Revista Arte & Construção - Edição 234

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www.arteconstrucao.com Número 234 // Ano XIX // € 3,50 Continente

Abril e Maio 2010

DE PROfissiONAis PARA PROfissiONAis É com o sentido de missão cumprida que Carlos Matias Ramos se despede da presidência no LNEC e abraça um novo desafio como bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE). Em entrevista à Arte & Construção, o responsável, que conduzirá os destinos da OE até 2013, critica a “má aplicação do Processo de Bolonha” e defende a criação de um guião que sustente os estudos para as grandes obras públicas previstas para os próximos anos.

Carlos Matias Ramos

Bastonário quer guião para obras públicas

feiras

Tektónica 2010: Enfoque na internacionalização

Dossier Tintas

O sentido das cores: Da estética à função

Construção

fernando silva , vice-presidente do inCi: imagem do sector da construção melhorou


Projectos + que vivem

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editorial

empenho, optimismo e esperança Nesta edição da Arte & Construção pode encontrar três individualidades a revelarem uma postura de empenho, optimismo e esperança necessária no cenário de instabilidade que agora atravessamos. Apostando numa atitude de constância, Carlos Matias Ramos, na sua primeira entrevista à Arte & Construção enquanto Bastonário da Ordem dos Engenheiros, sublinha que “deve haver um princípio orientador nos grandes investimentos, que não podem estar dependentes dos ciclos eleitorais”, pois as empresas “têm que ter umas perspectivas relativamente sólidas do que vão ser as apostas do país”. Para Fernando Silva, vice-presidente do InCI – Instituto da Construção e do Imobiliário, o sector da construção e do imobiliário vem evidenciando sinais muito positivos. Apesar da crise, é perceptível a aposta numa melhoria da qualidade dos serviços: “as empresas aumentaram o investimento na formação dos seus quadros ou que começam a planear a sua actividade tendo em conta factores de sustentabilidade”. Na sua perspectiva, esta é uma das razões pela qual a imagem do sector da construção e do imobiliário “tem evoluído francamente nos últimos anos”.

Chantal Florentino Directora

Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com, Raquel Rio raquel.rio@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: Alexandre Chamusca, Ana Sofia Catarino, Marco Arroz; Publicidade: Duarte Mourato (Director) duarte.mourato@arteconstrucao.com; Jorge Humberto jorge.humberto@arteconstrucao.com; Marketing: Pedro Nunes pedro.nunes@mtg.pt; Fotografia: Paulo Porfírio paulo.porfirio@arteconstrucao.com; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: mtg - Edição e Publicidade, Lda. geral@mtg.pt; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Centro Empresarial Tejo - Rua de Xabregas, 20 - 2º Sala 10 • 1900-440 Lisboa • Tel. 218650070 • Fax. 218650079 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Socingraf, Lda. • Rua de Campolide, 133 - 1º Dto. - 1070-029 Lisboa • Tel.: 213 838 920 • Fax: 213 838 929; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.

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Tiago Gaio, director técnico da AREANATejo – Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo, mostra que a mudança para melhor é possível, ao verificar-se uma “redução dos custos de investimento e dos equipamentos de energia, a uma melhoria da tecnologia, das performances”. O preço dos painéis fotovoltaicos, exemplifica, “desceu para cerca de metade em pouco mais de três anos e têm vindo a emergir novos materiais e novos sistemas, que têm permitido às renováveis serem mais eficientes do ponto de vista económico, para poderem ser implementadas”.


SUMÁRIO

sumário 03

EDITORIAL

04

SUMÁRIO

06

ENTREVISTA Carlos Matias Ramos

12

ARQUITECTURA Trienal

14

CONSTRUÇÃO Fernando Silva

18

CLIMATIZAÇÃO Conforto global

26

DOSSIER Tintas e vernizes

34

ARGAMASSAS 3º Congresso Português de Argamassas de Construção

36

ARQUITECTURA Europan 10

38

ÁGUA E SANEAMENTO Oportunidades para empresas da construção

61

NO MUNDO

46

ANÁLISE Angola

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EMPRESAS

66

48

IMOBILIÁRIO Preços das casas novas caem 10% em Lisboa

EMPRESAS Tafibra aposta nos reciclados

67

50

FEIRAS Tektónica 2010

RECURSOS HUMANOS A jusante da obra

68

AGENDA

52

GABINETE JURÍDICO Mercado Imobiliário em Angola

70

EMPRESAS Fagor apresenta Encastre – Integração 2010

54

DOMÓTICA

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NAVEGAR

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EMPRESAS CIN antecipa “retorno de valores seguros”

73

ARTES & LEITURAS

74

57

FEIRAS Mostra Convegno Expocomfort bate recorde

EMPRESAS Bosch Pro Team chega a Portugal

76

PRODUTOS

58

NO PAÍS

78

EM FOCO Nova Confederação da Construção

06

Entrevista Carlos Matias Ramos

14 Construção

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Fernando Silva , vice-presidente do InCI É COM O SENTIDO DE MISSÃO CUMPRIDA QUE CARLOS MATIAS RAMOS SE DESPEDE DA PRESIDÊNCIA NO LNEC E ABRAÇA UM NOVO DESAFIO COMO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS (OE). EM ENTREVISTA À ARTE & CONSTRUÇÃO, O RESPONSÁVEL, QUE CONDUZIRÁ OS DESTINOS DA OE ATÉ 2013, CRITICA A “MÁ APLICAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA” E DEFENDE A CRIAÇÃO DE UM GUIÃO QUE SUSTENTE OS ESTUDOS PARA AS GRANDES OBRAS PÚBLICAS PREVISTAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS.

PARA FERNANDO SILVA , VICE-PRESIDENTE DO INCI – INSTITUTO DA CONSTRUÇÃO E DO IMOBILIÁRIO, A IMAGEM DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO MUDOU E MUDOU PARA MELHOR. UMA EVOLUÇÃO “EVIDENTE” QUANDO SE VERIFICA QUE AS “EMPRESAS AUMENTARAM O INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO DOS SEUS QUADROS OU QUE COMEÇAM A PLANEAR A SUA ACTIVIDADE TENDO EM CONTA FACTORES DE SUSTENTABILIDADE”.


SUMÁRIO

# 234

Abril_Maio 2010

78

Em foco Nova Confederação da Construção

Pedra Texturas e cores variadas

26 50 Dossier Feiras VERMELHO É CALOR, ENERGIA, PAIXÃO. AZUL É PAZ E TRANQUILIDADE. BRANCO É PUREZA E INOCÊNCIA… CADA COR REPRESENTA CARACTERÍSTICAS DISTINTAS E REFLECTE UMA TEMPERATURA DIFERENTE, A QUE TODOS ESTAMOS HABITUADOS DESDE SEMPRE. AS TINTAS QUE USAMOS NA CONSTRUÇÃO SÃO O REFLEXO DISSO MESMO. O SECTOR E A POPULAÇÃO EM GERAL ESTÃO CADA VEZ MAIS CONSCIENTES DESTAS ESPECIFICIDADES E FAZEM USO DESSES CONHECIMENTOS NA CONSTRUÇÃO.

Tektónica 2010

DE 11 A 15 DE MAIO, A TEKTÓNICA REGRESSA À FIL – FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA PARA MAIS UMA EDIÇÃO QUE, SEGUNDO JORGE OLIVEIRA, GESTOR DE FEIRAS, APRESENTARÁ “UM GRANDE LEQUE DE NOVIDADES”, ENTRE AS QUAIS O TEKGREEN E O TEKMÁQUINAS.

A REABILITAÇÃO URBANA DEVE SER ENCARADA COMO UMA “PRIORIDADE ABSOLUTA” PELO SECTOR DA CONSTRUÇÃO, DEFENDEU REIS CAMPOS, AO TOMAR POSSE COMO PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DA CONSTRUÇÃO E IMOBILIÁRIO (CPCI), A 25 DE FEVEREIRO.

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Tintas e vernizes


entrevista

Matias raMos

Bastonário quer guião para oBras púBlicas TexTo de sofiA duTrA

/// É com o sentido de missão cumprida que Carlos Matias Ramos se despede da presidência no LNEC e abraça um novo desafio como bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE). Em entrevista à Arte & Construção, o responsável, que conduzirá os destinos da OE até 2013, critica a “má aplicação do Processo de Bolonha” e defende a criação de um guião que sustente os estudos para as

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grandes obras públicas previstas para os próximos anos.


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entrevista


entrevista

Matias raMos

para os engenheiros, a intersecção das competências para desenhar actos para uns profissionais e outros não é propriamente um conjunto vazio, e há que distinguir muito bem quem é quem em todo este processo. Não é por um estatuto dizer que pode fazer isso que lhe dá essa competência. Para além dessa portaria, que outra legislação está desarticulada? Há todo um conjunto de legislação, nomeadamente naquilo a que se chama sustentabilidade em termos de edificação, por exemplo, ruído, climatização e certificação energética. Essa legislação tem sido produzida, melhorando significativamente a capacidade interventiva da engenharia e regulando-a. Isto é transversal a muitas especialidades, desde civil à electrotecnia, à mecânica, passando por áreas como o ambiente e a informática. Uma das críticas que é, por vezes, apontada é que a OE é uma Ordem de engenheiros civis. É um sentimento. Neste périplo que fiz senti isso. As pessoas que mais têm intervenção na

Ordem e que mais se preocupam com algumas capacidades de resposta da Ordem são os engenheiros civis. Mas isso vem do passado: a própria Ordem resulta duma associação de engenheiros civis. E porque é uma actividade muito regulada. As actividades muito reguladas são aquelas que mais necessitam de ter associações profissionais que estabeleçam os princípios orientadores dessa regulação. À medida que se caminha para as especialidades menos reguladas o interesse pela Ordem reduz. Mas penso que esse é um sentimento que vai desaparecer com o tempo. Eu não vou para a Ordem para defender interesses corporativos, vou porque acredito que só uma Ordem forte é que defende uma engenharia de capacidade. Quando os outros profissionais dizem que os engenheiros civis são aqueles que condicionam o caminho da Ordem é capaz de ter alguma verdade, mas são cerca de 40% dos membros inscritos na Ordem. Vamos ver se conseguimos alterar isto no sentido de chamar outros profissionais para a Ordem, que encontrem nesta associação uma forma de estar que é compatível com os seus interesses. Qual a sua opinião sobre os grandes projectos nacionais de infra-estruturas? O investimento público é fundamental para o desenvolvimento da economia. Se não houver investimento público, os próprios privados não o fazem. É evidente que este problema é condicionado pela crise, mas deve haver um princípio orientador nos grandes investimentos, que não podem estar dependentes dos ciclos eleitorais.

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Era de grande utilidade que houvesse um estudo muito profundo de todas as opções dos grandes investimentos, tendo em conta o desenvolvimento do país e o e a empregabilidade. Não é o emprego apenas no momento, mas o emprego a longo prazo. Defendo a criação de um guião que sustente os estudos, que depois vão apoiar a decisão, que tem que ser politica. As empresas têm que ter umas perspectivas relativamente sólidas do que vão ser as apostas do país. Se essas apostas estão a ser permanentemente postas em causa e a mudar em função dos ciclos políticos isso prejudica fortemente as empresas. Portanto, concordo com investimentos públicos, não numa análise pura de custos benefícios, mas também do emprego a longo prazo.

Deve haver um guião que garanta que o estudo foi feito de acordo com estes princípios básicos (avaliação técnica muito cuidada, análise custo/benefício, avaliação financeira e emprego gerado a longo prazo) e que foi feito à exaustão e que não houve influência política. Estudos não têm faltado… Houve muitos estudos, mas era bom que o dinheiro que se gastou em tantos estudos que se gastasse naqueles em que se aposta, para desenvolver à exaustão, para evitar a constante dúvida se um projecto é bom ou mau. Penso que tive influência nalgumas decisões que foram tomadas no país, porque tive esta perspectiva: vamos estudar até ao limite, vãos estudar tudo dentro dos conhecimentos que temos, para garantir que a decisão política tem por detrás uma sustentação técnica muito bem elaborada. O que pensa do adiamento de duas das linhas do TGV?

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O adiamento é uma decisão política. O país está numa situação difícil e forçosamente há investimentos que podem ser dilatados no tempo. Há outros em que o dilatar vai afectar ainda mais o desenvolvimento económico do país. É deste binómio que deve sair a decisão. Temos que ter em conta que estamos numa sociedade globalizada e, portanto, o país tem que apostar na inovação, no valor acrescentado, não é na indústria extractiva, tem que apostar nas pessoas. A própria engenharia é um recurso nacional estratégico e, portanto, o que eu gostaria é que o país privilegiasse e defendesse aquilo que é o valor acrescentado induzido por mão-de-obra muito qualificada. É a única forma que temos de nos defendermos nesta globalização. E nesse aspecto o LNEC tem um papel importante? O que é certo é que o país não fez, por exemplo, durante uns tempos grandes investimentos na área da produção de energia (nas barragens) e houve um hiato muito grande. Felizmente, no LNEC, manteve-se um sector forte, criando doutoramentos, e isto permitiu que agora tenhamos capacidade de resposta para as barragens que vão ser construídas. Senão tínhamos que ir ao estrangeiro, o que era péssimo. Um país que não é capaz de investir com base no seu capital humano é um país que está condenado a ser pobre.

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entrevista

Matias raMos

Arte & Construção – Qual o balanço que faz destes cinco anos enquanto presidente do LNEC? Carlos Matias Ramos – É um balanço positivo, com o sentido de dever cumprido. Estive dois mandatos como presidente e os dois anteriores como vice-presidente. Tenho mais de quarenta anos de Laboratório, onde ocupei todos os lugares possíveis.

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Cumpri essa missão, que foi gratificante, porque o laboratório fez mais por mim do que eu fiz pelo Laboratório. Deu-me formação, satisfação e uma estrutura profissional muito útil para toda a minha vida. Nos últimos cinco anos senti um gosto especial, porque tive oportunidade de lidar com problemas que qualquer engenheiro gosta de enfrentar, relacionados com a parte técnica, com a gestão e com a coordenação de equipas. Cumprida essa missão, feitos os 65 anos de idade, quando aceitei o desafio de me candidatar à Ordem arranjei mecanismos para deixar o LNEC, porque defini que não podia haver ocupação simultânea das duas actividades, já que são ambas muito exigentes.

Qual o seu principal objectivo enquanto bastonário da Ordem dos Engenheiros? A minha preocupação é prestigiar a engenharia, enfrentar os novos desafios, que são muitos, nomeadamente aquilo que foi, no meu entender, uma má aplicação do processo de Bolonha. Não percebo porquê que se manteve a licenciatura. No sistema anglo-saxónico só existem três graus académicos: bacharelato, mestrado e doutoramento. Porquê que inventamos um grau que não tem correspondência em países com os quais queremos estar a par? É um desafio como é que a nossa sociedade vai encarar profissionais oriundos de formações académicas completamente diferentes mas que têm a mesma designação. É a confusão total. O processo de Bolonha é uma boa filosofia, mas a formação académica de cinco anos na engenharia é fundamental, nomeadamente se trabalhamos com a concepção. Se é uma operação talvez não sejam necessários tantos anos de formação.

Não estou contra a formação de três anos. Pelo contrário, ela deve ser profissionalizante, ao passo que a formação de cinco anos é para quem têm vocação e gosto pela inovação, pela melhoria de procedimentos, pela concepção. Os de três anos são fundamentais desde que seja profissionalizante, são pessoas que o mercado com certeza que absorverá, o que não pode haver é confusão. Qual será, na sua opinião, a diferença de competências criadas pelas licenciaturas de cinco e de três anos? Se as pessoas estão mais dois anos na Faculdade é por alguma coisa. Se o produto é o mesmo não vale a pena. Então, nivelamos por baixo e pomos a engenharia num nível mais baixo. Não é essa a minha perspectiva. Eu defendo uma exigência de qualidade de formação académica que garanta às pessoas a bagagem necessária para desenvolver a profissão num espírito de inovação permanente. É evidente que há engenheiros que, pela sua natureza, pelo cargo que ocupam, talvez não precisem dos cinco anos de formação. Mas eu defendo a qualidade. E a qualidade pressupõe exigência, que pressupõe formação. A formação


entrevista

é a base de todo o conhecimento. E essa formação deve ser vocacionada para a actividade mais relevante da engenharia: a concepção, desenvolvimento, investigação e inovação. A engenharia é um recurso nacional estratégico. A Universidade deve ensinar a aprender. Um estudante quando sai da Faculdade não pode começar a fazer projecto de imediato. Há três variáveis que são fundamentais na formação de um engenheiro: formação académica, formação contínua e experiência profissional. São estas três variáveis que devem determinar a capacidade dos profissionais para desempenhar os actos de engenharia. Isso não significa que os profissionais oriundos dos três anos não sejam profissionais muito competentes, são é profissionais para um determinado tipo de actos de engenharia e não para aquele mais elevado. Quais são os actos de engenharia que os diferenciarão? Os actos de engenharia têm que ser classificados em função da sua formação. Cada especialidade é um caso. Os actos de engenharia têm que estar associados a cada uma das especialidades e serão os próprios colégios os factores de mecanismos caracterizadores dos actos de engenharia. Isto é tanto mais importante porque a Ordem dos Engenheiros tem uma função de Estado. O Estado delegou na Ordem uma função de regulação da profissão. Ora, quem tem responsabilidade de regulação tem que garantir aos seus cidadãos que o produto que regula é de qualidade ou pelo menos nivelá-la em função dessa mesma qualidade. É este um dos grandes desafios que temos pela frente.

ram formação de base suficiente. Só com uma formação sólida de física e de matemática é que as pessoas têm capacidade para ver se um determinado modelo para um edifício é o mais adequado ou não. Para si, a concepção deverá estar restrita a quem tem formação de cinco anos? Não digo restrita, mas deve estar condicionada. Os três anos devem ter patamares limites que definam aquilo que eles podem fazer tendo em conta a segurança de pessoas e bens. Esses limites devem ser estudados. Deve-se fazer benchmarking do que se faz na Europa e nos Estados Unidos, para criar uma espécie de matriz que permita a classificação dos profissionais de engenharia em função dos parâmetros que eu disse, e nunca com a variável tempo. Uma das medidas que apontou como das primeiras é a reorganização dos serviços da Ordem. Em quê que consiste essas reorganização? No périplo que fiz pelo país, de cerca de cinco mil quilómetros, pude ver que muitas das preocupações e angústias que os membros tinham em relação à Ordem estavam associa-

das ao funcionamento interno, isto é, com a resposta da OE aos membros e à sociedade. Hoje temos instrumentos de apoio que permitem dar rapidamente respostas às exigências daquilo que são certificados para execução de determinados actos de engenharia, mas ao mesmo tempo responder a questões muito complexas, nomeadamente apoio jurídico e apoio social que eventualmente se possa fazer. A lógica de funcionamento interno é melhorar a resposta perante os seus membros. Se os membros precisam de um documento têm que o ter online. Além disso, bolsas de estágios, bolsas de emprego, todo um conjunto de informação com interesse relevante para os membros da Ordem, tem que estar online. Outra questão que apontou durante a sua candidatura foi o facto da legislação estar por vezes desarticulada. É o caso da Portaria 1379/2009. Foi objecto de muita discussão e conheço bem. Desde Setembro de 2009 que conhecia alguns drafts associados a essa portaria e achei que eram desajustados. Não tenho dúvidas que a arquitectura deve ser para os arquitectos e a engenharia deve ser

É evidente. O problema é o termo. Mudemos a designação. Temos que catalogar as coisas, para evitar confusões. Sem pôr em causa as pessoas que se formam em três anos. Cada um tem o seu lugar. Mas deve-se definir aquilo que cada um pode e deve fazer, para garantir a segurança de pessoas e bens e a qualidade de vida. Na sua opinião, um dos limites é a concepção? Sim. Quem sabe mais física e matemática tem o espírito mais aberto, tem mais capacidade de criar e de inovar, para interiorizar conceitos não só de física, mas de engenharia, que outros não têm capacidade, porque não tive-

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Concorda com o engenheiro Fernando Santo quando ele fala em facilitismo na questão das licenciaturas de três anos?


ARQUITECTURA

TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA

FALEMOS DE CASAS TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// “Falemos de casas” é o repto lançado pela 2ª Trienal de Arquitectura de Lisboa, que ocorrerá de 14 de Outubro a 16 de Janeiro do próximo ano. O debate sobre casas e as questões da habitação estará no centro do evento.

S

ubordinada ao tema ‘falemos de casas’, inspirado no poema de Herberto Hélder com o mesmo nome, a segunda Trienal de Arquitectura de Lisboa será dedicada à casa, à habitação.

12 | Arte & Construção_Anril-Maio/10

“A Trienal propõe-se celebrar a arquitectura na sua ligação social mais directa a partir da casa como seu arquétipo, equacionando as questões do habitar contemporâneo”, afirmou Delfim Sardo, curador geral da Trienal, durante a conferência de imprensa de apresentação do evento, a 13 de Abril. "Equacionar a casa, voltar a celebrar o direito à habitação condigna, procurar antecipar respostas", é a outra missão do evento, afirmou João Belo Rodeia, presidente da Ordem dos Arquitectos. A programação inclui “quatro exposições, três catálogos, um livro, uma conferência internacional e a representação portuguesa na 12ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza”, revelou o curador. Haverá ainda vários projectos associados, nomeadamente em galerias. Segundo o arquitecto José Mateus, director executivo da Trienal, a programação dirige-se “à população e a um público especializado, que cruza fronteiras disciplinares, como as artes plásticas”.

No Museu Colecção Berardo será apresentada a exposição “Falemos de casas: entre o Norte e o Sul”. No Museu da Electricidade/Fundação EDP serão mostrados os resultados do concurso Universidades/projecto Cova da Moura (que envolve as escolas de arquitectura e arquitectura paisagista que durante este ano lectivo procuraram responder ao repto: “como pode a arquitectura contribuir para melhorar as condições de vida no Bairro da Cova da Moura?”) e do concurso internacional “A house in Luanda: Patio and Pavilion”. No Museu do Chiado será apresentada a exposição “Quando a arte fala arquitectura: construir, desconstruir, habitar”. De cada uma destas exposições resultará um catálogo, publicado em parceria com a Babel. O evento terá também um núcleo em Cascais, à semelhança do que aconteceu na primeira edição da Trienal, em 2007. Entre Novembro deste ano e Janeiro do próximo, dois equipamentos irão acolher o evento: o Centro Cultural receberá a componente expositiva e a Casa das Histórias Paula Rego o ciclo de conferências. “Falemos de Casas em Cascais” é o título da exposição proposto pela arquitecta Ana Tostões, o qual resulta da sua reflexão sobre a evolução da casa unifamiliar no concelho, com enfoque nos últimos 100 anos.


arquitectura

TrienAl nA BienAl A Conferência Internacional, a decorrer nos dias 19 e 20 de Novembro, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, irá centrar-se na relação entre arquitectura e democracia. Entre os nomes anunciados (embora ainda por confirmar) estão o do arquitecto holandês Rem Koolhaas, autor da Casa da Música do Porto, e do filósofo italiano Giorgio Agamben.

A Trienal lançou também dois concursos, um internacional para uma habitação unifamiliar de baixo custo em Luanda, e outro destinado às escolas portuguesas de arquitectura e arquitectura paisagista para projectos que melhorem as condições de habitação no bairro da Cova da Moura, na Amadora. A Trienal foi convidada pela Direcção-Geral das Artes a propor a curadoria da representação oficial portuguesa na 12.ª Exposição Inter-

nacional de Arquitectura da Bienal de Veneza, que decorre de 29 de Agosto a 21 de Novembro deste ano. A colaboração consiste em organizar o comissariado, conceito e arquitectos que vão representar Portugal. A próxima edição da Bienal de Veneza tem curadoria geral da arquitecta japonesa Kazuyo Sejima, que ganhou este ano o Prémio Pritzker, e tem como tema "People meet in Architecture". A bienal propõe como tema de reflexão às 54 representações nacionais presentes “a ideia de ajudar as pessoas a relacionarem-se com a arquitectura, ajudar a

arquitectura a relacionar-se com as pessoas e as pessoas a relacionarem-se entre si”. Outros projectos associaram-se à Trienal, como é o caso da exposição de António Bolote, “A última luz do dia”, “A cidade (não) existe”, de Pedro Machado Costa, e “Once upon a time – haunted houses and imaginary cities”, com curadoria de Pedro Gadanho e Susana Oliveira. O orçamento total da Trienal ronda os 1,6 milhões de euros, avançou o arquitecto José Mateus.

13 | Arte & Construção__Abril-Maio/10

A conferência arquitectura [in] ]out[ é apontada como uma “oportunidade para reflectir e debater sobre a arquitectura como instrumento orientador de processos democráticos e como signo temporal e espacial das suas potencialidades”. Tem curadoria de Cláudia Taborda e José Capela.


construção

Fernando silva , vice-presidente do inci

imagem do sector da construção melhorou TexTo de ChAnTAl florenTino enTrevisTA dAdA por eMAil

/// Para Fernando Silva , vice-presidente do InCI – Instituto da Construção e do Imobiliário, a imagem do sector da construção mudou e mudou para melhor. Uma evolução “evidente” quendo se verifica que as “empresas aumentaram o investimento na formação dos seus quadros ou que começam a planear a

14 | Arte & Construção_Anril-Maio/10

sua actividade tendo em conta factores de sustentabilidade”.


CONSTRUÇÃO

Em igual período do ano passado, o n.º de empresas inspeccionadas foi de 677 e o n.º de ilícitos 161. (ver quadro 1 e 2)

Fernando Silva - Não se evidenciam alterações significativas relativamente aos anos anteriores e estamos convictos de que isto acontece porque o ano do exercício que serve de referência à revalidação dos alvarás está desfasado de dois anos em relação ao ano da própria revalidação: os elementos a ter em conta para a revalidação de 2010 são os relativos ano económico de 2008 (uma vez que a análise das empresas é efectuada com base nos dados fiscais comunicados às Finanças no ano de 2009).

Que acções tem o InCI desenvolvido para apoiar as empresas da construção e imobiliário no âmbito da internacionalização e exportação?

Quantas acções de fiscalização promoveram este ano e que resultados obtiveram? Que diferenças existem com igual período de 2009? No primeiro trimestre deste ano, inspeccionámos um total de 566 empresas, tendo sido detectados 156 ilícitos.

O InCI considera fundamental a abertura das empresas a mercados internacionais. Neste domínio temos mantido contacto próximo com a nossa congénere em Angola — a CONICLE — que resultará na celebração de um Protocolo de Cooperação para a promoção de acções concertadas entre ambas as entidades, com vista a potenciar o surgimento de oportunidades de negócio e de investimento para as empresas portuguesas e angolanas, assegurando, naturalmente, a qualidade dos serviços prestados. A cooperação a este nível é extraordinariamente importante e tudo faremos para estreitar laços com outros países que assumam um potencial de investimento interessante para as

INSPECÇÃO

2009

2010

547 51

382 13

Mediação Imobiliária N.º de empresas inspeccionadas N.º Ilícitos encontrados

39 77

64 57

Angariação Imobiliária N.º de empresas inspeccionadas N.º Ilícitos encontrados

91 33

120 86

CONSTRUÇÃO N.º de empresas inspeccionadas N.º Ilícitos encontrados IMOBILIÁRIO

nossas empresas. Considera que a imagem do sector da construção melhorou? Sim. O sector da construção e do imobiliário tem evoluído francamente nos últimos anos. Esta mudança é evidente quando verificamos, por exemplo, que as empresas aumentaram o investimento na formação dos seus qua-

15 | Arte & Construção__Abril-Maio/10

Arte&Construção - Que panorama do sector da construção reflecte a revalidação dos alvarás para 2010?


CONSTRUÇÃO

FERNANDO SILVA , VICE-PRESIDENTE DO INCI

dros ou que começam a planear a sua actividade tendo em conta factores de sustentabilidade. Por outro lado, assistimos à diminuição da sinistralidade e à diminuição da clandestinidade (neste último aspecto, a acção fiscalizadora do Instituto tem contribuído para o aumento do nível de cumprimento da legislação em vigor). Em que medida o InCI contribui para o aumento da competitividade das empresas da construção e imobiliário? Quais os planos do InCI para 2010?

16 | Arte & Construção_Anril-Maio/10

O InCI, enquanto entidade reguladora do sector, vem desencadeando acções que visam estimular a competitividade das empresas que operam nos mercados. Neste contexto e focando aqueles que serão os principais projectos em que o InCI está envolvido e que evidenciarão resultados já este ano: a) a constituição do centro de mediação e arbitragem de conflitos do sector da construção e do imobiliário

b) a revisão do quadro legal das actividades do sector, com um aumento das actividades reguladas c) a disponibilização de uma ferramenta de benchmarking, a disponibilizar para as empresas de construção — o icBench d) a dinamização da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção e) maior proximidade às empresas, com a abertura de novos balcões de atendimento nas lojas de cidadão: está prevista a abertura próxima nas lojas do cidadão de Évora e Faro f) implementação do Protocolo para a Normalização da Informação Técnica na Construção – designado por “ProNIC®” – consiste num projecto de investigação, cujo objectivo é o desenvolvimento de um conjunto sistematizado e integrado de conteúdos técnicos de referência e de utilização generalizada, para o sector da construção em Portugal g) Criar um sistema de Certificação da Sustentabilidade na construção.

2009 2009

Ilícitos detectados Ilícitos detectados CONSTRUÇÃO

TOTAL

(c1) Exercício da actividade não sendo habilitado para o efeito

11

(c3) Identificação

16

(c4) Cópia de Alvará/TR e Identificação em Obra (C.G.)

17

TOTAL

44

MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

TOTAL

(i2) Livro de Reclamações

17

(i3) Livro de Registo/Arquivo de Contratos

18

(i5) Identificação

13

(i7) Não exerce exclusivamente a actividade de M.I.

16

TOTAL

64

ANGARIAÇÃO IMOBILIÁRIA

TOTAL

(a1) Exercício da Actividade não estando inscrito no InCI, I.P. TOTAL

33 33

2010

Ilícitos detectados CONSTRUÇÃO

TOTAL

(c1) Exercício da actividade não sendo habilitado para o efeito

2

(c2) Subcontratação de empresas não habilitadas

2

(c3) Identificação

6

(c4) Cópia de Alvará/TR e Identificação em Obra (C.G.)

2

TOTAL

13

MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

TOTAL

(i3) Livro de Registo/Arquivo de Contratos

23

(i5) Identificação

9

(i6) Celebrou contratos com angariadores não inscritos no InCI, I.P.

17

TOTAL

57



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CLIMATIZAÇÃO AMBIENTE INTERIOR


CLIMATIZAÇÃO

CONFORTO GLOBAL NO EDIFÍCIO TEXTO DE SOFIA DUTRA

necessidades. Nos últimos anos, tem aumentado o recurso a fontes de energia alternativas neste sector, visando diminuir o consumo energético.

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/// Climatização é sinónimo de conforto. É uma solução para controlar o ambiente interior dos edifícios em qualquer estação do ano, proporcionando arrefecimento ou aquecimento consoante as


Climatização

ambiente interior

A

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utilização de um sistema de ar condicionado visa melhorar as condições de conforto de um edifício. O conforto térmico nos edifícios é extremamente importante para o bem-estar e qualidade de vida de todos. Um equipamento de ar condicionado permite controlar o ambiente e conforto interior em qualquer estação do ano, proporcionando aquecimento ou arrefecimento consoante as necessidades. Trata-se, pois, de uma solução de conforto global. A utilização de um equipamento de ar condicionado pode trazer benefícios tanto em casa como no local de trabalho. Uma vantagem importante da utilização de um equipamento de ar condicionado no Inverno é a rapidez com que o ambiente interior é aquecido. O ar condicionado climatiza dinamicamente o ar através da sua circulação, sendo por isso rápido a proporcionar um ambiente confortável. Além disso, a aplicação de sistemas de purificação do ar nos equipamentos de ar condi-

cionado contribui para a melhoria da qualidade do ar interior, eliminando vírus, bactérias, fungos e agentes causadores de alergias, mantendo o ambiente mais limpo. Estes sistemas permitem a instalação de soluções de renovação de ar, mantendo os níveis de oxigénio mais elevados e dentro dos valores indicados para o bem-estar dos utilizadores. Para uma utilização eficiente destas soluções devem seguir-se algumas orientações. A saber: os equipamentos de ar condicionado de classe A são aparelhos mais eficientes, em desempenho e poupança de energia; os modelos “inverter” ajustam o seu funcionamento às variações da temperatura da divisão a climatizar; deve-se seleccionar uma temperatura até cinco graus inferior/superior à temperatura exterior para evitar variações bruscas que possam prejudicar a saúde; não se deve orientar o fluxo do ar directamente para as pessoas pois pode ser prejudicial para a saúde; não se deve tapar as saídas e entradas de ar do equipamento; e


Climatização

Fluidos Frigorigéneos A APIRAC – Associação Portuguesa de Refrigeração e Ar Condicionado chamou a atenção, no início do ano, para “os fluidos frigorigéneos mais recentemente condenados a desaparecer, os HCFC (dentro dos quais se localiza o R22)”, de acordo com a AREA (Federação Europeia das Associações de Instaladores de Equipamentos de Refrigeração, Ar Condicionado e Bombas de Calor).

Na sua Newsletter de Dezembro, a AREA descreve o que se passou a nível da Comissão Europeia, na interpretação – a pedido do paísmembro Alemanha – sobre o uso dos HCFC reciclados a partir de 31 de Dezembro de 2009. De acordo com o que Luís Fonseca e Silva, secretário-técnico da APIRAC, escreve no editorial de Janeiro da newsletter da Associação, “o que se descreve altera dum modo relevante aquilo que poderão ser as implicações da aplicação do Reg. (CE) 1005/2009 (a actualização do Reg. (CE) 2037/2000), e que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2010”. “A grande (enorme) diferença é que, dizem que o R22 recuperado e passado na máquina de reciclagem poderá, até 31 de Dezembro de 2014, ser usado em outros equipamentos que não apenas aquele de onde foi retirado; e mais, pode ainda ser usado em outros equipamentos de um outro cliente, desde que seja a mesma empresa de manutenção e assistência técnica, que fez inicialmente a sua recu-

peração, a manuseá-lo e recolocá-lo em serviço”, diz. “A ser a realidade, como presumimos, carece ser trazida oficialmente, por parte da Comissão Europeia, por escrito, em documento indubitavelmente originário daquele órgão europeu, esta interpretação, a fim de com segurança legal poder ser aplicada no espaço comum europeu. É que, para nós técnicos, é muito diferente ‘tirar o gás dum aparelho e só poder voltar a pô-lo no mesmo aparelho’ (de acordo com o jargão técnico), ou voltar a poder usá-lo noutros equipamentos de um e/ou de outro cliente”. Luís Fonseca e Silva revelou aguardarem a resposta da APA - Agência Portuguesa do Ambiente, a entidade em Portugal responsável pela aplicação da legislação relativa ao uso e às proibições dos fluidos CFC, HCFC e HFC, “desejando e esperando que Portugal actue, neste assunto, dum modo igualitário ao que os outros países irão praticar e nunca deixando-

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deve-se limpar regularmente os filtros de ar para reduzir a poluição causada pelo pó, bactérias, pólenes, etc. e assim optimizar o bom funcionamento do aparelho. Além disso, as unidades exteriores não devem estar expostas à radiação solar directa ou a ventos fortes. Para o bom desempenho do equipamento de ar condicionado, as portas e janelas devem estar fechadas quando este está ligado para facilitar a climatização das divisões e evitar desperdícios de energia.


Climatização

ambiente interior

se resvalar para o uso de regras e penalizações excessivas quando comparadas com o que se estiver a praticar no espaço comum europeu”. De referir que Portugal aderiu à AREA, através APIRAC, em meados do ano passado. A Federação congrega cerca de 20 países [entre eles os grandes potentados europeus da AVAC&R, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Espanha, etc.] e, deles, mais de 9.000 empresas, representando cerca de 12 5000 empregados e técnicos do AVAC&R. A APIRAC alerta também para os substitutos nas actuais limitações ao uso do R-22. “A entrada em 2010 trouxe problemas acrescidos, mas não inesperados, na utilização do R-22. A grande maioria dos técnicos de ar condicionado e refrigeração, e naturalmente a to-

talidade dos que adquiriram as suas competências como técnicos dos grupos A-B-C ou os TIM 2-3 – portanto ainda sobram alguns, mas poucos – sabem que o R-22 já só pode ser retirado e reposto no mesmo equipamento, conforme o que diz o Reg. (CE) 1005/2009 [o substituto actualizado do Reg. (CE) 2037 /2000], salvo se entretanto houver uma abertura que, com grande expectativa, aguardamos”, lê-se na newsletter de Janeiro. “Por causa disto têm sido colocadas bastantes questões ao departamento técnico da APIRAC, a maior parte das vezes a tentar saber-se com que fluidos se pode fazer o retrofit e que consequências daí advêm”, acrescenta. “Sabido como não há uma regra única, pois cada caso tem as suas próprias especificidades e exigências diferentes, cremos, será pre-

ferível aceder-se a uma informação geral onde tudo se encontre. Por exemplo, se dissermos que o R-422D é uma mistura adequada para em baixas e médias temperaturas se fazer o retrofit nos circuitos a R-22 em sistemas frigoríficos, isso não trará grande novidade. Mas se dissermos que a válvula expansora termostática não precisa de ser mudada, que também não haverá que fazer mudança do óleo lubrificante, ou que a sua temperatura de descarga, mais baixa, faz do R-422D a solução mais económica por daí resultarem significativas economias de energia, isso, talvez não seja tão imediato”, conclui-se. RefRigeRAção óptiCA A lAseR Um desenvolvimento neste sector é a criorefrigeração. Segundo a APIRAC, investigadores norte-americanos e italianos criaram em conjunto o primeiro “crio-refrigerador óptico”, que funciona inteiramente em estado sólido. “Normalmente, para se atingirem temperaturas criogénicas é necessário usar gases liquefeitos”. “Esta tecnologia, além de permitir a redução de tamanho dos sensores poderá trazer também um avanço relevante sobre os materiais especiais que transmitem a energia eléctrica sem perdas, os chamados materiais ‘supercondutores’, e que apenas funcionam a temperaturas muito baixas”.

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Segundo o coordenador desta investigação, Sheik-Bahae, "a tecnologia de refrigeração óptica, ou refrigeração de estado sólido, oferece muitas vantagens sobre os volumosos crio-refrigeradores mecânicos usados actualmente porque não há vibrações, nem partes móveis, é compacta, leve e pode ser ligada e desligada rapidamente”. “Na refrigeração óptica, o calor é retirado do material por meio de uma fluorescência que se segue à absorção da luz do laser pela amostra que está a ser arrefecida. Até agora, a refrigeração de estado sólido era baseada unicamente em materiais termoeléctricos, capazes de atingir temperaturas na casa dos 170 Kelvin (-103ºC), mas com eficiência bastante baixa. Este “crio-refrigerador” pode atingir temperaturas muito baixas (até -118ºC) para amostras sólidas partindo da temperatura ambiente e os investigadores acreditam poder chegar a temperaturas tão baixas como -263ºC”.


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Climatização

ambiente interior

“Esta tecnologia encontra-se ainda em estudo mas poderá ser uma boa hipótese num futuro não muito longínquo”, adianta a APIRAC.

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BoMBA de CAlor O princípio de funcionamento dos sistemas de ar condicionado consiste em absorver a energia dum lugar e libertá-la noutro. Este processo requer uma unidade interior, uma unidade exterior e tubos de cobre a ligar as duas unidades. Através destes tubos, o refrigerante circula de uma unidade para a outra, absorvendo a energia de uma unidade e libertando-a na outra.

Em termos de refrigeração, uma unidade de ar condicionado funciona de forma semelhante a um frigorífico. O refrigerante flui através do sistema, mudando o seu estado ou condição. Há quatro processos no "ciclo de refrigerante". No primeiro, o compressor bombeia o refrigerante através do sistema e é o núcleo de uma unidade de ar condicionado. Antes de passar pelo compressor, o refrigerante é um gás com baixa pressão. Devido ao compressor, o gás ganha pressão, aquece e flui em direcção ao condensador. Ao chegar ao condensador o gás com alta temperatura e pressão liberta o calor para o ar

do exterior e transforma-se num líquido arrefecido. O líquido, que mantém uma pressão alta, passa por uma válvula de expansão, que reduz a pressão do refrigerante. Assim, a temperatura desce e fica abaixo da temperatura do espaço refrigerado. Daqui resulta um líquido refrigerante de baixa pressão. O líquido refrigerante de baixa pressão flui até ao evaporador, onde absorve o calor do ar do interior da divisão através dum processo de evaporação, tornando-se mais uma vez num gás de baixa pressão. O gás flui mais uma vez em direcção ao compressor e o ciclo recomeça.


Climatização

EsColhEr o ModElo Criar o clima perfeito é uma tarefa complexa. Um dos aspectos a ter em conta é até que ponto é que se pretende controlar a temperatura no interior do edifício: querse apenas um sistema de arrefecimento; ou também uma unidade de ventilação e/ou de aquecimento. Estas escolhas irão determinar o tipo de sistema que pretende. Também o número de divisões do edifício determina o sistema a adquirir. No caso de se pretender o sistema para mais de uma divisão, é possível ligar várias unidades interiores a uma única unidade exterior. Também o tipo de divisão é fundamental para esta escolha. Cada aplicação requer um sistema específico. Um sistema com uma capacidade demasiado elevada criará correntes de ar, fará oscilar a temperatura e gastará mais energia. Com um sistema de capacidade demasiado baixa, nunca se conseguirá atingir a temperatura desejada. Escolher a capacidade adequada implica que quem vai instalar o sistema calcule a capacidade de que irá precisar. Terá de tomar em consideração as condições a que o sistema estará sujeito, designadamente a infiltração solar, a exposição à luz, o número de ocupantes, entre outras.

A bomba de calor é um equipamento que transfere o triplo da energia térmica relativa-

mente à energia eléctrica consumida. Em vez de queimarem um combustível, as bombas de calor "movem o calor". Uma bomba de calor permite que o ciclo do refrigerante seja invertido. Extrai energia do exterior e transfere o calor para o interior. Este princípio continua a funcionar mesmo com temperaturas de -5ºC, -10ºC ou -15ºC, dependendo do tipo de sistema de ar condicionado utilizado. Por isso, as unidades com bombas de calor eliminam a necessidade de ter um aquecedor e permitem arrefecer e aquecer as divisões com a mesma unidade.

A unidade exterior deverá ser colocada num lugar específico, com uma base sólida e de fácil acessibilidade para efeitos de manutenção. Também há que ter em atenção a resistência ao clima da unidade exterior, que determinará a longevidade da sua instalação. As partículas de poeira que circulam no ar podem ser removidas usando filtros nas unidades interiores. Um factor determinante é o aconselhamento de um bom técnico de instalação, que calcule, escolha e instale o sistema mais adequado às instalações.

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No caso de ter uma bomba de calor, o ciclo pode reverter-se. Apesar de haver aparelhos de ar condicionado que apenas têm função de arrefecimento, existem outros baseados nas bombas de calor, que têm por base a transferência de energia calorífica de um meio para outro, arrefecendo-o ou aquecendo-o, uma vez que são de funcionamento reversível. Uma bomba de calor é um sistema de ar condicionado que pode ser usado tanto para aquecimento como para arrefecimento. Baseia-se no princípio de poder reverter o processo de transporte do calor de um lugar para outro.

A escolha do modelo será determinante quanto à localização da unidade interior. A localização da unidade é muito importante. Cada unidade (tecto falso, parede, etc.) tem um padrão específico de distribuir o ar. A localização errada pode causar correntes de ar e ruído em excesso.


TinTas

O senTidO das cOres

da a c i T é T O es ã ç n u f à A

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Tex

/// Vermelho é ca lor, energia, pa ixão. Azul é pa tranquilidade. ze Branco é pure za e inocência… cor representa Cada características distintas e refle temperatura di ct e uma ferente, a que todos estamos desde sempre. ha bituados Mas a especific ação do tipo de usada é tão im tin ta a ser portante como a indicação da cor adequada para cada utili zação. A estétic a é acompanh ada pelo âmbito funcio nal.


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tintas


TinTas

O senTidO das cOres

A

s tintas que usamos na construção são o reflexo disso mesmo das características distintas e temperatura diferentes que cada cor reflecte. O sector e a população em geral estão cada vez mais conscientes destas especificidades e fazem uso desses conhecimentos na construção. Mas a escolha de uma tinta é muito mais que a opção por determinada cor e tom. A especificação do tipo de tinta correcto a ser utilizado é tão importante como a indicação da cor adequada para cada uso. Da estética passa-se ao âmbito funcional.

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As tintas são materiais fluidos, líquidos ou pastosos que, após aplicação em camada fina sobre um substrato, seguida de secagem por processo físico ou químico, criam uma película aderente protectora e/ou decorativa. As tintas contribuem para a durabilidade dos objectos, não apenas protegem, mas embelezam o substrato. Elas também têm propriedades funcionais: são utilizadas como superfícies anti-derrapantes, podem isolar ou funcionar como um condutor eléctrico, reflectir ou absorver a luz, entre outras propriedades. Existem quatro grandes famílias de cons-

tituintes das tintas: ligantes; solventes e diluentes; aditivos; e matérias pulverulentas. As tintas são geralmente classificadas de acordo com o seu principal ligante: ligantes naturais; derivados celulósicos; derivados da borracha; vinílicos e acrílicos; alquídicos; poliésteres; fenólicos; epoxídicos; amínicos; e poliuretanos. Tanto a escolha do tipo como da cor inadequada podem causar sérios problemas, nomeadamente ter que refazer o trabalho, a insatisfação dos clientes e utilizadores, além do desperdício. A má especificação do tipo de tinta e a escolha da cor inadequada trazem problemas, que exigem a repintura e fazem, desta forma, com que haja desperdício e insatisfação do cliente. É possível evitar as patologias, o desperdício e a insatisfação do utilizador com a boa especificação e a aplicação adequada de cada tipo de tinta, observando-se sempre as especificações do fabricante e a contratação de mão-de-obra qualificada. A pintura representa uma operação de grande importância na construção civil, na medida em que as áreas pintadas são, habitualmente,

muito extensas, implicando um custo elevado. Existe uma tendência natural em considerar a pintura uma operação de decoração, mas além de decorar e proteger o substrato, a tinta pode oferecer melhor higienização dos ambientes, servindo também para sinalizar, identificar, isolar termicamente e controlar a luminosidade. Além disso, as cores podem ser utilizadas para influir psicologicamente nos utilizadores do espaço. O facto de muita atenção ser despendida, actualmente, para tornar as casas mais agradáveis e simultaneamente claras e habitáveis, indica o reconhecimento generalizado do importante efeito que a cor tem sobre a personalidade das pessoas. Todos somos afectados pela cor. Somos estimulados pelas cores vivas, enquanto cores pardas nos proporcionam sentimentos apáticos. Isto é reconhecido hoje pelas autoridades médicas e hospitalares que tentam alegrar os pacientes em depressão com a utilização de tons vermelhos, rosa ou alaranjados na decoração e tranquilizá-los com todos os matizes de azul e verde.



TinTas

O senTidO das cOres

EFEITO E SENTIDO DE CADA COR Cor Vermelho (cor quente)

Azul (cor fria)

Amarelo

(cor quente)

Laranja

(cor quente)

Verde

(cor fria)

Violeta (cor fria)

Preto

(cor neutra)

Branco

(cor neutra)

Cinzal

(cor neutra)

Reflexão

Ilusão Física

Efeito Pricológico

Reacções Mentais

Observações

25%

Aumento de volume peso e calor

Estimulante, domínio, calor

Activação, perturbação

Aumento da pressão arterial

25%

Diminuição do peso, refrescante, sensação de distância

Sensação de repouso, vitalizante, calma

Prontidão, irradiação

Afasta os insectos

25%

Impressão de calor e aumento de volume

Estimula o sistema nervoso, anima a acção

Prontidão, irradiação

Afasta os insectos, saudável

25%

Impressão de calor e aumento de volume

Fortalece, provoca bem-estar, alegria, energizante excitante

Criatividade e comunicação

Cansa a vista

35%

Impressão de leveza, vida e distância

Sensação de alívio, calma e quietude

Receptividade e crescimento

Efeito deprimente se utilizado sozinho

25%

Cor fria, diminui o volume

Adormece, causa melancolia, devoção e respeito

Meditação e magia

Vantajosa para pessoas nervosas

5%

Aumento de calor e peso, diminui o volume

Sensação de repouso, deprime e causa medo

Desconhecimento e vácuo

Absorve todos os raios de luz

85%

Aumento o volume

Cansaço, brilho, frieza

Limpeza e pureza

Reflecte o calor

50%

Sensação de sujidade e nublado

Obscuridade e infelicidade

Negatividade, indecisão e submissão

Deprime

O vermelho aquece-nos. O azul é uma cor fria, suave para os olhos e para a mente. O verde harmoniza, refresca, restaura do stress. O amarelo é imbatível enquanto estimulante mental. Os ditados populares que usam o “roxo de raiva” ou o “verde de inveja” procuram relatar as alterações que ocorrem no nosso campo electromagnético, devido às mudanças ocorridas nas nossas emoções. A cor é uma das qualidades da luz e assim somos todos afectados pelas cores diariamente.

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PerCePção visuAl Ao especificar uma cor para certo ambiente, é necessário que se tenha em mente a questão da luminosidade em primeiro lugar. É importante que as cores alterem e melhorem o sistema de iluminação já existente. Por exemplo, se o caso for uma sala sombria, voltada para o sul, com dificuldade de iluminação natural, devem escolher-se cores quentes, pois esta opção melhorará a qualidade da luz no local. Outro exemplo é o de uma cozinha inundada

de sol matinal, esta cozinha pode ter um clima mais tranquilo caso tenha paredes com cores como os verdes frios e azuis. Assim, o contraste de cores influencia: no tamanho, no volume, na temperatura e na luminosidade. As cores escuras parecem mais pesadas e as cores claras e de tons pasteis mais leves, ou seja, objectos pesados e grandes pintados com cores claras dão a sensação de serem mais leves e vice e versa. Objectos grandes devem ser pintados com cores quentes e escuras se quisermos dar a impressão de serem mais baixos e de cores claras para parecerem mais altos. Em termos de volume, as cores claras aumentam o tamanho aparente do espaço, assim como cores frias e estampas pequenas. O contrário acontece com as cores escuras e quentes, que diminuem o espaço aparente. A cor tem o poder de sugerir calor ou frio ao ambiente, assim a cor vermelha dá a sensação de maior calor que a cor azul. O preto aquece e o branco arrefece.

A tinta com um numero maior de colorante branco dá a impressão de estar mais iluminada que aquela que se utiliza um maior numero de colorante na cor preta. O vermelho é a cor que fornece ao nosso corpo energia e vitalidade. A vitalidade física do corpo depende da entrada correcta e suficiente do raio vermelho, sobretudo no que se concerne às funções restauradoras, procriadoras e criadoras. Esta cor aumenta a temperatura, através da percepção psicológica. É a cor para os corajosos e ousados, para quem quer trazer calor, intensidade e paixão ao seu redor. Enquanto um ambiente abundantemente vermelho evoca o drama, a vitalidade e a energia, os tons próximos como o rosa-bebé e o terracota proporcionam variações mais brandas, os quais também são da família do vermelho. Essas cores são incrivelmente versáteis, sendo uma das mais poderosas da paleta de cores. O homem precisa de um pouco de vermelho para a motivação. Esta cor transmite a impressão de proximidade e, como tal, dificilmente serve de pano de fundo, pois destaca-se sempre.


tintas

Como tonalidade de contraste, o amarelo avermelhado pode ser muito indicado, assim como o verde – a sua cor complementar. Já o azul, o turquesa e o branco arrefecem o vermelho. Esta cor tem como finalidade estimular o apetite, a paixão, a irritação e até a ira, elevar a pressão arterial e principalmente por ter uma simbologia com a cor da vida (o sangue).

integridade, o respeito, a responsabilidade e a autoridade. Ele ajuda a diminuir a violência em locais públicos.

Quando são bem doseadas, as luzes vermelhas dão um toque suave e quente a um espaço, concedendo-lhe um brilho aconchegante. O vermelho estimula qualquer ambiente, tornando-o mais quente e convidativo.

Em demasia, esta cor induz a indiferença e retracção, baixando a pressão sanguínea, reduzindo o stress e a tensão, podendo também trazer sono. Não é, por isso, indicada para salas de aula e sala de reuniões. É uma cor que simboliza do divino em função do céu e do mar.

AMArelo expAnde o AMbiente O azul é uma cor revitalizante, calma, inspiradora, fresca e fria. A tranquilidade do azul pálido evoca o céu, trazendo a sensação de paz e imensidão. O azul água traz vitalidade, energia, estímulo e uma sensação refrescante. Trata-se de uma cor terapêutica, que relaxa e acalma, sendo-lhe associada a lealdade, a

O azul é utilizado nos hospitais, nas salas de espera, para acalmar os pacientes e familiares destes e uma cor quente é utilizada como contraste para não induzir a depressão.

A cor de contraste usada com o azul é a sua complementar – o laranja. As cores amarelo, verde, vermelho, rosa, pêssego, salmão e o lilás também transmitem harmonia quando usadas com o azul. O amarelo é animador, descomprometido e alegre. É a cor mais luminosa do espectro. Quanto mais puro e intenso o amarelo será mais luminoso e vibrante. É associado com a

luz do sol, simboliza a luz e representa a luz espiritual, assim, todo ser humano precisa da vibração desta cor. É uma cor quente e expansiva, abrindo a mente trazendo novas ideias. Pesquisas revelam que esta cor auxilia as pessoas no aprendizado, devido à sua vibração. Esta cor expande o ambiente, porém deve ser usada com cuidado para não produzir cansaço visual e um aspecto chocante. Para o contraste o azul é o mais indicado. O branco, tons de madeira, violeta e verde também podem ser utilizados. A mistura desta pigmentação com o branco e o preto gera cores importantes que são os cremes e beges muito utilizados na construção civil. O laranja é a cor da entrega, do se dar aos outros e isto se processa de maneira instintiva. É uma cor muito apreciada nas tonalidades mais fracas como o pêssego, salmão e a cor da laranja.

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31 | Arte & Construção__Abril-Maio/10

Peixoto conjugam-se, em harmonias ou contrastes,


TinTas

O senTidO das cOres

As cores de contraste são as complementares: amarelo, vermelho, verde, laranja, rosa, pêssego e salmão, entre outras. O preto, o branco e o cinza são cores básicas e neutras, e como tal indispensáveis na construção e decoração. A pigmentação do preto é utilizada para escurecer, ao passo que a do branco é usada para clarear todas as cores. Se não forem utilizadas adequadamente, estas duas cores tornam o ambiente maçante e sem sofisticação. Formam o mais forte contraste dentre as cores. Estas cores fornecem uma grande ferramenta de jogo para a perspectiva que é o poder do branco de proporcionar o avanço de um determinado elemento e o preto de retracção.

Os tons mais pálidos do laranja relaxam. Estas tonalidades podem proporcionar uma atmosfera agradável, um clima de descontracção e alegria, sendo por este motivo uma cor indicada para cafés e espaços para crianças. Para o contraste o azul, como cor complementar, é o mais indicado. A mistura de sua pigmentação com o preto gera a cor marrom, que deve ser usada com cautela para não induzir á depressão. BrAnCo é Cor MAis neutrA

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O verde é a imagem da natureza, simbolizando a vida, a frescura e a harmonia. Ao acrescenta-lo ao ambiente, produz-se uma sensação revigorante, que é proposta pelas folhas de uma árvore. É a cor mais presente nas nossas vidas, por isso é a que traz mais sensibilidade. É uma cor de alta luminosidade, passando no meio do espectro visível. Os verdes amarelados são vibrantes e energéticos. Já os tons de verde mais puros induzem à calma e ao relaxamento. Os verdes são versáteis e fáceis para se fazer combinações com sucesso. Eles têm a propriedade de aliviar o stress e equilibrar o emocional.

Não é aconselhável utilizar o verde sozinho, porque pode criar um ambiente estático. Para as cores de contraste pode-se usar o azul, o amarelo, o rosa, o pêssego, salmão e a complementar o vermelho. O violeta é uma cor rica em possibilidades de decoração e estilização. É a cor com o menor comprimento de ondas e a mais rápida vibração do espectro visível, sendo, por isso, a sua luz purificante e calma. É adequada para interiores, que revestidos com o lilás e seus tons transmitem grande efeito nas emoções. É uma cor etérea e o seu uso deve ser feito em conjunto com outras cores, pois em demasia pode causar depressão. Assim, não se deve utilizar o lilás como a cor principal de um ambiente, porque é uma cor que poderá causar um efeito de falta de base e desestimulante nas pessoas. O púrpura deve ser usado em ambientes onde há muitas coisas belas e deve ser acompanhado do verde. O magenta possui muito vermelho sendo assim uma cor viva, animadora, dramática e causa uma boa impressão no am-biente doméstico, especialmente se for amplo.

Quando combinado com as cores cremes, beges e dourado, o preto torna-se pomposo e sofisticado; com o vermelho forma a quinta-essência do estilo chinês e com o verde é intenso e masculino. O preto utilizado com o amarelo provoca um efeito chamativo, sendo por isso utilizado em placas de alerta e em garagens. Combinado com os azuis ou púrpuras tem resultados tristes, entediantes e sombrios. O branco é mais fácil de harmonizar com qualquer cor, sendo a cor mais neutra do espectro. Esta cor acalma os tons quentes do vermelho, laranja e amarelo, aumenta a intensidade dos azuis, refresca os verdes, ilumina os púrpuras e purifica os neutros. É importante em áreas de pouca luz natural, clareando o espaço. Nos ambientes muito iluminados pela luz natural (ensolarados) o branco torna-se ofuscante. Já o cinza é associado ao medo, por isso é aconselhada a utilização desta cor com outras cores claras, coloridas e nunca sozinha. Por último, os metálicos e perolados dão brilho e chamam a atenção iluminando o ambiente, além de trazerem um toque de sofisticação e requinte. Os tons metálicos oferecem um aspecto moderno e aumentam o fluxo de energia benéfica.



ArgAmAssAs

3º Congresso Português de ArgAmAssAs de Construção

CresCente internACionAlizAção mArCA evento TexTo de ChAnTAl florenTino

/// Ao longo de dois dias, o 3º Congresso Português de Argamassa de Construção reuniu investigadores de seis países que, através de 64 comunicações, divulgaram os mais recentes trabalhos realizados na área das argamassas. A crescente internacionalização é o grande destaque da edição de 2010.

o

Laboratório Nacional de Engenharia Civil recebeu, entre 18 e 19 de Março, o 3º Congresso Português de Argamassa de Construção, um evento internacional que tem como propósito “reunir fabricantes, utilizadores, investigadores, projectistas, prescritores e outros actores do sector de argamassas de construção, para debater as tendências actuais e o desenvolvimento de novos produtos”

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De acordo com Carlos Duarte, o responsável pela organização e presidente da APFAC – Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção , o congresso teve “uma participação muito semelhante às duas edições anteriores”, revelando que o modelo adoptado é “sustentado”. Este ano, o destaque vais para a presença de “participantes brasileiros”, cuja participação efectiva subiu de 20 para 32 pessoas. “Está a ser um grande sucesso!”, rematou. Foram aceites e apresentados mais de 60 artigos e expostos mais de 20 posters que revelaram a investigação realizada no domínio

das argamassas em países com Brasil, Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha e Portugal. Os posters são, aliás, “uma das novidades da terceira edição”, disse Carlos Duarte. A Energia foi o tema central do 3º congresso, embora “não tenham aparecido tantas comunicações com nós pensávamos”, admitiu Carlos Duarte. Embora questões com o eficiência energética não tenham gerado tantas apresentações como esperava, a APFAC considera a energia uma questão essencial para o sector das argamassas e, como tal, vai voltar a promover este debate no seminário “A Contribuição das Argamassas e das ETICS para a Eficiência Energética dos Edifícios” agendado para decorrer da próxima edição da Tektónica – Feira Internacional de Construção e Obras Públicas. Neil Beningfield, presidente de honra da EMO – European Mortar Industry Organization, Ferdinand Leopolder, editor da Internacional Community for Drymix Mortar , e Fábio Campora, presidente da ABAI – Associação Brasileira de Argamassas Industrializadas, foram os oradores convidados.



ARQUITECTURA

EUROPAN 10

OPORTUNIDADE PARA REFLECTIR

/// Sob o divisa “Inventando a urbanidade: Regeneração – Revitalização – Colonização”, o Europa Portugal revelou os três vencedores para os três casos seleccionados nesta edição: Cascais – Cabreiro; Invesfer – Entroncamento e Lisboa – Campo Grande. Elogiando as propostas recebidas, os promotores concordam consideram o concurso uma oportunidade para reflectir o território.

TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO

C

idade Arável, PEARtoPEAR e Campo Mineral são os projectos vencedores do Europan Portugal, onde se encontram as melhores soluções para os três casos seleccionados nesta edição: Cascais – Cabreiro: Qualificando Habitação, Natureza e Infra-estruturas; Invesfer – Entroncamento: Repensar a Cidade Ferroviária; e Lisboa – Campo Grande: Expansão do Eixo Central.

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Na cerimónia oficial de entrega dos prémios, decorrida no dia 8 de Abril em Lisboa, Nuno Portas, presidente do Europan Portugal, relembrou que os locais a concurso nesta edição geraram “novas tónicas que tornaram mais difícil trabalhar”, tal como “reurbanizar, muito mais importante que a reabilitação de edifícios”, “ligar eixos rodo-ferroviários”; e “responder às novas exigências ecológicas”. Após entregar o prémio aos arquitectos Elisa Pegorini e Nicola Tuan, António Capucho, presidente da Câmara Municipal de Cascais, revelou que “as expectativas foram superadas pelo carácter inovador” e assegurou que estar “empenhado em defender o projecto vencedor”, dando “início às reuniões já no Verão, de modo a concretizar o projecto”. João Rocha, arquitecto e director da Invesfer, começou por sublinhar que a sua empresa

é a “primeira entidade não camarária” envolvida no Europan Portugal. O concurso “foi para nós uma oportunidade única para reflectir um desafio interno e externo: O Entroncamento”, disse. Na sua opinião, o projecto PEARtoPEAR “reflecte” sobre “um território bastante vasto que tem muito peso na gestão urbana da cidade”. O júri do Europan 10 considerou que o Campo Mineral foi a melhor resposta para o desafio lisboeta de Expansão do Eixo Central. Neste contexto, Manuel Salgado, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, defendeu que o caso de Lisboa era “um exercício muito difícil, que tem sido desenhado desde os anos 60”. Para este arquitecto, o Europan 10 é “uma oportunidade para reflectir a cidade. É preciso actuar para que Lisboa não seja esquecida”. “A 2ª circular deveria ser completamente redesenhada e há condições para isso!”, acrescentou. Já na 10ª edição – Portugal só participou nas últimas seis -, o Europan 10 contou com quase 3 000 equipas que responderam aos desafios propostos por mais de 60 promotores e igual número de cidades.

A nível nacional, foram recebidas 70 propostas que levaram à pré-selecção de cerca de 20 projectos, aos quais foram atribuídos prémios e menções.


ArquitecturA

europAn 10 portugAl: VenceDoreS 1 - Projecto CASCAIS - CABREIRO Proposta vencedora: Cidade Arável de Elisa Pegorini e Nicola Tuan (Itália). Avaliação do júri: Proposta muito clara e simples, com desenho triangular de uma grande área verde central e organização linear dos edifícios ao longo da linha do transporte ligeiro de superfície, cria uma permeabilidade de transição entre o aglomerado do Cabreiro e o sítio, permitindo flexibilidade para evolução futura, com eventual crescimento da rede viária. A estratégia para uma área central livre verde permite ainda diferentes adaptações ao nível da disposição dos edifícios, de modo a aumentar a densidade global e reduzir uma maior concentração junto ao hospital. A praça na paragem do metro de superfície cria uma centralidade ligando todas as componentes urbanas e o hospital. 2 – Projecto INVESFER – ENTRONCAMENTO Proposta vencedora: PEARtoPEAR de Pedro Dias, Ricardo Ventura, Hugo santos Silva, Márcia Vilar, Ana Marta Mota, Telma Sanches, Diana Fernandes, João Matos, Vasco Fernandes e Rui Oliveira (Portugal) Avaliação do júri: A proposta gere a ideia de um sistema urbano protagonizando um parque urbano que coexiste com diferentes usos, cerzindo-os com percursos e geometrias de arranjos exteriores e fornecendo um elemento visual unificador entre a estrutura ferroviária e a proposta de tecido urbano envolvente. O sistema age como uma separação visual, espacial e acústica da área construída em relação ao caminho de ferro, respondendo assim a um dos principais objectivos de transformação do sítio. A renovada área residencial estabelece uma estreita ligação com a estrutura verde, conferindo um uso adequado de abordagem contemporânea ao tipo casa-pátio. É criado um novo e icónico ponto de atravessamento através da “Ponte Shopping”, proporcionando uma ligação urbana entre os dois lados da cidade envolvente, especificado no programa como um objectivo importante. Apesar de apresentar conflitos técnicos e legais, poderá ser possível superar estes constrangimentos através do redesenhar ou repensar o conceito e eventual localização deste edifício. Finalmente, de um ponto de vista prático, a estrutura urbana proposta permite uma implementação faseada.

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3- Projecto LISBOA – CAMPO GRANDE Proposta vencedora: Campo Mineral de Alexander Häusler (Alemanha) e Sílvia Benedito (Portugal) Avaliação do júri: Proposta de criação de um conceito de uma nova avenida de secção assimétrica, ajustando-se às características do local através de uma diversidade morfológica nas relações entre edifícios e entre edifícios e espaços públicos. Baseadas em análises do eixo terciário da cidade, as soluções propostas tomam o transporte público como um elemento organizador do espaço. Apesar da ausência de ênfase nos nós de ligação da avenida, as opções para a futura evolução da infraestrutura são deixadas em aberto, flexíveis (relativamente ao futuro para a área do aeroporto), enquanto é criado um novo tecido interior com diversificação de tipos arquitectónicos e continuidade da estrutura verde.


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Água e Saneamento

oportunidadeS para empreSaS da conStrução


Água e Saneamento

melhorar a qualidade TexTo de rAquel rio

/// Portugal prossegue o seu objectivo de elevar as metas de abastecimento de água e saneamento criando oportunidades para as empresas ligadas ao sector da construção. A versatilidade destes intervenientes favorece a capacidade de adaptação às oscilações da procura, mas a imaturidade do mercado faz com que persistam problemas de qualidade, motivados pela falta de exigência e

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prevalência do factor preço.


Água e Saneamento

oportunidadeS para empreSaS da conStrução

O

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sector de serviços de águas e resíduos em Portugal tem registado um grande crescimento em termos de investimento desde 1993, quando foram criados os primeiros sistemas multimunicipais. Nessa altura, estimava-se que fossem necessários mais de 8 mil milhões de euros de investimentos para suprir as carências de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais em “alta” (captação, o tratamento, a adução, a elevação, a reserva e os pontos de entrega de água) e “baixa” (infra-estruturas que, desde os pontos de entrega, permitem armazenar e distribuir água para consumo humano até ao domicílio das populações servidas) . Quase duas décadas mais tarde, e após terem sido realizados vultuosos investimentos em diversos tipos de infra-estruturas, as estimativas mais conservadoras apontam para a necessidade de investir somas igualmente significativas. Segundo o PEAASAR II (Plano Estratégico de

Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais) para o período 2007- 2013, esses montantes poderão chegar aos 3 800 milhões de euros no sector das águas (1 604 milhões em alta e 2 200 em baixa). O volume de investimentos necessários à conclusão da infra-estruturação da vertente em “baixa”, incluindo os investimentos de expansão e de reabilitação dos sistemas, atinge valores muito superiores aos necessários para a conclusão dos investimentos em “alta”. As prioridades associadas ao investimento da vertente em “baixa” dizem respeito a: investimentos directamente relacionados com os sistemas em “alta”, designadamente execução das interligações entre ambas as vertentes (alta e baixa), de redes de distribuição de água e reservas municipais e de redes de drenagem de águas residuais; investimentos de renovação e reabilitação, essenciais ao processo de redução de perdas nas redes de abastecimento de água; e investimentos em sistemas de

drenagem de águas residuais para o início do processo de separação da componente pluvial em sistemas unitários e de erradicação de ligações cruzadas nos sistemas separativos. Além da construção de redes, estão em causa investimentos municipais que, não tendo influência directa nos níveis de atendimento são fundamentais para a plena eficácia da articulação entre os sistemas em “alta” e as redes municipais e que têm também que assegurar a ligação das redes eventualmente existentes aos reservatórios de entrega ou aos interceptores de recolha dos sistemas em “alta”. Face às exigências ambientais, prevê-se igualmente a necessidade de implementar projectos complementares aos sistemas de abastecimento de água e saneamento de águas residuais. Entre estes destacam-se: tratamentos complementares de lamas de ETA e ETAR, tratamento integrado de efluentes urbanos e indus-


Água e Saneamento

tema intermunicipal (cinco de abastecimento e de saneamento de águas residuais e dois de abastecimento de água), elevando assim para 31 o número de sistemas plurimunicipais existentes. Quanto à vertente em “baixa”, o PEAASAR 2000-2006 não previa especificamente qualquer tipo de integração territorial, embora apontasse como desejável a extensão a esta vertente do âmbito dos plurimunicipais, para assegurar a necessária articulação. A criação dos sistemas plurimunicipais lançou um processo de infra-estruturação significativo que teve como pressuposto um esforço de racionalização das soluções, mais evidente nos sistemas multimunicipais. As soluções técnicas integradas assumem maior relevância no que respeita ao abastecimento de água, onde o objectivo da implementação de novas infra-estruturas é aumentar os índices de fiabilidade do abastecimento às populações.

O PEAASAR 2007-2013 enfatiza que é de esperar “um impacto muito positivo nos mercados de consultoria e obras públicas” desta estratégia face ao investimento de 4 mil milhões de euros em obras que se prevê lançar neste período. estrAtégiA prevê optiMizAção do seCtor A estratégia para o Ciclo Urbano da Água, consagrada no PEAASAR II (2007 – 2013) propõe medidas de optimização de gestão nas vertentes em alta e em baixa e de optimização do desempenho ambiental do sector, e clarifica o papel da iniciativa privada. O programa anterior (PEAASAR 20002006) procurou solucionar os problemas na

chamada vertente “em alta” implementando soluções integradas de carácter plurimunicipal que podiam assumir a forma de sistema multimunicipal, mediante uma parceria entre o Estado – através da Águas de Portugal – e os municípios envolvidos, ou de sistema intermunicipal (designado também por sistema municipal integrado) com a participação exclusiva dos municípios envolvidos, concessionado ou não. Na vertente em “baixa”, o PEAASAR 2000-2006 deixou em aberto as soluções, admitindo para os sistemas multimunicipais a possibilidade da integração das “baixas”. Em termos da vertente em “alta” dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais foram criados neste período 20 novos sistemas plurimunicipais, dos quais 13 sob a forma de sistema multimunicipal (dez de abastecimento de água e saneamento de águas residuais e três de saneamento de águas residuais) e sete sob a forma de sis-

No que diz respeito às infra-estruturas em “baixa”, o grande esforço associado aos financiamentos comunitários incidiu na execução de redes de distribuição de água e execução de redes de drenagem de águas residuais. No entanto, ficou aquém das necessidades efectivas de construção das redes municipais complementares aos sistemas em “alta” que visam assegurar a continuidade integral dos serviços e consequentemente a eficácia da capacidade disponível na vertente em “alta”. MAis de 1,1 Milhões de euros pArA A rede O Eixo II do Programa Operacional de Valorização do Território (Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento) tem uma dotação de mais de 1,147 milhões de euros (803 milhões comunitários) o que corresponde a 17 por cento da dotação total do POVT.

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triais, investigação tecnológica e intervenções de valorização ambiental, como eco-eficiência dos sistemas, renaturalização de cursos de água, etc.

No saneamento de águas residuais associam-se dois objectivos: protecção da qualidade dos meios receptores e elevação dos níveis de atendimento. Neste contexto a integração de soluções afigura-se menos interessante face às características do território e de dispersão populacional dos novos sistemas, desaconselhando uma excessiva integração à qual estariam associados custos mais elevados.


Água e Saneamento

oportunidadeS para empreSaS da conStrução

Este valor deverá permitir o cumprimento das metas do PEAASAR II (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais) até 2015, ou seja, servir 95% da população com sistemas públicos de abastecimento de água e 90 por cento com sistemas de saneamento de águas residuais.

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As tipologias de intervenção a apoiar no âmbito deste programa compreendem: • Infra-estruturas de “alta” e “baixa” integradas de drenagem e tratamento de águas residuais; • Infra-estruturas em “alta” de abastecimento de água; • Infra-estruturas de “alta e baixa integradas” de abastecimento de água; • Infra-estruturas em “alta”de drenagem e tratamento de águas residuais; Em 2008 foi apresentado um elevado número de propostas ao Eixo II, mas estas revelaram “significativas lacunas e insuficiências na instrução das candidaturas pelos promotores, quer ao nível técnico, de que é exemplo a deficiente explicitação do enquadramento dos investimentos a realizar e da integração no modelo verticalizado, quer ao nível económico-financeiro, dado que se verificou frequentemente a não apresentação de Estudo de Viabilidade Económico- Financeira. Estas lacunas levaram à necessidade de concessão de pra-

zos alargados de apresentação de elementos adicionais o que acrescentou elevada morosidade ao processo”, refere o relatório de execução do POVT relativo a 2008. A complexidade do enquadramento regulamentar, nacional e comunitário, que obriga a uma apreciação prévia da fundamentação técnica e económica dos investimentos a realizar e da sua relevância para o cumprimento dos objectivos dos PEASAR 2007-2013 também contribuiu para atrasar o processo. Até 30 de Setembro de 2009, data em que foram divulgados os últimos dados relativos aos beneficiários do Eixo II, a lista incluía 24 entidades beneficiárias dos fundos comunitários e contabilizava um investimento total de 284 milhões de euros (194 milhões dos quais através do FEDER/Fundo de Coesão). Nesta lista assumia particular destaque o investimento a realizar pela Águas do Ave (118 milhões de euros) para o alargamento do sistema de saneamento. OpOrtunidAdes pArA A COnstruçãO O novo mapa de entidades gestoras, com o lançamento do modelo de parceria entre o Estado e as Autarquias para os sistemas em

baixa, terá efeitos na organização municipal dos serviços de água e saneamento e cria novas oportunidades para as empresas privadas. A intervenção do sector privado nos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais caracteriza-se pela diversidade de actores: • empresas projectistas e consultoras (participação quase total na concepção e no projecto das infra-estruturas a construir e na fiscalização das obras); • empreiteiros de obras públicas (participação total na construção das infra-estruturas); • fornecedores de tecnologias (participação total na construção das infra-estruturas em que a tecnologia assume relevo, através do fornecimento de equipamento); • empresas prestadoras de serviços de operação e manutenção de sistemas (participação reduzida e avulsa, sobretudo ao nível da operação de sistemas, por falta de uma orientação clara para estas actividades); • operadores (mercado limitado. À data da elaboração do PEAASAR 2007-20113, contabilizavam-se a AGS, CGEP, INDAQUA e AQUAPOR, operador público. O número de operações de concessão dos serviços de abastecimento de água e saneamento atingia pouco mais de duas dezenas).



Água e Saneamento

oportunidadeS para empreSaS da conStrução

A actividade de construção está associada quer ao investimento nas infra-estruturas dos sistemas de abastecimento de água e saneamento, quer à fase posterior de reabilitação. O último relatório do sector de águas e resíduos, relativo a 2008 (RASARP), indica que o número de agentes existentes, em geral, empreiteiros de obras públicas, tem capacidade suficiente para as necessidades actuais e previsíveis do mercado nacional e grande versatilidade de actuação, adaptando-se às maiores e menores solicitações. A actividade de reabilitação é normalmente desenvolvida pelos mesmos agentes, sobretudo os de maior capacidade tecnológica, mas assume um significado económico significativamente inferior, indica o mesmo documento. Embora o sector não apresente falta de capacidade existem alguns problemas a nível da falta de qualidade da execução “de gravosas consequências futuras, essencialmente por falta de exigência dos donos de obras e pela insuficiente actividade de coordenação, controlo e fiscalização. O RASARP refere que “as entidades gestoras ainda são, em alguns casos, clientes pouco exigentes, com capacidade reduzida de controlo e de fiscalização, que privilegiam os custos reduzidos como critério de selecção, mesmo que isso implique maiores custos posteriores de manutenção. São assim atraídos empreiteiros de pequena e média dimensão, vocacionados para uma prestação de serviços de qualidade regular ou mesmo inferior, e sem motivações para uma melhoria da sua capacidade tecnológica”.

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Apesar de tudo o desenvolvimento dos modelos de carácter empresarial tem impulsionado um maior nível de exigência beneficiando as infra-estruturas construídas e impondo sistemas com mais qualidade. No que respeita aos fabricantes e fornecedores de materiais e equipamentos mecânicos e eléctricos, existem várias empresas que comercializam produtos diversos e destinados a diferentes sectores pelo que se adaptam facilmente às flutuações da procura. Predomina o material não nacional e existem casos de falta de qualidade de materiais e equipamentos o que se pode atribuir à imaturidade do mercado.

A falta de exigência de algumas entidades gestoras, sem capacidade de elaboração de cadernos de encargos adequados nem controlo de recepção e fiscalização, faz com que privilegiem os custos reduzidos como critério de selecção apesar dos impactos negativos que poderão apresentar no futuro em termos de manutenção. Abrem-se assim portas às ofertas de baixa qualidade, de produtos que não estão em conformidade com a normalização vigente, não certificados e não homologados.

A falta de homologação e certificação obrigatórias, ao contrário do que acontece noutros sectores mais evoluídos tecnologicamente, é uma das causas desta situação. Quanto ao mercado de consultores e projectistas, o RASARP caracteriza-o como “relativamente dinâmico mas pouco ordenado”, com uma capacidade técnica normalmente satisfatória, mas com largo espectro em termos de qualidade. Entre as principais insuficiências destaca-se a falta de regulamentação do acesso à


Água e Saneamento

Existe assim grande variação na qualidade dos estudos produzidos, nem sempre atingindo os padrões de qualidade exigíveis. Por outro lado, as empresas queixam-se de dificuldades de gestão devido à grande variação temporal do volume de trabalhos, em função do calendário dos maiores contratadores como o grupo Águas de Portugal. Outra queixa prende-se com os baixos valores de adjudicação, que não cobrem os custos necessários a um serviço de boa qualidade. Verifica-se também a inexistência de critérios claros de selecção dos autores dos estudos, o que provoca distorções de mercado e a prevalência do custo sobre critérios de qualidade. Segundo dados da Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores, citados no RASARP, existem cerca de 90 empresas com capacidade para a realização de estudos e projectos no sector das águas e resíduos. Estas empresas apresentam um volume de negócios anual de cerca de 230 milhões de euros. O mercado concessionado é o cliente predominante do sector, através da Águas de Portugal, que é responsável por cerca de 90% do volume de adjudicações. Neste mercado, 44 empresas integram o sistema de qualificação do grupo AdP, das quais 33 são associadas da APPC.

InveStImento noS SectoreS de ÁguaS e reSíduoS Os valores previstos no QREN para apoio ao investimento nos sectores de águas e resíduos totalizam 1 130 milhões de euros distribuídos da seguinte forma: • abastecimento de água e saneamento de águas residuais urbanas em alta: 300 milhões de euros (Fundo de Coesão) • abastecimento de água e saneamento de águas residuais urbanas “alta e baixa verticalizada”: 480 milhões de euros (Fundo de Coesão) • abastecimento de água e saneamento de águas residuais urbanas em “baixa”: 220 milhões de euros (FEDER) • resíduos urbanos: 130 milhões de euros (FEDER)

No total, empregam cerca de 3 100 colaboradores, 95% dos quais nas empresas associadas. O volume de negócios associado a estas empresas é de cerca de 210 milhões de euros, dos quais 120 milhões correspondem a facturação de serviços no sector das águas. Embora o sector se encontre ainda numa fase de investimento que leva a procurar serviços de projecto, começa a observar-se uma transição para um período mais focado na operação e manutenção dos sistemas onde a consultoria assume contornos diferentes, implicando diversificação de competências. “No entanto, face aos montantes de investimento que ainda se prevêem a curto e médio prazo, sobretudo no saneamento de águas residuais, os serviços de projecto continuarão a constituir a maior fatia de actividades das empresas consultoras”, acrescenta o RASARP.

À medida que se vai encerrando a fase de investimento em infra-estruturas e se vai reforçando a fase de exploração, aumentam portanto as preocupações com a operação e manutenção dos sistemas. Uma vez que a exploração compete aos municípios e empresas concessionárias públicas e privadas, estes últimos tendem a tornar-se os depositários de conhecimento e importa às empresas portuguesas de consultoria e projecto reposicionarem-se em função desta previsível alteração. Em termos de fiscalização de obras, a situação caracteriza-se pela insuficiente capacidade técnica das entidades gestoras e pela falta de empresas da especialidade (que são, na sua maioria, de pequena dimensão). Poderão, pois, existir problemas de falta de capacidade perante o aumento das solicitações.

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actividade que se traduz na grande disparidade entre os agentes intervenientes, me termos de conhecimentos, estrutura, recursos humanos e especialização.


Análise

AngolA

soluções criAtivAs procurAm-se TexTo de rAquel rio

/// Angola continua a despertar o interesse das empresas portuguesas ligadas ao sector da construção, mas a dívida do Estado angolano preocupa os agentes do sector.

N

o passado mês de Fevereiro, a ANEOP - Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas dava conta de que a dívida do Estado angolano às empresas portuguesas de construção que operam naquele país já ultrapassava os 500 milhões de euros. O vice-presidente da Associação, Manuel Agria, lembrou à Agência Lusa que a situação se arrastava desde o verão de 2009 e que apesar dos ministro das Finanças angolano ter garantido que os pagamentos seriam regularizados durante o ano passado, tal não se verificou criando dificuldades de tesouraria às empresas portuguesas.

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Apesar de tudo, o mercado da construção civil em Angola continua a mobilizar os portugueses, sugerindo-se soluções criativas para ultrapassar as dificuldades. Na conferência “Construir Angola – Cimentar Parcerias”, que decorreu na AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas), no passado dia 30 de Outubro, Luís Mira Amaral presidente executivo do banco BIC, observou que os cortes orçamentais que o governo angolano introduziu no Orçamento do Estado do ano passado implicam “formas mais imaginativas de investir em infra-estruturas de comunicação, saúde e educação como são as project finance e as parcerias público-privadas” O sector da construção que representa 6% do PIB angolano mantém-se como uma grande

aposta, segundo o economista, lembrando que nos últimos cinco anos, Angola foi a economia que mais cresceu no mundo. MerCAdo ANgolANo CresCe eM iMporTâNCiA Angola é o primeiro mercado não comunitário para as exportações portuguesas e o quarto mercado no que diz respeito ás exportações. Segundo uma análise do jornal i, “o mercado angolano já é o segundo mais importante para as três construtoras cotadas na bolsa”. No caso da Teixeira Duarte, e a partir de dados do terceiro trimestre de 2009, Angola já tinha ultrapassado Portugal em volume de negócios valendo quase 367 milhões, contra os 351 milhões de vendas em Portugal no mesmo período. “Até Setembro, Mota-Engil, Soares da Costa e Teixeira Duarte venderam 2,8 mil milhões de euros e mais de 900 milhões foram facturados em Angola”, adiantava o jornal. Lina Martins, do sector de economia e gestão da AECOPS (Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas), adiantou à Arte & Construção que em 2007, já se encontravam a laborar em Angola cerca de 30 empresas de construção portuguesas, na generalidade de grande dimensão. No entanto, a AECOPS não dispõe de dados relativamente ao número de empresas que estão neste mercado a trabalhar em regime de subempreitada, nem relativamente ao número

de trabalhadores portugueses que o sector emprega. Os dados de 2008 apontavam para um volume de negócios de 1 597,3 milhões de euros realizado neste mercado (e contemplando apenas uma parte das empresas portuguesas a laborar em Angola). Quanto ao volume de novos contratos, ainda segundo a AECOPS, atingia 1 792 milhões de euros. Segundo um documento da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), publicado em Janeiro deste ano, “no domínio do investimento, Angola tem vindo a representar um parceiro cada vez mais importante nas relações económicas de Portugal com o exterior, acompanhando assim as tendências já registadas nas áreas do comércio de bens e serviços”. Os dados relativos a 2008 confirmam o reforço da posição de Angola, ao subir para a quarta posição enquanto receptor de investimento directo português (IDPE), correspondente a uma participação de 5,8% (0,9% em 2004). No âmbito dos PALOP, Angola constituía o principal destino de investimento realizado, representando mais de 80% do total. As principais aplicações do investimento português ao longo dos últimos anos têm sido na construção (61% em 2008), no comércio por grosso e a retalho, e nas actividades imobiliárias, alugueres e serviços às empresas.



IMOBILIÁRIO

ESTUDO WORX

PREÇOS DAS CASAS NOVAS CAEM 10% EM LISBOA TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// Os preços das casas novas em Lisboa baixaram entre 10 a 15% no ano passado, em consequência do ajuste de valores que os promotores tiveram de fazer para compensar a quebra da procura, de acordo com dados do estudo WMarket Review, apresentado a 23 de Fevereiro pela consultora imobiliária Worx.

A

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maior queda pertenceu às habitações do segmento médio/alto, cujo valor está agora nos 3 000 euros por metro quadrado, mas também atingiu algumas casas do segmento de luxo. Mas há casos em que valores dos empreendimentos chegaram mesmo a cair 30%, em zonas como o Parque das Nações, Sete Rios e Lumiar, revelou Joana Fonseca, do departamento de estudos da Worx. Segundo o relatório, as casas com os valores mais altos encontram-se nas zonas históricas e ribeirinhas da capital, onde os novos projectos são maioritariamente de reabilitação ou reconversão. As zonas com mais oferta são o Parque das Nações, Telheiras/Alto dos Moinhos e a Alta de Lisboa. Já nas zonas onde se assistiu a um forte impulso de construções novas, como Parque das Nações, Telheiras/ Alto dos Moinhos e Alta de Lisboa, a tendência é para “decréscimos de preços mais significativos, no sentido de escoar o produto existente”. De acordo com o estudo, em 2010 continuará a assistir-se ao ajustamento dos valores de venda, mantendo-se os níveis de procura registados e prosseguindo a diminuição da oferta,

sendo expectável um aumento do interesse pelo arrendamento e reabilitação urbana, quer por parte da oferta quer da procura. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), só 18% das famílias em Portugal vivem em casas arrendadas, sendo 76% proprietária das habitações. Este desequilíbrio deverá reduzir-se com a crescente dificuldade de acesso ao crédito à habitação. Também o peso das obras de reabilitação urbana é ainda reduzido em relação à construção nova, que continua a ser dominante, apesar da tendência de abrandamento. MAIOR OFERTA DE ESCRITÓRIOS O estudo da Worx indica que o investimento imobiliário foi em 2009 o mais baixo dos últimos oito anos, alcançando apenas cerca de 500 milhões de euros, menos 15% que em 2008 e apenas um terço dos valores investidos em 2006 e 2007. Também o mercado de escritórios se ressentiu da difícil conjuntura económica e finan-


imobiliário

Este ano, a abertura de novos edifícios de escritórios na região de Lisboa deve somar 89 mil metros quadrados, o que é a oferta mais alta dos últimos sete anos. A maioria do novo espaço de escritórios irá concentrar-se no Parque das Nações, a área com a maior taxa de desocupação da capital. A consultora contabiliza 11 novos projectos de escritórios com abertura prevista para este ano. Entre eles incluem-se os mais de 18 mil metros quadrados de dois novos edifícios do Lagoas Park, na periferia de Lisboa, e os 14 mil metros quadrados do Edifício Báltico, no Parque das Nações. Dos 11 edifícios que deverão ficar prontos este ano seis estão nesta zona oriental de Lisboa. Segundo a Worx, 2010 deverá ser "um novo ano de reduzida ocupação de escritórios". No sector de hotelaria e turismo residencial,

verificou-se um decréscimo significativo, tendo-se voltado aos valores de 2005. “Pela primeira vez em cinco anos inverteu-se a tendência de crescimento que se tinha vindo a consolidar ao longo do tempo”. O estudo indica, porém, sinais de dinamismo, quer pelo número de unidades hoteleiras inauguradas em 2009, quer pelos projectos de turismo residencial que continuam a ser anunciados. Segundo o relatório, “a actual conjuntura impõe um repensar do caminho prosseguido até aqui, pelo que se perspectiva que 2010 seja um ano de ponderação no sentido de parar para avaliar, repensar e planear”. Os responsáveis do estudo acreditam que “nem todos os projectos anunciados conseguirão vingar dadas as alterações que a crise actual impôs que, não só se repercutem na retracção actual da procura, mas que terão tendência a perpetuar-se no futuro numa forma diferente de abordagem dos projectos, quer na óptica de utilização, quer na de investimento”. Perspectiva-se, assim, “a manutenção das actuais condições com a oferta a aumentar da-

do o número de projectos em fase avançada de desenvolvimento e a continuação da retracção da procura, o que condicionará os valores de venda, que tenderão por isso a sofrer um ajustamento em baixa”. A Worx adianta ainda a regeneração urbana como uma “ferramenta essencial” para a vivência das cidades. Em 2009, assistiu-se ao ajustamento em baixa dos preços no mercado habitacional “um pouco por toda a cidade mas com maior incidência em zonas em consolidação e com oferta significativa”. “A regeneração urbana mantém os preços elevados, resultado dos custos inerentes a este processo, mas também da própria localização, exclusividade e qualidade das intervenções”. Os consultores esperam que em 2010 se continue a “assistir a uma redução da oferta existente, à manutenção dos níveis de procura registados, do ajustamento aos valores de venda e a um aumento do interesse pelo arrendamento urbano e pela reabilitação urbana por parte da oferta e da procura com todos os benefícios desta situação para a qualificação e vivência urbana”.

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ceira, invertendo o ciclo de crescimento que registava há três anos e com os valores das rendas a ajustarem-se em baixa em todas as zonas da cidade.


Feiras

TekTónica 2010

enFoque na inTernacionalização TexTo de ChAnTAl florenTino

/// De 11 a 15 de Maio, a Tektónica regressa à FIL – Feira Internacional de Lisboa para mais uma edição que, segundo Jorge Oliveira, gestor de feiras, apresentará “um grande leque de novidades”, entre as quais o Tekgreen e o Tekmáquinas.

Arte & Construção - Que novidades traz a Tektónica 2010?

zer à Tektónica cada vez mais compradores internacionais oriundos de todos os continentes.

A que se deve o enfoque na internacionalização?

Jorge Oliveira - Como sempre a Tektónica apresenta em 2010 um grande leque de novidades com especial destaque para a internacionalização e a aposta na inovação e competitividade de novos produtos e soluções para o mercado da construção.

E para o mercado português?

O principal objectivo da Tektónica é apoiar e valorizar os fabricantes portugueses de materiais e equipamentos para a construção, a qualidade da arquitectura e da engenharia nacional e a capacidade de execução das nossas empresas de construção.

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No plano da internacionalização temos vários acontecimentos importantes como o “Portugal Constrói” em co-organização com a AICEP [Associação] e a CPCI [Confederação Portuguesa de Construção e Imobiliário], trazendo a Lisboa decisores e homens de negócios dos países em evidência que são Angola, Marrocos, Argélia, Líbia e Polónia. Numa parceria com o programa Invest med vamos debater questões relacionadas com a eficiência energética e a construção sustentável com a presença de técnicos e empresários europeus e do Norte de África. O já conhecido programa de Hosted Buyers organizado em conjunto com os nossos expositores fabricantes nacionais, continua a tra-

Para o mercado português a grande aposta é o Tekgreen, um subsalão que recebe as melhores propostas para eficiência energética em edifícios, construção sustentável e responsabilidade social na construção. Estas novas preocupações estão intimamente ligadas à reabilitação e requalificação urbana que será um dos temas centrais da Tektónica. Os novos negócios da reabilitação são uma forte esperança para um novo horizonte no mercado da construção. O Espaço Inovação da Tektónica regista já uma grande adesão com produto inovadores capazes de valorizar os novos projectos. Um dos novos subsalões da Tektónica é o Tekmáquinas com um conjunto de actividades para a construção e obras publicas de onde se destaca um grande leilão de máquinas industriais a realizar em parceria com a BCA e que decorrerá na Praça Sony durante o período de realização da Tektónica.

Para que as capacidades das empresas portuguesas possam ser traduzidas numa forte rentabilidade e reconhecimento é fundamental que elas passem fronteiras e tenham projecção nos mercados onde somos competitivos. Embora estejamos atentos a todos os mercados internacionais , a Tektónica está a dar neste momento maior apoio e atenção aos países da CPLP, do Norte de África , do Médio Oriente e Países de Leste. O Norte de África uma das nossas mais recentes apostas tem-se revelado extremamente profícuo em novos negócios para as empresas portuguesas nomeadamente Marrocos, Líbia, Argélia e Tunísia.


feiras

Novidades Para além dos já conhecidos SK - Salão Internacional de Pavimentos e Revestimentos Cerâmicos. Espaço Cozinha e Banho e SIMAC - Salão Internacional de Materiais e Equipamentos para a Construção, a Tektónica disponibiliza novos subsalões. A saber:

Tek Máquinas - Salão de máquinas de movimentação, de elevação e equipamentos para a construção com especial enfoque na actividade das obras públicas. Reabilitação e Requalificação - Sector que irá contar com a presença das principais empresas de construção, gabinetes de arquitectura, gabinetes de engenharia e empresas de materiais de construção, especialmente ligados a esta importante área de negócio que é a reabilitação e a requalificação urbana. Estas são algumas das ofertas que a Tektónica 2010 disponibiliza ao longo de cinco dias, em toda a área de exposição da FIL.

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Tek Green - Salão que integra as empresas no domínio da construção sustentável, eficiência energética em edifícios e responsabilidade social na construção e obras públicas.


Gabinete Jurídico

Mercado iMobiliário eM anGola

Será o paíS daS oportunidadeS ? /// Todos os dias podemos encontrar, nos meios de comunicação social, menções à República de Angola como sendo “o País das Oportunidades”, dado o seu mercado imobiliário de elevado potencial. Será mesmo assim?

N

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ão obstante tratar-se de um mercado num estado embrionário e ainda bastante especulativo são unanimemente reconhecidas as excelentes oportunidades que o crescimento da economia, a descida da inflação e a previsão de crescimento do PIB acarretam para os investidores estrangeiros em Angola. Com efeito, no actual panorama do mercado imobiliário nacional, os promotores/construtores nacionais vêem a internacionalização neste mercado lusófono como uma extensão natural da sua actividade, aproveitando não só a proximidade histórica e cultural (em particular, a língua), como as similitudes no que respeita ao Direito aplicável. Especialistas referem que, para a indústria portuguesa do sector imobiliário, existe uma oportunidade única no mercado angolano, que encerra em si próprio um conjunto de características (como a perspectiva de crescimento sustentado ou o facto de a diversificação da economia criar no-

vas necessidades imobiliárias) que, quando bem percebidas, poderão revelar um excelente retorno. Atenta a crise mundial em que nos encontramos submergidos, a República de Angola destaca-se – e em especial a sua capital Luanda – por ser um mercado em franca expansão e com uma enorme margem de crescimento, sendo apontada como uma excelente oportunidade para os investidores diversificarem as suas carteiras. Em traços gerais, o sector imobiliário Angolano caracteriza-se por uma procura muito superior à oferta, originando margens de rentabilidade significativas. De acordo com estudos recentes, a falta de segmentação e maturidade do mercado de investimento de Angola, leva a yields iniciais da ordem dos 18% a 22% para escritórios, e 16% a 20% para habitação. Não obstante os indicadores de sucesso, não pode olvidar-se que existem entraves ao de-

senvolvimento do sector. Neste âmbito, é forçoso apontar as comunicações existentes e a sua fiabilidade, as infra-estruturas/logística (em especial quando associadas às regiões fora da capital angolana), a escassez de investimentos em saúde e educação, a carência de profissionalização das empresas e de mão-de-obra especializada e a imaturidade do sector financeiro. Também os custos de materiais de construção se apresentam excessivamente elevados, sendo todos os procedimentos sempre burocraticamente complexos. Saliente-se igualmente que apenas agora começa a potenciar-se o segmento da recuperação/reconstrução urbana, bem como a expandir a oferta de produtos imobiliários habitacionais para segmentos mais baixos. É igualmente importante ter em consideração a insegurança jurídica decorrente não só da confusão quanto à titularidade dos direitos


Gabinete Jurídico

Desejável ACoMpAnhAMento e AConselhAMento Ciente da importância que o sector imobiliário (acompanhado dos sectores de construção, do urbanismo e ordenamento do território) tem para o desenvolvimento do país, o Ministério do Urbanismo e Construção Angolano, no âmbito do Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, tem vindo a promover conferências sobre urbanismo e habitação e tem promovido fóruns de apresentação de projectos-lei em matéria fundamentais, como sejam, a mediação imobiliária, o arrendamento urbano e as cooperativas de construção e habitação social. Estes diplomas fazem parte da estratégia

global de implementação do referido Programa, contribuindo para definir, programar e implementar novas construções, infra-estruturas de cidades, bem como proceder à recuperação e reabilitação do património. Simultaneamente, sendo mister que uma ordem jurídica declare, em última instância, o que é lícito ou ilícito, a actualização legislativa, e a adopção de normas jurídicas para áreas que até agora se mantinham desreguladas, permitem antever um aumento da segurança jurídica e, consequentemente, uma diminuição de riscos. Contudo não poderá deixar de salientar-se que, tratando-se de um mercado de oportunidades únicas, mas em ebulição, o acompanhamento e aconselhamento por profissionais, que conjuguem um sólido conhecimento da jurisdição angolana com uma vivência da realidade angolana, se revela não só desejável como necessário.

1 De forma genérica e em primeira aproximação, a cap rate, yield corrente ou simplesmente yield, é o rácio (taxa) que resulta da divisão entre o rendimento anual do investimento e o valor ou preço de aquisição desse mesmo investimento (no imobiliário é constituído pela renda, ou qualquer outra remuneração equivalente, inerente à utilização de um determinado espaço). A cap rate ou yield inicial permite, numa primeira aproximação e de forma expedita, chegar ao valor justo de uma determinada propriedade em função das respectivas rendas.

Ana Sofia Catarino

Sócia da Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados

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fundiários (saliente-se que a maioria da terra é propriedade do Estado, predominando o direito de superfície em vez da propriedade plena), como do peso acrescido que as práticas locais têm sobre o que vem disposto na lei.


DOMÓTICA

COMO TORNAR UMA CASA INTELIGENTE? /// Associada ao conceito de comando e controlo dos diversos níveis de conforto em casa, a palavra “Domótica” ou “Casa Inteligente” passou a fazer parte do vocabulário do português moderno. Mas como é que se consegue tornar uma casa inteligente?

U

m termostato que liga um aquecedor, um atendedor de chamadas que grava uma mensagem quando ninguém está em casa ou um vídeo que começa a gravar à hora programada, são alguns dos automatismos já disponíveis na maior parte das casas, para as pessoas aumentarem o seu conforto e bem estar. No entanto, estes automatismos não são nada, comparados com aquilo que já é possível dispor para se optimizar o conforto, aumentando significativamente o bem estar e diminuindo o esforço (físico e financeiro), salvaguardando-se ao mesmo tempo aspectos cada vez mais imprescindíveis como o da segurança e das comunicações, caminhando-se cada vez mais ao encontro dos conceitos fundamentais da Domótica.

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Por definição, automação refere-se a um sistema ou método pelo qual é possível realizar e controlar eventos sem um pensamento consciente. A automação doméstica (domótica), ou a Casa Inteligente, usa esses princípios aplicados à habitação particular e colectiva. Tornar uma casa inteligente significa instalar sistemas electrónicos capazes de substituir inúmeras operações manuais, mediante determinadas condições lógicas. Esses sistemas devem “decidir” acções automáticas que se traduzem em acções particularmente úteis, do ponto de vista de segurança e conforto na habitação. Com a evolução da electrónica e a gradual sofisticação dos sistemas de alarme, os autó-

matos dedicados a funções de segurança passaram a integrar funções complementares quer ao nível da sua programação, com rotinas de lógica, quer ao nível do “hardware”, como actuar saídas de relé e “aceitar” interfaces de comando com protocolos específicos de domótica.

Assim, quem decide a compra passou a ter a capacidade de compreender além da necessidade de determinados sistemas electrónicos, a sua utilidade na conjectura do seu bem estar doméstico e da sua relativa facilidade de utilização, diária.

A evolução “natural” destes sistemas electrónicos veio proporcionar combinações interessantes e economias de escala significativas ao nível da cablagem, mão-de-obra da instalação e programação e dos equipamentos envolvidos.

Por outro lado, o cliente passou também a ter a capacidade de avaliar o seu “custo/benefício”, pela credibilidade e economias de escala que representa ter numa só entidade, a venda, instalação e assistência aos sistemas integrados instalados. Recorrer a entidades separadas para cada uma das áreas técnicas que compõem a Domótica, torna qualquer orçamento caríssimo e muito complicado quer de instalar, quer de manter.

Hoje um sistema de segurança além da detecção de intrusão, pode perfeitamente integrar a função de controlo de acessos de uma ou mais portas, com cartão e/ou etiquetas de proximidade, detecção de incêndio, detecção de fugas de gás, corte automático do gás e/ou água em caso de alarme técnico, accionamento automático de circuitos de iluminação (quer por programação horária, quer por detecção de presença coincidente com falta de luz), accionamento de aparelhos (termoacumulador, bomba de água, radiadores eléctricos, estores motorizados, etc). CUSTO/BENEFÍCIO PARA O CLIENTE Para o cliente (utilizador) esta evolução tornou exequível determinadas aplicações e acessíveis os seus consequentes benefícios que de outra forma, quer por uma questão de custos, quer de oportunidade de instalação, estariam totalmente fora de questão.

Com a integração nos sistemas de alarme de funções complementares, passou a ser possível desenvolver uma abordagem técnico / comercial diferente e diferenciada no mercado específico da segurança electrónica. Passou-se a diferenciar as propostas por áreas de aplicação (vivendas, apartamentos, lojas, escritórios, etc.) e a integrar nelas, soluções técnicas especiais, com valor acrescentado especificamente para cada delas. Por exemplo nas vivendas, passou a fazer sentido pensar-se num ou mais circuitos de iluminação de segurança, a serem comandados pelo sistema de alarme, conforme as situações, a instalar-se uma electrovalvula de gás e de água e integrar os alarmes técnicos na alarmística do sistema, assim como dotar de-


domótica

sisteMA de segurAnçA doMéstiCA

O desenvolvimento das telecomunicações, quer móveis quer fixas, veio também proporcionar novas formas de interagir com os sistemas de alarme e consequentemente com os restantes sistemas integrados. Assim passou a ser “banal” usar um telemóvel para ligar / desligar um alarme remotamente, assim como accionar uma saída do alarme para executar uma função complementar. O custo implícito nesta acção complementar é irrisória, pois aproveita todos os componentes do alarme (comunicador telefónico, automatismo de comando, etc.) e até a sua forma de utilização. Sistemas que acendem as luzes assim que o dia começa a escurecer proporcionam conforto, mas também segurança, uma vez que deixa a impressão de que a casa parece ocupada. Se não quiser deixar nenhuma margem de dúvida na mente do ladrão, poderá até instalar um sistema de simulação de presença. Esta tecnologia fará com que, aleatoriamente, as luzes se apaguem e acendam em quartos diferentes e que os estores desçam e subam, como se estivesse gente em casa. Ao nível do reporte automático das ocorrências, passou a ser possível todas as formas de reporte, podendo o sistema aferir qual o meio que deve utilizar, mediante a sua disponibilidade, ou seja, pode por exemplo tentar primeiro comunicar por telefone (analógico ou ADSL) e caso a linha esteja cortada, comutar automaticamente para GSM e assim garantir que o sinal de alarme chega ao seu destinatário. Como reporte alternativo e/ou complementar, pode também enviar uma mensagem para um endereço de mail e incluir as imagens de uma câmara associada ao espaço em alarme. Assim, a base de um sistema de segurança doméstica avançado passou a ser uma central de Domótica, capaz de comandar centenas de pontos, estando preparado para receber e

enviar ordens para comandar qualquer grupo de luzes (jardim, fachada, e/ou circuitos de iluminação de segurança) e/ou aparelhos (ar condicionado, aquecimento central, bomba de água, portão de garagem, etc). A comunicação para qualquer dos pontos a comandar pode ser feita por cabo (BUS de comunicações próprio) e também pela rede eléctrica já existente, o que torna estas soluções muito interessantes para casas já construídas, uma vez que não é preciso partir paredes nem passar cabos para por em prática a maior parte das soluções pretendidas. É por isso que na actual conjectura do ramo da construção, a Domótica surge como o maior e melhor valor acrescentado das promoções imobiliárias, sendo as soluções dimensionadas e custeadas mediante o alvo pretendido, tal como acontece com outros ramos de actividade comercial. Com especial aplicação justificada nas vivendas, a Domótica aplica-se “à escala” em apartamentos, pequenos escritórios e lojas, sendo inúmeras as hipóteses de escolha, não só ao nível das marcas como também no grau de integração e interacção entre sistemas. Tecnicamente, desde o cão electrónico ao comando das principais funções na casa via mensagens escritas de um telemóvel, “quase tudo” é possível. É evidente que quem decide é o cliente e deve ser o projectista o primeiro a “abrir” o campo das hipóteses ao seu cliente. Por sua vez o projectista deve ter ligado a si uma empresa que seja capaz de propor e viabilizar tecnicamente as soluções a instalar. A “vontade” do cliente é moldada pelo projectista e assessorada pela empresa integradora dos sistemas, que globaliza e integra as soluções, não perdendo de vista a aceitação do nível de sofisticação, por parte do cliente, uma vez que é ele (e o seu agregado familiar) que deverá interagir diariamente com os diversos sistemas.

facilita o controlo e a gestão dos trabalhos, assim como a posterior assistência técnica pós-venda ao cliente final. FunCionAlidAdes espeCiAis Eis algumas das funcionalidades das principais instalações técnicas especiais que integram a área da Domótica: • a bi¬funcionalidade dos detectores de presença (de segurança, quando o alarme está ligado e de iluminação, quando o alarme está desligado) • O controlo automático das luzes exteriores: o circuito de iluminação de decoração da vivenda e os circuitos de iluminação de segurança, • a simulação de presença • Os alarmes técnicos (gás, água e fogo) com corte automático do circuito de gás e/ou de água • o telecomando integrado dos aparelhos de TV, vídeo e Hi¬-Fi, luzes (candeeiros, focos) e aparelhos (como por exemplo: estores motorizados) • o reporte automático de determinados eventos para vários números de telefone fixo e/ou móvel • as tele¬acções por telefone e/ou telemóvel (accionar ou desligar remotamente o alarme, aquecimento ou o ar condicionado, a rega ou um grupo gerador) • a ligação parcial do alarme (para permitir circular em casa com os principais acessos protegidos) • o circuito fechado de câmaras de vídeo vigilância (e a sua interligação ao circuito de TV) Este é o conceito de Casa Inteligente, que o comum dos utilizadores procura e tem dificuldade em encontrar.

O facto por si só de uma “casa inteligente” resultar da integração de várias empreitadas técnicas (domótica), representa significativas economias de escala quer ao nível do equipamento, quer ao nível da mão-de-obra da sua instalação, que se reflectirão no valor dos orçamentos a apresentar. Por outro lado, o dono de obra beneficia logo à partida pelo facto de ter um único interlocutor para as instalações técnicas especiais, o que

Alexandre Chamusca

Engenheiro de Telecomunicações e Electrónica Tema desenvolvido e adaptado a partir do livro técnico do mesmo autor: “A inteligência que se instala” , editado pela Ordem dos Engenheiros

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terminados detectores de movimento de uma dupla funcionalidade: de segurança se o alarme estiver ligado e de detecção de presença para accionamento automático de uma luz ou grupo de luzes, se o nível de luminosidade não for suficiente e for detectado movimento no local.


EmprEsas

TEndências E cor

cin anTEcipa

“rETorno dE valorEs sEguros” TexTo de ChAnTAl florenTino

/// Para comemorar o 10º aniversário do lançamento do catálogo Tendências de Cor, a CIN trouxe a Portugal vários peritos em tendências e cor que, numa conferência, intitulada “Manuseamento da Cor”, revelaram que 2010 vai ser marcado por um “retorno a valores seguros” e “um forte revivalismo de criatividade e alegria como resposta ao desejo de fuga face ao período de recessão económica”.

P

ara comemorar o 10º aniversário do lançamento de Tendências de Cor, a CIN organizou, no dia 23 de Fevereiro, a conferência “Manuseamento da Cor”, que contou com a presença de Céline de Azevedo, responsável pelo Design de Cor do Grupo CIN e de duas referências internacionais na área de tendências: Emanuelle Linard e Justine Fox.

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Um histórico de cor de 10 anos da CIN, permite a Céline de Azevedo “observar, ano a ano, como evoluem as tendências” e, com a ajuda de publicações especializadas e de visitas a feiras de design, criar novas cores e conceber novas tendências para o Grupo. O novo catálogo de tendências da CIN está “muito ligado ao contexto económico”, explicou a designer. Nesta palete com 30 novas cores e novas combinações é perceptível “um retorno aos valores seguros”, que tenta amenizar o sentimento de incerteza que vivemos hoje em dia. Aí pode-se encontrar seis temática de cor distintas: Natural, Atmosphere, Ecofuture, New Classic, Mystery e Creation. Emanuellle Linard, directora executiva do atelier Edelkoort de Nova Iorque, considera que este ano “reserva-nos um forte revivalismo de

criatividade e alegria como resposta ao desejo de fuga face ao período de recessão económica”. E acrescenta: “a marcar a agenda estão também uma maior conectividade e um maior sentido de comunidade”. Justine Fox, editora da secção de Materiais da revista Mix e presença assídua em exposições de design, falou sobre o impacto das cores da nossa vida e como cada a energia de uma delas pode influenciar o nosso estado de espírito. Para esta especialista em cor, 2010 vai ser marcado pelo “azul e todas as suas variantes, o que reflecte igualmente num suave refrescar do espectro para este ano”. Para além de ser o local da conferência, o International Design Hotel, em Lisboa, foi parte integrante das comemorações do 10º aniversário do lançamento de Tendências de Cor. A CIN organizou um percurso onde foi possível visitar mais de 12 quartos decorados por autores e marcas portuguesas e internacionais nas áreas de moda, design gastronomia, arquitectura e design, com é o caso de Maud Vantours, chef Igor Martinho, arq. José Adrião, Luís Stofell, Rodrigo Bettencourt, o arq. Pedro Gadanho, entre outros.

Céline de Azevedo, responsável pelo Design de Cor do Grupo CIN


MCe – Mostra Convegno expoCoMFort

Feiras

reCorde de visitantes batido TexTo de ChAnTAl florenTino

/// Ao alcançar mais de 157 447 visitantes profissionais , a MCE – Mostra Convegno Expocomfort bateu o recorde de sempre e, confirmando as expectativas dos organizadores, renovou o seu optimismo na recuperação do mercado.

M

ais de 157 000 visitantes profissionais percorreram os corredores da 37ª edição da MCE – Mostra Convegno Expocomfort, uma feira que, anualmente, reúne oferta de produtos e serviços nos sectores do aquecimento, frio, água e energia, permitindo bater o seu próprio recorde de visitas. A edição de 2010 contou com os conhecidos espaços ExpoBagno, totalmente dedicado ao universo das casas de banho, e Next Energy, que concentra os expositores ligados às energias renováveis e eficiência energética. Para a organização, o Next Energy representa a “essência da filosofia MCE ao antecipar as novas tendências do sector e criar oportunidades de crescimento”.

Ao longo de 325 000 metros quadrados, mais de 2 300 expositores mostraram as novidades em produtos e serviços, dos quais 900 oriundos de países que não Itália. O aumento da presença estrangeira deveu-se sobretudo à crescentes presenças de expositores provenientes da Turquia, dos Estados Unidos da América e Países de Leste e do Mediterrâneo. Portugal marcou presença na MCE através de nove expositores: Amtrol – Alfa, Duofil, Energie Est, Heliroma Plásticos, Karibaport, OLI, Opneplus, Pextube e Plimat, pode ler-se no catálogo dos expositores publicado pela organização.

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De acordo com Massimiliano Pierini, director da MCE, foram aqui “encontradas impor-tantes oportunidades de negócio com uma forte participação de compradores internacionais, que dão um sinal positivo à empresas italianas da industria mecânica que geram 50% do seu volume de negócios nas exportações”. O responsável acrescenta ainda que a MCE “é encarada como um ponto de referência fundamental para o mercado de ar condicionado doméstico e industrial”.


NOTÍCIAS

NO PAÍS

PRAZOS DE LICENÇAS DE CONSTRUÇÃO DUPLICADOS O Governo duplicou os prazos das licenças de construção, permitindo que as “empresas prolonguem no tempo a execução das escassas obras que ainda têm em curso”, avança a AECOPS. Ainda de acordo com a Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços, o regime excepcional de extensão de prazos consagrado no decretolei nº26/2010 de 30 de Março aplica-se “quer àqueles que já estão em curso no momento presente quer àqueles cuja contagem se iniciar nos próximos 90 dias”. Significa que, através de um requerimento, é possível dobrar o prazo de execução da obra, mesmo no caso de ser uma obra faseada. O mesmo se aplica aos prazos de caducidade e aos prazos para apresentação do requerimentos de emissões dos títulos de operações urbanísticas previstos nos artigos 71 e 76 do decreto-lei nº 555/99. A AECOPS espera agora que “o acolhimento desta pretensão [...] no que concerne às licenças de construção seja também acompanhado em breve pelo alargamento do prazo de isenção do IMI relativamente aos imóveis que as empresas têm em stock e que não conseguem escoar”.

250 MILHÕES DE EUROS EM FUNDO DE APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO O governo aprovou a criação do Fundo de Apoio à Internacionalização e Exportação destinado a apoiar operações de desenvolvimento das PME portuguesas exportadoras e outras que queiram iniciar processos de exportação para mercados estrangeiros. Em reunião de Conselho de Ministros, ocorrida de 1 de Abril, foi atribuído um total de 250 milhões de euros para que se consiga “aumentar a capacidade das empresas exportadoras e o número de empresas que exportam; aumentar o valor acrescentado e o nível tecnológico das exportações; diversificar os mercados geográficos”, refere o governo. Com este aopio será possível também reforçar “os capitais necessários à internacionalização, permitindo nomeadamente: a participação no capital de empresas que promovam as exportações nacionais; e a subscrição de títulos de dívida, ou concessão directa de crédito, ou garantias a empresas ou consórcios de empresas portuguesas”.

CÂMARA MUNICIPAL DE GAIA COMPRA CASAS PARA ARRENDAR

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AECOPS: 2010 COMEÇA MAL PARA A CONSTRUÇÃO “Quadro desanimador” é como a AECOPS (Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas) qualifica o “desempenho do sector da construção durante os meses iniciais de 2010”. “Com uma quebra no consumo de cimento de cerca de 5% nos dois primeiros meses do ano e um aumento, no final do mês de Janeiro, de 49% no número de desempregados da construção inscritos nos centros de emprego, face a um ano antes, a produção deste sector de actividade mantém-se a um nível muito inferior ao desejado”, lêse na análise de conjuntura regional de Março da AECOPS. Por seu turno, o mercado residencial “mantém um fraco dinamismo e perspectivas de evolução futura fortemente desfavoráveis”. A Associação ressalva, porém, que ainda não estão “disponíveis valores do licenciamento já emitido pelas câmaras municipais durante o corrente ano”. “A estagnação deste mercado tem sido, aliás, uma das principais causas do forte aumento do desemprego com origem na construção” lê-se no documento. A apreciação da actividade global é bastante desfavorável (resultado médio, até Fevereiro, de -38%), sobretudo no que respeita à actividade de construção residencial: “saldo de menos 53% na questão associada, em termos médios nacionais, face a menos 51% em 2009 e menos 37% em 2008”. “Uma das principais condicionantes deste segmento, as vendas de fogos, recolheu opiniões muito negativas em todo o país, mas revelase particularmente preocupante para os empresários do Centro (resultado de -85%, até Fevereiro)”.

A Câmara Municipal de Gaia quer comprar casas penhoradas aos bancos para apoiar famílias de classe média em dificuldades económicas, conseguindo assim incentivar o arrendamento social e acautelar a construção nova, avança o Diário Económico. As habitações serão destinadas a famílias que perderam casa como resultado da actual conjuntura económica e não conseguem fazer face aos preços praticados no mercado. Para fomentar esta medida, a autarquia conta com o apoio de programas governamentais desenvolvido pelo IHRU – Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, como é o caso da Porta 65.


NO PAÍS

NOTÍCIAS

NUNO TEOTÓNIO PEREIRA DÁ NOME AO AUDITÓRIO DA OA Auditório Nuno Teotónio Pereira é como se vai chamar o auditório da sede da Ordem dos Arquitectos (OA), uma homenagem que pretende assinalar o “o relevante papel associativo do arquitecto desde o 1º Congresso Nacional de Arquitectura, em 1948”, e a “ampla dedicação à defesa do papel social e do pleno reconhecimento público da profissão de arquitecto em Portugal”, comunicou recentemente João Belo Rodeia, presidente da OA. Na mesma 39ª Reunião Plenária do Conselho Directivo Nacional, foi deliberado atribuir o nome Keil do Amaral à Biblioteca do EdifícioSede da OA.

As recentes alterações ao Regime Jurídico da Urbanização e Edificação poderão conduzir à construção clandestina e, simultaneamente, colocar em causa a segurança das pessoas e do parque edificado. Esta é a conclusão a que chegou a AECOPS – Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços por considerar reprováveis as disposições do diploma relativas à certificação e inspecção das instalações eléctricas e de gás que, agora, “deixam de ser verificadas por entidades externas aos municípios quando a respectiva execução seja acompanhada por termo de responsabilidade subscrito por técnico legalmente habilitado”. Embora satisfeitos com alguns aspectos do diploma, nomeadamente a simplificação e desburocratização do processo administrativo, a Associação considera que esta mudança “desregulamente o que não pode ser desregulamentado, o que obsta ao exercício ilegal da actividade da construção e o que garante a segurança do parque edificado, das pessoas e dos bens”. “Com a ausência de qualquer controlo prévio ou de certificação das instalações de gás e de electricidade, o Decreto-Lei nº 26/2010 dá como certo o fomento da construção clandestina e a realização de obras por quem não se encontra devidamente habilitado para o efeito, ou seja, por quem não é detentor de título de registo ou de alvará para o exercício da actividade de instalador de gás ou de electricidade, a qual tem de obedecer a regras técnicas de grande complexidade”, pode ler-se no documento.

O Presidente da República promulgou, na terça-feira, o diploma que aprova as bases de concessão do troço ferroviário de alta velocidade Poceirão-Caia. O comunicado do Palácio de Belém nota, porém, que Cavaco Silva ainda fica com algumas dúvidas sobre o projecto. “Tendo em atenção a dimensão do investimento em causa, sempre o Presidente da República considerou de crucial importância que a decisão de avançar com o projecto estivesse suportada em estudos independentes que comprovassem, na medida do razoável, a viabilidade do projecto no actual quadro económico-financeiro. Embora as informações recebidas não esclareçam todas as dúvidas, o Governo comunicou que irá proceder à certificação por entidade independente da última análise custo-benefício realizada sobre este projecto”, lê-se na nota. O ministro das Obras Públicas reagiu, destacando a importância da Alta Velocidade para a dinamização da economia portuguesa. Em declarações ao Económico, António Mendonça diz que a promulgação das bases de concessão do TGV representa um novo rumo no projecto de alta velocidade em Portugal e afirma estarmos “agora aptos a concretizar a assinatura do contrato e a proceder ao arranque das obras no terreno, que espero que ocorra muito rapidamente".

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AECOPS CONTESTA ALTERAÇÕES AO RJUE

CAVACO PROMULGA CONCESSÃO DA ALTA VELOCIDADE


NOTÍCIAS

NO PAÍS

ESPECIALIZAÇÕES DA OE VÃO A VOTOS Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, convocou para 17 de Junho as eleições para o triénio 2010-2013 das Comissões Executivas das Especializações de Direcção e Gestão da Construção; Energia; Engenharia Acústica; Engenharia Alimentar; Engenharia de Climatização; Engenharia e Gestão Industrial; Engenharia Sanitária; Estruturas; Geotecnia; Hidráulica e Recursos Hídricos; manutenção Industrial; Segurança; Telecomunicações; e Transportes e Vias de Comunicação. De acordo com a convocatória, as candidaturas dirigidas ao bastonário devem ser apresentadas em listas na sede nacional da Ordem dos Engenheiros até dia 14 de Maio de 2010, designando o coordenador, o coordenador adjunto e mais três a cinco elementos para a constituição da Comissão Executiva. A lista de candidatura deve ser acompanhada de um Plano de Actividades a desenvolver durante os três anos de mandato.

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TRIENAL DE ARQUITECTURA LANÇA CONCURSO INTERNACIONAL “A House in Luanda: Pátio and Pavillion” é o nome do concurso internacional lançado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa. O intuito do concurso é, de acordo com os promotores, “conceber uma habitação unifamiliar de construção radicalmente barata para Luanda, cidade sujeita a uma enorme pressão demográfica e num processo intenso de transformação, adaptada às condições culturais, económicas e sociais do lugar”. Será seleccionada a proposta que melhor conceba um protótipo de unidade familiar que origine, com um baixo custo de um agregado familiar de sete a nove pessoas (pais, três filhos e dois avós ou pais, cinco filhos, dois avós), num terreno de topografia plana, situado no perímetro de Luanda. As maquetas dos 30 projectos finalistas serão apresentadas da exposição no Museu da Electricidade, entre 28 de Outubro de 2010 e 16 de Janeiro de 2011.

PRÉMIO PRITZKER PARA SEJIMA E NISHIZAWA Os arquitectos japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa foram distinguidos na segunda-feira com o prémio Pritzker, o mais importante galardão de arquitectura mundial. No seu anúncio, o júri elogia os dois arquitectos, parceiros na agência SANNA, por criarem estruturas luminosas que se integram harmoniosamente com a paisagem circundante, destacando o edifício Christian Dior, em Tóquio, o pavilhão de vidro do Museu de Arte de Toledo e o novo Museu de Arte Contemporânea em Manhattan (Nova Iorque). Portugal encomendou-lhes o projecto da estrutura Serralves 21, que será um pólo multifuncional, para alargar o espaço das colecções da Fundação. “As construções de Sejima e Nashizawa dão a ilusão de serem simples”, sublinhou o júri. É a quarta vez que arquitectos japoneses ganham o prémio, a segunda que vence uma mulher e o terceiro Pritzker atribuído a duplas. A cerimónia de entrega do prémio ocorrerá a 17 de Maio, no porto de Nova Iorque.

SIZA VIEIRA NA ACADEMIA AMERICANA DE ARTES E LETRAS O arquitecto Siza Vieira foi nomeado membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras. O título será recebido pelo arquitecto portuense numa cerimónia que ocorrerá a 19 de Maio, em Nova Iorque, Estados Unidos da América. O japonês Fumihiko Maki foi o outro arquitecto escolhido pela academia de 112 anos como membro honorário da categoria de artistas estrangeiros.


NO MUNDO

NOTÍCIAS

CIMLOP É OFICIAL

CONSENTINO CHEGA À ÁUSTRIA E REFORÇA PRESENÇA EM FRANÇA Com um investimento de cinco milhões de euros, a Cosentino inaugurou, em França e na Áustria, dois novos centers com espaços para exposição dos materiais, show-room, escritórios, e aulas de formação para arquitectos, decoradores, interioristas, marmoristas e outros. No Cosentino Center de Viena, o primeiro da empresa em território austríaco, está equipado com os escritórios, o show-room e o armazém com capacidade 25 000 m2 e uma equipa de sete pessoas. Em Lion, o segundo center Cosentino em França, conta com uma superfície de 1 916 m2, uma capacidade de armazenar superior a 20 000 m2 e uma equipa de oito pessoas. “Com a abertura desta nova filial e do segundo centro em França, pretendemos consolidar a nossa estratégia de expansão na Europa, mediante a instalação de centros próprios, que nos permitem estar mais próximo dos nossos clientes, e prestar um melhor serviço com a máxima qualidade”, explicou Francisco Martínez-Cosentino, presidente do Grupo Cosentino.

A assinatura do acordo de princípios para a criação da CIMLOP – Confederação do Imobiliário dos Países de Língua Oficial Portuguesa pela APEMIP( Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal) e AICCOPN (Associação do Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) aconteceu no dia 25 de Março no decorrer do seminário da APEMID (Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal) realizado no âmbito da Imobitur - Feira do Imobiliário, promovida pela Exponor. Presente nessa ocasião, António Mendonça, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, aproveitou para comunicar que o governo está a criar um grupo de trabalho para dar resposta aos problemas do sector da construção e do imobiliário. A fundação da CIMLOP resultou; entre outros, de um esforço da APEMID que viajou até ao Brasil e Angola em busca do “o apoio concreto de importantes instituições”.

OPWAY ANGOLA NA 1ª FASE DO MUXIMA PLAZA

Anantolium Bursa é o mais recente centro comercial projectado pela CPU-Retail Architects, uma empresa de concepção e desenvolvimento de centros comerciais que integra o grupo português CPU Consultores. Com inauguração prevista para este semestre, o Anantolium Bursa tem 80 mil metros quadrados de área bruta locável e é o primeiro centro comercial do grupo turco Maya Holding, promovido em parceria com o grupo imobilário Françês Corio. Para o arquitecto Pedro Romão, director-geral da CPU Retail Architects, “o conceito do Anatolium Bursa Shopping Center visa uma integração natural com a envolvente, permitindo, juntamente com as áreas exteriores, contribuir para uma expansão sustentada da cidade”. O conceito interior do centro comercial encontra inspiração na Rota da Seda e pode ser visto desde “o casulo, passando pelo tear, representado pelo pórtico, até aos padrões de tecidos e tapetes apresentados na área da praça da restauração”.

A 1ª fase de execução do Muxima Plaza, um empreendimento integrado de habitação, escritórios e zona comercial, localizado em Luanda, foi entregue à OPWAY Angola, uma joint-venture formada pelo Grupo ESCOM e pela OPWAY Engenharia. Representando um investimento de 25 milhões de euros, a 1ª fase do empreendimento engloba a construção da estrutura das quatro caves enterradas e quatro edifícios: um de habitação com 24 pisos acima da cota de soleira e o piso 0 de comércio, outro de escritórios com 14 pisos acima da cota de soleira e um piso 0 de comércio e dois edifícios de escritório e comércio com seis pisos acima da cota de soleira, explicam os responsáveis em comunicado. Para a construtora portuguesa, “a adjudicação desta empreitada representa um passo importante na estratégia da OPWAY Angola ao permitir reforçar a aposta da empresa numa das áreas que apresenta maior potencial de crescimento neste país: o sector imobiliário”.

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CPU DESENHA CENTRO COMERCIAL TURCO


Tel: 218 650 070 . Fax: 218 650 079




empresas

Finupe pavimenta ediFícios espace e explorer

illico oBras investe na mediação Mediação de obras é o mais recente serviço apresentado pela illiCO Obras em Portugal. Através do site, telefone ou mesmo pessoalmente numa loja, o cliente solicita à illiCO Obras orçamentos para as obras que pretende fazer e, num “prazo de cinco a dez dias”, terá uma resposta com “os melhores orçamentos, a preços mais justos”, garante a empresa. Com este novos serviço, “o cliente apenas se preocupa em falar com a pessoa que trata de todos os orçamentos necessários e no final pode escolher o que mais lhe agradar”, seja o objectivo “remodelar apenas uma parte da casa, construir ou reconstruir tudo de novo”, sublinha a rede de franchising nascida em França. Fernando guedes de oliveira à Frente da sonae sierra Desde 1 de Abril que Fernando Guedes de Oliveira assumiu o cargo de CEO na Sonae Sierra, substituindo Àlvaro Portela na coordenação global das actividades e pela estratégia da empresa, a par da supervisão directa sobre as áreas de Comunicação Corporativa, Recursos Humanos, Sustentabilidade e Marketing & Inovação. Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Fernando Guedes de Oliveira está ligado à Sonae Sierra desde 1991, tendo passado a integrar o Conselho de Administração da Sonae Sierra como director executivo, responsável pela Expansão, Desenvolvimento, Concepção e Arquitectura de Centros Comerciais na Europa, em 2000. De acordo com o comunicado da empresa, a escolha de Fernando Guedes de Oliveira foi “natural, dado o seu perfil, conhecimento do sector e a sua vasta experiência na empresa”.

paço investe 13 milhões de euros na reaBilitação Com 13 milhões de euros, a Paço, empresa de promoção e reabilitação imobiliária, recuperou três edifícios nas Avenidas Novas, Lisboa, mantendo “a traça original do edifício” e apostando numa “criteriosa selecção de materiais, com óptimos acabamento e pormenores que marcam a diferença em termos de qualidade e conforto”, asseguram os responsáveis em comunicado. Para além do estacionamento e áreas de luxo, os três edifícios surgem com configurações T3+1, no caso do Avenida 258, e fracções T2 e T3, nos Avenida 248 e 215. De acordo com Eduardo Moser, responsável da empresa, “a determinação da Paço em contribuir para a reabilitação de Lisboa, através da criação de habitação de qualidade faz com que a escolha dos imóveis e da sua localização sejam uma das questões de maior relevância, dando preferência ao património interesse para a arquitectónico com mais cidade”.

KnauF insulation e BaracK oBama juntos pela eFiciência energética Mark Andrews, director geral da Knauf Insulation USA, e Joey Viselli, vice- director de marketing, reuniram-se com Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América para “para falar sobre a legislação pendente, mesmo antes do seu discurso sobre este tema, que passou na televisão de âmbito

nacional”, avança a empresa. A reunião aconteceu sob o abrigo do programa Homestar que visa “criar emprego e promover a eficiência energética nos Estados Unidos a partir de um plano de incentivos oferecido pelo governo”, refere a Kanuf Insultion.

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A Finupe colocou 11 mil metros quadrados de pavimentos sobreelevados nos edifícios lisboetas Espace e Explorer, da Bouygues Imobiliária. Esta empresa nacional especialista de mercado no fabrico, comercialização, instalação e manutenção de Access Solutions, assegura que, ao escolher as suas soluções, a Abrantina, construtora do Grupo Lena, “garantiu que estes edifícios cumprem os mais exigentes requisitos técnicos de um espaço de escritórios moderno”. Da responsabilidade do atelier de Mário Sa Kay, os dois edifícios têm uma área total de 15 mil metros quadrados.


EMPRESAS

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

TAFIBRA APOSTA NOS RECICLADOS TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// A certificação e a consciência ambiental foram os destaques de uma visita à fábrica da Tafibra de Oliveira do Hospital, a 2 de Março. Denunciador da política ambiental da unidade é o facto de 40% da matéria-prima utilizada, para a produção de painéis de aglomerado de madeira, pertencer ao grupo dos reciclados.

A

unidade fabril que é, segundo o director de marketing ibérico da Tafibra, Pedro Figueira, “a estrela em Portugal”, tem uma capacidade de produção anual de 450.000 metros cúbicos de aglomerado e de 325.000 metros cúbicos de painéis revestidos.

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Esta unidade “é um dos melhores exemplos no país e na Península Ibérica”, afirmou este responsável. Tem uma “área total de 142.678 metros quadrados, dos quais 37.603 metros quadrados são área coberta”, acrescentou o responsável desta unidade, Luís Santos. Os aglomerados de partículas de madeira Tafipan são produzidos numa linha contínua, ao passo que as placas decorativas Tafilam são produzidas em quatro linhas de produção. “Ambos os produtos incorporam uma percentagem muito significativa de madeira reciclada pré e post-consumo”, explicou. De acordo com Luís Santos, desde 2009, 38% da matéria-prima utilizada na Tafibra per-

tence ao grupo dos reciclados, existindo a perspectiva de nos próximos anos atingir os 60%.

CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS DE BASE FLORESTAL

A vertente ambiental foi uma das mais destacadas pelos responsáveis durante a visita guiada à comunicação social, dando ênfase à “crescente tomada de consciência face à adopção de um consumo responsável por parte dos vários agentes da cadeia de valor dos produtos”.

A laborar desde 1968, a produção diária de então (70 m3) corresponde a 1h15m da produção actual. Em 2008, foi instalado um novo gerador de gases quentes, que “permitiu reduzir as emissões de CO2 em dez mil toneladas, o que equivale à poupança de 2200 automóveis por ano, a fazer 30 mil quilómetros”, assegurou Pedro Figueira.

“O uso de madeira reciclada na produção de painéis de aglomerado de madeira, em substituição de madeira em rolo, representa também um contributo fundamental para a gestão ambiental, já que, por um lado, prolonga o ciclo de vida da madeira, mantendo nela sequestrado o carbono que, de outra forma, seria libertado na atmosfera sob a forma de CO2 e, por outro lado, contribui directamente para a redução do número de árvores abatidas, desempenhando assim um importante papel na gestão florestal sustentável”.

Esta unidade fabril detém a certificação FSC – Cadeia de Responsabilidade (CdR) de Produtos de Base Florestal atribuída pelo FSC – Forest Stewardship Council, desde 2009. Esta certificação “aplica-se a indústrias ou agentes que transformam e/ou vendem produtos florestais, como serrações, fábricas de aglomerados de madeira ou de pasta e papel, carpintarias, fabricantes de móveis, etc, e tem como objectivo promover a gestão florestal sustentável, salvaguardando as funções ambientais, económicas e sociais das florestas”.

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RECURSOS HUMANOS

A JUSANTE DA OBRA /// A relação entre as empresas de materiais de construção e os prescritores assume maior relevância no plano estratégico das organizações.

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Parte significativa do trabalho de consultoria passa pela identificação de perfis conhecedores destes canais e com experiência na prospecção e negociação com esse tipo de clientes. Sem dúvida, a primeira aposta de qualquer administração de empresa que almeje uma rápida entrada no mercado e maior eficácia de retorno. A unidade conta actualmente com 185 colaboradores. No entanto, desde há algum tempo, temos recebido solicitações de empresas do sector, relativamente à pesquisa de profissionais orientados para um outro segmento de vendas, claramente diferenciado dos mencionados. Não basta a presença junto da revenda e da obra. É necessário que exista um profissional que desenvolva o mercado da prescrição, assumindo papel de relevância, no desenvolvimento da marca a jusante da construção. QUEM SÃO E QUAL O SEU PAPEL? Os prescritores (arquitectos, engenheiros,

designers e outros) que delineiam o projecto, são quem define a utilização dos materiais a serem usados na construção. São eles, que colocam no Caderno de Encargos a marca X em vez da marca Y. Responsabilidade significativa quando temos conhecimento que num processo de concepção de um projecto arquitectónico deverá ter-se em linha de conta o desempenho do edifício e sua durabilidade. Efectivamente, quando detectadas anomalias motivadas por erros de projecto, que, por sua vez, resultam em erros de concepção e na prescrição de material inadequado, o prescritor assume um papel de relevo em todo o contexto. Deste modo, é importante que este tipo de cliente tenha a possibilidade de estar próximo de profissionais qualificados de empresas de materiais de construção que saibam colocar à sua disposição o produto mais adequado às características da obra em causa. Com este poder de decisão, torna-se rapidamente compreensível a importância deste tipo de cliente no sector dos materiais de construção. QUE PROFISSIONAL PARA ESTE CANAL? A resposta a esta questão passa sempre por, idealmente, contratar um profissional que não será um vendedor, mas um consultor técnico junto do Prescritor. Assumirá funções de pro-

Marco Arroz

Consultant – HAYS Recruiting experts worldwide

moção do catálogo da sua empresa adequada ao projecto em si. A sua perspectiva não será claramente de um vendedor puro, mas terá de alcançar a introdução da sua marca no Caderno de Encargos. Contudo, a tarefa não acaba na adjudicação. Há que acompanhar todo o projecto em obra e assegurar que tudo é aplicado conforme previsto. Efectivamente, trata-se de uma actividade comercial considerada ingrata pelos próprios promotores de prescrição, em termos de demora no retorno e de avaliação da sua actividade. Estamos perante uma relação a longo prazo, que passa por um trabalho de “paciência” e de trabalho em conjunto com os Gabinetes que poderá demorar anos para apenas um projecto específico. Não sendo o canal de vendas prioritário na grande maioria das empresas do sector, é sem dúvida um segmento a ter em linha de conta aquando o planeamento estratégico. Marcar presença junto deste canal significa estar no início e não a montante, quando quase tudo já está definido.

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C

omo sabemos, qualquer empresa de materiais de construção assume canais de vendas diferenciados ajustados aos seus produtos, tipologia de aplicação, assim como de cliente final. Deste modo, a revenda, o construtor ou a grande distribuição representam vias de escoamento dos produtos, consumindo totalmente os técnicos comerciais afectos a esses canais.


agenda

nacional

CertifiCação de Medição e VerifiCação Curso lisboa; 3 e 4 de maio EVO - Efficiency Valuation Organization; www.evo-world.org

JurídiCo de Gestão de resíduos de Construção e deMolições Acção de formação lisboa; 12 de maio AECOPS - Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços; www.aecops.pt

maio

ConferênCias@deC No dia 5 de Maio, o Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil da Associação Académica de Coimbra promove o último evento do ciclo de Conferências@DEC do ano, desta vez dedicado a “projectos desenvolvidos por empresas portuguesas em Portugal e no estrangeiro, nas várias áreas da engenharia civil”.

reneXPo PortuGal - feira e ConferênCia internaCional de enerGias renoVáVeis e efiCiênCia enerGétiCa De 13 a 15 de Maio, o Centro de Congressos de Lisboa recebe a RENEXPO Portugal - Feira e Conferência Internacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética, um certame organizado pela REECO Portugal cujo objectivo é” ser uma referência, como plataforma informativa e de negócios orientada para o espaço ibérico e Países Lusófonos” nos domínios das energias renováveis e eficiência energética. euroCódiGos estruturais Seminário lisboa; 17 a 19 de maio LNEC – Laboratório Nacional de Engenheria Civil; www.lnec.pt

03 05 12 13 17 21 26

CERTIFICAçãO DE MEDIçãO E VERIFICAçãO lisboa

26 27 29

MANuTENçãO DE PARquES EóLICOS lisboa

23

REABILITAR 2010 lisboa

CONFERêNCIAS@DEC lisboa REGIME JuRíDICO DE GESTãO DE RESíDuOS DE CONSTRuçãO E DEMOLIçõES lisboa RENEXPO PORTuGAL lisboa EuROCóDIGOS ESTRuTuRAIS lisboa CONCEPçãO E DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS lisboa NOVO REGIME JuRíDICO DOS SISTEMAS MuNICIPAIS DE ABASTECIMENTO DE ÁGuA, SANEAMENTO E GESTãO RESíDuOS lisboa

AMBINERGIA Porto EXPOCASA Batalha

noVo reGiMe JurídiCo dos sisteMas MuniCiPais de abasteCiMento de áGua, saneaMento e Gestão resíduos Conferência Lisboa; 26 de Maio NPF – Pesquisa e Formação; www.npf.pt

junho

ConCePção e diMensionaMento de PaViMentos Curso lisboa; 21 de maio Fundec – Instituto Superior Técnico

seMinário Manutenção de Parques eóliCos IIR Portugal promove, em Lisboa nos dias 26 e 27 de Maio, o seminário «Manutenção de Parques Eólicos», onde serão abordadas as seguintes temáticas: Caracterização de um Parque Eólico, a Caracterização da Contratação, a Contratação de Manutenção, Recursos Humanos e Materiais, entre outras questões. Terminado o seminário, os participantes conseguirão, de acordo com os promotores, distinguir os tipos de contrato de manutenção, avaliar a importância do cálculo de penalidades na contratação, conhecer os níveis de manutenção segundo a Norma AFNOR, saber o que deve constar do contrato para os aerogeradores; garantir a eficiência de suporte de manutenção e identificar as formas de medir a qualidade da manutenção.

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eXPoCasa – salão de iMobiliário Para a Casa O EXPOCASA - Salão de Imobiliário apresenta-se como “um espaço privilegiado para apresentar novidades, ambientes e as mais diversas propostas, quer ao nível do mobiliário, decoração, iluminação, têxteis e acessórios para o lar, quer ao nível de serviços integrados na criação e renovação de espaços interiores”. Será entre 29 de Maio e 6 de Junho que fabricantes, importadores e distribuidores terão oportunidade para expor os seus produtos e serviços nas áreas do mobiliário, iluminação e decoração de interiores. reabilitar 2010 Ncontro Nacional – Conservação e Reabilitação de Estruturas Lisboa; 23 a 25 de Junho LNEC, OE e APEE; http://reabilitar2010.lnec.pt/

julho

aMbinerGia feira internaCional de aMbiente, enerGia e sustentabilidade A 2ª edição da AMBINERGIA – Feira Internacional de Ambiente, Energia e Sustentabilidade está agendada para decorrer na Exponor, entre 27 e 30 de Maio. A AMBIENERGIA 2010 assenta em cinco pilares principais: Energia, Eficiência Energética, Mobilidade, Resíduos, e Conhecimento e Formação Profissional.


internacional

BATIMAT ExPovIvIENDA Buenos aires, argentina

FRIoTECNoLogIA Caracas, Venezuela

01 01 02

TRANSPoRTES PúBLICoS Paris, França

08

CTT 2010 moscovo Russia

quÍMICA & PETRoquÍMICA São Paulo, Brasil

nordeste invest 2010 a aDiT nordeste - associação para o Desenvolvimento imobiliário e Turístico do nordeste Brasileiro promove, entre 10 e 12 de maio, mais uma edição do nordeste invest 2010, um certame que engloba uma conferência internacional, uma rodada de negócios e um salão imobiliário. a decorrer no Centro de Convenções de natal, Brasil, este evento “concentra informações de qualidade sobre investimentos com enfoque na intersecção entre os sectores imobiliário e turístico do nordeste brasileiro”, descrevem os organizadores. As mais recentes confirmações de presenças pertencem ao grupo hoteleiro português Porto Bay hotels and Resorts e à cadeia internacional marriott international. mecânicA 2010 a cidade brasileira de São Paulo vai receber, de 11 a 15 de maio, a 28ª edição da Feira internacional da mecânica. De acordo com os organizadores, este certame reúne tecnologias para “alavancar os negócios da indústria”, nomeadamente máquinas, ferramentas, equipamentos hidráulicos e pneumáticos, solda, movimentação, fornos e equipamentos, acessórios, controle de qualidade, automação, manutenção, entre outros. AquA-therm 12ª Feira internacional do aquecimento, ar condicionado, Água e ambiente Kiev, ucrânia; 12 a 15 de maio Fin-mark; www.aquatherm-kiev.com expoAluminio Exposição Internacional do Alumínio São Paulo, Brasil; 18 a de maio Reed Exhibition; www.expoaluminio.com.br biemh – bienAl espAnholA dA máquinA- FerrAmentA A 26ª edição da BIENH – Bienal Espanhola da Máquina-Ferramenta está agendada para acontecer entre 31 de maio e 5 de junho na cidade espanhola de Bilbao. Em Fevereiro de 2010 estava confirmada a presença de mais de 840 empresas expositoras que marcarão presença no certame com o intuito de mostrar as suas novidades deste sector de actividade.

21

bAtimAt expoviviendA Feira internacional da Construção e habitação Buenos aires, argentina; 1 a 5 de junho EFCA ; www.batev.com.ar ctt 2010 Construction Equipment and Technologies Specialized Demonstration Show moscovo Russia; 1 a 5 de junho imaG ; www.ctt-moscow.com

julho

AquA-THERM Kiev, ucrânia

FriotecnologiA Feira internacional de Ventilação, ar condicionado e Refrigeração Caracas, Venezuela; 2 a 5 de junho Confex ; www.friotecnologia.com trAnsportes públicos Salão Europeu da Mobilidade Paris, França; 8 a 10 de junho Promosalons ; www.promosalons.fr quÍmicA & petroquÍmicA - FeirA internAcionAl dos Fornecedores dA indústriA quÍmicA e petroquÍmicA Concebido com o intuito de para ser “o encontro” da indústria, a Feira internacional dos Fornecedores da indústria Química e Petroquímica deverá, de acordo com os organizadores, reunir cerca de 180 expositores e receber 12 mil compradores qualificados.

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31

MECâNICA 2010 São Paulo, Brasil

maio

BIEMH Bilbao, Espanha

NoRDESTE INvEST 2010 natal, Brasil

simA 2010 - 1º sAlão imobiliário de AngolA a Fil - Feira internacional de luanda, em conjunto com a aPima – associação dos Profissionais Imobiliários de Angola e a AIP-CE/FIL – Associação Industrial Portuguesa/ Feira internacional de lisboa, está a promover o Sima 2010 - 1º Salão imobiliário de angola, que terá lugar na capital angolana entre 6 e 9 de maio. nas palavras de matos Cardoso, presidente do Conselho de administração da Fil angolana, “Angola é um pais onde o sector imobiliário assume um peso muito significativo na economia angolana em particular na fase de reconstrução das infra-estruturas nacionais”, o que por si só justifica a organização deste evento. “Só de 2002 a 2007, foram erguidos cerca de 194 empreendimentos imobiliários, o que perfaz um total de 15 mil unidades residenciais e comerciais construídas”, acrescenta.

junho

ExPoALuMINIo São Paulo, Brasil

06 10 11 12 18

Sima 2010 luanda, angola

agenda


EmprEsas

EncastrE – IntEgração 2010

nova gama aposta na unIformIzação A

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Antigas Cavalariças do Pestana Palace foi o local escolhido pela Fagor para o lançamento da nova gama Encastre – Integração 2010, onde a uniformização de todos os equipamentos que a compõem é a principal novidade. A este novo conceito de estandardização da gama de encastre a Fagor a chamou Family Line. Para Bárbara Medeiros, Marketing manager da Fagor, o novo catálogo de Integração “vem ao encontro de muitas necessidades dos nossos consumidores”, pois o conceito Family Line permite que esta nova gama seja “mais que um simples encastre”, permitindo a “integração simétrica total de todos os aparelhos que estão na cozinha”, acrescentou.

/// A Fagor lançou a nova gama de Encastre – Integração 2010, uma novidade que, entre outros, se distingue pela uniformização de todos os produtos que a compõem. O “lançamento exclusivo” de frigoríficos de integração total com 60 cm de largura é outra

As novidades não ficam por aqui. Na gama de frio, Bárbara Medeiros apresentou “um lançamento exclusivo”: os novos frigoríficos de integração total com 60 cm de largura, disponíveis nos modelos Combinado Nature e Combinados No Frost Total. Os fornos Fagor surgem, neste catálogo, com a versão mais avançada Pirólise 2.0 de auto limpeza integral. Este equipamento tem uma porta-fria de 4 vidros, uma classificação energética A-10% e uma função Auto-Pyro que permite calcular de forma automática o tempo de limpeza, de acordo o grau de sujidade. As placas de indução permitem “organizar muito melhor o tempo” graças ao programador

novidade de destaque.

TexTo de ChAnTAl florenTino

do painel “Touch Control que permite escolher quando se acendem ou apagam os focos. Às características deste produto acrescente-se o ecrã LCD que possibilita programar os pratos que requerem de duas intensidades distintas de cozinhado, de forma automática. A Family Line também engloba os microondas e a máquina de café, ambos integráveis. Sensor de Funcionamento Automático e a Função Oxygen das chaminés e exaustores asseguram “um consumo responsável e a renovação de ar na cozinha”. Neste segmento, a nova gama Encastre – Integráveis 2010 destaca o modelo Effisilent pela sua relação entre a capacidade de aspiração e o silêncio.


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NAVEGAR

WWW.FLUOROCARBONS.ORG

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EM INGLÊS, ESPANHOL, ALEMÃO, ITALIANO, ETC.

O Comité Técnico Europeu para os Hidrofluorocarbonetos (EFCTC - European Fluorocarbons Technical Committee) é um organismo criado no seio da Comissão Europeia que visa acompanhar os sectores afectados na União Europeia pelas alterações originadas pela legislação relativa ao meio ambiente, com as restrições ao uso dos HFC (os fluidos frigorigéneos R134a mais os das séries 400 e 500 já sem cloro), dos PFC (perfluorocloretos, para a agricultura), do SF6 (hexafluoreto de enxofre, para isolamento em transformadores) e dos CFC e HCFC. No site são comparados nas suas dimensões, o que pesam para o aquecimento global o conjunto dos nossos HFC comparado com o que pesam o conjunto dos outros gases com efeito de estufa libertados pelas actividades humanas e pela natureza, o CO2, os óxidos de azoto (N2O) e o metano (CH4).

WWW.AIPOR.PT |

EM PORTUGUÊS

“A AIPOR – Associação dos Instaladores de Portugal nasceu da necessidade que, ao longo dos últimos anos, se tornou imperiosa, de dotar todo um sub-sector da construção civil normalmente designado por ‘instalações técnicas especiais’, de um instrumento jurídico adequado para lhe dar voz em termos: sociais, políticos e técnicos”. O site fornece informação sobre a AIPOR, estatutos, regulamentos e documentos. Tem áreas dedicadas a notícias, fórum, boletim, bolsa de emprego e publicidade.

WWW.EUROPEAN-ACCREDITATION.ORG |

EM INGLÊS

A EA – European co-operation for Accreditation é a associação para a cooperação para acreditação de laboratórios e organismos de certificação e inspecção que envolve os países membros da Comunidade Europeia. A EA também mantém acordos bilaterais com organismos acreditadores de países não pertencentes à Comunidade Europeia, como o A2LA (Estados Unidos), o NATA (Austrália) e o SANAS (África do Sul). O site disponibiliza informação sobre a Associação, publicações, eventos, além de ter uma área dedicada a notícias.

INVESTIMENTO DE PUBLICIDADE NA NET SOBE 14%

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GOOGLE AUMENTA LUCROS EM 38% A Google registou um resultado líquido de 1,44 mil milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 38% face ao período homólogo. Os números superam as projecções que analistas antecipavam para o balanço da empresa norte-americana. As receitas deste período ascenderam a 3,7 mil milhões de euros, também acima do previsto.

No último trimestre a publicidade na internet nos E.U.A. alcançou um recorde de 4.700 milhões de euros, o que representa uma subida de 13,8%. Os dados do relatório anual da associação norte-americana direccionada para a publicidade revelam também que, no ano passado, este meio arrecadou quase 17 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 3,4% face ao ano anterior. Do total de investimentos, quase metade foram para os motores de busca (47%), mais 2% do que em 2008. Os anúncios em páginas da net também aumentaram 2%, para os 35%. Nos vídeos, a publicidade cresceu 38% e caiu 23% nos anúncios classificados.

INTERNET MÓVEL VAI SUPERAR A FIXA ATÉ 2015 De acordo com estudo da Morgan Stanley Research, o número de assinantes da internet móvel deve chegar a dois mil milhões dentro de cinco anos, superando o número de assinantes de internet fixa, que será de cerca de 1,7 mil milhões. Em 2007, a instituição registou 400 milhões de assinaturas de internet móvel contra 1,1 mil milhões de assinaturas de internet fixa. Este fenómeno resulta de duas tendências que afectam os consumidores: a indústria de hardware/infra-estrutura e o potencial da web para o comércio, mobilidade e redes sociais.


ARTES & LEITURAS

LIVING CITY_HABITAR A CIDADE “Este álbum tem como tema principal a reabilitação de habitações unifamiliares. No entanto, a editora True Team introduz neste livro dois aspectos de originalidade e interesse. Primeiro, os casos apresentados são todos em Lisboa ou no Porto, mostrando uma caminho inverso ao dos últimos anos, ou seja, o do regresso às cidades. Contrariando esse movimento de desertificação dos grandes centros urbanos. Segundo, várias das habitações apresentadas pertencem aos próprios arquitectos que as assinam, mostrando que é também deles essa intenção de reabilitar as cidades e partilhando connosco a visão íntima dos seus próprios lares”. Editor: José Manuel das Neves Direcção de Arte: Ricardo Tadeu Barros Coordenação Editorial: Cláudia Candeias Paginação e Arte Finalização: Susana Monteiro e Sylvia Oliveira Edição: True Team Publishing & Design ISBN: 978-989-8346-01-8 Data de Edição: Novembro de 2009

ESCOLAS SECUNDÁRIAS – REABILITAÇÃO

Colecção: Arquitecturas Coordenação Editorial: Joana Pimenta Layout e Produção Gráfica: Rui Rica Edição: Caleidoscópio – Edição e Artes Gráficas ISBN: 978-989-658-050-6 Data de Edição: Dezembro de 2009

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“E como responderam os arquitectos a estas diversas escolas tendo em vista o programa geral da Parque Escolar e as variantes mais localizadas? Pode-se perceber que a variedade destes 13 exemplos motivou estratégias projectuais diferentes, também traduzidas em opções mais pessoais perante as condições mais particulares de cada escola e os cainhos de cada arquitectos e sua equipa, bem como, certamente, do diálogo com a Parque Escolar e os docentes e dirigentes das escolas”. Michel Toussaint


EmprEsas

plataforma dE comunicação

Bosch pro tEam chEga a portugal TexTo de ChAnTAl florenTino

/// Bosch Pro Team é a mais recente aposta da Bosch para Portugal. Com esta plataforma de comunicação a empresa pretende aproximar-se dos utilizadores das suas ferramentas, dando-lhes a conhecer as novidades, permitindo testar as novas ferramentas e possibilitando a troca de impressões.

A

Bosch lançou, no dia 14 de Abril, um projecto que pretende estreitar as relações entre a empresa e os utilizadores profissionais das suas ferramentas eléctricas: o Bosch Pro Team.

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Esta nova plataforma que vai permitir aos membros aderentes “conhecerem as novidades” e “testarem as novas ferramentas” gratuitamente, explicou Isabel Machado, brand manager Gama Profissional Espanha Portugal Ferramentas Eléctricas, na cerimónia oficial de lançamento. No fundo, será para “ajudar os utilizadores a trabalhar melhor”. A comunicação é uma das mais importantes componentes da nova plataforma - que se pode aceder através da página web www. bosch-pro-team.com – pois, para além possibilitar a comunicação entre a Bosch e o utilizador profissional, vai permitir a partilha de informação entre utilizadores através de comentários, fotografias e vídeos. Já é possível tornar-se membro do Bosch Pro Team e candidatar-se a receber uma das seguintes ferramentas para teste: as novas serras verticais GST 150 CE Professional e GST

Isabel Machado, brand manager Gama Profissional Espanha Portugal Ferramentas Eléctricas

Paulo Ferreira, director de Ferramentas Eléctricas para Espanha e Portugal

150 BCE Professional, assim como a nova rebarbadora sem fio GWS 18 V-LI.

uma facturação de três mil milhões de euros na Europa e 33,6 milhões de euros em Portugal. Embora seja um resultado inferior ao de anos recentes, a Bosch não vai deixar de investir num dos “principais pilares responsáveis pelo êxito do negócio: a inovação”. Esta aposta justificase com o facto da “vendas das novidades – produtos com menos de dois anos – representam 38% da facturação total”.

Paulo Ferreira, director de Ferramentas Eléctricas para Espanha e Portugal, revelou, na mesma ocasião, que o mercado de ferramentas eléctricas desceu 20% na Europa, 25% no Médio Oriente e 10% na América, durante 2009. A região da Ásia-Pacífico foi a única a contrariar esta tendência ao registar um crescimento de um ponto percentual. O segmento de ferramentas eléctricas da Bosch conseguiu, durante o mesmo período,

Para 2010, a Bosch em Portugal espera, segundo avançou Paulo Ferreira, “ganhar ainda mais participação de mercado do que aquela que conseguiu em 2009”.


DIRECTOR DE PRODUÇÃO (M/F) APLIQUE A SUA VISÃO ESTRATÉGICA Viseu Oportunidade de desenvolvimento e rentabilização de negócio, numa empresa especializada na prestação de serviços no sector da Electricidade Civil. Fará a coordenação de produção das equipas de infra-estruturas eléctricas na zona centro, aliada à organização e rentabilização de negócio com potencial. Deve possuir Licenciatura em Electrotecnia e experiência de 3 anos em funções de Direcção de Produção, em Electricidade Civil. Residência próxima à zona em questão será uma mais-valia. Terá a autonomia e responsabilidade necessárias para colocar o seu talento em prática, nesta empresa que crescerá juntamente consigo. Para saber mais, pode contactar o nosso consultor Nuno Veríssimo através do email nuno.verissimo@hays.pt ou ligar para o 22 607 8610, mencionando a referência 12906.

DIRECTOR DE OBRA (M/F) CONTRIBUA PARA UMA ECONOMIA EM CRESCIMENTO Gana Excelente oportunidade internacional em economia emergente. Terá a seu cargo a coordenação autónoma e responsável de um edifício de elevada dimensão. Será o elo de ligação entre Clientes e Empresa, assegurando a negociação com parceiros e entidades envolvidas no projecto. Deve possuir Licenciatura em Engenharia Civil e experiência mínima de 4 anos em Direcção de Obras de Edifícios. É fundamental que domine o Inglês e tenha sólidas competências de liderança, capacidade de planeamento, organização e dinamismo. Beneficiará de todas as condições essenciais ao seu bom desempenho e um pacote salarial ajustado à experiência demonstrada. Contacte o nosso consultor Nuno Veríssimo através do email nuno.verissimo@hays.pt ou ligue para o 22 607 8610, mencionando a referência 13083.

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CHEFE DE TOPOGRAFIA (M/F) LIDERE EQUIPAS MULTINACIONAIS

GESTOR DE ASSISTÊNCIA PÓS-VENDA (M/F) RESPONSABILIDADE POR UMA ÁREA DE NEGÓCIO

Líbia. €35.000 brutos/ano Participe em empreitadas urbanas de grande envergadura na Líbia. Vai coordenar equipas de Topógrafos e Ajudantes, que desenvolvem o levantamento topográfico em várias frentes de obra. Deve possuir experiência comprovada em liderança de equipas de Topografia de grande dimensão e formação específica na área. É importante que domine as ferramentas convencionais e também as novas tecnologias de referência deste sector, como Estação Total e GPS. Deve ser fluente em Inglês, ter bons conhecimentos de informática e experiência em projectos no estrangeiro. Para saber mais sobre esta oportunidade, pode contactar a nossa consultora Telma Duarte através do email telma.duarte@hays.pt ou ligar para o 21 782 6563, mencionando a referência 12098.

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Lisboa Reportando à Direcção-Geral, será responsável pela gestão da unidade de negócio de Assistência Técnica em todas as obras abrangidas pelas garantias e que necessitem de intervenção. Vai assegurar a relação com o cliente, análise de problemas técnicos e controlo financeiro da área de negócio. O profissional ideal tem formação superior em Engenharia Civil. Deve ainda possuir um mínimo de 8 anos de experiência em funções similares ou ao nível de Direcção de Obra ou Gestão de Projecto, em empreitadas de diversas tipologias (Obra Pública, Estruturas). Deve apresentar forte capacidade de comunicação, negociação e análise de problemas, demonstrando autonomia, proactividade e iniciativa. Contacte a nossa consultora Telma Duarte através do email telma.duarte@hays.pt ou ligue para o 21 782 6563, mencionando a referência 12608.

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produtos

novos marteLos perfuradores HiLti Os novos martelos perfuradores da Hilti – o TE 30 e TE 30-M-AVR – foram desenvolvidos para perfuração e demolição. “Os novos martelos garantem máxima versatilidade, com as funções de perfuração com ou sem percussão e ainda a função de cinzelamento”, lê-se na nota de imprensa. Dispõe de segunda velocidade para perfurações em metal e a troca de mandris está mais facilitada. A tecnologia AVR (tecnologia Hilti de redução activa de vibrações), o baixo peso e o design compacto da ferramenta visam que o trabalho seja realizado com maior conforto e produtividade. “A relação peso-potência de 900W e 4,4Kg assegura o desempenho mesmo em sobrecarga ou picos de energia graças à sua electrónica de velocidade constante”.

forno de encastre KüppersbuscH O forno de encastre EEBG 6400.8 MX da Küppersbusch tem duas cavidades independentes, que visam um uso eficiente da energia. Deste modo, pizzas, tostas e outros pratos de pequena dimensão podem ser preparados no grill da gaveta integrada. O forno permite também, através de um sensor de controlo electrónico, navegar por um painel que exibe todas as funções deste produto. Apresenta nove funções de cozinhado.

Lavatórios de design by Laufen

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base para revestimentos da scHLüter

Schlüter-Ditra-Drain é uma membrana indeformável de polietileno, com uma estrutura especial de nódulos de um dos lados e com uma superfície forrada com velo de polipropileno. É uma base universal para revestimentos em cerâmica, enquanto camada de desacoplamento e drenagem conjunta duradoura, com capilares de passagem. A drenagem conjunta é aplicada na impermeabilização conjunta com argamassa fina. Com este produto, o pavimento de cerâmica aplicado em conjunto e ventilado por baixo em toda a superfície, o que causa uma secagem/um endurecimento rápido e uniforme da base de argamassa fina. As tensões que surgem são neutralizadas através da função de desacoplamento.

A Laufen apresenta cinco novos lavatórios: One; dOt; Palomba; city; e Mimo. Cada colecção foi desenhada por um “designer de renome”, revela a empresa, em comunicado. As colecções da Laufen são desenhadas e desenvolvidas “com o objectivo de surpreender e superar as expectativas mais exigentes quanto à tecnologia, ao gosto e à exclusividade”. Stefano Giovannoni e a empresa uniram emoções aos estímulos do design, daí nasceu Alessi One. Os lavatórios da colecção One têm formas redondas e “aspecto angelical”. O holandês Wiel Arets criou com a empresa os lavatórios dOt. Possuindo um “design diferente e arrojado”, os lavatórios são suspensos e distinguem-se pela forma mais quadrada e pelo seu ponto único, ou seja, pelo “dot”. Por seu turno, Ludovica e Roberto Palomba inspiraram-se na beleza da natureza para criar os lavatórios Palomba, definidos pela Laufen como “elegantes e com formas irregulares que fazem lembrar conchas”.


produtos

oKI tem Impressoras amIgas do ambIente

dyrup lança gama à prova de água A Dyrup acaba de lançar uma gama completa para combater os problemas de humidade em toda a casa, seja no telhado, terraços, varandas, paredes interiores ou exteriores - a nova Gama DIP “À prova de Água”. Tendo como ponto de partida a premissa “a minha casa é impermeável”, a empresa apresenta os novos produtos para resolverem os problemas de humidade. “Com os novos produtos, a empresa pretende garantir que a impermeabilização seja duradoura, daí ter optado por substituir a sua anterior Gama Dyrup Anti-Humidade, pela Gama DIP, composta por produtos de alta qualidade e de elevada notoriedade no mercado Europeu”, afirma Ricardo Mestre, product manager da gama DIP. A gama é composta por 16 produtos diferentes, distribuídos por três grandes áreas: telhados (infiltrações pelo telhado, telhas partidas, caleiras e algerozes partidos, juntas de chaminés, fungos e algas); paredes exteriores (fissuras em fachadas, físsuras em terraços e varandas, manchas em pavimentos, infiltrações, musgos e bolores, piscinas); e paredes interiores (superfícies de azulejos, paredes com humidade, paredes com salitre, humidade por capilaridade). Os novos produtos estão disponíveis nas lojas Dyrup e revendedores, distribuídos por todo o país.

JunKers tem nova gama de ar condIcIonado A Junkers introduz no mercado uma nova gama de ar condicionado, com classificação energética classe A, que visa garantir a temperatura adequada, frio ou calor, com poupança de energia. A nova gama doméstica de ar condicionado Junkers é constituída por uma variedade que engloba: mono splits (unidades de 1x1 desde 9.000 Btu/h até 18.000 Btu/h); e multi splits (unidades exteriores de 2x1 até 4x1 com capacidades que vão dos 18.000Btu/h aos 28.000Btu/h). Nos multi splits, para combinação com as unidades exteriores a marca dispõe de uma ampla gama de unidades interiores em versões murais, tecto/chão, cassete e condutas. Todos os aparelhos possuem tecnologia Inverter DC. Os equipamentos “têm um baixo nível sonoro e uma dupla saída de ar para garantir uma melhor distribuição do ar pelo espaço a climatizar”, lê-se no comunicado de imprensa.

FrIo em três partes da IndesIt Para completar a cozinha, a Indesit propõe o novo frigorífico Trilogic. Graças à sua estrutura com três compartimentos distintos (porta frigorífica e dois gavetões congeladores), este electrodoméstico permite optimizar a gestão dos espaços internos. Com 70 cm de largura, Trilogic apresenta um design polido em inox. Tem pegas integradas e as guias telescópicas, que facilitam a abertura dos gavetões. Entre os acessórios destacamse as grelhas porta garrafas, o recipiente para o queijo, a gaveta dedicada às verduras em material semi-transparente e o porta latas na contra-porta do frigorífico. Com classe A+, este modelo tem o Sistema de Regulação de Humidade (Humidity Regulation System), que pretende gerir a circulação do ar no interior da verdureira e de seleccionar o grau de humidade mais adaptado para conservar o melhor possível os alimentos mais delicados, como a fruta e as verduras.

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A OKI Systems Ibérica em Portugal lança a C610, a nova série de impressoras cor A4, adequada “para PMEs e pequenos grupos de trabalho, que actuam em mercados exigentes”. Apresenta um leque de modelos de impressão versátil, com características como a opção de um cartão de memória SDHC, a capacidade para imprimir em papel até 250grs e a gestão energética optimizada. A nova série “reduz o consumo energético enquanto trabalha e em modo de hibernação a energia dispendida é de 1,2w”, refere a empresa em comunicado, garantindo que o impacto ambiental “é praticamente nulo”.


Em foco

Nova coNfEdEração da coNstrução

cPcI quEr rEabIlItação como PrIorIdadE TexTo de SofiA duTrA

/// A reabilitação urbana deve ser encarada como uma “prioridade absoluta” pelo sector da construção, defendeu Reis Campos, ao tomar posse como presidente da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário (CPCI), a 25 de Fevereiro.

d

urante a tomada de posse dos órgãos sociais da nova confederação, Reis Campos afirmou que é o momento de dar prioridade à reabilitação. "34% dos edifícios do país têm necessidades de intervenção, existe um consenso na sociedade, os partidos estão de acordo e o Governo quer que se dê prioridade à reabilitação”, disse.

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O presidente da confederação realçou o peso do sector na economia portuguesa: representa "820 000 trabalhadores, 220 000 empresas, um peso no PIB na ordem dos 18% e de 49% no investimento". E realçou que é necessário reanimar o sector devido à crise que atirou muitos dos trabalhadores para o desemprego. Assumindo como objectivos primários da CPCI “a modernização, o fortalecimento do tecido empresarial e o crescimento sustentável do sector”, Reis Campos assegurou que esta será “uma voz intransigente na defesa das empresas de construção e do imobiliário, representando-as, defendendo-as e pugnando pela credibilização da sua imagem”. António Mendonça, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, considerou que “a constituição desta confederação é muito importante, pois o ministério passa a ter um interlocutor privilegiado e poderemos, assim, estabelecer uma plataforma de cooperação

muito importante, que irá permitir responder a desafios importantes da economia portuguesa". António Mendonça reconheceu também o peso da CPCI como representante de "um número muito significativo de empresas" de um sector importante em termos económicos. "Temos de ter consciência que o se passar no sector da construção e imobiliário é fundamental para a economia. Se este sector crescer, a economia, como um todo, também o fará", notou.

Para o ministro, “é gratificante olhar para os empresários que demonstram esta visão e que mostram um sentimento optimista, observando as debilidades e sendo capazes de po-sicionar o sector na economia internacional”. “Congratulo a capacidade desde já demonstrada por estas associações, pois antevejo um caminho que é de segurança nas nossas capacidades e no futuro,” concluiu o governante.




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