Habitação Coletiva em Pinheiros TFG - Segundo Semestre 2011
Habitação Coletiva em Pinheiros TFG - Trabalho Final de Graduação Segundo Semestre 2011
Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Ari Felipe Miaciro Correia Orientadora Helena Ayoub Silva
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Agredecimentos Agradeço à Heleninha pela orientação e paciência que teve comigo durante o desenvolvimento desse projeto. Este trabalho é dedicado a todos os meus amigos que são minha segunda família e parte importante de minha formação como estudante e pessoa. Também à minha namorada e minha família que sempre me apoiaram e souberam entender minha ausência por decorrência dos estudos e trabalho.
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Sumário
Introdução
Projeto
Conclusão
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07 Motivação 09 Tema 10 Programa MCMV 15 16 21 38 42
Escolha do local Terreno Unidades habitacionais Método construtivo O edifício
66 Conclusão 68 Referências de projeto 89 Referências de pesquisa
Com o atual aquecimento da construção civil no Brasil, principalmente nos grandes polos habitacionais, torna-se maior a recorrência de “empreendimentos relâmpago” realizados em sua maioria por grandes construtoras. Tais empreendimentos tem por principal premissa a divulgação em massa, vendas parceladas em inúmeras frações e a implementação de tipologias-carimbo desenvolvidas pela construtora, que carregam vícios e tendências direcionadas mais para o marketing do empreendimento do que para a relação que o mesmo tem com os seus ocupantes e a cidade que o abraça. O que ocorre é uma sucessão de equívocos e uma desconfiguração da cidade,
Motivação
Introdução
Todo projeto de arquitetura independente de seu tamanho e uso, é parte da cidade e deveria ser projetada dessa forma. Este trabalho teve como motivação o questionamento do papel do arquiteto na formação da cidade e o que ele pode fazer para projetar boa arquitetura, economicamente viável e socialmente responsável.
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argumentada por um mercado que possui uma grande oferta de recursos aliada a um grande déficit habitacional tem embasamento para fazer sua replicação desenfreada em cada espaço disponível, sem a crucial preocupação com a interação e continuidade em relação à cidade. Uma das consequências diretas dessa forma de ocupação movida a interesses de especulação imobiliária, é a falta de prioridade para o desenvolvimento de espaços públicos de qualidade, dispondo de área livre e equipamentos de uso coletivo. E tal sintoma serve de mote para que as construtoras promovam seu novo conceito de “habitação”, os tais condomínios-clube, que oferecem aos moradores os mesmos equipamentos e áreas de lazer que deveriam ser oferecidos pelo poder público em espaços da cidade, dentro de seus empreendimentos.
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Com a atual tendência mercadológia, a discussão do projeto do edifício e da cidade fica dispersa, pois a idéia do bem-morar foi distorcida e atribuída a “espaços gourmets”, “área kids”, piscinas, saunas e academias, como se o ideal a ser alcançado fosse a qualidade das áreas privativas e o status, em detrimento das áreas públicas funcionais e atrativas. Com a criação desses verdadeiros feudos modernos, murados e isolados, a cidade entra em um ciclo vicioso de desconfiguração muito perigoso, que faz aumentar a demanda por condomínios que possuem lazer e
serviços dentro de uma área particular e com isso as áreas públicas ficam cada vez mais subutilizadas. Além disso, vemos uma repetição de projetos em realidades completamente diferentes como se houvesse uma arquitetura universal, mas que se mostra indiferente à cultura, temperatura, costumes e urbanização específica de cada região. As tipologias-padrão das construtoras repetem-se indiscriminadamente, independente de alguns conceitos primordiais que definem o mínimo a ser atingido para se obter uma boa arquitetura, como ventilação, iluminação natural adequada. Portanto, seria conveniente verificar se um estudante, postulante a arquiteto conseguiria fazer um projeto coerente com o que lhe parece mais correto em todas as escalas possíveis,de projeto, para atingir ou pelo menos direcionarse para a tão almeijada “boa arquitetura”.
Tema
O tema principal desse trabalho, como é comum em uma faculdade de Arquitetura e Urbanismo, são os projetos da cidade e do edifício, não apenas como um exercício projetual, mas como forma de discutir a produção nas cidades e o impacto dela em seu desenvolvimento. Para isso, foi levado em consideração o que hoje é o maior incentivo público no setor da construção civil residencial e que é um dos responsáveis pelo crescimento da demanda de projetos por todo o Brasil: o Programa “Minha Casa Minha Vida”. Baseado então nas regras impostas pelo programa, será proposto um projeto em uma área de urbanização consolidada na cidade de São Paulo, para que possa ser comparado com a produção atual. A forma escolhida para essa análise foi criar métodos de avaliação para edificações que abrangessem as qualidades desejadas de um projeto habitacional, da escala da cidade até a do projeto, como forma de criticar o modelo atual em diferentes pontos de vista. Mesmo que o método utilizado abranja somente o que diz respeito ao projeto do edifício, limitando-se ao lote a ser projetado, o intuito da discussão extravasa para o seu entorno imediato e o de maior escala.
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programa MCMV
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Dados retiraos do site da Caixa Econômica
O programa Minha Casa Minha Vida foi criado no ano de 2009, com objetivo de diminuir o déficit habitacional brasileiro e aquecer a construção civil dando incentivos financeiros e subsidiando os novos empreendimentos habitacionais que fizerem parte do programa. O valor do subsídio depende da cidade e da renda familiar do candidato, que pagará cerca de 10% de seu salário por 20 anos e terá o valor restante subsidiado pelo governo. Os empreendimentos está separados em 3 faixas salariais: até três salários mínimos(até R$ 1.350,00), de três a seis e de seis a dez(até R$ 4.900,00), que obedecem a regras diferentes quanto a conquista do benefício.
As cartilhas que são distribuídas mostram como uma pessoa que se encaixe dentro do público alvo do programa deve proceder para que possa adquirir o benefício. O que é muito intrigante nas instruções da cartilha é que o trabalho do arquiteto nunca é necessário para a aprovação de um projeto dentro do programa, e também o fato de que é possível ter uma planta pré-aprovada que já atenda aos requisitos para conseguir aprovação de um empreendimento no programa. Não se pode deixar de citar o fato de que no site da caixa, onde seria o lugar que as pessoas deveriam fazer o download da cartilha, o link indicado para isso nunca funcionou, nem no MCMV1 e nem agora no MCMV2, que tiveram que ser obtidas por meio de outros sites. É muito importante que o governo promova programas para diminuição do déficit habitacional, mas isso deveria funcionar em conjunto com as secretarias municipais de habitação, pois, segundo o programa, são elas as responsáveis por definir as regiões prioritárias, orientar os empreendedores, e até intermediar o contato entre a construtoras e o beneficiários para que este tenha melhores condições. Não só pelo fato do programa utilizar de recursos públicos para financiar os empreendimentos e subsidiar a compra das habitações pelos beneficiários, mas também, por ser necessário que se considere o impacto dessas novas construções na configuração da cidade .No Brasil, há uma cultura de pouca intervenção pública no que diz respeito a novas construções, o que, em parte, explica o crescimento caótico das cidade brasileiras. O que será feito pelas secretarias municipais determinarão também o que será de nossas cidades, pois o programa não tem apenas reflexos na área habitacional, já que, regiões onde surgem novos empreendimentos geram especulação e novas construções; sendo assim, seria importante que o governo fosse mais duro e exigente com os empreendedores.
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Especificações Mínimas
Programa Minha Casa Minha Vida
EMPREENDIMENTOS FAIXA 1 - APARTAMENTOS - TRANSIÇÃO PROPONENTE : CONSTRUTORA : EMPREENDIMENTO : ENDEREÇO : * Deverá ser definido previamente com o proponente a especificação a ser adotada para os itens em que há mais de uma opção.
Projeto
Apartamento com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas pessoas / cozinha / área de serviço / banheiro. DIMENSÕES DOS CÔMODOS
Quantidade mínima de móveis: 1 cama (1,40mx1,90m); 1 criado-mudo (0,50mx0,50m); 1 guarda-roupa (1,60mx0,50m). Circulação de 0,50m. Quantidade mínima de móveis: 2 camas (0,80mx1,90m); 1 criado (0,50mx0,50m); 1 guarda-roupa (1,50mx0,50m). Dormitório duas Circulação de 0,80 m entre as camas e restante com 0,50 m. pessoas Largura mínima da cozinha: 1,60m. Quantidade mínima de móveis: pia (1,20mx0,50m), fogão (0,55mx0,60m) e geladeira Cozinha (0,70mx0,70m). Previsão para armário sob a pia e gabinete. Largura mínima sala de estar/refeições: 2,40m. Quantidade mínima de móveis: sofás com número de assentos igual ao Sala de estar/refeições número de leitos, mesa para 4 pessoas e Estante/Armário TV. Quantidade mínima: 1 tanque (0,52mx0,53m) e 1 máquina (0,60mx0,65m). Área de Serviço CARACTERÍSTICAS GERAIS Dormitório casal
Avaliação de unidades habitacionais A CAIXA determina regras para os empreendedores quanto a unidade habitacional e quanto ao edifício em si, mas essas regras servem apenas para garantir um mínimo de condições de moradia, o que não quer dizer que isso se reflita, necessariamente na qualidade do projeto. Na cartilha do programa são listados os critérios para análise dos empreendimentos, são 30 ao todo, avaliando desde solo contaminado até questões de privacidade. A tabela ao lado mostra as dimensões que devem ser utilizadas nos projetos que pretendem conseguir aprovação de crédito, ela melhorou as condições mínimas em relação ao MCMV 1, aprimorando a acessibilidade, área mínima, obrigatoriedade de azulejos nas áreas molhadas, etc.
Área útil (área interna sem contar áreas de paredes)
Observar a orientação municipal vigente ou adotar as dimensões mínimas previstas na Norma de Desempenho quando o município não regulamentar o assunto. Sobre laje, em telha cerâmica ou de fibrocimento (espessura mínima de 5 mm), com estrutura de madeira ou metálica. Cobertura Admite-se laje inclinada desde que coberta com telhas. Revestimento Interno Massa única, gesso (exceto banheiros, cozinhas ou áreas de serviço) ou concreto regularizado para pintura. Revestimento Externo Massa única ou concreto regularizado para pintura. Revestimento Áreas Azulejo com altura mínima de 1,50m em todas as paredes do banheiro, cozinha e área de serviço. Molhadas Revestimento áreas Massa única, gesso ou concreto regularizado para pintura. comuns Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Portas externas de 0,80m x 2,10m. Portas dos Portas e Ferragens banheiros e dos quartos com largura de 0,80m para o caso de unidades adaptadas para portadores de necessidades especiais. Completa, de alumínio para regiões litorâneas (ou meios agressivos) e de aço para demais regiões. Janelas Cerâmica em toda a unidade, com rodapé, e desnível máximo de 15mm. Cerâmica no hall e nas áreas de circulação Pisos internas. Cimentado alisado nas escadas. PINTURAS Pé direito mínimo
Paredes internas Paredes áreas molhadas Paredes externas Tetos Esquadrias Lavatório Vaso Sanitário Tanque Pia cozinha Número de pontos de tomadas elétricas Número de pontos diversos Número de circuitos
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37,00 m²
Interfone
Tinta PVA. Tinta acrílica. Tinta acrílica ou textura impermeável. Tinta PVA. Em esquadrias de aço, esmalte sobre fundo preparador. Em esquadrias de madeira, esmalte ou verniz. LOUÇAS E METAIS Louça sem coluna e torneira metálica cromada. Louça com caixa de descarga acoplada. Capacidade mínima de 18 litros, de concreto pré-moldado, PVC, granilite ou mármore sintético com torneira metálica cromada. Bancada de 1,20x0,50m com cuba de granilite ou mármore sintético, torneira metálica cromada. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFÔNICAS 2 na sala, 4 na cozinha, 2 na área de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico. 1 ponto de telefone, 1 de campainha, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone. Prever circuitos independentes para chuveiro (dimensionado para a potência usual do mercado local), tomadas e iluminação. Instalar sistema de porteiro eletrônico.
Avaliação de Empreendimentos da CAIXA Porte do empreendimento 1 Número de unidades do empreendimento: módulos de até 500 unidades; condomínios fracionados em até 250 unidades. terreno e localização 2 ocorrência de solo contaminado: solução de recuperação deve estar aprovada pelo órgão ambiental. 3 ocorrência de área de proteção permanente (ambiental) ou de proteção do patrimônio histórico: deve haver licença para a intervenção. 4 ocorrência de área com risco de erosão, recalque por adensamento de solo ou desmoronamento: deve ser apresentada solução técnica. 5 ocorrência de terreno alagadiço, sujeito a inundação ou variação de marés: deve ser apresentada solução técnica considerando período de recorrência superior a 50 anos. 6 serviços públicos: devem estar disponíveis transporte, iluminação, coleta de lixo. 7 Devem estar contemplados: abastecimento de água e energia, solução de esgotamento sanitário e drenagem pluvial.
Cota de implantação 8 Implantação da edificação: deve estar em cota favorável em relação ao logradouro e às redes de drenagem e esgoto sanitário. 9 soleira de entrada da edificação: deve estar em cota superior ao terreno. 10 Deve existir solução de drenagem no fundo de lotes em declive. taludes, desníveis e contenções 11 Deve haver contenção de aterro para proteção de terreno contíguo. 12 Deve haver contenção de terreno contíguo em cota superior ao empreendimento. 13 ocorrência de talude superior a 1,00m: prever contenção ou proteção vegetal, quando a situação permitir. 14 ocorrência de talude com inclinação maior que 45º para aterro e 60º para corte: deve ser apresentada comprovação de estabilidade. 15 ocorrência de talude com desnível maior que 3,00m: deve ser apresentada solução técnica com bermas, canaletas para drenagem e demais estruturas de estabilização. 16 Proximidade de talude: observar distância da edificação ao pé ou crista do talude maior que 1,50m ou menor que a altura do desnível existente. 17 Desníveis superiores a 1,50m próximos a circulações:prever guarda-corpo. Pé-direito 18 observar pé-direito superior a 2,20m para banheiros, cozinhas e circulações com forro rebaixado e garagens, 2,40m para demais ambientes. acessibilidade 19 observar largura mínima de 0,80m para portas externas das unidades. 20 observar regras de acessibilidade para áreas de uso comum, unidades habitacionais e garagens.
Privacidade 21 Prever forro nos banheiros. 22 Executar prolongamento da parede divisória em unidades geminadas até o encontro com o telhado, quando não existir laje/forro em toda a unidade. impermeabilidade 23 Prever impermeabilização entre as fundações e as alvenarias, evitando contato direto da edificação com o solo. Cobertura 24 A cobertura deve contar com telhado ou laje impermeabilizada com manta. sustentabilidade 25 É obrigatória a utilização de madeira certificada ou proveniente de floresta com manejo controlado para empreendimentos. estacionamento 26 Declividade em áreas de estacionamento: deve ser inferior a 8%. 27 Prever vias e acessos internos pavimentados para veículos e pedestres. 28 Previsão de cobertura do solo: utilizar brita para vagas de estacionamento descoberto em áreas planas e outra solução adequada para terrenos com declividade. segurança 29 Fechamento de divisas: deve ser com muro ou alambrado com altura mínima de 1,80m. 30 Iluminação de áreas comuns: deve compor o projeto das áreas comuns.
15
planta prĂŠ aprovada e grĂĄficos de funcionamento tirados do manual disponibilizado pelo programa
16
Projeto
Escolha do Local
Pinheiros_São Paulo
A escolha do local do projeto foi feita não por meio de pesquisa de déficit habitacional, mas pela experiência pessoal de passar todos os dias diante de um prédio em um terreno em uma das regiões mais valorizadas e providas de equipamentos públicos, vê-la se deteriorando a cada dia e “contaminando” esta parte da Rua Cardeal Arcoverde, que tem grande potencial, tanto habitacional como comercial. O edifício localizado na Rua Cardeal Arcoverde em Pinheiro, bairro da Zona Oeste do município de São Paulo, que era uma boate, que ironicamente se chamava “Espaço Urbano Club”, após seu fechamento teve uma degradação impressionante, onde antes eram realizadas grandes festas, hoje, é reduto de usuários de drogas e não raramente era possível ver operações policiais no edifício.
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Este edifício no estado em que está apenas degrada a região e a cidade, além de causar um prejuízo financeiro, pois desperdiça o gasto público para manter serviços na região, também não tem nenhuma função social; O que vai de encontro com o interesse público de melhorar as condições da cidade e de quem vive nela, uma construção que se reintegrada a cidade teria muito a colaborar com a região. Por aproveitar um prédio que é subutilizado em um bairro com muita oferta de infraestrutura urbana, esta escolha tem como pretensão incitar a discussão da reocupação de prédios abandonados e sem uso social, para que os responsáveis da iniciativa pública pela aprovação de empreendimentos, colocassem na conta também o custo social de uma cidade que cresce pelas franjas aumentando o gasto público com a demanda por nova infraestrutura.
Terreno
18
Mapa do Entorno Fonte: Google Maps
Topografia
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EdifĂcio Cardeal Arcoverde 614
20
Vista Aérea Área do terreno: 2.475m² Zona Mista 3 Coeficiente de Aproveitamento: 2.5 Taxa de ocupação: 0.5
Fonte: Google Earth
21
Casas Rua Cardeal Arcoverde
22
Fonte: Google Earth
Tipologias habitacionais As tipologias utilizadas nesse projeto foram pensadas de maneira a maximizar o aproveitamento da planta e da circulação do prédio e garantir uma boa iluminação e ventilação a todas as unidades. São duas tipologias distintas, uma duplex e outra simplex, a segunda projetada para ser totalmente acessível, e o duplex com uma planta estreita, tenta aproveitar o uso da circulação do prédio. Os dois são projetados em módulos de 4 metros e pensados de forma a aprimorar a utilização dos moradores e criar espaços agradáveis e de boa qualidade. A modulação da planta colaborou não só com a facilidade de modulação também da estrutura, mas todas as instalações dos apartamentos foram compatibilizadas e funcionam até verticalmente entre dois apartamentos de tipologias diferentes. Duplex: Com uma planta mais estreita para aproveitar melhor a circulação, o projeto do duplex tem duas generosas janelas opostas a entrada da casa, localizadas uma sala e outra, mais alta, que se inicia no patamar da escada e vai até o andar superior que proporcionam grande aproveitamento da luz e ventilação natural. Simplex: Feito para ser acessível, o apartamento tem disposição simples, com os quartos voltados para o lado oposto a entrada, que é uma fachada voltada para nordeste, aproveitando bem a iluminação, e com uma sala de tamanho bastante confortável.
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3,05 3,85
D
B 0,15
3,85
0,15 0,15 D 1,45
0,15
0,15
2,4
1,35
0,15
1,45
C 1,05
B
0,9 1,4
2
Área total
1,45
C
0,15
D
0,95
Escala 1:50
1
Escala Gráfica
0
6,55
2,4
B
1
0,6
1
0,15
0,15
0,15
4
A
1,45
1,4
3,05
0,6
3
Área Pintura
0,95
A
0,38
5
1
0,38
D
C
A
B
Paredes
0,15
6,55
Área Paredes
Escala 1:50 Escala Gráfica 0,15
3,05 1
0,38
0,15
2
3
Área total
4
Área Pintura
0,15
5
Paredes
Área Paredes
Área Útil
27,18 m²
58,20 m²
25,60 m
3,84 m²
23,34 m²
29,03 m²
82,81 m²
39,20 m
5,88 m²
23,15 m²
56,21 m²
141,00 m²
64,80 m
9,72 m²
46,49 m²
1,4
Piso Inferior Piso Superior Total
3,05
0,9
1
Área Útil
24
1,45
0,15
0
0,15
2,25
0,15
1,35
0,38
1,0
3,05
5 D
3,85
B
Paredes
1,45
0,15
0,15
D
0,9
1,35
0,15
1,45
1,35
0,38
0,15
1,4
1,45
0,9
1
1,05
B 0,15
1
0,15
1,4
0,6
1,45
1,45
3,05
2,25 0,95
0,15
0,15 0,15
8,15
0,38
1
0,38
2,25
0,15
A
C
23,34 m²
23,15 m²
46,49 m²
Área Útil
0,15
3,05
0,15
D
B
0,15 6,55
0,15
0,38
3,84 m²
5,88 m²
9,72 m²
Área Paredes
3,05
2,4
25,60 m
39,20 m
64,80 m
0,15
Escala 1:50 Escala Gráfica 0
1
2
3
Área total Piso Inferior Piso Superior Total
4
Área Pintura
5
Paredes
Área Paredes
Área Útil
27,18 m²
58,20 m²
25,60 m
3,84 m²
23,34 m²
29,03 m²
82,81 m²
39,20 m
5,88 m²
23,15 m²
56,21 m²
141,00 m²
64,80 m
9,72 m²
46,49 m²
25
3,05 3,85
0,2 1,35
0,15
1,45 8,15
0,9
2,4
0,6
1
0,55
3,05
1,45
0,15
1
0,15 Corte CC
Corte AA 2 2
3 3
Área total Piso Inferior Piso Superior 26 Total
0,15
4 4
Área Pintura
5 5
Paredes
0,6
0
2,25
Área Paredes
Área Útil
27,18 m²
58,20 m²
25,60 m
3,84 m²
23,34 m²
29,03 m²
82,81 m²
39,20 m
5,88 m²
23,15 m²
56,21 m²
141,00 m²
64,80 m
9,72 m²
46,49 m²
1,2
1
0,38
0,9
Escala Gráfica 0
1
2,7
Escala Escala 1:50
0,38
A
0,15
2,15
2,4
2,7
0,95
0,15
0,15 0,15
B
C
B
0,9
0,15
2,5
1,45
2,7
1,2
D 0,15
D
0,15
0,6
6,55
Corte AA
3,05
0,
0,
0,15
6,55
0,6
0,2 3,85 2,5
D
0,55
3,6 1
0,38
A
C
Escala 1:50
1,2
0
1
2
3
Área total Piso Inferior Piso Superior
4
Área Pintura
Corte BB 2,25
0,15
0,6 0,2
0,38
Escala Gráfica
0,9
1,45
1,35
0,15
5
Paredes
27 Área Paredes
Área Útil
1,9
1
0,15
0,6
3,05
2,15 1,45
Corte AA
2,7
0,15
B
0,95
0,6
1,35
0,15
0,15 2,4
B
0,9 1,45
0,15
D
27,18 m²
58,20 m²
25,60 m
3,84 m²
23,34 m²
29,03 m²
82,81 m²
39,20 m
5,88 m²
23,15 m²
0,1
1,35
0,1
0,15
2,7 6,55
0,6
0,6 0,2
3,85
3,05
Corte BB
0,9
1,35
0,15
1,45
B
1,45
0,6
1
0,15
0,15
1,35
0,95
2,14 3,05
2,7
B
2,4
0,15
0,56 0,15 0,15
3,6
8,15
1,9 1,45
D 0,15
D
C
0,6 0,2
0,38
Escala 1:50 Escala Gráfica 28
1,9
Corte DD 1 0,38
A
Corte BB
0
1
2
3
Área total Piso Inferior
27,18 m²
4
Área Pintura 58,20 m²
5
Paredes 25,60 m
Área Paredes 3,84 m²
Área Útil 23,34 m²
2,25
0,15
1,35
0,
2,
0,
3,05
Corte BB
0,15 D
1,35
0,6
1
0,15
2,14
3,05
1,45
1,45
0,15
0,15
0,95
0,15
0,56 0,15
0,15
0,15 2,4 0,15
B
2,4
2,7
B
0,9 1,45
0,9 0,15
D
1,9
2,7
1,2
6,55
0,6
0,6 0,2
3,85
Corte AA
3
4
5
C
2
0,38
1
0,38
2,25 Corte DD
0,15
A
Corte CC
Escala 1:50 Escala Gráfica 0
1
2
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Área total Piso Inferior Piso Superior
4
Área Pintura
5
Paredes
29 Área Paredes
Área Útil
27,18 m²
58,20 m²
25,60 m
3,84 m²
23,34 m²
29,03 m²
82,81 m²
39,20 m
5,88 m²
23,15 m²
Perspectiva sala
30
2
100W
2
100W
d
d
100W
100W
-1-
b
e 100W
-1-
b
100W
e 100W -1-
100W
c
-1-
f-d
-1-
f-d
h
-1-
h
-1-
-1-
-1-
c
2
100W
-1-
-1-
c 100W
g
c 100W
-1-
a 100W
-1-
-1g
-1-
c-d
-1-
2
b
-1100W
c-d 2 2
100W
-1-
b 100W
2
2
f 100W
-1-
g
g
h
h
100W
100W
100W
100W
-1-
-1-
-1-
Escala 0
a -1-
f 100W -1-
100W
100W
100W
2
100W
2
100W
-1-
Instalações Elétricas
-1-
e
-1-
-1-
e
-1-
As instalações são feitas de acordo com a norma brasileira, utilizando fios de 1,5mm para o circuito de iluminação, de 2,5mm para tomadas de uso geral e de 6mm para instalação de chuveiro elétrico. Podendo então ser resolvido com um circuito para iluminação, dois para tomadas de uso geral e um para tomadas de usos específicos, todos esses 110V. E mais um circuito 220V para instalação do chuveiro.
-1-
-1-
i
i
100W
100W -1-
Escala 1
0
2
1
3
2
4
3
5
4
5
31
Instalações Hidráulicas A instalação hidráulica calculada pela norma brasileira que utiliza o método de pesos específicos, deve ser feita com tubos de 3/4” ou 25mm para a rede interna de água. Banheiro: bacia 0,3 + Lavatório 0,3 + chuveiro 0,4 = 1 Cozinha/Serviço: pia 0,7 + tanque 0,7 = 1,4
registros encanamento
32
3,05
0,1
0,1
0,15
6,55
3,85
D
0,9
1,35
0,15
1,45
0,6
1
0,15
0,15
0,95
3,05
B
0,38
1
0,38
2,25
A
C
B
2,4
0,15
1,45
0,15
D
Escala 1:50 Escala Gráfica 0
1
2
3
Área total Piso Inferior
27,18 m²
4
Área Pintura 58,20 m²
5
Paredes 25,60 m
33 Área Paredes 3,84 m²
Área Útil 23,34 m²
3,05
0,1
0,1
0,15
6,55
3,85
D
1,35
0,15
1,45 8,15
0,9
B
0,95
1,45
0,6
1
3,05
B
2,4
0,15
1,45
0,15
D
0,15
0,15
Elevações
1
0,38
C
A
0,38
Escala 1:50 Escala Gráfica 34
0
1
2
3
Área total Piso Inferior
27,18 m²
4
Área Pintura 58,20 m²
5
Paredes 25,60 m
Área Paredes 3,84 m²
Área Útil 23,34 m²
2,25
0,15
35
36
Perspectiva sala
37
3,05 0,15
6,55
-1-
1,45 0,15
2
100W de
2
2 100W
e
3,05
100W
7000W
As instalações são feitas de acordo com a norma brasileira, utilizando fios de 1,5mm para o circuito de iluminação, de 2,5mm para tomadas de uso geral e de 6mm para instalação de chuveiro elétrico. Podendo então ser resolvido com um circuito para iluminação, dois para tomadas de uso geral e um para tomadas de usos específicos, todos esses 110V. 0,38 2,25 0,15 E mais um circuito 220V para instalação do chuveiro.
B
-1-
c
2
3 100W
100W
-1-
-1-
100W
1,45
0,6
1
-1-
0,15 -1-
g
f
100W
f
100W
-1-
100W
-12
0,38
1
C
A
de
100W
2
g
0,15
-1-
-1-
Escala 1:50 Escala Gráfica 0
1
38 Piso Inferior Piso Superior Total
1,45
d
100W
0,95
0,15
Instalações Elétricas
-1-
2,4
c
1,35
8,15
0,9 -12
ab
-1-
ab
2
100W
0,15
D
100W
-1-
b
100W
D
B
2
100W
2
100W
3,85
a 100W
2
3
Área total
4
Área Pintura
5
Paredes
Área Paredes
Área Útil
27,18 m²
58,20 m²
25,60 m
3,84 m²
23,34 m²
29,03 m²
82,81 m²
39,20 m
5,88 m²
23,15 m²
56,21 m²
141,00 m²
64,80 m
9,72 m²
46,49 m²
Instalações Hidráulicas A instalação hidráulica calculada pela norma brasileira que utiliza o método de pesos específicos, deve ser feita com tubos de 3/4” ou 25mm para a rede interna de água. Banheiro: bacia 0,3 + Lavatório 0,3 + chuveiro 0,4 = 1,0 Cozinha/Serviço: pia 0,7 + tanque 0,7 + torneira 0,7 = 2,1
registros encanamento
39
Método Construtivo O método construtivo escolhido para o projeto foi o de paredes de concreto celular, concretadas em loco.É um método recente, que se mostrou coerente com a necessidade do projeto,por ser rápido e econômico.
40
Primeiro são feitos gabaritos de onde ficarão as paredes das habitações, essas podem ser de madeira ou até peças metálicas quando essas têm modulação compatível com a do projeto a ser executado. No segundo passo, pode haver duas opções: no caso de uma estrutura independente, como é o caso, os pilares e as vigas são armados e podem ser concretados junto com as paredes. Caso as paredes sejam estruturais, devem ter uma armação reforçada e tudo é concretado de uma vez.
Tudo isso deve ser feito respeitando o gabarito previamente montado. Depois são montadas as formas que geralmente são feitas de material plástico reutilizável ou de alumínio quando o projeto tiver uma modulação compatível com as formas disponíveis pelo fabricante. Elas são encaixadas umas às outras por meio de parafusos que também servem como espaçadores para que a parede tenha espessura uniforme. Neste momento também, são feitas também as instalações elétricas e hidráulicas, que em alguns casos possuem formas especiais para fazê-las ou são furadas para a saída de tomadas além de entradas e saídas de água. Também agora, é colocada a malha de ferro que ficará dentro das paredes, que servirá no caso e uma possível reforma, onde esses ferros serão utilizados como amarração da atual estrutura com blocos de cimento, além de auxiliarem na amarração das vigas da laje. As aberturas são vedadas com formas especiais e o conjunto de paredes e instalações é então concretado. São dispostas vigas pré-moldadas de concreto e amarradas às paredes, seguindo a modulação estrutural do projeto. Este método construtivo permite também que a laje seja concretada juntamente com as paredes, por meio de formas especiais que se encaixam às formas da vedação do edifício e o conjunto pode, então, ser concretado. 41
O concreto celular é auto adensante, por isso é de fácil uso, sendo raros os casos de bicheiras, pois ele é despejado por meio de um andaime, geralmente instalado se encaixando nas próprias formas, por meio de uma bomba de concreto. Entre as vigas é colocado então o Isopor EPS, que formarão juntos a laje que agora está pronta para a concretagem. após a concretagem e a cura, já é possível começar o mesmo procedimento no pavimento superior. São instalados os caixilhos e portas na residência assim que desenformadas as paredes. Segundo as empresas que utilizam dessa técnica, um pavimento pode ser entregue completamente em pouco mais de 20 horas após o início da construção. Com todas as formas retiradas e os caixilhos e portas instalados, são colocados os pisos e azulejos, além da pintura que pode ser feita de várias formas pelo fato da parede já ser bastante lisa dispensando o emboço, podendo ser aplicado apenas uma massa fina e a tinta, ou até uma argamassa colorida. O concreto celular utilizado tem como vantagens o seu bom desempenho quanto ao conforto ambiental, apesar de ser de concreto é bastante flexível quanto a reformas, manutenção e é bastante leve em comparação a maioria dos materiais tradicionais de construção. 42
Perspectiva pavimento tipo
tabela de densidades fonte: Ricardo Salles Oliveira Construções
43
Projeto do Edifício
44
Como partido para o projeto do edifício foi levado em consideração a implantação do projeto, o seu entorno, seu gabarito para que sua relação com o entorno seja o mais harmoniosa possível, trazendo um espaço de qualidade para o projeto sem desqualificar a edificação vizinha. O terreno tem um desnível severo de 7,5m desde sua parte mais alta na R. Cardeal Arcoverde até o fundo do lote que foi usado como partido. Para que pudesse ser um prédio que não necessitasse de elevador, a entrada em nível com a rua fez com que fosse possível criar andares abaixo do nível térreo sem que houvesse muita movimentação de terra, além de andares acima do térreo. Ainda sim, por conta de uma regra do PMCMV o edifício tem uma circulação vertical inserida em uma área generosa e que incentiva o encontro entre os moradores, que poderá servir para instalação futura de elevadores. Essas ações ajudaram a fazer com que a densidade populacional do conjunto habitacional condissesse com a região em que foi implantado. O edifício é formado por duas lâminas muito finas que margeiam o lote, deixando apenas uma fina empena de concreto na R. Cardeal Arcoverde, sendo esta medida necessária para maior conforto acústico dos apartamentos, pois a rua tem tráfego intenso de ônibus. Além disso, o Conjunto possui lojas voltadas para a rua, que fazem com que o condomínio tenha mais chances de ser sustentável economicamente e que valoriza o passeio da cidade mantendo a rua viva e movimentada. Por cima dessas lojas o conjunto dispõe de uma generosa varanda onde os moradores poderão utilizar-se de um espaço amplo, livre e de uso comum.
Rua Cristiano Viana
A
C Rua Alves Guimarães
Implantação
B
R. Cardeal Arcoverde
45
-8.00 N
Reservatório Inferior
Subsolo Nível -8.00 11.95
Área total = 1861.965m² Área Computável = 244.849m² 6 Apartamentos Duplex Reservatório Inferior Banheiros Estacionamento 10 vagas Quadra / Playground
Escala 1:250 0
46
Escala 1:250 0
1
5
10
1
5
10
lavanderia
-5.50
Subsolo Nível -5.15 11.95
Área total = 1014.055m² Área Computável = 957.811m² 6 Apartamentos Duplex 4 Apartamentos Simplex Lavanderia Sala atividades Academia
Sala atividades
Escala 1:250 0
1
5
5
47
Escala 1:250 0
1
Academia 10
10
-2.30 11.95
Subsolo Nível -2.30 Área total = 949.283m² 6 Apartamentos Duplex 4 Apartamentos Simplex 6 Lojas
Escala 1:250 0
48
Escala 1:250 0
1
5
10
1
5
10
0.55
RAMP UP
0.0
11.95
Térreo Nível +0.55 Área total = 998.918m² 6 Apartamentos Duplex 4 Apartamentos Simplex Vestiário para Empregados 6 Lojas
Escala 1:250 0
1
5
10
49 Escala 1:250 0
1
5
10
11.95
Sobresolo Nível +3.40 Área total = 1126.034m² Área Computável=616.609m² 17 Apartamentos Duplex Terraço
Escala 1:250 0
50
Escala 1:250 0
1
5
10
1
5
10
3.40
11.95
Sobresolo Nível +6.25 Área total = 527.432m² 17 Apartamentos Duplex 6.25
Escala 1:250 0
1
5
10
51 Escala 1:250 0
1
5
10
11.95
Sobresolo Nível +9.10 Área total = 616.793m² 17 Apartamentos Duplex 9.10
Escala 1:250 0
52
Escala 1:250 0
1
5
10
1
5
10
11.95
Sobresolo Nível +11.95 Área total = 477.629m² 17 Apartamentos Duplex 11.95
Escala 1:250 0
1
5
10
53 Escala 1:250 0
1
5
10
i=3%
Caixa D'água
Caixa D'água NBR 5626 Uso por pessoa 200 litros/dia 2 pessoas por quarto 58 apartamentos = 116 quartos = 232 pessoas
i=3%
Capacidade da caixa deve ser a quantidade suficiente para 2 dias acrescidos de 20% para reserva de incêndio 232 pessoas x 200 litros = 46400 litros + 20%= 55680 litros Reservatório Inferior = 33408 litros Reservatório Superior = 22272 litros
Detalhe telha
grelha
Detalhe calha
Escala 1:250
54
0
1
5
10
11.95
Corte AA Escala 1:250 0
1
5
10
55
Corte Perspectivado BB
56
11.95
Corte CC Escala 1:250 0
1
5
10
57
Elevação Cardeal Sobresolo Nível +11.95 Área total = 477.629m² 17 Apartamentos Duplex 11.95
Escala 1:250 0 1 58
5
10
59
Elevação Alves Guimarães Esc. 1:200
60
Elevação Posterior Esc. 1:200
61
62
Perspectiva circulação térreo
Perspectiva Rua Cardeal Arcoverde
63
64
Perspectiva Rua Cardeal Arcoverde
Perspectiva espaรงo interno do Conjunto
65
A circulação do edifício é feita para promover o encontro entre os moradores do prédio e também para atender uma das exigências do MCMV 2, que exige que seja previsto elevadores em prédios do programa. As circulações verticais estão posicionadas de forma a atender as normas de incêndio para distânca horizontal entre os apartamentos e uma circulação vertical.
Perspectiva circulação vertical
66
O átrio interno do prédio é um espaço de uso comunal, onde poderá haver atividades coletivas diversas, tanto na parte coberta onde há uma sala para eventos e um espaço de uso flexível, quanto na área aberta que possui bastante espaço. Também há o terraço, localizado em cima dos conjuntos comerciais, que é um espaço de convivência entre os moradores.
Perspectiva espaço interno do Conjunto
67
Números do Projeto
68
Área construída (computável): 5.468,049m² 7 Pavimentos 58 Apartamentos: 12 Simplex e 48 Duplex 10 vagas para carros Quadra poliesportiva Playground Lavanderia Academia 6 Lojas
Conclusão
Em um país que é historicamente complacente com empreendedores que desconfiguram as cidades, o Programa Minha Casa Minha Vida seria uma grande oportunidade para que discutíssemos o que gostaríamos para o futuro de nossas cidades; como não há regulamentação de qualidades por grande parte das secretarias municipais de habitação, a muito tempo, diferente de países com desenvolvimento mais avançado, a iniciativa privada brasileira promove empreendimentos de qualidade muito inferior às das construções públicas. Com a desculpa de cortar gastos com a construção, os empreendedores constroem em áreas isoladas da cidade elevando o gasto social e fazendo com que o dinheiro público seja gasto em investimentos privados de baixa qualidade, garantindo assim grandes lucros às construtoras. Readequar edifícios degradados, utilizar edifícios abandonados, fazer com que as áreas mais providas de infraestrutura sejam bem utilizadas é o papel de boas ações públicas. No centro de São Paulo, por exemplo, existem muitas unidades habitacionais vazias, que poderiam ser utilizadas para diminuir o déficit habitacional de maneira mais interessante, seja por retrofit do edifício, ou por meio de aluguel social. Levar famílias de baixa renda para as margens da cidade, ainda mais na cidade de São Paulo, diminui a possibilidade de ascensão social, pois o aumento do gasto familiar decorrente das despesas com transporte e tempo despendido entre a casa e o trabalho representam um gasto significativo da renda familiar. Para que a qualidade de um projeto deixe de ser algo subjetivo, devem existir parâmetros específicos, ou seja: um projeto com boa tipologia habitacional não garante que seja um bom projeto, e o mesmo vale para sua inserção na malha urbana e sua implantação no terreno. Uma forma possível para trazer os investimentos às áreas mais interessantes a cidade, é agregar ao valor do empreendimento que pretende se beneficiar de algum incentivo público 69
um valor referente ao custo social decorrente da falta ou ausência de recursos de infraestrutura presentes na área onde se deseja construir um novo empreendimento. Os critérios de análise que foram considerados mais abrangentes quanto à avaliação de um projeto são os que o avaliam em três escalas diferentes: na escala da cidade é avaliada a inserção urbana, que têm como parâmetros a infraestrutura e serviços urbanos disponíveis, localização, acessibilidade e fluidez urbana. Na escala regional, que avalia o projeto tendo como referência seu entorno imediato, tem como parâmetros a adequação à topografia, paisagismo e impacto ambiental, implantação do edifício no terreno, áreas comuns de lazer, e densidade e dimensão; e na escala menor, que é o a da unidade habitacional, é avaliada de acordo com seu dimensionamento, técnica construtiva e materiais, e seus parâmetros são o custo da construção, conforto ambiental, distribuição das unidades por pavimento, dimensionamento, flexibilidade, desempenho e eficiência e sustentabilidade. Estes critérios, selecionados por Patricia Rodrigues Samora em seu doutorado, avalia de forma mais completa os projetos e poderiam servir de base para que os possíveis danos causados por um empreendimento fossem evitados, ou, pelo menos, diminuídos. Como o custo da construção geralmente é o principal problema em projetos que visam população de baixa renda, cabe também aos arquitetos e engenheiros que se utilizem de tecnologias de construção mais econômicas e de qualidade: paredes de concreto, steel frame, PVC concreto, painéis pré-moldados, etc.; e o mesmo vale para a gestão de obras, que hoje, feita de forma informatizada e automatizada, gera reduções muito significativas na gestão de obras de grande porte que envolvem grande quantidade de mão de obra e de materiais. Durante a atividade projetual apresentada, a questão do custo da obra, apesar de ser um dos principais fatores limitantes em um projeto voltado a um programa público, não pode ser quantificada de forma a apresentar dados consistentes, isto porque, para que o orçamento pudesse ser feito, seria necessário um estágio de projeto avançado, o que só foi alcançado, na etapa final do trabalho, mas quanto a isso o que pode ser pensado foram soluções construtivas e projetuais voltadas a economia e sustentabilidade econômica do projeto, como foi previamente apresentado. Portanto, não há apenas uma solução definitiva para acabar com o déficit habitacional que permita à cidade um desenvolvimento sustentável e responsável, mas o que é necessário em todas elas é que haja coordenação entre o governo e as secretarias municipais que são responsáveis pela aprovação dos empreendimentos, para que avaliem de forma mais completa e exigente empreendimentos potencialmente nocivos à cidade, e incentivem empreendimentos que valorizem o dinheiro público dispendido, para que tenhamos cidades mais justas e mais sustentáveis. 70
Referências de Projeto
CONJUNTO ESTEVÃO BAIÃO - SEHAB Arq. Marcelo Suzuki
O projeto do lote 8 do conjunto Estevão Baião do arquiteto Marcelo Suzuki é um bom exemplo de habitação coletiva, pois tem uma implantação que se integra bem com a malha urbana, mantém a fluidez do passeio urbano e foge do prédio em H que foi herança do governo militar e o BNH. O projeto tem unidades habitacionais diferentes, inclusive algumas voltadas para a população idosa. O andar tipo tem um jogo interessante com um degrau que permite que o apartamento tenha uma janela em uma altura acessível pela parte interna e ainda sim mantém a privacidade do apartamento do olhar de quem passa na circulação externa. Com alta densidade, boa implantação e boa disposição das unidades nos pavimentos, o projeto é um bom exemplo de habitação social coletiva.
71
72
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PROJETOS MCMV
O arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, fez recentemente projetos para o Programa MCMV. Arq. João FIlgueiras Lima (Lelé) Eles são reurbanizações de favelas e a maior característica é a implantação nos grandes desníveis das favelas, com uma topografia muito irregular. Os projetos são feitos em estrutura metálica e argamassa armada e geralmente são feitas tipologias geminadas e com circulação por escada externa ao volume do edifício. Os apartamentos têm tamanho maior do que o mínimo determinado pelo programa, o que inclusive é uma das críticas do arquiteto ao programa. Os projetos das favelas de Cajazeiras e Pernambués estão servindo como exemplo inovação e requalificação, tendo, por exemplo, projetado um bondinho que leva os moradores para a parte alta do morro, evitando que eles tenham que subir o grande desnível a pé.
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PARQUE DO GATO
O Residencial do Parque do gato foi construído onde antigamente foi a Favela do gato que foi destruída por um incêndio. Localizado em Santana, possui 486 unidades que custaram cerca de R$ 25.600,00 cada Peabiru uma. O fato do terreno ser público facilitou na aprovação da obra e por isso os moradores da favela não precisaram ser relocados. O residencial foi dividido em 9 Blocos independentes e os apartamentos tem várias tipologias, podendo ser quitinete, 1 dormitório e 2 dormitórios. O projeto foi muito bem resolvido, com uma implantação interessante, e o projeto original ainda previa uma área para que os moradores se organizassem e gerassem renda com o aluguel, além de uma creche infantil que nunca foram construídos.
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Implantação, andar tipo e elevação do conjunto
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andar tipo, cortes e elevação do prédio
80
O grupo Usina foi estudado por sua atuação em projetos construídos por meio de multirões com financiamento público e de projetos de grande qualidade arquitetônica. Um dos projetos estudados foi o União da Juta que possui 160 unidades de 47m² cada, construídos com alvenaria armada. O projeto foi pensado desde o início para que fosse feito por meio de multirão e auto gestão, e por isso, tem soluções inteligentes desde o canteiro; por exemplo as escadas de aço que seriam a circulação dos edifícios foram construídas antes, para que servissem como andaimes durante a obra. Este projeto tem uma implantação feita de forma muito inteligente por 3 blocos de prédios com formatos diferentes que formam espaços muito interessantes. Unidades habitacionais com grande qualidade arquitetônica, inclusive com boa ventilação e insolação, fazendo projeto do Arraial da Juta um ótimo exemplo de habitação popular.
UNIÃO DA JUTA Usina
81
Implantação, andar tipo e elevação do conjunto
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corte do edifĂcio e tipologia habitacionais
83
ELEMENTAL Arq. Alejandro Aravena
84
O projeto elemental é referência não só pelos projetos, mas também pela ideia por trás deles, o escritório elemental tem como ideia inserida no projeto das habitações a possibilidade da auto construção por parte dos moradores, ou seja, uma casa pronta para ser expandida caso o morador deseje. A ideia concebida e experimentada no Chile mostrou-se uma boa alternativa para a construção de habitações populares, pois além de permitir que o morador de baixa renda habite uma residência de qualidade, ainda dá oportunidade de ampliação e melhora. O que se propõe é que seja construída uma casa com ambientes bem amplos e de qualidade, em vez de se fazer o que é mais comum em habitações populares que é fazer um maior número de cômodos de tamanho diminuto. No caso brasileiro que está sendo feito em Paraisópolis, o governo não permitiu um coeficiente de expansão muito grande, mas ainda assim a ideia original está sendo implementada, para tentar aproveitar o potencial financeiro que o morador pode ter e podendo ampliar sua residência.
elevação e corte do edifício
85
tipologias habitacionais e implantação
86
Mais um ótimo exemplo de habitação social, a Vila dos Idosos foi um projeto feito para a prefeitura de São Paulo para a população com mais de 65 anos de idade. Com preocupações de acessibilidade e qualidade espacial o conjunto residencial é não só um exemplo de boa arquitetura como de boa administração, o conjunto hoje tem uma inadimplência praticamente nula, não há moradores irregulares, depredações e mantém-se muito bem administrado. O projeto tem uma implantação que abraça um prédio de uma biblioteca, formando um pátio que pode ser visto da circulação do prédio que é feita de forma a manter essa vista para o pátio é criar uma convivência entre os moradores. Essa implantação trouxe algumas dificuldades na insolação do edifício, mas apesar disso a maioria das habitações tem boa ventilação e iluminação boa, mesmo que indireta.
VILA DOS IDOSOS Arq. Hector Vigliecca
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plantas e cortes das habitaçþes
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implantação, maquete e andar tipo
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BOX HOUSE Arq. Yuri Vital
90
Construídas na Brasilândia, as 17 casas de 47 m² projetadas pelo arquiteto Yuri Vital, é um dos projetos mais interessantes na área da habitação popular que foi construída nos últimos anos, isso porque, apesar da arquitetura interessante, uma grande área privativa, inclusive com vaga para automóveis, o projeto conseguiu atingir um valor que pode ser classificado como habitação popular. Ele tem problemas de acessibilidade, sendo praticamente impossível para pessoas idosas morarem nas casas, e nem todas as casas tem boa insolação, mas ainda sim é um bom projeto. O projeto utilizou de casas duplex que ficam no limite de altura permitido pelo código de obras local, a garagem fica enterrada, meio nível abaixo do terreno.
corte transversal e planta da habitação
91
Referências Bibliográficas
92
SAMORA. Patricia Rodrigues , Projeto de Habitação em Favelas: Especifi cidades e parâmetros de qualidade, São Paulo : FAU-USP, 2009. ARAVENA, Alejandro ,Material de Arquitectura, Santiago do Chile, 2003. COELHO, António Baptista, Qualidade arquitectónica residencial : rumos e factores de análise Imprenta Lisboa : Laboratorio Nacional de Engenharia Civil, 2000. KRAUSE, Andréa Denise Vieira de Campos, Materiais, tecnologias e instrumentos para a melhoria da qualidade do móvel popular residencial seriado, São Paulo, 1997. Arquitetura moderna brasileira / organizado por Elisabetta Andreoli e Adrian Forty, Londres : Phaidon, 2004. Uma nova agenda para a arquitetura : antologia teórica (1965-1995) / organização de Kate Nesbitt; tradução de Vera Pereira, São Paulo : Cosac Naify, 2006. Habitação para população de baixa renda - Módulo, Rio de Janeiro, nº 81, jul/1984, pag. 66 70 O pesadelo da casa imprópria - Construção São Paulo, Ano 44, nº 2292, janeiro/1992, pag. 4 -7 Zenha, Ros Mari. Catálogo de Processos e Sistemas Construtivos para Habitação. São Paulo, FINEP / IPT, 1998 SEGAWA, Hugo. Prelúdio da Metrópole, 2000 VIERA, Vania Feichas. Os donos do Centro. Discursos e estratégias de intervenção no centro de São Paulo. São Paulo, Tese de Mestrado, FFLCH/USP 2004
habitare.infohab.org.br solucoesparacidades.com.br/habitacao/sistemas-para-habitacao world-architects.com/estudio/ elementalchile.cl/ centrovivo.org plataformaarquitectura.cl vitruvius.com.br correiocidadania.com.br arqbacana.com.br arcoweb.com.br urbania4.com.br infohabitar.blogspot.com raquelrolnik.worpress.com
ReferĂŞncias Internet
93
94
Ari Felipe Miaciro Correia