ESPAÇO DIVERSIDADE - CENTRO DANDARA SANTOS

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FEBASP CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

MARCUS VINICIUS MIGUEL

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Uma foto, uma foto Estampada numa grande avenida Uma foto, uma foto Publicada no jornal pela manhã Uma foto, uma foto Na denúncia de perigo na televisão A placa de censura no meu rosto diz: Não recomendado à sociedade A tarja de conforto no meu corpo diz: Não recomendado à sociedade Pervertido, mal amado, menino malvado, muito cuidado! Má influência, péssima aparência, menino indecente, viado! (...) Não olhe nos seus olhos Não creia no seu coração Não beba do seu copo Não tenha compaixão Diga não à aberração A placa de censura no meu rosto diz: Não recomendado à sociedade A tarja de conforto no meu corpo diz: Não recomendado à sociedade (Trecho da música “Não Recomendado” , Caio Prado.) 3


DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho de graduação em especial à toda comunidade LGBTQ+ que todos os dias acordam na esperança de atingirem o ideal de reconhecimento perante a sociedade e a tão sonhada representatividade. Que sejamos iguais as pessoas que marcaram nossa sociedade, que foram às ruas para luta e e reconhecimento e que tudo deixe de ser uma estatística de morte; parem de nos matar. Que possamos levar através de toda expressão social, da música e da arte todos os nossos anseios. Sejamos todos espelhos de pessoas que marcaram a comunidade LGBTQ+, em especial Dandara dos Santos, Marielle Franco e, por fim Matheusa.

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AGRADECIMENTOS O caminho até aqui foi cheio de obstáculos, mas com certeza foi mais fácil por poder contar com todos os que acreditaram em mim e me motivaram nessa jornada. Agradeço a minha família por serem meu pilar, por acreditarem em mim e por sempre me apoiar. Aos meus amigos por dividirem esse caminho comigo, nos momentos de riso e de choro, por cada noite mal dormida fazendo projetos, por cada loucura e por terem se tornado também uma espécie de família. A Deus, que sempre me guiou e me fortaleceu nos meus propósitos. Agradeço também ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, que me proporcionou a oportunidade de cursar essa graduação, acreditando no meu potencial como indivíduo e, claro, a professora Denise Xavier que me acompanhou nesse último semestre como minha orientadora e amiga, aquela que terá minha admiração e carinho para a vida. Meu agradecimento especial ao Coletivo Transmoras por sua imensa colaboração na composição do trabalho e também por não se calarem na defesa da causa LGBT, e sobretudo, expressarem sua arte através da desconstrução ou subversão de uma sociedade opressora. Por fim, agradeço a todos aqueles de direta ou indiretamente colaboraram com esse trabalho em busca de uma representatividade a ser alcançada.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO

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2. CONTEXTO HISTÓRICO 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.2 CENTRO DE ASSISTÊNCIA - ARQUITETURA NO ÂMBITO SOCIAL

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3. ESTUDOS DE CASO

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4. ÁREA DE INTERVENÇÃO 4.1 O LUGAR 4.2 LOCALIZAÇÃO 4.3 EIXO CULTURAL PAULISTA 4.4 CORTE LONGITUDINAL 4.5 MOBILIDADE E ACESSOS 4.6 PALACETE FRANCO DE MELLO 4.7 ANÁLISE

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5. PARÂMETROS URBANÍSTICOS 5.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS

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6. O PROJETO

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6.1 POTENCIALIDADES 6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES 6.4 DIAGRAMA 6.5 PLANO DE MASSAS 6.6 PROJETO DE ARQUITERTURA REFERÊNCIAS

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RESUMO Este trabalho tem como proposta projetar um Centro de Apoio a diversidade LGBT, inserido num espaço de visibilidade e de eixo cultural e social; a Avenida Paulista. Toda a concepção projetual vem de encontro com a temática, que além de ser ilustrada no programa de necessidades oferecendo apoio psicológico, social, cultural e educacional é também ilustrada na própria arquitetura por meio da materialidade aplicada ao edifício, ângulos escolhidos e toda a diretriz projetual. Dessa forma, busca-se desconstruir os padrões da sociedade se utilizando da arquitetura como voz ativa, consolidando um ideal por meio de uma intervenção em um dos pontos mais importantes da cidade.

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CAPÍTULO

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INTRODUÇÃO


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O projeto será um Centro de apoio à diversidade LGBT, com a proposta de fornecer um espaço de convivência e de identidade, fomentando um sentimento de pertencimento em relação à cidade. Será um equipamento onde o público possa ter apoio profissional, atendimento com especialistas da área da saúde, espaços para manifestações artísticas e culturais, acervo com a temática de memória e cultura LGBT brasileira, feiras artesanais e outros eventos. Igualmente, pretende-se que este equipamento seja uma extensão da esfera pública e que ao mesmo tempo sua arquitetura seja capaz de, por meio de sua presença, alterar o contexto com sua implantação. Para termos uma sociedade fraterna e solidária é importante que saibamos conviver com todos e todas as diversidades e, para atingirmos esse ideal de comunidade, precisamos praticar o respeito e conhecer as diferenças, a fim de que a tolerância se torne um hábito na coletividade. No Brasil, o movimento LGBT vem lutando fortemente por sua visibilidade e para que seus direitos sejam respeitados. A comunidade LGBT vem encontrando veículos de comunicação e manifestação por meio de várias escalas de interferência – com intervenções em espaço público , formação de coletivos e ativação de grupos em mídias sociais. Dentre os diversos problemas sociais que a comunidade LGBT vivencia diariamente, um deles, de caráter específico, é a situação de vulnerabilidade social que na maioria das vezes está associada à falta de apoio familiar. Algumas pessoas nessa condição conseguem ajuda de conhecidos e, em alguns casos, até conquistam sua própria independência. No entanto, muitos acabam não encontrando outro recurso senão a situação de rua, agravando a perda da autoestima, os tornando suscetíveis ao uso do álcool e das drogas. A vigência deste ciclo vicioso é a consequência da rejeição da sociedade, que segrega parte de seus próprios integrantes. 14


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Assim, se quisermos atingir uma sociedade mais sã e conscientizada, é preciso mudanças no comportamento. Sabemos que para RESISTIR É PRECISO “EXISTIR” e essas pessoas, portanto, precisam passar por um processo de autoafirmação- para que possam reivindicar para si sua existência perante a sociedade. A visibilidade para a comunidade LGBT é, portanto, uma estratégia importante para esse reconhecimento de existência. Sem dúvidas, São Paulo é marcada por uma diversidade cultural muito grande e a Av. Paulista é um excelente exemplo disso. A referida avenida é considerada a cara de São Paulo e também um polo cultural, além de um centro de atração e visibilidade mundial. Sua diversidade a torna um lugar que traz uma sensação de pertencimento e inclusão. Essa sensação de pertencimento se dá por meio de vários modos, sendo um deles a relação das pessoas com os edifícios e os espaços públicos, e, o Palacete Franco de Mello é um marco entre estes espaços. O Palacete Franco de Mello representa uma oportunidade rara, uma vez que sua histórica é marcada por acontecimentos onde a diversidade se fez e se faz presente constantemente, desde a inauguração do Mercado Mundo Mix, criado em 1994, que foi um evento multicultural, com uso de múltiplas linguagens artísticas, apresentando novos talentos, ideias e tendências nas áreas das artes, músicas, moda e design. Vale ressaltar que, ao lado do Palacete Franco de Mello está localizado o Parque Mário Covas, atualmente subutilizado e, se conectado ao terreno do casarão, potencializaria seu uso e proporcionaria um amplo espaço, aberto a todos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é criar um ESPAÇO de diversidade, onde todas as pessoas possam conviver de maneira harmônica, ao mesmo tempo que entram em contato com a realidade da população LGBT passam a compreender a importância do desenvolvimento da cultura de tolerância. Além disso, por parte da população LGBT, esse espaço representaria uma afirmação positiva para a sociedade. 17


CAPÍTULO

2

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CONTEXTO HISTÓRICO


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QUEM FOI DANDARA DOS SANTOS ? O assassinato da travesti cearense Dandara dos Santos, de 42 anos, morta a pauladas, espancamento e tiros no dia 15 de fevereiro de 2017 despertou algo que a sociedade fingia não perceber (ou fazia questão de ignorar) em outras reportagens: a violência em que a população trans é submetida no Brasil. A história de Dandara não é diferente da de muitas travestis do Brasil. Seja em vida – e na peleja pela existência trans - ou no fim trágico, pela intolerância e ódio pela identidade de gênero. Afinal, o Brasil é o país que mais mata travestis, mulheres transexuais, homens trans e outras transgeneridades no mundo, de acordo com a ong Transgender Europe.

Pelo caso e a repercussão ,Dandara deixou de ser apenas estatística, um número, um triste dado. Mostrou a cara da transfobia do Brasil ao mundo. Despertou a vontade de que os acusados de crimes transfóbicos sejam punidos, que os direitos da população sejam reconhecidos. E evidenciou que há muita gente na luta. (LUCON,2017)

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Seja gay, seja trans, negro ou oriental Coração que pulsa no peito é de igual pra igual.... - Triz

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2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Prefeitura de São Paulo definiu em seu Programa de Metas da Gestão 2013/2016 programas e ações específicos de combate à homofobia e respeito a diversidade sexual para a população LGBT (Lésbicas, Gays Bissexuais e Transexuais). Com isso foram criados quatro Centros de Cidadania LGBT na cidade, um na região do Arouche/República, no Centro, outro em São Miguel Paulista, na Zona Leste e na Parada Inglesa e em Santo Amaro, na Zona Norte e Zona Sul, respectivamente. Além dos Centros, duas Unidades Móveis de Cidadania LGBT percorrem a cidade atuando na prestação de atendimento jurídico, psicológico e de serviço social, realizando debates, palestras e seminários voltados para população LGBT. Outra grande ação foi iniciada em janeiro de 2015, o “Programa Transcidadania”, que promove a reintegração social e o resgate da cidadania para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social. Foi instituído em 26 de dezembro de 2016, o Plano Municipal de Políticas para a População de Rua nº 005. Conhecido como PopRua, esse Plano é um instrumento de planejamento para as políticas municipais voltadas à população de rua que atua de acordo com quatro eixos. São eles: Habitação, Cultura, Conhecimento e Trabalho, Atendimento Humanizado e Gestão. Apesar de existirem avanços nas políticas públicas voltadas para a população LGBT a realidade ainda é alarmante para esse grupo, principalmente nos casos mais vulneráveis como o da população de rua e dos jovens que são expulsos de casa sem o apoio necessário. O Centro de Apoio pretende incorporar equipamentos e programas públicos existentes, utilizando o que já é previsto e agregando as potencias de programas existentes, voltados especificamente para esse público.

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2.2 CENTRO DE ASSISTÊNCIA – ARQUITETURA NO ÂMBITO SOCIAL No município de São Paulo, as políticas sobre a Tipificação da Rede Socioassistencial da cidade seguem as diretrizes da Portaria 46/2010 da SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social), que caracteriza a rede com os serviços prestados e os respectivos recursos humanos necessários para a operação de cada equipamento. Essa rede divide-se em: Rede Estatal de Serviços, Serviços Tipificados, Serviço Normatizado pelo Conselho Municipal de Assistência Social e Serviços Complementares. De maneira geral, a portaria apresenta parâmetros de como cada equipamento deve funcionar e o que é preciso, estruturalmente, para atender cada público específico. Dentre todas as diretrizes apresentadas, um Centro de Assistência para LGBT pode incorporar as normas dos Centros de Acolhida às Pessoas em Situação de Rua, das Repúblicas e dos Centros de Referência da Diversidade.

Os Centros de Acolhida às Pessoas em Situação de Rua são equipamentos de acolhimento provisório para pernoite, para pessoas em situação de rua com o objetivo de acolher e garantir proteção contribuindo para a reinserção social do usuário. Fisicamente, deve oferecer salas de atendimento individualizado e de atividades coletivas e comunitárias, além da cozinha e do refeitório para alimentação dos usuários e de lavanderia para a lavagem e secagem de roupas. Já as Repúblicas, oferecem um atendimento mais especializado, por meio de encaminhamento a outros serviços e benefícios da rede socioassistencial, além de um tempo de permanência de 6 meses, prorrogável quando necessário. Por meio desse acompanhamento, além de acolher, as Repúblicas são mais eficazes na inclusão social e na conquista da autonomia dos usuários. Além de oferecer quartos, espaços para guarda dos pertences de forma individualizada, instalações sanitárias, espaço para banho e higiene, lavagem e secagem de roupas, cozinha, 26


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salas de estar e convívio e de orientação individual e grupal para os usuários. Os Centros de Referência da Diversidade, não oferecem acolhimento, mas dão apoio para LGBT em situações de vulnerabilidade e risco, com objetivo de inclusão social e geração de renda à população usuária do serviço por meio de apoio psicossocial individual e coletivo estimulando o empreendedorismo, autonomia e cidadania. É um serviço de atendimento semanal em horário comercial, que têm em suas instalações salas de atendimento, de atividades coletivas e comunitárias, cozinhas e instalações sanitárias. O espaço proposto deve procurar integrar atividades que visam o acolhimento, atendimento, serviços sociais. De modo geral as ações se estendem para pessoas qua tenham alguma necessidade que pode ser atendida a curto prazo. É um espaço de afirmação positiva da população LGBT, onde seu programa arquitetônico,como: espaços para manifestações artisticas e sociais, espaços para intervenções de coletivos urbanos, entre outros ressalte a importância da utilização dos espaços públicos como forma de expressão e assuntos voltados para a promoção da igualdade e diversidade sexual.

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CAPÍTULO

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ESTUDO DE CASOS


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Para elaboração da proposta irá ser utilizados outros projetos focados nas diferentes necessidades da população em situação de vulnerabilidade com especificidades da população LGBT. O foco dos projetos pesquisados está em programas que se adequem às necessidades identificadas e apresentadas nos estudos do tema. São projetos que foram desenvolvidos a partir de uma necessidade em relação a um problema real e serviram como elementos decisórios a respeito da construção do programa, implantação e inserção urbana do projeto. Os projetos a serem apresentados são: TOWN HALL APARTMENTS localizado em Chicago, com foco assistencial e moradia, e a proposta do escritório Brasil Arquitetura para o concurso do MUSEU DA DIVERSIDADE SEXUAL. A escolha do primeiro estudo, aconteceu devido à conexão criada entre uma edificação antiga com a edificação anexa, e da preocupação com o programa de necessidades que extraem uma variedade de atendimentos ao público LGBT, elementos utilizados para a proposta que será desenvolvida. Já a segunda análise, é baseada no Concurso do Museu da Diversidade Sexual devido ao projeto ter sido desenvolvido na mesma área de intervenção, elementos como: estruturas para preservar a vegetação local existente, acesso ao Parque Mario Covas, e o programa de necessidades serão utilizados para a proposta a ser desenvolvida.

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Arquitetura Área Construída Localização Construção

Gensler 6354,5m² Chicago, Illinois 2014 Rubinos & Mesia Engineers, Inc; KJWW Engineering; McGuire Igelski & Associates; Charlie Greene Studio; Christy Webber Landscapes; Environmental Design ENGINEERING International, Inc.

Localizado no bairro de Boystown/ East Lakeview em Chicago, Illinois, o projeto foi construído em 2014 pela empresa Gensler em parceria com a Heartland Housing, uma organização que incentiva e ajuda na construção de habitações para pessoas com necessidades. Focado para a Comunidade LGBT com mais de 55 anos, a importância do projeto deu-se por conta das estatísticas apresentadas em um relatório de 2003, onde 40.000 deles viviam em condições abaixo da média da região.

Figura - Localização do projeto. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

Figura – Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

Para entender as reais necessidades desse público, as empresas fizeram inúmeros workshops com potenciais futuros residentes em parceria com o Center on Halsted, um centro dedicado para atendimento, segurança e saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Queers (LGBTQ) de Chicago que atende mais de 1.000 pessoas diariamente. A proposta inicial da construção foi aprovada em 2011 e surgiu com a desativação de um Departamento de Polícia em 2009, um edifício do início do século XX que foi integrado ao novo projeto. O projeto consiste em 79 dormitórios divididos em estúdios e 49 unidades de 1 dormitório, acomodados no edifício novo. No antigo edifício estão inseridos os espaços de atendimento e de convivência do programa. 34

Figura - Imagem da Recepção. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).


No pavimento térreo do edifício existente foram realocados os espaços do Center on Halsted voltados para as pessoas da faixa etária atendidas pelo novo Centro, no novo edifício estão o estacionamento com área para carga e descarga, serviços do edifício e uma área para locação. Esse pavimento é de acesso público, sem nenhum tipo de restrição.

TÉRREO TÉRREO

Figura - Planta do Pavimento Térreo. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

O primeiro pavimento é setorizado entre as áreas de uso comum e as privativas. Na área do edifício existente estão os escritórios, o refeitório, a sala de terapia, uma academia, um laboratório de informática além de uma sala de encontros . No edifício novo há um grande terraço na extensão longitudinal do edifício na fachada principal. Além disso, há as unidades habitacionais, nesse pavimento são 6 estúdios e 9 apartamentos de 1 dormitório, todos os caixilhos dos dormitórios são de piso a piso. Em cada pavimento há uma lavanderia comunitária e uma lixeira.

1° PAVIMENTO

1° PAVIMENTO Figura - Planta do 1º Pavimento. Town Hall Apartments. Gensler (2014).

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O restante dos pavimentos segue com uma planta tipo onde estão localizadas apenas as áreas dos dormitórios dando mais privacidade para os moradores do edifício assistencial. A disposição do programa bem como sua proporcionalidade podem ser vistas no quadro de áreas para se ter uma ideia real do projeto.

Figura - Imagem do Corredor dos Apartamentos. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014).

PAVIMENTO TIPO PAVIMENTO TIPO Figura - Planta do Pavimento Tipo. Town Hall Apartments. Fonte da Imagem: Gensler (2014). 36


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Quantidade Área Unitária – Área Total

%

Tabela 1 - Quadro de Áreas. Town Hall Apartments

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Arquitetura Localização

Construção Equipe

Ano

Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. São Paulo, SP Ainda não construído Anne Dieterich, Cícero Ferraz Cruz, Felipe Zene, Gabriel Mendonça, Hayako Ohba, Luciana Dornellas, Victor Gurgel, William Campos, Guilherme Tanaka, Julho Tarragó, Laura Ferraz, e Laura Peters. 2014

Figura – Museu Diversidade Sexual. Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).

Figura – Vista Museu da Diversidade Sexual – Proposta Brasil Arquitetura . Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).

A proposta para o museu da diversidade sexual é pautada por uma escala de “variados tons” de intervenção no patrimônio histórico que vai da restauração completa de partes do casarão, passando pelo entrelaçamento de elementos antigos e contemporâneos, e chegando a uma edificação absolutamente nova que faz o coroamento de todo o conjunto e sua conexão com as áreas externas e jardim a partir de novas funções e usos propostos, procura estabelecer um diálogo de tempos, sem imposição nem submissão. O casarão 1919 da avenida paulista é um dos últimos representantes sobreviventes de um importante período para a história da arquitetura e do urbanismo na cidade de São Paulo está implantado em terreno que abriga outro tesouro: um jardim composto por árvores de grande porte que formam uma massa vegetal contínua com o parque Mário covas, no terreno ao lado.

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Figura – Museu Diversidade Sexual. Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).


Num primeiro momento – na parte frontal do imóvel junto à avenida paulista – foi proposto a recuperação e restauro com a manutenção das características do edifício. este trecho receberá a exposição permanente em seu piso principal, a administração do museu em sua mansarda, e o memorial do casarão e da avenida paulista, salas multiusos para cursos e áreas de apoio no porão sobressolo, que terá seu piso levemente rebaixado para a obtenção de pé direito mais adequado às novas funções.

Figura – Setorização Museu da Diversidade Sexual – Proposta Brasil Arquitetura . Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).

Figura – Volumetria Museu da Diversidade Sexual – Proposta Brasil Arquitetura . Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).

No trecho posterior do casarão - parte mais larga do edifício - será introduzido um elemento novo: um volume de concreto pigmentado em azul, como que “extrudado” pelas paredes externas e platibandas, configurando um volume vertical e saliente, que abrigará o auditório no piso principal e, em sua parte superior, a biblioteca. Pelo lado interno do auditório, poderemos ver nos recortes da nova parede de concreto azul, as antigas janelas do casarão.

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Na parte posterior do terreno, será projetado um novo bloco vertical de concreto aparente, esbelto e longilíneo, que fará fundo para o casarão e seu jardim. este bloco abrigará em seus pavimentos superiores e mezaninos as exposições temporárias, além do palco e áreas de apoio para o auditório. no térreo, alocamos o restaurante/cafeteria, e área para eventos e encontros que se estende pelo jardim frontal sob um pergolado metálico coberto por vidros. este pergolado, transpassando o bloco novo, avança sob a copa das grandes árvores envolvendo seus troncos e criando um espaço protegido e transparente, como um convite aconchegante a todos que passam pela avenida paulista. espaço da convivência por excelência.

Figura – Elevação 1 Museu da Diversidade Sexual – Proposta Brasil Arquitetura . Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).

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Figura – Corte AA Museu da Diversidade Sexual – Proposta Brasil Arquitetura . Fonte da Imagem: Brasil Arquitetura (2014).


Bixa travesti, de um peito só, o cabelo arrastando no chão E na mão sangrando, um coração - Linn da Quebrada 43


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CAPÍTULO

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ÁREA DE INTERVENÇÃO


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STA. CECILIA

LGO. DO AROUCHE

FREI CANECA

RUA AUGUSTA

Após analisar as regiões onde o público alvo predomina foi estabelecido como local de intervenção do projeto a Avenida Paulista, por apresentar um eixo urbano amplamente consolidado do ponto de vista urbanístico e de relevância importante nos âmbitos da política e da cultura brasileira. Além disso a Avenida Paulista é palco da Parada do Orgulho LGBTQ, considaderada uma das maiores no mundo.

CONSOLAÇÃO

AV. PAULISTA

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4.1 O LUGAR A Av. Paulista é um dos raros lugares da cidade em que encontramos Mixofilia em grande escala e uma enorme variedade de pessoas e programas convivendo em um mesmo lugar. Um dos pouco lugares em que temos uma cidade mista, plural e mais democrática. Esta qualidade rara aliada à escala generosa e à situação geográfica privilegiada fazem da Av. Paulista um dos espaços mais interessantes e vivos de São Paulo. A avenida sofreu algumas importantes transformações ao longo das últimas décadas. O conjunto urbano da avenida até a década de 20 era composto por casarões de arquitetura eclética. Entre as decadas de 20 e 50 houve ascensão de uma classe social ligada à indústria e ao comércio. A produção de arquitetura ainda permanecia eclética, mas de maior monumentalidade. Nesse momento surge o automóvel e o início da verticalização, processo que desenvolveu o cenário atual da avenida. A década de 50 é marcada pela intensa transformação no uso da avenida. Os edifícios foram tomando o lugar dos casarões, antes pre- dominantemente residencial, a via passa a receber cada vez mais edificações comerciais, institucionais e de serviços. A avenida é parte do primeiro grande anel viário da cidade, significando desde a inauguração uma importante conexão entre regiões da cidade. Nesta década já era notável o tráfego congestionado no local. Em 60, o serviço de bondes pára de funcionar na avenida e a largura das vias não comporta mais o volume de automóveis e ônibus que ali passam diariamente. Surgem projetos para o alargamento e melhorias da Paulista. As obras começam com o início da década de 70.

A Avenida já foi conhecida como um centro econômico por abrigar vários escritórios e agências bancarias. Mas nos últimos anos essa característica de centro financeiro está sendo substituída por empreendimentos voltados ao lazer. Podemos dizer que a Av Paulista se tornou um Eixo Cultural devido a quantidade de edifícios voltados a Cultura e Arte localizados em toda sua extensão. 48


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Ninguém vai poder querer nos dizer como amar... - Liniker feat. Johnny Hooker 50


Em 2015 foi implantado um projeto para fechar a mais importante avenida de São Paulo para os carros e aberta para o pedestre. Essa iniciativa ficou conhecida como Paulista Aberta. Um projeto para se trazer uma nova maneira de se pensar a cidade. O projeto teve grande apoio da população. Hoje a Paulista já faz parte do lazer dos Paulistanos.

A Avenida recebe uma diversidade de público, enquanto artistas fazem apresentações de música, teatro e outros. Podemos observar coletivos ocupando o espaço, aulas de yoga, dança, crianças brincando, ciclistas e animais. O sucesso do projeto foi tão grande, que a prefeitura tornou a ideia permanente. Abrir a Av. Paulista para os pedestres vai além de uma boa idéia para gerar mais uma opção de lazer para a cidade. Isso faz parte de uma visão muito maior de como as cidades podem evoluir usando melhor as ruas e estimulando a mobilidade. É um passo para transformar São Paulo em uma cidade mais humanizada. A escolha do local se deu devido a diversidade de pessoas que passam, trabalham e, ou moram na região. Podemos observar no gráfico ao lado o perfil do público que justifica uma apropriação desse espaço para aplicação do projeto. ESTATÍSTICAS Entre Entre Entre Entre

18 26 36 56

e e e e

25 35 55 65

anos anos anos anos

PERFIL DO PÚBLICO

Figura – Avenida Paulista Fonte da Imagem: Rodrigo Teixeita

Tabela 2 – Perfil do Público Fonte: GGB- GRUPO GAY DA BAHIA

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1891

Inauguração da Av. Paulista em 8 de Dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima.

Instalação de luz elétrica e substituição dos bois de tração por bondes elétricos.

1900

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1929

1916

Inauguração do Parque Trianon.

Crise do Café. A crise internacional desencadeia mudanças na sociedade, refletindo no modo de ocupação da cidade.

Mudança do nome da rua para “Carlos de Campos”.

1927

1952 1937

Inicio processo de verticali-zação, Lei 3715.

Revolução de 1930 leva Getúlio Vargas ao poder.

1930

Legislação municipal permite na Avenida Paulista construções e instalações de prédios institucionais e de serviços.

Inauguração do túnel da Avenida 9 de Julho.

1938

1962 Autorização funcionamen to de lojas e edifícios comerciais.

Inauguração do Conjunto Nacional projeto de David Libeskind.

1956


1967

1968

Prefeito Faria Lima anuncia desa-propriação para alargamento da Avenida Paulista.

Arquitetos fazem proposta para “A NOVA PAULISTA” Golpe militar e inicio da ditadura militar.

1964

1994

Retirada dos bondes elétricos da avenida. Inauguração do MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, projeto de Lina Bo Bardi. Prefeito Figueiredo Ferraz inaugura o Complexo Viário.

1972

1982 Demolição dos últimos casarões da Avenida.

Prefeito Olavo Egydio Setúbal inicia as obras de alargamento da Avenida Paulista

1974

1990

Inauguração do Mercado Mundo Mix: Um Espaço para Quem Não Tinha Espaço, freqüentado pelo público LGBT.

1996/1997 1° Parada do Orgulho LGBT em SP. Demolição do casarão da família Matarazzo.

Campanha realizada pelo Banco Itaú e Rede Globo elege a Avenida Paulista “Símbolo da Cidade”. Inauguração do shopping Paulista. Início das operações do Metrô – Ramal Paulista. O metro projeta um shopping center subterrâneo, seguindo proposta da EMURB de 1984 com objetivo de integrar os espaços remanescentes sob as calçadas com as novas estações do metrô. O projeto não foi executado

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4.2 LOCALIZAÇÃO 1. IMS - INSTITUTO MOREIRA SALLES

14. BAR DA LÔCA

13.

GALERIA OURO FINO

Figura – Mapa Demarcação Fonte da Imagem: PDE

Transformação Urbana Articulada à Mobilidade O local de inserção do projeto possui sistemas de transporte coletivo de alta e média capacidade, como o metrô. Trata-se de uma estratégia de otimização da infraestrutura existente que visa potencializar o aproveitamento do solo urbano ao longo da rede de transporte coletivo de média e alta capacidade, bem como buscar a integração territorial e ampliação dos espaços públicos. A escolha do local permite ampliar o direito da população à cidade, aos usos privados que dinamizam a relação entre passeio público, térreo das edificações e o subsolo. E propiciem a circulação de pedestres. 54

12.

CONJUNTO NACIONAL


4.3 EIXO CUTURAL PAULISTA 2.

MASP - MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO

11. ESPAÇO DIVERSIDADECENTRO DANDARA SANTOS

3.

4.

RESERVA CULTURAL

10.

FIESP - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAUO

9.

ITAU CULTURAL

8.

SESC PAULISTA

7.

JAPAN HOUSE

5.

PARADA DO ORGULHO LGBT+

6.

MERCADO MUNDO MIX

CASA DAS ROSAS

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4.4 CORTE LONGITUDINAL

Figura – Avenida Paulista Fonte da Imagem: Sabrina - Samesjc

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Área de Intervenção

PALACETE FRANCO DE MELLO


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4.5 MOBILIDADE E ACESSOS

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METRÔ TRIANON - MASP PONTO DE ÔNIBUS

CICLOVIA


ÁREA DE INTERVENÇÃO

VIA DE ACESSO

PONTO DE ÔNIBUS

METRÔ CONSOLAÇÃO

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Seja o que tiver que ser, seja o que quiser ser.... - Karol Conka 60


4.6 PALACETE FRANCO DE MELLO

Construída em 1905 pelo engenheiro Antônio Fernandes Pinto, para o proprietário Joaquim Franco de Mello; A casa destaca-se como a única construção remanescente da primeira fase de ocupação da Avenida Paulista, entre 1891 e 1937; Localizada entre a Rua Padre João Manuel e a Alameda Ministro Rocha Azevedo;

Torres mouriscas; Capitéis e frontões em estilo provençalurbano; Detalhes renascentistas no telhado, com mansarda; Telhas francesas e torreão; Janelas ornamentação rococó no frontão curvo e nos caixilhos. ; Possui um toque da estética rococó Luís XV.

Patrimônio Cultural: Residência Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, 1919 – Cerqueira César– São Paulo/SP

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4.7 ANÁLISE

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1. As grades do casarão estão com corrosão locais e foi colocado pós-1921 chapas metálicas para resguardar a propriedade. Os muros constantemente tem pichações, mas ainda estão em bom estado.

2. O balcão encontra-se em bom estado de conservação posto que apenas precisa ser repintada. A esquadria esta em bom estado. 3. Infiltração na parte inferior- perto das esquadrias do porão – e deteorização por conta da umidade dos ornamentos do guarda-corpo. 4. Paredes do acesso principal descascando a pintura, por conta da umidade. Ornamentos em bom estado, podendo ser recuperadas pequenas perdas por conta da umidade. 5. Parte da ornamentação da platibanda principal necessita de restauro da alvenaria. Percebe-se o deterioramento dos balaústres por conta da chuva.

6. Esquadrias bem conservadas. Atentar para a implantação de um acesso metálico que não faz parte da construção tombada. Platibanda precisa de cuidados de pintura e impermeabilização;

7. Bom estado, mesmo nos fundos, com apenas cuidados com esquadrias e platibanda. Atentar para a umidade no telhado pois contem vegetações.

10. A entrada para a sala de jantar, bem como o alpendre estão em boas condições.

11. Quarto do casal ao fundo e quarto de vestir separados por colunas e com muitos ornamentos, está com todos os elementos de 1921 preservados. 12. Porta principal em ferro e art nouveau em ótimo estado e Hall de Entrada com piso de mármore.

8. Atentar para as intervenções – gradil colocado em torno da casa, para as feirinhas artesanais que acontecem periodicamente. Cuidados na esquadria do cômodo “quarto da criada”. 9. O terreno do entorno imediato da residência contem algumas árvores talvez remanescentes da Mata do Caaguaçu,porém é visível o estrado do entorno da residência graças aos usos que o proprietário decidiu instaurar. Observar o muro que separa o Parque da residência – danificado. 63


CAPÍTULO

5

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PARÂMETROS URBANÍSTICOS


65


66


A Avenida Paulista está localizada em uma Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU), que pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográficas e construtivas altas, e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos de Figura: – ZEU modo articulado ao sistema Fonte da Imagem: PDE de transporte público coletivo de alta e média capacidade.

TOMBADO- PRESERVAÇÃO TOTAL – SETOR 10QUADRA 069- LOTE 0011-1 RES. 45/92 - TOMB. DA CASA 1919 DA AV. PAULISTA; RES. SC 36/92 - TOMB., PELO CONDEPHAAT, DA VILA FORTUNATA; RES. 06/15 - TOMB. EX-OFFICIO DO CONJUNTO NACIONAL (LISTADO COMO A.ET.); A.E. DO CONJUNTO NACIONAL (A.E. RES. SC 22/05 CONDEPHAAT)

PALACETE FRANCO DE MELLO 67


5.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS

Área total do terreno 1.200m² Área total construída 4.478,27m² Taxa de Permeabilidade 180m (15%) Figura – Uso e Ocupação do Solo Fonte da Imagem: PDE Área de Intervenção

C.A Mínimo C.A Máximo C.A Utilizado

1.00

68

4.00

2.00

Área Permeável

15%

T.O

70%


69


6

70

O PROJETO


71


72


6.1 POTENCIALIDADES

Localização privilegiada permitindo fácil acesso, conexão com os equipamentos urbanos, visibilidade e infraestrutura. Inserção de um programa voltado às diversas necessidades da comunidade LGBT. Contribuir com o crescimento e referencia da comunidade LGBT, difundindo essa desconstrução social em um dos principais eixos da cidade. Revitalização e conexão com o patrimônio histórico, compondo cenário com o parque anexo e assim abrindo o projeto unificado para a cidade. Arquitetura como meio de expressão e intervenção social e cultural.

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6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS

A inserção do projeto no local indicado tem sua pertinência baseada tanto no aproveitando de toda a infraestrutura que a cidade oferece quanto na questão do projeto atuar como um reforçador social ao oferecer um serviço para a população e promover uma qualificação paisagística num espaço público de fácil acesso do transporte coletivo; espaço público esse que ganha uma maior autonomia dentro do contexto urbano ao abrigar uma concepção projetual cujas diretrizes foram pensadas para ilustrar uma desconstrução social. Partindo dessa premissa, o projeto foi pensado desde sua implantação até sua verticalização como um espaço construído para atuar como um ativador da desconstrução social, que é causa principal da luta LGBT. Fazendo um percurso linear pela obra, já na implantação tem-se o conceito de fruição bem demarcado com a quebra dos muros criando assim um eixo de conexão da relação público X privado. O térreo livre abriga um mirante principal que avança a calçada da Paulista como um ‘abraço’, trazendo a sensação de acolhimento e pertencimento do público alvo. Além disso, o desenho de piso faz com que o percurso entre os eixos de fluxos principais retratem a ideia de subversão ao preconceito, uma vez que esse preconceito vai se diluindo entre os dois edifícios; onde um tem seu conservadorismo retratado na própria arquitetura enquanto o outro traz elementos contemporâneos fortemente presentes, tendo o espelho d’àgua como um elemento de fusão entre os edifícios. A grande necessidade de expressão cultural e artística está representada no anfiteatro criado no Parque Mário Covas, já que uma grande parcela do público alvo se encontra também engajada nesse meio. O Garden também criado no parque tem o intuito de potencializar o mesmo, uma vez que ele se encontra as sombras do casarão, ficando assim subutilizado. A fachada tem em sua composição espelhos que se deslocam até 5 metros da fachada em uma das extremidades, agindo como uma fachada ventilada e também trazendo a ideia de desconstrução ou subversão de seus volumes, representando a quebra dos padrões da sociedade. O segundo elemento de composição, as chapas perfuradas de aço corten atuam como vedação e compõem a estética. As plantas foram pensadas de forma mais livre para que houvesse uma maior integração entre as funções do programa sempre que possível. O rooftop traz a sensibilidade através do olhar para a cidade e sua paisagem, bem como um lugar agradável e de lazer e interação do público em geral. Por fim, o projeto conta com um jogo de luzes pensados para funcionar como um grande marco visual trazendo a ideia de representatividade e diversidade, tendo como função um elo de afirmação positiva para a sociedade.

74


75


6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES SUBSOLO – O subsolo abriga além das funções de apoio, um espaço de acesso cultural onde acontecem feiras artesanais e acolhimento de coletivos urbanos. Cabine Primária Caixa D´água inferior Espaço Abrace Paulista Copa Sala Técnica Sala Suporte TÉRREO CASARÃO – Nesse espaço foi criado o ‘Projeto Museográfico’, o qual consiste em um percurso, como uma linha do tempo, reforçando a memória da luta LGBT brasileira. Espaço Lampião da Esquina – MÍDIA E OPRESSÃO LGBT Espaço Chana com Chana – MÍDIA E OPRESSÃO LGBT Espaço Rogéria – REPRESENTATIVIDADE Espaço Viviany Beleboni – INTOLERÃNCIA RELIGIOSA Espaço Tchaka – ARTE E CULTURA LGBT Espaço Mundo Mix – COMÉRCIO LGBT Espaço Marielle Franco – ATIVISMO Espaço Matheusa – DIVERSIDADE DE GÊNERO E PERFORMATIVIDADE PARQUE – Agregando sua função de descompressão e lazer, foi implantado um Espaço Cênico e um Espaço Garden com área de alimentação.

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Espaço de convívio Parklet Bicicletário Centro de Informações Turísticas Espaço Cênico – Anfiteatro Espaço Garden e Área de alimentação

1º PAVIMENTO – Onde acontece exclusivamente atividades culturais, sempre ligadas a cultura e visibilidade LGBT. Área de Exposição Mirante Transmoras 2º PAVIMENTO – Nessa cota se concentra as funções de atividades que o Centro oferece ao público, oferecendo não somente conhecimento como também interação constante aos usuários. Oficina Estúdio de Música Salas de Cursos Populares Salas de Informática 3º PAVIMENTO – Está localizada uma grande biblioteca de livre acesso com um um mirante que funciona também como espaço de leitura. Biblioteca Mirante – Espaço de Leitura 4º PAVIMENTO – Concentra a parte de apoio do programa; as funções mais restritas. Recepção Salas de Terapia Salas de Reunião Copa/Serviço Setor Administrativo/Diretorias 5º PAVIMENTO – Um grande terraço por toda a extensão do edifício, sendo assim, um mirante para a cidade. Terraço/Bar Lounge


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6.4 DIAGRAMA

1.

2.

DEFINIÇÃO DE VOLUME E IMPLANTAÇÃO NO LOTE

3. 78

ALOCAÇÃO DO NÚCLEO RIGÍDO E FRUIÇÃO NO NÍVEL TÉRREO

4. DEFINIÇÃO DOS MIRANTES

VOLUMETRIA BÁSICA


6.5

PLANO DE MASSAS

LOUNGE / BAR SOCIAL E ADMINISTRATIVO EDUCACIONAL EXPOSIÇÃO CONVÍVIO NÚCLEO RÍGIDO

79


6.6 PROJETO DE ARQUITETURA

Perspectiva Explodida 80


1

5 3

S

813,35

2

Planta do Subsolo

6

01-Cabina Primária 02-Caixa D´água Inferior 03-Espaço Abrace Paulista 04-Copa 05-Sala Técnica 06-Sala Suporte

4

0

12.5

ALAMEDA SANTOS

AVENIDA PAULISTA

ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

25m 81


82


C

B

21

A

22

A

C

B

Planta do Térreo - Cota 817,95

Parque - Cota 817,95

Planta 1° Pavimento - Cota 822,95

07- Espaço Lampião da Esquina 08-Espaço Chana com Chana 09-Espaço Rogéria 10-Espaço VIviany Beleboni 11-Espaço Tchaka 12-Espaço Mundo Mix 13-Espaço Marielle Franco 14-Espaço Matheusa

15-Espaço de Convívio 16-Parklet 17-Bicicletário 18-Centro de Informações Turísticas 19-Espaço Cênico - Anfiteatro - Cota 816,45 20- Espaço Garden e Área de alimentação

21 - Área de Exposição - 219,57m² 22- Mirante Transmoras - 71,96m²

83


C

B 25

23

26 26

A 24 25

84

23- Oficina - 105,66m² 24- Estúdio de Música - 34,73m² 25- Salas de Cursos Populares - 71,64m² 26- Salas de Informática - 95,43m²

C

B

Planta do 2°Pavimento - Cota - 827,95

A


C

B 27

A

28

A

B C

Planta do 3°Pavimento - Cota 832,95 27- Biblioteca- 295,76m² 28 - Mirante - Espaço de Leitura Livre - 98,51m² 85


C

B 30

30

31

31

31

29

33

A 30

30

31

31

32

B C

Planta do 4°Pavimento - Cota 837,95

86

29- Recepção - 59,73m² 30- Salas de Terapia- 33,18m² 31- Salas de Reunião - 51,66m² 32- Copa/Serviço - 95,43m² 33- Setor Administrativo / Diretorias - 221,04m²

A


C

B 34

A

A

B C

Planta do 5 °Pavimento - Cota 842,95 34- Terraço/Bar Lounge - 286,63m²

87


02.05.ATICO 842,95

02.04.4 PAV 837,95

02.03.3 PAV 832,95

02.02.2PAV 827,95

02.01.1 PAV 822,95

00.TER 817,95

Ampliação da Fachada 88

00.1SS 813,25


Corte Perspectivado 89


Corte Perspectivado

90


5 PAV + 842,95

4 PAV + 837,95

3 PAV + 832,95

2 PAV + 827,95

1 PAV + 822,95

TÉRREO + 817,95

SUB.+ 813,35

AVENIDA PAULISTA

ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

91


5 PAV + 842,95

4 PAV + 837,95

3 PAV + 832,95

2 PAV + 827,95

1 PAV + 822,95

TÉRREO + 817,95

SUB.+ 813,35

ALAMEDA SANTOS

92

AVENIDA PAULISTA


ANF. + 816,45

ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

93


94

AVENIDA PAULISTA


5 PAV + 842,95

4 PAV + 837,95

3 PAV + 832,95

2 PAV + 827,95

1 PAV + 822,95

TÉRREO + 817,95

SUB.+ 813,35

ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

ALAMEDA SANTOS

95


96

ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

AVENIDA PAULISTA


97


98

AVENIDA PAULISTA


ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

99


100

AVENIDA PAULISTA


ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO

ALAMEDA SANTOS

101


102

ALAMEDA SANTOS

ALAMEDA MINISTRO ROCHA DE AZEVEDO


AVENIDA PAULISTA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUGÉ,Marc. NÃO-LUGARES ”introdução a uma antropologia da supermodernidade” 7 Edição. Editora Parirus. BARBOSA, Eliana Rosa de Queiroz. Minhocão e suas múltiplas interpretações. Arquitextos, São Paulo, ano 13, n. 147.03, Vitruvius, ago.2012. Disponível em: <http://www. vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.147/4455>. Acesso em 23 de ago. 2017. BAUMAN,ZYGMUNT. Modernidade Liquida, Editora Zahar 2001. BÓGUS, L. M. M.; PASTERNAK, S. São Paulo: Transformações na Ordem Urbana. 1. ed. - Rio de Janeiro: Letra Capital, 2015. Disponível em <http://www.observatoriodasmetropoles.net/new/images/abook_file/serie_ordemurbana_saopaulo.pdf>. Acesso em 15 set. 2017. CRAWFORD,Margaret. Destruindo os Limites “espaços públicos e vida privada” (texto 23 de outubro de 2011). DELLA MANNA, Eduardo. Centro expandido de São Paulo volta a crescer. Minha Cidade, São Paulo, ano 13, n. 148.03, Vitruvius, nov.2012. Disponível em: <http://www. vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/13.148/4570>. Acesso em 13 de set. 2017. FIUZA, Moema. Ipea: Maioria dos brasileiros diz tolerar igualdade, mas não aceita troca de afeto em público ou casamento gay. Disponível em: https://moemafiuza. jusbrasil.com.br/noticias/114640421/ipea-maioria-dos-brasileiros-diz-tolerar-igualdade-mas-nao- aceita-troca-de-afeto-em-publico-ou-casamento-gay>. Acesso em 13 de set. 2017. 111


FONTES,Adriana Sansão. Intervenções Temporárias, Marcas Permanentes, Editora FAPRJ Casa da Palavra. FOTOS retiradas– Ensaio fotográfico e desfile no espaço urbano, 2017 set. FOTOS retiradas– Oficina Subversões do Corte à imagem, Rafael Kennedy, 2018 maio. FOUCAULT,Michel. Em defesa da sociedade, Editora Martins fontes 2005. GORSKI, Michel. Abaixo o elevado. O desmonte do Elevado Costa e Silva e o efeito catalisador para a revitalização do Centro. Minha Cidade, São Paulo, ano 06, n. 061.02, Vitruvius, ago. 2005. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ minhacidade/06.061/1970>. Acesso em 10 de set. de 2017. GRUPO GAY DA BAHIA. Relatório de Assassinatos de LGBT no Brasil, 2016. Bahia, 2016. 24p. ROGERS,Richard Philip Gouchdjian. Cidades para um pequeno planeta, Barcelona Editorial Gustavo Gili, AS. 2001 w

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Ficha Técnica. Town Hall Apartments Tabela 2 - Quadro de Áreas. Town Hall Apartments Tabela 3 - Ficha Técnica. Museu da Diversidade Sexual Tabela 4 – Museu da Diversidade Sexual Tabela 5 – Perfil do Público. - GGB Grupo Gay Bahia Tabela 6 – Quadro de Zoneamento Av. Paulista. - PDE Tabela 7 – Quadro de Zoneamento Loteamento. - PDE

115


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LGBT SMADS GGB IPEA IBGE IPVS LGBTQ

116

Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social Grupo Gay da Bahia Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice Paulista de Vulnerabilidade Social Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Queers


117



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