Revista Integração - Especial Agro 2017

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Palavra do Presidente Uma nova face, uma nova expressão da nossa marca. Uma melhor visão do que somos e fazemos. O desejo incessante de tornar a nossa agricultura mais inteligente. Nesta edição especial da nossa revista mostramos os primeiros passos desta nova etapa. É com grande alegria que ampliamos a nossa atuação no segmento do agronegócio, inovando e trazendo soluções para promover, proteger e produzir com mais resultados e equilíbrio. Uma agricultura mais inteligente é praticar a atividade em parceria com a vida, aprendendo com a própria natureza. A Bíblia nos mostra quão maravilhosa é a criação de Deus no versículo abaixo: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.” Romanos 1:20a Trabalhar com a vida é cooperar com Deus. Vamos, juntos, inovar e fazer a diferença na agricultura! Boa leitura e obrigado por participar conosco deste novo desafio!

Ma Tien Min Presidente do Grupo Araunah

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índice 03

Palavra do Presidente

ARAUNAH AGRO 05

Inovação A locomotiva da mudança

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Os diferenciais de cada linha da Araunah Agro

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Araunah Agro nosso negócio é ser especialista em especialidades

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A sinergia dos produtos

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Os produtos e suas ações integradas

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A agricultura ecológica: Uma alternativa ou uma necessidade?

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A vida no solo e a sobrevivência da agricultura

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Trichoderma é tão poderoso que seu uso na agricultura requer cuidados especiais

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O controle biológico de pragas agrícolas e a qualidade de produtos à base de fungos

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O uso de Bacillus na agricultura, com enfâse no manejo de fitonematóides

PNG PRO® 17

Bioativação de ecossistemas agrícolas: ferramentas tecnológicas para produção sustentável

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Opinião

BIO PRO® 31

Opinião

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A proteção da vida pelas ações biológicas

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Manejo Integrado de Lagartas através do Controle biológico

NUTRI PRO® 50

Biofertilizantes na agricultura

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Opinião

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Uso de biofertilizantes à base de aminoácidos na agricultura

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Aminoácidos: estrutura e estímulo

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O Big Bang da inovação

FICA A DICA 62

O futuro do plantio direto

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Projeto Solo Vivo Plantio direto na palha é uma realidade

Expediente REVISTA INTEGRAÇÃO - Edição Especial AGRO • TIRAGEM: 1.000 exemplares FOTOGRAFIAS: Arquivo Grupo Araunah, Arquivo Pessoal e Divulgação JORNALISTA RESPONSÁVEL: Indiara Ferreira - MTB 6308 - Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação COLABORADORES: Equipe de Comunicação Corporativa Grupo Araunah.

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Inovação

A locomotiva da mudança Grupo Araunah consolida operações sob a marca da holding e amplia o portfólio de produtos e serviços

Você já parou para pensar no que te move? Cada um, ao seu modo, tem uma justificativa para sair da zona de conforto e se lançar em novos voos. Com as organizações não é diferente. São traçados objetivos concretos para ir adiante. Essa trajetória pode ter início no campo dos sonhos e, dia após dia, ser construída para transformar-se em produtos e serviços inovadores, focados nas atuais tendências do mercado, como experiências, customização, consumo consciente, conversão, relacionamento, saúde, sustentabilidade, dentre outros conceitos. É assim no Grupo Araunah, há mais de cinco décadas. A motivação traz qualidade, inovação e tecnologia, com a meta de contribuir não só com o consumidor, mas com o planeta. Com sede em Uberaba, interior de Minas Gerais, a holding possui atividades, unidades e parceiros de negócios espalhados por todo território nacional, bem como em outros continentes. São cerca de 350 colaboradores, entre profissionais próprios e terceirizados. Agora, a holding se prepara para vivenciar mais uma transformação: a estruturação da nova arquitetura de marcas e negócios. Todas as empresas do grupo adotarão a marca Araunah, num reposicionamento estratégico que busca aproximar os clientes do nome da holding, até hoje pouco conhecido. “Não há o que discutir. Um dos maiores patrimônios de uma organização é a sua identidade, sua marca, sua imagem projetada para os colaboradores, clientes, bem como para toda a sociedade. Vamos trabalhar diretamente os conceitos inovar, integrar e transformar”, explica o diretor-executivo do Grupo Araunah, Enos Ma.

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Enos Ma, diretor Executivo da Araunah Agro

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A PROPOSTA O projeto inclui o estudo da nova identidade visual e verbal das cinco linhas de negócios e do acréscimo de uma nova frente de atuação. A atual Renovagro e Penergetic®, direcionada ao Agronegócio, transforma-se em Araunah Agro; a Water All, voltada para o mercado de Tecnologia, torna-se Araunah Tech; a NHD Foods, que

integra o setor de Alimentos e Indústria, será denominada Araunah Foods; a Boa Fé, com ênfase na Agricultura e Pecuária, muda para Araunah Farming; o eixo Social, fundamentado na Responsabilidade Social, é então Araunah Social. A novidade é o lançamento da Araunah Services, que contempla consultorias especializadas e operações estruturadas, conforme a expertise dos profissionais do grupo Araunah.

Antiga arquitetura de marcas

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Nova arquitetura corporativa

“Valorizando e reforçando a identidade existente, criamos um detalhe de cor na logo original, que faz referência à unidade de negócio específica, sem alterar sua estrutura. Assim, geramos integração das unidades de negócios com o grupo”, explica a gerente de Marketing Carolina Carvalho.

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A expectativa é que a transição seja concluída, de forma gradativa, assegurando a compreensão dos clientes e o cuidado com a tradição das marcas trabalhadas anteriormente. Com a nova arquitetura e a expansão dos serviços, em especial no segmento de Agronegócios, o Grupo Araunah projeta mais do que dobrar o faturamento até 2020. Em três anos, toda a holding espera atingir R$ 350 milhões, sendo o segmento Agro responsável por 70% deste montante. A justificativa está no investimento no setor de biotecnologias com as linhas PNG PRO®, BIO PRO® e NUTRI PRO®, que apresentam pro-

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dutos referentes a ações físicas, biológicas e bioquímicas. “Nos últimos anos, diversificamos marcas e fortalecemos cada uma delas. O próximo passo é agrupar e colocar em prática os três pilares decididos para essa nova fase da empresa: Promover, Proteger e Produzir. É o movimento natural da vida, com o objetivo de ser uma nova perspectiva para a agricultura, com a proposta de conduzir o público a uma atitude em prol da vida. Trabalhamos por uma sociedade saudável, equilibrada e próspera, capaz de respeitar e preservar os recursos escassos de nosso planeta, sem comprometer as gerações futuras”, enfatiza Enos Ma.

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Equipe Araunah Agro durante Convenção Nacional 2017

O grupo Araunah

OS PÚBLICOS Com a nova arquitetura interna e de marcas, a empresa, que é referência no ramo da agricultura e da inovação, traz mudanças significativas para o público interno, externo e, principalmente, para os negócios. Enos Ma afirma que em relação ao público interno, a perspectiva é melhorar o reconhecimento da marca enquanto grupo, facilitar o entendimento da estrutura de negócios e promover a unidade. “Queremos fomentar o sentimento nos colaboradores, aumentar o senso de responsabilidade, alinhar e integrar os valores corporativos”, comenta. Ainda segundo o diretor-executivo do Grupo Araunah, há perspectiva de promover mais ações de Recursos Humanos e Endomarketing, com o objetivo de reter talentos e incentivar a inovação. Com ênfase no público externo, o diretor-executivo assegura que a transformação busca fortalecer e divulgar a marca do grupo, ganhar visibilidade em mercados diferentes e construir uma imagem corporativa robusta. “Nossa meta é contribuir para o entendimento da estrutura de negócios do grupo, atrair talentos para somar à equipe e trabalhar a comunicação de forma ainda mais eficiente com os nossos canais, como Revista Integração, as Mídias Sociais e a Intranet”, diz Enos. Em relação aos negócios, Enos Ma expõe que as operações sob a marca da holding significam força e presença coletiva para as unidades de negócios, promovendo soluções integradas e inovadoras no campo.

Araúna ou Araunah (em inglês) é o nome dado, no Livro de Samuel, da Bíblia, a um jebuseu que era proprietário da eira no topo do Monte Moriá, comprada por Davi e usada por ele como local para erguer um altar a Deus. A semente do Grupo Araunah foi plantada em 1958, com a chegada da família Ma Shou Tao ao Brasil. Partindo da China, o senhor Ma Shou Tao (in memoriam) e sua esposa, Constância Ma, se instalaram em São Paulo (SP) e começaram a trabalhar no comércio. Porém, o patriarca da família descobriu em si o desejo de trabalhar com as coisas que Deus nos oferece, quando conheceu um amigo, um agricultor gaúcho. Sem saber nada sobre agricultura, mas estudioso por natureza, comprou uma pequena propriedade em Carazinho, no Rio Grande do Sul, e mudou-se para lá com a família, em 1962. Em 1973, a família, percebendo o clima favorável das Minas Gerais, transferiu-se para o Triângulo Mineiro, mais precisamente para Uberaba, ampliando os negócios para a pecuária, indústria de alimentos, comércio atacadista de insumos e novas tecnologias para o agronegócio. Assim, em 2016, o grupo familiar transpôs-se a outro nível de organização e profissionalização, multiplicando investimentos e mercados seguindo firmemente sua missão: “transformar vidas produzindo alimentos e tecnologia, proporcionando, de forma longeva e sustentável, qualidade de vida para as pessoas”.

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Araunah Agro nosso negócio é ser especialista em especialidades

Com três linhas de produtos, PNG PRO®, BIO PRO® e NUTRI PRO®, a empresa inova e se remodela para trazer soluções integradas para a agricultura Vivemos em um ambiente em constante transformação, que gera desafios nas questões sociais, políticas e ambientais. O ajuste destas questões é premissa básica para a formação de uma sociedade saudável, equilibrada e próspera, capaz de respeitar e preservar os recursos escassos de nosso planeta, sem comprometer as gerações futuras. Atualmente, um dos maiores desafios da agricultura mundial é desenvolver sistemas agrícolas sustentáveis e ao mesmo tempo financeiramente viáveis, que possam produzir alimentos, fibras e energia em quantidade e qualidade suficientes, com reduzido impacto nos recursos naturais. Neste sentido, a adoção de tecnologias e modelos inovadores de produção representam uma estratégia real para produtores que estejam buscando adotar sistemas produtivos mais sustentáveis. Sempre fundamentado em princípios agronômicos, mas compreendendo claramente a fertilidade de solos muito além da química, o

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que desafia o Grupo Araunah é a consciência de que é possível fazer uma agricultura mais inteligente e racional, mais produtiva e sustentável. “Entendemos profundamente que os sistemas agrícolas de produção são compostos por uma grande estrutura natural e frágil, que necessita de equilíbrio e moderação em todos os processos de produção”, pondera o diretor-executivo, Enos Ma. Respeitando essas perspectivas, a Araunah Agro, primeira empresa da holding a se transformar conforme a nova arquitetura de marcas, agrega em sua identidade elementos que traduzem a filosofia do grupo. De acordo com a gerente de Marketing, Carolina Carvalho, a nova marca irá conversar não somente com o produtor rural, mas, também, com os demais agentes integrantes do universo do agronegócio, como pesquisadores, consultores, técnicos e formadores de opinião. “Queremos fortalecer essa imagem corporativa. Somos um grande grupo, com

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Queremos fortalecer essa imagem corporativa. Somos um grande grupo, com vários segmentos de negócio e, especificamente, trabalhamos para que a Araunah Agro tenha um conceito de atitude para uma nova agricultura” Carolina Carvalho, gerente de Marketing da Araunah Agro

vários segmentos de negócio e, especificamente, trabalhamos para que a Araunah Agro tenha um conceito de atitude para uma nova agricultura. É um novo momento, impulsionado por muita proatividade. Afinal, a inovação está em nosso DNA. Queremos fazer algo novo, principalmente pensando em novos resultados, no Brasil e na América Latina”, conta Carolina. O símbolo da marca do Grupo Araunah é Araunah Agro, representada pela cor ver-

de escura, em um dos elementos. A palavra AGRO vem em segunda leitura, apresentando a organização como uma das unidades de negócio do grupo. “A nossa linha de comunicação trabalha o conceito de inovação, de fuga da zona de conforto. A Araunah Agro mostra o nosso desejo de investimento em uma nova agricultura. Exemplificamos esse conceito em nosso approach, ou seja, em nossas linhas de comunicação adotadas”.

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A Araunah Agro mostra o nosso desejo de investimento em uma nova agricultura. Exemplificamos esse conceito em nosso approach, ou seja, em nossas linhas de comunicação adotadas”

A gerente de Marketing explica que serão trabalhadas três linhas de produtos: PNG PRO®: Bioativadores direcionados a promover a vida; BIO PRO®: Bioprotetores direcionados a proteger a vida, e NUTRI PRO®: Biofertilizantes direcionados a produzir vida.

Os produtos e suas ações integradas 12

“Trabalharemos apenas com produtos de alta performace, especiais e inovadores, por isso exemplificamos tudo isso isso na prefixo PRO, de PROgresso e PRO-atividade. As Tecnologias PRO® da Araunah Agro ampliam as possibilidades para fazer diferente e ser a diferença, para uma Agricultura eficiente e sustentável. Carolina conta que as cores das três linhas também vieram numa estratégia visual de forte apelo. “Vamos continuar trabalhando o vermelho Penergetic®, para a linha PNG PRO®, como já fazemos há cerca de 15 anos. É uma das marcas de grande identificação no público, mas vamos variar as cores porque cada linha tem um objetivo diferente. Como o BIO PRO® representa a proteção biológica de pragas e doenças, trabalhamos com verde, que representa a natureza e simboliza a harmonia, já para o NUTRI PRPO® , que é a vertente da busca por altas produtividades, trabalhamos o azul, referência de profundidade e de estabilidade”.

É inegável que o uso de tecnologias aumenta a eficiência do uso da água, luz e nutrientes disponíveis para as plantas. Constitui um salto quântico na busca de processos mais produtivos, equilibrados e menos poluentes. O gerente de Produtos e Soluções da Araunah Agro, Carlos Ernesto, vai além e defende que o produtor rural necessita de soluções integradas e não de produtos pontuais. Os produtos da Araunah Agro apresentam propostas diferentes para evidenciar e oferecer resultados em campos de Norte a Sul do país, independente da estação e do ambiente. “Cada região tem um clima, um tipo de solo, culturas e doenças diferenciadas. Então, um único produto não consegue ter um bom desempenho para fazer todo o serviço, por isso buscamos três linhas distintas e complementares”.

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Ele lembra que a tecnologia PNG PRO® fundamenta-se em conceitos da biofísica e química, dentre outros, a serviço da eficiência agronômica. Dois produtos são oferecidos: Penergetic® Solos - bioativador de solos, que aumenta e equilibra as atividades microbiológicas do solo, e Penergetic® Plantas – bioativador de plantas, que disponibiliza mais energia ao processo biossintético e facilita a interação planta-microorganismo. “Com as linhas BIO PRO®, forneceremos ativos biológicos que atuam na proteção e controle de pragas e doenças”. Ele salienta que na linha NUTRI PRO®, como o próprio nome diz, serão promovidas a nutrição e o equilíbrio hormonal da planta em um status superior, buscando um recorde de produtividade, estabilidade produtiva e resistência aos estresses bióticos e abióticos. “Nesta linha, trabalharemos com nutrientes minerais orgânicos, hormônios e aminoácidos, inicialmente, com dois produtos: o Forts - para uma agricultura de grande escala e o Vittus, desenvolvido especialmente para o mercado de Hortifruti”. A estratégia é entregar, aos produtores, soluções integradas na proteção, nutrição e promoção de plantas, fortalecendo nossa parceria com o cliente final. Com a distribuição, poderemos aumentar a nossa participação e a importância no canal de vendas. “Nossa equipe age de forma consultiva com nosso cliente final, realizando um diagnóstico a campo, fornecendo laudos de indicações de fertilidade do solo, adubações e, agora, terão oportunidade de agir no controle de pragas, de doenças e na nutrição equilibrada das culturas, promovendo uma agricultura, mais produtiva e lucrativa, aumentando a fixação de carbono no solo e a sua conservação”, finaliza Carlos Ernesto.

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Carlos Ernesto, gerente de Produtos e Soluções da Araunah AGRO

Nossa equipe age de forma consultiva com nosso cliente final, realizando um diagnóstico a campo, fornecendo laudos, promovendo uma agricultura mais produtiva e lucrativa”

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Os diferenciais

de cada linha da

Araunah Agro Estamos muito satisfeitos. Com essas três linhas - PNG PRO®, BIO PRO® e NUTRI PRO® - vamos criar uma cesta de produtos para oferecer aos nossos clientes. O produtor terá novos conceitos para outra realidade de construção da fertilidade do solo e da eficiência fisiológica das plantas. Vamos falar primeiramente da linha PNG PRO®. Ela é a linha de bioativadores da Penergetic®. Para a safra 2017/18 estamos trazendo um enfoque em indicadores biológicos de qualida-

de de solo, então, vamos trabalhar forte sobre esses indicadores, que são os principais atributos que a linha PNG PRO® oferece. Na linha BIO PRO® estamos dando nossos primeiros passos. Não iremos lançar nenhum produto próprio este ano, mas estabelecemos sólidas parcerias com empresas conceituadas no setor de controle biológico e focaremos no desenvolvimento de mercado e disseminação massiva de conhecimento sobre bioprotetores. Outras linhas próprias estão sendo desenvolvidas para em breve compor o mix de soluções em controle biológico da Araunah Agro. Já em relação à linha NUTRI PRO®, vamos lançar dois produtos: um voltado para o mercado de hortifruti e outro para cereais, ambos para manejo de estresses das plantas, e maior performance de produção. Todos esses conceitos são inovadores. Analisam a planta e o ambiente, o solo e o manejo. Não estamos preocupados com um único fator, mas com o conjunto que forma o manejo e alcança as altas produtividades.

Não estamos preocupados com um único fator, mas com o conjunto que forma o manejo e alcança as altas produtividades”

Fábio Pinto, gerente Comercial Nacional do Grupo Araunah

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A sinergia dos produtos “Em busca constante do aumento de produtividade na agricultura se faz necessário adequar manejo nutricional e microbiológico adequados para atender um sistema que é vivo e que necessita cada vez mais de cuidados. Entender como esse sistema funciona é o que motiva nossa área de P&DI a buscar novas tecnologias e produtos que ampliassem as chances de sucesso e de altas produtividades no campo. Na linha PNG PRO® possuímos a Tecnologia Penergetic® que atua de maneira exclusiva em todo o sistema solo-planta, promovendo o equilíbrio e o aumento das atividades microbiológicas no solo e nas suas relações vitais com as plantas. Acreditamos fortemente no controle biológico como ferramenta essencial

para o manejo integrado de pragas e doenças, por isso, o segmento BIO PRO® foi criado com o objetivo de ofertar soluções eficazes no controle de doenças e pragas permitindo o aumento de produtividade e a preservação do meio ambiente. A linha NUTRI PRO® oferecerá produtos inovadores e de alto desempenho a partir de matérias-primas nobres tais como hormônios essenciais, aminoácidos, entre outros, possibilitando a estabilização e pleno desenvolvimento da cultura, mesmo em situações adversas do sistema de produção, alcançando assim melhores resultados no campo.

Edson Corbo, gerente de Projetos Especiais, Pesquisa e Desenvolvimento da Araunah Agro

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Bioativação

de ecossistemas agrícolas:

ferramentas tecnológicas para produção sustentável Por Ricardo Steffen Pós-Doutor em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Pesquisador Sênior da Araunah Agro Devido aos avanços científicos e tecnológicos nos diferentes ramos do agronegócio brasileiro e mundial, a agricultura se transforma diariamente. A história da agricultura moderna se confunde com o avanço da pesquisa relacionada a manejos, genética e produtos relacionados ao aumento de produtividade e melhoria da qualidade do setor agropecuário. Após a revolução que o plantio direto proporcionou ao manejo das lavouras, em especial em áreas de clima tropical e subtropical, as evoluções quanto à fertilidade e nutrição de plantas aparentemente atingiram um patamar evolutivo, o qual se encontra estagnado há alguns anos. Concomitantemente, a evolução na sanidade de plantas está circundando o entorno das questões de qual patógeno combater e em que intensidade. Este posicionamento que, em primeira análise, pode parecer simples, na verdade, representa a

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consequência de anos de descaso com a chamada fertilidade biológica dos solos. A linha temporal da agricultura, desde os cultivos no Egito antigo até o período pré revolução verde, está alicerçada na utilização das interações naturais e simbioses ocorrentes na fertilidade biológica dos solos para sustentar a produção de alimentos. Obviamente, durante o decorrer deste período, o volume de produção correspondia à demanda da época. No entanto, o manejo das culturas não necessitava de grandes esforços no intuito de proteção vegetal ao ataque de pragas e doenças e inserção de insumos externos voltados à fertilização dos solos. Esta afirmação não significa que os cultivos não estavam sujeitos ao ataque de organismos fitopatogêni-

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cos, nem tão pouco a exigência das plantas por nutrientes era menor do que a conhecida na atualidade. Mas, sim, a fertilidade biológica dos solos, antes da inserção massiva de fertilizantes e ativos químicos, proporcionava um equilíbrio no sistema solo-planta-atmosfera, sustentando as relações de sinergismo entre a vida do solo, o sistema radicular das plantas e o balanço nutricional, hormonal e enzimático, os quais resultavam em plantas com menor propensão a estresses bióticos e abióticos. Neste período pré revolução verde, os solos, de modo geral, apresentavam uma comunidade microbiologicamente ativa, resultando em ciclagem de nutrientes, simbioses rizosféricas e proteção radicular em uma escala superior à observada nos solos agricultáveis hoje em dia.

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COMPORTAMENTO VEGETAL Posteriormente à revolução das ciências biológicas e da terra, o conhecimento sobre o comportamento vegetal em solos equilibrados deu início às teorias de trofobiose. Após a revolução verde, com o incremento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, passou-se a utilizar insumos inerentes ao aumento produtivo das culturas, tanto para atender à demanda crescente por fibras e alimentos, como para aumentar a margem de lucro dos envolvidos na cadeia produtiva. Embora a linha de raciocínio da pesquisa da época estivesse correta ao dar suporte ao crescimento do setor agrícola, os efeitos ou consequências deste novo conceito produtivo seriam evidenciados apenas no momento em que a intervenção do homem, em desacordo com os processos naturais, viesse a desestabilizar o sistema produtivo. Em que momento ocorreu o desequilíbrio no sistema, comprometendo a qualidade do solo? A questão certamente poderá resultar em diferentes respostas. No entanto, boa parte delas irão circundar o entorno da utilização desproporcional e insumos externos, principalmente fertilizantes minerais. É necessário compreender que, embora os macro e micro elementos utilizados na agricultura sejam essenciais para o desenvolvimento das plantas e fundamentais para alcançar as produtividades esperadas, as formulações às quais estes elementos estão disponíveis apresentam efeito salino no solo, resultando na diminuição da atividade microbiana e redução das interações entre a fração viva dos solos e as plantas cultivadas. Mas, então, como as formulações de fertilizantes desestabilizam o ecossistema solo? A resposta desta questão está na atividade da água no sistema solo. A atividade da água não está relacionada à quantidade de água no solo, mas, sim, à capacidade desta água em manter a funcionalidade das interações microbianas no solo. Desta forma, quanto menor for a atividade da água, menor será a atividade microbiana na rizosfera (ambiente compreendido entre o solo e as raízes das plantas). A diminuição das simbioses rizosféricas resulta em limitações tanto na absorção de água e nutrientes quanto no efeito essencial que exsudatos microbianos exercem no desenvolvimento e crescimento das plantas. A consequência mais evidente desta limitação microbiana está na diminuição da capacidade de adequação das plantas à presença de pragas e doenças no ambiente. A exemplo de cultivos biodinâmicos (agricultura voltada à utilização da natureza para manter os ciclos produtivos) em que as interações entre plantas e os organismos do solo proporcionam desenvolvimento vegetal com baixo nível de doenças, a agricultura convencional (com utilização de fertilizantes minerais e ativos químicos) debilitam as plantas, em um círculo vicioso, tornando-as sujeitas ao complexo de pragas relacionadas às diversas culturas.

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ALTERAÇÃO DO MODELO ATUAL DE PRODUÇÃO Sabendo que a agricultura é de suma importância para a manutenção da vida e dependente diretamente dos recursos naturais na sustentação e continuidade da vida, nos direcionamos para uma compreensão maior do sistema solo-planta, sabendo que o solo é um sistema aberto e trifásico (sólido, líquido e gasoso). É necessária a compreensão de que a biodiversidade nos ecossistemas, em especial no ambiente solo, é o elemento chave da produção agrícola. Se a sociedade não compreender e aceitar a necessidade de transformar e evoluir o modelo atual de produção, a sustentabilidade da vida no planeta Terra estará gravemente comprometida. É necessário compreender também que, em um ecossistema, a rápida resposta dos processos microbianos e da estrutura das comunidades às alterações físicas, químicas e biológicas constitui o aspecto central principal da qualidade do solo. A questão a ser refletida é: Como reverter a dependência de insumos externos ao processo produtivo, sem diminuir produtividade e o modo de se praticar a agricultura em áreas extensivas? Para esta questão, mais uma vez, a resposta vem da natureza. Hoje, os solos agricultáveis (áreas produtivas) dependem do manejo de fertilização e da proteção vegetal para manter o processo produtivo devido ao desbalanço nutricional e ao desequilíbrio biológico dos solos, além dos diversos patógenos presentes no ambiente. Obviamente, nestes sistemas, caso seja suprimida a utilização da fertilização mineral e os solos não possuam capacidade de ciclar os nutrientes, a produtividade das culturas tenderá

a se reduzir significativamente, pois a dependência está estabelecida. No entanto, existe uma segunda área do conhecimento, a que estuda as relações de equilíbrio na natureza estabelecido devido à influência das diversas formas de energia presentes na atmosfera. Estudos de biodinâmica de ecossistemas nos demonstram que podemos sim praticar agricultura com foco em altas produtividades, reduzindo as inserções de insumos externos. Alguns conceitos de física quântica suportam a teoria de que os organismos (animais e vegetais) respondem ao estímulo exercido pelas energias atmosféricas e, ao otimizarmos estas energias, obtemos respostas em quantidade e qualidade produtiva. Utilizando teorias descritas por Nikola Tesla, Albert Einstein, Michael Faraday e James Clerk Maxwell, surgiu uma tecnologia inovadora capaz de promover o equilíbrio Solo-planta-atmosfera utilizando energia limpa, renovável e totalmente sustentável. A Penergetic® (Penergetic® AG, Uttwil, Suíça) desenvolveu o processo industrial capaz de estimular o equilíbrio microbiano, potencializando o desenvolvimento das plantas e animais através de potenciais de ionização. Sem efeitos colaterais e sem utilizar ativos químicos e/ou biológicos, a Tecnologia Penergetic® proporciona ambiente equilibrado utilizando energia conhecida como carga de harmonização, iônica, que equilibra os balanços nutricionais e hormonais das plantas, devido à maior atividade microbiana nos solos que receberam a aplicação da Tecnologia. Presente em mais de 32 países, a Penergetic®, voltada ao setor agrícola, trabalha com dois produtos que, utilizados em conjunto, compõem um bioativador de solo e plantas.

É necessária a compreensão de que a biodiversidade nos ecossistemas, em especial no ambiente solo, é o elemento chave da produção agrícola”

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A Tecnologia Penergetic® está fundamentada em conceitos da biologia, física quântica, biofísica e química, a serviço da eficiência agronômica”

O QUE É BIOATIVAÇÃO Por definição, bioativação refere-se à Ativação Biológica, sendo este termo empregado para indicar a influência positiva exercida sobre um ser vivente, ou seja, influenciar positivamente nos processos biológicos, tanto em micro como em macro escala. Conceitualmente, Bioativação significa promover ações que proporcionem condições para o aumento populacional, para a diversidade e a atividade equilibrada e ideal dos organismos que vivem nesses sistemas, de forma que eles possam desenvolver plenamente suas atividades. A Tecnologia Penergetic® está fundamentada em conceitos da biologia, física quântica, biofísica e química, a serviço da eficiência agronômica, proporcionando efeitos benéficos sobre a biodisponibilização de nutrientes, através da ação da microbiota do solo (Penergetic® Solos), e otimização do processo fotossintético (Penergetic® Plantas), traduzindo-se em manutenção e ganhos de produtividade das culturas a um menor custo de produção devido à biostasia do sistema, ou seja, busca pelo estado de equilíbrio entre o solo, o clima e as plantas. Atualmente, a Tecnologia Penergetic® consolida-se no Brasil como uma ferramenta altamente eficiente na homogeneização e padronização das lavouras, proporcionando resultados altamente satisfatórios quanto à ativação biológica, o equilíbrio dos solos e os ganhos de produtividade acima dos observados por demais produtos baseados em incrementos da qualidade dos solos.

No Brasil, a Tecnologia Penergetic® está sendo utilizada nas mais variadas culturas, proporcionando resultados, como: aumento nas simbioses fúngicas e bacterianas benéficas ao desenvolvimento de plantas, eficiência na absorção de nutrientes, equilíbrio hormonal, aumento de carboidratos disponíveis, otimização do uso da água, otimização do processo fotossintético, estímulo à nodulação, aumento na ciclagem de nitrogênio, otimização na dinâmica da absorção de fósforo. Tudo isso resulta em redução da severidade de doenças de solo e da parte aérea das plantas, aumento na biomassa vegetal e aumento na produtividade das culturas. Com base nos laudos de fertilidade química dos solos e nos históricos de produtividade, rotação de culturas, doenças e características biológicas das áreas, o corpo técnico da Araunah Agro estabelece indicações voltadas ao ajuste nutricional das plantas e manejo da utilização da Tecnologia, visando aumento de produtividade e renda para o produtor. Nas culturas de maior expressão, onde a Tecnologia Penergetic ® está amplamente difundida, os ganhos de produtividade, por parte do produtor (redução de custo de produção + aumento em produtividade), têm demonstrado a eficiência agronômica da Tecnologia no campo.

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# opinião

“As linhas PNG PRO®, BIO PRO® e NUTRI PRO® são ferramentas extraordinárias de biotativação do sistema solo-planta, supressão de doenças e ‘starts’ fisiológicos. Utilizados estrategicamente e associados a práticas de manejo sustentável, são sinônimos de segurança e rentabilidade na produção agrícola brasileira”.

“A tecnologia dos produtos PNG PRO®, sem dúvida tem sido um diferencial para o mercado agrícola, principalmente para os produtores que buscam o melhor das inovações. Quando falamos desses produtos, estamos falando na maior essência de sustentabilidade agrícola, que é a vida dos solos. Estamos muito realizados por levar ao produtor não somente um único produto, mas soluções para os diversos problemas que enfrentam com o uso do manejo básico”.

Márcio Caldeira especialista em P&D - Centro-Oeste

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Nilson Silva gerente Comercial Regional Sudeste


A agricultura ecológica:

uma alternativa ou uma necessidade? Por Ana Maria Primavesi A agrônoma que desvendou mistérios da vida no solo Quem vê a Agricultura Alternativa na Europa tem a impressão de que se trata somente de alguma alternativa para quem quer comer alimentos sem agrotóxicos, pela comercialização mais fácil, pelos preços maiores destes produtos ou por convicção filosófica, como dos antropósofos. Em alguns países, como na Dinamarca e França, os governos financiam a conversão para a agricultura orgânica porque é mais barata para os Estados e seus governos. Na Alemanha foram criadas duas faculdades de “Oeko-Landbau”, isto é, de agricultura ecológica, para melhor poder frear a decadência dos solos e a aridisação do clima. Quem vem da África, especialmente dos estados do Saara, e que viu o desespero destes povos por causa do avanço anual e implacável do deserto do Saara e o fanatismo com que propagam a agricultura ecológica ou “agro-ecologia” como a chamam, tem a firme convicção de que esta é a única maneira para se salvar de ser engolido pelo deserto. Tentaram toda tecnologia química-mecânica e o deserto avançou mais rápido. E, os veículos do avanço do deserto são a erosão e o vento.

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A Agricultura Ecológica, portanto, não é somente uma alternativa para quem quer produzir de maneira diferente, mas sim uma necessidade preeminente para todos os produtores”

No Brasil, geralmente se considera “ecológico” qualquer ato de misericórdia para com a natureza, criando-se reservas naturais, protegendo-se a floresta Amazônica ou protegendo algum animal ou planta em extinção. É promovido pelos ambientalistas. Certamento, é uma atitude incômoda para os que se dedicam à agro-indústria (ou como os Poloneses a chamam, “a agricultura capitalista-consumista”). Estes dependem do aumento constante das “fronteiras agrícolas”, ou seja, da área plantada, uma vez que o aumento das safras se dá pela área e não pela maior produção por área. O representante brasileiro na reunião da defesa do meio ambiente, em Haia, voltou todo eufórico porque conseguiu que a fiscalização internacional do nosso meio ambiente não fosse aprovada, embora valha para os outros países do mundo. Um dia me perguntaram: agricultura ecológica tem base científica? Comecei a pesquisar o assunto a fundo. E o resultado foi algo surpreendente porque somente a agricultura ecológica possui base científica sólida. Apoia-se nas exigências fisiológicas da planta e, entre nós, suas exigências em clima tropical. A agricultura convencional, embora química-motomecanizada fabulosamente, não possui base científica global, ou seja, como inteiro. Pesquisa somente fatores isolados, como: Fósforo dá ou não dá efeito em tal variedade, em determinado tipo de solo? Nitrogênio reage ou não em tal solo e tal variedade? O potássio aumenta ou não a colheita em determinado solo e espécie? A correção do pH beneficia ou não os cultivos em determinado tipo de solo? E aí praticamente termina. E isso, francamente, não é propriamente uma base científica. São resultados

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isolados de pesquisa, executados de maneira científica, que somente informam se a planta produz mais com esta ou aquela técnica. Não informam, porém, se a planta se torna menos suscetível, mais forte, mais resistente ou mais nutritiva. Isso já é assunto da genética. Consequentemente, com maior uso de NPK, é preciso utilizar mais defensivos porque as plantas ficaram mais suscetíveis por causa de desequilíbrios nutricionais. No mundo inteiro, atualmente, se exige a “sustainable agriculture”, ou seja, a agricultura sustentável, ou suportável. Ela deve ser suportada pelo meio-ambiente, sem devastação das matas, do clima e dos rios. Deve ser suportada pelos solos, sem decadência e erosão; pela economia do agricultor e dos governos, nem levando o produtor à falência e nem causando uma dívida interna do Estado. Tem de ser suportada socialmente. No Japão exigem que seja, também, suportável culturalmente. Chegou-se à surpreendente revelação de que, em todos os países do mundo, a agricultura convencional é subvencionada de alguma maneira, seja pela compra dos excedentes pelo Governo, por juros mais baixos, por adubos subvencionados, ou pela exportação subvencionada, de maneira direta, ou indiretamente, pela desvalorização do dólar. Quando, nos EUA, se retirou parte do subsídio da agricultura, muitos dos produtores foram à falência. Por outro lado, as pesquisas no setor da termo-dinâmica mostram que nenhum sistema agrícola é suportável quando gasta muito mais energia do que produz. A continuação da vida neste globo somente é garantida se o ciclo é fechado, e gasto e ganho são “zerados”, ou seja, em perfeito equilíbrio. E a preocupação cresce, devido a este sistema convencional não garantir a sobrevivência da espécie humana. Agricultura ecológica significa otimizar TODOS os fatores naturais e, para isso, tem de ser mantido seu equilíbrio na medida do possível. E quando aparecem pragas e doenças, sabe-se que a nutrição vegetal é desequilibrada e, no momento em que surge a erosão,

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pode-se ter a certeza de que o solo é impermeável e o abastecimento com água e ar das culturas é comprometido. Se a água escorre e não se infiltra, causa erosão, enchentes e, em seguida, seca. Os rios ficam com seus mananciais vazios, quase sem nascentes e afluentes, e corre somente água quando chove, como no rio Paraíba, Tocantins, etc. E, se há seca prolongada, não adiantam os melhores sistemas de irrigação porque falta água e força elétrica. Constroem-se açudes, mas, se a seca se delonga, estes também ficam vazios. Solos com erosão são também solos mais ou menos anaeróbios. Faltam os poros de ventilação. Oxigênio se precisa no solo para fornecer à planta nutrientes em formas aproveitáveis. Assim, por exemplo, o enxofre em solo anaeróbio se torna gás sulfídrico, altamente tóxico às plantas e, embora elas necessitem de S para a formação de proteínas, não o podem aproveitar nesta forma. Gás carbônico, a base da fotossíntese, e que sai, em sua maioria, do solo, se transforma em metano. Manganês trivalente se reduz a bivalente, tornando-se tóxico, e o nitrogênio se reduz à sua forma elementar e se volatiza, saindo do solo. E assim por diante.

Na Universidade Rural do Rio de Janeiro constataram que matéria orgânica controla eficientemente manganês tóxico. Por quê? Matéria orgânica não é adubo orgânico, como muitos acreditam, mas, primordialmente, “condicionador” do solo. Quer dizer, restaura o sistema poroso superficial, permitindo a entrada de ar no solo. Aí o manganês se oxida, tornando-se atóxico. Os nutrientes orgânicos que ele libera na decomposição são um brinde! Portanto, material orgânico é indispensável para qualquer solo: tanto faz usar adubo orgânico ou químico. E como a restauração ou recuperação da estrutura porosa do solo ocorre através da micro e mesovida e suas substâncias excretadas, a matéria orgânica promove o controle ecológico de pragas e doenças. Se existirem muitas espécies diferentes no solo, uma come a outra, formando a famosa “cadeia alimentícia”.

Também o metabolismo das plantas depende do oxigênio do solo e de sua absorção pelas raízes. Somente o arroz é uma exceção, podendo captá-lo pelas folhas e transportá-lo às raízes. Se faltar oxigênio, o metabolismo diminui consideravelmente, quer dizer, a formação e decomposição de substâncias (anabolismo e catabolismo) é seriamente comprometida. Se o metabolismo se torna moroso, as plantas se tornam mais suscetíveis a doenças e pragas. Nos EUA existe um serviço de alerta. Fotografam as culturas com luz infravermelha. Se a cor for fraca, acusando metabolismo fraco, avisam ao agricultor para que ele se previna através de defensivos, uma vez que a cultura não é resistente.

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Portanto, nenhuma espécie consegue se multiplicar demasiadamente para poder se tornar praga ou peste. Quanto menos espécies existirem, tanto maior a possibilidade de parasitismo. E não depende do “inimigo natural”, mas, sim, do equilíbrio do sistema!”

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Deve-se devolver o máximo de matéria orgânica ao solo superficial. No entanto, não adianta, também, devolver sempre a mesma M.O., como, por exemplo, na monocultura de soja, porque os microseres são muito especializados, possuindo somente 1 a 2 enzimas para sua digestão. Portanto, são programados para 1 ou 2 subsEsta produção se torna mais tâncias ou estruturas químicas muito específisegura, mais barata e mais cas. Se estas não existirem, não conseguem nutritiva. É simplesmente sobreviver. Assim, monocultura é a seleção de determinadas espécies de micróbios, fungos a tecnologia adequada para e insetos. E nenhum parasita consegue atacar nosso clima tropical, que uma planta que não apresenta as substâncias permite colheitas altas, mas que ele é capaz de decompor. Por isso, mesconserva o solo” mo muita palha de uma monocultura não impede parasitas. É preciso haver rotação de culturas. Quanto mais culturas diferentes entram numa rotação, tanto mais sadias serão, se elas conseguirem, igualmente, o suficiente em micronutrientes. Está aí o perigo da supercalagem e superadubação com NPK: desequilibra os outros nutrientes, que devem existir em proporção determinada para que a planta seja saudável. Assim o

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antagonista de N é Cu; de P é Zn; de K é B; de Ca é Mn. Os micronutrientes ativam enzimas que ajudam e apressam a formação de substâncias vegetais, como proteínas, graxas, amidos, substâncias aromáticas, vitaminas, hormônios e auxinas, fenóis e corantes, dentre outros. Sem os suficientes micronutrientes, o produto parece-se com uma caixa de presente: bem acondicionada, mas vazia. Variedades altamente exigentes em NPK, como os HRV, são destrutivos para o solo e exigentes em agrotóxicos. Portanto, sua produção é cara e arriscada. Ecológico também é controlar a temperatura do solo. As plantas, com raríssimas exceções, não conseguem absorver água de solos com temperatura acima de 32°C. Entre nós, às 14h o solo geralmente ostenta uma temperatura de 52 a 56°C, que pode ir até 76°C. Isso significa que a planta sofre diariamente um stress térmico. E a cada 1°C acima de 36°C, temperatura do solo, a planta armazena 4% de carboidratos na raiz. E com estes carboidratos ela florece e frutifica. Isso significa que uma temperatura de 56°C baixa o armazenamento de reservas em 80%. Por isso se tenta cobrir o solo de maneiras diversas, seja por espaçamento menor, por cultivos consorciados como milho com feijão-de-porco ou arroz com calopogônio, ou por cobertura morta, como se usa no Plantio Direto. Mas como nos trópicos nenhuma destas alternativas serve para a soja, a maneira mais viável de se manter a baixa temperatura do solo baixa é criar uma superfície porosa, que forma isolante térmico, tanto pelos poros com ar quanto pelos poros que conservem água. Estes solos se aquecem menos.

A importância de Primavesi O estudo de Ana Maria Primavesi é um ponto de virada da agricultura tropical. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, ela deu aulas, escreveu livros, fez conferências e ganhou prêmios em vários países. A doutora Primavesi passou a vida toda no campo, estudando e aprendendo com a natureza. Ao longo da carreira, sempre defendeu uma agricultura natural, sem agrotóxico e que valoriza a vida no solo. A cientista explica que as “pragas”, assim chamadas pelos homens, são indicadores naturais da fragilidade da saúde da planta. Insetos e doenças são sintomas de uma deficiência (ou excesso) de nutrientes na planta. “Pragas” não são capazes de digerir plantas sadias porque não possuem enzimas para digestão de substâncias completas, somente das incompletas. Da capacidade de se observar a natureza, de entender e interpretar as inter-relações solo-micro-vida-planta-clima, os ecossistemas, as sucessões, os ciclos vitais e os equilíbrios dinâmicos que representam, a agroecologia desponta como única alternativa para a manutenção da vida dos solos e, portanto, da vida de todos os seres contra a devastação provocada pelo uso intensivo de agrotóxicos. Perguntada se “inventou a agricultura orgânica”, disse que “inventar, não inventou nada.” Ela somente trabalhou dessa maneira porque é a maneira certa. Aos 96, acumula prêmios e homenagens, mas não gosta muito de recebê-los, defendendo que não se deve ser premiado por se fazer a coisa certa. Mesmo assim, as homenagens são cada vez mais frequentes e os convites, incansáveis, porque, por mais combatida e criticada que tenha sido, ela estava e está certa. O solo é vivo.

A Agricultura Ecológica, portanto, não é somente uma alternativa para quem quer produzir de maneira diferente, mas sim uma necessidade preeminente para todos os produtores. E esta produção se torna mais segura, mais barata e mais nutritiva. É simplesmente a tecnologia adequada para nosso clima tropical, que permite colheitas altas, mas conserva o solo.

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A vida no solo

e a sobrevivência da agricultura Por Fernando Dini Andreote Professor Associado em Microbiologia do Solo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)

A agricultura tem como seu grande pilar a qualidade dos solos cultivados. Apesar de, aparentemente, ser de domínio técnico os processos que regem esta qualidade, como a correção de sua fertilidade ou a correção das propriedades físicas do solo, o sistema biológico que o permeia ainda carece de cuidados e desenvolvimento de manejos adequados. A vida se organiza de forma particular e é altamente responsiva ao uso do solo. A matriz provedora da biodiversidade e da atividade biológica dos solos é a paisagem vegetal. O suprimento de formas lábeis de carbono exercido pelas plantas alimenta a teia alimentar do solo, dando a esta as condições de exercer os serviços ambientais que regem o funcionamento do sistema solo. Frente a isto, é relativamente simples traçar a correlação de que, em sistemas de cultivo agrícolas, ocorre um impacto na fração viva do solo, a qual diminui sua biodiversidade e atividade frente à redução da biodiversidade de plantas que ocorre nas áreas cultivadas. Como consequência, as atividades por hora desempenhadas por estes organismos agora precisam ser supridas artificialmente. Neste cenário se contempla o crescente uso de fertilizantes, agroquímicos e os mais diversos insumos agrícolas, que visam suprir necessidades que as plantas teriam em menor intensidade ao

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se desenvolverem num solo rico em vida e pleno em sua atividade biológica.

possibilidades possuem caráter aditivo na recuperação dos solos.

Ao contemplarmos o cenário agrícola atual, percebe-se uma clemência para a recuperação da fração viva de nossos solos, recompondo sua diversidade, estimulando sua atividade, o que reestabeleceria o tamponamento do sistema produtivo agrícola por serviços ecossistêmicos promovidos pelos organismos que vivem nos solos. Esta não é tarefa fácil, pois demanda ensino, disseminação de novos conceitos, investimentos e principalmente inovação tecnológica.

No entanto, apesar destas distintas iniciativas, deve-se destacar que um dos pilares da agricultura em solos tropicais é a rotação de culturas. Este processo é amplamente conhecido por todos os envolvidos no sistema agrícola, mas, da mesma forma, é esquecido frente a momentos de dificuldades econômicas e limitações de mercado. A não realização do cultivo de diferentes plantas impacta o solo de diferentes maneiras, mas, de forma

Dentro deste cenário, diversas iniciativas existem no intuito de prover o mercado com produtos que toquem no componente vivo do sistema. Algumas iniciativas se baseiam na atividade de micro-organismos específicos, com papéis conhecidos, como os fixadores de nitrogênio ou os antagonistas a pragas e doenças. Por exemplo, pode-se destacar dois organismos amplamente utilizados para o biocontrole de organismos que causam danos às plantas, como o gênero Trichoderma (fungo com amplo espectro de ação sobre fungos que causam doenças de raízes) ou o gênero Bacillus (bactéria com ampla atividade de inibição de nematoides fitófagos e patógenos de plantas). Uma outra visão tecnológica assume a reativação da vida no solo como um todo, adicionando ao solo compostos que estimulem a vida no sistema, induzam a replicação de organismos, ou mesmo inoculem as áreas com outras fontes de vida. Pode-se sugerir, numa visão ainda teórica pela juvenilidade destas práticas, que todas estas

Bacillus subtilis (bactéria com ampla atividade de inibição de nematoides fitófagos e patógenos de plantas)

Tocar de forma intencional e precisa o sensor vivo dos solos, estimulando e preservando sua diversidade e atividade é imperativo para a recuperação de nossos solos e a sobrevivência do sistema agrícola” proeminente, a sua fração viva, dependente da entrada de diferentes fontes de carbono, oriundas de diferentes espécies vegetais que sejam ali cultivadas. No entanto, todo esforço pode ser em vão ou apresentar resultados aquém dos esperados, se os princípios que nos levaram a ocupar a maior parte das áreas cultivadas no Brasil forem negligenciados. Em resumo, tocar de forma intencional e precisa o sensor vivo dos solos, estimulando e preservando sua diversidade e atividade é imperativo para a recuperação de nossos solos e a sobrevivência do sistema agrícola.

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# opinião “O controle biológico de pragas e doenças vem crescendo no cenário agrícola atual, ganhando seu espaço principalmente quando aliamos práticas biológicas com práticas químicas, realizando o manejo integrado de pragas e doenças. Esta realidade está inserida diretamente na sustentabilidade da agricultura brasileira, e até mesmo mundial, pois os problemas com resistência de pragas e doenças a produtos químicos aumentam a cada safra. A linha BIO PRO® vem com uma tendência muito forte de negócios. Estaremos trabalhando tanto com os principais ativos biológicos para controle de problemas no solo como doenças radiculares e nematoides quanto ‘ativos biológicos’ para controle de pragas que ocorrem na parte aérea como as principais lagartas infestantes das culturas”. Lucas Macedo especialista em P&D - Sul

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A proteção da vida

pelas ações biológicas Por Consultoria Biota Innovations

A agricultura é extremamente exigente quanto à demanda de insumos voltados à nutrição e proteção de plantas. Até recentemente, a proteção de plantas tinha quase que exclusivamente o controle genético e o químico como ferramentas disponíveis comercialmente. Entretanto, devido às características deletérias da maior parte dos produtos químicos sobre a saúde humana e ambiental e seu impacto negativo sobre a seleção de populações resistentes de fitopatógenos e pragas, novas tecnologias complementares se fazem necessárias, como, por exemplo, o controle biológico. A demanda crescente do mercado consumidor por alimentos seguros, a necessidade de proteção de moléculas químicas frente ao desenvolvimento de resistência de fitopatógenos, e até a total ineficiência das mesmas perante algumas pragas e doenças, impulsionaram a tecnologia do controle biológico, nos últimos anos.

Isabel Cristina Padula Paz, bióloga, mestre em Biotecnologia e doutora em Fitossanidade Alexandre Martins Guimarães, engenheiro agrônomo, especialista em Bioprodutos e mestre em Fitossanidade

A tecnologia do controle biológico é recente. Seu conceito baseia-se na observação de que a própria natureza autorregula o tamanho das populações através de mecanismos naturais de controle entre diferentes organismos. Para tal, em 1983, os pesquisadores James Cook e Kenneth Frank Baker apresentaram uma definição para o Controle Biológico de Doenças de Plantas como sendo a redução da soma de inóculo ou da atividade determinante da doença provocadas por um patógeno, realizado através de um ou mais organismos, que não o homem. A partir da sistematização do controle biológico como ciência, iniciaram-se programas de seleção de micror-

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ganismos e desenvolvimento de bioprodutos que permitiram o aumento de eficiência no campo e também o uso em larga escala na agricultura. A profissionalização da tecnologia do controle biológico viabilizou a utilização dessa ferramenta no Manejo de Pragas e Doenças.

A tecnologia do controle biológico é recente. Seu conceito baseia-se na observação de que a própria natureza autorregula o tamanho das populações através de mecanismos naturais de controle entre diferentes organismos”

Diante desse novo panorama, surge a Indústria do Controle Biológico, constituída por diversos atores, tais como instituições de pesquisas pública e privadas, órgãos regulatórios e empresas produtoras de produtos biológicos, popularmente conhecidas como biofábricas. Atualmente, este setor movimenta cerca de US$ 3 bilhões no mercado mundial, com crescimento de 15% ao ano, sendo este o dobro da taxa de crescimento dos pesticidas sintéticos. A América Latina é o quarto maior consumidor mundial de produtos biológicos, com taxa de crescimento duas vezes maior que a taxa mundial, com projeções de faturamento de US$ 1,4 bilhões, em 2025, tendo o Brasil como o principal player regional. No Brasil, o mercado de biológicos é proporcionalmente pequeno em relação aos pesticidas sintéticos, representando cerca de 3% do faturamento em defensivos. Apesar dessa pequena participação, o mercado vem crescendo, mas ainda necessita ultrapassar alguns obstáculos, tais como o fato de ser uma tecnologia nova, a variabilidade dos resultados a campo e a baixa oferta de produtos de qualidade no mercado. A adoção do controle biológico como tecnologia encontra-se em fase de aceitação no Brasil, uma vez que o uso massivo ocorre há cerca de apenas dez anos. Este fato, associado à exigência de uma nova maneira de trabalhar devido às características intrínsecas aos produtos biológicos, são alguns dos fatores limitantes. Nessa nova maneira de pensar, os produtos biológicos necessitam de cuidados especiais durante toda a cadeia de produção e distribuição, antes não considerados com os produtos químicos. Para alguns produtos biológicos, o sistema de logística e de armazenamento requer condições diferencia-

das, como a refrigeração. Também a tecnologia de aplicação, muitas vezes, mostra-se mais exigente, como a incompatibilidade de misturas com alguns produtos químicos exigindo aplicações específicas e também horários de aplicações restritos para evitar alta incidência solar. Outro aspecto diferenciado dos produtos biológicos são seus mecanismos de ação, que, em muitas situações, não apresentam a mesma velocidade e nível de controle, quando comparado às moléculas químicas, necessitando de um novo olhar por parte dos técnicos e agricultores. Todavia, não somente aspectos culturais limitam a maior adoção dos produtos biológicos, mas, também, aspectos técnicos que envolvem desde a pesquisa até o campo. Relatos recorrentes da inconsistência dos resultados com produtos biológicos estão, na maioria das vezes, relacionados a produtos de baixa qualidade e à carência de assistência técnica especializada. No Brasil, diversos são os produtos ofertados que não atendem aos requisitos mínimos de qualidade. Somado a isto, ainda não há consenso entre os indicadores de qualidade de produto, sendo que alguns grupos de pesquisa defendem apenas a concentração (UFC) e viabilidade, enquanto outros consideram parâmetros mais apurados, como a qualidade fisiológica das estruturas de propagação (vigor). Mesmo diante das dificuldades, o setor do Controle Biológico vem crescendo no Brasil e, a cada ano, a demanda por produtos au-

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menta. Com isso, diversas empresas, atentas a este cenário promissor, estão ingressando principalmente com a construção de biofábricas. Estas também enfrentam vários desafios, tais como problemas de ordem tecnológica e de baixa oferta de recursos humanos especializados. Muitos investidores são acometidos pelo engano de que estruturar e desenvolver uma biofábrica é tarefa fácil, o que acarreta oferta de produtos de baixa qualidade ao mercado. Outro ponto importante a ser levantado é a dificuldade de aumento de escala de produção dos biológicos, principalmente para os produtos com base em fungos filamentosos, como dos gêneros Trichoderma spp., Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae, dentre outros. A multiplicação destes microrganismos é realizada por métodos que apresentam baixo rendimento, na maior parte das vezes, via processos não automatizados, e ainda sofrem com a escassez de fornecedores especializados em bioprocessos. Outro grande problema que uma significativa parcela dos produtos ofertados no Brasil

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apresentam diz respeito ao curto prazo de validade (shelf-life) que, na maioria das situações, são determinados pela inexistência de um processo de formulação adequado e tecnologia de empacotamento, ou seja, muitos são constituídos apenas pelo substrato minimamente processado onde o microrganismo foi crescido. Um exemplo disso são os produtos ofertados em pó obtidos a partir de grãos triturados. Essas e outras dificuldades também resultam na baixa oferta de produtos ao mercado. Atualmente, a oferta de produtos biológicos à base de Trichoderma não atende a 20% da área plantada com soja, no Brasil. Diante deste cenário promissor, e, ao mesmo tempo, desafiador, há uma necessidade de elevação do patamar de qualidade do controle biológico empregado no Brasil e a busca por processos e produtos inovadores se faz necessária. Nesse sentido, a Biota Innovations está assessorando à Araunah Agro no desenvolvimento de seu portfólio de produtos biológicos, o qual foi denominado Linha BIO PRO®.

O CONCEITO BIO PRO® A linha BIO PRO® é uma plataforma de soluções biológicas voltadas a proteção de plantas. Seus produtos biológicos são diferenciados e inovadores, desenvolvidos a partir dos mais avançados conceitos e técnicas relacionadas ao Controle Biológico. A linha BIO PRO® busca alta performance em biocontrole de pragas e doenças, além da promoção de crescimento vegetal garantindo resultados no campo e contribuindo para a preservação da natureza.

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BIO Manejo Integrado de Lagartas através do

Controle biológico Por Fernando Hercos Valicente Pesquisador Doutor da Embrapa Milho e Sorgo

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) pode ser definido como a seleção inteligente e o uso das ações para o controle de pragas que irá assegurar consequências favoráveis tanto econômicas, quanto ecológicas e socialmente aceitas. Neste contexto, se insere o conceito de praga, que é o inseto que causa dano e redução da produção final de grãos, provocando prejuízo econômico. Um fator importante é que nem todo dano causado por inseto na planta é intolerável, pois ela pode se recuperar e produzir normalmente. Uma das bases do MIP é o monitoramento de insetos que ocorrem na cultura, definindo o que é praga primária e secundária, o que é inimigo natural, a frequência de ocorrência e a época do ano. Este reconhecimento é fundamental para a tomada de decisão do que aplicar e quando aplicar. O monitoramento pode ser feito para todos os insetos durante a cultura do milho, desde os que atacam na fase inicial até os que atingem a espiga de milho. O número de amostragens depende do tamanho da área e do custo. Outra estratégia do MIP é o tratamento de sementes visando ao controle das pragas subterrâneas e das pragas iniciais da cultura do milho, principalmente nas áreas que apresentam um histórico de ataque destas. Outro fator é a seletividade de inseticidas químicos. Tempos atrás, inseticidas químicos com amplo espectro de ação eram usados, o que ocasionou danos como a morte indiscriminada de inimigos naturais, surgimento de

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insetos resistentes e explosão de pragas secundárias. Hoje, recomendam-se inseticidas fisiológicos que atuam somente sobre a fisiologia do inseto, bem como aplicação com jato dirigido para o cartucho da planta, no caso da lagarta do cartucho do milho. Com a evolução e disponibilização de novas tecnologias no mercado, os transgênicos denominados milho Bt (Bacillus thuringiensis) e o controle biológico são ferramentas-chaves no controle de pragas. Dentre os agentes de controle biológico podemos destacar o Baculovirus e o Bt (Bacillus thuringiensis). As pragas ocupam lugar de destaque dentre os fatores que contribuem para a queda no rendimento e na produção de grãos na cultura do milho. Estes insetos podem causar perdas desde a fase inicial da cultura, podendo reduzir drasticamente o stand de plantas, diminuindo a densidade de sementes logo após a semeadura e causando danos durante toda a fase vegetativa e reprodutiva. No Brasil, a alta incidência de pragas pode estar relacionada ao cultivo contínuo em nossas condições tropicais, principalmente pelo plantio do milho safrinha, que é o milho plantado em janeiro/fevereiro ou março, dependendo da região do país. E há regiões, como o Oeste da Bahia, Mato Grosso, dentre outras, onde não há intervalo entre os diversos plantios, facilitando a migração de pragas de uma cultura para outra, formando uma ponte verde durante todo o ano. Deste modo, há sempre uma oferta de alimento para os insetos pragas durante todo o ano. Deste modo, insetos tendem a atacar indiscriminadamente várias culturas que estão no campo.

“Com a evolução e disponibilização de novas tecnologias no mercado, os transgênicos denominados milho Bt (Bacillus thuringiensis) e o controle biológico são ferramentaschaves no controle de pragas”

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LAGARTA DO CARTUCHO, SPODOTPERA FRUGIPERDA A área cultivada com a cultura do milho no Brasil está em torno de 12 milhões de hectares e o gasto anual com inseticidas químicos, somente na cultura do milho, está estimado entre U$500 e U$600 milhões, conforme autores especialistas no assunto. Um dos fatores que mais contribuem para a queda na produção de milho é o dano causado pela lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, que é uma das principais pragas da cultura do milho no Brasil e ataca mais de 100 culturas. O ataque deste inseto pode reduzir a produção de grãos em até 52%, segundo a literatura, sendo o controle feito essencialmente com inseticidas químicos, apesar de alguns programas de controle biológico existentes. As larvas mais novas consomem tecidos de um lado folha, deixando a epiderme oposta intacta. A partir do segundo instar, as larvas deslocam-se para o cartucho das plantas de milho, produzindo uma característica fileira de perfurações nas folhas. A densidade de larvas nas plantas de milho e no cartucho é reduzida devido ao comportamento canibal deste inseto. O ciclo de vida é completado em aproximadamente 30 dias, em laboratório, e o número de ovos pode variar de 100 a 200 por postura/fêmea, sendo que um total de 1.500 a 2.000 ovos podem ser colocados por uma única fêmea durante a sua vida. A lagarta pode atingir 3,5 cm e a fase de pupa ocorre no solo. Assim, percebe-se o potencial de dano que este inseto pode causar no campo, podendo haver redução de até 73% na produção de grãos, em situações de ataque intenso, conforme a literatura especializada. Em todo o mundo, a proteção contra insetos das plantas cultivadas é feita basicamente com o uso de inseticidas químicos. Mas o uso de produtos químicos, principalmente os de alta toxicidade, tem sofrido pressões constantes por causa dos danos causados ao meio ambiente, intoxicação de aplicadores, alimentos contaminados e disseminação

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generalizada do produto tóxico dentro da cadeia alimentar em vários níveis tróficos. A indústria, hoje, investe em desenvolvimento de produtos químicos com menor persistência no meio ambiente e em compostos mais específicos em relação ao inseto alvo, sendo estes dois fatores muito importantes para o sucesso do Manejo Integrado de Pragas (MIP). No caso específico da lagarta do cartucho, o seu controle no campo tem sido realizado essencialmente com inseticidas químicos. Excepcionalmente, são realizadas de 10 a 14 aplicações na cultura do milho, no Brasil (Valicente, observação pessoal). Algumas das características que os tornam desejáveis para sua utilização são a sua especificidade, a compatibilidade com outros inimigos naturais e a segurança aos humanos. Adicionalmente, a utilização desses bioinseticidas não polui rios, nascentes, lençol freático, não possui efeito tóxico sobre aplicadores e pode agregar valor ao produto final.

portante não perder a primeira aplicação porque, deste modo, evita-se uma sobreposição de estádios larvais desta praga na cultura. Deve-se também respeitar a arquitetura da planta de milho, que cresce verticalmente e, havendo necessidade, devem-se realizar aplicações semanais do biopesticida, do mesmo modo que é feito com o uso de produto químico. As pulverizações devem ser realizadas sempre na parte da tarde para se evitar uma maior incidência de raios ultravioletas (UV) sobre as plantas nos períodos mais quentes do dia. Os raios UV são um dos principais fatores de inativação deste biopesticida a campo.

CONSIDERAÇÕES NA APLICAÇÃO DE BIOPESTICIDAS À BASE DE BACILLUS THURINGIENSIS (BT) E BACULOVÍRUS

Outro ponto a ser considerado é o uso de uma quantidade maior de água para que se consiga atingir o inseto dentro do cartucho da planta, local preferido da lagarta. A água deve ser utilizada juntamente com o espalhante adesivo para melhorar a qualidade da aplicação, a uniformidade da calda e para fixar o produto na folha. Verificar a umidade relativa do ar também é importante porque, se a mesma estiver muito baixa e as gotas muito pequenas, pode-se perder muito com a evaporação da calda, antes mesmo de o produto atingir a folha. Deve-se respeitar se o produto a ser aplicado aceita pouca quantidade de água para cobrir as folhas pulverizadas, pois a lagarta do cartucho deve ingerir estes patógenos.

A aplicação de Bacillus thuringiensis (Bt) e Baculovírus na cultura do milho deve respeitar alguns fatores importantes. O primeiro deles é que a cultura deve ser monitorada semanalmente para se detectar o nível de ataque da lagarta do cartucho na lavoura. Em determinadas regiões, o ataque desta praga se inicia uma semana após a germinação das sementes, o que faz com que o produtor saiba reconhecer os primeiros sinais do ataque dela na cultura do milho. É muito im-

O que ocorre, muitas vezes, é que o produtor, para ter um maior rendimento de trabalho na propriedade, faz a aplicação com uma quantidade muito pequena de água e uma maior velocidade do trator, sem o ajuste necessário para esta quantidade de água, o que resulta em má aplicação de qualquer produto, tanto químico quanto biológico, não realizando, deste modo, um controle satisfatório da lagarta do cartucho.

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Trichoderma

é tão poderoso que seu uso na agricultura requer cuidados especiais Por Irina S. Druzhinina Professora Associada da Divisão de Pesquisa em Tecnologia Bioquímica do Instituto de Engenharia Biológica, Ambiental e Química, em Viena, na Áustria O controle biológico de doenças de plantas, ou biocontrole, é uma técnica agrícola que está baseada no uso de hiperparasitas naturais (parasitas de parasitas) e/ ou antagonistas de fitopatógenos para evitar ou combater doenças. Em sentindo amplo, o biocontrole pode também incluir a aplicação de (micro) organismos estimuladores de plantas que as ajudam a reduzir os estresses abióticos, como seca ou salinidade. É muito importante entender que um “bom” marcador para um organismo eficiente (aquele que está atuando na formulação) é condicional e deve ser aplicado em relações específicas de interações com plantas hospedeiras. A aplicação de bactérias e fungos antagonistas e micoparasitas no biocontrole permite a redução do uso de pesticidas químicos, o que é fortemente apoiado pelas autoridades regulatórias e pelo público em geral. Na Diretiva 2009/128/EC, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro de 2009, “Estabelecendo uma estrutura para ação da Comunidade para alcançar o uso sustentável de pesticidas”, contém a seguinte frase: “Medidas apropriadas de manejo de risco devem ser tomadas, assim como o uso de produtos de baixo

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risco para proteção de plantas como definido em Regulação (EC) n. 1107/2009 e as medidas de controle biológico devem ser consideradas em primeiro lugar”. Isto ilustra as tendências futuras de uso reduzido de pesticidas químicos diante da necessidade de aumentar a produtividade agrícola para a crescente população mundial. Consequentemente, a pesquisa sobre as interações microbianas que levam ao aumento de produtividade das culturas agrícolas provavelmente atrairão mais atenção e investimentos. Embora a diversidade de hiperparasitas seja relativamente alta, um bom agente de biocontrole deve possuir diversas outras características para se tornar um candidato promissor a ser usado em produtos biológicos. Estes agentes devem ser seguros e de fácil manipulação, rapidamente colonizar um novo ambiente e resistentes a pesticidas químicos e a diversas condições ambientais. Em poucas palavras, um eficiente agente biológico deve ser um ótimo oportunista. Entre os fungos micoparasitas, Trichoderma é único por causa do seu alto potencial oportunista, o que o torna um dos mais promissores agentes de biocontrole, o qual já é amplamente aplicado para proteção e promoção de crescimento de plantas.

O FUNGO QUE SE ALIMENTA DE OUTROS FUNGOS Trichoderma (Hypocreales, Ascomycota) é o gênero maior e mais bem estudado de fungos micotróficos. Na natureza, podem frequentemente ser encontrado sobre corpos de frutificação de cogumelos ou outros fungos, sobre madeira morta e no solo. O fungo cresce rapidamente em meios de cultura baratos e sobre diversos resíduos agrícolas. Este fungo produz esporos em abundância, os quais podem ser estocados por um longo período. Numerosos estudos de laboratório e campo demonstraram a capacidade desse fungo em parasitar, matar ou reduzir o crescimento de uma ampla gama de outros fungos, incluindo quase todos os fungos fitopatogênicos conhecidos. Quando somente a morfologia de esporos e de culturas eram usadas para a descrição de espécies, apenas poucas dúzias de no-

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A aplicação de bactérias e fungos antagonistas e micoparasitas no biocontrole permite a redução do uso de pesticidas químicos, o que é fortemente apoiado pelas autoridades regulatórias e pelo público em geral”

mes eram conhecidos. Todavia, a integração recente das técnicas de sequenciamento de DNA revolucionou a taxonomia fúngica, incluíndo a de Trichoderma. O poder dos métodos de identificação baseados em DNA foi usado em estudos ecológicos e taxonômicos de Trichoderma, na Europa, Ásia e Américas. Taxonomistas de fungos dos Estados Unidos, Canadá e outros países, e particularmente, o micologista austríaco Walter M. Jaklitsch, têm estudado cuidadosamente o perfil de diversidade de Trichoderma, que agora já consiste de mais do que 270 espécies molecularmente definidas. Eu, pessoalmente, não me surpreenderei se, em breve, se alcançasse a descrição de 300 espécies. Todavia, com o tempo, o crescimento da diversidade reduzirá sua velocidade, quando mais e mais herbários e amostras ambientais tiverem seu DNA sequenciado.

O PODER DA MINORIA ATIVA DE TRICHODERMA Apesar de ser principalmente micotrófico (se alimentar de outros fungos) e/ou colonizadores de madeira, fungos do gênero Trichoderma são amplamente conhecidos por serem microrganismos benéficos às plantas, por conta das várias espécies que têm alto potencial oportunista em diferentes ambientes e que, portanto, podem se estabelecer no solo e na região do entorno das raízes (com-

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petência rizosférica). Algumas destas espécies são T. harzianum, T. atroviride, T. virens, T. hamatum, T. asperellum, dentre outras. Todas juntas não somam mais do que dúzias de espécies (cerca de 10-20% da diversidade total do gênero), que são normalmente cosmopolitas, altamente micoparasitas e competitivas. Estas espécies podem ser facilmente isoladas de numerosos habitats naturais e artificiais, como fungos mortos e vivos, madeira, solo, filo e rizosfera, ecossistemas aquáticos, ambientes fechados e, menos frequentemente, de tecidos biológicos (como endófitos e/ ou patógenos de animais). Consequentemente, a maior parte das espécies domesticadas de Trichoderma pertencem a essa minoria ativa e já são usadas como agente de controle biológico de fungos fitopatogênicos (biofungicidas). Na rizosfera, estes fungos também atuam como biofertilizantes, já que estimulam o crescimento e induzem uma resposta geral de defesa nas plantas, contra o ataque de fitopatógenos. Neste último contexto, é importante destacar que algumas espécies de Trichoderma foram isoladas como endófitas – ou seja, no interior da planta, sem causar sintomas e, normalmente, beneficiando a planta hospedeira. A característica única das espécies oportunistas de Trichoderma colocam todo o gênero no foco da pesquisa para o desenvolvimento de novos biofungicidas e biofertilizantes, para aplicação na agricultura, para proteção de plantas e promoção de crescimento, respectivamente. Interessantemente, a maioria absoluta das espécies de Trichoderma tem as características necessárias para ser usada como biofungicida. Nós já testamos mais de mil linhagens de Trichoderma, selecionadas aleatoriamente quanto à sua capacidade de parasitismo de mais de cem espécies de fungos fitopatogênicos, entre eles Alternaria, Sclerotinia e Botrytis. Para nossa surpresa, embora haja alguma variabilidade entre as linhagens, os valores médios são muito similares. Todavia, isso não significa que todas as espécies podem ser usados no biocontrole. Somente espécies com alto potencial oportunista conseguem estabelecer-se no solo.

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DOS GENES À APLICAÇÃO NO CAMPO

DOIS SÃO MELHOR DO QUE UM

O uso de um microrganismo poderoso como esse exige conhecimento de sua biologia. Embora a diversidade de espécies usadas na proteção de plantas seja relativamente baixa, a identificação precisa da espécie é fundamental. Nós estamos trabalhando com milhares de registros sobre a ecologia de isolados de Trichoderma e temos genomas conhecidos de 20 espécies. O estudo que combina estes dois aspectos chama-se genômica ecológica. Felizmente, Trichoderma é um dos gêneros melhor estudados no Reino dos Fungos. A tarefa para os cientistas é o estudo da evolução, ecologia e genomas de Trichoderma para compreender a natureza do fungo e usar esta informação para otimizar as formulações de produtos biológicos à base de Trichoderma.

Pesquisadores de Trichoderma sabem que uma pequena fração de solo pode ser habitat para várias espécies deste gênero. Interessantemente, muitas espécies de Trichoderma parecem atuar sinergisticamente. O últimos desenvolvimentos na área de biocontrole de doenças de plantas se baseiam no uso simultâneo de várias cepas de Trichoderma. Mais interessantemente, assim como ao que acontece na medicina, a aplicação de microbiomas inteiros benéficos às plantas onde Trichoderma coexista juntamente com bactérias é um caminho que vale a pena ser explorado.

Por exemplo, a evolução de Trichoderma sugere que o fungo emergiu do mesmo ancestral comum dos fungos entomopatogênicos modernos. Este fato correlaciona-se com o grande número de genes para a nutrição sobre fontes ricas em proteínas. Assim, a aplicação de Trichoderma junto com fertilizantes orgânicos pode ser proposto como uma prática benéfica para aumentar as populações do fungo no habitat. Por último, mas não menos importante, nós também, por meio do estudo dos genes, objetivamos dar estimativas realistas dos potenciais riscos associados a esse poderoso microrganismo.

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Um eficiente agente biológico deve ser um ótimo oportunista. Entre os fungos mico-parasitas, Trichoderma é único por causa do seu alto potencial oportunista, o que o torna um dos mais promissores agentes de biocontrole”

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Trichoderma é muito forte para ser usado sem conhecimento Nossos estudos evolutivos demonstram que o oportunismo ambiental de Trichoderma também inclui a capacidade de interagir com animais, incluindo humanos. Os avanços da medicina moderna são acompanhados pelo crescimento da população de pacientes imunodeprimidos, que se recuperam após transplantes de órgão ou outros tratamentos médicos complicados. Nestas circunstâncias, o uso de um microrganismo altamente oportunista requer medidas de segurança especiais. Algumas cepas eficientes de Trichoderma, para o biocontrole, podem também ser patógenos oportunistas de humanos. Haja vista que Trichoderma é geralmente altamente resistente a compostos fúngicos, essas doenças podem ser de difícil tratamento. Felizmente, parece ser relativamente fácil testar se a cepa selecionada para o desenvolvimento de bioprodutos é segura para humanos, sendo necessário, para isso, somente o seu crescimento à temperatura corporal humana (cerca de 36-37 °C). Além disso, a aplicação de Trichoderma para proteção de plantas no solo não causa proliferação massiva do fungo, já que, com uma população relativamente baixa de colônias na rizosfera, já se obtém os resultados positivos para as plantas. Outra característica de Trichoderma deriva de uma propriedade inata do fungo, mais difícil de controlar. Ser micoparasita ou micotrófico não o distingue se ele irá atacar fungos que são patogênicos às culturas agrícolas (e

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assim Trichoderma é nosso amigo) daqueles fungos que são úteis aos homens, como os cogumelos comestíveis (e assim torna-se indesejado). Várias espécies do clado Harzianum, como T. aggres-sivum. T. pleuroti, T. pleuroticola e várias espécies “boas” são conhecidas como agentes causais da doença mofo verde em plantios de cogumelos do mundo inteiro. A solução nem sempre é fácil de encontrar, já que as espécies com alto potencial oportunista são as que mais atraem a atenção como agentes de controle biológico e, ao mesmo tempo, como patógenos de humanos e cogumelos. Infelizmente, impactos adversos e benéficos de Trichoderma sobre humanos são normalmente estudados por comunidades científicas que não se sobrepõem, o que resulta na introdução de produtos biológicos de espécies bem documentadas como patógenos a humanos, como Trichoderma longibrachiatum, o qual deve ser fortemente evitado. Trichoderma é geralmente considerado de baixo risco para biotecnologia e agricultura. Todavia, a liberação de agentes oportunistas no ambiente pode ter efeitos adversos em ecossistemas naturais e agrícolas. Parece razoável que fungos introduzidos como Trichoderma (seja por práticas inoculativas ou aumentativas) podem aumentar a pressão de competição com outros microrganismos benéficos, incluindo outros fungos e bactérias.

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A estratégia mais promissora no desenvolvimento de formulações de produtos biológicos à base de Trichoderma é o isolamento de cepas adaptadas às condições edafoclimáticas locais” Assim, embora o papel benéfico imediato de Trichoderma e de outros fungos micotróficos com competência rizosférica sobre o desenvolvimento da planta seja confirmado, uma análise de risco ecológico detalhado pode revelar o real balanço entre efeitos positivos e adversos desses agentes sobre os humanos e o ecossistema inteiro. Sem dúvidas, estas investigações não resultarão na redução do uso de Trichoderma na proteção de plantas. Pelo contrário, isto permitirá o desenho de formulações sofisticadas com atividade melhorada e riscos ambientais minimizados. Os estudos evolutivos e mecanicistas de genoma inteiro, mais recentes, poderão dar base suficiente para essa pesquisa. A diversidade de Trichoderma no Brasil não é diferente do resto do planeta. Não há dúvidas de que, na enorme biodiversidade brasileira, há novas espécies de Trichoderma, com propriedades ainda desconhecidas, o que representa um baú de tesouro para a ciência. Todavia, apesar das altas expectativas quanto à diversidade de Trichoderma no solo, o número de espécies de Trichoderma em solos brasileiros é previsível e, muito provavelmente, limitada às poucas dúzias de espécies oportunistas já descritas. Experimentos mostram que, até na floresta tropical amzônica, a diversidade de Trichoderma no solo é baixa e representada pela mesma minoria de espécies oportunistas cosmopolitas. Na minha opinião, a estratégia mais promissora no desenvolvimento de formulações de produtos biológicos à base de Trichoderma é o isolamento de cepas adaptadas às condições edafoclimáticas locais. Além disso, antes do uso, todas as linhagens devem ser primeiro identificadas molecularmente e testadas quanto a uma possível ação sinérgica em condições de laboratório e casa de vegetação.

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BIO O controle biológico de pragas agrícolas e a qualidade de produtos à base de fungos Por Marcos Faria Pesquisador Doutor da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Em diversas regiões do mundo, o controle biológico de pragas vem crescendo a passos largos. Embora os produtos biológicos representem apenas 3% do mercado mundial de agrotóxicos, a taxa de crescimento na faixa de 10-15% ao ano é o dobro daquela registrada para os agroquímicos convencionais. Vespinhas parasitóides, como Cotesia e Trichogramma, são conhecidas de longa data dos nossos produtores de cana-de-açúcar. Em outros países, centenas de espécies de macrorganismos (insetos e ácaros predadores) já são comercializadas, sobretudo

Um caso de sucesso recente no Brasil refere-se à adoção do fungo Trichoderma para o manejo de mofo-branco em lavouras anuais, com destaque para a soja. Juntos, Metarhizium, Beauveria e Trichoderma são utilizados anualmente no Brasil em cerca de 6-7 milhões de hectares”

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Seria salutar se as empresas do setor passassem a priorizar a comercialização de micopesticidas com elevada concentração de esporos vigorosos”

para cultivos protegidos. Outros agentes biológicos muito importantes são os microrganismos, representados por bactérias (em especial as espécies do gênero Bacillus), vírus e fungos. Recentemente, inúmeros produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis e dos vírus NPV foram empregados no Brasil para o combate à lagarta Helicoverpa armigera. Os resultados positivos alcançados nesta batalha levaram muitos agricultores a enxergar o controle biológico como um eficaz aliado. Outras razões adicionais para a adoção destes agentes em programas de manejo integrado de pragas são a segurança à saúde dos trabalhadores rurais, baixíssimo ou inexistente intervalo de segurança, considerável redução no nível de resíduos químicos devido à substituição de agrotóxicos convencionais e, lógico, maior demanda dos consumidores em função da qualidade superior dos grãos e frutos produzidos. Dentre os agentes microbianos de controle de pragas, o emprego dos micopesticidas (produtos à base de fungos) vem, igualmente, experimentando avanços em nosso país. O caso mais antigo é a adoção, desde a década de 70, do fungo Metarhizium anisopliae para o controle de cigarrinhas em canaviais e pastagens. Um caso de sucesso recente no Brasil refere-se à adoção do fungo Trichoderma para o manejo de mofo-branco em lavouras anuais, com destaque para a soja, e de Beauveria bassiana para o controle de mosca-branca. Juntos, Metarhizium, Beauveria e Trichoderma são utilizados anualmente no Brasil em cerca de 6-7 milhões de hectares. Há espaço para substancial crescimento na taxa de adoção dos micopesticidas, o que está estreitamente condicionado à melhoria de qualidade dos produtos ofertados no mercado. Atualmente, dois parâmetros principais são considerados pelas biofábricas para

garantir a conformidade de seus produtos: concentração de estruturas infectivas e um indicativo da sobrevivência dessas estruturas, como “Unidades Formadoras de Colônias - UFC” ou “percentagem de germinação” (às vezes denominada, equivocadamente, de “viabilidade”). Infelizmente, estes parâmetros não refletem a real qualidade dos micopesticidas: há produtos ruins com concentração de estruturas vivas tidas como satisfatórias. Pesquisas recentes demonstraram a importância do parâmetro ‘vigor’ que, ao contrário dos demais parâmetros, abrange apenas a proporção de esporos capazes de germinar rapidamente. Como era de se esperar, os esporos com elevado vigor são os principais responsáveis pelo controle das pragas-alvo e, ainda, apresentam maior estabilidade durante o armazenamento. Seria salutar se as empresas do setor passassem a priorizar a comercialização de micopesticidas com elevada concentração de esporos vigorosos. Tal mudança poderia implicar em alterações em processos fabris ligados à produção em larga escala, secagem, colheita de esporos, formulação, protocolos de controle de qualidade e estratégia de empacotamento. Em contrapartida, os agricultores teriam à disposição produtos mais eficazes, consistentes e com maior vida de prateleira. Agricultor satisfeito é sinônimo de mercado crescente.

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O uso de Bacillus na agricultura, com ênfase no manejo de fitonematoides Por Rose Monnerat Pesquisadora Doutora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Carlos Marcelo Soares Pesquisador Doutor do Instituto Mato-Grossense do Algodão

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Diversas bactérias podem ser utilizadas no controle biológico de artrópodes-praga e fitonematoides. Dentre essas, as pertencentes ao gênero Bacillus são as que apresentam maior importância. Essas bactérias, de ocorrência cosmopolita, são encontradas em todas as partes do mundo, em vários substratos como solo, água, plantas, insetos mortos, teias de aranha e grãos armazenados. Para o controle de insetos-praga e vetores de doenças, os Bacillus thuringiensis são os mais importantes. No caso de controle de fitonematoides, as principais espécies são: B. subtilis, B. licheniformis, B. amyloliquefasciens e B. firmus. No Brasil, ainda são poucos os produtos registrados à base dessas bactérias, mas o mercado está em expansão. B. thuringiensis produz diferentes fatores de virulência, como as -endotoxinas, α-exotoxina, β-exotoxina, hemolisinas, enterotoxinas, quitinases e fosfolipases. Algumas estirpes produzem toxinas na fase de crescimento vegetativo, denominadas VIP e SIP. As -endotoxinas são as mais promissoras e compreendem as proteínas Cry e Cyt. As toxinas Cry são tóxicas a diferentes insetos das ordens Lepidoptera, Coleoptera, Hymenoptera, Diptera e a nematóides, enquanto as proteínas Cyt são, na maioria das vezes, tóxicas aos insetos da ordem Diptera. As proteínas Cry estão classificadas em 74 grupos e diferentes subgrupos e são codificadas por mais de 799 genes cry já sequenciados. O modo de ação das toxinas Cry tem sido caracterizado principalmente em insetos lepidópteros e o processo pode ser dividido em várias etapas: solubilidade e processamento das toxinas, união ao receptor, inserção na membrana, agregação, formação do poro e citólise. Dentre as toxinas mais estudadas, destacam-se Cry1 e Cry2 com amplo espectro inseticida a lepidópteros. Dentre as 74 famílias, Cry5, Cry6, Cry12, Cry13, Cry14, e Cry21 demonstraram exibir atividade nematicida, cujo mecanismo de ação parece ser semelhante ao descrito para insetos.

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A perspectiva de aumento do mercado mundial para bioprodutos de controle biológico está estimada em 15 a 20 % ao ano” B. subtilis, B. licheniformes, B. amyloliquefasciens e B. firmus têm sido utilizados em controle de fitonematoides. Essas bactérias pertencem ao grupo do B. subtilis sensu lato, que compreende ainda as seguintes espécies: B. atrophaeus, B. mojavensis, B. vallismortis e B. sonorensis. Essas espécies são estreitamente relacionadas, não sendo possível fazer a distinção entre as linhagens baseando-se somente em análises de sequências de rDNA/rRNA 16S. As espécies desse grupo não são patogênicas e apresentam grande potencial biotecnológico. As principais aplicações na indústria são a produção de enzimas (proteases, amilases e celulases, dentre outras), antibióticos, fermentação de alimentos e vitaminas. Como muitas produzem quitinases, afetam a cutícula dos nematoides bem como a casca dos seus ovos. Podem formar um biofilme no sistema radicular que protege a planta de infecções e, ao mesmo tempo, consome os exsudados radiculares desorientando os nematoides. Outras produzem voláteis que antagonizam os nematoides em todas as fases do seu ciclo de vida. Podem ainda ser exploradas como promotoras de crescimento vegetal e indutoras de resistência em plantas.

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Devido à alta variabilidade genética intra-específica, comum a essas espécies é importante que se busquem novas estirpes que estejam associadas ao nicho ecológico dos fitonematoides, pois é possível que estirpes mais virulentas e já adaptadas às condições climáticas desejadas sejam encontradas. Os produtos elaborados à base destas bactérias devem seguir um rígido controle de qualidade, visto que as mesmas são más competidoras e crescem em meios ricos, utilizados por outras espécies, inclusive patogênicas aos vertebrados. Durante o processo de produção, é importantíssimo que um rígido controle de qualidade seja realizado, pois diferentes componentes dos meios de cultura e condições fermentativas podem alterar a síntese das toxinas e metabólitos de interesse para controle dos organismos-alvo. Todas essas bactérias, por sua alta eficácia, inocuidade aos vertebrados, segurança ambiental e possibilidade de serem produzidas em larga escala, apresentam um excelente potencial para serem utilizadas como base de bioprodutos. Além disso, contribuirão para a segurança alimentar e sustentabilidade do sistema agrícola. Nesse cenário, a perspectiva de aumento do mercado mundial para bioprodutos de controle biológico está estimada em 15 a 20% ao ano.

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BIO

Nutri

Biofertilizantes

na agricultura

Por Paulo Roberto de Camargo e Castro, Ana C. C. M. Mendes e Bruno G. Angelini Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) Os aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas são os principais biofertilizantes estudados e aplicados atualmente, sendo moléculas orgânicas ou complexo de moléculas orgânicas com comprovado efeito estimulante sobre as plantas.

AMINOÁCIDOS

Paulo Roberto de Camargo e Castro, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)

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A utilização de aminoácidos na agricultura tem sido praticada por várias décadas, no Brasil e no mundo, e vem aumentando acentuadamente devido aos inúmeros benefícios que proporciona às culturas, tais como: metabolismo mais equilibrado, redução da fitotoxicidade de determinados defensivos agrícolas, maior tolerância às pragas e doenças e aumento da absorção e translocação de nutrientes aplicados na parte aérea vegetal. Classificados como aditivos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os aminoácidos têm seu uso aprovado em fertilizantes (como estabilizantes da formulação, em geral). Diante disso, a aplicação desses elementos por meio de pulverizações foliares está se tornando cada vez mais frequente. A incorporação de nitrogênio (N) via adubação foliar com aminoácidos evita a transformação química desse elemento para a forma nítrica, de maior lixiviação. Há, pois, rápida inclusão ao metabolismo, como se eles fossem sintetizados pela planta, contribuindo para o desenvolvimento vegetal.

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Os aminoácidos são ácidos orgânicos cujas moléculas se encerram com um ou mais grupamento amina, os quais constituem as unidades básicas das proteínas e são precursores de vários compostos que regulam o metabolismo vegetal. Contudo, sua aplicação nas culturas não tenciona suprir a necessidade de aminoácidos para a realização de síntese proteica, mas ativar o metabolismo fisiológico das plantas. Incontestavelmente importantes para as plantas, os aminoácidos estão envolvidos em grande parte do metabolismo primário e secundário, levando à síntese de vários compostos que influenciam na produção e na qualidade dos frutos e grãos. Como exemplo, há os aminoácidos asparagina e glutamato que interligam os dois ciclos metabólicos mais importantes da planta (do carbono e do nitrogênio), afetando a produção de açúcar e de proteínas. Por outro lado, a glicina é capaz de inibir a fotorrespiração, aumentando a eficiência fotossintética e, consequentemente, a produtividade vegetal, enquanto o aminoácido triptofano é um dos precursores do ácido indolilacético, hormônio que participa efetivamente de vários processos fisiológicos, tais como regulação da dominância apical e do desenvolvimento radicular, abscisão foliar, formação de botões florais e formação do fruto. Além de a aplicação de aminoácidos estar relacionada à melhoria do desenvolvimento vegetal, tais compostos também se mostram capazes de elevar a tolerância das plantas aos estresses abióticos. Nessa situação, o estresse é geralmente definido como um fator externo que exerce influência desvantajosa sobre a planta e pode ser desencadeado por altas temperaturas, salinidade e déficit hídrico. Para avaliá-lo, pode-se observar o índice de sobrevivência das plantas, a produtividade agrícola e o acúmulo de biomassa, aspectos relacionados ao crescimento vegetal. Os estresses abióticos afetam negativamente o crescimento e a produtividade das plantas, respondendo por mais de 50% de perdas na produção das principais culturas. Quando sob estresse abiótico, as plantas podem apresentar fo-

lhas murchas e/ou queimadas, folhas com menor área foliar, diminuição do número de folhas devido à abscisão foliar, crescimento radicular acentuado, maior depósito de ceras nas folhas, aborção de flores e frutos, frutos mal desenvolvidos, dentre outros fatores.

Além de a aplicação de aminoácidos estar relacionada à melhoria do desenvolvimento vegetal, tais compostos também se mostram capazes de elevar a tolerância das plantas aos estresses abióticos” Desse modo, pode-se dizer que os aminoácidos têm potencial de utilização na agricultura. No entanto, outras pesquisas devem ser realizadas para a obtenção de informações adicionais sobre a ação efetiva e as interações com os demais compostos orgânicos e minerais.

EXTRATOS DE ALGAS Nas últimas décadas, o interesse em utilizar extratos de algas na agricultura vem aumentando consideravelmente. Na atualidade, mais de 15 milhões de toneladas de algas marinhas são utilizadas como nutrientes suplementares e biofertilizantes. Uma grande variedade de algas marinhas também é empregada como condicionadora para acrescentar matéria orgânica, para preservar a umidade e o conteúdo de minerais do solo. Os extratos de algas têm diferentes efeitos, incluindo germinação elevada de sementes, maior produtividade e desempenho agrícola, aumento da produção de flores e na biomassa radicular, melhoria na resistência a estresses abióticos e redução na incidência de doenças fúngicas e infestação por insetos. Tais efeitos são atribuídos à presença de compostos que promovem o crescimento vegetal, como cito-

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Estimular os mecanismos de defesa vegetal é uma poderosa metodologia para controlar pragas e doenças, sendo uma alternativa ao controle químico, que frequentemente causa alto impacto ambiental” cininas, giberelinas, auxinas e betaínas, e de moléculas que provocam a ativação dos mecanismos de defesa, atuando como elicitoras. Consequentemente, tais compostos melhoram o desenvolvimento e a resistência vegetal a estresses bióticos e abióticos. Diversos trabalhos relatam que compostos presentes nos extratos desencadeiam o aumento do desempenho agronômico e da tolerância a estresses abióticos e bióticos em espécies vegetais economicamente importantes. Muitos fatores abióticos, como seca, salinidade e temperatura, por exemplo, geram estresse osmótico e causam efeitos secundários relacionados ao estresse oxidativo, levando ao acúmulo de espécies reativas de oxigênio que causam danos ao DNA, lipídeos, carboidratos e proteínas. Vale ressaltar que as plantas pulverizadas com extratos de algas exibiram aumento na tolerância à salinidade e ao frio. Nesse caso, as videiras pulverizadas com extrato de alga mostraram uma redução no potencial osmótico celular, indicador-chave de tolerância osmótica. Estudos de campo em cevada mostraram que a aplicação do extrato de alga aumentou a tolerância ao frio.

microrganismos benéficos ou o tratamento com diversos agroquímicos, muitas plantas estabelecem uma condição fisiológica preparada. Assim sendo, as plantas são capazes de “recordar” a infecção anterior, a colonização radicular ou o tratamento químico. Consequentemente, as plantas preparadas respondem com mais rapidez e/ou eficiência à reexposição ao estresse biótico ou abiótico, uma característica frequentemente associada ao aumento da resistência à doença. As plantas possuem receptores na superfície celular capazes de reconhecer assinaturas moleculares (elicitores) associadas a diferentes classes de microrganismos. Uma vez associados aos seus respectivos receptores, os elicitores disparam uma via de transdução de sinais intracelular que culmina na resposta de defesa. Essa resposta não é apenas no local de infecção, mas sistêmica. O etileno e os ácidos salicílico e jasmônico, sozinhos ou combinados, têm importantes funções na indução local ou sistêmica das respostas de defesa. Há diferentes tipos de elicitores, incluindo oligossacarídeos, lipídeos, (glico) peptídeos e (glico) proteínas. Tais elicitores são secretados por microrganismos ou derivados da parede celular de fungos, bactérias ou plantas hospedeiras. Na agricultura, o uso desses elementos é uma alterna-

Estimular os mecanismos de defesa vegetal é uma poderosa metodologia para controlar pragas e doenças, sendo uma alternativa ao controle químico, que frequentemente causa alto impacto ambiental. Após a infecção patogênica, a colonização de raízes com

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Considerou-se que os oligossacarídeos de algas podem atuar como bioestimulantes e/ou biopesticidas naturais em plantas”


É devido a essa bioatividade dos aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas que têm incrementado suas utilizações na agricultura, visando desenvolver um grande potencial agrícola”

tiva para o controle de doenças em culturas economicamente importantes. Nesse sentido, elicitores exógenos têm sido encontrados em algas marinhas, que conferem efeito na proteção das plantas contra infecções por bactérias, fungos e vírus. Dessa maneira, as algas representam uma fonte natural e abundante de potenciais elicitores. Armazenados em algas marrons, glucanos e oligômeros lineares, eles são conhecidos como laminarans, componentes principais dos extratos de algas comerciais. Considerou-se que os oligossacarídeos de algas podem atuar como bioestimulantes e/ou biopesticidas naturais em plantas. Dessa forma, o isolamento e a caracterização dos compostos bioativos das algas que potencializam propriedades benéficas se tornaram essenciais para o desenvolvimento agronômico. Além dos oligossacarídeos, outros compostos bioativos foram caracterizados, entre eles, esteróis, fenóis e ácidos graxos, que possuem ação antifúngica e antioxidante. A matriz orgânica dos extratos de algas é caracteristicamente complexa e pouco definida. Há poucos padrões para seu uso comercial, necessitando, portanto, de melhor padronização dos produtos gerados a partir de algas.

SUBSTÂNCIAS HÚMICAS Um desafio na agricultura atual é equacionar a crescente demanda por quantidade e qualidade dos alimentos com a exploração racional do meio ambiente. O sucesso dos muitos cultivos tem sido associado à intensa aplicação de insumos que, apesar de todos os efeitos visíveis no desenvolvimento e produtividade das plantas, por vezes, são dispendiosos e, quando não manejados corretamente, a longo prazo, geram impactos negativos na ecologia de uma determinada região agrícola. Nesta perspectiva, destacam-se os ácidos húmicos e fúlvicos, que naturalmente resultam da decomposição da matéria orgânica e são capazes de estimular alterações fisiológicas nas plantas, as quais podem contribuir para um melhor desenvolvimento, o que é essencial para que se obtenha ganhos em produtividade. Somado ao tradicional sistema de aplicação de insumos, deve-se considerar o potencial dos ácidos húmicos e fúlvicos para a resposta desejada nas culturas. O manejo da agricultura, independente da cultura conduzida, tem seguido cada vez mais critérios de redução no uso de defensivos agrícolas, diminuindo a possibilidade de causar impactos ambientais significativos e de propiciar danos à saúde do consumidor e do trabalhador rural. Além disso, as mudanças climáticas e as diversidades dos territórios cultiváveis têm estimulado o produtor a utilizar técnicas que controlem a produtividade da cultura em decorrência de algum tipo de estresse. Diante desta situação, diversas alternativas de cultivo podem ser adotadas para possibilitar uma agricultura menos impactante ao meio ambiente e mais eficiente em produtividade.

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Suas propriedades químicas, microbiológicas e físicas podem garantir um incremento na produtividade em decorrência dos benefícios que promove para a estrutura física e química do solo e para o metabolismo da planta” As substâncias húmicas são compostos orgânicos oriundos da decomposição de resíduos vegetais e animais do ambiente, que podem ser utilizados como insumos alternativos para o manejo de diversas culturas. Suas propriedades químicas, microbiológicas e físicas podem garantir um incremento na produtividade em decorrência dos benefícios que promove para a estrutura física e química do solo e para o metabolismo da planta. Substâncias húmicas são constituintes da matéria orgânica dos solos e dos sedimentos que podem melhorar as propriedades do solo e o metabolismo vegetal. Os ácidos húmicos e fúlvicos são os compostos mais importantes das frações húmicas, com relação à reatividade e ocorrência nos ecossistemas. Considera-se que as substâncias húmicas aumentam o movimento e a absorção de íons, incrementam a respiração e a velocidade das reações enzimáticas do ciclo de Krebs, promovem alta produção de ATP nas células radiculares, aumento nos níveis de clorofila e na síntese de ácidos nucleicos.

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Além disso, causam aumento ou redução na atividade de diversas enzimas, afetando ainda a dinâmica do NH4+ no solo. Diminuem também a perda de N para a atmosfera pela redução do N2 e o consumo de OH- pelo H+, dado pelo ácido orgânico, produz grupos orgânicos com cargas negativas com alta afinidade pelo NH4+, reduzindo seu movimento no solo, diminuindo a perda por lixiviação e aumentando a disponibilidade de NH4+ para o cultivo. Existem estudos que demonstram diversos benefícios das substâncias húmicas para alguns cultivos e, ainda, evidências da sua interação bioquímica e fisiológica com o crescimento das plantas. Porém, há necessidade de maior conhecimento da real funcionalidade destes compostos para certas espécies de interesse econômico e do comportamento de cada tipo de substância húmica. Os condicionadores de solo são substâncias orgânicas com cadeias carbônicas iguais ou semelhantes às presentes na natureza. Estes compostos são oriundos da extração de turfas ou de minas e também podem ser sintetizados industrialmente. Aqueles extraídos da natureza apresentam composição variada, porém, de forma geral, são fontes de ácidos húmicos e fúlvicos. Dentre os condicionadores de solo, existem aqueles que ainda têm sua fórmula complementada com micronutrientes e/ou macronutrientes, para se enquadrarem como fertilizantes organominerais. Os ácidos húmicos e fúlvicos fazem parte da composição orgânica do solo (húmus) e os condicionadores do solo tendem a simu-

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lar esta composição. O húmus é formado a partir da decomposição da biomassa do solo em compostos orgânicos. As substâncias húmicas possuem alta capacidade de troca de cátions e estão presentes em solos, águas e sedimentos com matéria orgânica estável, sendo originadas da deposição e/ou da degradação de resíduos orgânicos vegetais e animais, do metabolismo biológico destes compostos, da ciclagem do C, H, N e O da matéria orgânica do solo, pela biomassa microbiana e, ainda, da polimerização microbiológica dos compostos orgânicos cíclicos, resultando em substâncias complexas com diferentes pesos moleculares. São caracterizadas como macromoléculas com interações intermoleculares hidrofóbicas que podem ser desestruturadas quando em contato com baixas concentrações de soluções de ácidos mono, di e tri carboxílicos. A extração das substâncias húmicas pode ser realizada com compostos alcalinos, passando posteriormente por um processo de estabilização e, quando necessário, por adição de nutrientes. As substâncias húmicas influenciam diretamente a estrutura física, química e microbiológica dos ambientes onde estão presentes, assim como afetam o metabolismo e o crescimento das plantas. São usadas como insumos com a finalidade de melhorar as condições do solo para o desenvolvimento, principalmente, do sistema radicular das culturas implantadas. As influências na estrutura física ocorrem através da maior retenção de água, melhoria da aeração e, por consequência, maior resistência à erosão devido às suas

partículas coloidais, que são capazes de formar uma emulsão em contato com a água. As melhorias químicas ocorrem em função da atuação como agentes complexantes, o que desfavorece a manutenção de íons metálicos na solução do solo e, assim, promovem redução da toxidez destes elementos. Além disso, aumentam o poder tampão dos solos, reduzindo as variações de pH do meio. O incremento de fósforo solúvel através da complexação de Fe+2 e Al+3 em solos ácidos e do Ca+2 em solos alcalinos, também são características das substâncias húmicas. Com isso, tem-se que as substâncias húmicas promovem melhoria na agregação do solo e, assim, redução da densidade, maior capacidade de retenção de água, estabilidade no pH, aumento da CTC e da matéria orgânica, menor perda de nutrientes potenciais e redução na perda de nitrato. O efeito mais evidente dos ácidos húmicos é sobre sua dinâmica no nitrogênio amonical, já que, quando há adição de ácidos no solo, ocorre aumento da concentração de NH4+ e redução de NH3-. Com isso, ocorre uma diminuição significativa da forma mais instável do N e este processo ainda gera radicais orgânicos com carga negativa, que têm grande afinidade com NH4+, ajudando a retê-lo, diminuindo sua lixiviação no solo, deixando-o mais disponível principalmente às plantas perenes. É devido a essa bioatividade dos aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas que têm incrementado suas utilizações na agricultura, visando desenvolver um grande potencial agrícola com as pesquisas futuras.

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Uso de biofertilizantes à base de aminoácidos na agricultura Por Essione Ribeiro Souza Doutora em Fisiologia de Produção pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e pesquisadora da Arabidopsis Consultoria

Os aminoácidos são ácidos orgânicos que encerram em sua molécula um ou mais grupamentos amina. São constituintes de proteínas e precursores de inúmeras substâncias reguladoras do metabolismo vegetal. Nos últimos anos, o número de produtos à base de aminoácidos, ofertados por empresas, apresentam, em sua composição, uma variação de um a 20 aminoácidos combinados com um ou vários elementos químicos. Contudo, vale ressaltar que a aplicação de produtos à base de aminoácidos em culturas não tem o objetivo de suprir as necessidades das plantas quanto aos aminoácidos para a síntese proteica, mas sim como ativadores do metabolismo fisiológico. Os biofertilizantes, produzidos à base de aminoácidos, vêm sendo aplicados nas cul-

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A aplicação de produtos à base de aminoácidos em culturas não tem o objetivo de suprir as necessidades das plantas quanto aos aminoácidos para a síntese proteica, mas sim como ativadores do metabolismo fisiológico”

turas, nas diversas fases fenológicas, desde produção de mudas à germinação de sementes, objetivando aumento no crescimento e desenvolvimento das plantas. As fases de desenvolvimento das plantas, definidos como germinação, desenvolvimento vegetativo, reprodutivo, maturação e colheita podem ser influenciadas por diversos fatores, como precipitação, intensidade luminosa, radiação, estresse hídrico, temperatura, umidade do ar, salinidade, nutrientes do solo, fotoperíodo, práticas culturais, irrigação, além de pragas e doenças. Por isso, o conhecimento da duração das fases fisiológicas da planta tem importante implicação na dose e no intervalo de aplicação de biofertilizantes à base de aminoácidos. Assim, o uso equilibrado de aminoácidos nas diversas fases fenológicas das plantas pode minimizar perdas na produtividade. Estudos relacionados ao uso de aminoácidos, nas diversas culturas, evidenciam que, quando aplicados via foliar ou radicular, promovem o enraizamento, responsável pelo bom desenvolvimento de uma planta, por promover ajustes no manejo nutricional, por atuar como um complexante. Atualmente, as principais reações observadas nas culturas, após aplicação de produtos à base de aminoácidos, estão re-

lacionadas ao desenvolvimento, produção, maturação e peso dos frutos, teores de açúcares (sólidos solúveis), absorção, síntese e utilização de nutrientes, aumento nos níveis de carboidratos, tolerância ao estresse, desenvolvimento radicular e remobilização de nitrogênio. Embora tenha poucos resultados científicos do efeito da aplicação de aminoácidos na tolerância da planta a ataque de patógeno, autores descrevem a ação direta de aminoácidos contra nematoides, por causar paralisia flácida nos músculos de nematoides. Assim, a utilização da adubação, via foliar ou via solo com produtos à base de aminoácidos livres, mostra-se eficaz nos aspectos metabólicos dos vegetais, por exercer ação anti-estressante, além da função complexante na absorção de macro e micronutrientes.

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# opinião

“Em relação à tecnologia NUTRI PRO® Forts, a expectativa da equipe é muito grande. Vamos estabelecer contato com novos clientes e distribuidores. Teremos mais um produto interessante no portfólio da empresa para oferecer. Estamos certos de que a empresa vai ampliar muito seu mercado. O produto trabalha na redução do estresse da planta, reduzindo riscos e, consequentemente, assegurando aumento da produtividade”. Willian Oliveira gerente Comercial Regional Centro-Oeste

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“A Araunah Agro traz para o mercado brasileiro soluções diferenciadas com sua nova linha de produtos. O agricultor começa a entender que o caminho para a nova agricultura é o reequilíbrio do sistema produtivo, ou seja, do ambiente de produção solo/planta. A Araunah Agro larga na frente, pois são tecnologias de alta performance. O mercado está em busca de novas soluções. Não tenho nenhuma dúvida de que a Araunah Agro será uma referência nessa nova agricultura”.

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André Temporim supervisor Regional de Vendas


”Vivemos um momento de grandes mudanças e de novos desafios na agricultura. A utilização de ativos biológicos passa a ser uma importante e robusta ferramenta para levarmos a rentalibilidade e a sustentabilidade para nossos agricultores. Essa linha, além de ampliar nosso portfólio, irá nos colocar num novo horizonte de crescimento, acompanhando essa nova tendência mundial. Esse produto vai oferecer, para os produtores da região, maior desempenho fisiológico, com maior desenvolvimento de plantas e maior resistência às condições adversas”. Luis Eduard Graeff gerente Comercial Regional Sul

“A expectativa é a melhor possível, pois o Forts vem ao encontro de tudo o que o mundo e a agricultura buscam: sustentabilidade e proteção ao meio ambiente. Esse lançamento também amplia o nosso portfólio porque vai trabalhar em diferentes mercados. A linha NUTRI PRO® será trabalhada em Hortifruti, na região Nordeste, principalmente nas culturas de melão, melancia, mamão, citrus, banana, uva, cebola, tomate e batata. Os principais benefícios do produto nessas culturas, certamente, são o equilíbrio nutricional, hormonal - trazendo plantas mais sadias e eficientes; maior pegamento de flores e frutos; maior resistência a stress hídrico; maior qualidade e padrão de frutos e, consequentemente, maior produtividade”. Luciano Carlos de Souza gerente Comercial Regional Nordeste

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Aminoácidos: estrutura e estímulo

Por Evandro Binotto Fagan Doutor em Produção Vegetal pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), professor do Centro Universitário de Patos de Minas

Os aminoácidos são moléculas formadas por grupamentos carboxílicos (COO-), amina (NH2) e por uma cadeia lateral (R), e interligados por meio de ligações peptídicas. Existem cerca de 300 aminoácidos que podem ser encontrados em animais e plantas. No entanto, somente 20 destes são considerados essenciais, por fazerem parte da constituição das proteínas. Estes aminoácidos podem ser classificados em ácidos, básicos ou neutros. Os aminoácidos ácidos são aqueles que possuem duas carboxilas e apenas um grupamento amino e apresentam carga negativa; neste grupo estão o aspartato e o glutamato. Já os aminoácidos básicos possuem carga positiva e dois grupamentos amino e apenas uma carboxila; são exemplos lisina, arginina e histidina. E, por fim, os aminoácidos neutros, que apresentam um grupo amino e uma carboxila, como a glicina, fenilalanina, asparagina, glutamina, triptofano, prolina, cisteína, metionina, serina, tirosina, alanina, valina, leucina e isoleucina. Além disso, os aminoácidos podem ser classificados de acordo com a estrutura da cadeia, sendo divididos em aromáticos, ou seja, aqueles que possuem anel aromático (triptofano, fenilalanina e tirosina) e alifáticos, que correspondem aos demais aminoácidos. Outra classifi-

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cação que pode ser realizada é de acordo com a polaridade, podendo ser apolares ou hidrofóbicos, aqueles que não são hidrossolúveis (glicina, alanina, valina, leucina, isoleucina, metionina, prolina, fenilalanina e triptofano) e os polares ou hidrofílicos, que são hidrossolúveis (serina, treonina, asparagina, glutamina, tirosina, cisteína, lisina, arginina, histidina, aspartato e glutamato). Os aminoácidos são essenciais no metabolismo primário e secundário de plantas. Alguns servem para assimilar e transportar N de órgãos fontes para drenos. Outros são precursores para a síntese de metabólitos secundários, como é o caso de hormônios e moléculas de defesa. Existe um grupo de aminoácidos que atua na sinalização ou na ligação de moléculas sinalizadoras. Os aminoácidos solúveis em plantas podem ser divididos em dois grupos, em função da concentração no tecido. Normalmente, os aminoácidos que estão presentes em elevados teores são aqueles que estão ligados diretamente ao metabolismo da assimilação do carbono e nitrogênio. Trabalhando com trigo e batata, os pesquisadores verificaram a presença de oito aminoácidos nas folhas (gluta-

mato, glutamina, glicina, serina, asparagina, aspartato, alanina e treonina), que contribuíram com 85-97% e 61-90% dos aminoácidos totais detectados, respectivamente. Os demais aminoácidos encontrados no trabalho foram denominados de total minor amino acid (aminoácidos de pequeno grupo), apresentaram uma variação de 20 vezes entre as espécies, enquanto que os aminoácidos do grande grupo possuíram variação de seis vezes. A elevada variação na concentração dos aminoácidos de pequeno grupo pode estar relacionada à sua função de sinalizador em rotas de retroalimentação. Atualmente, tem sido utilizados aminoácidos em plantas para estimular crescimento radicular e de parte aérea, redução de estresses ocasionados por produtos fitossanitários e herbicidas, além de estresses abióticos como déficit hídrico, elevadas e baixas temperatura. Embora já se conheça a ação desses aminoácidos nas reações metabólicas das plantas, sabe-se que a ação dessas moléculas, quando aplicadas em plantas via foliar ou tratamento de sementes, é basicamente através de sinalização por meio da repressão ou ativação de genes.

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# dica fica a

O futuro do plantio direto Por Alfonso Sleutjes Produtor rural e Presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP) O QUE É. O sistema de plantio direto abrange várias técnicas. Para a gente ter sucesso é importante, por exemplo, a rotação de cultura, a cobertura permanente de solo com palha e planta viva, plantio em nível e controle biológico. FUNDAMENTAL. É necessário um plantio direto, com qualidade, ou seja, com uma boa rotação de cultura e não com sucessão de cultura. Também é importante prestar a atenção na palha permanente no solo, com o mínimo de revolvimento, para que a gente consiga aumentar a biodiversidade do solo. HOJE. Já há vários produtores começando a cuidar do plantio direto, inclusive com aumento de produtividade de redução de custos. Temos que pensar na melhor produção e, melhor uso dos insumos para conseguirmos boa rentabilidade. Não adianta termos altíssimos tetos produtivos, com excesso de custos, para chegarmos ao final com resultados menores.

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A BIODIVERSIDADE. O ponto principal da preocupação dos produtores é a biodiversidade do solo. Isso a gente consegue trabalhando principalmente com um mix de plantas verdes e adubação. Quanto maior os tipos de plantas e raízes que você coloca no sistema, mais você aumenta potencialmente a biodiversidade do solo.

RESISTÊNCIA. Temos que adotar várias técnicas, com problemas em áreas mais arenosas, mais localizadas no cerrado, onde as temperaturas são mais elevadas, com níveis elevados de nematóide. Outro ponto é a resistência de pragas e das plantas daninhas. A gente tem observado e isso é uma grande preocupação das empresas de químicos defensivos.

O QUE MAIS. Além de essas plantas trazerem diversos benefícios, como reciclagem de enxofre, de nitrogênio, de potássio, combatem as doenças de solo, como fusarium, e também o nematóide de solo. Só o controle químico não é suficiente. Só o sistema de plantio direto, com controle biológico, também não é suficiente.

ROTAÇÃO DE CULTURA. O produtor, muitas vezes, volta atrás e acaba fazendo preparo de solo para a destruição dessas plantas instaladas nas áreas, enquanto no sistema de plantio direto adequado, com boa rotação de cultura, você tem maior uso de ingredientes ativos e bem menos problemas de resistência.

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Plantio direto na palha é uma realidade Por Ademir Calegari Engenheiro Agrônomo, doutor em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pesquisador sênior do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), consultor internacional e especialista em Plantas de Cobertura e Manejo de Solos O QUE É O PROJETO SOLO VIVO (PSV) É uma ferramenta que trabalha por excelência a bioativação dos sistemas produtivos (solo e planta), através das Plantas de Cobertura. O Projeto SOLO VIVO torna possível identificar e selecionar, em nível de campo, alternativas, estratégias e práticas de manejo e produção agrícola sustentáveis que promovam um maior equilíbrio nas relações solo-água-planta, levando a maiores produtividades e rentabilidade com um mínimo impacto ambiental, proporcionando um melhor e mais inteligente aproveitamento dos recursos naturais e uma maior racionalidade no uso dos insumos necessários aos meios de produção agrícola.

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O QUE BUSCAMOS Resgatar a saúde do solo: - Proporcionar ao solo um elevado potencial produtivo para as culturas através do equilíbrio nos seus atributos químicos, físicos e biológicos.

Integrar ferramentas que contribuam para um melhor manejo do sistema solo-planta-água e que harmonizem os diversos componentes do sistema produtivo: - - - -

Adoção massiva de diferentes plantas de cobertura (isoladas ou coquetéis) de acordo com necessidades identificadas pelo diagnóstico de cada área; Integração lavoura Pecuária Floresta (ILPF); Tecnologias em Bioativação; Ativos biológicos.

Diversificar, consorciar e rotacionar as culturas: - Avaliação customizada para cada propriedade; - Análise de tecido vegetal para determinação dos teores de nutrientes.

Retomar o verdadeiro sistema de plantio direto na palha com qualidade: - - - - - -

Proteção do solo e diminuição dos riscos de erosão; Elevação nas taxas de infiltração e retenção de água no perfil do solo; Incremento da matéria orgânica; Maior disponibilidade de nutrientes; Incremento na população macro, meso, microfauna e flora; Menor ocorrência e propagação de plantas daninhas.

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Dia de Campo do Projeto Solo Vivo

O QUE ESPERAR DO PSV Resgate da saúde do solo promovendo o reequilíbrio da biota através do Sistema de Plantio Direto na Palha com qualidade (incluindo plantas de cobertura, rotação de culturas) e o uso de ferramentas promotoras da bioativação; Uso adequado e racional de insumos, diminuindo os custos de produção e aumentando a rentabilidade da atividade agrícola; Contribuir para o desenvolvimento de sistemas sustentáveis de produção, melhorando a qualidade da vida de quem consome e de quem produz alimentos; Produzir alimentos mais saudáveis e diminuir o efeito maléfico do uso massivo de insumos químicos no meio ambiente.

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O Big Bang da inovação Por Gil Giardelli Web ativista, professor nos cursos de Pós-Graduação, MBA e do Centro de Inovação e Criatividade (CIC) na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração da Universidade de São Paulo (Inepad-USP) e da Fundação do Instituto de Administração - Laboratório de Finanças - do Programa de Administração e Varejo (FIA-Labfin/Provar)

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A inovação não tem idade — é um aprendizado contínuo. No curso de MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), onde leciono, recebo todas as semanas uma aluna septuagenária, otimista, elegante e interessada em aprender. Ao lado dela senta um perspicaz jovem executivo de 20 e poucos anos e com muita garra para ascender. A inovação não tem grau na hierarquia, mas requer senso de oportunidade. Presenciei há poucos dias o presidente de uma grande empresa financeira fazendo um apelo a todos os seus 12 diretores: “Precisamos criar um ambiente inovador”. Talvez devesse ouvir o atendente de call center que ganhou um prêmio de inovação ao sugerir um processo que economizou dezenas de milhares de reais em sua empresa. E que, ao ganhar o prêmio, contou que a ideia revolucionária foi da mãe, que tinha pouco estudo, mas aprendeu muito na escola da vida. A inovação não tem idade, mas pede novos olhares. Vamos entender o conceito de growth hacker, técnica de marketing usada nas startups mais inovadoras, como Airbnb, Twitter e Dropbox. Nessas empresas, que nascem peque-

Idade e cargo não são obstáculos para fazer mudanças radicais. Mas todo profissional deve se preparar para um mundo em transformação rápida e contínua”

a estratégia é focar o crescimento com uso máximo de recursos tecnológicos e conexão com os clientes — não é o que todo mundo deveria fazer? Seja um hacker do crescimento”

nas, com pouco dinheiro em caixa, a estratégia é focar o crescimento com uso máximo de recursos tecnológicos e conexão com os clientes — não é o que todo mundo deveria fazer? Seja um hacker do crescimento. A inovação não tem idade, mas pede velocidade. Se o assunto pressa no trabalho lhe dá calafrios, prepare-se. Para dois consultores de estratégia americanos, Paul Nunes e Larry Downes, velocidade é o mais valioso bem que você pode ter nos negócios hoje em dia. Essa é a conclusão do livro que a dupla lançou, Big Bang Disruption: Strategy in the Age of Devastating Innovation — título que, numa eventual tradução para o português, seria “Rompimento Big Bang: a estratégia na era da inovação devastadora”. Segundo os autores, a evolução de uma inovação, que antes era representada por um gráfico em forma de morro com leve subida, hoje tem a forma de uma barbatana de tubarão, dizimando tecnologias e criando ciclos de vida curtíssimos de produtos e serviços. Não fique parado esperando o trem-bala da inovação passar. Movimente-se na velocidade do estudar e fazer. E boa viagem!

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BIOFERTILIZANTES

BIO BIOPROTETORES

BIO

Nutri

BIOATIVADORES




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