Greve de rodoviários prejudica 30 mil usuários na RMS

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SALVADOR

SALVADOR SEXTA-FEIRA 18/2/2011

REGIÃO METROPOLITANA

Erik Salles / Ag. A TARDE

IMPASSE Empresa pede ampliação de prazo para pagamento de encargos trabalhistas; rodoviários querem recebimento já

Greve de rodoviários prejudica 30 mil usuários na RMS

ARIVALDO SILVA

No terceiro dia da paralisação dos ônibus da empresa Dois de Julho – que operam nas linhas entre Salvador, Lauro de Freitas, Vila de Abrantes e Jauá – cerca de 30 mil pessoas estão sendo prejudicadas. Ontem, na sede da empresa, em Vilas de Abrantes, município de Camaçari, parte dos 450 funcionários que queriam voltar ao trabalho foram impedidos por representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado da Bahia (Estroba). Os sindicalistas alegaram que a paralisação foi acordada durante assembleia coletiva da categoria. “Sempre existe uma minoria que quer trabalhar. Mas a maioria está desgastada e a decisão saiu em assembleia”, sustentou o presidente Estroba, Manoel Machado. “Há um impasse. A empresa quer mais um prazo para o pagamento dos encargos trabalhistas. Queremos à vista”, concluiu Machado . Dentre os inúmeros casos de pessoas que estão sendo prejudicadas com a greve está a estudante Tâmara Barbosa, 17 anos. Ela sai diariamente da localidade de Jauá, município de Camaçari, para fazer um curso de computação gráfica em Salvador. Há dois dias ela está gastando duas vezes mais para se deslocar. “Está muito complicado estudar assim. Tenho que pegar um ônibus até Arembepe e depois pego outro para chegar a Jauá”, explica a jovem. A empresa BTU cobra R$ 3,50 na passagem e está substituindo a Dois de Julho (que cobra R$ 2,30), até o final da paralisação. O morador de Vila de Abrantes, Ricardo Silva, 23 anos, também foi afetado pela situação. “Há três anos sofremos com essa empresa, que tem várias irregularidades e funciona através de liminar. Quando o sindicato resolve parar, quem paga é o usuário”, reclama. Em reunião ontem pela manhã, na sede da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agerba), no Centro Administrativo da Bahia, representantes do Estroba denunciaram atraso no pagamento dos salários, FGTS e INSS; falta de fardamento;

além de problemas com o repasse de descontos em farmácias, planos de saúde médico e odontológico e mensalidade sindical.

Intervenção

Em assembleia, sindicalistas impediram minoria de retornar ao trabalho

O diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, afirmou que todas as medidas serão adotadas para que o usuário não seja penalizado pela movimento dos rodoviários. “Temos outras empresas garantindo o transporte para minimizar o prejuízo. Se a paralisação não acabar até segunda-feira, vamos fazer uma intervenção na empresa, colocando outras que tenham capacidade de atender aos passageiros com qualidade”, pontuou Pessoa. Ainda de acordo com o diretor da Agerba, está sendo realizado um levantamento do histórico da Dois de Julho, com o objetivo de investigar possíveis irregularidades da empresa que opera com 140 veículos, transporta aproximadamente um milhão de passageiros por mês e responde por diversas multas por superlotação e descumprimento dos horários. O dono da empresa Jackson Oliveira e o advogado Walter Soares estiveram reunidos na Agerba na tarde de ontem. Outra reunião acontece hoje, às 8h30, no mesmo local, com representantes do Estroba e da empresa.

De acordo com a Agerba, cerca de 30 mil pessoas estão sendo prejudicadas, diariamente

Se a paralisação não acabar até segunda-feira, Agerba fará intervenção na empresa

SUPERFATURAMENTO

MP recomenda suspensão de contratos com editoras FELIPE AMORIM

A promotora de justiça Rita Tourinho, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), enviou ontem uma recomendação à Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) para que suspenda imediatamente os contratos, assim como os respectivos pagamentos, firmados com as empresas “Severino Martins de Melo Neto” e “Celditor – Centro Editoria de Leitores” para a compra de livros a serem usados no ensino fundamental da rede pública. Para a promotora, as investigações do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) sobre os contratos “revelaram fortes indícios de superfaturamento”, segundo nota divulgada ontem pela assessoria de comunicação do MP-BA. O Gepam possui um

inquérito civil no qual são investigadas supostas irregularidades na compra de livros pela Secult para o ensino fundamental por meio de “inexigibilidade de licitação”. A recomendação dá um prazo de 10 dias úteis para que as providências adotadas sejam comunicadas ao MP-BA.

Suspensos

O secretário João Carlos Bacelar (PTN) afirmou ontem que todos os 12 contratos firmados na gestão anterior por inexigibilidade de licitação foram suspensos, por iniciativa da Secult, desde janeiro, quando o MP-BA solicitou informações. “Nenhum pagamento está sendo feito”, garantiu. Bacelar ressalta ainda que os contratos receberam o aval das áreas pedagógica, administrativa e jurídica da Secult e da prefeitura. Ontem, o secretário disse também que não havia ainda recebido a recomendação do MP-BA.

A5

3340-3400 IGUATEMI 2102-2000 PARALELA

3343-3600 STIEP 3255-5000 BARROS REIS

2105-7500 BONOCÔ


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