UNIVERSIDADE MOGI DAS CRUZES ISABELLA FERREIRA LEITE
NEUROARQUITETURA APLICADA À ESPAÇO CORPORATIVO
MOGI DAS CRUZES - SP 2020
UNIVERSIDADE MOGI DAS CRUZES ISABELLA FERREIRA LEITE
NEUROARQUITETURA APLICADA A ESPAÇOS CORPORATIVOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista.
Aprovada em ___ de ______________ de ________.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________ Professor Celso Ledo Martins
_____________________________________________ Professor
_____________________________________________ Arquiteto Convidado
MOGI DAS CRUZES – SP 2020
QUERIDO, LÉO.
"A arquitetura é a arte que dispõe e adorna de tal forma as construções erguidas pelo homem, para qualquer uso, que vê-las pode contribuir para sua saúde mental, poder e prazer." (John Ruskin)
RESUMO A dificuldade de concentração e produtividade, além do crescimento dos casos de ansiedade e depressão gerados por ambientes de trabalho hostis são uma grande preocupação no cenário atual da sociedade. Pensando nisso, os princípios de neuroarquitetura irão nortear a melhor forma projetual para gerar ambientes corporativos agradáveis e propícios, principalmente para atividades de concentração e criatividade, através de estímulos do ambiente físico para o cérebro humano. O presente trabalho busca entender as relações e impactos dos espaços construídos com seus ocupantes, a fim de melhorar os ambientes de trabalho com incentivo à produção e diminuição dos níveis de estresse, em um espaço corporativo implantado na região central da cidade de Mogi das Cruzes (SP), na qual existem diversas interferências ambientais negativas, como o grande fluxo de pessoas, poluição sonora, poluição visual, falta de vegetação, espaços sem planejamento e falta de locais de convívio.
Palavras-Chave: Neuroarquitetura, Neurociência Aplicada, Psicologia Ambiental, Espaços Corporativos.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Área comum de um espaço corporativo ....................... 18 Figura 2 - Conexões neurais do cérebro humano .......................... 18 Figura 3 - O cérebro triuno de MacLean ....................................... 18 Figura 4 - Os dois lados do cérebro ............................................... 19 Figura 5 - Lado direito e esquerdo do cérebro............................... 19 Figura 6 - Espaços de trabalho na revolução industrial ................. 19 Figura 7 - Edifício Brunswick, Liverpool, 1841 ........................... 20 Figura 8 - Baias de trabalho com computadores ........................... 20 Figura 9 - Espaço de trabalho moderno ......................................... 20 Figura 10 - Emblema oficial da Década do Cérebro ..................... 21 Figura 11 - Evolução da produção industrial................................. 21 Figura 12 - Fotografia área de trabalho ......................................... 24 Figura 13 - Fotografia salas de reuniões ........................................ 25 Figura 14 - Fotografia área comum ............................................... 25 Figura 15 - Setorização Pav. Corporativo / Editado por Isabella Leite ....................................................................................................... 26 Figura 16 - Setorização Pav. Corporativo / Editado por Isabella Leite ....................................................................................................... 26 Figura 17 - Fotografia recepção .................................................... 27 Figura 18 - Fotografia área comum ............................................... 27 Figura 19 - Setorização / Editado por Isabella Leite ..................... 28 Figura 20 - Fotografia área comum ............................................... 29 Figura 21- Fotografia área de eventos ........................................... 29 Figura 22 - Fotografia café ............................................................ 29 Figura 23 - Setorização / Editado por Isabella Leite ..................... 30 Figura 24 - Fotografia recepção .................................................... 31 Figura 25 - Fotografia espaço de trabalho ..................................... 31 Figura 26 - Fotografia sala de jogos .............................................. 31 Figura 27 - Setorização / Editado por Isabella Leite ..................... 32 Figura 28 - Fachada Atrium Barão de Jaceguai ............................ 34 Figura 29 - Recepção Atrium ........................................................ 34
Figura 30 - Área administrativa Atrium ......................................... 34
Figura 62 - Escritório com natureza integrada .............................. 56
Figura 31 - Setorização Pav. Térreo / Editado por Isabella Leite .. 34
Figura 63 - Contraste da Cidade x Parque ..................................... 56
Figura 32 - Setorização 1º e 2º Pav. / Editado por Isabella Leite .. 35
Figura 64 - Temperatura de cor solar ............................................ 57
Figura 33 - Setorização 3º Pav. / Editado por Isabella Leite.......... 35
Figura 65 - Iluminação das ruas de Los Angeles ........................... 57
Figura 34 - Setorização 4º ao 9º Pav. (Tipo) / Editado por Isabella
Figura 66 - Temperatura de cor ..................................................... 58
Leite................................................................................................ 35
Figura 67 - Diferença dos Índices de Reprodução de Cor ............. 58
Figura 35 - Visita técnica 10/03/2020 ............................................ 35
Figura 68 - Cores quentes e frias ................................................... 58
Figura 36 - Design biofílico no ambiente de trabalho.................... 36
Figura 69 - Áreas responsáveis pelo processamento da visão ....... 59
Figura 37 - Hall de entrada............................................................. 36
Figura 70 - Banco com formato orgânico ...................................... 64
Figura 38 - Comercial .................................................................... 36
Figura 71 - Escritório com iluminação natural .............................. 64
Figura 39 - Projeto ......................................................................... 36
Figura 72 - Varada ......................................................................... 64
Figura 40 - Arquitetura................................................................... 37
Figura 73 - Parede verde ................................................................ 64
Figura 41 - Maq. eletrônica ............................................................ 37
Figura 74 - Neurourbanismo.......................................................... 65
Figura 42 - Reunião A .................................................................... 37
Figura 75 - Praça central de The Vessel, em Nova Iorque ............ 65
Figura 43 - Reunião B .................................................................... 37
Figura 76 - Piso ecológico drenante .............................................. 65
Figura 44 - Reunião C .................................................................... 37 Figura 45 - Reunião D .................................................................... 37 Figura 46 - Área comum A ............................................................ 38 Figura 47 - Área comum B ............................................................ 38 Figura 48 - Booths .......................................................................... 38 Figura 49 - Áreas comuns .............................................................. 39 Figura 50 - Sala de descompressão e copa ..................................... 39 Figura 51 - Planta 6º Pav. It's Informov ......................................... 39 Figura 52 - Planta 10º Pav. It's Informov ....................................... 39 Figura 53 - Planta Mezanino It's Informov .................................... 40 Figura 54 - Visita Técnica 15/03/2020........................................... 40 Figura 55 - Trecho do mapa de zoneamento municipal ................. 44 Figura 56 - Foto do local (Rua Barão de Jaceguai) ........................ 47 Figura 57 - Foto do local (Rua Barão de Jaceguai) ........................ 47 Figura 58 - Foto do local (Rua Padre João com Rua Dr. Ricardo Vilela)............................................................................................. 47 Figura 59 - Foto frontal (Rua Barão de Jaceguai) .......................... 47 Figura 60 - Medidas mínimas de um sanitário acessível ............... 50 Figura 61 - Os impactos da evolução humana à natureza .............. 56
3.3.
SUMÁRIO 4. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 15 1.
1.1.
CONCEITUAÇÃO ...................................................................................................................... 18
4.1.1.
Análise do local ................................................................................................................... 42
4.1.1.
Escolha do local ................................................................................................................... 42
Arquitetura corporativa......................................................................................................... 18
4.2.
PLANTA DA ÁREA .................................................................................................................. 43
1.1.2.
Neurociência ......................................................................................................................... 18
4.3.
ANÁLISE MICRO-AMBIENTAL ............................................................................................. 44
1.1.3.
Neuroarquitetura ................................................................................................................... 19
4.4.
ANÁLISE MACRO-AMBIENTAL ........................................................................................... 44
ASPECTOS HISTÓRICOS ......................................................................................................... 19
4.5.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ................................................................................................ 45
4.6.
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO ....................................................................................... 46
1.2.1.
Evolução dos espaços corporativos ...................................................................................... 19
1.2.2.
Evolução neuroarquitetura.................................................................................................... 20
ESTUDOS DE CASO ......................................................................................................................... 23 2.1.
INTERNACIONAL: OFFICE DESIGN IN HO CHI MINH CITY ........................................... 24
2.2.
Saídas de emergência ........................................................................................................... 50
INTERNACIONAL: RED BULL ............................................................................................... 26
5.1.3.
Porta de acesso ..................................................................................................................... 50
Análise .................................................................................................................................. 28
5.1.4.
Escadas e rampas ................................................................................................................. 50
NACIONAL: CENTRO DE ENGENHARIA GOOGLE ........................................................... 28
5.1.5.
Classificação dos compartimentos ....................................................................................... 50
Análise .................................................................................................................................. 30
5.1.6.
Instalações sanitárias ............................................................................................................ 50
NACIONAL: DATALAB SERASA EXPERIAN ...................................................................... 30
5.1.7.
Conforto ambiental .............................................................................................................. 51
5.1.8.
Estacionamento .................................................................................................................... 51
Análise .................................................................................................................................. 32
ANÁLISE COMPARATIVA ...................................................................................................... 32
VISITA TÉCNICA ............................................................................................................................. 33 3.1.
EDIFÍCIO ATRIUM .................................................................................................................... 34
3.1.1. 3.2.
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 50
5.1.2.
2.4.1. 2.5.
5.1.
Análise .................................................................................................................................. 26
2.3.1. 2.4.
DIRETRIZES E PREMISSAS ........................................................................................................... 49
Elevadores ............................................................................................................................ 50
2.2.1. 2.3.
5.
5.1.1.
2.1.1.
3.
LOCAL ....................................................................................................................................... 42
1.1.1.
1.2.
2.
ÁREA DE INTERVENÇÃO.............................................................................................................. 41 4.1.
DEFINIÇÃO DO TEMA .................................................................................................................... 17
ANÁLISE COMPARATIVA ..................................................................................................... 40
Análise .................................................................................................................................. 35
IT’S INFORMOV ........................................................................................................................ 36
3.2.1.
Análise .................................................................................................................................. 40
5.2.
SETOR CORPORATIVO ........................................................................................................... 51
5.2.1.
Salas comerciais ................................................................................................................... 51
5.2.2.
Recepção .............................................................................................................................. 51
5.2.3.
Sala de Reuniões .................................................................................................................. 51
5.3.
SETOR ADMINISTRATIVO .................................................................................................... 52
5.3.1.
Recepção .............................................................................................................................. 52
5.3.2. 5.4.
6.
Salas administrativas ............................................................................................................ 52
6.3.
SERVIÇOS .................................................................................................................................. 52
CORES ........................................................................................................................................ 58
6.3.1.
O que as cores transmitem? ................................................................................................. 58
6.3.2.
Cores x Sensações ................................................................................................................ 59
5.4.1.
Reservatório .......................................................................................................................... 52
5.4.2.
Central de Gás ...................................................................................................................... 52
5.4.3.
Abrigo de resíduos ................................................................................................................ 52
7.1.
SETOR CORPORATIVO ........................................................................................................... 62
5.4.4.
Segurança.............................................................................................................................. 52
7.2.
SETOR ADMINISTRATIVO .................................................................................................... 62
5.4.5.
Depósitos .............................................................................................................................. 52
7.3.
SETOR DE SERVIÇOS ............................................................................................................. 62
5.4.6.
DML ..................................................................................................................................... 52
7.4.
SETOR DE CONVIVÊNCIA E LAZER .................................................................................... 62
5.4.7.
Copa/Refeitório .................................................................................................................... 52
5.4.8.
Almoxarifado ........................................................................................................................ 52
9.1.
CONCEITO ARQUITETÔNICO ............................................................................................... 64
5.4.9.
Vestiários .............................................................................................................................. 52
9.2.
PARTIDO ARQUITETÔNICO .................................................................................................. 64
NEUROARQUITETURA ................................................................................................................... 55
9.3.
PARTIDO URBANÍSTICO........................................................................................................ 65
7.
9.
PERFIL DO USUÁRIO ..................................................................................................................... 61
ESQUEMAS ESTRUTURANTES .................................................................................................... 63
6.1.
BIOFILIA .................................................................................................................................... 56
9.4.
PROGRAMA DE NECESSIDADES ......................................................................................... 66
6.2.
ILUMINAÇÃO ............................................................................................................................ 57
9.5.
ORGANOGRAMA ..................................................................................................................... 69
9.6.
FLUXOGRAMA......................................................................................................................... 69
6.2.1.
Natural .................................................................................................................................. 57
6.2.2.
Artificial ............................................................................................................................... 57
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 71
6.2.3.
Cores e temperaturas ............................................................................................................ 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 73
15
INTRODUÇÃO
16
A arquitetura acompanha o homem desde os primórdios, e está diretamente relacionada à evolução
Pesquisas e estudos apontam que há uma diminuição de 40% da capacidade de produção com a
humana. Ela nasceu quando o homem sentiu a necessidade de proteção contra predadores e fenômenos
presença de barulhos externos, e os ruídos são os principais vilões de qualquer ambiente de trabalho. Outro
naturais, e com isso, surgiram os primeiros abrigos. Acompanhando o desenvolvimento das sociedades, e
fator relevante, também demonstrado por estudos, é que uma ação da neuroarquitetura pode distribuir
novas demandas sociais, como o crescimento da civilização, surge a necessidade de organizar e adornar
folhagens e plantas próximas aos locais de trabalho o que aumenta em 6% a produtividade e estimula em
espaços sobretudo, espaços urbanos, fazendo com que a humanidade busque novos materiais, ferramentas
15% a sensação de bem-estar e criatividade do profissional. Trabalhar com vista para a “natureza”, seja
e técnicas de construção, até os dias atuais.
esta natural ou artificial, ajuda a diminuir a frequência cardíaca e reduzem os níveis estresse.
Ao analisarmos os espaços corporativos ao longo dos anos, a revolução industrial trouxe a
É papel do arquiteto e urbanista, garantir o conforto ambiental necessário para que seus usuários se
necessidade de espaços onde pudessem ser realizadas as atividades administrativas de controle da
sintam estimulados e confortáveis no desempenho de suas atividades, devido às condicionantes do local,
produção, espaços destinados exclusivamente para os escritórios.
o que inclui aspectos de ergonomia.
Os profissionais não estão totalmente preparados para identificar os avanços da ciência nas suas
Partindo disso, o presente trabalho tem como objetivo explorar os conceitos da neuroarquitetura,
áreas de atuação, e sua influência direta é um exercício necessário a todos aqueles que buscam se manter
direcionando-os à construção de um edifício corporativo que propicie bem-estar aos colaboradores, com
atualizados, principalmente aos arquitetos e urbanistas, que devem estar preparados para adequar os
qualidade de vida nos espaços físicos planejados, trazendo soluções para tornar estes ambientes mais
espaços, criar ambientes inteligentes que vão além da beleza estética, e através de estratégias adequadas,
estratégicos e eficientes, estimulando a criatividade, diminuindo os níveis de estresse, e consequentemente,
melhorar o bem estar, a qualidade de vida, assim como a produtividade dos usuários.
contribuindo para a diminuição dos casos de ansiedade e depressão, que atingem 9,3% e 5,8% da população
Segundo entrevista do arquiteto Lori Crizel (2019), à neurocientista Carla Tieppo, tanto a
brasileira, respectivamente, segundo a Organização Mundial da Saúde.
arquitetura quanto a neurociência entendem a importância do ambiente na forma como os indivíduos agem
O principal objetivo é estimular a criatividade dos usuários, aumentar sua produtividade, reduzir o
e reagem. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca o Brasil como o país com mais casos
estresse causado por ambientes de trabalho hostis, aumentar as relações interpessoais, gerando diminuição
de depressão e ansiedade da América Latina, e seu resultado mostra que é preciso cuidar melhor das
dos casos de ansiedade e depressão. Segundo Marinheiro (2020), quem tem maiores possibilidades de
pessoas e oferecer melhores condições de vida no ambiente de trabalho.
estabelecer relações aumenta suas chances de criatividade. (informação verbal) Portanto, a implantação de
De acordo com a arquiteta, especialista em projetos para ambientes de trabalho, Priscilla Bencke, um escritório precisa levar em conta a acústica, iluminação, a vegetação e as cores. Todas essas influências estão interligadas a uma questão de saúde. Em entrevista para a Pró Acústica, a arquiteta reforça: Nós temos um relógio biológico dentro do nosso organismo e precisamos perceber os períodos da manhã, tarde e noite, quando começa a anoitecer, quando produzimos mais hormônios relacionados ao sono. Estar apenas sob o efeito de iluminação artificial durante o dia faz co m que as pessoas demorem para perceber o horário passar, o que dificulta o descanso, causando insônia, que impacta na produtividade e na saúde das pessoas. (BENCK, 2008)
espaços de convivência e descontração é de extrema importância para atingir os objetivos, promovendo saúde e bem estar. Tem-se como problemática maior, a falta de metodologia para aplicação da neuroarquitetura a qualquer tipo de espaço, seja residencial, comercial, corporativo ou institucional, além da dificuldade em reconhecer o usuário e suas necessidades individuais aplicadas a espaços compartilhados. Atualmente faltam ferramentas para mensurar o mecanismo dos cérebros, porém podemos observar seus efeitos a curto e longo prazo.
17
1. DEFINIÇÃO DO TEMA
18
1.1.
Figura 2 - Conexões neurais do cérebro humano
CONCEITUAÇÃO
1.1.1. Arquitetura corporativa Segundo Duarte (2017), a arquitetura corporativa, é aquela que se preocupa em projetar áreas de trabalho eficientes e confortáveis, com layouts modernos que facilitem a rotina das empresas. É por meio desta, que nos possibilita a transformação dos espaços, em ambientes agradáveis, levando em consideração às questões que vão além da estética, como a ergonomia e comunicação entre os setores. Figura 1 - Área comum de um espaço corporativo
Fonte: Building Green – Neuroarchitecture: Thinking with Our Buildings
Nossas ações são resultado de forças cerebrais distintas, muitas vezes opostas, organizadas segundo uma hierarquia que foi se formando há milhões de anos e só ficou pronta da maneira como a conhecemos hoje há cerca de 60 mil anos. (GONÇALVES e PAIVA, 2018) Nosso cérebro é dividido em três grandes regiões, batizada de “cérebro triuno”. Sendo estes o Fonte: Qualidade Corporativa – Como aplicar a neuroarquitetura no ambiente corporativo
reptiliano, no qual é a parte mais primitiva e instintiva do cérebro. O paleomamífero ou sistema límbico é a parte do cérebro responsável pelos sentimentos e experiências emocionais, e armazenamento e
Ainda segundo o autor, existem diversos benefícios em investir na arquitetura corporativa, como a melhora da ergonomia, a facilitação da rotina do negócio, gerando redução em custos, facilita também a
recuperação de memórias permanentes. E o neomamífero ou neocórtex é a parte lógica, racional e executora do cérebro.
comunicação e a socialização entre os funcionários, maximizando o conforto e aplicando identidade ao
Figura 3 - O cérebro triuno de MacLean
ambiente. 1.1.2. Neurociência Conforme explica IBC (2019), a neurociência é a área responsável por estudar o sistema nervoso, a fim de desvendar seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que sofra. O objeto de estudo dessa ciência é complexo, sendo constituído por três elementos: o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Este órgão é responsável por coordenar todas as atividades do corpo, e é de extrema importância para o seu funcionamento como um todo, tanto nas atividades voluntárias, quanto
Fonte: Nova Escola de Marketing - O cérebro trino: reptiliano, límbico e neocórtex
nas involuntárias. Uma das maiores descobertas do neurocientista Paul MacLean (1913-2007), foi a evolução do cérebro, onde explica que a evolução se deu como uma cidade, do centro para a periferia. O cérebro mais primitivo continua existindo e desempenhando as mesmas funções, mais ou menos como fazia há milhões de anos.
19
Figura 5 - Lado direito e esquerdo do cérebro
O cientista norte-americano Roger Sperry que estudava os funcionamentos do cérebro, propôs em 1981 a divisão cerebral em hemisférios e funções. Ele realizou diversos estudos e concluiu que os lados direito e esquerdo do cérebro desempenham funções diferentes, porém, complementares na formação de ideias e conceitos que direcionam as escolhas de cada indivíduo, sendo separados em funções lógica e criativa, sendo o esquerdo responsável pela tomada de decisões “racionais” e o direito pelas escolhas “emocionais”. (Netscan Digital, 2017) Figura 4 - Os dois lados do cérebro
Fonte: Marketingland
A grosso modo, o termo neuroarquitetura é uma junção, uma área de interseção entre a neurociência e a arquitetura. Ambas as esferas tratam da interação de indivíduos e grupos com o ambiente. A arquitetura no sentido de oferecer praticidade, ergonomia, funcionalidade, e a neurociência, por sua vez, está ligada à forma de perceber, de sentir o ambiente. (BENCKE, 2018). Paiva e Gonçalves (2018, p. 396), definem neuroarquitetura como uma ciência interdisciplinar que aplica conhecimentos da neurociência à relação entre o ambiente construído e as pessoas que dele fazem uso. 1.2.
ASPECTOS HISTÓRICOS
1.2.1. Evolução dos espaços corporativos Durante a Revolução Industrial e com sua intensificação, diversos serviços como os de bancários, ferroviários, de seguros, varejo, entre outros, cresceram significativamente, e com isso o número de Fonte: Netscan Digital - Os dois lados do cérebro: Lógica x Criatividade
funcionários aumentava, e consequentemente, os ambientes de trabalho começaram a surgir. Além de alocar os colaboradores, também nasceu a necessidade da funcionalidade dos espaços, e a capacidade de
1.1.3. Neuroarquitetura Quando falamos de Neurobusiness, estamos nos referindo à um conhecimento biológico do
armazenamento de documentos e demais itens de escritórios. (ID MOB, 2019) Figura 6 - Espaços de trabalho na revolução industrial
cérebro, da interação entre suas diferentes áreas com suas funções específicas, sobretudo nos processos de tomada de decisão, interação em grupo e comportamento no ambiente corporativo em geral.
Fonte: Funcional – Evolução dos escritórios e seu mobiliário
20
Figura 8 - Baias de trabalho com computadores
Segundo Funcional (2019), o aumento das cidades e do capitalismo fez com que o preço das terras nos centros das cidades aumentasse, e isso levou aos primeiros prédios de vários andares, que eram limitados a cerca de 10 andares, com o uso de ferro e aço permitiu estruturas mais altas. O primeiro bloco de escritórios construído propositadamente foi o Edifício Brunswick, construído em Liverpool em 1841. Figura 7 - Edifício Brunswick, Liverpool, 1841
Fonte: Funcional – Evolução dos escritórios e seu mobiliário
Ainda segundo Ydlewski e Pastore (2019), nos anos 2000 os espaços ficam mais flexíveis, com mesas e bancadas compartilhadas, e início das políticas de home office, e dos coworkings. Atualmente, os ambientes tentam moldar-se às pessoas — e não o contrário, como antigamente. Há um equilíbrio estratégico entre áreas abertas e privacidade. Atualmente, alguns funcionários não possuem espaço exclusivo, podendo realizar seu trabalho no Fonte: Funcional – Evolução dos escritórios e seu mobiliário
No final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, fomos marcados pelo modelo Taylorista, onde os havia segregação dos espaços e padronização das atividades. O influenciador dos conceitos foi o engenheiro americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que aplicou o cronômetro e os princípios da gestão científica nos escritórios. (YDLEWSKI; PASTORE, 2019). Nos anos 30 o trabalhador deixou de ser visto como uma máquina, e as variáveis psicológicas
horário mais conveniente, seja em casa, em cafés, em áreas de coworkings, ou em horários flexíveis nos próprios edifícios corporativos. Algumas empresas não necessitam mais de tanto espaço físico para os escritórios, e buscam a otimização dos espaços para acomodar mais colaboradores em áreas limitadas. Os arquivos físicos já não ocupam tanto espaço quanto antigamente, pois em sua maioria são digitais, e os equipamentos são menores. As pessoas e organizações têm preferido áreas de trabalho mais descontraídas, com espaços de lazer, salas de reunião tecnológicas. Figura 9 - Espaço de trabalho moderno
passaram a ser levadas em conta, já que influenciavam nas produções. E na década de 50 começaram a surgir os escritórios com grandes espaços abertos, porém, havia uma grande queixa por conta do desconforto acústico e falta de privacidade. Este modelo foi implantado, a princípio, para estimular a colaboração dos funcionários. Os anos 60 trouxeram o conceito de baias com divisórias de 1,80m de altura, chamados de cubículos, onde estabeleciam um contraponto em relação ao espaço aberto. E nos anos 80 houve a chegada dos computadores, e existe um maior equilíbrio entre os espaços abertos. Fonte: Funcional – Evolução dos escritórios e seu mobiliário
1.2.2. Evolução neuroarquitetura O termo Neurociência surgiu em 1970, mas os estudos do cérebro humano são de muitos anos atrás, datam desde a filosofia grega, antes de Cristo. Isso se deve ao fato de que esse é o órgão mais complexo do corpo humano, constituído por milhares de células. (IBC, 2019)
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Nas últimas décadas, surgiram diversas disciplinas na área da neurociência, tais como a neurolinguística, neuromarketing, neuroeconomia, neuroliderança, neurobusiness e além de tantas outras,
na quantidade produzida. Hoje, ao contrário das fábricas que funcionavam majoritariamente com base no trabalho de máquinas, os escritórios funcionam com base no trabalho de pessoas. Figura 11 - Evolução da produção industrial
a neuroarquitetura. De acordo com Paiva e Gonçalves (2018, p. 18-19), a década de 1990 foi declarada pelo expresidente norte-americano George W. Bush como a década do cérebro (decade of the brain), este foi um momento decisivo, onde bilhões de dólares foram direcionados para pesquisas médicas voltadas ao mapeamento e compreensão do funcionamento do cérebro humano.
Figura 10 - Emblema oficial da Década do Cérebro
Fonte: Observatório de Redes Sociais – Indústria 4.0: Cenário e desafios da indústria no Brasil Fonte: Wikipédia - Decade of the Brain
Paiva e Gonçalves (2018, p. 20) afirmam que “A expectativa dos pesquisadores é de que os próximos dez anos serão os mais fantásticos em termos de novas descobertas sobre o funcionamento do
Em abril de 2013, a gestão Obama lançou outro programa de grande impacto: a iniciativa BRAIN (Brain Research through Advancing Innovative Neurotechnologies), também conhecida como Projeto de Mapeamento da Atividade Cerebral (Brain Activity Map Project), onde o programa tem como principal objetivo, identificar, com a maior precisão possível, a função de cada neurônio presente em nosso cérebro. No entanto, esse desafio incluiria o mapeamento e a análise de dezenas de bilhões de células, cada qual conectada com dez mil outras. Por isso, os primeiros experimentos foram realizados com animais e insetos com sistemas neurais simples. Inicialmente, influenciados pela revolução industrial e pelo sistema de produção em massa, os ambientes de trabalho visavam somente a eficiência da linha de produção das indústrias, com foco apenas
cérebro humano.” Os avanços ocorridos na neurociência nos últimos anos, apesar de suas limitações, estão transformando nossa forma de ver e lidar com o cérebro, e a quantidade de novos conhecimentos e descobertas é tão grande, que acabou transbordando para diversas áreas de conhecimento, para busca de melhor qualidade de vida em diversos dos seus aspectos: convivência social, familiar, enfrentamento de problemas pessoais, etc. Os efeitos do ambiente no comportamento das pessoas sempre foram um tema importante para arquitetos desde a Antiguidade e também para psicólogos ao longo do século XX. Pode-se dizer que, nesse sentido, o projeto de arquitetu ra era, de certa forma, intuitivo e empírico. (PAIVA E GONÇALVES, 2018, p. 396 )
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2. ESTUDOS DE CASO
2.1.
INTERNACIONAL: OFFICE DESIGN IN HO CHI MINH CITY
Ficha Técnica •
Local: Ho Chi Minh, Vietnã.
•
Arquitetos: Studio Happ + 07beach’s Collaborative Design
•
Área: 2.320 m²
•
Ano do projeto: 2017
Localizado em Ho Chi Minh, Vietnã, esse projeto foi feito para criar um novo escritório para 500 funcionários da empresa “IT EVOLABLE ASIA”. O objetivo é estimular a criatividade da equipe,
composta principalmente por jovens engenheiros vietnamitas e multinacionais. Possui 5 andares corporativos e um piso comum, utilizado para eventos, reuniões e intervalos.
Figura 12 - Fotografia área de trabalho
Fonte: Designboom – Park-like green office simulates recreational ground to promote productivity
Nos andares coorporativos, foram aplicadas listras coloridas sobre o concreto aparente, inspirado na marca da empresa. O perímetro das áreas de trabalho foi projetado como uma área verde que envolve o
local. As listras verdes e coloridas fornecem uma conexão entre indivíduos de equipes diferentes, separados durante um trabalho diário (Figura 12).
Figura 13 - Fotografia salas de reuniões
Fonte: Arch Daily – Office Design in Ho Chi Minh City / 07BEACH + Studio Happ
Figura 14 - Fotografia área comum
Fonte: Arch Daily – Office Design in Ho Chi Minh City / 07BEACH + Studio Happ
No piso comum, o grande ambiente representa a energia da empresa, com um “tapete” de grama
aberto, trazendo maior sensação de conforto para os usuários (Figura 14). Este pavimento também conta
que conecta todo o espaço, e sua elevações se tornam assentos para eventos, ou locais de relaxamento e
com uma sala de reunião flexível, separadas por divisórias móveis, e seguindo o conceito do piso colorido
reunião com os colegas. O gramado e as vegetações do local, trazem a sensação de estar em um parque
dos pavimentos coorporativos (Figura 13).
26
Figura 15 - Setorização Pav. Corporativo / Editado por Isabella Leite
Figura 16 - Setorização Pav. Corporativo / Editado por Isabella Leite
Fonte: Arch Daily – Office Design in Ho Chi Minh City / 07BEACH + Studio Happ
2.1.1. Análise
ambientes de trabalho com vegetação, e grandes aberturas trazem iluminação natural abundante, o que
Por conter um pavimento destinado ao uso comum, isso gera um aumento das relações interpessoais
transporta os usuários à uma atmosfera muito mais acolhedora durante o trabalho. Por outro lado, os espaços
dos usuários, o que estimula a produtividade, e as cores da marca implantadas nos ambientes faz com que
de trabalho aparentam ser impessoais e pouco humanizados, sem espaço para que cada colaborador insira
os colaboradores tenham maior conexão com a empresa. Outro ponto forte do projeto, é o perímetro dos
“sua marca” e identidade.
2.2.
INTERNACIONAL: RED BULL
Ficha Técnica •
Nome do Projeto: Red Bull / SPACE
•
Local: Polanco, Distrito Federal, México
•
Arquitetos: SPACE
•
Área: 1.000,00 m²
•
Ano: 2015 Localizada em Polanco, no México, a Red Bull conta com um único pavimento de 1.000m². O
conceito do projeto veio da exploração da palavra “escritório”, deixando de lado os adjetivos negativos
mais conhecidos, como horários, hierarquias, ou o famoso “bater cartão”, e com isso foi criado um ambiente colaborativo, com espaços abertos, sala de jogos, bar e academia.
27
Figura 17 - Fotografia recepção
Fonte: Arch Daily – Red Bull / SPACE
A distribuição dos espaços foi feita de forma assimétrica, criando dinamismo e fluxos de circulação naturais. Na área central fica um núcleo de salas de reuniões, com privacidade e acústica, e junto a este, tem um espaço de desconexão que remete à um parque ou praça. (Figura 17) Figura 18 - Fotografia área comum
Fonte: Arch Daily – Red Bull / SPACE
A ideia principal é criar um espaço colaborativo, um ambiente para “viver enquanto trabalha, e não um espaço onde se trabalha para viver.” Com isso, os colaboradores se sentem mais livres para criar e produzir, tirando as “amarras” de um espaço formal que desestimula a criatividade.
28
Figura 19 - Setorização / Editado por Isabella Leite
Fonte: Arch Daily – Red Bull / SPACE
2.2.1. Análise Os espaços de trabalho aberto promovem conexão entre os colaboradores, e para momentos de maior concentração, existem as salas com tratamento acústico, que podem ser usados para reuniões ou para 2.3.
NACIONAL: CENTRO DE ENGENHARIA GOOGLE
Ficha Técnica: •
Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
•
Arquitetos: BCMF Arquitetos, MACh Arquitetos
•
Área: 5.000,00 m²
•
Ano: 2016 O Centro de Engenharia do Google, em Belo Horizonte, é o único da América Latina, e conta com
5.000m², em quadro pavimentos de uso misto. A arquitetura explorou juntar de forma sutil cultura local e a cultura do Google, uma empresa global jovem.
descanso, além de contar também com espaços de descompressão. O local possui poucos espaços naturais, e aparência urbana, o que pode causar um pouco de desconforto para alguns usuários a longo prazo.
29
Figura 20 - Fotografia área comum
Figura 21- Fotografia área de eventos
Fonte: Arch Daily - Centro de Engenharia Google Belo Horizonte
As áreas comuns e de trabalho ocupam quase o mesmo espaço, e as áreas de lazer também podem
objetivo de tornar o espaço imersivo. Já nos espaços comuns, foram trazidas as referências de Minas Gerais,
ser utilizadas para trabalhar, e isso faz com que esteja tudo interligado. Nas áreas de trabalho, foram
através das texturas e tons terrosos (Figura 20). O conceito binário também aparece na paleta de cores e na
utilizados materiais que fazem referência ao mundo virtual (Figura 21), com vidros, telas perfuradas, com
iluminação, com tons de azul nos ambientes de trabalho e vermelho no comum.
Figura 22 - Fotografia café
Fonte: Arch Daily - Centro de Engenharia Google Belo Horizonte
capacidade de indicar variações sutis na qualidade do ar.” (PEREIRA. 2009) Nos espaços do Google algo “O projeto de paisagismo envolveu o biólogo Luiz Gluck, que trabalha num pioneiro e complexo processo tecnológico. As plantas do Cerrado (campos rupestres) são clonadas e cultivadas in vitro, com a
que não pode faltar é o café, mas neste caso, foi utilizada forte referência gastronomia de Minas Gerais (Figura 22).
30
Figura 23 - Setorização / Editado por Isabella Leite
Fonte: Arch Daily - Centro de Engenharia Google Belo Horizonte
2.3.1. Análise A conexão do espaço contribui para as relações interpessoais dos colaboradores, e as salas de descompressão são uma ótima solução para diminuição dos níveis de estresse. Trazer referências a cultura 2.4.
NACIONAL: DATALAB SERASA EXPERIAN
local, agregada à cultura da empresa, torna o espaço mais humanizado, porém, principalmente por estar em um estado de grandes áreas verdes, apesar de possuir elementos naturais como madeira, faltam espaços verdes. O escritório de tecnologia da Serasa é o mais prestigiado do Brasil, onde os horários dos
Ficha Técnica:
funcionários são atípicos, com turnos durante a madrugada, e o espaço estimula a concentração e os acolhe.
•
Local: Vila Olimpia, São Paulo, Brasil
Possui acústica pensada, com utilização de carpetes, madeiras, e forros específicos para evitar propagação
•
Arquitetos: Melina Romano Interiores
do som. Também são utilizados elementos como vegetação, iluminação natural e decoração mais lúdica,
•
Área: 900,00 m²
que trazem acolhimento aos usuários.
•
Ano: 2017
31
Figura 24 - Fotografia recepção Figura 25 - Fotografia espaço de trabalho
Fonte: Arch Daily - Datalab Serasa Experian Fonte: Arch Daily - Datalab Serasa Experian
As inspirações para transformar os ambientes em espaços jovens e informais são diversas, como a recepção que remete a um foodtruck. contando com arquibancada para leitura, reuniões, e até mesmo
mais aberto, e humanizando os espaços que normalmente são formais (Figura 25). Os tetos e divisórias de vidro trazem a luz do sol para dentro, proporcionando conforto.
apresentações (Figura 24). Na área do staff, as mesas de trabalho ficam na área central, deixando o espaço Figura 26 - Fotografia sala de jogos
Fonte: Arch Daily - Datalab Serasa Experian
Um elemento que aflora a criatividade dos colaboradores, é a implantação de playgrouds para adultos, que são os pontos de bate-papo dos colegas, aumentando inclusive a interação entre eles. No segundo pavimento, encontramos uma sala de jogos nostálgica, com jogos dos anos 80/90 (Figura 26).
32
Figura 27 - Setorização / Editado por Isabella Leite
2.4.1. Análise As grandes aberturas permitem a entrada de iluminação natural, o que é importante para regulagem
sensação de bem-estar. Salas de descompressão são primordiais para a diminuição do estresse, e as salas para reuniões trazem privacidade para os momentos que necessitam de maior concentração.
do círculo circadiano dos colaboradores, associado com o contato com elementos naturais proporciona 2.5.
ANÁLISE COMPARATIVA
Todos os espaços estudados foram projetados com foco no colaborador, pois estes são os que passam mais tempo no local. Possuem diversos espaços de descompressão, alguns contam com espaços
privativos para ligações, e a maioria integrou a natureza de alguma maneira aos ambientes. As relações interpessoais são estimuladas através dos espaços de convívio, o que faz com que gere um aumento considerável de produtividade dos usuários.
33
3. VISITA TÉCNICA
34
3.1.
Figura 30 - Área administrativa Atrium
EDIFÍCIO ATRIUM Figura 28 - Fachada Atrium Barão de Jaceguai
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Ficha Técnica
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
•
Local: Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil
•
Arquitetos: J Bianchi
•
Área: 7.670,79m²
•
Ano: 1998
Figura 31 - Setorização Pav. Térreo / Editado por Isabella Leite
O edifício Atrium fica localizado no centro da cidade de Mogi das Cruzes, à 500m da estação, em um terreno de 1.398,00m² com 7.670,79m² construídos. Figura 29 - Recepção Atrium
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
No pavimento térreo (Figura 31) concentra-se toda a área administrativa, além de recepção com controle de entrada, acesso ao estacionamento e circulações verticais, e algumas lojas/salas comerciais. Neste pavimento, com acesso externo, temos também uma unidade do Banco do Brasil. Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Distribuídos em 9 pavimentos, o térreo possui lojas comerciais, recepção e área administrativa, o 1º e 2º pavimento são destinados à estacionamento, e do 4º ao 9º com 75 salas corporativas, sendo 5 salas por andar.
35
Figura 32 - Setorização 1º e 2º Pav. / Editado por Isabella Leite
Figura 34 - Setorização 4º ao 9º Pav. (Tipo) / Editado por Isabella Leite
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Nos dois pavimentos de estacionamento (Figura 32) encontram-se as vagas privativas dos proprietários das salas corporativas e circulações verticais.
Por fim, do quarto ao nono pavimento temos o tipo, com 5 salas corporativas, circulação, e apenas um hall que as conecta.
Figura 33 - Setorização 3º Pav. / Editado por Isabella Leite
Figura 35 - Visita técnica 10/03/2020
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
3.1.1. Análise Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Os pontos fortes do projeto, feito pela construtora JBiachi, é a localização privilegiada na área central da cidade, e o amplo estacionamento que possui no prédio, pois por se tratar de um local de grande
No terceiro pavimento se iniciam as salas corporativas, (Figura 33) com 4 unidades, uma área comum e circulação horizontal.
movimentação, existe a dificuldade de encontrar vagas próximas, e isso facilita aos usuários, apesar de as vagas serem apenas para os proprietários das salas. E os pontos fracos analisados foram, a pequena quantidade de espaço comum no edifício, e a falta de vegetação no seu entorno e na parte externa, deixando o local impessoal e nada acolhedor. Apesar de contar com vagas para os proprietários, faltam vagas para os visitantes e demais usuários, o que dificulta o acesso ao edifício.
36
•
Arquitetos: It’s Informov
Ficha Técnica:
•
Área: 2.000,00m²
Local: Itaim Bibi, São Paulo, Brasil,
•
Ano: 2019
3.2. •
IT’S INFORMOV
cores e formas compondo o ambiente de trabalho, para aumentar a produtividade, criatividade e bem-estar Empresa de arquitetura, engenharia e design para espaços corporativos há 27 anos de atuação, com
dos colaboradores.
aplicação do design biofílico, integrando elementos da natureza, como iluminação, ventilação, texturas, Figura 36 - Design biofílico no ambiente de trabalho
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Figura 37 - Hall de entrada
Segundo o CEO da It’s, Marcelo Breda (2019), “Acompanhamos as principais tendências do mercado e entendemos que a nossa casa deve ser um showroom de conceitos de arquitetura e design que estão em alta”
Figura 38 - Comercial
Figura 39 - Projeto
37
Figura 40 - Arquitetura
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Figura 41 - Maq. eletrônica
iluminação natural em abundância, com exceção da sala de maquete eletrônica, que a pedido dos usuários, é “enclausurada” e não possui janelas (Figura 45).
Cada espaço de trabalho possui a identidade da equipe, e isso faz com que cada espaço tenha uma característica, tornando-o mais pessoal e agradável para seus usuários. Todos os ambientes possuem Figura 42 - Reunião A
Figura 44 - Reunião C
Figura 43 - Reunião B
Figura 45 - Reunião D
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
38
Entre os espaços de trabalho, existem diversas salas de reuniões, abertas (Figuras 42 e 43) e fechadas (Figuras 44 e 45), tanto para reuniões rápidas quanto longas. Algumas salas precisam de agendamento prévio via e-mail para não haver conflitos. Figura 46 - Área comum A
Figura 47 - Área comum B
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Distribuidos por todo o local, existem salas de uso comum (Figuras 46 e 47) e salas chamadas de booths com tratamento acústico para ligações, discussões rápidas ou descanso (Figura 48).
Figura 48 - Booths
39
Figura 49 - Áreas comuns
Figura 51 - Planta 6º Pav. It's Informov
Fonte: Arch Daily - Escritório IT’S Biofilia / IT'S Informov
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Até o ano de 2018 a empresa atuava em outro endereço, e em 2019 o projeto biofílico foi executado no 6º, 10º pavimento e mezanino do edifício Zabo | FL Corporete, contando com espaços muito bem
A área de eventos é modulada e adaptável para receber diversos tipos eventos, congressos,
distribuídos, todos ventilados e iluminados naturalmente, com plantas na maior parte dos ambientes, uma
workshops, de diversos assuntos, pois também são disponibilizados para outras empresas, não apenas para
naturais, outras ressecadas e outras artificiais, que contam com manutenção uma vez por mês por uma
uso próprio. Conta com iluminação natural, mas também possui cortinas blackout para quando a luz do sol
empresa especializada.
não é necessária.
Figura 52 - Planta 10º Pav. It's Informov Figura 50 - Sala de descompressão e copa
Fonte: Arco Web - IT'S Informov: Sede IT'S Informov, São Paulo
Os setores são todos integrados, separados na maior parte por diferentes cores e texturas de pisos, Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
A área de descompressão é acoplada a área de alimentação, e também é utilizada em happy hours, aniversários e demais festas internas dos colaboradores. Possui espaço para descanso, mesas de jogos, geladeiras com diversidade de alimentos e bebidas, e um terraço com deck com vista para a área externa.
ou por divisórias de vidro. Poucos ambientes possuem portas e paredes de alvenaria, trazendo total integração dos usuários, estimulando o espirito de equipe.
40
Figura 53 - Planta Mezanino It's Informov Figura 54 - Visita Técnica 15/03/2020
Fonte: Arco Web - IT'S Informov: Sede IT'S Informov, São Paulo Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
sendo esteticamente agradável apenas à primeira vista, mas causando um certo desconforto após grandes períodos.
3.2.1. Análise Os ambientes de trabalho possuem abundância de iluminação natural e muitos elementos que remetem a natureza, e isso traz grandes benefícios à saúde dos usuários, principalmente pelo edifício estar localizado em área central de grande movimentação da cidade de São Paulo. As salas de descompressão, refeitório e áreas de convívio permitem interação dos colaboradores, aumentando as relações interpessoais. As baias de trabalho de cada usuário possuem itens pessoais, o que torna o ambiente mais humanizado e acolhedor. A área que possui vegetação sob as mesas tornou o espaço um pouco poluído visualmente,
3.3.
ANÁLISE COMPARATIVA
É nítida a diferença de atmosfera de ambos os edifícios. No edifício Atrium temos uma boa localização e espaços amplos, com boa ventilação e iluminação natural, porém, o uso da biofilia faz toda a diferença. Percebe-se também que, o It’s Informov possui mais espaços de descompressão e descontração para os funcionários, o que certamente gera maior produtividade e motivação à equipe.
41
4. ÁREA DE INTERVENÇÃO
42
4.1.
LOCAL
Quatinga. Cada um com sua particularidade aprenderam a ter quase que vida própria e a viver bem longe
4.1.1. Análise do local
do centro urbano de Mogi das Cruzes. (LOUS, 2018)
Mogi das Cruzes é um município da Microrregião de Mogi das Cruzes, na Mesorregião
O terreno escolhido se encontra na Macrozona de Urbanização Consolidada (MUC – 01), mais
Metropolitana de São Paulo, conhecida também como Grande São Paulo no Estado de São Paulo, no Brasil.
especificamente, em uma das três centralidades consolidadas do município, no centro, que é caracterizada
Pertence a região leste da Região Metropolitana de São Paulo, a cidade está localizada a cerca de 42
pelo alto padrão de urbanização, com presença significativa de infraestrutura urbana e equipamentos
quilômetros da capital São Paulo. Cercado pela Serra do Itapeti e a Serra do Mar, mais de 65% do
urbanos, sociais ou comunitários públicos, concentrando os principais serviços públicos e o maior número
município é situado em áreas de preservação ambiental.
de empregos do Município. (PLANO DIRETOR DE MOGI DAS CRUZES, 2019)
A fundação da cidade data de 1560, quando o Bandeirante Braz Cubas se embrenhou pelas matas
Mapa 2 - Infraestrutura instalada nos pontos de parada na área central
do território Mogiano à procura de ouro. A elevação à Vila ocorreu em 17 de agosto de 1611, com o nome de Vila de Sant’Anna de Mogi Mirim. A oficialização ocorreu em 1º de setembro, dia em que se comemora o aniversário da cidade. (COMPHAP) Mapa 1 - Divisão dos distritos de Mogi das Cruzes
TERRENO
Fonte: RT04A - Relatório Final do Plano de Mobilidade Urbana de Mogi das Cruzes (2016)
4.1.1. Escolha do local Fonte: Redescobrindo o Alto Tietê – Mogi das Cruzes e seus distritos (2016) editado por Isabella Leite (2020)
Após análise comparativa dos terrenos conforme Tabela 1 abaixo, foi chegada a escolha da opção 02, no qual se adequa melhor ao projeto a ser desenvolvido, por conta da sua localização privilegiada, na
A maior cidade do Alto Tietê com mais de 400 mil habitantes, convive com verdadeiras 'cidades' dentro do seu território. Ao todo, segundo a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, são cerca de oito distritos: Sede (Central), Brás Cubas, Jundiapeba, César de Sousa, Sabaúna, Taiaçupeba, Biritiba Ussú e
área central da cidade de Mogi das Cruzes, próximo à estações e boa infraestrutura, além de estar entre três ruas de grande movimentação, posicionado em uma orientação solar privilegiada.
43
Em relação às demais informações, todas as opções possuem áreas próximas, a opção 01 permite maior taxa de ocupação e maior coeficiente de aproveitamento. Ainda assim, por não serem diferenças exorbitantes, a localização e a orientação solar possuíram maior relevância para a escolha do terreno.
OPÇÃO 01
Tabela 1 - Comparativo dos terrenos OPÇÃO 02
poucos metros do local, possuindo fácil acesso, além da estação de trem da CPTM à apenas 500m de distância. Mapa 3 - Planta da área
OPÇÃO 03
TERRENO
Leste
Note/Sul/Leste
Norte/Leste Fonte: Isabella Leite (2020)
FACAHDA
Atualmente, o local possui construído algumas lojas e administração onde funciona um R. Braz Cubas, 456, Centro
LOCAL ÁREA MEDIDAS
2.209 m² 53x42
R. Barão de Jaceguai 567, Centro 2.000 m² 36x65x23x30x17x31
R. Coronel Cardoso de Siqueira, 808 – Vila Oliveira 2.100 m² 25x85m
70/80 = 1400m²/1600m² 3/6 = 6.000m²/12.000m² 20 = 400m² Prox. Estação Mogi; Formato do terreno; Taxa de ocupação; Construção existente;
55% = 1.155m² 2,5/3 = 5.250m²/6.300m² 20 = 420m² Prox. escolas e faculdades;
estacionamento, que serão demolidos para total aproveitamento do espaço. Mapa 4 – Contorno da área a ser demolida
ZONEAMENTO
T.O. C.A. T.P. Postos Positivos Pontos Negativos
70/80 = 1,546,3m²/1.767,2m² 3/6 = 6.627m²/13.254m² 20 = 441,8m² Área maior; Taxa de ocupação; Orientação solar; Construção existente;
Formato do terreno; Construção existente; Taxa de ocupação;
Fonte: Isabella Leite (2020)
4.2.
PLANTA DA ÁREA
O terreno possui acesso por três ruas, sendo elas a Rua Barão de Jaceguai, a Rua Padre João e a Rua Dr. Ricardo Vilela, no Centro de Mogi das Cruzes. Com sua topografia praticamente plana, nos 2.000m², possui um desnível de apenas 1 metro de uma extremidade à outra. Os pontos de ônibus ficam à
Fonte: Isabella Leite (2020)
44
4.3.
ANÁLISE MICRO-AMBIENTAL
Figura 55 - Trecho do mapa de zoneamento municipal
De acordo com análise climática, o local pega as insolações norte, sul e leste, confrontando com três ruas, e com ventos predominantes vindo do leste durante 10 meses do ano (julho a maio). Mapa 5 - Planta de estudo de insolação e ventos
TERRENO
Fonte: PMMC - Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (2016)
Analisando os parâmetros técnicos e permissão de uso, vemos que temos os seguintes índices: Taxa de ocupação de 70 a 80%, o que corresponde de 1400 à 1600m² de projeção de área construída. Coeficiente Fonte: Isabella Leite (2019)
4.4.
ANÁLISE MACRO-AMBIENTAL
De acordo com consulta na Lei nº7.200/16, na qual se refere à Lei de Uso e Ocupação do solo de Mogi das Cruzes, o terreno fica localizado na Zona Central (ZC), que é a área destinada à maior dinamização urbana da conurbação principal, com predominância de uso comercial e de serviços.
de aproveitamento de 3 a 6, possibilitando 6.000 a 12.000m² de área construída total. E 20% de taxa permeável, equivalente à 400m². De acordo com estes índices urbanísticos, temos limitações de projeção e área construída, porém, visando o bem estar dos usuários e aos que por ali circulam, será utilizado apenas o necessário para atender ao programa de necessidades, e assim promover espaços de contemplação ou socialização.
45
Tabela 2 - Índices urbanísticos da ZC
Mapa 6 - Sistema viário principal e estrutural
Fonte: PMMC – Anexo 6 da Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (2016)
Os bairros periféricos da cidade são bem conectados ao centro, mas mal conectados entre si. A infraestrutura viária do centro possui uma malha fechada, predominantemente regular e ortogonal, o que garante uma boa distribuição dos fluxos. Os quarteirões variam entre 40 a 60 metros de largura, por 60 a 120 metros de comprimento, o que é favorável para os pedestres, e desfavorável para os veículos Fonte: RT04A - Relatório Final do Plano de Mobilidade Urbana de Mogi das Cruzes (2016)
motorizados, pois isso gera pequenos desvios e cruzamentos, prejudicando a fluidez. Isso significa que a malha viária desta área é mais propícia à circulação de pedestres do que de automóveis.
O traçado das ruas centrais foi definido antes da existência de automóveis, no período colonial, onde os meios de transportes se davam à pé ou por tração animal, o que faz com que as vias sejam mais estreitas para o padrão de mobilidade motorizada, onde a maioria possui entre 4 e 6 metros de leito carroçável. A largura das calçadas varia entre 1 a 1,75m, com grandes interferências como postes, lixeiras, parquímetros, dificultando a passagem do pedestre. 4.5.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
A predominância de uso da área de estudo é de comércio e serviço, mas também podemos identificar a existência de uma área de uso misto, onde temos imóveis residenciais unifamiliares e multifamiliares, nas áreas leste e norte do centro. Os edifícios no entorno variam de térreos à 12 pavimentos.
46
Mapa 7 - Uso e ocupação do solo predominante
Os únicos vazios no entorno do terreno escolhido, são as áreas de estacionamentos. Em sua maioria, prevalecem as construções, e por se tratar de uma área antiga da cidade, muitas não possuem recuos frontais ou dos lotes confrontantes. Mapa 9 - Cheios e vazios
Fonte: Isabella Leite (2019)
Mapa 8 - Gabarito de alturas Fonte: Isabella Leite (2019)
Ao analisar o entorno, percebe-se que temos predominância comercial e serviços, com área residencial próxima. A maioria dos edifícios possuem no máx. 3 pavimentos por se tratar de uma área antiga da cidade, com muitos edifícios preservados, porém encontramos alguns prédios mais altos, com até 12 pavimentos. O local possui deficiência de vazios e áreas de contemplação, tornando-se somente área de transição. 4.6.
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
Conforme citado neste capítulo, atualmente no local funciona um estacionamento e espaços comerciais. Podemos ver que as calçadas de todo o entorno do lote é estreita, com equipamentos urbanos que obstruem o fluxo de pedestres. Os estabelecimentos indicadores serão demolidos para implantação do projeto. Podemos observar Fonte: Isabella Leite (2019)
nas figuras 49, 50 e 51 que as calçadas de todo o entorno do lote é estreita, com equipamentos urbanos que obstruem o fluxo de pedestres e sem nenhuma vegetação ou área livre. A única área “livre” que possuímos no local atualmente, é um estacionamento (Figura 55 e 56).
47
Figura 56 - Foto do local (Rua Barão de Jaceguai)
Fonte: Isabella Leite (março 2019)
Figura 57 - Foto do local (Rua Barão de Jaceguai)
Figura 58 - Foto do local (Rua Padre João com Rua Dr. Ricardo Vilela)
A Rua Padre João (Figura 55) também é mais estreita que as demais, fazendo com que o trânsito seja obstruído, por exemplo, ao estacionar ou sair de alguma vaga da rua, que por sua vez também é utilizada pelos pedestres.
Fonte: Google Street View (2020) Figura 59 - Foto frontal (Rua Barão de Jaceguai)
Fonte: Viva Real (2020)
48
49
5. DIRETRIZES E PREMISSAS
50
Para orientação da função espacial do projeto de forma que os ambientes funcionem com segurança,
grupos que fazem parte da edificação em questão são: grupo B: compartimentos de permanência
foram consultadas normas e legislações vigentes, tais como o Código Sanitário de São Paulo, a NBR
prolongada, destinados à trabalho, comércio, prestação de serviço. Grupo C: cozinhas, copas e de
9050/15, o Código de Obras e Edificações de Mogi das Cruzes, a NBR 9077, NR nº 24 e a Instrução
permanência transitória como despensas, lavanderias e áreas de serviço. Grupo D: sanitários, vestiários,
Técnica nº 11/2011 do Corpo de Bombeiro da Policia Militar do Estado de São Paulo.
casas de máquinas, circulação, depósito (COE, 2019).
5.1.
DISPOSIÇÕES GERAIS 5.1.1. Elevadores
5.1.6. Instalações sanitárias De acordo com o COE (2019) e o Código Sanitário do estado de São Paulo (1978), as instalações
Segundo o art. 269 do COE (2019), as edificações com mais de cinco pavimentos, ou maior que 11
sanitárias são os compartimentos de higiene pessoal, e no seu uso privativo ou público e coletivo, deve
metros de altura deverão, obrigatoriamente, possuir elevadores de passageiro. Sendo que, até oito
dispor de uma bacia sanitária e um lavatório, feminino e masculino, para cada 200m³ ou fração de área útil
pavimentos ou 22 metros de altura, um único elevador é suficiente, e dois elevadores para edificações
das salas. Quando possuir mais de uma bacia, a faixa de circulação interna deverá ter a largura mínima de
superiores a essas. Além disso, o número de elevadores também dependerá do cálculo de tráfego realizado
1,20m, podendo ser reduzida para 90 centímetros quando possuir até duas bacias. A largura mínima das
conforme as Normas Técnicas Oficiais, tal como as dimensões das cabines. Pelo menos um dos elevadores
instalações da bacia sanitária é de 1,00m de largura, com área mínima de 1,20m² e para mictórios, largura
deverá ser adaptado ao uso de pessoas com deficiência, de acordo com a NR9050 (2015).
mín. de 80cm e 80cm², as mesmas dimensões dos mictórios servem para lavatórios. Em locais com bacia
5.1.2. Saídas de emergência Conforme determinações da Instrução Técnica nº 11 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (2011), o dimensionamento das saídas de emergência deverá ser calculado de acordo com o número de pessoas a utilizar o local. As portas deverão ser dimensionadas de acordo com o uso do ambiente, e ser resistente a fogo nos casos exigidos. 5.1.3. Porta de acesso
e lavatório, deve ter largura mínima de 1,00m e área 1,72m². São admitidos o distanciamento mínimo de 60cm entre eixo dos lavatórios ou mictórios, quando dispostos em bancada ou em linha. O pé direito mínimo é de 2,40m. Estas deverão dispor de ventilação, iluminação e insolação, ter os pisos e paredes revestidos até 2 metros de altura. Também não poderão se comunicar diretamente com os locais de trabalho nem com os locais de refeição. Deverão ter acesso independente e separação por sexo.
Para atender aos Portadores de necessidades especiais, as portas em áreas comuns deverão ter
Segundo a NBR9050/15, devem haver 5 % do total de cada peça sanitária, com no mínimo um em
largura mínima de 80 centímetros, com abertura no sentido de saída, e ao abrir, não podem reduzir as
cada pavimento, onde houver sanitário, e localizados nas áreas de uso comum do andar, com as dimensões
dimensões das circulações, (NBR 9050, 2015).
mínimas conforme figura 54.
5.1.4. Escadas e rampas As escadas, rampas, corredores e os vestíbulos de uso privativo devem obedecer a largura mínima de 90 centímetro. Para locais de acesso eventual e restrito, como casa de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico, entre outras, a largura poderá ser reduzida à 60 centímetros. Nos locais de uso coletivo, para uso público, deve-se observar a largura mínima de 120 centímetros, e esta deverá considerar o escoamento da população em condições especiais de segurança. A inclinação das rampas deverá ser de no máximo 8,33% quando forem meio de escoamento vertical, e sempre que exceder a 5%, o piso deverá ser antiderrapante. Sua largura deve ser de no mínimo 1,20, sendo estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas, e deverão ser previstos patamares de no mínimo 1,50m longitudinal, e transversal igual ao restante da rampa (COE, 2019). 5.1.5. Classificação dos compartimentos Os compartimentos nas edificações são classificados em grupos em razão da função e permanência, que determinará seu dimensionamento mínimo e a necessidade de iluminação e ventilação naturais. Os
Figura 60 - Medidas mínimas de um sanitário acessível
51
Fonte: NBR9050/15 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
5.1.7. Conforto ambiental De acordo com o Art. 330 do COE (2019), todos os compartimentos de permanência prolongada, pertencentes aos grupos “A” e “B”, deverão possuir insolação, iluminação e ventilação direta, com abertura para a área externa da construção ou pátio. As aberturas zenitais apenas serão permitidas para fins estéticos, não podendo ser a única fonte de iluminação e ventilação do ambiente. O art. 331 permite que os compartimentos de permanência transitória do grupo “C” e “D”, poderão ser ventilados e iluminados por abertura zenital, que deverá ter área equivalente à 50% do mínimo exigido para os vãos de iluminação e ventilação desses compartimentos. A ventilação nos corredores e demais circulações é facultativa. 5.1.8. Estacionamento O acesso de veículos ao edifício deverá ser interdependente dos acessos de pedestres. A entrada e saída poderão ser feitas por um único acesso desde que não ultrapasse 12 vagas para imóveis comerciais, com largura de no mínimo 3,5m. No caso de ultrapassar as 12 vagas, os acessos deverão ser separados por entrada e saída, podendo ser por ruas diferentes. Para as vagas de acumulação, pede-se para um veículo no caso de até 30 vagas de estacionamento, área para acumulação de 2 veículos para estacionamentos de 31 a 80 vagas, de 81 a 200 vagas é necessário área para 4 vagas, e acima disto, 2% da quantidade de vagas do estacionamento deverá ser destinada para acumulação de veículos. Estas áreas deverão ter inclinação máxima de 8%, sem interferir na via de acesso do empreendimento ou na área de desaceleração. As vagas para automóveis devem ter dimensões mínimas de 2,50 x 4,80 metros, para veículos de carga 3,00 x 7,00 metros, e vagas PNE 2,50 x 5,00 metros com acréscimo de uma faixa de 1,20 metro. Para vagas de motos, 1,20 x ,50 e para bicicletas 0,70 x 1,85. Vagas localizadas ao lado de paredes, muros, ou outros elementos, deverão ter um espaço adicional de 20 centímetros para o lado do elemento que dificulta o acesso a vaga. As vagas localizadas no recuo do imóvel não poderão ser menores que 2,50 x 6,00 metros. As vagas cobertas deverão ter ventilação permanente, pelo menos em duas paredes opostas ou nos tetos, podendo os vãos de acesso ser considerados. O pé direito mínimo deve ser de 2,30m livres. Já os estacionamentos descobertos, com área maior que 150m², deverão ter piso permeável com no mín. 20% de permeabilidade, quando seu pavimento se apoiar diretamente no solo. Ou, se as vagas forem 50% permeáveis, poderão as circulações serem impermeáveis. Para edifícios comerciais, industriais e de serviço, são exigidos no mínimo uma vaga para cada 80m² de área construída, com mínimo de 3 vagas, de uso público. Os edifícios de escritórios devem possuir no mínimo uma vaga particular por unidade, e uma vaga para cada 150m² de área construída.
As Leis Federais 10.048 e 10.098, (2000), coordenam sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência física ou visual nos estacionamentos de veículos. A vaga especial é um direito assegurado por Lei Federal com uso regulamentado por Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que determina que 5% do total de vagas do estacionamento regulamentado sejam destinadas a idosos e 2% a portadores de deficiência. As rampas deverão apresentar recuo de 4,00m do alinhamento dos logradouros, para seu início, com declividade máxima de 20% quando destinada à circulação de automóveis e utilitários; declividade máxima de 12% quando destinada à circulação de caminhões. Quando as vagas forem cobertas, deverão dispor de ventilação permanente garantida por aberturas, pelo menos em duas paredes opostas ou nos tetos junto a estas paredes e que correspondam, no mínimo, à proporção de 60cm² de abertura para cada metro cúbico de volume total do compartimento, ambiente ou local. Deverão ser previstos espaços de manobra, acumulação e estacionamento de veículos, de forma que essas operações não sejam executadas nos espaços dos logradouros públicos e de acordo com os parâmetros definidos pela Secretaria de Transportes. 5.2.
SETOR CORPORATIVO 5.2.1. Salas comerciais
Segundo o anexo III do COE (2019), deverão ter pé-direito livre mínimo de 2,70m, área mínima de 10m², a área iluminante deve ser 1/5 da área do piso, e a de ventilação natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural. De acordo com o Código Sanitário de São Paulo (1978), deverão ter, em cada pavimento, instalações sanitárias separadas, para cada sexo, com acessos independentes. As instalações sanitárias para homens serão na proporção de uma bacia sanitária, um lavatório e um mictório para cada 200m² ou fração de área útil de salas. As instalações sanitárias para mulheres serão na proporção de uma bacia sanitária e um lavatório para cada 200m² ou fração de área útil de salas. É obrigatória a instalação de elevadores de passageiros nos edifícios que apresentam piso de pavimento a uma distância vertical maior que 10m, contada a partir do nível da soleira do andar térreo. Quando o edifício possuir mais de 8 pavimentos deverá ser provido de dois elevadores, no mínimo. 5.2.2. Recepção A recepção deve ter a área mínima de 10 m². O pé-direito mínimo deve ser de 3 m. A área iluminante deve ser 1/5 da área do piso, e a de ventilação natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural, COE (2019). 5.2.3. Sala de Reuniões As salas comerciais devem ter área mínima de 10,00 m². O pé-direito deve ter no mínimo em pavimentos térreos 3,00 m, e em pavimentos superiores 2,70 m. A área iluminante deve ser 1/5 da área do
52
piso, e a de ventilação natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural. (Código
instalação de tubo de queda para coleta de resíduos sólidos urbanos. Os tubos de queda existentes para a
Sanitário de São Paulo, 1978)
coleta de resíduos deverão ser lacrados. Conforme a natureza e volume do lixo ou resíduos sólidos serão
5.3.
SETOR ADMINISTRATIVO 5.3.1. Recepção
adotadas medidas especiais para sua remoção. 5.4.4. Segurança
Conforme o Código Sanitário de São Paulo (1978), uma recepção deve ter a área mínima de 10 m².
As salas para serviços devem ter área mínima de 5m². O pé-direito nas edificações destinadas a
O pé-direito mínimo deve ser de 3 m. A área iluminante deve ser 1/5 da área do piso, e a de ventilação
comércio e serviços deve ter no mínimo em pavimentos térreos 3,00m, e em pavimentos superiores 2,70
natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural.
m. A área iluminante deverá corresponder, no mínimo, a 1/10 da área do piso. A área de ventilação natural
5.3.2. Salas administrativas Para administração geral, gerência, diretoria, financeiro, deve ter uma recepção deve ter a área
deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural (Código Sanitário, 1978). 5.4.5. Depósitos
mínima de 10m². O pé-direito mínimo deve ser de no mínimo 3m. A área iluminante deve ser 1/5 da área
De acordo com o Código Sanitário (1978), os depósitos devem ter área mínima de 5,00m² e
do piso, e a de ventilação natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural,
dimensão mínima de 1,20m. O pé-direito mínimo em depósitos deve ser de 3,00 m. A área iluminante deve
segundo o Código Sanitário de São Paulo (1978).
ser no mínimo, 1/10 da área do piso, e a de ventilação natural deverá ser a metade da superfície de
5.4.
SERVIÇOS 5.4.1. Reservatório
iluminação natural. 5.4.6. DML
Segundo o artigo 9 e 11 do Código Sanitário (1978), A capacidade mínima dos reservatórios
Os depósitos terão no mínimo, pé-direito de 2,50m, área de 5,00m² e dimensão de 1,20m. A área
prediais, adicional à exigida para combate a incêndios, será equivalente ao consumo do prédio durante
iluminante deverá corresponder, no mínimo, a 1/10 da área do piso. A área de ventilação natural deverá
vinte e quatro horas e calculada segundo os critérios fixados pela ABNT. Estes deverão ser construídos e
ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural. (Código Sanitário, 1978).
revestidos de materiais que não contaminem a água, ter superfície lisa, resistente e impermeável. Segundo
5.4.7. Copa/Refeitório
a NBR 5626 (1998), a capacidade dos reservatórios de uma edificação deve atender ao padrão de consumo
Em conformidade com o COE (2019) e o Código Sanitário de São Paulo (1978), em locais com até
de água no edifício e, se possível obter informações, considerar a frequência e duração de interrupções do
30 funcionários, deve possuir copa, com área mínima de 5,00m² e dimensão mínima de 1,20m. O pé-direito
abastecimento.
deve ter no mínimo 2,40 m. A área iluminante deve ser 1/8 da área do piso, com o mínimo de 0,60 m², e a
5.4.2. Central de Gás As instalações de gás encanado deverão ser projetadas e executadas, de forma a garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, conforto, durabilidade e economia. 5.4.3. Abrigo de resíduos
de ventilação natural deverá ser a metade da superfície de iluminação natural. Acima de 30 funcionários, deve conter refeitório com área de 1,00m² por usuário abrigando de cada vez, 1/10 do total de empregados por turno. Pé direito, iluminação e ventilação seguem os mesmos da copa. 5.4.8. Almoxarifado
Toda edificação, independente da sua destinação, deverá ter no interior do lote abrigo ou depósito
As salas para escritórios, comércio ou serviços devem ter área mínima de 10,00 m². O pé-direito
para guarda provisória de resíduos sólidos, com capacidade adequada e suficiente para acomodar o volume
nas edificações destinadas a comércio e serviços deve ter no mínimo em pavimentos térreos 3,00 m, e em
gerado por 48h (quarenta e oito horas), em local desimpedido e de fácil acesso à coleta, obedecendo às
pavimentos superiores 2,70 m. A área iluminante nos locais de trabalho deverá corresponder, no mínimo,
normas estabelecidas pelos órgãos sanitários competentes. Não podendo colocar os resíduos sólidos nas
a 1/5 da área do piso. A área de ventilação natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de
calçadas, assim como qualquer tipo de estrutura/instalação para seu acondicionamento, devendo o mesmo
iluminação natural (Código Sanitário de São Paulo, 1978).
ser mantido no interior do lote até a sua coleta. Deverá haver a separação do resíduo sólido reciclável e
5.4.9. Vestiários
não reciclável, de acordo com a coleta de resíduos sólidos da região, sendo separados no mínimo entre
Os vestiários devem ter área mínima de 6,00 m². Também ter antecâmaras separando os vestiários
resíduos secos e úmidos, devendo haver separação entre estes fisicamente, podendo ser esta separação
de locais de trabalho. O pé-direito deve ter no mínimo em pavimentos térreos 3,00 m, e em pavimentos
através de recipientes de coleta separados ou até mesmo abrigos ou depósitos separados. É proibida a
superiores 2,70 m. A área iluminante deve ser no mínimo 1/8 da área do piso, com o mínimo de 0,60 m²,
53
e a área de ventilação natural deverá ser, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural. De
Segundo a NR nº 24/19, os vestiários devem ser dimensionados em função do número de
acordo com a NBR 9050/15, os boxes comuns devem ter dimensões mínimas de 0,90 m por 1,20 m. Os
trabalhadores que necessitam utilizá-los, até o limite de 750 trabalhadores, conforme o seguinte cálculo:
boxes de chuveiros acessíveis devem ter dimensões mínimas de 0,90 m por 0,95 m. Deve-se instalar
área mínima do vestiário por trabalhador = 1,5 - (nº de trabalhadores/1000). Em estabelecimentos com
bebedouros com no mínimo duas alturas diferentes de bica, sendo uma de 0,90 m e outra entre 1,00 m e
mais de 750 (setecentos e cinquenta) trabalhadores, os vestiários devem ser dimensionados com área de,
1,10 m em relação ao piso acabado. (COE, 2019 e Código Sanitário de São Paulo, 1978)
no mínimo, 0,75m² (setenta e cinco decímetros quadrados) por trabalhador.
54
55
6. NEUROARQUITETURA
56
6.1.
BIOFILIA
Grandes centros, como o da cidade de São Paulo, possuem poucas áreas verdes, o que faz com que
Segundo Cooper (2015), biofilia é um conceito popularizado pela primeira vez por Edward O.
visitar um parque exija grande esforço para a população, que precisam se deslocar para longe e ainda
Wilson em 1984, no qual descreve a relação inata entre humanos e natureza, e diz a respeito da necessidade
encontrar estes locais lotados. Com isso, as doenças modernas como a depressão, ansiedade e síndrome do
que temos de estar continuamente conectados à natureza. Muitas pesquisas confirmam a preferência
pânico podem estar sendo desencadeadas pela falta de contato com a natureza, pois o ambiente caótico da
humana pelo ambiente natural, em vez de construído.
cidade grande, somado à falta de segurança, tráfego intenso e falta de sinalização fazem com que sair de
Figura 61 - Os impactos da evolução humana à natureza
casa seja entrar em estado de atenção e alerta. (INFOMONEY, 2016) Figura 63 - Contraste da Cidade x Parque
Fonte: Up To What – O homem e a natureza Fonte: Daily Hive – Toronto
Segundo Paiva e Gonçalves, (2019) nosso cérebro foi programado para viver na natureza, e o contato com ela traz diversos benefícios para nossa saúde, e ao longo da evolução, nossos cérebros foram
De acordo com Crizel (2020c) podemos definir paisagem urbana como aquela que é diretamente
programados para o convívio com a natureza. Privá-los disso pode causar resultados negativos em seu
transformada pela ação humana, com suas edificações e projetos urbanísticos. Ao interferir no ambiente
desempenho.
natural, o homem busca promover facilidades na dinâmica cotidiana do convívio coletivo.
Então, ao utilizar materiais com aspecto natural, como pisos de madeira, além de proporcionar acesso a jardins ou janelas com vista para a natureza, os usuários ficam mais calmos, a capacidade de focar aumenta e o nível de estresse diminui, a pressão sanguínea baixa e as tensões musculares relaxam
Foram vinculadas as seguintes características mediante a paisagem urbana: – Aumento do estímulo cerebral na forma de provocar entusiasmo; – Aumento da carga cognitiva; – Dificuldade em despertar a contemplação, o fascínio; – Roubo da atenção com maior intensidade. (CRIZEL, 2020c)
consideravelmente. Figura 62 - Escritório com natureza integrada
Pesquisas de neurocientistas demonstram que as cenas naturais ativam a região do cíngulo e ínsula anterior, revertendo diretamente em atividades associadas à empatia e ao comportamento altruísta. Ambientes naturais estão ligados a: – Atenção involuntária; – Estímulo à contemplação e atividades meditativas; – Sensação de bem-estar; – Recuperação cognitiva da fadiga e do stress. (CRIZEL, 2020c)
Conforme explica Bencke (2015), existem diversos fatores externos que atuam, muitas vezes de forma inconsciente, na nossa percepção, satisfação e, consequentemente, no desempenho das nossas atividades. Como por exemplo, trabalhar em um ambiente escuro, sem insolação e ventilação natural, e Fonte: Archdaily - Selgascano Architecture Office by Iwan Baan
diversos ruídos, por mais que o profissional seja altamente qualificados para a atividade, não tem como ignorar o mal-estar que este local vai gerar e, como resultado, não produziremos da forma adequada. Da
57
mesma forma, podemos imaginar o contrário: um espaço bem projetado, com um mobiliário econômico, insolação, iluminação adequada, podendo ter um impacto muito significativo na performance.
6.2.2. Artificial Com o surgimento da iluminação elétrica o homem tornou-se capaz de estender artificialmente a duração do dia, mas o cérebro não teve tempo evolutivo de se adaptar a essa nova condição. (PAIVA,
Segundo a hipótese da biofilia, quando as pessoas impõem um significado artificial para um edifício, criam-se cidades e edifícios anti-humanos. Por isso, na busca de maior bem-estar na relação entre pessoas e ambiente construído, a biofilia incorpora a vida orgânica aos edifícios. (PAIVA e GONÇALVES, 2019)
Ainda segundo Paiva e Gonçalves, outro ponto interessante é que a natureza está em constante
2020) Isso fez possível a extensão do dia, mas como não estamos acostumados biologicamente a isso, a exposição descontrolada a luz, quando usada de forma contínua, a longo prazo, pode causar danos ao cérebro, ocasionando em problemas mentais e físicos, pois elas enganam nosso organismo e alteram nosso ciclo circadiano Figura 65 - Iluminação das ruas de Los Angeles
modificação de acordo com as estações do ano. Essas mudanças são positivas para o cérebro perceber também o ambiente interno. 6.2.
ILUMINAÇÃO 6.2.1. Natural
Segundo Paiva (2020), a iluminação natural é essencial para a organização temporal da fisiologia dos organismos, pois é ela que permite a sincronização do ritmo circadiano, conhecido como relógio biológico, com os períodos de dia e noite do ambiente. O ciclo biológico se dá em um período de 24 horas, e este regula tanto os ritmos fisiológicos, quanto psicológicos, impactando diretamente no sono, em hormônios, função celular e expressão genética. Isso significa que é através da iluminação que nosso cérebro sincroniza seu funcionamento. Figura 64 - Temperatura de cor solar
Fonte: CNN - Doctors issue warning about LED streetlights
Além disso, o negligenciamento da iluminação adequada nos ambientes de trabalho pode provocar acidentes e queda no rendimento dos profissionais, o que afeta diretamente a imagem da empresa. (BRANCO, BENCKE, 2018) Porém, segundo Crizel (2020d), quando bem trabalhada, a iluminação contribui para a sensação de bem estar, e com um projeto luminotécnico adequado é capaz de estimular a produtividade, além de reduzir esses índices de acidente. 6.2.3. Cores e temperaturas A temperatura de cor é medida em graus Kelvin (K), e é determinada conforme a aparência de cor que um corpo negro hipotético emite naquela temperatura. Ou seja, um corpo negro aquecido em 3000K Fonte: Plug Design – Temperatura de cor
Por conta disso, as aberturas que permitem a entrada de iluminação natural são essenciais, pois é isso que nos faz ter a percepção da passagem do tempo ao longo do dia, e regular o nosso ciclo circadiano, através das alterações a luz solar e coloração do céu.
emite uma luz amarela e um corpo aquecido até 7000K emite uma luz com tonalidade azul. (PLUG DESIGN, 2019)
58
Figura 66 - Temperatura de cor
6.3.
CORES
Segundo Andrea de Paiva (2019), atribuímos as cores a um valor estético ou cultural, e os efeitos das cores vão muito além das nossas preferências pessoais. Elas são elementos fundamentais do ambiente natural onde nossa espécie surgiu. Foi a partir das cores que diferenciamos as plantas comestíveis das venenosas, ou saber se iria surgir uma tempestade pela cor do céu para procurar abrigo antes mesmo dela começar. O vermelho sangue marcado nas folhas das matas poderia indicar a presença de uma vítima, e muito provavelmente um predador. Então, as cores estão diretamente ligadas à nossa sobrevivência, e isso fez com que nosso organismo evoluísse de forma a gerar certos estímulos padronizados para algumas Fonte: Plug Design – Temperatura de cor
As luzes têm tonalidades de cores diferentes, sendo as luzes frias, com tonalidade branca, ideais para ambientes de maior concentração e luzes quentes, amarelas, uma melhor opção para ambientes de aconchego. Porém, conforme explica Branco e Bencke (2018), trabalhar com um ambiente iluminado totalmente branco durante várias horas também se torna cansativo. Por conta disso, a melhor opção é mesclar as tonalidades a fim de tornar os ambientes de trabalho mais confortáveis. Falar sobre temperatura da luz não tem relação direta com irradiação de calor, mas sim com o tipo de tonalidade que cada lâmpada oferece ao ser acionada. Luz com tonalidade baixa, considerada fria, proporciona sensação de aconchego. Por outro lado, a luz quente, com maior frequência, torna o ambiente mais estimulante. Saber combinar esses dois tipos de luz com as cores aplicadas aos ambientes, e a sua funcionalidade será crucial para promover o conforto visual. (CRIZEL, 2020d)
Isso significa que é necessário pensar não só na quantidade de luz, e também na sua temperatura e coloração para ter os resultados e estímulos desejados, pois seu uso incorreto pode ser prejudicial à saúde. Além de todos esses fatores, de acordo com Crizel (2020d) temos o índice de reprodução de cor (IRC) da lâmpada, onde podemos medir a fidelidade da cor que a iluminação vai reproduzir nos objetos, podendo variar de 0 a 100. Quando posicionada na escala de 80 a 100, independente da temperatura da luz, são consideradas as que fielmente reproduzem as cores da decoração e dos produtos que compõem o ambiente. Ou seja, lâmpadas de IRC próximo à 100 não alteram as colorações dos objetos e acabamentos. Figura 67 - Diferença dos Índices de Reprodução de Cor
Fonte: Hunter Trade Iluminação - E você sabe o que é IRC? Fique por dentro!
cores. Entretanto, os impactos gerados pelas cores podem ser divididos em pelo menos dois grupos: impactos herdados e impactos aprendidos. Quando passamos a viver em sociedade, com culturas diferentes, as cores começaram a ganhar outras dimensões, como a paixão ser caracterizada pela cor vermelha, ou o preto a cor do luto. Porém, esses significados podem mudar de acordo com cada cultura, pois em alguns lugares o vermelho é associado ao comunismo, ou o branco a cor do luto. Conforme explica Lori Crizel (2020a), nós somos impactados prioritariamente pelo nosso campo visual, a percepção de um ambiente comandada 80% pela visão, e este é considerado o nosso sentido de maior alcance espacial. O modelo teórico Mehrabian-Russell estudou as cores dentro dos seus espectros: quente, fria ou temperada. Através dos estímulos visuais é possível proporcionar a estimulação e sensação de bem estar pelos efeitos emocionais da escolha das cores. 6.3.1. O que as cores transmitem? As cores frias, derivadas do violeta, azul e verde, são diretamente associadas à água, céu e elementos da natureza onde temos predominância do verde. Elas encontram-se na faixa do espectro de menor vibração e remetem à sensação de frescor, ou mesmo de frio, e por isso são lidas como de pouco estímulo, levando o cérebro a ter sensações de relaxamento e bem estar. Figura 68 - Cores quentes e frias
59
Fonte: Educa Mais Brasil – Cores Frias
O cinza atinge o plutamên, que coordena a distribuição do neurotransmissor dopamina, responsável pela sensação de prazer e satisfação. Representa o equilíbrio, tranquilidade ou mesmo a neutralidade.
Já as cores quentes, que são derivadas do amarelo, laranja e do vermelho, ficam na faixa de maior vibração, portanto estão associadas à transmissão de sensações de calor e adrenalina. Estas estão associadas a elementos como fogo, sol e calor, portanto, nosso cérebro interpreta como fonte de energia e forte estimulação.
O marrom age diretamente no sistema límbico, responsável por coordenar as emoções. Cor diretamente ligada ao conservadorismo. Assim como o preto, o vermelho também age diretamente na amígdala, que é responsável por regular o comportamento sexual, a agressividade, o medo e a memória emocional. E também aciona o
As cores chamadas de temperadas, são aquelas que estão na faixa de transição entre as cores quentes e frias e oscilam de acordo com a quantidade de azul ou amarelo que recebem. Por isso, a leitura do cérebro varia de acordo com a incidência da cor predominante. De acordo com Andrea de Paiva (2019), há algumas décadas, cientistas identificaram que a área responsável pelo processamento das cores é conhecida como centro das cores (ou V4), fica no lobo occipital, próxima aos outros centros de visão do cérebro. Figura 69 - Áreas responsáveis pelo processamento da visão
Núcleo Acuumbens, ligado à sensação de prazer. O vermelho é interpretado pelo cérebro como elemento sexual, transmitindo excitação, virilidade e dinamismo. A cor rosa atinge a área tegmentar ventral, associada à sensação de saciedade da fome, sede e sexo. Tons claros dão a ideia de inocência. Os tons médios estão associados à feminilidade e ao rompimento de preconceito. Enquanto o tom pink imprime o desejo de se iniciar ações individuais. O roxo atinge diretamente o polo frontal – ligada ao planejamento de ações, movimentos e aos pensamentos abstratos. Pode remeter a mistério, mas também se relaciona a calma e sensatez. Sugere também a criatividade e a sabedoria. Amarelo atinge diretamente o sistema de recompensa, responsável por reproduzir a experiência prazerosa. Passa a mensagem de transparência nas negociações ou de foco nos lucros. Sugere otimismo, clareza e calor. Laranja atinge diretamente o sistema de recompensa, responsável por reproduzir a experiência prazerosa. Sugere confiança, amizade e alegria. Estimula áreas da vida que requerem mudança, expansão e dinamismo. Verde atinge o córtex pré-frontal ligado às decisões, pensamento abstrato, criativo e respostas
Fonte: Neuro AU – Efeitos da cor insights da neuroarquitetura
afetivas. Remete à natureza, à sensação de frescor, harmonia e equilíbrio. Reforça a ideia de ponderação e coerência.
Atualmente, após analises dos exames de ressonância magnética, os neurocientistas perceberam que o processamento da cor no cérebro humano envolve o trabalho de diversas áreas distintas. Além de que, ele está ligado diretamente às áreas responsáveis pelo processamento das memórias emoções, e tem influência também pela iluminação. 6.3.2. Cores x Sensações Foram feitos alguns estudos laboratoriais para mapear os efeitos de tais cores no cérebro e os resultados a seguir vão auxiliá-lo a pensar os projetos dentro do resultado almejado. (CRIZEL, 2020b). A cor preta desperta diretamente a parte do encéfalo chamada amigdala, que é responsável por regular o comportamento sexual, a agressividade, o medo e a memória emocional. Está associada ao mistério, curiosidade ou superioridade. Também transmite sensação de nobreza e distinção.
Azul atinge o córtex pré-frontal na parte responsável pelo raciocínio lógico e pela competência comunicativa. Tons escuros remetem ao poder. Tons mais claros transmitem frescor e higiene. A cor em suas diferentes nuances está associada a produtividade e sucesso. Branco atinge o córtex cerebral esquerdo, responsável pelo raciocínio lógico e pela competência comunicativa. Sugere pureza, cria impressão de luminosidade. Associada a outras cores proporciona harmonia. Diante disso, após analisar a cultura local e a sensação que queremos transmitir, podemos ter escolhas mais assertivas e resultados satisfatórios a partir dos efeitos causados no sistema nervoso dos usuários.
60
61
7. PERFIL DO USUÁRIO
62
7.1.
SETOR CORPORATIVO
7.3.
SETOR DE SERVIÇOS
O foco são os profissionais de criatividade e concentração, pois estes possuem grande influência
Espaços destinados aos funcionários de limpeza, onde serão utilizados pela equipe responsável pela
pelo espaço, por isso, os espaços multissensoriais serão destinados a estes profissionais. Segundo Paiva,
limpeza dos espaços comuns do edifício, e coleta de resíduos. Estes devem ter acesso a todos os setores
20, a retenção de informações e nossa criatividade chegam a ter um desempenho 50% a 75% melhor em
para manter a organização. Os funcionários de manutenção, que são responsáveis pelas manutenções do
um ambiente multissensorial.
edifício, tais como pintura, reparos, consertos de móveis, equipamentos e pequenas obras civís. E os
Segundo Maia (2000), a criação deve ser resultado da simultaneidade entre o trabalho e o lazer, em um ambiente que propicie a interação dos usuários nas atividades de convívio, estimulando a criatividade. Como diz Gilbert Gottlieb, eminente neurocientista, não apenas os genes e o meio ambiente cooperam entre si à medida que nós desenvolvemos, como os genes necessitam da contribuição do meio ambiente, a fim de funcionar de maneira adequada. (DWECK, 2017)
Pensando nisso, os usuários do setor corporativo serão os empresários, principalmente das diversas áreas de criação e áreas de concentração, assim como seus funcionários, estagiários e os respectivos
seguranças, que farão todo o monitoramento de câmeras, entradas e saídas. 7.4.
SETOR DE CONVIVÊNCIA E LAZER
Esse setor atenderá os funcionários de todos os setores do edifício, a fim de estimular a integração, o intercâmbio entre os funcionários, o descanso e o relaxamento. Os espaços de convivência não têm como objetivo o entretenimento, sendo estes compostos por salas de estar, pontos de encontro para os funcionários, e salas de descompressão para promover o relaxamento e descanso dos colaboradores. Nesses espaços, contaremos também com bares e cafés, que além de disponibilizar lanches rápidos,
clientes.
também estimulam a interação dos usuários, tornando-se pontos de encontro para conversas e reuniões 7.2.
SETOR ADMINISTRATIVO
Setor reservado para a diretoria e profissionais responsáveis pelo planejamento das atividades,
informais, e além disso, esses ambientes fazem com que a confiança se eleve, aumentando a intimidade e melhorando o feedback.
recursos físicos e tecnológicos do edifício, tais como contratações e resoluções de problemas internos.
Já nos espaços destinados a lazer, terão como objetivo o entretenimento dos colaboradores, além
Além dos responsáveis pelas cobranças e pagamentos das despesas do edifício, tais como administração
de também gerarem interação, convivência e consequente temente diminuição de conflitos. Os espaços de
dos recursos financeiros e destinação dos mesmos.
convivência e lazer poderão ou não ser integrados.
Os funcionários da recepção também fazem parte deste setor, pois são responsáveis por controle de acesso, orientar os visitantes, agendar visitas e reuniões, receber correspondências e destina-las às salas corporativas, cadastrar os visitantes e comunicar aos profissionais.
63
8. ESQUEMAS ESTRUTURANTES
64
8.1.
CONCEITO ARQUITETÔNICO
iluminação, conexão com a natureza e demais fatores que influenciam direta e indiretamente no
Este projeto visa melhorar a qualidade de vida nos espaços corporativos, através de estudos de neuroarquitetura e relação do cérebro x espaço, afim de evitar depressão e ansiedade dos colaboradores,
comportamento. 8.2.
PARTIDO ARQUITETÔNICO
diminuindo estresse, estimulando a criatividade e melhorando a concentração. O conceito gira em torno
Para promover a conexão dos colaboradores com a natureza, serão inseridos elementos orgânicos,
das necessidades dos usuários, baseado no estudo do funcionamento do cérebro em relação às cores,
materiais naturais e vegetação. Além de grandes vãos abertos para entrada de iluminação natural e vista do entorno.
Figura 70 - Banco com formato orgânico
Figura 71 - Escritório com iluminação natural
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
saudável e promovendo saúde aos usuários. Essa conexão com elementos da natureza tornam os ambientes mais leves, amplos, diminuindo os níveis de estresse e aumentanto a produtividade dos colaboradores por
Estas aberturas promovem a economia de energia, com iluminação abundante e ventilação natural
estarem em um local de trabalho acolhedor.
privilegiada, diminuindo a utilização de iluminação artificial e ar condicionado, tornando o edifício mais Figura 72 - Varada
Fonte: Acervo Pessoal – Isabella Leite (2020)
Figura 73 - Parede verde
65
Figura 75 - Praça central de The Vessel, em Nova Iorque
8.3.
PARTIDO URBANÍSTICO
Assim como a neuroarquitetura, o neurourbanismo é a aplicação da neurociência aos espaços construídos, a fim de compreender os impactos destes no cérebro e comportamento humano. Psicólogos e neurocientistas vêm unindo forças para entender como os grandes centros urbanos podem impactar a saúde mental daqueles que os habitam (PAIVA. 2019). E diversos estudos nos mostram que temos maiores níveis de estresse nos centros urbanos do que nas áreas rurais. Dentre os diversos efeitos que a cidade pode causar, os mais comuns são a síndrome do pânico, ansiedade, depressão. Nosso organismo necessita de níveis de cortisol, hormônio do estresse, para a sobrevivência, melhorando nosso sistema imune, ajudando a controlar o metabolismo, a memória e a sensação de energia, mas seu excesso e sua liberação contínua causam síndrome metabólica e a perda de minerais dos ossos. Segundo Paiva (2019), estar na cidade deixa de ser uma experiência agradável, pois isso faz com que os centros se tornem apenas cidades de transição e passagem, e que as pessoas ocupem cada vez menos as áreas públicas. Figura 74 - Neurourbanismo
Fonte: Brazil Journal – Hudson Yards, o novo rockefeller center de nova York
Para melhoras as condições de circulação, a praça contará com pisos drenantes ecológico nas áreas de passagem, para ajudar com a drenagem do local, e não trazer impactos ao meio ambiente, além da baixa condutividade térmica, o que promove a redução das ilhas de calor, e aumentando a permeabilidade do solo abaixo. Estes pisos são feitos com material reciclado e fibras naturais. Figura 76 - Piso ecológico drenante
Fonte: Neuro AU - Princípios da Neuroarquitetura e do Neurourbanismo
Pensando nisso, a criação de espaços de contemplação ou socialização passa a ser primordial, transformando e criando lugares mais humanizados, que sirvam de respiro e descompressão para os cidadãos, onde estes possam ter contato com a natureza mesmo estando no coração da cidade.
Fonte: Braston - Pisos Ecológicos Drenante Rio de Janeiro
66
8.4.
SETOR
PROGRAMA DE NECESSIDADES
AMBIENTE
FUNÇÃO
Nº DE USUÁRIOS
LAYOUT
COND. AMBIENTAIS
QUANT.
ÁREA MÍN.
ÁREA MÍN. TOTAL
ACESSO
ESTACIONAMENTO Portaria
Controlar acesso de veículos
2
Mesa, cadeira, computador
Sanitário anexo; com cancela para controle de acessos.
2
15,00m²
30,00m²
Estacionamento privativo
Guardar veículos dos funcionários
80
Vagas demarcadas por pintura no piso
02 vagas a cada 130m² de área construída. Vagas de 2,5x5m. 2% do total das vagas serão destinados à portadores de deficiência e 5% à idosos (CONTRAN). Pátio de manobra com largura mínima de 5,40m.
1
1000,00m²
1000,00m²
Estacionamento Visitantes
Guardar veículos dos visitantes
20
Vagas demarcadas por pintura no piso
Pátio de manobra com largura mínima de 5,40m.
1
250,00m²
250,00m²
1
10,00m²
10,00m²
CORPORATIVO CORPORATIVO
COORPORATIVO
Recepção
Informar e orientar visitantes
2
Balcão, cadeiras, computadores
Acesso externo; Espaço ergonômico, com locais para espera; uma recepção deve ter a área mínima de 10 m². O pé-direito mínimo 3m. A área iluminante 1/5 da área do piso, e a de ventilação natural, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural.
Sala multimídia
Apresentações, palestras, workshops
30
Cadeiras, mesas, projetor, Datashow, kit multimídia
Pé-direito mínimo de 3m Área iluminante de 1/5 da área do piso. Uso comum.
5
24,00m²
120,00m²²
Sala comercial
Espaço de trabalho
10
Mesa, cadeira, computador, poltrona, impressora, armários
Pé-direito mínimo de 3m Área iluminante de 1/5 da área do piso: 2 m²
90
20,00m²
1.800,00m²
Reunião
Reuniões e conferências
15
Mesa, cadeira, aparador, TV
Pé-direito mínimo de 3m Área iluminante de 1/5 da área do piso
10
12,00m²
120,00m²
Copa
Refeições
10
Mesa, cadeira, armário, geladeira, micro-ondas, pia, bancada, lixeira;
Acesso pela cafeteria; Pé-direito mínimo de 2,70m Área iluminante de 1/8 da área do piso;
10
10,00m²
100m²
Sanitários
Necessidades fisiológicas
10
Bacia sanitária, mictório, lavatório, lixeiras, espelho, dispenser, secadora
1 conjunto para cada 200m² ou fração de área útil de salas
20
6,00m²
120,00m²
1
10,00m²
10,00m²
2
20,00m²
40,00m²
CONVIVÊNCIA E LAZER
CONVIVÊNCIA E LAZER
Cafeteria
Refeições rápidas
10
Balcão, banqueta, armários
Acesso à copa; Pé-direito mínimo de 2,70 m Área iluminante de 1/8 da área do piso: 1,25 m²; Uso comum.
Lounge
Estar e descanso
20
Sofás, poltronas
Pé-direito mínimo de 2,70 m Área iluminante de 1/10 da área do piso: 0,50 m²; Uso comum.
67
Espaço Zen
Sala de Jogos
Relaxar, descansar
Jogar e descontrair
20
20
Sofá, Puff, poltronas
Acesso pela área de convivência; Pé-direito mínimo de 2,70 m Área iluminante de 1/10 da área do piso: 0,50 m² Uso comum.
2
20,00m²
40,00m²
Jogos de mesa e videogames
Pé-direito mínimo de 2,70 m Área iluminante de 1/10 da área do piso: 0,50 m² Uso comum. Acesso pela área de convivência; Uso comum.
1
20,00m²
20,00m²
ADMINISTRAÇÃO Mesa, cadeiras, arquivo, armários, impressora, computador;
Acesso restrito aos funcionários, e aos demais quando anunciado; Layout ergonômico;
1
10,00m²
10,00m²
3
Mesa, cadeiras, arquivo, armários, impressora, computador;
Acesso restrito aos funcionários, e aos demais quando anunciado; Layout ergonômico;
1
10,00m²
10,00m²
3
Mesa, cadeiras, arquivo, armários, impressora, computador;
Acesso restrito aos funcionários, e aos demais quando anunciado; Layout ergonômico;
1
10,00m²
10,00m²
Financeiro
Pagamento salarial e contas, gerenciamento de cobranças;
3
Mesa, cadeira, arquivo, armários, computador;
Acesso restrito aos funcionários, e aos demais quando anunciado; Layout ergonômico;
1
10,00m²
10,00m²
Arquivo
Armazenamento de documentos administrativos.
3
Estantes, armários.
Acesso restrito aos funcionários; ambiente seco, livre de umidade e risco de estabilidade térmica.
5
10,00m²
50,00m²
Almoxarifado
Local destinado à guarda e conservação de materiais
3
Estantes, armários.
Acesso restrito aos funcionários; ambiente seco, livre de umidade e risco de estabilidade térmica.
5
10,00m²
50,00m²
Diretoria
ADMINISTRATIVO ADMINISTRATIVO
Administração geral do complexo
5
Administração
Gerência
Área administrativa de uso registro aos diretores do complexo Área administrativa de uso registro aos gerentes do complexo
SERVIÇ O SERVIÇO
SERVIÇO
Segurança
Local para cuidar da segurança da instituição; Instalação de visores das câmeras;
3
Mesa, cadeira, armário, televisores, computador, interfone;
Acesso interno e externo;
1
5,00m²
5,00m²
Manutenção
Armazenamento de itens para manutenção da instituição;
3
Prateleiras, armários e caixas;
Acesso restrito;
1
5,00m²
5,00m²
68
DML
Armazenar materiais e produtos de limpeza;
2
Prateleiras e armários;
Acesso restrito; material resistente, lavável e fácil higienização;
5
5,00m²
5,00m²
Vestiário de Funcionários
Higiene e necessidades fisiológicas;
10
Bacia, lavatório, lixeiras, chuveiro, armário, banco;
Contendo somente chuveiro, 1,20m²; com dimensão mínima de 1,00m;
2
6,00m²
12,00m²
Abrigo Resíduos
Depositar lixo; Separação do lixo para coleta seletiva;
2
Área livre/ externa, lixeira reciclável e orgânica
Pé-direito mínimo de 2,50m Área iluminação indefinida; Acesso externo e interno para recolhimento de resíduos pela coleta seletiva;
1
Capacidade suficiente para 24 horas
x
Docas
Carga e descarga de materiais;
2
Área livre/ externa para acesso de veículos grandes;
Acesso externo; Abastecimento ao restaurante; H=1,20
1
10,00m²
10,00m²
Reservatório
Armazenamento de água (captação e tratamento)
1100
x
O reservatório inferior deve ser 3/5 e o superior 2/5 do total de consumo para esse período. No caso de prédios, ainda deve ser acrescentar de 15 a 20% desse total para reserva de incêndio.
1
x
x
Depósitos
Armazenagem
1
Prateleiras, armários;
Pé-direito de 3m Área iluminante de 1/10 da área do piso: 0,50 m²
5
5,00m²
25,00m²
69
8.5.
ORGANOGRAMA
8.6.
FLUXOGRAMA
70
71
CONSIDERAÇÕES FINAIS
72
A partir do estudo de como a arquitetura é capaz de influenciar no comportamento e saúde dos seres humanos, tanto positivamente quanto negativamente, este trabalho tem como finalidade melhorar a qualidade de vida nos espaços corporativos, através dos impactos causados pelos espaços construídos. Com isso, se aborda a importância de proporcionar espaços pensados, com qualidade na organização espacial, e baseado nos princípios de neuroarquitetura estimular a criatividade, concentração, gerar inovação e nortear a elaboração de projeto utilizando biofilia, iluminação, cores, para gerar bemestar aos colaboradores, diminuindo os níveis de estresse, ansiedade e depressão causados pelos trabalhadores dos centros urbanos. Em suma, mediante este presente trabalho, fica constatado que elementos naturais como madeiras e pedra, vegetação, iluminação natural, cores adequadas, e conforto termoacústico, geram maior conforto aos usuários, tornando os ambientes favoráveis para a saúde física e emocional dos mesmos.
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
74
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CRIZEL, Lori. Projeto luminotécnico com foco no conforto visual. 20 mar 2020d. Disponível em: <http://www.loricrizel.arq.br/projeto-luminotecnico-com-foco-no-conforto-visual/. Acesso em: 22 maio 2020.
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Centro de engenharia do Google de Belo Horizonte. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/914303/centro-de-engenharia-google-belo-horizonte-bcmfarquitetos>. Acesso em: 06 mar 2020.
Clima característico em Mogi das Cruzes. Disponível em: <https://pt.weatherspark.com/y/30281/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Mogi-das-Cruzes-Brasildurante-o-ano>. Acesso em: 21 mar 2020.
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75
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Sede It’s Informov. Disponível em: <https://itsinformov.com.br/projetos/sede-its-informov-6oandarbiofilico/>. Acesso em: 15 mar 2020.
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76
PROJETO ARQUITETÃ&#x201D;NICO
2 75
753
GUARITA 11 11 projeção edifício
ACESSO VEÍCULOS
4
RAMPA i=23%
H= 5,00m
3
1
5 11
projeção edifício
7 9
2 8 10
1
HALL ACESSO
2
8 10
8 10
13 12
1
11
INTERTRAVADO PERMEÁVEL
2 13 12
13 12
13 12
6
1
projeção edifício
13 12
11 11
8 10
PASSEIO PÚBLICO
8 10
11
11
projeção edifício
projeção edifício
ESPELHO D'ÁGUA
PASSEIO PÚBLICO
1
RUA DR. RICARDO VILLELA
7
4
R. BARÃO DE JACEGUAI
CAIXA D'ÁGUA
1
2 11
projeção edifício 11
projeção edifício 7
11
7
11
7
11
PASSEIO PÚBLICO
RUA PADRE JOÃO
3 75 752
IMPLANTAÇÃO
1 F08
1
2 5,51
3
4
4,44
5
5,22
6
3,25
7
8,65
8
3,33
9
5,00
10
4,93
4,85
20,15 14,00
MURETA H= 1.10 M
MURETA H= 1.10 M
5,15
INCLINAÇÃO I= 22.5 %
MURETA H= 1.10 M
A
6,15
DESCE
RAMPA
2,30
4,80
9,17
VAGA 5,02
4,83
2,30
MURETA H= 1.10 M
10,15
MURETA H= 1.10 M
4,80
4,80
2,30
B
2,30
VAGA
4,80
VAGA
4,80
4,25
4,80
2,30
2,30
4,42
VAGA
VAGA VAGA
5,30
9,70
2,40
MURETA H= 1.10 M
2,40
2,40
2,40
2,30
2,30
2,30
2,64 m²
P02
0,43 1,00
0,71
1,00
4,95
IDOSO
IDOSO
IDOSO
0,63 0,86 0,66
IDOSO 4,80
2,65 m²
1,16 P02
4,80
ELE
4,80
1,56
ELE
S
2,45
1
4,80
1,69
4,80
4,80
4,80
4,80
2,30
3
2,45
VAGA
9,55
0,15
P.A 3,65
6,45
4,80
9,87
VAGA
4,29
10,78
2,40
2,30
4,80
2,30
2,30
2,30
2,30
2,30
2,30
VAGA
VAGA
VAGA
VAGA
VAGA
RAMPA
VAGA
INCLINAÇÃO I= 21 %
4,85
DESCE
VAGA
4,80
4,95
MURETA H= 1.10 M
5,07
10,78
6,27
4,80
4,80
4,80
4,80
MURETA H= 1.10 M 4,29
4,80
4,80
VAGA 4,80
F
2,30
4,45
MURETA H= 1.10 M
VAGA
N
E
20,07
0,30
MURETA H= 1.10 M
MURETA H= 1.10 M
4,80
F07
11,60
5,70
2,30
VAGA
1
16,35
2,30
P.A 3,65
4,95
D
5
1,69
1,56
PcD
1,20
7
1,69
VAGA
9
4,44
4,80
VAGA
VAGA
VAGA
VAGA
PcD
25,76
6,05
2,45
2,30
4,80
4,80
2,30
DUTO
VAGA
4,80
5,00
11 13 15 17
1,20
30,91
15,00
MURETA H= 1.10 M
2,30
C
4,80
MURETA H= 1.10 M
13,95
45,31
1
1º PAV - ESTAC. 1 : 150
QUANTITATIVO DE PORTAS
QUANTITATIVO DE VAGAS VAGAS PADRÃO
VAGAS PcD (min.2%)
VAGAS IDOSO(min.5%)
COD
QNT
LARGURA
ALTURA
60
2
4
P01 P02 P03
68 14 117
0,86 0,86 1,65
2,19 2,19 2,19
DESCRIÇÃO PORTA DE MADEIRA PORTA CORTA FOGO CAIXILHO DE MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
QUANTITATIVO DE JANELAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
DESCRIÇÃO
J01 J02
59 126
1,20 2,80
1,20 1,20
CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
1 F08
1
2 5,51
3
4
4,44
5
5,22
6
3,25
7
8,65
8
3,33
9
5,00
10
4,93
4,85
15,32
VAGA
4,80
4,80
4,80
B
VAGA
2,30
VAGA
4,80
VAGA
2,30
23,15
VAGA
4,42
4,80
14,57
VAGA
2,30
VAGA
4,80
2,30
4,80
2,30
4,80
10,15
VAGA
2,30
VAGA
2,30
4,80
2,30
VAGA
MURETA H= 1.10 M
4,80
2,30
4,80
2,30
4,95
2,30
MURETA H= 1.10 M
A
5,42
2,30
4,95
4,80
VAGA
VAGA
P02
VAGA 1,00
4,95
VAGA
VAGA
VAGA
0,63 0,86 0,66
9,55
4,80
P.A 6,80
P.A 6,80
1
MURETA H= 1.10 M
10,02
MURETA H= 1.10 M
15,08
0,15
N
VAGA 4,80
VAGA
2,30
4,80
VAGA
2,30
4,80
VAGA
2,30
4,80
4,80
4,80
1,52
2,30
VAGA
2,30
VAGA
2,30
VAGA
RAMPA
2,30
VAGA
MURETA H= 1.10 M
4,85
INCLINAÇÃO I= 21 %
4,80
F
SOBE
4,45
MURETA H= 1.10 M
7,76
2,30
MURETA H= 1.10 M
18,55
QUANTITATIVO DE PORTAS
QUANTITATIVO DE VAGAS
1
2º PAV - ESTAC. 1 : 150
4,95
11,60
MURETA H= 1.10 M
4,80
E
MURETA H= 1.10 M
F07
0,30
5,70
6,45
VAGA
16,35
D
0,71
2,30
0,43 1,00
4,80
2,64 m²
2,30
4,80
2,65 m²
1,16 P02
2,30
4,80
ELE
VAGA
1
2,30
4,80
3
ELE 1,69
1,69
5 1,56
2,30
2,45
7
1,69
4,44
VAGA
9 1,56
4,80
4,80
5,00
11 13 15 17
DUTO
2,40
VAGA
2,40
VAGA
VAGA
2,40
4,80
4,80
4,80
4,80
VAGA
2,30
6,05
VAGA
2,40
VAGA
4,80
9,70
MURETA H= 1.10 M
2,40
4,80
4,80
2,40
VAGA
2,30
30,91
VAGA
5,30
MURETA H= 1.10 M
VAGA
C
4,80
2,30
4,80
2,30
2,30
30,00 15,00
VAGAS PADRÃO
VAGAS PcD (min.2%)
VAGAS IDOSO(min.5%)
60
2
4
COD
QNT
LARGURA
ALTURA
P01 P02 P03
68 14 117
0,86 0,86 1,65
2,19 2,19 2,19
DESCRIÇÃO PORTA DE MADEIRA PORTA CORTA FOGO CAIXILHO DE MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
QUANTITATIVO DE JANELAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
DESCRIÇÃO
J01 J02
59 126
1,20 2,80
1,20 1,20
CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
1
1
2
5,51
F08
3
4,44
4
5,22
5
3,25
6
8,65
7
3,33
8
5,00
9
4,93
10
4,85
15,33
6,52
6,52
REUNIÕES
REUNIÕES
23,74 m²
23,79 m²
P.A 9,95 3,64
3,64
P03
1,65
1,65
1,00
P.A 9,95
1,14
3,65
1,15
P03
J01
23,65 m²
2,80
P.A 9,95
D
3,65
1,20
1,30
MULTIMÍDIA
21,04 m²
21,04 m²
P.A 9,95
P.A 9,95
5,57
1,56
P.A 9,95
P03
1,65
9
3,40
7
5
3
1
1,56
1,16 P01
ELE
ELE
2,67 m²
2,70 m²
1,65
3,40
1,65
2,06
1,00
0,71
1,00
1,80
1,80
W.C. MASC
14,78 m²
2,52
14,80 m²
P01
0,86
PNE FEM
PNE MASC
5,03 m²
5,02 m²
1,04
P01 P01 0,86 0,30 0,86
P01
1,04
0,86
4,15
P.A 9,95 P03
CAFETERIA
LOUNGE
RECEPÇÃO
35,12 m²
23,40 m²
23,32 m²
P.A 9,95
P.A 9,95
2,83
1,87
16,35
53,65 m²
1,65
1,52
ÁREA EXTERNA
0,75
J01
W.C. FEM.
P01 0,62 0,86
1,20
4,73
2,82
P03
1,13
J01
5,00 4,73
S
1,20
J01
1,83
GUARDA CORPO
7,15
P03
5,70
MULTIMÍDIA
P03
0,42
1,13
J01
9,46
0,99
1,20
11 13 15 17
21,04 m²
J02
2,80
6,50
1,65
0,57
1,20
J01
MULTIMÍDIA
3,64
J02
1,30
4,90
4,29
P.A 9,95
1,20
J01
4,90
1,65
6,05
P.A 9,95
1,35
J01
7,79
23,62 m²
1,20
J02
P03
2,80
23,67 m²
1,30
J01
1,40
REUNIÕES 7,92
30,91
REUNIÕES
1,20
4,29
1,35
J01
4,90
REUNIÕES
3,64
F07
1,20
1,99
C
1
1,30
30,00
2,79
1,20
0,43
J01 0,60
1,40
6,50
3,64
2,79
P03
6,50
1,00
2,45
1,65
1,65
DUTO
2,14
2,15
P.A 9,95
272,22 m²
1,65
1,65
5,56
19,17
2,14
1,69
2,14
P03
1,69
1,65
3,65
P03
4,29
P03
P.A 9,95
P.A 9,95
4,29
5,56
0,58
23,74 m²
P03
4,42
J02
REUNIÕES
ÁREA COMUM
1,00
2,80
23,71 m²
3,64
B
1,00
J02
REUNIÕES
P.A 9,95
0,99
2,80
5,55
10,15
6,52
A
0,99
J02 6,52
J02
12,94
2,80
14,57
0,99
1,20
2,80
6,50
0,57
42,38 m²
1,65
P03
ELE
2,73 m²
2,82 m²
1,56
S
1
3
5
1,65
3,78
P03
1,65
3,10
P03
1,65
2,00
P03
10,55
5,76
P02
ELE
3,40
P03
5,17
3,40
1,69
1,65
P02
DUTO ADMINISTRAÇÃO
5,40
4,29
P03
0,86
4,29
0,91
2,45
4,59
4,45
4,29
E
J02
1,65
4,29
J02
0,42 0,40
4,29
2,80
1,69
0,99
1,69
2,80
1,21
33,14 0,56
1,56 7
9
MULTIMÍDIA
MULTIMÍDIA
21,05 m²
21,04 m²
MULTIMÍDIA
P.A 9,95
P.A 9,95
SALA DE JOGOS E LOUNGE
m² P.A21,04 9,95
84,55 m²
P.A 9,95
F
5,00
J02 1,15
2,80
17 15 13 11
J02 2,27
2,80
4,90
4,90
J01 6,90
1,20
J01 1,30
1,20
J01 1,35
1,20
J01 1,30
1,20
4,90
J01 1,35
1,20
14,70
J02
J01 1,30
1,20
N
P.A 9,95 9,87
2,15
2,80
J02 1,75
2,80
J02 1,75
2,80
1,55
45,31
1
3º PAV - COMUM 1 : 150
QUANTITATIVO DE PORTAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
P01 P02 P03
68 14 117
0,86 0,86 1,65
2,19 2,19 2,19
DESCRIÇÃO PORTA DE MADEIRA PORTA CORTA FOGO CAIXILHO DE MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
QUANTITATIVO DE JANELAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
DESCRIÇÃO
J01 J02
59 126
1,20 2,80
1,20 1,20
CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
1 F08
1
2 5,51
3
4
4,44
5
5,22
3,25
6 8,65
7
8
3,33
9
5,00
10
4,93
4,85
15,33 1,00
1,05
2,80
1,48
J02
1,64
1,20
1,37
1,20
0,78
J01
J01
W.C. FEM
W.C. MASC
10,26 m²
10,59 m²
10,00
J02
J02
P.A 13,10
P.A 13,10
1,65
10,15
0,68
6,40
2,80
0,85
A
2,80
SALA CORPORATIVA FINAL 5 88,77 m²
P03
0,10
P01
P01
0,86
3,08
0,86
0,10
0,68
5,00
P03
16,96
J02 1,95
2,80
1,65
P.A 13,10
2,00
10,31
30,68 m²
VARANDA
8,88
J02 P03
3
5
7
0,98
1,65
5,00
J02 1,00
1,05
2,80
17 15 13 11
P.A 13,10
36,74 m²
2,83 P01 0,86
1,87 2,81
P03
7,27
16,35
SALA CORPORATIVA FINAL 1 57,84 m²
SALA CORPORATIVA FINAL 2 57,84 m²
2,80
J02
1,55
2,80
16,35
7,27
J02
3,03
P.A 13,10
P.A 13,10
J02
J02
1,55
0,85
F
8,88
1,04 1,65
7,64
2,45
Ambiente
7,95
S
1,04
P01 P01 0,86 0,30 0,86
5,77
P03
P.A 13,10
9
J02
P03
VARANDA
P03
P.A 13,10 J02
14,85 m²
N
1
P01 0,86
14,80 m²
1,00 0,55
1,56
2,52
1,65
5,02 m²
7,95
2,66 m²
1,56
8,95
2,80
2,66 m²
3,03
0,79 2,81
5,03 m²
4,63
ELE
6,55
P02
1,70
PROJEÇÃO ABERTURA ZANITAL
ELE
P03
2,82
P02 1,00 0,55 0,86
PNE MASC
2,50
2,64 m²
P.A 13,10
PNE FEM
2,79
2,65 m²
W.C. MASC
14,78 m²
2,80
1,00 0,28
1,40
1,40
ELE
1,55
0,71
1,70
DUTO 2,45
6,40
P.A 13,10
J02
1,00
P02
PROJEÇÃO ABERTURA ZANITAL
7,10 0,51 0,86 0,63
PROJEÇÃO ABERTURA ZANITAL
4,10 1,65
1,65
P03
ELE
1,16 P02
1,80
W.C. FEM
2,79
1,69 2,00 1,95
1,65
5,00
SALA CORPORATIVA FINAL 3 88,77 m²
0,68 2,80
4,45
P03
1
1,56
0,29 1,00
P03
3
DUTO
P.A 13,10
5
PROJEÇÃO ABERTURA ZANITAL
10,00
1,95 2,80
J02
F07
E
1,56
J02
0,28
5,70
1
7
1,69
P03
9
1,69
4,54
P03
1,80
181,60 m²
1,65
1,65
6,05
2,80
DESCOMPRESSÃO
P.A 13,10
5,02
P.A 13,10
J01
4,73
108,53 m²
8,88
D
J01
5,00 4,73
11 13 15 17
CIRCULAÇÃO
3,01
SALA CORPORATIVA FINAL 4 91,56 m²
P03
J01
4,29
J01
0,83
30,91
C
1,65
0,83
1,65
4,42
2,80
1,55
B
J02 1,48
2,80
6,20
15,00
1,60
2,80
0,74
1,65
1,43
1,65
0,74
2,80
1,60
45,32
1
4º PAV - COORP. 1 : 150
QUANTITATIVO DE PORTAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
P01 P02 P03
68 14 117
0,86 0,86 1,65
2,19 2,19 2,19
DESCRIÇÃO PORTA DE MADEIRA PORTA CORTA FOGO CAIXILHO DE MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
QUANTITATIVO DE JANELAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
DESCRIÇÃO
J01 J02
59 126
1,20 2,80
1,20 1,20
CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
1 F08
1
2
3
5,51
4
4,44
5
5,22
6
3,25
8,65
7 3,33
8
9
5,00
4,93
10 4,85
15,32
MURETA H= 1.10 M
I=1%
14,57
14,56
I=1%
10,15
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1 %
MURETA H= 1.10 M
A
MURETA H= 1.10 M
4,42
MURETA H= 1.10 M
B P.A 35,15
30,00
MURETA H= 1.10 M MURETA H= 1.10 M
MURETA H= 1.10 M
0,15
C
6,05
4,31
30,91
MURETA H= 0.40 M
I=1%
D
I=4%
11,61
I=1%
5,70
P.A 35,15
COBERTURA EM ESTRUTURA METALICA E FECHAMENTO EM VIDRO INCLINAÇÃO I=1%
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1 %
16,35
7,43
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1 %
16,21
1
P.A 35,15
F07 9,88
0,66 0,86
3,78
2,86
0,14
9,00
0,14
17,72
I=1%
I=1%
10,02
2,66 m²
2,66 m²
3
5
17 15 13 11
1,56 7
4,32
1
4,46
1,56
9
5,30
30,00
N
MURETA H= 1.10 M
POÇO ELE POÇO ELE P02
MURETA H= 1.10 M
5,00
1,70
DUTO 2,45
MURETA H= 1.10 M
4,45
F
1,70
P02
E
MURETA H= 1.10 M
45,31
1
PAV.COBERTURA 1 : 150
QUANTITATIVO DE PORTAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
P01 P02 P03
68 14 117
0,86 0,86 1,65
2,19 2,19 2,19
DESCRIÇÃO PORTA DE MADEIRA PORTA CORTA FOGO CAIXILHO DE MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
QUANTITATIVO DE JANELAS COD
QNT
LARGURA
ALTURA
DESCRIÇÃO
J01 J02
59 126
1,20 2,80
1,20 1,20
CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR CAIXILHO EM MADEIRA - VIDRO LAMINADO INCOLOR
1 1 : 150 0,45
1,45
0,45
MURETA H= 1.10 M
0,50
CORTE A-A MURETA H= 1.10 M 0,49
2,19
H= ETA MUR 1.10
0,49
2,19
13,10
MURETA H= 1.10 M
0,50
M 0,48
0,48
1,00
2,68
0,47
0,48
35,75
1,20
1,00
1,00
2,68
1,20
2,70
1,20
0,45
0,48
0,48
0,48
1,00
1,00
2,68
1,20
2,70
1,20
2,70
1,20
0,45
0,48
0,48
0,48
0,45
0,03
0,48
1,00
0,49
2,19
1,00
1,00
2,68
1,20
2,70
1,20
2,70
0,48
0,48
0,48
0,45
0,03
0,48
0,45
0,49
2,19
1,20
0,58
2,10
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
2,68
1,20
2,70
1,20
2,19
2,19
2,70
1,20
0,45
0,58
0,58
0,49
0,49
2,10
2,10
2,19
2,19
2,68
1,20
2,70
1,20
2,70
0,48
0,48
0,48
0,45
0,03
0,48
0,45
0,49
2,19
1,20
0,85
0,48
0,48
0,48
0,03
0,49
0,49
0,48
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
2,68
1,20
2,70
1,20
2,19
2,19
2,70
1,20
1,20
0,58
0,58
0,49
0,49
2,10
2,10
2,19
2,19
2,68
1,20
2,70
1,20
2,70
1,10
0,48 1,10
0,48
0,48
0,45
0,03
0,48
0,45
0,49
2,19
1,20
1,10
0,48 1,10
0,48
0,48
0,45
0,03
0,49
0,49
0,48
0,45
0,03
2,05
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1%
2,68
1,20
16,25
1,00
0,45 0,48
19,40
2,70
1,20
0,03
1,00
22,55
1,00
0,45 0,48
0,49
2,19
0,58
2,10
25,70
1,20 0,38
0,45 0,48
2,70
1,20
0,49
2,19
0,49
2,19
0,48
0,48
0,48
0,45
0,03
0,49
0,49
1,00
28,85
2,70
1,20
0,03
1,00
0,58
2,10
2,68
1,20
0,45 0,48
0,03
1,95
32,00
1,00
0,03
0,45 0,48
0,58
2,10
1,00
2,70
1,20
2,19
2,19
2,70
1,20
1,20
2,19
36,25
5,20
1,10
2,70
0,45
0,03
2,70
1,20
JARDINEIRA
2,70
JARDINEIRA 1,00
0,49
2,19
JARDINEIRA
0,45
0,49
2,19
0,49
2,19
0,48
0,48
1,00
JARDINEIRA
0,48
0,58
2,10
2,68
1,20
0,48
0,45
0,03
0,49
0,49
1,00
JARDINEIRA
1,20
0,49
2,19
0,58
2,10
1,00
2,70
1,20
0,45 0,48
0,03
1,95
JARDINEIRA
2,70
JARDINEIRA 1,00
0,49
2,19
0,49
2,19
0,49
0,48
0,48
1,00
2,19
2,19
2,70
1,20
1,20
35,15
1,20 0,38
0,49
2,19
0,49
2,19
0,58
2,10
3,00
0,58
2,68
1,20
0,48
0,45
0,03
0,49
0,49
1,00
0,03
1,95
COBERTURA EM ESTRUTURA METALICA E FECHAMENTO EM VIDRO INCLINAÇÃO I=1%
1,10
0,49
2,19
0,58
13,10
2,10
GUARDA CORPO H= 1.10 M
2,10
16,25
0,58
GUARDA CORPO H= 1.10 M
2,19
19,40
0,49
1,00
2,70
1,20
GUARDA CORPO H= 1.10 M
2,19
0,48
0,48
1,00
0,45 0,48
22,55
2,10
2,68
1,20
0,45 0,48
2,19
2,19
2,70
1,20
GUARDA CORPO H= 1.10 M
0,49
1,00
2,70
1,20
0,03
0,81
0,49
1,00
1,20
GUARDA CORPO H= 1.10 M 26,10
2,19
0,48
0,48
1,00
0,45 0,48
0,03
1,95
28,85
0,58
0,45 0,48
2,19
2,19
2,70
1,20
1,20
GUARDA CORPO H= 1.10 M
2,10
2,68
1,20
2,70
1,20
0,03
0,49
0,49
1,00
1,95
0,03
35,75 1,20
32,00
0,58
1,00
1,00
2,19
2,19
0,48
0,45
0,03
1,95
GUARDA CORPO H= 1.10 M
2,68
0,49
0,49
2,19
2,19
2,70
0,49
1,20 2,70
13,50
2,19
1,00
1,20
16,65
0,03
0,49
0,45
0,03
1,85
19,80
2,70
2,19
1,20
22,95
4%
2,10
1,10
26,10
35,15
1,10
1,10
2,05
29,25
MURETA H= 1.10 M
2,05
0,45
1,10
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1%
1,45
2,05
32,40
36,25
1,10
1,10
1,10
MURETA H= 1.10 M
3,15
2,55
3,15
6,30
4,11
41,45
MURETA H= 1.10 M
MURETA H= 1.10 M
MURETA H= 1.10 M
1 1 : 150 6,80
CORTE B-B 6,80
Rampa I=21%
MURETA H= 1.10 M
3,65
0,50 1,10
2,05
1,45
0,45
1,10
2,19
2,19
1,20
0,49
0,45
0,03
0,49
2,19
2,19
0,49
0,45
0,03
0,49
2,19
2,19
2,19
2,19
0,49
0,45
0,03
0,49
2,19
2,19
2,70
2,19
2,19
0,49
0,45
0,03
0,49
2,19
2,19
2,30
0,49
0,45
0,03
0,49
2,68
2,19
2,30
0,45
0,03
0,49
MURETA H= 1.10 M
MURETA H= 1.10 M
22,95
1,10
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1%
22,90
0,49
0,85
0,03
0,49
2,30
0,49
0,49
LAJE IMPERMEABILIZADA I=1%
35,75
0,49
0,85
0,03
0,49
2,30
16,65 2,30
19,80
2,70
2,19
2,19
2,19
0,49
0,49
2,19
2,19
0,49
0,49
2,19
0,58
2,10
2,19
0,49
0,49
2,19
0,58
2,10
22,95
2,19
0,49
0,49
2,19
0,58
2,10
26,10
2,19
0,49
0,49
2,19
0,58
2,10
29,25
1,10
13,10 2,19
0,49
0,49
0,58
2,10
32,40
2,70
0,49
2,19
9 7 5 3 1 2,19
7 5 3 1 0,49
17 15 13 11 7 5 3 1
2,19
17 15 13 11 9 7 5 3 1
0,58
17 15 13 11 9 7 5 3 1
2,10
17 15 13 11 9
7 5 3 1
0,58
25,20
17 15 13 11 9
7 5 3 1
2,10
40,95
17 15 13 11 9
7 5 3 1
0,45
2,05
17 15 13 11 9
35,15
3,15
1,45
1,10
17 15 13 11 9
1,10
2,05
3,15
MURETA H= 1.10 M
3,15
0,45
1,10
35,15
2,55
3,15
3,15
LAJE IMPERMEABILIZA DA I=1%
41,45
38,30
MURETA H= 1.10 M
32,40
29,25
26,10
19,80
16,25
13,10
MURETA H= 1.10 M
FACHADA PINTADA NA COR CINZA
FACHADA PINTADA NA COR CINZA
BRISE-SOLEIL DE MADEIRA PLÁSTICA (WPC)
BRISE-SOLEIL DE MADEIRA PLÁSTICA (WPC)
GUARDA CORPO MEATLICO NA COR PRETA - RAL 9005
CAIXILHO EM MADEIRAVIDRO LAMINADO INCOLOR
1
FACHADA OESTE 1 : 175
FACHADA PINTADA NA COR CINZA
FACHADA PINTADA NA COR CINZA
BRISE-SOLEIL DE MADEIRA PLÁSTICA (WPC)
BRISE-SOLEIL DE MADEIRA PLÁSTICA (WPC)
GUARDA CORPO MEATLICO NA COR PRETA - RAL 9005 CAIXILHO EM MADEIRAVIDRO LAMINADO INCOLOR
1
FACHADA LESTE 1 : 175
GUARDA CORPO MEATLICO NA COR PRETA - RAL 9005
CAIXILHO EM MADEIRAVIDRO LAMINADO INCOLOR
FACHADA PINTADA NA COR CINZA
BRISE-SOLEIL DE MADEIRA PLÁSTICA (WPC)
BRISE-SOLEIL DE MADEIRA PLÁSTICA (WPC)
CAIXILHO EM MADEIRAVIDRO LAMINADO INCOLOR
1
FACHADA NORTE 1 : 175
87
MAQUETE ELETRÃ&#x201D;NICA Figura 77 - Fachada Leste/Sul
Figura 79 - Fachada Leste/Norte
Figura 78 - Fachada Oeste
Figura 80 - Estacionamento
88
Figura 81 - Rua Pe. João
Figura 83 - Rua Barão de Jaceguai
Figura 82 - Rua Pe. João com R. Dr. Ricardo Villela
Figura 84 - Acesso praça de convivência
89
Figura 85 - Praça de convivência
Figura 86 - Praça de convivência
Figura 87 - Área de descompressão (4º pav.)