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anos 1957 - 2017

semanal www.arquidiocesedegoiania.org.br

Evangelize: passe este jornal para outro leitor Foto: Rudger Remígio

Edição 143ª - 12 de fevereiro de 2017

Educação Católica

O desafio de formar cristãos conscientes e preparados para a vida PALAVRA DO ARCEBISPO

COMUNIDADES

VIDA CRISTÃ

Educação Católica não se restringe ao ensino e à instrução

Paróquia Santo Antônio celebra Jubileu de Diamante

Em entrevista, mons. Nelson apresenta 2ª edição do seu livro

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Arquidiocese de Goiânia

PALAVRA DO ARCEBISPO

Educação católica, formadora de pessoas novas

Editorial “O coração da educação católica é sempre a pessoa de Jesus Cristo. Tudo o que acontece na escola católica e na universidade católica deveria conduzir ao encontro de Cristo vivo” (Documento Educar Hoje e Amanhã)

Dirijo esta Carta com o intuito de apresentar uma reflexão sobre a educação católica para as famílias e para a vida acadêmica de seus filhos.

A escola e a universidade católicas são sujeitos da Igreja, por isso têm papel substancial na formação humano-cristã da sociedade, seja pelo respeito à pluralidade, como pela contribuição indispensável à descoberta do sentido

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Arcebispo de Goiânia: Dom Washington Cruz Bispos Auxiliares: Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes Coordenadora de Comunicação: Eliane Borges (GO 00575 JP) Consultor Teológico: Pe. Warlen Maxwell Jornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8674/DF) Redação: Fúlvio Costa Revisão: Thais de Oliveira Diagramação: Carlos Henrique

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Colaboração: Edmário Santos, Marcos Paulo Mota Tiragem: 20.400 exemplares Impressão: Gráfica Moura Contatos: encontrosemanal@gmail.com Fone: (62) 3229-2683/2673

Paróquia recebe visita da imagem peregrina e bênção da garganta Fotos: Rudger Remígio

educação não se restringe ao ensino, à instrução, ao treinamento formador de habilidades. Mesmo que essas dimenDOM WASHINGTON CRUZ, CP Arcebispo Metropolitano de Goiânia sões também estejam presentes, em certa proporção, no processo educativo, os especialistas em Educação coincidem na opinião de que educar é um ato de formação do espírito humano em seus mais augustos valores. É um ato de constituição da pessoa humana que pressupõe e extrapola a competência no aprendizado teórico e técnico, indo muito além. Educar implica, essencialmente, em formar na pessoa humana a consciência de sua identidade, de sua história, do indelegável lugar que cada um deve ocupar no mundo e de suas perspectivas de futuro. Educar é abrir caminhos para que a pessoa encontre as grandes verdades sobre si mesma, acerca do outro, sobre o mundo em que habitamos e sobre Deus, suma existência e Bem Maior. Como pastor desta Arquidiocese, aproximando-me das famílias no encontro com tantos pais e filhos em minhas visitas às paróquias e instituições arquidiocesanas, percebo o quanto as famílias desejam que seus filhos sejam educados dentro dessa perspectiva educativa a que me refiro. O quanto os pais trazem dentro de si o desejo de que seus filhos não sejam sucumbidos ante as influências negativas do mundo, mas que sejam orientados por profundos valores que os tornem capazes de protagonizar suas próprias histórias, não apenas de sucesso profissional a qualquer custo, mas que também alcancem a verdadeira estatura humana, conforme o querer de Deus. Noto o anseio por uma educação autêntica, perpassada por uma formação técnica de qualidade, mas que esteja fundamentada nas dimensões ética, humana, religiosa, ecológica e social. Tal projeto para seus filhos está fortemente presente nos mais profundos e cristalinos desejos dos pais. Percebo também que muitas crianças e jovens igualmente anseiam por uma educação que os fortaleça no conhecimento acadêmico competente, mas que também lhes traga o alimento da esperança, da corresponsabilidade na construção de um mundo novo, com alicerces verdadeiramente novos. Uma educação que os forme para a convivência e não para um individualismo perigoso, que almeja o sucesso pessoal a qualquer custo. Uma educação que reforce os laços de família e o respeito para com os pais, para com os idosos, para com todas as pessoas. Uma educação que plante no coração da criança e do jovem a autêntica vida cristã, que os estimule a crescer como pessoas integrais em meio à sociedade. Percebo, em muitos, ainda que silenciosa e veladamente, um desejo profundo de transformar suas vidas, suas mentes, suas inteligências e formar suas perspectivas segundo o desejo de Deus, conforme a vocação e a missão de Jesus Cristo, a quem passam a conhecer e aprendem a amar inicialmente na família, nas comunidades eclesiais e também nas escolas. As Escolas Católicas buscam colaborar com a Igreja na missão educativa e com as famílias cristãs nesta perspectiva educadora dos fundamentos mais essenciais da vida. Sejam bem-vindos ao sistema católico de ensino presente na Arquidiocese de Goiânia. A Igreja os acolhe também no respeito à diversidade de crenças que existe dentro de nossas escolas. A Igreja Católica deseja, na convivência fraterna, oferecer ao mundo pessoas novas para uma nova sociedade, segundo orienta o magistério eclesial.

da vida, que fazem nascer novas esperanças para os nossos dias, como para o futuro. Na reportagem de capa desta edição, apresentamos o rosto e singularidade da educação católica (pág. 5). Em Arquidiocese em Movimento, trazemos os principais acontecimentos que pulsaram na vida da nossa Igreja, nos últimos dias. Em sua Palavra semanal, nosso arcebispo, Dom Washington Cruz, também aborda o papel educação de perfil católico. Isso e muito mais, nas páginas do nosso Encontro. Boa leitura!

Na Festa de São Brás, no dia 3 de fevereiro, o bispo auxiliar de Goiânia, Dom Moacir Arantes, presidiu a missa na Paróquia São Francisco de Assis, do Setor Universitário. Nesse mesmo dia, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida chegou à comunidade para abençoar os paroquianos, e permaneceu até o dia 5. “Onde está a Mãe, ali também se torna santuário, lugar sagrado de bênçãos”, disse o bispo, logo no início da missa. Em seguida, a imagem entrou em procissão em cima de um pequeno barco enfeitado, carregado por homens vestidos de pescadores. “A visita a esta paróquia não acontece por acaso. Deus queria que esta comunidade a recebesse para mostrar que existe outro caminho para recuperarmos a alegria e a esperança, assim como tiveram essa mesma experiência os três pescadores”, afirmou em sua homilia. Dom Moacir explicou ainda que São Brás (bispo) é um mártir da Igreja, que morreu por não negar a fé em Jesus. A bênção da garganta também surgiu com o santo que, chamado por uma mãe que agonizava com o filho engasgado com uma espinha de peixe, deu uma bênção e a espinha desapareceu. Por isso São Brás é o protetor contra os males dessa região do corpo. A Igreja continua a tradição abençoando a garganta todo dia 3 de fevereiro, com duas velas cruzadas, que simbolizam a espinha de um peixe.

X Amistoso beneficente Nesta segunda-feira (13), às 19h30, o Estádio Annibal Batista de Toledo recebe o amistoso beneficente entre o Batinas Futebol Clube e o Fiéis de Aparecida. O jogo é organizado pela Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Aparecida de Goiânia. Para assistir à partida, basta levar 1 kg de alimento não perecível, que será revertido para famílias carentes da própria paróquia. Fundado em 4 de agosto de 2009, o Batinas é o time de padres de várias dioceses do estado de Goiás.

DATAS COMEMORATIVAS

13/2: Dia Mundial do Rádio 15/2: Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil 18/2: Fim do horário de verão à 0h de domingo

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ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO

Exposição comemora

centenário do frei Nazareno Confaloni Foto: Acervo Frades Dominicanos/PUC Goiás

Mostra segue aberta ao público, gratuitamente, até o próximo dia 30 de março FÚLVIO COSTA

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montar a exposição, com a ajuda de diversos setores da universidade. “Este momento e este espaço são muito simbólicos, pois foi aqui que funcionou o ateliê do frei Confaloni e com certeza estamos neste momento na companhia espiritual dele, por isso, muito obrigado a todos os presentes”, agradeceu. Dom Levi, antes da bênção, em poucas palavras, também fez uma reflexão espiritual sobre as obras do frade. “Santo Tomás de Aquino, outro famoso dominicano, dizia que o homem pode chegar a Deus pelas criações, e eu acredito que o que leva um religioso a pintar é justamente isto: o desejo que sua arte atinja o coração das pessoas e as conduza a Deus. Mesmo sendo uma arte moderna, com suas cores, cada vez que pensava em uma tela, talvez frei Confaloni fizesse uma oração ou dava glória a Deus, na esperança de que as pessoas que vissem seus quadros pensassem mais em Deus”.

Obras Na mostra, é possível ver as mais diversas obras de frei Confaloni, principalmente as da década de 1970, época em que faleceu, que retratam sua religiosidade, com vários quadros sobre madonas, freiras e frades; o cotidiano de Goiás e sua natureza; o enforcamento, que reproduz a angústia do artista pela ditadura brasileira que destruiu a vida de confrades, entre eles, o frei Tito, em 1974. O acervo pertence à PUC Goiás e aos frades dominicanos. A curadoria da exposição é da prof.ª Nancy de Melo Pereira e da aluna de Design Tainá Guimarães Coelho.

Frei Confaloni trabalhando em seu ateliê

Cerimônia de abertura da exposição Centenário Confaloni

Foto: Rudger Remígio

uando chegou ao Brasil, em 1952, o frade dominicano Nazareno Confaloni trouxe para cá o que havia de mais moderno nas artes plásticas. Por tal iniciativa, ele representa um divisor de águas na história dessa prática em Goiás. Mais do que isso, o religioso fundou a Escola de Belas Artes desse estado, que depois se tornou parte da hoje PUC Goiás, e formou muitos discípulos que até hoje se lembram dele com nostalgia. Por tudo o que representa, foi aberta, no dia 30 de janeiro, a exposição Centenário Confaloni, na Galeria PUC, área 3, no Setor Universitário, que recebe o público, gratuitamente, até o próximo dia 30 de março, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 15h às 20h. As visitas podem ser agendadas pelo telefone (62) 3946-1361. A exposição conta com 51 pinturas a óleo e 20 reproduções de desenhos do artista italiano. Por ocasião da abertura, o diretor da Escola de Artes e Arquitetura da PUC Goiás, prof. Marcelo Granato, disse que a mostra é uma merecida homenagem ao frei Confaloni e às artes em Goiás. Rodeado de ex-alunos do dominicano, o professor disse que aquela noite representava o fruto da semente plantada pelo frei nestas terras, que brotou e hoje tem diversos herdeiros. “Se eu pudesse dizer algo a Deus, diria que a semente vinda da Itália para Goiânia cresceu e gerou frutos maravilhosos aqui. Obrigado, Senhor!”. O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, aproveitou o momento para tecer agradecimentos aos bispos da Arquidiocese, na pessoa de Dom Washington Cruz, e do bispo auxiliar presente, Dom Levi Bonatto; aos frades dominicanos, representados naquela noite pelo frei Marcos Sassateli; e aos professores e alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo que se dedicaram a

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COMUNIDADES

Paróquia Santo Antônio FÚLVIO COSTA

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Foto: Rudger Remígio

á muitos motivos para a Paróquia Santo Antônio, do Setor Pedro Ludovico, celebrar seu Jubileu de Diamante (1957-2017). E foi isso que aconteceu no dia 4 de fevereiro, na igreja matriz. Para começar, o reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, conferiu uma palestra sobre “A história da paróquia, dos primórdios aos dias atuais”. Coube a ele resgatar os 60 anos que se passaram e, como bom historiador, fez isso com magnitude, em virtude da leitura dos seis livros tombo da paróquia. “Foi uma tarefa difícil, que comecei em novembro do ano passado, com a ajuda da minha filha”, contou. Ao iniciar o trabalho, o reitor disse que memória não é só para vislumbrar o passado, mas para preparar o futuro. “Quanto menos memória se tem, menos preparado se está para

o porvir”, enfatizou. Pela apresentação, ficou claro que a história da paróquia está bastante inserida na história do Brasil, da Igreja de Goiás e de Goiânia. Os frades capuchinhos que a assumiram há 60 anos, por exemplo, vieram do Rio Grande do Sul. Dom Cláudio Ponce de Leão era o bispo da época (4º bispo da Arquidiocese de Goiás). Tão antigas quanto a Santo Antônio, também são as paróquias Dom Bosco e Coração de Maria, mas ambas pertenciam à Arquidiocese de Goiás. O processo de criação da Paróquia Santo Antônio começou com o primeiro arcebispo, Dom Fernando Gomes dos Santos, logo no ano em que assumiu a Arquidiocese de Goiânia, em 1957. As tratativas se deram com o provincial do Rio Grande do Sul. Feitos os acordos, deixaram aquele estado 12 capuchinhos, sendo que seis vieram para Goiás. O primeiro pároco foi frei Demétrio. “Eu sou o novo e primeiro pároco des-

Em palestra, prof. Wolmir Amado lembrou todos os párocos que passaram pela paróquia

Foto: Rudger Remígio

celebra 60 anos de evangelização

Painel comemorativo e Porta Santa simbólica, em alusão ao Jubileu de Diamante e ao Ano da Misericórdia

sa paróquia, que nasce pobre como Jesus, mas há de ser grande. Deixei para trás família, irmãos e amigos, a mais de 2 mil km, e, a partir de agora, minha família são vocês”, reproduziu prof. Wolmir a fala do frade, assim que assumiu a nova paróquia. Frei Demétrio ficou oito meses ali e depois foi para Brasília. O reitor relembrou todos os frades que passaram pela paróquia, as dificuldades e sofrimentos que viveram, a falta de recursos para erguer a obra, mas também as belezas de se construir uma comunidade. Em cada década, uma pausa na história para relembrar o contexto histórico da Igreja e da sociedade, no Brasil e no mundo, detalhe que enriqueceu a apresentação. Com relação à vida da paróquia,

foram recordados vários fatos importantes, como a 1ª semana bíblica, que aconteceu em 1967; a primeira assembleia paroquial, realizada pelo frei Dionísio Zandoná, em 1979, e, neste mesmo ano, a formação do primeiro conselho paroquial e a inauguração do painel de Santo Antônio, na fachada da igreja matriz. Já na década de 1980, o asfaltamento e a criação de novas vias no Setor Pedro Ludovico, a verticalização das moradias. Bastante aplaudida foi a lembrança do frei Nereu Todescato, em 1987, e, mais recentemente, do atual pároco, frei Messias Chaves Braga, em 2011. A apresentação foi concluída com uma frase de São Francisco: “Irmãos, comecemos tudo de novo, pois até agora pouco ou nada fizemos”.

À noite, o bispo auxiliar de Goiânia, Dom Moacir Arantes, presidiu a missa jubilar e destacou em sua homilia o valor da comunidade paroquial. “É uma alegria para nós estarmos reunidos celebrando esse acontecimento tão feliz, que é a certeza de que Deus agiu, age e agirá nesta comunidade. Deus se manifestou através de tantas pessoas que passaram por aqui e continua se manifestando através dos que aqui estão. Esta comunidade ainda tem muito a oferecer àqueles que a frequentam e a frequentarão neste setor”, afirmou. Dom Moacir disse também que pensar uma paróquia vai muito além de suas paredes e

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Foto: Rudger Remígio

Missa jubilar

Velas são entregues aos paroquianos: "Vós sois a luz do mundo"

edifícios, que às vezes encantam os olhos e marcam um lugar. “As pessoas são mais importantes, porque pelos seus relacionamentos constroem situações de solidariedade, amizade, superação do mal e produção do bem”. Por fim, frei Messias agradeceu a colaboração de todos que se fizeram presentes naquele dia e que ajudaram a celebrar o Jubileu. Ele entregou velas acesas a várias pessoas, inclusive autoridades, como sinal de que todas são luz e por isso devem fazer a diferença no mundo, conforme o Evangelho daquele dia ensinou (Mt 5,13-16). Logo após a missa, foi oferecido um jantar a toda a comunidade.

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CAPA

A missão de educar cristãos para um mundo plural FÚLVIO COSTA

• Educação integral:

tura!” (Mc 16,15). Essa dimensão insere-se na missão salvífica da Igreja. Monsenhor acrescenta que essa responsabilidade missionária deve atingir os alunos e todos aqueles que frequentam as escolas católicas, e também acolher, de maneira inclusiva, os pobres, os pequenos, a partir de uma educação que faz com que os muros seletivos sejam destruídos. No documento A Escola Católica (EC), de 1977, a Congregação para a Educação Católica apresenta um texto-base acerca da identidade e da missão da escola no mundo de hoje, que deve primar pelo amor ao próximo.

• Educação Caritativa: A Escola Católica tem consciência de estar comprometida na promoção do homem integral, porque, em Cristo, o Homem perfeito, todos os valores humanos encontram a sua realização plena e, portanto, a sua humanidade. Nisso consiste o caráter católico, especificamente seu, e aqui se radica o seu dever de cultivar

Foto: AFIPE

A escola católica tem como foco educar a pessoa humana, em todas as suas dimensões, sobretudo trabalhando a questão do transcendente, do aluno ter comunhão e experiência de Deus na sua vida. Esse diálogo com Deus, essa busca de sentido é o que podemos dizer ser a nossa finalidade. Além do ensino acadêmico e científico, temos de promover aquilo que no Evangelho Jesus Cristo deixou para nós como mandado: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda cria-

Alunos do Colégio Agostiniano, em momento de oração antes do início de mais um dia de aprendizado

Romaria da Educação Católica 2016, em Trindade

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os valores humanos no respeito pela sua legítima autonomia, na fidelidade à missão peculiar de pôr-se a serviço de todos os homens (EC, nº 35). No Congresso Mundial para a Educação Católica, realizado em Roma, em novembro de 2015, foram destaques os desafios educativos de hoje e amanhã, nos mais diversos âmbitos: identidade, comunidade escolar, diálogo, sociedade em aprendizagem, educação integral, desafios pastorais, formação religiosa dos jovens, entre outros. Diante de tudo isso, a Educação Católica precisa de uma grande aliança entre os pais e todos os educadores para propor uma vida plena, rica de sentido, aberta a Deus, aos outros e ao mundo. O Instrumento de Trabalho do Congresso deixou claro o que cabe aos pais e às unidades de ensino: “Esta aliança é ainda mais necessária, porque a educação é uma relação pessoal. Ela é um percurso que revela o lado transcendental da fé, da família, da Igreja e da ética, insistindo na dimensão comunitária”.

• Educação e seus desafios: Uma parte crescente dos jovens distancia-se da Igreja institucional. A ignorância ou o analfabetismo religioso crescem. A educação católica é uma missão contra a corrente. O curso de religião pressupõe um conhecimento profundo das reais exigências dos jovens, porque esse conhecimento representará a base so-

Foto: Rudger Remígio

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ertamente um pai ou uma mãe já se perguntaram alguma vez sobre as contribuições da educação católica na vida dos seus filhos. E podem não ter obtido resposta convincente a respeito. Há, realmente, diferença entre uma escola de perfil cristão e uma escola secular? A resposta é sim. Isso porque a dimensão religiosa é o principal rosto da educação dessa parcela de ensino, sob orientação da Congregação para a Educação Católica, sediada em Roma, cujas normativas valem para as unidades de ensino católicas do mundo inteiro. Em entrevista a este jornal, mons. Luiz Gonzaga Lôbo, vigário episcopal para a Cultura e Educação, ambiente eclesial da Arquidiocese de Goiânia que estimula e propicia o estabelecimento de vínculo entre pessoas e instituições atuantes nessas duas áreas, explicou que na Arquidiocese existem 24 instituições de ensino católicas, incluindo aí a PUC Goiás. De acordo com ele, a preocupação com a formação integral da pessoa humana é o principal diferencial da educação católica.

bre a qual será construído o anúncio, embora deva ser conhecida e respeitada a diferença entre o “saber” e o “acreditar” (Documento Educar Hoje e Amanhã, uma paixão que se renova). O papa Francisco, em mensagem ao final do Congresso Mundial para a Educação Católica, destacou alguns pontos a serem considerados pelos pais e pelas unidades de ensino católicas, tais como a educação informal, que merece mais espaço, porque a educação formal se preocupa apenas com o “tecnicismo intelectualista e a linguagem da mente”. Isso fez com que a educação empobrecesse, segundo o pontífice. Para reverter essa situação, ele exorta que a Educação Católica aposte na arte e no esporte, abrindo horizontes e criando novos modelos. “Há três linguagens: da mente, do coração e das mãos. A educação deve mover-se nestes três caminhos. Ensinar a pensar, ajudar a ouvir bem e acompanhar no fazer, ou seja, que as três linguagens estejam em harmonia; que a criança, o jovem, pense aquilo que sente e faz, sinta aquilo que pensa e faz, e faça aquilo que pensa e sente”. A referência e definição disso é a concepção cristã da realidade e o centro dessa concepção é Jesus Cristo. “Se não fizermos isso, a educação católica perde o sentido e o Vicariato para a Cultura e Educação está aí para a gente implementar cada vez mais essa postura. É isso que faz a diferença das escolas católicas para as outras. Nós temos essa missão específica”, concluiu mons. Lôbo.

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CATEQUESE DO PAPA

Que não se esgote

a nossa capacidade de confiar em Deus Foto: Rudger Remígio

Estimados irmãos e irmãs!

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ntre as figuras femininas que o Antigo Testamento nos apresenta, sobressai a de uma grande heroína do povo: Judite. O livro bíblico que tem o seu nome descreve a imponente campanha militar do rei Nabucodonosor que, reinando em Nínive, amplia os confins do império derrotando e subjugando todos os povos ao seu redor. O leitor entende que se encontra diante de um inimigo grande e invencível, que semeia morte e destruição, e chega até à Terra Prometida, pondo em perigo a vida dos filhos de Israel. Com efeito, o exército de Nabucodonosor, sob a guia do general Holofernes, impõe o cerco a uma cidade da Judeia, Betúlia, interrompendo o fornecimento de água, minando assim a resistência da população. A situação torna-se dramática a tal ponto que os habitantes da cidade vão ter com os anciãos para lhes pedir que se rendam aos inimigos. As suas palavras são desesperadas: “Agora não há ninguém para nos socorrer, e Deus entregou-nos nas mãos deles, para morrermos de sede, na miséria extrema. Chegaram a dizer isto: “Deus entregou-

-nos nas mãos deles; o desespero daquela gente era grande. Entregai toda a cidade em cativeiro ao povo de Holofernes e a todo o seu exército” (Jt 7,25-26). O fim já parece iniludível, esgotou-se a capacidade de se confiar a Deus. E quantas vezes nós chegamos a situações limite, quando nem sequer sentimos a capacidade de ter confiança no Senhor. É uma tentação horrível! E, paradoxalmente, parece que para fugir da morte não há outra coisa a fazer, a não ser entregar-se nas mãos de quem mata. Sabem que esses solda-

dos entrarão para saquear a cidade, raptar as mulheres como escravas e depois matar todos os outros. É exatamente esse “o limite”. E diante de tanto desespero, o chefe do povo procura propor um pretexto de esperança: resistir mais cinco dias, à espera da intervenção salvífica de Deus. Mas é uma esperança frágil, que o leva a concluir: “Mas se esses cinco dias passarem sem que nos venha o socorro, então farei segundo o que dizeis” (7,25). Pobrezinho: estava sem saída. Concedem cinco dias a Deus – e nisso

consiste o pecado – são concedidos cinco dias a Deus para intervir; cinco dias de espera, mas já na perspectiva do fim. Concedem cinco dias a Deus para os salvar, mas sabem que não têm confiança, esperam o pior. Na realidade, no meio do povo, já ninguém é capaz de esperar. Estavam desesperados. É nessa situação que Judite entra em cena. Viúva, mulher de grande beleza e sabedoria, fala ao povo com a linguagem da fé. Corajosa, repreende o povo na cara (dizendo): “Agora tentais o Senhor Todo-Poderoso [...]. Não, irmãos, não provoqueis o Senhor nosso Deus! Se não quiser ajudar-nos nestes cinco dias, Ele tem o poder, nos dias que quiser, para nos ajudar ou então para nos exterminar diante dos nossos inimigos. [...] Por isso, aguardando a salvação da sua parte, supliquemos-lhe que venha em nosso auxílio e Ele escutará a nossa voz, se bem lhe aprouver” (8,13.14-15.17). É a linguagem da esperança! Batamos à porta do Coração de Deus, Ele é Pai e pode salvar-nos! Aquela mulher, viúva, corre o risco de fazer má figura diante dos outros! Mas é corajosa, vai em frente! Esta é a minha opinião: as mulheres são mais corajosas do que os homens (aplausos na sala).

Confiar na vontade de Deus E com a força de um profeta, Judite repreende os homens do seu povo para os reconduzir à confiança em Deus; com o olhar de um profeta, ela vê mais além do horizonte limitado proposto pelos chefes e que o medo torna ainda mais restrito. Sem dúvida Deus intervirá – afirma ela – enquanto a proposta dos cinco dias de espera é um modo para o tentar e para se subtrair à sua vontade. O Senhor é Deus de salvação – e crê nisto – independentemente da forma que ela assuma. Libertar-se dos inimigos e deixar viver é salvação, mas nos seus planos insondáveis também a entrega à morte pode ser salvação. Como mulher de fé, ela sabe isso. Depois, conhecemos o fim, como termina a história: Deus salva. Caros irmãos e irmãs, nunca coloquemos condições a Deus, mas, ao contrário, deixemos que a esperança vença os nossos receios. Confiar em Deus quer dizer entrar nos

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seus desígnios sem nada pretender, aceitando inclusive que a sua salvação e o seu auxílio cheguem a nós de modo diverso das nossas expectativas. Pedimos ao Senhor vida, saúde, afetos, felicidade; e é justo fazê-lo, mas com a consciência de que até da morte Deus sabe haurir vida, que é possível experimentar a paz, inclusive na doença e que até na solidão pode haver serenidade e bem-aventurança no pranto. Não somos nós que podemos ensinar a Deus o que Ele deve fazer, aquilo de que temos necessidade. Ele sabe-o melhor do que nós e devemos ter confiança, porque os seus caminhos e os seus pensamentos são diferentes dos nossos. A senda que Judite nos indica é a via da confiança, da espera na paz, da oração e da obediência. É o caminho da esperança. Sem fáceis resignações, fazendo tudo o que está ao nosso alcance, mas permanecendo

sempre no sulco da vontade do Senhor, porque – bem sabemos – ela rezou muito, falou tanto ao povo e depois partiu com coragem para procurar o modo de se aproximar do chefe do exército e conseguiu cortar-lhe a cabeça, degolá-lo. É intrépida na fé e nas obras. E procura sempre o Senhor! Com efeito, Judite tem um plano, coloca-o em prática com sucesso e leva o povo à vitória, mas sempre com a atitude de fé de quem aceita tudo das mãos de Deus, convicta da sua bondade. Desse modo, uma mulher cheia de fé e de coragem dá nova força ao seu povo em perigo mortal e leva-o pelos caminhos da esperança, apontando-o também a nós. Quanto a nós, se tivermos um pouco de memória, quantas vezes ouvimos palavras sábias e corajosas de pessoas humildes, de mulheres simples que na opinião de alguns – sem as desprezar – eram ignorantes... Mas são

palavras da sabedoria de Deus! As palavras das avós... Quantas vezes as avós sabem pronunciar a palavra certa, uma palavra de esperança, porque têm a experiência da vida, sofreram muito, confiaram em Deus e o Senhor concede-nos a graça de nos dar o conselho da esperança. E, percorrendo esses caminhos, será alegria e luz pascal confiar-nos ao Senhor com as palavras de Jesus: “Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22,42). Essa é a prece da sabedoria, da confiança e da esperança.

Audiência Geral. Praça São Pedro, 25 de janeiro de 2017

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VIDA CRISTÃ

“Histórias não contadas”

da Igreja em Goiás, por mons. Nelson Rafael Fleury Foto: Rudger Remígio

“O livro pode ser encontrado no Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPHBC), no Setor Universitário” FÚLVIO COSTA

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a última reunião do clero arquidiocesano, realizada no dia 15 de dezembro do ano passado, o vigário da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral), mons. Nelson Rafael Fleury, que celebra 89 anos de vida nesta segunda-feira (13), lançou o livro Histórias não contadas, da série memória religiosa, publicado pela Editora PUC Goiás. Entrevistado por este jornal, na sala de confissões da Catedral, onde tem dedicado a maior parte de sua vida sacerdotal nos últimos anos, o autor fez questão de, primeiramente, agradecer o arcebispo Dom Washington Cruz “pela delicadeza” de publicar esta segunda edição do livro, que foi dado de presente aos padres da Arquidiocese. “Nosso arcebispo quer que os padres, ao ler este livro, se sintam estimulados pela descrição que eu faço da minha vida sacerdotal durante os dez primeiros

anos de ministério na Arquidiocese de Goiás e, posteriormente, na Arquidiocese de Goiânia”. Mons. Nelson confirmou que escreveu a obra para contar a sua trajetória sacerdotal, começando pelos seminários por onde passou, os estudos que fez e, após ordenado, o caminho pastoral que trilhou nas paróquias, no magistério, e em tantas outras tarefas. Entre todas as atividades e missões pastorais que assumiu desde que foi ordenado em 1950, mons. Nelson se orgulha de ser da primei-

Eu fui ser padre por causa dessas pessoas que deram testemunho de vida e me motivaram’’

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ra geração de padres da Arquidiocese. “No livro, eu quero contar aos padres novos como era a vida no século passado, as dificuldades que enfrentávamos. Não havia automóvel e nós percorríamos longas distâncias a cavalo, imbuídos da única missão de levar a mensagem de Nosso Senhor, para a salvação dos nossos irmãos, a fim de fazer crescer a Igreja de Cristo”. Na época em que estudou, mons. Nelson teve de passar por vários seminários. Primeiro ele estudou no Seminário Menor de Mariana (MG), em 1939; em seguida, no Seminário Santa Cruz, na época, em Silvânia (GO), em 1940. Estudou Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo

(SP), em 1944; e, por fim, Teologia, no Seminário Maior São José, em Mariana (MG), de 1945 a 1950. Com o livro nas mãos, o autor comenta que seu trabalho alcançou as mais longínquas comunidades do estado de Goiás, incluindo Pirenópolis, sua terra natal, onde foi pároco. Ele esteve também em Itumbiara, Orizona e Itauçu. No capítulo 7, o livro apresenta os Heróis Autênticos, que são os vários padres que passaram pela sua vida e contribuíram muito para a Igreja de Goiás. É aí que o monsenhor destaca os diretores espirituais que teve no seminário: “Eles me garantiram a vocação sacerdotal. Quando fui ser ordenado, eu disse ao meu diretor espiritual que queria muito ser padre, mas que não ia conseguir cumprir o voto de castidade. Ele então me mostrou o breviário e disse que, no mesmo dia em que a Igreja pede o compromisso do celibato, ela me coloca nas mãos o livro de orações. O diretor me explicou que, se eu fosse um homem de oração, venceria todas as tentações e seria um bom padre. Foi por isso que criei coragem e consegui. O padre é um homem de oração. Só assim ele consegue viver nos caminhos de Deus. Eu fui ser padre por causa dessas pessoas que deram testemunho de vida e me motivaram”, contou. Entre elas está Dom Abel Ribeiro Camelo, que foi o bispo que recebeu mons. Nelson no seminário. Ainda na leitura, é possível dar boas risadas com as histórias de encontros e convivências do autor com o povo.

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Fevereiro de 2017

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Arquidiocese de Goiânia

LEITURA ORANTE

PEDRO MENDONÇA CURADO FLEURY (SEMINARISTA)

Siga os passos para a leitura orante:

Seminário São João Maria Vianney

A não violência: uma exigência evangélica

Texto para a meditação: Mt 5, 38-48 (página 1206 – Bíblia das Edições CNBB).

N

1. Preparação – Crie um ambiente de oração, com tempo, silêncio e recolhimento. Invoque o Espírito Santo. 2. Leitura – Após dar tempo e atenção ao texto, pergunte-se: o que Jesus quis dizer a seus discípulos com estas palavras? 3. Meditação – Quais são as atitudes de violência que costumo tomar? Quais pessoas podem sentir-se feridas com meus atos? Como posso chegar a realmente amar os que me fazem mal? 4. Oração – Consigo responder o mal com o bem? Preciso de ajuda para isso, para ser realmente livre? Confio que o Espírito Santo pode me ajudar a conhecer-me e a converter-me? 5. Contemplação – Em atitude de silêncio interior, deixe o Senhor agir diante de tudo o que você já apresentou. 6. Ação – Faça um propósito de atitude, a ser apresentado espiritualmente na próxima missa, como uma reconciliação familiar, ou ao menos um gesto de paz em uma relação estremecida.

‘‘...oferece-lhe também a [face] esquerda’’

o mundo sem ter armas ou exércitos a seu dispor. Em nossa família, nosso trabalho, nossa comunidade, nas redes sociais e pessoalmente, também precisamos colocar em prática essa cultura. Para isso, nos lembra o papa de que é preciso identificar em nós mesmos o que há de violência e nos deixar curar por Deus, pois, atrás de um ato violento, há sempre uma fragilidade ou uma dor tentando se esconder. Foto: Reprodução

o próximo domingo, continuaremos a ouvir o sermão da montanha, que nos dá os princípios belos e exigentes de nossa vida. Jesus pede que tenhamos por cada pessoa um amor tão concreto e radical quanto o dele. Se no Antigo Testamento houve uma limitação da vingança, Jesus avança ainda mais. Não à violência, de qualquer tipo! Esta deve ser a posição irrevogável dos cristãos. Com a linguagem forte e enfática própria de seu tempo, Jesus diz para nós: “Àquele que te fere a face direita, oferece-lhe também a esquerda” (cf. Mt 5,39). Neste ano, papa Francisco pediu que vivêssemos um ano de “não violência”. Essa atitude, na verdade, é a única que traz verdadeiras vitórias. Lembremo-nos do que os santos conseguiram para

(ANO A, VII Domingo do Tempo Comum. Liturgia da Palavra: Lv 19,1-2.17-18; Sl 102(103),1-4.8.10.12-13 (R. 1a.8b); 1Cor 3,16-23; Mt 5,38-48).

ESPAÇO CULTURAL Sugestão de leitura Dividido em 13 capítulos, o livro Como educar bons valores: desafios e caminhos para trilhar uma educação de valor, da comunicóloga, pedagoga, especialista em educação da infância, Maria Helena Marques, é uma publicação fundamental para professores e todos aqueles que trabalham com educação. Aos pais, também é um importante subsídio para entender esse processo de humanização. A autora, no texto, destaca que “os bons valores sugerem o desenvolvimento harmonioso de todas as qualidades do ser humano” e que “se educar é uma necessidade, educar com afeto e valores é uma arte”, eis aí, portanto, a essência da “boa e eficiente educação”. Autora: Maria Helena Marques Editora: Paulus

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Imagem Peregrina de N. Sra. Aparecida visita nossas paróquias Nesta semana, a imagem peregrina de N. Sra. Aparecida que visita nossa Arquidiocese, marcando os 300 anos de sua aparição, passará pelas seguintes paróquias:

FEVEREIRO 13

– Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges – Setor Nova Suíça 14 a 16 – Santo Antônio – Setor Pedro Ludovico 17 e 18 – Mãe de Misericórdia – Setor Sul 19 – Nossa Senhora de Fátima – Setor Aeroporto

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