QUARTA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2015
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POLÍTICA | LITORAL
Itajaí em clima de campanha Mudanças de domicílio eleitoral movimentam bastidores da política um ano antes das eleições MAIKELI ALVES E DAGMARA SPAUTZ maikeli.alves@osoldiario.com.br dagmara.spautz@osoldiario.com.br
Faltando quase um ano para as eleições municipais, Itajaí já entrou no clima da disputa. Movimentações recentes em três dos principais partidos da cidade e a chegada de nomes com expressão estadual bagunçaram o cenário político local.A corrida pelo cargo de prefeito só terá nomes confirmados em junho de 2016, mas nos bastidores a expectativa é de que Paulinho Bornhausen (PSB),Volnei Morastoni (PMDB) e Décio Lima (PT) estejam entre eles. A mais recente mudança no cenário eleitoral ocorreu segunda-feira, quando Décio Lima confirmou a transferência de domicílio eleitoral para Itajaí. Nascido no município, o deputado federal – que já esteve à frente do Porto de Itajaí – garante que veio para fortalecer o partido, mas não descarta a possibilidade de candidatar-se a prefeito: – Sou deputado até 2018, minha base é Blumenau, mas foi feito um debate de que eu poderia dar uma contribuição ainda maior com a transferência temporária de domicílio. A troca de domicílio era ventilada desde o ano passado, mas ganhou força com a filiação de Volnei Morastoni ao PMDB ocorrida há duas semanas.Volnei também não confirma a intenção de concorrer a prefeito, mas assegura que vai participar do processo: – Não estou indo pra ser candidato. Já fui prefeito, se tiver que ser novamente vai ser com muito mais experiência – disse. Dois meses atrás, outra notícia agitou os bastidores políticos: a mudança de Paulo Bornhausen para Itajaí. Ontem, Paulinho admitiu que estará envolvido nas próximas eleições municipais, mas evitou, novamente, afirmar ser pré-candidato por dizer que ainda não é hora para essas definições.
“Itajaí precisa sair das páginas policiais”
“Itajaí não pode ser rota de fuga”
O senhor trocou mesmo de domicílio eleitoral? Sou deputado até 2018, minha base é Blumenau, mas foi feito um debate de que eu poderia dar uma contribuição ainda maior com a transferência temporária de domicílio. Nas três eleições tive uma votação sempre muito expressiva em Itajaí. Dizer que estamos Décio Lima aqui, se for o caso. Isso significa que mantenho o amor e o carinho por Blumenau, isso não muda nada. Mas, se precisar, estou aqui para ajudar.
O senhor já se decidiu sobre uma possível candidatura? Tomei a decisão de mudar para Itajaí por uma questão de vida. Já encaminhamos a mudança de registro eleitoral, mas a decisão sobre uma possível candidatura não depende de uma pessoa, mas do partido. Não estou em rota de fuga, Paulo Bornhausen não estou preocupado com o “tsunami” de 2016. O que existe, de minha parte, é o entendimento de que Itajaí tem que estar em primeiro lugar, não pode ser rota de fuga.
O senhor vai se mudar para Itajaí? Eu moro cinco dias da semana em Brasília e nos fins de semana, quando não estou em Blumenau ou pelo Estado, estou em Itajaí. Tenho meus pais aqui, minha família toda. Diria que tenho tripla residência. Não sou uma pessoa à procura de mandato, mas tenho a contribuir com a experiência, condições de fazer articulação política. Itajaí precisa sair da situação em que se encontra, precisa sair das páginas policiais.
O senhor acredita que sua mudança para Itajaí possa ter sido decisiva para a troca de domicílio eleitoral de Décio Lima (PT)? Ele é experiente, mas eles (o PT) é que têm que estar preocupados com 2016. Não têm candidato em Itajaí, então me parece que é mais uma questão interna, partidária. Se o PT quer ter um candidato, é um bom nome.
Itajaí vai estar nas suas demandas como deputado? Tenho cuidado da agenda de Itajaí, das questões do Porto. Saí do Porto de Itajaí para ser deputado. Paulo Bornhausen fez o mesmo movimento de mudança. Com a sua vinda, Itajaí pode ter uma eleição de “gigantes”. Isso o motiva? Confesso que não foi com essa intenção (a transferência). Não posso dizer que não porque foi para estimular, mas o mais importante é ajudar a construir. Já fui presidente do PT em Itajaí, fui eu que fundei o partido na cidade. Tem esse apelo emocional, não poderia ficar só olhando. Mas não está descartada a candidatura? Não posso descartar, também tem um apelo muito forte, dado o momento da cidade.
Você tem participado da vida da cidade. Quais são as demandas de Itajaí? Como eleitor, digo que Itajaí está preocupada com o futuro, em melhorar a qualidade de vida. É o que tenho escutado nas conversas. Precisa olhar para o futuro e executar o que tem que ser executado. É um sentimento geral. Itajaí precisa discutir uma eleição em cima de projetos de futuro. O que não foi feito não foi feito, o que pode ser feito e para onde se vai é a agenda que tem que ser feita. Tem sido pressionado para se candidatar? Vou participar ativamente da eleição em Itajaí, não necessariamente como candidato. Não me sinto pressionado, mas convidado, algumas vezes convocado. Mas entendo que, na vida pública, tudo a seu tempo. Não se pode antecipar uma discussão. Essa agenda das eleições é dos políticos, ainda não é (preocupação) do cidadão.