Arquitetura & Saúde - Luz e Cor

Page 1



Editorial

Expediente

A concretização de um projeto

ANO I - Ed. n°. 01 DIRETOR EXECUTIVO Eduardo Pontual eduardo.pontual@arquiteturaesaude.com

Inicialmente, gostaríamos de compartilhar com todos os nossos colaboradores e, principalmente, os nossos leitores a primeira ediçãoda Revista Arquitetura & Saúde. Um projeto que se concretizou e cujo intuito é, acima de tudo, se apresentar como uma fonte de consulta para profissionais, estudantes e apreciadores da boa leitura em geral. Nosso objetivo é não só abastecê-los com um conteúdo de qualidade, mas também promover nesse espaçoa troca de experiências de profissionais, abrindo um canal interativo que pretendemos que seja ativo e benéfico para todos. Nossa revista será sempre composta de matérias variadas e artigos sobre diversos assuntos e segmentos. A cada ediçãoteremos uma editoria chamada AGENDA, que é um cronograma atualizado a respeito dos principais eventos a serem realizados ao longo dos anos. Neste canal o leitor também tem vez e poderá se fazer ouvir, através do nosso espaçointerativo E-MAIL e etc., onde serão bem-vindas sugestões, críticas, dicas e comentários em geral.

CONSELHO EDITORIAL Evandro Costa Inayá Capella Helenilde Fortes Ieda Azevedo PROJETO EDITORIAL Contextual Comunicação Alan Pereira - Redator Eliane Canegal - Repórter Fabiana Finamore - Designer COMERCIAL comercial@arquiteturaesaude.com publicidade@arquiteturaesaude.com

MARKETING Luiz Claudio Carvalho luiz.carvalho@arquiteturaesaude.com

Teremos ainda um espaçosocial no qual sempre traremos registros de EVENTOS marcantes e variedades, como GASTRONOMIA e CULTURA, sugestões de LIVROS e de VINHOS, além de dicas TURÍSTICAS de lugares inesquecíveis para fomentar sua viagem de lazer ou de negócios.

ATENDIMENTO AO LEITOR Tel: (21) 2108-8999

A Revista é composta também por anúncios de empresas e profissionais que acreditaram em nosso projeto, apoiando institucionalmente nossa iniciativa e sendo determinantes para a concretizaçãodesse trabalho.

Av. Ayrton Senna, 2.150 - Casa Shopping - Bloco F - Sala 215 Barra da Tijuca - Rio de Janeiro.

Nesta primeira edição,optamos por destacar a importância das cores em nossas vidas de um modo geral. Para isso, acionamos alguns dos nossos inúmeros colaboradores para que construíssemos uma publicaçãohomogênea sobre o tema, porém com olhares peculiares e personalizados.

Por motivos de espaçoou clareza, a revista se reserva o direito de selecionar ou resumir as mensagens para publicação.

A matéria de capa aborda a vida e obra de um dos artistas plásticos mais expoentes do Brasil e do mundo, Antonio Peticov. Trouxemos também artigos sobre a relevância das cores dos alimentos, a preocupaçãocom o aquecimento global, tratamentos com laser, a cromoterapia, entre outras informações.

Arquitetura & Saúde é uma publicaçãobimestral da SeleçõesTécnicas e Científicas de Arquitetura e Saúde Ltda.

Desejamos a todos uma ótima leitura e que a cada dois meses possamos nos encontrar, construindo, assim, uma parceria de longa data, regada a muita informaçãode qualidade. Eduardo Pontual Diretor Executivo

redacao@arquiteturaesaude.com

A produção total ou parcial de qualquer texto ou imagem, por qualquer meio de reprodução, sem autorizaçãodos responsáveis ou da publicação,é totalmente proibida. Os artigos científicos assinados são de total responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista.

3


Sumário

18

Antônio PETICOV

Nesta edição

Um gênio nas artes das cores e da matemática

4

Agenda

As cores dos alimentos

O tempo não para

Conforto ambiental através do design Design aplicado no ambiente de saúde

28

Cromoterapia: ciência das cores

30

A hora da Terra... e do Céu

34

Gastronomia

11

12

14

Uma terapia complementar

Homenagem

26

08

A harmonia da cor e da luz a serviço da medicina

Reiki

Dobrar de tamanho sem perder o foco

05

O que mudou na relação médico-paciente...

Laser

23

16


Agenda

Fique por dentro Maio XXII Congresso Brasileiro de Arquitetura Hospitalar e XIII Congresso Internacional de Engenharia e Arquitetura Hospitalar De 23 e 25 de Maio de 2012 Dia 25 – 2 Workshops (manhã e tarde) Expo Center Norte – Vila Guilherme Coordenador Científico: Salim Lamha Neto Site: www.saocamilo-sp –eventos – adh2012 Programação científica em elaboração

Junho Design and Health 2012 8th Design & Health World Congress & Exhibition Kuala Lumpur Convention Centre, Malásia. 27 de Junho a 1º de Julho de 2012. www.designandhealth.com




Por Ivana Roza Nutricionista - Complexo Tecnológicos em Medicamentos - FIOCRUZ

As Cores

As cores dos alimentos são determinadas pela presença dos pigmentos que além de porporcionarem um atrativo visual, possuem propriedades para a prevenção e proteção de doenças. Uma boa nutrição depende de uma alimentação regular, equilibrada, e a variedade de cores melhora a qualidade nutricional da comida, pois é através dos alimentos que fornecemos às células do corpo não só a quantidade como também a variedade adequada de nutrientes importantes para seu bom funcionamento. Devemos ter sempre muito claro o real significado do que é se alimentar, como exposto por Hipócrates "Deixe o alimento ser teu

8

remédio e o remédio ser teu alimento". E dessa maneira, com uma alimentação colorida, suprindo às necessidades do corpo com todos os nutrientes de maneira equilibrada, tanto quanto as vitaminas, sais minerais, aminoácidos, carboidratos, enzimas, como pelas cores, sabores, qualidade, para que possamos ofertar ao nosso corpo as matérias primas que ele necessita.

Os nutrientes dos alimentos proporcionam ao organismo energia e condições de reagir aos radicais livres, que são substâncias tóxicas produzidas no decorrer do nosso processo respiratório.


dos

alimentos

Em média 5% do total de oxigênio que respiramos converte-se em radicais livres, e quando produzido em quantidades moderadas combatem às bactérias presentes no nosso organismo. E as células do nosso corpo, em condições normais, possuem proteção contra o excesso de radicais livres. Porém, como estamos expostos a dezenas de fatores agressores durante o dia, o nível dessas substâncias aumenta com acúmulo de impurezas, que podem lesionar e até matar as células, levando ao envelhecimento precoce e a várias doenças como cardiopatias, aterosclerose, diabetes e até mesmo ao câncer.

Cada alimento tem uma diferente propriedade, e a diversificação do mesmo se estende ao aspecto energético. E para isso devemos enriquecer nossos pratos com alimentos coloridos, pois essas cores que traduzem em si energia, ditam também a qualidade dos elementos que irão nutrir o organismo, complementando nossas necessidades energéticas diárias.

Os produtores externos que contribuem para o aumento de radicais livres no nosso corpo, além do próprio oxigênio, são os alimentos com agrotóxicos, aditivos, estresse, cigarro, poluição, etc. E para neutralizar o efeito oxidante, ajudando ao nosso organismo a produzir substâncias antioxidantes, precisamos ingerir as vitaminas encontradas nos alimentos.

As vitaminas C, E, betacaroteno e outras substâncias antioxidantes, aliados ao consumo de alimentos pobres em gorduras saturadas e rico em fibras, juntamente com um estilo de vida saudável, contribuem para a diminuição do risco de doenças e na promoção de qualidade de vida, desde a infância até a vida adulta.

9


O que as cores dos alimentos podem proporcionar para a nossa saúde

Alimentos de cor amarela ou alaranjada são ricos em betacaroteno e vitamina C, que é um antioxidante fundamental para a proteção das células. Essas substancias mantêm o nosso sistema nervoso e imunológico ativos e atua neutralizando as toxinas que consumimos ou formamos pela ação do stress físico e psíquico. Temos como representantes: mamão, cenoura, manga, abóbora, nectarina, pêssego, laranja, abacaxi, pimentão amarelo, ameixa amarela carambola, caju, milho, damasco e tangerina. Alimentos de cor branca são excelentes fontes de cálcio, fósforo, magnésio e potássio. Eles auxiliam na transmissão neuromuscular, na regulação dos batimentos cardíacos, na formação dos ossos e dentes e a propriedade de carrear o cálcio. Temos como representantes: nabo, couve-flor, aipo, batata baroa branca, cará, pêra, inhame, leite, cogumelos, cebola, alho, acelga, banana. Alimentos de cor vermelha são ricos em licopeno e carotenóides, que são precursores da vitamina A. Bons para o coração e para a memória, fortalecem olhos e pele. Além disso, o licopeno, fitoquímico encontrado em alguns alimentos deste grupo, ajuda na prevenção do câncer de próstata. Temos como representantes: cereja, goiaba vermelha, acerola, rabanete vermelho, maçã, melancia, morango, pitanga, romã, tomate, pimentão vermelho, uva vermelha.

Alimentos de cor verde são ricos em cálcio, fósforo, ferro, ácido fólico e vitamina C e clorofila. Promovem o crescimento e ajudam na coagulação do sangue, evitam a fadiga mental, auxiliam na produção de glóbulos vermelhos do sangue, além de fortalecerem ossos e dentes. Representantes desses alimentos: todas as folhas e legumes verdes, como escarola, agrião, espinafre, couve, brócolis, salsa, cebolinha, pimentão verde, vagens, alface, manjericão, abobrinha, quiabo, jiló, kiwi, abacate, ervilha, limão. Alimentos de cor roxa, preta ou azulada. Essa tonalidade se deve a um pigmento chamado antocianina que está ligado a presença da vitamina B1, minerais, potássio e vitamina C. Dão disposição física, mental e mantêm íntegros o sistema nervoso, músculos e coração. Grande parte deste grupo possui um poderoso antioxidante que retarda o envelhecimento. Os principais representantes são: almeirão roxo, alface roxa, amora, berinjela, beterraba, cebola roxa, uva roxa, ameixa, repolho roxo, figo roxo, jabuticaba, feijão. Alimentos de cor marrom são ricos em selênio, fibras e vitamina E. Todos esses nutrientes têm uma participação importante no metabolismo geral celular. Muitos funcionam como enzimas, facilitando diversas reações químicas. Eles têm ainda efeito antioxidante contra a fadiga, e outros auxiliam a divisão celular, além de ajudarem a regular o funcionamento do intestino. Os grandes representantes desse grupo são: cereais integrais e sementes oleaginosas, castanhas, canela, avelãs, nozes, amendoim, lentilha e cereais integrais.

Os alimentos têm a capacidade de trazer benefícios à saúde prevenindo doenças. Por isso é muito importante ter uma alimentação balanceada e rica em cores, utilizando a diversidade de alimentos. E seguindo a conduta orientada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), consuma 05 porções de frutas e legumes ao dia variando as cores dos alimentos, mantendo uma dieta saudável e bem diversificada, com nutrientes essenciais para a proteção adequada do organismo e sem exageros.

Aproveite, acrescente cor a sua vida, uma alimentação com qualidade e não com quantidade, assim o seu prato fica mais nutritivo e bem atrativo. 10


O Tempo não Para o que mudou na relação médico paciente...

O mundo mudou e evoluiu em uma velocidade descomunal. Quem poderia imaginar que aparelhos portáteis convergiriam várias mídias e que a internet aproximaria o mundo inteiro a um clique? Logo podemos compreender que as inovações nos serviços médicos também acompanhariam a roda do tempo. A relação médico-paciente, tal qual era há anos, não é mais a mesma. Hoje, existe um terceiro elemento nesta relação: os planos de saúde, que devido a sua complexidade, merecem um artigo em separado. Os resultados de uma clínica médica não se limitam ao trabalho dos especialistas em cada uma das áreas da ciência. Para que haja satisfação do cliente, é necessário que se persiga incessantemente um atendimento de excelência. O atendimento em uma clínica se dá em algumas etapas, todas elas intimamente ligadas umas às outras.

Uma falha em uma parte do processo pode ser fatal para o cumprimento bemsucedido da cadeia de relacionamento. Podemos dividir este atendimento em ao menos 4 partes: a primeira ocorre no contato telefônico entre paciente e atendente, a segunda acontece na chegada à clinica, enquanto a terceira caracteriza-se pelo atendimento propriamente dito. Por fim, a saída do paciente da clínica configura-se na última peça deste ciclo. Desde o agendamento, momento no qual é necessário submeter o paciente a um questionário - fato que por muitas vezes desagrada o cliente - até a recepção, o serviço prestado deve ter foco no bem estar. A sala de espera, por exemplo, é um local no qual devemos oferecer conforto e minimizar o aborrecimento por possíveis esperas, considerando atrasos e emergências que podem acontecer de parte a parte. Todo este caminho leva à consulta, que é o objetivo fim disto tudo.

O paciente tem de ser bem recebido e sentir confiança no diagnóstico do médico. Com o resultado em mãos, mais um contato com a recepção, para a finalização de um processo que, para ter bons resultados, deve ser bem cuidado do início ao fim, evitando que haja desconforto aos clientes. Os bastidores de uma clínica não parecem tão complexos para quem está indo fazer uma consulta médica, mas o que está por detrás das portas é uma grande engrenagem que envolve profissionais de praticamente todas as áreas.

Por Mauro Cukierman Diretor Administrativo Serviços Medicos Oftalmoligicos

11


Por Dr.Alberto Goldman Médico Titular da SBCP

Laser A harmonia da cor e da luz a serviço da Medicina

Q

uais

motivos levaram o ser humano a associar cores escuras, como a preta, com tristeza ou com a morte e cores claras com alegria e vida? Por que beduínos, nômades, vagam no deserto com vestes brancas ou claras e não escuras? Por que na sombra faz menos calor que ao sol?

A luz faz parte de nossa vida. Sempre fez. A cor igualmente é parte integrante de nosso dia a dia. O binômio luz e cor está intimamente relacionado com nossa evolução, a natureza e nosso destino. Há aproximadamente um século, Albert Einstein ditaria os conceitos básicos que sedimentaram o conhecimento do que hoje utilizamos como laser. Foi a pedra fundamental para a aplicação desta energia luminosa em várias áreas da atividade humana e também na medicina.

O laser é uma luz artificial, mais precisamente uma onda eletro12

magnética. Ele não existe na natureza. Foi criado, modificado e aperfeiçoado pelo homem. As principais características desta energia residem no fato de ela ser monocromática (de uma única cor), possuir um único comprimento de onda e caminhar na mesma direção, de modo paralelo (ondas paralelas ou colimadas). Sua fonte pode ser líquida, sólida ou gasosa ou, ainda, a combinação de mais de um destes elementos. Ele pode ou não ser visível, estar na banda de radiação infravermelha ou ultravioleta. Laser é uma sigla em inglês “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation” que pode ser traduzida literalmente por “Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação”. Seus conceitos se baseiam nas teorias de Einstein (1916) e Charles Townes (1954), entre outros cientistas. Nada mais é do que um equipamento contendo um meio ativo, como por exemplo, um cristal de rubi. Esta parte contém átomos ou moléculas cujos elétrons, através de efeitos eletro-magnéticos, emitem luz (fótons). Além disso,

possui uma cavidade óptica (ou ressonador), uma fonte de energia e espelhos. O meio ativo é excitado pela corrente elétrica e libera fótons ou energia que é refletida por espelhos e exteriorizada através do equipamento. O princípio da coerência do laser determina que os fótons estejam em fase entre si. Estas características, somadas com outras peculiaridades físicas como a freqüência, fluência ou spot (diâmetro do feixe), determinam a interação desta energia do laser com diferentes tecidos de nosso corpo, levando a efeitos terapêuticos.

A cor e a luz fazem parte deste mundo da laserterapia. Sabemos que existe uma afinidade entre luz e cor. Alguns tipos de emissão de laser são visíveis ao olho humano, outras não. Mas todas elas (luz) têm uma atração, uma especificidade por alguma cor. Esta cor, chamada alvo, está presente em pigmentos, na maioria das vezes naturais, encontrados no ser humano. Desta forma, quando realiza


mos, por exemplo, uma depilação com laser, esta energia luminosa procura o pigmento do pelo, mais especificamente a melanina presente em sua raiz. O laser se concentra sob forma de calor, eliminando a raiz do pelo por um efeito conhecido como fotohipertermia. Em outras palavras, a cor escura do pelo representada pela melanina atrai a cor específica do laser. Da mesma maneira, quando tratamos pequenas varizes nas pernas ou face, o laser deve ser específico para outro pigmento, a hemoglobina. Trata-se de um pigmento alvo vermelho, pois esta é a cor do sangue e dos vasos que são coagulados com a energia do laser. Novamente a afinidade de uma cor, o vermelho, por uma energia luminosa do laser que busca esta cor que se concentra neste alvo. Outros exemplos de alvos ou pigmentos podem ser a água ou a tinta de uma tatuagem. Agora fica mais fácil entender porque os nômades beduínos preferem o branco. Esta cor reflete o sol intenso, enquanto as cores escuras absorvem este calor.

energia “perdida”, uma vez que não atinge seu alvo. Mas, ao mesmo tempo, ao ser refletida, pode levar a efeitos indesejados ou até mesmo danosos à distância. Daí a importância da utilização de óculos especiais por parte do médico, equipe e paciente. Estes óculos de proteção possuem lentes com filtros especiais e específicos para cada tipo de comprimento de onda e cada laser. Estas especificações estão por lei descritas nestes equipamentos de proteção, os quais devem ser utilizados de maneira adequada e específica, de acordo com o comprimento de onda utilizado. Sendo assim, não existe um óculos de proteção único ou genérico. A não observância deste cuidado pode levar a acidentes como queimaduras,

Alguns efeitos estão relacionados com o uso do laser nos tecidos orgânicos. Estes princípios de interação luz-pele ou luz-tecidos são fenômenos que determinam a ação desejada do laser em diversas partes de nosso organismo. Quando emitimos um laser em alguma área de nosso corpo, sabe-se que parte da energia é absorvida pelos alvos também chamados cromóforos. Parte desta energia, porém, é transmitida, outra é espalhada ou dispersa para áreas vizinhas e uma porção desta luz é refletida. Esta reflexão do laser é um importante fator a ser levado em conta durante os diversos tipos de tratamentos, pois é uma

danos visuais e, em casos extremos, à cegueira. Outro aspecto importante é lembrarmos que alguns materiais como o metal, o vidro e os espelhos possuem uma alta capacidade de reflexão. Desta forma, estes materiais devem ser evitados ou protegidos nos ambientes em que o equipamento for utilizado. Pedais com proteções e desenhos especiais, sinalização gráfica, sonora e luminosa nas portas das salas de procedimento e corredores de acesso, dispositivos especiais presentes nos equipamentos para desligar rapidamente os lasers em caso

de necessidade, treinamentos e simulações por parte da equipe médica e paramédica, gelo à disposição, orientação detalhada e honesta do tratamento, seus riscos, benefícios e limitações, além de outros recursos são parte integrante do importante arsenal de cuidados antes e durante a realização de qualquer tratamento com laser. Atualmente, quase todas as áreas da medicina contam com o laser como aliado, seja na parte diagnóstica ou terapêutica. Modernos e eficazes tratamentos com lasers estão presentes na oftalmologia, cirurgia plástica, dermatologia, cirurgia vascular, ginecologia, entre outras especialidades médicas. Esta energia luminosa tem se fundamentado como recurso valioso e efetivo no tratamento de muitas alterações vasculares e microvarizes, depilação, manchas, suor excessivo nas axilas, cicatrizes de acne, vitiligo, psoríase, remoção de tatuagens e maquiagens, estrias, no rejuvenescimento da face, pescoço ou mãos, no tratamento de alguns tipos de câncer, na celulite, em processos dolorosos e até na lipoaspiração com laser. A evolução tecnológica é acompanhada por cada vez mais indicações e usos clínicos que vêm sedimentando o laser como mais uma ferramenta a serviço da saúde, medicina e beleza. Não um milagre, mas mais uma luz à serviço do médico. Theodore Harold Maiman, notável e reconhecido físico americano responsável pela criação de um dos primeiros lasers na medicina certamente estava coberto de razão quando disse: “O laser é uma solução à procura de um problema.” Desde então, foram descobertas numerosas e criativas aplicações e hoje o laser é efetivamente a solução para diversos problemas.

13 11


REIKI O SIGNIFICADO DA PALAVRA

O termo REIKI se divide em dois significados: REI é a energia cósmica primordial e KI é a energia vital e física. Os indianos a chamam de PRANA e os chineses de QI (se fala TCHI). O QUE É O REIKI O REIKI, como um sistema ou uma técnica, foi desenvolvido pelo Dr.Mikao Usui no Japão, que através de pesquisas teve contato com os símbolos dos antigos Sutras Budistas que são conhecimentos muito antigos. Esta técnica se espalhou rapidamente pelo mundo todo e hoje faz parte do conjunto de terapias holísticas complementares à medicina tradicional. Seu uso não está ligado a nenhum credo ou dogma religioso. O reikiano que é quem aplica o Reiki não faz diagnóstico e nenhuma terapia complementar para substituir a medicina oficial. Hoje a OMS já recomenda o REIKI como uma terapia que pode complementar o tratamento, porque acalma a mente, o espírito, equilibra as emoções, os sentimentos, proporcionando uma melhora do paciente. A energia que é enviada para dentro da pessoa através de toques sutis faz com que haja um equilíbrio da energia, quando da força vital flua naturalmente, sem bloqueios. Assim que esta energia vai trabalhando em todo o corpo físico e emocional, vai havendo um profundo relaxamento e vê-se como resultado um alívio nas tensões emocionais, no stress, na ansiedade, no medo e na insegurança. Isso porque quando nos tornamos equilibrados energeticamente ficamos mais tranquilos e aptos a nos relacionar melhor com as pessoas, com o trabalho e com a vida. Com o tempo, conseguimos uma expansão em nossa consciência e passamos a ver a vida com outros olhos, o que faz com que passemos a reagir melhor aos problemas e desafios do dia- a-dia. Vamos nos sentindo mais calmos e

14

UMA TERAPIA COMPLEMENTAR

seguros, menos ansiosos e mais tolerantes.

Quando um terapeuta REIKI está trabalhado, à medida que ele, como um canal desta energia, deixa que ela flua através de suas mãos, ele também recebe REIKI. Isto cria um vínculo de muita calma porque o terapeuta não se exaure. Ele não doa a sua própria energia e assim não se cansa. Ele é cuidado ao mesmo tempo que cuida de alguém e esta é uma das mais importantes vantagens entre o REIKI e as outras terapias holísticas. Atualmente o REIKI tem sido reconhecido como possuidor de grandes virtudes terapêuticas. Isto fez crescer muito o interesse em seu aprendizado, ampliando seu ensino e criando espaços onde se trabalha com pacientes em tratamento, como um complemento muito útil nas fases pré e pós-tratamento devido a sua contribuição para aliviar a tensão e em muitos casos, até a dor dos pacientes. O REIKI COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NO AMBIENTE HOSPITALAR O REIKI em um hospital, por sua missão primeira que é equilibrar as energias, proporcionando relaxamento, calma e paz, pode ser utilizado não só nos pacientes, mas também nos funcionários, desde os profissionais da saúde em seus diferentes cargos, até os que atuam nas áreas administrativas, da recepção, segurança, etc. As pessoas que trabalham em hospitais estão sujeitas a muita tensão, pressão e cansaço, entre outras coisas. Nestes casos, receber REIKI é de muita utilidade. Neste atendimento podem ser incluídos os familiares dos doentes terminais e os próprios também. O REIKI não é uma religião nem uma seita e não é preciso “acreditar” em sua eficácia para que ele atue. O REIKI é como se fosse uma transfusão de energia que faz com que quem o receba se sinta muito bem.

UM AMBIENTE PROPÍCIO Os pacientes acamados e que não podem se locomover recebem o REIKI em seus leitos, mas se a pessoa puder sair da enfermaria, o que já é muito bom, ela pode ser atendida em uma sala que seja especial para isso. Um ambiente calmo, com paredes em cores claras e calmantes, com uma cortina esvoaçante na janela (se der para um jardim, nossa, maravilha), que tenha um som calmante e suave no ambiente (existem CDs maravilhosos e especiais para o REIKI), e onde pode haver suave perfume no ar .(em difusores, com essências calmantes como lavanda, alfazema, hortelã, etc.). Tudo isso é para que a pessoa se sinta acolhida e aconchegada. Deve-se evitar qualquer símbolo religioso para não melindrar a crença de ninguém, salvos os casos em que se tenha alguma tendência religiosa no local e se queira usar seus símbolos para reforçar esta ideia de um ambiente calmo e aconchegante. UM CAMINHO DE AMOR Nos dias de hoje, é comum encontrarmos terapeutas REIKI fazendo o seu trabalho em clínicas de repouso para idosos, orfanatos, hospitais e outros lugares onde se presta um serviço assistencial, agindo como trabalhadores voluntários, oferecendo gratuitamente o seu tempo e trabalho porque este é também um dos caminhos do REIKI, ou seja, participar ativamente de um movimento que move todas as pessoas de bem, neste Planeta. É um movimento cheio de esperança que sonha com um mundo melhor. SEU APRENDIZADO O sistema REIKI é aprendido em cursos de níveis I, II, III e IV, sendo que desde o nível I, a pessoa já pode trabalhar e é preciso ser um Mestre de REIKI devidamente habilitado para transmitir estes ensinamentos.



Homenagem

Valeu

16



Ant么nio

PETICOV


artes

nas

Um gênio

das cores

e da

Entrevista

matemática Por Eliane Canegal

Com mais de 50 anos de carreira, o paulista Antonio

onde foi para sua cidade natal, São Paulo.

Peticov é um dos artistas plásticos brasileiros mais importantes e com maior reconhecimento no exterior. Seu currículo apresenta mais de dois mil trabalhos incluindo desenhos, pinturas, esculturas etc. Já expôs em mais de 25 países, dentre eles Alemanha, Bélgica, Bulgária, China, Estados Unidos, Itália, México, Uruguai e Inglaterra.

A paixão pela matemática recreativa, geometria e domínio do uso das cores são características marcantes em suas obras. Autodidata, Peticov tem mais de 4.000 quebra-cabeças, além de ter fascínio pela otica e os estudos relacionados com a parte visível do espectro eletromagnético, as sete cores em que a luz se decompõe e que sintetizam o processo criativo.

Desde cedo Peticov já tinha certeza do rumo que seguiria em sua vida. Aos 12 anos começou a pintar, fazer gravuras e não parou nunca mais. Ávido por conhecimento se aprofundou nos estudos e começou a desenvolver seu trabalho com bases nas informações adquiridas em livros e revistas. Impelido por novas experiências a fim de aprimorar suas obras, em 1970 foi morar em Londres (Inglaterra). No ano seguinte, partiu para Milão (Itália) e em 1986 transferiu sua residência para Nova Iorque (Estados Unidos), voltando definitivamente para o Brasil em 1999, de

Apesar de manter um estilo realista, quase fotográfico, suas obras apresentam uma marca pessoal, um estilo único de perícias, interesses e senso do maravilhoso. Como um bom mestre, não se coloca na posição de quem ensina, mas sim na de quem mostra um caminho. E justamente por isso, ele deixa uma reflexão para todos ao parafrasear George Harrison: “Beware of darkness, ou seja, cuidado com a escuridão, pois nela estão as coisas escusas. Está o engenhoso, o errado. Nela se rouba, se trai. Nela há mentira. A verdade está na luz”.

19


Entrevista

Como descobriu sua vocação? Minha família mudou-se para o Rio de Janeiro e meu pai foi trabalhar na organização de um Congresso mundial, onde o escritório dele era na Casa Publicadora Batista, uma grande editora. Lá tinha um diretor de arte, chamado Mauro Salles Junior, o Marsal, um artista que me impressionou pela sua postura. Daquele momento em diante eu já sabia o que queria. Desde então, comecei a me interessar por arte em geral.

Quais são as características mais relevantes da sua obra? O que a diferencia das demais ? Eu tenho um gosto acentuado pelas cores. Uma forte relação com a matemática e proporções harmoniosas encontradas na seção áurea. Meus trabalhos, quando figurativos, abordam o fantástico, o mágico. Diferindo do surrealismo, o Realismo Mágico utiliza imagens familiares, realistas, mas sempre em um contexto mágico, ou fantástico.

O que significa Divina Progressão - A Seção Áurea? No Universo, tudo que cresce obedece leis matemáticas e em particular a proporção áurea, conhecida como Seção Áurea, ou Ponto de Ouro. Essa proporção está inserida na figura geométrica mais perfeita, que é o Pentágono. A proporção áurea sintetiza uma fórmula da beleza, da Harmonia. O próprio umbigo é a divisão áurea da altura da pessoa. Assim como a falange dos dedos, o queixo, a boca, o nariz. 20

Conte-nos um pouco da sua história por onde andou, sua formação. E sua participação no tempo da tropicália? Em 1970 morei em Londres. No ano seguinte, parti para Milão, na Itália, onde fiquei até 85. Depois fui para Nova Iorque (EUA). Com isso, tenho trabalhos expostos em todo o mundo. Gravuras editadas e espalhadas nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Suíça, entre outros. Minha participação no movimento tropicalista se deu através de minha relação de amizade com o Caetano e com o Gilberto Gil, que conheci assim que desembarcaram em São Paulo. Anos antes formei uma banda chamada Six Sided Rockers, que deveria acompanhar um cantor chamado Tulio Devulski, falecendo logo após o primeiro ensaio com a banda, que continuou trabalhando e posteriormente mudou o nome para O'Seis. Com o início da Tropicália essa banda se desfez ficando apenas o trio, passando a se chamar Os Mutantes, que foram integrados ao trabalho dos bahianos participando com o Gil no Festival da Record com a musica Domingo no Parque. Em 1970, quando saí do Brasil indo morar em Londres me abriguei ao lado de Caetano e Gil, que generosamente me hospedaram por um tempo.

Como a obra de Leonardo Da Vinci se manifesta no seu trabalho? Apesar da Santa Ceia ser um dos trabalhos mais perfeitos de Leonardo em termos de pintura, composição etc., o que mais me impressiona é a vida de Da Vinci; sua atitude, busca, suas intenções, inquietações, curiosidade e o envolvimento em cada coisa que fazia. Ele é um exemplo para todos nós artistas.

Daí é que vem o seu interesse pela matemática? Sim, devido à estreita relação da matemática com a Natureza, pois a matemática exprime a perfeição não havendo nela erros.


Entrevista

Sabemos de sua participação nos encontros internacionais dos maiores matemáticos. Fale-nos um pouco sobre isto. E o Quebra- cabeça? Esses encontros, em homenagem a Martin Gardner, acontecem a cada dois anos em Atlanta e o último ocorreu em março deste ano. Martin Gardner ficou conhecido graças a sua seção sobre Matemática Recreativa publicada mensalmente na revista de divulgação cientifica Scientific American. Através dos seus artigos, pessoas nas mais variadas partes do globo viram que não estavam sozinhas em suas estranhas elocubrações e pesquisas sobre curiosidades relacionadas com jogos matemáticos, quebra cabeças, lógica, paradoxos, ilusões sensoriais , ladrilhamento, ambiguidades visuais e outras "esquisitices" divulgadas por Martin Gardner, que foi também o maior expert em Lewis Carrol (foi editada no Brasil uma excelente edição de Alice no Pais das Maravilhas e Através do Espelho brilhantemente comentada por ele). Essas pessoas, estimuladas por um de seus maiores admiradores, um americano chamado Tom Rodgers, começaram, em 1993, a organizar um encontro bianual chamado G4G - Gathering for Gardner, que esse ano foi o 10º, o G4GX, reunindo pessoas interessadas em trocar experiências, bater papos, apresentar novos truques de mágica e contribuir cada um com tantos presentes quantos sejam os participantes do encontro, possibilitando assim que todos levem para casa um testemunho do ocorrido. Essa troca de presentes nasceu com a intenção de que o próprio Martin Gardner, ao receber uma copia de cada presente, saboreasse o que se passou no encontro feito em sua homenagem.

Há distintas percepções entre o ambiente em que se insere cada obra de arte e sua respectiva contribuição ao perceptor/usuário do ambiente saudável ? Sim, pois cada pessoa é única em suas experiências e visões. Picasso dizia que têm pessoas que transformam o sol em uma simples mancha amarela enquanto outras transformam uma simples mancha amarela no Sol.

Qual a interferência da arte no processo de promoção da saúde? Existe esta relação de contribuição intrínseca entre arte e saúde ? Claro que sim. O envolvimento com a arte melhora a qualidade de vida, a percepção dos fatos e do universo ao seu redor. Um exemplo disso é a utilização correta das cores em certos ambientes. O que eu destaco é, principalmente, o envolvimento emocional com o belo, que interfere profundamente no campo mental. Justamente por isso, o artista plástico contribui para a melhoria das condições de saúde das pessoas. Esse entrosamento com a arte é muito importante, pois peças de obras de artes interessantes em ambientes específicos podem trazer melhora nas condições de saúde de um indivíduo.

Qual conselho daria a um iniciante? Trabalhar, trabalhar e trabalhar. Se acha que trabalha muito, trabalhe um pouco mais. Nada vem de graça.

Você acredita que o artista plástico ainda sofre discriminação? Com certeza. Na Itália, onde morei por 14 anos, eu sou respeitado porque lá os artistas são considerados heróis nacionais. Aqui no Brasil não acontece o mesmo. Quando me perguntam a profissão e digo que sou artista, logo vem o questionamento: de qual canal? As pessoas acham que artista é só quem trabalha em televisão. Elas não valorizam a profissão porque desconhecem. Então, acho que a mídia deveria difundir mais informações a respeito do trabalho artístico, principalmente, nas novelas que atinge a grande massa da população. O artista tem seu valor. E como tal deveria ser respeitado. 21



Dobrar de tamanho sem perder o

foco A MHA Engenharia é responsável pelos projetos de instalações e pelo gerenciamento da execução das três novas torres que serão construídas junto ao Hospital Sírio-Libanês. Uma empresa de engenharia como a MHA é capaz de trabalhar nos mais variados segmentos, sejam quais forem os desafios. Um exemplo dessa versatilidade é o projeto de instalação hidráulica, elétrica, mecânica, de incêndio, gases medicinais e ventilação da ampliação do Hospital Sírio Libanês – a cargo da MHA desde 2008. Serão construídas três novas torres – os blocos E, F e G –, com uma área total de 90 mil m². Além dos projetos de instalações, a empresa também é responsável por fazer o gerenciamento da execução das obras, a cargo de outras companhias contratadas. O vínculo com o Sírio-Libanês é antigo. Em 1986, a MHA fez o projeto do Bloco C e outras construções, realizadas internamente ao longo dos anos – um exemplo é o Bloco D, onde foi implantado um centro de oncologia. “Esse projeto atual vem de uma sequência de trabalhos de muito tempo, e sempre tentamos atendê-los da melhor forma, com construções de alta qualidade e atendimento de prazos”, garante Edison Domingues, diretor do projeto da MHA. O conceito inicial que norteia toda a ampliação é que, com esses três novos blocos, o Sírio esgotaria a área de utilização do complexo. Por isso, as novas instalações precisariam ser feitas de forma a permitir no futuro a maior flexibilidade possível para novas áreas, alterações, revisões de layout, modificações e inserção de outras tecnologias com equipamentos mais modernos. “Tem toda a convergência de um aprendizado, e hoje a gente busca levar para as torres o que existe de mais atualizado e moderno na área da assistência à saúde”, afirma Rodrigo Macedo, superintendente de Engenharia e Logística do Sírio-Libanês.

Os blocos E e F serão construídos em estrutura metálica e incluirão área de exposições e central de internação, ampliação do setor administrativo, 34 leitos na UTI cardiológica, núcleo de especialidades (endoscopia, colonoscopia, oftalmologia, entre outras), 14 salas no Centro Cirúrgico, 90 leitos na UCC e UCG, nove pavimentos de internação, restaurantes e capela. Já o Bloco G, que será estruturado em concreto, terá docas para recebimento de consignados, espaço do colaborador com academia e lan house, área de segurança do trabalho, refeitório para mais de 600 pessoas, CME, mais 12 leitos de UTI cardiológica, centro de reabilitação com ginásio e piscina, laboratórios e internação. As novas torres também terão pavimentos técnicos, áreas de apoio, coberturas, barriletes, casas de máquinas e outro heliporto. O Bloco E terá 19 pavimentos, o F, 14, e o G, 17. Os blocos existentes não serão modificados, apenas haverá em alguns pontos específicos ligações entre as áreas novas e as existentes. “Todos os prédios irão se comunicar. Isso acarreta a necessidade de obras nesses setores de interligações para adaptação dos ambientes”, explica Fernando Marques, diretor adjunto da área de gerenciamento da MHA. A fase atual é de licitações e orçamento para a escolha das empresas que executarão as diferentes partes da obra. A expectativa é que até novembro as responsáveis pelas instalações já estejam contratadas, sendo que a previsão de conclusão final é de 39 meses.

Desafios superados O projeto de ampliação do Hospital SírioLibanês foi concebido desde seu início com uma orientação clara em relação à contingência: como o dia-a-dia de uma instituição desse tipo é salvar vidas, a rotina não pode sofrer grandes

23


alterações devido a quebras ou paradas de sistemas. É preciso haver uma contingência para problemas nos equipamentos – com caminhos alternativos, equipamentos reservas ou outros recursos. Um dos pontos trabalhados no projeto foi readequar a expectativa do cliente entre o que é a melhor tecnologia para eventualidades e aquilo que efetivamente é razoável prever. “Continua sendo a melhor tecnologia com muitos recursos de contingência, porém haverá um limite um pouco menor de atendimento do que o que a gente tinha quando iniciou o projeto em 2008”, comenta Raymond Khoe, coordenador do projeto. Outro desafio era em relação à altura das torres – a ampliação do Sírio é um dos maiores projetos que a MHA já fez. O lugar onde o hospital está localizado não permite uma expansão horizontal, somente vertical, e isso trouxe dificuldades, por exemplo, na disposição do controle de fumaça dentro do sistema de ar condicionado. A exigência do Corpo de Bombeiros é que seja possível exaurir a fumaça em caso de um possível incêndio, bem como repor a água. “Isso num prédio vertical com 16 andares, com pé direito alto, é bem complicado”, diz Raymond. Para completar, a ampliação receberá a certificação LEED, concedida pelo Green Building Council.

Empreendimento sustentável Conheça alguns dos aspectos que darão às três novas torres do Hospital Sírio-Libanês a certificação LEED do Green Building Council.

Parte elétrica Para evitar que uma pane na concessionária de energia deixe o hospital no escuro, uma usina de geração foi criada para suprir possíveis faltas. Essa usina consiste na composição de 100% da energia necessária no Sírio através de geradores – nesse caso, de quatro geradores a diesel de cerca de 4 megawatts cada um. Além de poder assumir o fornecimento de energia para o hospital no caso de um blecaute, a usina assume o papel da concessionária nos horários de pico, quando a tarifa é mais cara.

Ar condicionado O tratamento do ar externo é feito em equipamentos exclusivos. Ou seja, o ar externo quente e úmido não é jogado dentro do sistema diretamente, mas passa antes por outro local, onde é resfriado e perde a umidade. Isso permite que a qualidade do ar interno seja muito melhor controlada. Por outro lado, como o ar já vem seco, isso diminui a quantidade de água condensada nos condicionadores de ar, reduzindo o risco de formação de fungos e algas nas bandejas dos aparelhos.

Bombas de calor O uso dessas bombas de calor para aquecer água tem uma eficiência melhor do que um sistema a gás e muito melhor do que um sistema elétrico, e é feito através dos condicionadores de ar.

Eficiência energética Para um prédio ser sustentável ele precisa ter 10% a mais de eficiência energética na comparação com um prédio virtual padrão simulado pelo Green Building Council. Para chegar a essa eficiência, as novas torres do Hospital Sírio-Libanês terão – além de equipamentos que consomem menos energia – uma quantidade significativa de vidros para permitir a refletividade da luz solar em relação ao ambiente.

Economia de água Uma série de recursos serão utilizados nessa área, como a água de reuso. Essa água, proveniente de lavatórios, chuveiros e pias, será reutilizada nos sistemas de ar condicionado, de irrigação e de bacias.

24

Telemática e automação Todos os projetos foram desenvolvidos para que a automação possa não apenas monitorar, mas controlar os sistemas e as demandas por energia. A cada hora de mudança na carga térmica e condições de luz, o sistema de automação permite que o prédio se valha dessa tecnologia para atender às necessidades específicas dos horários. Por isso, as novas torres trabalharão sempre com a melhor condição de eficiência energética, seja na madrugada, seja no pico de atendimento, levando sempre em conta a lotação do hospital.



CONFORTO AMBIENTAL Design aplicado no ambiente de saúde – Uso da cor

Quais são as cores adequadas à aplicação no ambiente de saúde? Para responder essa questão é necessário ponderar muitas outras: Quem são os pacientes? Qual sua cultura? Quais as características do tratamento hospitalar ou clínico a ser recebido? Qual o nível possível de investimento e manutenção a ser empenhado? Todas são questões importantes a serem consideradas antes de abrir o catálogo de cores e especificar a paleta a ser aplicada. Sem contar todas as complexas interações culturais e simbólicas sobre a influência das cores, motivo de históricas e extensas explorações científicas, semióticas, psicológicas e místicas.

É necessário muita sensibilidade, criatividade e senso de humanidade para responder com cores e design a principal questão a ser ponderada: - O que conforta esse paciente?

Carla Vendramini Designer Vice-Presidente de Marketing da ABDEH – Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar

Essa questão foi devidamente atendida pela abordagem espacial proposta pela organização não governamental Teenage Cancer Trust1 que promove e mantem unidades para tratamento de câncer juvenil em hospitais do NHS - National Health Service2, o serviço nacional de saúde do Reino Unido. Existem 17 unidades com abordagens semelhantes e planos para implantação de mais 16. Todos os dias, no Reino Unido, seis jovens entre 16 e 24 anos recebem o diagnóstico de câncer. Diante dessa realidade resta enfrentar da melhor maneira possível, o penoso tratamento envolvendo repetidas internações, mesmo que por curtos períodos, para aplicações de radio e quimioterapia. Usualmente esses jovens pacientes seriam encaminhados para alas infantis, adultas ou destinadas a idosos, onde se sentiriam isolados e constrangidos. Os ambientes projetados foram adequados para promover a reunião desses jovens

26

pacientes para que possam apoiar uns aos outros. A unidade aqui destacada é a do moderníssimo Hospital Queen Elizabeth situado em Birmingham, segunda maior e mais importante cidade da Inglaterra. Inaugurada em maio de 2011, a YPU – Young Persons Unit teve seu projeto assinado pelo escritório londrino de design Two Create3.


ATRAVÉS DO DESIGN Um ambiente de saúde com um projeto em cores suaves, classicamente adotadas, poderia até ser considerado deprimente para esses jovens pacientes que vivenciam todas as suas atividades diárias conectados à Internet, compartilhando suas experiências em redes sociais, ouvindo música, lendo textos em tablets, etc. A ausência ou economia de estímulos visuais e criativos, foi desestimulada em pesquisa aplicada entre os próprios pacientes durante o processo de conceituação do projeto. Com conceitos alinhados à contemporaneidade do jovem europeu, surgiu então o tema “Hotel Boutique” no qual cada quarto ou ala da unidade adotaria um estilo diferente, com o objetivo que cada paciente variasse de ambiente a cada nova internação. Cores saturadas, em tons fortes, puros, invadem as paredes e o mobiliário dos quartos e áreas de apoio da unidade. Os ambientes assumem, através de ilustrações e imãs recortados, temas e estilos cool como Pop, Loft, Regency, Boho Style e os pacientes são convidados a personalizar seu leito ou quarto com objetos como cartazes e fotos. As soluções de projeto adotadas são de baixo custo e manutenção. Não vão além de pintura aplicada com moldes especiais ou adesivos. Podem facilmente ser recompostas ou alteradas. O diferencial reside no projeto de design que atende às características culturais, sociais e de faixa etária dos pacientes.

cinema e lounges para pacientes e acompanhantes.

Conforto e Ergonomia A atividade principal – o tratamento da saúde – não deve nunca ser negligenciada em função das questões estéticas mas o estado psicológico e o conforto humano atendidos pela aplicação de recursos visuais, ergonômicos e tecnológicos, podem ser considerados como parte do tratamento. Na YPU, todos os itens para o tratamento médico foram contemplados e especialmente adaptados para o atendimento de pacientes debilitados como mesas e cadeiras leves para serem movimentadas com uma só mão, no caso de pacientes recebendo soro.

O resultado da YPU apresenta a amplitudade com que se pode abordar um projeto. O design com seus recursos bi e tridimensionais deve contribuir e ter atuação interdisciplinar com os projetos de arquitetura, instalações, paisagismo, etc., além de atender as expectativas do contratante, seja na excelência do atendimento, como na facilitação dos processos de implantação e manutenção das áreas projetadas. Soluções adequadas e afinadas com o usuário fazem do design bem aplicado, um veículo de conforto e saúde pessoal e ambiental.

1. http://www.teenagecancertrust.org 2. http://www.nhs.uk 3. http://www.twocreate.co.uk Fotos: John Selby

Além da aplicação de cores estimulantes, foram disponibilizados também, docks especiais para conectar iPods, notebooks e outros aparelhos eletrônicos, considerados pelos jovens como extensões de seu corpo. Manter-se conectados com seu círculo pessoal, especialmente nesses momentos delicados, torna-se imprescindível. Outras atenções do projeto contribuem para o conforto e ambientação dos pacientes, como espaços sociais: área de estudo, cozinha-dia, sala de

27


Cromoterapia Ciência das Cores O desenvolvimento da ciência, tecnologia e o entendimento do funcionamento do corpo humano, tornaram a medicina atual demasiadamente fragmentada, na qual o indivíduo não é mais olhado como um todo e sim em partes. Ou seja, para cada parte do corpo humano existe uma especialização. A necessidade de um olhar ampliado do processo saúdedoença, onde se busque a integração do indivíduo com o meio ambiente e a sociedade, quase como um resgate as nossas origens, vem proporcionando maior visibilidade as práticas naturais e alternativas de saúde, dentre elas destacamos a cromoterapia. A cromoterapia é definida como a ciência que utiliza as 07 cores do Espectro Solar para restauração do equilíbrio físico-energético onde esteja ocorrendo algu

28

ma disfunção. O uso da Cromoterapia como tratamento médico teve inicio no Egito, conforme pesquisas do Dr. Paul Galioughi, autor do livro “La Médicine des Pharaons”, onde ele relata o uso das cores com a utilização de flores e pedras preciosas pelos sacerdotes-médicos da época. A CROMOTERAPIA se encontra na relação das principais práticas integrativas e complementares reconhecidas pela OMS em 1976. Essa relação foi ratificada pela OMS em 1983, através do Diretor Geral da World Health O r g a n i z a t i o n - O M S , D r. Halfdan Mahler, e pelo Diretor do Programa de Medicinas Tradicionais da OMS, Dr. Robert Bannerman.

No Estado do Rio de Janeiro existe a lei

5471 de 10 de junho de 2009 que estabelece a criação do programa de terapia natural nos hospitais Públicos e nas Unidades de Saúde , onde em seu artigo 2º, inciso II determina: “a implantação de Terapia Natural junto às unidades de saúde e hospitais públicos do Estado, dentre as suas diversas modalidades, tais como: Massoterapia, Fitoterapia, Terapia Floral, Acupuntura, Hidroterapia, Cromoterapia,Aromaterapia, Oligoterapia, Geoterapia, Quiropraxia, Iridologia, Hipnose, Trofoterapia, Naturologia, Ortomolecular, Ginástica Terapêutica e Terapias da Respiração.”

Vários estudos têm surgido sobre o uso das cores no tratamento de


doenças e destacamos alguns autores tais como:

curas surpreendentes em cerca de dois mil pacientes com a aplicação da Cromoterapia, recebendo o Prêmio Nobel, em 1903;

JOHN OTT - Médico e Diretor do Instituto Sarasota Flórida/USA, que pesquisou o efeito das cores sobre tumores cancerosos. Autor do livro “Health And Light”;

DINSHAH GHADIALI Médico indiano, residente em New Jersey/USA, que estruturou a Cromoterapia em bases científicas. Autor de uma Enciclopédia, em 3 volumes, sobre a utilização das cores nas doenças;

RENÉ

A cromoterapia é definida como a ciência que utiliza as 07 cores do Espectro Solar para restauração do equilíbrio físico-energético onde esteja ocorrendo alguma disfunção.

NUNES

Jornalista, Conferencista e Professor, de Brasília - Brasil (falecido em 1995), que se dedicou à pesquisa e aplicação da Cromoterapia em mais de dez mil pacientes, obtendo grande índice de recuperação. Autor de diversas obras, das quais cito “Cromoterapia Técnica”. Foi o grande divulgador da Cromoterapia como ciência médica-energética no Brasil e no exterior.

NIELS FINSEN - Médico e m C o p e n h a g u e , Dinamarca. Autor do livro “Propriedades Actínicas da Luz do Sol”. Fundou o Instituto da Luz para a cura de pacientes com tuberculose. Realizou

Ieda Azevedo Enfermeira com especialização em Gestão Hospitalar

29


A hora da Terra... e do

Céu Por José Canosa Miguez Arquiteto, lighting designer e consultor em iluminação urbana e da arquitetura

“Certamente não há nenhum espetáculo imaginado pelo gênio humano que possa ser comparado ao que o cosmos nos oferece com grande simplicidade. Sentimentos tão elevados de paz, beleza, humildade, exaltação, de profunda harmonia, só a visão dos céus pode proporcionar. Este espetáculo inimitável nos toca fundo na alma, provocando exaltação e admiração. Seria incrivelmente estúpido e cruel valorizar a falsa beleza de um mundo artificial e ignorar o espetáculo genuíno, profundo e precioso oferecido pela natureza e especialmente por um infinito céu estrelado.” (Giuliano Romano – Depto. de Astronomia - Univ. de Pádua – Itália).

Uma mobilização denominada Hora do Planeta – Earth Day 2012 - convidou governos, empresas e a população de todo o planeta a apagar as luzes durante sessenta minutos, às 20h:30min de sábado dia 31 de março, para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global. Ao chamar a atenção para a ameaça das mudanças climáticas, o gesto de desligar a iluminação nas cidades pôde servir também para uma maior tomada de consciência da humanidade para o problema da poluição luminosa no céu noturno das áreas urbanas.

A olho nu, dos locais mais remotos do planeta, podemos ver cerca de 5000 estrelas e nos encantar com o fantástico espetáculo do firmamento durante a noite. Porém, nas ruas iluminadas de uma grande cidade, conseguimos com dificuldade perceber menos de uma centena delas.

30


A poluição luminosa é uma das conseqüências do uso incorreto da luz artificial. É facilmente percebida na noite das cidades pelo brilho amarelado do céu, proveniente das luzes emitidas para o alto por luminárias ineficientes. Estas luzes desperdiçadas se refletem e refratam nas diversas partículas da atmosfera e o brilho daí decorrente impede a visão clara do firmamento ao reduzir o contraste entre o brilho dos astros e o escuro natural do céu noturno.

Principais observadores do espaço, os astrônomos vêm se manifestando em todo o mundo contra a dificuldade cada vez maior de se fazerem observações astronômicas dos observatórios situados na Terra, obrigando a caríssimos investimentos em pesquisa espacial a partir de satélites e telescópios espaciais. Alguns países - Itália, Espanha, EUA, Tchecoslováquia, Eslovênia e Romênia - já adotaram medidas legais para proteção de seus patrimônios naturais, com leis antipoluição luminosa.

O uso incompetente de artefatos de iluminação inadequados também provoca outros efeitos danosos: algumas luminárias são construídas de maneira a distribuir a luz pela maior área possível e as lâmpadas são nelas instaladas sem a cobertura superior suficiente. Como conseqüência, a luz é lançada em ângulos acima da horizontal e freqüentemente penetra pelos cômodos de residências - a chamada luz invasora. Isto obriga ao uso de cortinas e persianas para se conseguir a necessária ambientação para o sono no escuro, condição necessária para a produção da melatonina, hormônio cuja secreção interfere em nosso relógio biológico, e só é produzido durante a noite, sem a presença da luz.

A população dos grandes centros também sofre com o ofuscamento provocado pela intensidade excessiva destas luzes mal orientadas, que criam ambientes urbanos inseguros tanto para pedestres como para motoristas.

31


Ao modificar o ecossistema pela presença da luz artificial, a poluição luminosa provoca também sérias alterações nos ciclos vitais de plantas e animais, levando a migrações e alterações de seus hábitos

A cidade de Nova York já desliga as luzes de seus arranha-céus nas épocas de migrações para evitar a enorme mortandade de pássaros - cerca de 1 bilhão por ano noturnos.

nos EUA! - que se chocam com as vidraças dos edifícios, desorientados pela luz elétrica.

A contaminação decorrente do mau uso da iluminação artificial é uma realidade que precisa ser divulgada, combatida e solucionada. E parte da solução é muito simples: os efeitos do brilho excessivo da luz podem ser eliminados com o emprego de luminárias fechadas, tipo cut-off, em que a lâmpada fica totalmente embutida na carcaça e seu facho luminoso é limitado a níveis abaixo da horizontal, levando a luz apenas para as áreas de interesse.

E mais: a maior parte das lâmpadas de descarga, (fluorescentes por exemplo), consideradas mais econômicas por produzirem mais lumens por watt de energia elétrica, são também contaminadoras na medida em que emitem, em diferentes níveis, radiações nas faixas do ultravioleta e do infravermelho.

Mais ainda: o mercúrio e outros metais pesados usados na fabricação de lâmpadas fluorescentes (muito utilizadas em residências e áreas de trabalho), de vapor metálico e vapor de sódio (de uso corrente e incentivado na iluminação pública) são liberados para o meio ambiente quando estas lâmpadas são lançadas no lixo comum sem maiores cuidados. E o Brasil até hoje não iniciou programas abrangentes e efetivos para o descarte controlado destas lâmpadas, apesar de diversos municípios já adotarem a reciclagem das lâmpadas usadas em iluminação pública. Na Áustria só se compra uma fluorescente nova levando a usada para troca.

Veja-se o alto custo da fatura energética pública e privada: entidades internacionais estimam que 1/3 da energia utilizada no mundo para iluminação é desperdiçada pelo uso de luminárias inadequadas! No Brasil, 24% da energia elétrica geradas são consumidas em iluminação. Logo, 8% da energia elétrica produzida em nosso país são lançados para o espaço, para deleite dos marcianos!...

32


"... talvez agora voltemos a entender que sem o escuro não se valoriza a luz..." "... hoje a noite não chega nunca: querem criar um longo dia artificial..." "... hoje as luzes existem para ocultar a noite e não para iluminá-la..." Estes três comentários de Arnaldo Jabor fazem parte de uma matéria do Globo em 22 de maio de 2001. Podem ser republicados hoje, pois continuam tristemente atuais.

Ironias: a ignorância sobre o problema é tanta que continuam a circular na mídia as imagens da Terra à noite, geradas pela NASA a partir de satélites e naves tripuladas, como registro da beleza que é o nosso planeta visto do espaço!...

Esperanças: a pequena cidade de Tekapo na Nova Zelândia toma a iniciativa e busca o apoio da UNESCO para criar o "Parque das Estrelas", primeira reserva mundial de preservação do céu noturno do mundo. Será que no futuro só conseguiremos ver as estrelas como turistas?

...desligue uma lâmpada e acenda uma estrela... 33


Gastronomia

RISOTTO AL ACETO BALSÂMICO ACETO BALSÂMICO – O VINAGRE QUE VALE OURO Quando falo em ACETO BALSÂMICO lembro do início desse século ao tomar conhecimento das aventuras gastronômicas de que somos capazes ao descobrir tesouros da boa mesa. Em maio de 2000, através de uma revista mensal de gastronomia, tomei conhecimento do tal tesouro. Esse tesouro, incrível, de aroma complexo, penetrante e persistente, sabor acridove, equilibrado e elegante é uma das maiores contribuições da Itália à boa mesa universal. Chamá-lo, simplesmente, de vinagre é uma blasfêmea, e das grandes. Por isso, a grande receita que elaborei diversas vezes segue abaixo, porque o “RISOTTO AO ACETO BALSÂMICO” vai ficar, para sempre, na mente e no paladar de cada um de vocês. É, de fato, indescritível seu sabor. Aí vai a

receita. INGREDIENTES

MOLHO

100 grs de manteiga ½ cebola grande ralada 2 dentes de alho amassado 300 grs de arroz canaroli (é o melhor tipo de arroz para utilizar no risotto) 100 ml de vinho branco sêco

PREPARO

2 litros de caldo de carne 50 ml de azeite de oliva 3 dentes de alho cortados em lâminas 120 grs de toucinho em pequenos cubos 1 ramo de alecrim 1 ramos de sálvia 100 ml de aceto balsâmico 100 grs de queijo parmesão

- Em uma panela derreta metade da manteiga e doure a cebola juntamente com o alho amassado até que a mistura fique transparente. Junte o arroz, deixe fritar um pouco e flambe com o vinho. - Começar o cozimento do risotto, adicionando, aos poucos, o caldo de carne quente à medida que for secando. - À parte, numa frigideira, aqueça o azeite de oliva, junte o alho em lâminas, o bacon, o alecrim, a sálvia, e junte até dourar ( é importante a adição da sálvia, porque sem a sálvia o sabor fica diferente). - Adicione o aceto balsâmico, cozinhe por 2 minutos (ou o necessário) e reserve. - Quando faltarem, aproximadamente, 5 minutos para o cozimento final do risotto, que deve ficar “al dente”, junte o molho do aceto balsâmico. - Apague o fogo, incorpore a manteiga que sobrou, o queijo parmesão e misture bem. - Sirva de imediato com os ramos de alecrim a decorar.

UM POUCO DE HISTÓRIA DO ACETO BALSÂMICO A receita tradicional do vinagre balsâmico é feita com a redução (cozimento) de suco de uvas e não é um vinagre comum, pois ele é produzido nas regiões de Modena e Reggio Emilia, Itália, desde a época medieval. O nome "Aceto Balsamico Tradizionale di Modena" ou "Aceto Balsamico Tradizionale di Reggio Emilia" é um produto protegido por denominação de origem controlada (DOC) e pela denominação de origem da União Europeia. Ele é produzido com o suco das uvas brancas trebbiano que passam primeiro por um cozimento a fim de criar um tipo de concentrado que depois é fermentado com um lento processo de envelhecimento que vai concentrar os sabores. O Aceto Balsâmico pode ser utilizado em entradas, pratos principais e sobremesas. Faça a receita sugerida e fique surpreso com o que você irá degustar. BOM APETITE!!!

34




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.