Jornal APUSM edição Outubro de 2014

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Periódico mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria Santa Maria / RS / Brasil

ANO 46 nº20

Outubro - 2014

Tutorial: Página do Associado Página

Artes Plásticas

Exposição de Lia Achutti no Salão Cultural Página

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Dia do Professor

Os encontros e reencontros do Jantar Baile Página

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História

Pioneiros

A UFSM e a Profª Maria Helena Cunha Página

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Os 88 anos da Batalha de Santa Maria Página

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Periódico mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

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EDITORIAL

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Participação e integração

utubro foi um mês intenso. Incluímos em nossa rotina de atendimentos e eventos normais do nosso dia-a-dia uma programação variada para homenagear os nossos associados. Uma semana de eventos iniciada com o Café dos Pioneiros foi um happy hour que possibilitou o reencontro, a oportunidade de rever aqueles antigos companheiros que a vida cuidou de afastar do convívio constante e diário. Em seguida, com a proximidade da comemoração do Dia das Crianças, levamos diversão e exercemos a solidariedade proporcionando um lanche especial para as crianças da Vila Maringá que receberam kit de brinquedos e material escolar, cachorro-quente, refrigerante e participaram de muitas brincadeiras com o Curi – o sapo mascote da Fundação Mo’a, parceira nas ações de preservação ambiental e assistência social, a quem agradecemos imensamente. Depois aconteceu o Jantar dos Professores, um grande momento, que lotou o salão cultural numa atmosfera cuidadosamente preparada para a descontração, o desfrutar de bons momentos ao som da Banda Realce depois de deliciar-se com o Buffet do Norberto Das Cás em agradável companhia.Para encerrar as festividades recepciona-

mos novamente os professores para o Almoço no Dia do Professor no CTG Sentinela da Querência, no qual fomos prestigiados com a presença do Professor Paulo Afonso Burmann, Reitor da UFSM e sua equipe de trabalho. Momentos de confraternização são constantes em nossa entidade. Mas poder prestar a devida homenagem engrandece-nos e nos permite consolidar a crença de que coletivamente somos muito melhores que individualmente. Por isso venho agradecer com todo o carinho a todos os envolvidos. Nossa imensa gratidão à Comissão de Eventos, formada pelas professoras: Darcila De La Canal Castelan, Carmen Meneghello, Clara Kurtz, Iara Ethur, Sirlei Dalla Lana, Marlei Rodrigues, Leni Lourenço e Ilza Moraes, companheiras incansáveis, parceiras de desafios e vitórias frente aos objetivos traçados no sentido de realizarmos eventos à altura dos nossos exigentes clientes – os Professores Universitários, merecedores absolutos de todo o bom acolhimento. Também, um agradecimento especial aos nossos colaboradores: funcionários e prestadores de serviços que participaram e participam de forma efetiva e eficiente desta caminhada, sem suas ações e a soma de esforços não chega-

ríamos aos resultados satisfatórios que temos alcançado. Mas o maior agradecimento é para todos aqueles que estiveram prestigiando cada evento, desfrutado dos momentos proporcionados, oferecendo sua parceria afetuosa, disponibilizando sugestões e abrilhantando nossos eventos, que são preparados com muita dedicação para acolher cada um de vocês. Muito obrigada! Desde o início buscamos uma APUSM PARA TODOS. E a cada reavaliação de nossas realizações consolidamos a certeza de estarmos conseguindo construir esta realidade. Buscamos a integração de nossa associação e temos aprimorado nossas ações no sentido de atingirmos os objetivos coletivos. Toda esta certeza nos engrandece cada vez mais sempre com o apoio de tantos amigos, acompanhando as mudanças, prestigiando eventos, participando de todas as melhorias. Ao finalizar gostaria de fazer um convite especial para que todos com suas presenças prestigiem o Jantar de Encerramento do ano no dia 05/12/2014 em nossa sede. Participem! Sejam sempre bem vindos! Tania Moura da Silva Presidente da APUSM

Novos associados Claudio Emelson Guimarains Dutra (UFSM) Elisabete Dockhorn (UFSM) Fernanda De Camargo Machado (IFF)

Juliana Limana Malavolta (IFF) Rodrigo Konig (IFF)

APUSM e entidades coirmãs debatem Planos de Saúde

A Associação dos Professores Universitários de Santa Maria tomou a iniciativa e convidou entidades coirmãs da cidade para debaterem sobre os Planos de Saúde oferecidos a seus associados. Segundo a presidente da APUSM, Tânia Moura da Silva, o objetivo do encontro “é unir as associações através de um diálogo aberto e franco para uma negociação coletiva que traga mais benefícios para todos”. Com resultado, cada entidade deve fazer um levantamento preciso do número de associados e seus respectivos custos de contratos vigentes para apresentarem na próxima reunião agendada pelos participantes. Além da APUSM, comparece-

Foto Lorenzo Franchi Imprensa APUSM

Associação dos Professores Universitários de Santa Maria Fundada em 14/11/1967 Av. Nossa Senhora das Dores, 791 CEP: 97050-531 - Santa Maria/RS Fone/Fax: (55)3223 1975 ou (55) 32214856 - www.apusm.com.br E-mail: apusm@apusm.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Tania Moura da Silva Vice-Presidente Jesus Renato Galo Brunet 1º Vice-Presidente: Ony Lacerda da Siva 1º Secretário: Quintino Corrêa de Oliveira 2º Secretário: Darcila Dela Canal Castelan 1º Tesoureiro: Renato Ilo Londero 2º Tesoureiro: Luiz Antônio Rossi de Freitas CONSELHO DE CURADORES Titulares Ivan Henrique Vey Waldyr Pires da Rosa Etevaldo Vargas Porto Suplentes Antônio Motta Flores Antônio Roberto Bisogno JORNAL DA APUSM Informativo mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria - Fundado em 30/03/1971. Supervisão Geral Gaspar Miotto

Além da APUSM, compareceram na reunião, na sede da Associação representantes da OAB-SM, ATENS-UFSM, SEDUFSM e ASSUFSM

ram na reunião representantes da OAB-SM, ATENS-UFSM, SEDUFSM e ASSUFSM. O encon-

tro aconteceu, na manhã do dia 15 de outubro, na sede da Associação na Avenida Dores.

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Jornalista Responsável Ricardo Ritzel MTB: 12773 Fone: (55) 3221-4856 Ramal 25 jornal@apusm.com.br Diagramação Rodrigo de Oliveira Fortes Tiragem 4.000 exemplares O Jornal da APUSM aceita a colaboração da Comunidade Universitária

Distribuição gratuíta e dirigido aos associados


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Crônicas

As difíceis vivências Cristãs Celina Fleig Mayer*

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uando conto para alguma Assim, em poucos meses perdi o amiga que eu quis ser freira gosto pela coisa, pois não sabia se ia na juventude, geralmente ela me adaptar no lugar que me colocase dobra em gargalhadas. Depois de riam na tal hierarquia. Além disso, acalmá-la, me explico melhor. Desde já tinha provado a segregação sopequena fui espiritualizada e era co- cial no internato, onde quem podia mum, entre as meninas do meu tem- mais, vivia melhor. po, pensar na vida religiosa. AchaOutro tema sobre a (incon)viva que o convento era o caminho, vência religiosa: a velhice nos conse quisesse me dedicar às coisas de ventos. Há dias recebi uma carta de Deus. Mas não me dei conta de que um padre jesuíta já velhinho, que reas pessoas não são as Instituições, e side numa Casa de Repouso da sua o ser humano é falho, por melhores congregação. Ele contava que um que sejam os seus propósitos. Irmão - nome que se dá àqueles que Aos 17 anos fiz minha tentati- têm uma formação religiosa, mas va, quando acomnão são ordenados panhei uma Madre Mas a Madre se apre- padres – havia reSuperiora, transferi- sentava aprumada, po- gressado ao Brasil da daqui. Só na casa dia ser confundida com depois de 70 anos onde as freiras mo- as mulheres mais chi- em Roma, sem nunravam é que percebi ques da cidade. ca visitar seu país, o as diferenças sociais que me fez deduzir, entre elas. Havia uma hierarquia: as que ficou esquecido lá, até se torfreirinhas humildes, sem instrução, nar “inútil”, aos noventa anos. Meu faziam os trabalhos domésticos do amigo, muito humilde, dizia na carinternato junto à escola. As outras ta que a Casa de Repouso o “acodavam catequese, trabalhavam com lheu”. Fiquei dias pensando no uso o povo, e sentavam à mesa com a indevido do verbo acolher. O Irmão Madre Superiora. Ela era uma pau- não era um mendigo que precisava lista de família tradicional, muito de favor, serviu longos anos à Oralinhada. dem religiosa, e As freiras por ela perdeu o que saiam à rua, elo com os fanão usavam o miliares. Então hábito e, mesme dei conta mo sem as vesde que praticar tes monacais, a verdadeira era difícil não caridade não é reconhecê-las difícil só para no meio das os leigos que pessoas. Mas a vivem o EvanMadre se apregelho. Nossas sentava aprudiferenças em mada, podia relação aos reser confundida ligiosos são com as mulheapenas os “enres mais chidereços”. ques da cidade. *Jornalista

Expressões gestuais e estereótipos... Eloisa Antunes Maciel

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ouve um tempo em que o termo expressão corporal e seu correlato (no plural) expressões gestuais viraram modismos que varavam os limites do intolerável... Se uma garota caminhava de nariz empinado e bumbum saliente, logo era tachada de esnobe (termo da época, claro). E se alguém assumisse um posicionamento discreto frente a acontecimento dito momentoso, o rótulo presumido era, geralmente, o de alienado (sem falarmos de suas “variantes” desabonadoras)... Felizmente essa avalanche preconceituosa foi-se esgotando, talvez em razão dos seus próprios efeitos... Mas, ao que parece, a quase extinção do uso de tais expressões teria ocasionado um efeito também indesejável: por não serem devidamente conotadas e reconhecidas em seu genuíno conteúdo (mensagem), as expressões corporais – e notadamente - as gestuais (como as da mímica facial) foram inicialmente ignoradas, sendo que posteriormente passaram a ser percebidas sob o viés da deturpação - ou desvio grosseiro de codificação da mensagem que subentendiam... Por que essa consequente adulteração? Em parte, devido ao declínio do modismo, mas, fundamentalmente, pelo mesmo motivo que o teria ocasionado: o estereótipo, fenômeno psico-social existente desde sempre, porém variável conforme o avanço dos processos de comunicação no plano das relações pessoais - sociais e suas diversas formas de expressão. Recuando cerca de dois séculos, teremos notícias de desastrosos prejuízos pessoais sociais (além de outros destes decorrentes) causados a pessoas de renome e reputação intocável, entre os quais alguns escritores notáveis e intelectuais de talento indiscutível... Esses exemplos são fartos e podem ser constatados através de documentos como biografias selecionadas, dados historiográficos e outras formas de registro confiável existentes em bibliotecas e outras instituições do gênero. Mas... E o estereótipo? De que consiste, fundamentalmente? Simples (e basicamente) do seguinte: de preconceitos arraigados que se mantêm zelados e preservados, como dizem (ou diziam) serem as profecias relacionadas ao “fim - do mundo”... E essa era a fonte de proliferação de pérolas como o adjetivo fresco atribuído a homens – geralmente rapazes - que revelassem comportamento refinado, gestos ou

expressões consideradas destoantes daquelas assumidas pelos presumidos machões de todos os tempos... Pecha semelhante recaía sobre escritores e outros intelectuais em tempos de exacerbado patriotismo quando esses pensadores ousassem destoar desse modelo rígido de “fervor patriótico”... Certamente alguns desses termos poderão ser localizados em registros que datam da época da Segunda Guerra Mundial: nazista, alemão batata, gringo matuto... Assim os “estragos” causados por estereótipos mantidos após a quase extinção do modismo a que nos referimos ao início deste texto, ainda tendem a ocasionar deturpações das mais variadas ordens – desde a codificação errônea de uma expressão facial à atribuição de falsas anomalias ou deficiências a partir de expressões gestuais cujo verdadeiro sentido (ou conteúdo subjacente) é ignorado... Nessas situações pode-se perceber a tachação de surdo a uma pessoa a quem teria sido atribuída essa condição pelo simples fato de alguém não haver decodificado corretamente uma expressão facial (que subentenderia assentimento e, contrariamente, fora conotada como um gesto de interrogação)... A propósito, imaginem: esse conceito, erroneamente decodificado, poderá desencadear uma “abordagem” também errônea ao suposto surdo: este poderá ser abordado através de mímica com destaque a “expressão labial”, sem que o autor da errônea abordagem considere todo um conjunto, ou campo comunicativo verbo - oral do indivíduo tachado de surdo... Ignorância?... Como se diz na linguagem corrente: “Só pode!” Mas não somente à Santa Ignorância pode ser atribuída tamanha aberração... Nesse contexto entram também suas afins, como a Dona Petulância, a Senhora Empáfia e outras damas vestidas de fina arrogância sobre um interior paupérrimo, o que tende a vedar a real percepção de realidades ocultas no bojo das manifestações não verbais, incrementando-se os estereótipos assimilados desde sempre, ainda que incorporados ingenuamente. Enfim, ressalte-se: embora esta premissa não deva ser generalizada, convém repensá-la ante o intento de minimizar os efeitos negativos da estereotipia no plano das expressões gestuais e, consequentemente, na comunicação humana na sua totalidade.


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Exposição de Lia Achutti, Bazar e outros eventos de novembro...

Bazar de Natal - Repetindo o sucesso do ano passado, acontece entre os próximos dias 10 e 15 novembro o II Bazar de Natal da APUSM. O evento será realizado no Salão Cultural da Associação e contará com mais de 30 expositores já confirmados no Setor de Eventos. A ideia do Bazar é um local onde se vende ou troca todo tipo de mercadorias. Onde podem ser encontrados os mais variados produtos, como pinturas, tecelagens, artesanatos, alimentos, bebidas e, por que não, objetos inusitados e exóticos. E tudo isso a um mês das celebrações natalinas, dos presentes, das festas, das ceias e das confraternizações. Exposição de Lia Achutti – E a Associação dos Professores Universitários de Santa Maria vai comemorar o seu aniversário de 48 anos, no próximo dia 14 de novembro, com a abertura da Exposição de Lia Achutti. Artista plástica e professora aposentada, Lia Achutti, foi fundadora e coordenadora da

Exposição de Lia Achutti

A ideia do Bazar da APUSM é um local onde se vende ou troca todo tipo de mercadorias

Escolinha de Artes da UFSM, assim como também diretora do Curso de Artes e Letras da instituição. A mostra fica até o dia 28 de novembro no Salão Cultural da Associação e poderá ser visitada entre segunda e sexta-feira, das 8h e 12h, e das 14h e 18h. Jantar do Coral - No encerramento da programação do Bazar, no dia 15 de novembro, será realizado

o Jantar do Coral, quando o Coral da APUSM fará uma apresentação especial para expositores, associados e visitantes. Os ingressos já estão a venda. Mais informações pelo telefone (55) 3221 4856 ou pelo e-mail eventos@apusm.com.br Doações – A Comissão Social da APUSM convida associados, familiares e amigos, assim como a toda comunidade santa-mariense,

para se unirem em uma campanha em benefício da Associação Comunitária da Vila Maringá (Conheça mais sobre a entidade em matéria na página 21 desta edição). Para que isto se concretize, basta somente levar alimentos não perecíveis, roupas e utensílios domésticos à sede da APUSM durante o horário de expediente que nosso pessoal se encarrega de levar até a entidade beneficiada. Também haverá um posto de recolhimento de doações em todos os eventos programados para os meses de novembro e dezembro na Associação.


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Confira, passo a passo, a sua página do associado na internet

antendo a sua promessa de transparência, a direção da APUSM disponibiliza aos seus associados uma página em seu site na internet com informações como as planilhas com os balancetes dos meses anteriores, estatuto do associado e

as movimentações dos valores de seus convênios. A fim de facilitar o domínio de sua página de associado no site, desenvolvemos um tutorial, para que você mesmo possa efetuar seu cadastro e consequentemente seu primeiro acesso sem dúvidas.

Confira a baixo o modelo passo-a-passo: Acesse o site pelo www.apusm.com.br Após entrar no site da APUSM, você irá perceber que no canto superior direito da página inicial, encontra-se ao lado das notícias em destaque, o Painel do Associado. Digite seu CPF/ CNPJ no espaço destinado e clique em [Clique aqui] Feito isto, o site irá lhe encaminhar a uma nova página, a página de acesso ao sistema. Digite novamnte o CPF/CNPJ no espaço destinado e após clique em efetuar o cadastro. No andamento do seu registro a página irá solicitar-lhe seu e-mail e demais dados. Crie uma senha, e memorize-a. Será útil para demais acessos. Após definidas senha e e-mail, estará concluido o cadastro inicial. Após registrado e logado, o associado terá disponível para acesso as planilhas com os balancetes dos meses anteriores, estatuto do associado e as movimentações dos valores de seus convênios.

• Atenção: se os dados não estiverem condizentes, favor entrar em contato pelo telefone 55 3221 4856 / 3223 1975 / 3026-3565, ou se preferir, pelo e-mail apusm@apusm.com.br .


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Almoço festivo do Dia do Professor Lorenzo Franchi

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APUSM e o CTG Sentinela da Querência promoveram, no último dia 15, um almoço festivo em comemoração ao Dia do Professor, com objetivo de proporcionar uma confraternização da classe com o melhor da gastronomia gaúcha. Na ocasião, a presidente da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM), Tania Moura da Silva, fez um breve discurso parabenizando aos profissionais de educação pelo “seu dia”, além de agradecer a amizade proporcionada pelos 130 associados e familiares que se fizeram presentes. Quem prestigiou o almoço, além de desfrutar de um cardápio primoroso, pôde ainda disputar brindes sorteados pela Associação. “Tudo estava muito bom, o CTG é um belo local, com ótimo atendimento e é prazeroso participar de eventos deste porte e ser bem recebido e valorizado”, destacou o professor e vice-reitor da UFSM, Paulo Bayard Dias.

Dia dos Professores foi comemorado com gastronomia gaúcha

Quem prestigiou o almoço, além de desfrutar de um cardápio primoroso, pôde ainda disputar brindes sorteados pela Associação dos Professores

Associados lotaram o CTG Sentinela da Querência no ultimo dia 15 de outubro


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Café dos Pioneiros – Uma tarde para recordar Lorenzo Franchi

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ma tarde para reencontrar amigos, formar novas amizades e reviver boas e empolgantes histórias de vida. Esta é a melhor definição para o Café dos Pioneiros realizado pela APUSM na sexta-feira, 10 de outubro. O principal objetivo do evento era valorarizar aqueles que contribuíram e proporcionaram a construção do saber e pensar na comunidade santa-mariense. O encontro teve início às 17 horas e se estendeu até a noite, sempre acompanhado de ótima companhia e boa gastronomia. Além disto, aproximadamente 60 presentes puderam apreciar uma exposição fotográfica, em anexo no Salão Cultural, denominada “As Guardiãs de Ibarama”. A mostra foi promovida pela fotógrafa e designer, Bibiana Siqueira, pela engenheira florestal, Marielen Priscila Kaufmann e pela docente de pós-graduação em engenharia florestal, Lia Rejane Silveira Reiniger. “O Café dos Pioneiros foi uma excelente oportunidade de reen-

contro para aquelas pessoas que trabalharam juntas na construção da UFSM. Espero que esses encontros se repitam e que façam da APUSM um local para happy hours, festejos, enfim uma associação que promova amizades e laços como este reencontros”, destacou o professor e integrante da diretoria da APUSM, Quintino Oliveira. “Amei o encontro, é uma iniciativa válida. É uma maneira que temos de rever colegas, dos quais não tínhamos notícias há anos. Foi um brilhante evento, horário muito bom, convidativo, clima perfeito, acolhedor e receptivo. Sempre é bom ser bem recebido

Objetivo do evento era de valorar aqueles que contribuíram e proporcionaram a construção do saber e pensar na comunidade santa-mariense

e a APUSM sabe como receber seus convidados”, ressaltou Zaira Westphalen da Costa, professora aposentada de Química da UFSM.

O também professor aposentado Paulo Irajá Coelho de Abreu, oriundo do Curso de Ciências Contábeis da UFSM, comentou que com o decorrer dos anos fica muito difícil manter o contato, por mais que se queira manter o vínculo. “Adorei o Café, tudo muito bom, muito bem pensado, principalmente no quesito do horário, foi uma questão acertada da Associação ao promover essa atividade às 17 horas. Torço para que esse tipo de evento volte a ser promovido e cultivado futuramente”, concluiu Abreu.


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Salão Cultural lotado no Jantar Baile ucesso de público e, é claro, de sabores. Assim foi o Jantar Baile dos professores realizado pela APUSM e Buffet Norberto da Cás na noite de sexta-feira, dia 12 de outubro, no Salão Cultural da sede da Associação. E nem mesmo a forte chuva que caiu sobre Santa Maria afastou os cerca de 230 presentes que começaram a chegar por volta das 20 horas. O evento tinha como objetivo

principal proporcionar aos associados, aos professores e à comunidade santa-mariense, uma noite diferenciada, ambiente acolhedor, boas companhias e encontros e reencontros Na ocasião, a presidente da Associação dos Professores de Santa Maria (APUSM), a professora Tânia Moura da Silva, e o reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Paulo Burman, brindaram a data com algumas palavras para os convidados da noite.

Na ceia, preparada com esmero pelo chef Norberto Da Cás, risoto de rúcula com tomate seco, rondeles de queijo e nozes ao molho de bechamel, frango à milanesa ao molho de nata e açafrão, picanha de filé ao molho de vinho cabernet, salmão grelhado. Na sobremesa, torta trufada de chocolate com calda de frutas vermelhas. “Excelente evento, bela iniciativa, e a casa cheia é uma prova disto. A APUSM proporciona um ambiente diferenciado, acolhedor,

caseiro e festivo, que propicia a formação de vínculos de amizade. A maior demonstração que o jantar foi um sucesso está na satisfação e no sorriso de quem compareceu. E o salão cheio com um tempo instável como desta noite retrata bem isto”, concluiu o reitor da UFSM, Paulo Burmann. Além da gastronomia, outro atrativo do jantar baile foi a Banda Realce, que embalou e animou a noite com sucessos nacionais e internacionais.

Gastronomia refinada

Cárdapio Norberto Da Cás

Sucesso de público

Prestígio do reitor

Lorenzo Franchi

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Crônicas

De “Poquita fe” Prof. Dr. Eduardo J. Z. Ayala

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ara Wilson Soriano, meu estranhável amigo. Após os afinados acordes iniciais dos violões, brotam três melodiosas vozes: “Yo sé que siempre dudas de mi amor y no te culpo / Y sé que no hás logrado hacer de mi querer lo que tu amor soñó...” E o homem, com o cigarro aceso entre os dedos e a mirada perdida em algum canto do bar, ouve a música alheio a tudo, ensimesmado, bem distante; a freguesia entra e sai do boteco, e mesmo assim, o sujeito não muda, não está nem aí para os outros; não faltam habitues com olhares escrutantes, mas ele, porém, permanece encastelado na intimidade dos seus ignotos pensamentos. Com meus treze ou catorze anos ia, eventualmente, a tomar um refrigerante na vendinha do senhor Bernaola, um gordo bigodudo, avermelhado e ótimo piadista — um típico bolicheiro castelhano de antanho. A sua apapagaida radiola de moeda (“jukebox”) era uma especial referência para nós: a gurizada do bairro. Com cinquenta centavos de Sol curtíamos “Rock Around the Clock” de Bill Haley e seus cometas, com outros cinquenta “The twist” de Chubby Checker; com mais cinqüenta, então, extasiávamo-nos com “Kiss me quick” do eterno Elvis... Puxa vida! Como era lindo sentir o penetrante enlevo que emanava do encanto cósmico dessas vozes, ritmos e melodias! E não é que o homem continua a frequentar o barzinho do indulgente Bernaola? Sua enigmática postura diante da radiola mostra-se inexorável, inacessível ao desalento. Tudo sugere que no cerne dessa enorme caixa musical habita, de alguma forma, a eterna promessa da esperança. Ou por que não o bálsamo para inimagináveis atribulações? Percebe-se que está bem abastecido de moedas que vai colocando-as uma a uma dentro do aparelho, pressiona os botões e... É então quando surgem as três vozes inconfundíveis, sim, elas mesmas: “Yo sé que fue muy grande la ilusión que em mi tu te forjaste / Para luego encontrar desconfianza y frialdad em mi querer...”. Quando guris, havia tantas coisas que não conseguíamos compreender a contento. A essa altura da vida, as nossas mentes divagavam mais nos confins do sonho virginal do que no mundo como realmente era. Por isso, quando Pablo disse “tem um chato de m... que se aproprio da radiola”, todos concordamos com ele sem restrições. Seja qual for a razão, por que aceitaríamos que um desconhecido viesse a solapar em cheio o nosso dia a dia? O que levava esse sujeito a ouvir cinco ou seis músicas consecutivas e, ainda por cima, o mesmo vinil que já se tornara muquirana? Uma noite, sob o imperativo de um calor sufocante e úmido, entrei no boliche de Bernaola à procura de uma Inka Kola, e — epa! — dou de cara com o homem. Seu rosto tinha a expressão de alguém que, simultaneamente, se revelava carrancudo e anestesiado para o entorno. Depois de um demorado suspiro, bebeu lentamente alguns goles de cerveja; apertou os lábios, franziu a testa e esmagou a bituca no surrado e negrusco cinzeiro. Voltando para casa, ao tempo que fui andando, disipavam-se vagarosamente, no ar, as inconfundíveis vozes de “Los Panchos” que os mais velhos tanto adoravam. Nem se sabe mais quantos dias o homem vive aquerenciado no modesto espaço do boteco.

Sem falhar, ele chega com o crepúsculo e, após o costumeiro rito musical com estética de quebranto, fecha a noite quando a clientela começa a rarear. “O cara está amargurado” diz Efraín por entre os dentes; e, de fato, não lhe falta razão ao nosso amigo: o sujeito, além de sombrio, tem um semblante visivelmente melancólico. Até que por fim Gregório sentencia impassível o que todos queríamos ouvir: “Meu velho falou que é coisa de anágua, o tipo está despeitado”. Enquanto isso, o princípio ativo da radiola continua a singrar pelos recônditos labirintos daquele coração solitário: “Comprende que mi amor burlado fue ya, ya tantas vezes / Que se há quedado al fin mi pobre corazón com tan poquita fé...”. Ele não vai além de uma embriaguez moderada que o afasta levemente de si, mas sem abandoná-lo nem um segundo sequer. Afigura-se, isso sim, que continua conjugando assiduamente o verbo pensar em todos os tempos e modos possíveis: é muito provável que o influxo do álcool está, aos poucos, estabelecendo uma nova ordem de prioridades para a sua vida, quem duvida? Batizamos o homem! Foi alcunhado de “Poquita fe”, nome da interminável música que se interpunha entre ele e nós. À tardezinha, Pablo sugeriu que déssemos um pulo ao barzinho para ouvir a última aquisição de Bernaola: “La Plaga” de Enrique Guzman. A música era muito boa, um autêntico rock and roll dos anos 60, porém... Chegou o cara! Olhou-nos por cima do ombro, aguardou que o exótico Guzman terminasse de cantar e, pela enésima vez, a ladainha se anunciou impetuosa: “Tu tienes que ayudarme a conseguir, la fe que com engaños yo perdi / Me tienes que ayudar de nuevo a amar y a perdonar. Adiantou, por acaso, que invocássemos com o olhar esperançoso o auxílio do bolicheiro? Não! O bigodudo espertamente se fez de bobo, ao passo que “Poquita fé” agia a seu bel-prazer: via-se-lhe subsumido na música e “abraçado” à radiola até se fundir nela... O escriba que vos fala houve por bem apresentar algumas considerações finais: (1) “Poquita fe” e Bernaola eram velhos amigos que o infortúnio do primeiro fez com se reencontrassem, no boteco, depois de anos; (2) Ouvi de esguelha, numa conversa de adultos, que o nosso personagem central “levava uma cornada atrás da outra, era um azarado para o amor”; (3) Bernaola, num arroubo de autoridade no assunto, patenteou diante da freguesia a seguinte tese: “Ele era ciumento demais, acreditava piamente que todas as mulheres que teve o traiam com a maior cara de pau, tudo era imaginação sua, pura bobagem”; (4) O padre Leonidas, que alguma vez chegou a confessá-lo, pontificou com eclesiástica solenidade: “Algo me diz que o senhor “Poquita fe” está mais feliz do que nunca, elevou a sua fé à quinta potência, com certeza”; (5) Efraín, um evangélico devoto — que preferia ser chamado de Efraín Silvera “por ser bem nascido” —, perguntava sempre: “Por onde andará Poquita fé?”, “Será que o ajudaram de novo a amar e a perdoar?”; (6) “Pero caramba, como um hombre puede ser burlado tantas y tantas vezes?”, me questionava sem encontrar uma resposta...

Perguntas & Respostas Máximo José Trevisan*

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o ouvir ou ler “agora que eu pensei que sabia todas as respostas, mudaram as perguntas” uma questão logo se apresenta: mas quem mudou as perguntas? Os outros? Quem são? Onde vivem? Quanto dependemos deles para viver a vida que vivemos hoje? Necessariamente, às vezes doloridamente, começamos a descobrir que temos menos autonomia do que julgamos ou pretendemos ter. Temos autonomia para criar perguntas? Sim, mas ao mundo (aos outros) cabem as grandes respostas. Temos autonomia para construir a nossa identidade? Sim, mas ao mundo cabem as circunstâncias. Tecemos sonhos, mas ao mundo cabe a parceria para torná-los realidade. Projetamos caminhos, mas ao mundo (aos outros) cabe construí-los. Arquitetamos as casas que habitamos, mas ao mundo, no entanto, cabe a sua edificação. Preparamos os roteiros de viagens, mas ao mundo cabem os meios de realizá-las. Desejamos pratos prazerosos sobre a mesa, mas ao mundo e a seus chefes de cozinha e cozinheiros cabe fazê-los suficientes e saborosos. Arraigada, presente e forte, atuante e eficaz é a cultura da suficiência individual e pessoal. Você tem de querer, você tem de sonhar com o querer, e aí nasce o poder de conquista. Ante a dor e a morte, nos reconhecemos frágeis, às vezes até muito frágeis, e também transitórios (A morte é a grande mestra ao ensinar essa verdade!). Um fato é notório: há hoje os que “vendem por preço acessível, nos meios de comunicação”, o segredo da felicidade e a alegria de viver. Há (para os que aceitam essa verdade) um deus sempre disponível para curar os males, proporcionar riqueza e oferecer bem-estar aos crentes. O mundo, ante tantas perguntas, está cheio de respostas. Cada livro, cada revista traz muitas sobre a riqueza, o sexo, a beleza do corpo, a felicidade da alma. Há os céticos e os descrentes. Declaram que só curtem o momento. Nada mais. Há também os que cantam e vivem os versos da conhecida canção: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” Como viver menos estressado e com maior lucidez? Diz a sabedoria popular: não esquenta! O que hoje preocupa amanhã poderá fazer você rir. Quer prova? Olhe para o passado e constatará que nada ou quase nada justificou tanto estresse que você já viveu. Outro caminho: não se esqueça de dar maior peso ao que merece e menor ao desimportante. É fácil? É difícil? Diz a vida: é possível! Aqui está o principal. Há um desafio a vencer: ter a ousadia de experimentar! maximotrevisan@uol.com.br


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Periódico mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

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Improviso lota Salão Cultural da APUSM

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ais que um happy hour ou uma atividade extraclasse, o Improviso, evento promovido pela Musiartes e APUSM, quer mesmo é proporcionar uma integração entre alunos, professores e a comunidade. Foram 24 músicas, interpretadas por 30 artistas no decorrer de duas horas e meia de muito ritmo daquela quarta-feira, dia 22 de outubro. E tudo isto com o Salão Cultural lotado, com aproximadamente 150 pessoas apreciando grandes sucessos executados por filhos, netos e pais. Todos alunos ou professores da Musiartes. Esta foi a primeira vez que a Musiartes promove o improviso na Associação, pois anteriormente o evento era realizado em bares como o Sanduba, Rota 1, entre outros. “Foi um belíssimo encontro, a comunidade compareceu, se divertiu muito neste salão amplo, diferente do que estávamos

Fotos assessoria de imprensa APUSM

Foram 24 músicas, interpretada por 30 artistas no decorrer de duas horas e meia de muito ritmo

acostumados, além de ser muito acolhedor e familiar. A estrutura ímpar a APUSM faz nos sentirmos em casa”, enfatiza Henrique Schneider Pereira, diretor da Musiartes e idealizador do en-

contro musical. Pereira explica que o Improviso é um evento “relax”, adorado pelos alunos desde 2003 e tem a finalidade de expor à comunidade santa-mariense o que é aprendido e trabalhado em sala de aula. “Esta é uma oportunidade de o aluno da Musiartes perder a timidez e passar a se familiarizar com o palco e, principalmente com o público”, ressalta Schneider. “Prestigio e participo do Improviso há três anos, sempre é um sentimento que se renova. Foi um belíssimo evento e diferente dos demais já promovidos, pois o Salão Cultural da APUSM é muito confortável, prático, bem localizado. É um local que proporcio-

Musiartes promove o improviso

na um clima familiar, um clima amistoso”, afirma Valéria Anhaia, publicitária e aluna da Musiartes.

As Guardiãs - Retratos de mulheres

Quem foi na APUSM durante o mês de outubro pôde conferir uma instigante exposição fotográfica nomeada “As Guardiãs de Ibarama”. A mostra foi construída pela fotógrafa e designer, Bibiana Siqueira, pela engenheira florestal, Marielen Priscila Kaufmann e pela docente de pós-graduação em engenharia florestal, Lia Rejane Silveira Reiniger. A exposição mostra retratos das mulheres ligadas à Associação dos Guardiões das Sementes Crioulas de Ibarama, no Rio Grande do Sul. O grupo está ligado ao projeto de extensão intitulado “Sistematização das ações de extensão, ensino e pesquisa relacionadas às cultivares de milho crioulo realizadas nos municípios da microrregião Centro Serra do RS” registrado no Gabinete de Projetos do Centro de Ciências

Bibiana Siqueira, Marielen Priscila Kaufmann e Lia Rejane S. Reiniger

Exposição fotográfica nomeada “As Guardiãs de Ibarama”

Rurais/CCR da UFSM “Já estudávamos o município de Ibarama há cerca de oito anos, e após conhecermos e nos ambientalizarmos com a comunidade, decidimos estender nossas atenções às mulheres, as matriarcas, que são quem realmente detêm o comando da família. O homem é apenas o porta voz”, explica Lia Rejane Reiniger. “Passei um dia na casa de

cada uma das guardiãs para poder conhecê-las, aprender sobre os costumes delas, as peculiaridades de cada uma, de cada família. Meu trabalho se deteve nisto, em conhecê-las, dar vasão à intimidade, à figura, à representatividade delas, as quais antes eram resguardadas, escondidas por trás de estereótipos e da imagem dos seus respectivos maridos”, comenta Marielen Kaufmann.

“Fotografá-las não foi algo fácil, pois elas se achavam feias, algumas se consideram propriedade de seus maridos, inclusive pediram permissão para que pudessem ser fotografadas. Aos poucos conquistei o sorriso delas, esse que é como um tesouro que fica resguardado a sete chaves, elas são mulheres de caráter, personalidade, bravura e muita garra, fazem um trabalho incrível”, conclui Bibiana Siqueira. A exposição consiste de 14 fotografias em preto e branco, impressas digitalmente em tecido, montadas em bastidor de madeira, com moldura preta, medindo 50x50cm cada. Acompanham também duas telas de apoio, apresentando o texto memorial anexo e as informações do projeto ao qual se liga. A próxima mostra do trabalho esta agendada para início de 2015.


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Foto na História

A articulação política da fundação Fotos Departamento de Arquivo Geral da UFSM

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s imagens desta edição da Foto na História resgatam uma homenagem da UFSM ao deputado Tarso Dutra em um almoço festivo no antigo galpão das Rurais, durante sua visita à Santa Maria, no dia 9 de outubro de 1968. Quem relembra a participação de Dutra na criação da UFSM é o professor Luiz Gonzaga Isaia, um dos fundadores da instituição junto com Mariano Rocha. Conforme o professor Luiz Gonzaga, Tarso mantinha um estreito contato com o Mariano, sabia de sua luta, como também das entidades católicas santa-marienses que aspiravam ao ensino superior na cidade. Isaia considera como decisiva a atuação de Tarso no front político da criação da universidade santa-mariense. “Nos últimos meses de presidência, Jucelino Kubistechk manifestou

a sua vontade de criar a Universidade Federal de Goiás e tomou as iniciativas cabíveis neste sentido. Foi então que o deputado Tarso Dutra tomou conhecimento do projeto, se uniu ao senador Daniel Krieger e, fazendo as coisas o mais reservadamente possível, conseguiram colocar uma emenda que criava junto a UFSM”, explicou o professor. A partir daí, Mariano da Rocha sempre referenciou e homenageou a articulação política do deputado em todas as oportunidades que abordou o tema da criação da UFSM.

Outubro 2014

Curiosidades APUSM Esta coluna é a primeira de uma próspera colaboração mensal do pessoal da Arquivologia que está fazendo um belo trabaO jornal da APUSM foi criado em 1971, durante a gestão do Professor Arlindo Mayer e por iniciativa do Professor Dr. Ivo Kersting, que ficou responsável por praticamente toda sua organização até o ano de 1974. Nesta época o jornal se chamava ‘‘Boletim Informativo APUSM ’’ e em suas primeiras edições recebeu o apoio da APLUB, que tomou a seu cargo a impressão e orientação gráfica do mesmo. O boletim foi criado com o intuito de divulgar bimestralmente não só as atividades da associação, mas também o que acontecia no mundo acadêmico em geral, dando ênfase para a UFSM. (William Moura) Durante o início do ano 1971, o Magnífico Reitor Professor Dr. José Mariano da Rocha Filho cedeu, dentro das propriedades da UFSM, próximo ao Estádio Tarso Dutra, uma área destinada à construção de uma sede para a APUSM, pois seus associados ainda se reuniam em apartamen-

lho com o acervo da APUSM e, em breve, estará disponível para quem quiser conhecer toda a história da instituição. Foto Imprensa APUSM

O professor Ivo Kersting doou para APUSM todo o seu acervo particular dos primeiros exemplares do “Boletim Informativo” da Associação

tos de colegas ou em uma sala emprestada no prédio do SENAC, na Rua professor Braga. Pórem, a proposta foi estudada pela diretoria e, em uma época onde a associação fazia também o papel de sindicato, se optou por não aceitar o terreno, pois ficaria a impressão de que a APUSM estaria subordinada a UFSM e com isso perderia o direito de discordar de seu ‘‘patrão’’, apresentando propostas e reivindicações distintas. (William Moura)


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Estes pioneiros e suas histórias

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Professora Maria Helena Cunha

UFSM entrou muito cedo na vida da professora santa-mariense Maria Helena Silveira Neto Cunha. Antes mesmo de a Universidade existir, como ela mesma enfatiza. Se por um lado teve a influência do pai, o médico Alfredo Silveira Neto, que também era professor universitário e exerceu o magistério nas faculdades de Medicina e Farmácia da antiga Universidade do Rio Grande do Sul, pelo outro, sua mãe, Noemi Marques da Rocha Silveira Neto, era prima do futuro reitor, José Mariano da Rocha Filho, e a família acompanhou de muito perto todos os movimentos que levaram à criação da primeira universidade no interior brasileiro. Maria Helena relembra que depois de completar seus estudos em Porto Alegre, primeiro no tradicionalíssimo Colégio Sevigné e, depois, na Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul, começou sua carreira no magistério e não parou mais pelo amor incondicional que sempre teve pela profissão. Tanto que hoje, aposentada, enfatiza que se voltar depois da morte, não terá dúvida alguma: será professora novamente! Ser professora “Meu marido era militar e foi transferido para Santiago, em 1957. Lá eu comecei a minha carreira no magistério e também esta minha identificação com meus alunos. Eu os adorava e eles me adoravam. Chegavam a fazer seguidas serenatas para mim, deixando meu esposo brabo, furioso, já que tinha que acordar bem cedo no outro dia para ir ao quartel. E, eu gosto tanto de ser professora, que quando cheguei a Santa Maria e comecei a lecionar na UFSM, não havia 40 horas de carga horária. Então, por 10 anos também trabalhei 20 horas, pelas manhãs, como professora e vice-diretora do Maneco, até me dedicar exclusiva-

Fotos assessoria APUSM

“Eu fui, sou e sempre serei professora!”

mente ao Ensino Superior. Eu sempre quis ser professora. Acredito que seja pelo relacionamento com os alunos. É a energia que eles sempre me passaram. É a alegria, é a juventude. Valeu a pena ser professora. Acho que depois dessa vida, se eu voltar, novamente vou escolher ser professora”. Os primeiros tempos “Eu cheguei aqui na UFSM antes mesmo da reforma. Era ainda a Irmã Consuelo a diretora. Primeiro, comecei como professora na primeira turma do Curso de Geografia e, logo depois, também comecei a lecionar para o quarto ano do Curso de História. Lembro que a Universidade era ainda dividida administrativamente por Cursos, e não por Departamentos, como é até hoje. Meus primeiros colegas naquele tempo foram os professores Ivo Muller e Sérgio Bernardes, e as professoras Renati Drews, Vania Pinto e Esther Souza. Depois, a medida que foram incluindo novas disciplinas, começaram a entrar os professores geólogos: Sartori, Maciel, Péricles, Olavo e Egydio Meneghotto. Todos inesquecíveis. Santa Maria e a Universidade “Depois da Universidade, San-

ta Maria mudou muito. Veio muito progresso para cá. Antes, a cidade era pequena, essencialmente comercial, mais os militares e os ferroviários. Nunca fomos um polo industrial, havia poucos negócios fortes de campo e não tínhamos grandes fazendeiros. Porém, com a implantação da UFSM tudo mudou. O progresso é nítido para quem viveu nestes últimos 50 anos por aqui. Há muita gente vindo e indo. E gente com estudo. A cidade é hoje um polo educacional fantástico com a implantação de outras tantas universidades, faculdades e escolas. Enfim, tudo cresceu, e muito”. A Educação ontem e hoje “A pessoas sempre dizem isto, mas eu acho que o Ensino na nossa época, no meu tempo, era melhor. E era. Era muito importante ser professor, era mais valorizado, mesmo não ganhando uma maravilha. Mas havia um amor pelo seu colégio como hoje há amor para um time de futebol. A escola tinha uma participação maior na vida das pessoas e, principalmente, se estudava mais, se aprendia mais. Hoje em dia não sabem nem o nome do professor”.

Personalidades do Ensino “Há duas pessoas imprescindíveis na implantação do Ensino Superior em Santa Maria: o Mariano da Rocha Filho e a Irmã Consuelo. E eu as conheci praticamente do berço, muito antes de pensar em ser professora. A minha mãe era muito da família e quando vinha a Santa Maria visitava todo mundo, fazia questão de conviver, de estar junto. E o Mariano era sobrinho de meu avô. Então, praticamente nos criamos juntos, tivemos uma convivência muito próxima em nossa juventude. Quanto a irmã Consuelo, minha mãe estudou toda vida no Sant’Anna e tinha uma relação muito estreita com as freiras franciscana. Herdei a amizade dela com a irmã Consuelo, mesmo eu sendo aluna do Sevigné, administrado pelas irmãs do Bom Conselho, uma ordem alemã rival”, conclui a professora já com uma boa risada estampada em seu rosto. A criação da APUSM “Estou orgulhosa de estar aqui na APUSM hoje ( a professora concedeu a entrevista durante o Café dos Pioneiros, realizado no último dia 11 de outubro, em homenagem ao Dia do Professor na sede da Associação). Acredito que sou uma da fundadoras da Associação. Eu estava lá, naquela pequena salinha na frente da Casa do Estudante, na Rua Professor Braga, quando o Calil e outros professores fundaram a entidade. Era muito pouca gente e a maioria já se foi. ” *Assista em vídeo a entrevista completa da professora Maria Helena Cunha. Basta acessar o site da APUSM e clicar sobre o ícone correspondente na barra lateral do site. A entrevista foi produzida e realizada pelo Setor de Comunicação da APUSM.


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Ricardo Ritzel

Periódico mensal da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

Outubro 2014

- 16 de novembro de 1926 -

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uando inicia o processo de sucessão de Epitácio Pessoa para presidência do Brasil, em 1921, o presidente do Rio Grande do Sul, Antonio Augusto Borges de Medeiros, começa a criar fatos políticos para enfraquecer a aliança entre São Paulo e Minas Gerais, que se revezavam no poder federal em um período conhecido como República Café com Leite. Na verdade, antes de tomar o governo dos mineiros e paulistas, o objetivo malicioso do governo gaúcho era manter intacta a constituição castilhista que o garantia um poder com mão de ferro no Estado há mais de duas décadas. E o primeiro movimento neste complexo tabuleiro das paixões políticas do início do século passado foi o apoio de Borges à jovem oficialidade do exército brasileiro que se opunha à candidatura “chapa branca” do mineiro Artur Bernardes. Logo após, já em 1922, esses mesmos jovens oficiais rebeldes invadem o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, mas rapidamente são derrotados nas armas e desarticulados politicamente com mortes e prisões. Bernardes assume o poder, porém estavam desencadeados os fatos que culminariam com a Revolução de 30, oito anos depois. E a resposta dos barões do café paulistas para Borges de Medeiros não tardou a chegar. Em 1923, eles não tiveram dúvida alguma em apoiar os opositores do castilhismo, liderados politicamente por Assis Brasil e, nas armas, por Honório Lemes, que anunciaram com bala, espada e pata de cavalo mais uma revolução no Rio Grande do Sul. Com o endurecimento dos combates entre chimangos e maragatos em território gaúcho, o governo federal ameaça intervir no Estado, pressionando ainda mais o governo de Borges de Medeiros para uma rápida solução do conflito. Como consequência, os Corpos Provisórios da Brigada Militar foram acionados para reforçar a tropa regular contra revolucionários mal armados e com pouca munição. Ao natural os revoltosos foram sendo presos, feridos, mortos ou escaparam para o exílio uruguaio. Mas a vitória nas armas teve seu preço político. Borges foi obrigado a suprimir da constituição, através do Tratado de Paz de Pedras Altas, todos os mecanismos de reeleição que garantiam a sua continuidade no poder. Pelo acordo de pacificação, outro deveria sentar na cadeira de pre-

Frente de batalha no mapa de Santa Maria na década de 1920

sidente do Estado, como chamavam tório. O clima em todo sul do Brasil se transformou em um tempo de susos governadores daquela época. Em junho de 1924, outra peça des- surros, conspirações e ardis. Em Santa Maria não foi diferense tabuleiro entra em ação: uma nova rebelião militar comandada pelo ma- te. Durante todo o ano de 1925 e 1926 rechal da reserva gaúcho, Isidoro a cidade foi sacudida por boatos de Dias Lopes, reacendeu o fogo revo- uma revolta iminente de simpatizanlucionário no país. E, mesmo sendo tes do movimento tenentista, quase obrigado a se exilar no Paraguai de- todos ligados ao 5º Regimento de vido à pronta e forte resposta militar Artilharia Montada (5º RAM), ao 7º do governo federal à revolta, o velho Regimento de Infantaria (7º RI) e ao marechal estabeleceu um reduto na Grupo de Esquadrilhas de Aviação. Em meados de 1926, cartas infronteira do Paraguai com o Brasil de onde irradiava a conspiração. terceptadas pelo setor de inteligênEstranhamente, em um ges- cia da Brigada Militar, comandada pelo governo gaúcho, to até hoje não muito assinalavam para breve bem explicado, Boruma ação conjunta das ges resolve apoiar seus guarnições de Santa inimigos paulistas e Maria, São Gabriel e mineiros e ordena a Bagé. A conspiração formação de uma tropa contava ainda com o expedicionária gaúcha apoio de veteranos mapara um rápido desloragatos, como Honório camento até o teatro Lemes e Zeca Netto. de operações no oeste paranaense. Segundo a Major Aníbal Barão, Estava completo o cemaioria dos historiado- então comandante inter- nário para a Batalha de res, este lance brusco e ino da Brigada Militar de Santa Maria. No início de noinesperado do governo Santa Maria vembro de 1926 os positivista gaúcho não passou de um movimento de preser- fatos começaram a se desencadear como uma orquestra que afina os vação política. Mas foi como se jogasse gaso- instrumentos antes do concerto. A cilina para apagar o fogo. Logo de- dade estava em uma ebulição polítipois, revoltas armadas acontecem ca radicalizada, típica daqueles anos nas guarnições de Santo Ânge- conturbados. Os boatos eram dos lo e Cachoeira do Sul. O objetivo mais plausíveis aos mais impossíveis. O ambiente na maioria dos quardos militares revoltosos liderados pelo tenente Luis Carlos Prestes téis da cidade era abertamente consera provocar uma agitação popular piratório contra a posse de Washingde apoio à causa e, depois, tomar ton Luis na presidência brasileira, a direção dos militares rebeldes dando continuidade ao revezamento aquartelados na fronteira guarani. no poder dos “Cafés com Leite”. O historiador Romeu Beltrão Era, porque a coluna revolucionária decide então entrar pelo inte- relata em seu livro “Cronologia Hisrior brasileiro buscando insuflar uma tórica de Santa Maria”, incidentes grande revolta popular por todo terri- durante uma sessão de cinema no

Coliseu Santa-Mariense, onde se ouviram discursos inflamados e movimentações suspeitas de quatro oficiais do Exército. Outro estopim foi aceso com o anúncio de levantes nas guarnições de São Gabriel e Bagé na madrugada de 14 de novembro. Era a senha que anunciava a iminente invasão do Rio Grande pelas tropas do velho marechal Isidoro. Não era. Devido ao precário sistema de comunicação da época, os líderes revolucionários santa-marienses possivelmente não tenham tomado conhecimento da decidida reação dos militares leais ao governo federal e a rápida rendição dos rebeldes em São Gabriel e Bagé. Em 15 de novembro, durante o desfile cívico pela proclamação da República, toda Santa Maria esperava o anunciado levante dos tenentes rebeldes. Esperavam e sussurravam. Em uma atitude prudente, o major Aníbal Barão, então comandante interino da Brigada Militar de Santa Maria, determinou que um único pelotão, e somente esse, fosse ao tradicional desfile em homenagem a então incipiente República brasileira. E que os soldados estivessem fortemente armados e municiados. Enfim, prontos para o combate. A ordem de Barão também se revelou uma ardilosa manobra militar, colocando grande parte da tropa brigadiana e seus oficiais em alerta e em posições estratégicas. A meia-noite começou o levante no 5º Regimento de Artilharia Montada. Uma patrulha liderada pelo primeiro tenente Nelson Etchegoyen rendeu a sentinela e o corpo da guarda. Depois se apossaram dos armamentos e, logo em seguida, deram voz de prisão ao comandante do Regimento, coronel Enéas Pompilío Pires, assim como a todos seus subordinados diretos. O próximo passo dos rebeldes foi invadirem a caserna e comunicarem aos soldados que o quartel estava prestes a ser atacado pela Brigada Militar. - “Todos em alerta de combate”, ordenou o outro líder do levante, 1º tenente Alcides Etchegoyen, aclamado por unanimidade como comandante da rebelião pela soldadesca, mesmo sendo o oficial com menor tempo de serviço militar. Quando o relógio marcou 5h45 daquela manhã do dia 16 de novembro de 1926, Santa Maria foi acordada com toques estridentes de clarim. Logo, os primeiros tiros de canhão foram disparados na frente do 7º Regimento de Infantaria, nos altos da Rua Doutor Bozzano.


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- A Batalha de Santa Maria A última carga da cavalaria gaúcha aconteceu no combate de 25 de novembro de 1926. Nesse dia, depois de saírem de Santa Maria a caminho do exílio, as tropas rebeldes comandadas pelos irmãos Alcides e Nelson Etchegoyen derrotaram a gauchada liderada por Oswaldo Aranha (foto)

A população que conseguiu dormir naquela noite, acordou alarmada. Famílias inteiras começaram a buscar abrigo em porões de suas residências ou saíram em fuga descontrolada para a periferia da cidade. Seguiu-se a outro tiro de artilharia, e mais outro, e assim sucessivamente. O major Aníbal Barão, em estado de alerta junto com todos seus oficiais desde o dia anterior, imediatamente fez que seus soldados acionassem o seu plano de defesa. Do outro lado da trincheira, grupos de batedores rebeldes com lenços vermelhos amarrados ao pescoço começaram a patrulhar as ruas próximas aos quartéis para identificar as posições da Brigada. Algumas dessas patrulhas de vanguarda chegam próximos da Praça Saldanha Marinho, no Centro da cidade, ficam cara-a-cara com um piquete brigadiano à cavalo e, abaixo de bala, retrocedem até a Praça Saturnino de Brito. Estava estabelecido o teatro de operações do combate. A linha de frente começava na Rua Sete de Setembro, no lado norte de Santa Maria, passava pela Avenida Rio Branco até a Doutor Bozzano, depois até a esquina da Floriano Peixoto (hoje esquina do Calçadão), Avenida Ipiranga (atualmente chamada de Avenida Presidente Vargas), indo até o lado sul da cidade, na Rua Gaspar Martins (Avenida Medianeira). Naquele momento, a Brigada Militar tinha a seu dispor um efetivo de 287 homens, mas somente 200 estavam armados e municiados para luta. O restante guarnecia a retaguarda ou prédios públicos estratégicos. Os rebeldes possuíam entre 700 e 800 militares bem treinados e fortemente armados, 12 canhões e farta munição. Não era ainda 6h15 e o major Barão já estava estabelecido em seu posto de comando na esquina da Rua Doutor Bozzano com Rua do Acampamento, em um prédio ao lado do antigo Banco da Comércio (onde hoje está erguido o Edifício Província). O combate começou uma hora depois, às 7h15, quando “com gran-

de fuzilaria, metralhadoras e mais balas de canhão”, contou Romeu Beltrão em seu livro histórico. Na Avenida Rio Branco, entre a Rua dos Andradas e a Rua Silva Jardim, estava o ponto de refrega mais intenso, com canhonaços e balas por todos e de todos os lados. No Colégio Santa Maria, professores e alunos internos tentam uma fuga pela Rua Floriano Peixoto depois de vários petardos atingirem o prédio do educandário marista. Foram impedidos por uma patrulha da Brigada comandada pelo tenente Scherer, que com voz de comando, ordenou que todos se refugiassem no porão da escola. A morte estava escondida pelas ruas da cidade. E as horas passaram e o dia foi se sucedendo sem grandes mudanças, tanto na linha de frente, como também quantidade de tiros disparados de lado a lado, que não foram poucos. Com a chegada da noite, a garoa constante que caiu durante todo dia se transformou em uma chuva torrencial. A temperatura despencou atipicamente para aquela época do ano e uma névoa úmida também deixou mínima a visibilidade. Com suas baterias de artilharia posicionadas na frente do 7º RI, ao lado do 5º RAM, e um canhão em posição avançada fixado bem à frente da Igreja do Rosário, na Rua Silva Jardim, os tenentistas passaram o dia bombardeando posições da Brigada ao longo da linha de frente legalista, em especial na esquina da Rio Branco com Silva Jardim, onde uma encarniçada defesa estava sendo realizada pelo capitão Jorge Pelegrino Castiglione, conforme pesquisa de Hermito Lopes Sobrinho, em seu livro “A Revolta em Santa Maria”. Comentários de jornais da época,

como também vindos da tradição oral de santa-marienses, falam de infiltrados da Brigada Militar dentro das guarnições federais que sabotaram os equipamentos de mira da artilharia dos militares. Talvez esteja aí a explicação do grande número de tiros a esmo e sem direção feitos por uma tropa bem treinada. Não foram poucas as balas de canhão que naquele dia caíram sobre áreas civis, sem nenhum alvo bélico por perto. À meia-noite, ajudado pela penumbra e a névoa da chuva, um plano militar estava começando a ser executado. Os tiros de canhão se intensificaram ainda mais, junto com os estampidos contínuos e secos das metralhadoras rebeldes. A sinfonia bélica foi acrescida de fuzis, revólveres e pistolas para todos os lados e vindos de todas as direções. A manobra dos tenentes visava despistar a primeira tropa rebelde, que naquele momento já estava em retirada, exausta, com quase 24 horas de luta intensa. Nas primeiras horas da madrugada, com o endurecimento dos combates e dos tiros, corre um boato entre a população civil que a cidade seria destruída e a população arrasada se não abandonassem o perímetro urbano. Uma onda de histeria e desespero tomou conta das pessoas mais sugestionadas. Relatos de populares falam de fugas tresloucadas de famílias para o Campestre do Menino Deus, assim como para São Martinho, nos altos da serra. Outras, mais prudentes, se escondem nos porões e em barrica-

Foto Arquivo Histórico do Exército

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das feitas por móveis domésticos. Às 3h, uma segunda coluna revolucionária parte em busca da fronteira. Pouco antes das 4h, conforme os planos de seus líderes, os últimos rebeldes já haviam deixado Santa Maria. O major Barão, que neste momento já havia percebido a estranha movimentação das tropas inimigas, ordena que uma patrulha comandada pelo tenente Scherer fosse averiguar as posições inimigas. Antes das 5h daquela manhã de 17 de novembro, o tenente e mais 22 homens chegam ao prédio do 7º RI e o encontram com uma bandeira branca estendida sobre o portão. Estava acabando a noite mais longa da história de Santa Maria. Naquela manhã, o contingente inteiro da Brigada Militar desfilou pelas ruas centrais da cidade abaixo de frenéticos aplausos da população. Mulheres lançavam rosas e jasmins sobre a tropa vitoriosa que retornava ao quartel da Brigada. A falta de informações seguras e a absoluta exaustão dos oficiais e soldados brigadianos impediram a perseguição aos revolucionários tenentistas. Conforme Romeu Beltrão, “começou, então, uma verdadeira romaria ao Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo em busca de informações sobre mortos, feridos e desaparecidos”. O total de baixas na Brigada Militar foi de 17 homens fora de combate, sendo três mortos e 14 feridos. Os rebeldes tiveram28 baixas, sendo seis mortos e 22 feridos, fora os que conseguiram se retirar. Na população civil, foram quatro mortos, 12 feridos, excluindo os que não procuraram socorro médico por terem somente ferimentos leves. Os prejuízos financeiros foram enormes em mais de 70 prédios atingidos ou danificados por balas de canhão e tiros de fuzis. Quanto aos objetivos políticos e militares dos rebeldes, como a pontaria de seus canhões, também não atingiram o alvo. O exílio foi o destino de todos.


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Xadrez

Leia o livro, assista ao filme e depois jogue

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APUSM será sede da grande final do Campeonato Brasileiro de Xadrez Rápido de 2014. O torneio reunirá os melhores jogadores brasileiros do esporte da mente e será disputado no Salão Olho d’Água nos próximos dias 6 e 7 de dezembro. Participam da final do Brasileirão enxadristas classificados em competições disputadas nas mais diversas cidades brasileiras durante o ano de 2014. Xadrez Rápido é uma modalidade do esporte onde os competidores têm, além da disputa posicional no tabuleiro, a pressão do tempo. A organização e promoção da competição estarão sob responsabilidade da Confederação Brasileira de Xadrez, Federação Gaúcha de Xadrez, Santa Maria Xadrez Clube e Departamento de Xadrez da APUSM.

Jogando no cinema Mesmo sendo esporte cerebral, o xadrez rendeu argumentos para ótimos filmes de cinema. Os melhores podem ser encontrados nas grandes locadoras ou no site do YouTube na internet (www.youtube.com). Uma boa dica é digitar na barra de procura do YouTube as palavras filmes de xadrez, para achar obras íntegra e legendadas, com direito a “trailer” para não perder tempo e barra lateral de indicação com audiovisuais similares.

Em setembro, a APUSM sediou o Torneio Aberto do Brasil, que classificou cinco enxadristas para a final do Campeonato Brasileiro de Xadrez

O tabuleiro na Literatura mundial

O xadrez tem sido citado na literatura desde o início do século VI, na Índia, provável país de origem do jogo. Daí em diante, através de sua expansão pelo mundo islâmico e pela Ásia, outros poemas, contos e histórias enriqueceram ainda mais a história deste esporte com elementos absorvidos de cada uma dessas culturas em distintos continentes. Na Europa, o poema Versus de Scachis e Schach d’amor são as primeiras literaturas no continente embora o jogo seja retratado em inúmeras outras histórias desde o sermão, “Liber Moribus”, publicado em forma de manuscrito, em 1275. Desde então, a lista ampliou-se notavelmente, numa escala de crescimento explosivo, quase acompanhando o crescimento exponencial do conhecimento humano.

Egito antigo

10 dicas de livros 1.“A Partida de Xadrez” (ou “O Jogo Real”), de Stefan Zwaig. 2. “A Defesa (ou “A Defesa Luzhin”), de Vladimir Nabokov. 3. O Quadro Flamengo, de Arturo Perez-Reverte. 4. Todos os Cavalos do Rei, de Kurt Vonnegut Jr. 5. O Autômato de Maelzel, de Edgar Alan Poe. 6. A Torre Ferida por um Raio , de Fernando Arrabal. 7. A Máquina de Xadrez, de Robert Lhor. 8. O Gambito da Dama, de Walter Tevis.

Boogart jogando em Casablanca

10 dicas de filmes

1 - Fora de Controle

2 - O Mundo Contra Bobby Fischer. 3 - Lances Inocentes.

4 - Xeque-Mate. 5 - O Sétimo Selo.

Xadrez na Idade Média

Uma lista humilde, sem a menor pretensão de ser completa poderia incluir notáveis como Lewis Carrol, Chaucer, Boccaccio, Goethe, Tolstoy, Dostoiewsky, G. Eliot, Turgueniev, Boris Pasternak, I. Singer, William Golding, Beckett, Ian Fleming, Sinclair Lewis, F. Forsyth, Marion Bradley e, é claro, Machado de Assis. O mestre brasileiro fez centenas de citações envolvendo o chamado Rei dos Jogos em suas obras, entre as quais: “Tudo pode ser, contando que me salvem o xadrez!” Entre as obras referenciais com o tema de xadrez, temos dez dicas e um objetivo: boa leitura!

6 - O Último Lance.

9. A Longa Noite de Xadrez, de Paul Badura-Skóda e Gabriel Garcia Márques. 10. Variante Gotemburgo de Esdras do Nascimento.

7 - Game Over: Kasparov and the Machine. 8 - Fresh, Inocência Perdida. 9 - Face a Face com o Inimigo. 10 - Um Bom Ano.


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Poesia

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Concerto

Toda a poesia de Tex Jr. O equilibrista nas nuvens

Coral da APUSM encanta no Treze de Maio

de Odemir Tex Jr.

D

izem que não há poeta que não seja, ao mesmo tempo, um profundo filósofo. Um exemplo é o Odemir Tex Júnior, recentemente empossado como mais novo membro da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira nº 36, cujo patrono é Raul Bopp. Sua poesia usa a simplicidade do cotidiano para expor temas densos, pesados como chumbo, mas que se transformam em leveza pura pela escolha absolutamente certa de cada frase, de cada palavra, de cada letra em busca da emoção correspondente. Da mesma cepa de d’Oliveira e Veppo. Simplesmente, magnético. Para quem ainda não sabe, Odemir Tex Júnior, ou Tex para seus inúmeros amigos, é poeta e escritor nascido na Mata e radicado em Santa Maria há vários anos. Ele tem na bagagem mais de uma vintena de prêmios literários em prosa e verso, e em vários estados, além de ter publicação de sua autoria em uma das mais importantes revistas de poesia e arte contemporânea brasileira, a Mallamargens. É coautor dos livros Santa Invasão Poética, O Maquinista Daltônico e O Gol Iluminado; e também autor das poesias de Esta Insólita Província. Tex também fundou uma editora dedicada à confecção de trabalhos com papelão, a Estrela Cartonera, pela qual lançou seu último trabalho, “Uma Nova Didática do Olhar”, em 2013. O livro é totalmente artesanal e contém poemas empacotados em um libreto de 44 páginas, sendo que cada capa da edição é única, sem cópias e vem embalada em uma carapaça de papelão. O Jornal da APUSM publica nesta edição, “O Equilibrista nas Nuvens”, poesia premiada no 47º Festival de Música e Poesia de Paranavaí, realizado no Estado do Paraná, em 2012, com o Troféu Natividade de Poesia, conhecido como “Barriguda”.

1. corro sobre as cordas que suspendem a insensibilidade dos dias percorro este desequilíbrio repetitivo dos ingredientes nos quais germinam os pães entre os trigais do trabalho. (a medida entre os passos que declaram nossa saída à porta e o retorno ao leito sonolento das noites, é um extinto brinquedo perdido entre olhares de adeus) 2. teço forcas como quem sonha tranças. Rezo um terço para renascer no mesmo milagre que compõe minha parte na multidão e nas feridas expostas sob as marquises. habita em mim uma vontade de roer o dinheiro e o desdém. Beijar as correntes do cotidiano contra as limalhas e as agruras do aço (pela mesma desrazão que o verde insiste em brotar na rachadura do asfalto, pelo mesmo amor que nega a eternidade, o dia-a-dia implora maior ar e espaço). 3. quando acordo, o dia me atravessa como um rio desesperado. Sustenta-me na enchente das impossibilidades estas cordas invisíveis entre nuvens, que na ousadia do equilíbrio - contra os labirintos e as náuseas amorosamente chamamos de sonhos.

O

Coral da APUSM realizou o seu concerto anual na noite de 22 de outubro no Theatro Treze de Maio. O evento apresentou um repertório variado e emocionante, passando por diferentes períodos e estilos, desde a música sacra, passando pela internacional, brasileira, até a nativista gaúcha. Sob a regência de Nei Beck, os 32 integrantes do coral, mais a participação especial da Orchestrarium, Charles Medina Tones e Rafael Rorato, foram acolhidos por um teatro pulsante, disposto, envolvido e emocionado. Embora não estivesse lotado, a casa de espetáculos recebeu um bom público que aplaudiu com entusiasmo cada obra apresentada. “É um prazer tê-los conosco. Estou emocionada diante desta magnífica apresentação. Ver a satisfação e a contemplação das pessoas aqui presentes enfatiza ainda mais que há um trabalho belíssimo sendo feito. A APUSM se sente honrada em poder apoiar e contar com o Coral. Estamos muito felizes e satisfeitos com o trabalho e com a arte desenvolvida por eles”, des-

taca a presidente da Associação, Tânia Moura da Silva. Segundo a arquivista, Cláudia Américo, o concerto que asistiu foi muito mais que uma apresentação emocionante. “Já fui a muitos eventos de corais, mas esse foi diferente para mim. Trouxe-me paz de espírito, elevou minha atenção e meus sentimentos com um repertório magnífico. Pretendo ir às próximas apresentações do coral da APUSM, pois o que vi e ouvi aqui hoje me impressionou e impactou de uma maneira ímpar”, ressalta Cláudia Américo. O tenor do grupo, Fernando Ludke, explica que os ensaios do Coral são realizados todas as quartas-feiras após as 19 horas e o repertório é construído pelo regente, com algumas “intromissões e opiniões” dos demais integrantes. “Fico feliz em saber que emocionamos que sensibilizamos a plateia de alguma forma. É sempre uma motivação a mais saber que o seu trabalho vem agradando. Há um trabalho muito sério sendo desenvolvido pelo coral da APUSM, há muito comprometimento e devoção nisto”, disse.

A origem do grupo O coral iniciou suas ativi- o nome da APUSM. Tem readades em 30 de agosto de 2006 lizado eventos culturais com como resultado de uma parce- o propósito de estimular seus ria entre a Associação Coro de integrantes e o público a presCâmara Santa Maria e a Asso- tigiarem a cultura musical atraciação dos Professores Univer- vés de repertório variado. Atusitários de Santa Maria, visando almente, o Coral Apusm conta difundir o canto coral e divulgar com 31 integrantes.


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Saúde

Pesquisa indica cura para a diabete tipo 1 Cientistas dão passo significativo na pesquisa da cura para a diabetes tipo 1

O

s esforços pela descoberta da cura para a diabetes tipo 1 recentemente “deram um tremendo passo”, afirmaram cientistas. A doença ocorre quando o sistema imunológico do corpo humano destrói as células que controlam o nível de açúcar no sangue. Uma equipe da Universidade de Harvard usou células-tronco para produzir centenas de milhares dessas células em laboratório. Testes em ratos mostraram que elas podem tratar a doença, procedimento que especialistas descreveram como “potencialmente um grande avanço médico”. Células beta no pâncreas produzem insulina para baixar os níveis de açúcar no sangue. Mas o próprio sistema imunológico do organismo pode se voltar contra as células beta, as destruindo e deixando a pessoa com uma doença potencialmente fatal, pois o corpo passa a não conseguir regular o nível de açúcar no sangue. A doença tipo 1 é bem diferente da diabetes tipo 2, que é de incidência mais comum por ser causada por um estilo de vida pouco saudável. Coquetel perfeito - A equipe de Harvard foi liderada pelo professor Doug Melton, que começou sua busca pela cura da doença quando seu filho foi diagnosticado há 23 anos. Mais tarde ele teve outra filha diagnosticada com a doença. Ele está tentando substituir aproximadamente 150 milhões de células beta usando a tecnologia das células-tronco. O professor descobriu o coquetel perfeito de agentes quími-

cos para transformar células-tronco de embriões em células beta funcionais. Testes feitos com ratos – cujos resultados foram publicados no jornal científico Cell – mostraram que as células produzidas em laboratório poderiam produzir insulina e controlar os níveis de açúcar no sangue por muitos meses. “Foi gratificante saber que podemos fazer algo que sempre acreditamos ser possível”, disse Melton. “Estamos atualmente a um passo pré-clínico para cruzar a linha de chegada”. Seus filhos, porém, não se mostraram tão impressionados: “Acredito que, como crianças, eles sempre pensaram que como eu disse que faria isso, eu conseguiria”. Mas quando as células beta forem injetadas em uma pessoa, elas também serão atacadas e destruídas pelo sistema imunológico. Por isso, será necessário fazer mais pesquisas antes que o recurso se transforme em uma cura. Mudança de rumo - Sarah Johnson, da organização beneficente JDRF, que financiou o estudo, disse à BBC: “Não é uma cura, é um grande passo nesse caminho. É um tremendo passo à frente”. “Substituir as células que produzem insulina e desligar a resposta imunológica que causa a diabetes é um objetivo de longo prazo”. O professor Chris Mason, um cientista especializado em células tronco da University College London afirmou: “A descoberta científica é fazer células funcionais que curem um rato diabético, mas uma descoberta médica maior é conse-

guir produzir células funcionais em uma escala grande o suficiente para tratar todos os diabéticos”. “Se essa tecnologia de escala provar que funciona tanto na área clínica quando na área de manufatura, o impacto no tratamento de diabetes vai ser uma descoberta revolucionária semelhante aos antibióticos em relação às infecções bacterianas.” A pesquisadora Gillian Morrison, da Universidade de Edinburgh, concorda que isso “representa um avanço real no campo”. “O próximo desafio importante será encontrar maneiras de manter essas células dentro do corpo para que elas se protejam da resposta do sistema imunológico para terem uma função de longo prazo”. O Brasil é o quarto país do mundo em número de portadores de diabetes, atrás de China, Índia e Estados Unidos, de acordo com a International Diabetes Fe-

deration (IDF). Os números levam em conta pessoas com idade entre 20 e 79 anos. No ano passado, o Brasil tinha 13 milhões de portadores, número que poderá subir para 592 milhões em 2035, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Para cada caso diagnosticado, estima-se que haja um sem diagnóstico e, deste total, 1 milhão são crianças.

Conheça os sintomas de diabetes tipo 1 nas crianças 1. Muita sede: mesmo sem praticar exercícios e nos dias mais frios; 2.Emagrecimento: Se a criança vive com fome e come bem, mas ao invés de engordar , emagrece; 3. Urina frequente: inclusive à noite, e, em grande quantidade; 4. Visão embaçada ou mau rendimento escolar: pode ser sinal de comprometimento nos olhos devido ao exesso de glicose no sangue; 5. Câimbras e formigamentos; 6. Mal-estar, fadiga, sonolência, fraqueza e tontura.


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Jurídico

Servidor e horário especial para frequência em cursos

Auxílio-transporte e servidores que utilizam um veículo próprio

S

ervidor público da Receita Federal, através de processo judicial proposto contra a União Federal, assegurou o direito de realizar horário especial de trabalho devido à frequência em curso superior. Representado por Wagner Advogados Associados, o autor da ação obteve resultado favorável perante o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), sendo destacada a previsão desse direito no Regime Jurídico Único (RJU - Lei 8.112/90). A concessão de horário especial aos servidores que frequentam cursos escolares é garantida na lei que determina os direitos e deveres dos servidores públicos, o RJU. Tal vantagem é possibilitada quando há incompatibilidade entre o horário das aulas e o do órgão ao qual o servidor está vinculado, necessária a comprovação da sobreposição

dos horários. Ainda, o fato de o servidor já possuir curso superior completo não impede a jornada especial para viabilizar uma segunda formação acadêmica. O autor atendeu aos requisitos para usufruir do horário especial,

propondo-se à compensação das horas. A sentença de primeiro grau, favorável ao servidor, foi mantida pelo Tribunal Regional, assegurando-lhe a frequência no cargo e no curso. A decisão ainda é passível de recurso.

Candidato aprovado em 2º lugar assegura posse como docente

Candidato aprovado em segundo lugar para professor de Universidade, através de ação judicial, obteve o reconhecimento a sua nomeação em cargo ofertado durante a vigência do concurso pelo qual foi aprovado. Ambas as vagas pertenciam à mesma área de conhecimento estabelecidas conforme o CNPq, exigindo idêntica formação dos profissionais que as assumissem. Dentro do prazo de validade do concurso para o qual foi o candidato aprovado, foi publicado edital de processo seletivo público para contratação de professor para disciplina da mesma área que o autor da ação estava apto para assumir. Possuindo a qualificação necessária exigida nos editais de ambos os certames, e, assim, podendo lecionar em quaisquer das disciplinas, é claro o direito do candidato à no-

meação. Dessa forma, não existe razão para a realização de novo concurso, sendo devida a posse do candidato antes aprovado em segundo lugar independentemente de a carga horária ou remuneração diferirem de uma vaga para outra. O autor assegurou sua nomea-

ção por meio de decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A Universidade, ré do processo, propôs recurso especial junto ao Superior Tribunal de Justiça, o qual foi negado. O resultado ainda não é definitivo, sendo o processo ainda passível de recurso.

O advogado e sócio do escritório Wagner Advogados Associados, Flávio Ramos realiza todas as quintas-feiras pela manhã, das 10h ao meio-dia, orientações jurídicas aos associados da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM). Ramos é especializado nos assuntos relacionados a questões funcionais do servidor público como: carreira, vínculos do professor ao serviço público, entre outros. O escritório atua nesta área há cerca de 30 anos. Neste ano o escritório também está atendendo aos professores associados que possuem vínculos com instituições particulares. Assuntos relativos ao regime geral da previdência- INSS destes associados podem ser esclarecidos pelos advogados. Para isso, basta que o associado utilize este serviço nas quintas-feiras.

Servidores públicos federais conquistaram o recebimento do auxílio-transporte no deslocamento entre suas residências e o local de trabalho independentemente do veículo utilizado (particular ou transporte público) por meio de ação proposta contra o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Representados por Wagner Advogados Associados, lhes foi assegurada a verba em decisão de antecipação de tutela, a qual determinou o pagamento imediato do benefício aos servidores. A administração pública vem interpretando equivocadamente a legislação, considerando devido o auxílio apenas aos servidores que efetivamente utilizam o transporte coletivo, deixando de pagar àqueles que utilizam meios próprios para o deslocamento. Tal interpretação é considerada equivocada pelo judiciário, pois o auxílio-transporte é parcela de natureza indenizatória destinada ao custeio parcial dos gastos com deslocamento até o local de trabalho e ao retorno para a residência. Assim, havendo gastos com o transporte, independentemente do meio utilizado, é devido benefício. Favorável aos servidores (docentes e técnico-administrativos), a decisão proferida pela 2ª Vara Federal de Passo Fundo determinou o pagamento imediato do auxílio-transporte àqueles que dele necessitarem, mesmo que utilizem veículo particular. Para recebê-lo, o servidor deve apresentar requerimento ao IFRS, justificando o gasto que possui no deslocamento de ida e volta ao trabalho. O valor a ser pago, mesmo no caso de veículo próprio, é fixado segundo as mesmas regras daqueles que utilizam o transporte coletivo. Como ainda não é definitiva, a decisão é passível de recurso. Fonte: Wagner Advogados Associados


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Projeto Saúde da Água realiza plantio

A

equipe do Projeto Saúde da Água, realizado pela Fundação MO’Ã com patrocínio da Petrobras, Programa Petrobras Socioambiental, plantou na última semana em cerca de dois hectares, 360 mudas de espécies nativas para restauração florestal de nascentes do Arroio Manoel Alves, localizadas na propriedade da Sociedade Vicente Pallotti, em Itaara. Foram plantados mudas de pitangueira, cerejeira-do-mato, araçá, chal-chal, guabiroba, pessegueiro-do-mato, aroeira-vermelha, angico-vermelho, açoita-cavalo, camboatá-vermelho. As mudas foram plantadas pelo método tradicional, em linhas, e parte agrupadas em pequenos núcleos. As espécies escolhidas para o plantio, na sua maioria, têm crescimento rápido, florescimento e frutificação precoces, atrativas para fauna polinizadora e dispersora de sementes, contribuindo para restauração rápida da

Fotos Imprensa APUSM

A equipe do Projeto Saúde da Água, plantou em Itaara na última semana em cerca de dois hectares, 360 mudas de espécies nativas

vegetação arbórea. Outras técnicas de restauração testadas pelo Projeto são o cercamento (isolamento) da área para condução da regeneração natural e a semeadura direta de espécies ar-

bóreas nativas. As técnicas testadas objetivam verificar qual ou quais as técnicas de restauração mais eficientes para a região e que mais produtores rurais possam aplicá-las. A orientação desta atividade é

da professora Dra. Ana Paula Moreira Rovedder, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Recuperação de Áreas Degradadas da UFSM (NEPRADE), que desenvolve projetos de restauração ecológica na região. Os efeitos da restauração florestal sobre a qualidade e quantidade da água na sub-bacia do Arroio Manoel Alves será avaliado pela equipe orientada pela professora Dra. Jussara Cabral Cruz, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM. Durante o plantio, estiveram presentes os parceiros do Projeto, Wilson Lucca, Prefeito em exercício de Itaara e Josita Monteiro, Engenheira Florestal da Prefeitura de Itaara; Marcos Sudério, representando o CONDEMA de Itaara; Simoni Nardi, professora da Escola Municipal Alfredo Lenhardt; e Padre Clesio Facco, representando a Sociedade Vicente Pallotti.

Guardiões das Nascentes em trabalho de campo

O Projeto Saúde da Água, desenvolvido pela Fundação MO´Ã com patrocínio da Petrobras, Programa Petrobras Socioambiental, realiza ações de Educação Ambiental semanalmente com os Clubes de Ecologia criados nas escolas Alfredo Lenhardt, Euclides Pinto Ribas e Ensino Médio. Os cerca de 50 alunos participantes são denominados Guardiões das Nascentes. Nos dias 10,11 e 12 de outubro de 2014, o Projeto promoveu uma visita destes alunos às nascentes do Arroio Manuel Alves na propriedade da Sociedade Vicente Pallotti, onde estão sendo implantadas técnicas de restauração florestal. Os Guardiões das Nascentes auxiliaram, simbolicamente, no plantio das mudas de árvores nativas e receberam informações sobre a necessidade da preservação daquelas áreas, enfatizando a importância da preservação das nascen-

Os Guardiões das Nascentes auxiliaram, simbolicamente, no plantio das mudas de árvores nativas

tes para a qualidade e quantidade da água de Itaara. Essa ação se baseia na filosofia de Paulo Freire, de que o educando assimila o objeto de estudo fazendo uso de ensinamentos práticos, demonstrando em campo o que já foi trabalhado nas atividades de cada escola.


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Cidadania

Ação social: pensando em quem precisa

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Associação Pró Dignidade da Vida é uma associação de direito privado, beneficente, filantrópica, recreativa, reconhecida como de Utilidade Pública pela Prefeitura Municipal de Santa Maria, e desenvolve um trabalho de inclusão social junto às vilas: Maringá, Diácono João Luiz Pozzobon, Paróquia Dores, Berleze e Zilda Arns. A sua sede está localizada na Avenida Dores 205, junto à Paróquia Nossa Sra das Dores Atualmente as ações da Associação são desenvolvidas junto ao Centro Social São Francisco, na rua Hilda Conceição Berleze nr. 255, Vila Maringá, possuindo 900m² (novecentos metros quadrados) de área construída. As pessoas beneficiadas pelo trabalho da Associação são crianças, jovens e adultos com alto índice de vulnerabilidade social, trabalhando valores, inclusão, cidadania, auto estima e valorização humana em sua totalidade para moradores de vilas acima citadas.

Empréstimos de espaço físico: - PSF da Prefeitura com aulas de ginástica, distribuição de medicação e encontro com diabéticos cadastrados e grupo de auto-ajuda psicológica. - Escola Municipal – Projeto mais educação, em alguns dias da semana, para crianças do turno inverso às aulas, palestras e atividades que necessitem de espaço físico maior. - O objetivo é ajudar e amparar a comunidade no que for necessário, dentro das possibilidades da Associação. Os projetos não possuem ajuda financeira de nenhum órgão público. Sobrevivemos graças ao espírito cristão e solidário de alguns amigos e paroquianos. As pessoas beneficiadas pelo trabalho da Associação são crianças, jovens e adultos com alto índice de vulnerabilidade social

O que oferecemos: - Oficina de esportes – variando de 120 a 150 alunos (idade variada de 10 a 20 anos), três tardes na semana, com três turmas de idade diferente em cada tarde (um professor voluntário – o que é pouco) - Artesanato – público oscilante

de 08 a 15 mulheres, uma vez na semana (professoras voluntárias) - Teatro e técnica circense - com 15 crianças e adolescentes de 09 a 16 anos, duas vezes na semana (professor remunerado) - Pastoral da criança com número variável de crianças.

Para contato e doações: Marizete Teresinha Gabbi (55) 9159.4742 ou 3221.1811.


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Conveniados da APUSM Empresas de buffet cadastradas Babette Restaurante (55) 3027 1716 Focus Produtora (55) 3027 5027 Maffi Restaurante (55) 3222 2799 Nedel Eventos (55) 3026 6234 Norberto Da Cás (55) 3222 1981 Via Gastronômica (55) 3217 5337 Vira Cambota (55) 3026 3333 W Eventos (55) 9984 7608

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