Portada: Marcela Luna Calderon
MARIA HELENA CASEIRO DA SILVA Professora
ARROYO PASCUAL MORELIA ESTEPHANIA BONILLA ELIAS ALBERTO BRAVO CORTES ALEJANDRA YESSENIA CAMPOS MEDINA FATIMA IZEBEL CARRILLO LOPEZ CAROLINA CEBRERO VILLA JUAN CARLOS CHAVEZ GUERRERO CINDY CORONEL ZAVALA BEATRIZ ALEJANDRA DUARTE CONTRERAS SERGIO ESTRADA VAZQUEZ CHRISTOPHER EDUARDO GONZALEZ ARROYO SALVADOR GUILLEN ARROYO JUAN JAVIER HERRERA VILLASEテ前R FANNY JUAN HERNANDEZ NATALIA LUNA CALDERON MARCELA LUNA RUEA AFRICA ITZU MIRELES JUAREZ EDUARDO PEREZ MONDRAGON HORACIO SIERRA ALVAREZ ANA KAREN Contribuintes estudantes
Maria Helena Caseiro da Silva
Morelia, Michoacรกn. 2016
Mitos e lendas de Portugal Sora Maria Helena Caseiro da Silva Primeira edição, Morelia Michoacán 2016 Direitos reservados sob a lei
Reprodução total ou parcial do prihibe trabalho sem a permissão dos autores. Impreso en México / Impresso no México
" Minha inocência é tão certo que eu posso garantir-vos que este galo assado vontade de pé em seu prato e cantar se eu estou pendurado pelo pescoço , sem ser culpado do crime de que sou acusado “ FRAGMENTO O GALO DE BARCELOS LEGEND - PORTUGAL
INDEX
A lenda do galo de Barcelos ................... 11 Amor e Cegovim ..................................... 13 Amendoeiras em or ............................... 15 Lenda dos mouros nos tempos antigos .. 17 A lenda do sete ais .................................. 19 A lenda do frade e o passarinho ............. 21 A lenda do santarÊm ................................. 23
A lenda do galo de Barcelos A lenda do galo de Barcelos já é muito antiga. Diz-se que tudo aconteceu no séc. XVI...Conta a lenda que todos andavam muito assustados em Barcelos por causa de um crime que lá se tinha passado. É que o criminoso ainda não tinha sido descoberto e isso deixava as pessoas com medo. Certo dia, apareceu na zona um galego (espanhol da região da Galiza) que passou logo a ser o principal suspeito. As autoridades acharam que era ele o culpado pelo crime e prenderam-no. O galego defendeu-se, dizendo que ia a caminho de Santiago de Compostela para pagar uma promessa, mas ninguém acreditou nele. Com toda a gente contra o galego, e ele sem poder provar que estava inocente, acabou por ser condenado à forca. Como última vontade, o galego pediu que o levassem até ao juiz que o tinha condenado. Quando o galego chegou a casa do juiz, ele estava a deliciar-se com os amigos com um grande banquete. Voltou a dizer que estava inocente, mas, mais uma vez, ninguém acreditou nele. Então, o condenado reparou num galo assado que estava numa travessa na mesa, prontinho para ser comido, e disse: - É tão certo eu estar inocente como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Todos se riram da afirmação do homem mas, mesmo assim, resolveram não comer o galo.Mas, quando chegou a hora de enforcarem o galego, na casa do juiz o galo assado levantou-se e cantou. Afinal, o homem estava mesmo inocente! O juiz correu até ao sítio onde ele estava prestes a ser enforcado e mandou soltá-lo imediatamente. Passados alguns anos, o galego voltou a Barcelos e mandou construir um monumento em louvor à Virgem e a São Tiago para lhes mostrar o seu reconhecimento.
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Amor e Cegovim E ra uma vez ... fazia o Senhor Rei D. Dinis e a sua Santa mulher, a Rainha Isabel, uma mais demorada pousada em Leiria, talvez para descansar dos muitos afazeres do seu alto cargo. Um dia, o Rei passeando no seu fogoso corcel, galopou, galopou, campos fora, e, lá longe, num pequeno lugar vê uma camponesa formosa como nenhuma outra se vira ainda em muitas léguas ao derredor. Apaixonou-se o Rei pela camponesa e ali, naquele lugar, no meio do campo florido de papoilas e malmequeres, nasceu naquele dia um grande amor. As visitas do Rei ao seu grande amor continuaram e tornaram-se conhecidas nas redondezas, e, àquele lugar começaram a chamar Amor. Também a Rainha soube dos novos amores do seu marido e Rei e, para lhe mostrar a sua reprovação sem o melindrar, mandou uma noite alumiar o caminho por onde o Rei, seu esposo, deveria regressar a Leiria. D. Dinis, ao dar com as veredas, por onde voltava, com grande alumiação, de muitos fogachos, viu estar ali uma muda intenção crítica da Rainha, e exclamou: “Até aqui cego vim!”
Amendoeiras em flor H á muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e jovem rei Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota. Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade, conquistou-lhe progressivamente a confiança e um dia confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher. Foram felizes durante algum tempo, mas um dia a bela princesa do Norte caiu doente sem razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo desesperado rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. A solução estava ao alcance do rei mouro, pois bastaria mandar plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras que quando florissem as suas brancas flores dariam à princesa a ilusão da neve e ela ficaria curada da sua saudade. Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indiscritível das flores brancas que se estendiam sob o seu olhar.
O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano ap贸s ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espect谩culo das amendoeiras em flor.
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Lenda dos Mouros nos Tempos Antigos U ma mulher desta aldeia das Casas da Ribeira foi fazer um parto a uma moura. A mulher andava no campo a apanhar lenha, quando lhe aparece um homem a pedir-lhe para ela ir assistir ao parto da mulher, que estava para ter um filho. A mulher aceitou o convite e lá foi atrás do homem. Quando chegou às penhas do Chorro, ali numa rocha abriu-se uma porta e a mulher entrou. Era uma linda casa subterrânea debaixo da rocha. O homem agradeceu à mulher com um braçado de lenha às cavacas. A mulher ao sair dali resmungava: - Olha agora com que me agradeceu, com um braçado de lenha! E ela deitou a lenha fora, mas no fundo do cesto ficou uma falhasca. A mulher viu que era ouro. Quando ela pega na falhasca, transformou-se num lindo cordão em ouro. A mulher ficou louca. Tinha uma filha para lhe dar aquele lindo cordão. Pelo caminho, ela encontrou um tronco de oliveira e pendurou o cordão no tronco, para ver a vista que fazia no pescoço da filha.
Quando isso aconteceu, o malvado cordĂŁo transformou-se numa serpente, que atĂŠ cortou o tronco da oliveira. E tudo isto aconteceu porque a mulher foi mal agradecida.
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A lenda do Sete Ais E sta é uma lenda estranha que está na origem do nome de um local do concelho de Sintra e que remonta a 1147, data em que D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos Mouros. Destacado para ocupar o castelo de Sintra, D. Mendo de Paiva surpreendeu a princesa moura Anasir, que fugia com a sua aia Zuleima. A jovem assustada gritou um "Ai!" e quando D. Mendo mostrou intenção de não a deixar sair, outro "Ai!" lhe saiu da garganta. Zuleima, sem lhe explicar a razão, pediu-lhe para nunca mais soltar nenhum grito do género, mas ao ver aproximar-se o exército cristão a jovem soltou o terceiro "Ai!". D. Mendo decidiu esconder a princesa e a sua aia numa casa que tinha na região e querendo levar a jovem no seu cavalo, ameaçou-a de a separar da sua aia se ela não acedesse e Anasir deixou escapar o quarto "Ai!". Pouco depois de se instalar na casa, a princesa moura apaixonou-se por D. Mendo de Paiva, retribuindo o amor do cavaleiro cristão que em segredo a mantinha longe de todos. Um dia, a casa começou a ser rondada por mouros e Zuleima receava que fosse o antigo noivo de Anasir, Aben-Abed, que apesar de na fuga se ter esquecido da sua noiva, voltava agora para castigar a sua traição.
Zuleima contou a D. Mendo que uma feiticeira lhe tinha dito que a princesa morreria ao pronunciar o sétimo "Ai!". Entretanto, Anasir curiosa pela preocupação da aia em relação aos seus "Ais", exprimiu o quinto e o sexto consecutivamente, desesperando a sua aia que continuou a não lhe revelar o segredo. D. Mendo partiu para uma batalha e passados sete dias foi Aben-Abed que surpreendeu Anasir, que soltou o sétimo "Ai!", ao mesmo tempo que o punhal do mouro a feria no peito. Enlouquecido pela dor, D. Mendo de Paiva tornouse no mais feroz caçador de mouros do seu tempo.
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A lenda do Frade e o Passarinho R eza a tradição que : "... Em tempos muito afastados aconteceu de um frade, enquanto rezava o ofício no coro, Ter a sua atenção despertada pelo seguinte versículo da Salmodia: «« Mil anos à vista de Deus são como o dia de ontem que já passou »». Não entendia o frade o significado, pelo que, no fim orou com mais fervor a Deus para que lhe fizesse entender. Saindo do coro e ao passar no claustro do convento, ouviu o canto de um passarinho que o fez parar. Em breve aquela avezinha se mudou, pelo que o monge a seguiu na esperança de a poder ouvir por mais um tempo, os seus aprazíveis cantos. Já um pouco afastado, perdeu de vista a ave que o encantara, facto que lhe causou muita tristeza e exclamou «Oh passarinho da minha alma, que tão belo e tão breve foi o teu cantar!». Em seguida regressou ao convento, porém reparou que a porta já não era no mesmo sítio. Achou tudo demasiado diferente e, ao bater, até o guardião do convento lhe parecia extremamente diferente: - Quem bate e o que deseja, perguntou-lhe o
Guardião ? - Responde o Frade «Um irmão e humilde frade deste convento. - Como, se cá não falta ninguém - respondeu o guardião - Falta sim ainda à nadinha saí no encalço de um passarinho, cujo o canto eu quis ouvir. Segui-o até à orla da mata e, tão logo se calou, me tornei ao convento. Como pois não me conheceis?! É verdade também não vos conheço! Foi o porteiro chamar o D. Abade a quem narrara, intrigado o caso. Este não se surpreendeu menos e postos a desvendar o mistério, consultando livros e registos, deles constava o desaparecimento de um frade, mas sobre o qual já haviam passado 300 anos. Nunca mais dele houvera rastos ou notícias. Foi então que por mais diligências, concluíram. Ter sido aquele para quem miraculosamente trezentos anos se passaram num momento. Assim ele compreendeu que para Deus não há diferença de tempo."
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A lenda do Santarém A "Santarém foi uma antiga cidade lusitana antes de por ela passarem romanos, alanos, vândalos, suevos e árabes, tornando-se definitivamente cristã em 1147. A lenda de Santarém remonta ao ano de 1215 a. C., quando reinava na Lusitânia o príncipe Gorgoris, chamado de “O Melícola”, por ter ensinado o seu povo a extrair mel dos favos das abelhas. Um dia, Ulisses de Ítaca chegou à foz do Tejo com os seus navios onde decidiu descansar por algum tempo, antes de regressar à Grécia. Hóspede de honra de Gorgoris, Ulisses conheceu a sua filha “Calipso” por quem se apaixonou. Do amor de Ulisses e da bela “Calipso” nasceu um filho, “Ábidis”. Quando Gorgoris soube do sucedido perseguiu Ulisses para o castigar, mas este, avisado da fúria de Gorgoris, fugiu para Ítaca. Para esconder a desonra de sua filha, Gorgoris mandou que pusessem Ábidis dentro de um cesto e o atirassem ao Tejo. O cesto boiou nas águas e, em vez de se perder no mar, subiu pelo rio até encalhar perto de uma gruta que servia de covil a uma loba. A loba adoptou a criança, amamentou-a e protegeu-a.
“Ábidis” tornou-se um belo rapaz que se alimentava de peixes do rio e frutos silvestres, e estava habituado a conviver com os animais. Mas um dia, uns caçadores surpreenderam aquele rapaz selvagem, capturam-no e levaramno à presença de “Calipso” – sua mãe. “Calipso” reconheceu em “Áibis”, através de um sinal de nascença, o seu filho roubado de seus braços. Quando soube que o neto tinha sido encontrado, Gorgoris que não tinha herdeiro varão resolveu educá-lo como seu sucessor. “Ádibis” tornou-se assim no rei dos lusitanos, um rei justo, sábio e humano que mandou edificar uma cidade no lugar onde viveu os primeiros vinte anos de sua vida. A essa cidade chamou “esca-ábidis, que significa manjar do príncipe Ábidis, o primeiro nome da cidade de Santarém, cujos habitantes são hoje conhecidos por escalabitanos."
Mitos e lendas de Portugal Sora Maria Helena Caseiro da Silva I foi impresso março 2016 nos gráficos oficinas UNLA com uma tiragem de 1000 exemplares