www.arteconstrucao.com Número 224 // Ano XVIII // € 3,50 Continente
Maio 2009
DE PROFISSIONAIS PARA PROFISSIONAIS Associando estética e segurança, as caixilharias deixam de ser apenas produtos estruturais para inovar em termos de design e materiais. Além do conforto térmico e acústico, as caixilharias permitem fachadas diferenciadas e modernas e grandes possibilidades de renovação.
Dossier
Caixilharias e perfis: Janelas para o mundo
Pedra
Texturas e cores variadas: Rochas embelezam construção
Projecto
Ria Shopping: Cobertura tensionada em destaque
Entrevista
Reis Campos: presidente da AICCOPN
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PARIS POR
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EDITORIAL
MENOS EMPRESAS NA CONSTRUÇÃO A crise financeira internacional tem aumentado consideravelmente os processos de insolvência no nosso país. Segundo um estudo da Informa D&B, no primeiro trimestre deste ano, foram declaradas insolventes 957 entidades, o que representa um acréscimo de 31% relativamente ao mesmo período de 2008. A construção civil é uma das actividades nacionais mais expostas às falências. De acordo com a consultora, 20% dos processos de insolvência declarados de Janeiro a Março cabiam a este sector, somando 193 casos. Acresce que a área imobiliária foi, após a financeira, aquela onde se verificou um maior crescimento no número encerramentos de empresas: 17 este ano, face a duas no ano passado. Porto, Braga e Lisboa foram os distritos que contabilizaram maior número de casos. As micro e pequenas empresas foram as mais afectadas por esta tendência, assim como as sociedades com menos de dez anos de actividade e com menos de cinco trabalhadores. Neste contexto, as perspectivas dos empresários do sector da construção quanto à criação “de postos de trabalho para os próximos três meses são negativas, pelo que é expectável um novo crescimento do desemprego oriundo do sector”. O alerta é dado pela FEPICOP – Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, na conjuntura da construção de Abril, onde se salienta que “o desemprego do sector da construção é o que mais cresce na actual conjuntura de crise económica”. O número de desempregados inscritos nos centros de emprego oriundos do sector tem vindo a “aumentar significativamente, tendo alcançado, em Fevereiro, 51 441 registos, o que traduz uma subida de 56,4% em termos homólogos”. Este valor “corresponde a, num ano, terem-se inscrito mais 19 mil pessoas que deixaram o sector da construção”, lê-se no documento. Será que as iniciativas governamentais vão conseguir contrariar estes números?
Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Raquel Rio raquel.rio@arteconstrucao.com; Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com; Colaboradores Permanentes: Michele Branco michele.branco@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: F. Pacheco Torgal, Manuela Synek, Said Jalali; Publicidade: Duarte Mourato duarte.mourato@arteconstrucao.com; Marketing: Pedro Nunes pedro.nunes@mtg.pt; Fotografia: Paulo Porfírio paulo.porfirio@arteconstrucao.com; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: mtg - Edição e Publicidade, Lda. geral@mtg.pt; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Praça da Concórdia, 114 • 2870-471 Montijo • Tel. 212431592 • Fax. 212323069 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Offsetmais - Artes Gráficas, S.A. • Rua Latino Coelho, 6 - 2700-516 AMADORA • Tel.: 214 998 716 • Fax: 214 998 717 • Email: dc.offsetmais@netcabo.pt; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.
3 | Arte & Construção_Maio/09
Sofia Dutra Jornalista
SUMÁRIO
sumário 03
EDITORIAL
04
SUMÁRIO
06
ENTREVISTA Reis Campos
12
MATERIAIS Contributos para o renascimento do betão aparente
14 22 26
DOSSIER - CAIXILHARIAS E PERFIS Janelas para o mundo Fabricantes adaptam-se às novas exigências PROJECTO Ria Shopping: Cobertura tensionada em destaque
32
ACTUAL Paradigma das feiras está “gasto” José António Barros, presidente da AEP
54
NO PAÍS
56
NO MUNDO
57
EMPRESAS Roca Torneiras abre portas
58
AGENDA
60
IMOBILIÁRIO
34
PEDRA Rochas embelezam construção
42
MATERIAIS Projecto de Estruturas
44
ARTE URBANA "Sou como tu”
61
EMPRESAS Hemera Energy apresenta-se e lança Advanclim
48
LEIS & DIREITO Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro (V)
62
NAVEGAR
52
RECURSOS HUMANOS Repensar o futuro
63
ARTES & LEITURAS
64
PRODUTOS
53
EMPRESAS
66
EM FOCO Como pensam as 50 principais empresas da construção
06
Entrevista Reis Campos
14 Dossier
4 | Arte & Construção_Maio/09
Caixilharias e perfis
COM ESTA FRASE, REIS CAMPOS, PRESIDENTE DA AICCOPN ASSOCIAÇÃO DOS INDUSTRIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E OBRAS PÚBLICAS, QUER REFORÇAR O IMPACTO POSITIVO QUE UMA APOSTA NA REABILITAÇÃO URBANA TERIA NO SECTOR DA CONSTRUÇÃO. NA SUA OPINIÃO, PODEM PERDER-SE, AINDA ESTE ANO, 95 MIL POSTOS DE TRABALHO SE NADA FOR FEITO. PARALELAMENTE, URGE A NECESSIDADE QUE COLOCAR EM PRÁTICA OS PROJECTOS PLANEADOS, QUE, DE MOMENTO, APRESENTAM UMA TAXA DE EXCUSSÃO DE 0,2%.
ASSOCIANDO ESTÉTICA E SEGURANÇA, AS CAIXILHARIAS DEIXAM DE SER APENAS PRODUTOS ESTRUTURAIS PARA INOVAR EM TERMOS DE DESIGN E MATERIAIS. ALÉM DO CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO, AS CAIXILHARIAS PERMITEM FACHADAS DIFERENCIADAS E MODERNAS E GRANDES POSSIBILIDADES DE RENOVAÇÃO.
SUMÁRIO
# 224
Maio 2009
26
66
Em foco
Projecto
Como pensam as 50 principais empresas da construção
Ria Shopping
Pedra Texturas e cores variadas
34
Pedra
BROADWAY MAYLAN É O GABINETE DE ARQUITECTURA RESPONSÁVEL PELA CONCEPÇÃO DO RIA SHOPPING, O MAIS RECENTE CENTRO COMERCIAL DE OLHÃO. NUMA OBRA COM MAIS DE NOVE MIL METROS QUADRADOS DE ÁREA COMERCIAL, DISTRIBUÍDOS POR CERCA DE 80 LOJAS E UM PARQUE DE ESTACIONAMENTO COM CAPACIDADE PARA 1 150 LUGARES, DESTACASE A UTILIZAÇÃO DE UMA COBERTURA TENSIONADA QUE PROTEGERÁ DO SOL E DA CHUVA SEM ENCERRAR O EDIFÍCIO.
A PEDRA JÁ FOI O PRINCIPAL MATERIAL DA CONSTRUÇÃO, E HOJE AINDA MANTÉM UMA UTILIZAÇÃO EXPRESSIVA NESTE SECTOR DE ACTIVIDADE, SEJA EM REVESTIMENTOS, ALVENARIAS OU ENQUANTO COMPONENTE DE INERTES, ENTRE OUTRAS APLICAÇÕES. DESDE A IMPERMEABILIZAÇÃO AO POLIMENTO, PASSANDO PELO APICOTAMENTO, SÃO INÚMERAS AS POSSIBILIDADES DE TRATAMENTO PARA EXPLORAR O POTENCIAL DE BRILHO E VALORIZAR AS TEXTURAS E CORES DESTE MATERIAL.
A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EMPREITEIROS DE OBRAS PÚBLICAS (ANEOP) E A DELOITTE APRESENTARAM AS PRIMEIRAS CONCLUSÕES DO ESTUDO ‘O PODER DA CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL – IMPACTOS EM 2009 E 2010’, QUE REÚNE AS OPINIÕES DAS 50 MAIORES EMPRESAS DA CONSTRUÇÃO. A NECESSIDADE DE CONCENTRAÇÃO, A APOSTA NA INTERNACIONALIZAÇÃO E A DIVERSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES SÃO ALGUNS DOS TEMAS CENTRAIS.
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Texturas e cores variadas
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ENTREVISTA REIS CAMPOS
ENTREVISTA
“PRECISAMOS DE GRUAS NAS CIDADES” TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO
/// Com esta frase, Reis Campos, presidente da AICCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, quer reforçar o impacto positivo que uma aposta na reabilitação urbana teria no sector da construção. Na sua opinião, podem perder-se, ainda este ano, 95 mil postos de trabalho se nada for feito. Paralelamente, urge a necessidade que colocar em prática os projectos
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planeados, que, de momento, apresentam uma taxa de excussão de 0,2%.
ENTREVISTA
REIS CAMPOS
Arte & Construção – Que peso tem, hoje em dia, o sector da construção? Reis Campos – O peso do sector da construção no PIB [Produto Interno Bruto] é de 5,6% e representa 11% do emprego em Portugal (presentemente emprega 553 mil pessoas). No investimento total do país, temos 49,5%. Os três segmentos que constituem o sector da construção têm pesos diferentes: o de engenharia representa 37% do total, o residencial 38%, e o não residencial 25%. Estas percentagens significam que, hoje em dia, as empresas muitas vezes estão a trabalhar em obras públicas e não em habitação. É, precisamente, o segmento residencial que, para nós, mais saiu penalizado com esta crise.
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Estamos a viver uma crise que, para a construção, não é de agora. O sector da construção vinha, desde 2002, em quebra consecutiva. A prova disso é que este ano subiu mais 3% e terminou com 25% de quebra acumulada ao longo destes sete anos. Em 2002, o governo quis reduzir o défice público e, para isso, recorreu à construção, mais precisamente ao segmento das obras públicas. Como consequência, não houve obras públicas nos primeiros dois anos de governo e, embora tenha conseguido os seus objectivos, também é certo que não subiu a economia.
No segmento da habitação foi pior. As famílias, com esta redução, tiveram ainda mais problemas e não compraram casa. Daí resultou uma queda na construção de fogos de 125 mil fogos, registados no início da década, para 53 mil fogos, construídos em 2008. O que podem agora esperar os empresários do sector da construção? Se foi através da construção que o governo conseguiu uma retracção do défice, também será através do sector da construção que irá dinamizar a economia. Todos os países da Europa estão a apostar na construção como sendo a única actividade que pode dinamizar a economia e, muito importante, o emprego. Um dos maiores problemas que os governos vão enfrentar é o do desemprego. O governo não terá outra solução senão investir rapidamente nas obras de engenharia e dar condições ao investimento privado para que este ocupe o seu espaço. Considera que o governo está a tomar as medidas necessárias? Eu diria que o governo percebeu a necessidade de investimento público um pouco tarde. Quando houve excesso de liquidez no mundo
(porque houve!) e facilidades no financiamento de investimentos, Portugal não aproveitou. Agora querem-se fazer investimentos e as parcerias público privadas carecem de quê? De financiamento. Hoje, o Estado carece de financiamento. O governo desenhou, com a nossa colaboração, um plano de acção até 2017, onde constam os grandes investimentos em construção e nós precisamos que algumas dessas obras avancem. Neste plano estão dois tipos de investimentos: os públicos, privados e publico privados, e o QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional]. O QREN representa cerca de 43 mil milhões euros. Uma das metades é nossa e a outra da União Europeia. A questão aqui está no facto da taxa de execução ser, presentemente, de 0,2%, ou seja, o QREN que começou no dia 1 de Janeiro de 2007 ainda não arrancou. A sua concretização foi nula e isso acontece quando temos 22 mil milhões de euros [provenientes da União Europeia]. Mas esta situação não acontece por acaso: o governo não tem dinheiro para entrar com a sua parte. Perdemos esta oportunidade, mas não há outra saída senão pegar nestes projectos e concretizá-los.
ENTREVISTA
Num aspecto estou de acordo com o Eng. Fernando Santo: em termos de investimento privado é fundamental a aposta na reabilitação urbana, pois seria uma alternativa à construção nova. No entanto, a reabilitação não é uma alternativa ao Aeroporto ou à Alta Velocidade, pois estas infra-estruturas também trazem desenvolvimento ao país.
O nosso país tem um stock de casas novas muito grande, cuja construção tem vindo a decrescer, pois as famílias não compram mais por terem preferido a aquisição ao arrendamento. O nosso país é o segundo da Europa com menos arrendamento, logo a seguir à Espanha. Temos dois tipos de arrendamento: o novo, que não existe, e o antigo, que são os tais 390 mil casos que são um fracasso. Com esta Lei dos Arrendamentos, que tinha como propósito dinamizar o arrendamento e promover a reabilitação, não conseguimos dar nenhum passo em frente. Ao fim de dois anos, quando o governo entendia que 20 mil casos deveriam de estar revistos, tal só aconteceu a 1 700 casos. Esta
lei não agradou nem aos senhorios nem aos inquilinos. O nosso país tem os centros das cidades todos degradados. Temos cerca de 800 mil casas que estão a precisar de obras profundas. Temos 114 mil casas em ruínas. Temos 500 mil casas devolutas. Por outro lado, temos 5,5 milhões de fogos e 3,6 milhões de famílias, ou seja, 1,5 fogo por cada família. É preciso impor alguma ordem nesta situação. Embora pareça que temos casas a mais, não temos! Temos muitos jovens a precisar de casa, não têm é condições para a comprar. Na política da habitação defendemos a reabilitação das cidades. E tal é feito através do investimento privado e não público. Hoje, se o investidor privado quiser reabilitar não tem acesso a linhas de crédito, pois estas não existem. A banca recebeu do Estado aquelas benesses, mas não as transpôs para as empresas. A Banca teve um comportamento abusivo em relação àquilo que recebeu. Este é o meu entendimento. Os empresários precisam acesso ao crédito para reabilitar. Não são as medidas de diminuição do IMI ou do IMT ou uma prorrogação de não sei o quê, que vai marcar a diferença. Outra questão importante é o IVA. Uma redução de 20% para 5% traria grandes melhorias: uma construção mais barata e, consequentemente, a possibilidade dos jovens de terem acesso a ela. E são eles que vão ocupar os centros das cidades. Enquanto as grandes obras vão ser direccionadas para as grandes empresas, a reabilitação ocuparia as empresas de menor dimensão, exigiriam muita mão-de-obra especializada. Precisamos de gruas nas cidades. Como analisa toda a discussão que rodeia os grandes projectos? Estes grandes investimentos não podem ser partidários, têm de ser políticos. Em qualquer país da Europa, este grandes investimentos estão consensualizados em termos técnicos. Quando se discute o aeroporto, os técnicos do governo e do aeroporto decidem qual a sua melhor localização e, quando o governo entender que é altura de construir a infra-estrutura, fá-lo naquele sítio. A decisão é política. Não é preciso perguntar a ninguém, nem o país precisa de andar a discutir tudo. Em Portugal, não! Aqui, nós estudamos durante muito
9 | Arte & Construção_Maio/09
Fernando Santo, bastonário da Ordem do Engenheiros, afirmou, numa entrevista à Arte & Construção, que uma aposta na reabilitação seria mais eficaz no combate à crise e ao desemprego do que a construção do TGV ou mesmo o aeroporto. Concorda com esta perspectiva?
ENTREVISTA
REIS CAMPOS
Eu sempre disse que as autarquias devem às empresas 950 milhões de euros e que a dívida da Administração Central, ou seja, o Estado directamente, ascendia aos 900 milhões. Após eu ter avançado com estes números numa entrevista à TSF, questionaram o secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, que não deve fazer ideia nenhuma do que são estes valores da construção. Deve ter perguntado ao Balcão Único, onde terá sido informado que ‘eles vieram aqui reclamar 80 milhões de euros’. 80 milhões de euros? 80 milhões de euros é um estádio de futebol, é uma auto-estrada de dez quilómetros! O que eu gostei foi que ele [secretário de Estado do Tesouro e Finanças] tivesse dito 80 milhões, porque… Qual tem sido a reacção da sector da construção ao novo Código dos Contratos Públicos?
tempo e quando é a altura de realizar aparece toda a gente a discutir localizações. Há tempo para estudar, planear, decidir e realizar. Agora, em Portugal, é tempo de realizar. Está confiante que 2009 represente o ano da recuperação do sector da construção? Não. Dos três segmentos de mercado que já referi esperamos que seja o da Engenharia a registar algum crescimento, onde prevemos uma subida de 6 a 8% se as obras anunciadas se concretizarem.
10 | Arte & Construção_Maio/09
Nos edifícios não residenciais, a nossa expectativa é de estagnação, com a componente pública a compensar a desaceleração dos projectos privados, única parcela do mercado que teve bom comportamento nos últimos anos. Este ano, o governo já lançou o Parque Escolar, está a avançar com o Parque Judiciário e também tem em carteira alguns hospitais, etc. A habitação nova vai ser um desastre. No ano passado decresceu 10% e este ano vai descer outra vez. Se nada for feito para estimular o segmento habitacional, os nossos cálculos mostram que o sector pode perder rapidamente 95 mil postos de trabalho. E, se isso acontecer, pelo menos outros tantos se perderão noutras actividades, dado o efeito multiplicador que o sector tem no emprego.
Se os dois a três mil milhões de euros de despesa pública directa que esta perda de emprego implica forem aplicados na reabilitação, asseguram-se não só os postos de trabalho como se fomenta fortemente a economia, para além de recuperar um património edificado muito importante. O programa Pagar a Tempo e Horas e o Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado cumpriram a função para que foram criados? O programa Pagar a Tempo e Horas teve efeito zero. E o Balcão Único [criado no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado] acabou por ser pior, pois as pessoas apenas comunicavam a dívida que o Estado tinha para com a sua empresa. Quando eu estou a trabalhar com uma instituição que sabe quanto me deve, para que ser ter um balcão onde apenas se reafirma a dívida em causa? Só se for para criar alguma animosidade! Recentes declarações do governo levam-nos a acreditar que não sabem exactamente qual é a dívida. Sabem, sabem. Esteve cá, na semana passada, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, que me deu razão.
Sempre dissemos que este código potenciava algumas simetrias, criava alguma litigiosidade acrescida entre os donos de obra e as empresas da construção, pautava-se pela falta de transparência... Este código entrou em vigor no dia 30 de Julho de 2008 e, curiosamente, antes dessa data foram lançadas centenas de obras, ainda abrangidas pelo antigo regime. Depois disso, não tem havido concursos. A lei prevê e existe, eu faço parte, uma comissão de acompanhamento que pretende seguir a aplicação da lei e daí fazer uma avaliação das dificuldades. Dada a falta de obras, não tem havido muitas situações. Ao longo dos primeiros meses de aplicação do Código verificámos, de forma generalizada, que todos os agentes envolvidos nestes processos, sejam eles empresas ou, até mesmo, donos de obra, questionaram e discutiram as soluções contidas na lei. Em particular, as dificuldades que temos constatado, no que respeita à implementação das plataformas electrónicas, estão longe de ser superadas e certamente porão em causa a obrigatoriedade de recurso às mesmas a partir do próximo dia 30 de Julho, fim do período transitório durante o qual ainda é admitida a apresentação de plataformas em suporte de papel.
MATERIAIS
CONTRIBUTOS PARA O RENASCIMENTO DO BETÃO APARENTE
O CASO DOS LIGANTES OBTIDOS POR ACTIVAÇÃO ALCALINA F. Pacheco Torgal
Engenheiro Civil - Investigador do C-TAC (Sustainable Construction Group), Universidade do Minho
Said Jalali
Engenheiro Civil - Professor Associado com Agregação na Universidade do Minho
/// O presente artigo aborda a questão do desenvolvimento tecnológico de uma nova família de materiais ligantes usualmente designados como ligantes activados alcalinamente. Estes materiais caracterizam-se por uma elevada durabilidade e menores emissões de carbono que o cimento portland permitindo perspectivar novas potencialidades para o uso de betões aparentes.
O
12 | Arte & Construção_Maio/09
uso do betão aparente (ou à vista) constituiu uma tendência da arquitectura no período 60-70 designada por Brutalismo[1] (béton brut). Nela se destacam os arquitectos Peter and Alison Smithson com a sua opção por estruturas despidas de qualquer revestimento, mas mais mediaticamente a obra do mestre Le Corbusier, para quem o uso de betão aparente se assumia como material de eleição (Figura 1). Sabe-se hoje contudo que o betão aparente à base de cimento portland, apresenta uma vida útil relativamente curta, facto que condiciona bastante o seu uso. Na verdade são inúmeros os casos de deterioração precoce de estruturas de betão armado. Mehta [2] refere um caso de deterioração de estacas 12 anos após a sua construção e também um caso de um túnel no Dubai que concluído em 1975, teve de ser completamente reparado em 1986.
Gjorv [3] indica um estudo sobre pontes construídas na Noruega após 1970 em que 25% apresentavam deterioração por corrosão de armaduras. Ferreira [4] cita estudos que indicam que 40% das cerca de 600 000 pontes existentes nos Estados Unidos estariam afectadas pela corrosão, com um custo de reparação de aproximadamente 50 biliões de dólares. A vulnerabilidade deste material fica a dever muito ao material ligante (cimento portland), que apresenta uma elevada quantidade de cal, facilmente susceptível de ataque químico, situação agravada pela incapacidade do cimento portland em conseguir uma boa aderência aos agregados o que induz níveis de permeabilidade relativamente elevados, facilitando o ingresso de água, gases e substancias agressivas, que provocam fenómenos de carbonatação e de corrosão das armaduras.
Além disso, a produção de cimento, não é possível sem a emissão de CO2 através da descarbonização do calcário (CaCO3), quando incinerado conjuntamente com argilas a aproximadamente 1450º C, para a produção do clinquer, gerando 0,55 toneladas de CO2 de origem química durante a produção de 1 tonelada de cimento, a que acrescem 0,39 tonelada de CO2 por tonelada de cimento devidos ao uso de combustíveis fósseis para a produção de energia necessária ao fabrico deste material, o que equivale a afirmar simplificadamente que durante a produção de 1 tonelada de cimento se produz igualmente 1 tonelada de CO2. Já os ligantes obtidos por activação alcalina e também conhecidos por ligantes geopoliméricos, são responsáveis por um nível de emissões muito menor e caracterizam-se ainda por uma elevada durabilidade. Os ligantes obtidos por activação alcalina podem utilizar como matéria-prima qualquer
MATERIAIS
[2] Mehta, P.K. - Concrete in marine environment. Elsevier Science Publishers, (1991) New York USA [3] Gjorv, O.E. – Steel corrosion in concrete structures exposed to Norwegian marine environment. ACI Concrete International (1994) 35-39 [4] Ferreira, Rui Miguel – Avaliação de ensaios de durabilidade de betão. Tese de Mestrado (2000) Escola de Engenharia da Universidade do Minho [5] Torgal, F. M. Alves S. P.;Castro Gomes, J. P.;Jalali, Said - Geopolymeric Binder Using Tungsten Mine Waste In Proceedings of Geopolymer 2005 World Congress, pp.93-98. S. Quentin, France [6] Torgal, F. M. Alves S. P.;Castro Gomes, J. P.;Jalali, Said - Investigations on mix design of tungsten mine waste geopolymeric binders. Construction and Building Materials. Vol.22 (2008) 1939-1949 [7] Torgal, F. M. Alves S. P.;Castro Gomes, J. P.;Jalali, Said - Properties of tungsten mine waste geopolymeric binder. Construction and Building Materials Vol.22 (2008) 1201-1211 [8] Torgal, F. M. Alves S. P.;Castro Gomes, J. P.;Jalali, Said - Alkali-activated Tungsten Mine Waste mud Binder versus OPC concrete. Acid and abrasion resistance. Alkali-Activated Materials- Research, Production and Utilization 3rd International Conference.pp.693-700, Praga, República Checa 2007 [9] Torgal, F. M. Alves S. P.;Castro Gomes, J. P.; Jalali, Said - Cimento Portland versus ligantes geopoliméricos: Considerações económicas sobre as implicações do mercado de carbono no custo dos betões. Engenharias 2005, pp.305-308, Universidade da Beira Interior, Covilhã. [10] Torgal, F. M. Alves S. P.;Castro Gomes, J. P.; Jalali, Said - Adhesion characterization of tungsten mine waste geopolymeric binder. Influence of OPC concrete substrate surface treatment. Construction and Building Materials Vol. 22 (2008) 154-161 [11] ITeCons, Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção – Betão à vista 10 princípios para um bom resultado. Curso C20 Aprender com os erros. Como evitar 50 dos erros mais correntes no projecto e construção. FCTUC Janeiro de 2007.
Figura 2 – Argamassa de ligante activado alcalinamente a partir de resíduos de minas
Figura 1 – Unité d´habitation em Marselha
material inorgânico constituído por sílica e alumina, preferencialmente que tenha sido sujeito a um tratamento térmico, que o torne um material amorfo (mais reactivo). Desta forma podem ser utilizados como matérias-primas para os ligantes geopoliméricos, cinzas escórias, ou até mesmo resíduos de minas e pedreiras, mesmo contendo metais alcalinos.
No âmbito dos trabalhos de Doutoramento do primeiro autor, respeitantes ao desenvolvimento de ligantes obtidos por activação alcalina de resíduos de minas, foi possível sintetizar um ligante activado alcalinamente, com elevadas resistências iniciais, baixa absorção e elevada durabilidade [5-8]. No entanto e atendendo a que actualmente não existe qualquer beneficio económico substancial quer para a utilização de ligantes com menos emissões de carbono, mais duráveis ou contendo resíduos minerais, constata-se que o fabrico de ligantes obtidos a partir da activação alcalina de lamas residuais de minas apresenta um custo superior aos dos ligantes tradicionais, facto que se prende com o custo relativamente elevado das soluções alcalinas de activação à base de hidróxidos e silicatos. É no entanto expectável que a longo prazo esta situação se possa inverter, muito por força do aumento do custo dos ligantes tradicionais devido à contabilização do custo de emissões de carbono [9]. Apesar desse facto, pensa-se que a cor deste material quando endurecido, entre cor de tijolo a rosa, (Figura 2) pode ser encarada como uma opção estética que seja privilegiada em detrimento do seu custo. Uma outra hipótese mais económica, será no entanto a de utilizar um material com um núcleo de betão de cimento portland revestido posteriormente com ligante activado alcalinamente. Esta hipótese é viável sem necessidade das conhecidas operações de abrasão da superfície do betão, devido à invulgar aderência entre os ligantes activados alcalinamente e os betões correntes [10]. Este material apresenta além disso vantagens em termos de acabamento, muito superiores às dos betões tradicionais, pois como endurece mais depressa permite a execução de relevos sem os conhecidos problemas de remoção de cofragem associados aos betões correntes [11], alem disso como no estado fresco o material ligante se encontra num estado de dissolução, isso vai permitir que ele se adapte muito bem a qualquer irregularidade do molde, pelo que após a sua descofragem o material mostra na sua superfície, rigorosamente aquilo que é a textura do molde. Pelo que este material pode assim constituir-se como um verdadeiro estímulo ao renascimento da utilização de betão aparente como opção arquitectónica.
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Bibliografia: [1] Fuão, Fernando Freitas - Brutalismo, a última trincheira do movimento moderno. Arquitextos, Texto Especial 036, ISSN 1809-6298, Dezembro de 2000.
DOSSIER
CAIXILHARIAS E PERFIS
JANELAS PARA O MUNDO TEXTO DE RAQUEL RIO
/// Associando estética e segurança, as caixilharias deixam de ser apenas produtos estruturais para inovar em termos de design e materiais. Além do conforto térmico e acústico, as caixilharias permitem fachadas diferenciadas e
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modernas e grandes possibilidades de renovação.
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DOSSIER
DOSSIER
CAIXILHARIAS E PERFIS
C
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Y
CM
MY
A
utilização destes produtos significa economia, segurança e estética, mas uma caixilharia mal dimensionada pode também tornar o ambiente escuro, demasiado quente e sem controlo de iluminação. A caixilharia é um elemento da vedação vertical utilizado no fechamento de aberturas (vãos), e tem como principais funções controlar a passagem de agentes internos (visão, ar, calor) e externos (visão, calor, vento, insectos, chuvas, intrusão).
16 | Arte & Construção_Maio/09
O conjunto das caixilharias do edifício é considerado como um subsistema do edifício e deve atender a vários requisitos que influem no seu desempenho: controlo de iluminação; isolamento térmico e acústico; facilidade de utilização; estabilidade estrutural quanto aos esforços de uso e ao vento; manutenção; estética; segurança contra intrusão; facilidade de limpeza e manutenção; estanquicidade. A caixilharia tem como principal função garantir a estanquicidade e a operacionalidade dos vãos, contribuindo para a optimização do desempenho energético-ambiental do edifício. A estanquicidade da caixilharia é uma das evoluções tecnológicas mais positivas porque permite controlar, de forma eficaz, o intercâmbio de calor e frio entre o interior e o exterior. Mas
esta estanquicidade obriga a definir a estratégia da ventilação natural, pelo menos para garantir as renovações de ar, essenciais para a salubridade do ar interior. Com uma caixilharia mais estanque, as renovações de ar essenciais podem ser conseguidas por ventilação natural e, quando esta não é desejada, através de grelhas de ventilação incorporadas no vão envidraçado ou de uma ventilação mecânica adequada. As caixilharias são normalmente classificadas de acordo com a sua função (janelas, portas e outras), material usado (madeira pintada ou natural, alumínio anodizado, pintado ou lacado, aço, PVC, mistas, etc.). Em função do resultado pretendido é possível escolher entre vários tipos de materiais. O primeiro passo para escolher bem o material de composição das caixilharias é conhecer as características, vantagens e desvantagens dos materiais mais usados no seu fabrico. MATERIAIS PARA TODOS OS GOSTOS Proporcionando um toque requintado e confortável, as caixilharias de madeira adaptam-se satisfatoriamente às condições do clima. Também contam com as vantagens de possibilitar vários desenhos, acabamentos e detalhes. Po-
rém requerem pintura periódica e cuidados em relação à degradação biológica (insectos, bactérias, fungos, etc.) e física (intempéries, produtos químicos, poluição) para manutenção e conservação. O desempenho dos produtos fabricados, além do tipo de madeira utilizada, depende de todas as etapas de manipulação de madeira, até mesmo do método de extrusão, por isso, é fundamental conhecer os processos utilizados pelos fornecedores, para aferir a qualidade dos produtos. Com o uso de vidros duplos e da madeira maciça na confecção dos caixilhos, aliada a uma boa vedação com perfis de borracha, obtém-se uma caixilharia com excelente isolamento termoacústico. O alumínio é um material bastante resistente à corrosão que não requer manutenção regular. Com uma vasta gama de cores e acabamentos, adapta-se a todos os estilos arquitectónicos e apresenta a possibilidade de optar por dois acabamentos diferentes para a mesma janela (interior e exterior). O alumínio mostrou-se extremamente vantajoso para a construção civil como matéria-prima para caixilharias, devido a características como leveza, função
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DOSSIER
CAIXILHARIAS E PERFIS
MARCAÇÃO CE A data limite para a obrigatoriedade de Marcação CE de caixilharia no âmbito da norma NP EN 14351-1 foi adiada para 01 de Fevereiro de 2010. A norma europeia identifica, independentemente do material, as características de desempenho que são aplicáveis às janelas (incluindo janelas de cobertura, janelas de cobertura com características de resistência ao fogo exterior e janelas de batente com abertura para o exterior), portas pedonais exteriores (incluindo portas de vidro, portas de saídas de emergência) e caixilhos compostos. As empresas de fabrico de caixilharias têm de implementar até essa data um conjunto de procedimentos de controlo de produção, de forma a garantir que o seu produto possa ter marcação CE para assim continuar no mercado. O principal objectivo da Marcação CE, cuja aposição é da responsabilidade do fabricante, é garantir aos utilizadores que os produtos, foram produzidos de uma forma controlada, bem como, que cumprem uma série de requisitos, comprovados através de testes e ensaios. A Marcação CE é uma marca que foi estabelecida pela União Europeia no âmbito da Directiva Comunitária nº 93/465/CEE. Esta Directiva define que os materiais de construção, a serem comercializados e utilizados no Espaço Europeu, têm de cumprir uma série de requisitos, de forma a obterem a Marca CE, que passa a ser condição obrigatória para a sua comercialização e utilização. Para além disso, como a referida Directiva é transposta para a legislação de cada país europeu, a Marcação CE passa a ser condição obrigatória para que os produtos possam ser comercializados e utilizados. Ou seja, para as empresas de fabrico de Caixilharia, a Marcação CE é fundamental para que possam cumprir a Legislação Nacional. Desde a aprovação da Directiva dos Produtos da Construção (Directiva 89/106/CE) que foi sendo desenvolvida uma grande actividade no domínio da normalização europeia no sentido de preparar todo o conjunto de normas harmonizadas necessárias para apoiar tecnicamente esta Directiva. O início da aplicação do Guia para Aprovação Técnica Europeia de Vidros Exteriores Colados (ETAG 002) veio a permitir, pela primeira vez, a aposição da marcação CE em sistemas de caixilharia exterior, tendo sido concluído o período de coexistência com outras especificações técnicas nacionais em Junho de 2003. Esta possibilidade foi estendida às fachadas cortina através do início de aplicação da norma EN 13830 – “Fachadas cortina. Norma de produto” em 01 de Dezembro de 2004, tendo sido concluído o seu período de coexistência um ano mais tarde. Apesar disso, ainda é pouco corrente a existência de produtos no domínio da caixilharia com marcação CE. Esperase, todavia, que com a plena aplicação da norma EN 14351-1 se venha a generalizar a aplicação da marcação CE, alterando definitivamente as exigências técnicas neste mercado. Pela primeira vez também existe regulamentação nacional que refere explicitamente a necessidade de classificação de desempenho de caixilharia (Regulamento das Características de Comportamento Térmico de Edifícios).
estrutural e baixa manutenção. O material é resistente à corrosão e, quando submetido aos tratamentos superficiais, tais como a anodização, lacagem ou pintura apropriada, a sua resistência é reforçada. É exactamente pela sua durabilidade que o uso do alumínio tem sido tão apreciado no fabrico de caixilharias: resistindo bem aos agentes atmosféricos, dispensa pinturas e conservação periódica, permitindo poupar nos custos de manutenção. As caixilharias em alumínio dividem-se em dois tipos: as tradicionais, com perfis em alumínio extrudido, e as caixilharias em alumínio com ruptura térmica constituídas por dois perfis independentes unidos por uma poliamida. Esta é a responsável pela ruptura térmica ao garantir o isolamento térmico entre o elemento exterior e o elemento interior. Os perfis são normalmente em alumínio extrudido. Isto permite que se possa ter acabamentos diferentes para o exterior e o interior da caixilharia, podendo mesmo utilizar-se materiais diferentes – são já comuns as caixilharias alumínio/madeira. As peças de união são em poliamida, que poderá ser reforçada com fibra de vidro. Adicionalmente, o “fecho” do perfil deve ser também em poliamida (ou um outro material com o PVC), e não em alumínio – por exemplo, quando se fecham as duas folhas de uma janela, não devem tocar-se peças de alumínio.
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A utilização de perfis com ruptura da ponte térmica permite aumentar o nível de conforto interior – a um maior isolamento térmico associa-se um melhor isolamento acústico. Além disso, ao diminuir a diferença de temperatura entre o interior e o caixilho, permite minimizar a condensação no interior. Isto permite uma optimização dos sistemas de controlo de temperatura, com os ganhos energéticos – e financeiros – associados. Pelas suas características isolantes, térmicas e acústicas, bem como pela resistência, o PVC garante excelentes resultados finais. A nível estético é possível conseguir acabamentos em diversas cores ou em diferentes imitações de madeira e outros materiais Também é possível conjugar caixilharia de madeira com alumínio ou PVC, ou usar outras combinações de materiais. Desta forma, obtêm-
O brilho da marca reflecte-se nos negócios.
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DOSSIER
CAIXILHARIAS E PERFIS
se janelas bem isoladas, mais resistentes e duradouras e com um acabamento tradicional, que sugere mais conforto
Depois de trabalhados e reforçados, os perfis são soldados, originando uma caixilharia monobloco.
As caixilharias de PVC usam um material (policloreto de vinil), obtido basicamente a partir do sal (cloreto de sódio) e petróleo (etileno). São ideais para aplicação em ambientes agressivos, não precisam ser pintadas, apresentam facilidade de manutenção e limpeza, possuem excelente sistema de vedação e são resistentes a agentes biológicos.
Duráveis, leves, resistentes às intempéries, fáceis de instalar e limpar, não exigem praticamente manutenção. Outra das principais características deste material é o seu toque agradável, pela ausência de arestas ou ângulos pontiagudos. A cor branca ou imitando madeira são as mais indicadas, uma vez que o pigmento das coloridas não resiste à alta incidência de raios ultravioletas.
À resina de PVC são adicionados aditivos especiais para conferir o desempenho desejado no produto final. A homogeneidade dessa mistura é obtida num misturador intensivo específico.
As caixilharias actuais em perfis de alumínio, PVC, madeira ou uma combinação destes – conseguem prestações muito boas ao nível do isolamento, especialmente quando associadas a vidro duplo.
A máquina de extrusão é alimentada com o composto de PVC. A aplicação de calor e a mistura mecânica intensa promovem a plastificação do composto de PVC, que ocorre cerca dos 180 graus centígrados, permitindo que seja moldado em diferentes tipos de perfil, pela passagem através de uma matriz. O perfil passa, então, por um calibrador, que ajusta as suas dimensões e o arrefece, através de um circuito de água gelada. Já na linha de montagem, os perfis são cortados e recebem barras de aço galvanizado, que reforçam a estabilidade das caixilharias. A rigidez de um perfil é função do módulo de elasticidade.
FUNÇÕES DAS JANELAS A funcionalidade de uma caixilharia depende da integração entre os projectos dos perfis e dos acessórios, de modo interdependente. O adequado fechamento dos vãos deve responder às necessidades de iluminação e ventilação. Nos edifícios residenciais, comerciais ou industriais, as janelas acumulam várias funções. Representam o contacto visual com o exterior e, ao mesmo tempo, permitem a entrada de
luz nos ambientes e mantêm a clássica função de troca de ar e ventilação natural. O projecto de caixilharias deve oferecer boas soluções para estes requisitos, valendo-se das diferentes tipologias de janelas. Uma boa caixilharia deve também apresentar facilidade de manuseamento, sem exigir esforço ao utilizador nas operações de abrir e fechar. Tão importante como as caixilharias são os acessórios que asseguram o funcionamento das janelas. Sempre integrados nos específicos de janelas, são fabricados para terem o mesmo tempo de vida útil das caixilharias. São materiais que, em situações de uso normal, não devem sofrer reposição. As caixilharias ocupam amplas áreas nas fachadas das edificações, mas ao contrário da alvenaria, são por definição, móveis. Componentes da fachada, com funcionalidade para iluminação e ventilação, os caixilhos devem receber atenção especial por parte dos arquitectos e construtores. Ao preencher um vão, seja em fachadas ou não, as janelas exercem uma função de iluminação e ventilação - além de possibilitarem o contacto visual com o exterior. Segundo as modernas técnicas de conservação de energia, o dimensionamento de um projecto de janela deve levar em atenção um aproveitamento optimi-
DOSSIER
As janelas incorporam um sistema de partes fixas e móveis, incluindo acessórios que se encaixam e/ou se ajustam para permitir o funcionamento. Assim, as janelas são classificadas de acordo com a movimentação de suas folhas. Para atender as exigências de circulação do ar e conforto, o especificador dispõe de meios para combinar diferentes tipologias de janelas, adicionando funções para iluminação ou ventilação. O mercado oferece alguns tipos principais de janela, mas também podem ser encontrados, resultantes de combinação de funções. As janelas de correr são formadas por uma ou várias folhas, que podem ser movimentadas por deslizamento horizontal, no plano da janela. A janela de guilhotina é formada por uma ou mais folhas, que podem ser movimentadas por deslizamento vertical, no plano da janela. A janela fixa não possui movimento, sendo adequada para iluminação. A janela de abrir de eixo vertical é formada por uma ou mais folhas, que podem ser movi-
mentadas mediante rotação em torno de eixos verticais fixos, coincidentes com as laterais da folha. A janela projectante é formada por uma ou mais folhas, que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de um eixo horizontal fixo, situado na extremidade superior ou inferior da folha. A janela pivotante é constituída por uma ou várias folhas, que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de um eixo vertical e não coincidente com as laterais das folhas. A janela basculante possui eixo de rotação horizontal, centro ou excêntrico não coincidente com as extremidades superior ou inferior da janela. A janela projectante deslizante (maxim-air) é formada por uma ou mais folhas, que podem ser movimentadas em torno de um eixo horizontal, com translação simultânea desse eixo. A janela reversível, do tipo basculante ou pivotante, apresenta rotação da folha ou folhas em torno de seus eixos situando-se no intervalo entre 160 e 180 graus. Para que o processo de instalação das caixilharias seja bem sucedido a instalação deve assegurar o desempenho mecânico, funcional e de durabilidade adequados para a obra, para o local e para a utilização razoavelmente previsível.
O processo de instalação da caixilharia exterior engloba várias fases como a selecção dos componentes e a verificação da adequação do projecto de execução da caixilharia e do respectivo projecto de montagem em obra; As anomalias mais frequentemente associadas à caixilharia correspondem, normalmente, a indícios relacionados com a infiltração de água, seja a sua visualização directa, seja o desenvolvimento de fungos ou bolores devido a humidificação dos materiais higroscópicos relacionada com a perda de estanqueidade dos caixilhos ou das respectivas juntas aro/vão. Todavia, as deficiências do funcionamento da caixilharia podem corresponder a vários aspectos: permeabilidade excessiva ao ar, deficiente resistência mecânica, deficiente isolamento térmico, atenuação acústica insuficiente, etc. A ocorrência de anomalias funcionais na caixilharia exterior deve-se à acumulação de deficiências durante várias fases do processo de especificação, projecto, construção e instalação. A protecção que a janela apresenta face ao efeito da acção do vento, que por sua vez influencia o efeito da precipitação e a entrada de ar no interior, tem de ter em conta que a velocidade do vento varia consoante a zona do país onde se construirá o edifício, a rugosidade do terreno, a altura das janelas no edifício e a existência ou não de edifícios próximos, que possam funcionar como protecção.
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zado da luz do dia, evitando o desperdício de iluminação artificial. Deve propor também soluções correctas para a troca de ar nos ambientes, independentemente de aparelhos de climatização.
DOSSIER
CAIXILHARIAS E PERFIS
FABRICANTES ADAPTAM-SE ÀS NOVAS EXIGÊNCIAS TEXTO DE RAQUEL RIO
/// Com muitos desafios pela frente, os fabricantes de caixilharias mostram o seu 22 | Arte & Construção_Maio/09
empenho em adaptar-se às novas exigências técnicas e regulamentares. Mas não esquecem o peso do factor estético, apostando também em novos acabamentos e cores para satisfazer em pleno as necessidades do mercado.
DOSSIER
Para este responsável, “as características técnicas que definem uma caixilharia de qualidade são o cumprimento obrigatório da norma NP EN 14351-1, na qual estão definidas os requisitos técnicos essenciais que uma caixilharia tem de cumprir”. Já em termos de evolução tecnológica, João Gomes destaca desenvolvimento e criação de séries de perfis de PVC de elevado desempenho térmico capazes de obter os mais reduzidos valores de condutibilidade térmica. “Por este motivo, as soluções de caixilharia de PVC têm vindo a ter um forte crescimento no mercado europeu e no mercado português, contribuindo decisivamente para a eficiência energética dos edifícios através da redução dos consumos energéticos em aquecimento e em ar condicionado”. O responsável da Caixiave lembra ainda que “os consumidores (promotores imobiliários, arquitectos, clientes finais) estão cada vez mais sensibilizados para a importância da qualidade da caixilharia que seleccionam para instalar nas suas obras. Por um lado, porque as caixilharias de elevado desempenho térmico e acústico começam a ser solicitadas para os mais diversos tipos de projecto, por outro, de-
vido ao forte contributo que as caixilharias desempenham ao nível da eficiência energética dos edifícios (as caixilharias podem contribuir até 40% do valor de redução dos consumos energéticos). Caixilharias de elevado desempenho são a garantia que por esta escolha a classificação do fogo/do edifício será de classe A ou A+. Relativamente às exigências estéticas, as soluções de caixilharia de elevado desempenho em PVC podem oferecer diversos tipos de acabamento: lacados mate a qualquer cor RAL (para obras novas) e soluções de textura e cores semelhantes aos tons das madeiras (para obras de renovação)”. CONSUMIDORES MAIS INFORMADOS O director do Departamento de Caixilharia da Rehau AG+Co segue a mesma linha: “o sector das caixilharias passa por uma reestruturação quer na qualidade dos sistemas de modo a responder às solicitações do mercado – eficiência energética - quer na qualidade de fabricação das mesmas, através da organização e auto-controlo das empresas que se preparam para a Marcação CE dos caixilhos. Esta Marcação a entrar em vigor no próximo ano, prevê uma maior regulamentação no sector e uma normalização na qualidade do produto acabado. Nesta duas vertentes verifica-se que o factor qualidade começa a ter cada vez mais importância, em detrimento das caixilharias de reduzida qualidade e consequentemente baixo custo”. Miguel Calado sublinha que “nos sistemas em PVC, a preocupação de melhoria no isolamento térmico e acústico, resultou em novos perfis com profundidades de 70 mm conseguin-
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O
sector das caixilharias atravessa um momento de enormes desafios, refere João Gomes do Departamento de Marketing da Caixiave. “Por um lado, a necessidade de reforço da capacidade técnica e de inovação para dar resposta às mais exigentes soluções de projectos de arquitectura, por outro pela introdução da Marcação CE e a obrigatoriedade de cumprimento das recentes normativas europeias (reforço das exigências técnicas funcionais das caixilharias)”.
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CAIXILHARIAS E PERFIS
ços e do desenho arquitectónico dos edifícios. Pouco a pouco temos contribuído para a mudança de mentalidades e, para isso, foi decisivo o novo regulamento de energia para os edifícios. Nos países do Norte da Europa, por exemplo, essa cultura está claramente arraigada na sociedade e o PVC lidera as preferências dos consumidores”, salienta Iciar Pascual Arceredillo, responsável de marketing da Vekaplast Ibérica.
do-se obter valores de isolamento térmico de Uf =1,3 W/m2K, além da possibilidade de colocação de vidros até 42 mm de espessura melhorando o isolamento térmico e acústico do caixilho.
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No seu conjunto a qualidade do caixilho em PVC passa pelo bom isolamento térmico (baixos valores de Uf) e acústico (maior nº de câmaras no interior) do perfil, que é complementado por vidros duplos ou triplos de modo a obter os melhores valores de isolamento térmico e acústico do vidro (redução até 45 dB), além de um sistema de vedação do caixilho através de juntas que garantem uma eficaz estanqueidade e por um sistema de ferragem que consigam atingir uma classe de resistência de segurança até WK3”. Actualmente o consumidor final está cada vez mais bem informado sobre a importância dos caixilhos na sua habitação, reforçado actualmente com a valorização da mesma através da Certificação Energética, considera o responsável da Rehau. “Neste sentido procura sistema cada vez mais eficazes no bom isolamento térmico que lhe reduzam os gastos em termos energéticos, além do bom isolamento acústico que lhe proporcionam um maior conforto e bem-estar. As tendências apontam para vãos de grande dimensão com soluções de sistemas normais de abrir ou de sistemas de correr do tipo corredora-elevável. A procura de cores diversificadas continua a ser uma característica do mercado nacional”.
A Vekaplast Ibérica, filial para Espanha e Portugal dos fabricantes de caixilharia em PVC Veka, refere, por outro lado, que “o mercado da construção atravessa um período de desaceleração da sua produção no mercado ibérico devido à crise mundial”. No entanto, acrescenta, “as perspectivas para os próximos dois anos no mercado português, tanto em termos de construção nova como da reabilitação de edifícios são “muito animadoras”. Outro desafio com que o mercado se confronta são as novas normas e regulamentos aplicáveis à construção e reabilitação de edifícios, incluindo o Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE). “No mercado ibérico subsiste uma cultura de utilização de matérias-primas pouco eficientes, a nível de isolamento e resistência, o que implica grandes custos, em termos de dinheiro e energia. Existe, por parte do utilizador final, um desconhecimento generalizado quanto à importância que a janela e a caixilharia desempenham numa gestão correcta e sustentável dos edifícios. Poucos são os consumidores que tomam uma decisão consciente na selecção das caixilharias que pretendem para as suas habitações, por desconhecer os benefícios que o PVC pode trazer em termos do conforto dos espa-
O mesmo responsável adiantou que “a caixilharia ideal está intrinsecamente relacionada com os fins a que se destina, ou seja, a tipologia do edifício, as condições meteorológicas da região, a implantação do edifício, entre outros factores”. Existem, contudo, alguns factores básicos a que a instalação deve atender: “em primeiro lugar, deve garantir o total isolamento dos edifícios, tanto térmico como acústico. As janelas e portas são os pontos mais críticos em termos de permeabilidade ao ar, à água e à temperatura em geral. Em segundo lugar, os perfis devem ser muito resistentes e duradouros. A estabilidade estrutural dos perfis assegura a prevalência das características físicas e dos níveis de isolamento durante toda a sua vida útil, o que significa menos investimento em conservação e renovação. Em terceiro lugar, destaca-se a política de sustentabilidade aliada à produção de perfis. Na Veka, este compromisso voluntário de conservação do meio ambiente centra-se na adaptação dos processos de fabrico para que consumam menos materiais e energia e na posterior reutilização através de instalações de reciclagem como tecnologia própria, com capacidade para reciclar até 30 toneladas de janelas de PVC por hora. A estes factores junta-se uma questão emergente na arquitectura moderna: a cor e o desenho dos perfis. Recentemente, a Veka lançou três novos acabamentos metálicos e três novos tons madeira que constituem uma nova geração ao combinar as características dos acabamentos em madeira com uma textura lisa”.
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tensionada que protegerá do sol e da chuva sem encerrar o edifício.
capacidade para 1 150 lugares, destaca-se a utilização de uma cobertura
distribuídos por cerca de 80 lojas e um parque de estacionamento com
Numa obra com mais de nove mil metros quadrados de área comercial,
concepção do Ria Shopping, o mais recente centro comercial de Olhão.
/// Broadway Maylan é o gabinete de arquitectura responsável pela
TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO
COBERTURA TENSIONADA EM DESTAQUE
PROJECTO RIA SHOPPING
O
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Uma vez que o edifício se encontrar parcialmente encerrado no interior de um quarteirão, com visibilidade exterior a partir de Sul e Poente, foi “imperativo conseguir obter um desenho e uma volumetria para a fachada Sul – aquela de
O propósito desta visão é conseguir que o centro comercial “não represente um objecto encerrado sobre si próprio e independente da cidade envolvente, mas sim que o mesmo possa constituir uma mais valia urbana e que contribua para a reabilitação da zona em que se insere”, justificam.
Os arquitectos optaram, assim, “por integrar o edifício com o sistema pedonal da envolvente e fazer com que o espaço acessível ao público no seu interior fosse parte dos espaços públicos exteriores”.
O Ria Shopping pode ser definido como um empreendimento comercial e de lazer de pequena dimensão e, na sua concepção, teve-se presente, de acordo com a memória descritiva do Gabinete Broadway Malyan, “que se trata de um centro comercial urbano, inserido numa malha existente já consolidada pelo que, na solução arquitectónica estudada, se procurou associar o empreendimento à sua envolvente directa e à própria cidade”.
Tendo como promotor a Sans Frontières, este novo espaço está a ser construído num quarteirão definido pela Estrada Nacional 125, em terrenos anteriormente ocupados com o antigo campo de treinos do Olhanense e com alguns edifícios de cariz industrial, hoje desactivados, que serão demolidos.
gabinete de arquitectura Broadway Malyan desenhou o Ria Shopping, o novo centro comercial de Olhão que representa um investimento de 30 milhões de euros e criará mais de 500 empregos directos.
O centro comercial é composto por seis pisos: três acima da cota de soleira e outros
MINIMIZAR PRESENÇA DO SUPERMERCADO
Os vazios entre painéis também podem ser aproveitados para ventilar e desenfumar os corredores de serviço ocultos atrás dos paramentos.
Aqui foi aplicado um tratamento uniforme, com uma “pele texturada para o edifício”, recorrendo a painéis de betão branco pré-fabricado, com vazios entre painéis e saliências verticais, “num jogo de contrastes claro-escuro e de saliência-reentrância”, que pudesse “valorizar a fachada e reduzir-lhe visualmente a área exposta”.
Dadas estas características, os arquitectos optaram por “arcar claramente a linguagem do lado Sul, nesse extremo da fachada, dobrando a volumetria mais fragmentada desse lado e por fazer o mesmo no lado Norte, transportando a linguagem de escala mais reduzida do «átrio» urbano e da ponte sobre o acesso ao cais de carga”.
Embora a fachada Poente seja a mais exposta ao exterior é secundária dado que se relaciona só com o arruamento Poente, de onde o edifício será sempre visto de forma oblíqua.
Através de uma pala de ensombramento, os arquitectos transformaram este mesmo local numa praceta, cuja fachada procura marcar um “portal de ingresso na nova «rua comercial urbana» e revelar o carácter «público» e a vocação do edifício”.
maior presença – capaz de desmaterializar a grande massa do edifício e de a adequar à escala mais fragmentada das construções existentes”.
O “grande atravessamento urbano” do Ria Shopping acontece no piso 1, onde um rua aberta de grande dimensão faz a ligação entre as praças de ingresso e de comunicação vertical com os pisos superiores e inferiores. É através destas ruas de praças que se instalam
GRANDE ATRAVESSAMENTO URBANO
Complementarmente, está também prevista uma faixa ajardinada de enquadramento e a sua cobertura das zonas de lixos com uma estrutura ligeira revestida com trepadeiras, escondendo-se as zonas de serviço que podem ser vistas das janelas das traseiras dos edifícios vizinhos.
No ponto mais enterrado do piso 0 (a Norte), será construída a área de serviço do empreendimento. O supermercado e as lojas da galeria situada à sua frente serão abastecido a partir do cais, enquanto as lojas dos níveis acima serão providos recorrendo a monta-cargas e corredores de serviço.
Embora fechado e climatizado desde a sua entrada, o piso 0 terá, no entanto, uma praceta a Sul ao ar livre e exterior. Um espaço equipado com um gradeamento de correr que, durante o período de funcionamento do shopping, se encontrará recolhido e integrado numa parede.
Os arquitectos procuraram minimizar a presença do supermercado ocupa a quase totalidade do Piso 0, colocando-o na posição em que fica menos exposto pelo declive natural do terreno. Em frente ao supermercado surgirá uma galeria comercial, assim como instalações sanitárias.
três, reservados para estacionamento de automóveis, abaixo do solo.
“Esta cobertura em tenda surgirá como que suspensa sobre o edifício, garantindo um efeito cénico de grande impacto, do ponto de vista da rua interior e da esplanada, sem que ainda assim tenha grande visibilidade do exterior, dado que se encontra sobre o miolo do quarteirão, logo, afastada das fachadas”, pode ler-se na memória descritiva do projecto.
A cobertura de parte do terraço será feita recorrendo a telas ignífugas tensionadas, formando um sistema de grandes toldos, com estrutura secundária em metal, madeira e cabos de aço.
No caso do Ria Shopping será criado um terraço ao ar livre onde estarão as mesas comuns a todos os restaurantes. Aí, um sistema de pontes de madeira sobre a abertura para piso inferior, “permitirá o atravessamento para o lado Poente, podendo assim todo este terraço ser utilizado para esplanada”.
A secção de restauração poderá ser encontrada no piso 2.
Os arquitectos prevêem a criação de um espaço destinado à área administrativa do supermercado, cujo projecto de eventual compartimentação interna será da responsabilidade do respectivo lojista.
Para além das instalações sanitárias com as mesmas características que nos outros pisos, o piso 1 conta com compartimentos de apoio como sala de lixos, arrumos, open-space destinados à administração e segurança do centro comercial.
as lojas, “beneficiando de um conjunto de corredores de serviço na traseira destinados à fuga de emergência, ao abastecimento das lojas e aos caminhos das respectivas redes técnicas”.
PROJECTO
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PROJECTO RIA SHOPPING
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1 - Cobertura geral 2 - Mall 3 - Food Court 1 4 - Food Court 2
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PROJECTO
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Data de abertura: 1º Trimestre de 2009
Estacionamento: 1 150 lugares em cave
Caves de estacionamento (Ab): 37.757 m2
Construção acima do solo (Ab): 17.295 m2
Pisos abaixo do solo: 3 (todos destinados a estacionamento)
Pisos acima do solo: 2 + 1 parcial com terraços acessíveis.
DADOS GERAIS
1 - Piso 2 2 - Piso 1 3 - Piso 0 4 - Entrada
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PROJECTO RIA SHOPPING
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PROJECTO
ACTUAL
ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL
PARADIGMA DAS FEIRAS ESTÁ “GASTO” TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO
/// Para José António Barros, presidente da AEP – Associação Empresarial de Portugal, o actual paradigma das feiras e salões está “gasto”, sendo necessário “introduzir mudanças e novas abordagens”. A Associação espera conseguir contornar os efeitos negativos da crise económica que nos afecta apostando na internacionalização, na competitividade e na inovação.
Arte & Construção – Tendo em conta a crise financeira que afecta todos os sectores de actividade, verificou-se alguma alteração nas prioridades estabelecidas pela AEP?
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José António Barros – Num cenário de crise económica internacional, como consequência da crise financeira com origem no mercado do subprime norte-americano, todos, famílias, empresas e governos, teremos de ser capazes de reequacionar e ajustar as nossas opções e estratégias permanentemente. A crise é tempo para reajustamentos e correcções, mas também traz oportunidades. Ora, a AEP – Associação Empresarial de Portugal não está imune à situação da economia e, naturalmente, tem reequacionado as suas prioridades. As nossas preocupações fundamentais têm a ver com o país e o estado da nossa economia. É importante que os nossos associados e o tecido empresarial português, em geral, se sintam apoiados e que o eco das suas dificuldades e anseios chegue a quem decide. É aí que temos procurado estar, influenciando quem decide e ajudando o governo a perceber
ACTUAL
Mas, também é tempo de bom senso e de confiança nos portugueses e no país. Impõe-se um esforço de todos na contenção de custos e um investimento público racional e criterioso, dando prioridade às empresas, à mão-de-obra e a produtos nacionais, e evitando ou substituindo importações, designadamente na área dos combustíveis fósseis. Isto também passa pela moderação salarial e pela adequação das grandes obras públicas que o Governo pretende lançar ao contexto actual da economia. Mas, fundamentalmente, são precisos aumentos significativos de produtividade, através da inovação, ao nível da gestão e dos produtos, e dos índices de incorporação tecnológica das nossas empresas, em especial daquelas que produzem bens transaccionáveis. Apontamos a internacionalização, a competitividade e a inovação como os três vértices do triângulo que nos próximos anos terá de ser a bússola da economia portuguesa; internacionalização que só será possível com competitividade, competitvidade que exige inovação e moderação salarial. Neste contexto, às empresas cabe a responsabilidade de concre-tizar tais prioridades. Ao Estado impõe-se que crie as condições indispensáveis à tradução prática desses três grandes objectivos.
De que forma tem a AEP ajudado os seus associados a ultrapassar esta fase menos boa? Na AEP, estamos a ajudar os nossos associados a responder à crise, desenhando e apresentando medidas concretas junto do Governo. Propusemos um extenso plano de medidas, do qual fazem parte as anunciadas linhas de crédito que o Governo tem disponibilizado para as PME, o alargamento dos prazos de pagamento do IVA e o pagamento das dívidas do Estado e autarquias às empresas, entre outras. A questão do desbloqueio dos seguros de crédito à exportação é também uma importante medida, sugerida e trabalhada com o contributo da AEP. Porém, há ainda muito a fazer. É o caso da regularização ainda em falta de boa parte das dívidas de todos os serviços da Administração Pública às empresas e a introdução de uma norma que obrigue aqueles serviços a liquidar juros de mora de forma automática, sem necessidade de interpelações do credor, como pretende a Comissão Europeia, e há muito pedida pela AEP. Esta é, sem dúvida, a forma mais saudável de injectar liquidez na nossa economia, para além do efeito disciplinador que introduzirá na normalização dos prazos de pagamento entre todos os agentes económicos, públicos e privados. Vimos, há mais de seis meses, insistindo também pela eliminação do pagamento especial por conta, totalmente desadequado e injusto na actual conjuntura, bem como a redução dos prazos de reembolso do IVA, agora finalmente anunciada, e o alargamento dos prazos de pagamento do mesmo. São objectivos pelos quais continuaremos a pugnar. Que projectos pretendem desenvolver nos próximos anos? Pretendemos modernizar e aprofundar os serviços que prestamos aos nossos associados e dinamizar pólos de desenvolvimento diferenciadores, sustentáveis e mobilizadores, com o objectivo de criar riqueza, contribuindo para a competitividade empresarial e para o desenvolvimento organizado das regiões e do país. A internacionalização, incluindo a das feiras, a formação e a inovação são áreas onde vamos aprofundar a nossa presença, de molde a oferecer aos associados um leque de serviços integrados e transversais de real utilidade para a sustentabilidade do tecido empresarial nacional.
As feiras e os salões ainda desempenham, o papel de sempre ou este é o momento para apostar numa mudança do paradigma? Apesar das mudanças que a tecnologia associada a este negócio tem acarretado, as feiras ainda são uma montra importante para as PME divulgarem os seus produtos e serviços. Mas, o actual paradigma está “gasto”. É necessário introduzir mudanças e novas abordagens, estimular a captação de clientes e operadores estrangeiros e a sua participação em verdadeiros centros de discussão e de negócios. No caso da Concreta – 24.ª Feira Internacional de Construção e Obras Públicas, que irá decorrer entre os dias 20 e 24 de Outubro, na Exponor, reunimos o ano passado, em congresso, empresários e profissionais do sector, para com eles afinarmos o formato e a missão do certame. Esta é, por exemplo, uma forma da Exponor empreender e de introduzir uma renovação estratégica ao evento, reforçando-o qualitativamente. Como avalia o desempenho da Exponor no último ano? O balanço é positivo. Posicionada como principal centro de feiras, exposições e congressos do país e do Nordeste da Península Ibérica, a Exponor acolheu 315 mil visitantes nos 28 eventos que realizou, entre os quais 16 salões temáticos vocacionados para profissionais. Claramente positiva é a entrada da Exponor para a direcção da UFI. Traduz o reconhecimento internacional pelo trabalho que vem sendo desenvolvido e evidencia a nossa capacidade na organização e promoção de feiras. Há vários anos que não havia nenhum português com assento no ‘Board’ da UFI. Esta entidade certificou, com o selo "UFI Approved Event", 13 dos eventos que esta nossa empresa organizou em 2008. A Exponor – Feira Internacional do Porto dispõe da maior área para eventos de Portugal, gerindo 100 mil metros quadrados cobertos: 60 mil nos sete pavilhões que possui em Matosinhos e 40 mil no Europarque, em Santa Maria da Feira. Em 2008, comercializou cerca de 300 mil metros quadrados de área de exposição e acolheu 35 eventos, 28 dos quais organizados pela própria empresa. Neles participaram mais de 3 300 expositores, na sua maioria empresas portuguesas, sendo de assinalar os 688 espaços expositivos ocupados por stands estrangeiros, ou seja, mais de 20% do total de expositores.
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os problemas da economia real. Estamos empenhados num trabalho sério, de auscultação permanente dos empresários e temos dado o nosso contributo para que se resolvam alguns dos problemas de fundo da economia portuguesa. É urgente que as empresas portuguesas reajam, incrementando a sua competitividade e as exportações, através da diversificação dos mercados de destino das mesmas.
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ROCHAS EMBELEZAM CONSTRUÇÃO TEXTO DE SOFIA DUTRA
/// A pedra já foi o principal material da construção, e hoje ainda mantém uma utilização expressiva neste sector de actividade, seja em revestimentos, alvenarias ou enquanto componente de inertes, entre outras aplicações. Desde a impermeabilização ao polimento, passando pelo apicotamento, são inúmeras as possibilidades de
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tratamento para explorar o potencial de brilho e valorizar as texturas e cores deste material.
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As pedras naturais podem ser utilizadas em inúmeros sectores da actividade económica, designadamente na construção civil e obras públicas, de transformação de rochas ornamentais, cimento, cerâmica, vidro, abrasivos, entre outras.
Em termos de ornamentação, embora a pedra seja muito utilizada nos Estados Unidos, China e Índia, entre outros países, a Europa continua a ser o mais importante mercado mundial das rochas naturais.
Em termos de apresentação, existem duas situações gerais identificadas nas categorias de rochas ornamentais: com beneficiamento de face (caso dos mármores e granitos), o que implica que as rochas possam ser serradas, polidas, apicotadas, esculpidas e flameadas; e sem beneficiamento de face, o que implica os materiais não sujeitos a operações de desdobramento de bloco, quer sejam extraídos em forma laminada ou não.
Embora seja um material usado há milhares de anos, a pedra ainda é importante em termos de design, investigação tecnológica e formação profissional, em parte graças ao recente interesse da arquitectura na pele e nos valores tácteis/visuais das superfícies.
De acordo com o Instituto Geológico e Mineiro (IGM), as rochas classificam-se em: carbonatadas (mármore e calcário cristalino, calcário sedimentar, calcário microcristalino, “brecha” carbonatada, conglomerado); granitos e similares (granito, sienito nefelinico, diorito, gabro, serpentinito, pórfiro ácido); e ardósias e xistos.
As possibilidades de tratamento para explorar o potencial de brilho e valorizar texturas e cores são inúmeras. As situações mais comuns são: em bruto (sem nenhum tipo de acabamento); serrado; apicotamento; polido; flameado ou flamejado; lustradas; levigadas; e impermeabilizadas. No acabamento serrado, o material é serrado e semi-polido, ficando quase sem brilho e com boa aderência superficial. No apicotamento (escacilhado, esponteirado e bujardado) é usado martelo e ponteira, deixando a superfície rugosa e anti-derrapante. Trata-se de um processo manual ou mecânico que utiliza o picão (ferramenta para desgastar pedras) para conferir um aspecto com relevo (picado). Por seu turno, o acabamento polido é alisado com abrasivos e depois lustrado com produtos químicos, realçando brilho e capacidade de impermeabilização. São submetidas a processos sucessivos de abrasão, partindo da granulometria mais grossa até chegar à mais fina, de modo a fechar qualquer porosidade. Em seguida, pode-se ou não lustrar a peça, de acordo com brilho desejado.
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m função da sua abundância e características, é natural que o homem tenha escolhido a pedra como um dos primeiros materiais de construção. Com diversas aplicações, a pedra tem, à medida que têm vindo a ser adquiridos novos conhecimentos e descoberto novas tecnologias, passado da utilização no seu estado simples (nomeadamente em cantarias, alvenarias e revestimentos) para a combinação com outros materiais, como é o caso do betão e das massas betuminosas. Com a invasão do betão, a pedra deixou de ser tão aplicada como material base, mas continuou a ser usada enquanto componente dos inertes.
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No que diz respeito ao flameado, quando é submetido a maçarico torna-o ondulado e anti-derrapante. Este processo, que é exclusivamente aplicado ao granito, visa torná-lo áspero. Consiste na queima da pedra para que ocorra o desprendimento de alguns cristais. No acabamento lustrado, o lustro é executado diferentemente para cada pedra. No caso do mármore utiliza-se o ácido oxalático (de menor potência abrasiva), enquanto no granito é usada uma mistura de chumbo e óxido de estanho.
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Por seu turno, as pedras são levigadas quando são desbastadas por abrasivos de granulometria grossa e não recebem mais nenhum tratamento, resultando numa superfície áspera. Em geral, as pedras polidas não apresentam porosidades, dispensando a impermeabilização. Já as usadas no seu estado natural são permeáveis e devem ser impermeabilizadas com resina à base de poliéster, para impedir o crescimento de matérias orgânicas e o consequente comprometimento da sua resistência e estética.
Para a sua utilização, as rochas não necessitam de mais que a extracção e a sua transformação em formas e/ou elementos adequados aos usos projectados. É, porém, indispensável o conhecimento das suas características petrológicas, químicas e mecânicas, além dos aspectos cromáticos e texturais, pois são estas propriedades que, em última análise, orientam a sua utilização. As características tecnológicas das rochas e a previsão do seu desempenho em serviço são obtidas através da execução de análises e ensaios, de acordo com procedimentos normalizados por entidades nacionais, para a caracterização tecnológica das rochas ornamentais. ESPECIFICIDADES DAS ROCHAS ORNAMENTAIS As propriedades tecnológicas das rochas são consideradas essencialmente sob três aspectos: índices de qualidade; parâmetros a serem utilizados nos cálculos de materiais para a construção civil; e especificações fixadas para os vários tipos de emprego das rochas. A qualidade da rocha e do seu desempenho
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tâncias químicas agressivas, sobretudo ácidas, no nosso meio físico. A sua incidência deriva fundamentalmente de acções antropogénicas, envolvendo o manuseamento de produtos domésticos e industriais, e das chuvas ácidas pela queima de combustíveis fósseis. É necessária a conciliação técnica e estética para especificação dos revestimentos naturais, na medida em que os diferenciados grupos de rochas mostram sensibilidade distinta aos agentes de degradação. É, pois, importante distinguir as rochas carbonáticas, designadas genericamente como mármores e travertinos, das rochas silicáticas, que têm a denominação de granitos, assim como das ardósias, quartzitos e serpentinitos. ROCHAS CARBONÁTICAS E SILICÁTICAS
Além disso, a qualidade será melhor quanto maiores forem o módulo de elasticidade e as resistências ao impacto, compressão uniaxial, ao congelamento e degelo e à flexão (módulo de ruptura). A resistência à flexão e a massa específica merecem destaque enquanto parâmetros a serem usados nos cálculos de materiais para os projectos de construção. Os valores da resistência à flexão e da massa específica são incorporados directamente nos cálculos das dimensões e espessuras das chapas fixados com grampos no revestimento externo dos edifícios. As especificações que fixam limites para a aceitação das rochas como material de construção são, habitualmente, estabelecidas por entidades normalizadoras e baseadas na experiência do uso, histórico do desempenho do
tipo de rocha e pela experimentação sob condições exigidas no projecto. A composição química, mineralógica e a textura são características que definem as propriedades fundamentais de natureza física, mecânica e térmica das rochas ornamentais. O conjunto dessas propriedades determina uma série de especificações básicas que devem ser conhecidas na escolha dos materiais para diferentes fins. A nível comercial, as rochas ornamentais e de revestimento são subdivididas, basicamente, em mármores e granitos. Como mármores enquadram-se, genericamente, as rochas carbonáticas, enquanto os granitos incluem as rochas silicáticas. No campo das rochas ornamentais, os quartzitos, serpentinitos e ardósias são outros tipos litológicos também importantes em termos sectoriais. Tal como outros materiais usados na indústria da construção, as rochas ornamentais sofrem solicitações que podem provocar perda de resistência mecânica, mudanças de coloração e aparecimento de manchas isoladas. Exemplo disso é a presença cada vez maior de subs-
A resistência ao desgaste abrasivo é normalmente proporcional à dureza na escala de “Mohs”. Dos minerais constituintes das rochas, a calcita e dolomita, principais constituintes dos mármores, têm dureza três e entre 3,5 e quatro, respectivamente. A dureza dos principais componentes dos granitos é sensivelmente superior, mencionando-se o quartzo (dureza sete), os feldspatos (seis) e os minerais ferromagnesianos (quatro a seis). Assim, entre os granitos a resistência abrasiva será tanto maior quanto maior for a quantidade quartzo. Entre os mármores, a resistência abrasiva e química será tanto maior quanto maior for o carácter dolomítico (magnesiano). No que diz respeito à absorção de água, que traduz a percentagem de espaços vazios, isto é, a porosidade efectiva dos materiais, os valores observados para as rochas silicáticas são habitualmente maiores do que os das rochas carbonáticas. Mesmo polidos e lustrados, em geral, os granitos estão mais sujeitos que os
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será tanto melhor quanto menores forem: a presença e os teores de minerais alterados ou alteráveis, friáveis ou solúveis que possam comprometer a sua utilização, durabilidade e brilho; a porosidade; o desgaste; a absorção de água; e o coeficiente de dilatação térmica.
As rochas carbonáticas são menos resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente mais reactivas que as rochas silicáticas, exigindo pressupostos rígidos de manutenção, se especificadas em fachadas, pisos e áreas de serviço. As rochas silicáticas são mais resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente menos reactivas que as rochas carbonáticas, obrigando a cuidados quanto ao aparecimento de manchas produzidas por infiltrações de líquidos, especialmente de argamassas de fixação e em juntas.
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deverão adoptar uma maior aproximação ao mercado e aos seus clientes”, o que “exigirá, um maior conhecimento das necessidades dos clientes. Um melhor serviço, aconselhamento, esclarecimento, acompanhamento e serviço após venda terão como resultados uma maior satisfação do cliente e consequente fidelização e alargamento da carteira de clientes”, garante-se no documento. Outras medidas apontadas são: o investimento directo no estrangeiro; o reforço do grau de “clusterização”; o alargamento da cadeia de valor e reforço das funções imateriais; maior atenção às condições de higiene, segurança e saúde no trabalho; e especialização em produtos de nicho passíveis de conferirem quotas de mercado em múltiplos países. mármores ao aparecimento de manchas por infiltração de líquidos. Como forma de identificação e distinção entre um granito e um mármore podem ser efectuados dois procedimentos simples: os granitos não são riscados por canivetes e chaves, enquanto os mármores são riscados por canivetes e chaves e reagem ao ataque de ácido clorídrico a 10% em volume, efervescendo tanto mais intensamente quanto maior for o teor calcítico. Muitas vezes assemelhados aos mármores, os quartzitos não são riscados por canivetes e chaves nem efervescem com ácido clorídico ou limão.
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Por seu turno, as ardósias são rochas síltico-argilosas de derivação sedimentar, que desenvolvem panos preferenciais de delaminação (clivagem ardosiana) aproveitados para a obtenção de chapas. A ardósia pode ser distinguida de outros materiais naturais pelos padrões cromáticos homogéneos que lhe são característicos. As ardósias não efervescem ou reagem muito discretamente em contacto com ácidos, observando-se que as variedades grafite e negras são mais sensíveis que as cinzas. Os quartzitos são rochas silicosas de derivação sedimentar, maciças ou foliadas, formadas essencialmente por quartzo. As suas características físico-mecânicas assemelhamse às das rochas silicáticas, ao passo que as feições estéticas são mais próximas das rochas carbonáticas.
CRIAR CLUSTER O alargamento da gama de produtos, o investimento na formação profissional e a promoção da cooperação inter-empresarial são algumas das pistas de acção indicadas num estudo do CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais para o desempenho geral do sector da pedra natural. Segundo o relatório, o alargamento da gama de produtos deve passar por uma “oferta de soluções globais integradas aos clientes através de um conjunto de serviços associados, desde os serviços técnicos que auxiliem na melhor utilização da pedra, passando por uma articulação mais estreita com os gabinetes de arquitectura e com os designers, até à prestação de serviços de colocação da pedra em obra”. Por seu turno, o investimento na formação profissional deve dotar as empresas dos perfis profissionais capazes de elevar o desempenho competitivo das empresas, ao passo que “a cooperação inter-empresarial deverá constituir-se como base para o sector, seja pela via de parcerias para a produção/especialização, internacionalização, investigação, seja pela parceria com empresas produtoras de produtos substitutos na região (cerâmicas)”. Enquanto pistas de acção para o desempenho geral do sector o estudo aponta também a necessidade de política comercial e de marketing mais activa. “As empresas do sector
De acordo com o relatório, “adoptando estratégias de investimento directo no estrangeiro, irá obter-se vantagens competitivas, ao nível da diversificação de recursos geológicos transformados, custos de extracção e transformação mais baixos e entrada em novos mercados externos”. A constituição de um “cluster” das rochas ornamentais em Portugal passará pela existência de empresas competitivas e dinâmicas, de recursos geológicos com qualidade, variedade e quantidade apreciáveis e de empresas fabricantes de equipamento e ferramentas. “Para que este fenómeno ocorra é, no entanto, necessário haver uma mudança de mentalidade das empresas, de modo a haver uma capacidade de abertura de diálogo, à cooperação com concorrentes, fornecedores e clientes”, lê-se no estudo. Para acompanhar a crescente sofisticação da procura, quer interna, quer externa, o documento indica a necessidade de as empresas portuguesas repensarem “os seus métodos de gestão e organização, passando a integrar na sua actividade os denominados factores dinâmicos de competitividade, entre os quais se destacam a capacidade de concepção e design, a logística interna e externa, questões relacionadas com a qualidade (certificação de empresas e produtos) e o desenvolvimento de políticas comerciais”. Além disso, o reforço da competitividade das empresas não deverá descurar as condições de higiene, segurança e saúde no trabalho. “Se, por um lado, ao nível das indústrias de transformação de maior dimensão já muito se
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pamentos que possam prever e controlar os seguintes impactes ambientais: poeiras (equipamento de recolha de poeiras; equipamento por via húmida); ruído (redução de ruído na fonte; equipamento com silenciadores; isolamento das instalações; barreiras acústicas); e desperdícios/resíduos (sistemas de depuração de efluentes; formação específica aos trabalhadores em relação aos resíduos domésticos; reaproveitamento dos materiais – subprodutos). Nas transformadoras, as empresas deverão centrar igualmente os seus investimentos em equipamento e práticas que permitam reduzir os seguintes impactes: poeiras (sistemas de recolha de poeiras; utilização de água nos equipamentos; sistemas de exaustão; cortinas de água); ruído (redução de emissão na fonte; isolamento das instalações; equipamento com silenciadores; protecção dos trabalhadores); desperdícios/resíduos (sistemas integrados de decantação; reutilização de água)”. A sensibilização ambiental das empresas deverá ser feita na premissa de que as boas práticas ambientais “geram empresas eco-eficientes e que está comprovado que estas se tornam mais rentáveis, uma vez que consomem menos recursos naturais, tem melhor rentabilização no processo produtivo, têm menos acidentes, menos desperdícios, apresentam melhores índices de satisfação do pessoal, melhores apoios financeiros e melhor imagem no mercado e sociedade, o que as torna mais competitivas”.
DESEMPENHO AMBIENTAL O relatório aponta ainda algumas pistas de acção para o desempenho ambiental: mais investimento das empresas em técnicas/tecnologias (equipamento e metodologias) que permitam implementar melhores práticas ambientais; reforço do investimento das entidades públicas e privadas em sensibilização
ambiental às empresas; mais investimento das empresas em formação ambiental; criação de mecanismos internos nas empresas que permitam uma adequação à legislação vigente e futura manutenção; e certificação ambiental das empresas. Actualmente, existem técnicas e tecnologias avançadas e associadas a práticas ambientais que permitem melhorias ao nível do processo produtivo das empresas no sentido de uma exploração sustentável dos recursos. Os novos equipamentos disponíveis no mercado, associados a boas práticas, permitem às empresas terem melhores desempenhos ambientais. Segundo o estudo, “em termos de pedreiras, as empresas deverão investir mais em equi-
É também aconselhada a “criação de mecanismos internos nas empresas que permitam uma adequação à legislação vigente e futura manutenção, como por exemplo, integração dos quadros nos quadros da empresa de pessoal qualificado para a gestão das questões ambientais”. Por último, no estudo lê-se que “o número de clientes que exigem aos seus fornecedores certificação ambiental está a aumentar de dia para dia, o que significa que se uma empresa quer ser competitiva e dar respostas ao mercado, terá de apostar na certificação ambiental, através da implementação de sistemas de gestão ambiental”.
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tem feito neste campo, por outro, as empresas de menor dimensão e sobretudo as que estão ligadas à actividade extractiva têm um longo caminho a percorrer”. A incorporação de valor acrescentado aos produtos irá conquistar quotas de mercado locais reduzidas, mas uma quota de mercado global significativa.
O relatório revela que “existe um claro défice de formação ambiental nas empresas.” Assim, “um maior conhecimento dos empresários e dos trabalhadores ao nível das questões ambientais irá trazer melhorias ao nível das práticas das empresas”.
MATERIAIS
PROJECTO DE ESTRUTURAS
OE DEBATE NOVOS MATERIAIS TEXTO DE SOFIA DUTRA
/// Os novos materiais para o projecto de estruturas foram o tema de um seminário organizado pela especialização em estruturas do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros (OE), que decorreu a 19 de Março, no auditório da OE, em Lisboa.
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istoricamente, a tecnologia de novos materiais de construção é acompanhada por novas soluções no projecto de estruturas, quer no domínio da concepção, quer no desenvolvimento de métodos de cálculo específicos, transpostos, em geral, por normas ou regulamentos próprios. Actualmente, é corrente a aplicação dos denominados betões de alto desempenho, o vidro é aplicado como material resistente e os betões com compósitos e com fibras têm uma aplicação cada vez mais frequente.
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Assim, entre os novos materiais para o projecto de estruturas tiveram destaque no seminário os betões de elevado desempenho, betões reforçados com fibras, betões reforçados com compósitos de fibras de carbono, assim como a aplicação estrutural de betão reforçado com fibras de vidro. Segundo a eng. Ângela Nunes, representante do Conselho da Região Sul do Colégio de Engenharia Civil, na área dos betões de elevado desempenho, “a evolução prende-se com os materiais constituintes (agregados, adições, cimentos e adjuvantes)”. Exemplificou: “há cinco anos, não existiam agregados qualificados. Hoje, já existe qualificação, o que permite assegurar maior qualidade do produto final”. Também houve uma evolução significativa
na performance dos clínqueres de cimento Portland: “de 1975 a 2008 houve uma diminuição das emissões de CO2 e do consumo de água na produção de cimento na ordem dos 40%”. “O desenvolvimento a nível dos adjuvantes também é espantoso. Neste momento, o consumo de adjuvantes é generalizado. A utilização de superplastificantes de última geração leva a betões de alto desempenho”. Nos anos 90 houve um grande salto na evolução das resistências dos betões cimento Portland, devido à optimização dos cimentos, mas também dos adjuvantes. “A Ponte Vasco da Gama foi um marco, onde foram dados os primeiros passos em Portugal nos betões de alta performance. A Ponte do Carregado também foi um marco, mais recente”, disse. Em termos de desenvolvimentos nesta área, Ângela Nunes acredita que “estamos a entrar numa nova era. A nanotecnologia está a entrar nas nossas vidas e nos betões também”. Deu como exemplos: o betão com nanopartículas de titânio (tem efeito de auto-limpeza e capacidade de decomposição orgânica/poluentes) e com nanosílicas (tem efeito de impermeabilização/durabilidade e aumento da resistência mecânica/durabilidade). Esta responsável crê que “nos próximos anos haverá muitos desenvolvimentos na área
do betão colorido”. “Vão surgir muitas obras em betão colorido”, disse. “Para ter bons resultados a nível de betão colorido têm que ser betões de alto desempenho”. De acordo com Ângela Nunes, “além da cor, também podem ser introduzidas texturas. As técnicas disponíveis são: betão moldado com ou sem estampagem superficial; betão desactivado; betão liso; etc”. Na sua opinião, “também a utilização de betões leves vai aumentar, assim como o uso de fibras de vidro, polipropileno e metálicas para o fabrico de peças esbeltas e ligeiras”. “As melhores tecnologias disponíveis são: a optimização das tecnologias de dimensionamento; e a optimização das técnicas construtivas (ao nível do fabrico, cofragens e aplicação)”, garantiu. Assegura, assim, como retorno: “o aumento da vida útil; redução dos custos de manutenção e conservação; sustentabilidade (menor consumo de materiais e armaduras); grande capacidade de absorção sonora; boa capacidade de acumulação de calor; e resistência ao fogo”. COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS Segundo o eng. Joaquim Barros, da Universidade do Minho, “o betão reforçado com fibras é muito oportuno em estruturas hiperestáticas. Existem muitos tipos de fibras, quer do pon-
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“Actualmente, há muita inovação na área das fibras, sobretudo a nível laboratorial e não tanto da aplicação. A tendência é para o reforço híbrido (mistura de microfibras e macrofibras)”, acrescentou. Por seu turno, o eng. Luís Juvandes abordou os betões reforçados com compósitos de fibras de carbono. “Os compósitos reforçados com fibras não são um material novo na engenharia, apenas na engenharia civil, mas já é usado na aeronáutica. Não costuma é ser usado com betão”, referiu. “A nível dos compósitos reforçados com fibras, há situações críticas que interessam às estruturas de betão, em termos de durabilidade (temperatura, humidade, ultravioleta, alcalinidade), história de carga (fluência, fadiga) e fogo (temperatura, combustibilidade, toxicidade/desenvolvimento de fumos)”. “Os sistemas compósitos reforçados com fibras são compostos pelos seguintes materiais: compósito frp; cola de ligação /epóxido); e primário mais argamassas de regularização”, explicou.
“Os compósitos reforçados com fibras são materiais linear elásticos, ou seja, impõem critérios adequados para dimensionamento”. Na sua opinião, “o custo inicial do material é elevado, mas é favorável se for considerado o ciclo de vida”. GRC COMO MATERIAL ESTRUTURAL O eng. João Ramôa Correia falou sobre a aplicação estrutural de betão reforçado com fibras de vidro. “A designação – GRC (Glass Fiber Reinforced Concrete) – refere betão, mas não é betão”, afirmou. “É um compósito cimentício, composto por argamassa de cimento, fibras de vidro curtas dispersas e aditivos. Pode ser utilizado para fazer painéis de fachada, barreiras acústicas, canais de drenagem, entre muitas outras aplicações”. “O GRC é um material que já existe há três ou quatro décadas”, referiu.“Para esta utilização foram avaliadas as propriedades mecânicas do GRC relevantes para a sua aplicação estrutural”. Este responsável indica como “vantagens do GRC face a soluções tradicionais em aço e betão armado: parede fina (deve-se à inexistência de inertes grossos e à resistência ao cho-
que); peso reduzido (gera facilidade/custos de montagem; redução de forças sísmicas; poupança de material); durabilidade (ausência de aço corrente; corrosão); controlo da micro-fendilhação e da desagregação; e interferências electromagnéticas reduzidas”. Em termos de inconvenientes face a soluções tradicionais em aço e betão armado, aponta: “os custos iniciais (devido à necessidade de aquisição de material específico e de formar pessoal); o controlo da qualidade (dispersão das fibras, compacidade); e durabilidade das fibras de vidro (fibras especiais e aditivos)”. João Ramôa Correia concluiu que “a utilização de GRC como material estrutural é viável, garantindo níveis de resistência e deformabilidade compatíveis com as exigências de projecto dos elementos estruturais analisados”. Segundo o eng. Fernando Branco, presidente da Associação Portuguesa de Engenharia de Estruturas (APEE), “estes novos materiais poderão vir a ser utilizados em alguns nichos de mercado”. “É preciso encontrar os nichos de mercado e depois com tempo aplicar nos projectos”, esclareceu. “E a escola tem que acompanhar este processo”. Fernando Branco revelou-se “especialmente esperançado nos perfis de fibras de vidro, nomeadamente com a sua aplicação em reabilitação”.
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to de vista material, quer do ponto de vista das características geométricas das fibras”. Este responsável apontou “dois tipos de fibras: lisas e alinhadas; e alinhadas com extremidades dobradas”.
ARTE URBANA
DFDFDFDFDFDFDF "SOU COMO TU"
UMA ESCULTURA DE CHAFES CHEGOU À AVENIDA PARA FICAR /// No dia 1 de Abril de 2009 fez um ano que a escultura em ferro negro forjado sob o título «Sou como tu»
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de Rui Chafes foi implantado na Avenida da Liberdade, um dos lugares mais nobres de Lisboa.
ARTE URBANA
«REFORÇAR A IDENTIDADE DA AVENIDA E A RELAÇÃO DO CIDADÃO COM O ESPAÇO PÚBLICO»
(PRESIDENTE DA CML)
Por seu lado, o Presidente da Câmara defendeu o projecto da seguinte forma: «Não me choca este tipo de doações e, na verdade só espero que se multipliquem, porque é a cidade que ganha». Aquando da inauguração, começou por sublinhar ser «importante que a Arte esteja presente nas Avenidas. Esta escultura poderá reforçar a identidade desta Avenida e a relação do cidadão com o espaço público, pois trata-se de uma obra que fala por si». Face ao ambicioso projecto inicial, o artista respondeu à exigência da encomenda, sendo bem sucedido e até ultrapassou as expectativas. Chafes elaborou assim uma peça de grandes dimensões, com cerca de seis metros de altura, que emerge do solo, integrando-se na área ajardinada, confundindo-se inteiramente com os restantes elementos da natureza e da vegetação. Este objecto escultórico de grande porte nasceu assim numa área desassossegada da capital, contrastando com os intensos fluxos urbanos, proporcionando desta forma ao público, uma pausa potenciadora de reflexão. ESTA PEÇA OFERECE «UM LUGAR DE PAZ E DE SILÊNCIO» A obra não se impõe de imediato, sendo discreta, vai aparecendo gradativamente à medida que nos vamos aproximando dela. É necessário descobri-la, por ser subtil, aliás foi essa a intenção do autor. Para R. Chafes, a lentidão do processo de descoberta é oposta à imediaticidade. A escultura apresenta uma verticalidade estudada numa tentativa deliberada de se fazer
Manuela Synek Historiadora de Arte
confundir com a configuração formal e volumétrica das manchas das folhagens das árvores, que se encontram em seu redor. O trabalho do artista revela sempre uma ligação profunda à natureza, com os seus ritmos, mudanças e memórias, inserido num universo pessoal, expresso em referências ao romantismo alemão. Esta obra caracteriza-se por um grande rigor, de linhas inteiramente orgânicas e fluidas, tecnicamente muito complexa e visualmente bastante elaborada. O percurso deste escultor apesar de pertencer estilisticamente a tendências próximas do minimalismo, numa estética da depuração, apresenta neste caso uma evocação claramente numa memória ao Barroco. «Não tenho maneira de explicar como quero a torção do ferro. Tenho que ser eu a fazê-lo», adianta o autor. Explica ainda: «Quando faço uma escultura, é como se estivesse a esculpir pedra. Nesse avançar, há o esforço físico de torcer ferro, dobrar, cortar, juntar, soldar e pôr a massa. É um enorme desgaste». Nesta obra existe uma explosão de formas e tensões relacionadas com equilíbrios e simetrias. Observa-se um contraste entre as formas circulares cheias, preenchidas e as fitas leves onduladas que serpenteiam à sua volta, numa sábia interligação, que se encontram como a esvoaçar e a flutuar em direcção ao céu, num ritmo permanente. Esses diversos discos densos funcionam como que cabeças que vigiam atentamente o seu exterior. O artista joga nesta peça com os elementos esféricos e redondos e a extrema verticalidade criando uma dinâmica própria. O ESCULTOR PRETENDEU QUE ESTA OBRA «SE ELEVASSE COMO UMA COLUNA DE FUMO, EVOCANDO UMA IMAGEM DE LEVEZA» Ao nível da sua integração no local, este tra-
balho possui um estilo radicalmente distinto das nove estátuas clássicas fortemente figurativas, ali instaladas (tendo sido a última colocada há cerca de sessenta anos na Avenida), detentoras de uma linguagem académica, pertencendo a uma época com uma história e iconologia muito fortes. Pelo contrário, «Sou como tu» de R. Chafes descreve uma linha gramatical de género não figurativo e com elementos abstractos geometrizantes, conseguindo adaptarse e conviver com um espaço urbano criado de memória oitocentista, de um «lugar tão simbolicamente carregado», recorrendo às palavras do escultor. De acordo com o artista, a escultura lembra, em termos metafóricos «uma coluna de fumo, em movimento ascendente, portanto uma imagem de extrema leveza e transparência (…) Essa leveza realiza-se e simula-se em ferro negro: esse aparente paradoxo desperta no espectador a dúvida». Apesar do material utilizado na peça - o ferro - ser muito sólido e resistente, a obra aparenta na sua globalidade uma extrema leveza. Há um jogo perceptivo, no qual o objectivo principal é tirar o peso do ferro; isto é, tornálo leve e maleável, aos olhos do espectador, contestando a lei da gravidade, sugerindo uma ideia de «falsa leveza». O objecto escultórico parece assim desejar alcançar o céu, mas cujo peso o deixa preso e o impede, ficando, desta forma, entre os dois mundos (o terreno e o aéreo), convocando para a elevação mas operando-se com o seu oposto. «TRANSFORMAR O FERRO EM LEVEZA E TRANSPARÊNCIA IMPLICA OBSERVAR MINUCIOSAMENTE O MOVIMENTO DA ASA DE UM PÁSSARO A VOAR» (R.CHAFES) É exactamente nesse exercício visual que «Sou como tu» ganha o seu profundo significado através da sua imaterialidade e uma função poética. A suspensão do peso e a força de gravidade, nas esculturas em ferro, constituem as linhas mestras do seu trabalho escultórico deste artista, (no qual se tem dedicado há vinte anos). Trata-se de uma forma peculiar que este autor encontrou, para questionar a própria materialidade da escultura, como é visível noutra série, a da «Respiração», «Sonho Lento» e «Amanhecer». Neste caso, o observador é confrontado com a enigmática figura de um voo impossível: uma imagem pesada e melancólica de um sol negro. Uma esfera negra que se equilibra no
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E
sta peça foi doada à cidade pela Fundação PLMJ (Sociedade de Advogados – A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados), destinada a assinalar os quarenta anos de actividade desta sociedade. Este trabalho foi encomendado a este escultor, concebido desde o início a pensar naquele local onde acabou por ser instalado, apesar de ter havido alguma polémica acerca deste assunto. A razão pela qual existiu a controvérsia, prende-se com o facto da doação ter sido feita na condição da obra ficar em frente à sede da Fundação. Sáragga Leal garantiu que a oferta da peça pretendeu ser «um acto de genuíno mecenato numa contribuição para o enriquecimento cultural da cidade».
ARTE URBANA
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chão, suportada por fitas, que se diria pronta para voar e flutuar, se não estivesse prisioneira de si própria. Do ponto de vista visual, as barras e tubos de suporte mimetizam as cordas, que impedem o balão de levantar vôo. O FERRO É UMA EMANAÇÃO DE ENERGIA
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Interessa-lhe pensar a «energia», a «alma» que cada objecto possui, encarando o fazer artístico como uma actividade transformadora. As suas esculturas equacionam portanto uma relação entre transparência e opacidade, peso e leveza, atracção terrena e elevação espiritual. A peça da Avenida dá indicadores fortes das características acima descritas. «Sou como tu» tem no seu título uma chave importante da sua compreensão. Que a escultura seja como aqueles que a vêem, significa que o seu corpo é idêntico ao corpo humano e, sobretudo, que entre tudo o que existe se pode estabelecer uma relação de semelhança. As diferenças entre «sou» e «tu» são de intensidade, de linguagem de expressão e de matéria. Os títulos não surgem nem antes, nem depois, mas relacionados com a série. Frequentemente as suas esculturas têm nomes, que «abrem» novos sentidos. São quase enunciados fortemente literários, que valem por si. No crer deste criador, não é só o objecto escultóri-
co em si que importa mas as ideias que emanam, decorrendo da sua relação com a escrita. Existe um fio condutor entre os títulos das peças com o lado mais conceptual, e as próprias obras com a vertente mais plástica. «SOU ESCULTOR DE PALAVRAS E FERRO» (R. CHAFES) É de mencionar que parte da actividade de R. Chafes é dedicada à escrita, à tradução e à publicação de livros que acompanham o seu trabalho de escultura, como refere: «Ao atribuir nomes às esculturas, estou precisamente a abrir caminhos de possibilidades de leitura». Os títulos das obras permitem a entrada numa leitura, mesmo que metafórica. Através dos títulos, o espectador constrói sentidos, gera momentos de perturbação, convoca memórias e levanta certamente questões pertinentes. É de referir que este escultor trabalha sempre por séries. O escultor depois de tirar as dúvidas, de se questionar e fazer perguntas, quando chega a um certo tipo de conclusões, passa a outro ciclo ou a outra linha de trabalho. AS PEÇAS DESTE CICLO RELACIONAM-SE COM A IDEIA DE UMA VOZ «Sou como tu» pertence a uma mesma série de outros trabalhos deste artista, possuindo
uma configuração semelhante, concebidos no ano de 2007, sob o título do ciclo das «colunas de fumo». Fez uma primeira peça para o espaço interior de uma catedral, na Bélgica «Quero tudo de ti», seguidamente, realizou «Eu sou os outros», em que o título coincide com uma exposição individual que decorreu, em 2007, na Galeria «Graça Brandão», onde figuravam mais nove peças do autor. Esta foi a primeira exibição que R. Chafes fez, após uma ausência de dez anos, nesse espaço galerístico. Dentro desta mesma série, surge uma outra obra, com as semelhanças formais próximas da existente «Sou como tu», sob o título de «Venho de ti», dedicada aos «Emigrantes Portugueses em França», que se encontra no subúrbio parisiense, em Champigny-sur-Marne, numa iniciativa do Governo português e da respectiva Câmara. Este memorial situado no Parc Départemental du Plateau, é exactamente o local onde se recrutavam os emigrantes para a construção civil. Todas as peças deste ciclo se relacionam com a ideia de uma voz. Ele acha que o vento nas folhas é a voz de Deus. Rui Chafes nascido em Lisboa, em 1966, é um artista reconhecido internacionalmente e um dos nomes fundamentais e mais marcantes da sua geração na escultura portuguesa contemporânea. Expõe regularmente desde finais da década de 80.
LEIS & DIREITO
DECRETO-LEI Nº 18/2008, DE 29 DE JANEIRO
NOVO CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS (V)
TEXTO DE MICHELE BRANCO
/// Tínhamos ficado na matéria relativa à escolha dos procedimentos em função do valor, tendo sido analisada a escolha dos procedimentos nos casos dos contratos de empreitadas de obras públicas e nos casos dos contratos de locação, aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços.
N
esta edição retomaremos a mesma matéria vendo em seguida o artigo 21º que regula a escolha do procedimento de formação dos demais contratos, aqueles que não se encaixam nos anteriores ou não sejam contratos de concessão de obras públicas, de serviços públicos ou de contratos de sociedade. Trata-se, portanto, da norma residual. 3 – Outros contratos (artigo 21º) A) A escolha do ajuste directo só permite a celebração de contratos até 99 999€; B) A escolha do concurso público ou do concurso limitado por prévia qualificação permite a celebração de contratos de qualquer valor. C) Para a formação de contratos sem valor pode ser adoptado qualquer um dos procedimentos referidos nas alíneas anteriores.
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DIVISÃO POR LOTES A propósito da escolha do procedimento em função do valor, importa ainda referir a forma de determinar o procedimento nos casos em que a mesma prestação (que poderia ser constituída por um só único contrato) é dividida em vários lotes, correspondendo a cada um, um contrato.
Nestes casos há que atentar ao que dispõe o artigo 22º do CCP Assim, se o anúncio não for publicado no JOCE, os limiares comunitários referidos a propósito dos artigos 19º, 20º e 21º, deverão ser aferidos nos seguintes termos: a) Deve ser tido em conta o somatório dos preços base dos procedimentos de formação dos contratos a celebrar para todos os lotes, quando essa formação ocorra em simultâneo; ou b) Deve ser tido em conta o somatório dos preços contratuais relativos a todos os contratos já celebrados e dos preços base de todos os procedimentos ainda em curso, quando a formação desses contratos ocorra ao longo do período de um ano a contar do início do primeiro procedimento. ESCOLHA DO PROCEDIMENTO EM FUNÇÃO DE CRITÉRIOS MATERIAIS A par do critério da escolha dos procedimentos em função do valor, anteriormente visto, a escolha dos procedimentos também poderá ser efectuada em função de critérios materiais, isto é, em determinadas situações não existe limite de valor para a escolha do procedimento
a adoptar; melhor dizendo, poder-se-á em determinadas situações adoptar determinado procedimento, independentemente do valor do contrato. CRITÉRIOS RELATIVOS AO PROCEDIMENTO DE AJUSTE DIRECTO Em primeiro lugar temos as situações previstas no artigo 24º, no âmbito do qual se permite adoptar o procedimento de ajuste directo, independentemente do valor, nas seguintes situações: • Quando, em anterior concurso público ou concurso limitado por prévia qualificação, nenhum candidato se haja apresentado ou nenhum concorrente haja apresentado proposta, e desde que o caderno de encargos e os requisitos mínimos de capacidade técnica e financeira não sejam substancialmente alterados em relação aos daquele concurso; • Quando, em anterior concurso público, concurso limitado por prévia qualificação ou diálogo concorrencial, todas as propostas apresentadas tenham sido excluídas, e desde que o caderno de encargos não seja substancialmente alterado em relação ao daquele procedimento; • Quando, por motivos de urgência impe-
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NOTA: Nos casos de exclusão de propostas nos termos do nº2 do artigo 70º a escolha do ajuste directo está sujeita aos limites previstos no nº2 do artigo 24º Em segundo lugar temos as situações previstas no artigo 25º, específico para os contratos de empreitadas de obras públicas, no âmbito
do qual se permite adoptar o procedimento de ajuste directo, independentemente do valor, nas seguintes situações: • Quando se trate de novas obras que consistam na repetição de obras similares objecto de contrato anteriormente celebrado pela mesma entidade adjudicante, desde que: i) Essas obras estejam em conformidade com um projecto base comum; ii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de três anos, na sequência de concurso público ou de concurso limitado por prévia qualificação; iii) O anúncio do concurso tenha sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o somatório do preço base relativo ao ajuste directo e do preço contratual relativo ao contrato inicial ser igual ou superior ao valor referido na alínea b) do artigo 19.º; e iv) A possibilidade de adopção do ajuste directo tenha sido indicada no anúncio ou no programa do concurso; • Quando se trate de obras a realizar apenas para fins de investigação, de experimentação, de estudo ou de desenvolvimento, desde que: i) A realização dessas obras não se destine a assegurar a obtenção de lucro ou a amortizar os custos dessas actividades; e
ii) O preço base relativo ao ajuste directo seja inferior ao referido na alínea b) do artigo 19.º; • Quando se trate de realizar uma obra ao abrigo de um acordo quadro (para efeito do CCP, é o contrato celebrado entre uma ou várias entidades adjudicantes e uma ou mais entidades, com vista a disciplinar relações contratuais futuras, a estabelecer ao longo de um determinado período de tempo, mediante a fixação antecipada dos respectivos termos artº 251º). Em terceiro lugar temos as situações previstas no artigo 26º, específico para os contratos de locação ou aquisição de bens móveis, no âmbito do qual se permite adoptar o procedimento de ajuste directo, independentemente do valor, nas seguintes situações: • Quando se trate de bens destinados à substituição parcial ou à ampliação de bens ou equipamentos de específico uso corrente da entidade adjudicante, desde que o contrato a celebrar o seja com a entidade com a qual foi celebrado o contrato inicial de locação ou de aquisição de bens e a mudança de fornecedor obrigasse a entidade adjudicante a adquirir material de características técnicas diferentes, originando incompatibilidades ou dificuldades técnicas de utilização e manutenção despro-
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riosa resultante de acontecimentos imprevisíveis não possam ser cumpridos, por parte da entidade adjudicante, os prazos inerentes aos demais procedimentos, e desde que as circunstâncias invocadas não sejam, em caso algum, imputáveis à mesma. • Quando as prestações que constituem o seu objecto se destinem, a título principal, a permitir à entidade adjudicante a prestação ao público de um ou mais serviços de telecomunicações; • Quando, por motivos técnicos, artísticos ou relacionados com a protecção de direitos exclusivos, a prestação objecto do contrato só possa ser confiada a uma entidade determinada; • Quando, nos termos da lei, o contrato seja declarado secreto ou a respectiva execução deva ser acompanhada de medidas especiais de segurança, bem como quando a defesa de interesses essenciais do Estado o exigir.
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porcionadas; • Quando se trate de bens produzidos ou a produzir apenas para fins de investigação, de experimentação, de estudo ou de desenvolvimento, desde que tais bens não sejam produzidos em quantidade destinada a assegurar a viabilidade comercial dos mesmos ou a amortizar os custos daquelas actividades; • Quando se trate de adquirir bens cotados numa bolsa de matérias-primas; • Quando se trate de adquirir bens, em condições especialmente mais vantajosas do que as normalmente existentes no mercado, a fornecedores que cessem definitivamente a sua actividade comercial, a curadores, liquidatários ou administradores de falência ou de uma concordata ou ainda no âmbito de acordo judicial; • Quando se trate de locar ou de adquirir bens ao abrigo de um acordo quadro; • Quando se trate de adquirir água ou energia, desde que a entidade adjudicante exerça a actividade de colocação à disposição, de exploração ou de alimentação de redes fixas de prestação de serviços ao público no domínio da produção, do transporte ou da distribuição de, respectivamente, água potável ou electricidade, gás ou combustível para aquecimento. Em quarto e último lugar temos as situações previstas no artigo 27º, específico para os contratos de aquisição de serviços, no âmbito do qual se permite adoptar o procedimento de ajuste directo, independentemente do valor, nas seguintes situações: • Quando se trate de novos serviços que consistam na repetição de serviços simi-
lares objecto de contrato anteriormente celebrado pela mesma entidade adjudicante, desde que: i) Esses serviços estejam em conformidade com um projecto base comum; ii) Aquele contrato tenha sido celebrado, há menos de três anos, na sequência de concurso público ou de concurso limitado por prévia qualificação; iii) O anúncio do concurso tenha sido publicado no Jornal Oficial da União Europeia, no caso de o somatório do preço base relativo ao ajuste directo e do preço contratual relativo ao contrato inicial ser igual ou superior a 5 150 000 euros; iv) A possibilidade de adopção do ajuste directo tenha sido indicada no anúncio ou no programa do concurso; • Quando a natureza das respectivas prestações, nomeadamente as inerentes a serviços de natureza intelectual ou a serviços financeiros indicados na categoria 6 do anexo II-A da Directiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de Março (serviços de seguro e serviços bancários e de investimento) não permita a elaboração de especificações contratuais suficientemente precisas para que sejam qualitativamente definidos atributos das propostas necessários à fixação de um critério de adjudicação nos termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º (proposta economicamente mais vantajosa para a entidade adjudicante) e desde que a definição quantitativa, no âmbito de um procedimento de concurso, de outros atributos das propostas seja desadequada a essa fixação tendo em conta os objectivos da aquisição pretendida;
• Quando se trate de serviços relativos à aquisição ou à locação, independentemente da respectiva modalidade financeira, de quaisquer bens imóveis, ou a direitos sobre esses bens, salvo os contratos de prestação de serviços financeiros celebrados simultânea, prévia ou posteriormente ao contrato de aquisição ou de locação, seja qual for a sua forma; • Quando se trate de serviços de arbitragem e de conciliação; • Quando se trate de serviços de investigação e de desenvolvimento, com excepção daqueles, cujos resultados se destinem exclusivamente à entidade adjudicante para utilização no exercício da sua própria actividade, desde que a prestação do serviço seja inteiramente remunerada pela referida entidade adjudicante; • Se trate de serviços informáticos de desenvolvimento de software e de manutenção ou assistência técnica de equipamentos; • Quando o contrato, na sequência de um concurso de concepção, deva ser celebrado com o concorrente adjudicatário ou com um dos concorrentes adjudicatários nesse concurso, desde que tal intenção tenha sido manifestada nos respectivos termos de referência e de acordo com as regras neles estabelecidas; • Quando se trate de adquirir serviços ao abrigo de um acordo quadro. NOTA: Ver no entanto alguns desvios a esta faculdade, nos números 2 a 7 do artigo 27º. Na próxima edição veremos os outros procedimentos que podem ser igualmente escolhidos independentemente do valor, mediante determinados critérios materiais.
RECURSOS HUMANOS
IDENTIFICAR FALHAS E REFORÇAR VIRTUDES
REPENSAR O FUTURO /// Até que ponto o crescimento das empresas tem sido sustentado, planificado ou até mesmo previsto? Dificilmente terá acontecido. Sobretudo no caso das empresas nacionais, que têm crescido nos últimos anos com base em bons desempenhos comerciais e na astúcia dos seus gestores.
A
ssumindo desde já o compromisso de não mencionar “a” palavra que assombra a mente do público em geral, tratarei de abordar possíveis soluções para uma saída vitoriosa da actual conjuntura. É tempo de pensar, reflectir, reorganizar, reestruturar. Nada como um período menos positivo para darmos um passo atrás e reflectirmos. Devemos identificar claramente as nossas falhas e reforçar as nossas virtudes. No fundo, o objectivo será tentarmos obter uma visão estratégica de futuro sobre o negócio.
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Até há pouco tempo, o seu negócio provavelmente respondia de uma forma reactiva ao mercado e às suas necessidades, de modo a colmatar algumas deficiências na estrutura empresarial com polivalência de funções e uma grande dose de disponibilidade. No entanto, até que ponto o crescimento das empresas tem sido sustentado, planificado ou até mesmo previsto? Dificilmente terá acontecido. Sobretudo no caso das empresas nacionais, que têm crescido nos últimos anos com base em bons desempenhos comerciais e a astúcia dos seus gestores, muitas vezes sem uma clara noção do seu rápido crescimento e necessidade de planeamento. Esta altura de dificuldade acrescida é a ideal para pensar ou repensar a estrutura, organização e planificação das empresas. Actualmente, estas têm sido obrigadas a uma gestão apertada sobre o seu controle de custos. Será mais importante agora do que anteriormente? Sem dúvida que sim, mas esse controlo apertado em período de maior desafogo não o estaria a benefeciar agora, que tem de fazer certos cortes mais radicais? Muito provavelmente.
No fundo, este ano servirá não só para repensar o passado, mas para reflectir sobre o futuro, assegurando que as empresas possam estar melhor preparadas para períodos conturbados. EMPRESAS APRENDEM DURAS LIÇÕES Enquanto empresas, estas terão aprendido algumas duras lições. Alguns dos empresários ter-se-ão acomodado com as chamadas grandes contas e os grandes volumes de negócio que representam, sem uma maior preocupação em prospeccionar e angariar novos clientes que possam servir de suporte caso venham a perder uma significativa fatia de facturação. Ou seja, não existiam alternativas. Não existiam porque agora, e devido à conjuntura, o empreendedorismo de alguns depressa encontrou forma de dar a volta ao texto. Empresários que pesquisaram novos nichos de mercado, novos tipos de produto que conseguissem produzir com o equipamento que actualmente possuem têm encontrado soluções bastante interessantes para poderem respirar um pouco melhor este ano, quem sabe até para mudar o core business anterior para este mais vocacionado para o futuro. Recentemente, estive reunido com um responsável por uma unidade industrial que me dizia: “Eu tenho as máquinas e a capacidade de produzir, tragam-me os pedidos de encomendas e, havendo viabilidade económica, ajusto a produção às novas necessidades.” Temos o know-how e as ferramentas necessárias, vamos pô-las em prática.
Paulo Ribeiro
Consultant – Manufacturing Hays Sales & Marketing
FUNCIONÁRIOS EM CLIMA DE INSTABILIDADE O clima de instabilidade, a desmotivação, o pessimismo contagiante, tudo isso terá de ser ultrapassado, porque há que retirar sempre o positivo do negativo. Obrigatoriamente. Os profissionais que encontravam pequenos problemas no trabalho passaram a reflectir sobre a sociedade e não apenas sobre si próprios, concluindo que não passavam disso mesmo: pequenos problemas. Podem agora aproveitar para investir em formações complementares e especializações, desenvolvendo as suas competências e tornando-se uma mais-valia inegável para a sua empresa. O mercado e a economia terão, invariavelmente, ciclos. Aproveitemos então para fazer uma triagem de empresas, necessidades, estruturas, quadros e tudo o que, no fundo, possa servir não só para ajustar às dificuldades do mercado actual, mas que sirva também, desde já, como uma sólida base para construir o futuro.
EMPRESAS
CIN INAUGURA UNIDADE DE TRATAMENTO DE EMISSÕES GASOSAS A CIN investiu 700 mil euros para edificar a sua primeira unidade de tratamento de emissões gasosas, uma solução projectada para a tratar os Compostos Orgânicos Voláteis (COV) presentes nas emissões gasosas. Localizada na fábrica da Maia, a nova estação de tratamento reduz entre 95% e 99% os COV presentes nos gases resultantes da produção e permite tratar 40 mil metros cúbicos/ hora de ar contaminado captado. José Calvão, responsável pela Direcção de Ambiente, Higiene e Segurança da CIN, afirma que após a realização de um estudo aprofundado de alternativas tecnológicas, a empresa “optou por uma solução totalmente pioneira na indústria portuguesa, capaz de reduzir significativamente o impacto ambiental da nossa actividade industrial”. SCHINDLER FINTA A CRISE Durante 2008, a Schindler alcançou um lucro líquido de 416 milhões de euros (CHF 634 milhões), conseguindo assim, “os melhores resultados da história da empresa”, asseguraram os responsáveis. Com um aumento nos resultados de 11%, o volume consolidado de encomendas cresceu 2,6%, para 9 500 milhões de euros (CHF 14 479 milhões), enquanto que as encomendas em carteira registaram um decréscimo de 5,3%, tendo alcançado os 4 196 milhões de euros (CHF 6 396 milhões). O número de trabalhadores, por outro lado, caiu 0,3%, com a empresa a assegurar, neste momento, 45 063 postos de trabalho. No futuro próximo, a Schindler espera que o crescimento económico fique “ainda mais debilitado”, o que terá “impacto no volume de encomendas recebidas no negócio dos elevadores e escadas rolantes”. Embora seja “muito difícil antecipar qual o desenvolvimento da economia”, a Schindler “espera manter, em 2009, resultados líquidos semelhantes, salvo quaisquer impactos negativos ou custos relacionados com a recessão”, avança em comunicado.
REVIGRÉS OBTÉM ISO 14001:2004 A Revigrés – Indústria de Revestimento de Grés obteve o Certificado do Sistema de Gestão Ambiental da APCER – Associação portuguesa de Certificação, em conformidade com a norma de referência NP EN ISO 14001:2004. A Revigrés tem “demonstrado uma forte consciência ecológica e de grande responsabilidade ambiental, através da adopção de um comportamento eco-eficiente que, além de ser um factor de distinção, lhe proporciona uma vantagem competitiva enquanto empresa, isto porque, ao optimizar o uso dos recursos, evitam-se os desperdícios e permitem-se poupanças significativas”, referem os responsáveis em comunicado. Ao longo da sua existência, a empresa tem conseguido “reduzir drasticamente o impacto ambiental habitualmente inerente à produção de materiais cerâmicos”. Para isso recorre a matériasprimas inertes, não nocivas para o ambiente e processadas sem recurso a qualquer componente industrial perigoso, derivados de petróleo, produtos florestais ou outras matérias fósseis, sem provocar qualquer contaminação do solo ou águas. Agora, a Revigrés está equipada de uma estação de Reciclagem de Resíduos Sólidos Industriais e uma Estação de tratamento de Efluentes Líquidos, “dando cumprimento às directivas nacionais e comunitárias”.
HAWORTH LANÇA BIBLIOTECA DIGITAL PARA ARQUITECTOS A Haworth lançou, em conjunto com a EasternGraphics, uma biblioteca digital dirigida a arquitectos onde disponibiliza soluções para espaços interiores. A biblioteca será constituída por composições tridimensionais, em formato DWG, que se podem inserir directamente em AutoCAD ou no pCon.planner, aplicação de space planning utilizada por profissionais do sector. Esta é, asseguram os responsáveis em comunicado, “uma solução simples e prática, e uma ferramenta que fará parte das metodologias de trabalho dos arquitectos”.
O Fontana Park Hotel foi o local escolhido pela Siemens para apresentar a nova linha de electrodomésticos integráveis que, na visão dos responsáveis, constitui “uma nova dimensão no que diz respeito a electrodomésticos, em termos de design, alta tecnologia e flexibilidade, permitindo inúmeras possibilidades de combinação de aparelhos, de acordo com as necessidades e gosto pessoa”. A nova gama de fornos foi a estrela deste lançamento. Definidos como “um verdadeiro projecto de elite”, estes aparelhos possuem dimensões “bastante generosas e a parte frontal dos fornos Siemens é feita, totalmente, em vidro preto opaco, para uma melhor visibilidade, elegantemente delimitado por uma «moldura» em inox de alta qualidade”. Inspirado num avião visto de frente, o sistema lightControl unifica, visualmente e funcionalmente, estes fornos integráveis. “Com uma utilização bastante intuitiva, o botão rotativo central e os botões mais pequenos estão organizados de uma forma lógica, que torna bastante fácil a sua utilização e programação”, asseguram os responsáveis. No display digital podem ser lidas as funções do forno e escolhida a programação mais adequada ao que se pretende cozinhar. Entre as funções o destaque vai para o hydroBaking (um modo de aquecimento de fornos, indicada para pratos que devam ficar suculentos e estaladiços), o cookControl (existem cerca de 70 programas prédefinidos), e o ar quente circulante 3D plus (em três níveis diferentes).
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SIEMENS LANÇA NOVA LINHA DE ELECTRODOMÉSTICOS INTEGRÁVEIS
NOTÍCIAS
NO PAÍS
FERNANDO SANTO QUER DEFENDER PAPEL DOS ENGENHEIROS NA SOCIEDADE Fernando Santo, bastonário da Ordem dos Engenheiros revelou existir, no encontro nacional sobre qualidade dos actos que decorreu dia 21 de Março, na Figueira da Foz, a necessidade de “defender o papel dos engenheiros civis na sociedade portuguesa”, assim como fomentar “uma participação ainda mais activa da classe ao nível da legislação e da defesa da qualidade dos actos de engenharia civil”, segundo indicam os responsáveis do evento por comunicado. Tendo em conta a situação em que se encontra a revisão do 73/73, o bastonário também relembrou que, em Portugal, “são produzidos cerca de 200 diplomas por ano e que nenhum deles legisla as profissões, permitindo assim a colocação de trabalhadores não qualificados no mercado”. Hipólito de Sousa, presidente do Colégio Nacional de Engenharia Civil, reforçou ainda a sua convicção que “é preciso reforçar a coesão da classe profissional e promover a qualidade dos seus actos, tendo em conta a responsabilidade ética e profissional dos engenheiros civis no desenvolvimento socioeconómico da sociedade”.
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CASTRO GUERRA ANUNCIA MEDIDAS DE COMBATE À CRISE António Castro Guerra, secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, anunciou, no decorrer de uma reunião com empresários e associações do Alentejo, que o Governo vai avançar com algumas medidas de combate à crise, entre as quais se destacam: o alargamento dos apoios do QREN à construção, a descida do valor do PEC, a criação de novos incentivos fiscais às empresas, o aceleramento dos reembolsos do IVA e a criação de fundos de capital de risco, avança em comunicado a AECOPS (Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços). No campo dos incentivos fiscais, António Castro Guerra revelou que existe a intenção do Governo em reduzir o IMI, eliminar o IMT nas transacções entre empresas e deduzir (25%), em sede de IRC, dos montantes de investimento considerados como matéria colectável. Acrescente-se ainda a diminuição das taxas do imposto sobre o investimento colectável acima dessa percentagem. Na reunião promovida pela Governadora Civil de Évora, contou com a presença de Arnaldo Súcia, presidente da Delegação de Évora, Beja e Portalegre da AECOPS, responsáveis do IAPMEI e outras associações empresariais do Alentejo.
PRÉMIO SECIL UNIVERSIDADES ENGENHARIA VAI PARA PROJECTO STAP Foi através do trabalho ““Reforço sísmico de alvenaria tradicional com faixas de GFRP e ancoragens. Ensaios de aderência e modelo de cálculo” que Joaquim Gil Carvalho Cardoso venceu o Prémio Secil Universidades Engenharia Civil 2008. Joaquim Cardoso procedeu à validação experimental e numérica de um projecto de investigação e desenvolvimento da Stap e concebido por Vítor Cóias, visando desenvolver um sistema de reforço pouco intrusivo de construções antigas, concebido pelo Eng. Vítor Cóias. Enuqnato proprietária desta solução, a Stap “congratulase pela atribuição do prémio ao jovem eng.º Joaquim Cardoso, e, também, por ver indirectamente reconhecido um trabalho no domínio da reabilitação sísmica de construções antigas, que procura apontar uma solução para a redução da vulnerabilidade sísmica em zonas mais susceptíveis”, declararam os responsáveis.
GOVERNO LANÇA CONCURSO PARA CONCESSÃO DO TROÇO LISBOA-POCEIRÃO No dia 20 de Março, o governo lançou concurso público internacional para a Concessão do Troço Lisboa-Poceirão, parte integrante da ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, que inclui, além de outras infra-estruturas ferroviárias, a Terceira Travessia do Tejo (TTT). O investimento total é de 1 928 milhões de euros, “verificando-se uma redução de cerca de 350 milhões de euros, face à anterior estimativa”, pode ler-se no comunicado emitido pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. A concessão, feita por um período de 40 anos, inclui no seu objecto o projecto, a construção, o financiamento, a manutenção e a disponibilização do conjunto das infra-estruturas ferroviárias do Troço Lisboa-Poceirão, em que também se integra a Terceira Travessia do Tejo e o túnel do Barreiro. Acrescente-se a ligação ferroviária em bitola UIC e bitola ibérica ao novo Aeroporto de Lisboa, entre o Poceirão e o Campo de Tiro de Alcochete, assim como as estruturas partilhadas entre os modos ferroviário e rodoviário, e as infra-estruturas exclusivamente rodoviárias a construir em simultâneo. O início das obras está agendado para 2010.
NO PAÍS
NOTÍCIAS
PEDRO NAVE E RICARDO CAMARINHA VENCEM PRÉMIO SECIL UNIVERSIDADES ENGENHARIA CIVIL
DST GANHA OBRA DE 8,1 MILHÕES DE EUROS A Construtora DST será responsável pelas obras de beneficiação do troço da EN13, entre Viana do Castelo e Caminha, após ter ganho um concurso público lançado pela Estradas de Portugal. Orçada em 8,1 milhões de euros, esta obra consiste, de acordo com a construtora, “na execução de trabalhos de drenagem, pavimentação com reciclagem in situ da base betuminosa, fresagem da camada de desgaste existente e reciclagem em central, bem como a aplicação de uma camada de desgaste com uma mistura betuminosa de betumes modificados com borracha”. De acordo com José Teixeira, CEO da DST, este empreendimento é encarado “com entusiasmo por trabalharmos com a Estradas de Portugal, um dono de obra exigente e sofisticado, e saudamos o empenho do Governo em fazer chegar ao terreno da economia real investimento nestes tempos de turbulência”. A DST terá 300 dias para concluir a obra que abrange 21 quilómetros de estrada.
A solução estrutural proposta pelos engenheiros civis Pedro Nave e a Ricardo Camarinha para um edifício com 200 metros de altura desenhado pelo arquitecto Souto Moura valeu-lhes o Prémio Secil Universidades Engenharia Civil 2008. Recém-licenciados pelo Instituto Superior Técnico, Pedro nave e Ricardo Camarinha procuraram “respeitar integralmente os pressupostos definidos pelo projecto de arquitectura sem, no entanto, descurar o factor económico, a coordenação de todo o conjunto de equipamentos necessário ao funcionamento das habitações e ainda os processos construtivos”, avançam ambos em comunicado. A proposta é composta por elementos de betão armado e de aço, por vezes ligados entre si permitindo uma optimização entre o comportamento dos elementos e o peso estrutural. Os premiados referem, ainda outra novidade por eles introduzida: a concepção de um amortecedor no topo do edifício, “o qual permite o controlo das vibrações que estão geralmente associadas a sensações de desconforto e náuseas dos utilizadores de edifícios altos nos pisos superiores”.
AIPEX DESENVOLVE CATÁLOGO TÉCNICO PRESCRITIVO
55 | Arte & Construção_Maio/09
Com vista a facilitar o cálculo da espessura mínima de isolamento térmico de poliestireno extrudados, a AIPEX (Associação Ibérica de Poliestireno Extrudado) concebeu um Catálogo Técnico Prescritivo, que permite cumprir os requisitos mínimos exigidos pelo Regulamento de Comportamento de Características Térmicas dos Edifícios, de forma “rápida e simples, asseguram os autores. Uma das principais vantagens do catálogo reside na tabela que resume as espessuras mínimas para as principais aplicações de poliestireno extrudados nas soluções construtivas mais frequentes.
NOTÍCIAS
NO MUNDO
PETER ZUMTHOR RECEBE PRÉMIO PRITZKER 2009
56 | Arte & Construção_Maio/09
O Prémio Pritzker 2009 foi atribuído ao arquitecto suíço Peter Zumthor. Mais conhecido pelo trabalho desenvolvido nas Termas de Vals (1996), Suíça, na Capela de St. Nikolaus von der Flüe (2007), na Alemanha, e o Kolumba Museum (2007) Colónia, Peter Zumthor é “um mestre admirado por colegas de todo o mundo pelo seu trabalho focalizado, sem compromissos e excepcionalmente determinado”, afirmou em comunicado Thomas J. Pritzker, presidente da The Hyatt Foundation. Os seus edifícios têm uma “presença forte e intemporal”, onde é perceptível o “raro talento em combinar pensamentos claros e rigorosos com uma dimensão verdadeiramente poética, resultando num trabalho que nunca cessa de inspirar”, acrescentou. A cerimónia oficial de entrega dos prémios está agendada para dia 29 de Maio e acontecerá na cidade de Buenos Aires, Argentina.
BAYER INVESTE 22 MILHÕES EM FÁBRICA DE NANOTUBOS
CONSTRUÇÃO DE CASAS NOVAS AUMENTA NOS EUA
A Bayer MaterialScience (BMS) iniciou a construção daquela que deverá vir a ser a maior fábrica a nível mundial de nanotubos de carbono (CNTs). A nova unidade terá capacidade para produzir 200 toneladas por ano. Para este empreendimento, localizado no parque industrial Chempark em Leverkusen, na Alemanha, a BMS canalizou 22 milhões de euros. “Sob a designação de Baytubes - marca da BMS dos nanotubos de carbono – os CNTs já são utilizados na produção de materiais com elevada estabilidade, resistência e peso reduzido”, revela a Bayer em comunicado. Segundo o comunicado de imprensa, “espera-se um crescimento anual do mercado global de CNTs na ordem dos 25%. Até 2019, a expectativa é que as vendas globais resultantes destes produtos gerem uma receita na ordem dos dois mil milhões de dólares”.
Em Fevereiro, a construção de casas novas nos Estados Unidos cresceu 22% em face a Janeiro, mês em que se registou o valor mais baixo de sempre. Os dados divulgados pelo Departamento do Comércio norteamericano revelam que em Fevereiro começaram a ser construídas 583 mil casas e foram iniciados trabalhos em mais 82% de habitações. Os números contradizem as previsões de alguns economistas, contactados pela agência norte-americana, que apontavam para uma quebra na construção de casas novas de 450 mil, a uma taxa anual. No mesmo período foi registado um acréscimo de 3% do número de autorizações de construção.
EDP RENOVÁVEIS REFORÇA PRESENÇA NO BRASIL
A Hays anunciou, a 2 de Abril, o lançamento da Hays Índia e a abertura oficial do seu escritório em Mumbai. A Hays é a primeira companhia de recrutamento especializado a entrar no mercado indiano e irá oferecer o seu modelo de recrutamento a clientes e candidatos deste país. Segundo Alistair Cox, Chief Executive da Hays, “a abertura na Índia é um passo chave na nossa estratégia de expansão”, acreditando que “existem oportunidades significativas para nós neste país em rápido desenvolvimento”. Este responsável revelou que a empresa planeia “inaugurar o segundo escritório em Deli nos próximos meses” e vai “continuar a analisar outras oportunidades no país”, tendo como “objectivo ser um dos três principais recrutadores no país nos próximos dois anos”. Alistair Cox afirmou ainda que “o mercado de recrutamento indiano está estimado em torno de duzentos e cinquenta milhões de libras (valores brutos) e encontra-se muito fragmentado, sendo actualmente dominado por pequenas boutiques”.
A EDP Renováveis Brasil assinou, no dia 17 de Março, um acordo o promotor eólico alemão innoVent, para a aquisição do capital próprio da sua subsidiária Elebrás Projects, no valor de dois milhões de euros (R$6,2m). Segundo o comunicado da EDP Renováveis, a Elebrás detém uma carteira de projectos no estado brasileiro Rio Grande do Sul, totalizando 532 MW em diferentes estados de desenvolvimento e em localizações com bom recurso eólico (70 MW são classificáveis em Tier 1; 81 MW como Tier 2; e 381 MW como Tier 3). No memso contexto, a EDPR Brasil estabeleceu um um contracto de prestação de serviço de forma a beneficiar da experiência da innoVent no desenvolvimento dos projectos envolvidos no negócio. Uma vez concluídas as formalidades, A EDP Renováveis reforça a sua presença no mercado brasileiro, reunindo uma carteira de projectos de 832 MW.
HAYS INICIA OPERAÇÕES NA ÍNDIA
QUATRO MIL TONELADAS POR ANO
EMPRESAS
ROCA TORNEIRAS ABRE PORTAS TEXTO DE SOFIA DUTRA
/// A Roca Torneiras organizou a 24 de Março uma visita à sua fábrica de Cantanhede. A imprensa especializada ficou, assim, a conhecer os processos de fabrico desta unidade de produção que tem como único cliente o grupo Roca a nível mundial e que produz cerca de quatro mil toneladas por ano.
Esta fábrica exporta 95% da produção, ficando os restantes 5% em Portugal. “A produção destinada a exportação é enviada para Barcelona, donde depois é redistribuída para 120 países, enquanto a destinada ao mercado interno é enviada para Leiria”. “Ao fim do dia há praticamente stock zero, porque todos os dias partem um ou dois camiões para Espanha”, esclareceu. Em Cantanhede desde 1998, a fábrica da
Roca Torneiras começou a operar com uma linha de produção. “Hoje temos cinco”, informou Luís Martins. “As cinco linhas de produção são simétricas. Há dois trabalhadores para cada duas linhas, que vão trabalhando alternadamente nas duas linhas”, afirmou. “A última linha de produção a ser construída começou a funcionar em 2007”. 100 COLABORADORES “Hoje, temos uma capacidade instalada de quatro mil toneladas por ano. No início era de 100 mil”, acrescentou o mesmo responsável. Actualmente, a fábrica produz 92 referências de torneiras diferentes, incluindo as novidades de 2009. Victoria, Victoria Plus, Monodin, Monodin Top, Monojet, Lógica, Lógica N, Victoria-N e Monodin-N são alguns dos modelos fabricados em Cantanhede.
O director da fábrica explicou que as matérias-primas são provenientes de Portugal, Espanha e França e que as máquinas trabalham cinco dias sem parar, estando durante um dia em manutenção. O resultado é um volume de negócios superior a 42 milhões de euros. A Roca Torneiras conta com 100 colaboradores. Segundo Luís Martins, “a fábrica tem cerca de 70% de mão-de-obra feminina”. Na área da montagem, a percentagem sobre para os 99%. A área coberta da fábrica estende-se por 9 500 metros quadrados, mas toda a actividade desenvolve-se numa área quase dez vezes superior, ou seja, nove hectares de terreno. A Roca Torneiras possui certificados de qualidade de gestão, produto, ambiente, assim como higiene e segurança no trabalho.
57 | Arte & Construção_Maio/09
A
fábrica de Cantanhede produz torneiras para empresas do grupo Roca em mais de 120 países, nomeadamente para a portuguesa Roca, em Leiria. Segundo Luís Martins, director da fábrica Roca Torneiras, que guiou a visita, “somos a empresa de torneiras mais importante da marca. Produzimos aqui cerca de 70% a nível de unidades para todo o grupo Roca”.
AGENDA
NACIONAL
O Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha recebe, nos dias 7 e 8 de Maio, a Conferência Nacional de Cartografia e Geodesia, organizada pelo Colégio Nacional de Engenharia Geográfica da Ordem dos Engenheiros. De acordo com os organizadores, o evento abordará “as temáticas científicas, tecnológicas e profissionais, que constituem as âncoras dos processos de produção de informação georreferenciada, no âmbito da Geodesia e Topometria, da Cartografia e do Cadastro, dos Sistemas de Informação Geográfica, da Detecção Remota, da Hidrografia e da Informação Geográfica para o Planeamento e Ordenamento do Território”. Gravimetria, determinação do geóide, altimetria, geodinâmica, sistemas de georreferência, aplicações do GNSS (GPS, GLONASS, EGNOS e GALILEO), boas práticas em topometria, aspectos instrumentais e de evolução tecnológica, monitorização de estruturas, modelação da incerteza, controlo de qualidade, cartografia e SIG na Web, metadados, modelação cartográfica, são alguns exemplos dos temas das comunicações previstas. VIAGENS À ARQUITECTURA DE FRONTEIRA - ÉVORA Visita Évora; 16 de Maio Colégio Oficial de Arquitectos da Estremadura; www.oasrs.org
JUNHO
CONFERÊNCIA NACIONAL DE CARTOGRAFIA E GEODESIA Caldas da Rainha; 7 e 8 de Maio
MAIO
LINHA DE ALTA VELOCIDADE MADRID – BARCELONA Visita de Estudo Madrid a Barcelona; 4 e 5 de Maio Ordem dos Engenheiros, RAVE/ EFER; www.ordemengenheiros.pt
A Tecnofil - Feira Internacional das Indústrias, Tecnologia e Inovação apresenta-se como um evento de “referência para todas as áreas da indústria”, onde se inclui os produtos, os equipamentos, as inovações técnicas e o know-how. Promovida pela AIP – Associação industrial portuguesa, a feira reúne três eventos: Ambiurbe (Salão Internacional do Ambiente e da Sustentabilidade), Endiel (Encontro para o Desenvolvimento do Sector Eléctrico e Electrónico) e Sinotec (Salão Internacional de Inovação e Tecnologias para a Industria). Será, então, de 17 a 20 de Junho, que a Feira Internacional de Lisboa abrirá as portas de uma feira que pretende “aumentar o valor acrescentado das empresas e a transformação de tecnologias, nas diferentes abordagens, aos processos de inovação e contribuir para a dinamização de oportunidades de negócio e o crescimento da economia nacional”, asseguram os organizadores. REGIME JURÍDICO DA URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO Conferência Lisboa; 30 de Junho NPF – Pesquisa e Formação; www.npf.pt
16 19
VIAGENS À ARQUITECTURA DE FRONTEIRA - ÉVORA Évora
17
TECNOFIL Lisboa
30
REGIME JURÍDICO DA URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO Lisboa
17
MECÂNICA DOS FLUIDOS, TERMODINÂMICA E ENERGIA Bragança
CONFERÊNCIA NACIONAL DE CARTOGRAFIA E GEODESIA Caldas da Rainha
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DE OBRAS Lisboa
AGOSTO
TECNOFIL - FEIRA INTERNACIONAL DAS INDÚSTRIAS, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Lisboa; 17 a 20 de Junho
LINHA DE ALTA VELOCIDADE MADRID – BARCELONA Madrid a Barcelona
JULHO
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DE OBRAS Seminário Lisboa; 19 de Maio NPF – Pesquisa e Formação; www.npf.pt
04 07
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SIMEQ E AGROTEC RECEBEM 20 000 VISITANTES Ao realizar em simultâneo os salões internacionais Simeq (Máquinas e Equipamentos para a Construção, Agro-floresta, Tratamento de Resíduos e Reciclagem) e Agrotec (Agricultura, Floresta, Pecuária e Espaços Verdes), Miguel Comporta, director de feiras da FIL acredita ter conseguido “potenciar sinergias de sectores que partilham características e algum mercado ao longo de mais de 30.000 m2 de área coberta mais área exterior, naquele que constituiu o maior evento de máquinas, equipamento agrícola e industrial e o mais visitado alguma vez realizado em Portugal”.
SETEMBRO
MECÂNICA DOS FLUIDOS, TERMODINÂMICA E ENERGIA III Conferência Nacional Bragança; 17 e 18 de Setembro Instituto Politécnico de Bragança, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto; www.mefte09.ipb.pt
INTERNACIONAL
AGENDA
WESTCHINABUILD Urumqi, China ASTANABUILD Astana, Cazaquistão
15 20
MAIO
WESTCHINABUILD Feira de Construção Urumqi, China; 15 a 17 de Maio ITE Group; www.westchinabuild.com ASTANABUILD 11ª Feira de Construção, Interiores Astana, Cazaquistão; 20 a 22 de Maio ITE Group; www.astanabuild.kz
16
CEEC 2009 Pequim, China
03 08
GEO SUMMIT LATINO AMÉRICA 2009 São Paulo, Brasil
21
CEEC 2009 Clean Energy Expo Pequim, China; 8 a 10 de Julho Koelnmesse; www.koelnmesse.cn GEO SUMMIT LATINO AMÉRICA 2009 São Paulo, Brasil; 21 a 23 de Julho
AGOSTO
TENDENCE Frankfurt, Alemanha
A Messe Frankfurt organiza, de 16 a 18 de Junho, mais uma edição da Material Vision - Feira internacional de Materiais para o Desenvolvimento de Produtos, Design e Arquitectura. Pela primeira vez, este evento decorre em simultâneo com a Techtextil, Feira Internacional de Têxteis Técnicos e Não Tecidos. Assim, ao longo de três dias, estes dois certames têm como propósito “atrair em particular designers, product developers e arquitectos que estejam interessados em têxteis técnicos e também em materiais inovadores”, revelam os organizadores”. Na opinião de Detlef Braun, administrador da Messe Frankfurt, ao “organizarmos a Material Vision e a Techtextil em simultâneo estamos a oferecer uma ampla perspectiva do mercado internacional de materiais inovadores em Frankfurt. As duas feiras vão criar sinergias em segmentos de novos negócios e grupos de clientes, tanto para fornecedores como para visitantes.”. TENDENCE Feira Internacional de Outono de decoração para o lar, acessórios e lifestyle Frankfurt, Alemanha; 3 a 7 de Julho Messe Frankfurt; http://tendence.messefrankfurt.com
JULHO
MATERIAL VISION E TECHTEXTIL Frankfurt, Alemanha
JUNHO
MATERIAL VISION E TECHTEXTIL Frankfurt, Alemanha; 16 a 18 de Junho
GEO Summit Latino América 2009 – Soluções geoespaciais para Infra-estrutura e Sustentabilidade é próximo evento a ser promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, Brasil, entre 21 e 23 de Julho. A feira abrange sectores como Receptores e acessórios GNSS (GPS, GLONASS e Galileo); Estações topográficas e fotogramétricas; Sensores terrestres e aerotransportados (ópticos, laser e radar); Imagens de satélites; Fotos aéreas; GIS; Processamento e compressão de imagens; Navegação, monitorização e rastreamento; TI e Bancos de Dados; Publicação de dados geográficos na WEB; entre outros. BUDPRAGRES Feira Internacional de Egenharia Civil e Equipamentos de Construção Minsk, Bielorrússia; 1 a 4 de Setembro Minskexpo; www.greenexpo.by
01
No ano em que comemorou o 50º aniversário, a ISH recebeu, entre 10 e 14 de Março, 202 000 visitantes que percorreram um espaço com 2 261 empresas, provenientes de 58 países. 45% dos profissionais que visitaram o certame tinham com prioridade conhecer a “variedade de soluções para sistemas eficientes e energias renováveis presentes”. Para Klaus Jesse, membro do comité de direcção da Associação Alemã da Indústria de Aquecimento e Presidente da Associação Alemã Industrial para a Construção, Energia e Tecnologia Ambiental, “a elevada representação do sector aqui não deixa margem para dúvidas de que os expositores oferecem aos consumidores as respostas correctas para reduzir custos e poupar energia, ajudando a proteger o ambiente”.
59 | Arte & Construção_Maio/09
ISH - FEIRA INTERNACIONAL DE LOIÇAS SANITÁRIAS, SERVIÇOS, ENERGIA, TECNOLOGIA DE AR CONDICIONADO E ENERGIAS RENOVÁVEIS
SETEMBRO
BUDPRAGRES Minsk, Bielorrússia
IMOBILIÁRIO
LUCIOS INAUGURA CASAS DO PARQUE DLI AVANÇA PARA ANGOLA
A Lucios – Engenharia e Construção deu início ao processo de comercialização do seu mais recente projecto: Casas do Parque. Constituído por 24 vivendas de tipologia T3+1, o condomínio privado situa-se a cinco minutos do Porto, na Maia, e apresenta uma “arquitectura moderna e arrojada”, revela o comunicado de imprensa. Concebido pelo arquitecto João Álvaro Rocha, este empreendimento está assente numa construção sustentável de classe A, que inclui painéis solares e aquecimento/ arrefecimento por pavimento radiante. O projecto dispõe de quatro hectares de área de zonas verdes envolventes. “Cada uma das 24 vivendas, com cerca de 318 metros quadrados de espaço interior, é construída com o objectivo de responder às exigências ambientais no que respeita aos baixos consumos de energia. Neste sentido, é dada uma atenção particular à eliminação de pequenas falhas nos edifícios que permitam a fuga de calor, aplicando-se ainda uma arquitectura solar passiva, em que é maximizado o ganho solar orientando as janelas para uma posição de excelência”, lê-se no comunicado. Com um investimento de cerca de 8.5 milhões de euros, este projecto iniciou o seu processo de construção em 2008, estando prevista a sua conclusão em Setembro deste ano.
60 | Arte & Construção_Maio/09
INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO PORTUGUÊS CAI 46% Em 2008, o investimento imobiliário em Portugal foi de 637 milhões de euros, numa descida de 46% face ao anterior e de 63% relativamente a 2006, revelou a Jones Lang LaSalle no relatório «O Mercado de Investimento em Portugal». Segundo a consultora, a queda foi especialmente sentida no segmento de retalho, onde o investimento assistiu a uma redução de 3,5 vezes em relação ao ano anterior. Ainda assim, este mercado concentrou 23% do volume transaccionado em Portugal. Os segmentos de hotéis e escritórios lideraram o volume de investimento, com uma quota de 30% cada, embora o primeiro seja constituído por uma única operação de 180 milhões de euros. O segmento de imobiliário industrial e de logística concentrou 8% do investimento. Para 2009, a Jones Lang LaSalle prevê que o número de transacções em Portugal possa aumentar, impulsionada quer pela maior liquidez dos fundos de investimento imobiliário, em virtude das descidas da taxa de juro, quer pelo crescente ajuste dos valores dos activos, que poderá ser igualmente um factor dinamizador do mercado.
Grupo DLI anunciou o início da construção do seu primeiro condomínio de luxo Conto de Kianda em Luanda (Angola), composto por 50 moradias unifamiliares em condomínio distribuídas numa área de 70 mil metros quadrados (m2). Este empreendimento será composto por moradias com 3 tipologias T5, T6 e T7 inseridas em parcelas de 800 m2 a 3000 m2, que oferecem acabamentos de primeira, espaço amplo, áreas restritas de lazer, localização privilegiada, uma vista singular, garantindo o máximo conforto e qualidade de vida aos seus moradores. Na opinião de Paulo Nunes, Presidente do Conselho de Administração do Grupo DLI, “este é um projecto de grande importância para o Grupo que tem em comercialização moradias premium na linha de Cascais e Quinta da Marinha esperando triunfar no sector imobiliário Angolano na província de Luanda. Trata-se, sem dúvida alguma, de um produto premium, altamente diferenciado e qualificado, para um público específico e exigente, o que significa que estamos a operar no segmento de luxo do mercado angolano”.
BARREIRO RETAIL PLANET CONSEGUE MARCAS DE PESO As marcas Jumbo, Box, Decathlon, AKI, Rádio Popular e Casa confirmaram a sua presença no Barreiro Retail Planet, um espaço que conjuga retail park e galeria comercial numa área bruta locável de 35 000 metros quadrados. Na opinião de Patrícia Araújo, directora de Retail Leasing da Jones Lang LaSalle, “o Barreiro Retail Planet tem um grande potencial não só devido à qualidade do projecto e ao seu conceito inovador, mas também à sua excelente localização. A estação de Coina, junto à qual se situa o retail park, comporta um tráfego médio diário de 10 000 passageiros, segundo as estimativas da Fertagus. Por outro lado, as projecções de população residente para Portugal realizadas pelo INE calculam que, nos próximos anos, a Península de Setúbal seja uma das regiões de Portugal com uma das percentagens mais elevadas de crescimento da população jovem. São dados muito positivos que aliados à qualidade das insígnias que alavancam o projecto farão dele um caso de sucesso”. Com a inauguração marcada para a Primavera de 2010, a construção do Barreiro Retail Planet deve começar no primeiro semestre deste ano.
EMPRESAS
HEMERA ENERGY APRESENTA-SE E LANÇA ADVANCLIM TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO
/// Dia 17 de Março foi a data escolhida para a apresentação oficial da Hemera Energy, uma empresa ibérica que se define como especialista em soluções de produção descentralizada de energia e na implementação de soluções multitecnológicas de eficiência energética.
A Hemera Energy é “um projecto ambicioso”, afirmou Rui Laurentino, presidente executivo do grupo, na conferência de imprensa. Ser reconhecido como a entidade especialista de referência no fornecimento de soluções para a microgeração e eficiência energética, proporcionando aos clientes o melhor aconselhamento e soluções personalizadas, sempre recorrendo às melhores tecnologias, é a missão da recém-formada empresa. Duarte Sousa, director-geral da Hemera Portugal, esclareceu que o enfoque das suas actividades será na “criação de um operador one stop shop”, onde os serviços fornecidos irão desde consultoria técnica à implementação de soluções multitecnologia. Convictos que é na climatização onde se registam os maiores custos de energia num edi-
fício, a Hemera Energy deu a conhecer o AdvanClim, um sistema de climatização integral, adeuado a edifícios com mais de 1000 metros quadrados, que recorre à energia solar e eólica. Composto por uma cobertura solar, um piso radiante, um sistema de controlo e ventilação
por deslocação, este novo sistema assegura uma redução nos consumos energéticos até 75%. Integrada no Grupo Quifel Natural Resources, a Hemera Energy espera conseguir, após um investimento de oito milhões de euros, um retorno de 40 milhões de euros em volume de negócio até 2013.
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ia 17 de Março foi a data escolhida para a apresentação oficial da Hemera Energy, uma empresa ibérica que se define como especialista em soluções de produção descentralizada de energia e na implementação de soluções multitecnológicas de eficiência energética.
NAVEGAR
WWW.CEVALOR.PT |
EM PORTUGUÊS
O CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais é uma Associação de Utilidade Pública, que tem como objectivo o estudo e desenvolvimento de iniciativas que permitam concretizar a ligação entre as actividades de investigação, transferência tecnológica, demonstração e prestação de serviços, ensino, formação e divulgação, no âmbito das Rochas Ornamentais e Industriais. O site contém informação sobre o Centro, sua missão, áreas de competência e estatutos, assim como áreas dedicadas aos associados, eventos, formação e publicações.
WWW.CASAPRONTA.PT |
EM PORTUGUÊS
“O serviço Casa Pronta, disponibilizado pelos serviços do Ministério da Justiça, permite realizar de forma imediata todas as formalidades necessárias à compra e venda de casa (prédios urbanos), com ou sem recurso a crédito bancário, à transferência de um empréstimo bancário para compra de casa de um banco para outro ou à realização de um empréstimo garantido por uma hipoteca sobre a casa, num único balcão de atendimento. Neste sítio, os cidadãos, as empresas e as entidades públicas intervenientes nos processos de transmissão e constituição de garantias hipotecárias sobre prédios têm acesso a serviços e à informação necessária de apoio para a realização de procedimentos Casa Pronta”.
WWW.ARICOP.PT |
EM PORTUGUÊS
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“A Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria (ARICOP) foi fundada em 1976 com o objectivo de defender o sector. Contando com mais de 700 associados, a ARICOP assume-se como a principal interlocutora, no Distrito, das grandes questões do sector da construção civil e obras públicas com elevado peso na economia regional e nacional. Tem vindo a assumir um papel de parceiro imprescindível no quotidiano das empresas associadas, garantindo, atempadamente, quer toda a informação legislativa, quer o apoio técnico especializado necessário à sua implementação apostando-se, desta forma, num sector actualizado mas sobretudo rigoroso e dinâmico”.
GOOGLE FINANCIA SITES DO GOVERNO VISITADOS POR 77% DOS START-UPS CIBERNAUTAS O Google anunciou a criação da Google
MAIS DE 75% DOS INTERNAUTAS NÃO PAGA DOWNLOADS DE MÚSICA
Em 2008, 77% dos internautas em Portugal (3,183 milhões de utilizadores) visitaram os espaços online dos serviços da administração central do Estado, revela o Netpanel da Marktest. No ano passado foram visitadas 607 milhões de páginas destes sites, numa média de 191 por utilizador. O número de horas dispendidas a navegar por estes espaços foi de perto de 5,5 milhões, numa média de 1 hora e 44 minutos por utilizador. O site das declarações electrónicas liderou nesta categoria de sites (1,918 milhões de utilizadores), seguido pelo espaço do Instituto de Meteorologia e pelo NetEmprego.
Entre os cibernautas que fazem downloads de música, 75,6% optam pelas alternativas gratuitas, enquanto 22,4% se divide entre esta forma e a paga. O estudo conduzido pela Netsonda revela ainda que apenas 2% descarrega música a pagar exclusivamente. O principal motivo evocado pelos inquiridos relaciona-se com o elevado preço dos CDs de música ou dos downloads pagos, indicado por 77,1% dos inquiridos. Enquanto esta razão prevalece em ambos os sexos, a resposta "Porque considero que a música deve ser gratuita" é escolhida por 25,9% dos homens e 14,3% das mulheres.
Ventures, um fundo de investimento de 100 milhões de dólares para o financiamento de empresas em início de "percurso", durante os próximos 12 meses. O fundo de investimento será totalmente controlado pela gigante da Internet, mas vai operar de forma independente. A Google Ventures está disposta a investir em várias áreas, nomeadamente Internet, software, tecnologias "limpas", biotecnologia e saúde. O fundo já fez dois investimentos: no Pixazza, um serviço de fotografia online, e na Silver Spring Networks, uma empresa que utiliza novas tecnologias para aumentar a eficiência de redes eléctricas.
ARTES & LEITURAS
O PALÁCIO DE PALHAVÃ, ARQUITECTURA E REPRESENTAÇÃO “O livro ‘O Palácio de Palhavã, Arquitectura e Representação’ do prestigioso historiador português, José de Monterroso Teixeira, era um livro necessário. O Palácio de Palhavã (ou Palhaván como também foi denominado), é um palácio carregado de história, como pode o leitor comprovar ao ler as suas páginas e ao ver as suas fotografias. Não era lógico que um palácio com tanto valor histórico e de tanto simbolismo carecesse de uma publicação digna da sua categoria. Quero por ele expressar a minha satisfação ao dar as boas-vindas a este livro e manifestar o meu profundo agradecimento a todos os que contribuíram para torna-lo possível. Agradeço ao historiador de arte Português, José de Monterroso Teixeira, ao desenhador Português Henrique Cayatte e aos fotógrafos Laura Castro Caldas e Paulo Cintra, autores materiais desta obra. Seu profissionalismo, entrega e entusiasmo estão patentes nestas páginas”. Alberto Navarro, Embaixador de Espanha em Portugal Autor: José de Monterroso Teixeira Pré-Impressão: Critério – Produção Gráfica, Lda. Impressão: Norprint 1.ª Edição: 2008 Deposito Legal: 285524/08 ISBN: 978-989-20-1398-5
CONVENTO DOS INGLESINHOS
Texto: Eduardo Homem/Arquitecto Carlos Travassos / Engenheiro João Appleton / Arquitecto Hipólito Bettencourt / Inês Mendes da Silva (ERA Arqueologia) / Júlio Parra Design gráfico: Fernando Coelho Fotografia: Carlos Fernandes (SemAsa) / Pedro Aboim Colaboração especialL: Ushaw College (Dr. Simon Johnson / Fr. Michael Sharratt) Impressão e acabamento: Gráfica Maiadouro Produção: Highgrove – Clubes Residenciais Data de Lançamento: Abril de 2009
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A Chamartín Imobiliária, em parceria com a Fidelidade Mundial lançou o livro “Convento dos Inglesinhos – The English College”. Os 400 anos de história do Convento dos Inglesinhos, desde a sua fundação em 1632, até ao seu encerramento, enquanto Instituição em 1973, é o tema central desta edição. “A pesquisa para esta obra foi desenvolvida pela Chamartin Imobiliária, no âmbito da sua vertente de Reabilitação Urbana e que levou à descoberta de documentos manuscritos originais de relevo do século XVII e, consequentemente, ao revelar da importância do edifício e dos seus habitantes para a própria História de Portugal”, revelam os responsável em comunicado. Para além da componente histórica, o livro contém textos da autoria dos técnicos envolvidos na obra de reabilitação urbana do Convento dos Inglesinhos, como o Eng.º João Appleton, o Arqt.º Carlos Travassos, o Arqt.º Paisagista Hipólito Bettencourt e a Era Arqueologia, bem como imagens que reflectem a evolução desta reabilitação.
PRODUTOS
REHAU APOSTA NA GEOTERMIA Visando aproveitar o calor do subsolo, a Rehau criou o sistema Raugeo. Composto por sondas, captadores e colectores, permite aproveitar e reservar a energia geotérmica de forma a alimentar o aquecimento e o arrefecimento por superfícies radiantes. Adaptável às diferenças climatéricas verificadas ao longo do ano, nas instalações geotérmicas, a bomba extrai o calor do solo e transmite-o ao circuito de aquecimento, durante o Inverno. No Verão, por outro lado, actua de forma inversa: extrai o calor da casa e transmite-o ao solo. “Estas soluções permitem reduzir as emissões de CO2 e uma imediata economia no consumo de energia eléctrica”, revela a empresa em comunicado. Este sistema é aplicável tanto em casas novas, como em habitações mais antigas, ficando oculto debaixo da terra e permitindo manter o traçado original do edifício em questão. A sonda Raugeo PE-Xa tem uma garantia de 10 anos. “A particularidade desta sonda em U dupla consiste no facto de ser a única sonda geotérmica que não precisa de nenhuma união soldada no pé da mesma”. A impulsão e retorno da sonda Raugeo PE-Xa é composto por um tubo contínuo, curvado no pé da sonda mediante um método de fabrico especial e injectado em resina de poliéster reforçada com fibra de vidro, como protecção adicional. “Desta forma, não existe o risco de uma união soldada com fissuras” e é garantida a “segurança no ponto mais baixo da sonda”. Além disso, graças às propriedades especiais do material, o tubo que conduz o meio de transferência de calor é “resistente à formação de cortes e estrias, assim como às cargas pontuais“.
FLUXOGRAMA TEM NOVO SISTEMA DE SINALIZAÇÃO A Fluxograma lançou no mercado nacional um sistema de sinalização vertical com a marca e o design da Vilagrasa. Composto por uma coluna e vários elementos fixados em quatro direcções, Crossing assume um formato contemporâneo que se adapta a espaços comerciais ou profissionais, com estilos distintos. Concebido em materiais resistentes para uma durabilidade optimizada, este sistema inclui uma coluna em perfil de alumínio, com um acabamento de prata anodizada e perfis de plástico translúcido em cada encaixe das placas informativas. A base apresenta uma forma elíptica e é feita em aço. Em termos estéticos, os tons antracite e cinza prata ganham especial destaque. Esta linha inclui ainda um porta-painéis suspenso elaborado com os mesmos perfis e um porta-painéis mural com as mesmas características.
64 | Arte & Construção_Maio/09
GROHE LANÇA TORNEIRAS MONOCOMANDO ATRIO A nova linha de torneiras Atrio monocomando, da Grohe, tem duas possiblidades de design, à linha de dois manípulos. A Atrio complementa a linha, oferecendo um design na forma de uma torneira monocomando que combina utilização conveniente com economia de água. A silhueta magra da Atrio torna-se possível devido a um cartucho de 28 milímetros. “Tanto a típica bica de arco em C, como a nova bica tubular com uma inclinação de sete graus, possuem um amplo raio de alcance”, lê-se no comunicado de imprensa. O manípulo lateral extra longo visa assegurar uma utilização cómoda. O estilo da nova linha mantém-se na torneira monocomando para lavatórios altos e prossegue na cozinha. A nova linha Atrio incorpora um conjunto de tecnologias modernas. A tecnologia Grohe SilkMove garante a utilização cómoda do manípulo, para o controlo do caudal e da temperatura da água. O brilho da superfície cromada é assegurado pela tecnologia Grohe StarLight que protege a torneira contra os arranhões e as sujidades, mesmo após anos de utilização.
BANHEIRA COM NEXO A série Nexo da Sanitana tem agora um novo complemento: uma banheira de design moderno. “As suas linhas simples e fluidas resultam dos elementos curvilíneos e rectilíneos unidos num objecto”, lê-se no comunicado de imprensa. Está disponível nas versões simples ou com os sistemas de hidromassagem exclusivos da marca.
PRODUTOS
FERNANDO ALONSO ASSINA NOVA SÉRIE SILESTONE Carbono, Steel, Chrome e Zirconium são as quatro cores metalizadas que compõem a mais recente proposta da Silestone para cozinhas. Assinada pelo bi-campeão de Fórmula 1, a nova série Platinum by Fernando Alonso nasce do acordo que desde o início do ano une a marca espanhola ao piloto e ao mundo da prova máxima do automobilismo. As cores são “inspiradas no universo da velocidade e da tecnologia de ponta das corridas”, revela a empresa em comunicado. “A série surge de um processo de investigação e desenvolvimento tecnológico sem precedentes e insere-se no segmento premium da Silestone”. O processo de fabrico da superfície de quartzo “recorre a matérias-primas de última geração, com aproveitamento de 100% da água utilizada e emissão nula de partículas para o exterior”.
DUAS SOLUÇÕES LG PARA ROUPA SECA
COZINHAR A VAPOR COM V-ZUG
A LG propõe dois novos modelos de máquinas de secar a roupa, equipados com Sensor Dry para melhorar o desempenho da secagem. “Com capacidade de secagem até aos 7 Kg, as máquinas de secar a roupa tornam a secagem mais eficaz e reduzem a deterioração da roupa, graças ao tambor de grandes dimensões”, lê-se no comunicado de imprensa. “As máquinas de secar a roupa apresentam uma alta eficiência energética, graças ao sistema optimizado de fluxo de ar insuflado que incluem, bem como à rapidez com que secam as peças, permitindo ainda a secagem em cabide, para os tecidos mais sensíveis e a roupa delicada. O reduzido nível de ruído é outra das mais-valias de ambos os modelos”. As máquinas de secar roupa estão disponíveis em dois modelos: silver e branco.
O forno Combi-Steam SL da V-Zug não oferece apenas vapor despressurizado, mas combina-o com verdadeiro ar quente. Esta combinação permite cozinhar a vapor, assar e reaquecer a comida, com um único aparelho. Para as receitas mais requintadas, a V-Zug desenvolveu o Gourmet Steam, um novo programa automático com uma combinação de vapor super-aquecido (Super Heated Steam - SHS) com o controlador de clima da marca. O SHS é um sistema de vapor invisível. “De utilização muito fácil, basta pressionar o botão no visor do forno, escolher o programa Gourmet Steam, assim como a receita desejada, e rapidamente cada prato especial está pronto a ser servido”, lê-se no comunicado de imprensa. “A cozinha a vapor Gourmet Steam ajuda a reter as vitaminas porque o tempo de cozedura é menor”.
As superfícies de quartzo DuPont Zodiaq apresentam novas cores para 2009. As novas tendências incluem: cinco novos tons pastel; preto brilhante mais intenso; e uma nova escolha com vidro reciclado. Os novos tons são: Fresh Graphica, Arctic Blue, Lavender, Mulberry e Barley. “Todas estas cores são suavemente granuladas, com um subtil acabamento brilhante”, lê-se no comunicado de imprensa. Earth Brown é um produto em tom castanho natural e cálido quente, “fabricado com 50% de vidro de pré-consumo reciclado”. “Estamos confiantes que estas novas cores – assim como a nova opção de conteúdo reciclado – serão uma mais valia no crescente mercado do DuPont Zodiaq”, afirmou Wilbert Broeksmit, director de negócio da DuPont Zodiaq para a Europa, Médio Oriente e África.
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DUPONT ZODIAQ TEM NOVAS CORES
EM FOCO
COMO PENSAM AS 50 MAIORES EMPRESAS DA CONSTRUÇÃO
CONCENTRAR, INTERNACIONALIZAR E DIVERSIDFICAR TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO
/// A Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP) e a Deloitte apresentaram as primeiras conclusões do estudo ‘O Poder da Construção em Portugal – Impactos em 2009 e 2010’, que reúne as opiniões das 50 maiores empresas da construção. A necessidade de concentração, a aposta na internacionalização e a diversificação das actividades são alguns dos temas centrais.
A
existência de reduzidas margens no mercado nacional devido ao elevado número de players e a crescente aposta das empresas na internacionalização das suas actividades são algumas das conclusões preliminares do estudo ‘O Poder da Construção em Portugal – Impactos em 2009 e 2010’, desenvolvido em parceria pela a ANEOP e a Deloitte.
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As primeiras conclusões do estudo foram apresentadas numa conferência de imprensa que decorreu dia 24 de Março, que contou com a presença de Filipe Soares Franco, presidente da ANEOP, Manuel Maria Agria, vice-presidente executivo da ANEOP, Miguel Eiras Antunes e Duarte Galhardas, ambos da Deloitte. Este estudo é da “maior urgência”, uma vez que Portugal prepara-se para o “lançamento de um mega plano de infra-estruturas”, sublinhou Filipe Soares Franco. Como referem os responsáveis pelo projecto em comunicado: este estudo “é uma referência para o sector a nível internacional”, pois dará a conhecer “as perspectivas das principais empresas de construção para os próximos dois anos”. Manuel Maria Agria alertou para o peso do sector da construção na economia portuguesa.
“É um motor de desenvolvimento e um instrumento privilegiado para atenuar as efeitos da crise”, disse. O investimento em concessões rodoviárias feito pelas empresas nacionais de Construção é 4 vezes superior ao plano de resposta à crise anunciado pelo Governo ELIMINAR A DUPLA TRIBUTAÇÃO De acordo com os dados já obtidos, Miguel Eiras Antunes, responsável pela área da construção, existe a necessidade de ocorrer um fenómeno de “concentração do mercado nacional” e, embora o “plano de investimento do estado em obras públicas poderá alavancar o sector”, verifica-se, da parte da empresas da construção, um desejo de “consistência no planeamento e execução”. Com Angola no topo do ranking dos mercados externos, as empresas da construção inquiridas para o estudo revelam que a dimensão das companhias é “fulcral” para o processo de internacionalização. A diversificação das actividades em áreas
relacionadas com o ambiente, energia, imobiliário e turismo tem sido outra das grandes apostas, tanto que a vertente internacional das empresas cresceu, entre 2004 e 2007, mais de 50% e representa hoje mais de 30% do volume de negócios", acrescentou. Foi precisamente a internacionalização das empresas portuguesa que levou Duarte Galhardas, responsável pela área fiscal, a intervir e afirmar que o “regime fiscal português é pouco competitivo”. Na sua opinião, o governo deveria eliminar a dupla tributação sobre as receitas geradas fora de Portugal como forma de incentivar a empresas a apostar na internacionalização. Filipe Soares Franco ainda referiu, no final do evento, que “a próxima focalização das empresas da área da construção civil será em direcção à reabilitação urbana”, embora a actual Lei do arrendamento crie grandes obstáculos por aplicar uma “carga fiscal completamente incomportável”. No início de Junho serão apresentadas as conclusões finais ddeste estudo, que contam com a participação das 50 maiores empresas portuguesas de construção.
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