última reforma realizada na Avenida Rio Branco. “Já enviei várias cartas para atual administração municipal alertando para o fato. É um pouco de nosso passado que está se perdendo. Não é certo para as novas gerações”, explica. Brenner tem 79 anos e é filho do bancário, Enio Brenner, e da dona de casa, Maria Luiza Brenner. “Sou Brenner de Brenner, mas não são da mesma família. Muito depois, em minhas pesquisas, descobri que meus antepassados, tanto por parte paterna quanto materna, vieram praticamente juntos da Alemanha. E, mais, vieram de vilarejos vizinhos, muito próximos”, comentou. Ele também recorda que foi alfabetizado pela irmã Normélia, no Jardim da Infância do Colégio Santana e, depois, já no 3º ano, se transferiu para o Colégio Santa Maria, administrado pelos irmãos maristas, e lá ficou até a hora de ingressar na universidade. Depois, em 1953, foi para Porto Alegre prestar vestibular para a Faculdade de Arquitetura da UFRGS. Foi aprovado, formando-se quatro anos após. Um dia depois, voltou para Santa Maria. Questionado sobre sua paixão pela História, é enfático: “Não ter feito o Curso de História depois de aposentado, talvez, seja meu único arrependimento. Hoje sou um pesquisador, e gosto tanto disto que invisto muito do meu tempo em garimpagens de jornais antigos, de livros. Comecei, primeiro, buscando as minhas origens, a minha família. Mas, depois, percebi que é impossível fazer isto sem conhecer a história de Santa Maria, do Rio Grande do Sul. Não parei mais”. O professor publica regularmente o resultado de suas pesquisas em seu blog na internet, encontrado no endereço eletrônico: brennerdesantamaria. blogspot.com.br

José Antonio Brenner: “Eu fui o primeiro professor a dar aula no campus, já que ministrava a cadeira de Expressão Gráfica. Íamos (eu e os alunos) para o campus com um ônibus da universidade, conhecido como “Farguinho”

O Centro Politécnico da Aspes

“Antes mesmo de a Universidade ser criada, o grupo fundador do Centro de Tecnologia já estava trabalhando para Santa Maria possuir um Curso de Engenharia. Então, o doutor Mariano da Rocha, com aquele ímpeto, com aquela audácia tão própria dele, resolveu criar um Centro Politécnico, particular, da Aspes (Associação Santamariense Pró-Ensino Superior).

Foi em 1958 e eu tinha 26 anos. Já havia aqui Farmácia, já havia Medicina, Enfermagem, Direito e também Ciências Contábeis. O Mariano procurou o engenheiro civil, Wilson Aita, que tinha uma grande ligação com ele, e disse: “Vamos criar um Curso de Engenharia!”. E Isso pegou o pessoal meio de surpresa na Sociedade de Engenharia e Arquitetura de Santa Maria, um grupamento de

valorização profissional que recém havia sido fundado, mas todos se engajaram na ideia. Então, um ano depois, o Centro Politécnico de Santa Maria foi criado, já com uma congregação de professores. Primeiro e provisoriamente em duas salas emprestadas pela Escola de Artes e Ofícios Hugo Taylor. Uma para as aulas e a outra para a administração” relembra.

A primeira aula no campus da UFSM

“Em 1962, com a fundação da UFSM, todo o projeto do Centro Politécnico teve que ser refeito. Até o nome foi trocado: era, agora, Faculdade Politécnica. Mas continuávamos a ter aulas no Hugo Taylor. Somente depois, com a construção do primeiro prédio no campus (o único diferente de todos os demais prédios da Cidade Universitária), em março de 1962, é que nos transferimos para Camobi. E eu fui o primeiro professor a dar aula no campus, já que ministrava a cadeira de

Expressão Gráfica. Íamos (eu e os alunos) para o campus em um ônibus da universidade, conhecido como “Farguinho”. O prédio ainda estava em construção e só havia uma sala pronta: a nossa. E isto aconteceu por um semestre inteiro. Somente no outro semestre é que os outros professores se transferiram para Cidade Universitária, quando finalizaram as obras em outras salas de aula. Nesta época também houve situações muito inusitadas. Quando chovia, sempre

havia atolamentos de veículos que se dirigiam ao campus, quase todos de professores. Eu, como ia de ônibus com os alunos, não passei por isto, mas muitas aulas foram transferidas pelo péssimo estado da rodovia. Surgiu, então, a primeira campanha para reforma e manutenção da Faixa Velha de Camobi que, mesmo tendo sido asfaltada anos antes pelos militares da então recémcriada Base Aérea, já estava bastante desgastada pelo uso e pelo tempo”.

O jovem arquiteto e o reitor

Aula inaugural do Centro Politécnico da Aspes. Brenner está à esquerda, primeira fila do auditório do Centro Cultural, hoje Theatro Treze de Maio

Eu era muito jovem naquela época e não tinha muito contato com o Mariano da Rocha. Somente mais tarde, quando comecei a trabalhar no histórico do Centro de Tecnologia da UFSM é que eu o entrevistei e me aproximei mais. E a gestação da universidade não foi um assunto muito difundido na época. Era um tema comentado somente entre aquele círculo mais chegado a ele e, mesmo assim, sem muita divulgação. Mariano surpreendeu muita gente com a fundação da universidade e, mais ainda, quando recebemos o primeiro pagamento como instrutores de Ensino. Aí é que começamos a compreender mais o que estava acontecendo, assim como toda Santa Maria”.


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Péricles Costa sobre o Exame da Ordem: “Há um colapso no sistema educacional”

Jornal da APUSM: Você acredita que com estas alterações o índice de reprovação vai diminuir e consequentemente a polêmica e as reclamações dos candidatos com o exame?

Jornal da APUSM: Como presidente da OAB em SM, como você interpreta os altos índices de reprovação no exame da Ordem? Péricles Costa: Como consequência do colapso do sistema educacional brasileiros em todos os seus aspectos. No Direito, a OAB só faz ver objetivamente o que todos já sabiam, ou seja, o ensino no Brasil é precário. Há um grande número de faculdades que fingem ensinar alunos, que por sua vez, fingem apreender. E isto tem a lógica e consequência da alta reprovação na prova da Ordem. Jornal da APUSM: O que a OAB está fazendo para mudar esta realidade nacional? Péricles Costa: Em fevereiro deste ano, a Ordem e o Ministério da Educação firmaram um convênio e forjaram um grupo de estudos por técnicos de ambas as instituições. Desse pacto virão as propostas de alteração de grades curriculares, atualizações programáticas, métodos propedêuticos a serem exigidos das academias de Direito. Também por todo o país, a OAB tem feito audiências públicas para ouvir juristas professores, alunos, bacharéis e outros tantos quantos queiram participar do processo. Enquanto este trabalho não for concluído, nenhuma faculdade de Direito abrirá no Brasil. Jornal da APUSM: Existe a possibilidade de Cursos ou Faculdades de Direito serem fechadas? Péricles Costa: Sem dúvida alguma. É intolerável que Cursos de Direito funcionem sem a mínima estrutura ou comprometimento científico, a exemplo do que já ocorreu no Norte do país, quando uma Faculdade funcionava em uma sala de cinema. É obvio que foi fechada.

Péricles Costa: “No Direito, a OAB só faz ver objetivamente o que todos já sabiam, ou seja, o ensino no Brasil é precário”, enfatiza o presidente da OAB SM

Péricles Costa: A tradição, os desempenhos pregressos e a classificação que a OAB concede pelo seu selo de qualidade. Informações estas, públicas e ao alcance pelo site da OAB. (WWW.oab.org,. BR) Aos conterrâneos santa-marienses, posso informar que, das seis faculdades locais, três delas já receberam o selo de qualidade do Conselho Federal da OAB. São elas: UFSM, UNIFRA e FADISMA. Jornal da APUSM: No seu discernimento, qual é o perfil ideal de um estudante de Direito? Péricles Costa: Um fator imprescindível na formação de qualquer pretenso advogado é a leitura geral, não apenas técnica. Isto o fará capaz de interpretar e expressar-se em regime correto e profícuo. O conhecimento como concebido em nosso sistema ocidental contempla a axiologia ministrada nas universidades e tam-

bém o empirismo oriundo da prática e do cotidiano. Assim, quem pretende dedicarse na vida humana precisa mesclar todos esses aspectos. Até porque a vida é uma escola onde se aprende vivendo. Isto vale também para juízes, promotores, delegados e por ai vai. Jornal da APUSM: Qual é sua mensagem para um futuro estudante de Direto Péricles Costa: Conforme-se com a realidade da futura submissão ao exame da OAB que veio para ficar e já é pública e notoriamente do conhecimento de toda a população brasileira. Anteveja as suas dificuldades, prepare-se tecnicamente para seu enfrentamento. O primeiro passo é a escolha de uma escola de Direito de fundamento. Se a cabo o insucesso sobrevier, não se queixe da OAB, mas exorte explicações dos seus professores e da faculdade que livremente escolheu.

Foto Reprodução Jornal da APUSM

Jornal da APUSM: As alterações do exame da Ordem vieram pelo clamor popular ou pela eficácia da avaliação? Péricles Costa: A Ordem dos Advogados do Brasil reconhece e sempre soube que o exame de proficiência não é perfeito e, por isto, é parte de um processo dinâmico, de constante reforma e aperfeiçoamento. A instituição, por sua vez, é transparente, democrática e sensível à opinião popular ainda que não a atenda em função de sua soberania no que refere às coisas da advocacia. Propiciar ao candidato, que aproveite o êxito na primeira fase do exame para habilitar-se à segunda fase por mais uma vez é mais um questão de justiça do que metodologia.

Péricles Costa: Não sei e pouco me importa. O norte institucional não redunda em agradar A ou B, mas disponibilizar ao cidadão brasileiro, profissionais minimamente qualificados e examinados através de uma prova unificada nacionalmente, com método cientifico, que alias, é infinitamente simplória diante do cotidiano real da advocacia. Quem passa na prova da OAB está habilitado a advogar e continuará a ser lapidado no transcurso da carreira, mas quem não passa nessa simulação de advocacia, definitivamente não pode ser depositário de valores como a saúde, a vida, a dignidade, a honra, a liberdade e o patrimônio dos brasileiros.

Foto Imprensa APUSM

Q

ue advogado você escolheria caso o seu patrimônio, a sua liberdade, a sua honra ou o bem estar de sua família estivessem em julgamento? Para a Ordem dos Advogados do Brasil, qualquer um, desde que tenha sido aprovado no Exame da Ordem, uma exigência para a qual os formandos em Direito têm que demonstrar um conhecimento mínimo para exercerem legalmente a advocacia no Brasil. Até aí nada de mais, porém o que era para ser uma simples acuidade de uma entidade de classe em somente liberar para o mercado de trabalho um profissional realmente capacitado, tornou-se uma polêmica nacional ao reprovar, ano após ano e sistematicamente, a maior parte dos candidatos. Para começarmos a compreender a questão, vamos conhecer os números divulgados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quanto ao desempenho de candidatos no X Exame Unificado da Ordem, realizado no 1º semestre de 2013: - 124.914 inscritos - 120.944 estiveram presentes na primeira fase - 33.954 foram aprovados na segunda fase - 99.960 foram reprovados ou não compareceram Afinal, o Exame da OAB é muito exigente ou no Brasil há muitas faculdades de Direito por demais deficientes quanto à formação de seus alunos? Quem responde, com exclusividade para o Jornal da APUSM, a esta pergunta e a outras sobre o mesmo tema, é o advogado e presidente da OAB - Santa Maria, Péricles Costa.

No X Exame da Ordem, em 2013, houve 124.914 inscritos. Destes, 99.960 foram reprovados ou não compareceram e somente 33.954 aprovados

Jornal da APUSM: Para um futuro candidato frequentar um curso de Direito, quais os aspectos que se deve levar em conta ao escolher uma Faculdade?

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APUSM - Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

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s alunos de Direito da UFSM tiveram o melhor desempenho na X Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O desempenho foi de 78,8% de aprovados. O resultado foi divulgado no mês passado. A média de aprovação ao total no país foi de cerca de 28,08%. Dos 124.914 inscritos, 120.944 estiveram presentes na primeira fase. Desses, 33.954 foram aprovados no Exame. Segundo a OAB, os números não impressionam, pois a Universidade é uma das melhores nas notas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Na última avaliação do Enade, os cursos de Direito (Diurno e Noturno) da UFSM foram avaliados com Nota 5 nos indicadores de qualidade, em uma escala que vai de 1 a 5. Para Flávia Hardt Schreiner, estudante do curso noturno de Direito, o sucesso de aprovação na prova da OAB é dos alunos. Segundo ela, a maioria deles fizeram cursos preparatórios para a prova, mas ela não tirou o mérito da UFSM. Para Flávia, o curso tem melhorado devido à renovação de professores e ao aumento de projetos de pesquisa no Departamento. - A UFSM não prepara para a OAB, nem deve. A OAB é uma prova para selecionar quem pode ser advogado e quem não pode por uma simples questão de contingência; a UFSM deve preparar ba-

charéis em Direito. O conhecimento deve ser muito mais profundo e menos mecânico. - completou Flávia. Rafael Santos de Oliveira, coordenador do curso de Direito Diurno, afirma que a coordenação do curso não dá nenhuma prioridade para a prova. Segundo ele, o exame da Ordem é uma das opções do aluno, que variam entre a carreira pública e a área acadêmica e, por isso, não há uma prioridade pelo o exame. O professor acredita que “o resultado se deve ao perfil de autônomo do aluno da UFSM em buscar o conhecimento a partir do que se aprende em aula”. - Muitos alunos são engajados em eventos e participação em estágios, que sempre selecionam por provas e nossos alunos estão sempre lá. Aqui, nós também temos mestrado e boa parte dos alunos do mestrado são egressos, pois fizeram uma boa graduação em pesquisa e extensão – observou o professor. Rafael ressalta ainda que o crescimento do curso e a vinda de novos professores, além da criação do curso de mestrado, ajudam o aluno a estudar e aprofundar seus conhecimentos. Eventos e projetos de pesquisa também corroboram para bom resultado. - A quantidade de eventos promovidos pelo curso, neste ano, foi muito expressivo. Fazer pequenos eventos, palestras e debates, foi a forma de oferecer uma formação diferenciada para o nosso alu-

Foto Reprodução Jornal da APUSM

UFSM tem uma aprovação de 78% no exame da OAB

O crescimento do Curso de Direito da UFSM e a vinda de novos professores, além da criação do curso de mestrado, ajudam o aluno a estudar e aprofundar seus conhecimentos

no. Essas atividades são uma forma de nossos alunos refletirem um pouco, não só sobre as regras, mas os contextos em que se emprega o Direito. Um aluno que é mais crítico e que aprendeu a pensar

tem mais facilidade para fazer o exame da Ordem - afirma o professor. Fonte: Victor W. Carloto Coordenadoria de Comunicação Social da UFSM

O desempenho das instituições de Santa Maria e região Instituição UFSM Unifra Fadisma Fapas Ulbra

Índice de aprovação 78,85% 37,69% 37,36% 30,77% 25,71%

Instituição Índice de aprovação Fames 18,46% Na região Urcamp (São Gabriel) 35,29% Unicruz (Cruz Alta) 24,27% URI (Santiago) 23,61%


Fotos Paulo Rohers\Imprensa APUSM

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Coquetel comemora o 46º aniversário da APUSM

A presidente Tania Moura da Silva, em seu discurso, enalteceu o trabalho de todos os ex-presidentes e suas diretorias, desde a fundação da APUSM, em novembro de 1967

O

Mais de 200 associados e seus familiares prestigiaram o coquetel de aniversário. Todos assistiram uma apresentação especial do Coral da APUSM, além de desfile de moda e de joias

Salão Cultural da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria ficou pequeno para o grande número de associados e convidados que prestigiaram o coquetel de celebração do 46º aniversário, que aconteceu no entardecer do último dia 21 de novembro. Na ocasião, a presidente da APUSM, Tania Moura da Silva, ressaltou em seu discurso o trabalho e dedicação de todos os ex-presidentes da associação e suas diretorias, desde sua fundação em novembro de 1967. O Coral da APUSM comemorou a data fazendo uma apresentação especial para os associados, que também assistiram um desfile de moda e de joias com a assinatura Piu Bella Modas e I Love Lusho, além de uma sofisticada apresentação de dança de Vilson Quaiato e Danilele Portella. A produção e organização do evento, elogiada por todos os presentes, esteve a cargo de Micheline Naissinger. A recepção, não menos enaltecida, foi de Fabiane Pozzatti e Jane Tambara.

Convidados por Tania da Silva, os ex-presidentes Quintino Oliveira e Paulo Sarkis apagaram as velinhas do 46º aniversário da APUSM durante a celebração do dia 21 de novembro


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Jurídico

Decisão assegura férias durante afastamentos e licenças de servidores Orientação jurídica aos associados

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s períodos de afastamento para capacitação profissional, estudo e missão no exterior e cursos de pós-graduação são considerados de efetivo exercício, segundo o Regime Jurídico Único Servidores obtém decisão favorável em ação judicial movida contra o Instituto Federal Farroupilha objetivando o reconhecimento do direito às férias, ao recebimento do adicional de um terço e à indenização pelos períodos de férias vencidos e não concedidos em afastamento ou em licença, considerados de efetivo exercício. Representado pelo escritório Wagner Advogados Associados, os pedidos foram acolhidos em sentença proferida no processo que tramita perante a 2ª Vara Federal de Uruguaiana. Servidores afastados ou licenciados para a realização de cursos de capacitação profissional, de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no Brasil ou para estudo ou missão oficial no exterior devem usufruir de férias mesmo

nestes períodos. Conforme prevê o Regime Jurídico Único (RJU), esses afastamentos/licenciamentos são considerados como efetivo exercício das atividades do cargo, sendo devidos, também, os reflexos das férias, como o adicional de um terço e a possibilidade de programá-las. Assegurado constitucionalmente, o direito às férias não pode ser retirado do servidor e, no caso de não haver possibilidade de serem usufruídas, é garantida a indenização. Sob essas considerações, foi reconhecido o direito dos servidores às férias e ao adicional de um terço, além de determinada a programação das férias. As férias não concedidas, acumuladas há mais de dois anos, devem ser indenizadas aos servidores em dinheiro, acrescidas do respectivo adicional. Sobre os valores indenizados será aplicada correção monetária e juros moratórios. Tal decisão poderá, ainda, ser objeto de recurso direcionado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Fonte: Wagner Advogados Associados

Banco do Brasil disponibiliza Crédito Consignado Para quem quer crédito para usar como quiser, o BB Crédito Consignação é a melhor alternativa. Com uma das menores taxas e os melhores prazos do mercado, é possível começar a pagar em até 59 dias após a contratação. As parcelas são debitadas diretamente na folha de pagamento. Para ter acesso a essa linha de crédito, não é necessário ser correntista

do BB. Basta confirmar se a empresa ou órgão pagador do salário/proventos possui convênio para consignação em folha com o Banco do Brasil. Os limites disponíveis para cada cliente estão especificados no extrato da conta corrente. A contratação pode ser realizada nos caixas eletrônicos, na internet (bb.com.br), na central de atendimento (0800 729 0001) ou diretamente nas agências Banco do Brasil.

O advogado e sócio do escritório Wagner Advogados Associados, Flávio Ramos realiza todas as quintas-feiras pela manhã, das 10h ao meio-dia, orientações jurídicas aos associados da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM). Ramos é especializado nos assuntos relacionados a questões funcionais do servidor público como: carreira, vínculos do professor ao serviço público,

entre outros. O escritório atua nesta área há cerca de 30 anos. Neste ano o escritório também está atendendo aos professores associados que possuem vínculos com instituições particulares. Assuntos relativos ao regime geral da previdência- INSS destes associados podem ser esclarecidos pelos advogados. Para isso, basta que o associado utilize este serviço nas quintas-feiras.

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As contribuições realizadas aos planos de previdência complementar PGBL, podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda, até o limite de 12% da renda bruta anual tributável, desde que o participante também contribua, ou seja aposentado pelo INSS ou regime próprio de servidor público. É possível fazer a dedução de cada contribuição mensalmente ou, ao fim de cada ano, deduzir na sua Declaração de Ajus-

te Anual a totalidade das contribuições efetuadas naquele exercício. Por exemplo, se uma pessoa ganhou R$ 60 mil em rendimentos tributáveis durante um ano, poderá abater até R$ 7,2 mil disso, caso o valor tenha sido investido ao longo do ano em um plano de previdência privada. Isso quer dizer que o imposto de renda devido será calculado sobre R$ 52,8 mil.


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Sabendo fazer a hora... pela música Humberto Gabbi Zanatta Sócio da APUSM

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ertamente o santa-mariense João Cezimbra Jacques, quando fazia suas pesquisas e suas anotações sobre usos e costumes gaúchos, no final do século 19, e mesmo ao fundar, em 1898, o Grêmio Gaúcho, não imaginava que seria um dia Patrono do Tradicionalismo. Não se deve esquecer, queiramos ou não, que Santa Maria, bem ou mal, tem muito de sua trajetória feita por caminhos inovadores. E isto, bem antes do modismo badalado do empreendedorismo de hoje. Assim, só para lembrar, a ideia de pesquisas folclóricas, difundidas por Barbosa Lessa e Paixão Cortes, está presente nos primeiros movimentos tradicionalistas de Santa Maria. Quando aqui se realiza, em 1956, o primeiro Congresso Tradicionalista Gaúcho, já se firmavam o Ponche Verde e a Estância do Minuano, com características próprias, preocupados com a qualidade do movimento recém iniciando. A criação da poderosa Federação das Cooperativas de Trigo e Soja, a Fecotrigo, em 1958; a fundação e instalação da primeira Universidade Federal no interior do Brasil, em 1960, e daí, nos primeiros momentos, a criação do Centro de Artes e Letras e, especialmente, suas Faculdades de Belas Artes e de Música; a criação, também nesse ano, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Maria; o movimento operário-ferroviário e suas lutas; a primeira feira do livro, inclusive com lei municipal, em 1962; a realização dos Jogos Universitários Brasileiros; a criação do Grupo Vanguarda Cultural, 1964, e as atividades daí advindas, especialmente com teatro e publicação de livros de autores locais. Não esquecendo, também, que já existiam a Escola de Teatro Leopoldo Fróes, o Grupo Presença e o Teatro Universitário Independente, todos com premiações nacionais e internacionais. Não foi só por isso, imagina-se, que Lei Municipal, dessa época, dá a Santa Maria o epíteto de Cidade Cultura. Controvérsias e convergências à parte, ainda neste período, havia um vibrante e politizado movimento estudantil secundarista contrapondo-se ao direitismo adesista de certas lideranças do movimento universitário, capitaneadas pelo DCE e setores das particulares. Além de que, Santa Maria é sede, em 1967, do congresso da UNEM - União

Nacional de Estudantes Marianos - reunindo secundaristas e universitários de todo o Brasil, destacando-se temáticas e pautas, embates e encaminhamentos, como era natural, para além das questões meramente de congregados marianos, uma vez que os movimentos especializados de Ação Católica, JUC, JEC, JOC, JAC, JIC e AP, perseguidos e reprimidos pela ditadura civil-militar e pela própria hierarquia da Igreja Católica, buscavam alternativas para sua vivência de fé no contexto da realidade política de então. Além de ter, em agosto de 1968, tentado realizar-se, sob a coordenação da então dinâmica e atuante USE - União Santa-Mariense de Estudantes - um encontro/ debate sobre a realidade estudantil. O salão da Ação Católica, na esquina da Avenida Rio Branco com Andradas onde hoje uma farmácia ri do nosso raquitismo político e religioso- ficou lotado de agentes de segurança e alunos do NPOR e a mesa dos debates foi tomada, à força, pela direita do DCE/ UFSM. O episódio, com algumas prisões de gente hoje destacada no cenário nacional, ainda não foi suficientemente pesquisado e estudado. Santa Maria, por seus dirigentes universitários nomeados, orgulhava-se das aulas inaugurais dadas pelos presidentes militares Humberto de Alencar Castelo Branco e Arthur da Costa e

Silva, só para ficar com dois daquela década. Sem esquecer que a UFSM, talvez tenha sido a única universidade que recebeu, festiva e solenemente, todos os presidentes militares, de Castelo a Figueiredo, ocasião em que alunos, secundaristas e universitários, eram livremente coagidos a comparecerem com suas juvenis, numéricas e atônitas presenças, quando não portando bandeirinhas da ocasião e exibindo aplausos ensaiados. Isso, no entanto, não impede que Santa Maria seja sede de um Congresso de Jovens, em janeiro de 1970. Na oportunidade, 150 jovens de todo o Estado, fundam o Setor Regional de Jovens, junto à Regional Sul 3 da CNBB, dando origem ao que, hoje, sem memória histórica, alguns chamam de Pastoral de Juventude. Tal movimento de juventude capilariza-se por todas as dioceses e paróquias do Rio Grande do Sul, a partir de Santa Maria. E é bom lembrar que ainda não se falava em anistia, Comunidades Eclesiais de Base, CEBs. E a Teologia da Libertação esboçava-se nos debates do que então era chamado de Teologia do Desenvolvimento. De outra parte, desde o final de 68, início de 69, mesmo com os Diretórios Acadêmicos amordaçados, Santa Maria, cria seu Grupo de Jovens Universitários Cristãos que, mais tarde, dá

origem ao MUSM - Movimento Universitário de Santa Maria - de qualificada e engajada atuação, de saudosa memória e que, evidente, não é, e nem foi sombra do que o prédio da Professor Braga deveria lembrar. Percebe-se que há um conjunto de fatores e dados reais objetivos que amalgamam a Santa Maria participativa que se destaca educacional, cultural e politicamente. Os aspectos políticos, e políticos partidários, suas lutas e bandeiras, não são objeto desta abordagem. Apenas lembrar que, em 1974, o MDB elege 17 governadores e Santa Maria comparece com três deputados do MDB, dois estaduais e um federal e a Arena, com um federal e um estadual. A década de 1970 nasce promissora para a cultura em Santa Maria. Além da criação do Curso de Comunicação Social e logo o surgimento da Feira do Livro que, além de livros não disponíveis nas livrarias comerciais, também traz a Santa Maria autores como Josué Guimarães, Cyro Martins, Laci Osório, Moacyr Scliar, Deonisio da Silva, Fernando Sabino, Laury Maciel. Realizam-se, ainda, os primeiros festivais de música e de cinema, além de edições de jornal livro, criação de Suplementos Culturais - Manhã de Sábado e ArteFato. Lei Municipal cria os, ainda hoje, existentes Concursos Literário e Fotográfico, Felippe D’Oliveira e Cidade de Santa Maria, respectivamente. Lanterna Verde passa a ser novo Suplemento Cultural. A Prefeitura realiza as primeiras Semanas de Santa Maria, onde cinema, teatro e literatura têm destaque, bem como seu Salão de Arte. Em 1978, Orlando Fonseca vence o prêmio Revelação Literária estadual. Já em 1979, na segunda quinzena de agosto, realiza-se a Primeira Semana de Cultura de Santa Maria, hoje transformada em mês inteiro. A Comissão Municipal de Artes Cênicas - Comac - reúne em torno de dez grupos de teatro, época em que ainda não havia na cidade o Curso de Artes Cênicas. Realiza-se o primeiro ciclo de Leitura Dramática no Centro Cultural e as “Rodas de Chimarrão Cultural”, no subsolo da Biblioteca Pública, iniciam apresentações e temas ligados à cultura e à arte gaúcha, embrião e primeiros passos para músicos, escritores e intérpretes que se consolidam nos anos seguintes. (Fim da 1ª parte. Continua na próxima edição)

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Foto na História

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Artigo

Armando Vallandro, o reitor do diálogo À procura de uma tipologia da pesquisa descritiva Prof. Dr. Eduardo J. Z. Ayala eduayala@ibest.com.br Associado da APUSM

W Em momento de crise, o dia 5 de maio de 1983, Vallandro dialoga com representantes do DCE e de Diretórios Acadêmicos em seu gabinete, na Reitoria da UFSM

A

rmando Vallandro foi reitor da UFSM de 1981 a 1985. Ele substituiu na reitoria a Derblay Galvão, de quem era vice-reitor. Nascido em Santa Maria, Vallandro ingressou na UFSM como auxiliar de ensino e foi buscando espaço até chegar ao cargo máximo da instituição. Ao longo da carreira, fez muitos amigos. Na juventude, foi grande jogador de basquete, destacando-se no período áureo deste esporte na cidade, chegando a conquistar o título estadual de 1942 pelo Corintians Atlético Clube, de Santa Maria Médico Veterinário formado pela UFRGS EM 1945, ingressou na UFSM

em março de 1963, a convite do professor José Mariano da Rocha Filho. Além de professor, atuou em diversos cargos administrativos. Em entrevistas, ele fez questão de destacar sua participação na criação dos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária. Como reitor, ainda durante os anos difíceis do início da década de 80, Vallandro caracterizou-se pelo diálogo. Quem conviveu com ele na reitoria, lembra das frequentes reuniões com representantes da comunidade universitária, na mesa de seu gabinete. Ele acreditava que através do diálogo seria possível buscar soluções de consenso que pudesse beneficiar a instituição.

4. Pesquisa etnográfica erner e Schoepfle, com obviedade incomum, dizem que “a etnografia é aquilo que os etnógrafos fazem”. Em seguida, reportando-se às raízes etimológicas do termo, concluem que “a etnografia é uma maneira total ou parcial de descrição de um ethno (‘povo’) por meio do grapho (‘descrição’); a descrição relativa a um povo” (Apud Morse, 1994, p. 161). De acordo com Lüdke e André, a etnografia “é a descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo” (1986, pp. 13-14). A noção antropológica de “significados culturais” refere-se a um cânon ‘sui generis’ que cerca uma coletividade, uma espécie de rede diferente de outros povos que acumula variedades peculiares de categorias como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc. Para Bell, “o estilo etnográfico

de pesquisa de campo foi originalmente desenvolvido por antropólogos preocupados em estudar, em profundidade, uma sociedade, uma cultura ou um grupo” (1995, p. 10). Analisando e grosso modo, a antropologia ocupa-se do estudo do homem como agente biológico e/o cultural. No primeiro caso, põe em foco o desenvolvimento físico da espécie humana desde os primórdios da história até os tempos mais recentes. No segundo, no qual se situa a averiguação etnográfica deste texto, dá destaque à idiossincrasia transmitida, de geração em geração, por “uma sociedade, uma cultura ou um grupo”. *O artigo completo do professor Eduardo Ayala está publicado no site www. apusm.com.br.


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Dezembro 2013

Mostra Internacional de Cinema - América do Sul

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12 de dezembro – quinta-feira - 20h - CESMA

“Buscando al Comandante Andresito” (2013 / minutos / Argentina)

S

inopse: Quem foi o Comandante Andresito Guacurarí Artigas? Por que o caudilho rioplatense, José Gervasio Artigas adotou esse nativo Guarani como seu filho e deu-lhe o seu sobrenome? É verdade que Andresito foi um “Nordeste Guemes Argentino” e que salvou dos exércitos do império de Portugal, metade dos territórios das Províncias

Direção: Camilo Gómez Montero Roteiro: José Arnaldo Gómez, Camilo Gómez Montero Condução: Víctor Heredia Produção Executiva: Juan María Richieri Produção: Equipe técnica de produção do INCAA e PAYÉ cine Direção de Fotografia: Carlos Brown Assistência de Direção: Luciano Ciminieri Música: Víctor Heredia Participação Musical Especial: “Los de Imaguaré” Edição: Juan María Richieri Som: Ricardo “Ricky” Bobadilla Desenhos: Eugenio Led Chefe de Produção: José Arnaldo Gómez Câmaras: Facundo López, Carlos Brown, Ana Martínez Corte, Martín Ladd Desenho Gráfico e Animações: Luciano Ciminieri Assistente de Produção: Eugenio José Gómez Produção em Buenos Aires: César Canessa Assistência em Buenos Aires: Lisandro Moriones Tradução do Guarani: Félix Fernández

Bio-Filmografía de Camilo Gómez Montero Nasceu na cidade de Corrientes, Argentina, em 1979. É Licenciado em Realização de Cinema e Televisão egresso da Universidade Nacional de La Plata, onde foi docente na disciplina de Produção entre 2002 e 2008. Como Realizador trabalhou tanto em cinema como em televisão alternando entre o documentário, a ficção e a realidade, em produtora como “Cuatro Cabezas”, “Pacífico” y “Nippur Media”, etc… para diversos canais internacionais. Entre seus trabalhos como autor está o corta-metrgem “El Señor de los Pájaros”, (“Historias Breves IV”), premiado com o “Cóndor de Plata del Cine Argentino” em 2004. Em 2011 estreou o docudrama “ISIDRO VELAZQUEZ, La

de Corrientes e Misiones? É verdade que ele era um “Spartacus Guarani” que libertava escravos índios? Razões pelas quais a história oficial “esqueceu” de nos dizer sobre esse personagem? O compositor Víctor Heredia se lança as ruas e estradas do litoral argentino, do Brasil e Uruguai a buscar respostas a todas estas perguntas.

Leyenda del Último Sapucay”. Nesse mesmo ano, escreve e dirige a série de TV “PAYÉ” para a nova Televisão Digital Argentina y produz a série documental “PARANÁ, Historias de un Río” exibida no “Canal Encuentro”. Atualmente, finalizou a edição do documentário “Buscando al Comandante Andresito”, trabalho que escreveu e dirigiu e que foi recomendado como um filme “maravilhoso” pela Presidenta de Argentina, Cristina Fernández de Kirchner. O documentário é conduzido pelo compositor Víctor Heredia, e está sendo exibido em distintos lugares da Argentina e da América Latina em este 2013. É membro ativo do “Nodo Audiovisual de la Provincia de Corrientes”, que integra os “Programas Polos del Gobierno y las Universidades Nacionales”.

Algumas Premiações e Festivais - Prêmio do “Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales – Argentina (INCAA)”, 2012”; - Exibido no Festival Internacional de Cinema de Oberá – Argentina, 2013; - Seleção Oficial do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano - Havana - Cuba, 2013. - Seleção Oficial 2º Festival Unasur de Cinema – San Juan - Argentina; - Seleção Oficial Marfici (Mar del Plata) - 2013; - Seleção Oficial Festival de Daupara – Bogotá - Colômbia, 2013; - Seleção Oficial Festiva Cine de Pehuajó – Buenos Aires – Argentina, 2013; e - Seleção Oficial Festival “Cine del Conurbano Bonaerense” – Argentina, 2013 .


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Mostra Internacional de Cinema - América do Sul

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13 de dezembro – sexta-feira – 20h - CESMA

“Abuelos”

(2010 / 93 minutos / Equador / Chile)

S

inopse: A jornada pessoal em busca de dois avôs. Remo, médico autodidata equatoriano que quer descobrir a imortalidade. Juan, militante comunista morto na ditadura militar chilena de 1973. A neta cresce entre exílio e um universo mágico. Duas histórias, uma vizinha e uma enterrada. Dois sonhos que se refletem em duas paisagens, uma das montanhas verdejantes, a outra árida e desolada.

Direção e Roteiro: Carla Valencia Dávila Produção Geral: Alfredo Mora Manzano Produção Executiva: Carla Valencia Dávila Direção de Fotografia: Daniel Andrade e Diego Falconí Montagem: Carla Valencia Dávila e Danielle Fillios Trilha Sonora: Camilo Salinas Som Direto Equador: Franz Córdoba Som Direto Chile: Mario Puerto Desenho de Som e Mixagem: Roberto Espinoza Desenho e Ilustração: Alberto Montt

Bio-Filmografía de Carla Valencia Dávila Nascida no Equador. Foi montadoras dos longas documentais “Seu Sangue” (2005), “Alfaro vive carjo!” e “Cuba, el valor de una utopia” (ambos de 2007). Foi desenhista de produção nas ficções “Esas no son penas” (2006) e “Sin otoño y sin primavera” (2011). Dirigiu vários curtas-metragens, entre eles, “Restos” (2004) e “Emilia” (2006). “Abuelos” é seu primeiro longa-metragem.

Algumas Premiações e Festivais - Ganhador “Mejor Pitch Taller Haciendo Otro Cine organizado por Cinememoria y el European Documentary Network (Ecuador 2006)”; - Ganhador “Selección ecuatoriana para Morelia Doc Lab (México 2006) - Ganhador “DocSantiago Taller de presentación de de Proyectos, Mejor Proyecto Documental (Chile 2008)”; - Ganhador “Premio Nacional de Cine Augusto San Miguel, me-

jor proyecto documental (Ecuador 2008)”; - Ganhador “Premio EICTV DocBsAs Forum de producción documental (Argentina 2008)” - Selecionado para “Financiamiento por el CONSEJO NACIONAL DE LAS ARTES (Chile 2008)”; - Ganhador “Premio del público Festival EDOC (Ecuador 2010)”; - Seleção Oficial “IDFA 2010 FIRST APPEARANCE COMPETITION”; e - Melhor Filme no “Primer Festival de Cine Digital (Fiacid)” – Peru.


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Mostra Internacional de Cinema - América do Sul

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A CESMA na I Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria

E

m 1978, paralelamente a fundação da CESMA - Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria, veio a criação do Cineclube Lanterninha Aurélio. No início as exibições promovidas pelo Lanterninha eram feitas de forma fixa no DCE e, em itinerância em bairros e vilas de Santa Maria com um projetor 16mm. Isso possibilitou o acesso do público a muitas obras importantes da cinematografia brasileira que não chegavam até os cinemas comerciais. Esse posicionamento da CESMA está ao

O

encontro do que as onze edições do Festival Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC) está realizando, quando democratiza de todas as formas o acesso do público ao audiovisual. Portanto, apoiar mais esta iniciativa do SMVC, que é a realização da I Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria, é para CESMA um dever, uma postura que reflete os ideias de cooperação e cultura que marcam os 35 anos de sua trajetória. A proposta curatorial da primeira edição de trabalhar com o cinema da América do

Sul, já demonstra o caráter da mostra. Assistir e debater o cinema produzido no Brasil e nos países vizinhos trará para Santa Maria a possibilidade de assistirmos obras aqui inéditas e, em consequência, refletir propostas estéticas e narrativas do cinema sul americano. Destacamos que a Cooperativa apoiou o Santa Maria Vídeo e Cinema desde a sua primeira edição, bem como foi co-produtora em várias edições. A tradição da CESMA no debate cinematográfico, por meio

do cineclubismo, foi mais uma vez reconhecida na edição 2013 do Festival, quando recebemos o Troféu Vento Norte. Parabenizamos a UFSM e a APUSM que, em consonância com o SMVC, estão apresentando a I Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria. Novamente Santa Maria ratifica sua condição de Cidade Cultura. Todos apoiamos. CESMA – Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria Ltda.

O cinema da América do Sul invade Santa Maria

Festival Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC) nasceu com a proposta de democratizar o acesso do público ao cinema. Ao longo de onze edições, o evento se consolidou e hoje é reconhecido como uma das principais janelas para o audiovisual do Mercosul. Com mostras competitivas de curtas, mostras não-competitivas de médias e longas, oficinas, seminários, encontros cineclubistas e o pioneirismo em inúmeras iniciativas, como exibições on-line durante o ano, mostras competitiva de videoclipes, a transmissão total pela web e debates audiovisuais presenciais e pela Internet. É por meio dessas atividades e a apresentação de novidades a cada edição, que o festival está consolidado. O SMVC hoje é convidado para realizar curadorias para vários festivais e mostras no Brasil e exterior, pois ao longo de sua trajetória adquiriu importante acervo de curtas, médias e longas-metragens, possibilitando uma intensa difusão dessas obras audiovisuais. Buscando sempre realizar, apoiar e protagonizar as atividades voltadas para a arte audiovisual, já realizamos 11 (onze) edições do Festival Santa Maria Vídeo e Cinema, 01 (uma) Jornada Nacional de Cineclubes, 03 (três) Pré-Jornadas Nacionais de Cineclubes, 03 (três) Encontro IberoAmericanos de Cineclubes, 11 (onze) Seminários Gaúchos de Cinema e 04 (quatro) Reuniões do Fórum Entre Fronteiras (Argentina, Brasil e Paraguai). É fundamental salientar o apoio e o trabalho na concepção e lançamento dos DVDs: “Estação Cinema”, “Cinesud”

(com catálogo cineclubista composto por filmes dos cinco continentes) e “Parcerias”, Esses dois últimos, discutidos e planejados a partir de encontros no Festival. Por entender que a arte cinematográfica potencializa a cidadania e cria uma perspectiva de reflexão e transformação da realidade, o SMVC realiza agora a I Mostra Internacional de Cinema. O tema escolhido para essa primeira edição é a América do Sul, que tem uma produção histórica com uma filmografia vigorosa. A proposta da curadoria é trazer filmes

contemporâneos e co-produções, somadas a uma serie de debates com professores universitários e profissionais das mais diferentes áreas representando cada obra. Para a realização da mostra é fundamental a parceria do SMVC com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM), que estão apresentando o evento, e a Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (CESMA) e seu Cineclube – Lanterninha Aurélio, que está apoiando. Dessa forma, essas entidades de-

monstram seu profundo respeito pela cultura e pela cidadania. A partir de agora o Festival Santa Maria Vídeo e Cinema será realizado sempre no primeiro semestre de cada ano e a Mostra Internacional, no final de cada ano. Sempre democratizando o acesso. Santa Maria vai respirar o cinema feito na América do Sul de 09 a 13 de dezembro de 2013. De forma ampla e inclusiva. Organização do Festival Santa Maria Vídeo e Cinema e da Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria


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Mostra Internacional de Cinema - AmĂŠrica do Sul

Dezembro 2013


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