Revista Mulheres II

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M Rezende mesquita aria

Filha do Sr. Olavo e Dona Nadir (Didi) Casada com José Silvério Mãe de Gilberto, Rogério e Ana Paula Avó de Laura, Rafael, Ana Clara, Miguel e Maria 01 - Onde nasceu e passou a infância? Quais são as melhores lembranças dessa época? Nasci aqui em Lagoa da Prata, onde passei minha infância até os 10 anos, quando fui estudar em B.H. Melhores lembranças: quando meu pai, meu irmão José e eu, íamos todas as tardes de canoa para o meio da lagoa para nadar. Brincadeiras de pular de um galho para o outro, como Tarzan, no quintal de nossa casa com os amigos. Uma lembrança inesquecível: quando chegavam as férias, papai nos levava para passear na fazenda do meu avô Neneca, em Bom Despacho. 02 - E a adolescência, como foi e quais lembranças são inesquecíveis? Minha adolescência eu passei mais no Colégio Nossa Senhora da Piedade em B.H. Gostava muito do meu colégio. Lembranças das férias na casa de meus pais junto da família. As noites no Clube Recreativo e das viagens que nunca podia faltar. 03- Naquela época, você pensava em “ser o quê” quando crescesse? Desde pequena eu pensava “quando crescer quero ser professora”. 04 - Onde estudou, desde o jardim de infância? Você tem formação superior? Na minha época aqui em Lagoa da Prata não tinha Jardim de infância, fiz os quatro anos primários no Grupo Escolar Jacinto Campos. Fiz admissão ao ensino ginasial, todo ginásio e o magistério no Colégio N. Sra. da Piedade, em B.H. Quando terminei o magistério voltei para Lagoa da Prata e quando casei, fiz curso superior de Pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais – B.H. 05 - Quando se mudou de Lagoa da Prata pela primeira vez foi para estudar ou trabalhar? A primeira vez que saí de L.P. foi para estudar e fiquei no internato. 06 - Qual foi seu primeiro trabalho e em que outras funções ou profissões já trabalhou? Meu primeiro trabalho foi quando formei no Magistério,

aqui no Grupo Escolar Jacinto Campos. Casando fui morar em B.H. e trabalhei na Secretaria se Educação. Ajudei muito nesta época os Cursos Radiofônicos de Minas Gerais, fazendo aulas que eram dadas para toda Minas Gerais pelo rádio. Fui Diretora da Escola Combinadas do Acaba Mundo – na Mineração Lagoa Seca, Escola Estadual de B.H.. Fiquei como diretora até quando pedi exoneração, pois criamos (eu e meu pai) uma escola infantil: Instituto Maria Amália, no Bairro Anchieta, onde morava em BH. 07 - Qual é sua atuação ocupação profissional e há quanto tempo está nela? Atualmente estou junto com Ana Paula (minha filha) na direção do Imanzinho. Trabalho com Educação a 56 anos. 08 - Em Belo Horizonte você foi proprietária de uma bela escola partícula Infantil, localizada no Bairro Anchieta. Fale sobre quando essa escola começou, como ele era e quando você a fechou? Minha escola em Belo Horizonte era considerada “escola modelo”. Trabalhei muito, mas sempre fiz com muito amor o meu trabalho. Foi muito difícil fechar, pois todos os pais, para falar a verdade até carta, telegramas de deputados de Brasília recebi para continuar. Graças a Deus e a proteção de N. Sra., o que eu fiz não deixei folha em branco, deixei marcas que sempre que encontro alguém que passou pela escola tem que me abraçar e sempre recebo muito carinho.

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Fechamos em 2001. 09 - Quando conheceu seu marido, há quanto tempo estão casados, como e onde foi o casamento? Teve festa e lua de mel? Conheci o Silvério num baile em Moema, onde minha cunhada Aparecida foi coroada Miss Simpatia. Casamos na Igreja de Santo Agostinho, em 18 de julho de 1963. No próximo mês de julho faremos 55 anos de casados. Meu pai ia dar uma grande festa aqui em Lagoa da Prata, mas, quando fomos fazer os convites meu tio faleceu e uma irmã de Silvério também faleceu. Aí veio o problema, meus pais queriam adiar o casamento, mas Silvério não concordou. Achou que seria melhor casarmos em Belo Horizonte, um casamento mais íntimo, no dia marcado. Assim aconteceu. Depois tivemos uma pequena recepção, com pouquíssimos convidados, no apartamento que íamos morar. Foi lindo e delicioso. Partimos no mesmo dia para nossa lua de mel no Rio de Janeiro. Foi maravilhosa. 10 - Porque você e seu marido resolveram se mudar para Lagoa da Prata e quando isso aconteceu? A gente casa. A casa enche com os filhos; e depois vai saindo um a um. Assim aconteceu conosco. Silvério aposentou. Nossos 3 filhos casaram. Minha família é de Lagoa da Prata e mora aqui; também 02 dos meus filhos vieram morar aqui. Tínhamos uma casa aqui. Assim resolvemos em janeiro de 2002, que nós também viríamos desfrutar mais dessa nossa família e desta cidade. 11 - Sua residência já foi palco de memoráveis festas organizadas por familiares e amigos. Você é festeira? Ainda gosta de receber muita gente em sua residência? Gosto muito. É um prazer receber familiares e amigos. Sempre serão bem vindos. 12 - Seus pais são pessoas muito amadas na cidade. São verdadeiro pilares de nossa comunidade e já receberam muitas homenagens de reconhecimento. Como é ser filha de um casal tão especial? É uma alegria e uma dádiva muito grande que Deus me deu de fazer parte desta família. Amo e admiro a todos. Tento ser um exemplo para meus filhos; como meus pais foram pra mim. 13 - Sua filha, Ana Paula, também atua na área educacional e também trabalha junto com você. Fale um pouco sobre o histórico dela na educação, desde belo Horizonte até os dias atuais: Ana Paula é minha filha e é muito amada. Desde os 16 anos trabalhou comigo no Instituto Maria Amália. Primeiro como Professora e depois me ajudando na supervisão, até quando mudou para Lagoa da Prata. Durante o período que trabalhou comigo, foi convidada a fazer parte do quadro de

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professores dos colégios: Arnaldinun São José Colégio Imaculada, Colégio Dom Silvério e outros. Ana Paula estudou as duas primeiras séries do ensino primário no Arnaldinun São José, foi para o Sagrado Coração até terminar o ginasial. Como não tinha magistério fez no Colégio Imaculada. Fez pedagogia no Instituto de Educação. Passou no concurso da Prefeitura de Lagoa da Prata e foi supervisora doa Escola Dona Tilosa, Castelinho Encantado e São Carlos. Quando vim para Lagoa da Prata, em janeiro de 2002, fui trabalhar a partir de agosto deste mesmo ano para Dérika e Rita, no Instituto Maria Augusta Machado. Em 2006, Ana Paula foi trabalhar comigo também para Dérika e Rita. No final do ano de 2006, fizemos uma parceria Ana Paula e eu, comprando a parte do infantil do IMAM e nossos maridos construíram a nova sede, surgindo assim o Imanzinho. Até hoje estamos trabalhando juntas no Imanzinho e com parceria com Dérika e Rita no IMAM. 14 – Qual sua relação com religião? Sou católica. Vou a Missa todos os domingos e de comunhão. Tenho muita fé em Deus e amo de todo o meu coração Nossa Senhora. Em minha vida já tive muitos milagres e tento ser agradecida. 15 - E com politica? Política gosto de ler e de saber. Mas, comentar com outras pessoas não. Cada um tem seu direito de pensar da sua maneira. 16 – Você sabe cozinhar Qual é sua especialidade e qual o é o seu prato favorito? Bem, meu marido e filhos falam que sou boa cozinheira; mas, que não gosto de cozinhar. Faço um bife LILI que todos gostam muito. Meu prato preferido é uma boa macarronada. 17– Você é vaidosa? Sou. Não muito. Gosto de estar sempre bem arrumada. 18 - Você gosta de viajar? Qual o destino que mais gostou, um que não gostou e um que pretende ou sonha conhecer? Gosto tanto de viajar que Silvério brinca que devia ter casado com um viajante. E eu digo que se o viajante fosse ele, tudo bem. Toda viagem que faço eu amo. Adoro o sul do Brasil. Gostei muito da viagem que fiz pela Europa. Natal Luz em Gramado. A primeira vez que fui a Buenos Aires, fui com Ana Paula e fique apaixonada. Pensava: preciso ir com Silvério. Quando apareceu uma oportunidade de ir com ele, achei que seria a melhor viagem do mundo, porém, do Aeroporto de Belo Horizonte até o último dia de voltar foram tantas as decepções que custei a esperar o avião da volta. Acredite se quiser, até na delegacia fui parar pois, filmaram um ladrão me roubando. Nossa nem quero lembrar. Ainda pretendo conhecer muitos outros lugares, depois eu conto.

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19 – Você tem arrependimentos? Não.

20 – Você participa de alguma associação ou entidade beneficente? Não participo, mas ajudo algumas. 21 – Se pudesse voltar ao tempo, o que gostaria de reviver? Minha infância. 22 - E pudesse voltar no tempo, o que modificaria? Nada. 23 – Uma frase ou um pensamento: “Esforce–se não para tornar uma pessoa de sucesso; mas uma pessoa de valor.”.


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OLANDA

SOARES GAVAIA

10/08/1947

Por seus filhos

29/03/2002

Nome dos pais: Mãe: Maria Lucas Soares (Dona Lia) e Pai: Waldemar Soares Nome dos irmãos: Wanderley Corgosinho, Walter Soares, Willer Soares, Willian e Vânia Soares Nome do esposo: Joaquim A. Rodrigues Gavaia Nome dos filhos: Jorge e Fernando 01- Onde nasceu e onde passou a infância e adolescência? Lagoa da Prata

Quais foram? Sim. Foi Fundadora da Imobiliaria ADIMOL e da locadora SAN REMO Locadora. Minha mãe tinha espírito empreendedor e enxergava oportunidades de negócio em Lagoa da Prata. Chegou a realizar duas delas, com a locadora e a imobiliária.

02- Onde estudou (desde o jardim de infância até curso superior)? Lagoa da Prata e Divinópolis. 03- Ela chegou a se mudar de Lagoa para estudar? Quando e o que cursou? Não. Cursou o fundamental na Escola Estadual Nossa Senhora de Guadalupe e cursou Direito na FADON.

10- Ela gostava de viajar? Havia algum destino especial? Sim, gostava bastante. Viajava sempre com a família para Arraial do Cabo e Rio de Janeiro, onde temos a família do meu pai. Uma das viagens mais especiais foi para Portugal, onde conheceu a origem da família do meu pai e puderam passear bastante e aproveitar a cultura local.

04- Quando conheceu o marido, onde e como foi o casamento? Meus pais se conheceram em abril de 1976, em Lagoa da Prata.

11- O que a deixava irritada? Mexer com os filhotes dela. Era uma verdadeira leoa!

05- Ela chegou a participar de concursos de beleza. Quais foram e quais foram as classificações? Sim. Foram dezenas de concursos em Minas Gerais. Entre eles o famoso (na época) Glamourgirl, Miss Lagoa da Prata e finalista no Miss Minas Gerais. Até hoje minha mãe é reconhecida por sua beleza e simpatia. Onde quer que eu vá sempre tem alguém que me conta boas histórias e não economiza elogios para falar dela. Me orgulho muito.

12- E o que a deixava feliz com facilidade? Ter a família reunida. Família era sua prioridade sempre. 13- Ela sabia cozinhar? Qual era o prato favorito? Cozinhava muitíssimo bem. A cozinha da minha mãe sempre trouxe amigos e família para nossa casa. Todos gostavam do que ela fazia. Era um festival de sabor e união familiar.

06- Ela se considerava uma mulher bonita? Essa era uma das grandes qualidades dela... ela era humilde e simpática. Não se considerava bonita e sim uma mulher simples e elegante.

14- Qual era a relação dela com religião? Católica praticante. 15- Qual era a relação dela com política? Não tinha relação ativa.

07- Ela era vaidosa? Sim, gostava de se cuidar... principalmente das unhas e dos cabelos. Adorava usar salto alto (mesmo sendo alta!). Batom e perfume eram companheiros do dia a dia.

Não.

16- Ela manifestava ter algum arrependimento?

17- Como ela adoeceu e naturalmente, seus projetos de vida foram interrompidos, antes da fatalidade, ela chegou a manifestar algum projeto para o futuro, como voltar a morar em Lagoa da Prata? Seus projetos sempre foram focados na família, na estruturação e felicidade de todos da família. Fazia questão em manter viva as amizades. Por isso, sempre pensou em voltar a morar em Lagoa, cidade que amava.

08- Qual foi o primeiro trabalho e em que profissões ou funções trabalhou? Escritório de Contabilidade Scoreli.

18- Segundo os filhos, qual seriam 5 palavras que a descreveriam? Simplicidade, sabedoria, compreensiva, exigente e amiga.

09- Ela chegou a ter ou ser sócias de empresas?

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aria helena de castro bernardes

Maria Helena nasceu no dia 28/11/1929 em Lagoa da Prata. Era a 5ª filha de Urias de Castro e Maria Bernardes de Castro, a única mulher dos 5 filhos do Coronel Carlos Bernardes. A menina cresceu e se transformou em uma bela moça, alegre e cheia de vida, que encantava a todos com sua inteligência, beleza, elegância e uma voz maravilhosa. Muitas vezes fez o papel de Verônica nas cerimonias da Semana Santa. Já mocinha, Maria Helena queria ser professora. Foi estudar magistério em Itaúna, em um colégio interno. Se formou aos 16 anos. Voltou para Lagoa da Prata e começou a lecionar como professora na Escola Jacinto Campos. Logo tornou-se diretora da Escola Alexandre Bernardes Primo. Foi a primeira diretora nascida em Lagoa da Prata e a primeira de sua escola. Aposentouse no cargo de diretora no Estado e foi contratada como diretora da Escola Ovídio de Abreu, na Usina Luciânia, onde trabalhou por 13 anos. Maria Helena gostava muito de dançar e foi num baile que conheceu Arthur Bernardes Filho e se apaixonou. Ele tinha voltado do exercito onde participou da 2ª Guerra Mundial. Ela tinha acabado de se formar. Com 3 meses de namoro ficaram noivos. Se casaram um ano depois, quando ela completou 18 anos. Vieram 6 filhos: Sandra, Marilene, Thadeu, Rodrigo, Thales e Fabíola. Hoje a família cresceu com 6 netos e 2 bisnetos. Seu traço mais marcante era sua capacidade de amar e doar-se, querendo sempre ajudar a todos. Este seu sentimento era tão intenso que transmitia da mesma forma a seus 6 filhos. A porta de sua casa estava sempre aberta a todos os seus parentes, amigos, ex-alunos e ex-colegas de trabalho, que a procuravam sempre em busca de noticias e de uma palavra amiga. Gostava de ver a família reunida em todas as ocasiões e sempre tinha aquela roda de violão, onde cantavam suas canções preferidas. Seu passatempo preferido era jogar pontinho e bingo com as amigas. Muito religiosa, passava horas em oração com uma fé inabalável. Hoje, infelizmente, já não a temos em nosso convívio, pois o Pai a chamou para junto dele. Deixou-nos uma rica lição de vida e amor. Foi esposa, mãe, sogra e avó dedicada e exemplar.

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uana Silva Caetano

Idade: 32 anos Nome dos pais: Osvaldo Caetano de Oliveira (falecido) e Elza de Fatima da Silva . É filha única!

09 - Como você avalia a atual situação politica do país, com os políticos e empresários de grande porte sendo presos e punidos por corrupção? A corrupção desse país está sendo estampada no rosto dos brasileiros, mas pela primeira vez estamos vendo grandes políticos e empresários sendo presos, nesse momento sinto orgulho de ser brasileira e de ver brasileiros como o juiz Sérgio Moro que teve coragem de enfrentar todo esse sistema corrompido. 01 - Onde estudou desde o primeiro até os dias atuais? Escola Dona Tilosa, Escola São Carlos, Escola Estadual José Teotônio de Castro, Escola Estadual Chico Resende, Pontifícia Universidade Católica de Minas. 02 - Se é formada, em curso superior, qual e onde? Formação: Administração com Habilitação em Comercio Exterior – PUC Minas Pós-Graduada em Gestão Financeira – PUC Minas Pós-Graduada em Gestão de Pessoas - PUC Minas

10 - Você é reconhecida também pela ótima forma física, o que faz para se manter tão bem? Musculação, assistida pelo melhor personal Thiago (Fogão) na academia Studio Êxito. 11 - Você pensa em se casar e ter filhos? Por enquanto não está nos meus planos. 12 - O que não pode faltar na sua geladeira, em sua bolsa e em sua vida? Na geladeira: cerveja (risos); na bolsa: Trident; na vida: viagens.

03 - Onde passou a infância e quais as melhores lembranças daquela época? No sítio da minha família, casa de amigos. Brinquei muito. Melhor lembrança a Praia de Lagoa da Prata e o Museu, morava bem próximo, ia sempre lá brincar. Sempre morei em Lagoa da Prata.

13 - Você sabe e gosta de cozinhar? Qual seu prato favorito? Sei cozinhar, não gosto muito. Meu prato predileto é strogonoff de frango.

04 - Onde passou a adolescência e quais as melhores lembranças daquela época? Melhor lembrança da Adolescência Pão de Mel, sonhava e crescer rápido para ficar lá até tarde, já que minha mãe me levava e buscava as 21h.

15 - Um homem interessante e aquele que: É inteligente, culto e educado.

05 - Qual e quando foi o primeiro trabalho? O que fez com o primeiro salário? Meu primeiro trabalho foi aos 12 anos na Loja São Paulo. Comprei roupas e sapatos (adoro até hoje! Risos.). 06 - Quando entrou para o Sicoob Lagoacred e qual sua função atual? Ingressei em outubro de 2004, como estagiária, e atualmente ocupo o cargo de Gerente de Agência. 07 - Você já ganhou diplomas de mérito profissional da Folha de Lagoa e de outras empresas ou associações? Mérito profissional do Folha de Lagoa. 08 - No atual momento da economia brasileira, quais são as maiores dificuldades que seus clientes enfrentam? Enfrentam um momento complicado, causada pela desaceleração da economia e o comprometimento da renda do brasileiro, o que impacta diretamente na queda das vendas, um encolhimento do faturamento.

14 - Você é vaidosa?Sim.

16 - Você gosta de viajar? Qual um lugar que gostou muito e um que desejou a desejar e ainda, um que sonha em conhecer? Adoro viajar. Gostei muito de Mônaco e Las Vegas. Desejo conhecer Amsterdam. 17 - Como você gostaria de se ver daqui a 20 anos? Bonita ainda (risos)! Brincadeira! Uma pessoa feliz, realizada e que ainda sonhe. 18 - Uma frase ou um pensamento: Sonhe sempre, são nossos sonhos que nos mantem vivos. 19 - Em poucas palavras avalie essas situações: FAMÍLIA: TUDO AMIGOS: PARA TODO MOMENTO DINHEIRO: É NECESSÁRIO RELIGIÃO: CATÓLICA SEXO: BOM DEMAIS ARREPENDIMENTOS: NÃO TER FEITO UM INTERCAMBIO NO EXTERIOR ANTES DE INGRESSAR NA FACULDADE.

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ARIA APARECIDA VIDAL BERNARDES

Maria Aparecida Vidal Bernardes é uma daquelas pessoas que transbordam de energia positiva e bom humor. Pedalando pela cidade em sua Monark Tropical Aro 26, Cidinha, como é conhecida, conhece quase todo mundo. Por onde passa para, conversa e segue o caminho. Segundo o filho Samuel, de 17 anos, esta popularidade poderia render uma candidatura à Câmara de Vereadores, mas a sugestão é desconsiderada pela professora que prefere ajudar o próximo voluntariamente na Fundação Chiquita Perillo. Filha de Rita Aparecida Vidal e Sebastião Batista Vidal nasceu em 22 de dezembro de 1968 em Lagoa da Prata (MG). A família sempre foi grande, tanto que de irmãos foram dez: Alvina, Maria Helena, Maria Antônia, João, José, Sebastião, Marta, Humbelina, Ana Clara e Lúcia. Isso sem contar os tios, primos, etc. “Minha casa sempre teve muita gente, uma confusão danada. Brincávamos na rua, era uma época boa, mas nossa mãe nos criou numa redoma, onde estava um, todos tinham de estar também”, recorda a mulher que por isso só aprendeu andar de bicicleta quando já estava casada com Moises Bernardes, que conheceu na adolescência. “Conheci meu marido no Oeste Estrela Clube quando eu estava com 16 anos. Foi meu primeiro namorado e ficamos por 10 anos juntos até casarmos em 1993. Foi meu primeiro amor! Sempre estivemos juntos com muita união, mesmo quando ele morou em Belo Horizonte”, conta Cidinha, que estudou as escolas Alexandre Bernardes Primo, Virgínio Perillo e Colégio Nossa Senhora de Guadalupe, onde cursou o Magistério. Ser professora era um sonho e após concluir o curso foi contratada para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). “Foi meu primeiro emprego e um lugar que sempre gostei de trabalhar, pois me dava muita alegria. Ao longo de 11 anos fui dedicada aos alunos e doava muito mais que meu tempo, o meu amor também. O meu prazer era imenso, tentávamos de tudo para os alunos evoluírem e muitos conseguiram empregos e fico até hoje muito orgulhosa”, conta a educadora que também alfabetizou alunos excepcionais com até 12 anos de idade. Após anos de dedicação, ela resolveu que era hora de seguir novos caminhos e assim se tornou voluntária na Fundação Chiquita Perillo. “Fazia trabalhos manuais em ponto cruz, crochê e tricô e em algum momento comecei a frequentar a Fundação e as reuniões. Desde então, não faltei em nenhum compromisso. Hoje estou na oficina de trabalho manual da entidade e reunimos uma vez por semana”, destaca Cidinha, que há dois anos começou a também fazer visitas aos pacientes. “Achava difícil fazer esse trabalho e hoje vejo que

não. E a partir do momento que comecei a fazer isto, tudo se transformou em minha vida. Volto fortalecida, eles nos fazem ter uma compreensão mais sensível da vida, os pensamentos ficam mais humanos. Infelizmente o câncer é uma doença agressiva, já perdemos várias pessoas que visitávamos”, fala emocionada. O trabalho voluntário é recompensador, segundo Cidinha uma experiência que todos deveriam experimentar. “Você sem receber nada por isso, aprende lições todos os dias. É um impulso forte parta o nosso crescimento pessoal e espiritual. Se as pessoas dedicassem algumas horas por dia para uma instituição o mundo seria melhor. Nos tornaríamos melhores, pois aqui conseguimos enxergar o outro despido de qualquer vaidade, é puro amor”, revela. Mas as perdas também estão presentes nesse trabalho e uma história ainda emociona a professora: “Tínhamos um paciente que visitamos durante algum tempo. Ele tinha uns 40 anos e teve câncer na boca. Era algo muito agressivo, tanto que as cirurgias tiraram o céu da boca dele, impedindo-o de ingerir muitos alimentos. De todas as situações que encontramos, a dele me chamou atenção, era um sofrimento imenso, mesmo assim ele tinha muita certeza de que iria ficar bem. A situação foi complicando e na última cirurgia ele perdeu parte do maxilar, aquilo me comoveu muito. Um homem novo, jovem, pedindo para que não deixássemos morrer. E infelizmente ele se foi, mas tudo que era possível para amenizar nós fizemos”. Católica, devota de Nossa Senhora de Aparecida, ela acredita que fé move montanhas. “É com oração que conseguimos superar nossos desafios. Mesmo saindo de situações que nos deixam triste, consigo rezar. Eu acredito que hoje só Deus pode nos salvar e cuidar da gente”, completa a professora que participa de vários grupos da igreja. Para complementar a renda vende cosméticos e não esconde o entusiasmo, principalmente, por esse trabalho lhe permitir conhecer mais e mais pessoas. Apesar do bom humor constante, uma coisa a irrita: “O ser humano está desligado das boas maneiras, ouvir um bom dia, boa tarde e boa noite anda difícil, né?!”. Gosta de cozinhar e sua especialidade são sobremesas, segundo ela, ambrosia é umas guloseimas que não podem faltar em casa, bem como massas. Questionada se ainda tem algo que gostaria de fazer nada vida, Cidinha pensa e responde: “Quero uma bicicleta nova”. Com espírito cristão e a cada dia mais dedicada ao que faz ela cita uma passagem bíblica para definir sua vida: “Tudo posso Naquele que me fortalece”.

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ary vidal

de oliveira

Mary Vidal de Oliveira é uma das mulheres mais conhecidas de Lagoa da Prata. Na Farmácia Pio XII foram mais de quatro décadas atendendo os clientes e na reformulada empresa, mesmo depois de todos esses anos, ainda faz questão de receber todos, com a mesma simpatia e atenção. Discreta e tímida fora do ambiente de trabalho, vive uma vida tranquila e simples. É gente boa “com borra”, como fala no mineirês. Filha de Silvana Maria de Oliveira e Ângelo Vidal de Oliveira nasceu em 04 de janeiro de 1950 na cidade de Arcos (MG). Passou a infância em uma fazenda no Capoeirão ao lado dos seis irmãos: Maria, Marta, Mirtes, Mansur, Mansuir e Moacir. “Morei na fazenda até uns seis anos e mudei para Lagoa da Prata para estudar na Escola Jacinto Campos e mais tarde Colégio Nossa Senhora Guadalupe. E formei em Contabilidade na escola Virgílio Perillo, em 1978. Gostava de estudar e depois comecei a trabalhar como garçonete no bar Monjolinho. Foi uma experiência boa, o primeiro salário investiu em casa, ajudando a família. Por trabalhar com o público e ser atenciosa foi

convidada para uma nova oportunidade. “Lá fiquei conhecida e o Sr. Lazaro me convidou para trabalhar na farmácia do Silvério, em 20 de dezembro de 1966. Comprei meu primeiro relógio e a primeira bicicleta quando comecei a trabalhar. Era meu meio de transporte”, recorda. O novo emprego seria sua grande chance e mesmo sendo uma área completamente diferente da que estava acostumada, Mary foi em busca de conhecimento. “Não foi fácil, mas aprendi rápido. O Silvério sempre me deu a maior força. Para fazer uma injeção eu levei mais de um ano, tinha de ter todo cuidado e experiência, claro. Gostei do serviço de cara, tanto que em dezembro de 2017 completei 51 anos no ramo”, fala com orgulho a empreendedora que em 1983 adquiriu a farmácia onde trabalhava. “Primeiro eu agradeço a Deus, ao Silvério e a minha família que ajudou financiando o dinheiro na época. Eu tinha um fusca e um lote e vendi para comprar a farmácia. “Aproveitei a oportunidade e o Silvério me disse que com dois anos eu pagava a farmácia”, revela. Com uma mulher à frente do negócio não faltaram novas

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estratégias para superar os desafios, destaca a mulher que se considera à frente do seu tempo e que teve que provar sempre que era capaz. Em 2008 em razão de uma sociedade mudou o endereço da farmácia. Mas o que seria uma nova fase nos negócios, não deu certo. Prevendo esta possibilidade manteve o ponto antigo alugado por quase um ano e para lá voltou, na rua Benedito Valares, 887. “Há cinco anos, em 2012, fiz a parceria com a Drogaria Americana. Uma parceria de sucesso, graças a Deus! Mudamos de nome, mas foi uma possibilidade de ampliar os negócios e assim fizemos”, destaca a empresária que além de tudo ainda ajuda entidades sociais de Lagoa da Prata e região. Mary namorou, mas diz não ter encontrado a pessoa certa para dividir uma vida. Adora os sobrinhos e afilhados, que são praticamente seus filhos. Vive em ritmo acelerado e não pensa em se aposentar. Gosta de praia e quando viaja escolhe destinos como Porto Seguro, Natal ou Fortaleza. Toma um chopp de vez em quando e adora peixe, mas não cozinha. Mesmo assim adora um frango caipira. Gosta de novelas e filmes, mas anda evitando os telejornais, pela quantidade de notícias ruins. Também não se considerada vaidosa, mas sentese realizada diante da sua trajetória de vida “Sempre procurei fazer tudo que quis”, destaca a mulher que é católica, devota de Nossa Senhora Aparecida, com direito a uma imagem da santa em seu escritório. “O homem não se impõe pela roupa que veste, mas pelas palavras que profere” destaca Mary que tem novo projeto para 2018, abrir uma nova farmácia na Avenida José Bernardes Maciel, 1400, no bairro Marília. E, claro, trabalhar ainda mais, sempre aproveitando a vida e o que ela tem de melhor. Não posso deixar de agradecer a todos os colaboradores e clientes que desde 1983, vem contribuindo decisivamente para o sucesso da empresa. Encerra a entrevista destacando, “ tudo que conquistei é fruto do trabalho e do esforço de uma equipe, que orgulhosamente lidero no dia a dia.”

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aria do MCarmo Oliveira

Por Fรกbio Barbosa

(carmem do cartรณrio)

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Maria do Carmo Oliveira é uma mulher batalhadora, começou a trabalhar cedo e construiu uma trajetória de conquistas. Filha de Angélica Amaral de Oliveira e Orlando de Oliveira, foi criada em uma casa cheia de irmãos, sete no total. A convivência com tanta gente lhe ensinou a compreender as pessoas e ser sensível, conhecimentos esses que ainda usa quando é procurada no cartório onde trabalha há 40 anos. É conhecida por essa simpatia e acolhimento sem distinções. Nasceu em 16 de julho de 1947, em Lagoa da Prata, e nos primeiros dias de vida já foi motivo de uma história familiar. “Na hora que eu estava nascendo, passava próximo da nossa casa a procissão de Nossa Senhora do Carmo. Então minha madrinha teve a ideia de que meu nome deveria ser Maria do Carmo. Ela e minha vó foram na igreja e me registraram assim, mas meu pai queria que eu chamasse Dirce. Ele não gostou nada disso e nunca me chamou pelo meu nome, a vida toda”, revela Maria do Carmo que era carinhosamente chamada de “fiinha”, por seu Orlando. Mas foi o apelido “Carmem”, dado pelos sobrinhos que virou marca registrada. É muito provável que a maioria das pessoas desconheçam realmente qual o nome de batismo dela. Com tempo, tia Carmem ganhou sobrenome e virou “Carmem do Cartório”. A infância e adolescência foram na casa da família. Maria do Carmo, assim como os irmãos, tinha uma proteção grande do pai. Para estudar, teve que esperar todos os irmãos também completarem idade escolar e aí sim foram matriculados no Grupo Escolar Jacinto Campos. O primeiro trabalho foi aos 16 anos, quando começou a costurar para Nadir Azevedo, da loja Rancho Modas. “Eu saia bem pouco de casa, só fui assistir um filme no cinema, por exemplo, com 18 anos. Aos 20 quis trabalhar fora e ele não queria deixar. Mas fui e consegui uma oportunidade na perfumaria do Silvério Rocha. Ele ficou na esquina me vigiando uma semana. Depois cansou e percebeu que aquilo não representava nenhum perigo”, conta. Pouco tempo depois, ela foi convida para trabalhar no Sindicato Rural de Lagoa da Prata, onde ficou por três anos. “Depois disso fui para o cartório. O Rui Amorim era prefeito na época e trouxe a comarca para a cidade. Ele podia escolher quem ele queria que trabalhasse lá e me colocou. Foi uma satisfação que não consegui pagar e nunca vou conseguir. É um agradecimento muito grande. Foi essa oportunidade que me deu tudo que tenho”, revela emocionada a mulher que lavrou sua primeira escritura no dia 20 de setembro de 1977. “Tive um pouco de dificuldade quando comecei, depois tive a sorte de ter uma pessoa muito boa para trabalhar comigo, que foi o seu João Fonseca. Ele teve muita paciência comigo, sempre me mostrando tudo o que eu tinha de fazer. Uma história bonita de aprendizado que me deu hoje a chance de ser titular no registro de imóveis”, destaca. Em 1991, Maria do Carmo se casou com Antônio Wilson Ribeiro. Os dois se conheceram e namoraram durante quatro anos. Ela lembra como foi que apresentou o namorado ao pai: “Ele era de Bom Despacho e nos conhecemos aqui. Agradei e começamos a namorar, mas até firmar o namoro, meu pai não sabia. E apresentei os dois”. A união não durou muito, mas o término do relacionamento foi acordado entre os dois que são amigos

até hoje. Seu Orlando, implacável patriarca da família, com o tempo, se tornou mais sensível e encontrou na filha o braço amigo até os últimos dias de vida. “Depois, quando ele já estava no fim da vida, ficou bem mais meu amigo. Teve essa convivência conosco mais próxima após a morte da minha mãe. Ela era ótima, amiga, fazia de tudo para nos ajudar. Queria que fizéssemos tudo, gostava de nos proteger. Era um exemplo de vida”, encerra emocionada.

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PERFIL Uma lembrança da infância: Os brinquedos de casinha que brincávamos com as irmãs e vizinhas; Uma viagem inesquecível: O Chile, o Vale Nevado; Uma lembrança da família: A nossa união, somos assim, um por todos, todos por um; Uma conquista: Poder ajudar meus pais; O que fez com o primeiro salário: Comprei coisas para nossa casa; O que te irrita: Quando mexem com minha família; O que te agrada: Um passeio gostoso, amigos. Alugo um carro e saio estrada afora; Participa de trabalhos voluntários? De vez em quando tento, mas o meu serviço não me deixa, ajudei muito tempo o Núcleo do Câncer e hoje ainda faço doações de cestas básicas; Você é vaidosa? Não me considero, sou muito simples; Se pudesse voltar no tempo: Voltaria para a época da minha mãe, por que era um tempo muito bom. Ela foi uma mulher muito sofrida, boa de coração. Sinto saudades dela, muita!


lvira maria elacerda de castro

Aprender a ler e escrever é um dos momentos mais bonitos da vida de uma criança. Descobrir as letras, palavras ou simplesmente conseguir falar uma frase inteira é uma conquista rumo ao novo, uma descoberta fundamental para todos nós, um aprendizado que muitos nem lembram exatamente como foi, mas que em Lagoa da Prata tem nome e sobrenome: Elvira Maria Lacerda de Castro. Essa professora, pequena no tamanho, mas gigante em conhecimento tornou-se referência de gerações que aprenderam com ela do A ao Z e guardam com muito carinho e respeito o agradecimento pela alfabetização. Filha de Maria Cristina Gontijo e Pedro Lacerda nasceu em 17 de outubro de 1951 no município de Moema (MG) e tem duas irmãs, Sonia e Graça, com as quais dividiu a infância e boas histórias. O pai morreu muito cedo, ela tinha apenas três anos quando o perdeu e a mãe trouxe as filhas para morar em Lagoa da Prata com a avó Venina Gomes. “Foi uma infância muito alegre, divertida, subíamos nos pés de jabuticaba, brincávamos na rua. Dia de chuva juntávamos os amigos e jogávamos finca”, recorda Elvira que estudou na Escola Estadual Jacinto Campos e fez o curso de magistério no Colégio Nossa Senhora de Guadalupe. “Toda vida gostei de dançar, cantar e fazia teatro. Sempre tive muita facilidade para escrever e por isso fui fazer o curso de Magistério. Tive professores competentes e excelentes, com uma delas me identifiquei muito, tanto que minha profissão e empenho eu devo a ela, dona Zuleica Machado Malta. Foi ela que me disse para fazer alfabetização de crianças e até hoje estou

nisso”, revela. Em 1970, Elvira já estava formada e retornou para Moema. “Fiquei um ano lá e no início me assustei. Apesar de ter sido uma boa aluna, comecei a questionar se realmente iria ser aquilo que eu queria ser. A responsabilidade profissional bate muito forte e queremos saber se é realmente estamos no caminho certo” destaca a educadora que começou a se dedicar à alfabetização e sempre preferia as crianças menores, se especializando assim na área. Em 1971 veio para Lagoa da Prata e foi trabalhar na Escola Infantil Dona Tilosa. “Fui primeiro como professora e depois me tornei vice-diretora, era uma época que todas as escolas em Belo Horizonte já alfabetizavam na pré-escola e fiz um curso particular de alfabetização e passaram muitas crianças que hoje dão um show. Chamo meus ex-alunos de menininhos”, conta a mulher que logo em seguida foi convidada para ser professora na Escola Estadual Jacinto Campos, onde foi aluna e retornou como profissional. “Voltei e fui para a escola, foi um encantamento com as crianças e sempre digo, trabalhei lá nos anos dourados da educação, quando os professores eram muito respeitados. Os pais também nos respeitavam e nos davam apoio, éramos tratados como rainhas, o professor ate ganhava flores”, lembra com saudosismo. Nessa mesma época, Elvira casou com Vital Rodrigues de Castro, da união nasceram três filhos: Vital Junior, Eduardo e Isabela. O casal se conheceu na adolescência e seguiram namorando por muitos anos. O marido foi um dos seus principais apoiadores na área

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profissional. Elvira participou diretamente da alfabetização de muitos alunos. Esse trabalho é tão importante para ela que até hoje ainda é reconhecida nas ruas. Quem não estudou com ela teve alguém na família que frequentou sua sala de aula. Aposentou nos anos 1990, mas resolveu que não iria parar e continuou. “Não é no mesmo ritmo, mas trabalho pela manhã e a tarde deixo livre. Amo o que eu faço e isso me traz um prazer tão grande que você não imagina. Criança te revitaliza, te revigora. Você é vista por eles com alguém muito parecido, eles são sinceros e isso é um retorno indescritível”, destaca a professora que brinca: “Acho que dei aulas para a metade da cidade. Saio de casa e alguém sempre fala comigo”. Professora com carreira exemplar, Elvira nunca fechou os olhos para o tratamento governamental da educação. “A primeira coisa que precisa mudar é o sistema de ensino. O professor está subordinado a muita coisa que ele não acredita que dê certo. É necessário ter mais liberdade para criar, inventar, se renovar. Além do salário muito baixo, o educador precisa trabalhar dois turnos para ter um dinheirinho no final do mês. Na Alemanha, por exemplo, o salário dos professores é maior que dos juízes. E as condições de trabalho neste nosso país não são condições favoráveis a isso. O profissional chega cansado e estressado em casa. Aí não tem liberdade e também não tem tempo”, afirma a professora que hoje frequentemente é convidada para ministrar cursos para outros colegas de profissão. “Fiz um curso com 14 professoras de alfabetização e fico recompensada em poder compartilhar conhecimento. Isso é fundamental na minha vida. Nesse mundo você tem que deixar marcas, quanto mais marcas boas você deixar, melhor. Tenho sempre esse cuidado de fazer o melhor que posso para ajudar as pessoas”, conta. A professora é antenada nas redes sócias, mas afirma que a internet para as crianças precisa ser equilibrada, considerando que a educação requer atenção. É católica, devota de Santa Terezinha e empenhada nas atividades da igreja, onde é professora de catequese, ministra da palavra, palestrante do curso de batismo e realizadora de cursos de experiências de alfabetização. Gosta de viajar e sempre embarca com as amigas que tem há mais de 40 anos, em 2016 foram para França, Espanha e Portugal e em 2018 o destino será a Itália, onde pretender ver o Papa Francisco. Na cozinha ela faz pernil, roscas, doces e salgados, diz que é uma terapia e que adora preparar quitutes. Elvira sente-se realizada e feliz com sua trajetória: “Deus colocou na minha vida tudo que eu preciso e acho que ele sempre nos dá mais do que merecemos e quero desfrutar levando para outras pessoas o que há de melhor em mim também”. Sonhadora e com sábias palavras, a educadora revela o que deseja para o futuro. “Eu quero que os sonhos que a gente tem em relação à educação se realizem. Que o Brasil seja realmente um país onde a escola seja para todos. Que o professor sinta que ele é alguém que ensina, mas que também é alguém que aprende, jamais somos os donos da verdade, sempre estamos em crescimento, não somos acabados, nossa vida a cada dia ganha alguma coisa há mais”, encerra Elvira que segue determinada em fazer a diferença na vida das pessoas, exercendo sua filosofia de sempre fazer o bem.

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lza pizeli diniz (in memoriam)

Elza Pizeli Diniz foi uma mulher pioneira e dedicada à saúde de centenas de moradores de Lagoa da Prata. Seu amor ao próximo durante toda a vida sempre foi um exemplo, mesmo nos dias mais difíceis, sempre teve uma palavra amiga, um gesto de carinho e uma preocupação imensa com todos os pacientes. Admirada pelas pessoas próximas, em especial pela família, ela viveu para espalhar o bem e semear um legado que até hoje é lembrado por quem a conheceu. Filha de Ernestina Pizeli Pinto e José Ramos Pinto, nasceu em 24 de novembro de 1936. A infância foi de muitas limitações ao lado dos cinco irmãos, mas desde menina já ajudava em casa. “Nossa vida toda foi nessa casa, na Praça do Cruzeiro. Éramos muito próximas e brincávamos na praça. Ela gostava de tudo, tinha um alto astral demais. Éramos uma família muito pobre. Nossa mãe ficou viúva cedo, então ajudávamos nas despesas. Elza trabalhou na lavoura da cana e aos 17 anos começou na Usina Luciânia”, lembra Maria da Penha Pinto, a irmã que a acompanhou a vida toda. O emprego também deu à jovem uma oportunidade, logo ela foi convidada para a farmácia da usina. “Ela era empenhada demais. Fazia tudo com muito cuidado. Nessa mesma época ela conheceu o chefe do salão de açúcar, o Antônio Diniz Costa, namoraram e se casaram. Ele morava na vila, o casamento foi em casa mesmo, feito pelo Monsenhor Alfredo”, recorda. O casal, com

muito sacrifício, comprou uma casa na Rua Sete de Setembro, esquina com Rua Santo Antônio. Mais tarde, vieram morar na esquina da Rua Modesto Gomes com a praça. Elza foi convidada nos anos 1960 para trabalhar na Policlínica de Lagoa da Prata. Nesse tempo também fez cursos na área de saúde. Sempre empenhada, era estudiosa e procurava se aperfeiçoar com frequência. Dividia o tempo entre cuidar dos pacientes e a família. “Ela fazia de tudo lá, era coordenada, aplicava injeção, cuidava do tratamento dos hansenianos, tuberculosos e doentes mentais”, destaca a irmã, que também foi trabalhar com ela. “Havia uma necessidade de carinho e atenção. Os pacientes eram fechados, tinha muito preconceito naquele tempo com quem tinha hanseníase. Eu e ela cuidávamos deles e iniciamos toda semana uma reunião para arrecadar dinheiro para cestas básicas. Alguns não tinham nem o leite para tomar o remédio e fomos bater na porta da Embaré, que prontamente nos ajudou. Assim fizemos com outros parceiros e criamos o núcleo especial para essas pessoas”, conta com saudosismo a companheira de Elza, que não esquece o empenho que tiveram para tratar aqueles pacientes com discrição. Católica, dedicada à igreja e participante de grupos de casais, Elza era devota de Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio. O altar com as imagens dos santos ainda

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está na casa da família e a filha dela, Kênia Maria Diniz Xavier, guarda com carinho as lembranças que foram deixadas. “O zelo dela com o trabalho era invejável. Muitas vezes os pacientes não vinham tomar o remédio e ela ia atrás deles, nas casas. Sabia que eles tinham de comer, às vezes dava do próprio dinheiro para eles comerem. O seu João e dona Inez Prado ajudaram muito essas pessoas também. É inexplicável, sabe? Eu chegava da escola e me fazia sentar com ela apenas para conversarmos. Tinha uma preocupação. Minha mãe não tinha defeitos, era uma amiga, confidente, ela me ajudava muito, era uma inspiração”, relembra. Em 1987, o marido de Elza faleceu, a perda repentina lhe causou muito sofrimento. Para fugir da dor, encontrou no trabalho ainda mais força para cuidar das pessoas. “Foi uma fase que ela foi guerreira, ficou desamparada, passou por um momento muito difícil. Parece que ela ficou sem chão. Meu pai era um grande apoiador dela”, fala emocionada a filha. Elza era tão dedicada ao próximo que ao redor da Praça do Cruzeiro era normal baterem em sua porta pedindo ajuda. E ela, não media esforços para curar ou amenizar as doenças. Bem humorada, adorava futebol (torcedora fanática do Atlético Mineiro), carnaval e Copa do Mundo. “Quando eu morrer você pode ir cantando carnaval atrás”, brincava ela com a família. Kênia se casou com 22 anos, com Valdez Xavier, e nesse momento mais uma prova de amor. “Ela me disse que era para eu entrar com meu tio na igreja, mas eu

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não quis, para mim era ela que representava tudo de bom que estávamos vivendo naquele momento e assim foi. Você não acredita no que ela fez para realizar meu casamento. Teve o maior zelo e cuidado e organizou tudo. Conseguiu fazer uma cerimônia linda mesmo a gente tendo tão pouco. Eu sinto saudade de tudo da minha mãe”, descreve com lágrimas nos olhos a filha que considera o amor passado por Elza como algo singular e de grande exemplo para todas as famílias. “Ela viveu para nós, os netos Flávia e Antônio Augusto eram sua paixão. Era uma pessoa querida por todos! Se pudesse definir ela em uma única palavra, eu usaria amor, o amor dela era incondicional pela família e todos que a cercavam”, completa. Em 15 de setembro de 2013, Elza morreu vítima de um infarto. Partiu sem dizer adeus, com a mesma discrição com a qual tratou gerações de pacientes. As memórias dessa mulher não se perderam, nem serão esquecidas. Seu nome batizou a Unidade de Saúde SAMU da cidade, uma justa homenagem para quem se dedicou tanto a Lagoa da Prata. “Minha mãe levou uma vida atuante de prestação de serviços humanitários, ora como agente de saúde, ora como cidadã voluntária, em primeiro lugar, sempre interessada no bem estar do ser humano, fazendo o bem sem olhar a quem”, encerra Kênia, que guarda na saudade as melhores recordações de uma mulher exemplo de vida.


Por Fábio Barbosa

M

aria marta vidal

Maria Marta Vidal é uma mulher de garra e determinação. Sua trajetória de vida é uma narrativa empolgante que ela conta com muito orgulho. À frente do seu tempo foi uma das principais líderes sindicais na região e ao mesmo tempo uma mãe acolhedora e compreensiva. Na educação, é considerada ícone em Lagoa da Prata e não é à toa que ocupa uma cadeira na Academia de Letras do município. É poetiza, escritora e professora inesquecível de várias gerações. Filha de Prudentina Maria de Jesus e Silvano Vidal, foi uma menina muito ligada à família. Mas na adolescência tomou uma atitude que para a época foi um escândalo. “Minha mãe era evangélica, por isso eu era considerada um tanto rebelde. Fugi de casa aos 15 e casei aos 16 anos com Laerte Vidal de Oliveira. Ele tinha 21 anos na época. Foi uma paixão forte. Ele é meu primo primeiro. Estudei depois de casar, pois estava ocupada com outras coisas. Estudei o magistério aqui no Colégio Nossa Senhora de Guadalupe. Tive minha primeira filha e a levava comigo para estudar. Depois fiz o curso de Letras em Formiga e engravidei da terceira filha. Tive meus três filhos estudando: Priscila, Roberta e Carolina”, lembra Marta que sempre quis ser professora. “Era uma vontade indescritível. Eu amava ser professora. Sempre gostei de brincar de escola, sempre fui boa leitora. Tinha uma vontade muito grande de estudar. E meus pais, apesar de analfabetos, davam muito valor ao estudo. Fiz curso de Pedagogia em Itaúna e pós-graduação em Psicopedagogia e ainda hoje, sempre estou estudando, fazendo algum treinamento, eu sou uma estudiosa da

educação”, destaca. Professora durante 23 anos, ministrou aulas na roça e até na universidade. Mas seu espírito inovador lhe fez sair das salas para lutar por um ideal maior. “Os 20 anos que liderei greve em prol da educação, lutamos e acreditamos numa educação de qualidade e transformadora. Eu sofri muita perseguição. Fui muito prejudicada profissionalmente e moralmente, mas foi de grande valia na minha vida. Se tivesse de passar por tudo isso de novo, eu passaria. A educação em Lagoa da Prata melhorou, graças ao período de lutas no fim da ditadura e início da Nova República. Em 1979, lutamos não só pela democracia, mas pela educação. Foi um período áureo. E tivemos avanços”, conta Marta, que em 1987, por se identificar com a filosofia, se filiou e ajudou na construção do Partido dos Trabalhadores. “Ajudei na construção do partido naquela época, era um discurso de ética e avanços. O PT prometia na época algo transformador e por ser defensora dos fracos e oprimidos, como professora eu fazia parte dessa classe, então me identifiquei. Depois que ganhou a eleição foi outra coisa! Fiz parte da Executiva do PT em Minas Gerais e fui expulsa em 2000, porque apoiei o candidato a prefeito Lucas Resende aqui em Lagoa, pois tinha propostas concretas para a educação e o outro candidato não”, lamenta. Em 1991 Marta foi a primeira diretora eleita do Colégio Nossa Senhora Guadalupe. Mas seu envolvimento com as greves seria um problema. “Em 1993 liderei greve e fui retirada da direção. Fui candidata

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em 1994 à deputada federal, mas não ganhei”, lembra. A professora se doou pelas causas que lutou, era dedicada e empenhada nos movimentos, mas em casa faltava compreensão. “Meu ex-marido não gostava, tivemos muitos atritos. Ele tinha vergonha porque o povo falava mal de mim. Minhas filhas iam comigo para as greves, cantavam comigo. Foi muito sofrido! Ele não tinha estrutura, fiz parte das mulheres que começaram a trabalhar fora. Eu era muito destemida. Acreditava que ia fazer alguma coisa para mudar. Ele foi então se afastando e acabou”, fala emocionada a mulher que nunca foi agredida, mesmo nas manifestações mais tensas e considera o movimento um aprendizado, uma aula de cidadania para a época. Em 2004 foi eleita para a Academia de Letras de Lagoa da Prata, onde ocupa a cadeira Clarice Lispector. “Eu noto que as pessoas não entendem muito minhas poesias, elas não são populares. Quando a gente escreve a gente se expõe muito. Escrevi para jornais, nunca gostei de me expor, e depois comecei a não falar direto, criava então um personagem e fazia parábolas, mas de forma didática. Escrevo no Facebook e compartilho algumas poesias”, destaca Marta que tem dois livros finalizados e prontos para impressão. “Eu escrevo por necessidade. Não tenho com quem falar. O papel aceita meu pensamento sem me condenar. E quando a gente escreve é para expor ideias, sentimentos das nossas observações do mundo e das pessoas. Converso comigo mesma e o papel é uma terceira pessoa. Como educadora, não acredito que você muda o comportamento das pessoas por lei. Ao contrário, isso precisa ser ensinado, com leitura e conhecimento. Tenho dois livros escritos com o tema diversidade e acho importante que um dia sejam publicados”, revela. A filha mais velha de Marta, Priscila, sofreu muito preconceito. O que era um tema delicado na rua, em casa nunca foi tabu. “A maior facilidade que tive de

aceitar a Priscila foi pelo meu lado cristão. Deus não faz diferença entre as pessoas. Quando Priscila contou que era homossexual, não tive reação nenhuma, não fiquei triste, nem nada. Eu já sabia que ela era assim desde pequena. Isso é normal! Não me abalou em nada, a gente sabe que existe preconceito porquê existe uma falsa moral. Jesus nos ensinou a amar as pessoas, sejam elas como forem. O pai nunca aceitou”, revela a mãe que ainda completa: “Preconceito é coisa de gente pobre intelectualmente, nós somos iguais, o nascer e morrer é a maior prova de que não somos nada. Não é dever do cristão condenar, é dever pregar a genuína palavra de Deus, pois é ela que nos ensina amar todos os pecadores e rejeitar o pecado”. Com 65 anos e muitas histórias para contar, Marta continua sendo uma entusiasta da educação. Acredita que podemos transformar o mundo com gestos simples e ensinamentos. “A criança educada em casa e ensinada na escola será um adulto melhor. As mazelas da nossa sociedade são consequência da falta de investimento na educação. Investem muito mais para ter ganho político do que para transformar os indivíduos em cidadãos conscientes e críticos. Queríamos uma educação transformadora. Se o mundo fosse ético existiria menos desigualdade. Eu estou na educação por um ideal revolucionário, quero formar cidadãos éticos, indiferente de sistemas ou partidos”, ressalta a professora que se considera hoje mais realista, precisamos acreditar no ser humano. “Tenho certeza de que vamos continuar fazendo nossa transformação através da ética. Deus transforma as pessoas, isso é ética para os céticos. As coisas ruins vão continuar e o que eu penso é que enquanto educadora tenho que fazer o possível e o impossível. O possível todo mundo faz. Tanto pai e mãe, quanto professores, acreditar no ser humano e na possibilidade de transformar-los para melhorar o mundo. Temos de seguir, tentando fazer o bem até chegar a nossa hora de partir”, encerra.

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leuza Maria Ribeiro Lacerda Data de nascimento: 22/04/1939 Data de falecimento: 18/03/2002 Nome do marido: José Luís de Lacerda (Zé Branco) Nome dos pais: Maria da Gloria Araújo Ribeiro e João Alfredo Ribeiro Nome dos irmãos: Maria José (Zezé), Jefferson, Mauro, José Octaviano (Zezinho), Hélcio e Maria das Graças Nome dos filhos: Rogério, Rodrigo, Roberto, José Luiz (Dudé), Cristiano e Claudia Nome dos netos: João Paulo, Ana Luiza, José Luiz Neto, Fernanda, Rafael, Elciane, Bruna, Rodrigo, Clarice, Sara e Leticia Formação acadêmica (onde estudou e onde se formou): Cursou Magistério na escola Nossa Senhora de Fatima, internato em Santo Antônio do Monte. Onde nasceu e onde passou a infância: Nasceu em Itapecerica e passou uma parte da infância em Bueno Brandão, logo depois veio para Lagoa da Prata onde ficou até o dia de sua morte. Quando conheceu o marido, quando se casaram, onde e como foi o casamento? Se conheceram em Lagoa da Prata frequentando o clube lagoense, e durante o footing na praça da igreja matriz. Quando namoravam ele ia até o colégio que ela estudava para fazer serenatas. Quais as funções que ela exerceu na área da educação? Professora do ensino fundamental e Secretária Municipal de Educação Ela trabalhou em outra área que não essa? Era uma artista, fazia cartazes com uma caligrafia linda, panos de pratos decorados com pintura e crochê, artista de quadros, licores de diversos sabores até enviados para o exterior. Como ela era como mãe? Uma mãe extremamente carinhosa e dedicada. Pulso firme, porém doce. Como mãe e esposa foi Amélia... Na cozinha, como ela era? Era sensacional na cozinha. Não sabia cozinhar antes do casamento, depois aprendeu muiiiiiitíssimo bem, dominou fogão e temperos, doces dos mais diversos.

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Qual o prato que ela mais gostava de fazer e de


apreciar? Não gostava de cebola. Seu prato principal eram comidas bem temperadas e fartas. Feijão com toicinho, lasanha, bacalhoada, feijoada, frangos, bifes... difícil! Doce era sua paixão. Era avessa a dietas. O que a irritava? Não gostava de ser contrariada. Era questionadora e indignada à injustiça independente da origem. E o que a deixava muito feliz? Estar com a família e defendendo aquilo em que acreditava. Ela gostava de viajar? Esteve em algum lugar que se encantou? Adorava viajar e conhecer lugares diferentes e interessantes, gosto eclético, de monumentos, museus, shoppings, restaurantes, até a Rocinha no Rio de janeiro a fascinava. Ficou apaixonada pelo Pelourinho. Ela era vaidosa? Sim, mas na medida certa, não era escrava dos padrões de beleza e não se importava com moda. Foi uma mulher muito bonita. Qual era a relação dela com religião? Temente a Deus sobre todas as coisas, era devota de Nossa Senhora das Graças e Santo Antônio (alcançou muitas graças). E com política? Sempre acreditou na causa de se trabalhar em favor dos desfavorecidos, se aproximou nos últimos anos do PT, se envolveu mais profundamente através de seu irmão Zezinho Ribeiro. Como ela não está aqui é impossível saber sua reação a contundente esculhambação que se revelou a realidade na administração pública.

O que ela gostava de fazer nas horas de lazer? Pintar e cuidar de suas flores. Adorava as orquídeas.

Ela gostava de alguma bebida? Licor, que ela mesma fazia.

Ela tinha algum perfume favorito, alguma cor favorita, algum cantor ou cantora favoritos? Cor vermelha. Gostava de MPB, gostava muito do Ney Matogrosso (foi em um show dele e ficou apaixonada) Ela gostava de festas, de dançar? Adorava festas, músicas, dança, comidas, bebidas, era bem extrovertida. Ela era uma festa. Eu gostaria que cada filho a descrevesse, em suas opiniões pessoais, em apenas uma linha. Cláudia: Um exemplo de mãe, de mulher e de pessoa. A mulher mais fantástica que conheci. O espelho de amor, dedicação, força, trabalho e doçura. Rogério: Uma mãe maravilhosa, uma pessoa extraordinária, valeu à pena ser filho dela. Saudades. Dudé: Minha mãe foi e é a minha única inspiração, eu devo tudo que eu sou a ela. Roberto: Minha mãe, meu maior exemplo de força, garra, ética. Rodrigo: Os homens são o que as mães fazem deles. Tudo o que sou ou pretendo ser devo a ela. Minha mãe foi a mulher mais bela que conheci. Cristiano: Minha mãe não era perfeita, mas totalmente autentica, pura de coração, não carregou pecados maiores, talvez a gula por ser amante da boa mesa, ou ser preconceituosa a atividades físicas e esportivas, também um pouco de ingenuidade. Não se contentou com meios termos, viveu meio que no “ou vai ou racha”, não teve saída, esforçadíssima às causas em que acreditava. Viveu inúmeras dificuldades e lutou contra todas, muitas vezes batalhou e sofreu sozinha, sem deixar transparecer suas dores, não culpou ninguém por suas dificuldades e seguiu sendo divertida, interessante, criativa e caprichosa, contrariou a futilidade, nunca esmoreceu, contudo, merecia mais, muito mais. Protegeu os filhos acima de si mesma. Tenho certeza que teve muitas aprazias e que foi feliz, mas nada fácil portarse a ser a Dona Cleuza, estufou as veias, trabalhou cansada, doente e se machucou... ela não precisava ter feito tudo na raça, deveria ter sido menos guerreira, seriamos menores, mas ainda a teríamos! Sua falta prematura me perturba, porque eu, meus irmãos e meu pai devemos muito a ela, foi ela quem nos deu os primeiros e principais motivos de nos sentirmos especiais! Valeu Cleuza Maria!

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E e oliveira

liana Maciel

Idade: 66 anos Filhe de: Eli Maciel e Ana Maciel Irmã de: Elio, Sueli, Eli Filho, Anaeli, Eliziana, Keli e Elias Mãe de: Tiago e Isabela Avó de: Ayana e Zayden 01 – Onde nasceu e como foi a infância? Nasci em Lagoa da Prata. Tive uma infância tranquila entre as casas de meus avós maternos (José Alves e Maria Portuguesa) e meus pais. Morei com os meus avós até os meus 14 anos. Bons tempos! 02 – E a adolescência? Voltei para meus pais quando nasceu meu irmão Keli. Minha adolescência se deu entre a família, amigos, escola e foi vivida intensamente. Tempo feliz! 03 – Onde estudou (desde o jardim de infância, até a faculdade)? Sempre estudei em escola pública. Ótimas escolas! Grupo Dr. Jacinto Campos, não me esqueço da Dona Conceição Rodarte e Maria Eunice Bernardes. Escola Nossa Senhora de Guadalupe. UFMG – Escola de Educação Física.

04 – Você se mudou de Lagoa para estudar? Sim, me mudei para Belo Horizonte para estudar.

05 – Qual foi o seu primeiro trabalho e que profissões ou profissões já exerceu? Escola José Teotônio de Castro foi meu primeiro trabalho como professora. Sempre fui professora.

06 – Atualmente você trabalha? Atualmente sou aposentada.

07 – Você já morou em outras cidades ou países? Sempre morei em Lagoa da Prata e Belo Horizonte. 08 – Lagoa é famosa pela beleza das mulheres e com recorrência, você é citada como referência nesse quesito. Você chegou a participar de concursos no segmento? Fale sobre isso? Sim. Participei de concursos em Lagoa da Prata e do Glamour Girl de Minas Gerais à época coordenado pelo colunista social Nicolau Neto, do Jornal Estado de Minas. Trouxe o título para minha cidade e no ano seguinte fui a várias festas pelo estado sempre acompanhada por amigos. Foi um tempo muito especial para mim.

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09 – Quando se casou, como e onde foi o casamento? Casei-me em Lagoa da Prata na igreja São Carlos Borromeu. Recebemos os amigos no clube Lagoense, foi uma grande festa. Estou casada há 45 anos. 10 – Você é vaidosa? Penso que sou vaidosa o suficiente para me cuidar. Gosto de roupas e calçados que me deem conforto. 11 – Você sabe cozinhar? Qual o seu prato favorito? Sempre cozinhei. Gosto de ver a família reunida, e a mesa é sempre um ótimo lugar para estar juntos. Até hoje não recebi reclamação da bacalhoada e rabanada que faço (risos)!

12-O que não pode faltar em sua geladeira? Na nossa geladeira não pode faltar queijos.

13-E em sua bolsa? Na minha bolsa? Filtro solar e cartão de crédito.

14- E em sua vida? Na minha vida nunca pode faltar família e amigos.

15- Qual a sua relação com política? Sempre gostei de política, afinal não vivemos sem ela. Infelizmente, hoje como a maioria de nós brasileiros só sinto decepção. Ainda assim procuro estar sempre informada e não deixo de desejar que políticos melhores e mais corretos possam conduzir nosso pais. 16- E com religião? Religião pra mim é necessária. Aceito e respeito todas as escolhas, mas sou e sempre fui católica.

Fale um pouco sobre sua mãe: Ana Gomes Maciel Meu avô, José Alves, veio para o Brasil em 1930. Tentava uma vida melhor no Brasil, deixando para trás o filho Joaquim e dona Maria grávida. Minha mãe nasceu e viveu em Portugal por 5 anos sem conhecer o pai que voltou em 1935 para buscar a família. Viveram primeiramente em Carmo do Cajuru. Na época, José fornecia os dormentes para a construção da estrada de ferro e seguindo a construção da estrada veio com a família para Lagoa da Prata. Aqui viveram, criaram a família, ajudaram a construir nossa cidade. Só voltaram a Portugal em duas oportunidades. Ana conheceu Eli vindo de Luz para trabalhar na casa Paim de Tote Paim. Casaram se em tempos de pouco dinheiro e muito trabalho. Aqui se realizaram, tiveram 5 filhos. Eli e Ana foram pioneiros no Clube Recreativo Lagoense, Rotary Club, Lions, SOS, Cursilho, Núcleo do Câncer e na vinda da Cia Telefônica para Lagoa da Prata. Hoje ainda mantem o bom humor e a unidade dos filhos em volta dela.

17- Infelizmente a vida tirou três de seus irmãos, ainda jovens. Como foi e é lidar com esta situação? Realmente, Elizinho, Elias e Eliziana nos deixaram muito jovens. A partir daí nossa mãe se desligou de viver. Sofremos muito, mas aceitamos o que não podemos mudar. A saudade é e sempre será imensa. Eles estão sempre presentes na nossa vida. Em paz! 18-Você tem arrependimentos? Não tenho arrependimentos. Só tenho muito a agradecer. 19- Se pudesse voltar no tempo, gostaria de reviver? Se pudesse voltar, reviveria minha própria vida. Penso que não mudaria, pois viver é cometer erros e acertos. 20- Você gosta de viajar? Qual um lugar que te surpreendeu positivamente e qual te decepcionou? Já viajei bastante, é tudo de bom. Não deixo escapar as oportunidades que surgem. A Turquia foi uma surpresa muito positiva. Voltei às aulas do prof. Afondo e viajei na história. Quando em viagem procuro o positivo dos lugares, pois ele existe. De toda experiência sempre fica a lembrança, e muita história para contar, viajar é sempre enriquecedor.

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na Isabel A de Miranda (Anita) Ana Isabel de Miranda, conhecida como Anita, é uma das professoras inesquecíveis de Lagoa da Prata, seu amor pela educação é tamanho que passou mais de 10 anos trabalhando, mesmo depois de aposentada. É daquelas mulheres simples, mas que com meia hora de prazo, como diz em Minas Gerais, nos encanta com uma a sabedoria que acumulou ao longo dos anos. Filha de Ana Bernardes de Moraes e Orcine Moraes, nasceu no dia 02 de julho de 1930, em Martins Guimarães. A família era grande, 13 irmãos, que se revezavam ajudando os pais na fazenda e no pequeno comércio que tinham no centro do vilarejo. “Eu cresci lá, tive uma infância boa, era um povoado. Naquele tempo ficávamos muito em casa, não tinha tanta diversão. As meninas ajudavam no serviço doméstico e os meninos na lavoura e nas coisas de roça. Meu pai vendia o que era produzido na fazenda para os moradores e o pessoal do trem de ferro que parava na estação”, recorda Ana Isabel que foi estudar em Santo Antônio do Monte (MG) e depois em Florestal, onde se formou em Pedagogia. Nesse período conheceu o marido, Pedro Miranda. Os dois se apaixonaram e casaram. Da união nasceram quatro filhos: Arnaldo, Ana Rita, Andrea e Ângela. “Casei em 11 de janeiro de 1949 e comecei a dar aulas na escola de Martins Guimarães. Eu achei bom, tinham muitos alunos e gostava de ensinar. Depois fui dar aula no Córrego Alheio e em Sobrado, lá fundei uma escola já que não tinha escola nenhuma. Comecei a lecionar para 100 alunos”, conta. A família ficou no vilarejo de Sobrado até o início dos anos 1950 e a professora sofreu uma perda prematura. O marido morreu com apenas 39 anos, vítima da doença de chagas. “Fiquei eu com quatro crianças para cuidar. Eu dava aula e sempre ia lá olhar a fazenda. Tivemos uma relação muito boa. Pessoa muito companheira e carismática, mas que me deixou muito cedo”, lamenta Ana Isabel, que criou os filhos sozinha, trabalhando e administrando os bens que conseguiu adquirir. A pequena casa onde sempre morou foi

Por Fábio Barbosa

derrubada e ela construiu um imóvel maior, com dois pavimentos. Católica e frequentadora das missas aos domingos acredita que tudo que conseguiu superar e conquistar foi presente de Deus. Nos anos 1970 foi contratada para ser educadora na Escola Teotônio de Castro, o lugar onde trabalhou praticamente a vida toda. “Eu era tranquila com os alunos, ministrava aula de primeira à quarta série, de todas as matérias. As turmas em média tinham 35 alunos. Lecionei 55 anos e quando completei 70, em 2000, me aposentei. Mas continuei lá como amiga da escola e voluntária até início de 2016”, conta com orgulho a professora que é querida na cidade. Todos esses anos dedicados à educação lhe rederam o reconhecimento de gerações de alunos e profissionais da escola. Na despedida, recebeu o carinho de todos que muito além de gratidão, agradeceram a contribuição ímpar desta mulher para o ensino público em Lagoa da Prata. “Eles fizeram muitas homenagens para mim na escola. Foi um tempo feliz. Sinto falta, só não fui mais por que cai, senão ainda estava lá. Gostava muito das minhas diretoras. A educação foi muito importante na minha vida, sempre gostei de estudar, agora que não estou conseguido ler muito mais”, revela Ana Isabel que tem como livro de cabeceira a autobiografia do cunhado, Otacílio Miranda, e revistas. Além de se manter informada acompanhando diariamente os telejornais e vez ou outra uma novela. Realizada por ter criado os filhos e ser uma educadora reconhecida, a professora é ligada em tudo que acontece ao seu redor, em especial nos assuntos em Brasília. Durante nossa conversa ela destacou que os políticos precisam olhar com atenção para a saúde e educação. Mas que para melhorar mesmo, segundo ela, é necessário uma força de Nossa Senhora Aparecida, sua santa de devoção. “Espero que Deus me ajude e dê forças, eu quero viver muito ainda”, fala a mulher que cumpriu sua missão como mãe e agora tem a responsabilidade de ser exemplo para sete netos e seis bisnetos.

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Maria Maia LEite

Por Fábio Barbosa

Maria Maia Leite foi uma professora de datilografia que formou gerações de profissionais em Lagoa da Prata. Era rígida e perfeccionista no trabalho, esposa dedicada, mãe amorosa e exímia pregadora da palavra de Deus na Igreja Presbiteriana. Nasceu em 26 de maio de 1928 em Morada Nova, no Ceará. Filha de Alberta Senhorinha Lima e Victor Maurício Maia, era a filha mais velha de 13 irmãos. A família nordestina, enfrentando a seca e falta de dinheiro, mudou em 1944 para Barra do Corda, no Maranhão. O trajeto até lá, feito inicialmente em um caminhão pau de arara e depois a pé, em estrada de chão, levou mais de um ano, com meses de intervalo morando em Pedreiras e depois Lima Campos. “Maria estudou no colégio de freiras, no São José da Providência. Ia sempre com ela ao colégio deixá-la. Tivemos uma vida muito sofrida na infância. Quando mudamos para o Maranhão andamos uma semana numa estrada, nosso pai ia caçar e pescar para ter comida. Ela, como era mais delicada, foi em cima de um jumento. Dormimos ao relento, perdemos nossos irmãos que adoeceram, tudo em busca de uma vida melhor”, relata Julieta Maia Pacheco, de 85 anos, umas das irmãs. Maria sempre gostou de estudar, ajudava a família e vendia pimenta para comprar livros. No colégio aprendeu datilografia, conhecimento que anos mais tarde seria de grande valia em sua vida. “Ela foi ser professora no grupo escolar Frederico Figueira. Lá conheceu o Messias Leite, que estudava no Instituto Maranata. O pai dele, José Leite, havia doado o terreno dessa escola”, conta Julieta. “Ele era interno. Eles namoravam escondido. Se encontravam na casa da dona Maria Felipe. Era um outro tempo. Casaram lá em 1948 e mudaram para Chique Chique, na Bahia. E lá eu nasci, mas ficaram por pouco tempo. Então foram para Pirapora (MG) onde nasceu meu irmão, Silas. Depois para São Vicente (SP), lá meu pai quis concluir o curso superior de teologia, moramos cinco anos e nasceu a Liliam”, revela Joanice Maia Leite, a filha mais velha. Na capital paulista, Maria estudou o curso de teologia, acompanhando o marido em algumas disciplinas, mas não concluiu. “Eles investiram nos estudos. Ficaram lá até 1961. Depois disso, papai que já era pastor, teve um convite para ir para várias cidades e visitou algumas delas. E quando veio aqui, ficou apaixonado por Lagoa da Prata. Ele então preferiu ficar e mudamos em 1963”, lembra Joanice, que fala com orgulho dos feitos da mãe. “Ela fundou a primeira escola de datilografia, que dava curso de auxiliar de escritório e muitos outros. As pessoas faziam o curso e já saiam empregadas. Ela era muito rígida. Só passava na prova quem realmente sabia datilografar. Tinha de saber fazer recebido, procuração, atestado, etc”, recorda a filha, que

também foi aluna e ajudou na Escola Triunfo de Datilografia. O educandário que preparava os jovens lagopratenses funcionou em três pontos diferentes e se tornou referência na região no ensino profissional. “Meu pai construiu essa casa, na Avenida Getúlio Vargas, e em cima o salão que foi a escola. Eram 60 máquinas de datilografia, tinha mimeógrafo, máquinas de somar. Ela ensinava tudo. Boa parte dos profissionais da época se empregou graças a essa escola. Os bancos vinham aqui em busca dos alunos que mais tarde se tornaram profissionais”, lembra. Professora dedicada, Maria adorava corrigir provas. Levava tudo para casa e após o descanso do almoço, colocava todas em cima da mesa e com atenção, dava as notas. Nada passava aos seus olhos. Toda essa rigidez era compensada com aulas que ficaram na memória dos alunos. “Meu pai era pastor em Divinópolis também. Sempre estava por lá e ela o acompanhava, as vezes pregava, participava dos grupos da igreja, sempre muito ativa e envolvida com as pessoas”, destaca Joanice que lembra o choque que foi quando Messias faleceu, em 1996. “Meu pai morreu de câncer, foi tudo muito difícil. Isso deixou ela muito abalada”, relata a filha que dois anos mais tarde também perdeu o irmão. “O Silas morava na época nos Estados Unidos e morreu em um acidente de moto em Houston, em 1998. Isso foi um baque ainda maior para ela. Com o tempo foi entristecendo. Era muito ligada a eles”, lamenta Joanice que viu a mãe adoecer e fez de tudo para ajudá-la. Mas o Alzheimer avançou rápido. “Foi muito difícil, mas ela nunca nos esqueceu, de conhecer a mim e minha irmã”, recorda emocionada. Maria era mulher de fibra, sem medos e educadora nata, de uma geração de nordestinos que saíram de sua terra para desbravar o Brasil. Em Lagoa da Prata plantou uma semente e apesar da distância, nunca esteve ausente e sempre ajudou os pais e irmãos. “Além de ser uma excelente educadora foi uma grande líder na Igreja Presbiteriana. Fazia festas de natal para as crianças, acompanhava meu pai nas visitas dele como reverendo. Seus alunos sempre eram gratos, escreviam cartas de agradecimento. Um dos alunos nos contou recentemente que só conseguiu o emprego no banco graças às aulas dela. Esse reconhecimento, mesmo depois de todos esses anos, é muito gratificante”, encerra Joanice, que guarda em casa medalhas, certificados e placas que a mãe recebeu ao longo da vida.

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M

aria aparecida rezende ribeiro

Idade: 62 anos Sou filha única e tenho uma irmã do coração, Zezé. Nome dos pais: memoriam) e D. Conceição

Sr.

Sebastião

(in

Nome dos filhos e netos: Filhos: Gustavo Resende Ribeiro e Henrique Resende Ribeiro Netos: João Pedro, Vitor, Sofia e Francisco. 01- Onde você nasceu e como foi sua infância? Nasci em Santo Antônio do Monte e morei na fazenda Grotadas até os 07 anos. Minha infância foi muito boa. Na fazenda tinha sempre a companhia dos meus primos e primas. Aprendi a nadar e andar de bicicleta. Brincava demais em Santo Antônio do Monte, brincava nos quintais das minhas avós e tias. Brincava nas voçorocas (buracões). Realmente a minha infância foi muito alegre, divertida e saudável. 02- Onde você passou a adolescência e qual lembrança de destaque desta época? A minha adolescência passei em Lagoa da Prata, pois nos mudamos em 1966, estava com 11 anos. Vivi intensamente e muito feliz: muita praia, bicicletas, muitas “horas dançantes” e muitos bailes. 03- Em quais escolas estudou, desde o jardim de infância? Primário: Grupo escolar Amâncio Bernardes, em Santo Antônio do Monte. 1º Ginásio: Colégio Nossa Senhora de Fátima (colégio da Dona Maria de Castro), em Santo Antônio do Monte. 2º,3º e 4º Ginásio: Colégio Estadual Nossa Senhora de Guadalupe, em Lagoa da Prata. Colegial: Colégio Nossa Senhora do Monte Calvário, em Belo Horizonte. Faculdade: Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), em Belo Horizonte.

se houve festa e onde foi a mesma? Conheci meu marido em Lagoa da Prata. Éramos amigos de adolescência. Começamos a namorar em 1972, já morando junto em BH. Namoramos 5 anos. Casamos em 1977, na Igreja Matriz São Carlos Borromeu, em Lagoa da Prata. A festa foi na fazenda Grotadas, com muito churrasco, leitoas, etc.. 06- Qual foi seu primeiro trabalho? Meu primeiro trabalho foi numa equipe de pesquisa que funcionava na Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas (FAFICH), em BH. 07- Você é voluntária da Fundação Chiquita Perillo há quanto tempo? Sou voluntária da fundação Chiquita Perillo desde 1990(28 anos).

04- Você se mudou para a fim de estudar? Mudei para BH em 1970 para fazer o científico e faculdade.

08- Você participa de alguma outra entidade ou associação beneficente? Nós (eu, Carlinhos e filhos) estamos ajudando com muito empenho no SOS.

05Quando conheceu seu marido, quanto tempo de namoro até o casamento, onde foi o casamento,

09- Com frequência você organiza grupos para viagens religiosas. Para onde são essas viagens?

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A primeira peregrinação foi em 1996, para Roma e Medjugorje. Foram várias. A última foi para Jubileu da RCC em Roma e Terra Santa, em 2017.

Sempre tenho algumas frutinhas na geladeira: melão, abacaxi, damasco e outras. Sempre picadas para não ter preguiça de comer.

10Como você avalia as experiências das pessoas que fazem esse tipo de viagem? Além de uma viagem excelente experimentamos, através da visita aos lugares sagrados, o amor do nosso Deus. É uma experiência inesquecível, pois fazemos um encontro pessoal com Deus e com o próximo, que são os peregrinos. Experimentamos sentimentos de doação, paciência, alegria, unidade e muitos outros.

11- Qual a sua religião? Sou Católica Apostólica Romana.

12- Você se envolve muito com os padres e acaba por se tonar amiga deles. Quem foi um cuja partida foi muito sentida? Temos (eu e minha família) um carinho muito grande com os padres. Temos amizade com muitos Padres. Dos Padres que tenho muitas saudades, pois já partiram para a eternidade, o Padre Ênio de Formiga, o Padre Wander de Lagoa da Prata e o Padre Leo da Canção Nova. 13- Você acha que a modernidade e a tecnologia estão diminuindo a fé das pessoas? Acho que a modernidade e a tecnologia, bem usadas, podem ajudar muito as pessoas a entender, abrirem-se e a divulgarem a fé. O que atrapalha, e muito, a fé é o comodismo e individualismo que as pessoas estão vivendo. Cada um no seu “mundinho” muito confortável e nem lembram de Deus e do próximo. Isto sim, faz com as pessoas tenham menos fé.

18- E para onde viajou e não gostou? Não tem esse lugar. Sempre procuro encontrar algo de bom e belo nos lugares que viajo.

19- O que a deixa irritada? Desorganização me deixa muito irritada.

20- E o que te faz relaxar: Uma taça de vinho tinto. Muito bom!

21- Qual um livro imperdível? A “Bíblia Sagrada”, em primeiro lugar. Depois, um livro que amo reler e dou sempre de presente, “História de uma Alma”, de Santa Terezinha do Menino Jesus. 22- Você sabe cozinhar? E qual é seu prato favorito? Sei cozinhar. Meu prato preferido é massa e carne de cordeiro.

14- Você é vaidosa? Vaidosa? Esta palavra é pesada! Tenho sim muito cuidado com meu corpo e lógico com minha alma. Mas gosto muito de um batom, de creme e de um brinco! (risos) 15- O que não pode faltar em sua bolsa? Não pode faltar o “terço” (que gosto muito de rezar). E, como eu disse, não pode faltar o batom, creme e um espelhinho.

17- Qual um destino inesquecível no exterior? Sou encantada com tudo na Itália!

16- E em sua geladeira?

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Em poucas palavras nos defina: CASAMENTO: É muito bom! Mas é um eterno aprendizado de amor, doação e respeito. FILHOS: São tesouros. Uma benção! NETOS: Tesouros mais repletos de preciosidades. Benção dobrada! AMIGOS: É muito bom tê-los! Não saberia viver sem eles! DINHEIRO: Muito bom, sendo bem usado. POLÍTICA: A meu ver seria como ser voluntário, ter caridade. Se doar para o bem da comunidade. Espero que esta palavra “política” soe assim um dia. FÉ: “A Fé vê o que os olhos não veem”. UM CHEIRO BOM: De jasmim. UMA FRASE E OU UM PENSAMENTO: “A vida é para aprender a amar!” (Dom Helder Câmara)


e escolhi o curso de Letras, mas depois troquei de curso e me formei em Pedagogia; desde 2009, atuo com educação a distância no Ensino Superior.

cida

07- Atualmente, quais são suas atividades com educação? Sou coordenadora de Polo em Lagoa da Prata e Patos de Minas pela Faculdade Internacional Signorelli. Ofertamos cursos de Pós-Graduação EAD e neste ano implantamos a Graduação EAD no polo Lagoa da Prata. 08- Você atua como professora de Yoga. Quando se interessou por essa área? Sim, sou formada em Yoga e especialista em Hatha Vinyasa Yoga pelo maior centro de yoga da América Latina. Fiz as formações nos últimos 3 anos com o propósito de compartilhar com os lagopratenses os benefícios desta técnica milenar que tanto bem me faz. Eu pratico yoga há mais 10 anos e eu interessei pelo yoga porque eu era muito agitada, nervosa, irrequieta; então eu precisaria de algo que fosse além do corpo físico. Meus pensamentos eram acelerados e isso me deixava muita ansiosa. Tive uma crise de ansiedade e descobri uma gastrite nervosa. Após o tratamento, o médico disse: Você é tão nova, vá praticar yoga. E eu fui e estou até hoje (risos). 09- Profissionalmente, como é seu trabalho com o yoga? Dou aula de segunda a sexta-feira no meu Estúdio Namastê. Tenho dezenas de alunos, mas só dou aula de manhã e noite! Recentemente, reinaugurei o meu estúdio em um novo endereço uma vez que na Clínica Eh Viver não havia um espaço maior para ampliar meu estúdio. Até dezembro de 2017 não havia vagas para novos alunos. Portanto resolvi mudar de endereço para aumentar a FAMÍLIA NAMASTÊ. Em janeiro de 2017 iniciei também o projeto “Yoga para Todos, mais Yoga, por favor.” na Praia Municipal. Os aulões na Praia são gratuitos, uma vez por mês e no domingo. Foi um sucesso e vamos continuar neste ano. 10- Você tem um corpo escultural. Como faz para se manter em forma? Jura? Eu não acho rsrs; Eu já fiz dietas malucas quando era mais nova. Foi aos 26 que resolvi mudar um pouco minha alimentação, participar de corrida de rua e bike. Foi assim que acelerei meu metabolismo, emagreci e estou pelejando até hoje para manter (risos). Depois dos 32 o bicho

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pega! Não tudo um po zero açúcar semana e f muito tamb

11 M

12 Qu

13 Ne

14 Se sempre me mestre! Tod Frequento aprender e religião.

15 Ne Somente.

16 da educaçã A públicos in necessidade

17 Sim

18 É merece. A v

19 Sim

20 Nã evoluir espi até agora.


como centro estético (o primeiro de Lagoa da Prata, fazem 27 anos) e possui parceiros de trabalho que engrandecem e oferecem vários serviços da área de beleza. Temos parceria com profissionais de tratamentos capilares (cabeleireiras Tamara Amaral e Vanessa Oliveira e personal hair - Rômulo Arantes), Dr. Eduardo de Barros (botox, preenchimentos e procedimentos estéticos) Dra. Claudia Santos (aplicação de Skin Buster e procedimentos estéticos) e empresa Decold de depilação a laser. Especializamos-nos em tratamento faciais como: limpeza de pele, tratamentos personalizado (exclusividade Bellapele) tais como: clareamento rejuvenescimento, tratamento para acne (cravos e espinhas além de design de sobrancelhas e maquiagem.

10 - Você é vaidosa? Sou muito vaidosa! Curto muito cuidar de mim Isso foi o que me atraiu em estética! Amo muito esse ambiente, as novidades e os resultados!

11 - Você acredita que as pessoas hoje exageram na vaidade e deixam de lado a questão da saúde? Hoje a questão da saúde está muito bem informada a nova geração está antenada com o que existe de mai novo para nutrição, cuidados com a alimentação, com o corpo, comportamento. O que se exagera é na questão simples e original do ser humano: querer ser eterno, não aceitar envelhecer. Não saber envelhecer e, por causa disso exageros são cometidos e permitidos em função de uma aparência sempre jovem! E nesse exagero em defesa da aparência, cometem-se erros gravíssimos contra a saúde.

Idade: 48 anos Filha de Antônio Rezende Filho e Maria Teresinha Sampaio Rezende

12 - Quais são dicas de cuidados com a pele que todos deveriam seguir? Sem dúvida: comece a cuidar de sua pele o quanto antes. No Brasil não temos a cultura de usar cremes para o rosto. Existem mitos tipo: creme faz mal a pele da criança ou de que se começar a usar cremes muito cedo, fará mal. Isso é uma bobagem e um risco! Usar os produtos corretos para a idade e tipo de pele, faz milagres e quanto antes melhor E cuide de seu bom humor! O bom humor em TODAS a situações da vida faz rejuvenescimento instantâneo!

Irmã de Leticia Sampaio Rezende, Luiz Antônio Sampaio Rezende, Sergio Sampaio Rezende e Henrique Sampaio Rezende. Avós Paternos: Antônio Rezende e Julia Melo Rezende Avós Maternos: Floriano Geraldo Sampaio e Guiomar Lima Sampaio

13 - Sua filha Maria Júlia tem se dedicado à música. Como você vê essa escolha?

Mãe de Maria Julia e Cecilia Maria

estética e cosmética? Ao trabalhar com minha tia (Eunice Resende) que oi a primeira esteticista de Lagoa da Prata. Uma história bem bonitinha e que gosto de contar: minha profissão foi em resposta a uma oração. Por ter começado a trabalhar muito cedo e precisando de um novo trabalho, estava em oração, pedindo a Nossa Senhora uma orientação, quando recebi a visita de minha tia, me propondo trabalhar com ela para posteriormente ocupar seu lugar. Minha profissão sempre foi abençoada!

09 - Você é sócia da clínica Bellapele. Há quanto tempo existe essa empresa e quais os produtos e serviços que ela oferece? Eu sou proprietária da empresa Bellapele Estética. Hoje não possuo mais sócios. A empresa já foi também uma oja de cosméticos e perfumaria, mas hoje se estabeleceu

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VTrindade Braga icentina

Data de nascimento e falecimento: 25/04/1934 e 20/11/2001 Nome dos pais: Querino Pedro Trindade e Amélia Maria de Maura Nome do marido: Rafael Carlos Braga Nome dos irmãos: Maria Madalena Trindade (Nininha) e Maria Vitória Trindade Nome dos filhos: Ailton; Sueli; Amilton; Olinda; Amélia; Arailton; Aparecida e Rita. Nome dos netos: Bruno; Aryana; Rafael; Rafaela; Jéssica; Michelle; Jáver Jr.; Daniel; Fellipe; Ana Luisa; Gabriel; Laura; Elisa; Davi; Janusa; Tassiana (in memorian) Nome dos bisneto: Anitta; Manuela; Rafael; Samuel; Lucas; Maria Clara; Luísa e Gabriel. 1- Onde nasceu e onde passou a infância? Nasceu em Lagoa da Prata e sua infância foi na Fazenda Bom Jardim (município de Luz)

profissão já atuou? Seu primeiro trabalho foi como professora na escola rural de Bom Jardim. Escola da qual foi a fundadora, vendo a necessidade dos moradores dessa comunidade, principalmente das crianças.

2- E a adolescência? Na adolescência mudou-se para a Fazenda Bom Jardim, onde morou até a fase adulta em que 6- Quando conheceu o marido, quanto se casou. tempo ficaram casados, como e onde foi o casamento e se teve lua de mel? 3- Onde estudou desde o jardim de Se conheceram quando ela tinha 18 anos. infância? Ficaram casados durante 45 anos. Se casaram aqui Estudou na Escola Dr. Jacinto Campos mesmo e não viajaram na lua de mel. 4- Ela chegou a se formar em algum curso superior? Não fez curso superior, apenas curso de Magistério na cidade de Luz.

7- Qual foi a relação dela com a religião? Mulher de fé. Católica, muito católica. Era devota de Nossa Senhora Aparecida. Sempre que tinha uma oportunidade gostava de ir ao Santuário de Aparecida (SP) para prestar uma homenagem a 5- Qual foi o primeiro trabalho e em qual Santa.

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8- Qual foi a relação dela com política? Não tinha uma relação direta com a política, mas, como boa cidadã que era, estava sempre antenada aos candidatos. Gostava de dar opinião, pedia votos e tentava influenciar os filhos e vizinhos para votarem em seu candidato.

13- Ela manifestava ter arrependimentos? Sim. Manifestava ter arrependimento de abandonar a profissão de professora depois que os filhos começaram a nascer.

14-Ela gostava de viajar, de dançar, de música? 9- Ela sabia cozinhar? Qual era o prato Gostava sim. Adorou conhecer o mar favorito? quando foi a Salvador. Gostava muito de ouvir Cozinhava muito bem. Seu prato favorito Roberto Carlos e Clara Nunes. era frango, quiabo e angu. 15- Ela era uma mulher mais reservada 10- O que a deixava irritada? ou era expansiva com a família, com os amigos e Mentiras, falsidade e quando chegava o final nos lugares que frequentava? de semana e ela não tinha companhia para levá-la Ela era uma mulher alegre, expansiva, pro rancho que temos na beira do São Francisco. gostava de rir, contar casos. Era muito caridosa sempre ajudando os mais necessitados. 11- E o que a deixava feliz com facilidade? Estar no rancho a deixava sempre com um 16- Qual era o estilo dela se vestir? sorriso no rosto e quando via a família toda reunida, Vestia-se com muita simplicidade. principalmente no Natal onde realizávamos o amigo secreto que ela adorava. Até hoje mantemos 17- Como ela era como esposa? essa tradição. Amorosa, dedicada, trabalhadora sempre ajudando meu pai. 12- Ela era vaidosa? Ela era muito vaidosa. Quando jovem 18- E como mãe? gostava de estar sempre de batom, vestidos lindos. Era uma super mãe. Dedicada, paciente, Era tão bonita com seus olhos verdes que as pessoas amorosa, orientadora e conselheira nas decisões diziam que ela se parecia com a Marta Rocha, que dos filhos. Foi o porto seguro dos filhos enquanto foi eleita Miss Brasil naquela época. viveu.

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Andreza Amaral

Por Fábio Barbosa

de oliveira gonçalves

A jovem Andreza Amaral de Oliveira Gonçalves chama atenção pela beleza. Mas além disso é uma mulher inteligente, objetiva e com uma imensa vontade de conhecer o mundo. É filha de Dirce Amaral de Oliveira Gonçalves e Clóvis Gonçalves e estuda o curso de direito, uma área que sempre foi apaixonada, por ser uma verdadeira devoradora de livros. “Sou uma pessoa super impulsiva, determinada, eu sou aquela pessoa que quando quer alguma coisa, faz o possível para conseguir. Eu luto muito atrás dos meus sonhos e sonhos loucos, que podem demorar, mas eu sei que vou realizar. Meu próximo será pular de paraquedas, é um medo que eu tenho, mas eu preciso superar. Então tento cada dia mais superar este medo. Me considero uma pessoa muito carinhosa, leal e descontraída”, conta com bom humor Andreza que teve uma infância em Lagoa da Prata cercada pelo amor da família e com boas histórias para contar. “Era uma menina muito levada. Minha irmã era mais quietinha e eu o contrário. Minha mãe uma vez, quando éramos pequenas, ia para um casamento e me deu um batom para brincar. Ela achou que eu não iria abrir a tampa e abri. Me sujei toda”, lembra. E as aventuras da menina não paravam por aí, subia em árvores, pulava, corria, andava de bicicleta. Era preciso fôlego dos amigos e primos para acompanhá-la! Na adolescência trocou as brincadeiras pelos livros. Leu tudo que podia. E alguns títulos bem avançados para a idade dela. Só não gostava de matemática, mesmo assim nunca deixou de ter boas notas. “Nessa época ficava mais em casa, assistindo filmes e lia muitos livros. Sempre gostei muito de ler. Gosto de escrever também. Meu livro favorito é O Príncipe, de Maquiavel. Também O Vento Levou e Comer, Rezar e Amar, que sou apaixonada. Esse livro inclusive me inspirou muito. Eu queria fazer a mesma trajetória que a personagem fez no livro e no filme, eu amo comer e viajar”, destaca a jovem que na mesma época teve uma das maiores oportunidades de sua vida, ser modelo profissional. “Quando eu tinha 17 anos uma agência aqui de Lagoa da Prata me levou para a Mega Models e entre 22 mil meninas, foram escolhidas 20. E eu estava entre elas. Já fiquei louca com isso, por que sempre gostei de tirar fotos aqui na cidade, mas era tudo por hobby. Gostava de maquiar, sempre fui assim. Passei no teste e eles me mandaram perder quadril, perder medidas, emagrecer. E como sou muito determinada, perdi 10 quilos. Quando emagreci e voltei lá, conheci outra agência que me convidou para participar de um grande desfile em Belo Horizonte. Fui pra lá, passei em três seleções, desfilei para um

estilista de São Paulo e foi muito legal”, conta Andreza que recebeu logo em seguida um convite irrecusável da Agência Zuri, uma das mais importantes do país. “Eles queriam que eu fosse para a Índia ficar três meses lá. E eu estava com muita vontade de ir. Mas como ainda não tinha terminado o ensino médio, eu tava preocupada com isto e acabei não indo. Mas hoje ainda é uma coisa que eu gostaria de realizar. Na época eu não estava preparada para ir, agora, um tempinho depois, já estou preparada”, ressalta. Recusando um convite que para muitos seria a maior oportunidade da vida, Andreza resolveu estudar Direto e se tornou sócia da irmã, Angélica, na Realiza Consultoria. “Trabalho há cinco anos com minha irmã. Eu vivi tudo que ela viveu aqui no escritório desde o começo e ajudava a abrir as contas. Nos duas formamos essa equipe, cada uma com seu jeito. A gente se completa, cada uma com suas diferenças e qualidades”, destaca a jovem que em 2017 fez intercâmbio na Austrália e ficou ainda mais apaixonada por viagens. “Fui sozinha e voltei com a cabeça cheia de coisas novas. Lá é um pais incrível, muitas praias, é um pai exótico demais. Quero ir para Bali, para a África também, meu sonho é conhecer o mundo e ainda vou realizar”, reforça. E para quem pensa que por ter sido modelo, Andreza mantém uma dieta rígida e regrada, está enganado. “Gosto de comer tudo, não sou uma pessoa fitness”, revela. Entusiasmada com o trabalho e com o curso, pretende advogar e dividir o tempo entre os tribunais e viagens. Mas reforça que para o futuro dela e de todos nós, é preciso que cada um faça mais do que o necessário: “O mundo precisa de mais amor. Quero fazer trabalho voluntário, ajudar o próximo. Todos nós deveríamos fazer isso”.

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E

Por Fabrício Azevedo

UNICE PEREIRA

Conhecemos a Eunice pessoalmente ao marcarmos a entrevista para esta revista. A nome dela já conhecíamos pelo seu histórico na APAE. Não tínhamos dúvida de que ela seria uma mulher que muito bem representaria tantas outras por vários motivos. Um deles é o fato de ela vir de uma família que, segundo ela, era “bem pobre” e muito batalhadora. Eunice tem um neto com cromossomopatia e autismo. Por obra do destino ela já estava na APAE quando o neto nasceu. Nunca questionaram isso e consideram o fato, ou a consciência, uma ação de Deus e um presente para a família. Esse fato nos foi dado logo no começo da conversa e eu já tinha certeza de que coisa boa viria na reportagem que apresentamos a seguir. Eunice está com 52 anos e é filha do Sr. João Pereira e da Sra. Antônia Maria. O pai faleceu há cerca de 20 anos. Ele era pedreiro e a mãe era lavadeira. Tiveram 10 filhos. Eunice é a quinta. Seus irmão são Helenice, Neíde, Sirlene, Marta, Simone, Elizabeth, Sandra, Moisés e Carlinhos, que faleceu com 4 anos de idade. Sandra também é falecida. Eunice nasceu em Lagoa, teve uma ótima infância apesar das dificuldades, como a família era grande e unida, as brincadeiras eram ótimas, sendo ótimas também as lembranças daquela época. Eunice entre os sete e oito anos de idade começou a trabalhar como babá de uma cliente de sua mãe. Também trabalhou como doméstica, em lojas de financiamentos e ainda adolescente, aos 18 anos, começou a trabalhar na APAE. Era um salário quase simbólico. Isso foi há 33 anos e entre funcionária e colaboradora, ela está por lá até os dias atuais. O neto, Pedro, está com nove anos de idade. Ainda na gestação da mãe, Andréa, o bebê foi diagnosticado com a Síndrome de Down. A aceitação de toda a família foi tranquila. Nesse caso, a lei até permitia o aborto, pois havia a confirmação da doença. Andréa era menor de idade. Tudo conspirava de forma negativa, mas nem ela nem a família, em momento algum, pensaram na possiblidade de interromper a gestação. A benção veio e o Pedro é alegria da família. Eunice também é mãe de Roni Ribeiro, que é cantor e de Agnaldo. Tem mais três netos, Ana Clara, Samuel e Caleb. Com um largo sorriso ela admite que cozinhar não é seu forte. Até cozinha, mas não faz sucesso como algumas das irmãs que são exímias cozinheiras. E um frango ensopado com macarrão é seu prato favorito. Já se envolveu com política e chegou a se filiar ao Partido dos Trabalhadores. Chegou a ajudar líderes do partido, distribuir panfleto e outras atividades. Todavia, ficou só nisso seu envolvimento. Atualmente tem ressalvas com relação ao partido, mas acredita que ele, em seu início, tinha ideais mais sólidos e ajudou a melhorar o país. Tem na figura do ex-Presidente Getúlio Vargas, um exemplo de político, que mesmo em ditadura, ajudou muito os trabalhadores. Atualmente trabalha no CEMAE, que é o Centro Municipal de Atendimento ao Educando, e é voluntária na

ASAP, que é a Associação Autismo de Possiblidades. Nesta entidade, ela faz avaliação, orientação de pais e em outras atividades. A Associação foi fundada há quase três anos, por ela, pela Laura Borges e pelo Everton. A sede funciona em uma sala, que é emprestada por um colaborador, e lá, além das atividades burocráticas, tem um bazar fixo de artesanatos. A ASAP tem um terreno, mas ainda não conseguiram construir a sede. Estão em busca de recursos para conseguirem o propósito o mais rápido. Pretendem, na nova sede, criar uma clínicaescola, onde será possível atender com maior conforto e desenvolver as possiblidades das pessoas que ali buscam atendimento. A ASAP tem uma conta onde todos podem fazer doações. Eunice salienta que a ASAP é formada por pais de crianças com transtorno de espectro autista. Todos são voluntários e engajados com os mesmos propósitos. Uma vez ao ano, eles realizam um seminário para discutir temas como inclusão escolar e vários outros temas importantes. Inclusive, a formação e área de atuação de Eunice são, justamente, na inclusão escolar e social, visando até posicioná-los no mercado de trabalho. Eunice assegura que não é vaidosa, apesar de estar sempre com um “batonzinho” um “perfumezinho” e sempre com uma roupa confortável e apresentável. Deduzimos: ela é vaidosa sim, só que não sabe. Mas o importante é que nessa mulher de conversa mansa, de jeito simples, estão fortes referências de doação e de voluntariado. Que a história de Eunice e de tantas outras, sirvam de exemplo para que mais e mais pessoas ajudem ao próximo! Parabéns Eunice! Para ajudar a ASAP as doações podem ser feitas na conta da Associação no banco Lagoacred, conforme dados abaixo: Conta corrente: 284890 Agência: 4113 Banco: 756 Qualquer doação é muito bem vinda!

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M de carvalho castro aria das neves

1- Onde nasceu e onde passou a infância? Nasci e passei a minha infância nas fazendas Basílio e Sarandi, ambas no município de Luz-MG. 2- E a adolescência? Nos internatos de Dores do Indaiá (Internato São José) e de Divinópolis (Instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração), para eu ter oportunidade de estudar, uma vez que meus pais moravam na Fazenda Sarandi. 3- Onde estudou desde o primário e qual a formação acadêmica? Iniciei meus estudos com Dona Marta, professora que ministrava aulas particulares em sua casa, próximo à fazenda de meus pais. No terceiro ano primário fui para o Internato de Dores do Indaiá e estudei na Escola Normal Oficial Francisco Campos até a quinta série. No Instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração (Divinópolis) cursei da quinta a oitava série do 1º Grau. Em Luz, no Colégio Dom Manoel Nunes Coelho, fiz o curso de Magistério e Escola Técnica de Contabilidade. No Instituto de Educação de Minas Gerais, em Belo Horizonte, cursei Pedagogia. Fiz também o curso de Direito na FADOM, em Divinópolis. 4- Qual foi o primeiro trabalho e o que fez com o primeiro salário? Meu primeiro trabalho foi como professora de Ciências de 5º a 8º série no Colégio Dom Manoel Nunes Coelho, em Luz. Com meu primeiro ordenado, como toda jovem, devo ter renovado meu guarda-roupa.

Idade: 75 anos Nome dos pais: Josafá Antônio de Carvalho e Josefina Rosa de Carvalho Nome dos irmãos: Ailton Fernando de Carvalho, João Antônio de Carvalho, Roberto Garcia de Carvalho, Neiva Garcia de Carvalho, Leonardo Garcia de Carvalho Nome do marido: Antônio José de Castro Nome dos filhos: Cassia Caryne de Castro Araújo, Tônia Carla de Castro, Carlos Eduardo de Carvalho Castro, Caroline de Carvalho Castro, Kennedy Fontayne de Carvalho Castro Nome dos netos: Ana Clara de Castro e Braga, Clarissa de Castro e Braga, Anna Luisa Rodrigues de Carvalho Castro, Saulo de Castro Araújo, Matheus Henrique de Paiva Castro, Rafael Alves de Carvalho Castro, Mariana de Carvalho Castro Araújo, João Pedro Alves de Carvalho Castro, Milena de Carvalho Castro Diniz, Thiago Magno Veloso de Castro, Davi Carvalho Castro Diniz E os netos do coração: Lucas, Jacob e Gabriel Nome da bisneta: Laura Moreira Castro Irmã de alma e de luta: Maria do Carmo de Jesus (Naná)

5- E na área de educação, qual seu primeiro trabalho? Já iniciei minha vida laborativa na área educacional. 6- Quando descobriu que a Educação era sua vocação? Sempre fui muito pragmática. Queria mesmo era ser médica. Tinha fascínio pelas Ciências, principalmente o estudo do corpo humano e tinha ótimas notas nessa matéria. Na impossibilidade de cursar Medicina, cujo curso só havia em Belo Horizonte, fui para a área do Magistério. 7- Em que locais e cargos atuou na área educacional? 1º - Escola Dom Manoel Nunes Coelho (Luz): Ciências de 5º a 8º série e professora de 1ª a 4ª séries (Educação de Adultos). 2º - Escola Estadual João César de Oliveira em Contagem – MG: Supervisora escolar 3º - E.E. Alexandre Bernardes Primo (Lagoa da Prata): Supervisora Escolar. 4º -E.E. Dona Tilosa (Lagoa da Prata): Supervisora Escolar. 5º -E.E. Nossa Senhora de Guadalupe (Lagoa da Prata): Supervisora de 1º e 2º graus 6º -Professora de Didática e Diretora Escolar em períodos distintos. 7º -E.M. Dr. Jacinto Campos (Lagoa da Prata): Diretora Escolar.

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8- Em se tratando do tema, qual a atividade que mais gostava e qual era uma que não gostava tanto? Gostava de ser professora. Amava ensinar e aprender com meus alunos. Gostava de vê-los crescer e de ver seus olhos brilharem quando descobriam coisas! Em cada área que atuei sempre havia como colaborar com a educação. 9- Qual é o maior problema da Educação no Brasil e em Lagoa da Prata? São muitos os problemas, mas o crucial é o dos currículos, que muitas vezes tornam o aprender um verdadeiro suplício. Ensina-se não para a vida, mas para passar nos vestibulares. Não há prazer, nem atrativos no aprender, daí vem o desinteresse, com o consequente abandono da escola ou formação de profissionais descomprometidos. 10- Quando conheceu o marido? Quando e onde se casou, se teve festa e se teve lua de mel? Conheci meu marido em Luz, seu pai tinha uma fazenda lá. Ele trabalhava na Santa Casa de Luz, na farmácia, como balconista. Ele era locutor no cinema de Luz (Cinelux), de propriedade do dono da Santa Casa. Casamo-nos em Bom Despacho e não houve festa. A lua de mel foi em Belo Horizonte. 11- Qual a sua relação com a política? Sou apartidária, mas sou política, pois o homem é um ser político. Defendo a democracia, a liberdade em sua plenitude com responsabilidade; prezo a honestidade, a moral e os costumes e amo minha pátria. 12- E com a religião? Sou Católica Apostólica Romana. Sou Ministra da Palavras na Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus há uns dez anos. Tenho bom relacionamento com as igrejas cristãs e respeito os praticantes de todos os credos. 13- Você sabe cozinhar? Qual a sua especialidade e qual seu prato favorito? Faço o necessário para reunir a família aos

domingos. Meu prato favorito são os doces, sem exceção.

14- Você é vaidosa? Poderia ser um pouco mais.

15- O que a deixa irritada? Teima de crianças e de adultos e injustiça.

16- E o que a deixa feliz com facilidade? Demonstração de carinho e o merecido sucesso alheio. Ver o fruto do meu trabalho na vida de tantos exalunos que hoje se destacam na sociedade. Também sou muito feliz lendo livros, especialmente de contos e poesias. Escrever também me deixa feliz. Publiquei minha autobiografia em 2013 intitulada “Olho de gato, rabo de tatu”. Isso me deixou feliz pelo retorno dos leitores. Mas o que me deixa mais realizada é o convívio com a família. 17- Você tem arrependimentos? Acho que todo mundo tem. Dos meus erros, peço perdão a Deus e procuro me perdoar também. 18- Você gosta de viajar? Qual o lugar inesquecível, um que não gostou muito e qual um destino que adoraria conhecer? Não gosto de viajar, prefiro meus refúgios, minha casa e minhas fazendas. Um lugar inesquecível: as praias quase desertas de águas quentes da Bahia. 19- Se pudesse voltar no tempo, gostaria de reviver o quê? Não gostaria de reviver nada, pois procuro viver o melhor possível cada etapa de minha vida e viver por inteiro. Assim uma vez vivido é o bastante! 20- Qual uma frase ou pensamento que você de que você gosta e que tenha ou norteie sua vida pelo seu teor? “Para ser feliz você eleva ou abaixa seus desejos ao nível de suas possibilidades”.

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A de almeida santana lexandrina 27/10/2013

15/06/1925

Nome dos Pais: Antônio José Vieira e Pedrolina de Almeida Vieira Nome do marido: Aloisio Xisto Santana (in memoriam) Nome dos irmãos: José de Almeida Vieira, Maria Almeida Vieira (in memoriam), Josefa e Maria Vitoria de Oliveira Nome dos filhos: Ângela Marcia de Moura, Clara Eloisia Santana Valle, Maria Eliza Santana Gontijo, Ana Lúcia Santana, Maria Cristina Santana Pacheco Duarte, Regina Aparecida Santana, Jaqueline Almeida Santana Oliveira, Maria Helena Santana Rodrigues, Marcio Xisto Santana, Aloisio Xisto Filho e Jaime Xisto Santana. Netos: Rogerio de Moura, Rossane de Moura Correa Sodré, Igor Santana Valle, Mariele de Santana Gontijo, Ana Maria de Santana Rodrigues, Heloisa Helena Gontijo de Carvalho, Elimar Rezende de Santana Gontijo, Christianne Santana Gontijo, Lino Marcos de Santana Gontijo, Adriane Santana de Castro, Ana Cristina de Castro, Cristiano Santana de Castro, Paulo Roberto Santana Rodrigues, Mario Heleno Santana Rodrigues, Vinícius Santana Pacheco Duarte, Gustavo Xisto Santana do Valle, Gabriel Santana Oliveira, Ana Clara Santana Oliveira, Paulo Vitor Mesquita Santana , Maria Clara Mesquita Santana, Daniela Ribeiro Santana, Sandra Ribeiro Santana, Renata Ribeiro Santana, Cassia Ribeiro Santana, Ricardo Xisto Santana, Rodrigo Xisto Santana, Fernando José Santana, Maria Eduarda Santana, Larissa Carolina Miranda Santana, Aloisio Junio Miranda Santana, Felipe Augusto Miranda Santana, Melyssa Miranda Santana, Barbara Miranda Santana e Arthur Xisto de Santana Chagas. Bisnetos: Bianka Oliveira Gontijo, Davi de Oliveira Gontijo, Giovana de Oliveira Gontijo, João Paulo Gontijo Silva, Luiz Roberto Gontijo Silva, Isabella Gontijo Rodrigues, Catherine Gontijo Rodrigues, Mariah Gontijo de Carvalho, Vitor Gontijo Quintana, Miguel Gontijo Quintana, Cecilia Arruda Gontijo, Laura Rezende Santana, Lucas Rezende Santana, Geovana Castro Magalhaes, João Paulo Sodré, Carolina Sodré, Gabriel Santana Castro Couto, Ronaldo Afonso do Couto Neto, Gabriel Alves Rodrigues, Leticia Alves Rodrigues, Isabela Rodrigues, Pedro Santana Gontijo de Melo, Julya Luiza Gomes Miranda, Heitor Miranda Silva, Luiz Fernando Reis Araújo Santana, Michel Santana Oliveira e Élcio Santana Mesquita. Tataranetos: Ravi Pietro Lima Resende de Oliveira.

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1-Onde ela nasceu e passou a infância? Nasceu em Lagoa da Prata, onde passou toda infância e adolescência. 2-Onde estudou e até que série cursou? Cursou até quarta série primária, que era o estudo mais avançado da época. Muito inteligente, gostava de ler e escrever, foi evoluindo seus conhecimentos pela leitura.

9- O que a deixava feliz com facilidade? Ver a família reunida.

10- Ela gostava de viajar? Qual foi o lugar que ela gostou muito? Ela gostava muito de viajar, e a viagem que ela mais gostou foi quando foi aos Estados Unidos, onde lá permaneceu com seu filho Márcio por um mês.

3-Quando conheceu o marido, onde e quando se casaram? Houve festa e lua de mel? Conheceu seu marido Aloisio Xisto Santana aqui mesmo em Lagoa da Prata, quando o mesmo vindo transferido de Divinópolis para trabalhar na Rede Mineira Viação (R.M.V) como telegrafista.

11-Ela teve algum envolvimento com alguma associação ou entidade beneficente? Sim, o Núcleo do Câncer.

13- Fale um pouco do saudoso Xisto Santana. Foi um homem honesto, trabalhador, de caráter ilibado, sempre dedicado a ajudar o próximo, marido exemplar, pai amoroso, engajado em obras sociais, sempre trabalhou em prol de uma sociedade melhor.

4- Por quanto tempo ficaram casados? Ficaram casados por 65 anos.

5- Ela sabia e gostava de cozinhar? Qual era sua especialidade e qual era o prato favorito? Excelente cozinheira, especialista em bolo de limão, uma delícia, pão de queijo e tutu de feijão, ninguém fazia igual. 6- Ela era uma mulher vaidosa? Era vaidosa, gostava de estar sempre bem vestida, cabelos e unhas arrumados, cremes pra pele. 7- Qual era a relação dela com a religião? Era profundamente ligada a religião católica, onde juntamente com o esposo e amigos ajudou a fundar o E.C.C. (Encontro de Casais com Cristo) em Lagoa da Prata, fez parte dele participando de encontros por muitos anos. Participou também do E.A.C. (Encontro de Adolescentes com Cristo), onde fazia palestras, e participava de reuniões. De uma fé inabalável tinha seus horários de rezar durante o dia e a noite. Através de sua fé alcançou uma graça imensa na família em favor de um dos filhos. Fez parte do Núcleo do Câncer. De um coração bondoso com os assistidos pelo Núcleo do Câncer, que muitas vezes madrugada adentro saia para aplicar injeção naqueles que não mais suportavam as dores da doença.

8- O que a deixava irritada? A mentira.

12- Como era a relação dela com o marido? Era uma relação de muito amor e companheirismo.

14- Ela era uma mulher introvertida ou extrovertida? Era muito extrovertida, alegre, se comunicava muito bem com todos, deixou um círculo de amizade muito grande. 15- O que ela gostava de fazer como lazer? Gostava de ouvir músicas religiosas, e outras músicas antigas, chegando até a dançar. 16- Ela tinha outra habilidade além da culinária? Sim, gostava muito de fazer pintura em tecido. 17- Ela manifestava algum arrependimento? Não, nunca. Sempre foi uma pessoa firme nas suas atitudes e decisões. 18- Ela gostava de algum perfume, de algum tipo de roupa especial? O d’Azur- Lacône Paris- Eou de Toilett, presente da neta Ana Cristina de Castro que reside na Europa, em Luxemburgo.

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19- Qual era o santo ou santos que ela era devota? Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro.


expressivo, no ano seguinte já estava no Colégio Nossa Senhora de Guadalupe, onde ministrava aulas para o curso de magistério. “Fui muito bem acolhida na escola. Era uma aluna que estava voltando, mas agora para ser colegas das minhas professoras. Eu dava aulas de Sociologia, Psicologia, Filosofia e Biologia Educacional. Trabalhava com matérias que eu gostava muito”, destaca Taty que por quatro anos foi vice-diretora e logo diretora. “Foi um desafio ser diretora, sabe? Era a maior escola da cidade, eu tinha como professora 34 alunos sob minha responsabilidade e a partir dali tinha mais de 1000 diretamente. Aprendi muito com meus colegas de profissão e os alunos”, reconhece a educadora que em 1995 se aposentou tendo a certeza de que cumpriu seu dever. Ligada à família e mãe protetora tem orgulho das filhas e mantem uma foto das três em seu escritório. “Elas significam tudo para mim. Filho é a maior dádiva que Deus pode nos dar a oportunidade de ter. Não existe nenhum bem maior, tenho três netos também, um deles com 19 anos que mora comigo, o Rafael Soares, a Isabelle e Eliz”, fala com carinho. “Ter filho é um presente, netos são dois presentes. É um amor sem limites. É mais fácil ser avó do que ser mãe. Eu estou vendo eles crescerem. Você curte muito mais. Não precisa ficar impondo limites e quando é preciso é um limite mais doce”, brinca. Em 1996 a família teve uma perda. O irmão de Taty, Antônio Eustáquio, foi assassinado. “Ele tinha envolvimento com drogas e as pessoas quando entram nesse mundo dificilmente conseguem sair e o mataram. Após isto, fui então fazer companhia para minha mãe e meu pai. Foi um processo difícil, eu e meu irmão íamos no fórum, nas audiências, foi muito sofrido. Mas minha mãe sempre dizia que ainda conseguia ser mais feliz do que a mãe dos dois assassinos. Fomos aceitando, vivendo a nova realidade”, revela. “Depois desse episódio tão triste queria fazer alguma coisa por

átima soares

a de Fátima Melo Soares, Taty, é uma mulher bem comum desde os tempos em que foi residente da Fundação Chiquita Perillo, é isita todos os dias pacientes em tratamento er, uma missão delicada que ela realiza com e muita atenção. Natural de Santo Antônio sceu em uma família de 11 irmãos: Camilo, Aparecida, Maria Claret, Libério, Antônio memoriam), Joana Darc, Eugênio, Geraldo, Paulo. É filha do casal Jandira Resende Melo elo e nasceu em 08 de abril de 1950. Passou nfância morando na fazenda Grotadas, onde udava os pais. tinha sete anos quando saiu de casa para ou esse apelido por que um dos irmãos não ar seu nome e o pai reduziu para facilitar o do menino. Foi morar na cidade com os ontijo e José Lucas Evangelista. Era estudiosa a sempre muito interessada em leitura, uma ais dedicadas da Escola estadual Amâncio mais tarde do Colégio Nossa Senhora de ava de matemática e português, eu lia muito. Castro que era diretora da escola nos levava ca e tínhamos um tempo para ler, era forçado não tínhamos muito o que fazer. Foi aí que ela leitura”, conta com saudosismo a mulher terminou o ginásio e junto com o pai veio goa da Prata. “Meu pai era aventureiro, ele udar, não queria mais morar lá em Santo Monte e mudamos. De imediato gostei da muito diferente de lá, onde costumes eram Em Lagoa as pessoas sempre foram mais ptivas”, recorda. a no novo lar foi cercada de amigos. Estudou magistério do Colégio Nossa senhora de frequentava o Clube Recreativo Lagoense. gumas festas, jogávamos pingue pongue, to divertido e tranquilo”, lembra Taty, que udou-se em 1970, agora para Belo Horizonte, um ano fez cursinho pré-vestibular e passou de Pedagogia na então UniBH. “Três irmãos m foram estudar em BH. Morávamos juntos, o de adaptação. Meu pai sempre falava muito ava estudar, fazer curso superior. Ele não essa necessidade nas filhas, nos incentivava ao lembrar que seu Ibrain foi seu grande Acadêmica dedicada, começou logo a Escola Professora Maria Belmira Trindade e uiu duas pós-graduações, em Administração ervisão Escolar. 1976 retornou para Lagoa da Prata e foi trabalhar na escola Alexandre Bernardes fabetização de adultos. No mesmo ano casou ter Soares Sobrinho e tiveram três filhas: l e Valéria. Por ter tido um desempenho

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marlene Irene de souza dias 81 anos Filha de Francisco Ferreira de Souza e Maria José de Souza Irmãos: Iracema, Darci, Dinorá, Davi, Walter, Aquitofel(Tofico), Paulo, Maria, Alice, Dondora e Franscisco Nome do esposo: Baltazar Dias De Souza Nome dos filhos: Magda, Marize, Maria Lúcia, Baltazar Júnior, Paulo, Carlos Netos e bisnetos: Vitor, Diogo, Gabriela, Igor, Athos, Paulo Henrique, Frederico, Caroline, Fabiana, Patrícia, Juliana, Adriana, Marcelo, Natália, Mikaela, Mariele, Gabriela, Daniela, Lucas, Douglas e Enzo 1- Onde nasceu e onde passou infância? Nasci em Moema, no dia 14/02/1937. Passei toda minha infância em Santo Antônio do Monte. 2- E a adolescência? Também em Santo Antônio, mesmo com as dificuldades da vida erámos muito felizes. 3-Onde estudou e tem curso superior Estudei em Santo Antônio, mas não me lembro do nome da escola, não tenho curso superior. 4- Qual foi o primeiro trabalho? Trabalhei na prefeitura de Moema. Fazia Alistamento para o Exército. 5-Durante muitos anos teve uma conceituada loja de tecidos e de roupas. Quando montou essa loja e por quanto tempo ela esteve em atividade? Em meados dos anos 70. Mantivemos a atividade por volta de 12 anos. 6-A loja foi pioneira em vender jeans, como a calça Us Top, que era o desejo da juventude. Como foi trabalhar com a moda? Era maravilhoso! Sempre gostei de vendas, minhas amigas brincavam que eu vendia até “avião caindo” ou “passarinho voando”, também tinha contato com muita gente e fazia muita amizade, viajávamos muito para fazer compras para a loja e era sempre uma festa quando chegávamos com mercadoria nova. 7-Quando conheceu o marido, quando se casaram, como e onde foi o casamento, teve festa e lua-de-mel? Em

1960 em Moema – MG. Minha mãe tinha uma pensão e meu marido havia ficado viúvo há pouco tempo. Ele era de Carmo do Paranaíba e quis dar um novo rumo em sua vida (ele era dentista). Então, foi para Moema e ficou hospedado na pensão, foi onde nos conhecemos. O casamento também foi em Moema e fizemos um almoço para família. 8 - Qual sua relação com a religião? Sou católica, me considero uma pessoa de fé. Assisto à missa e terços todos os dias, infelizmente estou acamada e não consigo ir à igreja, mas comungo toda semana.

9-E a política? Indiscutível.

10-O que te deixa irritada?Preocupação com a família. 11-E o que te deixa feliz com facilidade? Ver minha família reunida e feliz. 12-A senhora é vaidosa? Não me considero vaidosa, mas gosto de estar sempre bem arrumada, sou muito simples. 13-A senhora sabe cozinhar? Qual sua especialidade e um prato favorito? Sim, o que mais gostava de fazer era cozinhar para meus filhos, são muitas especialidades, mas as melhores são bolos, tortas, pudim, biscoito, pão de queijo e a melhor: frango caipira.

14-A senhora tem arrependimentos? Não.

15-A senhora gosta de viajar? Qual foi o lugar que gostou muito e o que não gostou? Sim, viaja muito para fazer compras para loja. Gostava muito de Belo Horizonte e não gostei muito de Uberlândia. 16-A senhora é uma pessoa mais reservada ou extrovertida? Reservada. 17-Qual é uma qualidade pessoal? Simpatia e solidariedade. 18-E Preocupada.

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qual

um

defeito

pessoal

assumido?


M

arli Aparecida borges bernardes

é seu nome completo, mas todos a conhecem como “ Marlizinha”! “Ela é uma pessoa querida na cidade, responsável pelo sucesso do cartão LAGOACRED CARD, venceu obstáculos, é uma mulher dinâmica e tem o perfil do que chamamos de ‘Mulher contemporânea’!” Quem a vê sempre sorrindo, agradável e elegante, não sabe que ela já passou por momentos difíceis. Um deles bem delicado. Aconteceu em outubro 2011, quando ela teve sérios problemas de saúde e não conseguia se alimentar em decorrência da cirurgia bariátrica (redução do estômago). Naquela época, ela estava muitos quilos acima do peso ideal e a decisão de se submeter à cirurgia se deram, primeiramente por questões de saúde, mas também por questões estéticas. Devido às complicações, ela chegou a correr risco de vida e o tratamento durou 60 dias, inclusive, com internação em São Paulo. Superada a gravidade da doença, graças a Deus, ela voltou com toda disposição para a vida familiar, social e também profissional. Marlizinha nasceu em Lagoa da Prata. Está com 52 anos. Estudou São Paulo e formou-se em Administração. Já morou em outras cidades como Belo Horizonte, Vila Velha-ES, São Paulo-SP, por motivos de Trabalho. É filha do Sr. Vitor Martins Borges e da Sra. Maria Elidia Borges. Tem dois irmãos: José Osvander Borges e João Valmir Borges. Conheceu o marido Otaviano em Lagoa da Prata no ano de 1980. Namoraram por seis anos e quatro meses e o casamento aconteceu em Lagoa da Prata no ano de 1987, na Igreja Matriz São Carlos Borromeu. A festa aconteceu no antigo clube recreativo de Lagoa da Prata e a lua-de-mel em Natal e Fortaleza. O casal não tem filhos. Marli é participativa na vida social da cidade. Já ajudou e ajuda em associações e entidades beneficentes. É vaidosa. Está sempre bem vestida e cheirosa. Sobre vaidade, ela diz que: Vaidade é tudo na vida de uma mulher, independente do seu peso e condição social. Gosta de ir a festas e de receber amigos em datas especiais e em reuniões em sua casa. Essa é uma forte característica dela e quem a conhece sabe que sim, ela é bastante agradável e gosta de estar rodeada de amigos. Na cozinha: Adoro cozinhar e sem modéstia, muito bem por sinal. Depois da minha Bariátrica, meu apetite ficou bem reduzido, porém aprecio boa comida, principalmente comida mais leve.

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Com relação à política: como cidadã brasileira, acredito que nosso país um dia irá mudar. Que a corrupção acabará e que teremos governantes mais comprometidos e honestos. Temos um Brasil lindo e um povo que não perde jamais a esperança. Com relação à religião: Acredito em Deus sempre .Ele é tudo em minha vida! Agradeço por tudo que tenho e sou. Pelos meus pais, marido, família, amigos, saúde, enfim, sem Deus não sou ninguém. O cartão LAGOACRED CARD é um marco em sua história profissional e ele ajudou a melhorar e normalizar o comércio varejista na cidade. Quando foi lançado, ela trabalhava na empresa e coube a ela visitar os clientes e convencê-los a terem o cartão, que à época, para o consumidor, não oferecia muitas vantagens, principalmente, se comparado às grandes bandeiras do segmento. Mas ele era altamente viável e importante para os empresários, visto que com as vendas, poderiam contar com o dinheiro em data certa, eliminando assim, grande parte das chamadas “notinhas”. E foi com seu carisma e sua dedicação que ela desbravou o território e fez centenas de associados. E o cartão engrenou e tornou-se um fenômeno na cidade. Sobre como foi convencer os associados no início, ela nos conta que “Tudo começou quando fui convidada a trabalhar na Lagoacred, especificamente com o cartão Lagoacredcard. Sabia que não seria um trabalho fácil, pois se tratava de uma cidade pequena e que ainda não conhecia a modernidade de uma venda segura com cartão e sim tudo era feito através de notinhas. Tinha uma vasta experiência no ramo, devido ter trabalhado em um grande banco por 16 anos. Então fazia visitas em estabelecimentos comerciais onde mostrava os benefícios do cartão e os resultados que teriam em aceita-lo. Era gratificante o resultado de cada visita, pois sabia que tinha conseguido alcançar o meu objetivo e que tudo iria mudar para melhor em nossa cidade.”. Nos dias atuais e já há algum tempo, ela optou pela informalidade e mesmo com diversos convites, não quis mais trabalhar com funções que demandam metas e horários fixos. Nossa biografada adora viajar e um dos destinos favoritos é USA para umas comprinhas básicas, também para qualquer lugar com família e amigos. Falou em viajar é só chamar! Um lugar que visitou e que não gostou: Não existe, pois em todos os lugares que fui tiveram suas particularidades, gosto de tudo e pretende um dia, ou até mesmo em breve, conhecer Japão e Holanda, se Deus quiser. Marli deixa seu nome registrado na história da cidade principalmente porque através de seu trabalho, melhorou o comércio da cidade. Era um trabalho como funcionária, mas ela o exerceu com tanta dedicação que a ela, damos esse crédito e colocamos no rol das pessoas que de fato, contam a história de nossa cidade de forma exemplar e naturalmente positiva.

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EDNA COTA BRAGA (NANÁ) Ivani de Oliveira e Edna Cota Braga, a Naná, são duas irmãs que administraram por muitos anos a Edivani Noivas, empresa responsável por vestir e realizar o sonho de muitas noivas em Lagoa da Prata. Vencedoras, superaram todos os desafios que receberam da vida, sempre com cabeça erguida, olhar adiante e certeza de que estavam no caminho certo. São mães de família empenhadas em criar seus filhos e exemplos de mulheres empreendedoras. Ivani nasceu em 20 de abril de 1950 e Naná em 16 de outubro de 1954, são filhas de Maria José Oliveira Cota e Antônio Inácio Cota e tem mais três irmãos: Edson, Maria Aparecida, Fortunato (Natinho). “Morávamos na Rua Joaquim Gomes Pereira, meu pai trabalhava no Matadouro Municipal. Depois a família mudou para pertinho aqui da Praça do Cruzeiro”, recorda Ivani que estudou na Escola Alexandre Bernardes Primo e em seguida no Colégio Nossa Senhora de Guadalupe. “Com 14 anos eu já estava empregada, larguei de estudar e fui trabalhar na Padaria Brasil, na Avenida Getúlio Vargas. Trabalhei lá, aprendi muita, o Quito foi muito bom comigo e dona Chiquita Perillo também. Com 12 anos trabalhei na Padaria do Antero, que ficava na rua Benedito Valadares”, destaca. “Com meu primeiro salário comprei um relógio na loja da dona Senhorinha que tenho até hoje, uma relíquia, com mais de 50 anos. Íamos aos bailes nas roças com minha avó, Vitalina. Ela adorava! Levávamos as primas todas, era uma festa só. Minha prima Albertina e eu é que gostávamos mais de ir dançar na roça, era só o que tinha na época”, recorda a mulher que já era uma eximia costureira, pois confeccionava tudo que vestia, sempre com muito capricho e detalhes da moda. “Na infância eu era muito medrosa, não andava sozinha, tinham de me levar na escola. Brincávamos muito”, conta Naná que também estudou na Escola Estadual Alexandre Bernardes Primo e Colégio Nossa Senhora de Guadalupe, onde se formou no curso de Magistério. “Em 1976 fui ser professora na escola do Capoeirão e Japaraíba. Sempre gostei de ser professora. Depois fui trabalhar em Lagoa, na Escola Chico Resende”, relembra. Casou em 1980 com Décio Braga e teve dois filhos: Mário Antônio e Marina. Aos 20 anos, Ivani casou com Antônio Silésio de Oliveira com teve três filhos: Sérgio Antônio, Lélis Pádua e Cássia Aparecida. “Conheci meu marido na barraquinha da Praça da Matriz na época da quermesse. Tinham jogos de pescaria, jogo de argola. Eu estava jogando e ele também, eu ganhei uma maçã e ele uma laranja e chegou comigo oferecendo para trocar e ficamos conversando, no dia seguinte conversamos mais e começamos a namorar”, lembra. “Casei e fui morar na vila Luciânia já que meu marido trabalhava lá. Engravidei com três meses de casada e como lá ficava difícil para trabalhar e fazer roupas, mudei para a cidade. Meu pai me deu uma máquina de costura e comecei a costurar grávida do meu primeiro filho, fazia enxoval infantil, roupas de cama, com um ano em Lagoa da Prata mudei para uma casa que era da usina, as conhecidas casas da companhia. A casa era muito ruim, chovia muito, tinham goteiras, não tinham banheiros. Foi muito difícil. Compramos com um ano um lote na rua Alexandre Bernardes Primo, um lote do senhor José Alves, português que tinha aqui, e construímos uma casinha de quatro cômodos. E continuava costurando. Comecei então com meus vestidos de noiva”, narra Ivanir que logo em seguida transformou um cômodo da frente da casa em sua pequena loja. “Em 1985 eu estava trabalhando muito longe e minha irmã me convidou para trabalhar com ela. Sai da escola. Trabalhava longe de casa com dois filhos pequenos. E nem pensei duas vezes. Ela é muito para cima, ela é animada para

tudo e fala que as coisas vão dar certo e pode acreditar, aquilo vira ouro. Foi um tempo muito bom. No início foi difícil, era complicado encontrar matéria prima, colaboradores para estar conosco. Eu trabalhava na parte financeira, fazia compras e ajudava nos bordados. Eu faço até hoje”, conta Naná que virou sócia da irmã e assim nasceu a famosa Edivani Noivas, nome dado inclusive por sugestão da mãe das duas. “Acredito que para Lagoa da Prata e para as noivas foi muito bom. Tinham pessoas que mexiam com vestidos, mas como era minha loja eu fazia com muito esforço e prazer, sempre dava o melhor para as clientes e com tudo super atual para elas, fazia de tudo para que o sonho dela fosse realizado”, fala Ivani que começou a ficar famosa e requisitada. “Vivi no meio de pessoas queridas, me elogiavam muito, quantas noivas vinham sem saber o que queriam e apresentava um modelo ou tecido, a orientava, batia o olho na noiva e sabia o que ia deixála satisfeita, fechava os olhos e via como estaria vestida. Era uma alegria, prazer, amor tão grande. Muitas e muitas vezes a moça vinha provar a roupa e chorava de alegria, ficavam encantadas”, destaca Ivani. “Eu não tinha contato com as noivas. Mas não deixávamos de ver alguma coisa. Trabalhar com noiva é trabalhar com o sonho das pessoas. Aconteceu que uma noiva gordinha, com muito peito e sem bumbum, queria ter tudo que não tinha. E minha irmã sempre dava um jeito. E ela conseguiu realizar o sonho da moça. Minha irmã é uma estilista prática. Compramos uma malha bem grossa, e fez um macaquinho, põe enchimento onde precisava e apertou onde tinha de apertar. E a noiva ficou emocionada, ficou linda”, lembra Naná que viveu tantas histórias, assim como a irmã. “Eu e minha irmã estávamos conversando e sempre que lembramos rimos. Uma vez eu fui arrumar duas noivas que eram gêmeas e iam casar no mesmo dia e na mesma hora, então aprontamos uma em cada quarto. Quando as duas se encontraram prontas, as duas começaram a discutir e brigar porque uma se achava mais bonita que a outra, demoramos a controlar a briga, mas casaram juntas e acredito que não brigaram mais”, conta Ivani. Juntas as duas marcaram época e fizeram história em Lagoa da Prata, uma união de família que permaneceu e permanece até hoje. “Toda vida nós fomos muito unidos, os cinco irmãos, mas depois dessa sociedade, eu e ela reforçamos nossa parceria, mais perto uma da outra, mais do que nunca. Juntas nós criamos nossos filhos, uma ajudando a outra”, conta Ivani. “É uma pessoa que eu sempre pude contar a vida toda. Ajudou-me muito na criação dos meus filhos quando foram estudar. Sempre me ajudou muito. Todos os momentos sempre juntas. Morávamos num prédio onde nossa porta ficava um metro de distância e subíamos e ficávamos conversando na escada, as vezes até altas horas da noite. Hoje moro ao lado”, fala Naná. Ivani e Naná venderam a loja para uma sobrinha, que por respeito as duas manteve o nome e o legado deixado. Atualmente continuam se encontrando todos os dias para tomar café e prosear. São reconhecidas por muitas mulheres que vestiram ao longo de décadas como grandes companheiras e amigas. Criaram os filhos com o que conseguiram arrecadar nesse tempo e puderam, com muito esforço, ter uma vida melhor.

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M

Por Fábio Barbosa

aria de

lourdes da silva

(Maria do Mário) (in memoriam)

Maria de Lourdes da Silva ficou conhecida na cidade de Lagoa da Prata por suas habilidades na cozinha. Nasceu em 02 de agosto de 1932, foi criada apenas pela mãe, Maria das Dores Carvalho, experiência que serviu de aprendizado sobre vida e família. Casou-se em 1951, com Mário Luís da Silva, que era seu vizinho de frente no bairro Américo Silva. Da união nasceram quatro filhos, Pedro Paulo da Silva, José Carlos da Silva, Francisco Luís da Silva e Élcio Antônio da Silva. Dos quatro filhos, apenas Pedro Paulo continua vivo e é quem nos conta as lembranças de uma mulher que era admirada pela família e amigos. “Era uma pessoa boa, gostava muito de nós, ajudou os filhos em todos os momentos, uma mãe que nunca deixou nos faltar nada. Muitas coisas que nem pensávamos que ela ia comprar, ela comprava”, conta. A infância de Maria de Lourdes foi de muito trabalho ao lado da mãe, na adolescência tornou-se colaboradora da usina de cana de açúcar. Trabalhou também, como servente, na escola Jacinto Campos, também ao lado de sua mãe e foi lá, entre uma merenda e outra, que começou a experimentar receitas, que os alunos provavam e gostavam, rendendolhe muitos elogios. A fama de boa cozinheira lhe rendia encomendas e após alguns anos, conciliou o emprego na escola e as encomendas dos lagopratenses. “Ela gostava muito de festa e adorava cozinhar. Era, sem sombra de dúvidas, uma cozinheira de mão cheia. Ela fez muitos jantares para as pessoas durante muitos anos, era uma fonte de renda. No fogão sempre tinha muita comida, uma quantidade grande. Quando ela fazia almoço para o pessoal da Embaré era coisa para 40 pessoas”, revela Pedro Paulo, que não esconde, cresceu degustando tudo que a mãe fazia. Católica das antigas, Maria de Lourdes fazia parte da Conferência São Vicente de Paulo. Em 1963, Pedro Paulo conheceu a religiosidade da mãe e toda sua força quando ele sofreu um acidente. “Eu era moleque, ela tinha acabado de fazer um tacho de doce e quando eu brincava com um amigo, cai dentro e me queimei. Então ela fez uma promessa para Nossa Senhora de Aparecida, que se eu ficasse bem, iria visitar a imagem”, conta. E a recuperação do menino foi rápida e sem sequelas. E assim, os dois pegaram um ônibus e foram conhecer Aparecida do Norte juntos, em dias emocionantes e de agradecimento. Requisitada pelas famílias para as encomendas, Maria de Lourdes conseguiu com seu trabalho comprar alguns imóveis. Sua dedicação e cuidado eram vistos como diferencial. Gostava do que fazia e fazia com amor! Os filhos aos poucos foram indo estudar fora, casaram ou estavam trabalhando distante. “Meu pai foi trabalhar em Rondônia em 1984 e eu fui com ele. Ficamos lá até 1990 quando ele pegou malária e precisou voltar. Então eu fui para Recife trabalhar com serraria. Fiquei quatro anos lá e mais quatro anos em Maceió, mas quando ele teve um infarto eu tive de vir para cá. Ela também não estava muito bem por ter sérios problema de pressão alta”, conta o filho que largou tudo e retornou para Lagoa da Prata. Pedro Paulo, assim como os irmãos, estava em Lagoa da Prata em todos os natais. E esta época do ano era quando Maria de Lourdes mais estava ocupada. Recebia inúmeras encomendas para as festas de fim de ano. “Fazia

pernil, peru assado, leitoa assada, mês de dezembro era nosso maior movimento. Muita gente lembra até hoje da comida dela. Um amigo nosso de Belo Horizonte, o doutor Rodrigo, toda vez que ele vinha aqui ia lá em casa encomendar pastel”, lembra. A vida dedicada à cozinha, ao lado do fogão, lhe rendeu um problema de saúde. “O pessoal gostava muito, sempre estavam pedindo para ela cozinhar, fazia comida típica e as encomendas não paravam. Ela era apaixonada por fazer comida. Mas teve um problema na perna, o médico a recomendou não ficar em pé por muito tempo e acabamos desmanchando o forno dela enquanto foi para uma consulta em Belo Horizonte. Quando voltou ficou muito brava e continuou fazendo empadas e pasteis para a Padaria Prado e para encomendas”, revela Pedro Paulo, que perdeu a mãe em 20 de dezembro de 2007, por uma ironia do destino, antes do natal a data que ela mais gostava de comemorar, pois reunia a família toda. O filho Francisco também tinha morrido em dezembro daquele ano e o esposo, Mário Luís, faleceu cinco meses depois. “No começo foi difícil, mas tivemos de nos acostumar. Sinto falta até hoje. Minha casa é grande e só mora Deus e eu. É a mesma onde ela viveu por todos esses anos e onde cresci com meus irmãos. Guardo com carinho as fotografias, os documentos dela. É uma maneira de sentir menos saudade”, encerra o filho que ainda se emociona ao falar da mulher que lhe ensinou tudo que sabe.

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Cibele cristina

veloso rezende azevedo

Cibele Cristina Veloso Rezende Azevedo, natural de Lagoa da Prata, nasceu em 12 de junho de 1965, filha de Walter Rezende de Aquino e Terezinha de Jesus Aquino (in memoriam). Casada com Fernando Azevedo da Silva, com quem construiu uma linda família. Suas filhas Fernanda, farmacêutica e Débora, arquiteta e urbanista, atualmente moram em Belo Horizonte, trabalhando respectivamente na UFMG e no Stúdio Gaê, sendo que a mais nova ainda participa de diversos projetos na cena cultural em Lagoa da Prata, fazendo parte também da Banda local Bicho Mecânico de Asas (BIMA). Tenho como recordações de infância os melhores momentos vividos em família na casa dos meus pais. Brincadeiras de rua com crianças vizinhas e passeios na nossa querida praia municipal. Estudei nas Escolas Dona Tilosa, Professor Jacinto Campos, E.E. Nossa Senhora de Guadalupe e E.E. Virgínio Perilo. Minhas melhores lembranças da adolescência foram as “Horas dançantes” nas casas de amigas, nosso eterno carnaval no Clube Recreativo e os encontros com amigas no Oeste Estrela Clube. Meu primeiro emprego foi no Laboratório Fotográfico Rocha Color onde Lauro Rocha me ensinou a ter responsabilidade no trabalho. Depois fui trabalhar no supermercado do meu pai Walter, o qual me ensinou ser honesta e correta com minhas tarefas. Depois de muitos anos comecei o trabalho com decoração de igreja para casamentos no mesmo ano que me casei em 1987. Tive como mestra minha tia Marina Duarte. Foram muitos anos trabalhando junto com minha irmã Cláudia, com quem fui sócia na Floricultura Viverde no ano de 2002, continuamos os trabalhos deixados pela paisagista Marilia Rezende. No ano de 2011 sentindo necessidade de ter minha própria empresa, inaugurei a Floricultura Maria Flor que foi um sonho realizado. Foi com muita garra e amor pelo que faço que minha floricultura foi vencedora de vários prêmios no ramo em nossa cidade. Atendo ao público com entregas de flores, bouquets, arranjos para festas, jardinagem e decoração de igreja para casamento. Forneço flores em Lagoa da Prata e região, até mesmo clientes fora do nosso estado e fora do Brasil que queiram presentear seus familiares e amigos com flores e demonstrar seu carinho por eles aqui na nossa cidade. Meus maiores fluxos de venda de flores são, sem dúvida, no dia das mães, onde flores não devem faltar para demonstrar o amor materno, e no dia dos namorados onde os românticos e enamorados extravasam nos mais lindos bouquets de rosas vermelhas. Flores na alegria, mas também na tristeza onde atendo com muito carinho, respeito e precisão aos serviços funerários. Nestes 30 anos de trabalho com decoração de igreja foram muitas histórias boas, bonitas... Cada noiva com seu sonho. Tenho cliente que participei com flores no noivado, casamento, nascimento de filhos, batizado e arranjos para festas infantis de aniversário. Isso é muito gratificante, receber

elogios e muitos agradecimentos pelo meu trabalho e é isso que me dá forças e coragem para cada dia procurar melhorar o meu trabalho. O importante é sempre ter honestidade, fazendo o possível e às vezes o impossível para realizar o sonho com flores no momento inesquecível para o casal. Sei que já participei da história de muitos casais de Lagoa da Prata e região, por isso tenho muito amor no que faço. Nas minhas horas vagas gosto de descansar, ficar em casa, fazer uma comidinha gostosa no fogão à lenha. Gosto da nossa culinária mineira. Procuro fazer uma viagem boa por ano. Sou católica, tenho muita fé em Deus, tenho Ele como meu guia, minha fortaleza. Minha protetora, Nossa Senhora Aparecida, da qual tenho muitos testemunhos de fé. E o meu futuro a Deus pertence, o qual coloco em Suas mãos minha realização profissional e a felicidade da minha família.

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zende

era sempre convocada. Também adorava fundo do quintal. Tempo bom que não

de estudou: Jardim de Infância na Avenida Brasil gem de bicicletas da Embaré). O ensino i na Escola Estadual Dr. Jacinto Campos, e ser educada pela Dona Cleuza Lacerda. o segundo grau fui para a Escola Estadual Guadalupe. Concluí ainda o curso de lidade na Escola Estadual Virgínio Perilo. ao Guadalupe para cursar o Magistério e, ogia pela Ulbra, sob a direção e supervisão

as da adolescência: s lembranças boas! Adorava as aulas na Praça de Esportes com a Dona Jane cos no Cine Vera Cruz. Os passeios de da matriz, e as manhãs de sábado na especiais. Recordação boa também dos s Grotadas, com as amigas na cachoeira. lube Recreativo Lagoense também não infância e adolescência simples, mas

é o melhor, aquele dia que não potencial, dia dos namorado das mães e natal mais vasos e mulheres, professores e forma procura.

Você só atende Lag da região? Atendo muito Japar clientes também de toda pa que nos procuram para pre Comunicamo-nos via interne

primeiro emprego? iro emprego foi na Morada Imóveis, com Ronaldo Nogueira. Depois trabalhei no meu pai. Mais tarde fui para a Lagoa ei de secretária administrativa.

Destacar alguma h decoração de casamentos... Passei um aperto mu em Moema, quando estávam era uma caminhonete empres roda. Ficamos na estrada espe pessoal de Santo Antônio do buscaram a chave e voltaram quando terminamos de col já estavam entrando, foi um voltávamos, minha filha, que n a passar mal, enjoada, vomita chuviscar na estrada. Vim rez chegamos, assim que estacion da caminhonete esvaziou. Ess mas graças a Deus, deu tudo c

omeçou a trabalhar com decoração e

com as decorações de igreja para 6, onde me descobri. Em 2001 comprei de, mas nunca deixei de fazer trabalhos comprei a loja já tinha esse nome. Foi a Queiroz e foi a floricultura pioneira da Solange Ferreira, mas gostei muito do nter por ser muito sugestivo. Sou muito muitos dons concedidos. Hoje não me loja.

erviços que a Viverde oferece? s diversos serviços e para todas as datas comemorativas – nascimento, sário de namoro, casamentos – até estas personalizadas, vasos, aquarismo e RAÇÃO DE IGREJA e festas, onde estou cada vez mais para prestar um melhor

É difícil fazer arran É uma situação m relevância, pois apesar de dolo importante. Através da loja p felizes dos clientes, como casamentos, aniversários... E também, tem que colocar amo momentos. A coroa fúnebre t

atas onde a procura por flores e arranjos

mos procura o ano todo, mas dia das mães

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O que gosta de faze


J

Por Fábio Barbosa

uliana Santos Oliveira Juliana Santos Oliveira é uma mulher bem humorada, elegante e empreendedora. Filha de Olegna Santos Oliveira e Wanderlei de Oliveira, nasceu em 14 de dezembro de 1982, em Lagoa da Prata (MG). É proprietária da Exclusiva Boutique, blogueira e uma das mais queridinhas das redes sociais, em especial no Instagram, onde tem mais 200 mil seguidores. Vaidosa e sempre bem vestida ela conversou comigo em sua loja, de onde vende marcas variadas, tanto presencial como virtualmente. É esposa de Kelisson Vidal Paulinelli e irmã de Lucas e Uelinton. Quais suas primeiras lembranças de infância? Eu lembro que depois dos quatro anos quando tive meu primeiro irmão, comecei a ter relacionamento de carinho de uma pessoa que fazia parte de mim. Era gostoso ter alguém para cuidar. Depois mudamos e fomos para a vila da antiga Usina Luciânia. Meu pai conseguiu um emprego lá, foi tratorista. E estudou onde? Estudei nas escolas Chico Rezende, e depois no Colégio Nossa Senhora de Guadalupe. Foi um período muito bom, sempre fui extrovertida e comunicativa. Como não tinha muita noção não fiz curso superior, era a primeira filha da minha geração. Tenho muita vontade de fazer, em especial algo na área de moda e comunicação. Lembra de onde foi o primeiro emprego? Meu primeiro emprego foi aos 15 anos na Gênesis Boutique, ficava Avenida Getúlio Vargas. Sai para a rua em busca de emprego mesmo, sai pedindo, nem sabia como fazer isso, mas fui, já era bem corajosa. Trabalhei em um jornal, como vendedora e, modéstia à parte, fui uma das melhores vendedoras da cidade. Gosto de comunicação! Como boa vendedora, vieram mais oportunidades? Depois fui para a Total Maxparts, onde fiquei três anos e meio e foi o pontapé inicial para eu abrir a loja. Tínhamos uma pressão muito grande, isso me deixou muito esgotada. E decidi que ia trabalhar para mim, na época meu namorado me incentivou. Eu e minha cunhada, Vanessa Vidal, abrimos uma sociedade onde comprávamos acessórios e revendíamos, em 2002. Foi uma experiência um pouco desgastante porque sociedade é difícil, vendia e comprava as coisas. Foi difícil correr atrás e desistimos da sociedade. Então resolvi abrir uma lojinha para mim onde vendia bijuterias e perfumes, chamava Exclusiva Acessórios, perto da rodoviária, na rua Santa Catarina, 600.

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Quando resolveu empreender?


Continuei sozinha na empresa e, graças a Deus, bombou! Montei uma fábrica maior de bijuterias e comecei a vender para os rifeiros e atacado para o sul de Minas Gerais e São Paulo. Logo depois, aluguei um ponto comercial no centro e montei a Exclusiva Boutique em 2006. Você sempre foi ligada em moda? Sim! Sempre observei a forma como as pessoas se vestiam e sempre tive paixão por olhar mulheres com o corpo bonito. Eu era bem magrinha e tinha paixão por valorizar as partes do corpo. Já queria expressar a minha forma de vestir. Eu já lançava moda, vinham me perguntar o que as mulheres deveriam comprar, acabava ajudando as amigas, que viviam me pedindo roupas emprestadas. E ainda fui trabalhar numa boutique que vendia marcas, como Fórum e Alforria, Zoomp e Ellus, aí me encontrei, guardei isso para mim. Comecei a pegar conceitos de moda e melhorar o modo como me vestia. Lia revistas e comprava tudo que as sacoleiras tinham de novo. Foliava os books e sempre pegava revista escondida e levava para casa, catálogos, tudo que tinha acesso, desde o esmalte ate o último lançamento de perfume. Pensei que poderia trabalhar isso de maneira a gerar renda. Usei isso ao meu favor já que não tive condições de estudar. E foi fácil montar a loja e quais os desafios? Para montar a loja viajei muito para saber o que era bom e o que era ruim. Fui para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc. E para quem pensar que é só glamour, enfrentei dificuldades também. A loja de veículos que o meu marido tinha quebrou e foi muito complicado para nós, cheguei a dar mercadoria aqui da loja para ajudar a pagar as contas. Ele sempre foi meu parceiro, é uma pessoa muito honesta, por isso fiquei ao lado dele e fomos trabalhar em Belo Horizonte. Fiamos lá em um apartamento e comecei a vender Herbalife para aumentar nossa renda, me sai tão bem que fui Top Recrutamento e Top Vendas Brasil, primeiro lugar, movimentando 100 mil reais em venda. Montamos grupos do negócio na capital e aqui em Lagoa da Prata, por isso eu iniciei na internet e criei minha loja online. E como são as vendas na internet? Estou no e-commerce desde 2012. Montei um site e o giro financeiro dele significa hoje metade das minhas vendas mensais. Conquistei o público online com conteúdo, trabalho especializado na divulgação dos produtos e consegui uma rede de fãs com quase 200 mil seguidores. Tudo isso, só divulgando roupas, falando, conversando com eles. Tenho também um canal no Youtube com mais de mil vídeos publicados, falando sobre moda e roupa. Inaugurei em novembro o Blog Lindonas, onde não divulgo minha loja, só coloco conteúdo para inspiração, dicas de saúde. É a Ju falando para as amigas.

erguida, sempre sabendo onde quer chegar. A roupa define personalidade? Roupa é a carta de apresentação. É importante! Cuidar da própria aparência, não é questão de condições, é necessidade de estar apresentável. Gosta de viajar? Gosto de viajar pelo Brasil, no litoral de preferência, amo praias. Amo verão! Gosto das festas no inverno, looks bacanas e noitadas bacanas. Peças mais vivas, estampas, cores, adoro minha energia em estampas. Gosto de cores abertas que aproximam as pessoas de mim. O que não pode faltar no teu guarda-roupas? Não pode faltar short em alfaiataria e o que está no auge da moda. Se considera bonita? Sim, gosto de me cuidar, quem se cuida, não tem problema com a auto estima, tenho celulite sim, gordurinha localizada, mas minha energia cobre isso tudo. E ainda bebo cerveja e não é pouca, tenho de malhar para beber. Você é uma mulher forte? Todo mundo acha que sou uma pessoa muito centrada e forte, mas sou extremamente sensitiva e delicada. Peço desculpa sem ter culpa. Com as mudanças do mercado me estresso muito, oh. Um sonho? Tenho um sonho que é acabar minha casa, mobiliar, moro num sítio aqui próximo. E quero concluir o projeto. Filhos ainda não foi minha hora, mas tenho medo de me arrepender se não tiver. Planos para o futuro? Eu quero ajudar mais pessoas. Eu quero fazer algo de mais satisfatório enquanto ajudar alguém, fazer alguma parceria para ajudar alguma entidade.

E o retorno dos seguidores é bom? Tenho uma reposta muito grande deles. Infelizmente tenho tanto direct que não consigo responder. Meus funcionários ajudam a responder e faço questão de dar atenção. Às vezes da dor no pulso. Estou até fazendo agora um curso de marketing digital e personal stylist. Tudo para melhorar o conteúdo que eu produzo! O que é ser elegante para você? Uma pessoa que sabe a hora certa de falar, que tem simpatia. Que quer crescer, mas não tem inveja do próximo e uma pessoa aberta que aceita as dificuldades com cabeça

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aqueline

de oliveira gonçalves 01 -Onde nasceu e onde passou a infância? Nasci em Lagoa da Prata. Até os cinco anos de idade morávamos na Vila Luciânia e depois nos mudamos para a cidade. 02- Quais são as melhores lembranças daquela época? Na Vila Luciânia era muito divertido, as crianças brincavam nas ruas de bicicletas, jogar bola e o mais divertido era o horário do Trem de Ferro passar em frente as nossas casas, corríamos todos para ver. Isso era todos os dias, era uma rotina e super divertido. Na vila tinha tudo que precisávamos como supermercado, padaria, lanchonete, cinema, pracinha, escola com piscina e quadra de futebol. Era uma pequena cidadezinha, na qual vivíamos sempre felizes. O mais interessante que as casas não tinham cercas e nem muros era tudo aberto e muito seguro.

Idade: 48 anos Nome dos pais: Aparecida Helena de Oliveira e Gerson Paulo de Oliveira Nome dos irmãos: Jaques de Oliveira, Gean de Oliveira e Júlio de Oliveira Estado Civil: Divorciada Nome da filha: Ana Luiza de Oliveira Guimarães – 11 anos

03- E a adolescência, onde passou , como foi e qual um fato marcante? Minha adolescência foi toda em Lagoa da Prata. Gostava muito de andar de bicicleta, patins e adorava curtir a nossa praia que era uma diversão. O fato mais marcante na minha adolescência foi quando completei 12 anos e meu pai me deu uma moto pequena que se chamava Garele (tipo bicicleta motorizada), era meu sonho. Na época eu era tão pequena que mal conseguia alcançar os pés no chão. Era muito engraçado, quando ia atravessar alguma rua eu tinha que apoiar meus pés nas calçadas, mas conseguia. Minha tarefa de todos os dias era ir de moto buscar leite no açougue do Rafael (Praça do Cruzeiro) bem distante. Uma vez eu levei um tombo feio e tomei um banho de leite e nunca mais me esqueci desse momento. Cheguei toda molhada de leite e aos prantos e papai me consolou, me disse que não tinha problema algum e que aquele seria meu último tombo. E realmente foi. 04- Naquela época, sonhava em “ser o quê”, quando crescesse? Sempre quis ser professora, sonho de criança, me espelhava na minha professora do 1º. Ano, D. Magali Perilo, achava ela linda, brava, uma super professora. Adorava dar aulas para minhas amigas. A D. Magali sempre me pedia para ajudá-la nas tarefas da sala. Depois, mudei de ideia na adolescência, queria ser igual ao meu pai, Administradora de Empresas. 05Onde você estudou, desde o jardim de infância? Estudei no Jardim D. Tilosa, Escola Dr. Jacinto Campos, Escola Estadual de Lagoa da Prata e Faculdade Batista de Belo Horizonte. 06- Você tem curso superior? Fiz Administração de Empresas até o 4º período, tive que trancar minha matrícula porque engravidei e não consegui retornar. Quero voltar e terminar minha faculdade, mas vou mudar para Direito, meu sonho no momento é ser advogada. 07- Quando e por que se mudou de Lagoa pela primeira vez? Não tinha intenção de mudar. Eu e meu pai viemos a Belo Horizonte pedir ao Dr. Luciano para conseguir

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um emprego para mim no escritório da Usina em Lagoa da Prata. Quando chegamos Dr. Luciano disse ao meu pai que havia uma vaga no escritório de Belo Horizonte e se eu gostaria de aproveitar a oportunidade. E assim foi, meu pai e minha mãe, como sempre, me apoiando em tudo, decidimos ali que eu me mudaria para Belo Horizonte para conseguir um trabalho e estudos. 08- Há quanto tempo está morando em Belo Horizonte? Há 30 anos, desde Maio de 1988. 09- Qual foi seu primeiro trabalho e que idade tinha? Meu primeiro trabalho foi no escritório da Fayal em 1988, tinha 19 anos, foi quando me mudei para Belo Horizonte. 10- Você se lembra o que fez com seu primeiro salário? Fui direto ao banco abrir uma conta poupança para tentar conseguir comprar um carro. Depois de dois anos consegui comprar meu primeiro carro. Sempre fui muito independente. 11- Em que outras funções e locais já trabalhou? Trabalhei na Fayal até 1990, foi quando conheci a Anna e fui trabalhar com ela e estou até hoje. 12- Qual o seu atual cargo, em que empresa e há quanto tempo o exerce? Vim trabalhar no Hotel em 2001, e passei por várias funções, secretária, assistente operacional, gerente operacional, gerente do Ouro Verde Hotel, no Rio de Janeiro, Hotel DelRey em Belo Horizonte, os quais eram de propriedade da Anna. Hoje sou gerente geral do Dayrell Hotel e Centro de Convenções. Estou nesse cargo há mais de 10 anos. 13- Essa empresa é de propriedade de uma das filhas do lendário Luciano Antônio Pereira Filho, aqui conhecido como Dr. Luciano. Como é sua relação com ela? Nossa relação é muito boa e reciproca desde que ficamos nos conhecendo, em 1990. Somos uma defendendo a outra em qualquer situação, seja pessoal ou de trabalho. Somos muito transparentes e honestas uma com a outra. Tornamo-nos uma família. O engraçado é que nós ficamos iguais aos nossos pais. Dr. Luciano e meu pai eram amigos e não largavam um do outro, nós somos assim também. Sou muito grata a ela por me fazer ser essa pessoa que sou hoje, ela é de grande importância na minha vida. 14- Neste hotel se hospedam celebridades? Cite algumas e elas são exigentes ou excêntricas? Sim. Xuxa foi uma das celebridades que mais deu Ibope na época, ela pediu para separar dois andares exclusivos, ninguém podia chegar perto. Ela ficou no andar 16 na suíte presidencial e as paquitas no andar debaixo. Ela exigiu que as janelas de vidros fossem cobertas com cartolina preta para não entrar nenhuma claridade. O frigobar sempre tinha que estar abastecido com água de coco e o ar condicionado sempre gelado. Roberto Carlos: o apartamento não podia ter nenhum tipo de decoração ou toalhas de outra cor a não ser branca. Moran Mor (Patriarca da Síria): Foram mandadas as fotos das suítes para ele e ele exigiu ficar em uma delas por causa da decoração, se sentiu em casa. Tivemos vários hospedes VIPs como: Adriana Galisteu, Sandy e Junior, Angélica, Mara, Elza Soares, Baby

do Brasil, Chitãozinho e Xororó, Zezé de Camargo e Luciano, Camila Pitanga, Larissa Manoela, Renan Monteiro, Fiuk e outros. 15- Você gosta de viajar? Qual foi um lugar que te encantou e algum que pretende conhecer? Gosto sim. O lugar que mais me encantou foi Londres e Capadócia, cidades encantadoras. Meu próximo destino é conhecer a Disney com minha filha.

16- O que te deixa irritada? Desonestidade e mentira.

17- E o que te deixa feliz com facilidade? Ver minha mãe e minha filha felizes. 18- Qual a sua relação com política? Já gostei muito, mas no momento estou desacreditada. 19- E com religião? Sou católica, não sou de frequentar igreja, mas minha fé é muito grande. Tenho uma fé enorme em Nossa Senhora Aparecida. Fiz uma promessa para ela quando minha filha nasceu e até hoje cumpro rigorosamente. Faço doações de cestas básicas para a Creche Nossa Senhora da Aparecida em Lagoa da Prata e ao do José do Sopão, ele alimenta 50 famílias por dia com a sopa que ele e sua esposa preparam com muito carinho e dedicação para os mais necessitados. Ele é um homem muito caridoso, vale a pena conhecer a história dele. 20- Você sabe cozinhar? Qual é sua especialidade e qual é seu prato favorito? Sei cozinhar o básico. Aprendi a fazer um frango com quiabo muito bom, já disseram que o meu é o melhor. O meu prato favorito é strogonoff. 21- Você é vaidosa? Muito, às vezes me acho exagerada, mas é o que mantém minha autoestima bem e me sinto muito feliz. Adoro um salão de beleza, não vivo sem. 22Frutas.

O que não pode faltar em sua geladeira?

23- E em sua bolsa? Maquiagem.

24- E em sua vida? Deus, saúde, família e amigos.

25Uma frase ou um pensamento: Saúde, esperança e otimismo sempre!!! Acho que é tudo na vida.

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lda

batista

Azevedo no Guia Rápido e por qu de Ciências e Biologia na educaçã e ensino fundamental e médio. T escolas estaduais da cidade.

o Carlos e depois no Chico ara a escola Nossa Senhora Eu queria ser astronauta e de Ciências e Biologia na ção na cidade de Jaboticabal

11- Quando decidiu Prisional e como foi o preparató Em 2009, após 11 anos oportunidade de trabalhar no siste processo seletivo. Fui classificada Prisional através de provas, títu avaliação médica. Não tinha muita mas como estava de férias da esco Acabei gostando, fiz trein e no final do ano seguinte, após pesado, na cidade de Ubá, com div letais e menos letais, intervenções, e psicológicos. Eu era a única mulh Prata a fazer parte do Grupo de I do GETAP que é o grupo de escol

ofessoras favoritas? tei a profissão de professor ueles que fizeram parte da sposa do Heleno Nunes foi Clara, Dona Edna Pedrosa, substituir professores que ormar na faculdade.

m religião? adolescente participava storal da Juventude, EAC, na missa dos jovens.

12- Como seus pais reag esta decisão? Meus pais e minha fam noção de que tipo de serviço eu não tinha SUAPE, no qual os pro diferentes da cadeia. Quando ent não gostaram muito da ideia. Pr mas acabaram se acostumando.

iscussões sobre religião e ós precisamos estar atentos são nossos representantes. oje é a política do interesse contrapartida o povo não o para o que está errado e

o trabalho e o que fez com

13- Existe preconceito Segurança Prisional feminina? Infelizmente ainda exis alguns trabalhos que antes não era Acho que preconceito vem princi que acham que não temos comp poucos, nós mulheres, estarmos g

meus pais no comércio, mas oi como secretária e depois época fazia faculdade e o eriais didáticos e condução.

funções você já trabalhou? ui trabalhar com Fabrício

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M

ARIA

APARECIDA DE OLIVEIRA

Chegar à casa dela é um convite ao bom apetite. O cheiro normalmente é maravilhoso. Cheiro de comida gostosa, feita na hora. Imagino que os vizinhos devam sofrer (no bom sentido, claro!). Dona Aparecida é quitandeira, dessas de mão cheia. No dia em que fui entrevistá-la, cheguei com aquele cheiro e era hora do café. Maravilha! Pois bem, há 15 anos que ela vive desse ofício e é reconhecida pelos dotes culinários singulares. Antes disso, já trabalhou em várias outras profissões como colher café, tecer colchas, dava faxina, lavava roupas para fora. Quando criança ajudava a mãe a farinhas e também no plantio e colheita da mandioca. Ela está com 64 anos e teve três filhas. Infelizmente, Telma Cristina, faleceu com cinco anos, vítima de um câncer no cérebro. As outras duas são Nelma e Selma que, inclusive, está grávida do primeiro neto que já é aguardado com muito amor e se chamará João Rafael. Nascida na zona rural, foi criada na fazenda que era na região de Iguatama. Pouco tempo depois se mudaram para os “Mirandas”, próximo à Ponte de Pedra. O pai, o Sr. José Apolinário, faleceu quando ela tinha quatro anos e trabalhou cortando lenha para produção de carvão. A mãe, Maria das Neves, também já faleceu e trabalhou como dona de casa e lavando roupas para fora. Desde pequena ela gostava de cozinha e o que ela fazia era sempre muito elogiado. Quando ainda morava na Zona Rural ela também costurava e foi, aos poucos, abrindo o leque dos produtos que cozinhava. Desdobrava-se em várias funções, dando faxina , cozinhando, lavando roupas. No início do Sicoob Crediprata, ela trabalhou por cinco anos como faxineira. Também trabalhou no Sindicato Rural na mesma função. Paralelo a isso, também fazia salgados e vendia para as cooperativas, para o horário de café. Foi aí que começou a se profissionalizar, como cozinheira e quitandeira. Devota de vários santos, principalmente de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Graças. É católica praticante e regularmente vai à missa. Quando o assunto é política ela conta que não acompanha e não gosta muito do assunto. O casamento aconteceu quando ela tinha 21 anos. Durou 20 anos e aconteceu a separação. As filhas eram adolescentes e ela continuou a cuidar acompanhar o crescimento e a educação das mesmas. Com relação aos estudos, ela cursou somente o

primeiro grau na Escola Franco Sampaio, em outra fazenda que morou no município de Bambuí. As filhas estudaram, trabalharam em vários locais, mas há cerca de 10 anos, trabalham com ela, ajudando na produção dos salgados para vendas em varejo e também em eventos. Ela gosta de cozinhar e se considera realizada em viver do ofício. As filhas fazem de tudo. A Selma gosta mais de atuar com doces e a Nelma com salgados. Assim fica bom para todo mundo! Sua comida favorita é o tradicional frango ensopado com um arroz fresquinho. Questionada se tem arrependimentos, ela diz que não. Que trabalhou muito e que passou por dificuldades, mas que não tem lamentos. Que se considera muito feliz porque é honesta, paga as contas em dia e está vendo as filhas cresceram com os mesmos princípios e ambas, já casadas e felizes, vivendo em total harmonia. Pouca coisa a tira do sério, mas quando alguém não honra um compromisso, ela ficha chateada. Não chega a ser irritada. As filhas contam que praticamente nada a irrita. A vida é bem simples e tranquila. Nas horas vagas, assiste televisão e mesmo sendo seu trabalho, adora cozinhar também nas horas vagas. Não se considera vaidosa. Gosta de estar sempre arrumada, limpa e em salão de beleza só vai de vez em quando, principalmente para tingir os cabelos. Após a separação, mesmo estando com 43 anos, decidiu não mais se casar. Passou a viver para as filhas, para a mãe, para o trabalho e para Deus. Optou por ficar em paz consigo e com as pessoas que a rodeiam. Conversar com ela nos passa tranquilidade e ela falou que é assim mesmo. Contou também que nunca teve oportunidade de fazer uma viagem como, por exemplo, para uma praia. Mas que foi conhecer Aparecida do Norte e gostou muito. As filhas já convidaram, mas ela prefere sua rotina. Na conversa, Selma que estava presente emendou: “mas queremos levá-la para um passeio e para tirá-la de casa, iremos todas, inclusive, com meu filho que irá nascer. Assim, quero ver se ela conseguirá ficar longe ou se irá nos acompanhar!”. E assim apresentamos esta mulher forte, guerreira e que tão bem representa tantas outras que fazem com que nossa comunidade e que o mundo seja melhor! Parabéns, Dona Aparecida! A senhora, sem dúvidas, é uma mulher que conta a história de nossa cidade!

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M

aria do

carmo amorim (Dª NenÊ) 15/11/1993

09/02/1927

continuado os estudos. Porém, não havendo possibilidade de fazê-lo em Lagoa da Prata, não pôde prosseguir. Seus padrinhos a convidaram para estudar em Dores do Indaiá, onde residiam, mas ela não aceitou o convite, pois era muito apegada à mãe. 04. Sua relação com a religião: Teve sua vida sempre pautada na fé em Deus, na prática da caridade. Diariamente, participava da Eucaristia, tendo aí o sustento para a caminhada. Cada dia, reservava tempo para a oração pessoal. Era membro do Apostolado da Oração, da Pia União de Santo Antônio e do Movimento de Cursilho de Cristandade. 05. Sua relação com a política: Sua relação com a política não teve grande expressão. Talvez, pela convivência com o marido, que a deixava a par da situação que nem sempre era favorável, preferia ficar mais à margem. Procurava se inteirar da conjuntura a fim de votar com consciência, mas sua participação ficava por aí.

Pai: Joaquim Bahia da Rocha Mãe: Serafina Maria de Oliveira Irmãos: Cristina, Carlos, Cordoval, Carlúcio, Joaquim, Serafina Ângela. Esposo: Bernardo Teixeira de Amorim Filhos: Inez, Lenir, Alfredo Carlos, Maria do Carmo, Célia, Antônio Carlos (falecido aos três meses de idade), Joana d’Arc, Maria Aparecida, Elza, Filomena, Antônio de Pádua (falecido), Vicente de Paulo, Geraldo Magela, Bernardo Filho, Helena, Jackeline. Netos: Alessandra, Alisson, Aline, Juliana, Michele, Adriano, Ana Cristina, Bruno, André, Gilmar Júnior, Marcus Vinícius, Fernando, Lucas, Mateus, Daniela, Cláudia, Lílian, Leonardo, Carine, Cíntia, Mariana, Tiago, Bernardo Neto. Bisnetos: Bruna, Carolinna, Miguel, Letícia, Gabriela, Raul, Júlia, Lucas, Gabriel, Bernardo. 01. Onde nasceu e onde passou a infância: 01. Onde nasceu e onde passou a infância: Nasceu, passou a infância e a adolescência em Lagoa da Prata.

02. Quando e onde se casou: Casou-se em maio de 1946, em Formiga.

03. Onde estudou: Estudou no Grupo Escolar Dr. Jacinto Campos, em Lagoa da Prata. Foi sempre muito estudiosa e gostaria de ter

06. Ter tantos filhos deve ter limitado sua vida profissional. Ela chegou a trabalhar fora? Depois de casada, ela não trabalhou fora. Aprendeu a costurar (sua mãe era costureira) e costurava as roupas para os filhos. Mais tarde, começou a costurar roupas de crianças para fora, mas, com a chegada dos filhos gêmeos, teve que interromper esta atividade. Depois, trabalhou algumas horas por dia em uma loja de aviamentos de sua propriedade (inicialmente, em sociedade com sua filha e, depois, passou a ser a única proprietária). Mesmo passando algumas horas fora de casa, nunca negligenciou os cuidados com a família. 07. Como matriarca, ela era uma mãe mais austera ou era liberal? Difícil responder a essa pergunta. Porém, boa mãe que era, sabia quando deveria ser mais rígida, exigente e quando podia ser mais liberal. Talvez, pela experiência em lidar com tantos filhos, ela tinha um senso de justiça e retidão que lhe conferiram o dom da psicologia. Assim, controlava a situação, contornando os problemas e chegando a bom termo. 08. O que a deixava irritada? Ficava irritada quando via pessoas carentes que se aproximavam dela dizendo ter sido humilhadas. Tinha sempre as portas abertas para os mais necessitados, acolhiaos matando a sua fome, oferecendo um banho, cortando suas unhas e cabelos, fazendo curativos, e os defendia quando eram humilhados e até mesmo iludidos por outras pessoas. Chegava a ir a bares e botecos para pedir que não dessem bebida alcoólica a esses pobres indefesos. Dizia: “em vez de

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bebida, ofereçam-lhes um lanche, uma refeição”. 09. O que a deixava feliz com facilidade? Ficava muito feliz vendo seus filhos reunidos e, sobretudo, unidos. Reunir os filhos, à noite, para rezar o terço também era momento muito precioso. 10. Ela sabia cozinhar? Qual era sua especialidade e qual era seu prato favorito? Sabia cozinhar muito bem, embora dissesse que não gostava de fazer sempre a mesma coisa. Felizmente, sempre teve uma secretária que tomava conta da cozinha, ficando para ela a tarefa de cozinhar em dias especiais. Entre tantas especialidades, seus croquetes e ragu de frango eram o que de melhor existia. Nós, filhos, comentamos sempre que ninguém conseguiu fazer iguais. Também fazia um pudim de queijo de sabor inigualável. E os biscoitos fritos... 11. Ela tinha, além de cozinhar bem, alguma outra habilidade ou hobbie? O que ela gostava de fazer para se divertir? Sim. Ela tinha muitas habilidades. Sabia costurar, bordar e o fazia com perfeição; fazia um pouco de tricô e crochê. Gostava muito de teatro e de poesia e não media esforços para fazer as roupas e ensaiar os filhos e sobrinhos para as apresentações, ali mesmo, na família e entre amigos. Muitas vezes, ela mesma produzia os textos. Também gostava de cantar, dançar e jogar vôlei. Lia muito e não o fez mais por falta de tempo. Quando tinha oportunidade, gostava também de viajar. Muitas vezes, saía com os filhos e sobrinhos para um piquenique na praia e todos se divertiam muito. Tinha como hobbie colecionar selos. Em poucos momentos livres que tinha, organizava-os e dispunha-os em álbuns. Trocava, às vezes, com outros colecionadores também. 12. Ela chegou a comentar se tinha algum arrependimento? Não. 13. Ela era uma pessoa mais extrovertida, ou mais reservada? Pode-se dizer que ela combinava os dois tipos. Talvez, mais extrovertida do que reservada. Brincava com todos com quem convivia, senso de humor aguçado e tirava boas risadas das pessoas nas rodas de amigos, reuniões etc.

14. Ela era vaidosa?

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Sim, no bom sentido. Gostava de andar bem vestida, não dispensava o batom, os cremes, perfumes e esmaltes. Chamava a atenção dos filhos quando estes não se vestiam de acordo com o ambiente a ser frequentado. 15. Ela participou de alguma associação ou entidade beneficente? Sim, extraoficialmente. Além do atendimento que dava aos mais carentes em casa, ela sempre contribuiu, de alguma forma, com as entidades beneficentes que existiam em Lagoa da Prata, naquela época – Sociedade São Vicente de Paulo, Nosso Lar - Clubes de Mães (atividade realizada, na época, por mulheres do Movimento de Cursilho de Cristandade), Núcleo do Câncer (hoje, Fundação Chiquita Perillo).

Em resumo, o que dizem seus filhos:

Inez: Dizia sempre: “Façam o bem, sem olhar a quem.”. Lenir: Amor, firmeza, fé, determinação e caridade sem limites. Alfredo: Mamãe: pessoa de muita fé, alegria, solidariedade, dedicação e amor. Maria do Carmo: Pessoa linda e excepcional. Grande artista da vida e do amor. Célia: De uma psicologia invejável, muito amiga e conselheira. Joana d’Arc: Amizade, humildade, amor, alegria e compaixão; tudo isto carregava no coração. Maria Aparecida: Tinha muita fé, alegria e determinação. Elza: Caridade imensurável, amor incondicional, fé inabalável, presença afetuosa em todos os momentos. Filomena: Gostava de viver e de servir, tinha Deus no olhar e nos atos. Vicente: Era um espelho de justiça, sabedoria e santidade. Geraldo: Evangelho vivo: reconhecia Cristo nos mais necessitados. Bernardo: Exemplo de fé, de caridade e de alegria contagiante. Helena: Amor, carinho, bondade e doação incondicional. Jackeline: Ternura no olhar e, na voz, uma melodia inesquecível.


M de Castro

aria Aldelene Por Telma Simões e Beatriz Vasconcelos

05/08/1956

06/05/2017

Conhecida como Tuca, Maria Aldelene de Castro nasceu na cidade de Moema, filha de Sebastião Alves Pinto e Teresinha Glória Alves. Foi casada em primeira núpcia com Osvaldo Gonçalves de Castro, e teve suas três filhas biológicas: Janeany, Fabiana e Thais. Além dessas, adotou e criou com muito amor Rosa e teve cinco netos: Gabriel, Bruna, Cauã, Marco Antônio e Luiz Felipe. Em segunda núpcia se uniu a Geraldo Magela dos Santos e respiraram juntos os últimos instantes desta vida. A alegria associada à sua disposição em servir é uma das características mais marcantes. Há que se lembrar como o seu nome ressoava repetidamente nos vários grupos que congregava. Era apaixonada por esportes e foi torcedora fervorosa do time da Associação Recreativa dos Colaboradores da Embaré - ARCE. Esse clube, inclusive, foi um dos locais de lazer que Aldelene mais frequentou. Amava cozinhar para os amigos e lidava bem com panelas enormes, afinal de contas, o número dos seus convivas era quase sempre grande. Os cardápios, normalmente, não eram tão requintados, entretanto, a qualidade dos pratos ressaltava em delícias e deixava para trás muitos menus sofisticados. Dentre os preparos mais famosos da Tuca estavam: frango caipira, peixe, feijoada e dobradinha. Foi uma mãe extraordinária, muito dedicada e preocupada com o bem-estar das filhas, netos e genros, muito presente na vida de todos eles, fazia questão de manter a família unida. Dona de um coração enorme, era sempre prestativa e disposta a ajudar quem a procurasse, sem medir esforços. Tuca não guardava mágoa de ninguém, era respeitada por todos e sua principal virtude era perdoar. Nada nem ninguém a tirava do sério. Ela Trabalhou na Prefeitura Municipal de Lagoa da Prata no setor da Saúde e foi oficial de gabinete na gestão do prefeito Lucas Resende. Antes disso havia sido funcionária na Embaré. Os talentos que fizeram de Aldelene uma pessoa de bastante carisma e popularidade, a levaram a aceitar o convite para entrar na política, e entrou nesse meio em 1995. Foi eleita vereadora por dois mandatos consecutivos (1997-2000 e 2001-2004), autora de projetos importantes focados principalmente na área da saúde e geração de empregos. Considerada por suas filhas um exemplo de mãe, avó, irmã, amiga e companheira, Aldelene é reconhecida como uma mulher batalhadora, forte e decidida, que encarou todos os desafios e compromissos com humildade e responsabilidade. Todos guardarão para sempre em suas memórias e em seus corações a imagem de uma mulher alegre, acolhedora, que viveu sessenta anos fazendo tudo que tinha vontade e que a fazia feliz, refletindo essa alegria aos que tiveram o prazer e a honra de conviver com ela.

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acilda

de Melo Penido

Por Telma Simões e Beatriz Vasconcelos Durante três décadas, até meados de 2000, a Escola Dr. Jacinto Campos tinha um aspecto diferente e caloroso misturado aos outros comumente escolares. Bem próximo à área da cantina os alunos assistiam a certa distância cenas tradicionais de um lar. Era a família da dona Cacilda de Melo Penido, que foi cantineira e zeladora do local e lá morava. Interessante lembrar como esse cenário dava um ar de acolhimento aos alunos, mesmo havendo claramente um divisor imaginário de espaços para evitar tanto a invasão de privacidade, quanto a interferência na disciplina dos estudantes. Dona Cacilda, atualmente com 85 anos, 21 netos, 17 bisnetos e 1 tataraneto, é o tipo de mulher autêntica, que transmite determinação e garra. Aos 37 anos casou-se com Ozório Celso Penido. Ela conta com muito orgulho que cuidou de sete enteados como se fossem seus filhos biológicos, e aos 40 teve o Ricardo, único do seu ventre. Ficou viúva faltando três meses para completar quarenta anos de casada, e hoje mora com a neta Sibele, sua paixão. A sua residência agora é outra, porque ela se aposentou no ano de 1999, e o fato de ter morado na escola durante 26 anos foi por exigência do cargo de zeladora. Tinha uma ótima relação com os alunos, pais e professores, e era uma funcionária de confiança e amiga de todos. “Às vezes me encontro com ex-alunos e eles falam ‘não esqueço da senhora dona Cacilda, matou minha fome por várias vezes’”. Depois do expediente costurava até de madrugada, fazendo roupas para as colegas de trabalho. Tinha extensão do telefone da escola em sua casa e atendia a qualquer hora que tocasse. Amava as festas que aconteciam para arrecadar dinheiro, pois na época não havia verba suficiente para manter as despesas escolares. Lembra principalmente das festas em comemoração ao dia da diretora. Apesar de terem enfrentado muitas dificuldades, não havia tristeza, pelo contrário, a equipe se empenhava firmemente no trabalho para vencê-las. Quando o governo mandava merenda, as caixas eram descarregadas na praça e os funcionários as levavam na cabeça até a escola. A confiança depositada na dona Cacilda ia muito além. Se um aluno estava com notas baixas, mal comportamento ou faltoso às aulas, a diretora lhe incumbia a tarefa de ir conversar com os pais. “Naquele tempo havia bem mais respeito com os profissionais da escola, ao contrário de hoje. Há uma grande diferença do comportamento dos alunos de antigamente. Antes, o professor tinha autoridade na sala de aula, mas, hoje, se chama a atenção de um aluno, às vezes é recriminado pelos próprios pais”. Dona Cacilda fez amizade com todas as diretoras com quem trabalhou na escola, e se emociona bastante ao falar da dona Alexandrina, dizendo ter sido sua segunda mãe: “Foi uma pessoa amorosa e educadíssima. Tudo que sobrava das festas ela mandava para os meus meninos, e eu sonho com ela sempre. Quando eu estava lavando a escola, às vezes ela falava: - oh, Cacilda, não vou dar conta de pagar a conta de água. Daí eu respondia: - mas a senhora não gosta de tudo limpo? - Está certa Cacilda, tem que ser tudo limpo mesmo”, conta aos risos.

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anilda

Firpe Cardozo Por Telma Simões e Beatriz Vasconcelos

Quanto ao período que foi promotora aqui, a dra. Vanilda conta que os principais desafios foram com relação a alguns processos da área cível que geraram algumas animosidades: “Aconteceram ameaças de pessoas que se sentiram prejudicadas, coisas não tão graves, mas bem delicadas. Eram, por exemplo, insinuações que alguém influente iria intervir a favor do réu, não para modificar a decisão, mas para ditar como o trabalho deveria ser feito”, diz, e acrescenta que sabia como lidar para que tais situações não atrapalhassem suas decisões.

Personagem importante para o destino de tantas pessoas, pode se contar milhares, a dra. Vanilda Firpe Cardozo foi Promotora de Justiça em Lagoa da Prata. Nasceu em dezembro de 1937 na cidade São Fidelis, Rio de Janeiro, e mudou-se com a família para Belo Horizonte, onde conheceu seu marido, Glayco Firpe (hoje aposentado como Juiz de Direito). Eles somam sessenta anos de casados, e desta união nasceram as filhas Fátima e Gisele; depois vieram as netas Daniele, Racquel e Érika; e o bisneto Gustavo. Em 1970 formou-se em direito em Divinópolis. No ano de 1980 assumiu a promotoria da cidade de Rio Pardo de Minas, e depois transferiu-se para Bom Despacho. Em 1983, veio à Lagoa da Prata para participar de uma reconstituição criminal, e decidiu que queria morar aqui. Ficou por seis anos nesta comarca, inclusive atuou no processo do assassinato que mais repercutiu na cidade, o do Sr. Chiquinho Rocha, porém, antes do julgamento ela foi transferida para outra cidade. E foram várias as cidades que receberam a dra. Vanilda, até ela encerrar a carreira em Belo Horizonte. Decidida, voltou de vez para Lagoa da Prata em 1992. “Foi ótimo trabalhar nesta cidade, e depois que me aposentei achei que seria também ótimo viver aqui”.

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Autenticidade, bravura e compaixão são características marcantes na carreira da doutora. Ela prendia, mas também ajudava na recuperação daquele que havia mandado para a cadeia: “Eu fazia visitas para os presos, e me compadecia para com eles, não como quem sente pena e deixa afrouxar, mas como quem deseja e cobra mudança de comportamento. Então eu sempre dava conselhos lembrando o sofrimento que a família estava vivendo com aquela situação da prisão. Eles me ouviam, me respeitavam, e muitos realmente mudavam de vida e não voltavam para os crimes”. Hoje, na tranquilidade dos seus dias, cultiva um lindo e enorme jardim. O verde e o colorido das flores cercam sua casa, e a predileção é por rosas. A doutora dispensa alguns dos serviços do jardineiro para que ela mesma cuide, como por exemplo, a tarefa de aguar diariamente, até mais de uma vez por dia. E assim entre flores e pássaros passeia em seu jardim na beleza que ela mesma ajudou a criar. Nossos calorosos aplausos e admiração para essa generosa, competente, graciosa e impávida personalidade.


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etícia faria

Por Telma Simões e Beatriz Vasconcelos

Dona de uma simpatia incomparável, a artista plástica Letícia Faria nasceu no dia 29/12/1974, é casada com Hélio Andrade, mãe dos jovens Miguel e Gabriela, e está radiante de felicidade. Depois de um período dedicando a maior do seu tempo aos filhos e à Instituição Sara Aparecida, pintando apenas por encomenda, recentemente teve suas telas expostas no Louvre, em Paris - o museu mais importante do mundo. Ela participou do Artshopping au Carrousel du Louvre (Vernissage), que exibiu fotografias e pinturas de artistas selecionados em vários países e, de lá pra cá, sua agenda mantém-se lotada de compromissos e trabalhos para novas exposições. Para esse evento de Paris, Letícia foi convidada pela curadora Baronesa Jiselda Salbu, uma norueguesa que viu seus trabalhos pelo Facebook. A tela que primeiramente chamou a atenção de Jiselda foi Relembrando a Infância, inspirada na foto de um menino brincando com bolinha de gude. Ao receber o convite, ainda meio que sem acreditar,

Letícia resolveu entrar em contato com Duarts, grande artista plástico brasileiro, e pedir sua opinião. “Duarts me disse que estava surpreso, por que ele, que já é um artista renomado e com exposições em vários países, estava tendo a primeira oportunidade de expor também no Museu de Louvre, e ele me incentivou bastante”, diz a artista, acrescentando que a viagem foi possível também pelo apoio que recebeu de muitos amigos, a quem agradece imensamente. Das experiências que trouxe na bagagem, marcam principalmente a emoção de ter visto a pintura Monalisa; estar ao lado de artistas plásticos renomados, e a forma com que foi tratada. “Fiquei encantada, porque eu estava ao lado de grandes nomes e fui tratada da mesma forma, ninguém fez distinção por eles serem famosos”. Neste final de março e início de abril Letícia está em Dubai, nos Emirados Árabes, para mais uma mostra. Em abril, de 24 a 28, será em Londres, a convite de Ja Neto, que faz parte de uma galeria muito conceituada lá. Desta vez, Letícia não estará presente, mas enviará três telas para serem expostas. A agenda segue para Miami, Noruega, Veneza, Espanha, e em outubro, novamente, Louvre. “Não sei ainda se vou voltar a Paris, mas vou fazer bastante esforço, principalmente porque não deu tempo de conhecer na primeira viagem tudo o que eu queria naquela cidade”, conta. As telas de Letícia são pintadas pela sua observação nas imagens, especialmente fotografias, e ela tem como referência artística os pintores Kandinsk, Duarts, Jorge Maciel e Consuelo Arantes. “Quando eu vejo uma figura que gosto, já fico imaginando na tela. Na maioria das vezes os trabalhos são encomendados, e eu pinto de acordo com o pedido do cliente. Como tenho uma clientela grande de mulheres, faço bastante floral, mas gosto também de abstrato, figuras renascentistas e humanas”, diz Letícia, que está atuando neste momento em uma coletânea com figuras de crianças, e adora pintar durante a madrugada. Uma das telas que mais gostou de fazer foi a obra O Museu, em 1999, exposta no Umuarama Clube em um evento promovido por Genésio Magalhães, que contribuiu muito para a cultura em Lagoa da Prata. Depois dessa mostra muitos artistas lagopratenses se destacaram. A mesma obra também foi exposta em São Paulo, onde vendeu vários exemplares. De todos os incentivos que Letícia recebeu na sua carreira, a maior força que teve para começar foi a de seu marido, que era dono de uma empresa de molduras: “Eu pintava, ele emoldurava e vendia em toda a região”, conta a artista. Além desse apoio, tão importante, Letícia estava entre as artistas favoritas da decoradora de interiores Heloisa, dona de uma loja desse setor em Divinópolis. “Essa decoradora vendeu muitas telas minhas para vários lugares do Brasil, e deu um impulso muito grande nos meus trabalhos. Ela, inclusive, chegou a vender dez telas de uma única vez para uma cliente”. Outra pessoa que também tem parte na história da carreira de Letícia Faria é a artesã lagopratense Eliana Bernardes. “Na época do colégio eu já desenhava a lápis, mas, na verdade, eu tinha paixão mesmo era pela tinta a óleo. Tive muitas dificuldades porque não haviam muitos professores para ensinar, até que um dia conheci a Eliana. Foi ela quem me deu as primeiras aulas e dicas de como usar a tinta na tela”, relembra.

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L Lopes Soares

iliane barreto

Por Telma Simões e Beatriz Vasconcelos Tranquila, inteligente e muito educada, a dentista Liliane Barreto Lopes Soares nasceu há 57 anos em PiumhiMG, foi criada em Formiga e é filha de José Omar Lopes e Maria de Lourdes Barreto Lopes. Casou-se em 1983 com o zootecnista Francisco José Soares, eles têm dois filhos: Talita Lopes Soares e João Paulo Lopes Soares; e um neto: João Pedro Soares Rodrigues. A dedicação à família, tanto aqui em Lagoa da Prata, quanto em Formiga, é prioridade para a dra. Liliane, e ela tem o dom belíssimo de conciliar bem a profissão com todos os seus projetos de vida. Não à toa, este talento é fruto de três características marcantes na personalidade da dra. Liliane: sensibilidade, determinação e foco. Quando era estudante, antes de ir para a faculdade, já sabia que queria trabalhar na área da saúde e precisava optar entre ser médica ou dentista. Ao tomar a decisão, pensou no seu futuro como um ‘todo’, e escolheu o curso de Odontologia, porque já estava namorando o Francisco e planejava se casar. Para ela, essa profissão seria melhor para acompanhar o marido. A formatura foi em 1982 pela Universidade Federal de Minas Gerais, e logo depois veio o casamento. Como havia previsto, foram morar em outras cidades. Primeiramente o casal foi para Goiânia, depois Arcos, até que, no final de 1984, surgiu a oportunidade de vir para Lagoa da Prata e por aqui fincaram raízes. Nessas três décadas atuando na odontologia, a dra. Liliane fala da sua convivência com os colegas de profissão. “Para mim não há concorrência, mas sim apoio, troca de experiência e informações, companheirismo. Penso que dentista nenhum vive numa ilha, isolado, porque sabemos que é preciso somar. Então, no meu meio existe uma dependência uns dos outros, até mesmo para indicação de pacientes e eu tenho muitas amizades de colegas de profissão”, fala a dentista, com alegria. Amizade é mesmo uma preciosidade que Liliane gosta de cultivar. Ela também contou que seu consultório,

além dos pacientes, já lhe rendeu muitos e bons amigos: “A vantagem da profissão é essa, o contato com as pessoas, a proximidade que se tem com os pacientes. Um atendimento de odontologia normalmente não é rápido, e por isso você cria laços com os pacientes que apresentam afinidade recíproca. Desses relacionamentos já nasceram ótimas amizades para mim”. A dra. Liliane considera que a odontologia é uma arma para lutar contra muitas dificuldades enfrentadas no nosso país, e dispõe parte do seu tempo para ajudar pessoas que não têm tanto acesso à saúde. Sua admiração pelos projetos da Associação Sara Aparecida, que cuida de crianças em risco social, motivou sua vontade de ser voluntária e fazer algum trabalho para melhorar a nossa sociedade. “Deixo um horário na agenda para atendimento semanal à criança que vem indicada pela associação”. E os elogios à Sara Aparecida foram muitos: “fazer parte dos voluntários da Sara Aparecida é um enorme prazer. Primeiro, porque a associação é muito organizada, eles observam as carências e, quando uma criança precisa de tratamento dentário, encaminham ao consultório. Segundo, porque as crianças que vêm de lá são muito educadas, entram com um ‘bom dia’ ou ‘boa tarde’, e saem com um ‘muito obrigado’. Algumas trazem até presentinhos. Além disso, vão de roupas novas, limpas, e sempre de banho tomado. Ou seja, é gratificante ver o resultado dos trabalhos”, diz a dentista com entusiasmo.

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ulamita SBarbosa de Almeida

Por Fábio Barbosa

Sulamita Barbosa de Almeida é conhecida em Lagoa da Prata por seus bolos maravilhosos. As mãos habilidosas lhe renderam fama e anos de dedicação para as festas mais importantes da sociedade. É um fato inegável para quem provou uma das suas guloseimas que o sabor era único e de sair de qualquer dieta. Aliás, o toque especial para tudo que ela produzia era justamente ser artesanalmente feito, com carinho e ingredientes à vontade. Filha de Maria da Barbosa da Silva e Armando Emílio da Silva, nasceu em 21 de abril de 1938, na fazenda Grotadas. Teve sete irmãos que perderam o pai muito cedo, vítima de um raio. “Minha mãe lavava e passava roupa para fora. Foi a nossa fonte de renda por muitos anos. Eu desde pequena trabalhei, ajudava ela e fui empregada doméstica”, conta Sulamita que estudou até a quarta série no então Grupo Escolar Jacinto Campos. Na mesma época conheceu João Almeida, o marido, com quem casou aos 18 anos na Igreja Matriz São Carlos Borromeu. Do casamento nasceram 11 filhos, mas apenas sete sobreviveram: Dênio, Dalton, Divino, Nídia, Venúsia, Wilsa e Nádia. O casamento foi feliz, mas o marido morreu, vítima de um infarto. Sulamita teve então o maior desafio de sua vida, criar os filhos sozinha. Destemida e sem receio, encontrou na cozinha uma alternativa viável para sustentar a família. A habilidade com os bolos é herança da avó materna, dona Venina, uma biscoiteira e boleira de mão cheia. E como quem sai aos seus não degenera, ela empreendeu neste ramo e fez o maior sucesso. “Eu desde pequena sabia fazer bolos. Batia eles à mão, naquela época não tinha batedeira, nem nada. Era tudo feito com muito amor, o sabor refletia isso, era bom demais”, fala sem modéstia a cozinheira que começou a receber encomendas da cidade e até de outros estados em pouco tempo. “Era minha única renda, mas deu para me sustentar e sustentar minha família. Foram uns 40 anos fazendo bolos de casamento, 15 anos, aniversários, bodas e batizados. Tinham finais de semana com a mesa da cozinha cheia deles. O povo gostava, e eu também gostava. Fiz bolos para a região, Belo Horizonte e até São Paulo”, recorda com saudosismo a boleira que chegou a montar um

com 15 andares para uma festa de debutante nos anos 1980. “Minha mãe era tão dedicada aos bolos que no incêndio na Casa Continental, na Benedito Valadares, saiu com a vasilha batendo o bolo. E não largou. O povo perguntou e ela disse que não podia perder o ponto da massa”, relembra a filha Wilsa Félix que desde pequena ajuda Sulamita na cozinha. A então menina sempre gostou de artes e uma vez desenhou uma das irmãs na mesa com giz, apesar de ter sido um trabalho artístico, a mãe não perdoou e a deixou de castigo. Mas como foi impossível não reconhecer o talento dela com as mãos, trouxe a pequena para ser sua ajudante e foram anos de parceria “Os bolos eram muito bons, de primeira qualidade. Coisa mais linda e quando chegavam as encomendas, os clientes não tinham noção, mas dava muito trabalho, eram caprichados. Ela fazia todo o bolo, inclusive os recheios, com doce de leite, brigadeiro, tudo artesanal”, revela a filha que ainda hoje desenha e pinta quadros como ninguém. Vaidosa e conhecedora do seu talento, Sulamita continua sendo perfeccionista. “Sinto saudade de fazer os bolos, nunca mais encontrei um bolo saboroso com os meus”, ressalta a mulher que chegou a prender bolos com fio de nylon no teto para poder suportar o peso quando eram muito grandes. “Ela levava fita métrica para medir a distância na posição das mesas. Se o bolo não estava bom ou tinha alguma imperfeição, fazia tudo outra vez. Os bolos eram alinhados, ela gostava de surpreender”, revela Wilsa que cuida da mãe com o mesmo carinho que foi cuidada, assim como todos os irmãos que enxergam nela um exemplo de vida e uma fonte de sabedoria. Dizem que ninguém fazia bolos como ela e o único lamento dessa história é o entrevistador não ter provado uma fatia.

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M José Ferreira aria

A conhecida “Dona Zé”!

Comecei a entrevista brincando que havia ficado sabendo de que ela gostava muito de dormir. Ela respondeu: “Deus me livre! Eu durmo sim, mas na hora de dormir. Eu gosto mesmo é de ficar acordada e fazer muitas coisas!”. Por aí, já deu para confirmar o que eu já havia sido informado: que ela é uma mulher incrível. Assim sendo, vamos conhecer um pouco mais sobre essa linda senhora que está com “86 anos e meio”, como ela gosta de frisar, acrescentando: “e muito bem vividos!”. Ela é filha do Sr. José Rodrigues e Sra. Jovita, irmã de Gabriel, Francisco, Maria da Conceição e Alexandrina. Nasceu na fazenda Grotadas, Município de Santo Antônio do Monte, onde passou a infância, adolescência e parte da juventude até se casar. O casamento aconteceu na mesma fazenda, com o saudoso Sr. Francisco Vicente, falecido há quase 10 anos. Estou na escola rural, fazendo apenas o primário, não totalmente concluído. Adorava a escola. Não prosseguiu para poder ajudar e ficar com os pais. O casamento aconteceu quando ela tinha 16 anos e teve um festão na fazenda. Durou 61 anos e só terminou com a partida do Sr. Francisco.

Tiveram 10 filhos, sendo que dois já faleceram, Geraldo e uma que morreu com três dias de nascida, Neusa Maria. Os demais filhos são: Magela, Maria da Conceição, Donizete, Francisco Xavier, Maria do Rosário, Guarino, Maria Aparecida e Juliana. Tem 14 netos e 07 bisnetos, deixando claro que do coração tem muito mais! Como ela gostava muito do grupo escolar, naturalmente pegou gosto pela leitura e principalmente por escrever. Ela já escreveu um livro e assina uma coluna no jornal da Igreja desde 2003. Chegou a enviar cartas para o Papa Bento XVI e para o Papa Francisco. E o melhor: ambos responderam. Religiosa ao extremo, é católica praticante e seu santo de devoção é São Geraldo. Na verdade, são vários, mas como pedi para citar só um, ela o citou e acrescentou que nem pega bem, porque Nossa Senhora do Perpétuo Socorro também é especial para ela, bem como vários outros santos. Começou a trabalhar ainda criança, ajudando a mãe. Aprendeu a costurar com oito anos de idade, atividade que exerce até os dias atuais. Costurou de tudo e no momento se dedica a fazer colchas de retalhos, ressaltando que essas colchas são sem o avesso, ou seja, podem ser

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usadas dos dois lados. Já costurou mais de mil delas. Sobre cozinhar, e pasmem, ela cozinha até hoje. É ela quem faz a comida do dia-a-dia. Aos domingos conta com a ajuda das filhas, “ajudam porque querem, porque, por mim, eu faria sozinha e com o maior amor!”. É muito boa em carnes e sua carne de panela é famosa. Gosta muito de quitandas, como empadas e biscoitos. Afirma, sem titubear, que nada a deixa irritada. Nada! Às vezes fica triste com algumas coisinhas da vida. Se considera uma pessoa feliz e não precisa de muita coisa. Gosta de estar com os filhos, com os amigos e com os padres. Aliás, os padres ela adora presentear com colchas. Provavelmente todos eles já ganharam um presente dela. Não se considera vaidosa, “graças a Deus não sou vaidosa, mas também, não sou desmazelada”, conta ela, soltando um sorriso encantador. Adora músicas mas nunca foi muito de dançar. Os estilos favoritos são as músicas caipiras e as de religião. Viajou pouco e lamenta não ter conhecido Aparecida do Norte. No momento, mesmo estando ótima, teve um infarto e fez duas angioplastias. Por causa disso, não pode fazer muitos exercícios e nem andar muito. Assim, fica mais reclusa e faz menos extravagâncias físicas. Organizada feito ela só, guarda tudo que ganha, organiza álbuns de fotografias, recortes de jornais, lembranças dos amigos, convites de casamento, de festas, enfim, guarda tudo com cuidado e amor e sabe exatamente onde tudo está. Participou do ECC, ajudou no Reencontro de Casais, no Curso de Noivos, participou do Ministério, de oficinas e grupos de oração, como o que acontecia no Hospital do Dr. Jeunon e nunca se nega a ajudar quem precisa em diferentes situações. Dona Zé é presente na vida dos filhos, dos amigos e como pudemos ver, esteve e está presente na vida da comunidade. Antes de encerrarmos a conversa, ela, orgulhosa e não é para menos, me mostrou a medalha de Cidadã Honorária de Lagoa da Prata, título que recebeu em 2011. E para a entrevista ficar melhor ainda, ao findá-la fui convidado para um café da tarde com quitanda feitas na hora, previamente preparadas por ela. Melhor impossível. É, sem dúvida, uma matriarca que honra a existência e os propósitos da humanidade.

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I carvalho ribeiro lma de

Nasceu em 12 de maio de 1936 Faleceu 22 de setembro de 2015 Filha de Francisco Severino de Carvalho e Maria José de Barros Teve 04 irmão: Jair, Jurandir, Vitória e Antônio, todos já falecidos Casada com Olinto Pinto Ribeiro Neto Mãe de 09 filhos: Eduardo, Luís Carlos, Maria José, Eugênio, Marco Valério, Camilo, Maria Antonia, Flávio e Maria da Conceição. 17 netos: Leonardo, Tiago, Priscila, Paulo Henrique, Gustavo, Bruno, Carolina, Fábio, Ana Paula, Camila, Luís Carlos, Verônica, Kimberly, Marina, Mariana, Lucas, Kelly. 08 Bisnetos: Caio, Gabriel, Clara, Pedro, Arthur, Isabelle, Vinícius, Daniel. Nasceu em Lagoa da Prata, onde sempre morou. Teve uma infância feliz de uma criança de cidade pequena. Junto com a irmã ajudava a mãe nas tarefas de casa. Estudou no Grupo Jacinto Campos até o 4º ano primário. Ainda na infância conheceu aquele que mais tarde seria seu escolhido para a vida toda. O nome dele? Olinto, aquele menino que subia no muro da escola para ficar olhando para ela no quintal de casa. No namoro, sempre muito apaixonados. Quando ele foi morar em BH para trabalhar e estudar, Ilma muito prendada fazia pudins e mandava para ele, pois era seu doce preferido. Casaram-se no ano de 1953 na igreja matriz São Carlos Borromeu, ela com 17 anos e ele com 21. Dedicação, cumplicidade, companheirismo, confiança, AMOR, ingredientes que fizeram desta união de 62 anos exemplo para os filhos e para os que conviveram com o casal. Pouco mais de 01 ano de casados receberam com imensa alegria a chegada do primeiro filho, Eduardo. A partir deste, de dois em dois anos a família crescia. Ilma muito dedicada, caprichosa e habilidosa, administrava o lar. Entre cuidar da arrumação da casa, lavar e passar a roupa de todos, ajudar os filhos nos deveres escolares, conseguia tempo para fazer deliciosas quitandas e doces. Gostava de ler fotonovela, bordar (diga-se de passagem lindos trabalhos). Mas como perdeu a visão do olho direito estes hobbies foram ficando cada dia menos frequentes. Não podemos deixar de falar que ainda arrumava tempo para um dedo de proza com as comadres, vizinhas/amigas. Mulher forte na personalidade e na fé. Todos as manhãs não saia da cama antes de fazer suas orações na intenção do marido, filhos e afilhados, que eram muitos. Não perdia a missa aos domingos, dizia que o dia não rendia se não fosse. Devota de Nsa. Sra. (as 3 filhas são Marias) sempre recorria a santa nas horas difíceis. No mês de maio, na época que tinha coroações

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todos os dias nas casas, não perdia uma sequer, fosse onde fosse lá estava ela. Santo Antônio também a tinha como devota, fazia parte da Pia União. Um fato interessante aconteceu, quando certa vez indo com a vizinha/amiga Maria José do Toe Nato até a capelinha da Maria Helena cumprir uma promessa. Alguém tinha deixado lá uma imagem novinha de Santo Antônio, então a amiga sugeriu que ela levasse para casa pois ela não tinha e cuidaria muito bem dela, que se ficasse ali ia se quebrar. Sei que a imagem foi levada, no outro dia quando Ilma foi rezar de frente a imagem, viu o santo fazendo cara feia para ela. Então ela disse: “Pode parar de fechar a cara para mim, na primeira oportunidade que eu tiver te levo de volta prá lá.” E assim o fez. Conversava com os santos como se conversa com um amigo. Tinha o dom do perdão. Dona de uma fé INABALÁVEL, nunca se revoltou com Deus, enfrentou as fases difíceis da vida sustentada por esta fé. Como quando com oito filhos e grávida do nono, passou junto do marido uma fase financeira complicada, por pouco não perderam inclusive a casa onde moravam. Pediu a Deus que mostrasse a solução e foi atendida. Verdadeiros amigos, o Sr. Ildeu Perillo e Dr. Dalmo, ajudaram nas decisões acertadas que foram tomadas. Conseguiram sair da crise e dar a volta por cima com dignidade graças a Deus. E foi com essa mesma fé que suportou a pior dor que os pais podem sentir, a morte do filho Luisinho com apenas 29 anos, causada por um câncer. Foi com muita oração e sustentada pela mão de Deus que ela conseguiu levar a vida adiante. A caridade como nos ensina a Bíblia, fazer o bem sem olhar a quem e sem “propaganda”, era praticada sempre por ela. Matou a fome e necessidade de muitos (alguns só ficamos sabendo depois de sua partida) Mesmo a situação financeira não sendo boa, sempre que alguém chegava na hora do almoço pedindo comida, como era só um pequeno bife para cada um, ela tirava um pedacinho de cada para que o prato do pedinte não ficasse sem carne. Havia ocasiões de se contar em seu quintal que era grande, além de seus 9 filhos, 15 a 20 crianças dos outros, era a multiplicação dos pães. Havia uma moça, não sei se era moradora de rua, que vez por outra as vizinhas e amigas se juntavam para dar banho, roupas e sapatos limpos. D. Rosa cedia o banheiro e mamãe é que conseguia entrar para dar o banho. Infinitamente apaixonada e dedicada ao seu amor Olinto. Sempre procurava agradá-lo fazendo as coisas que ele gostava, tudo era entregue em mãos. Para vê-la feliz não precisava muita coisa. Família reunida, casa cheia com a presença de amigos e cantoria. Não podia faltar músicas de seresta, Casinha pequenina, Utopia do Padre Zezinho. Ela gostava de cantar. Gostava de pão de sal, arroz branco, torresmo e barrigada assada. Gostava dos carnavais, quando os filhos ainda eram pequenos arrumava alguém para tomar conta deles para participar dos bailes. Com os filhos já crescidos, foi a vez da “Turma Barril” marcar presença no quintal da casa, quanta alegria eles proporcionaram. Era enérgica mas muita carinhosa, tinha um jeito de lidar com cada um dos filhos. Semeou o bem e colheu, deixou nos filhos e ouso dizer em muitas outras pessoas uma forte marca, sendo definida como: Fortaleza, Exemplo, Dedicação, Generosidade, Amorosa, Paz, Superação, Doação. No decorrer dos anos D. Ilma teve a saúde abalada

de várias formas; hipertensão, diabetes, perda parcial da visão, retirada do útero, cirurgia na coluna, 02 infartos, tumor na cabeça, embolia pulmonar, mas nada disso tirou dela o prazer de viver, amava a vida. Em setembro de 2015 encerrou sua missão aqui na terra, Deus a chamou para junto Dele. Deixou um vazio enorme mas boas lembranças. A saudade ... ela é de muitos!

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Amaral Adengélica oliveira gonçalves Por Fábio Barbosa

Angélica Amaral de Oliveira Gonçalves é a emoção em pessoa. Sensível e com um carisma que conquista, é uma empreendedora nata que nunca ficou parada diante dos desafios. Sua força vem da família que a inspira e serve de base para a vida. Com seu jeito humilde e detentora de sábias palavras ela conduz sua trajetória com sabedoria e acredita que os sonhos se realizam. Filha de Dirce Amaral de Oliveira Gonçalves e Clóvis Gonçalves, ela sempre foi delicada e com pensamentos firmes. “A Angélica é uma menina, moça e mulher. Acredito que estou nesses três pontos: Quando to criança, sou uma criança! Quando estou com adolescentes, sou adolescente! E sou uma mulher por ser guerreira, por ter aberto meu escritório, sozinha e lutando” definese a empresária que ainda encontra tempo para contar histórias na igreja e participar de grupos de cursilhistas. Numa rápida conversa, não será difícil se encantar pela mulher que fala de todos os assuntos, com naturalidade e conhecimento. Essa desenvoltura e empatia são suas marcas. “Eu sou uma pessoa de fácil acesso. Em uma conversa já te conto a minha inteira e sou tua melhor amiga”, brinca. Mas toda essa espontaneidade guarda uma narrativa que transformou o pensamento de Angélica. Ao mudar de escola, ela foi recebida de uma forma que qualquer criança jamais esqueceria. “Nasci gordinha, cresci gordinha e sempre sofri muito bullying na escola. E tive uma mudança, saindo da escola municipal para uma escola particular, mas eu soube passar por isso. E isto com muita ajuda da minha mãe. Um dia eu cheguei na escola nova e estava escrito na minha carteira gorda, baleia, juba de leão. Aquilo para uma menina de 13 anos que esta querendo virar mocinha foi a maior tristeza que eu tive. E disse para minha mãe que eu não voltava para a escola. Minha mãe olhou pra mim, disse que era para eu voltar e que deveria sentar nessa cadeira para o resto da minha vida por que eu não era aquilo”, conta a empresária que encontrou na mãe, um porto seguro para todas as situações que viriam pela frente. “Minha mãe é uma mulher muito guerreira. Muito firme e eu voltei para a escola. Só que eu voltei diferente. Voltei sabendo que eu não era aquilo. Continuei gordinha, fiz amizade com todo mundo. E depois não queria mais sair da escola, amava tudo lá e meus colegas”, destaca Angélica que hoje é uma das melhores amigas do menino que escreveu as frases. Prova viva de que é possível superar problemas e construir uma amizade com respeito! Na adolescência, rodeada por amigos, sempre foi popular. Seu sorriso cativava os professores e os amigos faziam questão de estar com ela. “Eu sempre fui muito rodeada de amigos. Tanto que eu nunca soube me encaixar em nenhuma turma, pois era amiga de todas

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as turmas. Quando fui ficando mais velha meu pai não tinha tanta condição. Queria ir numa festa e às vezes não dava, não tinha dinheiro para isso. Então comecei o meu lado vendedora. Eu chegava nos produtores de eventos e pediu para vender os ingressos das festas para ganhar o meu”, revela a empreendedora que sempre estava nas festas e nunca deixou de trabalhar para ter seu próprio dinheiro. Nessa mesma época começou a trabalhar no Centro de Ensino de Línguas, onde ficou durante anos. “Tive essa grande oportunidade e agradeço muito até hoje! Foi na época também que larguei a escola particular e voltei para a escola estadual, pois aquilo era um gasto desnecessário. Sempre fui muito independente, desde muito cedo”, ressalta a menina que quando completou 15 anos, sabia que a família não teria condições e promover uma festa e foi atrás de recursos e ajuda para produzir o evento. “Aqui em lagoa tinha um baile de debutantes e era o glamour da cidade. E eu sempre quis ter uma festa de debutante, ma sabia que meu pai não poderia me dar. Então, sai e fui pedir ajuda a um, a outro, a todos que encontrei. E fiz a minha festa de 15 anos. Faltava 10 minutos para o evento começar e eu estava lá arrumando”, conta. Com o tempo, conhecendo pessoas, vendendo ingressos e trabalhando já no cartório, Angélica tinha uma rede de relacionamentos satisfatória. Resolveu estudar direito na PUC Minhas, em Arcos, e conheceu o noivo, Otávio Henrique Rezende, com quem namora há 12 anos: “Fui convidada para um processo seletivo no Itaú. Fiquei lá durante dois anos. Antes de completar esse tempo quiseram me transferir para Nova Serrana, mas eu disse que não queria mudar de cidade. Meu namorado é daqui e não ia para lá. Nos conhecemos em 2005 e começamos a namorar. E desde a primeira vez que eu o encontrei eu tive a certeza de que era com ele que queria casar. Estamos estruturando tudo para realizar nosso sonho”. Angélica sempre quis ter seu próprio negócio e a oportunidade aconteceu e ela investiu tudo que tinha, nasceu assim a Realiza Consultoria. “Abri o Correspondente Caixa e comecei a trabalhar. E estou até hoje aqui muito feliz e transformando o negócio também em uma pequena imobiliária. Quero crescer mais. Desenvolver mais. A vida inteira a única certeza que eu tive era que queria trabalhar com imóveis. Eu fiz direito já pensando em direito imobiliário. Me dê uma coisa enrolada para resolver que eu gosto, o desafio me motiva” destaca. Angélica é uma mulher empenhada em ser feliz. E isto tem reflexos em sua vida de todos que a cercam. “Minha família é tudo. E não falo só de família só pai e mãe e irmã. Eu falo dos meus tios, dos primos, a minha família é muito unida. Moramos em dois quarteirões, todo mundo próximo. Sou madrinha de casamento de todos os meus primos. Tenho 10 afilhados e sou madrinha presente! E tenho eles como filhos mesmo”, conta a empresária que ainda tem sonhos a realizar. E desta vez o maior de todos: “Toda criança tem um o sonho e o meu sempre foi ter uma família, filhos, casar. Meu sonho é o sonho mais simples, constituir uma família”.

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C Rezende Henriques ybele Maria

1- Onde nasceu e onde passou a infância? Nasci em Lagoa da Prata e morei aqui até meus8 anos, quando então mudamos, toda família, para Belo Horizonte. 2-E a adolescência? Passei minha adolescência em Belo Horizonte, mas vinhamos para Lagoa da Prata quase todos os finais de semana, sempre tivemos uma casa aqui. Também nas minhas férias, quando não estávamos viajando, pois íamos sempre para uma praia, quase sempre Guarapari, passava aqui em lagoa, nunca me desliguei daqui. 3- Cite alguns ótimos momentos daquela época. Nossas viagens para Guarapari, onde íamos nossa família, a família do tio Mauro e também as famílias do pessoal do Tecidos Belo Horizonte, onde meu pai trabalhava. Era uma turma grande, animada e muito divertida. Nossos carnavais em Lagoa da Prata, uma turma muito grande, preparávamos nossas fantasias o ano todo. Nosso bloco desfilava. Eu amava o carnaval. 4- Onde estudou desde o jardim de infância? Jardim de Infância em Lagoa era no porão da Igreja, com a querida Dona Áurea. Depois 1º e 2º anos de grupo no Grupo Escolar Dr Jacinto Campos, sendo Tia Cleusa(Dinha) minha amada professora do 1º ano e depois 2 º ano com Dª Margarida, também muito querida. 5- Você tem curso superior? Sim. Sou Engenheira Civil formada pela FUMEC, BH. 6- Quando se mudou de Lagoa pela primeira vez e qual o motivo? Aos 8 anos de idade, quando meu pai foi trabalhar no Tecidos Belo Horizonte, atacado de tecidos. 7- Qual foi seu primeiro trabalho e o que fez com seu primeiro salário? Meu primeiro trabalho foi na minha própria empresa como Eng. Civil, eu e minha sócia fazíamos projetos elétricos, hidráulico, telefônico e estrutural. Como nos formamos em uma época muito boa, tínhamos muitos projetos e trabalhávamos para grandes construtores. Isso nos deu a oportunidade, já no início da nossa carreira de investir em construção com duas dessas construtoras. Foi muito bom. 8- Em que outras funções ou profissões já trabalhou? Mais tarde, já com meus 4 filhos, e estes ainda pequenos, eu mal tinha tempo de vê-los, decidimos mudar para Lagoa da Prata e junto com meus dois irmãos e a ajuda do meu pai, montamos um atacado de tecidos: Comercial Oeste de Minas LTDA. Depois, com ajuda da minha prima Jussara, que tomou frente pra mim, montei a Ciça Enxovais, que hoje ainda existe porém voltada apenas para enxovais de Hotelaria. 9- Quando montou seu primeiro negócio próprio? Mais ou menos um ano depois de formada.

10- Nos dias atuais qual é a empresa que você

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a graduação e a pós graduação. De lá voltou para BH e está terminando o Doutorado na UFMG, onde também dá aulas. Já o Raphael iniciou primeiramente Economia, não gostando foi fazer Direito na Milton Campos, mas também não terminou. Esse é mesmo comerciante e hoje é meu braço direito na nossa empresa. Fez e está fazendo um grande trabalho. O mais novo, Pedro, formou em Medicina pela faculdade de Ciências Médicas, e hoje é oftalmologista, inclusive atendendo aos sábados aqui em Lagoa da Prata, seu consultório fica dentro do hospital São Carlos. Quanto a ter simultaneamente filhos no Colégio Santo Agostinho, também cursando inglês e fazendo um esporte, depois de faculdades, apenas uma federal, foi realmente uma entrega minha e do meu marido. Foram muitos anos dedicados penas aos filhos. Mas valeu muito! 14- Você se tornou avó recentemente. Fale sobre esse novo episódio em sua vida. Sobre ser avó, foi uma das melhores coisas de minha vida, uma doçura de neta, não tem explicação pra isso. É puro amor! comanda, quais produtos oferece? Hoje como disse a cima continuo com a Ciça Enxovais, porém voltada apenas para enxovais de Hotelaria: Roupas de cama, toalhas, protetores de colchões e travesseiros, travesseiros, cortinas, saias para box, edredons, mantas.... Enfim tudo que os hotéis e pousadas precisam de linha de enxovais. 11- Seu pai, o saudoso Sr. Hugo foi grande representante de tecidos. Como isso te influenciou e o que você aprendeu desse mercado através dele? Meu pai, quanta saudades... Ele iniciou no ramo de atacado de tecidos aqui em Lagoa com o “Tecidos Cybele”. Foi muito feliz em sua escolha, muito bem sucedido. Até que um grande atacado de tecidos em Belo Horizonte, o descobriu e o procurou para uma sociedade. Ele foi conhecer, não quis entrar de sócio mas fez uma proposta de vendas para eles e deu muito certo. Quanto a me influenciar, quando tomamos a decisão de mudar para Lagoa da Prata e não tinha naquela época campo aqui para meu trabalho como Engenharia, decidi, apoiada por ele, claro, a montar um atacado de tecidos. 12- Quando conheceu seu marido, há quanto tempo estão casados, quando e onde foi o casamento? Teve festa? E lua de mel? Conheci o José Eustáquio aqui em Lagoa. Estamos casados a 36 anos. Nos casamos aqui em Lagoa às 11 horas da manhã e tivemos um lindo almoço, no Oeste Estrela Clube. Isso aconteceu em um sábado, porém a festa já tinha iniciado na sexta à noite com a chegada de todos os sócios e amigos de “Tecidos Belo Horizonte” Nossa Lua de Mel foi em Araxá no Grande Hotel. 13- Vocês tem 4 filho. Fale um pouco sobre o que cada um deles cursou e como foi criar e ter todos na faculdade, praticamente ao mesmo tempo? A mais velha, Cecilia, é formada em direito, e dá aulas de Direito Penal. O Hugo apaixonado com os estudos, formou primeiro em Biologia pela UFMG indo depois fazer mestrado na USP- SP. Lá quis fazer vestibular para Direito, passou e foi para Campos de Ribeirão Preto, onde ao mesmo tempo fez

15- Você sabe cozinhar? Qual a sua especialidade e qual é o seu prato favorito? Sim, gosto de cozinhar. Gosto muito de fazer bacalhau, paixão do meu marido e frutos do mar, prato que todos na família adoram. Esses são meus dois pratos favoritos. 16- Qual é sua relação com a religião? Tenho muita fé, esta fé fortaleceu muito com meu marido e sua família. A fé da minha sogra era uma coisa linda, as graças alcançadas por ela, estive presente em muitas. Hoje somos ministros da eucaristia, eu e o José Eustáquio a convite do Padre Patrick. 17- E com a política? Nunca fui muito ligada a política. Aqui no Brasil temos muitas decepções, difícil até de lutar e esperar por algo bom e grandioso. 18- O que te deixa irritada? Sou muito difícil de irritar, tenho muito controle sobre mim. 19- E o que te deixa feliz com facilidade? Nossa família reunida. Somos muito unidos, consigo perceber a alegria de todos quando estamos juntos e isso me deixa imensamente feliz! 20- Você é vaidosa? Sim. Gosto muito de moda e de estar arrumada sempre, mas sem deixar de estar à vontade. 21- Você tem arrependimento? Sempre temos arrependimento, achamos que poderíamos ter feito melhor, mas nada de muito marcante.

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aria josé alves

A professora Maria José Alves tem 65 anos e muitas histórias para contar. Exemplo de vida e superação para todos que a conhecem é a matriarca de uma família formada praticamente por mulheres. Dona de uma sabedoria peculiar, ela personifica a força de vontade. Muito além das salas de aula, ensinou na prática que quando tudo parece ser problema, o amor pode ser a solução. Nascida em Baldim (MG), Tia Nega, como é conhecida, teve uma infância tranquila junto com os sete irmãos e os pais Sebastião Canto Alves e Cecília Maria de Jesus. Na fazenda, ajudava em todas as atividades desde pequena. “Eu gostava da vida no campo, não tínhamos escola, mas brincávamos muito. Tínhamos muitos amigos e primos que moravam perto. Consigo lembrar de tudo ainda. Era um casarão daqueles antigos, com portas e janelas grandes”, recorda Maria José que também tem uma lembrança que a acompanha até hoje. “Tinha um riacho na fazenda, e eu e minhas irmãs brincávamos muito lá. E ele tinha água corrente e um dia que choveu muito o riacho transbordou. Uma prima minha disse que alguém tinha de entrar para ver se dava pé. Eu entrei e comecei a afundar. Minha irmã mais velha, Maria Helena, viu isso e mergulhou atrás de mim e me arrastou. Não fosse ela, poderia não estar aqui contando essa história”, ressalta. Aos sete anos, a família mudou-se para Lagoa da Prata, foram morar em uma fazenda chama Brejo do Curral e lá tinha uma escola. Dedicada aos estudos Maria José sempre gostou de língua portuguesa e de ler, atividade essa que ainda é uma das suas favoritas. A vida na nova casa lhe apresentou um rapaz em 1965, Melchior Tomé da Silva. Aos 16 anos, ela largou tudo e foi morar com o futuro marido. Da união nasceram sete meninas: Eisa, Estella, Daniela, Renata, Karine, Cecília e Isabela. Foram 14 anos juntos até que o esposo abandonou a família. Saiu e nunca mais voltou. “Eu não tinha nem maturidade para casar, quanto mais para uma separação. Todo mundo que conhece a minha historia, se impressiona. Eu era muito nova, mas naquela época a gente quase não fazia pré-natal, os partos eram demorados. Mas minhas filhas nasceram sadias. Quando fui abandonada eu tive muita ajuda de Deus para criá-las. Meu alicerce maior! Por eu estar sozinha, assustei muito com a separação. Eu trabalhava e tinha de dividir a atenção. Meus pais também me ajudaram muito”, fala emocionada a mulher que trabalhava o dia todo e ainda resolveu fazer um curso à noite para poder ganhar melhor e sustentar a família. A vida foi difícil, anos de limitações, mas na casa onde morava não faltava amor. “Essas dificuldades não afetaram minha vida profissional, tinha uma força que eu não sabia de onde vinha para conduzir tudo aquilo. Foi um dom que Deus me deu, de nada reclamar,

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Por Fábio Barbosa


nem afetar meu trabalho”, conta a professora que nunca desistiu de dar uma vida melhor para as sete filhas. E conquistou isso com trabalho. “Formei em Pedagogia em Formiga. Durante a semana íamos na terça-feira à noite e voltávamos de madrugada. No dia seguinte de manhã cedo eu já tinha de ir para a escola, às vezes mal dormia, a estrada era de terra, então você imagina o sacrifício. Nunca parei de estudar, depois fiz pós-graduação em Orientação Educacional e cursei Inspeção Escolar”, fala orgulhosa. A professora Maria José trabalhou na Escola Alexandre Bernardes Primo e na Escola Estadual Jacinto Campos, em seguida em escolas rurais do município. Dava aula de todas as disciplinas. Era dinâmica e uma das mais respeitadas profissionais da sua geração. “Eu cheguei a trabalhar dois horários, ia em casa apenas na hora do almoço. E ainda estudava para ter um salário melhor. Com a visão de que precisava criar sete filhas fui atrás de coisas melhores. Tinha dia que elas não tinham nem com quem ficar, mas ficavam tomando conta uma da outra”, lembra. Ao olhar para o passado, Maria José orgulha-se dos alunos que teve. Alguns deles hoje são profissionais reconhecidos e de alguma maneira ela sente que o seu dever foi cumprido. Em 1999, quando nasceu seu primeiro neto, resolveu então se aposentar. Era hora de, mais uma vez, cuidar da família, algo que ela nunca deixou de fazer. “Aposentei para tomar conta do Luis Felipe, filho da Estela. Tenho hoje cinco netos e a maioria são mulheres”, fala com orgulho. Mas ela quis voltar ao mercado de trabalho e foi colaboradora da câmara municipal e de um fábrica

de pelúcias. “Dentro da medida do possível eu fiz de tudo nesta vida. Principalmente pela formação das minhas filhas. Minhas filhas hoje são todas formadas. E tenho o maior orgulho de ter criado minhas filhas sozinhas. São mulheres com força de vontade e todas correram e correm atrás de uma vida melhor. Quatro já casaram. Eu nunca não quis culpar o pai delas. E elas não me cobravam. Tiveram respeito comigo”, conta Maria José que ainda fala mais: “São minhas companheiras e eu ainda cuido de todos. Todo final de semana, no domingo, eu preparo o almoço para todos eles. Sou uma boa cozinheira. Eu faço de tudo. Gosto de comida bem preparada e bem feita. Não gosto de ajuda na cozinha e faço uma fartura”. A história de Maria José inspira. É difícil não se emocionar ao ver que uma mulher negra, com poucas condições financeiras, conseguiu superar todos os seus limites para se doar à família. O reconhecimento desta vida vem em palavras sinceras, como disse a filha Renata que acompanhava a entrevista: “Minha mãe sempre plantou amor e ela colhe isso hoje. Essa casa sempre cheia, com a gente, netos, esposos, primos, amigos, é a maior prova do legado que ela construiu”. Amada pela família, exemplo de carinho, amor e honestidade, nunca pensou apenas em si e sempre no outro. É essa lição que a professora pede para aprendermos: “Nós estamos vivendo momentos muito difíceis. Espero que as pessoas possam modificar seu jeito de ser para termos um mundo melhor para nossos netos e bisnetos. Se o mundo tiver uma consciência de respeito ao outro, isto pode mudar o futuro”.

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ebastiana STeixeira Amorim Conhecida como Cona Tiana ou como Vó Tiana! Por Fabrício Azevedo Ela irá completar 93 anos em agosto e, por ela, vai ter festa sim. Inclusive já falou para a família “se for para fazer festa, pode fazer. Eu até dou o dinheiro. Mas tem que ser bem feita!”. E foi assim que começamos nossa conversa, ou seja, falando de coisa boa. Ela falou que adora festas (das boas!), música boa e de dançar já gostou demais. Era uma das coisas que mais gostava e que atualmente dança pouco, mas ainda “dá umas balançadas”! Nasceu em uma fazendinha na Barra do Melo, município de Arcos, posteriormente mudou-se para o povoado de Carlos Bernardes, onde estudou até o terceiro ano primário. Chegou a pensar e pensa até hoje em estudar, mas a vida não facilitou para que isso acontecesse. Ela falou que mesmo sem escola, na vida a gente tem que estar sempre aprendendo. Que atualmente aprende muito com seus “meninos”, se referindo aos filhos e netos. Ela é filha do Sr. José Teixeira e da Sra. Hipólita. Tem muitos irmãos. O pai se casou por três vezes. Do primeiro casamento foram sete e dos outros, uns 10. Tem 14 netos e 8 bisnetos. O marido conheceu de vida inteira. Eram primos. Ficaram casados por 52 anos, até o falecimento dele, há 14 anos. Moraram na zona rural até pouco antes da morte do esposo. Vieram para a cidade justamente para que ela e os filhos pudessem cuidar melhor dele que estava adoentado. Para o casamento não teve festa. Não tinham condições financeiras para tanto. Após o casamento, foram para casa onde iriam morar, de chão batido. Foi ali a noite de núpcias. Começou a trabalhar ainda criança. Conta ela que “cresceu debaixo do serviço”! Já trabalhou em diversas profissões como lavradora e outras. Mas sempre gostou de cozinhar. Olhava a madrasta cozinhar e ficava encantada. Aprendeu a costurar, deu aulas de costura e até hoje exerce o ofício. Além disso, sabe e gosta de bordar. Até pouco tempo, ajudava em uma fábrica de lingeries ao lado de sua casa. Trabalhava mas não cobrava. E como não cobrava, sempre ganhava presentes. O pessoal da fábrica gostava e gosta muito dela. Até hoje a presenteiam, mesmo tendo a empresa sido fechada. O bordado que mais gosta é o mais delicado e difícil de fazer, o “richelieu”. Faz roupa de cama, roupas para

adultos, para crianças, enfim, o que for possível ela borda. Com relação à cozinha, ela não é modesta. Informa que cozinha muito bem e emenda: “nunca pedi um marmitex! Cozinho de tudo e gosto de comer nos horários certos e como pouco, na quantidade certa.” O prato favorito é o básico: arroz, feijão, verduras e frutas, principalmente laranja. Carnes ela come, mas não liga muito. Prefere frutas e verduras. E isso, desde sempre. Foi criada no meio das verduras. É católica praticante e reza todos os dias, mesmo estando ocupada. Deu seis da tarde, ela vai acompanhar o terço e sempre que possível vai à capelinha da Maria Helena e também à Igreja. Política ela acha até divertido o quanto eles prometem, conversam e entra um e sai outro. Não se envolve no assunto. Gosta de ler e gosta de assistir televisão. Mas deixa claro: só de programas que prestam. Não gosta de novelas nem de “bobajadas”. Gosta de programas religiosos, de música sertaneja. É vaidosa sem exageros. Gosta de estar sempre limpa, com os cabelos limpos e adora um perfume. Se tem arrependimentos, não se lembra. E completa: “As coisas que não consegui foi porque não tive oportunidades. Arrepender não resolve. A vida é assim!”. Nos dias atuais nada a irrita. Quando era mais jovem, havia sim, algumas coisas que a irritavam. Mas nem se lembra direito. Hoje em dia é totalmente paciente. “A gente tem que saber esperar as coisas acontecerem...”. Sempre gostou e ainda gosta muito de viajar. Gosta de visitar parentes que moram fora. Recentemente foi até Trindade, em Goiás. Gostou muito. Também adora ir para a “roça”! Foi várias vezes para Aparecida do Norte e toda vez que vai, gosta muito! Gosta de ficar em lugar que tem muita gente. Mas prefere que sejam pessoas boas e sem “bebedeira exagerada”. Nunca experimentou uma bebida alcoólica. “Já pelejaram comigo para beber uma cervejinha, mas eu nunca aceitei”. Antes de encerrarmos a conversa, ela me contou que na festa de 93 anos, ela quer que seja no estilo “butequinho”. Que acha que vão reformar um barracão na roça, decorar e fazer a festa por lá! Alguém duvida que essa festa será maravilhosa, assim como o é nossa entrevistada? Dona “Tiana” nem é prata, é ouro da casa. E é por isso que ela está aqui abrilhantando nossa revista, abrilhantará nosso livro, assim como, para todos que a conhecem, ela sempre foi e continua sendo uma pessoa iluminada!

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Rosário Resende (D. Zazá)

Por Maria Inês Resende Raras vezes ouvi alguém chamá-la pelo nome, Maria do Rosário Resende. Sei que desde a infância era a Zazá. Zazá que se casou com o José Resende Gontijo e virou a Zazá do Zezé do Zé Lucas. Sei que é muito “Z”! Mas não deu zebra. Nasceu em Bom Despacho em 07/10/1929. Dizia ser um Ford 29. Mas estava mais para aeronave. Ford 29 é pouco para quem foi capaz de levar a vida na altura que ela levou. Um Boeing, mãe! Combina mais com a senhora. A data em que faleceu? Perdão! Fiz questão de me esquecer. Gente como ela não morre: encanta. Quantos filhos? Eis aí uma pergunta de difícil resposta. Casou aos 19, com um viúvo, pai de quatro filhos. Com ele teve mais nove. E quando alguém lhe perguntava quais eram os dela, respondia: “Todos, todos são meus!” Ela os sabia seus. Eles se sabiam dela. Ela os chamava filhos. Eles a chamavam mãe. Mãe e filhos. Assim se sentiam. Assim era. E era bem. E era bom. Vamos lá, do mais velho ao mais novo: Tõe, Zé, Fael, Chico, Beto, Lucas, Tate, Lenir, Tomáz, Betinho, Maria Inês, Marcinha e Marcelo. Pela Celinha, que chegou pra nós aos sete anos e pela tia Dalva, que perdeu os pais aos 11 e veio morar conosco, mamãe nutria o mais profundo amor maternal. Na verdade não éramos 13. Éramos, no mínimo, 15. E vieram outros. Muitos outros. Grande a irmandade. Nela coube inclusive a Tuca “Doida”. Morou em nossa casa no tempo em que se encontrava grávida, precisada de colo e de abrigo. Em minha mãe encontrou uma coisa e outra. Sei que o espaço que temos é curto para mencionar mais gente. Paremos por aqui. Para nos criar, mamãe enfrentou grandes desafios. Talvez o maior deles tenha sido ver três de seus filhos - Chico, Tate e Marcelo - atrofiarem-se até perderem totalmente a autonomia. Ensinou-nos a reconhecer neles um canal de graças, uma possibilidade de nos humanizar, de nos tornar gente ao aprender a amar. Aprendemos. Reverenciamos os três. Ninguém nos deu mais que eles. Ninguém! Louvados sejam! Não sei ao certo o que mais a alegrava. Sei que não tinha vocação para o sofrimento. Uma mulher forte, de fé, inteligente, generosa, bem humorada. Só perdia as estribeiras diante de maldades e hipocrisias. No mais, lidava bem com conflitos, frustrações, adversidades. Era sã. Tinha o melhor dos maridos, seu Zezé, uma pessoa incrível e que a amava mais que tudo e que também era amado por ela da mesma forma. Construíram um lar delicioso. Um porto seguro, uma rocha, um lugar de paz, um afago, um convite a ser inteiro, livre, bom, sem medo, tranquilo. Como era leve viver junto dos dois e de meus irmãos. Neles reconheci o que é vida plena. Neles mergulhei e me abasteci pra vida inteira. Quanto a Lagoa da Prata? Ah, Lagoa da Prata era a Pátria deles. Amavam a nossa terra e a nossa gente. Sentiamse parte da igreja, da cidade, da vida que corria ali, queriam bem e eram queridos. Pra eles, Igual a Lagoa só um outro lugar: a fazenda Grotadas! Nelas, na Lagoa e na roça, cabia o mundo inteiro. Não precisavam do mar, nem da aurora boreal, nem de qualquer outra maravilha que não morasse por ali. Bastava-lhes a Lagoa e a roça. Estavam completos e gratos. A felicidade deles estava onde estavam. Simples assim.

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MCampos de Miranda aria José

19/02/1931

01/06/2017

Nome dos Pais: José Batista Campos Avelina Batista do Couto Irmãos: João, José, Frederico, Otaviano e Felipe Esposo: Avelino Borges de Miranda Filhos: Marcos Antônio, Jessé José, Daniel e Rosimara Agregados: As noras Deuzene e Jaqueline, o genro Dario e a ex-nora Marilena Netos: Daniel Henrique, Gabriela, Débora, Guilherme, Rafaela, Denise, Avelina, Dara e Giovana Bisnetos: Beatriz, Hadassa, Ana Laura e Estêvão. “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13) A saudosa Dona Maria nasceu no Distrito de Esteios – Município de Luz, lá passou sua infância, adolescência e juventude. Estudou até o 4º ano primário na Escola Estadual Capitão Alexandre Du e por vontade dos pais foi para um internato em Dores do Indaiá- MG, mas por falta de recursos não pôde continuar a estudar. Desde cedo foi independente, trabalhava como costureira e utilizava desse seu dom para ajudar os outros. Em meados de 1956, a até então Maria José, começava a se tornar a Maria do Avelino. Namorou e casou com um rapaz que conhecia desde criança. Eles estudaram na mesma escola e suas mães eram comadres. O rapaz era o Avelino, conhecido por todos pela sua honestidade. Após pouco mais de dois anos de namoro, aos 27 anos, Maria casou-se no civil em Esteios, mas a cerimônia religiosa aconteceu na Igreja Presbiteriana de Formiga, já que sua mãe não concordava com o casamento, pois o noivo era protestante. Ela e o marido fizeram sua profissão de fé no dia do seu casamento e não tiveram festa. Seguiram para a Fazenda Noruega, Distrito de Esteios, lá foi o lugar em que tiveram sua lua de mel e também onde constituíram sua família e viveram até 1972, quando vieram morar em Lagoa da Prata- MG. Como uma mulher sábia buscou edificar sua casa, foi o braço direito do seu esposo e fiel companheira, os conhecidos diziam “a esposa do Avelino vai fazer ele prosperar”. Para ela não havia distinção, tratava a todos da mesma maneira. Desde os fazendeiros que iam comprar e vender gado aos funcionários que os ajudavam na lida da roça. Dona Maria, como conhecida por muitos, mamãe e vovó para nós, nunca foi muito ligada a coisas

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materiais. Nunca valorizou dar ou ganhar presentes caros, mas o que ela deixou para nós tem muito mais valor do que qualquer coisa que o dinheiro possa comprar. Em primeiro lugar ela nos ensinou sobre a fé em Deus e consequentemente sobre o amor. Ela tinha como princípio ajudar os outros, mesmo tendo sido passada para trás algumas vezes ela sempre dizia “Não cabe a mim julgar se a pessoa está sendo honesta ou não, o que cabe a mim é fazer a minha parte de ajudar com o que posso.” Nesse intuito ela saía a passos largos e acelerados pela cidade, indo até os bairros mais distantes pra levar comida, roupas ou qualquer outra coisa que achasse que iria ser útil pra alguém que estava em uma situação difícil. Enquanto a saúde permitiu ela andou de canto a canto em Lagoa da Prata e mesmo após a pernas começarem a falhar e os passos não serem mais tão largos e apressados, ela ainda continuava ajudando como podia. Não se irritava com facilidade, mas alegava que mentira e mania de grandeza a tiravam do sério. Tudo era motivo de alegria, para ela não existia “programa de índio”. Sua felicidade estava em ser presente, fosse em uma grande conquista como uma formatura ou em uma simples aula de natação, sendo sempre a espectadora mais radiante. Sempre motivou a educação dos filhos e netos, considerava qualquer saber um potencial trabalho, não se importava com a profissão que iríamos seguir desde que fossemos honrados e honestos e afirmava que a mulher deveria ser independente. A nossa Maria nunca foi de excessos, gostava de se cuidar e de se vestir comportada e confortavelmente, nunca ligou para moda e sempre foi muito autêntica. Da cozinha não era a maior fã, mas sabia fazer de tudo. Entre os mais próximos seu bolo de fubá era sensação e sua comida preferida era a caçarola italiana. Para os filhos ela foi uma mãe austera, flexível como aço. Já para os netos... Ela brincava que o maior arrependimento da sua vida foi não ter colocado o nome do seu terceiro filho de Daniel Henrique, já que os dois primeiros tinham o nome composto. Entretanto isso foi superado com a chegada do primeiro neto que ganhou o nome que a avó tanto desejava. Essa senhora que era ao mesmo tempo reservada e extrovertida procurou até o fim ser parecida com Cristo. Era envolvida em trabalhos como a SAF (Sociedade Auxiliadora Feminina) na qual ajudava como e quando podia e que em 2008 tornou-se sócia emérita. Sua leitura preferida e diária era a bíblia, a qual ela considerava a palavra de Deus e teve como regra de fé e prática. A falta que ela nos faz é inexplicável, porém o que ela plantou aqui foi tão sólido que mesmo após sua partida não se perdeu. Os almoços de domingo ainda acontecem, os natais em família também. E todo esse amor e união que temos é graças a ela. “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amem a sua vinda” (2 Timóteo 4. 7,8)

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ngêla maria rezende couto

Por Fábio Barbosa O filósofo Confúcio escreveu há séculos: “Escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”. E, seguindo esse pensamento, a professora Ângela Maria Rezende Couto dedica-se até hoje a educação. Em sala de aula, exerceu a arte de alfabetizar e auxiliou os alunos na construção de suas histórias através da escrita e leitura, assim permanecendo presente na vida deles mesmo após não estarem mais sentados nas carteiras. É um privilégio daqueles que com ela estudaram e aprenderam lições importantes, tornando-se gratos por tudo que ela ensinou. Filha de Maria da Glória Rezende, nasceu em 23 de fevereiro de 1955 em Lagoa da Prata. A infância foi cercada de muitos amigos e brincadeiras, a vizinhança se reunia para jogar barra-bandeira e pique esconde. Ângela adorava ouvir as narrativas contadas pelos mais velhos, recitava poesia e cantava. Estudou na Escola Estadual Jacinto Campos e Colégio Nossa Senhora de Guadalupe, onde, na mesma época, conheceu o marido Fortunato Francisco do Couto, o Natinho, com quem se casou 1973 na Igreja de São Carlos Borromeu. “Casei com 17 e ele com 24 anos. Naquele tempo era comum casarmos novos, quando entravamos para o curso normal, apelidavam este período de espera marido”, conta a professora que teve duas filhas: Karine e Kássia. Ainda estudante, Ângela foi convidada para trabalhar na Escola Ovídio de Abreu que ficava na antiga Usina Luciância. “Foi uma experiência muito rica, comecei a viver a teoria que a escola me ensinava. Fui morar com meu marido na vila que era um lugar muito interessante. Era como se fossemos uma grande família, as casas tinham boa estrutura e os quitais tinham portão para cada um dos outros, éramos felizes”, recorda a educadora que recebeu um convite da então diretora da escola. “Dona Maria Helena me chamou para ser supervisora, aceitei e resolvi que deveria estudar mais. Então fui estudar na Universidade de Formiga, onde cursei supervisão e orientação escolar”, lembra.

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Em 1980, também cursou uma pós-graduação em Alfabetização na Faculdade Claretiano, em São Paulo. Em 1983, se inscreveu e passou no concurso público para professora na rede estadual de ensino e foi trabalhar na Escola Estadual Alexandre Bernardes Primo. “Foi uma nova experiência, afinal na vila tínhamos contato com todos, éramos uma comunidade onde nos conhecíamos. E aqui fui acolhida de uma maneira muito boa e em pouco tempo estava acostumada com minhas colegas de trabalho e alunos do bairro Américo Silva. Tive alunos brilhantes, que se tornaram excelentes profissionais”, narra a professora que sempre foi tradicional quando o assunto é educação. “Nessa época surgiu a tendência do construtivismo nas escolas, mas não abandonei os métodos globais de alfabetização e recebi o apoio dos pais. Usei, por exemplo, o método do barquinho amarelo, que apresenta experiências criadoras, além de ensinar a ler e escrever, ensinamos coisas que eles usam para o resto da vida”, reforça. Após 13 anos em uma escola particular, o ensino público tinha dificuldades consideráveis e isto foi um desafio para Angela. “Nem sempre tínhamos recursos, então inventávamos. Como tudo era escasso, usávamos a criatividade. Recordo que sempre ouvi a história de um homem que morava no Pará e que numa situação de seca saiu com a família em busca de água e para explicar para os filhos sobre como era o pulmão humano, arrancou duas plantas do chão e mostrou as raízes como as ramificações do órgão. Foi mais ou menos isso que fizemos por muitos anos, não podíamos desistir da nossa missão, então usávamos exemplos práticos e acho que deu certo”, revela. Em 1996 foi transferida para Escola Estadual Monsenhor Alfredo Dohr e dois anos depois voltou a lecionar na escola da usina, acumulando assim dois trabalhos. Não demorou muito e também foi convidada para ser supervisora no Colégio Águia de Prata, trabalhando portando nos três turnos do dia, sempre com a mesma disposição. “Na escola

pública me candidatei à diretora e fui eleita, foram 15 anos de muito aprendizado e trabalho, com uma equipe maravilhosa de profissionais que me acompanharam na gestão”, destaca a professora, que diz ser grata também a todos os pais de alunos que confiaram no seu trabalho ao longo desses anos. “Convivi com muitas pessoas especiais, alguns que vieram da vila e trouxeram seus filhos para estudar comigo, outros que me conheceram e ainda hoje me cumprimentam. Ser professora tem essa vantagem, você faz parte da vida de muitas famílias”, diz. Questionada sobre o que é um bom aluno, Ângela é objetiva: “Aluno precisa ter respeito, a ele próprio, aos colegas e à sociedade. Isso eu falo todos os dias para eles, afinal se respeitam serão bons filhos, por consequência bons pais e assim por diante. Quem se respeita cumpre o que foi fazer na escola”. Professora homenageada e reconhecida por gerações, ela não tem vaidade, nem profissional, muito menos pessoal. Não usa maquiagem e diz que o segredo para manter a pele bonita é ser feliz. Gosta de cuidar das plantas do jardim, que, por sinal, é muito bonito e com uma vista de tirar o fôlego para a lagoa, com direito a píer, onde ela e marido costumam sentar para simplesmente apreciar a paisagem. Ela também gosta de cozinhar, mas adverte, prefere uma boa comida tradicional mineira! É Católica, devota de Nossa Senhora de Aparecida. Mesmo com tantos feitos em prol da educação, Ângela nem pensa em aposentar, ainda trabalha no Colégio Águia de Prata e todos os dias se renova junto aos alunos. “Não me sinto com a missão cumprida, por isso ainda estou aí, tenho alguma coisa para oferecer, alguns passos para dar, sempre estou disposta a ajudar. Sei que algum dia terei de parar, mas vou deixar para Deus cuidar dessa parte. Me sinto feliz, sabe, tenho um marido bom, filhas que são minha alegria e netos que amo. A única coisa que gostaria ter feito era tocar violão, até sei um pouco, mas não como gostaria”, encerra a professora que ensinou muito mais letras e expressões.

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Mrocha lobato aria lúcia

69 anos. Filha de: José Bernardes Lobato e Maria Rocha Lobato. Irmã de: José Osvaldo Rocha Lobato, Sônia Maria Rocha Lobato, José Otaviano Rocha Lobato. (in memoriam), José Bernardes Lobato Filho e Vicente de Paula Rocha Lobato. Mãe de: Daniela Lobato de Castro Maciel, Renata Lobato de Castro e Moisés Lobato de Castro. Netos: Isabela Lobato Resende, Leticia Lobato de Castro Maciel e Miguel Lobato Resende. Nasci em Lagoa da Prata, dia 17 de Março de 1949, numa família linda, de pais que se amavam com intensidade. Tive uma infância feliz, meu pai era um homem muito trabalhador e nos dava uma vida confortável, numa linda casa construída por ele. Eu gostava muito de brincar com minhas bonecas que eram muitas, de porcelana e muito bonitas. A pior lembrança que tenho da minha infância, foi a morte prematura de meu pai. Ele tinha 47 anos e eu 13 anos. Foi muito difícil para mim, pois era muito paparicada por ele. Minha adolescência foi feliz, apesar dos problemas financeiros que passamos depois da morte de nosso pai. Estudava, passeava e namorava. Sempre gostei muito de cinema, portanto, como Lagoa tinha dois cinemas, eu ia ao cinema todos os dias. Sempre nadei na lagoa e quando a praia foi construída, passei a maior parte dos meus dias tomando sol e nadando. Fiz o primário na E.E. Alexandre Bernardes Primo, apesar de morar a dois quarteirões do Jacinto. Minha mãe não deixou que estudássemos no Jacinto pois a escola estava caindo. O ginásio e Magistério, fiz na E.E Nossa Senhora de Guadalupe onde tive professores maravilhosos que foram responsáveis pela minha formação política e social. Minha formação superior foi na PUC-MG, sala anexa de Luz. Me formei em História, matéria pela qual sou apaixonada até hoje. Por isso gosto tanto de ler e pesquisar na internet todos os assuntos atuais, principalmente a situação do nosso país hoje. Meu primeiro trabalho foi na TEFONICA, empresa de telefonia instalada em Lagoa quando tinha 14 anos, como telefonista. Meu primeiro salário entreguei todo para minha mãe, pois fomos todos trabalhar para sustentar a casa. Quando José Maurício Maciel e Miguel Maciel criaram o Bairro Marília fui trabalhar como secretária no loteamento. Posteriormente me tornei professora e lecionei nas E.E N. S. de Guadalupe, Virgínio Perillo e Chico Rezende onde, no último, trabalhei por 21 anos tendo exercido as funções de Secretária, Vicediretora, Diretora e Professora do primeiro e segundo graus. Fui ainda Secretária do Colégio Municipal José

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Teotônio de Castro quando, Dom Waldemar Chaves e eu, montamos o processo de criação do curso de Segurança no Trabalho. Morei alguns anos em Itaúna e fui professora do segundo grau do Colégio Santana (escola particular). Fui Supervisora do IBGE em BH, Chefe da Sessão Pessoal da Siderúrgica Lagoa da Prata, sócia de meu irmão José Osvaldo na parte de aluguel na JO Imóveis. Fui ainda assessora na Secretaria de Educação na gestão do Zézinho Ribeiro. Como podem ver, exerci multi-funções durante minha vida profissional hoje sou aposentada e desfruto os meus dias com minha família, amigos e algumas atividades não remuneradas. Entre elas fui presidente da Associação dos Voluntários do Hospital São Carlos durante seis anos, o que me deu muito prazer e realizações. Nada é melhor para nós do que servir ao próximo. Descobri minha vocação para professora no magistério. Para analisar a educação em nossa cidade teremos que analisar os vários setores. Sei que nossas escolas são muito bem instaladas com uma rede física das melhores. Entretanto ouso dizer que, no que se refere ao pedagógico, estamos ainda engatinhando, não só Lagoa da Prata, mas o Brasil inteiro. Nossas escolas públicas têm perdido muito, principalmente pelos problemas disciplinares que vêm aumentando a cada ano, não permitindo que nossos professores desenvolvam atividades na sala de aula. É uma pena, pois sabemos que só uma educação de qualidade poderia levar nosso município e nosso país à solução dos grandes problemas que hoje enfrentamos. Fiquei sozinha com meus filhos muito jovem, 32 anos, a mais velha tinha 10 anos e o mais novo na barriga, oito meses de gestação. Não tinha mãe nem pai para recorrer, no entanto Deus colocou dois anjos em minha vida. Meu sogro Pedro de Castro e minha sogra Nira de Castro. Ela morou comigo durante 18 anos e me ajudou a criar meus filhos. As pessoas às vezes se impressionam de eu ter ficado com a ex-sogra. Acontece que a nossa relação era de mãe e filha, portanto, não foi difícil para mim. Foi difícil criar os filhos sozinha mas o Senhor me deu também três pérolas que só me deram alegrias, meus filhos. Sempre comemoramos a alegria de sermos uma família, tomando café juntos, eu, meus filhos e amigas e amigos. Assim, em minha casa tem uma festa todos os dias às 17h30, quando nos encontramos há mais de trinta anos. Quanto a me casar novamente, isso nunca me ocorreu, pois acho difícil colocar outra pessoa em casa para conviver com meus filhos. Uma vez tentei, mas não deu certo. Quanto à religião, sou CATOLICA, APOSTOLICA ROMANA PRATICANTE, ela é a forma que eu tenho de entrar em contato com Jesus, meu Senhor e meu Deus. Sem Ele seria impossível viver e ser feliz. Com a política sempre fui muito envolvida e ainda hoje tenho o meu lado e minhas opiniões às quais não tenho medo de expor. Considero que é uma obrigação nossa de brasileiros participarmos intensamente da política nacional. Se todos assim fossem, talvez o nosso país não estivesse passando pelo que está passando hoje. O que me deixa extremamente irritada é a

injustiça, em todos os níveis. O que me deixa feliz é exatamente o contrário, a justiça. Além disso, a minha família e amigos. Gosto muito de viajar. Maragogi em Alagoas me surpreendeu pela beleza. Gostaria de conhecer a Europa. Meu programa favorito é me reunir com minha família e amigos e passar um fim de semana com eles. O programa de índio é exposição agropecuária. Fui uma vez e nunca mais voltei, fiquei lá 30 minutos. Sei cozinhar, dizem que cozinho bem, eu também acho (risos)! Minha especialidade é macarrão. Faço muitos e muito gostosos. Sou normalmente vaidosa, sem nenhum exagero. É lógico que já me arrependi de várias coisas que eu fiz. Quem não se arrependeu? Um ídolo? Minha mãe. Inteligente, amiga a quem muito amei. “É preferível arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que não gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra obscura e cinzenta dos que não conhecem nem a vitória e nem a derrota.” (Roosevelt).

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LLeite de Castro eoncina

O nome, diferente, é em homenagem,a seu pai que se chamava Leôncio. Ele e um amigo que se chamava Beraldino Batista Braga, combinaram que se fosse menino, teria o nome do pai e se fosse menina, seria Leoncina. Assim, foi, ela nasceu e ganhou o nome diferente. Apelido ela não tem. Não gosta. A mãe se chamava Dona Alzira. Leoncina é caçula de uma família de 11 irmãos: Maria, Braulina, João Leôncio, José Leôncio, Valdomiro, Alzira ,Fiinha, Geralda, Valdemira, ,Maria da Cruz(Lica) e Nilza, Teve 11 filhos, 24 netos e 16 bisnetos e mais três estão para nascer. Nascida no povoado de Cabrais,no dia 28/02/1933, que fica no município de Santo Antônio do Monte. O pai faleceu quando ela tinha apenas dois anos e a mãe, doze anos depois. Ela estava com 14 anos morando com 3 irmãos solteiros Valdemira Valdomira e Maria da Cruz(Lica). Ainda na fazenda, chegaram à conclusão de que era melhor que eles se mudassem de lá. Para isso, fizeram um sorteio e cada um foi morar com outros irmãos. Ela foi morar com a irmã Geralda e seu cunhado João Vital, em São José dos Rosas e posteriormente e Santo Antônio do Monte Que a trataram com todo carinho e amor como se fosse filha. A vivência desta época foi muito marcante para as duas irmãs. Ao nascer o primeiro filho de Dona Leoncina logo já o trataram como neto e assim foi, com os outros, que até hoje a tratam carinhosamente de vovó Geralda. O marido, Sr. Orlando, ela o conhecia desde a época de criança. Eram vizinhos. O namoro começou quando ela tinha 17 anos e casaram-se dois anos depois, na Igreja dos Rosas. Teve uma festa simples e não teve lua-de-mel. Moraram por lá uns 15 anos e depois disso, mudaram-se para Lagoa da Prata. Alguns dos filhos nasceram nos Rosas, outros em Santo Antônio do Monte e outros em Lagoa da Prata. Quando se mudou para Lagoa, sofreu muito de saudade da família que havia ficado. Eram muito apegados e mesmo sendo cidades próximas, ela se sentiu um pouco sozinha por um período. Naquela época em que morou “nos Rosas”, era tudo muito difícil. Não havia energia elétrica, nem água encanada e nem comércio. Não reclama das dificuldades, mas conta que carregava água na cabeça, buscada no Ribeirão, tanto para o consumo quanto para cuidar das criações. Trabalhou a vida inteira, ajudando as irmãs e quando precisava, também era ajudada por eles. Ela fala que era uma mãe mais moderada, mas os filhos falam que ela era muito brava. Mas brava no sentido de impor obediência e querer educá-los da maneira mais correta possível. Conta dona Leoncina, que todos os irmão do marido trabalhavam pesado na lavoura, etc., mas que o Orlando não gostava muito disso e preferiu outras atividades. A partir daí, já sabemos que o Sr. Orlando ficou famosos por vários comércios, principalmente pela fábrica de picolés BELINHA, que até hoje deixa saudade em todos os lagopratenses. É Catolica,religiosa “ demais” da conta”. Andou muito à pé, por quilômetros, em estrada de terra, para fazer

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novenas. Fazia com prazer e seus santos de devoção são Nossa Senhora das Vitórias e Santo Antônio, inclusive foi uma das fundadoras da Pia União de Santo Antônio aqui em Lagoa da Prata, da qual foi presidente por muitos anos. Faz parte do Apostolado da Oração. Sobre religião ela entende muito e gosta de conversar sobre o tema. Conquistou muitas amizades através da religião. Com relação à comida, ela conta “ só não gosto de cozinhar em panela pequena”. Gosto é de fazer muita comida e para muita gente”. Sabe fazer de tudo, mas seus pudins são famosos. E para comer, o prato favorito é bem simples, arroz, feijão e principalmente verduras, um “ovo estalado” e adora jiló! Ninguém sai de sua casa sem ela ter oferecido” insistentemente” algo pra comer. E emenda o comentário sobre comida, conciliando com religião da seguinte forma: “ jejum e promessa é comigo mesma” Vivo fazendo abstinência, promessas e tudo que é para ser do bem. Fico sem comer carnes par cumprir promessas e há 35 anos não como carnes às terças-feiras. Foi uma promessa com graça alcançada”! Perguntada sobre qual dos filhos era o mais custoso, ela conta que cada um era custoso para um lado, mas nada em exagero. Insisti na pergunta e ela entregou que a Tarcilia era um pouquinho mais que os outros. A perda dos irmãos,do neto Rodrigo e do filho Ronaldo foi muito difícil , não conseguia superá-las . Tentava esconder sua dor do resto da família. Tinha que demonstrar forças e apegou-se ainda mais a Deus para ajudá-la. E foi aos poucos tendo maior aceitação, deixando claro que até hoje sente muita falta deles. Compreendeu, através da fé e da religião que Jesus dá a vida e não podemos contestar suas escolhas. Com relação à vaidade, ela conta que nunca foi apegada aos bens materiais. Não frequenta lojas, nunca usou um relógio e usa brincos e anéis. O que mais usa, foi herança de sua mãe. Nunca pintou os cabelos, raramente usa maquiagem e gosta de se vestir confortavelmente . “ Valho pelo que sou e não pelo que dizem sobre mim”, completa encerrando o tema. Adora festas da família e gosta de cantar e criar versos de desafios. Nunca foi de frequentar bares e festas comerciais. Os estilos de música que gosta de cantar são o sertanejo, religiosas e gosta muito de “moda de viola”. Conta que gostava de pescar e de praticar esportes como voleibol e peteca. Adora viajar e fala que se tivesse um avião, viveria viajando, principalmente para Brasília, onde mora hoje sua mãe/irmã Geralda, a única irmã ainda viva com 95 anos. Quando foi ao Piauí, adorou conhecer o mar. Também foi muito à Aparecida do Norte. Diferente de muitas, ela não é noveleira. Nunca gostou de novelas. Acha tudo uma bobagem. A TV para ela é um veículo de evangelização. Conta que não é de ficar irritada à tôa , mas detesta quando acontece alguma discórdia, mesmo que seja muito pequena. Aí ela ficha chateada e tenta resolver tudo. E resolve. Perguntada sobre arrependimentos, ela conta que não tem arrependimentos. Atualmente Dona Leoncina cuida diariamente com carinho e amor incondicional do Sr. Orlando que se encontra acamado. Amor este que perdura por 65 anos de matrimônio! Exemplo de vida que deixará como legado pra toda a família.

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Mribeiro silva lacerda ariana bruno

Idade: 27 anos Nome dos pais: Marildes Ribeiro e Júlio César da Silva Nome dos irmãos: Júlio César ribeiro Nome do marido: João Paulo Nome do filho: Miguel 01- Onde nasceu, onde passou a infância e a adolescência e quais são as melhores lembranças daquela época? Nasci em Lagoa da Prata. Tenho ótimas recordações. Adorava brincar na pracinha Donana com meus primos, tias e amigos. 02- O que pensava em “ser”, crescesse?Tinha vontade de ser professora.

quando

03- Quando se descobriu adulta?Adulta foi quando me tornei mãe, até então era uma menina mulher, que ainda não sabia o que fazia, o que queria e amadureceu na gestação. 05- Qual foi o primeiro trabalho e o que fez com o primeiro salário? Meu primeiro trabalho foi com a minha tia Marly na clínica, mas não me recordo o que fiz com meu primeiro salário. 06- Em que outras funções ou profissões já trabalhou? Dei aula de dança e trabalhei em comércio como vendedora. 07- Você já participou de desfiles de modas e eventos e beleza. Como foi essa experiência? Foi uma experiência única e de muita saudade, uma fase gostosa da vida que não volta, mas que pude aproveitar e amadurecer também na minha profissão hoje. Fez-me tomar gosto pela minha área e eu amava estar nesse meio da moda. 08- Você vem de uma família muito tradicional na cidade e teve um filho antes do casamento. Como foi este momento, considerando que essa situação é perfeitamente normal nos últimos tempos? Foi difícil pra mim, mas pra minha família não.

12Vocês trouxeram importantes nomes para participarem do movimento. Fale um pouco sobre isso? Só Benção, Canção Nova em peso, foi tudo lindo! Nelsinho Correa, Dunga, Juliana de Paula, Brais Oss, Emanuel Stenio, Júlio Brebal, Pitter. Foi um sonho realizado! 13- Qual o seu envolvimento com política? Não gosto de forma alguma.

15- Você é vaidosa? Sou muito, gosto de me cuidar.

16- O que te deixa irritada? Praticamente tudo.

17- E o que te arranca sorrisos com facilidade? Meu trabalho. 18- Você tem arrependimentos? Passou, agora não tem como consertar.

19- O que são seus programas favoritos? Viajar.

20- Como você gostaria de ser ver daqui a 20 anos?Trabalhando. 21- Se pudesse voltar no tempo, reviveria: Momentos com meu avô. 22- Se pudesse voltar no tempo, modificaria: Mimaria mais meus pais. 23- Você sabe cozinhar? qual é sua especialidade e qual é o seu prato favorito? Gosto muito de comida sofisticada.

09- Depois do Miguel, você não teve mais filhos. Você e seu marido pretendem dar irmãos a ele? Pretendo sim. Só mais um! Miguel me cobra muito já e o João também.

24- Lugar de mulher é:De joelho. Mulher que permanece de joelho a família fica de pé! Precisamos sempre estar em oração.

10- Qual é a sua relação com religião? Sou apaixonada pela minha religião. Sou praticante e hoje sou coordenadora de um grupo de oração.

25- Um ídolo e porquê? Meus pais, pois são tudo pra mim, são incríveis, duas pessoas que não tem como falar, exemplo de superação, amor, humildade, honestidade. Meu tudo!

11- Você é uma das idealizadoras e comandantes do movimento “vem pra rua evangelizar”. Esse movimento é um marco da religião católica na cidade. Como ele nasceu e como ele funciona nos dias atuais. #Vemprarua foi uma criação marcante em minha vida. Esse ano faremos quatro anos de grupo e toda vez que falo dele me emociono muito, nunca consegui descrever como ele nasceu, ele simplesmente nasceu e está ai até hoje, todas as segundas às 20h, com mais de 300 jovens, com a graça de Deus.

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I BRoshuis nês

Por Beatriz Vasconcelos Ícone da catequese no Brasil, autora de muitos livros e artigos voltados para a formação de catequistas, Inês Broshuis aos 94 anos de idade tem uma longa experiência didática reconhecida nacionalmente no meio católico. Nascida na Holanda (21-08-1923) e leiga consagrada do Instituto Secular Unitas, veio para Lagoa da Prata na década de 50 a pedido do então padre José Pires. Ele havia fundado o ginásio Monsenhor Otaviano, hoje colégio Nossa Senhora de Guadalupe, e dona Inês aceitou o convite para dar aulas. Na sua condição de leiga consagrada, inseriu-se também nos trabalhos da Igreja e por dez anos atuou brilhantemente na Paróquia São Carlos Borromeu. Sua missão catequética se estendeu a outras cidades, porém, há cinco anos regressou para Lagoa da Prata, onde exerce até hoje seu ofício de escritora. Dona Inês chegou ao Brasil em 1951, com o segundo grupo de holandesas trazidas pelo fundador do Unitas, padre José Maria Drehmanns (da primeira turma que veio, fazia parte Maria Tereza Winters, que fundou o SOS, também leiga consagrada nesse instituto). Na capital, elas ficaram em uma casa de estudantes dirigida pelo Unitas. Após cinco anos, já familiarizadas com a língua portuguesa, vieram então para nossa cidade: Inês, para lecionar inglês, religião e desenho e Joana (in memoriam) para aulas de artes e música. Inclusive, Joana foi quem deu início ao coral infantil, que depois foi comandado pela também holandesa Irmã Maria Helena e hoje está sob os cuidados de Heloísa de Melo. A adaptação delas aqui não foi fácil. Na Holanda, dona Inês trabalhava no setor administrativo de uma empresa e era responsável por escrever e traduzir cartas em inglês, alemão e francês. Ela ainda estava se adaptando à língua portuguesa, assim que chegou na cidade já assumiu cargo de professora sem antes nunca ter lecionado. Outro fator que dificultou um pouco foi que elas precisaram se

ajustar a condições não tão confortáveis como as que antes tinham na Holanda, principalmente com relação a moradia e alimentação. Aqui em Lagoa da Prata foram morar na casa que anos depois foi reconstruída para ser a casa paroquial. Era um imóvel antigo e elas tinham que conviver com alguns moradores não tão agradáveis que insistiam em ficar: os morcegos. As refeições eram doadas por um hotel da cidade que lhes enviava marmitas. Entretanto, as duas estavam motivadas pela vocação do trabalho evangélico. Dona Inês conta que naquela época o padre José Pires já estava muito empenhado em melhorar as condições da paróquia e abriu os caminhos para uma nova catequese. Foi ele quem deu a base para as mudanças que precisavam acontecer na Igreja com a transição das normas do Concílio de Trento para o Concílio Vaticano II. A Holanda estava alguns passos à frente do Brasil em relação aos ensinamentos religiosos e possuía uma literatura rica e especializada, a mais abrangente e atualizada do mundo naquela época. Inês Broshuis tinha o conhecimento desta bibliografia, ou seja: estava na cidade a pessoa que iria difundir os novos pensamentos do Vaticano II e ela então começou a orientar as catequistas. Dez anos depois a dona Inês voltou para Belo Horizonte, porque foi eleita coordenadora do Instituto Unitas e precisava acompanhar mais de perto a Casa Central. Na capital, começou a dar cursos para formação de catequistas. Depois de mais uma década e ela foi para Marabá-PA, onde ficou por dois anos auxiliando o Bispo Dom Estevam Avellar. Voltou para Belo Horizonte e passou a ser coordenadora da catequese na região. Logo depois foi chamada para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, onde foi nomeada assessora do bispo para a catequese e se tornou uma das principais lideranças catequéticas do nosso país. Depois de ter se afastado dos trabalhos, em razão da idade, Inês Broshuis voltou para Lagoa da Prata, em 2013, onde mora junto com outras mulheres que fazem parte do Unitas. Em agosto de 2017 ela comemorou com uma festa, em Belo Horizonte, 70 anos como leiga consagrada. Aqui na cidade, dona Inês continua escrevendo seus livros e muitos artigos que são publicados em revistas católicas do país inteiro.

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R

osilene Aparecida

BEssas Machado (leninha)

Idade: 51 anos Nome do pai: José Cornelio de Bessas Nome da mãe: Luzia Cândida de Bessas Irmãos (20 irmãos): Ilda, José Cornélio Filho, Maria das Dor, Lúcia, Maria Luisa, Edna, Elza, Vi-tória, Marcos Eustáquio, Maria das Graças, Lenir, Lúcio, José Eustáquio, Raimundo, Ronaldo, Reginaldo, Luziete, Rosileno, Rosilene e Rosilaine. Marido: Bráulio Rodrigues Machado Filho: Miguel Bessas Machado 1 – Onde nasceu e onde passou a infância e a adolescência? Em Lagoa da Prata. Muitos irmãos e brincava muito. Esconde esconde, queimada, rouba ban-deira. Adolescência ótima. Um ciclo de ótima amizade, clube da minha época Oeste Estrela. Adorava dançar. 2 – E quais são ótimas recordações daquela época? O Clube Oeste Estrela e Brunela Lanchonete. 3 – Onde estudou e você tem formação superior? Escola Estadual Chico Rezende, Escola Estadual José Teotônio e Escola Estadual Nossa Senhora de Guadalupe. 4 – Qual foi o primeiro trabalho e o que fez com o primeiro salário? Foi 13 anos babá. Depois foi lanchadeira de café. Aos 16 anos comecei no Salão da Lúcia e até hoje estou na área de beleza. O que fez não me lembro. 5 – Há quanto tempo está no segmento de salão de beleza e porque entrou neste segmento? 35 anos. Trabalhei 6 anos com Lúcia e trabalho para mim há 29 anos. 6 – Na área em que você trabalha, qual é a parte mais prazerosa e qual é a mais trabalhosa? Lidar com ser humano. “Transformar uma pessoa, levantar sua autoestima vale muito para mim. Na maioria das vezes, quando uma mulher está procurando um salão, está em busca de uma mudança externa e a gente nota que a mudança externa também muda o interior da mulher, deixando ela satisfeita. Hoje através de vários cursos que fiz e ainda faço sobre PNL me tornei uma profissional realizada. 7 – Quando conheceu seu marido, há quanto tempo estão casados, como e onde foi o casamento?

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Teve festa e lua-de-mel? Em 1989, 29 anos. Casada 27 anos de benção matrimonial. Foi realizado na igreja São Carlos Borromeu pelo Padre João Reis. Não teve festa. Mas tivemos uma inesquecível lua de mel...

8 – O que te deixa irritada? Eu detesto mentira.

9 – E o que te deixa feliz com facilidade? São feitos simples. Receber abraço do marido, filho e amigos. 10 –Você gosta de viajar? Qual foi um lugar que gostou muito, um que não gostou e um que pretende conhecer? Sim, sempre viajo com meu marido e filho. Este ano fui a Cancun com amigos e adorei. Meu sonho na Europa é visitar a Itália. 11 – Você sabe cozinhar? Qual é sua especialidade e qual é o prato favorito? Não gosto de cozinhar, mas meu marido é ótimo cozinheiro. Adoro o suan com arroz que ele faz. 12 – Qual sua relação com religião? Deus é tudo na minha vida. Eu meu café da manhã é ajoelhar e conversar com Deus. 13 – E com política? Não gosto de discutir política. Mas fico atenta a o que está acontecendo. 14 – Você tem arrependimentos? Não tenho arrependimentos. Hoje curti mais meus pais que não estão aqui. 15 – Você participa de alguma associação ou alguma entidade beneficente? Não, mas sempre trabalho com tios caronas. E ajudo várias entidades. Adoro ajudar o próximo, mas sem divulgar. O que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber. 16 – Como gostaria de se ver daqui a 10 anos? Está bem como estou hoje cuidar a saúde. Ver meu filho formado e ver meus netos. 17 – Se pudesse voltar no tempo, reviveria: Não gostaria de voltar. Eu sou satisfeita com minhas escolhas, com minha vida e família que tenho.

18 – Se pudesse voltar no tempo, modificaria: Nada. O que diz amo minha vida e família.

19 – Um ídolo e porque? Deus é tudo pra mim.

20 – Uma frase ou um pensamento: “O senhor é meu pastor e nada me faltará”. Sl 22. Sou rodeada pela luz branca de Cristo na qual nada de negativo pode penetrar em mim.

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M Robatine Dias

árcia Helena

Pais: Antônio Francisco Robatine e Maria Darci Robatine Idade: 54 anos Irmãos: Tania, Cibele, Renata, Daniel Filhos: Thiago Robatine Dias, Thais Robatine Dias e Tulio Robatine Dias Marido: Gilson Ap. Dias 1- Onde você nasceu e como foi sua infância? Nasceu em Lagoa da Prata, onde teve uma infância simples, porém, muito alegre e com grande aprendizado com seu pai. 2- E a adolescência? Minha adolescência foi maravilhosa em um tempo que os amigos eram verdadeiros, respeitosos. Tudo era motivo de alegria. 3- Onde você estudou desde o jardim de infância? Estudei no Jacinto Campos, Colégio Estadual Nossa Senhora de Guadalupe. Mais tarde cursei técnico em Contabilidade na Escola José Teotônio de Castro e logo depois cursei a faculdade de Ciências em Luz. 4- Qual foi seu primeiro trabalho e se lembra o que fez com o primeiro salário? Meu primeiro trabalho foi como vendedora na Cláudia Calçados, meio período. Há e o meu primeiro salário me lembro que dividi com minha mãe. 5- Em que outros locais ou profissões já trabalhou? Já trabalhei, como secretária e professora. 6- Quando montou seu negócio próprio? No ano de 1986, percebi a necessidade de dar meus primeiros passos e ter um negócio próprio, nesta época decidi fundar a Machine Moda Masculina, que foi pioneira em confecções de roupas masculina de Lagoa da Prata. Com a chegado do filho Thiago, me atentei para o mercado infantil e visualizei uma enorme carência neste setor. Então nascia a Machine Baby, fundada em 1992. Há 26 anos no mercado infantil. Hoje conto com o apoio do filho Thiago que é formado em Administração de Empresas e tem trazido melhorias contínuas e diversas inovações na

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loja. 7- Há quanto tempo você está no ramo do vestuário? No ramo de vestuário há 31 anos.

Embora hoje se fala de crise, tenho a dizer que já tivemos momentos piores. Hoje com criatividade, foco se consegue fazer diferença porque a tecnologia muito nos auxilia.

8- Atualmente, quais são suas atividades profissionais? As minhas atividades profissionais atualmente trabalho como empresária no ramo infantil e faço parte do Conselho de Administração do Sicoob LagoaCred, no qual sou fundadora com muito orgulho.

13- O que é ser elegante? Ser elegante é se fazer presente de forma discreta. Sinônimo de sorriso, simpatia e respeito.

9- Quando você conheceu seu marido, quando se casou, como e onde foi o casamento? Conheci meu marido quando fui fazer o curso técnico em Contabilidade, éramos da mesma sala. Nos tornamos amigos de verdade e daí começamos o namoro de 6 anos. Nos casamos na Igreja São Carlos Borromeu em 1991, com uma festa linda no antigo clube Recreativo.

15- Qual a sua relação com política? Em relação a política fico atenta e discordo de muitas atitudes de nossos governantes. Mas observo que nunca se puniu tantos políticos, começa um novo marco contra os corruptos. Porque integridade é tudo para se representar o povo brasileiro.

10- Você sabe e gosta de cozinhar? Qual é seu prato favorito? Sei cozinhar, mas aprecio um bom prato feito por outros. Meu prato favorito é uma bela bacalhoada regada a um bom vinho. 11- Você é vaidosa? Sou detalhista, ser vaidosa significa se ver em vários ângulos. 12-Você já passou por vários momentos da economia. Como empresária de um segmento que oscila muito, qual foi um momento difícil para a economia e para seu setor? Na verdade já passei por muitos momentos na economia que refletiram muito no comércio. Já tivemos épocas muito difíceis, uma lembro da época da VRV.

14- Qual a sua relação com religião? Sou católica e confio muito muito no ser superior, no meu Deus.

16- Você tem arrependimentos? Não tenho nenhuma arrependimento, amo tudo que tenho. Amo a família que construímos. 17- O que te deixa irritada? O que me deixa irritado é a mentira. 18- E o que te deixa feliz com facilidade? O que me deixa feliz com facilidade é atingir meus objetivos, o meu trabalho e o bem estar da minha família. 19- O que é um programão? Programão é estar num lugar bacana com a família e os amigos, batendo altos papos. 20- Nos aponte qual seria sua melhor qualidade qual seria um defeito assumido? Qualidade- Trabalhadora incansável / DefeitoPensar muito

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Couto reforça a atuação feminina na vida política e o espaço conquistado se torna mais importante. Faço um balanço positivo de meu primeiro mandato, apresentei projetos de interesse da coletividade e alguns se transformaram em leis, Exerci com responsabilidade e zelo a função de fiscalizar os gastos públicos e as ações do executivo municipal, apresentei denúncias do que entendi estar em desacordo com a legislação tanto ao Ministério Público, quanto ao Tribunal de Contas do estado de minas Gerais. Algumas denúncias se transformaram em ações e tiveram o condão, tanto de corrigir rumos na administração pública, como de trazer economia aos cofres públicos. Exerci nos últimos dois anos de mandato, o cargo de Presidência da Câmara Municipal tendo sido eleita pelo voto de todos os vereadores (Unânime). À frente da Câmara Municipal como Presidente, realizamos concurso público para preenchimento de vagas no legislativo e ampla reforma no Prédio sede da Câmara Municipal, adaptando o espaço a acessibilidade e melhorando o atendimento ao público. Também na oportunidade implantei o Programa Jovem Aprendiz na Câmara Municipal.

ual foi o primeiro trabalho na rede pública? itária de Saúde

14- Você se candidatou novamente e se reelegeu, estando agora no segundo mandato. Como você avalia a escolha dos eleitores para sua reeleição? A reeleição sempre é difícil uma vez que é seu desempenho que esta sendo avaliado, acredito que aqueles que votaram em mim para um segundo mandato, acompanharam meu trabalho nos 4 primeiros anos e puderam perceber que enquanto vereadora procurei realizar com firmeza a função fiscalizadora, que se espera do vereador e ao mesmo tempo propor caminhos para a melhora dos serviços públicos no município. Em muitas decisões tomadas por mim quanto Presidente e gestora, fui criticada principalmente por pessoas investidas também em cargos políticos. Tentando de alguma forma descontruir

omo foi trabalhar nesta área? Foi muito r que pude lidar diretamente com as pessoas ia fazer mais por elas, do que apenas o meu nte, pude ai perceber como minha mãe, que ajudar os outros, inconscientemente me fez im, passei a me preocupar com o sofrimento ndi muito.

O que te motivou a se candidatar para al foi sua votação? Trabalhando diretamente s na área de saúde, pude perceber o quanto m de mais apoio e da melhora dos serviços bi que como vereadora podia fazer mais por vo de amigos e familiares me deu coragem . 583 votos

Na Câmara, você se sentiu discriminação ? Faça uma breve avaliação de seu primeiro . Embora o meio politico seja em sua ampla ado pelo sexo masculino, a convivência com Câmara Municipal foi tranquila e os embates o mais em razão de ideologias políticas e que acredito ser melhor para as pessoas e Ressalto também que ter mais companheiras ticipando comigo na mesma Legislatura,

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MAlmeida Batista aria de

Em 30 de agosto de 1928, na zona rural de Esteios, mais uma estrela brilhava e uma família sorria encantados com o nascimento da primeira filha. Era Maria de Almeida (Vó Fia), que chegava sem saber que seria mais tarde uma heroína. Seus pais Sinfrônio José de Almeida (Sr. Funico) e Dona Geralda Maria de Jesus, prepararam, receberam e educaram Maria de Almeida para que fosse não somente a primogênita de 10 filhos, mas também a conselheira, a amiga e a costureira da família e dos vizinhos. Costurava sempre gratuitamente, só pedia como pagamento à Santa Luzia que não lhe deixasse faltar à visão para trabalhar. E assim foi... Trabalhando, costurando e fazendo crochê até bem próximo aos últimos anos de vida. Na fazenda viveu sua infância e adolescência rodeada dos pais e irmãos. Estudou o primário na escola rural da Comunidade Capetinga, mas foi didática em viver com alegria e simplicidade nos momentos difíceis. Seus irmãos eram cantores e instrumentistas das tardes e noites nas fazendas e bailes da comunidade. Era uma jovem alegre e de beleza invejável. Numa dessas festas em Esteios, conheceu um rapaz loiro dos olhos azuis, de estrutura baixa, mas de grande caráter e bravura. Pouco depois começou a namorar. Ele veio para Lagoa da Prata para trabalhar na Empresa Laticínios Lagoa da Prata S/A. E ela já bem madura, sentindo que a fazenda era pequena demais para a sobrevivência de todos, veio morar na cidade na companhia de seu irmão João. Anos depois se casou com aquele jovem que conheceu em Esteios, Odilon Batista Leite. Ele para surpresa de todos mudou radicalmente seu modo de vida e ela continuou costurando, sendo ótima esposa e dona de casa. Desta união nasceram 6 filhos, e assim formou-se a família Batista Almeida. Os filhos foram crescendo com muita dificuldade financeira, mas muito unida e feliz. Dª Fia, como era conhecida sempre foi muito cuidadosa com as pessoas, às vezes tirada dos filhos e dava aos necessitados o que vestir e o que comer. Todos que batiam em sua porta nunca saiam de mãos vazias ou estômago faminto, do pouco que tinha sempre sobrava um pouquinho pra alguém. Tudo era partilhado, principalmente com as crianças do bairro, os doentes e os que passavam pedindo de casa em casa! Na cozinha era formidável quando não tinha muito que fazer inventava coisas simples e deliciosas como um mingau de fubá no café da manhã ou fubá torrado com açúcar para acompanhar o café e a criançada apreciava estas iguarias, enchiam a barriga e iam brincar no quintal ou na rua. Lembro-me de certa vez que inventou um almoço inesquecível: arroz, feijão, bolinho de arroz e molho de feijão. Disto não esqueço, estava perfeito no prato e na criatividade saciando a fome de todos. Esta mulher na sua simplicidade e pouco estudo foi uma heroína, que em silêncio lutou contra a fome de muitos. Educou seus filhos para trabalharem com dignidade e honestidade, para servirem uns aos outros sem recompensa. Lutou arduamente, durante 89 anos que Deus nos presenteou com seu sorriso alegre e confiante. Mais como dizia o poeta: “Deus sabe a melhor hora para colher as mais lindas flores para o seu jardim”, e ela floresceu

(VÓ Fia)

no céu em 21 de novembro de 2017. Deixando saudade e um vazio imenso daquela que foi uma vida inteira serviço e amor. Amando e respeitando a todos na terra, iluminando e perfumando o jardim eterno do Senhor. Ave Maria cheia de graça, bendita foi tu ente as mulheres, e bendito foram os que viveram contigo. Obrigada a nossa amada, dos filhos: Mª Cristina, Mª Aparecida (Maninha), Solange Batista, Salim, Samir e Alexandre (Doca), genros e netos.

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WPEREIRA DE MORAES alda

25/06/1943

14/11/2015

Pais:Lazaro Pereira Sobrinho e Waldete Jaffar Irmãos:Val do,Valdir,Vi lmar,Valmir,Vand er, Vanda,Franklin (in memorian),Valter (in memorian) Marido:Sr Orlando Moraes Filhos:Petronio,Dener,Orlando Jr e Breno Netos:Sara,Samuel,Lavinia,Arthur,Davi,Yasmin 1-Onde passou a infância e a adolescência? Passou grande parte na Usina Luciania e em uma casa nas proximidades da Padaria Prado,onde sempre falava das boas lembranças. 2-Onde estudou e qual a formação superior? Fez supletivo na Escola Jacinto,Escola Nossa Senhora de Guadalupe,cursou faculdade na cidade de Formiga e pós graduação em Batatais SP 3-Quando começou a trabalhar e em quais profissões e cargos atuou? Começou como professora na zona rural em Martins Guimaraes,após Escola Chico Resende,Virginio Perilo e Escola Nossa Senhora de Guadalupe 4- Ela comentava sobre qual área da educação ela mais gostava de atuar? Amava ajudar e ensinar,e se dedicava mto aos alunos com dificuldades nos estudos 5-Onde conheceu o marido, como e onde foi o casamento? Teve festa e lua-de-mel? Em seu inicio na area da educação,como foi na zona rural de Martins Guimarães,terra natal do seu esposo,em uma das suas voltas no trem de ferro,ela deu um tchauzinho pra ele,que tinha um comercio de frente a estação,desde então foram 49 anos de mãos dadas de uma história marivilhosa e sublime do amor,sempre falava da admiração pelo esposo,não cansava de o elogia lo,e sempre diz ter recebido uma graça do seu casamento,a história de vida deles,o cuidado dele na doença dela,foi um exemplo,se casaram em Aparecida do Norte,uma cerimonia simples,para poucas pessoas e passaram a lua de mel em São Lourenço. 6-Qual era a relação dela com religião?Ela era muito atuante,participava do movimento de renovação carismatica e era fervorosa palestrante da palavra de Deus,usava o dom do oratorio inclusive em situações como velório com uma maestria divina. 7- E com política? Não atuou e participou,cumpria o dever de votar e fazia questão.

nem

8-O que a deixava irritada? Pessoas mal educadas e preconceituosas.

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9-E o que a deixava feliz com facilidade? Sempre sorrindo,suas risadas era algo singular,ria de piadas ate as coisas banais como um tropeção. 10-Ela gostava de festas, de dançar? Amava festa,fechava quase todas que ia,dançou ate seus ultimos anos de vida,não tinha tempo ruim,era so passar aquela musica de seu agrado e ela ja se balançava. 11 - Ela era vaidosa?Extremamente!Foram 72 anos indo para mesa de café sempre de batom,marido e filhos não recordam de vê la sem! 12-Ela sabia e gostava de cozinhar? Qual era o prato favorito? Cozinhar não era seu forte,talvez por causa da profissão que exigia muito tempo fora de casa.Mas era uma apreciadora da culinaria mineira e tambem não dispensava massas,desde uma simples macarronada a uma completa lasanha. 13-Ela comentava sobre ter arrependimentos? Uma mulher sem muito arrependimento.Se dizia arrepender apenas de não ter dançado mais no ultimo baile,Rsrsrs 14-Ela tinha alguma cor, bebida, estilo de roupas e particularidades favoritas? Gostava de estampas,cores alegres,vermelho em especial,amava saia e roupas leves. 15-Ela chegou a participar de alguma associação ou entidade beneficente? Participava de tudo relacionado a igreja,era so convidar ou falar que precisaria de sua ajuda. 16- O que ela considerava programa de índio e não fazia ou evitava fazê-los?Não gostava da data do seu aniversario,preferia viajar. 17-E de televisão, ela gostava¿?Quais eram os programas favoritos? Não era muito fã de tv,gostava de filmes,clássicos e show de música,onde Julio Iglésias era seu favorito. 18-Ela era uma mãe mais austera ou mais liberal? Uma mãe super amorosa,uma leoa protetora,se errou em algo sobre os filhos,errou tentando acertar,se precisasse ser austera,era,apesar de ter sempre pensamentos liberais. 19-Como era a relação dela com seus familiares próximos? Ela foi uma super mãe de toda familia,ajudava a todos mais proximos e mais distantes,não media esforços desde as necessidades mais simples as mais complicadas,se apegou muito em sua afilhada e sobrinha Aline,por talvez não ter tido uma filha mulher e digamos que a deu uma atenção maior,não deixando de assistir aos outros.Ajudou a todos,pais,irmãos,sobrinhos e toda familia,da presença,as vezes financeira ate uma palavra sadia.Era uma nata conselheira,a mesma atenção ao marido e filhos,uma mãe a frente do seu tempo,que amou de uma forma calorosa todos e em especial os exlcluidos,independente do motivo da exclusão,ela amava! 20-Ela gostava de viajar? Qual foi um lugar que ela gostou muito? Amava viajar,ir em Goianesia na casa dos familiares do seu marido,Aparecida do Norte,Canção Nova,Foz do Iguaçu,só não viajou mais pq não superou o medo de avião.Rsrsrs

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L maria

ázara

de oliveira Lázara Maria de Oliveira, ou Lia, como era conhecida por todos, era a matriarca da família, mulher de pulso forte, mas com um coração enorme, que ensinou a todos que a conheciam, o verdadeiro significado de família. Nasceu em 05 de maio de 1944, e infelizmente foi embora cedo demais, aos 24 de novembro de 2014. Filha de Maria José Vidal e Joaquim Vidal Filho, que tiveram também as irmãs, Luci (in mem.), Lourdes, Lúcia, Leonice e Maria das Graças, era casada com Olir de Oliveira, com quem teve três filhas, Sâmia, Sinara e Andreia, além dos netos Luma, Isabelle, Kaio, Karol, Gustavo e Miguel. Deixou um vazio enorme e uma saudade inesgotável no coração de cada um deles, justamente pela mãe dedicada e amorosa, além da avó maravilhosa que sempre soube ser. Lia nasceu na fazenda Retiro de Baixo, no município de Lagoa da Prata. Foi uma criança esperta e muito alegre, teve uma infância feliz, na simplicidade dos seus primeiros anos de vida. Adorava brincar com as irmãs e a prima Terezinha e gostava de fazer bonecas de pano, que vestia com pedacinhos de tecido, e desse gosto de brincar, nasceu mais tarde a vocação de costurar, sendo quase que uma estilista autodidata, já que além de fazer, criava os seus modelos com bom gosto e perfeição. Sua adolescência foi uma fase tranquila, naquele tempo em que os jovens tinham um outro estilo de vida, e sempre gostou de ir ao cinema e ficar na praça da Matriz depois das missas de domingo. Por ter perdido a mãe muito cedo, teve que aprender a cuidar da casa e ajudar nos trabalhos da fazenda, deixando pouco tempo para a diversão. Mas mesmo assim foi uma pessoa cordial e muito sorridente. Sempre foi muito religiosa, e sua primeira viagem foi para Aparecida do Norte, para sentir de perto a presença de sua santa padroeira. Estudou na zona rural e não teve oportunidade de concluir o ensino fundamental, cursando apenas até o quarto ano, mas dedicou-se à arte de ser costureira, onde ficou conhecida pela sua habilidade em transformar pedaços de tecido em lindos vestidos. Algumas de suas peças são ainda guardadas com carinho por pessoas que tiveram o privilégio de ser vestidas pelas suas mãos mágicas, como suas filhas, netas e sua cunhada Olíria, cliente exclusiva. Casou muito nova, com Olir de Oliveira, mais

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conhecido como Chico. Foi amor à primeira vista. Tinha dezoito anos, quando aquele rapaz lindo perguntou se ela o queria como namorado , e ela emocionada logo disse sim. E depois de três anos de namoro, casaram-se na Igreja Matriz de São Carlos Borromeu. O vestido, é lógico, foi lindo, apesar de simples, criado e confeccionado por ela. Tiveram uma vida feliz, com todos os problemas que toda família tem para se manter unida, criar os filhos e garantir o futuro de todos. Mas foram bravos guerreiros ela se sentia plenamente realizada com a graça das lindas filhas e dos netos que vieram como presentes de Deus, ao longo da vida. Falar de sua vida e de sua pessoa é muito fácil: era uma pessoa extraordinária, determinada, carinhosa, muito vaidosa e religiosa, sábia e alegre, que vivia uma rotina simples, gostava de fazer ginástica, cuidava da casa com esmero e nas horas vagas, gostava de cultivar suas orquídeas. Era muito tranqüila, mas tudo que fazia era com muito amor e intensidade. Não gostava de injustiças e sabia ser enérgica , quando a situação exigia um pulso forte. Também era muito dedicada aos outros membros de sua família, cuidava e dava abrigo a todos quando era preciso, como quando trouxe sua irmã Maria para morar com eles e mais tarde o Sr. Joaquim, seu pai e o sogro Azor, que pelas idades avançadas, precisavam de mais carinho e atenção. Um dos seus maiores prazeres era viajar com a família e juntos, sempre foram a muitos lugares e ela sempre se divertiu muito nesses passeios, muitas vezes inesquecíveis. Adorava ir para à Pousada do Rio Quente e São Lourenço. Gostava de ir à praias, mas tinha medo de avião. Adorava cozinhar, e fazia questão de agradar a todos com seus pratos prediletos que ela fazia com um tempero único e com muito amor. Era uma cozinheira nota 10, e suas panquecas, a lasanha de dar água na boca, o bobó de camarão e a parmegiana que ela fazia vão ficar na saudade, ninguém consegue fazer igual. Só a Sinara, que por sempre ajudá-la na cozinha, herdou um pouco os seus dons culinários. À Samia e Andreia sempre coube ajudá-la na organização da casa, tarefas que faziam com muito zelo e dedicação. Em novembro de 2014, uma doença inesperada e incurável a levou para sempre. Apesar do diagnóstico cruel, ela foi uma guerreira forte, lutou até os últimos instantes contra a doença, ao lado das filhas que não a deixaram por nem um instante, até o momento em que a entregaram aos braços de Nossa Senhora. Deixou um vazio enorme no seio de sua família, mas um exemplo maravilhoso de amor e dedicação, que sempre será reflexo na extensão de suas raízes nessa terra, através das famílias que nasceram do seu amor e de sua vida .

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Nesta homenagem, não poderia faltar palavras daqueles que tanto a amaram: Minha Mãe, Falar dela e dos meus sentimentos por ela, é fácil, porque estou sempre em sintonia com ela, minhas lembranças são nítidas e muito fortes, às vezes dói, dói muito, sintome triste, pois a saudade é grande, mas consolo-me em saber que Deus está cuidando dela por mim. Sinara Maciel Quem foi minha mãe? Falar de minha amada mãe Lia é dizer que Deus plantou uma semente aqui na terra, que esta se transformou na mais bela e cheirosa flor do campo. É minha inspiração de vida. Uma pessoa encantadora, que só nos ensinou a amar, fazer o bem, e o mais importante de tudo, nos mostrou a força da união, porque juntos sempre somos mais. Uma guerreira e uma heroína. Sempre lutando para ser feliz e fazer os seus também, ela é muito especial. Mas ao mesmo tempo, Deus nos tirou tão rápido, sem nem tempo de lhe dar um ultimo abraço, um ultimo beijo, sem poder ver aquela risada gostosa de novo, e eu pergunto, por quê? Mas eu sei, lá no fundo, que ele quis este anjo, esta estrelinha brilhando perto dele, para que ela possa lá do céu, iluminar a vida, o caminho daqueles que precisam. Minha mãe e única e inigualável. Sua família razão do seu viver. Não gosto de falar dela no passado, pois o passado é minha saudade, o presente é meu respeito, é todo amor do mundo... Sâmia “Quem realmente amamos jamais morre...” Penso na minha mãezinha todos os dias e compreender os propósitos de Deus, muitas vezes, é bem difícil. A saudade é enorme... Mas o meu consolo é que ela está junto de Deus nos abençoando. Agradeço a Deus, a minha mãezinha pelo que sou, pelo que tenho. Amor eterno... Saudades. Andreia Cássia Perdi a minha metade, como sinto a sua falta, do seu amor, da sua companhia, da sua alegria, da nossa casa cheia. Vivemos uma vida muito abençoada, graças a Deus, passamos por momentos difíceis até, mas batalhamos juntos e conseguimos criar nossas filhas com dignidade, amor e carinho, ensinando-as educação e respeito. Tenho muito honra de tê-la tido como minha esposa, linda, admirável, guerreira, batalhadora, forte, um exemplo inesquecível de esposa, mãe e mulher. O meu amor é eterno e a saudade, infinita. Chico Minha irmã... chamava-a de Dinha, nome carinhoso que conservo até hoje. A Dinha sempre foi uma guerreira, batalhadora, disposta e prendada, tinha mãos de fada! Tenho muito que agradecer por tudo que fez por mim, sempre vou me espelhar nela. Sinto muitas saudades e às vezes apego-me às lembranças pra tentar amenizar a falta que ela me faz. Tenho certeza que ela está junto de Deus! Maria das Graças

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Maria lúcia Borges a conhecida “lúcia do salão” Ela está com 62 anos e se engana quem pensa que essa mulher de conversa doce, de estatura mediana e com jeitinho de “menina” seja uma mulher frágil. Não é. Ela é forte. Trabalhadora. É uma dessas pessoas que dá gosto conversar e ouvir suas histórias. Lúcia tem dois filhos: Sérgio Andrigo e Rúbia Cristina. É avó de Rafael ( filho de Sérgio) e já está ansiosa aguardando Clarice ( filha de Rúbia), a neta que está por vir. É filha do Sr. João Martins Borges e Sra. Olivia Luiza Martins. Lúcia está casada com Rubens Rezende de Oliveira há 35 anos. Antes teve um casamento que durou um ano e pouco. É irmã de: José Eustáquio Borges, Sônia Maria Borges, João Olemar Borges, Jair dos Reis Borges, Ronaldo Luiz Borges, Ana Maria Borges, Onivaldo Luiz Borges e Marcelo Luiz Borges.. De origem simples, ela nasceu no povoado de São Domingos, próximo a Japaraíba. Ficou por lá até os 7 anos de idade quando mudou-se para Lagoa da Prata. A adolescência também foi passada de forma simples, mas com muita harmonia e felicidade. Lúcia adorava estar junto com as irmãs, primas e vizinhas. Era uma farra e as brincadeiras na rua, como “Pular Maré” e “ Queimada” eram uma verdadeira festa! Daquela época, mesmo com as dificuldades, não se recorda de nada que possa ter sido muito ruim. Pelo contrário, à memória, o que prevalece são as lembranças boas. Ela estudou no Jacinto Campos, depois no Teotônio e no Guadalupe. Não chegou a terminar o segundo grau. Começou a trabalhar aos 16 anos em uma antiga fábrica de guaraná, a Mogi, e não se esquece do que fez com o primeiro salário, “usei para ajudar nas despesas de casa”, conta, com orgulho. Posteriormente, trabalhou em um laticínio e também como manicure. Quando trabalhou como manicure, acabou fazendo um curso de cabeleireira. Fez, gostou e despertou pelo interesse na área, que inclusive, já trabalha há pouco mais de 40 anos. Não somente trabalha como cabeleireira, como é reconhecida como uma das melhores profissionais do segmento. E se assusta quando fala nesses “40 anos - o tempo passa rápido quando trabalhamos naquilo que gostamos”! Ela adora cortar cabelos e confessa que não era muito fã em fazer alisamentos e agradece : “ ainda bem que agora tem as progressivas”! Com tantos anos no mercado acabou se tornando amiga de várias clientes. Algumas estão com ela desde que montou o salão; outras se tornaram amigas próximas e

ressalta que a profissão acaba por fazer com que muitas clientes a tenham como confidente, contando suas conquistas e seus problemas. Lúcia é católica e se considera uma mulher de muita fé. Sobre política não estende o assunto e diz não ter domínio sobre o tema. Detesta mentira e falsidades e estar reunida com a família e com os amigos é motivo de muita felicidade. Para descansar, adora ir para o sítio ou até mesmo ficar em casa. É vaidosa e gosta se se arrumar. Não tem arrependimentos e acha que erros são aprendizados. Na cozinha não é modesta. Afirma que sabe cozinhar e seu prato favorito é o tradicional frango caipira com quiabo e angu! Lúcia é uma mulher de hábito simples. Representa muito bem grande parte das cidadãs lagopratenses e das mulheres de forma geral. Par terminar esta apresentação, ela nos citou a seguinte frase “ A sabedoria eleva os teus filhos e cuida dos que a procuram”!

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Mbernardes Miranda aria cristina 10/11/1953

04/06/2015

Nome dos pais: Oswaldo Bernardes Lobato, Maria Catarina Nome dos irmãos: Ana Maria Bernardes Lobato (in memorian), Oswaldina Bernardes Lobato, Pedro Paulo Bernardes Lobato, Carlos Alexandre Bernardes Lobato. Nome do marido: José modesto de miranda (XARÁ da prefeitura) – IN MEMORIAN Nome dos filhos: Cristiano José Bernardes Miranda,A Cassiano Bernardes Miranda Nome dos netos? Tulio Bernardes de Abreu Miranda, Giovanna Portela Bernardes Miranda, Enzo Bernardes de Oliveira. 01 - Onde nasceu e onde passou a infância? Lagoa da Prata – Mg 02 - E a adolescência? Lagoa da Prata – MG Adolescência normal dançava jovem guarda. Fazia avenida na praça da matriz a noite nos finais de semana. 03 - Qual foi o primeiro trabalho e que idade tinha? Começou a Dar aula para o mobral 18 anos na escola jacinto campos em 1971. 04 - Em que outras funções e profissões trabalhou? Sempre gostou da profissão de coração como professora que era sua grande paixão 05- Quando começou a dar aulas, por quanto tempo foi professora e como foi dar aulas em zona rural? 1976 logo após se formar começou a dar aula na vila da usina luciania. Em 1993 com o fim da vila passou no concurso para prefeitura municipal e foi trabalhar na secretaria de educação até se aposentar. Mas sempre ajudando mesmo aposentada nas escolas como voluntaria. 06- Deveria ser difícil dar aulas na zona rural, ela comentava sobre isso? Das suas idas e vindas para escola , aonde o transporte antigamente era muito variado mas, na sua grande maioria em caminhões do plantio de cana que ia da lagoa para a vila luciania. 07- Quando ela conheceu o marido, por quanto tempo ficaram casados? Conheceram em 1968 , casou em 1970 ficando casado 45 anos

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08 - Como e onde foi o casamento? Houve festa e luade-mel? Em lagoa da prata na igreja matriz no dia 10/10/1970,serimonia simples, bem familiar – a lua de mel foi em uma fazenda na divisa entre lagoa e arcos de propriedade de um tio do noivo, levando junto os 2 irmaos caçulas que não separava dela. Os dois irmãos chegando na fazenda começaram a andar a cavalo no pelo sem a sela andavam tanto que deram bolhas em suas bundas e tiveram de voltar antes da lua de mel. 09- Como era a relação dela com religião? Católica devota. 10- E com política? Nunca quis tomar parte de algum partido sempre se maanteve neutra em relação a politica. 11- Ela sabia cozinhar? Qual era sua especialidade e qual era o prato favorito? Sim adorava cozinha, gostava da casa sempre cheia a família bem perto, na tinha especialidade tudo que fazia tinha como tempero o amor e ficava muito gostoso, seu prato preferido era qualquer um tendo o file de surubim 12- O que a deixava irritada? Qualquer tipo de Mentira 13- E o que a deixava feliz com facilidade? Qualquer coisa, por menor que seja era razão para felicidade 14- Ela era uma mulher mais reservada ou era extrovertida? Extrovertida 15- Ela era vaidosa? Era muito vaidosa sempre que tinha alguma ocasião especial sempre gostava de maquiar e se produzir. 16- Ela gostava de viajar? Sim adorava viajar, 17 - Comentou sobre alguma viagem que gostou muito e alguma que não tenha gostado? De gostos simples adorava ir a Belo Horizonte e sempre que ia tinha de passar pelo mercado central ficando horas andando la dentro. O sonho que tinha era ir para o rio de janeiro pois adorava as escolas de samba, era mangueira doente, verde e rosa. A ultima viajem que fez foi em aparecida para conhecer o santuário de Nossa Senhora Aparecida. Como o hotel ficava de frente a Basilica ficou a noite toda admirando pela janela a Basilica 18 - Ela manifestou ter algum tipo de arrependimento? Não nunca se arrependeu de nada. Sempre feliz com os acontecimentos por menor que seja. 19 - Ela participou de alguma entidade ou associação beneficente? Núcleo de Hanseniase e do ECC .

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A de oliveira miranda na Izabel

64 anos Pais: Altivo Nestor de Oliveira e Maria Geraldina de Oliveira. Irmãos: Celeste de Oliveira Silva, Diva de Oliveira Silva, Antônio Altivo de Oliveira (in memoriam), Nestor de Oliveira, Pedro Carlos de Oliveira, Vera Lúcia (in memoriam), Altivo de Oliveira. Esposo ou Marido: Paulo Alexandre de Miranda. Filhos: Vanessa Maria Miranda, Ana Paula Miranda, Paulo Alexandre de Miranda Júnior. Netos: Haroldo Antônio Antunes Neto, Larah Miranda Antunes, Túlio Henrique Parreiras Barros, João Augusto Parreiras Barros, Maria Paula Cândida de Miranda, João Paulo Alexandre Miranda. 01)Onde a senhora nasceu e onde passou a infância e a adolescência? Nasci em Martins Guimarães, município de Lagoa da Prata. Minha infância e adolescência: Fui criada em Divinópolis-MG, onde passei minha infância e adolescência. No período de férias ficava em Martins Guimarães, minha terra natal. 02)Quais as melhores lembranças daquela época? São tantas lembranças maravilhosas: O carinho da família, as escolas, a participação nas datas comemorativas, as brincadeiras com o irmão Altivo Júnior e amigos, as missas dos domingos, as procissões etc. 03)Onde a senhora estudou e qual a formação superior? Estudei no Instituto ‘’ Nossa Senhora do Sagrado Coração” - Do jardim, Primário e Ensino Colegial. Também no “Colégio Normal São José” onde cursei parte do curso de Magistério. (Estas escolas são em Divinópolis-MG). Formação superior: Curso de Pedagogia – OrientaçãoFormei no INESP. Em Divinópolis 04) Quando a senhora começou a trabalhar e em quais profissões e cargos atuou e ou atua? Iniciei minha Carreira profissional em 1972- Em Martins Guimarães. Era professora alfabetizadora nas 4 primeiras séries. Em Lagoa da Prata, atuei como professora em todos os níveis (InfantilFundamental- Ensino Médio- Magistério). Fui Pedagoga (Orientadora Educacional). Atuei durante quase 15 anos, no “Conselho Tutelar da Criança e Adolescente” em Lagoa da Prata. Hoje sou aposentada. Atuo indiretamente, porque acompanho meus 2 netos (Maria Paula e João Paulo), nos estudos. 05)Em qual área da educação a senhora mais gostou ou gosta de trabalhar? Todas as áreas, mas a Educação

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senhora buscou e busca forças para superar essa inversão da ordem natural das coisas? Sim. Eu busco forças em Deus e Nossa Senhora e nos amigos verdadeiros. A família é o meu grande suporte!

Infantil e o Curso de Magistério são as minhas paixões. O Conselho Tutelar foi um presente de Deus para mim, uma missão a mim confiada! Um cargo que ocupei durante muitos anos e tenho muito orgulho de ter feito parte deste trabalho ou missão tão dignos! Agradeço a Comunidade de Lagoa da Prata, pela confiança a mim e toda equipe que trabalhou comigo. 06)Onde conheceu o marido, como e onde foi o casamento? Teve festa e lua-de-mel? Conheci meu esposo em Martins Guimarães. O casamento foi maravilhoso! Casei na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Martins Guimarães. Foi um dia histórico no lugar, dia 17/07/1975. Eu comparo o meu casamento a de uma princesa!!! Teve muita festa! Muita gente bonita e elegante. Minha lua de mel, foi na cidade de Araxá-MG- Foi inesquecível!!! 07)Qual é sua relação dela com religião? Minha religião: Católica herdei dos meus pais, está fé! 08)E com política?Quanto a política, respeito todos os partidos. A política faz parte da nossa vida. Mas, devemos ter equilíbrio nas nossas atitudes, nas nossas falas, nos nossos julgamentos. 09)O que a deixa irritada? O que me deixa irritada e triste é quando me deparo com injustiças contra as pessoas, principalmente com as crianças, jovens, mulheres, idosos. O abuso do poder, pessoas pobres de espírito, a inveja, o orgulho, a soberba, a falsidade. 10)E o que a deixa feliz com facilidade? Sou sempre uma pessoa feliz. A alegria está sempre estampada no meu rosto. Mas me fazem ficar muitos feliz! Por exemplo: O cumprimentos dos amigos, passear, rezar etc. “Mas, o que mais me faz feliz, é fazer o outro feliz.” 11)A senhora gosta de festas, de dançar? Amos festas, dançar, comemorar com a família, os amigos. Sou festeira. 12)A senhora é vaidosa? Não muito comigo mesma. Mas, sempre cobrei vaidade com os meus filhos. A vaidade faz muito bem para nós. Quando não há exageros.

15)A senhora chegou a se revoltar por essas perdas prematuras de seus filhos? Sim, no início dos acontecimentos. O nosso humano é fraco, mas busquei forças no “ALTO”, e Deus me mostrou o outro lado. Aceitação, compreensão, perdão, amor acima de tudo. Mas, é um processo longo, e eu me encontro no caminho. Às vezes eu mesma me surpreendo, e me pergunto, me questiono: Será que estou normal? Mas, eu estou equilibrada para continuar a caminhada. 16)Vanessa foi uma das mulheres mais belas da cidade. A senhora gostava que ela participasse de eventos de beleza? Sim, eu gostava, apoiava e acompanhava em tudo que precisava, porque participar dos eventos a fazia muito feliz. No último desfile que ela ia representar Lagoa da Prata, no “MISS MINAS GERAIS’’, ia acontecer em Belo Horizonte, ela desistiu porque na época, namorava o Haroldo Filho e a sua paixão por Haroldo, falou mais forte!!! Já estava tudo pronto! Eu tinha certeza, que mais uma vez ela ia trazer o título da “Mulher mais bonita de Minas Gerais” Penso hoje que talvez ela soubesse que seu tempo fosse tão breve!!! Porque neste pouco tempo, Deus permitiu que ela realizasse grandes sonhos! Ser filha, esposa, mãe brilhante, fascinante! Um grande sonho, ajudar a salvar vidas, fez a “Universidade de Enfermagem”, mas não deu tempo de atuar. 17)A vida de seu filho foi tirada através de um crime. A senhora acompanha a justiça com relação ao caso? Não acompanhei até o dia do julgamento, sofri muito, estava ficando muito doloroso para mim, minha família, meus amigos, então eu pedi a Deus que tivesse misericórdia, pois eu precisava de forças suficientes para cuidar dos netos, filhos que ele me deixou. Nada vai trazer meu filho de volta! Acredito na justiça divina, esta tarda, mais não falha!!! 18)A cidade inteira é solidária à sua dor e de sua família. Pedimos desculpas por tocar num assunto tão delicado. Gostaríamos de encerrar, dizendo que sempre te admiramos por vários motivos e oramos pela sua família e somos solidários à sua dor. Agradeço-lhe muito Fabrício, pois você faz parte da minha história. Tenho também agradecimentos enormes, com todos que participaram da minha dor, das minhas ausências. Os amigos das Escola Estaduais e Municipais, Particulares, as Igrejas, enfim o povo de Lagoa da Prata e região foram solidários, não só para mim, mas toda a minha família, muito conforto! Pois a dor é tão doida, tão forte, que cheguei a sentir vontade de ir embora também. Mas, aos poucos fui enxergando que eu ainda tenho muito para construir e realizar grandes sonhos!

13)A senhora sabe cozinhar? Qual é sua especialidade e qual é seu prato favorito? Sei cozinhar, sem ser eximia. Minhas especialidade são as comidas simples e caseiras. Prato favoritos: Frango caipira ao molho, angu e quiabo. Feijoada-Strogonoff-Saladas com folhas e frutas. 14) A senhora já passou por muitas adversidades na vida. Perdeu dois filhos, a Vanessa e o Paulo. Onde a

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M

aria

Vidal

de oliveira “dona bem”

Maria Vidal de Oliveira, conhecida como Dona Bem, nasceu em 30 de agosto de 1920 na fazenda cachoeirinha, municio de Lagoa da Prata (na época Pantano), sua adolescência foi em Lagoa da Prata, estudou na escola Professor Jacinto Campos (1 grau) e faleceu em 23 de novembro de 2013, aos 93 anos na sua casa em Lagoa da Prata. Filha de Davi Vidal e Alvina Silvana Vidal, irmã de José Vidal (Juca Davi), Barbara Vidal de Oliveira (Santa), Isis Vidal (Nazinha), Clodomiro Vidal (Miro), Vasco Vidal, Magnolia Vidal (Noia) e Zila Vidal. Casou- se com Francisco Rocha de Oliveira (Chiquinho Rocha) na igreja São Jose em Belo Horizonte e a recepção foi na casa de sua sogra Maria Rocha em BH, não teve lua de mel. Foram para a fazenda deles. Ficou casada por 54 anos. Reagiu a morte do marido com intensa tristeza e superou a morte com resignação vinda da fé! Foi dona de casa e produtora rual, mãe, esposa e avó.

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Era muito vaidosa, principalmente com os cabelos, extrovertida e nunca presenciamos nenhuma irritação. Era sempre feliz, por isso o apelido de Dona Bem. Era um talento na cozinha, sendo suas especialidades do biscoito de polvilho aos peixes que fazia com maestria. Apolítica. Não tinha arrependimento. Era católica fervorosa. Amava viajar para as praias e para o Rio de Janeiro. Era muito festeira e alegre, frequentava muitos clubes da região e o antigo clube recreativo onde se divertia nos carnavais com o esposo, filhos e netos. Suas filhas são Lilás Vidal, Leila Vidal de Oliveira Martins, Lelis Vidal Rocha Gontijo e Lilian Vidal de Oliveira. Os seus netos são José Francisco Rezende, Marx Vidal Rocha Resende, Pauo Roberto Resende, Karine Vidal Rocha Martins, Marcia Vidal Rocha Resende e Alexnadra Gomes. Bisnetos são João Marcello, Paulo Renato, Kaio, Francisco, Gabriel, Gabriella, Larissa e Cecilia. Definimos mão como uma doçura de pessoa, de bem com a vida até nos últimos momentos!!!

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Christian Kely de Oliveira dos Santos Meu nome é Christian Kely de Oliveira dos Santos, recebi esse nosse em homenagem a um padrinho, pois ele juntamente com minha mãe gostariam q me apelidassem de Chris, por isso hj sou conhecida pela grande maioria por Chris Kely. Nascida no dia 10 de Agosto de 1978 (39)anos, sou leonina e por sinal genio muito forte, sou filha de Maria Ântonia de Oliveira e Erildo Geraldo dos Santos, irmã de Tatiane Oliveira Santos e mãe de Augusto Oliveira Santos Eufrásio, um adolescente de 16 anos. Passei uma boa parte da minha infância com minha avó(in memorian) devido a necessidade de minha mãe ir trabalhar, moravamos na Antiga Vila Mendonça (hj se tornou Bairro gomes tbem) onde ali vivi meus melhores momentos. Sempre fui uma pessoa muito tranquila , por isso minha adolescência não poderia ter sido diferente, e sempre muito obediente aos meus pais. Um fato marcante em minha adolecência, foi quando recebi um convite de namoro aos 15 anos e meu pai não quiz aceitar...(rsrs) por me achar muito nova. Sempre fui uma pessoa muito dedicada em tudo q fazia principalmente quando se tratava de meus estudos, sempre muito caprichosa com os cadernos, minha mãe sempre recebia elogios das professoras por ter uma filha exemplar, da fase introdutoria até o ensino fundamental, estudei na Escola Estadual Virginío Perilho, em seguida fui para Escola Estadual Nossa Senhora de Guadalupe cursar o ensino médio, onde cursei ensino técnico em contabilidade, e meu ensino superior foi na UNIFOR-Centro Universitário de Formiga, na qual me graduei em Engenharia Ambiental e Sanitária...qdo saí do curso senti q não seria uma pessoa tão realizada em atuar nessa área o quando seria realizando o meu serviço de cabeleireira, pois esse eu faço pq amo minha profissão, e agora na atualidade resolvi voltar a estudar cursando Educação Fisica pela UNIP (Universidade Paulista) pelo fato de hoje minha vida estar muito voltada à essa área tbem. Meu primeiro emprego foi de babá, olhava meus primos, quando recebi meu primeiro salário fui direto parabuma loja de roupas, onde ali comprei várias peças, e que para mim foi a melhor sensação de ter o meu próprio dinheiro. Como respondido acima sobre meu primeiro emprego q foi de babá, logo em seguida me engressei na carreira de cabeleireira que foi aos 17 anos, no qual me dediquei por algum tempo trabalhando com minha prima chamada Gisele (in memorian), depois resolvi me ausentar um pouco do salão, devido á idade e tbem por ainda não ter certeza do que queria, depois disso fui trabalhar na Pharlab Indrustria farmacêutica, onde lá trabalhei por 7 anos como líder de produção. Depois desses anos resolvi me desligar da empresa, e logo em seguida recebi uma proposta de emprego de Júnior cabeleireiro, aceitei a proposta , e com ele trabalhei por quase 4 anos até q decidir a abrir meu próprio Salão , a aceitação minha para com os clientes veio muito rápida, e tudo isso eu atribuo ao meu prifissionalismo e comprometimento com os clientes. Hoje graças a Deus e a todo o meu esforço e dedicação, ampliei meu espaço ejunto a isso consegui abranger novas áreas, todas voltadas à área da beleza, e com isso, conto também com outros profissionais em meu espaço,

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como outros cabeleireiros, manicure, maquiadora e esteticista, fazendo com que o espaço fique ainda mais completo. Agora indo para o lado da vida pessoal e lazer, sou adepta ao estilo fitness, pois senpre gostei de atividades físicas desde criança, mas comecei a levar a sério a partir do momento no qual um belo dia postei uma foto em minhas redes sociais e um organizador de evento fitness viu minha foto e me fez um convite para participar de um concurso chamado Miss Fitness, no qual aconteceria na cidade de Divinopolis, a partir daí participei de 3 eventos no mesmo seguimento, todos com etapas e novos conhecimentos, em cada desfile uma nova emoção, mais desafios, muita dedicação e acima de tudo superação, porque nunca imaginei chegar onde cheguei um dia, falta muito pra conquistar ainda, mas o que já foi eu tbem sou muito agradecida, pois só o fato de ter sido convidada, pois sei q várias pessoas queriam o meu lugar e não tiveram a oportunidade que eu tive. Atualmente treino na Matriz Gym e Prime Centro de Treinamento, são duas academias com seguimentos diferentes, esses dois lugares são onde dedico uma parte do meu tempo devido a minha necessidade. Já treinei em outras academias, mas devido ao apoio que me foi dado por essas duas academias, resolvi migrar, e pra tirar o estresse e exaustão de todo a rotina e pra conhecer um pouco mais o corpo também eu pratico Yoga, no estúdio Namâste. No meu dia a dia não me considero muito disciplinada, apesar de muitos acharem isso, não abro mão de minhas vontades, mas sem excessos é claro....agora quando chega próximo as competições aí sim me exijo mais e com isso vem uma cobrança maior aí sim nessa época eu me disciplino, pois é momento de desafios, e se vc não quiser fazer, ninguém fará por vc. Até os dias atuais não tive e não tenho nenhum problema em relação a preconceito, pelo contrário, sempre recebo muitos elogios e agradecimentos se seguidores por conseguir motivar outras pessoas a se cuidarem mais, e cuidar até mesmo da própria saúde. Agora quanto a vida pessoal dedico meu tempo ao meu trabalho , filho, namorado, família, e muitas outras coisas, tenho uma rotina bem corrida e dias bem cheios... (rsrs) mas já aprendi a administrar tudo isso, tenho tempo pra fazer um pouco de cada coisa, quanto a ter mais filhos é um sonho sim, sonho em ter uma menina, mas é um sonho ainda adiado. Uma coisa q me deica extremamente irrirada é eu estar no meu direito e alguem quereer me passar para trás. Meus programas favoritos são reunir com meus amigos e familiares, jogar conversa fora, nao pode faltar atividade física aos domingos na praia municipal. Até a atualidade não tenho nenhum arrependimento pois sou bem focada, por isso, já que vou fazer faço em feito para nao me arrepender depois. Daqui 20 anos quero ser uma pessoa plena, bem estruturada, de saúde perfeita e, acima de tudo, com família e amigos do lado. No quesito vaidade não me considero muito, mas quando não estou bem com alguma coisa tento fazer algo para melhorar ou satisfazer meu próprio ego. Como mencionado anteriormente, não sou tão disciplinada, mas não dispenso em minha geladeira: carnes, ovos, frutas, verduras, legumes e algumas sobremesas. O que não pode faltar em minha bolsa é dinheiro e um bom filtro solar. Finalizando, o que não pode faltar em minha vida é estar ao lado das pessoas que amo (família, amigos, namorado) e, acima de tudo, que nunca me falte fé.

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Caroline Amanda Martins Santos Idade: 22 anos Nome dos irmãos: Thallysson Kenedy, Cibele, Sara, Gabriel, Ravi Estado civil: solteira 01- Onde nasceu? Lagoa da Prata - MG. Boas lembranças da infância: as brincadeiras de rua e ir para roça da tia, já adorava brincar na rua, principalmente quando a brincadeira era de lutas. 02- E de adolescência: Quando pude começar a fazer o que eu sempre gostei, que foi quando iniciei minhas aulas de muay thai, logo jiu jitsu. 03- Se descobriu adulta, quando? Na verdade tive que me tornar adulta quando ainda era criança, pois só vim a conhecer meu pai depois dos 10 anos de idade, sempre tive que ser o apoio de minha mãe em casa, tendo que assumir responsabilidades de uma vida adulta desde muito cedo, morei desde então com meus avós, logo depois ele veio a falecer, então voltei morar com minha mãe, que também precisava muito da minha ajuda, me tornando desde então o arrimo de casa. 04- Onde estudou desde o jardim de infância, até conclusão ou não de curso superior? Estudei na Escola Municipal Monteiro Lobato, logo na Escola Estadual Chico Rezende. Hoje curso Educação Física (Bacharel) pela UNIP. 05 - Qual foi o seu primeiro trabalho? Trabalhava nos finais de semana numa Pizzaria, para custear minhas despesas em campeonatos de lutas e ajudar em casa, pois sempre tivemos uma situação financeira muito difícil, depois comecei a dar aulas numa academia para ter a isenção das mensalidades, hoje ainda ajudo minha avó com serviços de faxina, e sou estagiária de educação física no Studio Sparta Treinamento Físico. 06 - Você já se mudou de Lagoa da prata para estudar ou trabalhar ? Não, mas estamos analisando algumas propostas, que provavelmente me farão este ano me ausentar de Lagoa da Prata. 07 - Você e lutadora profissional de mma, quando isso começou? Desde criança já gostava muito de lutas, sempre assistia pela TV, já tinha um fascínio pelas lutas principalmente aquelas que tinham trocação (chutes, socos, vale tudo), então comecei a procurar uma academia que tivesse aulas de lutas. Comecei a fazer aulas de Muay Thai aos 15 anos, logo iniciei aulas de jiu jitsu e depois submission , a partir daí iniciei nas competições de MMA (MMA é a sigla para Mixed Martial Arts, ou em português, “Artes Marciais Mistas”, são artes marciais que incluem golpes de luta em pé e técnicas de luta no chão. Para o (a) atleta de competições de MMA é muito importante que tenha o domínio de várias artes marciais, por isso hoje pratico e treino rigorosamente vários tipos de lutas, além de um preparo físico intenso e regular, sendo que meu domínio maior quando luto é o Muay Thai

O MMA vem cada vez mais ganhando espaço no mundo dos esportes de competições, com eventos por todo país e pelo mundo, destacando hoje a presença feminina, onde o Brasil já ocupa lugar de destaque com grandes lutadoras. Dentre estes eventos o mais conhecido e cobiçado lugar pelos lutadores é o UFC ( é a sigla de Ultimate Fighting Championship, uma organização americana de artes marciais mistas, também conhecida por MMA (Mixed Martial Arts). As lutas deste campeonato envolvem uma mistura de estilos, como o Jiu Jitsu, Boxe, Wrestling, Muay Thay, Karate e outras, lembrando que no país acontece vários campeonatos também de grandes nomes. 09- Você também é professora, fale sobre isso. Sou estagiária em educação física e ministro aulas de artes marciais juntamente com o também professor Camilo Borges, que também é meu coach, que faz toda a minha preparação física e ambos somos filiados na equipe TEAM CONDE de São Paulo, dou aulas principalmente de muay thai que é a minha base para o MMA, que é uma modalidade também esportiva, que vem ganhando vários adeptos (as). 10- Você sentiu ou sente preconceito por estar em uma área, em sua maior parte,dominada pelo universo masculino. Não digo que na verdade sofre preconceitos, mas sim que é uma modalidade esportiva e de competição que ainda está tentando ganhar sua visibilidade no cenário esportivo principalmente no Brasil, devido a um conjunto de vários fatores: primeiramente as lutas eram vistas separadamente, e as competições aconteciam somente em cada modalidade, ex: competições de jiu jitsu, karatê, boxe, etc e mais tarde ainda o muay thai, que até hoje é muito procurado nas academias para emagrecimento e definição muscular, principalmente pelas mulheres, vindo a se tornar uma modalidade de competição um pouco mais tarde no Brasil que com a influência do surgimento do UFC vem ganhando maior visibilidade. Outro ponto que dificulta a expansão e principalmente o aparecimento dos grandes atletas é que a maioria deles possuem condições sociais como a minha que dificultam a possibilidade de alcançarem o tão sonhado lugar nas grandes competições, nacionais e internacionais, pois

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para que isso aconteça o atleta necessita de todo um suporte , como academias de treinamento e condicionamento físico, treinamento em várias modalidades de lutas, alimentação e suplementação adequada as necessidades de um lutador, bem como os gastos financeiros para o acesso as competições sejam elas na categoria amador ou profissional. A falta de recursos financeiros e patrocínios é o maior dificultador para maioria destes atletas, que são pessoas que trabalham o dia todo, muitas das vezes principalmente os homens, com serviços braçais e pesados, o que lhes garante um corpo com estrutura muscular mais apropriada para a busca de modalidades de lutas, e quanto as mulheres podemos dizer que realmente há um certo preconceito por se tratar de lutas, uma vez que desde os primórdios das civilizações , isso era coisa para os homens, causando certo estigma até há pouco tempo,sendo que até o criador do UFC disse um dia em entrevista a um telejornal que este espaço nos octógonos nunca seria ocupado pelas mulheres e hoje isso caiu por terra e as mulheres se tornaram protagonistas de grandes lutas, ganhando grande espaço no tão famoso UFC, e em campeonatos pelo Brasil e pelo mundo, onde são responsáveis por alcançar grandes proporções de bilheteria nos mesmos. 11-Você continua competindo e tem projetos maiores neste esporte? Sigo competindo sim, e como todo esportista tenho projetos e sonhos e o maior deles é chegar a consagrar me em minha modalidade de competição o MMA e com certeza chegar ao UFC, e viver do esporte que é o que faço com tanta dedicação, hoje treino diariamente 6 a 8 hs por dia, incluindo os treinos de lutas de jiu jitsu, muay thai, submission e wrestling e MMA, intercalando com minha preparação física, que hoje é desenvolvida pelo Studio Sparta Teinamento Físico (Lagoa da Prata), tenho uma alimentação balanceada e controlada, com suplementação adequada para um atleta de alto nível e rendimento, e próximo as competições são traçadas com apoio de um nutricionista especialista em nutrição esportiva, pois isso também é de fundamental importância, pois muitas vezes os atletas de MMA tem que passar por uma grande perda de peso, mas minha equipe e eu trabalhamos para que meu peso esteja sempre próximo a minha categorias que varia entre 52 e 57 Kg. 12- O que te deixa irritada. Quando tenho que fazer uma dieta rigorosa para perda de peso (rsrsrs) para estar em determinada categoria, quando mexem nas minhas coisas, não agüento falta de pontualidade e comprometimento, quando fico impossibilitada de treinar. 13- E o que te deixa feliz com facilidade? Além de competir... Comer, treinar muito, assistir um bom filme, ficar de bobeira em casa.

14- Qual sua relação com a religião? Sou

evangélica, mas não sou muito praticante, respeito muito todas as religiões, e tenho uma crença muito grande em DEUS! 15- E com política? Tento me manter a par dos acontecimentos políticos, porém não tenho muita opinião formada quanto ao assunto, até por causa da descrença no momento atual do cenário político brasileiro, mas como qualquer cidadão (a) acredito que juntos através do nosso voto poderemos juntos mudar este contexto. 16- Você sabe cozinhar? Sim e gosto muito de cozinhar, me arrisco com algumas receitas diferentes, claro tiradas da internet (rsrsrsrs) 17- O que vc gosta de fazer pra se divertir? Em primeiro lugar é treinar, também me divirto muito treinando, adoro sair com os amigos, e assistir filmes. 18- Você é vaidosa? Hoje sou bem mais,até porque no mundo da luta há muitas mulheres que aparentam certa masculinidade, mas está surgindo hoje mulheres que lutam mas são extremamente vaidosas, como o caso da grande lutadora de MMA Ronda Rousey, além de serem estrelas do MMA estas mulheres são admiradas pela sua beleza e fazem propagandas publicitárias, por isso me preocupo também com a vaidade, apesar que sendo uma lutadora é quase impossível permanecer com brincos, unhas grandes, etc, e devido ao grande tempo que passo treinando deixo a vaidade para as horas vagas e de lazer. 19- Como você gostaria de se ver daqui a 20anos? Não consigo ainda ter uma visão formada quanto a isso, afinal 20 anos é muita coisa né? Mas pretendo ter uma vida confortável, com boas lembranças para contar às pessoas que amo, e principalmente recordar dos momentos de glória enquanto fui lutadora. 20- Você tem arrependimentos? Tenho mas acho que recordar momentos e passagens ruins não acrescenta em nada ao nosso crescimento pessoal e principalmente espiritual, tento fazer com que os momentos que vivi que me causaram arrependimentos sirvam apenas de degraus para que eu alcance meus objetivos e viva em paz comigo mesma e com aqueles que amo. 21- Uma frase ou um pensamento. Amo uma frase de Chico Xavier, que diz assim... “EMBORA NINGUÉM POSSA VOLTAR ATRÁS E FAZER UM NOVO COMEÇO, QUALQUER UM PODE A PARTIR DE AGORA FAZER UM NOVO FIM”. MUITO OBRIGADA!!!!!!

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manganelli de freitas

Iolanda Manganelli de Freitas nasceu em Lagoa da Prata. Era filha de Rodolfo Romualdo e Ernesta Manganelli que eram pais de mais 10 irmãos: Rodolfo, Gastão, João Batista Nazareno ,Juca, Carlos, Tereza, Elvina, Anunciata e Maria Madalena. Seu pai Rodolfo era comerciante e sua mãe Ernesta era a típica italiana voltada ao lar. Veio com 10 anos da Itália com seus pais morar no Brasil. Iolanda morou em Lagoa da Prata até os 16 anos, quando casou com Geraldo Caetano de Freitas. Foi morar em Belo Horizonte depois Nova Serrana, Luz , Esteios e finalmente voltou para Lagoa da Prata onde teve seus filhos: José Francisco, Geraldo Caetano, Maria da Conceição e Maria do Carmo. Teve também os netos: Caetano, Kátia, Daniela, Douglas, Denis, Tássis, Laissa e os bisnetos Caetano e Alice. Iolanda foi uma mulher muito dedicada a Deus. Participava da missa diariamente. Foi durante muitos anos presidente do Apostolado da Oração, com muito zelo e dedicação. Era muito devota de Nossa Senhora Aparecida e fazia romaria todos os anos para o Santuário de Aparecida com membros do Apostolado da Oração. Era muito caridosa e levava alguns membros mesmo quando não podiam pagar. Era uma mulher muito dedicada a família, presente na vida de todos ajudando sempre que precisavam. Uma mulher alegre, vaidosa, amorosa, carinhosa, dinâmica e bastante reservada. Com uma vida pautada na simplicidade. Gostava muito de viajar, de festas e de visitar familiares. Iolanda deixou para seus filhos, netos e bisnetos um exemplo de mulher forte , trabalhadeira, integra, amorosa, caridosa de uma fé inabalável e grande sabedoria.

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graças lopes santos (in-memoriam)

Ela era conhecida como “Dadá do Cartório”. Partiu cedo. Deixou saudades nos amigos e familiares. Sua alegria esfuziante e seu largo sorriso eram características de uma mulher que também foi dinâmica, mãe, esposa, filha e trabalhadora. Abaixo, apresentamos um pouco mais sobre ela: Nascimento: 15/07/1958 / Falecimento: 19/02/2006 Filha de Sr. José Amancito e Dona Nair Foi esposa do Sr. Raimundo por 24 anos. Mãe de Viviane e Alfredo. Avó de Maria Beatriz

Dadá nasceu em Lagoa da Prata onde passou a infância e a adolescência. Formou-se em Direito e desde muito jovem começou a trabalhar com seu avô e com seu pai. Ofício esse que exerceu até seu falecimento. Ela adorava o que fazia e principalmente adorava trabalhar com o pai. Foi casada com Raimundo por 24 anos e um almoço celebrou a união. Dadá era alto astral e o definitivamente a irritava eram mentiras. Ela adorava ir para o sítio e ficar com a família. Consta que cozinhava muito bem e que tudo o que preparava ficava delicioso. Ela era moderna e tinha ótima conversa. Gostava muito de viajar e seus destinos favoritos eram a Pousada do Rio Quente, em Goiás e também Campos do Jordão, SP. Dadá era religiosa e devota de Nossa Senhora das Graças. Um assunto que ela não gostava e não se estendia era política. Gostava de estar sempre arrumada e podemos dizer que era vaidosa na medida certa. Como era uma mulher determinada, provavelmente não tinha arrependimentos. Se o convite era bom e se a festa era bacana, ela não negava convites e gostava muito de estar em ambientes animados e felizes. Também gostava muito de sair com o marido e irem para barzinhos e assim sendo, gostava de uns drinks e o seu favorito era run Bacardi com Sprite. Era discreta e participava de associações e entidades beneficentes como a Associação Obra de Maria e São Miguel de Arcanjo ( Sopão do bairro Marília). Dadá era de hábitos simples e assim levou a vida, com leveza. Foi uma grande perda e toda a cidade se sensibilizou com sua partida. Fica para todos aquela lembrança gostosa daquela mulher agradável e muito querida!

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Rocha Dorella Por Beatriz Vasconcelos

Leiga consagrada e coordenadora da Comunidade Católica Árvore da Vida, Ludmila Rocha Dorella nasceu no dia 18.12.1980 em Contagem-MG, e graduou-se em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais. Veio para Lagoa da Prata em 2011, para compor o núcleo da Árvore da Vida que foi implantada aqui em 2008 para vida consagrada inspirada na vida monástica. No ano de 2015 ela assumiu a diretoria do Serviço de Obras Sociais, e teve participação nas últimas mudanças físicas e administrativas no Lar dos Idosos. O trabalho de Ludmila vem edificado a cidade a vida de muitas pessoas. É a entrega de servir ao próximo e a inteligência de multiplicar o bem que fazem o seu nome um grande destaque de liderança jovem. Além disso, ela mostra em meio a seu jeito meigo que tem coragem, força e muitas ideias sem fronteiras. Em janeiro deste ano Ludmila recebeu a sua primeira missão fora do país, e foi enviada para Moçambique, na África, junto com mais três mulheres da comunidade Árvore da Vida, onde pretendem fazer uma inculturação católica. Em entrevista que segue, ela conta sobre o início dos seus trabalhos programados para um ano, num país que, embora tenha sido colonizado por portugueses, possui uma cultura religiosa extremamente diferente da que é vivida no Brasil. Como você se vinculou à Comunidade Árvore da Vida? Desde a adolescência, quando eu participava do movimento católico EAC, eu sentia uma inquietude muito grande em relação ao caminho que eu deveria seguir, qual era o meu lugar. Durante os estudos na universidade, eu conheci a Comunidade Árvore da Vida em Contagem, e encontrei nela a resposta dos anseios que havia dentro de mim de doar a minha vida, de ter uma vida de oração, de oferta para as pessoas e de comunhão fraterna. Hoje você está em missão na África, é o seu primeiro trabalho fora do Brasil? Sim, Moçambique é o primeiro trabalho missionário fora do país, porque a Comunidade Árvore da Vida é bem

jovem, está completando este ano 20 anos de fundação. Em janeiro fomos enviadas eu e mais três irmãs da minha comunidade: Fátima da Silveira, Ludimila Guimaraes e Sara Alves. Estamos residindo na Província da Zambézia, distrito de Gilé, numa pequena localidade chamada Moneia. Quais são as diferenças do seu trabalho no Brasil com o de Moçambique? A realidade da igreja em Moçambique é bem diferente da brasileira. Na verdade ainda estamos conhecendo, e queremos fazer este ano um curso de inculturação aqui. Moçambique é uma colônia portuguesa, e por mais que Portugal tenha chegado aqui no século XVI, assim como no Brasil, não teve uma evangelização sistemática. De acordo com o bispo da nossa diocese, Dom Francisco Lerma, essa evangelização é muito recente, começou por volta de 1940, quando os missionários dehonianos vieram da Europa. Então são apenas 70 anos mais ou menos o tempo que tem aqui de evangelização. Quais os principais desafios nesta missão? Como as distâncias são muito grandes, são paroquias também grandes. Por exemplo, a paroquia que nós estamos, chamada Nossa Senhora da Anunciação, tem 56 comunidades distantes umas das outras. Então, o sacerdote tem uma limitação para atender e caminhar proximamente a essas comunidades. No entanto, a igreja de Moçambique é uma igreja ministerial, que vai adiante a partir dos ministeriados, dos leigos. Ou seja, essa característica de uma igreja apoiada no ministério dos leigos, dá um formato totalmente diferente da igreja que temos no Brasil. Existe algo muito positivo, como eu mesma ouvi o dom Francisco Lerma dizer: ‘ainda que não haja padres, a igreja avança no Moçambique’. Ela não tem retrocedido.

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