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Victor Muniz Nascimento dezembro 2020
ENTRE NÓS
Trabalho final de graduação apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo sob orientação do Edson Lucchini Jr.
Aos meus pais, Beto e Shirley, por serem inspiração e dedicação. Aos meus familiares, por serem tanto carinho. Aos meus irmãos, Felipe e Thales, por me ensinarem tanto esforço. Pedro e Thiago, por me mostrarem o lado divertido. Jamily e Poliana, por serem tanta calma. Aos meus colegas de profissão, em especial, José Rocha, por me ensinar a qualidade. Ao meu orientador e amigo, Ed, por me ensinar que projeto nunca acaba. Meu eterno agradecimento.
Entre o luxo, fez-se o desigual. Entre o progresso, fez-se o vazio. Entre a preservação, fez-se o abandono. Entre a discussão, fez-se o incontestável. O mesmo céu nos cobre E a mesma terra liga nossos pés. Para que o arguto nos revele, Que o necessário estará, ENTRE NÓS.
Índice
Introdução ____________________
Contexto Histórico ____________________
Requalificação Urbana ____________________
Caminhabilidade ____________________
Conexões Urbanas ____________________
Área Selecionada ____________________
Edifícios Marcantes ____________________
Impermeabilidade ____________________
Questionamentos ____________________
Estudo de casos ____________________
Masterplan ____________________
Considerações finais ____________________
Bibliografia ____________________
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Fig.1 Mãos. [Fernando Nectoux]
Introdução O Projeto concerne em uma intervenção urbana, com o intuito de desenvolver um Masterplan, buscando requalificar a Praça da Bandeira e seus arredores. Este, contempla uma diligência sobre o curso de córregos já suprimidos da paisagem por meio da canalização, e substituídos pelas avenidas Vinte e Três de Maio e Nove de Julho.
Fig.2 Um mundo inteiro, para ele! [Wictor Doarte] Fig.3 Vista aérea do Centro de São Paulo. [Base: Google Earth (Mai/2020)] Fig.4 Homem observando o Vale do Anhangabaú. [Victor Lorenzo]
Logo, pode se dizer laconicamente que uma nova qualidade ao uso público será alcançada com o presente projeto, visto que hoje a praça se encontra isolada em seu entorno pelas barreiras resultantes das áreas consolidadas do Centro de São Paulo.
A relação entre a ausência de uso, de atividade e o sentido de liberdade, de expectativa, é fundamental para entender toda a potência evocatória que os terrain vague das cidades tem na percepção da mesma nos últimos anos. Vazio, portanto, como ausência, mas também como promessa, como encontro, como espaço do possível, expectativa.(SOLÁMORALES. I.) 11
Contexto Histórico Tida como uma das principais paisagens da cidade de São Paulo, a região de Vale do Anhangabaú é, também, um dos tópicos palimpsestos mais redigidos na metrópole devido sua expressão simbólica e espacial. De um aglomerado de plantações de chá, pântano insalubre e território de “rãs coaxantes”, o Vale se transformaria, junto ao desenvolvimento cafeeiro, em um dos principais parques municipais, os padrões estéticos e sanitários da época e, ainda, no próprio desejo de representar uma nova elite paulistana em formação. A partir dos anos de 1960, o centro financeiro tradicional da metrópole se movimentou em direção à Avenida Paulista e à região dos Jardins, em razão dos espaços e equipamentos públicos do centro histórico que começaram a dar sinais de deterioração. Com a chegada do plano de avenidas de Prestes Maia, referida região passaria por um novo processo de transformação. O desenho bucólico do parque de Bouvard seria sobreposto pelo traçado retilíneo do Plano de Avenidas, criando-se, por conseguinte, o sistema “Y” em um dos principais eixos viários da cidade, conectando as porções norte e sul por vias de tráfego rápido. Na década de 1970, o metrô passa atrair grandes terminais de ônibus para a área central, ao passo que a indústria automobilística incentiva a disseminação do uso dos carros particulares. Neste contexto, passou a se desenhar para a área central um destino inverso de sua inicial elitização. A cidade passa a fazer crescente pressão para a reformulação do espaço, a qual surtiria efeito nos anos de 1980, com a aparição do Concurso Público de Reurbanização do Vale do Anhangabaú, o qual resultou no Projeto de Jorge Wilheim, Rosa Grena Kliass e Jamil José Kfouri. 12
Fig.5 Vista do Anhangabaú e do Viaduto do Chá a partir do Acu (São João). Gaensly&Lindemann. [TOLEDO, Benedito Lima de. Prestes Maia e as Origens do Urbanismo Moderno em São Paulo. São Paulo: Empresa das Artes, 1996. p.173.]
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Ao mesmo tempo que a cidade concentrava grande parte do capital do país, segundo Rolnik (2003), ela convivia com aumento de 76 % dos índices de homicídios – período de 1985 à 1997, 18,6% de desemprego da PEA e aumento da população de favelas, este girando em torno de 50% entre 1996 e 2000. Percebe-se que a partir da década de 1980 a violência se torna mais robusta em todo país, de modo a se agravar na década seguinte. Pensando-se na contextualização retrotranscrita, São Paulo passa a testemunhar o constante medo da população, haja vista as grandes tensões nas relações policiais e o cresciete número de homicídios e roubos, resultando em um relativo abandono das áreas centrais -Raquel Rolnik (19802000). Além, do perceptível abandono do Centro, e aumento da violência, há outro fenômeno relacionado à habitação. De acordo com o Censo e Caracterização Socioeconômica da População em Situação de Rua na Municipalidade de São Paulo (2011), foram identificados 14.478 indivíduos vivendo em situação de rua na cidade de São Paulo, dos quais 6.765 (47%) permanecem na rua e 7.713(53%) comparecem a centros de acolhimento. Dos 47% em situação de rua, 3.747 (55.3%) estão localizados no Centro. Entretanto, após a Operação Urbana Centro (1997), podemos observar a retomada de habitação na região e a evolução dos projetos de órgãos públicos, buscando-se potencializar e investir na Região Centro. Como exemplos, os projetos da SP Urbanismo, do Centro Aberto com parceria do Jan Gehl e Biselli + Katchborian Arquitetos realizam polêmica intervenção no “novo” vale do Anhangabaú.
Fig.6 Comício das diretas, 1984. João Bittar [Câmara Brasileira do Livro: 50 anos. São Paulo: Prêmio, 1997]
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Requalificação Urbana Existe um conflito na forma de se pensar a cidade. Alguns urbanistas visam prioritariamente os automóveis, resolvendo tratar o fluxo de veículos e acessos às regiões mais movimentadas das cidades como prioridade. Em artigo publicado pela Revista Piauí, o Urbanista Roberto Andrés defende tal modelo, justificando que o globo estava usando como parâmetro o sucesso das intervenções rodoviaristas brasileiras, conforme se retira no trecho abaixo: Na gestão das cidades, a proeminência brasileira salta aos olhos. Uma solução urbana bem-sucedida em São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, vem sendo replicada nos quatro cantos do planeta: a cobertura dos rios urbanos com pistas de tráfego, um ovo de Colombo asfáltico que só poderia ter sido achado por conterrâneos de Santos Dumont. Superando preconceitos, a proposta inova ao conciliar a melhoria do trânsito com a requalificação da paisagem urbana, ao mesmo tempo em que faz a alegria de empreiteiros. (ANDRÉS, 2009. Anais digitais).
Entretanto, pensar a cidade pelo prisma dos empreiteiros e automóveis acarreta problemas urbanos e sociais. O crescimento desordenado que São Paulo apresentou no século XX é um grande exemplo de problema que se perdura no tempo. Junto àquele, há o abandono das áreas centrais alcançado pela expansão e investimento dos empreiteiros em novas áreas comerciais da cidade. Busquets (2018) em palestra explica como o urbanismo de Barcelona evoluiu e como a qualidade da cidade é uma dádiva de um bom planejamento. Quando o plano Cerdá foi implantado em 1855, ele previa aumento de dez vezes da área da cidade ao longo dos anos, sendo que a expansão consciente de Barcelona manteve a qualidade da cidade. Comparar São Paulo com Barcelona é uma excelente maneira de expor como uma cidade planejada pode trazer uma maior qualidade de vida aos moradores, em detrimento das cidades que possuem um crescimento desordenado. 16
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Andrés (2009) ainda defende que a revitalização de pouco mais de 3 quilômetros do rio Sena, a qual custou 350 milhões de euros e levou dois anos para ser executada, acabou abrindo dezoito novas pistas de tráfego, fato que que trará melhoria de 35% na velocidade do trânsito. Entretanto, os próprios moradores da cidade contestaram o feito. Andrés ironiza as opiniões: Os eternos insatisfeitos de Paris, cidade de protestos e revoluções sanguinolentas, não aceitaram passivamente o avanço. Brandindo o surrado argumento passadista da “importância natural, simbólica e de lazer” do Sena, um grupo de manifestantes desenhou peixes sobre as novas pistas. Em texto divulgado na internet, os neoluditas atacaram: “Falta imaginação aos governantes, que poderiam investir em transporte público, sistemas de bicicletas e veículos compartilhados. O rio limpo se tornaria um atrativo turístico, com barcos, locais para caminhadas e piqueniques. (ANDRÉS, 2009. Anais digitais).
Contrapondo-se ao acima exposto, há muitos urbanistas que partilham da mesma linha de pensamentos dos cidadãos de Paris. Barcelona, por exemplo, ao se preparar para as Olimpíadas envolveu se esforçou para trazer melhorias para a cidade e aos cidadãos, e não apenas aos turistas. Aterrar avenidas e desenterrar córregos é uma medida que vai na contramão dos automóveis, mas a favor da qualidade de vida nas cidades, como defende Moura: A requalificação urbana é sobretudo um instrumento para a melhoria das condições de vida das populações, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social e económica. Procura a (re)introdução de qualidades urbanas, de acessibilidade ou centralidade a uma determinada área (sendo frequentemente apelidada de uma política de centralidade urbana). (MOURA, 2006. p.20). 18
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O bom planejamento urbano não afasta nem o mercado imobiliário, nem os investidores, mas sim os unem, criando-se certa atração. Moura (2006) defende a mudança do valor da área ao nível económico. Através da requalificação urbana, a qual tem carácter mobilizador, acelerador e estratégico, estando principalmente voltada para o estabelecimento de novos padrões de organização e utilização dos territórios, bem como para um melhor desempenho econômico. As experiências de reintrodução de atividades logísticas e terciárias em Ranstaad/ Holanda, a Área da Nova Centralidade de Barcelona, antes e depois dos Jogos Olímpicos; Bilbao, Londres ou Newcastle; são exemplos da requalificação. Busquets, urbanista responsável pelo planejamento urbano da cidade de Barcelona, defende a requalificação urbana repensando as infraestruturas da cidade, a fim de renová-las: A ‘requalificação urbana’, passa por repensar a cidade sobre si mesma, com seus atributos e dificuldades. Não em vão observamos como na Europa as cidades retornam sobre si mesmas, buscando suas mudanças e atualizações, remoçando seus velhos bairros e dando respostas modernas aos velhos problemas.... Em qualquer caso, a integração de funções diversas, de infraestrutura e edificação são propósitos plausíveis destes projetos especiais que permitem desenhar de novo a forma urbana. Supera-se assim o fatal dualismo entre infraestrutura e arquitetura instaurado por uma má leitura do movimento moderno. (BUSQUETS, Juan - Evolução do planejamento até a escala intermediária / texto curso AUH 842 FAUUSP / 1999 / trad. J. P. de Bem).
Fig.7 Novo Viaduto do Chá. Alteração do traçado das Praças. 1938. [Disponível em: São Paulo do passado – http:// www.hagopgaragem.com] Fig.8 Imagem da Avenida Anhangabaú sentido “Sistema Y”. Ao fundo a Praça da Bandeira e o Largo da Memória. [Disponível em: São Paulo do passado – http:// www.hagopgaragem.com]
A requalificação urbana, para ser funcional, deve resolver as problemáticas do local e, ainda, aumentar a qualidade de vida, de forma a incentivar as pessoas que convivem no local. Uma cidade se reescreve e se reinventa conforme suas necessidades. Cabem aos urbanistas a intelectualidade de guiar este processo, consolidando-se mais intervenções de sucesso - Barcelona, por exemplo - e menos fracassos com os usuários – Paris, por exemplo.
Fig.9 Vista de dia chuvoso. Autor desconhecido. [www. instagram.com/ ddd11oficial (Jul/2020)]] Fig.10 Anhangabaú atual. [Nelson Kon] 20
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Caminhabilidade O conceito de urbanidade tem a ver com a vida nas cidades e com o comportamento adequado a esse ambiente. A expressão é sinônima de civilidade, o que reforça a ideia da maneira correta de se portar no ambiente civil. A ligação histórica entre o morar na cidade e o adotar determinado comportamento se revela no adjetivo “urbano”, que se refere tanto quanto a quem vive na cidade como a quem se comporta de maneira cortes, afável, “civilizada”. (CALLIARI,2016. p. 23).
Para melhor compreensão do espaço público, Calliari, em seu livro “Espaço público e urbanidade em São Paulo, 2016”, traz aspectos de como o espaço público é importante para as pessoas e para a cidade, apontando a evolução dos primeiros em São Paulo como sendo áreas que trazem as pessoas para as ruas. Ele ainda deixa claro que precisamos de um ambiente que não seja apenas bem organizado, mas também poético e simbólico. Mauro Calliari ainda completa: A formação da identidade individual se dá, como dissemos, a partir do seu papel na coletividade. É nesse sentido que a diversidade entra como quesito a ser buscado no espaço público. Em países como o nosso, com tamanha desigualdade social, esse objetivo parece ainda mais difícil de ser alcançado. (CALLIARI, 2016 p. 66).
Referida inalcançável coletividade, entretanto, possui ferramentas que possibilitam torná-la mais factível aos nossos objetivos. Tendo em vista que o espaço público é o local mais democrático da cidade, as mudanças das classes sociais devem partir do mesmo. Conforme Karssenverge e Laven (2015) defendem, os espaços públicos são o cenário onde estas relações entre bens e pessoas ocorrerem, ou seja, conectam espaços, pessoas e bens e, ainda, estimulam a interação humana, as trocas econômicas e a mobilidade. 22
No artigo “A cidade ao nível dos olhos: estratégia do plinth”, Karssenverge e Laven (2015) tratam do andar térreo de um prédio - “plinth”. Para os autores, esta é a parte de crucial e fundamental importância para se criar uma boa cidade ao nível dos olhos. Eles concluíram que se o local é “seguro, limpo, relaxado e fácil de compreender, [...] visitantes permanecerão três vezes mais tempo e gastarão mais dinheiro do que numa estrutura antipática e confusa”. (KARSSENVERGE & LAVEN 2015).
Fig.11 A avenida, o Viaduto E. Stevaux (ao fundo), o novo Viaduto do Chá e a passarela construída sob ele. [SÂO PAULO (Cidade) Compa - nhia do Metropolitano de São Paulo. Leste-Oeste: em busca de uma solução integrada. São Paulo, 1979. p.90.]
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Ainda conforme Karssenverge e Laven (2015), “o andar térreo pode ocupar somente 10% de um prédio, mas ele determina 90% da contribuição do prédio à experiência do entorno”. Por esta razão que o andar térreo impacta claramente a vida pública. As atividades também influenciam significativamente no comportamento das pessoas, pois despertam interesse e tendem a manter o diálogo sensóriomotor por meio da fruição do movimento. Speck (2016) explica que para ser adequada, uma caminhada precisa ser proveitosa, segura, confortável e interessante. A maior vantagem da escala humana numa cidade compacta é a produção de um regime de distâncias que torna coerente a marcha pedestre. O urbanista americano, define que a caminhabilidade, é a maior vantagem da vida na cidade. Essa vantagem se traduz, inclusive, em vantagem econômica, como exemplifica Speck: Muitos clientes me fazem a mesma pergunta: “Como podermos atrair empresas, cidadãos e, sobretudo, jovens talentos empresariais?” [...]. A resposta é óbvia: as cidades precisam garantir um tipo de ambiente que aquelas pessoas desejam. Levantamentos realizados mostram como a classe dos cidadãos criativos, especialmente a geração Y, prefere, em geral, comunidades com ruas vibrantes e cheias de vida, a cultura de pedestres que só pode vir com a caminhabilidade. (SPECK, 2016 p. 229)
Para que as pessoas optem por caminhar, Speck (2016) defende que tal ação deve ter um propósito. Em termos de planejamento, referido propósito é atingido criando um adequado equilíbrio de atividades dentro de uma distância possível de ser completada a pé. Assim, áreas que trazem as pessoas para as ruas, mas também poéticas e simbólicas, como defende Calliari (2016), devem criar uma boa cidade ao nível dos olhos. Para tanto, é importante se ter um local seguro, limpo, relaxante e fácil de compreender, conforme Karssenverge e Laven (2015) defendem. O objetivo é atrair as pessoas para o local mais democrático da cidade, independentemente da classe social. 24
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Fig.12 O que carrego comigo? [Wictor Doarte]
Fig.14 Túnel no tempo. [Adilson Pelegrino]
Fig.13 Vista do Vale do Anhangabaú, antes da atual reforma. Autor desconhecido. [www. instagram.com/ trezerootsistemadesom (Jul/2020)]]
Fig.15 Vista do Vale do Anhangabaú 2014. Autor desconhecido. [www. instagram.com/_id_photos (Jul/2020)]]
Conexões Urbanas Angelo Bucci (2010), a respeito da morfologia da cidade de São Paulo, demonstra como as edificações nasceram da sobreposição de elementos e máquinas à morfologia natural, levando-se em conta a topografia e hidrografia. Deste tópico: duas máquinas, duas construções correspondentes, dois programas tipicamente dispostos, o plano horizontal contínuo e os eixos verticais descontínuos. Assim, ele exemplifica que o elevador foi suporte que fez viável os edifícios verticais; A ferrovia fez os eixos de expansão que, na escala urbana da cidade, garantiria seu funcionamento como se fosse uma rua mecanizada. Nessa visão conjuntural, a abordagem dos edifícios cede espaço à abordagem do ambiente urbano, no caso um ambiente construído e estruturado através dos equipamentos mecânicos. É como se passasse diretamente das máquinas ao ambiente, isto é, desfazendo os “edifícios” como elementos isolados para destacar a unidade que, através das conexões, compõe o ambiente urbano. Bucci ainda completa: Horizontalidades, que seriam a extensão de pontos que se agregam sem descontinuidade e que estão ligadas ao território. Verticalidades, que seriam pontos separados no espaço que asseguram o funcionamento global da sociedade e da economia, e que estão ligadas, preferencialmente, ao funcional. (BUCCI, 2010. p. 44)
Fig.16 De um lado há novidade, do outro antiguidade. [Pedro Bellini] Fig.17 Caminho para o Ouvidor 63. [Arquivo do autor]
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Entretanto, para compreender São Paulo, é necessário ir além do espaço físico, para contextualizar a forma urbana, Raquel Rolnik (2017), argumenta que a cidade vive um paradoxo: enquanto é marcada pela velocidade de circulação de informações e comunicação, vê-se hoje paralisada. São Paulo é uma megacidade que se revela partida entre ricos e pobres, incluídos e excluídos, conectados e desconectados. O impacto urbanístico negativo da construção fez com que suas imediações se tornassem uma alternativa de relativo baixo custo de moradia na região central, aumentando, assim, a diversidade socioeconômica de moradores na região. Em bairros como Vila Buarque, por exemplo, o repovoamento que ocorreu em razão dos baixos preços de aluguéis, da grande oferta de transporte e da proximidade com a vida cultural e noturna, assim como das facilidades de consumo sem a necessidade de usar carro, acabou se transformando em nova frente de expansão imobiliária, ofertando produtos para esse nicho de mercado. (ROLNIK, 2017 p. 77).
São Paulo, ao se tornar uma cidade dispersa no século passado, tornou-se uma cidade dependente do uso dos automóveis, o que a tornou pouco sustentável. Para Rogers (2001), trazer de volta os moradores ao centro da cidade é objetivo essencial de um planejamento sustentável, desde que as estratégias habitacionais sejam apoiadas por políticas que melhorem a qualidade do ar, segurança nas ruas, educação e a mobilidade. A cidade compacta é densa e socialmente diversificada, onde as atividades econômicas e sociais se sobrepõem. Além disso, as comunidades se concentram em torno das unidades de vizinhança, que se desenvolvem ao redor dos pontos nodais de transporte público. 27
Segundo Rogers (2011), é vital e urgente a necessidade de mudanças na forma de se habitar e intervir na Terra - a sociedade humana precisa aprender a coexistir com o meio ambiente natural, pois o ser humano faz parte do mesmo sistema. É necessário criar cidades que respeitem o meio ambiente e os cidadãos ao mesmo tempo, propondo soluções que beneficiem tanto as cidades quanto o meio ambiente para que ambos possam coexistir em harmonia e demonstrando fazerem parte de um mesmo sistema. Entender as complexidades do território paulistano possibilita identificar os novos potenciais eixos verticais nos vazios horizontais, de forma a conectar os vazios centrais, trazendo maior diversidade de moradores e usos para o centro, combatendo, por conseguinte, as desigualdades e privilégios da metrópole paulistana.
Fig.18 Catador de lixo e seu cachorro. [Carla (carlamood)] 28
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Ă rea Selecionada
Região: Centro. Prefeitura Regional: Sé. Distritos: República e Sé. Área(ha) Total do Distrito: República 239,67 ha; Sé 219,36 ha. Área(ha) Recorte Proposto do Distrito: República 8,35 ha; Sé 1,39 ha. Área(ha) Recorte Proposto Total: 9,74 ha. (Fonte: Prefeitura do Município de São Paulo. / Instituo Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo.)
Podemos observar este relativo abandono as áreas centrais no período de acréscimo de violência citado por Raquel Rolnik (1980-2000). Entretanto, após a Operação Urbana Centro (1997), podemos observar uma retomada de habitação na região, porém, o Distrito da Sé ainda apresenta um decréscimo alto, quando consideramos a sua população inicial.
Fig.19 Vale do Anhangabaú
Autor desconhecido. [www. instagram.com/ brunocf1077.photos (Jun/2020)]]
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, SMDU/Dipro - Retroestimativas e Projeções
Além, do perceptível abandono do Centro, e aumento da violência, temos outro fenômeno relacionado a habitação. De acordo com o Censo e Caracterização Socioeconômica da População em Situação de Rua na Municipalidade de São Paulo (2011), foram identificados 14.478 indivíduos vivendo em situação de rua na cidade de São Paulo, dos quais 6.765 (47%) permanecem na rua e 7.713(53%) comparecem a centros de acolhimento. Dos 47% em situação de rua, 3.747 (55.3%) estão localizados no Centro:
Fonte: censo e caracterização socioeconômica da população em situação de rua na municipalidade de São Paulo 2011.
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TRANSFORMAÇÃO DE USO DAS QUADRAS QUE COMPÕEM A OU CENTRO TOTAL DE ÁREA CONSTRUÍDA POR USO - 1997-2015:
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Atual Distrito/Setor
2017
População a se acrescida
Variação
Total estimado
República Brás Sé Pari Bom Retiro Santa Cecília
56.458 32.049 25.887 18.595 37.602 87.470
31.023 52.726 27.235 45.453 60.339 71.198
55% 165% 105% 244% 160% 81%
87.481 84.775 53.122 64.048 97.941 158.668
Total Projeto
258.061
287.975
Podemos observar uma forte retomada do mercado imobiliário no centro, sendo impulsionado pelos novos incentivos nas zonas de estruturação e devido a Operação Urbana Centro. Podemos observar que os Distritos da República e da Sé, tem suas atividades motivadoras principais do setor imobiliário, como Residencial Vertical na República, e Comércio e Serviços na Sé. Com esta elevada produção, prevê-se um adensamento na região central nos próximos anos:
Fonte: TPCL, 1997-2015. Elaboração: SP Urbanismo, 2017.
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546.036
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A região é abastecida de Metro, Terminal e Corredor de Ônibus, o que justifica o fácil acesso ao local: A pesquisa OD (2007), de viagens com origem fora do Centro, aponta que: -No distrito da República, como destino, as viagens são realizadas por: Coletivo 77,88%; Individual 20,35%; A pé 1,74%; e Bicicleta 0,03%. -No distrito da Sé, como destino, as viagens são realizadas por: Coletivo 79,06%; Individual 20,23%; A pé 0,62%; e Bicicleta 0,09%. A pesquisa OD 2007, de viagens internas a Região Central, aponta que: -No distrito da República, como destino, as viagens são realizadas por: Coletivo 15,04%; Individual 8,67%; A pé 75.42%; e Bicicleta 0,87%. -No distrito da Sé, como destino, as viagens são realizadas por: Coletivo 22,48%; Individual 8,32%; A pé 68,56%; e Bicicleta 0,63%. Relação emprego por habitante da região central é de 1.7, superior a média do município de 0,4. Somando um total de 823.292 empregos formais. Entretanto, é possível perceber uma decadência do número de empregos da Região estudada. Segundo a pesquisa OD, 2007; RAIS, 2014. É possível perceber um decréscimo nas áreas do; Comércio -47% (República) e -43% (Sé); e Serviços -4% (República) e -23% (Sé). Porém, é possível observar um acréscimo na Construção Civil, impulsionado pelo Distrito da República, onde tivemos um aumento de 81% neste setor. Fonte: Fonte: Pesquisa OD 2007 e Pesquisa de Mobilidade 2012 SP. Elaboração Urbanismo, 2017.
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COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO O perímetro do Projeto abrange as seguintes zonas de uso: - Zona Especial de Interesse Social 3 (ZEIS-3); - Zona Especial de Interesse Social 5 (ZEIS-5); - Zona de Centralidade (ZC); e - Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana(ZEU)(TERMINAL DA BANDEIRA -RESOLUÇÃO SMUL.AOC.CTLU/015/2018): Para essas zonas os seguintes coeficientes de aproveitamento estão definidos no Quadro 3 – Parâmetros de ocupação dos lotes da LPUOS Lei 16.402/16:
Contudo, o perímetro do Projeto está inserido na área da OU Centro(1997), que permite, coeficientes de aproveitamento máximo superiores àqueles indicados na Tabela acima. Os coeficientes previstos na OU Centro (1997), são definidos em função do uso da edificação, a saber:
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TAXAS DE OCUPAÇÃO, PERMEABILIDADE E RECUOS Assim como ocorre com os coeficientes de aproveitamento, as taxas de ocupação, permeabilidade, e os recuos frontal, laterais e de fundo são estabelecidas pela LPUOS. Consoante o Quadro 3A Quota Ambiental (Todos os lotes se encontram em zoneamento PA1) e o Quadro 3 - Parâmetros de ocupação, as seguintes taxas são aplicáveis às zonas abrangidas pelo perímetro:
ZONEAMENTO
TAXA DE OCUPAÇÃO
GABARITO DE ALTURA MÁXIMA (METROS)
RECUO FRONTAL
RECUO LATERAL E DE FUNDO
PERMEABILIDADE
ACIMA DE 10 METROS
(PA1)
ZEIS-3
0.7
NA
5
3
0,25
ZEIS-5
0.7
NA
5
3
0,25
ZC
0.7
48
5
3
0,25
ZEU
0.7
NA
NA
3
0,25
PERCENTUAL A quota ambiental e taxa de permeabilidade mínima: TOTAL DO MÍNIMO DE PERCENTUAL PERCENTUAL PERCENTUAL PERCENTUAL promover qualificação em DE ÁREA MÍNIMO DE especial ÁREA SEM a melhoria da ÁREA DO LOTE a MÍNIMO DE MÍNIMOambiental, MÍNIMO DE SISTEMA AFETAÇÃO OU GLEBA (m²) ÁREA VERDE INSTITUCIONAL retenção e infiltração da água nosVIÁRIO lotes, aPREVIAMENTE melhoria do microclima DESTINAÇÃO DE (%) (%) (%) ÁREA PÚBLICA (%) e a ampliação da vegetação; A OU Centro, em suas diretrizes DEFINIDA urbanísticas Lote > 20.000m² definidas no parágrafo único do art.2 prevê incentivo a não 5 5 N/A 20 30 e ≤ 40.000m² impermeabilização do solo e a arborização RECUO das LATERAL áreas não ocupadas. PERMEABILIDADE GABARITO DE ZONEAMENTO Lote > 40.000m²
TAXA DE 10 OCUPAÇÃO
ALTURA MÁXIMA 5 (METROS)
RECUO 15 FRONTAL
E DE FUNDO 10 ACIMA DE 10 METROS
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PERCENTUAL MÍNIMO DE ÁREA SEM AFETAÇÃO PREVIAMENTE DEFINIDA
TOTAL DO PERCENTUAL MÍNIMO DE DESTINAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA (%)
No Art. 45., da LPOUS, define que da área total do(PA1) lote ou gleba objeto de parcelamento deverá ser destinado percentual mínimo ZEIS-3 0.7 NA 5 3 0,25 paraZEIS-5 a Municipalidade paraNAa implantação de área 0.7 5 3 verde pública, 0,25 área institucional e sistema viário,48bem como5percentual3 mínimo de 0,25 área sem ZC 0.7 afetação definida, previstos ZEU previamente 0.7 NA de acordo NA com os 3percentuais 0,25 no Quadro 2 desta lei:
ÁREA DO LOTE OU GLEBA (m²)
PERCENTUAL PERCENTUAL PERCENTUAL MÍNIMO DE MÍNIMO DE ÁREA MÍNIMO DE SISTEMA ÁREA VERDE INSTITUCIONAL VIÁRIO (%) (%) (%)
Lote > 20.000m² e ≤ 40.000m²
5
5
N/A
20
30
Lote > 40.000m²
10
5
15
10
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TOMBAMENTO E RESTRIÇÕES -CONDEPHAAT Resolução SC S/N/1970 – Área envoltória da Igreja de Santo Antonio. -CONDEPHAAT Resolução SC S/N/1975 Fica tombado como monumento artístico e histórico o Largo da Memória, espaço urbano definido pela Ladeira da Memória, Rua Xavier de Toledo e Rua Quirino de Andrade e que compreende obras de arquitetura paisagística de autoria do arquiteto Victor Dubugras e o antigo obelisco, também conhecido por “Pirâmide do Piques”, obra executada em 1814 pelo mestre pedreiro José Gomes Vicente, sob projeto do Engenheiro Marechal Daniel Pedro Muller in memorian do Governo Provisório da Capitania de São Paulo. -CONDEPHAAT Resolução SC 27/1975 – Área envoltória do Edifício Alexandre Mackenzie. -CONPRESP Resolução nº 05/1991 - Resolve, tombar “ex-officio” os bens abaixo descriminados: 17) Largo da Memória - Rua Xavier de Toledo e Rua Quirino de Andrade - Centro; -CONPRESP Resolução nº 05/1991 – Área envoltória do Teatro Municipal. -CONPRESP Resolução nº 37/1992 Tombamento da Área do Vale do Anhangabaú, bens de interesse de preservação nessa região e sua área envoltória de proteção. -CONPRESP Resolução nº 11/2014 - Para efeito da Regulamentação da Área Envoltória da Resolução nº 05/Conpresp/91, em seu item 17 (Largo da Memória), fica definido que os imóveis inseridos no raio de proteção de 300 metros, hoje constantes como área envoltória, estão dispensados de anuência prévia deste DPH/Conpresp. 40
Fig.20 Vale do AnhangabaĂş
Autor desconhecido. [www. instagram.com/ dronedodia(Jun/2020)]]
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Fig.21 Esquematica dos Edifícios Marcantes. [Arquivo do autor]
Edifícios Marcantes Á área selecionada para o desenvolvimento, não possui nenhuma restrição consequente do acima exposto. Deste modo, coube outra analise projetual. Quais são as visuais marcantes do local. onde deveriamos ter um maior cuidado, e uma maior potencialização de edificações existentes.
Fig.22 Esquemática da Impermeabilidade do solo. [Arquivo do autor] Fig.23 Fotografia da Saída do Metrô em dia chuvoso.
[Renata Malzoni]
O centro da cidade de São Paulo é repleto de patrimônios culturais. As áreas são bonitas, bem conservadas e de natureza diversa e contribuem para a diversidade urbana do centro da cidade. No entanto, essas áreas não estão conectadas entre si e com o centro da cidade. Existem poucas conexões.
O Projeto busca um aproveitamento adequado dos imóveis, diversificação de usos, incentivo ao uso habitacional e atividades culturais e de lazer. Incentivo à preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental urbano, inclusive com incentivo à vitalidade cultural.
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Impermeabilidade Resultante do pensamento rodoviarista, hoje a relação de área verde disponível em metros quadrados por habitante está muito abaixo do ideal. A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (2015) indicou a relação de 2,54 m ² por habitante na Subprefeitura da Sé, onde o ideal seria 12m ² por habitante, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
O Projeto busca entender quais os espaços impermeabilizados do local, que possuem um potencial de se tornar áreas ajardinadas, a fim de melhorar a drenagem crítica do local.
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Questionamentos Mesmo com tantas intervenções no Centro, e uma forte retomada de ocupação na região. Ainda podemos observar uma série de questionamentos e problemáticas para o local, tais como:
“Como reduzir a criminalidade?” “Como reinserir na sociedade as pessoas em situação de rua?” “Como reduzir o déficit habitacional?” “Como priorizar os pedestres, em uma região tão marcada pelo pensamento rodoviarista?”; “Como potencializar apropriações existentes e gerar novos interesses?” “Como aumentar a relação de área verde disponível em metros quadrados por habitante?”
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Fig.24 CoronavĂrus e a nova realidade social.
[Lincon Zarbietti]
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Estudo de casos TANQUES DE ÁGUA COMO PARQUES PÚBLICOS Departamento de Intervenções Urbanas Sustentáveis da EPM. Medellín, Colômbia, 2013. A partir de diagramas e camadas sobrepostas à iluminação noturna da cidade, descobriuse uma série de “ilhas escuras” incrustadas no tecido urbano: as caixas d’água encontradas em locais onde havia comunidades de alta densidade populacional e com extrema carência de espaços públicos e equipamentos básicos. Esses locais privados, anteriormente considerados como parte da periferia urbana, hoje se encontram em territórios de alta densidade, convertendo-se assim em áreas privilegiadas, com o potencial de tornarem-se o centro dos bairros e de integrarem-se ao restante da área do desenvolvimento urbano. Das 144 caixas d’água inseridas no tecido urbano – analisadas considerando sua área útil, densidade populacional, necessidades das comunidades circundantes e seu entorno – 14 foram inicialmente selecionadas para fazer parte da intervenção. As estratégias de projeto escolhidas foram a importância da caixa d’água como infraestrutura de destaque, uma arquitetura de construção discreta e um desenvolvimento do espaço público e do espaço construído limitado rigorosamente à geometria derivada do estudo topográfico e das próprias dinâmicas e conexões existentes entre os bairros. Assim, as comunidades que antes se encontravam isoladas tiveram uma possibilidade direta de integração com outras comunidades de seu próprio bairro.
Fig.25 Fotografia do Projeto HARVARD UNIVERSITY (2019 P.167). Fig.26 Fotografia do Projeto HARVARD UNIVERSITY (2019 P.166). Fig.27 Mapa de implantação do Projeto HARVARD UNIVERSITY (2019 P.164).
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Através de vazios urbanos incrustados à cidade, o projeto recupera a conectividade de comunidades locais, onde, através de equipamentos de lazer, retoma fluxos e atividades cívicas, visto que a carência daqueles no local se equipara ao terreno escolhido para a intervenção. Este estudo de caso tem como objetivo entender a relação do lazer com a recuperação da conectividade das comunidades, e a contextualização ao tecido urbano.
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PLANO DIRETOR CENTRO HISTÓRICO DE ASSUNÇÃO Ecossistema Urbano Arquitectos. Assunção, Paraguai, 2014. A proposta para o Plano Diretor do Centro Histórico de Assunção tem como objetivo trabalhar a recuperação total dessa área. Para aproximar esse planejamento à realidade da cidade e de seus habitantes, os quais estão em eterna transformação, o plano propõe à cidade de Assunção a criação de um “processo diretor”, incorporando em seu próprio funcionamento as ferramentas que permitam lidar com a complexidade, o conflito e a mudança, ancorando-se em diagnósticos, planos e projetos realizados ao longo das últimas décadas na cidade e na experiencia de centenas de iniciativas locais e internacionais. Ao contrário da abordagem de “imagem fixa” do futuro de muitos outros planos diretores, o presente coloca em andamento um processo de mutação capaz de se adaptar ao longo do tempo e cria um espaço, o ASU-LAB, a partir do qual é possível gerenciar o desenvolvimento, reunindo a gestão institucional de projetos de grande escala e o impulso cidadão, traduzido em ações de protótipo urbano. O espaço Asuncíon Laboratorio Abierto (ASU-LAB) funcionará como elemento articulador do desenvolvimento do Centro Histórico de Assunção, informando a seu respeito, abrigando e programando atividades de formação ou criativas e, ainda, promovendo ações cidadãs dentro dos parâmetros definidos pelas ações institucionais. O ASU-LAB será o principal núcleo visível do processo, um “escritório da transformação”.
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Visto que a cidade de São Paulo é como um palimpsesto e se encontra sempre se reescrevendo, o espaço Asuncíon Laboratorio Abierto (ASU-LAB) vem a ser elemento articulador do desenvolvimento, informação, programador de atividades, promovendo, também, ações cidadãs. Pensa a cidade em constante mudança.
Fig.28 Perspectiva ilustrada HARVARD UNIVERSITY (2019 P.275) Fig.29 Perspectiva ilustrada HARVARD UNIVERSITY (2019 P.275) Fig.30 Perspectiva ilustrada HARVARD UNIVERSITY (2019 P.275)
Assim, esses centros de informação dentro do próprio local podem prever e antevir problemáticas da região, auxiliando na contínua transformação do local, sem ferir a memória. Desta forma, o projeto fora escolhido como estudo de caso, a fim de entender esta relação do “projeto contínuo ao traçado urbano”.
Fig.31 Mapa de implantação do Projeto HARVARD UNIVERSITY (2019 P.275).
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PASSEO CÍVICO METROPOLITANO LyonBosch + Martic, Groundlab, AECOM. B+V Arquitectos. Santiago, Chile, 2016-2018. A Alameda e as duas vias que formam a Avenida Providencia são parte integrante do eixo urbano e de transporte mais importante de Santiago, utilizado diariamente por mais de dois milhões de pessoas. Neste espaço, a infraestrutura de transporte se sobrepõe a um amplo conjunto de monumentos e edifícios públicos, patrimoniais e institucionais muito relevantes para a cidade. A essa situação, soma-se uma parte da história da cidade, originada no século XIX com a Alameda de las Delicias. Atualmente, também se tornou a principal base, na metrópole, para manifestações cívicas, celebrações e eventos culturais de grande porte. O projeto Passeo Civico Metropolitano propõe desenho capaz de articular um sistema de transporte eficiente e a reforma de um espaço público fundamental para a vida cidadã de Santiago, por meio da recuperação histórica, da infraestrutura, da paisagem e da arquitetura desse eixo. Essa recuperação faz referência ao conceito de um espaço público de qualidade, a um microclima que se adapta às condições climáticas, a um eixo unitário que atravessa vários distritos e, principalmente, a uma infraestrutura de gestão hídrica baseada na drenagem urbana sustentável, visando a coleta, filtragem, tratamento, reciclagem e a redistribuição do ciclo da água, recuperando a permeabilidade do solo ao longo desse corredor.
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A semelhança do contexto do local com o local do Projeto em São Paulo fora o fator de escolha para este caso. A intervenção no eixo urbano e de transporte mais importante de Santiago, faz com que a infraestrutura de transporte se sobreponha a um amplo conjunto de monumentos e edifícios públicos, patrimoniais. Entender como fora resolvido o fluxo do local e como o projeto traz a cidade de volta a vida cívica através de uma drenagem urbana sustentável, auxilia a redistribuição do ciclo da água, recuperando a permeabilidade do solo no local. Diretrizes norteadoras são necessárias no terreno em São Paulo, visto a grande quantidade de enchentes e alagamentos no local.
Fig.32 PPerspectiva ilustrada HARVARD UNIVERSITY (2019 P.225). Fig.33 Perspectiva ilustrada HARVARD UNIVERSITY (2019 P.225). Fig.34 Perspectiva ilustrada HARVARD UNIVERSITY (2019 P.225). Fig.35 Perspectiva ilustrada Fonte: HARVARD UNIVERSITY (2019 P.224)
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Masterplan Como podemos transformar a necessária intervenção de recuperação, em uma oportunidade de valorizar a história e a identidade de São Paulo e reorganizar o espaço público? -Prevê uma melhoria urbana e da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e usuários permanentes, especialmente dos moradores de habitações subnormais; -Promovendo a valorização da paisagem urbana e a melhoria da infraestrutura e da sua qualidade ambiental; -Aproveitamento adequado dos imóveis, diversificação de usos, incentivando o uso habitacional e atividades culturais e de lazer. -Incentivo à preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental urbano, inclusive com incentivo à vitalidade cultural; -Propondo uma ampliação e articulação dos espaços de uso público, abertura de praças e de passagens para pedestres no interior das quadras, a fim de melhorar a qualidade ambiental e permeabilidade do solo; -Melhoria das condições de acessibilidade à área central da cidade, disciplina do espaço destinado ao transporte individual e a adequação dos espaços destinados ao transporte coletivo, a fim de melhorar a mobilidade; Fig.36 Perspectiva Isométrica. [Arquivo do autor].
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ATUALMENTE
Fig.37 Esquemática. [Arquivo do autor]. Fig.38 Plantas do projeto definitivo da Estação Anhangabaú. [Biblioteca FAUUSP]
Fig.39 Croqui esquemático. [Arquivo do autor].
PROJETO
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Fig.39-42 Esquemรกticas. [Arquivo do autor].
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Fig.43 Planta do Pavimento TĂŠrreo elevado. [Arquivo do autor]. Fig.44 Corte transversal. [Arquivo do autor].
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-Paisagismo: Dado o traçado retilíneo da laje. Marcada pelos rasgos e diagonais, fora escolhida como decisão projetual, apenas um único material para o piso. Que marca a caminhabilidade do projeto, adentrando com ele, no térreo dos edifícios. Assim, não criando barreiras visuais, para os que circulam pelo projeto. O paisagismo foi pensado para intensificar os usos da laje. Sendo assim, as vegetações ao longo do caminho, tem uma altura pensada para que as copas fiquem um pouco acima da laje. Trazendo assim a sensação, para os que passeiam pelos caminhos, de estar entre as arvores. Fica também a funcionalidade das sombras das copas, tanto para amenizar o calor, quanto para gerar um contraste ao desenho do piso.
ACABAMENTOS LAJE PISO BLOQUETE PAGINAÇÃO REGULAR
GUARDA-CORPO DE VIDRO FIXADO PELA BASE
Fig.45 Croquis de Projeto. [Arquivo do autor]. Fig.46 Esquemáticas de Paisagismo. [Arquivo do autor].
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POSTE DE LUZ ALTO (MODELO VALE DO ANHANGABAÚ)
POSTE DE LUZ BAIXO BALIZADOR BANCO
CESTO DE LIXO
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-Monumento da Bandeira: Afim de buscar a memória do percurso da água, e valorizar o monumento da bandeira. Atraves das ligações existentes do Metrô Vale do Anhangabaú. Os corregos dos rios sao revelados, e por um momento do percurso, se pode observar a aguá. Tornando protagonistas, os que se fazeram escondidos.
Fig.47 Croquis de Projeto. [Arquivo do autor]. Fig.48 Perspectiva ilustrada do Monumento da Bandeira. [Arquivo do autor].
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Fig.49 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
Fig.50 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
-Centro Poliesportivo: Tendo em vista a proximidade de edifícios residenciais existentes e o adensamento previsto para a região nos próximos anos, a área será destinada ao lazer da região central, devido à falta deste, buscando-se atender alta demanda. O Edifício contará, em seu pavimento inferior (nível do Terminal de ônibus): com piscinas de lazer; piscinas olímpicas; quadras poliesportivas e equipamentos de ginástica artística. Em seu pavimento em nível com a Laje, o Edifício contará com quadras de futebol. Academias e salas de aula para lutas e danças. Em seu último pavimento, em nível com a câmara municipal, o edifício contara com uma extensão da Praça existente, facilitando o acesso a Laje.
Fig.50 Planta do Pavimento do Terminal. [Arquivo do autor]. Fig.51 Planta do Pavimento da Laje. [Arquivo do autor].
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Fig.52 Corte do Centro Poliesportivo e Terminal de Ônibus. [Arquivo do autor].
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Fig.53 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
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Fig.54 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
-Centro de Apoio e Fazenda Vertical: A grande presença de moradores de rua na região, e o déficit habitacional da cidade, traz a necessidade (prevista no PDE, através das ZEIS) de resolver esta problemática na região.
Fig.55 Croqui do processo de recuperação social. [Arquivo do autor]. Fig.56 Planta do Pavimento no nivel da Laje. [Arquivo do autor].
Neste Edifício, é pensado um Centro de Acolhimento e Capacitação, para recuperar a vida social dos moradores de rua. A Fazenda vertical. Serve como complemento ao tratamento dos desabrigados, uma vez que os mesmos, podem trabalhar no local. E aprender sobre o cultivo, usufruírem dos alimentos da fazenda e até mesmo vender os produtos para os que visitam o local. Após o tratamento, através das intervenções do Masterplan, fornecer emprego para eles nesta região. Visto que os serviços no Centro Esportivo, no Parque, nos Quiosques, nas Lojas e na Fazenda Vertical, ocorreram uma demanda de trabalho. Assim reinserindo-os na sociedade.
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Fig.57 Planta do Pavimento da Fazenda Vertical. [Arquivo do autor]. Fig.58 Corte da Fazenda Vertical e Centro de Apoio. [Arquivo do autor].
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Fig.59 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
Fig.60 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
-Edifícios Habitacionais: Prevista no PDE, através das ZEIS o Projeto busca auxiliar a diminuição do déficit habitacional. Entendendo quais os vazios urbanos, no entorno do terreno. Projetando Habitações, tanto de Mercado, quanto de Interesse social.
Fig.61 Corte da Laje e Edifício Residencial. [Arquivo do autor].
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Fig.62 Planta do Pavimento do nĂvel da Laje. [Arquivo do autor]. Fig.63 Planta do Pavimento Tipo. [Arquivo do autor].
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Fig.64 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
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-Edifício Portal: Buscando a preservação do patrimônio histórico e cultural, na tentativa de recuperar o fluxo do Largo da Memória, prejudicado pelo acesso do Metro Vale do Anhangabaú. A fim de trazer uma vitalidade cultural, assim evitando vandalismos ao Monumento. O edifício galeria, traz uma nova vitalidade ao terreno do metro, tendo seu térreo aberto, criando um portal da laje do parque para o largo da memória. Neste edifício os seis primeiros pavimentos são uma galeria aberta, buscando a memória dos edificios marcantes do centro. Afim de criar uma maior diversidade de usos no Masterplan, o Restaurante escola e os demais programas retirados do terreno do Centro Poliesportivo, foram deslocados para esta edificação. Os demais pavimentos, são residenciais, tanto de mercado, quanto de interesse social,.
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Fig.66 Planta do Pavimento no nĂvel da Laje. [Arquivo do autor].
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Fig.67 Planta do Pavimento Tipo. [Arquivo do autor].
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Fig.68 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
-Restaurante Treliça: Para trazer um novo uso para a treliça, fora adicionado uma serie de restaurantes, com suas mesas no pavimento terraço, voltadas para o Vale do Anhangabaú e Monumento da Bandeira, assim, trazendo uma vida noturna para o local.
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Fig.69 Planta do trecho da Laje, com o acesso e Restaurante Treliรงa. [Arquivo do autor].
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Fig.70 Planta do Pavimento Superior do Restaurante Treliรงa. [Arquivo do autor].
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Fig.71 Corte da Laje e Restaurante Treliรงa. [Arquivo do autor].
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Fig.72 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
Fig.73 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
Fig.74 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
Fig.75 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
-Centro de Debates: Afim de aproximar as pessoas do poder pĂşblico, fora pensado um edifĂcio de programa livre, para atrair atividades variadas.
Fig.76 Croquis do Centro de Debates. [Arquivo do autor]. Fig.77 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
Considerações Finais Como podemos transformar a necessária intervenção de recuperação, em uma oportunidade de valorizar a história e a identidade de São Paulo e reorganizar o espaço público? A requalificação urbana, para ser funcional, deve resolver as problemáticas do local e, ainda, aumentar a qualidade de vida, de forma a incentivar as pessoas que convivem no local. Uma cidade se reescreve e se reinventa conforme suas necessidades. Retomar a ligação do Centro novo com o Centro Velho, criando a laje e, por sua vez, devolvendo a caminhabilidade, aumentando: a permanência no espaço público, os programas de recuperação para pessoas em situação de rua e, ainda, números de habitações sociais no Centro, criando, assim, maior diversidade de atividades no centro. Trazendo de volta a vida, tanto diária quanto noturna, perdida ao longo das tantas transformações do local. Aumentando a permeabilidade do solo, indo contra o pensamento rodoviarista ultrapassado e valorizando os percursos locais, trazendo uma unidade aos moradores e por sua vez, recuperando um local abandonado, um vazio que precisa ser costurado junto a malha urbana.
Fig.78 Planta da Laje, inserida no contexto do entorno. [Arquivo do autor].
Fig.79 Perspectiva renderizada. [Arquivo do autor].
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