Especial B1
22 a 28 de janeiro de 2013
especial 25 de janeiro
Aniversários que fazem pensar! 25 de janeiro! A Igreja de São Paulo celebra seu patrono. E aniversariam também a cidade de São Paulo, o seu novo prefeito e este jornal. Aniversário é para avaliar o passado, pesar o presente e projetar o futuro. A cidade de São Paulo avalia o passado. A pequena vila que foi, tornou-se a metrópole que é. São muitos os seus heróis,
conhecidos alguns, anônimos muitos. Eles fizeram esta cidade cheia de contrastes. Nela convivem ricos e pobres. Para muitos, ela é e foi generosa. Para muitos, ela foi e é cruel. Ela tem que ser, no futuro, espaço de convivência tranquila e segura para todos os seus moradores. A Igreja de São Paulo celebra seu patrono e – por que
não? – praticamente aniversaria com a cidade, porque Igreja e cidade nasceram juntas. A Igreja olha o passado e revê sua história tão bonita, em que não faltam santos e beatos, entre eles, o Beato José de Anchieta, fundador da cidade. Ela olha seu presente e sabe dos desafios que tem. E confiante projeta seu futuro, ansiosa
por anunciar Jesus Cristo em todos os cantos da cidade. E nesse olhar, ela invoca seu patrono, o apóstolo que entendeu que a salvação oferecida por Jesus Cristo é para todos os povos. Coincidência que faz pensar é o fato de o novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, aniversariar com a cidade. Ele tem pro-
messas a cumprir. Tem projetos a realizar. Dependerá dele também o tornar São Paulo uma cidade cada vez mais humana, solidária, acolhedora. Que Deus o inspire. E, por fim, o jornal O SÃO PAULO também está completando 57 anos. Ele vem contando a história de amor entre a cidade e a Igreja de São Paulo. Ele
vem registrando a missão da Igreja na cidade. E quer continuar fazendo esse registro ao lado das demais mídias da Igreja: rádio 9 de Julho, site arquidiocesano, Web TV e quantas mais surgirem, porque evangelizar é comunicar e comunicar é preciso. Com tantos aniversários no mesmo dia, celebremos com gratidão e súplicas. Luciney Martins/o são paulo
O apóstolo que entende a metrópole A experiência de Paulo aponta pistas para a vivência do Evangelho no atual contexto eclesial e social de SP Nayá Fernandes
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Viver os valores do Evangelho para testemunhá-los numa cidade com as dimensões da capital paulista é um desafio que exige flexibilidade, força, amor radical a Deus e capacidade de adaptação constante. O apóstolo Paulo, cuja solenidade de conversão é celebrada no dia 25, dando nome à metrópole, traz, sem dúvidas, pistas de como fazê-lo. Nascido em Tarso, importante cidade da Ásia Menor, com uma grande universidade e um centro intelectual para aqueles que desejavam estudar, Paulo pode ser considerado um apóstolo da metrópole. Sua cidade natal
era portuária, com economia próspera e vida urbana agitada. Além disso, o Apóstolo percorreu muitos centros urbanos de sua época, para tornar o nome de Jesus conhecido e formar comunidades cristãs. Outro aspecto relevante é em relação à preparação intelectual do Apóstolo. Aos 7 anos, Saulo (que depois adotou o nome de Paulo) entrou na escola da sinagoga, no bairro judeu de Tarso, lá aprendeu a ler a língua grega. Aos 10 anos, concluiu o curso primário, e aos 11, sabendo ler bem o grego, começou o secundário. Com 15 anos, terminou o ensino secundário e dos 16 aos 20 anos é provável que Saulo tenha escolhido um mestre da Universidade. Aos 20 anos,
escolheu especializar-se na cultura e religião de seu povo de origem, e foi para Jerusalém. Assim, a exemplo do Apóstolo, a necessidade de uma formação intelectual que seja coerente às necessidades de hoje, para dialogar com o mundo contemporâneo e tornar plausível às pessoas a mensagem de Jesus Cristo é essencial. Essa formação precisa fazer parte da vida de religiosos, sacerdotes e leigos engajados nas pastorais e movimentos. “Definir um contexto eclesial contemporâneo e iluminá-lo com o testemunho de Paulo é tarefa tão grandiosa quanto as dimensões da cidade aniversariante. Como
alternativa, pode-se focalizar o testemunho de discernimento do Apóstolo em relação a um aspecto do contexto eclesial de seu tempo que talvez encontre sintonia com a Igreja atual: a coerência frente ao novo que o Espírito revela em cada contexto. O Evangelho pregado por Paulo era muito simples: Cristo é o verdadeiro Deus de Israel que se encarnou, tornou-se homem, morreu por todos e ressuscitou. Com sua ressurreição, libertou a humanidade e chama a todos a viver como ele viveu. Para o patrono da Arquidiocese de São Paulo, toda a vida cristã comunitária e apostólica se resumia em aceitar o amor de Cristo, corresponder e testemunhar,
amando os irmãos”, explicou a irmã Maria Inês Carniato, paulina, mestra em teologia. Porém, o ideal que Paulo tinha, de Igrejas regidas pela lei do amor e do Espírito: fraternas – testemunhas e evangelizadoras – não se realizou como ele esperava nos primeiros anos da missão. Rapidamente, ele se deu conta de que o Espírito precisava dele para conduzir as comunidades. Era a ele que elas apelavam quando tinham impasses e fazia parte de sua missão também esclarecer, corrigir e ajudar quando preciso. Paulo ensina o desprendimento pastoral de quem semeia o Evangelho entre espinhos e acredita que é Deus quem faz crescer e dar frutos.
B2
O SÃO PAULO 22 a 28 de janeiro de 2013
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
Responsáveis pela delegação de Madri na JMJ Rio-2013 visitam Arquidiocese de SP O monsenhor Gregorio Roldán e o padre Francisco Cañestro, responsáveis pela delegação madrilenha que participará da JMJ Rio-2013, visitaram de 16 a 18 a Arquidiocese de São Paulo para articular a vinda da delegação espa-
Crer é a exigência para seguir Jesus Viver o Ano da Fé em sintonia com o Apóstolo dos povos é voltar à experiência de Jesus, o enviado de Deus Pai Nayá Fernandes
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
“Pode-se dizer que os outros apóstolos foram testemunhas do modo como Jesus de Nazaré interpretou e testemunhou visivelmente a esperança de Israel: o Reino de Deus. Já a polêmica identidade apostólica de Paulo não foi compreendida por ninguém, por estar em outro nível, o da fé. A grande notícia de vida que ele se esforçou por divulgar a todas as criaturas é o anúncio novo de que, mediante a morte e ressurreição do Senhor, a salvação é para todos”, explicou irmã Maria inês Carmiato, paulina, mestra em teologia, em pesquisas realizadas para a congregação das irmãs paulinas. Por mais que Paulo insista, ninguém está no nível dele para entender. Garante que foi instruído pelo próprio Senhor Ressuscitado, jura que não está mentindo, mas não vê o fim das calúnias e do menosprezo de muitos. Ele carrega sozinho o peso da ruptura causada pela novidade do Espírito. Seu Evangelho, que apresenta Cristo morto e ressuscitado, confirma o Evangelho histórico dos outros apóstolos, mas não é equivalente. É infinitamente mais amplo, porque transcende a revelação concedida
a Israel. Por isso, ele insiste incansavelmente no título “Apóstolo de Jesus Cristo para os gentios”. “A firme decisão pastoral tomada por Paulo de não exigir dos pagãos as práticas judaicas desencadeou o equivocado esforço da Igreja de Antioquia para corrigir seus erros e salvar a boa fé dos cristãos gentios por ele iludidos. No fim da missão na Ásia, tolerado com reservas pelas Igrejas mães e jurado de morte pelos judeus em Jerusalém, o Apóstolo foi martirizado em Roma, provavelmente pelo simples fato de ser cristão e não por ter sido um grande missionário”, continuou irmã Maria Inês. Morreu sozinho, distante dos que amava, e ninguém levou seu corpo até as catacumbas para ser venerado junto aos outros mártires. Sepultaram-no entre os escravos e os anônimos, fora dos muros da cidade. Morreu insistindo que o único critério paulino para que alguém integrasse à comunidade cristã era professar a fé em Jesus e ser batizado. A fé, que testemunhou Paulo e os cristãos das primeiras comunidades, era uma fé
radical em Jesus e o esforço para viver como ele. Era a fé de Jesus, mais do que a fé em Jesus. O Filho de Deus encarnado foi fiel ao Pai e cumpriu sua missão até as últimas consequências. Os primeiros seguidores do Mestre, ao ser batizados, precisavam estar dispostos a também perder a vida se preciso fosse, para dizer ao mundo a força da fé que possuíam. Morto no abandono como Jesus - o testemunho de Paulo foi igualmente selado por Deus com a força da ressurreição. Sua vida foi transformada pelo Espírito em texto bíblico, Palavra viva, eficaz e eterna, comunicação para todos os povos. “A primeira palavra escrita do Novo Testamento é o nome de Paulo, no inicio da primeira carta aos Tessalonicenses. Sua comunicação da graça do Ressuscitado foi transformada em letra viva, traduzida em todas as línguas, proclamada e ouvida pelas comunidades cristãs do mundo todo. E assim continuará, animando a koinonia, ou seja, a comunhão-comunicação da Igreja em todos os contextos, até o fim dos tempos”, concluiu a teóloga.
“Uma só coisa: comportem-se como pessoas dignas do Evangelho de Cristo. Desse modo, indo vê-los ou estando longe, eu ouça dizer que vocês estão firmes num só espírito, lutando juntos numa só alma pela fé do Evangelho, e que vocês não têm medo de seus adversários. Para eles, isso é sinal de perdição, mas para vocês é sinal de salvação, e vocês não só a graça de acreditar em Cristo, mas também de sofrer por ele, empenhados na mesma luta em que vocês me viram empenhado, e na qual, como vocês sabem, ainda agora me empenho. Portanto, se há um conforto em Cristo, uma consolação no amor, se existe uma comunhão de espírito, se existe ternura e compaixão, completem a minha alegria: tenham uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só pensamento. Tenham em vocês o mesmo sentimento que havia em Jesus Cristo”. (Fil 1,27-2,5).
Luciney Martins/o são paulo
Apóstolo Paulo empreende uma jornada mundial DA ESPECIAL PARA O SÃO
A Jornada Mundial da Juventude é um momento de intensificar o compromisso no seguimento de Jesus entre os jovens. O papa é um mensageiro que congrega em torno da pessoa de Jesus a juventude que busca viver o verdadeiro encontro com o Mestre. Paulo também foi um enviado às comunidades para reunir as pessoas que desejavam seguir o Cristo. O envio para a missão é uma escolha feita pelo Espírito Santo, por meio da ação da comunidade. Em oração, a comunidade de Antioquia compreendeu que era hora de abrir-se para a missão. Barnabé e Paulo foram recomendados à proteção da Palavra de Deus
e do Espírito Santo e foram enviados para evangelizar. O texto dos Atos dos Apóstolos começa então a chamá-los com o título de Apóstolos. “Apóstolo, na linguagem da Bíblia, significa mensageiro. É o mesmo sentido dado à palavra anjo. É um ser que vem de Deus e fala palavras de Deus. Ele sai de junto de Deus e vai anunciar uma notícia a alguém. Tem uma identificação profunda com Deus. Os capítulos 20 e 21 dos Atos dos Apóstolos trazem uma das mais comoventes narrativas do Cristianismo primitivo: Paulo foi despedir-se de suas equipes de missão. Os inúmeros colaboradores e servidores das comunidades, em Mileto, lançavam-se ao pescoço dele, e em lágrimas, o
beijavam e tornavam a beijar. Em Tiro, levaram as crianças para o acompanharem até o navio. Ele era um missionário itinerante e queria chegar até os confins do mundo. Por isso, quis ir à Roma, mesmo que essa sua ida tenha sido como prisioneiro e martirizado” ressaltou irmã Maria Inês. Outra característica das comunidades de Paulo era a igualdade de ministérios entre homens e mulheres e a valorização dos jovens. Durante a vida de Paulo, ainda não havia ministérios ordenados. Todos serviam à comunidade e aos carismas eram colocados a serviço com igualdade. As comunidades de Paulo eram lideradas tanto por homens quanto por mulheres. E enquanto ele viveu, elas tiveram
nas comunidades os mesmos direitos de ensinar e coordenar. Igualmente Paulo valorizou os jovens. À Timóteo, por exemplo, jovem dirigente da comunidade de Éfeso, escreveu duas cartas. O Apóstolo chamou-o de amado filho e encorajou-o na missão de animador da comunidade, alimentado pela Sagrada Escritura e pela fé em Jesus Cristo. Paulo, na constante união de vida com Cristo, tornou-se uma pessoa transformada: profundamente humano e cheio de confiança e amor pelas pessoas que haviam aceito a fé. Dentre estes, alguns se dispuseram a dedicar a vida ao trabalho missionário ao lado dele e formaram equipes evangelizadoras, que não só anunciavam o Evangelho em
novas cidades, como também animavam as comunidades, faziam-se presentes em momentos de crises e dúvidas, ajudavam Paulo a escrever cartas, orientavam e esclareciam as comunidades, quando Paulo não podia fazer isso pessoalmente. Segundo irmã Maria Inês, “Paulo que, por natureza era uma pessoa de sentimentos fortes e radicais, transbordava de amor, cuidados e gratidão por estes colaboradores, homens e mulheres, jovens e idosos que, orientados e liderados por ele, ajudaram-no a expandir as comunidades cristãs por todo o mundo por eles conhecido”. A luz do Ressuscitado, que envolveu Paulo, colocou em seu coração uma experiência
do mistério. Ele compreendeu que tudo era vazio e inútil sem ele. A luz de Damasco foi luz afetiva, que inundou os olhos do coração de Paulo. Ele foi vencido pela luz. A luz é a fonte da missão. A partir de então, Paulo tornou-se discípulo do Mestre Jesus e incansável missionário, anunciador da sua Palavra. O encontro dos jovens com o papa Bento 16, no Rio de Janeiro em julho, quer ser um momento de envolvimento, de alegria e fortalecimento da fé, mas sobretudo, de compromisso no seguimento de Jesus, de encontro com o único Mestre capaz de dar cor e ânimo aos jovens de todas as idades. (NF)
O SÃO PAULO 22 a 28 de janeiro de 2013
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
B3
Rede Aparecida exibe filme sobre conversão de São Paulo A Rede Aparecida apresenta, dia 25, uma sessão especial de Cinema da Fé com o filme “Paulo de Tarso”. O filme conta a história da conversão de Paulo, que de perseguidor se tornou um dos maiores seguidores de Jesus. A produção, que será
Gosto de São Paulo e acho que aqui é o foco principal do Brasil. Penso que o governo deveria investir mais na saúde e na qualidade de vida do povo paulistano. Também sou funcionária pública e vejo como está precária a saúde na cidade. A gente precisa de melhorias tanto para o médico quanto para o paciente. O médico, tendo um salário digno, com certeza vai melhorar ainda mais sua qualificação e poderá dar um respaldo melhor para o paciente. O paciente precisa de apoio do governo, apoio para medicamentos, apoio do médico, precisa fazer uma atividade física. Então, o governo deveria investir e proporcionar caminhadas, grupos de hipertensão, educação alimentar para o paciente; o povo de São Paulo precisa ter uma melhor qualidade de vida para poder também melhorar sua saúde.
São Paulo precisa aumentar os corredores de ônibus para melhorar o trânsito não só para os usuários, mas para nós motoristas também. A quantidade de ônibus circulando até que é suficiente, mas da forma com que circulam é complicado. Já foi pior, antes da construção dos corredores que existem. Porém, pelo tamanho da cidade e pela quantidade de gente que transita o dia inteiro, ainda falta muito para melhorar o trânsito. Outra solução é ampliar as linhas de metrô, o que também desafogaria o trânsito. Para se ter ideia, faço quatro viagens por dia, mas fico de 8 a 9 horas e meia atrás do volante. Isso é muito cansativo. Penso também que se houver mais controle do número de veículos circulando pelas ruas o trânsito melhoraria. Mas, para isso é necessário um transporte melhor.
O fio da meada os governantes já têm encontrado, que é a escola de tempo integral. Acredito que a criança, sobretudo a mais carente, precisa ser acolhida num ambiente integral, onde ela tenha, além daquilo que é básico na escola, acesso a outras tecnologias, à informática, acesso a um currículo mais focado na área do esporte e nas artes. A escola precisa sair dos seus muros, levar as crianças a conhecerem outros equipamentos da cidade. As crianças precisam frequentar teatro, salas de música, de dança, enfim precisam conhecer o acervo cultural da cidade. Se nós pudermos ter acesso a essas crianças e oferecer a elas um repertório melhor, no qual elas possam compartilhar mais os problemas e entender que existem outras soluções, será mais enriquecedor para elas.
Estudo apresentado fala num déficit de 390 mil moradias em São Paulo, mas não contempla quem está em áreas de risco, famílias que moram em casas sobrepostas ou em conjuntos habitacionais irregulares. Contando com tudo isso, o cálculo dos movimentos é de 700 mil moradias. No centro expandido existem 40 mil domicílios vazios que dariam para receber cem mil inquilinos. Temos apresentado para o prefeito e o secretário da Habitação a relação de imóveis e domicílios vazios no centro, que podem ser transformados ou ainda dar lugar a novas construções. Queremos a implantação do Morar Perto, que foi proposta de campanha do Haddad; queremos também construir na periferia, para remover as famílias que estão em áreas de risco, muitos dos quais provenientes de outras remoções.
Ana Lúcia Finamor Paiva, médica cardiologista, natural de Cambuí (MG), mas mora em São Paulo há 20 anos.
José Carlos Gama nasceu em Jacobina (BA), mas vive em São Paulo há 35 anos, 25 dos quais trabalhando como motorista de ônibus.
Rosangela Yarshell, pedagoga, é diretora da Escola Estadual Alfredo Paulino, nasceu em Guarulhos, mas vive há quase 30 anos em São Paulo.
Osmar Borges, natural de Vitória da Conquista (BA), há mais de 40 anos em São Paulo, na Frente de Luta por Moradia, entidade que organiza 15 mil famílias.
Cidade de São Paulo faz 459 anos Metrópole aniversaria, mas quem precisa de presente é a população, garantem profissionais de áreas básicas Fotos: Luciney Martins/o são paulo
Elvira Freitas
Reportagem no centro
Uma gestão transparente compreendendo mais comunicação com a imprensa e a sociedade é o presente que o prefeito Fernando Haddad (PT) quer dar, nos próximos quatro anos, à cidade que completa 459 no dia 25, e a si próprio, que faz 50 anos no mesmo dia. Perguntado pela reportagem, à saída do Sesc Consolação, onde participou do lançamento da 4ª edição da pesquisa sobre o nível de satisfação dos paulistanos, denominada Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), sobre o que gostaria que a cidade lhe desse de presente, Haddad respondeu: “A cidade é que está precisando de presente e vou me empenhar nestes quatro anos para dá-lo”. (Veja mais à pagina A7)
O prefeito disse também, em coletiva com a imprensa ao final do lançamento do Irbem, que encaminhará até março seu plano de metas para a cidade, reforçado pelo manifesto elaborado pelo comitê de trabalho da Rede Nossa São Paulo. Haddad disse que trabalha entre 12 e 14 horas por dia, sem almoço, para identificar gargalos que podem impedir o cumprimento de suas propostas de campanha. A Lei Orgânica do Município determina que o prefeito apresente o plano de metas antes de completar 90 dias de mandato. Ele adiantou também que vai apresentar propostas de parcerias ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) ainda esta semana. Haddad afirmou que todo administrador enfrenta desconfiança da população e dos encarregados de fiscalizar a Prefeitura. “Hoje, a sensação
na cidade é de que tem uma negociata por trás de todo empreendimento, por trás de toda a iniciativa pública e vencer isso e conquistar a confiança dos órgãos de controle é também uma tarefa que exige muito sacrifício físico e paciência”. Por isso, ele reforçou
que fará uma administração transparente, com o diálogo constante com a sociedade. Outro ponto, segundo Haddad, é realizar grandes manobras para conseguir renegociar a dívida de São Paulo com o governo federal e também para conseguir as verbas neLuciney Martins/o são paulo
Haddad recebe pesquisa do Ibope e fala de necessidades da cidade
cessárias para os investimentos. “Para nós conseguirmos fazer, infelizmente hoje, não basta recursos, que está faltando. O orçamento da Prefeitura não tem espaço nenhum para investimento. Vamos ter de operar em várias frentes simultaneamente: parcerias com o governo federal e estadual, revisão do contrato da dívida insustentável na cidade de São Paulo, parceria público-privada e parceria comunitária”. Nesta segunda-feira, teve início o projeto de internação compulsória na Cracolândia. Haddad afirmou que a medida depende de uma ação conjunta, que carece da participação do poder judiciário, como está ocorrendo agora na região. O prefeito disse que a Prefeitura vai apoiar a ação do governo estadual, caso seja solicitada a ajuda pelo Palácio dos Bandeirantes. Na segunda-feira, dia 21,
movimentos sociais fizeram manifestações em frente ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), no centro da capital paulista, para protestar contra a medida do governo estadual que pretende tornar mais ágeis as medidas de internação compulsória de dependentes químicos em São Paulo. Para as organizações ligadas à defesa dos direitos humanos e à luta antimanicomial, a iniciativa seria mais eficiente, na verdade, se houvesse o reforço da política de atenção psicossocial. Coincidentemente, a sensação de insegurança do paulistano em 2012 foi a mais alta observada desde 2009, de acordo com quarta edição do Irbem, mas, conforme Haddad, “é necessário fazer chegar à população os constrangimentos que a administração está sofrendo”.
B4
O SÃO PAULO 22 a 28 de janeiro de 2013
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
Igreja no Rio de Janeiro abre processo de beatificação de Odetinha O arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), dom Orani João Tempesta, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa, no dia 16, para falar sobre o início do processo arquidiocesano de beatificação da Serva de Deus Odette Vidal de Oliveira, Odetinha,
11º Plano orienta ações na Igreja de SP Cardeal dom Odilo Scherer lançará, dia 25, documento que será base para atividades pastorais da Arquidiocese Luciney Martins/o são paulo - 22.set.2012
SÍNTESE DAS INDICAÇÕES PASTORAIS EM CADA URGÊNCIA (Este resumo é baseado nos itens do texto do 11º Plano, mas não os menciona na íntegra)
1ª Urgência: Igreja em estado permanente de missão Localizar grupos, pessoas e categorias sociais para o trabalho de evangelização; realizar missões populares e missões ad gentes; visitas convidando à participação nas comunidades eclesiais; momentos de ação ecumênica e de diálogo inter-religioso; distribuir folhetos querigmáticos, especialmente em presídios e junto aos doentes; formar ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, com especificidade para atenção aos enfermos.
Lideranças pastorais avaliam maneiras eficazes de implementar o 11º Plano, após a aprovação em assembleia arquidiocesana em 22 de setembro de 2012
Daniel Gomes
Redação
Na celebração da festa do Apóstolo São Paulo, em missa na Catedral da Sé, na sexta-feira, dia 25, às 9h, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, fará o lançamento do 11º Plano de Pastoral “Arquidiocese de São Paulo – testemunha de Jesus Cristo na Cidade”. O plano, que terá vigência de 2013 a 2016, leva em consideração às avaliações feitas no ano passado sobre o 10º Plano (2009-2012) e a realidade na qual está inserida a Arquidiocese. Também está em sintonia com as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2011-2015) e com os indica-
tivos para a vivência do Ano da Fé. No texto de apresentação, o Cardeal explica que meta orientadora que a Arquidiocese assume com o plano é ser testemunha de Jesus Cristo na cidade de São Paulo. Em setembro de 2012, na assembleia arquidiocesana na qual o 11º Plano foi aprovado, dom Odilo apontou que “o plano pastoral é uma grande carta de intenções de nossa Arquidiocese para os próximos quatro anos. Tendo-o em
mãos, temos que tomar conhecimento para fazê-lo em prática”. O plano está estruturado em duas partes. Na primeira, é retomada a caminhada pastoral da Arquidiocese desde a Conferência de Aparecida, enfoca-se a fidelidade à pessoa de Jesus Cristo, as possibilidades e desafios da evangelização em São Paulo e a vocação evangelizadora da Igreja. Na segunda, são apontadas as urgências da ação evangelizadora
na Igreja em São Paulo e apresentadas indicações pastorais. Em anexo ao documento, está o projeto de evangelização (veja abaixo), que viabilizará o cumprimento das metas do 11º Plano. Nesta semana, de acordo com o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, as regiões episcopais receberão exemplares do plano (a tiragem inicial é de 25 mil), que serão entregues às lideranças pastorais. “Faço votos que o 11º Plano de Pastoral possa proporcionar um belo e frutífero caminho de unidade pastoral, como resposta aos desafios, necessidades e urgências pastorais do nosso tempo”, deseja o Arcebispo no texto de apresentação do plano.
Projeto de evangelização estabelece destaques à ação pastoral Da Redação
Projeto de evangelização “Testemunha de Jesus Cristo na Cidade”
Simultaneamente à vigência do 11º Plano de Pastoral, a Arquidiocese de São Paulo terá um projeto de evangelização. “O plano pastoral define metas, estabelece prioridades, nos dá a direção, enquanto o projeto de evangelização é um instrumento que vai facilitar a realização do plano, o cumprimento das metas”, explicou dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese e referencial do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, na assembleia na qual o plano foi aprovado, em setembro de 2012. De acordo com o projeto, no quatriênio 2013-2016 serão ressaltados o Catecismo da Igreja Católica, as constituições do Concílio Vaticano 2º e as cinco urgências das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2011-2015), além da urgência da juventude. Desse modo, em 2013, na vivência
do Ano da Fé, ressalta-se “A fé que professamos”, do Catecismo da Igreja Católica, a constituição conciliar Lumen Gentium e as urgências “A Igreja e a evangelização dos jovens”e“Igreja - comunidade de comunidades”. A urgência “Igreja em estado permanente de missão” é transversal e será ressaltada nos quatro anos do projeto. Em 2014 estará em evidência “A fé que celebramos e rezamos”, a constituição Sacrossactum Concilium e a urgência “Igreja - casa da iniciação cristã”; em 2015, será enfatizada “A fé que vivemos”, a constituição Dei Verbum e a urgência “Igreja – lugar da animação bíblica e da vida pastoral”; por fim, em 2016, estará em destaque“A fé que testemunhamos”, a constituição Gaudium es Spes e a urgência “Igreja - a serviço da vida plena de todos”. (DG)
2ª Urgência: Igreja – casa da iniciação cristã Ter uma pastoral catequética vigorosa nas paróquias e comunidades, com catequistas atentos à realidade e à Doutrina Social da Igreja; pregar assiduamente os temas sobre fé e moral; dar atendimento personalizado às pessoas; destacar o encontro com Jesus Cristo; celebrar de modo intenso o Ano da Fé; formar e acompanhar na fé do cristão adulto; estimular e acompanhar a educação na fé e o projeto de vida dos jovens. 3ª Urgência: Igreja – comunidade animada pela Palavra de Deus Impulsionar a animação bíblica da pastoral na ação evangelizadora; fazer com que todos tenham a Bíblia; apoiar grupos de famílias, círculos bíblicos e pequenas comunidades; favorecer o conhecimento da Palavra de Deus nos ambientes secularizados e entre os não crentes; realizar a Lectio Divina; propiciar a formação litúrgica e musical aprimorada; valorizar a homilia; leitura e estudo da constituição dogmática Dei Verbum; que paróquias e comunidades ofereçam retiros espirituais fundamentados na Palavra de Deus. 4ª Urgência: Igreja – comunidade de comunidades Cultivar formas comunitárias de viver a fé; investir na setorização em unidades territoriais menores; que as CEBs mantenham a missão de promover a interação entre fé e vida; apoiar e orientar as novas comunidades; favorecer e estimular a experiência de paróquias-irmãs; leitura e estudo da constituição dogmática Lumen Gentium; promover a implantação da Pastoral do Dízimo nas comunidades. 5ª Urgência: Igreja a serviço da vida plena para todos Ter atenção à família, bem como a crianças, adolescentes e jovens nas comunidades eclesiais; acompanhar a ação dos trabalhadores; incentivar e acompanhar as pastorais, vicariatos e organismos da Arquidiocese; educar à preservação da natureza e sobre o valor da vida; estimular à participação social e política; favorecer a colaboração e parceria das instituições católicas com outras instituições nas causas justas e compatíveis com a fé e a moral cristã; dar atenção à presença da Igreja nas periferias; prevenir contra as drogas, álcool, prostituição,violência e todas as formas de agressão à dignidade da pessoa. 6ª Urgência: A Igreja e a evangelização dos jovens Repensar as ações pastorais com a juventude; envolver as organizações eclesiais na Semana Missionária e na JMJ; organizar o Setor Juventude; identificar pessoas que tenham o carisma para o trabalho com os jovens e capacitá-las; fazer com jovens evangelizem outros jovens em sites, blogs e redes sociais; investir na criação de comunidades jovens por interesses afins; envolver as famílias nas ações preventivas com os jovens.
Aplicação do 11º Plano A Pastoral Fé e política, pela missão de educar para a cidadania ativa e o exercício responsável da política, formando “Testemunhas de Jesus Cristo na cidade de São Paulo” na defesa do bem comum e na construção de uma sociedade justa, insere-se na 5ª Urgência do 11º Plano, “Igreja a serviço da vida plena para todos”. O comprometimento com a 6ª Urgência, a evangelização da Juventude, dá-se por meio da CF, ao integrar a Rede das Escolas da Cidadania e ao promover o Curso de Fé e Política. Márcia Castro, integrante da Pastoral Fé e Política
O Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo (Clasp) assume plenamente o 11º Plano, pois é fruto da participação das inúmeras pastorais, organismos e associações. O plano reforça a missão do Clasp quando aponta para o protagonismo laical na vida da Igreja e da sociedade, a formação integral dos leigos e principalmente a vivência comunitária e espiritual. Os seis conselhos de leigos e os oito grupos de articulação nas regiões episcopais inicialmente refletirão o documento. Edson Silva, presidente do Clasp
O 11º Plano constitui para o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) um importante instrumento para atuar neste desafiante contexto urbano da metrópole. Por isso, suas equipes contribuíram, juntamente com as pastorais sociais, para a elaboração do plano que, na verdade, está em permanente construção. Testemunhar Jesus Cristo na cidade, desde a realidade migratória, pode ser uma boa notícia a partir das seis urgências citadas no Plano.
A partir dos desafios apresentados no 11º Plano, queremos organizar o Setor Juventude na Arquidiocese e nas regiões episcopais, congregando as pastorais, movimentos eclesiais, novas comunidades e congregações, e provocando os trabalhos de evangelização juvenil para: uma postura mais ousada e missionária em relação aos jovens que não participam das atividades eclesiais; formação de agentes de pastoral que possam acompanhar e ajudar a criar grupos de jovens, e intensificar a atuação em defesa da vida da juventude.
De acordo com conteúdo do Plano, “o trabalho pastoral realizado pela Pastoral da Criança e pela Pastoral do Menor merece um grande apoio para evitar que crianças e adolescentes tornem-se vítimas precoces do abandono, da violência, das drogas e abusos, ou então lhes sejam negadas oportunidades e perspectivas de futuro.” Para a transformação dessa realidade injusta, temos que despertar o ardor missionário e nos conscientizarmos que somos todos responsáveis.
Considerando a 4ª urgência “Igreja – comunidade de comunidades”, no Parágrafo 97, item 3, no qual as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são citadas, queremos em comunhão com o 11º Plano, animar, articular e fortalecer a caminhada das CEBs na Arquidiocese, intensificando nossa identidade cristã, reavivando o espírito de comunidade à luz da Palavra de Deus, motivando para a missão permanente em nossas comunidades, despertando para o compromisso social e assim responder aos grandes desafios da evangelização no meio urbano.
Roberval Freire, coordenador do SPM
Nei Márcio Oliveira Sá, secretário executivo do Setor Juventude
Sueli Camargo, coordenadora da Pastoral do Menor
João Sérgio da Silva, da equipe arquidiocesana das CEBs