Revista Arte & Construção 233

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www.arteconstrucao.com Número 233 // Ano XIX // € 3,50 Continente

Fevereiro e Março 2010

DE PROFIssIOnaIs PaRa PROFIssIOnaIs Ricardo Gomes, presidente da FEPICOP – Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, liderou, no dia 9 de Fevereiro, uma conferência de imprensa onde declarou que 2010 “não se adivinha fácil”, após um 2009 caracterizado por um “abrandamento fortíssimo” no segmento residencial e “retracção da procura privada”.

Construção

Balanço e expectativas: 2010 “não se adivinha fácil”

Dossier

Instalações eléctricas: À prova de choque

Tendências

Construção modular pré-fabricada

Entrevista

Mariana Correia: arquitectura de terra


INOVAÇÃO DESDE A FUNDAÇÃO Enfrente seu próximo trabalho desafiador com os mais novos produtos, serviços e know-how.

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editorial

Carlos Matias raMos é o novo bastonário Carlos Matias Ramos assume, 40 anos após a sua saída da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto com a licenciatura de engenharia civil, aquele que, provavelmente, será o mais importante cargo da sua carreira profissional: bastonário da Ordem dos Engenheiros. Durante os próximos três anos, o novo bastonário terá como incumbência conduzir a Ordem dos Engenheiros no seu propósito: “contribuir para o progresso da engenharia, estimulando os esforços dos seus associados nos domínios científico, profissional e social, bem como o cumprimento das regras de ética profissional”. A presidência do Laboratório Nacional de Engenharia Civil foi, até agora, a função mais visível que Carlos Matias Ramos assumiu no seu preenchido percurso profissional, que conta com a autoria ou co-autoria de mais de 100 estudos em modelo de estruturas hidráulicas e dos livros «Dam Break Flood Risk Management in Portugal» e «Drenagem em Infra-Estruturas de Transportes e Hidráulica de Pontes». Não se pode deixar de referir que este engenheiro civil projectou e coordenou cerca de 70 estudos e projectos de obras hidráulicas em Portugal e no estrangeiro. Para conhecer melhor os seus objectivos neste novo desafio, Arte & Construção entrevistou Carlos Matias Ramos, uma interessante conversa poderá ler na próxima edição da revista.

Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Raquel Rio raquel.rio@arteconstrucao.com; Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com; Colaboradores Permanentes: Michele Branco michele.branco@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: Carlos Manuel da Silva Gomes, Duarte Ramos, F. Pacheco Torgal, Said Jaladi, João Paramés, Jorge de Brito; Publicidade: Duarte Mourato (Director) duarte.mourato@arteconstrucao.com; Jorge Humberto jorge.humberto@arteconstrucao.com; Marketing: Pedro Nunes pedro.nunes@mtg.pt; Fotografia: Paulo Porfírio paulo.porfirio@arteconstrucao.com; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: mtg - Edição e Publicidade, Lda. geral@mtg.pt; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Centro Empresarial Tejo - Rua de Xabregas, 20 - 2º Sala 10 • 1900-440 Lisboa • Tel. 212431592 • Fax. 212323069 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Socingraf, Lda. • Rua de Campolide, 133 - 1º Dto. - 1070-029 Lisboa • Tel.: 213 838 920 • Fax: 213 838 929; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.

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Chantal Florentino Directora


SUMÁRIO

sumário 03

EDITORIAL

04

SUMÁRIO

06

ENTREVISTA Mariana Correia

12 16

DOMÓTICA Integrar tecnologia no edifício CONSTRUÇÃO 2010 “não se adivinha fácil”

18

DOSSIER Instalações eléctricas

27

ILUMINAÇÃO II Congresso de Iluminação

28

FACHADAS Aliar estética e térmica

50

GABINETE JURÍDICO Litígios em transacções internacionais

34

TENDÊNCIAS Construção modular pré-fabricada

53

IMOBILIÁRIO

54

46

COBERTURAS Função e estética

LEIS & DIREITO Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro (XII)

56

42

ENGENHARIA Materiais de construção nanotecnológicos

NO PAÍS

58

NO MUNDO

60

AGENDA

62

NAVEGAR

63

ARTES & LEITURAS

64

PRODUTOS

66

EM FOCO Casas novas em Lisboa custam mais 20%

44

EMPRESAS

45

RECURSOS HUMANOS Informação na contratação

46

ARGAMASSAS Argamassas de Cal Aérea Hidratada com Incorporação de Gorduras

06

Entrevista Mariana Correia

12 Domótica

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Integrar tecnologia no edifício À MARGEM DO 6º SEMINÁRIO DE ARQUITECTURA DE TERRA EM PORTUGAL, MARIANA CORREIA, DIRECTORA DA ESCOLA SUPERIOR GALLAECIA E PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CONVENTO DA ORADA, PARTILHOU COM A ARTE & CONSTRUÇÃO A SUA PAIXÃO PELA ARQUITECTURA EM TERRA E REVELOU QUE PORTUGAL É PIONEIRO GRAÇAS AO “INTERESSE QUE ESTA MATÉRIA DESPERTA” NOS CIRCUITOS ACADÉMICOS E NÃO SÓ.

ASSOCIADA AO CONCEITO DO COMANDO E CONTROLO DO CONFORTO NO EDIFÍCIO, A DOMÓTICA É CADA VEZ MAIS CONHECIDA DOS PORTUGUESES. CONSISTE NA APLICAÇÃO INTEGRADA DE NOVAS TECNOLOGIAS AOS EDIFÍCIOS, COM O PROPÓSITO DE CRIAR MAIS CONFORTO, SEGURANÇA, GESTÃO E CONECTIVIDADE.


SUMÁRIO

# 233

Fevereiro_Março 2010

18 Dossier Instalações eléctricas

66

Em foco

Casas novas em Lisboa custam mais 20%

Pedra Texturas e cores variadas

16 Construção RICARDO GOMES, PRESIDENTE DA FEPICOP – FEDERAÇÃO PORTUGUESA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, LIDEROU, NO DIA 9 DE FEVEREIRO, UMA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA ONDE DECLAROU QUE 2010 “NÃO SE ADIVINHA FÁCIL”, APÓS UM 2009 CARACTERIZADO POR UM “ABRANDAMENTO FORTÍSSIMO” NO SEGMENTO RESIDENCIAL E “RETRACÇÃO DA PROCURA PRIVADA”.

O PROJECTO DE INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS IMPLICA OBTER SOLUÇÕES SEGURAS, ECONOMICAMENTE OPTIMIZADAS E INTEGRADAS COM A ARQUITECTURA. O RECURSO A TÉCNICOS CREDENCIADOS E A OBSERVÂNCIA DE BOAS PRÁTICAS SÃO ESSENCIAIS PARA GARANTIR UMA INSTALAÇÃO À PROVA DE CHOQUE E ADAPTADA ÀS NECESSIDADES DOS UTILIZADORES.

O PREÇO MÉDIO DAS CASAS NOVAS EM LISBOA SUBIU 20% NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, ESTANDO AGORA NOS 3 500 EUROS POR METRO QUADRADO. A CONCLUSÃO É DUM ESTUDO DA CONSULTORA IMOBILIÁRIA AGUIRRE NEWMAN SOBRE O MERCADO RESIDENCIAL DA CAPITAL, APRESENTADO A 28 DE JANEIRO.

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2010 “não se adivinha fácil”


entrevista

mariana correia

Portugal Pioneiro no novo interesse Pela arquitectura de terra TexTo de ChAnTAl FlorenTino

/// À margem do 6º Seminário de Arquitectura de Terra em Portugal, Mariana Correia, directora da Escola Superior Gallaecia e presidente da Fundação Convento da Orada, partilhou com a Arte & Construção a sua paixão pela arquitectura em terra e revelou que Portugal é percursor no “interesse que esta matéria desperta” no âmbito académico,

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científico e profissional, nas distintas disciplinas.


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entrevista


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entrevista

mariana correia

Arte & Construção – O que define construção em terra?

sa com mistura de fibras, como a palha, ou de agregado, como gravilha.

Mariana Correia – Em geral, considera-se que a construção em terra é estruturada em três grandes grupos de sistemas construtivos: utilização da terra sob a forma monolítica e portante; sob a forma de alvenaria portante ou, então, como preenchimento de estrutura de suporte.

O segundo sistema identifica-se por meio da fabricação de elementos unitários que depois de secos ao sol ou curados, irão constituir a alvenaria portante de terra. Neste caso, as técnicas mais representativas em território nacional são o adobe e o BTC (Bloco de Terra Comprimido). O adobe é identificado como originário do Calcolítico (Monte da Tumba, concelho de Alcácer do Sal). Devido às regiões de grande aluvião, o centro litoral era dominado pelo adobe, de base argilosa. Por vezes também se edificava em adobe constituído por cal e terra arenosa, especialmente poços de água para a rega agrícola, como no caso de Fermentelos, concelho de Águeda. O BTC é uma técnica originária dos anos 50, proveniente da Colômbia, que teve grande impacto internacional. Consiste na realização de blocos comprimidos por meio de máquina. Os blocos são constituídos por terra húmida, de base arenosa. A técnica foi introduzida em Portugal nos anos 80, na região Algarvia.

O primeiro grupo compreende a estrutura monolítica edificada in situ, no qual se integram pelo menos cinco técnicas. A sul de Portugal é mais expressiva a técnica da taipa (denominada popularmente na região norte - por influência galega - como ‘tapia’). Esta consiste na compressão de terra entre taipais (cofragens de madeira). Em Portugal, há elementos históricos que demonstram que, apesar de mais difundida no período islâmico, a taipa era uma técnica já utilizada em território português no período Neolítico. Outra técnica deste grupo é a terra empilhada. No concelho de Valença, foram identificadas pontualmente, fortificações do séc. XVII, edificadas em terra empilhada, uma técnica mais conhecida como cob em inglês ou bauge, em francês. A técnica consiste na sobreposição, sem cofragem, de camadas de terra, de base argilo-

O terceiro e último sistema denomina-se estrutura de suporte de madeira ou caniço com preenchimento ou recobrimento de terra. Em Portugal, a técnica mais representativa é o tabique, utilizado nos segundos e terceiros pisos de edifícios no Norte e Centro Interior de Portugal.

Aqui, a terra já não é um elemento principal, é um elemento de preenchimento. Também se identifica nestas regiões, a utilização da taipa de fasquio ou da taipa de rodízio, na qual a terra poderá ser utilizada apenas como elemento de recobrimento. Daí a designação frequente, no caso deste terceiro sistema construtivo, de arquitectura com terra e não arquitectura de terra. Esta é uma área muito abrangente e difícil de se classificar. Essa mesma dificuldade e desconhecimento pode tornar-se uma vantagem. Pois a terra crua, como material milenar, apresenta um percurso histórico de 10 000 anos, já que foram recentemente identificados adobes na Palestina, no sitio arqueológico de Jericó, datados possivelmente de 8 000 A.C.. A construção em terra apresenta uma grande amplitude de problemáticas a investigar, não só em termos antropológicos e arquitectónicos, mas sobretudo em termos de conhecimento técnico e científico do material e da sua estrutura, seu comportamento e seu potencial. Como se dá o regresso da arquitectura de terra? Nos últimos 10 anos, tem-se verificado um maior interesse pela arquitectura de terra devido, em particular, à procura por um maior equi-


entrevista

líbrio ambiental, no qual se integra o interesse por uma sociedade mais sustentável e ecológica, mas igualmente a um crescente interesse por valores tradicionais associados à identidade cultural, como é o caso da arquitectura vernácula e da construção cultural a nível local.

Não podemos, igualmente, esquecer que no âmbito da arquitectura contemporânea, há uma procura constante de renovação e exploração de novos materiais, que possam exprimir outras formas, paradigmas e conceptualidade. É um grande desafio trabalhar a terra? É. É preciso tocar, conhecer, construir com o material. No caso da terra não é suficiente projectar e realizar concurso para edificação. O projectista e o construtor têm de conhecer as características intrínsecas do material, das técnicas, das estruturas, e experimentar intensamente, para que o seu conhecimento e experiência evoluam, de modo a se projectar e edificar com qualidade, no seu expoente máximo. É um grande prazer sentir a terra e construir com as mãos, explorando a energia que a terra transmite em termos de potencial criativo. Ao trabalhar com a terra, um arquitecto descobre novas formas de explorar a luz, a cor, o som, o conforto e as diferentes texturas para acabamentos. Trabalhar com a terra pode ser um desafio pessoal para qualquer arquitecto. Um excelente exemplo é o arquitecto Bartolomeu Costa Cabral que, com um notável percurso arquitectónico em Portugal, desde a década de 50, encetou um novo percurso em 2006, ao projectar e construir em terra. A habitação e o atelier de pintura integrados na paisagem alentejana, são na actualidade visitados por um crescente turismo de arquitectos estrangeiros, curiosos por melhor conhecerem a arquitectura contem-

porânea em terra portuguesa. Esta é igualmente representada por arquitectos como Teresa Beirão, Alexandre Bastos, Henrique Schreck, Graça Jalles, Plano B, entre outros.

dade em Portugal que tem contribuído para maior formação na conservação da arquitectura de terra, trabalhando, em particular na formação técnica.

As universidades já mostram algum interesse na arquitectura de terra?

Nas Universidades, a arquitectura em terra tem integrado planos curriculares de Mestrado. Adicionalmente, o incremento na realização em Portugal, de dissertações de Mestrado e de teses de Doutoramento em arquitectura e construção com terra tem também demonstrado, um interesse crescente na área. Podemos identificar esse interesse em domínios tão distintos quanto as distintas engenharias, a arqueologia, a antropologia, a arte, etc.

Há dois eixos principais, nos quais se tem verificado o interesse e a participação das universidades. O primeiro é visível na organização conjunta entre instituições universitárias nacionais e internacionais do Seminário ATP - Arquitectura de Terra em Portugal. Este evento iniciado em 2003 e coordenado pela Escola Superior Gallaecia e a Fundação Convento da Orada, tem apostado na interdisciplinaridade e, sobretudo, no trabalho interinstitucional entre universidades. Como consequência, há um crescente interesse em distintas disciplinas e ao nível de participação e de difusão científica do conhecimento nesta área entre estudantes de 1º, 2º e 3º ciclos universitários. O outro eixo decorre do trabalho entre profissionais, como é o caso do trabalho de várias associações. A Associação Centro da Terra, fundada em 2004, resultou da iniciativa de um conjunto de 15 pessoas que se interessou em contribuir para uma abordagem mais consistente ao estudo e conhecimento da arquitectura e construção com terra em Portugal. A Associação tem realizado workshops em várias universidades portuguesas. Tem igualmente realizado conferências, sessões de esclarecimento, visitas a obras, tertúlias, entre outras iniciativas. A Associação Matriz em Odemira, é outra enti-

Outra vertente muito profícua nesta matéria é a crescente publicação de livros sobre arquitectura e construção com terra. Portugal é o país que, nos últimos cinco anos, mais tem publicado sobre arquitectura de terra. Somos considerados um dos países mais inovadores em termos de publicações editoriais na área da arquitectura de terra. A que se deve este pioneirismo? É uma questão cultural? Não, é pelo interesse que esta matéria desperta.

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Por outro lado, a terra também tem tido uma profusa divulgação porque as pessoas se aperceberam que desconheciam o material e o seu potencial. O conhecimento histórico de Portugal, durante um longo ciclo, quase que ignorou o período islâmico. Trabalhos recentemente desenvolvidos, nomeadamente em Mértola, impulsionaram o interesse na arqueologia islâmica, que surge até nós por edificação em terra, caso da taipa e do adobe. O material era pouco conhecido, tanto ao nível das suas características como de potencial em termos arquitectónicos.


entrevista

mariana correia

Em Portugal, qual o peso da construção em terra? Em termos de arquitectura vernácula, no norte e interior centro, há predominância do tabique e da taipa de fasquio e de rodízio. Esta técnica é identificada em património vernáculo, rural e urbano. No centro litoral, utilizava-se mais o adobe em arquitectura vernácula, mas também património erudito, como é o caso do conjunto da fábrica da Vista Alegre, em Ilhavo. Em todo o espaço alentejano e algarvio, voltamos a observar o uso da taipa, e pontualmente, algumas bolsas de adobe. Há igualmente fortificações islâmicas, com edificação mais preponderante dos períodos Almorávida e Almóada, dos sécs. XII e XIII. Portugal não é só líder em termos de publicações, também o é no que diz respeito ao turismo arquitectónico. Há um novo tipo de turismo internacional, em particular de arquitectos, interessado em visitar edifícios contemporâneos, construídos com materiais inovadores e que apresentem qualidade explícita e distinta. No caso da arquitectura de terra, tem sido igualmente relevante um crescente interesse de projectistas estrangeiros, que visitam arquitectura portuguesa de âmbito ecológico e sustentável, para fundamentação consistente do seu vocabulário arquitectónico.

igualmente escolhido com critério. Ao escolher materiais ecológicos é preciso ter atenção se são também sustentáveis. Por exemplo, é ecológico escolher, madeira de florestas certificadas como material de construção, mas essa opção deixa de ser sustentável se tivermos de a transportar da Finlândia. Devem-se ter em atenção critérios no âmbito do desenvolvimento sustentável local, e que justifiquem por um lado um maior equilíbrio e integração com o ambiente, respeitando a identidade cultural e histórica, mas respondendo igualmente a critérios contemporâneos de conforto.

Em termos europeus, Portugal, conjuntamente com a Suíça, Inglaterra e Holanda, é dos países que tem vindo a demonstrar maior qualidade a nível da edificação arquitectónica contemporânea. A nova geração de arquitectos e engenheiros tem, por isso, de manter a procura pela excelência, explorando novas abordagens, novos materiais, novas formas de expressão. A terra pode ser uma das abordagens.

Nas escolhas efectuadas, é preciso igualmente ter senso comum, independentemente do material, técnica ou expressão arquitectónica.

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Mas a arquitectura de terra não consegue responder a todas as solicitações da sociedade actual. Não há nenhum material que consiga. Na minha perspectiva, todos os materiais devem ser estudados de modo a que se usufrua do seu potencial máximo, incluindo a terra. É preciso analisar as situações com rigor, critério e senso comum: por exemplo, deve-se evitar construir com terra em locais onde não a há. O material utilizado na edificação deve ser

Quem procura edificar em terra? Há mais encomendas privadas ou públicas? Sem dúvida que há mais encomenda privada, mas há municípios que têm apostado na arquitectura de terra. Temos o exemplo no Algarve, em Albufeira, onde há dois mercados edificados em blocos de terra comprimidos. Na costa alentejana, em São Luís, no Concelho de Odemira, foi construído um mercado em taipa. A terra pode ser considerada um material inovador em termos de arquitectura contemporânea, ou pode ser considerado um material histórico, aplicável na conservação ou reabilitação do património edificado. É sobretudo na conservação e reabilitação que a arquitectura de terra poderá crescer em termos de encomenda, quer pública, quer privada.

Em geral, pode-se considerar que no espaço rural português, 40% do edificado tradicional, corresponde a construção em terra. No respeitante há arquitectura contemporânea, identifica-se a utilização em maior escala da taipa, como técnica construtiva dominante no Alentejo; seguida do BTC, sobretudo na costa algarvia; em menor escala o adobe; e muito pontualmente o ‘entramado’ espanhol, com estrutura de madeira e preenchimento com adobes. Esta componente foi introduzida recentemente por alguns projectistas, no âmbito de uma maior sismo-resistência das estruturas aos terramotos. Qual é o seu objectivo no que se refere à arquitectura de terra em Portugal? Em particular na Escola Superior Gallaecia e na Fundação Convento da Orada, o percurso iniciado em 1999, tem-se consolidado por meio de um trabalho contínuo e consistente no reconhecimento da arquitectura de terra, como área científica. Recentemente, o trabalho foi inclusive distinguido pela atribuição da chancela UNESCO Chair-Arquitectura de Terra à Escola Superior Gallaecia. No âmbito do seu projecto científico e cultural, as duas instituições têm focado o seu empenhamento na investigação e no conhecimento da terra, como material sustentável, que pode ser igualmente reabilitado para uso corrente. O futuro vai centrar-se na utilização de materiais naturais, sustentáveis e ecológicos – a terra é um deles.


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Domótica

integrar tecnologia no eDifício

controlo e conforto TexTo de SoFiA duTrA

/// Associada ao conceito do comando e controlo do conforto no edifício, a domótica é cada vez mais conhecida dos portugueses. Consiste na aplicação integrada de novas tecnologias aos edifícios, com o propósito de

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criar mais conforto, segurança, gestão e conectividade.


domótica

D

omus significa casa. Domótica quer dizer automação da casa. Trata-se dum ramo da engenharia relacionado com a gestão inteligente de edifícios e que usa as últimas inovações tecnológicas para construir sistemas electrónicos automáticos encarregados, entre outros aspectos, pelo controlo do consumo energético, pelo conforto do meio envolvente e pela segurança. Hoje é possível automatizar o que se quiser no edifício: desde as janelas, estores, iluminação e equipamentos, entre outros. A climatização (controlo de energia), a segurança, o conforto (controlo das luzes e equipamentos) e as comunicações são os principais factores passíveis de serem controlados de uma forma automatizada num edifício. A domótica alia as vantagens dos dispositivos electrónicos aos informáticos, permitindo uma utilização e uma gestão integrada dos diversos equipamentos de um edifício. A domótica possibilita o acesso às funções vitais do edifício, como aquecimento, electrodomésticos, alarme, fechaduras das portas, quer seja através de um comando remoto, da internet ou do telemóvel.

A automação permite programar tarefas diárias (individuais ou em conjunto) de forma automática. A nível de iluminação, são utilizados os módulos e aparelhos apropriados para gerir os gastos de electricidade, através das funções de regulação de intensidade. Para que a casa tenha a aparência de estar habitada, basta programar as luzes para acender a determinadas horas e em determinadas divisões. Em termos de climatização, é possível a programação de horários para activar e desactivar equipamentos de aquecimento, ventila-

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Um sistema domótico é ajustável às necessidades do utilizador, existindo sistemas mais ou menos complexos. De forma geral, as principais funcionalidades são: automação, iluminação, climatização, segurança e comunicação.


Domótica

integrar tecnologia no eDifício

ção ou ar condicionado, permitindo manter um nível de conforto (ou mesmo aumentando-o, por exemplo, quando liga o ar condicionado momentos antes de chegar a casa), poupando energia (funcionamento de acordo com os horários, presença e temperatura exterior) e não esquecendo a comodidade de poder efectuar uma chamada para casa para se certificar de que realmente desligou o aquecimento.

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SegurAnçA e ConeCtividAde A domótica pode também actuar a diversos níveis de segurança. O sistema, auxiliado por sensores, permite-lhe detectar fugas de gás, inundações, incêndios em fase inicial. A segurança ao nível de detecção de intrusos também é relevante e levada em consideração pelo sistema. Com apenas alguns elementos de áudio e vídeo pode-se ter permanentemente os bens vigiados, podendo aproveitar o mesmo sistema para tomar conta das crianças que brincam no quarto ou no jardim. Apoiando-se no avanço das novas tecnologias computacionais e de telecomunicações, a domótica vem oferecer ainda mais vantagens a nível de comunicação. Não só permite visualizar (e ouvir) a partir da Internet, diversos ân-

gulos da habitação, como permite comunicar com o sistema, desligando a televisão que ficou acesa, baixar o estore quando o sol incidir ou acender as luzes exteriores quando o morador se estiver a aproximar de casa. Em geral, a domótica consiste na aplicação integrada das novas tecnologias aos edifícios, com o objectivo de proporcionar maior: conforto (comando à distância para diversas funções; regulação automática de iluminação e climatização; sistemas de som e imagem, nomeadamente som distribuído pela habitação e comunicação entre as divisões); gestão (controlo centralizado de iluminação; controlo e optimização energética; e controlo centralizado de persianas); segurança (CCTV com controlo remoto; alarme contra intrusão; chave digital biométrica; videoporteiro distribuído; simuladores de presença automáticos); e conectividade (aviso remoto de detecção e activação de alarmes; controlo remoto de instalações, sistemas e componentes através da internet ou telemóvel; visualização do edifício pelo utilizador através da internet ou telemóvel). A domótica é já uma realidade em muitas casas portuguesas. Varia, no entanto, o grau de sofisticação e integração dos sistemas instalados, de caso para caso, de acordo com a

vontade do utilizador. A diferença entre domótica e edifícios inteligentes reside essencialmente na escala e no grau de sofisticação da aplicação. Enquanto numa casa existem, por exemplo, dezenas de pontos a controlar, num edifício é fácil existirem centenas. Por outro lado, o grau de sofisticação duma aplicação para uma habitação pode e deve ser o mais simples possível, para não obrigar o utilizador final a ter formação, enquanto que para um edifício o grau de sofisticação da aplicação normalmente obriga à formação de quadros específicos para lidarem com a inteligência do sistema de gestão técnica do edifício. Uma casa inteligente terá de facilitar ao utilizador as tarefas quotidianas, permitindo o controlo remoto do edifício e criar um clima de segurança. Entre as suas funcionalidades deverá também constar: funcionalidade e conforto para os utilizadores; optimização e eficiência energética; aviso de qualquer incidente que surja na ausência dos moradores; flexibilidade de adaptação face às necessidades do utilizador; possibilitar a utilização das novas tecnologias de entretenimento; gestão e controlo fácil das funcionalidades instaladas; e sensibilidade em relação ao design pretendido.



Construção

Balanço e expeCtativas

2010 “não se adivinha fáCil” TexTo de ChAnTAl FlorenTino

/// Ricardo Gomes, presidente da FEPICOP – Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, liderou, no dia 9 de Fevereiro, uma conferência de imprensa onde declarou que 2010 “não se adivinha fácil”, após um 2009 caracterizado por um “abrandamento fortíssimo” no segmento residencial e “retracção da procura privada”.

A

Na prática, estas percentagens revelam que, nos três primeiros trimestres de 2009, o sector da construção dispensou 49 mil trabalhadores.

O novo investimento habitação registou a maior quebra desde que há registo (1994), a serem licenciados 23,9 mil novos fogos, menos 45% que em 2008.

“Se tivermos em conta o efeito multiplicador da Construção sobre o resto da Economia e que se traduz, nomeadamente em termos de emprego, num coeficiente de 3 […], fácil será constatar as gravosas consequências sociais desta quebra no investimento na Construção”.

A quebra nas vendas, principalmente no caso do segmento residencial, os atrasos nos pagamentos, o difícil acesos ao crédito bancário foram identificadas como as principais causas para o “sério agravamento da situação financeira de uma grande maioria das empresas do sector”.

O comportamento do segmento de edifícios não residenciais para fins privados manteve-se abaixo da linha de água, sofrendo com a “retracção da procura privada”. A produção de edifícios não residenciais desceu 17%.

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quebra do investimento na Construção chegou aos 12% nos primeiros nove meses de 2009, resultando num “severo” agravamento da taxa de desemprego”, começou por afirmar Ricardo Gomes.

À semelhança do que tem acontecido nos últimos oito anos, espera-se “uma nova contracção do volume de produção da Construção em 2009 em redor dos 9%, o que constitui o pior resultado anual observado no passado recente”, acrescentou. Em termos acumulados, a produção do sector da construção já desceu 30% desde 2002.

O “maior recuo em termos de produção” aconteceu na construção de edifícios residenciais, que registou um “abrandamento fortíssimo” de 22% nos níveis de produção das empresas a actuar nesta área de actividade.

Para a FEPICOP, o número de desempregados no sector da construção “explodiu”, tendo aumentando 56% em Dezembro de 2009, representando agora 14,2% do total nacional.

Com este resultado, o segmento residencial atingiu 48% do conseguido em 2001, quando se alcançou o “auge da actividade deste segmento”.

ediFíCios reisdenCiAis soFreM “MAior reCuo”

Como o Governo reforçou, como medida de combate à crise, o investimento público em obras como o programa de reabilitação de escolar, a construção de edifícios não residenciais públicos conseguiu, afirma a FEPICOP, um crescimento de 5,5%. “Ainda assim, insuficiente para compensar a quebra verificada nos trabalhos para privados”, constatou Ricardo Gomes. Em conjunto e tendo em conta que “o peso da procura privada é muito superior ao dos investimentos públicos”, a produção de edifícios não residenciais registou, em 2009, uma descida de 10,5%.


Construção

Este ano, engenharia civil não deverá alcançar percentagens muito melhores que as de 2009, já que se verificou “uma nova diminuição da promoção de concursos de obras públicas, com uma expressiva quebra de 32,1% em valor e de 29,4% em número, face a 2008”. SoluçõeS FePICoP “2010 não se adivinha fácil para os agentes económicos portugueses”, acautelou Ricardo Gomes. “Marcada por uma muito baixa taxa de crescimento potencial, a progressão da economia está severamente limitada, entre outros factores, pelo elevadíssimo endividamento externo e pelo enorme peso da dívida pública no PIB [Produto Interno Bruto]. O futuro deverá ser marcado com “a deterioração das condições de acesso ao crédito” e Portugal terá de enfrentar um dos “mais graves problemas”: o desemprego.

Nos primeiros meses de 2009, as expectativas relativas ao segmento de engenharia civil eram grandes, com a promessa do Governo que iniciaria novos projectos. Principalmente com a aposta em obras na área das concessões rodoviárias, o segmento

Para o sector da construção espera-se, segundo o Boletim de Outono da Comissão Europeia” uma descida no investimento de 3,7% em 2010, com o segmento residencial a revelar os piores resultados. Espera-se, então, uma redução de igualmente significativa no número de fogos licenciados, “a não ser que sejam finalmente adoptadas as medidas necessárias para concretizar a

recuperação do mercado de arrendamento e a requalificação urbana seja assumida como uma verdadeira prioridade nacional”, alerta o presidente da FEPICOP. Caso estas medidas não sejam implementadas, as previsões da Federação apontam para uma queda de 17% no volume de produção do segmento habitacional. O segmento residencial terá duas performances distintas. No caso do segmento residencial público espera-se um crescimento de 5%, contra a queda de 14% espectável para o segmento residencial privado. No seu conjunto, a produção deverá cair 7,5%. A engenharia civil deverá subir três pontos percentuais, tendo em conta “a intenção expressa pelo Governo de aumentar o investimento público em construção”, salvaguardou. 2010 deverá, neste contexto, ser marcado com uma “quebra muito severa” do nível de produção global do sector da construção, que rondará os 6%. Ricardo Gomes não terminou a sua intervenção sem antes “apontar soluções para esta situação”. Nesse sentido, a FEPICOP considera que o governo deverá, entre outras medidas, lançar novos programas de recuperação de edifícios públicos, dinamizar o mercado da reabilitação urbana alterando o regime jurídico do arrendamento urbano e “não atrasar mais o programa de parcerias nas infra-estruturas públicas em curso e cujos projectos já tenham sido concursados e adjudicados”.

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de engenharia civil consegui um resultado positivo e cresceu 5%.


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instalações eléctricas

À prova de choque TexTo de rAquel rio

/// O projecto de instalações eléctricas implica obter soluções seguras, economicamente optimizadas e integradas com a arquitectura. O recurso a técnicos credenciados e a observância de boas práticas são essenciais para garantir uma instalação à prova de

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choque e adaptada às necessidades dos utilizadores.


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instalações eléctricas

P

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rojectar uma instalação eléctrica de um edifício implica várias vertentes, entre as quais quantificar e determinar os tipos e localizar os pontos de utilização de energia eléctrica, dimensionar, definir o tipo de equipamentos e canalizações; dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de protecção, de comando, de medição de energia eléctrica e demais acessórios, integrando diversos sistemas. Entre estes destacam-se: infra-estruturas telefónicas e para sistema estruturado de cablagem; infra-estruturas para sistemas de distribuição e captação de som e imagem alimentação e distribuição de energia; iluminação normal, de emergência e infra-estruturas para iluminação cénica; alimentação de equipamentos diversos. No que diz respeito às instalações eléctricas de emergência podem distinguir-se as de segurança, destinadas a manter em funcionamento equipamentos essenciais para manter a vida ou a segurança de pessoas, e as de reserva ou de substituição destinadas a manter os sistemas em funcionamento por razões económicas.

As instalações de emergência para alimentar equipamentos de iluminação destinam-se a evitar o pânico, permitir a prestação de socorro em locais onde se concentram muitas pessoas ou manter actividades que tenham riscos associados à falta de iluminação. As instalações de emergência para alimentação de instalações de força motriz destinamse a evitar os inconvenientes da falta de energia em instalações em podem ocorrer riscos para as pessoas ou prejuízos materiais (por exemplo, aparelhos de ventilação ou bombas de incêndio). Facilmente se conclui que uma das particularidades do projecto de instalações eléctricas é a interacção com outros sistemas, nomeadamente instalações mecânicas, cénicas, hidráulicas e de segurança.

fazer todas as necessidades de utilização de energia eléctrica. Compreende aparelhos de protecção (disjuntores), aparelhos de comando (interruptores, aparelhos de iluminação (apliques, lustres, armaduras de iluminação fluorescente), e fios condutores. Regra geral, quando se concebe uma instalação funcional, procede-se à subdivisão dos circuitos, agrupando equipamentos com características e riscos idênticos em circuitos comuns. Em geral, separam-se circuitos que correspondem a actividades distintas, modos de utilização diferenciados e locais com riscos especiais como casas de banho, cozinhas e locais expostos

De uma forma geral, as áreas técnicas encontram-se disseminadas por todo o edifício, já que as instalações eléctricas são constituídas por uma combinação de circuitos.

As instalações devem considerar pelo menos, dois circuitos para iluminação, circuitos distintos para tomadas e iluminação e circuitos distintos para aparelhos de grande potência ou de características especiais de funcionamento.

O circuito de iluminação tem origem num quadro eléctrico de distribuição e visa satis-

Devem estar também convenientemente protegidas: os órgãos de protecção e de co-



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instalações eléctricas

Segundo as Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT) a classificação dos locais depende de factores de influências externas. Estes factores são identificáveis mediante um código alfanumérico, constituído por duas letras e um algarismo. A primeira letra caracteriza a categoria geral das influências externas (Ambientes, Utilizações, Construção dos edifícios), a segunda letra caracteriza a natureza da influência externa e o algarismo caracteriza a classe de cada uma das influências externas: RisCos eléCtRiCos A utilização da energia eléctrica envolve riscos diversos na sua utilização. Nas instalações onde existe grande número de substâncias inflamáveis, a corrente eléctrica pode originar incêndios, normalmente devidos a sobreaquecimentos devidos à deterioração do material isolante dos condutores eléctricos – ao arco eléctrico produzido por equipamentos ou por electricidade estática; defeitos dos equipamentos que podem provocar faíscas susceptíveis de provocarem explosões quando a trabalhar em atmosferas explosivas.

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mando devem interromper os condutores de fase e as protecções das instalações eléctricas devem ser selectivas, de modo a que defeitos em determinado local do circuito não se repercutam noutro circuito. Nas habitações, as instalações eléctricas são abastecidas a partir da rede de distribuição pública de energia em baixa tensão. Esse abastecimento pode ser feito de forma directa e individual (uma moradia) ou para um conjunto de habitações (por exemplo, um prédio). Quando se concebe uma instalação eléctrica devem avaliar-se as condições ambientais dos vários locais, para que a selecção dos equipamentos e das canalizações seja a mais adequada. As instalações eléctricas devem ser concebidas e realizadas, tendo em conta o Regulamento de Segurança das Instalações de Utilização de Energia Eléctrica e as prescrições técnicas dos fabricantes de material eléctrico.

As principais causas de sobreaquecimento são as sobreintensidades, ou seja correntes eléctricas de intensidade excessiva, em relação ao valor calculado para o respectivo condutor. Estas sobreintensidades, por sua vez, podem ter origens diversas como sobrecargas (quando a corrente que percorre o condutor é superior à intensidade para a qual ele foi projectado), curto-circuito (quando se tocam dois condutores entre os quais existe uma determinada diferença de potencial e entre os quais a resistência é muito pequena ou nula), defeitos de isolamento (devidos à má execução da instalação ou de equipamentos eléctricos, ao envelhecimento do material ou ao tratamento negligente dos cabos de ligação) ou resistência de contacto (resultante de ligações eléctricas através de contactos imperfeitos, como ligações mal apertadas ou terminais soltos). A legislação obriga a implementar sistemas eficazes de protecção, procurando dar respostas aos riscos, sejam resultantes da utilização da electricidade, sejam de causa externa.


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A protecção contra choques eléctricos deve ser garantida por determinados equipamentos cuja função é impedir a corrente eléctrica de passar para o corpo, limitar o valor da corrente a um valor inferior à corrente de choque e determinar o corte automático de um circuito, após aparecimento de um defeito susceptível de ocasionar uma passagem de corrente superior ao valor da corrente de choque. Os dispositivos diferenciais permitem proteger as pessoas relativamente aos contactos directos e indirectos. Detectam as correntes de defeito à terra que eventualmente possam surgir nalgum

ponto da instalação eléctrica, assegurando a abertura do circuito. Os dispositivos de protecção contra curto-circuito e sobrecarga permitem a protecção das instalações eléctricas detectando a ocorrência de curto-circuito ou sobrecarga que eventualmente possam surgir num ponto da instalação eléctrica e assegurando a abertura automática do circuito. A protecção contra sobreintensidades de corrente é garantida através de disjuntores, cuja finalidade é cortar automaticamente um circuito antes que a sobreintensidade atinja um valor perigoso, tendo em conta a sua duração. A protecção contra sobretensões pode ser assegurada com medidas que criem condi-

ções de eficácia na localização e escoamento das correntes associadas e dotando os equipamentos das características adequadas no que toca ao comportamento de sobretensões. Tensões nA rede As principais irregularidades que podem afectar a tensão da rede são: • variações lentas do módulo da tensão, • variações de frequência, • desequilíbrios das tensões trifásicas; • poluição proveniente de harmónicos, • variações bruscas da tensão (resultantes, por exemplo, de comutações de cargas), • flutuações rápidas e cíclicas da tensão (efeito de “flicker”), • ocos de tensão e micro-cortes, • sobretensões de curta duração (resul-

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Para eliminar ou reduzir os riscos eléctricos na sua origem, é fundamental a adopção de uma série de medidas no sentido de proteger as instalações e canalizações eléctricas, nomeadamente contra sobreintensidades provocadas por sobrecargas e curto-circuitos.


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instalações eléctricas

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Factores de crescimento do mercado das instalações eléctricas: -Potencial de reformulação de instalações existentes de modo a respeitar a nova regulamentação -Necessidade de intervenção para assegurar aprovação nas auditorias energéticas, ou necessidade de intervenção pós-auditoria -Reabilitação energética obrigatória para os edifícios com mais consumo -Em edifícios existentes, medidas com viabilidade e razoabilidade económica serão de implementação obrigatória -Certificação obrigatória em transferências (locação ou venda) de imóveis existentes de habitação ou de serviços -Pressão no sentido da aplicação da taxa reduzida de IVA aos trabalhos de renovação e manutenção -Reformulação de instalações domésticas face a exigências de eficiência por parte dos consumidores -Reformulação de instalações eléctricas industriais por forma a reduzir os custos de produção -Reestruturação e alargamento da rede de distribuição de energia eléctrica, a partir de novas fontes de produção -Construção de novas infra-estruturas destinadas à produção de energia a partir de recursos renováveis -Incentivos ao consumo de electricidade produzida com base em fontes renováveis -Desenvolvimento das interligações físicas entre Portugal e Espanha, no âmbito do MIBEL -Diversificação de oferta de produtos face à maior concorrência num mercado liberalizado -Um grande número de instalações eléctricas existentes não suporta as exigências de consumo actuais -A reabilitação constitui uma das prioridades dos principais decisores, nomeadamente, nas autarquias -Possibilidade de introdução das inspecções periódicas obrigatórias Fonte: ITIC

tantes da manobra de aparelhos de corte), • sinais de telecomando centralizado. Estas perturbações têm frequentemente origem em dispositivos de conversão energética existentes em unidades industriais que são responsáveis pela poluição da rede interna local, bem como da rede de distribuição pública, afectando assim outros consumidores. As questões ligadas à avaliação da qualidade de tensão constituem uma preocupação importante para o sector eléctrico industrial, quer ao nível das empresas distribuidoras quer ao nível dos consumidores de energia. As instalações eléctricas devem ser consideradas em tensão, mesmo durante as interrupções no fornecimento de energia e devem garantir a alimentação eficaz de todos os aparelhos electrodomésticos de uso corrente. É importante uma boa concepção da instalação eléctrica, tendo em conta, não só o custo elevado de uma ampliação posterior, mas principalmente o perigo potencial que a utilização de fichas múltiplas e cabos prolongadores pode representar. Existem também inúmeras situações na vida quotidiana que exemplificam problemas


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• Danos de sobretensões e descargas atmosféricas; • Consumos excessivos de equipamentos e instalações.

Devem estar reunidas três condições básicas: o equipamento não causar interferências electromagnéticas a si mesmo, não causar interferências electromagnéticas a outros equipamentos e ser imune a interferências electromagnéticas provocadas por outros equipamentos que partilham o mesmo ambiente electromagnético.

Tipos de insTAlAções

Para controlar os fenómenos relacionados com a CEM, foi criada legislação específica aplicável à escala mundial, pelo que todos os equipamentos ou sistemas electrónicos têm que ser sujeitos a rigorosos ensaios laboratoriais. O não cumprimento desta legislação resulta na aplicação de pesadas multas e retirada dos produtos do mercado. Dos problemas típicos detectados numa instalação, destacam-se: • Falhas na protecção eléctrica das pessoas e equipamentos; • Falta de licenciamento de partes da instalação (por exemplo grupo geradores); • Disparos intempestivos de disjuntores e interruptores diferenciais; • Avarias em Variadores de Velocidade e outros dispositivos electrónicos; • Baixa duração de baterias de correcção do factor de potência; • Paragens de produção sem razão aparente;

Para efeitos de licenciamento as instalações eléctricas dividem-se em dois grupos: As de serviço público (1.º grupo) referem-se a instalações eléctricas destinadas a tracção eléctrica e aquelas que forem estabelecidas com o fim de fornecer energia eléctrica a quaisquer consumidores que a pretendam adquirir, ou que sirvam para o transporte ou transformação de energia eléctrica destinada ao mesmo fim As de Serviço Particular (2º Grupo) são todas as outras que se destinam a abastecer exclusivamente o próprio consumidor. Estas dividem-se em três tipos: Tipo A - Instalações de carácter permanente com produção própria, não incluídas no Tipo C (destinadas exclusivamente a abastecer o próprio consumidor). Incluem por exemplo, os grupos geradores (de recurso, emergência ou para produção autónoma). Tipo B – Instalações que sejam alimentadas por instalações de serviço público em média, alta ou muito alta tensão como por exemplo subestações, postos de transformação e/ou de seccionamento e respectivas instalações de utilização associadas. Tipo C – Instalações alimentadas por uma rede de distribuição de serviço público em baixa

tensão ou instalações de carácter permanente com produção própria em baixa tensão até 100 kVA, se de segurança ou de socorro. (como, por exemplo, moradias; recintos públicos ou privados destinados a espectáculos ou outras diversões. Existem também alguns casos especiais: as antigas 3.ª s Categorias (Instalações eléctricas de baixa tensão situadas em recintos públicos ou privados destinados a espectáculos ou outras diversões) passaram a ser classificadas como instalações do Tipo C. As antigas 4.ª s Categorias (Instalações eléctricas de carácter permanente que ultrapassam os limites de uma propriedade particular, alimentadas por uma rede pública em média ou baixa tensão) passaram a ser classificadas de acordo com a instalação a que se encontrem associadas. Por exemplo, uma instalação constituída por um ramal de BT alimentado através de um grupo gerador de 300kVA, que ultrapasse os limites de uma propriedade particular, passa a ser classificada como uma instalação do Tipo A. Esta reclassificação decorre do Decreto-Lei nº 101/2007 de 2 de Abril de 2007 que simplifica o licenciamento de instalações eléctricas, quer de serviço público quer de serviço particular. Com esta legislação procedeu-se a uma classificação das instalações eléctricas de serviço particular simplificada, reduzindo-se as anteriores cinco categorias para três tipos, que correspondem essencialmente às instalações com produção própria, às instalações alimentadas em alta tensão e às instalações alimentadas em baixa tensão.

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de Compatibilidade Electromagnética (CEM), ou seja, a capacidade dos equipamentos ou sistemas funcionarem sem erros quando inseridos no seu meio electromagnético normal.


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instalações eléctricas

competências a desenvolver: -Manutenção (preventiva e correctiva) e remodelação de instalações eléctricas domésticas e industriais -Construção electricamente eficiente/Domótica -Capacidade de diagnóstico das necessidades energéticas do consumidor final -Capacidade de implementação de soluções globais: electricidade, gás, telecomunicações, TV -Actuação no mercado das obras públicas -Construção, manutenção, remodelação e ampliação de redes de distribuição e transformação de energia -Instalação de equipamentos para uso de energias renováveis, nomeadamente, a nível doméstico onde deve ser potenciada a utilização de energia solar térmica -Orientação para o mercado da reabilitação e manutenção -Implementação de sistemas de controlo, alimentação e operação de equipamentos eléctrico que garantam elevados níveis de segurança, eficiência e eficácia -Integração de competência ao nível da concepção, montagem, ensaio, exploração e manutenção de sistemas de alimentação eléctrica -Interpretar, relacionar e desenhar esquemas e outras ferramentas gráficas para descrição e projecto de sistemas mais complexos -Detectar e reparar avarias e anomalias em circuitos, equipamentos e componentes de sistemas eléctricos automáticos Fonte: ITIC

A Subcategoria 01 – Instalações Eléctricas de Utilização de Baixa Tensão era aquela que concentrava um maior número de empresas, com predominância das empresas com a Classe 1 dos Alvarás ou com Título de Registo. Ou seja, a maioria das empresas que exercem actividades desta natureza caracterizam-se por ser pequenas unidades, com estruturas leves, muitas vezes com o negócio centrado no mercado da subcontratação, executando fundamentalmente instalações para utilização de electricidade e não ao nível das infra-estruturas de distribuição.

Um estudo do Instituto Técnico para a Indústria da Construção (ITIC) datado de 2005 apontava “um mundo de oportunidades” para o sector das instalações eléctricas.

O conjunto de empresas que tinham como actividade principal a execução de instalações eléctricas era composto, em 2002, por um total de 7 237 unidades que empregavam 37 894 trabalhadores e geravam um volume de negócios no valor de 1 874,2 milhões de euros.

Os autores do estudo concluíram também que mais de 70% das empresas se dedicavam aos projectos a implementar em grandes edifícios, aos trabalhos eléctricos associados a obras urbanísticas, aos trabalhos em instalações de serviço público e redes de distribuição de energia e ainda às telecomunicações;

De acordo com este documento, a produção gerada pela actividade das Instalações Eléctricas representava cerca de 0,7% do PIB nacional, 10% do produto gerado pela Construção e aproximadamente 9% do emprego deste Sector.

As empresas que tinham como actividade principal a execução de instalações eléctricas apresentavam-se com uma maior capacidade de acrescentar valor do que as empresas dos grupos de actividade mais abrangentes.

Estas, tendo maior capacidade de diversificação, prestavam serviços em áreas complementares como: o tratamento ambiental, infra-estruturas de transportes, pré-fabricação metalomecânica e eléctrica, aquecimento, ventilação e ar-condicionado (AVAC), gestão e exploração de instalações, elaboração de estudos e projectos e a própria execução da construção, ficando aptas a fornecer projectos do tipo chave-na-mão.

InstAlAções eléCtrICAs eM PortugAl

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Em 2002, o VAB (Valor Acrescentado Bruto) por empresa neste subsector era de €80 300, no conjunto de empresas de instalações especiais de €61 524 e na Construção de €77 075.

Entre empresas grossistas, importadoras de material eléctrico e prestadoras de serviços encontravam-se cerca de 130 fornecedores no mercado nacional. Destes, são aproximadamente 45 os principais fornecedores de materiais, equipamentos e serviços especializados de apoio necessários à execução de instalações eléctricas, num total de 19 “famílias” de produtos e 4 “famílias” de serviços especificamente orientados para o Subsector das Instalações Eléctricas. Quanto às empresas que fornecem materiais e equipamentos para instalações eléctricas industriais o universo de unidades restringe-se a cerca de 21, sendo 10 o número das principais “famílias” de materiais e equipamentos envolvidos neste segmento de mercado.


II congresso de ILumInação

Luz

Luz com emoção TexTo de soFiA duTrA

/// "Luz com Emoção" foi o mote do segundo congresso da Iluminação, organizado pelo Centro Português de Iluminação (CPI), que decorreu em Lisboa a 5 de Fevereiro. Entre os temas abordados destaque para a regulamentação do sector e para as novas tendências de iluminação.

A

s novas tendências de iluminação, a arquitectura da luz, iluminação e sustentabilidade e regulamentação, normalização e boas práticas de iluminação foram os temas abordados no evento, que contou com cerca de 250 participantes, provenientes de diferentes áreas como projecto, instalação, arquitectura e venda.

fontes luminosas e seus rendimentos e apresentado um exemplo de uma aplicação prática de uma tecnologia recente de iluminação de fachadas com LEDs, donde se pode verificar a naturais dificuldades que a "novidade" implica no processo de instalação. Por último, falou-se no panorama nacional

da regulamentação direccionada para redução de consumos energéticos e no tema da regulamentação no enquadramento da necessidade de reciclagem e a sua logística. Foi ainda analisado o tema da iluminação em hospitais, verificando-se uma evolução nas directivas de projecto e adaptação de infra-estruturas existentes.

O congresso serviu também para analisar alguns bons e maus exemplos de aplicação da luz, ver a complexidade que implica um estudo elaborado, observar as reacções do indivíduo à iluminação e os factores que estão por trás da construção de um bom equipamento de luz. O encontro mostrou também como a luz e arquitectura estão relacionadas e o papel da luz no quotidiano do indivíduo que ocupa e vive o espaço. Foram abordadas algumas linhas de investigação que têm vindo a ser desenvolvidas no aperfeiçoamento do espectro de emissão as

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Da discussão dos quatro painéis resultou a ideia da necessidade de regulamentar e realizar boas práticas, além de optimizar os recursos na iluminação de modo a obter graus de satisfação elevados do utilizador com um reduzido custo quer a nível ambiental, quer económico.


Fachadas

aliar estética e térmica

Fachadas ventiladas TexTo de soFiA duTrA

/// As fachadas ventiladas são uma tendência mundial da construção de edifícios dos últimos anos. Têm suscitado interesse pelos efeitos estéticos aliados ao desempenho térmico, além de contribuírem para reduzir cargas

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do condicionamento de ar.


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Fachadas


Fachadas

aliar estética e térmica

A

s fachadas ventiladas são um sistema de revestimento exterior de edifícios, cuja principal característica é a existência de uma caixa-de-ar em movimento, resultante do afastamento entre a parede do edifício e o revestimento. Em tempos de exigência de menor consumo energético, o sistema de fachada ventilada pode contribuir para reduzir as cargas de condicionamento artificial de ar. Pode também, como uma capa protectora, preservar a estrutura e prolongar a vida útil do edifício. Utilizando materiais específicos e fazendo-se valer de princípios físicos simples, a fachada ventilada não é o mesmo que uma fachada cortina. Ambos distinguem-se das fachadas convencionais, mas têm em comum o facto de criarem um invólucro separado e independente da estrutura do edifício. A subestrutura que suporta o revestimento é de aço inoxidável ou alumínio e pode ser ajustada. No caso da fachada ventilada, a cavidade formada entre os dois

paramentos - de 10 cm a 15 cm de largura, mas podendo ser maior para possibilitar a passagem de instalações - é determinante para o sucesso do sistema, funcionando como colchão de ar renovável. A troca de ar é permanente na câmara e maior o conforto ambiental dentro do edifício, na medida em que, muitas vezes, parte dessa cavidade é preenchida por uma camada de material isolante, geralmente painéis de lã de vidro ou de rocha. Este conceito de fachada dupla tem exemplos antigos na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, em edifícios históricos, que apresentam uma segunda fachada em alvenaria de tijolos, trabalhada independentemente da parede estrutural. Com a evolução dos materiais, esse paramento externo pode receber, além de vidros sofisticados, placas de revestimento de materiais que juntam valor e beleza aos edifícios, designadamente granito, mármore, porcelanatos, cerâmicas, entre outros.

VentilAção nAturAl Nas últimas décadas, os estudos realizados em laboratórios europeus, com o objectivo de reduzir custos com energia para calefacção e refrigeração, levaram ao desenvolvimento da fachada ventilada, cujo princípio fundamental - e que a distingue da curtain wall - é o facto de possuir juntas abertas. O espaço entre as placas do invólucro (as juntas) não recebe vedação completa nas aberturas inferiores e superiores, possibilitando, assim, a criação da lâmina de ar na cavidade entre as duas paredes. Essa lâmina de ar é a característica dominante do sistema de fachada ventilada, visto ser responsável pelo desencadeamento do efeito chaminé - um sistema natural de ventilação. Quando é dimensionado correctamente, mesmo com as juntas abertas, o sistema controla a entrada de água da chuva incidente e elimina uma das causas mais frequentes da deterioração das fachadas - as infiltrações causadas por fadiga secante ou mástique. A água que consegue penetrar no interior da cavidade é reduzida, podendo ser controlado por uma camada impermeabilizante. O afastamento entre o paramento externo e a abertura das juntas dos painéis deve ser dimensionado de modo a equilibrar a pressão no interior da cavidade, fazendo com que a água, se penetrar, escorra por detrás do painel.

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O sistema que possibilita a ventilação natural permite também a dispersão do vapor presente no interior das paredes, eliminando a humidade dos edifícios novos ou reabilitados. Por outro lado, o vapor de água que se forma no interior do edifício pode sair parcialmente pela parede, sem nenhum impedimento, contribuindo para a conservação da estrutura. A fachada ventilada oferece também protecção acústica, pois as placas e a lâmina de ar (e o possível uso de protecção isolante) agem como barreira atenuando ruídos do exterior. A fachada ventilada apresenta ainda capacidade de adaptação às variações de temperatura ocorridas na estrutura do edifício. As placas de revestimento, fixadas na subestrutura independentemente umas das outras, ficam livres para se dilatar de acordo com seu próprio coeficiente, graças ao grau de elasticidade da ancoragem. Desta forma, o revestimento não



Fachadas

aliar estética e térmica

ra de isolante e da parede suporte com o que aumenta o espaço habitável; evita o sobreaquecimento provocado pela radiação solar ao actuar a ventilação como sistema de refrigeração evitando gretas e fissuras; e evita o risco de formação de condensações interticiais ao manter todo o acabamento a temperaturas superiores às do orvalho, fazendo com que o edifício transpire evacuando o possível vapor de água. sisteMA de FixAção Com a entrada em vigor dos novos regulamentos na área de consumo energético de edifícios, é cada vez mais importante criar novas soluções construtivas, nomeadamente o uso de fachadas ventiladas.

sofre esforços adicionais relevantes que possam provocar efeitos de degradação na fachada e que obrigariam a intervenções de manutenção. MontAgeM industriAlizAdA

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Em virtude do desenvolvimento de materiais de revestimento de alto desempenho técnico e estético, é possível criar fachadas ventiladas de grande eficiência e resistência às variações higrotérmicas e aos agentes atmosféricos em geral. Nos últimos anos, assistiu-se à popularização, em todo o mundo, do uso de placas cerâmicas nesse tipo de fachada. A beleza e a qualidade desses produtos caíram no gosto dos arquitectos, na medida em que oferecem uma infinidade de possibilidades de criação arquitectónica, sendo também muito usados em combinação com outros materiais. Um tipo de painel cerâmico que tem vindo a ter muito sucesso em vários países é o extrudado, que equilibra as questões de espessura e resistência, e pode ser fabricado já com os encaixes necessários à montagem. A montagem industrializada permite o controlo do processo, o que é imprescindível à segurança desse sistema.

Assim, a fachada ventilada pode ser definida como um sistema de protecção e revestimento exterior de edifícios, caracterizado pelo afastamento entre a parede do edifício e o revestimento, criando, assim, uma câmara-de-ar em movimento. O adjectivo ventilada deriva exactamente desta câmara-de-ar, que possibilita a ventilação natural e contínua da parede do edifício, através do efeito de chaminé (o ar entra frio pela parte inferior e sai quente pela parte superior). Desta forma, com o arejamento da parede, evitam-se as comuns humidades e condensações características das fachadas tradicionais e, consequentemente, consegue-se um maior conforto térmico. A fachada ventilada tem como outras vantagens: a montagem fácil; a possibilidade de colocação das instalações eléctricas e sanitárias no espaço criado entre a parede e o revestimento do edifício; desempenho hidrotérmico em qualquer estação do ano; melhoria no isolamento termo-acústico; minimização de perdas de calor no inverno; redução do uso de ar condicionado;e facilidade de manutenção e limpeza. Assim, são vantagens do sistema de isolamento exterior com câmara-de-ar ventilada: a melhoria do comportamento térmico da fachada ao reduzir as pontes térmicas; a melhoria da durabilidade do edifício ao reduzir a sua oscilação térmica (dia-noite; Inverno-Verão) e poupança energética; diminuição da espessu-

O sistema de fachada ventilada é um método de acabamento exterior mediante a suspensão de placas ou elementos leves que permitem a disposição de uma câmara ventilada entre o isolante e o elemento de acabamento exterior. Em função da facilidade de instalação é adequado para edifícios novos, efectuando o acabamento da fachada e a colocação do isolante em simultâneo, mas também em reabilitação de edifícios, melhorando o aspecto da fachada e o isolamento sem necessidade de sacrificar espaço útil. A fachada ventilada é constituída pelos seguintes elementos construtivos: revestimento exterior da fachada; câmara-de-ar ventilada; subestrutura portante; isolamento térmico; e pano interior da fachada. É fundamental na instalação da fachada ventilada que, em termos de ventilação exterior, a câmara-de-ar tenha no mínimo 20mm para garantir a circulação do ar (sentido inferior-superior). Além disso, devem existir mecanismos que permitam a dilatação dos revestimentos e os movimentos estruturais; e a mesma não deve ultrapassar as distâncias de fixação recomendadas pelo fabricante. O sistema de fixação da fachada pode ser visível ou oculto. A fixação visível é efectuada com parafusos sobre subestrutura de madeira; ou com rebites ou parafusos sobre subestrutura de alumínio ou de aço galvanizado. Por seu turno, a fixação oculta é com perfilaria metálica; ou com adesivo estrutural.


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/// Preço, mobilidade, rapidez e simplicidade são algumas das vantagens das construções modulares pré-fabricadas. Seja com o propósito de construir uma casa, um restaurante ou um escritório, esta nova tendência está ao alcance de todos os portugueses.

J

dos módulos em planta como todos os acabamentos interiores e exteriores”, explicou Marta Fino, responsável máxima desta empresa, à Arte & Construção.

Entre as soluções presentes no mercado encontra-se a Modular Homes, o mais recente projecto da SIT Modular Solutions constituído por nove modelos pré-definidos: três T1, dois T2, dois T3 e dois T4.

Na sua perspectiva, a solução de habitação SIT é “uma solução inovadora pela versatilidade e flexibilidade que oferece aos clientes, com níveis de resistência e durabilidade muito elevados, eliminado os aspectos negativos associados à construção convencional”. Neste caso, o cliente pode escolher “a área e a configuração dos módulos, bem como os materiais utilizados nos acabamentos”, acrescenta.

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á bastante conhecidas na Europa no Norte, as casas modulares pré-fabricadas estão a dar-se a conhecer aos consumidores portugueses que procuram soluções mais simples e económicas para ter conseguir a tão desejada casa de férias e não só.

Este leque de opções explica-se como o objectivo principal da SIT que é “demonstrar que é possível obter a tipologia que se quiser com enormes variantes, desde a disposição

O único requisito necessário consiste num “terreno compactado e nivelado”, onde se pos-

sa proceder à “acoplagem dos módulos e na execução das ligações de todas as instalações técnicas necessárias”. MudAr A CAsA e não MudAr de CAsA A rapidez de execução em fábrica e de montagem em obra; a possibilidade de mobilidade futura; a flexibilidade na escolha de materiais e o preço são, na opinião de Marta Fino, as grandes vantagens da construção modular pré-fabricada. No caso da SIT, os preços das soluções standard encontram-se no intervalo entre os 39 000,00 euros (+IVA) para um T1 com 75 metros quadrados até 167 000,00 euros (+IVA) para um T4 com 316 metros quadrados.


tendências

Uma vez construída, o proprietário da nova casa pode mudar de ideias. Como afirma, Marta Fino, “o facto de serem autoportantes e, como tal, passíveis de serem desmontados e recolocados noutro local sem danos constitui uma enorme vantagem competitiva para os investidores”.

A SIT apostou no betão reforçado com fibra como o material das suas casas modulares pré-fabricadas já que é “uma mais-valia pela resistência, durabilidade e manutenção mínima requerida por este material”.

Quanto às licenças, a responsável da SIT refere que “o nosso sistema construtivo está sujeito às mesmas regras e exigências de qual-

quer outro sistema construtivo apesar de serem totalmente amovíveis. Assim sendo, a necessidade de licenciamento está dependente da classe de espaço do terreno definida no respectivo Plano Director Municipal”. Para além do Modular Homes, a SIT desenvolveu outras soluções modulares que podem servir propósitos mais específicos, como é o caso dos módulos Escritórios e serviços, WC e balneários; Bares, Restaurantes e estruturas de ensombramento e bungalows.

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Os prazos de entrega variam entre os 30 e 90 dias, período em que as casas estarão “prontas em tempo recorde e o cliente só tem a nossa presença em obra – e trata-se de uma presença «limpa» – durante alguns dias, o que diminui drasticamente os inconvenientes das obras normais”, assegura Marta Fino.


Coberturas

Função e estétiCa

Proteger o ediFíCio TexTo de rAquel rio

/// O principal elemento superior de um edifício é a sua cobertura, um sistema que visa, não só proteger os espaços interiores do sol, da chuva e do vento, mas que tem também

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um impacto significativo na forma geral de um edifício.


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coberturas


Coberturas

Função e estétiCa

A

s coberturas funcionam como elemento essencial de protecção para os espaços interiores de uma edificação, mas são também um elemento primordial para a organização das formas e espaços internos que abrigam. A forma deste plano superior é determinada pelo material, pela geometria e pelas proporções de seu sistema estrutural e pela maneira como este transfere sua carga através do espaço para os seus apoios.

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A sua forma e construção devem controlar a passagem de água, ar e calor, devendo o sistema ser estruturado de forma a vencer os vãos e suportar seu peso próprio além de outras cargas. A forma de um sistema de cobertura, plano ou inclinado, desempenha papel fundamental na imagem da edificação, portanto a escolha da tipologia de cobertura dependerá, entre outros factores, da intenção do projectista e das utilizações do edifício. As coberturas, como já foi regferido, têm como principal função proteger os edifícios contra as intempéries e respondem a requisitos utilitários, estéticos e económicos, já que a cobertura de um edifício tem um contributo decisivo para o conforto.

No que diz respeito à funcionalidade devem obedecer a critérios de impermeabilidade, leveza e isolamento térmico e acústico. A nível estético, devem assumir formas e aspectos em harmonia com a linha arquitectónica do edifício, bem como a textura, coloração e dimensão dos elementos arquitetcónicos. Para a especificação de uma cobertura devem ser observados factores climáticos, bem como o sistema de drenagem das águas pluviais, incluindo elementos de protecção, captação e escoamento adequados. Por último, destaca-se o factor económico. Há que ter em conta o custo da solução adoptada, a durabilidade e facilidade de conservação e manutenção destes elementos. Tipos de CoberTurAs Existem vários tipos de coberturas, que podem ser classificados de acordo com as suas técnicas construtivas e com os materiais utilizados. Entre os materiais mais comuns aplicados em coberturas estão as pedras naturais (por exemplo, ardósia), o metal (por exemplo, alumínio), a cerâmica e o fibrocimento (amianto).

Das qualidades essenciais de uma boa cobertura, destacam-se: a impermeabilidade, resistência a esforços mecânicos, inalterabilidade de forma e dimensões, leveza e secagem rápida após as chuvas. Estas podem ser coberturas planas (não acessíveis, acessíveis a pessoas (terraços), ou acessíveis a veículos), coberturas inclinadas (que normalmente chamamos telhados), ou coberturas verdes/ ajardinadas. As coberturas planas são caracterizadas, tal como o nome indica, por superfícies planas, com inclinações praticamente inexistentes, que terão apenas o declive suficiente para escoar as águas. A cobertura deve ter inclinação mínima que permita o escoamento das águas das chuvas e direcionadas segundo o projecto de captação dessas águas. Uma vantagem da utilização de coberturas planas é a libertação dos espaços para áreas externas. São geralmente compostas por vários elementos cuja ordem de colocação varia consoante o tipo de cobertura e a utilização final. Actualmente, utilizam-se dois sistemas de impermeabilização e isolamento térmico de co-


coberturas

Numa cobertura plana tradicional, os elementos são colocados pela seguinte ordem: estrutura de suporte, camada de forma (que irá formar a pendente necessária para correcto escoamento das águas), isolamento térmico, impermeabilização e camada de protecção – que irá variar de acordo com o tipo de utilização (por exemplo, o tipo de protecção será diferente se for acessível apenas a pessoas ou se for acessível a veículos). Cada uma destas camadas desempenha funções específicas, num sistema cujo funcionamento depende das características de cada camada, da sua ordem de colocação, da sua compatibilidade e das soluções construtivas adoptadas para os pontos singulares. De entre todas as camadas, assume particular destaque o revestimento impermeabilizante porque garante a estanquidade da cobertura, que constitui a exigência funcional mais destacada.

A cobertura plana tradicional comporta uma série de efeitos que aceleram o desgaste do sistema de impermeabilização já que as membranas de impermeabilização, ao serem aplicadas por cima do isolamento térmico, ficam sujeitas ao "choque térmico" diário e sazonal, a danos mecânicos (em fase de obra), à degradação por radiação ultravioleta, à degradação provocada por humidade, etc. CoberturAs plAnAs invertidAs As coberturas planas invertidas são um sistema construtivo de cobertura plana em terraço, transitável ou não, em que o isolamento térmico é colocado sobre a camada de impermeabilização. O sistema de cobertura invertida permite a protecção da impermeabilização das variações térmicas, das radiações UV e de outras agressões, melhorando assim o seu desempenho e durabilidade., já que as variações da temperatura da impermeabilização no sistema invertido são substancialmente inferiores às que se verificam na cobertura tradicional. Além disso, numa cobertura invertida, o sistema de impermeabilização desempenha também o papel de barreira pára-vapor, podendo

ser aplicado com quaisquer condições meteorológicas, o que permite rapidez de execução. As coberturas inclinadas são normalmente identificadas com os telhados, sendo o revestimento mais comum no nosso país, as telhas cerâmicas. A inclinação da cobertura e o seu revestimento garantem a estanquidade e o isolamento térmico pode ser colocado em vários locais: do lado inferior do revestimento da cobertura (sejam telhas cerâmicas ou outras, placas, chapas metálicas, entre outros), sob a estrutura de suporte (que também pode ser de vários materiais como, por exemplo, estrutura metálica ou estrutura de madeira) ou mesmo sobre a laje de esteira (neste caso dependerá do tipo de uso a dar ao desvão, ou mesmo da existência de laje de esteira). No desenvolvimento do projecto de coberturas inclinadas devem ser consideradas diversas questões, nomeadamente, a volumetria desejada (ou seja, altura da cobertura e inclinações desejadas) e o tipo de telha, já que diferentes tipos de telhas aceitam diferentes tipos de inclinação; Em função do tipo de telha e dos vãos que se deve cobrir será definida a estrutura da

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berturas planas: o sistema tradicional e o sistema invertido. No sistema tradicional aplica-se o isolamento térmico sobre a laje da cobertura, seguindo-se a impermeabilização, enquanto no sistema invertido se aplica primeiro a impermeabilização e só depois o isolamento térmico.


Coberturas

Função e estétiCa

cobertura, que pode ser composta por menor número de elementos e por elementos mais esbeltos, quanto menor for o peso. IMperMeAbIlIzAr beM A impermeabilização designa um conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços) que visam proteger as construções contra a acção prejudicial da água, vapores e humidade. Geralmente a impermeabilização é composta por um conjunto de camadas com funções específicas. O revestimento de impermeabilização das coberturas deve garantir o cumprimento de determinadas exigências de segurança, de aptidão ao uso e de conservação das qualidades, para obter um bom desempenho.

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Os revestimentos de impermeabilização podem ser usados em sistemas “monocapa” ou “multicapa”, em que, neste último, por oposição ao primeiro, a impermeabilização é obtida por duas ou mais membranas sobrepostas, aderentes entre si e com juntas desencontradas. O conjunto pode ser aderente ao suporte, semi-aderente, independente, fixado mecanicamente ou em sistema misto que reuna várias destas técnicas.

Relativamente às exigências de segurança, o revestimento de impermeabilização associado ao seu suporte não deve apresentar, sob a acção das sucções devidas ao vento, risco de levantamento e arrancamento ou rotura. O revestimento de impermeabilização deve travar a passagem de água do exterior para a camada subjacente, satisfazer a exigência de estanquidade à água, a principal exigência de aptidão ao uso dos revestimentos de impermeabilização. As outras exigências determinam que o revestimento tenha um aspecto razoável, não contenha componentes solúveis na água capazes de causar manchas nos edifícios com os quais possa entrar em contacto e possua a necessária resistência mecânica. Quanto às exigências relativas aos efeitos dos agentes do meio ambiente, relativas à conservação das suas qualidades, o sistema de impermeabilização, incluindo a sua protecção leve, deverá resistir sem deterioração às rajadas de vento de maior intensidade, bem como ao efeito de fadiga nos materiais causados pelos ventos de velocidade menos intensa. Também se deve entrar em linha de conta com os seguintes agentes do meio ambiente: temperatura, radiação ultravioleta, água, gases na atmosfera, substâncias químicas e biológicas. Os materiais utilizados nos revestimentos de impermeabilização devem ser compatíveis en-

tre si, com as outras camadas da cobertura (em particular, com o suporte da impermeabilização e a sua protecção) e com os materiais de uso corrente na construção com os quais a impermeabilização poderá estar em contacto, quer directo, quer indirecto, por intermédio de produtos dissolvidos e transportados pela água. AplICAção AIndA é probleMátICA Muitas das anomalias detectadas em coberturas inclinadas de habitações e edifícios, revelam-se provenientes de soluções desajustadas, de aplicações deficientes e escolhas erradas de materiais acessórios. Existe “uma grande incidência dos defeitos em zonas periféricas da cobertura, onde, não só a execução é mais difícil, mas também a concepção dos pormenores é mais exigente, de modo a garantir a desejada durabilidade do sistema” destacaram J. Mendes da Silva e Pedro A. Gonçalves, na sua intervenção,“Patologias frequentes em coberturas planas em Portugal”. Segundo os autores mais de 80 por cento dos defeitos devem-se a erros de concepção e aplicação: “Os materiais têm sofrido melhorias técnicas significativas e são actualmente submetidos, na sua maioria, a testes exaustivos, por exigência dos diversos processos de certificação da qualidade em vigor em muitos países. Já os erros de utilização, apesar de surgirem como a causa menos significativa, poderiam ser francamente reduzidos, uma vez que estão relacionados com a falta de manutenção de sistemas de evacuação de águas pluviais e com perfurações acidentais da camada impermeabilizante, nomeadamente pela inadequada fixação de equipamentos e acessórios diversos”. “As anomalias continuam a ocorrer com muito mais significado do que seria aceitável e com custos de reparação muito próximos das coberturas de origem” prosseguem os autores sublinhando que os defeitos são recorrentes e facilmente elimináveis com a conjugação criteriosa do projecto, da execução, da qualidade dos materiais e do comportamento dos utentes. A prevenção dos defeitos de concepção e execução carece, não só de legislação adequada, mas também de listas de verificação e pro-


coberturas

cedimentos normalizados para a revisão de projecto e para as acções de fiscalização e controlo em obra. Os problemas mais frequentemente encontrados nas coberturas dos telhados são as infiltrações e descasque das telhas. Estes problemas devem-se, na sua maioria, não a defeito de fabrico mas sim a erros de execução, aquando da montagem dos telhados, que mais tarde podem originar estes fenómenos. Entre os erros de execução mais comuns que originam os dois problemas já referidos, contam-se inclinação insuficiente; materiais de isolamento aplicados sem se prever caixa-de-ar entre estes e a telha; aplicação do material de isolamento directamente na placa, sem se deixar que esta seque primeiro; excesso de argamassa aplicada nas cumeeiras; não utilização de remates nas cumeeiras porque fica mais caro; e aplicação de líquidos impermeabilizantes sobre as telhas. ECo-tElhAdos

As coberturas verdes contribuem para o conforto no interior da habitação, para além de influenciar positivamente o microclima urbano. Os telhados ecológicos complementam a vegetação tradicional sem interferir com a infra-estrutura urbana - aproveitam um espaço abandonado e tornam-no útil. Estes telhados podem durar mais do que os convencionais, reduzem os custos de energia com isolamento natural, criam refúgios de tranquilidade para as pessoas e absorvem a água da chuva, diminuindo bastante a necessidade de sistemas de drenagem complexos e caros. Por outro lado, os telhados ecológicos aumentam a qualidade do ar e ajudam a reduzir o

efeito da “Ilha de Calor Urbana”, um fenómeno que consiste na absorção e armazenamento do calor nas cidades. Este efeito é causado por um conjunto de reacções físicas, entre as quais está o facto das superfícies urbanas (arruamentos, edifícios etc) absorverem o calor transportado pela radiação solar, aquecendo e aumentando deste modo a temperatura à escala local. As camadas de uma cobertura verde precisam, como as de qualquer outro telhado, favorecer a drenagem e proteger a construção dos elementos da natureza por meio de uma membrana à prova de água.

gação, drenagem e protecção das raízes. A média de crescimento de 0,31 metros, ou mais, é necessária para um telhado ecológico intensivo e cria um peso de 36 a 68 quilos por 0,09 metro quadrado. Os telhados ecológicos extensivos são relativamente leves, com um peso de 7 a 23 quilos por 0,09 metro quadrado e exigem pouca manutenção. Os extensivos geralmente existem apenas por seus benefícios ambientais e não funcionam como jardins de cobertura acessíveis.

Sendo um tipo de cobertura muito especifica é necessário ter especial atenção à impermeabilização já que a presença da água é constante devido à existência de terra e plantas. A camada drenante deverá por isso ser constituída por um elemento filtrante permeável à água mas capaz de reter os elementos vegetais mais finos.

A arquitecta paisagista Laura Roldão Costa lembra, no entanto, no seu texto “Coberturas ajardinadas - Contributos para um urbanismo mais Sustentável” que “as acções de aplicação de vegetação sobre os edifícios (coberturas, terraços, alçados, jardins interiores) não servem de “compensação” á necessidade de conservação e implantação de espaços verdes urbanos permeáveis, pois estes elementos são constituintes de um sistema mais vasto, designado por Estrutura Ecológica que é responsável pela preservação dos ecossistemas fundamentais do território”.

Existem dois tipos de coberturas ecológicas: intensivas e extensivas. As intensivas são basicamente jardins elevados que suportam arbustos, árvores, passagens e bancos com as suas camadas para suporte estrutural complexo, irri-

No entanto, os espaços verdes de cobertura podem ser considerados como elementos pertencentes à microestrutura verde urbana, tendo um papel específico no contexto da construção de edifícios sustentáveis.

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A maioria das áreas urbanas apresenta uma variedade de coberturas de asfalto, cimento, alcatrão e telha. O calor irradia de telhados escuros e a água passa pelas superfícies duras e, de preferência, impermeáveis. Mas existe uma nova tendência que rompe com a monotonia dos telhados comuns: as coberturas ecológicas. Começam cada vez mais a atrair a atenção de proprietários de imóveis e dos responsáveis municipais como uma maneira interessante de promover a consciência ambiental, resolvendo em simultâneo alguns problemas dos telhados convencionais.


engenharia

MaTeriaiS De COnSTrUÇÃO nanOTeCnOLÓgiCOS Para MeLhOraMenTO aMBienTaL (ii) João Paramés

Mestre em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico

Jorge de Brito

Professor Catedrático, Instituto Superior Técnico

/// A poluição atmosférica é um fenómeno incontornável, especialmente em ambientes urbanos. É uma preocupação pública e são estudadas soluções para lidar com este facto. Numa cidade, o património construído proporciona uma elevada superfície de contacto entre os materiais de construção e os poluentes atmosféricos. Neste artigo, são apresentados os resultados decorrentes da introdução de determinadas nanopartículas em materiais construtivos, com o objectivo de os dotar da capacidade de decompor diversos poluentes encontrados usualmente na atmosfera, bem como interromper alguns dos mecanismos responsáveis por essa decomposição.

>> Continuação da edição anterior

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N

esta experiência, são testados dois produtos contendo nanopartículas de dióxido de titânio. Um deles é uma argamassa sintética de acabamento estético (C1), aplicada como uma tinta grossa, de 1 mm de espessura obtida através da empresa ITALCEMENTI Co, baseada em cimento portland branco, cujo conteúdo de TiO2 é 3%. O outro produto é um revestimento translúcido obtido através da empresa Millenium Chemicals Co, baseado em água, que é preparado de duas maneiras distintas. A primeira prepara-ção destina-se ao ensaio a nível laboratorial (compartimento com 0,45 m3) e contém 10% de TiO2 e a outra contém 5% de dióxido de titânio e é utilizada para levar a cabo o teste a macro-escala, num quarto de 30 m3. Estas amostras são espalhadas em painéis de vidro que são colocados em ambientes seleccionados de modo a testar a sua eficiência na remoção de óxidos nítricos em determinadas condições ambientais controladas (Maggos 2005). Desta for-

ma, no teste laboratorial, são testadas as amostras C1 e T1 e, no teste a macro-escala, testam-se as amostras C1 e T2. Os painéis de vidro, no ensaio laboratorial, são atingidos por uma lâmpada de 300 Watt, que é a fonte de radiação ultra-violeta. Os resultados deste procedimento são apresentados na Tabela 1 e Figuras 2 e 3. Como é possível observar nestas figuras, toda a concentração de óxidos nítricos foi removida do espaço em análise. Existiram outros factores que contribuíram para a diminuição de NOx’s neste ensaio, que não têm a ver com a actividade fotocatalítica do dióxido de titânio. Por essa razão, na Tabela 1, evidencia-se que a percentagem removida através de fotocatálise não corresponde a 100%. Desta forma, é possível observar que, aos 60 minutos, instante em que foi ligada a lâmpada, a concentração dos poluentes desceu, até atingir o zero. A actividade fotocatalítica foi mais preponderante na remoção de NO do que NO2. No entanto, observa-se

um melhor desempenho do material T1 em relação ao C1 (Maggos 2005). Para o teste a macro-escala, no compartimento de 30 m3, foram instaladas quatro lâmpadas, tal como a anterior, de 300 Watt. As amostras C1 e T2 foram então submetidas aos efeitos da radiação. Os resultados são expostos na Tabela 2 e, nas Figuras 4 e 5, é possível observar a variação de NO, NO2 e O3 para o procedimento realizado com a amostra T2. Analisando-se a Tabela 2, é possível verificar que o desempenho do material C1 é melhor do que o do material T2. Nas Figuras 4 e 5, verifica-se uma certa redundância do material T2 em reduzir óxidos nítricos pois, no instante em que se ligam as lâmpadas (60 min), para o teste da remoção de NO, geram-se, como produtos da reacção, pressões altas de NO2. Para o teste do NO2, geram-se 35 ppb de O3. As pressões de NO2 e O3 correspondentes para o teste do NO para o produto C1 são menores do que


engenharia

Tabela 1 - Resultados da remoção fotocatalítica para os materiais C1 e T1, para o teste a escala laboratorial (adaptado de Maggos 2005)

Tabela 2 - Resultados da remoção fotocatalítica para os materiais C1 e T2, para o ensaio a macro-escala (adaptado de Maggos 2005)

Figura 2 - Percentagem de concentração NO em relação à concentração inicial, ao longo do tempo (adaptado de Maggos 2005)

Figura 5 - Produtos da reacção para o teste de NO2, para o material T2, atingido por radiação ultra-violeta (adaptado de Maggos 2005)

Figura 3 - Percentagem de concentração NO2 em relação à concentração inicial, ao longo do tempo (adaptado de Maggos 2005)

Figura 4 - Produtos da reacção para o teste de NO, para o material T2, atingido por radiação ultra-violeta (adaptado de Maggos 2005)

10 ppb (Maggos 2005). A produção de ozono (O3) não é benéfica, pois este é o principal constituinte do smog que, como referido, na baixa atmosfera, constitui perigo para a saúde humana, entre outros aspectos prejudiciais [C].

Referências: Ao, C., Lee, S., Mak, C., Chan, L. - “Photodegradation of Volatile Organic Compounds (VOCs) and NO for Indoor Purification Using TiO2: Promotion Versus Inhibition Effect of NO”, Applied Catalysis B: Environment 42 (2), 2003: 119-129. Dalton, J., Janes, P., Jones, N., Nicholson, J., Hallman, K., Allen, G. - “Photocatalytic Oxidation of NOx Gases Using TiO2: A Surface Spectroscopic Approach”, Environmental Pollution 120 (2), 2001: 415 - 422. Fujishima, A., Zhang, X. - “Titanium Dioxide Photocatalysis: Present Situation and Future Approaches”, Comptes Rendus Chimie 9 (5-6), 2006: 750-760. Giussani, B. - “A Concrete Step Towards Cleaner Air”, Euroscan Columnist, Business Week, 2006.

Continua na próxima edição >>

Gurol, M. - “Photo-Catalytic Construction Materials and Reduction in Air Pollutants”, Report Produced for the California Senate, San Diego: San Diego State University, 2006. Maggos, T., Bartzis, J., Liakou, M., Gobin, C. - “Photocatalytic Degradation of NOx Gases Using TiO2-Containing Paint: A Real Scale Study”, Journal of Hazardous Materials 146 (3), 2007: 668-673. Maggos, T., Kotzias, D., Bartzis, J., Leva, P., Bellintani, A., Vasilakos, C. - “Investigations of TiO2-Containing Materials for the Decomposition of NOx in Environmental Chambers”, 5th International Conference on Urban Air Quality. Valencia, Spain: PICADA Project, 2005. Sayes, C., Wahi, R., Kurian, P., Liu, Y., West, J., Ausman, K., Warheit, D., Colvin, V. - “Correlating Nanoscale Titania Structure with Toxicity: A Cytotoxicity and Inflammatory Response Study with Human Dermal Fibroblasts and Human Lung Epithelial Cells”, ToxSci Advance Access 92 (1), 2006. Strini, A., Cassese, S., Schiavi, L. - “Measurement of Benzene, Toluene, Ethylbenzene and O-xylene Gas Phase Photodegradation by Titanium Dioxide Dispersed in Cementitious Materials Using a Mixed Flow Reactor”, Applied Catalysis B: Environmental 61 (1-2), 2005: 90-97. Wong, Y., Sin, D., Yeung, L. - “Assessment of the Air quality in Indoor Car Parks”, Indoor Environment 11 (3), 2002: 134-145.,l

Endereços electrónicos: A. http://www.picada-project.com (acedido em 02/2008) B. http://www.branchenv.com/nox/nox_info.asp (acedido em 02/2008) C. http://www.epa.gov/airprogm/oar/urbanair/nox/hlth.html (acedido em 02/2008) D. http://www.coatings.org.uk (acedido em 02/2008) E. http://www.toxics.usgs.gov (acedido em 02/2008) F. http://www.ccohs.ca/headlines/text186.html (acedido em 02/2008)

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Através deste ensaio, demonstra-se que a remoção de NOx’s através de materiais de construção fotocatalíticos é possível, para concentrações e condições meteorológicas encontradas em ambientes urbanos. O conteúdo de TiO2 nas amostras T1 e T2 era diferente, o que explica o melhor desempenho do primeiro em relação ao segundo. O desempenho dos três materiais foi melhor para a degradação de NO, sendo que o produto T2 gerou 35 ppb de ozono, concentração alta dado que, segundo a Agência de Protecção Ambiental Europeia, um ambiente com 90 ppb de O3 representa perigo para a saúde das populações.


empresas

Schüco InternacIonal KG amplIa eScrItórIoS

Domal tem nova ImaGem Qualidade de produto, confiança e proximidade são os valores de gestão que a Domal, marca de sistemas de alumínio, quer ver transmitidas na nova imagem corporativa que adoptou recentemente. O novo logótipo surge com uma “tipografia própria, mais actual e orgânica que, acrescenta dinamismo e estilo, dando um toque de modernidade à marca”, refere a empresa em comunicado. Indo ao encontro do posicionamento internacional do Grupo Hydro, a nova imagem Domal “combina criatividade com investigação, tecnologia, sustentabilidade e superação das mais recentes normas técnicas e legais”. Adélia Pereira, gestora de Produto da Domal, acrescenta ainda que “estamos bastante satisfeitos com a renovação de imagem da Domal, a qual constituindo uma evolução face à imagem anterior, vem conceder à marca uma maior modernidade e um maior alinhamento com as actuais tendências de mercado”.

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eFapel InveSte 16 mIlhõeS até 2011 Em ano de crise, a EFAPEL conseguiu encerrar a facturação de 2009 registando um crescimento de 10% face a 2008, conseguindo um total de 24,9 milhões de euros. Sem conseguir os resultados a que se habituou nos últimos anos dada a “forte contracção da actividade da construção”, a EFAPEL “aumentou a sua quota de mercado em Portugal e está optimista relativamente à evolução da actividade este ano, que deverá crescer novamente cerca de 10%, especialmente graças à consolidação dos seus negócios nos mercados onde está já presente”, referem os responsáveis em comunicado. Nos próximos dois anos, a empresa portuguesa de fabrico de material eléctrico de baixa tensão delineou um plano global de investimentos no valor de 16 milhões de euros, que será aplicado à nova unidade fabril que está a ser construída junto das suas instalações centrais e à abertura de uma delegação em Espanha.

Em Portugal de forma independente desde 2000, a Schüco International KG reforçou a sua presença com a ampliação dos seus escritórios em Lisboa. As novas instalações incluem uma área de formação e um showroom. As instalações estão distribuídas em duas grandes zonas: uma que reúne serviços gerais, administração e logística e outra que contém uma zona de formação e um showroom que alberga exemplos representativos dos sistemas de alumínio, PVC e energia solar, tanto térmica como fotovoltaica. A exposição fica completa com exemplos de sistemas de ferragens Schüco TipTronic, puxadores e acabamentos de cores, entre outros. “Apesar da recessão económica, o mercado português está em alta para a Schüco, cujo objectivo é convertê-lo num dos mais importantes mercados europeus”, afirmou Thomas Knobloch, Director Geral da Schüco Ibéria, em conferência de imprensa, a 19 de Novembro. “Em termos de energia solar, Portugal é o país com maior disponibilidade de radiação solar juntamente com o Chipre. A capacidade instalada aumentou nos últimos anos (passando de 2 MWp em 2003 para perto da meta estabelecida para 2010 de 150 MWp)”, adiantou. Thomas Knobloch referiu ainda que “dado que o futuro da energia solar é imparável, será necessário um forte crescimento em infraestruturas técnicas, além do interesse que o sector pode ter para investidores”.

opWaY enGenharIa em projecto De IntereSSe reGIonal A OPWAY Engenharia tem 16 meses para concluir as obras de construção do reservatório, redes de rega, viárias e drenagem do Bloco do Fundão que ganhou num concurso encetado pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Representando um investimento de 16,9 milhões de euros, esta empreitada foi classificada pelo governo como projecto de interesse regional e insere-se obra do Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira. A obra consiste na construção de um reservatório semi-escavado com 32 dam3 de capacidade, uma rede de rega com uma extensão de 64,6 km e uma rede de drenagem de 5,2 km. Na rede viária vai proceder-se à construção e o melhoramento de 11 caminhos, com um comprimento total de 18 km.


INFORMAÇÃO NA CONTRATAÇÃO

RECURSOS HUMANOS

SABER SEMPRE MAIS /// O segredo do sucesso no mundo actual é a assimetria de informação. Se pensar bem, em qualquer sector é a informação que determina o sucesso de um negócio. Utilize a assimetria de informação para ouvir a descrição do percurso de carreira e poder comparar com as informações que recolheu, ou mesmo confrontar os profissionais com as mesmas.

Se pensar bem, em qualquer sector é a informação que determina o sucesso de um negócio e a clivagem entre a informação que possuo e a informação existente no mercado. Sejam vendas imobiliárias, produção de matérias-primas, revenda, empreitadas ou serviços de saúde. Nestes casos, as empresas vendem a informação que os clientes não têm; a forma como angariar e negociar imóveis, os preços e os processos de produção de matérias-primas, os melhores fornecedores e preços para revender material, os melhores processos, técnicas e materiais para uma empreitada, o saber sobre medicina ou cuidados de saúde. Para além da especialização – o facto de uma determinada empresa fazer algo exclusivamente e, claro, em menor tempo que o cliente – é a não-informação que reina e que define o preço, o valor da troca e até a quota

de mercado, neste caso se mais ninguém tem informação. E se no mundo dos negócios a informação é tão vital, na estratégia, negociação, comunicação e até na contratação, a informação define o poder no processo e determina o sucesso de quem sabe mais sobre determinado tema, produto, mercado ou tendência. Escreve-se e escrever-se-á muito acerca das técnicas de entrevista, de como suceder num processo de recrutamento, sobre quais as melhores empresas em determinadas áreas e, por conseguinte, quais os profissionais mais interessantes que nelas trabalham, sobre como utilizar redes sociais, sobre como gerir processos de expatriação, sobre como aumentar a retenção, sobre como motivar profissionais, sobre como promover a sua empresa como um local de escolha e eleição; enfim, a informação é de tal forma existente e propagada que facilmente pode tornar-se em ruído e o sucesso passará por saber filtrá-la ao invés de a possuir. Informação. Lembre-se que o principal factor de sucesso no mundo actual não é apenas ter informação. É ter mais informação, assimetria de informação. Num processo de recrutamento, e após escolher ou possuir um leque já relativamente curto de potenciais candidatos a uma vaga e mesmo antes de os conhecer em entrevista tente saber: a conjuntura das empresas onde trabalham, o histórico das empresas onde já

Duarte Ramos

Regional Director - HAYS Recruiting experts worldwide

colaboraram, os valores salariais médios nas suas funções e sector de mercado, as formas e técnicas de trabalho que se utilizam nas suas empresas, a cultura de gestão e organizacional de onde provêm, as áreas de maior sucesso e até projectos em que determinados profissionais estiveram envolvidos. E no processo de entrevista utilize a assimetria de informação para ouvir a descrição do percurso de carreira e poder comparar com as informações que recolheu, ou mesmo confrontar os profissionais com as mesmas. Se vai ser entrevistado, informe-se sobre a empresa com a mesma sede de informação. E se é verdade que a maior parte dos processos não são preparados com este detalhe e recolha de informação, também é verdade que é por isso que determinadas empresas ou áreas de negócio possuem melhores profissionais que outras. Também por saberem mais sobre como identificar e seleccionar os melhores. Por possuírem informação. Mais informação.

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O

segredo do sucesso no mundo actual é a assimetria de informação. Uma empresa ganha um contrato porque tem mais informação sobre o que vende ou sobre o que faz o seu cliente. A informação pode ser técnica, proveniente da formação académica ou profissional dos seus trabalhadores, pode ser ao nível dos preços, pode ser até baseada em possuir fornecedores que o cliente não conhece. O que a empresa vende é o serviço, a experiência ou produto, mas acima de tudo o que estipula o seu sucesso e margem de lucro é a diferença de informação que possui face ao seu cliente acerca do que está a comercializar.


argamassas

cal com gorduras

argamassas de cal aérea Hidratada com incorporação de gorduras F. Pacheco Torgal

Investigador do C-TAC (Sustainable Construction Group), Universidade do Minho

Said Jalali

Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho

/// As argamassas de cal hidratada com gorduras foram utilizadas durante centenas de anos com bons resultados. Há não muito tempo ressurgiu o interesse pelas mesmas, quer por razões de interesse histórico, quer mesmo por motivos ligados à necessidade de uma construção mais sustentável. Afim de se poder utilizar este material da forma mais correcta, torna-se necessário estudar vários aspectos que não estão ainda bem compreendidos e que são objecto de descrição neste artigo.

O PASSADO

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Em termos históricos o uso de argamassas de cal com gorduras para obter um produto de características hidrófugas remonta ao tempo de Vitrúvio [1,2]. Em Portugal o Arquitecto Quirino da Fonseca publicou na década de 90 [3,4], um pequeno opúsculo onde faz referência à adição de pequenas quantidades de óleo durante a fase de hidratação da cal, material que teria sido utilizado pelos portugueses na construção de antigas Praças Fortes, inclusive na construção da Fortaleza “Nossa Senhora da Conceição”, localizada na ilha de Gerum em Ormuz no Golfo Pérsico, Irão. A sua construção teve início em 1507, após a vitória do Almirante Afonso de Albuquerque, sobre as forças do Rei de Ormuz. A referida Fortaleza tinha forma pentagonal e era composta por 8 torres perimetrais e uma torre central (Figura 1 e 2). Em 1873, mais de trezentos depois da construção da Fortaleza da “Nossa Senhora da Vitória”, A.W. Stiffe um Tenente da Marinha Inglesa, visitou o interior da Fortaleza tendo feito uma descrição sobre o seu estado de conservação para o Geographical Magazine, onde refere que “The mortar used was excelent, and much more durable than the stones “[5], o que permite inferir do bom desempenho das argamassas utilizadas, para suportar a acção das condições ambientais ao longo do tempo, sen-

do como eram junto ao mar particularmente agressivas. Já em 1570, o Arquitecto Veneziano Palladio, referia a utilização de óleo de linhaça e de noz para conferir propriedades impermeabilizantes a argamassas de cal aérea e pozolanas [6]. Também no livro “O Engenheiro Português”, publicado por Manuel de Azevedo Fortes em 1729, é patente a utilização de azeite no fabrico da cal,“…se mandará descarregar a cal, antes de ser traçada, deitando-se enquanto ferve alguns golpes de azeite, ou borras do mesmo, e com esta cal feita, como para caiar se fará o traço com os três quintos de area e dous quintos de cal..”. E ainda que este material tinha características impermeabilizantes, “Se entre abobeda e abobeda, houver algum alja-

roz, se fará com o mesmo traço de cal…desta sorte ficarão os subterrâneos inchutos, sadios e capazes de nelles se conservarem os soldados, e as munições”[4]. O PRESENTE Desde o meio da década de 90 que é comercializada em Portugal uma cal com a designação de “cal D.Fradique”, que é produzida com incorporação de borra de azeite (oleína). Esta cal terá surgido (segundo se pensa) devido a diligências do Arquitecto Quirino da Fonseca, que tinha sido incumbido de seleccionar um ligante para as argamassas a utilizar nas

Figura 1: Fortaleza “Nossa Senhora da Conceição” em Ormuz, Irão. À esquerda Mapa da Fortaleza do Séc. XVI; À direita ruínas das cisternas subterrâneas.


argamassas

obras de reabilitação das muralhas do Castelo de São Jorge, em Lisboa. Actualmente, a firma que em Portugal fabrica este tipo de cal, utiliza um processo de fabrico semi-artesanal. Após a cozedura das pedras calcárias, estas são moídas em moinho de maxilas, sendo a extinção da cal feita manualmente, adicionandose ao mesmo tempo a gordura (Figura 2).

Figura 2: Operação de apagamento da cal com borra de azeite [4]

O referido Arquitecto recomenda as seguintes proporções para o fabrico “cal D.Fradique”: 25 kg de cal viva; 1,5kg de borra de azeite; 10 l de água. Contudo, a firma atrás referida utiliza outras proporções que não divulga [4]. O endurecimento da cal D. Fradique ocorre por carbonataçã,o à semelhança das outras cais aéreas. As argamassas fabricadas com cal D.Fradique apresentam relativamente às argamassas fabricadas com cal aérea corrente as seguinte vantagens (Tabela 1): Maior consistência; Maior permeabilidade ao vapor de água; Capilaridade muito inferior; Impermeabilização (medida com humidímetro) muito superior; • Maior resistência ao desenvolvimento de fungos. a) Ensaio com humidímetro. Medição em contínuo da tensão eléctrica no interior de camadas de argamassa. Foram utilizados provetes constituídos por camadas de argamassa com 1,5 cm de espessura aplicadas sobre fibrocimento. Os provetes foram colocados na posição horizontal e submetidos à acção de uma “lâmina de água”. b) Atraso na molhagem. Tempo que medeia entre o inicio da molhagem dos provetes e o instante em que a água começa a ser detectada pelo humidímetro, considerando-se que isto sucede quando a tensão eléctrica desce para 95% do seu valor inicial. c) Duração do ensaio. Período de tempo entre o início da queda de tensão, devida à molhagem, e o instante em que se atinge novamente uma tensão igual a 95% da inicial.

Tabela 1 – Comparação das características das argamassas [3]

d) Intensidade da molhagem. Depende simultaneamente da quantidade de água que atinge o suporte e do tempo durante o qual ela aí permanece. Área definida pela curva que traduz a variação da tensão eléctrica, mV, ao longo do tempo.

Sá [4] estudou o comportamento de rebocos contendo cal D.Fradique no revestimento de paredes de pedra e cal, tendo observado que embora os rebocos à base de cal com gorduras (1:3), tenham uma elevada capacidade de impermeabilização, apresentam por outro

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• • • •


argamassas

cal com gorduras

Tabela 2 – Comparação das características das argamassas [4]

Figura 3 – Perda de coesão e erosão em argamassa recente de cal hidratada com gordura [7]

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lado baixa resistência superficial e uma menor resistência ao arrancamento (Tabela 2), que os restantes rebocos à base de cal área e cimento (0;5:0,5:3) e cal hidráulica (1:3). O facto desta cal apresentar maior compacidade, conjugado com a presença de gordura, contribui para retardar o fenómeno da carbonatação e logo o desenvolvimento da resistência. Veiga [7] refere que a utilização indiscriminada de revestimentos à base de cal hidratada com gordura tem, a par de alguns sucessos, conduzido também a maus resultados (Figura 3). Uma explicação para os referidos insucessos pode ter que ver com o retardamento da carbonatação, típico deste tipo de cal e já atrás referido.

Os óleos vegetais são constituídos por glicéridos (ésteres de glicerol e ácidos gordos). Quando imersos em meio alcalino ocorre forte coordenação entre a molécula de carbono dos ácidos gordos com o cálcio do ligante [8]. A capacidade impermeabilizante de argamassas de ligantes hidráulicos por intermédio de óleos vegetais, foi já estudada por outros autores [9], os quais referem que se podem obter bons desempenhos com percentagens de óleo vegetal de apenas 0,5% e também que o óleo de colza é o óleo mais barato e um dos mais efectivos para esse efeito, mais ainda que o azeite de oliva. Embora a maioria dos aditivos utilizados actualmente para conferir capacidade hidrófuga a argamassas e betões (resinas e polímeros) provenham de recursos não renová-

veis por via da indústria petrolífera [10], os requisitos de sustentabilidade da indústria da construção tornam evidente a necessidade de investigar produtos alternativos que sejam mais “amigos do ambiente”, sendo irónico que o passado nos dê lições a esse respeito. Holz [11] refere que uma das desvantagens associadas aos hidrófugos baseados em óleos vegetais, prende-se com o facto da radiação UV poder oxidar os ácidos gordos dos óleos vegetais, o que levará, ao fim de vários anos, a uma redução da capacidade impermeabilizante das partículas de óleo localizadas junto à superfície da camada de reboco. Cechova et al. [12], estudaram argamassas à base de cal (aérea simples, bastardas com cimento, com pozolanas, hidráulica), com 1% de óleo de linhaça, tendo observado que a adição provoca um aumento de resistência à flexão e à compressão de argamassas com componentes hidráulicos, embora provoque um efeito inverso em argamassas de cal aérea simples, também que existe uma elevada redução da absorção de água para as diversas argamassas, embora o efeito seja mais nítido na argamassa de cal aérea simples, para o qual foi observada uma redução de absorção de 10 vezes. Observações de microscopia electrónica revelam que a adição de 1% de óleo de linhaça não afecta a micro-estrutura das argamassas de cal aérea simples, embora as argamassas com componentes hidráulicos apresentem alterações nítidas (Figura 4a e 4b). Estes autores referem ainda que nas argamassas com componentes hidráulicos é visível a formação de um “filme” de óleo no interior dos poros, que poderá explicar alguma redução da conectividade do sistema poroso (Figura 4b e 4c). Não parece no entanto que estas conclusões sejam suficientes para perceber a extraordinária redução da absorção de água das argamassas em que o único ligante é a cal aérea simples. Pois que seria expectável que o mesmo se traduzisse em modificações da microestrutura dessas argamassas. ASPECTOS QUE REQUEREM NOVOS ESTUDOS Aquilo que se sabe sobre as argamassas de cal aérea hidratadas com gorduras vegetais, revela a existência de muitas lacunas as quais devem ser devidamente estudadas num futuro


argamassas

aérea e em função da duração e das condições de extinção, podem ou não influenciar o processo de carbonatação, a natureza da reacção pozolânica ou a formação dos silicatos de cálcio hidratados. Espera-se que o esclarecimento destas questões possa contribuir para optimizar as condições de produção industrial de cal aérea hidratada com gorduras, as quais contribuam para a recuperação do património edificado.

Bibliografia: [1] Albert, L.B., Tem Books on Architecture. Translated by J. Leoni, J. Rykwert, 1995, London [2] Bailey, K.L., The Elder Pliny´s Chapter´s on Chemical Subjects, 1932, Edward Arnold and Co. [3] Sá, A.F.G., Argamassa de cal aérea hidratada com incorporação de gordura e sua utilização em rebocos. Monografia Nº 7, 2002, Construlink. [4] Sá, A.F.G., Rebocos em Paredes de Pedra e Cal. Dissertação de Mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, 2005, IST. [5] Rowland, P. B. Essays on Hormuz. 2006 [6] Palladio, A. The four books on the architecture. 1570, Venice, Italy [7] Veiga, R. (2003) As Argamassas na Conservação. In Actas das 1ª as Jornadas de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro. Avaliação e Reabilitação das Construções Existentes. Colecção Comunicações, COM 103, LNEC, 2003 [8] Justnes, H. ; Ostnor, T.; Vila, N. Vegetable oils as water repellents for mortars. Proceedings of the 1 st International Conference of Asian Concrete Federation, pp.689-698, 2004, Thailand [9] Vikan, H.; Justnes, H. Influence of Vegetable Oils on Durability and Pore Structure of Mortars. Proceedings of the Seventh CANMET/ACI International Conference on Durability of Concrete, pp. 417-430, 2006, Canada. [10] Hill, K. Fats and oils as oleochemical raw materials. Pure Applied Chemistry, pp.1255-1264, 2000. IUPAC [11] Stolz, H., Oleochemicals – important additives for building protection. 2º Congresso Nacional de Argamassas de Construção, APFAC, 2007, Lisboa [12] Cechova, E.; Papayianni, I.; Stefanodou, M., The influence of lindseed oil on the properties of lime-based mortars. International Conference HMC 08 – Hystorical Mortars Conference: Characterization, Diagnosis, Repair and Compatibility, LNEC, 2008, LISBON [13] Semanário Reconquista. Portugal: Fumo branco na colza. 2009.

Figura 4 – Microestrutura de argamassas de cal aérea e pozolanas com e sem óleo de linhaça [12]

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próximo. Importa conhecer entre outros, os aspectos relacionados com a natureza dos factores de produção deste material, quer também de que forma a sua produção influi nas propriedades e durabilidade das argamassas produzidas com aquela cal particular, quer mesmo quais os mecanismos que explicam o comportamento das argamassas de cal hidratada com gorduras que contenham pozolanas. É importante saber se diferentes tipos de gorduras, como a de óleo de colza (cuja produção está prevista ser iniciada em Portugal a breve prazo, constituindo-se assim como um aditivo de baixo custo [13]), influenciam diferentemente o comportamento destas argamassas e quais as gorduras que optimizam o desempenho de argamassas de reabilitação. Também de que forma se pode optimizar a capacidade impermeabilizante destas argamassas sem redução da permeabilidade ao vapor de água. Importa perceber ainda de que forma a incorporação de gordura durante a fase de extinção da cal


Gabinete jurídico

LitíGios em transacções internacionais

meios aLternativos de resoLução /// Neste artigo, Carlos Manuel da Silva Gomes, Sócio da Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados, debruça-se sobre a temática dos meios alternativos de resolução de litígios e reflecte sobre a existência ao não de vantagens nas soluções mais recentes, como o Fast-Track Arbitration.

1.

Introdução

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No ambiente económico das últimas duas décadas, os meios alternativos de resolução de litígios (ADR – Alternative Dispute Resolution) têm vindo a aumentar exponencialmente a sua popularidade entre os diversos actores económicos. Fundamentalmente, este crescimento decorre da grande morosidade dos sistemas tradicionais de resolução de litígios (sistemas judicial e administrativo), bem como, da cada vez maior complexidade técnica dos assuntos que não se compagina com os mecanismos processuais dos tribunais comuns e com a falta da especialização necessária para compreender e melhor decidir questões técnicas controvertidas que, normalmente, são centrais nos litígios decorrentes dos modernos contratos de operações de investimento internacional. Do acima referido, resulta como essencial a absoluta necessidade de as empresas procurarem apoio jurídico especializado, em função dos cuidados extremos que há que observar na adopção e redacção de cláusulas contratuais prevendo a utilização dos meios alternativos de resolução de litígios.

2.

os actuaIs desafIos e opções para a resolução de lItígIos InternacIonaIs. fast-track arbItratIon: solução? De entre os meios alternativos de resolução de litígios, a arbitragem assumiu historicamente um papel de grande preponderância. Entre as vantagens que a arbitragem partilha com os demais meios de resolução de litígios, quando em comparação com o contencioso tradicional, estão a celeridade e a confidencialidade e o poder do tribunal arbitral impor decisões vinculativas para as partes, bem como a possibilidade de as partes acordarem na impossibilidade de submissão da decisão arbitral a recurso. Em contraposição, os elevados custos são a grande desvantagem, pese embora o facto dos mesmos poderem ser aceitáveis atendendo aos interesses e montantes em jogo em determinadas disputas internacionais. Mais recentemente, outras desvantagens têm ganho relevo, em especial as que respeitam à própria celeridade dos procedimentos arbitrais que tem vindo a diminuir drasticamente, particularmente em disputas internacionais de complexidade elevada. De facto, cada vez mais, estão em causa complexos processos de investimento transnacional em que um litígio

pode ter impactos muito negativos e, por vezes, fatais, para os promotores dos investimentos. São de certo modo, típicos, os casos de projectos de construção internacional (por exemplo, de infra-estruturas), cujos litígios requerem especiais cuidados de prova, peritagens técnicas muito rigorosas, inúmeros depoimentos de testemunhas e análise de grandes volumes de informação e documentação. Nestes casos, o tempo médio de resolução dos litígios cresce exponencialmente, sendo frequente que um processo arbitral não se conclua em períodos inferiores a dezoito meses, podendo, mesmo, ultrapassar os 24 meses. Além do problema da crescente morosidade, os custos inerentes aos importantes meios


Gabinete jurídico

Perante este enquadramento, as grandes empresas voltam a olhar com um renovado interesse para meios alternativos de resolução de litígios que possam trazer um aumento sensível da celeridade e uma diminuição, igualmente sensível, dos custos. Surgiu a Fast-Track Arbitration, uma arbitragem processualmente simplificada, como uma resposta aos problemas indicados, não sendo, porém, consensual a sua utilização para a resolução de disputas em grandes projectos internacionais.

A realidade vem demonstrando, porém, que a generalidade das empresas e, em especial, as do norte da Europa (alemãs e escandinavas),

3. ADR - OutRAs sOluções Como é sabido, os meios alternativos de resolução de litígios têm outras vantagens destacando-se, designadamente, as que se prendem com objectivos de manutenção de um bom relacionamento entre as partes litigantes. Com efeito, é um dado adquirido que os meios tradicionais de resolução de litígios (recurso aos tribunais comuns) ocasionam, pelo tempo e pela exposição negativa inerentes aos mecanismos processuais respectivos, um profundo desgaste entre as partes, muitas vezes, impeditivo

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de produção de prova dispararam nos últimos anos para níveis que não são suportáveis pelos investidores, no quadro das actuais circunstâncias de crise e de recessão da economia mundial.

Em Espanha, por exemplo, já se avançou para a adopção, como regra, da Fast-Track Arbitration, procurando alcançar os objectivos de diminuição de custos e de tempo de contencioso, e sendo que a decisão arbitral tem que ser proferida num período máximo de seis meses, susceptível de uma prorrogação pelo período máximo de dois meses. Posição distinta é defendida por importantes actores no panorama da arbitragem internacional, segundo a qual a Fast-Track Arbitration não é necessariamente menos dispendiosa, se se considerar que o encurtar do prazo de decisão normalmente implicará um aumento do número de advogados das equipas dedicadas e a trabalho mais intensivo o que, no final, pode corresponder a custos ao mesmo nível dos de um procedimento arbitral normal.

não entendem os custos e a mobilização de meios nas arbitragens internacionais, pelo que o actual quadro da arbitragem internacional é um quadro de dúvidas e incertezas em termos de relação custo-benefício. Pode dizer-se, mesmo, que existe um cenário de ameaça à arbitragem, já que as empresas questionam-se seriamente se não será melhor recorrer aos tribunais comuns.


GABINETE JURÍDICO

LITÍGIOS EM TRANSACÇÕES INTERNACIONAIS

4. CONCLUSÕES

não só de uma eventual resolução consensual do litígio mas, também, impeditivo da manutenção ou retoma de relações comerciais entre as partes no futuro.

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Os meios alternativos de resolução de litígios mais importantes são: MEDIAÇÃO - Técnica de ADR cuja utilização vem crescendo exponencialmente, muito por força da problemática em torno da arbitragem, seus custos e morosidade. Basicamente, consiste numa negociação assistida em que as partes acordam em obter a ajuda de um intermediário imparcial, cuja missão é a de lhes proporcionar um acordo voluntário para solução do litígio. A função primordial do mediador é identificar os problemas, perspectivar bases de entendimento, fazendo entender às partes, as consequências de um eventual impasse negocial, bem como as vantagens das cedências recíprocas. A diferença substancial relativamente aos árbitros, reside no facto de os mediadores não possuírem o poder de impor uma decisão às partes no caso da não obtenção de um acordo sobre a resolução do litígio. Por esta mesma razão, é hoje comum prever a combinação de vários meios de resolução de litígios como a negociação, mediação e arbitragem. Esta combinação ou outras, são desejáveis, apesar de haver necessidade de avaliar caso a caso, a bondade das soluções em face do tipo de contrato e do impacto económico e financeiro do mesmo. MINITRIAL - É o processo pelo qual os advogados das partes apresentam uma versão muito resumida das respectivas pretensões e fundamentos a um painel de colaboradores, frequen-

temente composto por colaboradores seus e por um intermediário imparcial que preside ao processo. A apresentação das pretensões e fundamentos pode ser efectuada por peritos. Após a apresentação, os clientes, que normalmente são administradores ou gestores de topo, conhecedores em profundidade das respectivas posições, debilidades e pontos fortes, tentam negociar uma solução para o litígio. No caso de não ser possível a solução, as partes permitirão ao intermediário imparcial que medeie o litígio ou que emita uma opinião não vinculativa considerando o provável desfecho do caso, se o mesmo fosse decidido por um tribunal comum. O sucesso dos Minitrials, cuja utilização é mais corrente e efectiva nos Estados Unidos da América, resulta do facto de conseguir juntar as administrações ou gestores principais das empresas antagónicas na negociação das soluções dos litígios. EARLY NEUTRAL EVALUATION - Trata-se de um processo informal através do qual um intermediário imparcial é nomeado para ouvir os factos e fundamentos dos advogados e das partes. Após a audição, o intermediário fornece uma avaliação dos pontos fortes e dos pontos fracos das posições assumidas pelas partes, bem como da respectiva responsabilidade potencial. As partes, seus advogados e o intermediário imparcial vão seguidamente iniciar discussões que visam apoiar as partes na identificação dos factos assentes, dos factos controvertidos e, portanto, em disputa, bem como identificar os aspectos em que haja necessidade de aprofundar investigação sobre factos.

No actual panorama de investimento internacional, existe uma séria preocupação com a adopção de meios eficazes, céleres e económicos, o que nem sempre tem sido possível nos casos de recurso à arbitragem internacional. Outros meios alternativos de resolução de litígios, em especial, a Mediação tendem a assumir um papel mais relevante na dirimição de diferendos ou litígios resultantes da interpretação ou execução de contratos. Especial atenção deve existir na redacção de cláusulas-compromissórias prevendo a submissão dos litígios a meios alternativos de resolução de litígios. É muito frequente a utilização combinada de vários meios de resolução de litígios como a negociação, mediação e arbitragem. Esta combinação ou outras, podem ser aconselháveis, apesar de haver necessidade de avaliar, caso a caso, a bondade das soluções e dos prazos disponíveis para cada fase de modo a não inviabilizar as soluções.

Carlos Manuel da Silva Gomes

Sócio da Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados, Sociedade de Advogados RL Gerente da onCorporate, Lda. (Angola), sociedade angolana que se dedica à fiscalidade, contabilidade e recursos humanos.


imobiliário

CondoMínio residenCiAl do Grupo oBriverCA

Em fase de construção e com data de conclusão prevista para o fim do ano, o Blue Gardens é o novo empreendimento residencial do grupo Obriverca. O investimento ascende a 15 milhões de euros. Constituído por 74 apartamentos de tipologias entre T1 e T4 e com áreas que se situam entre os 84 metros quadrados e os 220 metros quadrados, a que acrescem as áreas de varandas, este condomínio localiza-se em Sacavém. “Cada apartamento está equipado com ar condicionado, estores eléctricos, sistema de domótica e videoporteiro, sistema de detecção de movimento no interior, sistema de detecção de inundações e painéis solares na cobertura do edifício para produção de energia solar térmica para aquecimento de água”, lê-se no comunicado de imprensa. O projecto de arquitectura paisagista é assinado pelo gabinete Topiaris. A promoção do empreendimento está a cargo do Beirafundo – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado, a construção é do Grupo Obriverca e a comercialização, que agora tem início, está a cargo da Obriverca Mediação.

BrACArenses preFereM ArrendAr CAsA Antes de CoMprAr Em Braga, 60% das pessoas casadas procuram casa para arrendar antes de terem de optar pela compra, revela uma análise desenvolvida pelo Grupo Duarte durante o mês de Janeiro. Entre os que preferem esta modalidade estão também os jovens com menos de 35 anos, que representam 70% da procura deste serviço. A empresa, sediada na cidade minhota, retira estas conclusões após ter analisado as últimas onze adesões a uma campanha que lançou no ano passado e que permite arrendar uma habitação durante dois anos e, só após esse período, ter que estar frente-a-frente com a opção de compra. Até Fevereiro, o Grupo arrendou “mais um terço de fracções do que as que estavam inicialmente previstas e, dado o sucesso da iniciativa, pondera prolongá-la durante 2010 e estendê-la a outros empreendimentos que promove”, lê-se no comunicado de imprensa. João Duarte, CEO da empresa, acredita “que a retoma vai surgir em meados deste ano, numa altura em que os arrendatários vão estar familiarizados com os apartamentos, ter maior facilidade em vender a casa antiga e, obviamente, maior poder de compra”. investiMento iMoBiliário hoteleiro europeu desCe 50%

Apesar do agravamento dos principais indicadores macroeconómicos e sociais, em 2009, os preços de mercado no segmento residencial não sofreram quaisquer ajustamentos extraordinários. Esta é uma das conclusões do Catálogo de Estudos de Mercado da APEMIP (Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal) alusivo ao bimestre Novembro/Dezembro de 2009. Os dados reunidos adiantam que, “apesar da crise, os preços do mercado residencial nacional não sofreram ajustes extraordinários, o que dificultou a superação do desafio do arrendamento”. “As tipologias T2 e T3 somam 68% dos apartamentos disponibilizados para compra, sendo que Lisboa e Porto mantêm liderança em termos de concelhos mais procurados”, adianta o documento. Em termos de procura, os indicadores colocam Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Cascais, Sintra, Oeiras, Maia, Gondomar e Loures no Top 10 dos concelhos mais pesquisados em 2009. A nível de tipologias, no último bimestre de 2009 verificouse incidência sobre os T3 (31,2%) e os T2 (26,4%). Os T4 somaram 15,9% da procura por tipologia, seguidos dos >T5 (12,3%), T1 (10,8%) e finalmente, sem tipologia e T0 (3,4%). É ainda possível a estratificação por tipo de imóvel: apartamentos (Lisboa 21,74%, Porto 8,16% e Vila Nova de Gaia 6,43%) e moradias (Vila Nova de Gaia 6,37%, Porto 4,94% e Maia 4,33%).

No ano passado, o volume total de investimento (3,2 mil milhões de euros) desceu 50% relativamente ao ano anterior (6,4 mil milhões de euros). A conclusão é de um estudo da Cushman & Wakefield (C&W) sobre volume de investimento imobiliário no sector hoteleiro na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), apresentado a 2 de Fevereiro. Face a 2007, ano recorde em investimento hoteleiro, com 19,8 mil milhões de euros, o ano de 2009 registou uma descida de 85%. Apesar de o mercado do Reino Unido ter sofrido a maior descida dos últimos três anos, é ainda assim o mercado que se mostra mais activo dentro do mercado na região EMEA, com um volume total de investimento de 935 milhões de euros, apesar da descida de 50% registada em 2009. Os mercados francês e alemão foram os segundos mais activos com um valor total de investimento de 520 e 300 milhões de euros respectivamente. O volume das transacções realizadas incluem 50% de vendas “forçadas”, que são vendas não desejadas/previstas pelos promotores e proprietários, mas exigidas pelos credores (bancos e outras entidades financeiras, por exemplo), tendose verificado um aumento significativo destas no final do ano. Em 2010, a divisão de Hospitality da C&W antevê um aumento deste tipo de vendas quando os grandes portfólios, que foram adquiridos em 2005, regressarem ao mercado como produtos “maduros”.

53 | Arte & Construção__Fevereiro-Março/10

MerCAdo residenCiAl seM Ajustes


LEIS & DIREITO

DECRETO-LEI Nº 18/2008, DE 29 DE JANEIRO

NOVO CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS (XII)

TEXTO DE MICHELE BRANCO

/// Tal como referimos na anterior edição, veremos em seguida a tramitação do Concurso Limitado por Prévia qualificação, um dos procedimentos constante no novo Regime Jurídico da Contratação Pública, aprovado pelo Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro.

CONCURSO LIMITADO POR PRÉVIA QUALIFICAÇÃO (ARTIGOS 162º A 192º) O concurso limitado por prévia qualificação é um procedimento no âmbito do qual qualquer pessoa pode solicitar participar, sendo que, apenas as pessoas convidadas pela entidade adjudicante podem apresentar propostas.

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Este concurso pressupõe uma avaliação prévia das capacidades técnicas e financeiras dos concorrentes. Este concurso rege-se, com as necessárias adaptações pelas disposições que regulam o Concurso Público, com as especificidades previstas nos artigos 163º e seguintes, designadamente no que respeita à sua forma faseada: 1º - Apresentação das candidaturas e qualificação de candidatos; 2º - Apresentação e análise das propostas de adjudicação. O artigo 164º refere-se aos elementos que devem constar do programa de concurso. Note-se que a redacção da alínea g) do número 1 deste preceito, sofreu uma alteração com o Decreto-Lei nº 278/2009, de 02 de Outubro.

O artigo 165º estabelece quais os requisitos mínimos, de natureza técnica e de natureza financeira, que os candidatos devem possuir. Só depois de avaliada esta capacidade técnica e financeira é que os concorrentes considerados “capazes” poderão apresentar propostas. O CCP estabeleceu dois modelos de qualificação dos candidatos: 1) O Modelo Simples de Qualificação (cfr. artigo 179º); 2) O Modelo Complexo de Qualificação (cfr. artigo 181º). No primeiro caso são qualificados, todos os candidatos que preencham os requisitos mínimos de capacidade técnica e de capacidade financeira. Neste modelo simples, para ser preenchido o requisito mínimo financeiro, basta que o candidato apresente uma declaração bancária, em conformidade com o modelo disponibilizado pelo anexo VII do CCP. No segundo caso, não são qualificados todos os candidatos que preencham os requisitos financeiros e técnicos mínimos, mas apenas aqueles que de entre esses, sejam ordenados nos primeiros lugares, de acordo com o critério da maior capacidade técnica e financeira.

Após a análise das candidaturas e de ser aplicado o critério de qualificação, o júri, de acordo com o previsto no artigo 184º, elabora um Relatório Preliminar, devidamente fundamentado, no qual deve propor a qualificação e a exclusão dos candidatos. Se a qualificação assentar no Modelo Complexo de Qualificação este relatório deve ainda propor a ordenação dos candidatos que preencham os requisitos mínimos de capacidade técnica e de capacidade financeira exigidos. Em seguida realizar-se-á a audiência prévia, sendo os candidatos notificados para se pronunciarem sobre o relatório preliminar (cfr. artigo 185º) Realizada a audiência prévia, o júri elabora o relatório final fundamentado, onde são ponderadas as observações feitas pelos candidatos, mantendo ou modificando o teor e as conclusões do relatório preliminar (cfr. artigo 186º). Por último, no que respeita a esta fase de prévia qualificação, a entidade contratante tem, em regra, 44 dias para tomar a decisão de qualificação e notificar os candidatos. Entramos agora na 2ª fase – a da apresentação e análise das propostas e bem assim, da adjudicação.


LEIS & DIREITO

PROCEDIMENTO POR NEGOCIAÇÃO (ARTIGOS 193º A 203º) De acordo com o artigo 195º no procedimento por negociação não há lugar a leilão electrónico. Este procedimento integra quatro fases, a saber: - Apresentação das candidaturas e qualificação dos candidatos; - Apresentação e análise das versões iniciais das propostas; - Negociação das propostas; - Análise das versões finais das propostas. No que respeita ao Programa deste Procedimento, dispõe o artigo 196º que o mesmo deve referir: 1) Se a negociação é restringida aos concorrentes cujas propostas foram ordenadas nos primeiros lugares e, nesse caso, qual o número mínimo e máximo de propostas ou de concorrentes a seleccionar (cfr. alínea a) do número 1 do artigo 150º); 2) Todos os elementos referidos no artigo 164º que estabelece o que deve conter o Programa do Concurso Limitado por Prévia Qualificação; 3) Quais os aspectos da execução do contrato a celebrar que a entidade adjudicante não está disposta a negociar; 5) Se a negociação decorrerá, parcial ou totalmente, por via electrónica e os termos em que a mesma deve ocorrer. No caso da qualificação assentar no sistema de selecção, o Programa deve ainda conter o número mínimo de candidatos a qualificar (não podendo ser inferior a três); O Anúncio deste procedimento é efectuado através de publicitação no Diário da República, através de anúncio, de acordo com modelo aprovado pelo Governo. À fase da apresentação das candidaturas e da qualificação dos candidatos são aplicáveis,

com as devidas adaptações, as regras da fase do concurso limitado por prévia qualificação. Assim depois do anúncio, segue-se o envio do convite para apresentação das candidaturas. Em seguida, é elaborada uma lista de candidatos, sendo analisadas e avaliadas as candidaturas. Posteriormente é elaborado um Relatório Preliminar da fase de qualificação, devidamente fundamentado, seguindo-se a fase da audiência prévia, em que os candidatos dizem o que se lhes oferecer sobre o projecto do Júri. Posteriormente é elaborado o Relatório Final da fase de qualificação, seguindo-se a decisão final da qualificação e a notificação dos candidatos, que vai em simultâneo com o convite para apresentação das propostas. Segue-se a análise das versões iniciais das propostas, a qual é efectuada nos termos do artigo 139º, que consagra um modelo de avaliação de propostas. Na fase da negociação, as regras aplicáveis são muito parecidas com as regras definidas para o procedimento por ajuste directo, conforme se estabelece no artigo 202º, designadamente: - As negociações devem incidir sobre os atributos das propostas; - Os concorrentes devem fazer-se representar pelos seus representantes legais, podendo ser acompanhados por técnicos; - Terminada a negociação, o júri notifica de imediato os concorrentes para em determinado prazo apresentarem as versões finais integrais das propostas, não podendo as mesmas, depois de entregues, ser objecto de quaisquer alterações. Ainda a propósito da fase de negociação, chama-se a atenção para o disposto no artigo 120º - Caso tenha havido alguma reclamação contra a lista de concorrentes (por algum concorrente que não tenha sido incluído nela) esta fase só se pode iniciar após decisão sobre a reclamação:

- Decisão de Indeferimento expressa; - Decisão de Indeferimento tácita (pelo decurso do prazo); - Decisão de Deferimento. Finalmente, no que concerne à fase da análise das versões finais das propostas e, de acordo com o artigo 203º, aplicam-se as regras da negociação das propostas do Concurso Público, designadamente: - Elaboração de um segundo relatório preliminar, no qual o júri propõe a ordenação das propostas (cfr. artigo 152º); - Realização da audiência prévia, no âmbito da qual os concorrentes têm acesso às actas das sessões de negociação com os demais concorrentes, tendo também acesso às versões finais integrais das propostas apresentadas (cfr artigo 153º); - Elaboração de um segundo relatório final onde o júri pondera as observações dos concorrentes efectuadas ao abrigo da audiência prévia, mantendo ou modificando o teor e as conclusões do relatório preliminar (cfr. artigo 148, aplicável ex vi do artigo 154º). DIÁLOGO CONCORRENCIAL (ARTIGOS 204º A 208º) O diálogo concorrencial é outro procedimento previsto no CCP. Tal como acontece com o procedimento por negociação, também este procedimento se rege, com as devidas adaptações, pelas disposições que regulam o concurso limitado por prévia qualificação. Neste procedimento não é permitido o recurso às figuras do leilão electrónico e da negociação. O Diálogo Concorrencial contempla três fases, a saber: 1) Fase da apresentação das candidaturas e qualificação dos candidatos; 2) Fase da apresentação das soluções e diálogo com os candidatos qualificados; 3) Fase da apresentação e análise das propostas e adjudicação.

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Junto à decisão de contratar referida anteriormente, a entidade contratante envia o convite à apresentação de propostas; a partir desse momento tudo se segue de forma mais ou menos idêntica à do Concurso Público.


NOTÍCIAS

NO PAÍS

ORDEM DOS ENGENHEIROS : MATIAS RAMOS É O NOVO BASTONÁRIO

Carlos Matias Ramos é o novo bastonário da Ordem dos Engenheiros após ter reunido 54,8% dos 6 376 engenheiros que votaram na sexta-feira passada. O engenheiro civil e presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil conduzirá os destinos da Ordem dos Engenheiros até 2013, sucedendo a Fernando Santo, seu apoiante durante as eleições. Fernando Silveira Ramos conseguiu 35,04% dos votos, deixando a terceira posição a Luís Malheiro da Silva que conseguiu 630 votos (pouco mais de 10%). No seu novo desafio, Carlos Matias Ramos faz-se acompanhar pelos vice-presidentes José Manuel Pereira Vieira, engenheiro civil e professor catedrático na Universidade do Minho, e Victor Gonçalves de Brito, engenheiro naval e contra almirante da Marinha de Guerra Portuguesa. Fernando de Almeida Santos foi eleito o presidente da Região Norte da Ordem dos Engenheiros. A Região Centro será representada por Octávio Borges Alexandrino. Já o Sul do país conta agora com Carlos Mineiro Aires para seu presidente. Nos Açores e Madeira, os engenheiros elegeram para presidentes Paulo Botelho Moniz e Armando Simões Ribeiro, respectivamente.

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LANÇADA PRIMEIRA PEDRA DO MUSEU DOS COCHES Começou, no dia 1 de Fevereiro, a construção do novo museu dos coches, em Lisboa. O projecto, do arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, inclui um edifício suspenso de 15 mil metros quadrados, assente em pilares. A conclusão da construção do novo edifício está prevista para Outubro, sendo que a abertura do espaço deve acontecer no fim de 2011, revelou a directora do museu, Silvana Bessone. Entre as novas valências destacam-se uma cafetaria, um restaurante, dois espaços comerciais para loja do museu, biblioteca, arquivo e serviço educativo. No exterior o projecto prevê a criação de novos espaços verdes, ciclovias e percursos pedonais. O Primeiro-Ministro presidiu ao lançamento da primeira pedra do novo museu, que irá ocupar o espaço das antigas Oficinas Gerais de Material do Exército. O Museu Nacional dos Coches, que conta actualmente com as suas instalações na Praça Afonso de Albuquerque, na Ajuda, e com um anexo em Vila Viçosa, ficará, após a construção do novo edifício, com três espaços distintos.

SECTOR PÚBLICO NÃO APOIA ARQUITECTURA Os profissionais de arquitectura estão a ser abandonados pelo sector público. Esta é a conclusão a que chegou o Conselho Europeu dos Arquitectos após uma sondagem realizada em Dezembro de 2009, avança a OASRS – Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul. O relatório revela que “os esforços europeus e nacionais no investimento em obras públicas não estão à altura das expectativas criadas”, estando os arquitectos “agora mais pessimistas em relação a um crescimento do sector público do que durante todo o ano de 2009”. Apenas 16% dos profissionais inquiridos espera aumentar o volume de trabalho proveniente do sector público, uma percentagem que caiu 10% face a Setembro de 2009. “Estes dados estão em contradição com o Plano de Recuperação da Economia Europeia adoptado nos finais de 2008 e com a assumida prioridade dada ao sector no âmbito das medidas de combate às alterações climáticas”, pode ler-se no comunicado da OASRS. Desde Setembro de 2009, 41% dos ateliers de arquitectura reduziram a sua equipa de trabalho e 17% acredita que, nos próximos três meses, terão de fazer novos cortes de pessoal. 22% dos inquiridos estão optimistas quanto à encomenda de trabalho para o primeiro trimestre do ano. Uma opinião contrária têm 33% dos profissionais que responderam ao inquérito, pois acreditam numa queda do fluxo de trabalho.

ANET APRESENTA MEDIDAS PARA IMPULSIONAR REABILITAÇÃO URBANA A ANET – Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos apresentou um conjunto de propostas que visam auxiliar na resolução do “problema premente da habitação e da recuperação do parque imobiliário habitacional degradado”. De acordo com o comunicado, as políticas de habitação deverão, entre outros aspectos, “assentar em padrões bem diferentes daqueles que têm vindo a informar nas duas décadas” e ter em conta a “ausência de solos disponíveis para afectação urbana e a necessidade de preservar a integridade dos solos agrícolas e outros não urbanizados”; e o “abandono dos centros urbanos, como centros residenciais, e a sua consequente desertificação e degradação”. Neste contexto, a ANET propõe a aquisição pelo Estado e autarquias locais dos muitos fogos devolutos existentes; o lançamento de um programa de apoio ao arrendamento “Casa para Todos” em detrimento do PER – Programa Especial de Realojamento; a instituição de uma política de rendas sociais; o suporte das medidas anteriores na constituição de um Fundo Imobiliário para aquisição dos imóveis devolutos através da venda de património, concessão de benefícios fiscais e simplificação e agilização da constituição dos edifícios no regime de propriedade horizontal. A ANET acrescenta ainda a necessidade de se “eliminarem actos e procedimentos desnecessários, exonerando o cidadão/proprietário de custos e imposições administrativas dispensáveis”.


NO PAÍS

NOTÍCIAS

MINISTRO SUSPENDE NOVAS CONCESSÕES RODOVIÁRIAS

O Ministro das Obras Públicas, António Mendonça, confirmou na segunda-feira, durante um almoço da Ordem dos Economistas, a suspensão do lançamento das novas concessões rodoviárias programadas devido à actual crise económica. São, assim, suspensas as quatro concessões que estavam planeadas para o primeiro semestre deste ano: Tejo Internacional, Baixo Vouga, Serra da Estrela e Ribatejo. Apenas as obras já a concurso se mantém. “O que está decidido e está adjudicado e em fase final de concurso vai para a frente. O que se impõe agora é uma reavaliação de todo o processo ligado à execução do plano rodoviário nacional. Em Fevereiro vai ser apresentado o plano estratégico dos transportes e as propostas que lá estão incluídas determinam que seja feita uma reavaliação de tudo o que estava programado”, explicou António Mendonça. O ministro destacou a importância “de assegurar o equilíbrio financeiro da Estradas de Portugal”, o que passa pela introdução de portagens nas SCUT e pela manutenção da contribuição do serviço rodoviário, uma taxa especial que corresponde a cerca de 20% do ISP.

SOFIA SARAIVA VENCE CONCURSO PARA EXPOSIÇÃO DA TRIENAL DE LISBOA A equipa coordenada pela arquitecta Sofia Saraiva venceu o concurso público de concepção para a elaboração do projecto expositivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa no Museu Colecção Berardo, em Lisboa. O júri do concurso público lançado pela trienal deliberou, por unanimidade, adjudicar o trabalho à equipa coordenada pela arquitecta por "tratar-se de um projecto com um conceito forte, capaz de estruturar um percurso coerente e flexível, permitindo uma relação com a sala, com o programa e com os conteúdos expositivos", revelou em comunicado. “Os critérios de selecção passaram pela qualidade do conceito expositivo, pela adequabilidade ao programa, pela capacidade de itinerância, pela adaptabilidade do projecto expositivo ao edifício e, por último, pela exequibilidade financeira da proposta”. A trienal terá lugar de 14 de Outubro de 2010 a 16 de Janeiro de 2011 em vários espaços de Lisboa, entre eles o Museu Berardo, que receberá esta exposição.

Manuel Joaquim Reis Campos foi eleito presidente da CPIC – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário em reunião decorrida na terça-feira passada, onde as 16 associações fundadoras elegeram os órgãos sociais da Confederação para o triénio 2010-2012. Foram, igualmente, escolhidos sete vice-presidentes da Confederação, nomeadamente, Ricardo Gomes, presidente da AECOPS – Associação Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços; Afonso Vilhena de Caldeira, da APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção; Luís Hilário Lima, presidente da APEMIP – Associação Portuguesa dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal; Victor Carneiro, presidente da APPC - Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores; Henrique de Polignac de Barros, presidente da APPII – Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários; Fernando Rolin Henriques da AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal e Joaquim José Elias Gonçalves, presidente do Conselho Geral da APAE – Associação Portuguesa dos Avaliadores de Engenharia. Manuel Agria, da ANEOP, José Franco de Matos, da APCMC, José Eduardo Macedo, da APEMIP, José Santos Pinho, da APPC, Miguel de Azeredo Perdigão, da APPII, Duarte Leal Garcia, da APICER, e Fernando Oliveira Pinto, da AÇOMEFER – Associação Portuguesa de Grossista de Aços, Metais e Ferramentas, ocupam agora os cargos de directores da CPCI. Filipe Soares Franco, em representação da ANEOP, foi eleito presidente da Mesa da Assembleia-geral, assim como Albano Furtado, da AICOPA, e António Pinho, da AIPOR foram escolhidos para secretários da Assembleia-geral. O Conselho Fiscal tem António Ribeiro de Freitas, da APEMIP, como presidente do Conselho Fiscal, e Jaime Ramos (ASSICOM - Associação dos Industriais da Construção da Madeira) e Victor Albuquerque (ANIET - Associação Nacional da Indústria Extractiva e Transformadora), como vogais efectivos.

57 | Arte & Construção__Fevereiro-Março/10

REIS CAMPOS É O PRIMEIRO PRESIDENTE DA CPIC


NOTÍCIAS

NO MUNDO

TPF PLANEGE CHEGA À ROMÉNIA

APEMID NO BRASIL PARA CRIAR CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL A APEMID – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal vai deslocar-se até ao Brasil com o propósito de criar “uma estrutura que congregue associações empresariais dos sectores da construção e do imobiliário dos países de língua portuguesa”, explica em comunicado. Liderada por Luís Carvalho e Silva, a comitiva da APEMID será recebida em São Paulo por João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação (SECOVI), em Brasília por João Teodoro da Silva, presidente do Conselho Federal de Corretores de imóveis (COFECI) e em Fortaleza por Apolo Scherer Albuquerque, Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (CRECI). Esta é a primeira de uma série de viagens organizadas pela APEMIP na criação de uma confederação internacional da construção e do imobiliário. Angola é o destino que se segue.

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SONAE SIERRA CONSTRÓI UBERLÂNDIA SHOPPING

Uberlândia Shopping é o nome do novo centro comercial que a Sonae Sierra começou a construir no Brasil. Representando um investimento de 62 milhões de euros, o Uberlândia Shopping terá dois pisos com um total de 37 600 metros quadrados de área bruta locável na primeira fase, 166 lojas satélite, 11 lojas de grande dimensão, 21 restaurantes, um hipermercado Walmart e seis salas de última geração da Cinemark. De acordo com João Pessoa Jorge, CEO da Sonae Sierra Brasil, “queremos, cada vez mais, consolidar a nossa marca com investimentos em novos, modernos e inovadores shoppings. O Uberlândia Shopping é o primeiro empreendimento da Sonae Sierra no estado de Minas Gerais, onde consideramos que há um potencial mercado” A construção deste novo centro comercial deverá gerar cerca de 700 postos de trabalho, uma número que ascenderá aos dois mil empregos após a inauguração.

A sucursal romena recentemente inaugurada da TPF Planege, empresa portuguesa de consultoria de engenharia e gestão de projectos, fechou o seu primeiro contrato de consultoria. Com uma duração de 10 meses, o contrato em causa consiste na supervisão dos trabalhos de modernização e de reabilitação das infra-estruturas rodoviárias da cidade de Amara, localizada de 120 quilómetros a leste de Bucareste. Jorge Nandin de Carvalho, administrador da TPF Planege, considera “este projecto como o ponto de partida para muitos outros que esperamos vir a conquistar no mercado romeno, que actualmente se encontra numa fase de crescimento no que diz respeito ao sector da construção. A nossa aposta em marcar presença em mercados externos é ainda fortemente apoiada pelo grupo internacional ao qual pertencemos desde 2001”.

PORTUGAL EM 6º LUGAR NO TOP EUROPEU DA ENERGIA EÓLICA A Associação Europeia da Energia Eólica revelou, no dia 3 de Fevereiro, em Bruxelas, que Portugal ocupa o sexto lugar no ranking europeu e o nono no mundial de potência instalada de energia eólica, contabilizando 3 535 megawatts (MW). Entre 2008 e 2009, a produção de energia eólica subiu 10 163 MW na União Europeia (UE) para os 74 767 MW, um crescimento de 23%, segundo a Associação. Deste total, 582 MW foram instalados "offshore". No total foram instalados, no ano passado, equipamentos capazes de produzir 25 963 KW de electricidade, cabendo a maior fatia – 10 163 MW (39%) - à energia eólica, seguindo-se o gás natural (6 630 KW, 26%) e a energia solar (4 200 MW, 16%). No total, a energia renovável representou 61% (15.904MW) dos novos equipamentos geradores instalados na UE no em 2009.



agenda

nacional

MAdE IN GERMANy: ARquItECtuRA E RELIGIão

SINERCLIMA Salão internacional de energia, refrigeração e Climatização batalha; 25 e 28 de fevereiro exposalão; www.exposalao.pt

fevereiro

No dia 20 de fevereiro, a ordem dos arquitectos, em parceria com o Goethe-institut lisboa, promove o colóquio «made in Germany, arquitectura + religião» que procura, “a partir da experiência germânica, confrontada e traduzida para a realidade nacional, promover uma séria reflexão e debate de perspectivas sobre esta temática”. Walter Zhaner, Paul böhm, amandus Sattler, Ulrich Königs e ilse Konigs, padre Tolentino mendonça e os arquitectos Diogo lino Pimentel, José manuel fernandes e bernardo Miranda, são as presenças já confirmadas.

maDe iN GermaNy: arqUiTeCTUra e reliGião 20 lisboa

EXPoRt HoME 22ª Feira do Mobiliário, Iluminação e Artigos de Casa para Exportação Porto; 2 a 6 de março exponor; www.exporthome.exponor.pt

batalha 25 SiNerClima

MANutENção doS PoStoS dE tRANSfoRMAção Seminário lisboa; 9 e 10 de março iir Portugal; www.iirportugal.com

Home Porto 02 eXPorT

MudANçAS dE PARAdIGMA dE MobILIdAdE ASSoCIAdAS AoS vEíCuLoS ELéCtRICoS Ponto de encontro lisboa; 11 de março lisboa e-nova; http://lisboaenova.org

o auditório do lNeC – laboratório Nacional de engenharia Civil recebe, entre 18 e 19 de março, o 3º Congresso Português de argamassas de Construção, dedicado, este ano, ao tema da energia. Promovido pela aPfaC – associação Portuguesa dos fabricantes de argamassas de Construção, este evento pretende “reunir fabricantes, utilizadores, investigadores, projectistas, prescritores e outros actores do sector de argamassas e dos eTiCS, para debater as tendências actuais e o desenvolvimento de novos produtos”.

março

3º CoNGRESSo PoRtuGuêS dE ARGAMASSAS dE CoNStRução

DoS PoSToS De TraNSformação lisboa 09 maNUTeNção De ParaDiGma De mobiliDaDe aSSoCiaDaS aoS veíCUloS eléCTriCoS 11 mUDaNçaS lisboa CoNGreSSo PorTUGUêS De De CoNSTrUção 18 3ºarGamaSSaS lisboa

TéCNiCa a Nível eUroPeU No DomíNio Da CoNSTrUção 23 HarmoNiZação lisboa batalha 24 robóTiCa

HARMoNIzAção téCNICA A NívEL EuRoPEu No doMíNIo dA CoNStRução encontro lisboa; 23 de março laboratório Nacional de engenharia Civil (lNeC); www.lnec.pt HARMoNIzAção téCNICA A NívEL EuRoPEu No doMíNIo dA CoNStRução encontro lisboa; 23 de março laboratório Nacional de engenharia Civil (lNeC); www.lnec.pt

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AudItoRIA dE CoNtRoLo fINANCEIRo No âMbIto do CódIGo doS CoNtRAtoS PúbLICoS Nos próximos dias 13 e 14 de abril, a NPf – Pesquisa e formação promove, em lisboa, o seminário «Auditoria de Controlo Financeiro no âmbito do Código dos Contratos Públicos». Com este evento, a NPF pretende debater temas como as especificidades das áreas sensíveis da contratação pública; o contrato de empreitada em especial; as características do controlo prévio; os procedimentos e metodologias da auditoria na contratação pública; as vantagens de planear o processo de auditoria tendo em conta a avaliação do risco; os procedimentos de controlo sucessivo, entre outros.

De CoNTrolo fiNaNCeiro No âmbiTo Do CóDiGo DoS CoNTraToS PúbliCoS 13 aUDiToria lisboa abril

RobótICA festival Nacional de robótica batalha; 24 a 28 de março Sociedade Portuguesa de robótica; http://robotica2010.ipleiria.pt/robotica2010/


internacional

agenda

fevereiro

World SuStainable energy dayS Conferência anual Wels, Áustria; 3 a 5 de março o.Ö. eNerGieSParverbaND; www.wsed.at

intertool feira internacional do Hardware, ferramnentas e DiY Kiev, Ucrânia; 12 a 15 de março fin-mark e Proexpo; www.intertool-kiev.com

argenpláS 8ª exposição internacional de Plásticos buenos aires, argentina; 22 a 26 de março reed exhibitions e alcântara machado; www.argenplas.com.ar angola building buSineSS 2010 encontro luanda, angola; 23, a 25 de março iir Portugal; www.iirportugal.com

03

12

arGeNPlÁS buenos aires, argentina

reSTaUro bolonha, itália

22 23 23 24

feiCoN baTimaT São Paulo, brasil

06

eUroCUCiNa milão, itália

14

aNGola bUilDiNG bUSiNeSS 2010 luanda, angola

reStauro Salão do restauro bolonha, itália; 24 a 27 de março fiera bologna; www.salonedelrestauro.info FeiCon batimat – Feira internaCional da indúStria da ConStrução o Campeonato mundial de futebol de 2014 está a animar o sector da construção brasileiro e é nesse espírito que vai decorrer a 18ª edição da feicon batimat – feira internacional da indústria da Construção entre 6 e 10 de abril. o Seminário brasileiro de material da Construção aNamaCo; o Seminário Gestão de Custos e Produção de empreendimentos imobiliários; e a 2ª Conferência internacional de arquitectura feicon batimat são os eventos paralelos em destaque nesta edição. em paralelo decorrerá a expolux – feira internacional da indústria da iluminação onde serão apresentadas, segundo a organização, “inovações e a mais alta tecnologia dirigida ao sector de iluminação, abrangendo produtos para iluminação residencial, industrial e pública”.

abril

STil eUroPe Paris, frança

De 23 a 26 de março, Paris, frança, recebe mais uma edição da STil europe – Semana internacional do Transporte e da logística, onde se procura revelar os mais recentes produtos e serviços destes dois sectores. as Jornadas europeias do Transporte ferroviário; o fórum internacional do Transporte e da logística e a atribuição do Prix de l’ innovation 2010 são os eventos paralelos evidenciados pelos organizadores. a SiTl europe 2010 deverá reunir mais de 800 expositores e espera-se a visita de mais de 40 mil visitantes profissionais.

euroCuCina feira internacional da Cozinha milão, itália; 14 a 19 de abril CoSmiT spa; www.cosmit.it

VeteCo – Salão internaCional da Janela e da FaChada enVidraçada

veTeCo madrid, espanha

04

entre 4 e 7 de maio, a ifema promove, em madrid, a 12ª edição da veTeCo – Salão internacional da Janela e da fachada envidraçada. Com a participação da aSefave – asociación española de fabricantes de ventanas y fachadas ligeras, o veTeCo pretende “revalidar a sua posição” como um dos certames “mais completos e representativos do sector” a decorrer em espanha. em 2008, o veTeCo reuniu 566 expositores directos numa área l+iquida superior a 54 mil metros quadrados. Nesse mesmo ano, foi registada a presença de 43 617 visitantes profissionais.

61 | Arte & Construção__Fevereiro-Março/10

iNTerTool Kiev, Ucrânia

Stil europe – Semana internaCional do tranSporte e da logíStiCa

março

WorlD SUSTaiNable eNerGY DaYS Wels, Áustria


NAVEGAR

WWW.SEGURANCAONLINE.PT |

EM PORTUGUÊS

Desenvolvido pela APSEI (Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio), o Portal Segurança Online é uma plataforma que faculta um conjunto de funcionalidades para as diferentes actividades ligadas à segurança em edifícios. Destaque para a possibilidade de se efectuarem pesquisas sobre informação legal e técnica e para a utilização de ferramentas de cálculo para a concepção de projectos de segurança.

WWW.APCOR.PT

|

EM PORTUGUÊS, INGLÊS E FRANCÊS

A Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR) foi criada para representar e promover a Indústria de Cortiça Portuguesa. É uma associação patronal, de âmbito nacional, fundada em 1956 e sedeada em Santa Maria de Lamas. Todas as empresas que se dediquem à produção, comercialização ou exportação de produtos de cortiça podem ser suas associadas. O site inclui informações sobre a Associação, oportunidades, cortiça, produtos, ambiente, qualidade e estatísticas,

HTTP://API.BPIIMOBILIARIO.PT |

EM PORTUGUÊS

A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (API) foi criada em 1991. É uma estrutura de representação nacional, com sede em Lisboa, e que agrupa significativas empresas (nacionais e estrangeiras) de promoção imobiliária que operam em Portugal. O site da Associação dá acesso aos projectos imobiliários dos seus associados, reunidos num único guia (o promotop), além de permitir consultar as circulares específicas para obter informação sobre matérias específicas para a actividade de promoção imobiliária.

62 | Arte & Construção_Fevereiro-Março/10

INTERNET EXPLORER 8 É O BROWSER MAIS USADO O Internet Explorer 8, última versão do navegador da Microsoft, é o browser da internet mais utilizado a nível mundial, revela a NetApplications. Segundo uma estatística realizada pela NetApplications, o IE8 agrega 22,3% do mercado global de browsers. Lançado em Março do ano passado, o Internet Explorer 8 destronou o Internet Explorer 6, que é a segunda versão mais utilizada da rede. O terceiro navegador mais utilizado é o Firefox 3.5, seguido por IE7, Firefox 3.0 e Chrome 3.0.

ECOMMERCE GANHA ADEPTOS NO NATAL O Netpanel da Marktest comprova que a época de Natal continua a ser a das mais significativas para o comércio electrónico. O estudo indica que o número de internautas nacionais que acederam a lojas online durante o último trimestre de 2009 cresceu 7,9% face aos três meses anteriores e 4% em comparação homóloga. Segundo a análise, 2,573 milhões de cidadãos navegaram a partir de casa em sites de ecommerce, entre Outubro e Dezembro de 2009, o que corresponde a 62,5% dos internautas nacionais. Neste período, foram visitadas mais de 200 milhões de páginas, numa média de 78 por utilizador.

CHINA TEM 24 MILHÕES DE VICIADOS EM INTERNET O número de jovens chineses viciados em internet atingiu os 24 milhões no ano passado, revela um estudo da Associação da Juventude Chinesa para o Desenvolvimento da Rede (Cyand). "A pesquisa destaca a preocupante situação do crescente número de jovens viciados em internet", alertou Hao Xianghong, SecretárioGeral da Cyand, que entrevistou mais de sete mil jovens para realizar o estudo. Um em cada sete cibernautas chineses, considerados jovens, é viciado na internet. Em 2005, este número era duas vezes menor.


ARTES & LEITURAS

REVESTIMENTOS EM PEDRO NATURAL COM FIXAÇÃO MECÂNICA “A utilização da pedra natural com revestimento nos edifícios, sobretudo em fachadas, além de ser uma solução associada a custos de manutenção reduzidos, é universalmente adoptada tanto pela sua excelência estética como pela durabilidade que lhe é reconhecida. Nas primeiras décadas do século XX, a pedra como elemento exterior de construção granjeou um papel determinante na construção de edifícios e definitivamente marcante em muitos ícones da arquitectura. A partir de então, a progressiva e generalizada utilização das estruturas em betão armado fez com que a pedra natural passasse quase que exclusivamente a ter uma função de revestimento. O estudo dos revestimentos com pedra natural, principalmente em fachadas, assume grande importância devido à evolução tecnológica ao nível dos equipamentos de corte, a qual permite que a indústria transformadora de rochas consiga fornece ao mercado produtos de placas de maior dimensão e espessura cada vez mais reduzidas. O desempenho dos revestimentos, até então assente em pressupostos que pouco têm a ver com a tradição das utilizações, das formas, do conhecimento e das técnicas de outrora, ficou comprometido. Título: Revestimentos em Pedra Natural com Fixação Mecânica Autor: Rui de Sousa Camposinhos Edições Sílabo, Lda. Impressão e acabamentos: Europress, Lda. Depósito Legal: 301238/09 ISBN: 978-972-618-561-1 1ª Edição – Lisboa, 2009. Depósito legal: 301928 / 09 ISBN: 978-972-8479-64-0 1ª Edição: Novembro de 2009 Direcção Editorial: Filipe Jorge (Argumentum) e Paula Amaro (Dinalivro)

“A Rua da Estrada emerge sobre os escombros da dupla perda da “cidade” e do “campo”. Da cidade, ficou a representação comum de uma sociedade plural e intensa num território densamente construído e com limites definidos, um “interior” confinado, rodeado pelos espaços ditos naturais, da floresta ou da agricultura. Do lado de fora, guarda-se a imagem de um espaço rural, habitado por visões do mundo fechadas sobre si e sobre poderosas identidades. Nada mais falso. As transformações dos campos são tão radicais como as transformações das cidades. Hoje a urbanização progride a um ritmo avassalador e já não está exclusivamente dependente da aglomeração e da proximidade física. As infra-estruturas percorrem territórios imensos que tornam possível um sem número de padrões de localização, construções e formas de organização social. O urbano é um “exterior” desconfinado e instável, por contraposição à imagem da cidade amuralhada. A Rua da Estrada é a imagem perfeita desta metamorfose. Mais do que lugar, ela emerge como resultado da relação, do movimento. O fluxo intenso que a percorre é o seu melhor trunfo e a sua própria justificação. Sem fluxo não há troca nem relação, génese primordial da velha cidade. Dizia alguém explicando as manobras de sedução que praticava para tornar o seu negócio visível para quem vai na estrada: O problema é fazê-los parar”. Colecção Equações de Arquitectura, n.º 44. Dimensões: 15x22,5 cm Número de páginas: 260 ISBN: 978-989-8217-06-6 Preço Venda ao Público: 17 euros Edição: dafne editora

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A RUA DA ESTRADA. O PROBLEMA É FAZÊ-LOS PARAR


PRODUTOS

CORTe eléCTRiCO COm DiamanTe Da HilTi

FORnO De enCaSTRe KüPPeRSbUSCH O forno de encastre EEBG 6400.8 MX da Küppersbusch tem duas cavidades independentes, que visam um uso eficiente da energia. Deste modo, pizzas, tostas e outros pratos de pequena dimensão podem ser preparados no grill da gaveta integrada. O forno permite também, através de um sensor de controlo electrónico, navegar por um painel que exibe todas as funções deste produto. Apresenta nove funções de cozinhado.

A nova ferramenta de corte eléctrico com diamante DCH 300 da Hilti tem uma profundidade máxima de corte de 120mm. A ferramenta tem um “motor de 2 600W, segurança na medida em que a ferramenta é guiada em direcção oposta ao utilizador, e manuseamento simples com o punho e o disco de corte no mesmo eixo”, lê-se no comunicado de imprensa. O sistema DRS permite complementar o trabalho destas ferramentas, eliminando o pó até 95%, aumentando assim a durabilidade dos consumíveis. O sistema de potência inteligente Smart Power garante o rendimento mesmo nas condições mais adversas de corte, já que a potência do motor se adapta ao material a cortar. Estas ferramentas podem ser utilizadas em varias aplicações corte de materiais como o tijolo, betão reforçado, granito, pedra, lages, alvenaria, metal, vigas, tubos de aço e barras de reforço. Adequa-se para corte e extensão de aberturas para janelas, portas, aberturas para exaustão, entre outras aplicações.

nOva imPReSSORa PROFiSSiOnal OKi

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PavimenTOS e ReveSTimenTOS CeRâmiCOS

Living é um novo produto da Recer, produzido em pasta porcelânica, com aplicação prevista em pavimento e revestimento. Encontra-se disponível nas cores Quiet Ivory, Warm Beige, Cosy Brown e Wise Grey e nos formatos 30x60, 45x45, 29x59 e 44,5x44,5. Os formatos 29x59 e 44,5x44,5 podem apresentar um acabamento semipolido. Tem como peças complementares: rodapé, degrau com bordo e pastilhas.

A OKI Systems Ibérica em Portugal anuncia o lançamento no mercado nacional do novo equipamento de impressão profissional cor A4, C711. “Substituindo a antecessora C710, o novo equipamento visa satisfazer as reais necessidades dos grupos de trabalho, no que diz respeito a uma qualidade de impressão profissional com baixo consumo energético”, lê-se no comunicado de imprensa. A nova solução tem velocidades de impressão na ordem das 34 páginas por minuto (ppm) a cores e 36 ppm mono, “toners de alto rendimento e a vasta compatibilidade de papel com tabuleiros opcionais para melhorar o fluxo de trabalho”. É possível gerir e controlar a impressão através de softwares como o Print Control, o PrintSuperVision e o Colour Access Policy Manager. Tem capacidade até 250 grs e extensa variedade de tamanhos de A6 a banners de 1,20m. Tem a função de hibernação, oferecendo um consumo de 1,2w. A aplicação Secure Print permite enviar informação encriptada ou confidencial para a impressora através da rede. Ao mesmo tempo, a função PrintSupervision permite a gestão remota do parque de impressão. Oferece três anos de garantia.


PRODUTOS

SamSUng lança aR cOnDiciOnaDO cRySTal

cOlUnaS De hiDROmaSSagem lOOk

Crystal é o nome da nova série de ar condicionado da Samsung. Uma das novidades é o modo Comfort Care, que permite ajustar automaticamente o nível de humidade enquanto arrefece o ambiente. Os níveis de conforto não dependem só da temperatura, podem variar consoante a humidade. Esta tecnologia ajusta automaticamente estes dois factores, até alcançar o nível de conforto ideal, reduzindo simultaneamente o consumo de energia em 15%. A tecnologia Micro Plasma Ion (MPI), ao criar hidrogénio activo e iões de oxigénio, elimina contaminantes biológicos que colocam em risco a saúde (como vírus, bactérias, fungos e alergénios). Ao criar uma área de purificação intensa, esta tecnologia mantém o ambiente protegido e saudável. E para garantir a produção de ar limpo e fresco em cada utilização, estes equipamentos trazem Indicador de Limpeza do Filtro que alerta automaticamente quando este necessita de ser limpo. A nova série possui também a tecnologia S-Inverter que “oferece uma climatização potente e rápida, com consumo de energia mínimo”. Segundo o comunicado de imprensa, “esta tecnologia permite optimizar o consumo de energia, mantendo a temperatura desejada com um mínimo de flutuação”. As colunas Look, da Sanitana, estão disponíveis em quatro estilos diferentes. Trata-se duma “coluna que proporciona completas sensações de relaxamento e revitalização, quer através do seu chuveiro superior de grandes dimensões (que recria um efeito envolvente de chuva), quer através dos seus seis potentes injectores de efeito pulsante que actuam ao nível das zonas cervicais, dorsais, lombares e coxas. (disponível nas cores preta, ruby, champanhe e prata)”, lê-se no comunicado de imprensa.

Ao pensar nas casas de banho privadas, a Laufen Bathrooms lança uma colecção sob o lema “Soluções Laufen”. Da união com vários designers resultou uma colecção com 16 banheiras e 12 bases de duche. “A colecção combina tamanhos e formas diferentes e é feita com materiais que dão ao decorador uma grande liberdade criativa”, lê-se no comunicado de imprensa. Stefano Giovannoni criou a banheira Alessi dOt de encastrar. Outra solução da Alessi dOt é uma banheira clássica de canto, com forma rectangular e aspecto equilibrante. As banheiras Living by Laufen e as suas bases de duche estão disponíveis em vários tamanhos e em versão de encastrar. Os modelos rectangulares podem ser escolhidos com um painel em forma de L à direita ou à esquerda. Para um melhor aproveitamento e relaxe do banho, todas as banheiras podem ser equipadas com hidromassagem. Adequada para casas de banho com pouco espaço é a cabine de duche da Laufen. A base de duche tem 4,5 centímetros de altura e um design recto. É feita em acrílico.

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BanheiRaS PaRa caSaS De BanhO PRivaDaS


Em foco

Estudo AguirrE NEwmAN

Estudo AguirrE NEwmAN TexTo de soFiA duTrA

/// O preço médio das casas novas em Lisboa subiu 20% nos últimos dois anos, estando agora nos 3 500 euros por metro quadrado. A conclusão é dum estudo da consultora imobiliária Aguirre Newman sobre o mercado residencial da capital, apresentado a 28 de Janeiro.

s

egundo o director de negócio da consultora, João Andrade, este aumento explica-se porque entraram na amostra em análise muitos empreendimentos de luxo, sobretudo edifícios reabilitados, cujos preços por metro quadrado são muito mais elevados. Aliás, nas cerca de 2 500 casas actualmente à venda em Lisboa, os preços por metro quadrado oscilam entre os 1 500 e os 7 600 euros.

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O preço final da casa é de 470 000 euros, sendo, de acordo com este responsável, expectável este ano “que o preço médio das casas continue a subir, porque existem projectos de luxo a arrancar e também porque começam a existir maiores facilidades no crédito". O número de empreendimentos novos à venda também subiu: de 90 empreendimentos em 2007 para os actuais 152, dos quais salientam-se os 27 empreendimentos que resultaram de reabilitações localizadas em zonas nobres da cidade. A crise fez-se, porém, sentir a nível do tempo que demora para um promotor vender uma casa. Cada empreendimento levará, em média, quatro anos a ser comercializado na totalida-

de, mais 12 meses que há dois anos. Ao avaliar, em Outubro do ano passado, 152 empreendimentos, num total de quase 5 700 fogos, concluiu que existem mesmo apartamentos que demoram mais de oito anos até serem vendidos. Paula Sequeira, consultora de estudos de mercado da empresa, revelou que "nem tudo o que é caro está imune à crise". “Há duas zonas de Lisboa onde o preço médio por metro quadrado é de 4 500 euros e o tempo de venda chega aos 80 meses”, acrescentou. Nota-se, assim, também uma maior flexibilidade do promotor em negociar os preços, fazendo descontos de 5 a 20%, e ainda uma maior introdução de casas para arrendamento, para mais facilmente escoar o produto. As Avenidas Novas, Olivais, Benfica, Telheiras e Campolide, em Lisboa, são as zonas da capital com melhor prestação de vendas. Pelo contrário, Belém, Restelo e zonas históricas demoram mais tempo a ser comercializadas. Outra conclusão do estudo é que os apartamentos dos novos projectos imobiliários que estão a ser comercializados em Lisboa têm em média uma área 65% superior à dos apartamentos novos em Madrid.




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