Revista Arte & Construção - Edição 235

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www.arteconstrucao.com Número 235 // Ano XIX // € 3,50 Continente

Junho e Julho 2010

DE PROFiSSiONAiS PARA PROFiSSiONAiS As “complexas” e “criativas” soluções de engenharia aplicadas na construção do Molhe Norte da Barra do Douro valeram a Fernando Silveira Ramos o Prémio Secil Engenharia Civil 2009. Para este engenheiro, o galardão “coloca a engenharia marítima num patamar de reconhecimento a que se encontram as estruturas”.

Prémios Secil

O reconhecimento da engenharia marítima

Arquitectura

Capitólio está a ser reabilitado: “Obra de ourivesaria”

Dossier

Cozinhas, encastres e casas de banho: Espaço de convívio e bem-estar

Entrevista

Fernando Silveira Ramos: “Dez anos de luta” acabam em prémio



editorial

SenSibilizar oS jovenS para o “prémio nobel portuguêS” Silveira Ramos, o vencedor do Prémio Secil Engenharia Civil 2009 pela concepção do projecto Molhe Norte da Barra do Douro, referiu -se ao prémio Secil como o “prémio Nobel português”. Com esta analogia, feita na cerimónia de entrega do galardão, o engenheiro revelou o significado que este prémio tem para si e, na minha perspectiva, o significado que este prémio tem para muitos portugueses. Assente a importância do prémio para engenheiros e arquitectos portugueses, é importante referir que, nesta edição, candidataram-se apenas três trabalhos ao Prémio Secil Universidades 2009 – Engenharia Civil. De acordo com Eduardo Cansado Carvalho, presidente do Júri dos Prémio Secil Universidades – Engenharia Civil, este reduzido número de trabalhos “surpreendeu um pouco o júri” e acredita que “tenha decorrido das alterações do calendário académico resultante do processo de Bolonha”. Perante este cenário, o presidente sugere que a situação seja “alvo de análise e avaliação com eventual repercussão na revisão dos calendários e candidatura nas próximas eleições”. Enquanto se analisam as razões que levaram ao decréscimo de candidaturas, é importante continuar a promover um evento que, nas palavras de Carlos Matias Ramos, bastonário da ordem dos Engenheiros, “tem elevado o nome da engenharia e da arquitectura em Portugal”.

Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com, Raquel Rio raquel.rio@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: Ana Sofia Catarino, João Maia, João Paramés, Jorge de Brito; Publicidade: Duarte Mourato (Director) duarte.mourato@arteconstrucao.com; Jorge Humberto jorge.humberto@arteconstrucao.com; Marketing: Pedro Nunes pedro.nunes@mtg.pt; Fotografia: Pedro Nunes; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: mtg - Edição e Publicidade, Lda. geral@mtg.pt; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Centro Empresarial Tejo - Rua de Xabregas, 20 - 2º Sala 10 • 1900-440 Lisboa • Tel. 218650070 • Fax. 218650079 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Socingraf, Lda. • Rua de Campolide, 133 - 1º Dto. - 1070-029 Lisboa • Tel.: 213 838 920 • Fax: 213 838 929; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.

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Chantal Florentino Directora


SUMÁRIO

sumário 32

DOSSIER Portas, Janelas e Estores

54

NO PAÍS

42

ENGENHARIA Materiais de construção nanotecnológicos para melhoramento ambiental (III)

57

NO MUNDO

58

IMOBILIÁRIO

ENGENHARIA Prémios SECIL

59

46

CONSTRUÇÃO Conferências FEPICOP 2010

RECURSOS HUMANOS Os desafios da Construção

ARQUITECTURA Capitólio está a ser reabilitado

60

AGENDA

48

CONSTRUÇÃO Portugal Constrói

62

NAVEGAR

20

DOSSIER Cozinhas, encastres e casas de banho

50

GABINETE JURÍDICO Alterações ao RJUE

63

ARTES & LEITURAS

64

PRODUTOS

30

AMBIENTE Novas Estratégias e Sustentabilidade

52

EMPRESAS

66

EM FOCO 12ª edição da Feira Internacional de Construção

03

EDITORIAL

04

SUMÁRIO

06

ENTREVISTA Fernando Silveira Ramos

12 16

06

Entrevista

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Fernando Silveira Ramos

NO DIA A SEGUIR À CERIMÓNIA DE ENTREGA DO PRÉMIO SECIL ENGENHARIA, A ARTE & CONSTRUÇÃO ENCONTROUSE COM O VENCEDOR NA EDIÇÃO 2009: FERNANDO SILVEIRA RAMOS. VISIVELMENTE FELIZ E, USANDO A SUA EXPRESSÃO, “DESCOMPRIMIDO”, O ENGENHEIRO FALOU DO MOLHE NORTE DA BARRA DO DOURO E DAS PERIPÉCIAS QUE ESTA OBRA GEROU DURANTE “OS DEZ ANOS DE LUTA”.

12 Engenharia Prémios Secil

AS “COMPLEXAS” E “CRIATIVAS” SOLUÇÕES DE ENGENHARIA APLICADAS NA CONSTRUÇÃO DO MOLHE NORTE DA BARRA DO DOURO VALERAM A FERNANDO SILVEIRA RAMOS O PRÉMIO SECIL ENGENHARIA CIVIL 2009. PARA ESTE ENGENHEIRO, O GALARDÃO “COLOCA A ENGENHARIA MARÍTIMA NUM PATAMAR DE RECONHECIMENTO A QUE SE ENCONTRAM AS ESTRUTURAS”.


SUMÁRIO

# 235

Junho_Julho 2010

46 66 Construção Conferências FEPICOP 2010

Em foco Tektónica tem 65 000 visitantes

Pedra Texturas e cores variadas

20 Dossier A COZINHA DEIXOU DE SER UM ESPAÇO EXCLUSIVAMENTE RESERVADO À PREPARAÇÃO DE ALIMENTOS E TORNOU-SE UM AMBIENTE DE CONVÍVIO, ONDE A DECORAÇÃO GANHOU PRIMAZIA. A FUNCIONALIDADE CONTINUA A SER, NO ENTANTO, UMA PREOCUPAÇÃO CENTRAL.

NO DIA 11 DE MAIO, O AUDITÓRIO PRINCIPAL DA FIL RECEBEU DAS CONFERÊNCIAS FEPICOP 2010, ONDE FIGURAS CENTRAIS DEBATERAM AS PRINCIPAIS QUESTÕES QUE AFECTAM O SECTOR DA CONSTRUÇÃO HOJE EM DIA: ULTRAPASSAR A CRISE E PREVER O FUTURO.

DE 11 A 15 DE MAIO TEVE LUGAR NA FIL, EM LISBOA, MAIS UMA EDIÇÃO DA TEKTÓNICA. A 12ª EDIÇÃO DA FEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS CONTOU COM MAIS DE 65 000 VISITANTES PROFISSIONAIS E MAIS DE UM MILHAR DE COMPRADORES ESTRANGEIROS, ORIUNDOS DE 50 PAÍSES.

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Cozinhas, encastres e casas de banho


EntrEvista

FErnando silvEira ramos

"10 anos dE luta" acabam Em prémio TexTo de ChAnTAl florenTino

/// No dia a seguir à cerimónia de entrega do Prémio Secil Engenharia, a Arte & Construção encontrou-se com o vencedor na edição 2009: Fernando Silveira Ramos. Visivelmente feliz e, usando a sua expressão, “descomprimido”, o engenheiro falou do Molhe Norte da Barra do Douro e

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das peripécias que esta obra gerou durante “os dez anos de luta”.


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EntrEvista


EntrEvista

FErnando silvEira ramos

Arte & Construção - Passaram menos de 12 horas desde que recebeu o Prémio Secil Engenharia 2009, como se sente? Silveira Ramos – Sinto-me descomprimido. Já passou a cerimónia, já passou o discurso, já passaram as alturas mais emotivas…sinto-me descomprimido.

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Sinto-me, também, muito satisfeito. Sem dúvida nenhuma. Este acontecimento devem ser vistos com algum relativismo, pois traduzem o trabalho de equipas grandes, não podemos perder o sentido de proporção das coisas. Por outro lado, eu sou muito avesso a considerar as vitórias a melhor da vida . A luta para vitória é que conta. É como nos campeonatos de futebol: todos lutam e só há um vencedor. Se os vencedores são endeusados e os vencidos são desprezados, então isso quer dizer que nós temos uma sociedade de desprezados, porque há só uma minoria de vencedores. Eu não alinho muito nesta divisão entre vencedores e vencidos e não é só de agora, é uma característica de há muitos anos, que faz parte da minha militância do ponto de vista associativo e outros. Eu sei muito bem que, por cada bata-

lha ganha, perdemos 10 ou 20. São, então, os 10 anos de luta que estão por detrás do Molhe Norte que tornaram esta obra o seu melhor trabalho, como afirmou ser no discurso de aceitação do prémio que fez ontem? Os dez anos de luta não tornaram o Molhe Norte a minha melhor obra, mas 10 anos de luta tornam a obra mais apetecida, mais presente. Esta vivência fica-nos na memória com todas as suas peripécias: pequenas vitórias e pequenas derrotas que aconteceram durante o percurso. É um percurso mais interessante, mais sofrido e mais vivido do que outra obra igualmente boa, mas que dura seis meses e acabou. Que momentos marcantes destacaria dessa batalha? Destaco, aliás não sou só eu que destaco, uma sessão de discussão pública que ocorreu na Associação Comercial do Porto, que foi, para muitos colegas meus , um ponto de viragem no fazer ou não a obra. Foi uma sessão por medida, como eu costumo dizer.

Nesta sessão esteve o presidente da Associação Comercial , Rui Moreira, o presidente da SONAE, Belmiro de Azevedo, e alguns deputados do PSD e do PS, onde foi feita a contestação formal dos oponentes ao processo. Os chamados homens da Foz. Foi uma sessão longa que, para mim, foi muito interessante por ter sido um daqueles combates de pugilismo com idas abaixo e idas acima muito interessantes. O Belmiro de Azevedo teve aqui um papel importante porque a meio da sessão veio dele um reconhecimento que se tinha melhorado bastante, dando, portanto, uma certa orientação que a situação podia mudar. E acabou por mudar. Alguns dos grandes opositores fizeram, há pouco tempo, uma declaração aos jornais onde diziam que luta deles tinha valido a pena porque tinha melhorado o projecto e eu estou de acordo. Estou foi um ponto muito marcante. Por outro lado, não podemos esquecer que estamos a falar de um processo de concepção/construção. Para um projectista é diferente trabalhar para um dono de obra ou para um construtor. Os processos construtivos e os


EntrEvista

resultados do ponto de vista financeiro e de risco financeiro tornam-se muito mais importantes e até determinantes. Por isso, eu propus no início do projecto foi fazer nascer a ideia num processo alargado de brainstorming. Nesta fase houve um envolvimento muito interessante de uma equipa mais ou menos fixa, onde também estavam presentes os construtores. Estas reuniões não serviram para esmiuçar os detalhes do projecto, mas para encontrar as concepções gerais e as orientações genéricas. Depois de escolhido o caminho torna-se mais fácil. Foi, então, escolhido um caminho que fizesse claramente a diferença em relação àquilo que nós sabíamos serem as soluções clássicas. Esta é uma opção de risco para os empreiteiros. E eles sabiam disso. Aliás, principalmente um deles, do Molhe Norte, eu calculo que deva ter perdido muito dinheiro. Eu tenho muita pena que isto tenha acontecido, porque é mau. Sei que há um processo entre o Estado e o construtor em tribunal ligado à parte financeira. E estou desejoso que o construtor ganhe porque só assim será justo.

O júri tinha muita gEntE da EspEcialidadE E Essas sabiam Os riscOs inErEntEs à criatividadE da Obra. sE Eu pudEssE dar um lOuvOr aO júri, fá-lO-ia.

E, naturalmente, também foi um bom momento quando soube do resultado? Eu não gosto muito de falar de júri, mas devo reconhecer que foi um júri corajoso. O júri tinha muita gente da especialidade e essas sabiam os riscos inerentes à criatividade da obra. Se eu pudesse dar um louvor ao júri, fá-lo-ia. Mais tarde conheci uma das pessoas que soube ter sido uma grande defensora da solução: a Teresa Anderson. Foi só depois de construído o Molhe que me telefonou a dizer que estava no Molhe e que “Realmente, isto é um espectáculo!”.

Ao nível de concepção mais geral é o facto de ser fazer uma obra de betão armado, tudo fundado em rocha. Esse foi, talvez, um dos assuntos mais polémicos para o júri que, depois, acabou por concordar. Este conceito de molhe feito às peças – tipo lego – todo em betão armado fundado directamente sobre o fundo é o que destacaria da solução e tornámo-la possível optando por chumbar com betão contra a rocha. Deixámos algumas das células dos caixotões abertas

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Em termos técnicos o que destacaria de mais criativo na obra?


EntrEvista

FErnando silvEira ramos

e outras fechadas, as que estão fechadas tinham umas escotilhas em baixo que, depois do caixotão pousado, eram retiradas e aí se introduzia o betão (por baixo da laje). Apesar da solução ser como um lego, o molhe tem de ter um comportamento monolítico e, com esse propósito, os caixotões têm uns dentes [laterais] desencontrados com o do caixotão passando, assim, a trabalhar em conjunto.

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Quais são as dimensões de cada um dos caixotões? Cada caixotão corresponde a ter um esqueleto do prédio com cinco andares de altura e cada piso tem um direito, esquerdo e frente. O caixotão flutua até ao seu lugar e aí colocado, ao lado de outro, com uma precisão de centímetros. Os caixotões foram afundados com água e enchendo mais de um lado e menos de outro conseguíamos manobrá-lo.

Como surge a galeria interna? Esta galeria surgiu logo ao início nas nossas discussões de concepção para que, em alturas de mau tempo, fosse possível ir até ao farol no caso de, por exemplo, se avariar uma lâmpada. O plano inicial era criar uma galeria técnica, mas, já que íamos fazer isso, estendemos a possibilidade de percorrer o Molhe pelo seu interior a todas as pessoas, não apenas o técnico da manutenção. Aí levantaram-se outros problemas: ter um túnel escuro com 400 metros que, iluminado com luz eléctrica, sairia caríssimo. Foi, então, quando sugeri a hipótese das vigias com existem nos submarinos. Foi outra luta. Agora temos uma galeria com 3x3 metros com recantos… para os namorados [risos]. O arquitectos Carlos Pratas sempre teve uma grande preocupação com os namorados [risos], não apenas com namorados: o percurso tem 400 metros e era natural que certas

pessoas, como os idosos, precisassem de descansar. Tornar o molhe num equipamento de utilização pública foi uma ideia apresentada desde o início? Sim e esta foi uma opção única, não existia nas outras soluções. Ela foi pensada para integrar o centro do Porto, dar-lhe um aproveitamento lúdico e urbano tanto do lado superior como do seu interior. Não há nenhum molhe que eu conheça que tenha sido pensado, desde o início, para servir o público. E esta característica é um dos aspectos mais criativos do molhe e isso devese à equipa que integrava nomeadamente o arquitecto Carlos Pratas que ajudou a construir tudo muito melhor. Esta é uma solução única no mundo? Em Portugal, é.



EngEnharia

Prémios sEcil

o rEconhEcimEnto da EngEnharia marítima TexTo de ChAnTAl florenTino

/// As “complexas” e “criativas” soluções de engenharia aplicadas na construção do Molhe Norte da Barra do Douro valeram a Fernando Silveira Ramos o Prémio Secil Engenharia Civil 2009. Para este engenheiro, o galardão “coloca a engenharia marítima num patamar de reconhecimento a que se encontram as estruturas”.

n

o dia 25 de Maio, Fernando Silveira Ramos recebeu de Cavaco Silva o Prémio Secil Engenharia Civil 2009 pela concepção do projecto Molhe Norte da Barra do Douro, um trabalho que classificou como “o mais marcante da minha vida”. No palco do Teatro D. Maria II, o engenheiro Silveira Ramos discursou e agradeceu à Secil, à Ordem dos Engenheiros e ao júri, “o reconhecimento da qualidade do projecto” e espera que tal “como eu, um homem das obras marítimas, o sector das obras marítimas e portuárias se reveja nesta obra”.

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“Este prémio coloca a engenharia marítima num patamar de reconhecimento a que se encontram as estruturas, [especialização] que os engenheiros consideram mais complexa do ponto de vista técnico”, acrescentou. Para Silveira Ramos, o molhe representa “10

anos a lutar pela defesa de uma solução” onde a “criatividade foi um dos aspectos que a acompanhou desde o primeiro ao último minuto”. E agora, passada a polémica, encontra a validação dos seus pares. Silveira Ramos não terminou a sua intervenção sem antes falar directamente aos jovens e revelar “a mensagem adjacente a esta obra”. A recomendação deixada pelo engenheiro premiado centrou-se, assim, em três ponto: “valorizem sempre a interdisciplinaridade”; “que vão à luta pelas vossas soluções e convicções” e, por fim, “que não se rendam ao copypast, à sistemática adaptação das soluções antigas”. Para Pedro Queiroz Pereira, presidente do Conselho de Administração da Secil, a obra premiada “incorpora complexas soluções de engenharia e um cimento capaz de resistir às mais extremas condições”. É uma caso onde está patente a “perseverança na procura de uma obra arrojada”, acrescentou.


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EngEnharia


EngEnharia

Prémios sEcil

molhE nortE da Barra do doUro Objectivos:

Integração urbana e utilização lúdica :

• Facilitar a auto-limpeza do canal, diminuindo o esforço das dragagens de manutenção; • Melhorar as condições de segurança na barra das embarcações comerciais, de recreio náutico e de pesca; • Proteger as zonas marginais da Cantareira e do Passeio Alegre; • Minimizar o impacto ambiental sobre o Cabedelo e Bacia de S. Paio; • Minimizar o impacto visual das intervenções dobre as zonas urbanas adjacentes.

A solução encontrada passou por duas linhas de força: • Transformar o acesso superior, que liga o enraizamento do Molhe ao Farol, num passeio de uso urbano, de configuração não uniforme, provocando, por acção das ondas, u forte efeito cénico por acosião das tempestades; • Transformar a galeria técnica de acesso ao Farol, situada no interior do Molhe, numa galeri desafogada de uso público, com vigias de observação sobre o cabedelo e permitindo ema eventual aventura de «descida» ao centro da tempestade.

Conceitos base e soluções técnicas:

Criatividade e Inovação:

Integrado num conjunto de obras na embocadura do estuário, o Molhe Norte é francamente galgável para minimizar o seu impacto visual sobre a zona da Foz, que, conjugado com o quebra-mar Sul, garantirá maior segurança à navegação e reduzirá a agitação incidente sobre as zonas marginais, tornando-as compatíveis com a sua actual utilização urbana.

• A criatividade e inovação estão presentes em dois momentos: no trabalho colectivo e criativo de concepção da solução geral e na caracterização das várias obras que a compõem e, depois, no trabalho rigoroso, inovador, e multidisciplinar da escolha das formas funcionalidades e do desenvolvimento das soluções estruturais. Fonte: Fernando Silveira Ramos/Secil

Prémio sEcil UnivErsidadEs arqUitEctUra 2009 Vencedores Projecto: Museu da Mina de São Domingos Autor: André Rodrigues Costa (Universidade Autónoma de Lisboa) Projecto: Museu Mineiro de São Domingos Autor: João Charters Monteiro. (Universidade Autónoma de Lisboa) Projecto: Cluster Cultural na Acrópole da Penitenciária de Coimbra Autores: Gerson Gonçalo Oliveira Rei, José Gil Correia Gama e Rui Vótor Rico Baltazar (Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra) Projecto: Museu da Indústria Zona Oriental de Lisboa Autor: Fábio David Ferreira Santos. (ISCTE) Projecto: Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia Autor: Sara Lia Santos V. Bysch (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

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Prémio sEcil UnivErsidadEs EngEnharia civil 2009 Vencedores Projecto: Reabilitação e Reforço do Quartel dos Bombeiros das Lages do Pico Autor: João Pedro Guilherme Alves (Instituto Superior Técnico) Projecto: Construção de Edifícios em Meio Aquático Autor: José Pedro Silva Ferreira (Instituto Superior Técnico).

Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, considerou a presença de Cavaco Silva, presidente da República, “um estímulo à engenharia e aos estudantes de engenharia”. Na sua opinião, “poucos são os sectores de actividade que conseguem responder às necessidades do país como a engenharia”, responsável pela “construção de barragens ou redes de transportes com a garantia de sustentabilidade”. No entanto, “numa sociedade mediatizada”, esta disciplina “não constitui uma profissão muito apelativa” pelo que agradeceu ao presidente da República “a manutenção” o prémio Secil”. É que “o reconhecimento público passa pela atribuição de prémios”, admitiu.


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arquitectura

capitólio está a ser reabilitado

“obra de ourivesaria” TexTo de SofiA duTrA

/// O cineteatro Capitólio, no Parque Mayer, está a ser alvo de reabilitação, da autoria do arquitecto Alberto de Souza Oliveira. A intervenção visa transformar este edifício modernista num espaço moderno, adequado às necessidades das salas de espectáculos actuais, mas mantendo a traça original. Uma “obra de

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ourivesaria, segundo o projectista, tendo em conta a necessidade de reforçar os pilares.


arquitectura

Como o arquitecto Alberto de Souza Oliveira referiu à Arte & Construção, “o projecto visa repor o desenho inicial do edifício, da autoria do arquitecto Cristino da Silva”. Construído em 1929, o Capitólio foi sujeito a adaptações, em 1936, para cinema sonoro. Entre as alterações – também da autoria de Cristino da Silva – destacam-se a ampliação de dois corpos laterais, que são os foyers, e a introdução de um balcão que “desfigurou a sala”, afirma o projectista. O arquitecto considera mesmo que “essas adaptações desvirtuaram completamente o projecto inicial”. Segundo Souza Oliveira, tentou-se “explorar ao máximo as virtualidades que o edifício pode ter, nomeadamente a possibilidade de a sala principal ter diversas relações que se podem alterar perante o público”. A sala, com uma capacidade de 400 a 600 lugares, molda-se a diferentes cenários, designadamente palco tradicional, palco à italiana, café-concerto e abertura do espaço ao exterior. “Criou-se uma praça, que permite uma ambivalência, de poder ver um espectáculo no exterior ou no interior. O público pode estar no exterior ou no inte-

rior e pode ver o espectáculo no outro espaço”, explica. Com as sessões de esclarecimento do projecto o arquitecto percebeu que “a deficiência principal da sala de espectáculo era não ter profundidade de palco”. Com o projecto de reabilitação, o palco ganha mais 30% de profundidade em relação ao que existia”. Além disso, “o fosso de orquestra será motorizado”. “A torre de cena tem 24 varas motorizadas, que permite capacidade de monitorização da sala”, nota. A praça exterior vai estar preparada para espectáculos no exterior. “O edifício tem um posto de transformação próprio e tem ligações de energia na praça, que permitem que a praça tenha a capacidade de instalar equipamentos”, diz. GeometriA dos pilAres AlterAdA De acordo com Souza Oliveira, a intervenção efectuada neste edifício modernista “não é um restauro, é uma reabilitação”. Na sua opinião, actualmente “o problema é definir onde é que os edifícios são ou não intocáveis. Há alguns que são praticamente intocáveis, refere. “Mas os edifícios têm que ter uso, têm que ser modernizados, adequados à utilização, ao mesmo

tempo que a memória do edifício tem que ser respeitada ao dar-lhe uma segunda vida. Daí que a modernização do projecto esteja muito relacionada com implementação possível dentro das condicionantes de não alterar esteticamente a sala, repor a sala no seu desenho inicial, com uma atitude minimalista, no sentido de que todo o apetrechamento técnico não vá alterar o desenho de arquitectura”. “Por outro lado”, acrescenta “a estrutura, sujeita a estudo, foi uma obra de ourivesaria, porque os pilares são descascados e depois posta uma nova armadura de reforço dos pilares nos quatro pórticos principais, que exige que alteremos a geometria dos pilares”. O arquitecto esclarece que “tinha que ser uma ampliação cujo desenho fosse discreto, mas ao mesmo tempo com a luz como ideia de suporte”. Assim, a fachada Norte será mantida na sua integridade, mas a fachada Poente, com menor caracterização no projecto original, deixa algum “espaço de intervenção”, sendo agora concebida como um grande “ecrã”, como uma “nova pele” que reveste toda a ampliação projectada. Trata-se de um conceito de “medium” comunicativo que possibilita a informação em directo ou a retransmissão de espectáculos, criando uma dinâmica interactiva. “Poderá passar-se um espectáculo, que surge no “LED screen”, apoiado numa tecnologia a

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A

reabilitação do Capitólio, recentemente rebaptizado com o nome de Teatro Raul Solnado, é o arranque de todo o Plano de Pormenor do Parque Mayer, da autoria do arquitecto Manuel Aires Mateus.


arquitectura

capitólio está a ser reabilitado

coNstituiÇÃo da equipa proJectista Coordenação Geral da Equipa Projecto de Arquitectura Projecto de Segurança e Saúde Alberto de Souza Oliveira, Arquitecto M.A. Colaboração: Marta Bernardino, Arquitecta Ana Teresa Cravinho, Arquitecta Emanuel Valente de Sousa, Arquitecto José Manuel M. Naves Pinto, Arquitecto Estudo Preliminar e de Diagnóstico da Estrutura Existente Rita M. Diogo de Carvalho de Moura, Engenheira Civil

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Contenção, Consolidação Estrutural e Estabilidade Luís Miguel Villar, Engenheiro Civil (BETAR)

Projecto de Gás Luís Miguel Ferreira de Sousa, Bacharelato em Engenharia Mecânica Projecto Acústico Fernando Manuel Palma Ruivo, Engenheiro Electrotécnico (CERTIPROJECTO) Projecto de Ventilação e Climatização Projecto Térmico José Carlos Monteiro Galvão Telles, Engenheiro Mecânico (AEROPROJECTO) Projecto de Iluminação de Fachada Ernesto Costa, Consultor Técnico (LOURISOM) João Fernando Caetano Gonçalves, Engenheiro Electrotécnico (JOULE)

Instalações Eléctricas, Comunicações e Segurança Projecto de Instalações de Elevadores Projecto Integrado de Segurança Contra Incêndio João Fernando Caetano Gonçalves, Engenheiro Electrotécnico (JOULE)

Arranjos Exteriores Filipa Corrêa de Barros Cardoso de Menezes Barbosa, Arquitecta Paisagista Catarina Assis Pacheco, Arquitecta Paisagista

Projecto de Águas e Esgotos Manuel José Grade Ribeiro, Engenheiro Civil (GRADE RIBEIRO ESTUDOS)

Projecto de Equipamento Cénico Ernesto Costa, Consultor Técnico (LOURISOM) Miguel Lourtie, Consultor Técnico (LOURISOM)

cores de elevada definição e manuseada a partir de software com vários formatos, quer seja de um texto, animação ou transmissão directa de outro espectáculo”. O lanternim principal também será reabilitado. Segundo Souza Oliveira, um problema do edifício era o “amianto interior”. Em 1936, foi montado um sistema de aquecimento protegido com amianto, que criou a necessidade de descontaminar a cave. A cave será toda nova. Além disso, também foram retiradas umas chapas de fibrocimento na cobertura”. A cobertura passará a ter um terraço. “O edifício foi reconstruído em betão armado, mas, como na altura não havia cálculo antisísmico, actualmente é necessário fazer ensaios anti-sísmicos para ver se é preciso um reforço da estrutura”, conclui.


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Dossier

Cozinhas, enCastres e Casas De banho

espaço De Convívio e bem-estar TexTo de rAquel rio

/// A cozinha deixou de ser um espaço exclusivamente reservado à preparação de alimentos e tornou-se um ambiente de convívio, onde a decoração ganhou primazia. A funcionalidade continua

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a ser, no entanto, uma preocupação central.


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Dossier


Dossier

Cozinhas, enCastres e Casas De banho

P

ara atender a estas exigências, os fabricantes disponibilizam uma oferta vasta que conjuga facilidade de organização, versatilidade e estética, com móveis e electrodomésticos adequados a todos os estilos e funções. A nobreza dos materiais, que se unem em combinações inusitadas – alumínio, madeira, mármore e corian - , tornou-se num cartão de visita das novas linha de cozinha. Existem soluções standard, modelos semi-personalizados, com armários que podem ser ligeiramente adaptados para se enquadrarem na cozinha e, por último, móveis feitos à medida.

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Os armários devem ser visualmente atraentes, mas também resistir à sujidade. A fórmica, disponível em vários padrões e textura, é o material mais económico. O MDF revelou-se um excelente substituto da madeira maciça, com os mesmos níveis de qualidade e de manutenção e pode ser pintado em qualquer cor, tal como os lacados. A madeira é uma opção mais cara, mas pode ser um investimento a longo prazo. Após vários anos arredada do espaço cozinha,

preterida a favor de materiais com look mais contemporâneo, a madeira regressou às preferências dos arquitectos e consumidores, inovando nas cores. Os tons quentes de madeira saem reforçados por efeitos em cor de carvalho ou nogueira, vibrantes como a cor de vinho ou cítricas, como o amarelo, verde, laranja. Os módulos permitem brincar com as cores de maneira versátil, combinando vermelho com preto, amarelo, azul ou chocolate As marcas que investiram nos novos acabamentos das madeiras naturais apostam no regresso deste material nobre aproveitando os avanços tecnológicos, criando condições para que a madeira possa conviver em ambientes molhados onde se exige bancadas com garantias de limpeza fácil, e durabilidade. Para além de inovar na cor dos móveis da cozinha, os acab amentos podem também conter pormenores diferenciadores como madeira esculpida, molduras em torno das portas. O vidro sugere efeitos de leveza, mas deve ser usado com moderação. Armários com portas de vidro deixam ver todo o conteúdo, pelo que a melhor escolha são os

vidros foscos. Os puxadores, de linhas clássicas ou vanguardistas, em plástico, aço inoxidável, alumínio, madeira ou porcelana também assumem destaque nas cozinhas contemporâneas. As linhas rectas continuam a ser uma tendência forte no design de cozinhas com traços puros e minimalistas. Os consumidores apreciam cada vez mais as peças basculantes e os gavetões que facilitam a arrumação e tornam a cozinha mais prática. As gavetas tem vindo a conquistar espaço aos armários e impõem-se como sinónimo de arrumação . Muitos armários inferiores estão a ser complementados ou mesmo substituídos por gavetas largas e fundas que permitem arrumar pratos, tachos, panelas ou mercearias com visualização total do seu conteúdo cada vez que são abertas, ao contrário do que acontece quando é preciso alcançar algo que se encontra no fundo do armário. Suportes, divisórias, prateleiras extensíveis e giratórias, despensas amovíveis ou balde de lixo basculante permitem manter as cozinhas organizadas, preservando a estética global.


Dossier

Quer seja apenas para ganhar mais espaço ou se trate de uma preferência decorativa, as ilhas tornaram-se uma escolha de eleição. Estão disponíveis em diversos tamanhos, estilos e materiais: azulejos, mármore, inox ou pedra garantem um estilo inconfundível. Com ou sem lavatório, com ou sem fogão ou exaustor, trata-se de uma opção prática, fácil e moderna de tornar a cozinha inconfundível. A imaginação é o único limite.

Não há um tamanho ideal para uma cozinha com ilha desde que a área permita que a circulação em torno dela tenha pelo menos 70 centímetros. Caso existam armários instalados em volta da ilha, a circulação confortável é de 1,10 metros, para que exista espaço suficiente para abrir as portas. O tamanho da ilha também não segue um padrão, mas segundo alguns arquitectos a sua presença só se justifica se, além do fogão, comportar uma bancada de trabalho ao lado com, pelo menos, 50 centímetros de largura.

Integrar cozinha e sala de jantar, usando uma ilha como fronteira, é uma das fortes tendências actuais. A opção amplia o ambiente e torna-o ao mesmo tempo acolhedor.

O espaço cozinha integrou-se no espaço de estar e as pessoas querem partilhar os momentos de preparação, confecção e refeição com os amigos e familiares.

Dividindo a zona de copa e cozinha, a ilha pode servir de balcão para servir as refeições ou bancada de serviço.

As novas gerações nasceram com toda a tecnologia de internet e redes de relacionamento e estas tendências emerge também na cozinha.

As cozinhas do futuro vão inovar a nível de integração, funcionalidade e praticidade, conjugando toda a tecnologia de equipamentos disponíveis, com preocupações ambientais em pano de fundo. O desejo por uma maior sustentabilidade vai reflectir-se cada vez mais na tecnologia, na arquitectura e na escolha de materiais, mobiliário e equipamentos produzidos segundo padrões ecológicos. DImensões nA CozInhA Medir o espaço é essencial para preenchê-lo de forma a conseguir trabalhar e movimentar-se. A altura ideal para a bancada do lava-louças varia entre 85 a 95 centímetros, sendo esta medida considerada confortável para a maioria dos utilizadores, segundo os especialistas.

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IlhAs: ConCeIto Contemporâneo


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Cozinhas, enCastres e Casas De banho

vado facilmente através de uma limpeza abrasiva. Já o aço inox deve ficar afastado de qualquer produto abrasivo, porque a sua principal desvantagem são precisamente os riscos. Também no que respeita ao chão não há escolhas ideais quanto ao revestimento: variam em função do gosto, uso e orçamento disponível.

Além disso, permite a instalação de uma máquina de lavar louça sob o bancada.

O ideal é que tanto as placas como o forno tenham uma bancada de apoio próxima.

A base dos armários superiores pode ficar a 1,40 a 1,70 metros do chão, mas se forem instalados sobre o lava-louças, o vão pode começar nos 45 centímetros e chegar aos 70 centímetros.

As placas e fornos eléctricos possuem mais funções pré-programadas para cozinhar, o que lhes permite ganhar eficiência, mas em termos de consumo de energia são semelhantes aos dos aparelhos mais convencionais.

As alturas para os fornos eléctrico e de micro-ondas variam, mas, em média, o eixo do forno fica a 95 centímetros do chão, enquanto o centro do micro-ondas é posicionado de 1,30 a 1,50 metros. A escolha do exaustor deve ser feita em termos do tamanho do fogão já que deve cobrir toda a superfície do electrodoméstico. A posição do fogão também conta: há modelos de parede e os que ficam sobre ilhas de trabalho. Deve também ser ponderado o uso: quem cozinha todos os dias ou faz muitas frituras, deve escolher um exaustor mais potente, logo com maior capacidade para expelir os gases. Os exaustores sobre ilhas devem ser mais potentes, pois estão mais sujeitos à passagem de correntes de ar.

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Para garantir um máximo de eficiência devem ser instalados entre 75 e 85 centímetros acima do fogão. Por serem separados, as placas e forno eléctricos podem ser instalados onde for mais prático para o utilizador. O espaço sob as placas fica livre para armários, o que não acontece com os fogões convencionais. Já o forno pode ser posicionado de modo a que o utilizador não precise de se baixar para colocar ou retirar tabuleiros.

mAterIAIs pArA toDos os gostos Não existem materiais mais ou menos adequados para as bancadas das cozinhas, por isso o preço acaba por ser o principal condicionante Corian, Silestone e aço inox tem porosidade nula o que os torna particularmente indicados para esta área, onde se apoiam vários tipos de alimentos e líquidos e a facilidade de limpeza é determinante. O granito e o mármore apresentam uma porosidade mais elevada, mas o seu grau de absorção é, ainda assim, relativamente reduzido pelo que a sua utilização continua a ser permitida. O Silestone, é uma pedra sintética (93% de sua composição é quartzo), que não deve ficar em contacto com temperaturas acima de 250 ºC. A exposição directa ao sol também pode implicar a descoloração da resina usada no fabrico deste material. Também o Corian exige alguma atenção às superfícies quentes, já que o contacto com estas faz o material dilatar e até rachar. Embora esteja sujeito a riscos, o Corian pode ser reno-

O mais importante é a manutenção, sendo desejável um material fácil de limpar, que peça apenas pano húmido e um produto de limpeza. Cerâmica ou porcelanato são boas opções para quem faz muitos cozinhados, pois a limpeza será mais frequente. Quando há pouco espaço devem ser privilegiadas as cores claras e placas pequenas, já que quanto maior forem as peças, maior será o efeito de “escolher” o espaço. O uso de revestimentos cerâmico ou pastilhas de vidro na parede continua a ser aconselhável para quem usa a cozinha com muita frequência. Se o uso for menos frequente, as paredes podem ser pintadas com tinta epóxi, que, por ser lavável, é de fácil limpeza. A pintura pode ser usada mesmo em cozinhas de uso intenso, mas recomenda-se exaustores potentes para eliminar todas as gorduras e cuidados adicionais na escolha das tintas. Os profissionais aconselham, por outro lado, que o revestimento das paredes junto ao lava louças seja feito com azulejos ou placas de vidro que facilitam a limpeza e evitam a infiltração de água. IlumInAção DIferenCIADA Nas áreas de trabalho – lava louças, fogão e ilha –, a iluminação deve ser pontual, com spots de luz direcionados. O restante ambiente pode ter uma luz mais geral. As luzes direccionais devem ficar exactamente sobre a bancada de trabalho. Se estiverem atrás do utilizador, podem causar sombra. A mesa para refeições exige a colocação de um ponto de luz. Para que a iluminação geral seja acolhedora, deve-se apostar na combinação de lâmpadas fluorescentes em alguns pontos e de incandescentes nos outros.



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Cozinhas, enCastres e Casas De banho

apelo ao relax tExto dE rAquEl rio

/// Tal como as cozinhas, as casas de banho ganharam destaque nos projectos de arquitectura e decoração, tornando-se cada vez mais sofisticadas. Espaçosas ou compactas, deixaram de ser exclusivamente um local de higiene pessoal, transformando-se num local que serve o ritual de relaxamento.

h

oje em dia, as tendências da arquitectura e do design de interiores revelam casas de banho requintadas e decoradas ao pormenor, com projectos diferenciado e personalizados. O regresso às origens, com formas orgânicas, aconchegantes e leves está em alta. Criados para relaxar e repor as energias, estes ambientes exibem uma forte tendência para um cenário mais naturalista e ecológico, destacando-se numa atmosfera de características “zen”. O bem-estar evidencia-se no uso de revestimentos naturais ou que remetem a uma aparência natural reproduzindo madeiras e pedras, com acabamento rústico e sem brilho.

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O apelo por uma maior consciência ecológica tem levado fabricantes a lançar produtos inovadores, como louças e metais mais económicos e racionais no consumo de água. Bacias em pedras nobres, madeiras, resinas tecnológicas, bancadas, torneiras e banheiras “high tech”, “ofurôs” (banheiras japonesas que se caracterizam pelo seu formato mais profundo e curto que uma banheira ocidental), louças sanitárias minimalistas, de aparência “retro” ou com design criativo, permitem misturas audaciosas e parcerias antes inimagináveis.

Reciclar e reutilizar são tendências contemporâneas que permitem conjugar linguagens tradicionais e pós-modernas. Os móveis antigos podem ser recuperados com graça e com gostos ocupando a função de bancadas em sintonia com bacias e torneiras de linhas contemporâneas, criando efeitos surpreendentes. Decorações que reúnem peças em tons de dourados, prateados e outros metálicos reforçam o clima de sofisticação nestes ambientes. As paredes com pintura dão o toque final de sala de banho e podem ser embelezadas até com quadros. Já é possível encontrar ambientes totalmente equipados com som, televisão, telefone e até aparelhos de ginástica. Existem vários conceitos para decorar, mas todos se devem adaptar ao estilo do utilizador para que esta zona fique simultaneamente confortável e harmoniosa. Outra tendência que conquista adeptos é revestir as paredes, de preferência com pastilhas e cerâmicas anti-mofo, somente na área molhada da zona de banho. Torna-se mais fácil trocar a cor da pintura, aplicar tinta époxi, colocar um papel de parede diferente e mudar o cenário com facilidade, já que os ambientes

domésticos estão cada vez mais sujeitos a remodelações. Os espelhos devem estar em sintonia com a iluminação para não criarem ambientes confusos e desconfortáveis e não provocarem ofuscamentos. Espelhos com molduras antigas, douradas ou prateada, oferecem um estilo mais clássico ao banheiro. Já molduras orgânicas realçam as linhas contemporâneas. Em alguns casos o espelho entra em cena como revestimento de parede, do piso ao teto, para ampliar as medidas do ambiente. Sobre as bancadas, os espelhos devem garantir boa iluminação e estar na altura apropriada. Uma técnica muito utilizada é colar os espelhos sobre MDF com iluminação de fundo conseguindo um efeito de que estão soltos da parede. EsColhA vErsátil As louças sanitárias estão disponíveis em



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Cozinhas, enCastres e Casas De banho

vá-rios modelos, tamanhos e cores, devendo ser ponderado não só o design, mas também a sua funcionalidade e economia. Alguns fabricantes desenvolvem produtos eco-nomizadores de água que beneficiam o meio ambiente, mas ajudam também a reduzir a factura dos utilizadores. As louças suspensas continuam a atrair as atenções e mantêm-se como uma tendência a seguir, graças ao visual contemporâneo e arrojado. Para quem gosta de ousar, seguindo a onda “retro”, a aposta decorativa passa pela escolha de louças escuras (em alternativa aos tradicionais tons clarinhos), metais dourados e efeitos metalizados. Proporcionando um estilo diferenciado ao design das casas de banho, as bacias são uma escolha elegante e muito em voga Estão disponíveis em vários formatos e materiais: ovais, retangulares, compridas, finas, transparentes, fundas, de madeira, mármore, acrílico, inox, cerâmica, resina de poliéster e vidro. A tendência de linhas “clean” pede bacias quadradas, enquanto o lavatório com coluna ficou reservado a projectos inspirados na decoração “retro”. As bacias podem ser instaladas sobre as ban-cadas ou embutidas.

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O chão e paredes devem ser escolhidos pri-meiro e os lavatórios devem anteceder a es-colha da bancada. Esta é ditada pela altura média do casal. Para casais onde o homem possui 1,90 e mulher 1,60, o lavatório deve ter 85 centímetros de altura. No chão, quando não for possível optar pela pedra natural, uma opção com bom efeito visual é o porcelanato, por permitir juntas secas, quase invisíveis. Quanto ao tamanho das peças, privilegiam-se os extremos, com a opção a recair em peças enormes ou minúsculas. Os duches transformaram-se em peças de alta tecnologia que podem simular várias

cortinas de água e incluir cromoterapia. O conceito de valorizar a simplicidade extrema está cada vez mais difundido nos ambientes da casa. As salas de banho acompanham essa tendência, que evidencia o ambiente clean e livre de excessos e os duches de tecto acompanham esta tendência. A tecnologia marca presença com torneiras e duches que simulam jorros de cascatas ou uma chuva refrescante. O controlo de fluxos de água limita os desperdícios e garante a temperatura desejada: fria, morna ou quentíssima. A simplicidade das formas invade as banheiras com alavancas fáceis de manusear, mas com design criativo. Se as medidas forem compactas, o truque passa por instalar o duche sobre a banheira para conseguir ampliar a área de circulação, sugerem os especialistas.

modelos incluem “leds” de alta luminosidade que se mantêm acesos durante o uso, indicando que o produto está em funcionamento. A influência do design promove contrastes interessantes como a conjugação de torneiras “retro” na cor ouro velho em parceria com uma cuba preta ou de madeira. Acessórios secundários como saboneteiras, porta-cosméticos ou toalheiros exploram peças metálicas, acrílico colorido, fibra de vidro, em tons mais vibrantes para dar um toque de cor ao ambiente. Por fim, as torneiras devem adaptar-se ao estilo das louças sanitárias, privilegiando metais de qualidade IlumInAção CrIA AmbIente

As linhas quadradas, que seguem os conceitos minimalistas de formas simples e estética depurada, foram adoptadas pelas torneiras e acessórios

Uma iluminação adequada é fundamental para tornar o espaço de banho revitalizante. A luz natural que entra através das janelas ou outro tipo de abertura que possibilite a entrada de claridade,deve ser levada em consideração já que a luminosidade natural concede uma envolvente positiva ao ambiente, além de permitir economizar energia durante o dia.

No entanto, os designers “quebraram” a forma rígida do quadrado, misturando-o com o rectângulo, trabalhando a proporção e composição de formas para conseguir movimento, harmonia e equilíbrio.

Por outro lado, a iluminação indireta, muitas vezes realizada por “spots” de luz, proporciona claridade, que se bem projetada, entre teto e paredes, transforma o cenário num ambiente requintado.

No mercado, o estilo minimalista coexiste com outros, como o clássico ou romântico, que combinam linhas suaves e rebuscadas.

Além dos spots, que direcionam a luz para locais determinados, a iluminação geral do ambiente é muito importante. Para essa função, podem ser utilizados tectos falsos com focos bem embutidos que impedem a entrada de vapor e humidade . No entanto, deve ser evitado o excesso de iluminação.

estIlo Com eConomIA

As marcas continuam a desenvolver produtos economizadores de água, minimizando as descargas nos sanitários com teclas especificas e torneiras com temporizador. Um cuidado apurado na selecção de acessórios obrigatórios valoriza o ambiente. As torneiras electrónicas podem ser usadas tanto em locais públicos como em residências. Sendo accionadas apenas com um toque, interrompem o seu funcionamento após alguns segundos, evitando o desperdício de água e garantindo maior durabilidade das peças. Reforçando o toque futurista e tecnológico, alguns

Para quem privilegia a banheira como um elemento central, a colocação de “spots” conjugados com um “dimmer” (um dispositivo que aumenta ou diminuiu a intensidade da luz) acrescenta um toque de sofisticação. As luminárias de embutir são usadas para luz direcionada e auxiliam a iluminação geral. Composições com luz directa e indirecta evitam sombras e criam diferentes cenários, de acordo com a ocasião.



Ambiente

novAs estrAtégiAs e sustentAbilidAde

APemetA debAte construção e ordenAmento do território texto de ChAntAl florentino

/// “Construção e Ordenamento do Território: Novas Estratégias e Sustentabilidade” foi o tema do seminário organizado pela APEMETA – Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais promovido no dia 14 de Maio por ocasião da Tektónica. Os casos práticos dominaram o evento.

e

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m Portugal, “até ao terramoto de 1755 não havia urbanismo como prática organizada e sistemática do Estado”, “o primeiro plano maduro é da Baixa Pombalina e deve-se à notável equipa técnica, da qual fazia parte Manuel Damaia”, começou por referir o professor Sidónio Pardal, da Universidade Técnica de Lisboa. Quanto ao presente, Sidónio Pardal considera existir um “erro na lei quando diz que o espaço se divide em urbano e rural”, devendo antes optar-se pelo “urbano e o rústico”. “Vamos ver se nos próximos anos aparece um documento coerente de taxonomia de usos do solo!”, acrescentou sobre esta questão. “Quem tem a faculdade de decidir que um solo vale tostões ou milhões” é outra das preocupações deste professor, pois muitos procuram este “poder aberrante: ambientalistas, engenheiros, arquitectos e muitos mais”. “Quando o preço do solo se inflaciona , a primeira vítima é a construção civil”, no entanto, “os efei-

tos fazem-se sentir até ao consumidor final”, alertou. A sustentabilidade em Portugal reduz-se a “um discurso estereotipado vazio que não significa nada”, onde a coerência se perde quando “são pedidos estudos ambientais de 100 mil euros a promotores que queiram fazer um campo de golfe e a um agricultor que rega e fertiliza 499 hectares não seja pedido nada”. Ambiente urbAno sustentável Carla Silva, responsável a Ecochoice, começou por falar de ambiente urbano sustentável que resulta da “contribuição da política ambiental para o desenvolvimento sustentável das zonas urbanas, nomeadamente orientando as medidas a desenvolver em torno de quatro eixos: gestão das cidades, transportes, construção e urbanismo”. Demonstrando a aplicabilidade deste con-


Ambiente

No sul da Suécia fica o segundo exemplo trazido por Carla Silva.

Beddington Zero Energy Development (BED ZED), o primeiro caso, resulta de um “projecto de reabilitação de uma zona degradada que custou 16,4 milhões de euros”.

A comunidade de Malmö ocupa mais de 30 hectares e compõem-se de cerca de 1 000 habitações, um parque público e uma escola pública. O conceito de energia para esta área é baseada no “principio de consumo de energia minimizado, fonte renováveis de energia e equilíbrio entre a produção e o consumo de energia”.

Localizado no Reino Unido, esta é a “maior comunidade sustentável mista” que “usa somente energia proveniente de fontes renováveis produzida no local” e diminui as perdas de calor “através de isolamento especial com vidros triplos e caixilharias de madeira”, explicou. Acrescente-se que as habitações estão orientada para sul, têm painéis fotovoltaicos, equipamentos electrodomésticos mais eficientes e uma rede de iluminação de baixo consu-mo. Operacional desde 2002, BED ZED registou uma redução de “45% nos gastos com energia” e “81% nos gasto energéticos com aquecimento”, ambos calculados em comparação com a média local.

Este é o “maior projecto de energia solar que é implemento numa área urbano na Suécia”, disse. Aqui, “a energia e os sistemas de esgotos trabalham juntos através da extracção de calor e de produção de biogás”, conseguindo “consumos menores que 105 kWh/m2 e produções de 6 300 MWh/ano”. Novo sistemA de CoNstrução O arquitecto José Pequeno apresentou o Et3 – Energetic modular technology, um “sistema

estrutural inovador na construção” que revela um “domínio conjunto da engenharia e da arquitectura”. Et3 consiste um sistema construtivo mito madeira-vidro bioclimático de carácter estrutural, energético, funcional e estético que integra sistemas solares passivos e activos. “Conjugando o potencial de iluminação natural com a vertente expressiva, fazendo uso da inexplorada capacidade resistente do vidro e integrando a estratégia de energias renováveis, obtém-se um produto pré-fabricado radicalmente distinto no mercado da construção”, sublinhou José Pequeno. Concebido pela DST – Domingos da Silva Teixeira em parceria com a Universidade do Minho, esta solução exibe” critérios de sustentabilidade” que respondem “aos novos desafios energético globais” e surge como um “suporte sócio-cultural por aproximação construtiva à natureza e seus recursos renováveis”.

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ceito, Carla Silva apresentou quatro exemplos internacionais.


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Portas, Janelas e estores

Marcação ce obrigatória TexTo de ChAnTAl florenTino

/// No dia 1 de Fevereiro de 2010 entrou em vigor a obrigatoriedade de marcação CE de Janelas e Portas. Tal implica que os fabricantes terão de realizar, à luz da NP EN 14351-1, procedimentos de

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controlo de produção de modo a que os seus produtos possam circular livremente no espaço europeu.


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Dossier


Dossier

Portas, Janelas e estores

A

Directiva dos Produtos de Construção (DPC) 89/106/CEE de 21 de Dezembro estipula, entre outros aspectos, que os produtos destinados a estarem incorporados ou aplicados de forma permanente nos empreendimentos de construção devem estar aptos ao uso a que se destinam.

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Concebida com o propósito de enquadrar o mercado interno europeu dos produtos de construção, estabelecendo assim condições para a sua livre circulação no espaço europeu, a directiva prevê seis requisitos técnicos fundamentais na avaliação da conformidade dos produtos da construção: Resistência mecânica e estabilidade; Segurança em caso de incêndio; Higiene, saúde e protecção do ambiente; Segurança na utilização; Protecção contra o ruído; e Economia de energia e isolamento térmico e isolamento térmico.

Estes objectivos, transpostos para a NP EN 14351 -1, são assegurados quando os produtos de construção ostentam a marcação CE, uma obrigatoriedade em vigor para as janelas e portas pedonais desde 1 de Fevereiro de 2010. A marcação CE passou a ser obrigatória para fabricantes que queiram introduzir os seus pro dutos no mercado europeu e “constitui a garantia, dada pelo fabricante, de que o produto cumpre as normas constantes as directivas comunitárias”, escreve o InCI – Instituto da Construção e do Imobiliário. A aposição da Marcação CE é, então, da responsabilidade do fabricante ou dos agentes ou representantes autorizados no espaço europeu e revela a conformidade do produto face a normas nacionais transportas de normas

europeias harmonizadas; a aprovações técnicas europeias caso não haja normas harmonizadas; ou a especificações técnicas nacionais que garantam a presunção de conformidade. OrgAnismOs nOtifiCAdOs A certificação da conformidade do produto faz-se, segundo a Direcção Geral das Actividades Económicas, recorrendo a ensaios tipo; a ensaios de amostra colhidas na fábrica de acordo com um programa de ensaios previamente estabelecido, efectuados pelo fabricante ou por um organismo notificado; a ensaio aleatório de amostras colhida na fábrica, no mercado ou numa obra, efectuado pelo fabricante ou por um organismo notificado; a ensaios de amostras colhidas num lote destinado a fornecimento ou já fornecido; controlo de produção em fábrica;


Não há dúvida! Com os sistemas KÖMMERLING atingem-se os melhores níveis de eficácia energética

HÁ MUITAS FORMAS DE O COMPROVAR Marcação CE em todas as nossas janelas Ensaios à disposição do público Níveis de isolamento muito superiores aos exigidos pelo RCCTE Caixilharias escolhidas por várias universidades para o Concurso Internacional Solar Decathlon Software de assistência ao projectista para fazer o download através da Internet

w w w. k o m m e r l i n g . p t


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Portas, Janelas e estores

sisteMas De aValiaÇÃo Da ConForMiDaDe Para a MarCaÇÃo Ce Tarefas do Fabricante

1+

• Controlo interno da produção • Ensaio de amostras segundo programa prescrito

Certificação do produto com base em: • Ensaios de tipo iniciais • Inspecção inicial do controlo interno da produção • Acompanhamento permanente do controlo interno da produção • Ensaio aleatório de amostras

1

• Controlo interno da produção • Ensaio de amostras segundo programa prescrito

Certificação do produto com base em: • Ensaios de tipo iniciais • Inspecção inicial do controlo interno da produção • Acompanhamento permanente do controlo interno da produção

2+

• Ensaios de tipo iniciais • Controlo interno da produção • (Ensaio de amostras segundo programa prescrito)

• Certificação do controlo interno da produção com base numa inspecção inicial e no acompanhamento permanente desse controlo

2

• Ensaios de tipo iniciais • Controlo interno da produção • (Ensaio de amostras segundo programa prescrito)

• Certificação do controlo interno da produção com base numa inspecção inicial

3

• Controlo interno da produção

• Ensaios de tipo iniciais

4

• Ensaios de tipo iniciais • Controlo interno da produção

Fonte: LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

inspecção inicial em fábrica e do controlo de produção da produção em fábrica por um organismo notificado; a fiscalização, e a avaliação e apreciação contínuas do controlo de produção em fábrica por um organismo notificado. Outra figura importante deste processo são os Organismos Notificados que se definem, de acordo como Instituto Português da Qualidade (IPQ), como aqueles que estão envolvidos nos procedimentos de avaliação da conformidade. 36 | Arte & Construção_Junho-Julho/10

Tarefas do Organismo Notificado

Sistema

As autoridades notificadoras devem cumprir os requisitos de objectividade, imparcialidade, garantia de confidencialidade, assegurar a inexistência de conflito de interesse com os organismos de avaliação de conformidade e, por fim, não propor nem praticar qualquer acto de competência dos organismos de avaliação de conformidade.

Base para a Marcação CE

Declaração de conformidade pelo fabricante com base num certificado de conformidade do produto

Declaração de conformidade pelo fabricante com base num certificado de conformidade do controlo interno da produção

Declaração de conformidade pelo fabricante



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Portas, Janelas e estores

Marcação ce Tarefas da responsabilidade do Organismo Notificado: • Ensaios de tipo iniciais (ITT); • Amostragem; • Controlo interno de produção (FPC – Factory Porduction Control); • Acompanhamento anual Tarefas da responsabilidade o fabricante: • Controlo interno de produção (FCP); • Ensaios de tipo iniciais (ITT); • Amostragem Excepção: O fabricante não tem de repetir os ensaios caso existam várias unidades ou linhas de produção que produzem o mesmo produto para o mesmo fabricante, com os mesmos materiais, com o mesmo controlo do processo; com a mesma documentação ou, então, quando a empresa de sistemas tiver efectuado os ensaios de acordo com a norma e siga a regra dos resultados dos ITT em cascata. Fonte: IPQ

A certificação da conformidade põe ser realizada seguindo o sistema de avaliação definido nas especificações técnica pelo fabricante (declaração de conformidade) ou pelo organismo notificado (certificado de conformidade).

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Uma vez conseguida a Marcação CE, esta deve ser aposta no próprio produto, num rótulo fixado ao produto, na respectiva embalagem ou nos documentos comerciais de acompanhamento. AvAliAção de ConformidAde A avaliação da conformidade dos produtos da construção com as especificações técnicas necessárias para a marcação CE recorre a métodos de avaliação da conformidade definido na DPC que, “devidamente escolhidos e combinados entre si originam seis sistemas de ava-

liação da conformidade distintos: 1+, 1, 2+, 2, 3 e 4”, dá-nos a conhecer o LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil através do Quadro 1. À excepção do sistema 4, onde a responsabilidade cabe exclusivamente ao fabricante, nos restantes intervêm organismos notificados que, dependendo das tarefas, podem ser Organismo de certificação, organismo e inspecção ou laboratórios de ensaio. Como refere o LNEC, “uma premissa inerente a todos os sistemas de avaliação da conformidade é a existência de um controlo interno da produção, de carácter permanente, da responsabilidade do fabricante. Todos os sistemas

integram também ensaios de tipo iniciais, a cargo do fabricante ou de um organismo notificado, consoante os sistemas”. Em todos os sistemas, os procedimentos incluem uma declaração de conformidade emitida pelo fabricante, baseada num certificado de conformidade do produto emitido por um organismo notificado em dois dos sistemas (sistemas 1+ e 1) e um certificado de conformidade do controlo interno da produção emitido também por um organismo notificado em outros dois sistemas (sistemas 2+ e 2).



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Portas, Janelas e estores

Fabricantes De Janelas eFicientes criam associação TexTo de ChAnTAl florenTino

/// Este ano fica marcado com a criação da ANFAJE - Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes cujo objectivo representar, estudar e defender dos associados e a divulgação das janelas eficientes. Para já, estão envolvidas neste projecto 21 empresas.

“A

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ssegurar a representação, o estudo e a defesa dos associados e a divulgação das Janelas Eficientes junto dos vários intervenientes do sector da construção, nomeadamente, promotores imobiliários, donos de obra, projectistas, empresas de construção, empresas de fiscalização e junto dos organismos públicos, universidades e demais institutos superiores de investigação”. Esta é a missão da recentemente formada ANFAJE - Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes constituída por 21 empresas, entre as quais encontramos fabricantes de janelas eficientes, fornecedores de sistemas de perfis de alumínio, de sistemas de perfis PVC e de sistemas de ferragens e acessórios.

Os objectivos da nova Associação assentam em três pilares fundamentais: o desenvolvimento do mercado das janelas eficientes; a promoção da qualidade e inovação tecnológica no sector; e na promoção da qualidade e inovação tecnológica no sector (ver caixa).

anFaJe associação nacional Dos Fabricantes De Janelas eFicientes OBJECTIVOS 1. DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DAS JANELAS EFICIENTES • Promover a aplicação de janelas eficientes (obras novas e em renovações). • Aumentar a percentagem de quota de mercado das janelas eficientes em Portugal. • Potenciar a inovação e desenvolvimento tecnológico necessário para uma correcta valorização do desempenho técnico das janelas eficientes. 2. PROMOÇÃO DA QUALIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO SECTOR • Contribuição no desenvolvimento, aplicação e divulgação em Portugal das normas da Qualidade. • Apoiar a obtenção de certificações e garantias da Qualidade pelos organismos oficiais. 3. PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO DAS VANTAGENS DAS JANELAS EFICIENTES • Aumento do isolamento térmico e consequente poupança energética. Contribuição para a eficiência energética dos edifícios. • Aumento do conforto térmico e acústico. • Contribuição para um meio ambiente sustentável. Subscrição do Compromisso Voluntário de Reciclagem. Fonte: www.anfaje.pt


DOSSIER

ORGÃOS SOCIAIS 2010-2012 ASSEMBLEIA-GERAL Presidente: CRUZFER - Braz Mendes Vice-presidente: PINTO & PINTO - Pedro Pinto Secretário: JOÃO MONTEIRO & FILHOS - Frederico Monteiro DIRECÇÃO Presidente: CAIXIAVE - João Ferreira Gomes Vice-presidente: CAIXIPLÁS - Paulo Taborda Tesoureiro: EUROCAIXILHO - José Ferreira Secretário 1: TECNOJANELA - Vasco Caetano Secretário 2: CARVALHO & MOTA - Paulo Carvalho CONSELHO FISCAL Presidente: CIDADE PVC - João Patinha Secretário: SILVESTRE & SOUSA - João Silvestre Relator: CAIXILOUR - José Carlos

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Fonte: www.anfaje.pt


engenharia

MaTeriaiS De COnSTrUÇÃO nanOTeCnOLÓgiCOS Para MeLhOraMenTO aMBienTaL (iii) João Paramés

Mestre em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico

Jorge de Brito

Professor Catedrático, Instituto Superior Técnico

/// A poluição atmosférica é um fenómeno incontornável, especialmente em ambientes urbanos. É uma preocupação pública e são estudadas soluções para lidar com este facto. Numa cidade, o património construído proporciona uma elevada superfície de contacto entre os materiais de construção e os poluentes atmosféricos. Neste artigo, são apresentados os resultados decorrentes da introdução de determinadas nanopartículas em materiais construtivos, com o objectivo de os dotar da capacidade de decompor diversos poluentes encontrados usualmente na atmosfera, bem como interromper alguns dos mecanismos responsáveis por essa decomposição.

>> Continuação de edição anterior

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O

utro ensaio realizado, a uma maior escala, consistiu na verificação do poder fotocatalítico de uma tinta acrílica branca contendo 10% de TiO2, responsável pelo revestimento de 322 m2 do tecto de um parque de estacionamento coberto. Esta área corresponde a um canto deste parque de estacionamento, com 917 m3, que foi fechado artificialmente de modo a poder controlar-se o nível de poluição e ventilação no período em que emissões de um carro decorriam para o seu interior e posteriores medidas da concentração de NOx’s. A iluminação foi fornecida por 20 lâmpadas de radiação ultra-violeta com 36 Watt cada (Maggos 2007). De notar que este tipo de parques de estacionamento cobertos apresenta uma poluição maior do que a encontrada num ambiente urbano exterior, sejam quais forem os poluentes que estejam a ser considerados, devido a sistemas de ventilação ineficazes (Wong 2002). O ensaio consiste em três testes

cuja fase inicial é a de permitir o lançamento das emissões gasosas de um carro no interior da área fechada do parque de estacionamento, até o ambiente atingir o estado estacionário (3 horas), sendo de seguida ligadas as lâmpadas durante cinco horas, aproximadamente, até se atingir de novo o estado estacionário. Existiu um quarto teste em que não eram ligadas as lâmpadas, meramente para efeitos de medição. As oscilações das emissões gasosas do carro foram contabilizadas, para que se medisse realmente a redução de NOx’s devido ao efeito fotodegradante da tinta do tecto do parque. Desta forma, os resultados obtidos para esta experiência são apresentados nas Tabelas 3 e 4 e nas Figuras 6 e 7 (Maggos 2007). É possível verificar que, no teste onde não são ligadas as lâmpadas UV, a concentração de NO baixa. Este fenómeno deve-se à descida das emissões gasosas de NO do motor do carro

no interior do espaço confinado. A diferença na concentração de NO entre este valor e o dos restantes testes exibe a fotocatálise da tinta existente no parque (Maggos 2007). No teste relativo à remoção de NO2, não se verifica descida da concentração no ensaio em que não se ligam as lâmpadas. Mais uma vez, a actividade fotocatalítica da tinta é dada pela diferença entre esta concentração e a de cada uma das experiências. Torna-se então evidente a diferença entre este ensaio a uma escala real e o anterior, realizado num compartimento com 30 m3, em que apenas eram lançados no seu interior NOx’s. O que acontece é que, neste último ensaio, os óxidos nítricos não eram os únicos poluentes existentes, passíveis de sofrerem decomposição pelo dióxido de titânio (Maggos 2007). Torna-se útil uma ligeira abordagem a outra


engenharia

família de poluentes gasosos denominados COV’s (compostos orgânicos voláteis), que são emitidos como gases por inúmeras fontes, entre elas a exaustão de veículos e a aplicação de tintas, vernizes e outros produtos deste género. Podem ser responsáveis por danos na saúde, dependendo do seu tipo, concentração e tempo de exposição. Provocam o chamado sick building syndrome e, quando na presença de NOx’s, calor e luz solar, reagem com estes para originar o efeito de smog fotoquímico [Q, R]. No ambiente gerado pela emissão de produtos da combustão gerados pelo motor do carro, encontravam-se COV’s, o que originou uma concorrência de poluentes à fotocatálise do dióxido de titânio (Ao 2003). Mais uma vez, observou-se redução da concentração de NOx’s no ar, apesar dos efeitos de inibição provocados pela existência de outros poluentes que, a par do que acontece num ambiente urbano, existem e não podem ser desprezados. É interessante observar qual o desempenho

obtido por um produto construtivo contendo nanopartículas de TiO2, quando sujeito apenas à presença de COV’s. A família destes poluentes orgânicos é vasta e foi feito o estudo apenas aos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e oxileno), que são hidrocarbonetos que resultam da queima de derivados do petróleo e podem alterar o sistema nervoso central [E]. Num outro ensaio laboratorial no contexto do projecto PICADA, foram testadas amostras de argamassas cimentícias com diferentes conteúdos de TiO2 nanométrico com partículas de 21 nm, com um grau de pureza de 99,5% e rácio anatase / rútilo de 80/20%. A percentagem de dióxido de titânio nas amostras é de 0,5, 1, 3 e 6%, medidos em relação à massa de cimento na amostra. O rácio água / cimento nas amostras é de 0,5. A experiência decorreu em humidade e temperatura ambiente. O recipiente tinha 2 dm3 de volume e a fonte de radiação era uma lâmpada semelhante à utilizada no en-

saio laboratorial de remoção de NOx’s anteriormente exposta, ou seja, de 300 Watt, no sentido de se manter uma certa compatibilidade com as restantes montagens laboratoriais efectuadas no âmbito do projecto PICADA (Strini 2005). Nas Tabelas 5 e 6, mostram-se os resultados obtidos para a degradação fotocatalítica de cada um dos compostos para a amostra de 1% de conteúdo de TiO2, que é comparada com a amostra sem dióxido de titânio (Strini 2005). De notar que os compostos não tiveram as mesmas taxas de oxidação, tendência que também se verificou para as outras amostras contendo diferentes quantidades de TiO2. Na Figura 8, evidencia-se a taxa de oxidação da amostra com 6% de dióxido de titânio para concentrações crescentes de poluentes. Estas são proporcionais, o que dá a informação de que, em ambientes com mais poluição, existirá uma maior degradação de poluição atmosférica.

Tabela 3 - Resultados da tinta acrílica, para o teste de remoção de NO (adaptado de Maggos 2007)

Figura 6 - Variação de NO durante as experiências (adaptado de Maggos 2007)

Figura 7 - Variação de NO2 durante as experiências (adaptado de Maggos 2007)

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Tabela 4 - Resultados da tinta acrílica, para o teste de remoção de NO2 (adaptado de Maggos 2007)


engenharia

Tabela 5 - Taxa de oxidação para cada componente da mistura BTEX, para a amostra de 0% de TiO2 (adaptado de Strini 2005)

Tabela 6 - Taxa de oxidação para cada componente da mistura BTEX, para a amostra de 1% de TiO2 (adaptado de Strini 2005)

do de produtos contendo dióxido de titânio com “capacidade de remover a poluição atmosférica”. Existe um universo de variáveis a colocar na equação, de modo a garantir um valor preciso de decomposição de matérias poluentes. Estas variáveis são não só de índole meteorológica e ambiental (em relação a cada um dos ambientes onde se pretende instalar os agentes fotocatalíticos), como também referentes às características do fotocatalizador (dimensão das partículas, percentagem de pureza, percentagem de anatase / rútilo).

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Figura 8 - Taxa de oxidação para a mistura BTEX, consoante a sua variação de concentração. Experiência efectuada para a amostra com conteúdo de TiO2 de 6% (adaptado de Strini 2005)

Tal também se verifica em relação à radiação ultra-violeta disponível, pelo que se pode tirar a conclusão de que, num ambiente com maior incidência de radiação solar, obter-se-á um maior rendimento do material construtivo fotocatalítico (Figura 9).

tidades de fotocatalizador, para que uma argamassa ou um betão exibam propriedades de fotocatálise razoáveis, o que facilita a introdução deste tipo de produtos no mercado, caso esta tendência se mantenha para outros ambientes.

Quanto ao conteúdo de dióxido de titânio nas argamassas, não se verificou um crescimento linear da actividade fotocatalítica (Figura 10), podendo tal dever-se à formação de núcleos fotocatalíticos no interior da pasta cimentícia ou à existência de segregação devido à variação de viscosidade da mistura graças à presença do TiO2 (Strini 2005). Pode então ser feita uma abordagem económica, de algum modo precária e que deixa transparecer o facto de não se terem que adicionar elevadas quan-

Foram observados resultados bastante diferentes em relação ao espaço onde decorreram os ensaios, nomeadamente entre as experiências laboratoriais e o teste no parque de estacionamento, o que deixa transparecer uma dificuldade imensa em descrever detalhadamente o que aconteceria num ambiente urbano, ao introduzir revestimentos fotocatalíticos nas fachadas de edifícios, em termos de percentagens de poluentes removidos. Este é, sem dúvida, o principal desafio na introdução no merca-

No entanto, a empresa italiana produtora de cimento ITALCEMENTI já patenteou a tecnologia, com uma gama de produtos denominada TX Active. Uma rua perto de Milão, com um tráfego médio de 1000 veículos por hora, foi repavimentada com um produto fotocatalítico e, de acordo com o porta-voz oficial do grupo ITALCEMENTI, foi medida uma redução de óxidos nítricos de cerca de 60%. Num teste realizado numa área industrial de 8000 m2, a redução medida foi de 45% (Giussani 2006). De acordo com esta empresa, o revestimento de 15% de todos os revestimentos visíveis numa grande cidade (pintura de edifícios, estradas, entre outros) conduziria a uma redução de poluição atmosférica de até 50%. 3. tOXICIDADE DAS REACÇÕES E NANOPARtÍCULAS INtERVENIENtES Um outro aspecto, também referido e que não pode ser desprezado, é a necessidade de conhecer ao pormenor a estequiometria(2) das reacções existentes na superfície dos mate-


engenharia

Figura 9 - Actividade catalítica para a mistura BTEX, consoante a disponibilidade de radiação ultra-violeta. Experiência efectuada para a amostra com conteúdo de TiO2 de 3% (adaptado de Strini 2005)

4. ConClusão O objectivo deste artigo foi descrever alterações que podem ser feitas a diversos revestimentos convencionais e não só, de modo a melhorar as suas características, face a agentes externos, como a poluição atmosférica, tirando proveito da acção do sol e da pluviosidade (para revestimentos exteriores). Uma questão pertinente que pode ser colocada é a

viabilidade da introdução destes produtos na indústria da construção, existindo obstáculos, principalmente de ordem económica. Quanto aos benefícios ambientais, torna-se muito complicado quantificar os efeitos das superfícies fotocatalíticas. Fazer a transposição para o campo económico é nesta altura praticamente impossível, já que, entre outros efeitos, teriam que ser medidas as potenciais alterações sobre a saúde pública.

(2)

A estequiometria é o estudo e o cálculo das relações quantitativas entre os reagentes e os produtos de reacções químicas. Por exemplo, a equação estequiométrica seguinte traduz a reacção química entre o hidrogénio e o oxigénio para formar a molécula de água, em que a quantidade de reagentes iguala a quantidade de produtos da reacção:

Referências: Ao, C., Lee, S., Mak, C., Chan, L. - “Photodegradation of Volatile Organic Compounds (VOCs) and NO for Indoor Purification Using TiO2: Promotion Versus Inhibition Effect of NO”, Applied Catalysis B: Environment 42 (2), 2003: 119-129. Dalton, J., Janes, P., Jones, N., Nicholson, J., Hallman, K., Allen, G. - “Photocatalytic Oxidation of NOx Gases Using TiO2: A Surface Spectroscopic Approach”, Environmental Pollution 120 (2), 2001: 415 - 422. Fujishima, A., Zhang, X. - “Titanium Dioxide Photocatalysis: Present Situation and Future Approaches”, Comptes Rendus Chimie 9 (5-6), 2006: 750-760. Giussani, B. - “A Concrete Step Towards Cleaner Air”, Euroscan Columnist, Business Week, 2006. Gurol, M. - “Photo-Catalytic Construction Materials and Reduction in Air Pollutants”, Report Produced for the California Senate, San Diego: San Diego State University, 2006. Maggos, T., Bartzis, J., Liakou, M., Gobin, C. - “Photocatalytic Degradation of NOx Gases Using TiO2-Containing Paint: A Real Scale Study”, Journal of Hazardous Materials 146 (3), 2007: 668-673. Maggos, T., Kotzias, D., Bartzis, J., Leva, P., Bellintani, A., Vasilakos, C. - “Investigations of TiO2-Containing Materials for the Decomposition of NOx in Environmental Chambers”, 5th International Conference on Urban Air Quality. Valencia, Spain: PICADA Project, 2005. Sayes, C., Wahi, R., Kurian, P., Liu, Y., West, J., Ausman, K., Warheit, D., Colvin, V. - “Correlating Nanoscale Titania Structure with Toxicity: A Cytotoxicity and Inflammatory Response Study with Human Dermal Fibroblasts and Human Lung Epithelial Cells”, ToxSci Advance Access 92 (1), 2006. Strini, A., Cassese, S., Schiavi, L. - “Measurement of Benzene, Toluene, Ethylbenzene and O-xylene Gas Phase Photodegradation by Titanium Dioxide Dispersed in Cementitious Materials Using a Mixed Flow Reactor”, Applied Catalysis B: Environmental 61 (1-2), 2005: 90-97. Wong, Y., Sin, D., Yeung, L. - “Assessment of the Air quality in Indoor Car Parks”, Indoor Environment 11 (3), 2002: 134-145.,l

Endereços electrónicos: A. http://www.picada-project.com (acedido em 02/2008) B. http://www.branchenv.com/nox/nox_info.asp (acedido em 02/2008) C. http://www.epa.gov/airprogm/oar/urbanair/nox/hlth.html (acedido em 02/2008) D. http://www.coatings.org.uk (acedido em 02/2008) E. http://www.toxics.usgs.gov (acedido em 02/2008) F. http://www.ccohs.ca/headlines/text186.html (acedido em 02/2008)

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riais fotocatalíticos. Este seria um dos objectivos do projecto PICADA. No entanto, na bibliografia consultada, não são expostos resultados nesse sentido. Pode tirar-se alguma conclusão em relação a estes mecanismos para a decomposição fotocatalítica dos óxidos nítricos, como foi evidenciado num dos ensaios relatados, embora os resultados não sejam completamente animadores, devido à produção de ozono. Para outros poluentes, como os COV’s, não se conhecem detalhadamente os produtos da reacção, pelo que não se podem tirar grandes ilações acerca de possíveis elementos nocivos produzidos. Quanto à toxicidade das próprias nanopartículas de TiO2, os autores chegam a um consenso quanto à necessidade de se estar exposto a concentrações relativamente altas para que se verifiquem reacções inflamatórias (Sayes 2006). De resto, estas considerações seriam pertinentes para trabalhadores da indústria de extracção, empacota empacotamento, transporte ou outros que lidassem directamente com o dióxido de titânio, embora não existam estudos que relacionem a exposição humana à substância com risco acrescido de contrair cancro [F].

Figura 10 - Actividade catalítica para a mistura BTEX, consoante a concentração de dióxido de titânio na mistura (adaptado de Strini 2005)


EntrEvista construção

FErnando conFErências silvEira FEpicop ramos 2010

crisE E Futuro dominam Encontro texto de ChAntAl florentino

/// No dia 11 de Maio, o auditório principal da FIL recebeu das Conferências FEPICOP 2010, onde figuras centrais debateram as principais questões que afectam o sector da construção hoje em dia: como ultrapassar a crise e prever o futuro.

r

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icardo Pedrosa Gomes, presidente da FEPICOP - Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, deu início a mais uma edição das Conferências FEPICOP, dando conta do “contexto muito complicado” em que o sector da construção se encontra, pois vem sofrendo de “definhamento, há já quase uma década”. “O que me consola é que, infelizmente, todos os outros sectores compreendem agora o que andámos a dizer estes anos todos. Andámos a pregar no deserto”, acrescentou. Apresentado por Ricardo Pedrosa Gomes como um “realista com fé”, o economista Fernando Pacheco partilhou as suas perspectivas para a economia portuguesa, num momento em que “o mundo atravessa a maior crise de décadas, em que tudo se torna mais incerto”. Esta conjuntura apenas permite enveredar por “uma única estratégia: apostar na atenção à envolvente, na rapidez da resposta e na flexibilidade ao ajustamento”, explicou. Fernando Pacheco quis, antes de se adiantar na sua análise, partilhar algumas ideias. Em primeiro lugar há que ter em conta que “os homens erram e as organizações internacio-

nais e as agências de rating não fazem melhor”. Afirmação à qual se seguiu uma lista de provisões feitas por alguns destes organismos que nunca se concretizaram. A segunda ideia é “não cair no contra argumento não há factos”. Para este economista, “a crise que vivemos não é, felizmente, como a de 1929”. “Ser pessimista não tem que estar na moda”, esta frase resume a terceira ideia de Fernando Pacheco, pois “a economia mundial mostra, neste momento, sinais que emerge da recessão”. “A reposição de stocks, que começou no final de 2009, deverá estimular a produção. Com o aumento de produção e, em particular, do investimento , o desemprego diminuirá”. Aí, seguir-se-á, “durante a segunda metade de 2010, a melhoria das perspectivas e a segurança no emprego, que, por sua vez, estimulará o consumo privado”. A ideia final é que “não podemos ser preguiçosos. Temos de fazer o trabalho de casa: apostar na educação e no capital humano”, conclui o economista. Só assim poderemos resolver os problemas que temos pela frente: “custos e competitividade”.

Fernando Pacheco terminou a sua exposição com optimismo, pois acredita que “vamos conseguir ultrapassar bem esta crise”. Mais tarde, quando questionado, o professor revelou não considerar “grave” o adiamento de alguns projectos, uma vez que “o investimento público é mais um veículo que tem de se adequar de acordo com os timmings”. “ACtividAde de elevAdo risCo” “Situação actual e visão sobre o futuro próximo do sector da construção” foi o tema da mesa redonda, na qual participaram Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), Fernando Silva, vice-presidente do InCI – Instituto da Construção e do Imobiliário, João Belo Rodeia, presidente da Ordem dos Arquitectos (OA), e Ricardo Pedrosa Gomes. Para Carlos Matias Ramos, “o dinamismo e a rentabilidade das empresas do sector são factores fulcrais para a economia nacional”. No entanto, a construção também “é uma actividade de risco elevado cujo o êxito depende da forma como os vários agentes económicos intervenientes conseguem proceder a


construção EntrEvista

Diversificação da área de actividade, internacionalização, concentração de empresas, adaptação ao mercado face aos novos paradigmas das parcerias público-privadas, quantificação criterioso da quantificação dos riscos e inovação são os desafios que, de acordo com o bastonário da OE, as empresas enfrentam actualmente. “A actual crise económica, com a consequente diminuição de investimento do Estado e dos privados, implica, necessariamente, repensar o sector português da construção”, disse João Belo Rodeia. Na perspectiva do presidente da AO, esta crise “apenas antecipou um quadro de relativa escassez que mais tarde ou mais cedo viria a acontecer”, uma vez que “seria difícil manter o ritmo de obras públicas que existia desde a década de 90 e que, em larga medida, resultou muito das oportunidades geradas pelos apoios comunitários e a óbvia carência de infra-estruturas e equipamentos do país”.

Dentro da sua “inocência e desconhecimento”, João Belo Rodeia declarou que “as muito pequenas empresas e as muito grandes empresas parecem as mais habilitadas a resistir”. As primeiras porque “têm pouco encargos” e as segundas “porque têm mais capacidade de resistência”. Esta situação “preocupa” porque a maioria das empresas encontra-se entre estes dois exemplos. Para este problema “não tenho respostas milagrosas”, mas um dos caminhos pode ser o “refazer, reabilitar, reciclar”, concluiu. Fernando Silva, por sua vez, afirmou-se “optimista por natureza” e considerou ser essencial “olhar para o futuro” e salientar “o que de bom se tem feito neste sector”. SeCtor “Alvo de inJuStoS AtAqueS” Paulo Campos, secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, começou por “saudar o sector que tem sido alvo de injustos ataques”. Na óptica deste responsável, o sector da construção “tem estado na ordem do dia pelas razões erradas”: “temos assistido, com grande

insistência, a vários opinion makers que têm muito pouco ou nenhum conhecimento sobre o sector”. “A demagogia e como se utilizam estes grandes projectos tornam-se injustos para um sector que, ao contrário do que querem indicar, empurra o país para a frente”, acrescentou. Traçado o cenário actual, Paulo Campos quis partilhar com os presentes a existência de “muitos sinais positivos que permitem encarar o futuro com algum optimismo”. Embora o segmento de engenharia civil sirva como exemplo do que de melhor acontece no sector da construção, já o mesmo não se pode afirmar relativamente ao segmento residencial. São, precisamente, os maus resultados que levaram Paulo Campos a “desafiar a FEPICOP a participar em rondas negociais para que, num espírito construtivo, pudéssemos desenvolver algumas medidas essenciais para a recuperação do segmento residencial”. Quanto aos grandes investimentos públicos, o secretário de Estado apelou à “prudência” e informou que o governo vai “acompanhar a situação nacional e internacional para que depois, com um novo fôlego possamos voltar a abordar estas questões”.

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esta gestão do risco e articular, ou não, a sua cooperação de forma eficiente”. “O sector da construção não depende exclusivamente da vontade das empresas”, sublinhou.


construção

Portugal constrói

aPoiar a internacionalização TexTo de SofiA duTrA

/// Ajudar à internacionalização das empresas nacionais foi um dos objectivos do Portugal Constrói, que decorreu de 11 a 13 de Maio, integrado na Tektónica 2010 – Feira Internacional da Indústria de Construção e Obras Públicas. A iniciativa visou identificar e divulgar oportunidades de negócio da fileira em mercados considerados estratégicos para Portugal, designadamente Angola, Marrocos, Argélia e Líbia.

S

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egundo Basílio Horta, presidente da AICEP - Instituto do Comércio Externo de Portugal, afirmou na sessão de inauguração do Portugal Constrói, que decorreu a 11 de Maio, o sector da construção “é um dos veículos estratégicos para o desenvolvimento de Portugal”. Baseando-se no estudo "O Poder da Construção em Portugal – Impactos 2009/2010", elaborado pela Deloitte e pela ANEOP”, este responsável acredita que “a internacionalização vai continuar a ser a grande aposta das grandes empresas de construção nos próximos dois anos”. Manuel Agria, da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), adiantou que “a participação de empresas portuguesas nos mercados internacionais tem sido um sucesso”. “Nos últimos dez anos, a actividade externa da construção cresceu a uma média

anual de 28%”, disse. “Longe vai o tempo em que era apenas mão-de-obra. Hoje somos chamados para montar operações de forma global”, salientou.

“são importantes não só pelo seu potencial, mas pela capacidade de penetrar no espaço de que fazem parte”. “São milhões e milhões de consumidores”, ressaltou.

O responsável da CPCI acrescentou que “Devíamos seguir o exemplo de Espanha, cujas empresas quando vão para fora funcionam em circuito integrado”.

Por seu turno, Paulo Campos, Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, salientou que “provavelmente, nunca como hoje a aposta nas exportações se tornou um desafio que obrigatoriamente teremos que vencer. Mas também porque temos base para isso”.

Em termos geográficos, Basílio Horta revelou que “a actividade internacional das empresas portuguesas focou-se, em 2008, em termos de novos contratos essencialmente em África (65%) e na União Europeia (30%)”, sendo que estas “foram as regiões onde se realizou 65% e 31%, respectivamente, do volume de negócios dessas empresas”. O presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Rocha de Matos, afirmou que os quatro mercados abordados pelos workshops

A iniciativa incluiu ainda: quatro workshops sobre mercados internacionais de elevado potencial (Angola, Marrocos, Argélia, Líbia); um seminário sobre a Polónia – competitividade na União Europei; testemunhos de empresas internacionalizadas e com larga experiência nos países em foco; e caracterização das oportunidades de negócios por parte de especialistas da AICEP.


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GABINETE JURÍDICO

ALTERAÇÕES AO RJUE

ALTERAÇÕES AO REGIME JURÍDICO

DA URBANIZAÇÃO E DA EDIFICAÇÃO (RJUE) /// Foi publicado, em 30 de Março de 2010, o Decreto-Lei n.º 26/2010, que introduz a décima alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro ¬ o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE).

O

50 | Arte & Construção_Anril-Maio/10 Construção_Junho-Julho/10

próprio preâmbulo do diploma aponta os seus objectivos, dos quais se destacam:

1. Consagrar a comunicação prévia como um dos procedimentos de controlo prévio, a par da licença e da autorização de utilização; 2. Aprofundar o processo de simplificação, a saber: a. eliminar a exigência do controlo prévio de licença para as operações urbanísticas realizadas em áreas sujeitas a servidão administrativa ou restrição de utilidade pública, que passam agora a poder seguir o regime da comunicação prévia; b. retirar ao controlo prévio de licença as obras de conservação sobre imóveis situados em zona de protecção de imóveis classificados ou integrados em conjunto ou sítios classificados; c. Simplificar a instalação, acesso e utilização das energias renováveis, estabelecendo-se a isenção de controlo prévio da instalação de painéis solares fotovoltaicos e de geradores eólicos, dentro dos limites que se entendem próprios da escassa relevância urbanística, bem como de colectores solares térmicos para aquecimento de águas sanitárias. 3. Reforçar a responsabilidade dos inter-

venientes (no seguimento do novo regime aprovado pela Lei n.º 31/2009, de 3 de Julho relativa à qualificação profissional exigível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de projectos e pela fiscalização e direcção de obra), através da consagração da dispensa de consulta, aprovação ou parecer por entidade interna ou externa aos municípios, dos projectos de especialidades e outros estudos, bem como da realização da respectiva vistoria, quando o respectivo projecto seja acompanhado por termo de responsabilidade subscrito por técnico autor de projecto legalmente habilitado; 4. Clarificar que quando existe falta de determinação de realização de vistoria, o requerente pode solicitar a emissão do título de autorização de utilização mediante a apresentação do requerimento da mesma (à semelhança do que já estava previsto para os casos em que a vistoria não se realizava nos prazos legalmente previstos); 5. Aclarar o âmbito dos mecanismos de coordenação actualmente consagrados em matéria de controlo prévio municipal, salvaguardando o exercício das atribuições e a realização das consultas legalmente estabelecidas às entidades públicas com atribuições específicas, nomeadamente nas áreas do património cultural e da administração do domínio público.

6. Estabelecer um regime excepcional de ex-

tensão para o dobro de prazos de execução das obras (e prazos de caducidade e prazos para a apresentação do requerimento de emissão dos títulos de operações urbanísticas) para obras em curso em 30 de Março de 2010, ou cuja contagem se inicie até 90 dias após esta data, mesmo que se trate de obras de execução faseada e sem necessidade de emissão de novo acto ou título sobre as operações urbanísticas em causa.

Saliente-se igualmente que este novo modelo de controlo prévio estabelece um recurso às tecnologias da informação, a desmaterialização de todo o procedimento, o relacionamento electrónico entre as diversas entidades envolvidas, sejam da Administração Local sejam da Central, bem como a apresentação dos pedidos, a consulta de processos e as notificações on-line, incluindo, nomeadamente, a emissão dos títulos das operações urbanísticas por esta via São dois os grandes procedimentos ora consagrados: a licença e a comunicação prévia. Extingue-se a autorização e cria-se um novo procedimento, o da autorização de utilização, como procedimento único e comum, destinado à utilização das edificações ou suas fracções.


Gabinete Jurídico

A este procedimento, mais complexo, ficam reservadas as intervenções com maior impacto urbanístico, como as operações de loteamento, e as localizadas em áreas não dotadas de um grau de planeamento municipal concretizado com minúcia e detalhe, como as obras de urbanização, os trabalhos de remodelação de terrenos e as obras de construção, alteração e de ampliação em áreas não abrangidas por operação de loteamento. Estão também sujeitas a licença as obras de reconstrução, ampliação, alteração, conservação ou demolição de imóveis classificados ou em vias de classificação, bem como dos imóveis integrados em conjuntos ou sítios classificados ou em vias de classificação, e as obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração exterior ou demolição de imóveis situados em zonas de protecção de imóveis classificados ou em vias de classificação. Esta sujeição ao regime mais completo de controlo prévio é – de acordo com o Gabinete do Secretário de Estado da Administração Local - determinada por claras razões de protecção preventiva dos interesses associados à particular situação destes imóveis, enquanto elementos do património cultural, dando execução ao estabelecido na lei de bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural, aprovada pela Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro. Uma novidade deste regime é a submissão das obras de reconstrução, sem preservação de fachada, ao procedimento de licença, tendo-se reservado uma opção diferenciada para as situações em que haja preservação de fachada. Pretende-se com esta alteração desincentivar a realização de obras de reconstrução sem preservação da fachada existente e, em contrapartida, promover a reabilitação e requalificação urbanas através da sujeição das correspondentes obras a procedimento simplificado. Finalmente, encontram-se sujeitas a este procedimento as obras de demolição das edificações que não estejam previstas ou a coberto de licença de obra de reconstrução, sem novidade, e as demais operações urbanísticas que não estejam isentas de licença. Desapareceram deste procedimento as referências ao licenciamento das intervenções em áreas sujeitas a servidão administrativa ou restrição de utilidade pública e às demais operações urbanísticas que não estejam isentas de

controlo prévio. O controlo prévio destas operações urbanísticas transitou do procedimento de licença para o procedimento mais simplificado da comunicação prévia.

principal, portanto, como equipamento complementar, embora não integrando o conceito de equipamento lúdico ou de lazer, isento de qualquer controlo prévio.

b) ComuniCAção préviA

C) AutorizAção

A primeira operação urbanística agora submetida ao regime da comunicação prévia é, como já foi referido, a reconstrução com preservação das fachadas. Note-se que a preservação da fachada original na sua integralidade não prejudica a possibilidade de a cércea original vir a ser alterada através deste mesmo procedimento de comunicação prévia, uma vez que a noção legal desta operação urbanística inclui a ascensão até à cércea mais elevada das edificações confinantes (caso existam, e caso o próprio edifício intervencionado não se evidencie, ele mesmo, o mais elevado).

Este novo regime é único e comum, independentemente da prévia existência de um procedimento de licença ou de comunicação prévia. Desta autorização resulta o título “alvará de autorização de utilização”, que habilita à utilização do imóvel.

Com grande relevo, no âmbito da isenção de licença e regime de sujeição à comunicação prévia, surgem, em segundo lugar, as obras de urbanização e os trabalhos de remodelação de terrenos em área abrangida por operação de loteamento. Num desenvolvimento do regime anterior, constam ainda como sujeitas ao regime de comunicação prévia, as obras de construção, de alteração ou de ampliação em área abrangida por operação de loteamento ou plano de pormenor que contenha os elementos referidos nas alíneas c), d) e f) do n.º 1 do artigo 91.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro. Também estão sujeitas a este procedimento as obras de construção, de alteração ou de ampliação em zona urbana consolidada que respeitem os planos municipais, e das quais não resulte edificação com cércea superior à altura mais frequente das fachadas da frente edificada do lado do arruamento onde se integra a nova edificação, no troço de rua compreendido entre as duas transversais mais próximas, para um e para outro lado. Porém, nestes casos, a cércea máxima a concretizar nestas intervenções não toma por referência as cérceas das edificações confinantes, mas sim a mais frequente nas edificações do lado do arruamento em que se insere a nova edificação, desde que tal respeite, naturalmente, outros eventuais limites fixados em plano municipal. Da tipologia de operações urbanísticas sujeitas a comunicação prévia consta, ainda, a edificação de piscinas associadas a edificação

Contudo, é de realçar a excepção á regra: no caso de alterações à utilização de edifícios que envolvam a realização de obras não isentas de controlo prévio (sendo a alteração à utilização apreciada abrigo de procedimento de controlo prévio da obra, por exemplo de obra de ampliação, alteração ou de reconstrução) ou que envolvam a realização de consulta a entidade externo ao Município, tais alterações encontram-se submetidas ao procedimento de comunicação prévia. Em conclusão, com esta nova configuração dos procedimentos de controlo prévio - a qual se articula com a simplificação do regimes dos instrumentos de gestão territorial, do exercício das actividades industriais, dos empreendimentos turísticos, dos estabelecimentos de restauração e bebidas, e se harmoniza com o novo regime da qualificação profissional exigível aos técnicos (constante da Lei nº 31/2009, de 3 de Julho),- espera-se que a partir de 28 de Junho de 2010 se torne mais simples a identificação do procedimento adequado à realização de operações urbanísticas, bem como a compreensão da respectiva tramitação pelos particulares e profissionais da actividade.

Ana Sofia Catarino

Sócia da Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados

51 | Arte & Construção__Junho-Julho/10

A) LiCençA


empresas

Guialmi apresenta OriGami system

CarlOs leite head Of divisiOn na samsunG Carlos Leite é o novo Head of Division de Ar Condicionado da Samsung Electrónica Portuguesa, tendo a ser cargo a coordenação e gestão da área de marketing e vendas desta área de negócio da Samsung em Portugal. Licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico e com especialização em Termodinâmica, Carlos Leite complementou a sua formação com um MBA em Marketing da Universidade Católica Portuguesa. Entre 2000 e 2006, Carlos Leite foi director geral da Sonicel Ar Condicionado, passando depois e até ao presente, à direcção do Departamento de Edifícios.

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BarBiniarquiteCtOs venCe COnCursO pOlis litOral nOrte BARBINIarquitectos obteve o 1º lugar no Concurso Público de Concepção para a “Elaboração do Projecto de Requalificação da Frente Ribeirinha de Viana do Castelo”, promovido pelo Polis Litoral Norte. Seguiram-se, nas classificações, a Arquitrave/Terramorfose/Engisplan (2º lugar), a Impromptu (3º lugar) e a Proenngel – projectos de Engenharia e Arquitectura (4º lugar), avança online a Ordem dos Arquitectos. De acordo com a memória descritiva, “o trabalho vencedor estabelece como elemento estruturante de toda a proposta a ligação entre Esposende a Caminha através de uma «ecovia do litoral» - que integrava já o Plano Estratégico para a Intervenção de Requalificação e Valorização do Litoral Norte - , ao longo da qual serão projectados equipamentos destinados a actividades de lazer ligadas ao rio e ao mar, enquadrada por um conjunto de medidas que promovem o reequilíbrio do sistema ecológico do Cabedelo”.

Origami System é a nova colecção de secretárias de alta direcção da Guialmi, uma empresa portuguesa dedicada ao desenvolvimento e produção de mobiliário e soluções para o escritório. A presentação oficial da no gama, que decorreu dia 25 de Maio no Museu Fundação do Oriente, deu a conhecer uma companhia que tem “apostado fortemente nos mercado externos de forma a atingir um crescimento sustentado do seu volume de negócios”, avançaram os responsáveis em comunicado. Entre as escolhas da Guialmi estão países como Espanha, França, Irlanda, Reino Unido, Holanda, Emiratos, Jordânia, Arábia Saudita, Moçambique, África do Sul, Angola, Cabo Verde e Marrocos. A colecção Origami System foi premiada com o GOOD DESIGN AWARD do Chicago Atheneum - Museu de Arquitectura e Design. Durante este ano, a empresa vai investir três milhões de euros e assim ultrapassar a facturação de 14 milhões de euros conseguida em 2009. sChindler nO aerOpOrtO de frankfurt A Schindler vai participar na construção da nova gare do aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, ao fornecer 76 escadas e tapetes rolantes. Construída para receber o Airbus A380, a gare “A-Plus”, uma extensão do Terminal 1 do aeroporto de Frankfurt, tem abertura agendada para meados de 2012 e vai contar com 46 escadas e 30 tapetes rolantes da marca Schindler, o único fornecedor de equipamento para a nova gare de quatro andares, refere esta em comunicado. A gare, que estima-se deverá receber até 6 milhões de passageiros/ ano, ficará equipada com tapetes rolantes capazes de transportar 13 500 passageiros/hora. A Schindler “conta já com larga experiência na instalação de equipamentos em aeroportos e ambientes com necessidades de gestão de grandes fluxos de pessoas”, tendo desenvolvido soluções par projectos como o Terminal 5 do aeroporto de Heathrow, em Inglaterra, e o novo terminal do aeroporto de Joanesburgo, na África do Sul, construído para o Campeonato do Mundo de Futebol 2010.



NOTÍCIAS

NO PAÍS

EDIA LANÇA CONCURSO PARA 4400 HA DE REGADIO

APFAC MUDA ESTATUTOS PARA ENGLOBAR ETICS Oito anos após a sua fundação, a Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção (APFAC) reviu os seus estatutos com o intuito de “englobar o sistema de ETICS no seu articulado”, avançou em comunicado Carlos Duarte, presidente da APFAC. A partir de agora este organismo assume-se oficialmente como a Associação de Fabricantes de Argamassas e de ETICS em Portugal.

QUEIXAS POR MÁ CONSTRUÇÃO AUMENTAM

A EDIA lançou quatro concursos públicos para execução de novas áreas de rega do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva no valor de 35,6 milhões de euros, comunicou ontem a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva. Ocupando uma área de 4 400 hectares, as novas áreas de regadio representam quatro estações elevatórias da rede secundária, um reservatório de regularização, assim como as redes de telegestão, viária e de drenagem. Lançados estes concursos, a EDIA acaba por ter em obra todos obra todos os sub-sistemas de rega previstos no Projecto: Alqueva, Ardila e Pedrógão “caminhando assim para a concretização plena do Projecto de Alqueva, ou seja, completar os 110 mil hectares de regadios até ao ano de 2013”, pode ler-se no comunicado.

54 | Arte & Construção_Junho-Julho/10

PNAEE CORTA IMPORTAÇÕES EM 325 MILHÕES DE TEP No primeiro trimestre, a Deco - a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor recebeu 142 queixas devido a má construção de casas, quase metade das 364 registadas em todo o ano passado. Segundo o Diário de Notícias, a Associação aconselha o consumidor a estar atento antes de realizar esse investimento, consultando a ficha técnica da habitação e a caderneta predial. Com os dois documentos o futuro proprietário vai conhecer as características da casa e saber "se existe algum tipo de penhora antes da assinatura do contrato de promessa de compra e venda", diz Carla Varela, jurista da Deco. Os imóveis têm uma garantia de cinco anos, mas existem "outros prazos que o morador deve ter em conta", alerta a jurista. O proprietário tem um ano para denunciar as falhas como infiltrações ou fissuras, a contar da data de detecção dos problemas. A queixa deve ser enviada ao construtor ou vendedor por carta registada e com aviso de recepção.

Os resultados do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) mostram que, desde a sua implementação há dois anos, as reduções nas importações chegaram aos 325 milhões de litros equivalentes de petróleo (TEP), avança a ADENE. No caso do parque habitacional foram, no âmbito do Plano, instalados 145 mil m2 de energia solar térmica em mais de 50 mil edifícios, o correspondente a mais de 65 MW de potência instalada. Paralelamente foram introduzidas no mercado mais de seis milhões de lâmpadas de elevada eficiência. O parque escolar, por sua vez, contribuiu com a introdução de sistemas de microgeração em mais de 50 estabelecimentos de ensino e “reduziu-se, em 60%, a iluminação tecnologia LED em semáforos”,. A ADENE caracteriza Portugal como uma “referência europeia” no que diz respeito à certificação energética, uma vez que apresenta uma média anual superior a 175 mil certificados emitidos.


NO PAÍS

NOTÍCIAS

EUROPAN E PARQUE ESCOLAR CELEBRAM PROTOCOLO O Parque Escolar EPE vai conceder à Associação Europan Portugal a organização do primeiro Concurso de Concepção para o projecto de três novas escolas localizadas na Área Metropolitana de Lisboa. O concurso é aberto a “equipas pluridisciplinares sob a coordenação dum arquitecto e dele resultará a selecção por um júri independente, de três equipas por escola, entre as quais se realizará um processo de adjudicação por ajuste directo”, pode ler-se no site da Europan Portugal. Mais informações sobre o regulamento, júri, calendário, locais das escolas e inscrições podem ser encontradas no site www. espacosescolares.europanportugal.pt. Este protocolo celebrado entre as duas organizações visa estimular “a oferta de oportunidades de pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras, favorecendo a integração interdisciplinar e a participação de jovens profissionais nas equipes concorrentes, com contratação do vencedor de acordo com as disposições legais vigentes para Contratos Públicos” e assim como promover a “experimentação dos métodos da organização Internacional da Europan na preparação organizativa de concursos de Concepção e respectivo processo de avaliação de conformidade, adequação e qualidade, por uma Comissão Técnica e um Júri independente”.

Dos 246 milhões de euros destinados à conservação da rede rodoviária nacional, a Estradas de Portugal (EP) irá investir 15,5 milhões na conservação de estradas no distrito de Setúbal, no triénio 2010 / 2013, anunciou ontem a empresa. Os trabalhos previstos englobam “a manutenção e conservação dos mais de 800 quilómetros de vias e 332 pontes, viadutos e outras travessias que constituem a rede rodoviária a cargo da Estradas de Portugal naquele distrito”, pode ler-se no comunicado da empresa. Esta intervenção consistirá na conservação de pavimentos, bermas e valetas, passeios, nós, intersecções, ilhéus e separadores, na conservação de taludes e da rede de vedação, assim como na manutenção de obras de arte, actividades ambientais e de segurança.

FISCO VENDE PARTE DO ESTÁDIO DO JAMOR O Ministério das Finanças vai vender em hasta pública, a 22 de Junho, três parcelas devolutas do Estádio Nacional, em Oeiras, num total de quase dois hectares, para construção de acessos viários para o Complexo do Alto da Boa Viagem. O anúncio, publicado no site da Direcção-geral do Tesouro e Finanças, diz respeito a três parcelas devolutas do Estádio Nacional, com 11 500, 6 235 e 1 275 metros quadrados, perfazendo quase dois hectares, ou seja, dois campos de futebol. Segundo o processo de venda destes terrenos do Estado, a avaliação dos terrenos, feita em Julho de 2008 pela Engivalor, propunha a alienação por um total de dois milhões e 86 mil euros, repartidos em 1,315 milhões, 713 mil e 58 mil euros, respectivamente.

55 | Arte & Construção__Junho-Julho/10

EP INVESTE 15,5 MILHÕES DE EUROS NO DISTRITO DE SETÚBAL


NOTÍCIAS

NO PAÍS

PIB AUMENTA 1% NO PRIMEIRO TRIMESTRE A economia portuguesa cresceu 1,7% no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo e subiu 1% face aos três meses anteriores. Estes dados, divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), representam um salto em relação ao quarto trimestre de 2009, no qual o PIB tinha diminuído 1% em termos homólogos e recuado 0,2% em cadeia. O relatório das “Contas Nacionais Trimestrais” aponta para um “aumento de 1,7% em volume no 1º trimestre de 2010 face ao período homólogo, o que compara com a variação de 1,1% registada no trimestre anterior”. O aumento do PIB em termos homólogos no 1º trimestre “esteve parcialmente associado a um efeito de base (o PIB no 1º trimestre de 2009 diminuiu 3,7%), verificando-se uma melhoria dos contributos da Procura Interna e da Procura Externa Líquida, mais intensa no primeiro caso”, explica o INE. No quarto trimestre de 2009, o produto contraiu-se 1,1% (variação homóloga), em volume, após ter recuado 2,5% no período entre Julho e Setembro de 2009 e menos 3,4% no 2º trimestre.

56 | Arte & Construção_Junho-Julho/10

NOVA ESTAÇÃO DE COIMBRA PARA TODAS AS REDES A RAVE, a REFER e a Câmara Municipal de Coimbra assinaram um protocolo de colaboração para o desenvolvimento do projecto de construção da nova Estação Central de Coimbra e da sua integração no tecido urbano envolvente, na passada sexta-feira. Esta estação destaca-se por integrar os serviços das redes de alta velocidade, convencional e metro ligeiro de superfície (Sistema de Mobilidade do Mondego), assim com os transportes rodoviários. Situada a norte da actual Estação de Coimbra B, na zona de Loreto, a nova estação irá “potenciar a reconversão urbanística de toda a zona envolvente e desenvolver um novo espaço da cidade, integrando-a na malha urbana e reforçando o impacto positivo desta nova infra-estrutura na economia local”, assegura a RAVE em comunicado. O projecto prevê a existências de uma “estrutura verde” que permitirá a continuidade do Vale de Coselhas até ao Choupal, um terminal rodoviário e um parque de estacionamento.

SONAE QUER RETOMAR CONSTRUÇÃO EM TRÓIA EM 2012 Inaugurado em 2008, o Troiaresort já tem vendido metade do que foi construído. Agora, a Sonae Turismo quer centrar a sua atenção na comercialização das unidades ainda disponíveis, retomando a construção em 2012. João Silveira Lobo, administrador da "holding" de turismo do grupo Sonae, admitiu que só em 2012 deverá recomeçar a construção dos demais projectos dentro do empreendimento turístico. O responsável revelou, na terça-feira, que a Sonae Turismo está em conversações com parceiros nacionais e estrangeiros para desenvolver os últimos dois empreendimentos do Tróia Resort - os apartamentos da Lagoa e o projecto Eco Resort - cuja construção ainda não arrancou.


NO MUNDO

NOTÍCIAS

LUÍS CARVALHO LIMA É PRESIDENTE DA CIMLOP O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Carvalho Lima, foi nomeado para primeiro presidente da Confederação do Imobiliário dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP). A escolha foi feita por unanimidade para dirigir a recémconstituída Confederação, uma nomeação apresentada a 9 de Maio no Salão Imobiliário de Angola. Luís Lima reconhece “no espaço da lusofonia um dos primeiros – e talvez o mais importante – caminhos a seguir na óptica de internacionalização do mercado imobiliário”. O responsável lembrou que “a história do crescimento de muitas das grandes economias do mundo passou pelo acesso crescente da população à propriedade da casa que habita”, sublinhando a importância da fileira da construção e do imobiliário. Dinamizada por um grupo de associações empresariais de Angola, Brasil e Portugal, a CIMLOP visa a captação de investimento nas áreas da construção e do imobiliário, para os países de origem das associações que a constituem, tendo a intenção de se alargar a organizações congéneres dos restantes países que falam português.

OPWAY E MOTA-ENGIL COMPRAM PARTICIPAÇÃO NA MEXICANA IDINSA A OPWAY e a Mota-Engil adquiriram uma posição no capital social na construtora mexicana Impulsora de Desarrolo Integral (IDINSA). A compra, que ascende aos 2,5 milhões de euros, foi feita através de uma sociedade veículo de direito mexicano (SPV) detida em partes iguais pela OPWAY e pela Mota-Engil Engenharia. Neste contexto, a IDINSA aumentou o capital subscrito pela SPV em 16,5 milhões de euros, passando a deter 50% do capital social da empresa. Com uma facturação próxima dos 60 milhões de euros, a IDINSA pretende beneficiar das oportunidades existentes ao nível do “Programa Nacional de Infra-estruturas 20072012” do governo mexicano, cujas obras poderão chegar a representar 60 000 milhões de euros.

PRESIDENTE DA EMO REELEITO

O conselho municipal de Nova Iorque aprovou um projecto para construir um centro cultural islâmico e uma mesquita a dois quarteirões do Ground Zero, em Manhattan. O conselho aprovou a obra numa votação de 29 a favor, um contra e 10 abstenções. Os defensores do projecto afirmam que a chamada "Casa Córdoba" ajudará a desfazer os estereótipos negativos sobre o Islão que prevalecem na cidade desde o 11 de Setembro de 2001. Por seu turno, os adversários dizem que o projecto insultará a memória das vítimas.

A EMO – European Industry Organisation foi a votos e elegeu por unanimidade a equipa que, desde o mandado anterior, está à frente da organização: o presidente Ludwig A. Soukup (Alemanha) e os vice-presidentes, Carlos Duarte (Portugal) e Alain Delcourt (França). As eleição tiveram lugar na reunião anual da EMO que decorreu em Praga, República Checa, nos dias 7 e 8 de Junho.

57 | Arte & Construção__Junho-Julho/10

NOVA IORQUE APROVA MESQUITA PERTO DO GROUND ZERO


imobiliário

GArden residenCe

novo resort inteGrAdo em LisboA O Garden Residence é o novo projecto da Imorequerente, na Quinta da Francelha, em Lisboa. A insígnia que reúne os grupos Sabir Hotéis, Vip Hotels e Hotel Lutécia está a investir 50 milhões de euros no seu primeiro empreendimento residencial de luxo, que deverá estar concluído em Setembro. O resort integra ainda um hotel de cinco estrelas, com conclusão prevista para o início de 2012. Inserido em 11 800 metros quadrados de área de jardim e espaços de lazer, o condomínio terá 63 apartamentos nas tipologias T2 a T5+1, com áreas de 176 a 363 metros quadrados, a um valor médio de 3.050 por metro quadrado. Com projecto de arquitectura assinado pelo Atelier Oscar Santos, o Garden Residence apresenta um “desenho de arquitectura moderno”, pensado para se fundir com a história da Quinta da Francelha — de origem setecentista e património classificado. O projecto “privilegia os espaços de fruição voltados para o interior do condomínio, onde se destacam as fachadas rasgadas, as varandas contíguas e os vãos de grande dimensão”, destaca o arquitecto Óscar Santos. O projecto, que contempla mais de 11 mil metros quadrados de áreas verdes, tem uma área bruta de construção de 17 300 metros quadrados. "Não é vulgar, senão mesmo impossível, encontrar em Lisboa empreendimentos onde a área de implantação é tão pequena face à dimensão do lote, ocupado predominantemente por espaços verdes, piscina, além de outros espaços comuns e zonas sociais", refere Erik Kurgy, director de projecto da Imorequerente. Hotel de cinco estrelas

58 | Arte & Construção_Junho-Julho/10

O projecto é definido como um verdadeiro “urban resort”, já que inclui uma unidade hoteleira de cinco estrelas, spa com ginásio, courts de ténis, jardins, percursos pedonais e espelhos de água e mais 25 000 metros quadrados de área de espaços verdes, a usufruir pelos residentes do condomínio e pelos utentes da futura unidade hoteleira. Erik Kurgy sublinhou a acessibilidade como ponto forte do ‘resort urbano’ – perto do Aeroporto de Lisboa, assim como dos principais acessos para o Norte, Sul e interior do país. O director de projecto da Imorequerente revelou que “o cinco estrelas de 300 quartos já está em construção”, ficando a estrutura concluída “em Outubro”. O hotel deverá “estar pronto a abrir no final de 2011”, avançou.

Ficha Técnica Promoção: Imorequerente - Actividades Imobiliárias Infra-Estruturas: Manuel Gomes de Almeida e Filho Construção: Alves Ribeiro, SA Arquitectura: Atelier Oscar Santos Arquitectura Paisagista: Atelier Oscar Santos Engenharia: Atelier Oscar Santos Fiscalização: Negril e Fispor Comercialização: Garden Residence


OS DESAFIOS DE FUTURO NA CONSTRUÇÃO

RECURSOS HUMANOS

IMPLICAÇÕES NOS RECURSOS HUMANOS /// O paradigma actual do sector da Construção Civil em Portugal assenta em duas realidades distintas e baseadas no mesmo pressuposto: a economia portuguesa está indexada ao volume de construção/obra pública, e vice-versa. Contudo, se analisarmos cuidadosamente este paradigma, verificamos que se baseia numa estratégia arriscada. Tudo o que gira à volta da macroeconomia é, nos dias de hoje, um jogo de risco.

Por outro lado, a economia portuguesa não tem condições de dar ao sector da Construção o volume de trabalho e negócio que as empresas de maior dimensão necessitam, para continuar a crescer. Como tal, a internacionalização destas grandes construtoras foi, é e será, a única forma de assegurar o crescimento sustentado.

59 | Arte & Construção_Anril-Maio/10

Perante estes pressupostos, qual o papel que resta aos Recursos Humanos, enquanto motor do desenvolvimento das empresas? Num primeiro cenário, e tendo em conta que a obra pública escasseia, as oportunidades surgirão numa perspectiva de reabilitação, manutenção de estruturas e infraestruturas de substituição. Não estarão associadas, portanto, a uma vertente de crescimento do património imobiliário do Estado ou das suas empresas gestoras (ex. auto-estradas).

Não existindo desafios de relevo em termos técnicos, as empreitadas terão de estar subordinadas a controlos de custos muito rígidos, com implicações nos recursos que lhe são alocados. INTERNACIONALIZAÇÃO É UMA SOLUÇÃO WIN-WIN Num segundo cenário, a internacionalização é uma solução win-win para todas as partes. Permite às Construtoras um volume de negócio e empreitadas numa escala que não existe em Portugal, originando uma curva de aprendizagem e evolução dos quadros e operadores portugueses extraditados. Possibilita também que estes conheçam outras realidades, técnicas de construção, métodos de planeamento e de gestão de obras, considerando que, para além de empreiteiros isolados, há também muitas obras em consórcio internacional. Assim, este panorama traz implicações ao nível dos desafios de Recursos Humanos da Construção em Portugal. Estratificando o sector, não existirão grandes alterações na mão-deobra pura, dos operadores subcontratados, mas sim ao nível dos quadros superiores. Neste segmento, denotamos que as empre-

João Maia

Manager – Hays Engineering & Construction

sas começam a exigir novas valências, nomeadamente o domínio de línguas estrangeiras, a utilização de ferramentas de controlo de gestão mais globais e a capacidade de gestão e liderança de equipas de trabalho multiculturais. Estes requisitos, que há poucos anos eram ignorados pela maioria das Construtoras, são agora obrigatórios em qualquer perfil. Também a mobilidade (até há pouco tempo, limitada apenas ao território nacional) para trabalhar em qualquer parte do mundo é agora muito valorizada, a par da capacidade de adaptação aos costumes e realidade sociocultural de cada país. Contudo, o espírito de abertura, os genes multiculturais e a experiência de diáspora que marca o povo português há séculos são garantia de que, a curto e médio-prazo, continuaremos a deixar a marca nacional em todo o mundo. E, agora, com uma visibilidade que se pretende cada vez maior, a bem da economia e da nação.

59 | Arte & Construção__Junho-Julho/10

A

obra pública em Portugal não é definida por nenhuma estratégia de médio ou longo-prazo, mas sim por decisões e empreitadas com impacto a curto-prazo. As únicas excepções serão o novo Aeroporto e o TGV que, sendo estratégias acertadas, nascem em conjunturas económicas adversas, para garantir e descansar quem constrói.


agenda

nacional

túneiS 2010 A sétima edição da conferência túneis está agendada para o dia 22 de Junho e vai reunir, em Lisboa, responsáveis de empresas como a Soares da costa, Metropolitano de Lisboa, rAVE – rede Ferroviária de Alta Velocidade, international tunnelling and underground Space Association, Sbb – the Swiss railway e comitê barsileiro de túneis. Execução de túneis urbanos; Prolongamentos da Linha Vermelha; rede Ferroviária Portuguesa de Alta Velocidade; tunnels necessary infrastructures for a sustainable development of South West Europe; the Gotthard basis tunnel; e A experiência do brasil na construção de túneis: modelos de construção e operação são algumas das temáticas a debate. túneis 2010 é organizado pela iir Portugal.

Junho

GeStão e fiScAlizAção de obrAS Acção de formação Lisboa; 18 e 19 de Junho Fundec; www.civil.ist.utl.pt/fundec/

ArquitecturA trAdicionAl e SuStentAbilidAde Ponto de Encontro Lisboa; 24 de Junho Lisboa e-nova; http://lisboaenova.org

GEStão E FiScALizAção dE obrAS Lisboa

29

GEStão dAS rEcLAMAçõES noS contrAtoS dE EMPrEitAdAS Lisboa

01

bAc2010 Guimarães

10

AcoMPAnhAMEnto AMbiEntAL EM obrA Porto

23

ProJEcto cASA Porto

túnEiS 2010 Lisboa rEAbiLitAr2010 Lisboa ArquitEcturA trAdicionAL E SuStEntAbiLidAdE Lisboa introdução à EnGEnhAriA Évora

JuLho

reAbilitAr2010 o LnEc Laboratório nacional de Engenharia civil (LnEc) recebe, entre 23 e 25 de Junho, o reabilitar2010 – Encontro nacional sobre conservação e reabilitação de Estruturas, um evento que pretende responder às solicitações do país, uma vez que em “Portugal se sente uma crescente necessidade de adequar as construções existentes às novas exigências impostas por uma sociedade cada vez mais moderna e desenvolvida, e cresce o reconhecimento da importância cultural, económica, social e ambiental da conservação e reabilitação do património edificado existente”, avançam a organização”. durante estes três dias serão conhecidas as mais recentes experiências nacionais no que iz respeito a estruturas de madeira, aço, betão ou então realizadas em construções alvenaria. reabilitar2010 é organizado pela APEE – Associação portuguesa de Engenharia de Estrutura, conjuntamente com o LnEc e a ordem dos Engenheiros, contando também com a colaboração da ordem dos Arquitectos.

18 22 23 24 24

introdução à enGenhAriA curso Évora; 24 a 25 de Junho APEnA e dPAo da universidade de Évora; www.apena.pt

60 | Arte & Construção_Junho-Julho/10

AcompAnhAmento AmbientAl em obrA curso de formação Porto; 10 a 24 de Julho APEMEtA; http://apemeta.site.escritadigital.pt projecto cASA - evento de ArquitecturA e deSiGn o Projecto casa - Evento de Arquitectura e design, a acontecer entre 23 e 26 de Setembro na EXPONOR define-se como “um certame distinto de todos os outros que se realizam neste sector, que pretende reunir num só espaço empresas que se evidenciam pela qualidade e inovação na construção, arquitectura e design”. com uma periodicidade bienal, este certame dá especial enfoque aos temas: reabilitação urbana, arquitectura e design. o Projecto casa conta com a colaboração da ordem dos Arquitectos – Secção regional norte (oASrn) que se materializar-se-á, entre outras, sob a forma de «Procura Arquitecto», um espaço de exposição composto por gabinetes de arquitectura. De acordo com os organizadores, o evento pretende afirmar-se como “um evento ímpar, que aposta na qualidade e na excelência. os promotores serão incentivados a apresentarem as suas propostas relacionando-as com as novas tendências do design e da arquitectura, com produtos arrojados, quebrando conceitos tradicionais de espaços”.

SEtEMbro

bAc2010 2º congresso ibérico sobre betão Auto-compactável Guimarães; 1 e 2 de Julho universidade do Minho; www.bac2010.civil.uminho.pt

AGoSto

GeStão dAS reclAmAçõeS noS contrAtoS de empreitAdAS Seminário Lisboa; 29 e 30 de Junho iir Portugal; www.iirportugal.com


TECMA Madrid, Espanha

08 08

SUL METAL MINERAçãO 2010 Criciúma, Brasil

15

TRANSPORTES PúBLICOS Paris, França

JUNHO

internacional

agenda

TransporTes públicos Salão Europeu da Mobilidade Paris, França; 8 a 10 de Junho Promosalon; www.promosalons.fr TecMa Feira Internacional do Urbanismo e Meio Ambiente Madrid, Espanha; 8 a 11 de Junho IFEMA; www.ifema.es

JULHO

sul MeTal Mineração 2010 Feira Nacional da Indústria Metalmecânica e Mineração Criciúma, Brasil; 15 a 18 de Junho Criciúma Feiras e Promoções; www.criciumafeiras.com.br consTruir bahia Entre 18 e 21 de Agosto, o sector da construção brasileiro vai reunir-se na 10ª edição da Construir Bahia, no Centro de Convenções da Bahia. Anteriormente conhecida como Expo Construção Bahia, esta feira tem como objectivo promover “o contacto entre empresas e profissionais do sector”, tornandose uma ” óptima oportunidade” para “divulgar produtos ou serviços, incrementar negócios e agregar valor à sua marca”, asseguram os organizadores. Em 2009, a Construir Bahia registou a presença de quase 34 000 visitantes profissionais. consTruMeTal Congresso Latino-Americano da Construção Metálica São Paulo, Brasil; 31 de Agosto a 1 de Setembro Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM); www.construmetal.com.br

CONSTRUMETAL São Paulo, Brasil

31 06 08

EU PVSEC Valência, Espanha HARdEx Sandton, África do Sul

GEOTHERMExPO Bolonha, Itália ENECO Plovdiv, Bulgária

21 27

hardeX – Feira da indúsTria da consTrução Sandton, África do Sul, será palco, entre 8 e 11 de Setembro, de mais uma edição da Hardex – Feira da Indústria da Construção. Nesta feira será possível encontrar produtos e soluções nas seguintes áreas: ferramentas eléctricas, ferramentas manuais, materiais de construção, pintura e decoração casa decoração, jardim e lazer, adesivos, artigos sanitários e revestimentos, canalizações e acessórios do banheiro, fechos e fixações, produtos de serralharia, equipamentos industriais, acessórios eléctricos, madeira, metal e solda, entre outros. GeoTherMeXpo Feira da Energia Geotermal Bolonha, Itália; 21 a 23 de Setembro Ferrara Fiere Congressi; www.geothermexpo.com eneco – Feira inTernacional de enerGia e ecoloGia A energia e a ecologia serão os temas centrais da feira internacional ENECO agendada para decorrer entre 27 de Setembro a 2 de Outubro, na cidade búlgara de Plovdiv. Esta feira complementa a sua oferta alargando o seu âmbito aos segmentos da refrigeração, ventilação e equipamento de ar condicionado e aquecimento. Nas mesma datas, a Internacional Fair Plovdiv promove a AQUATECH - Feira Internacional de Gestão dos Recursos Hídricos e Tecnologias; a ELTECH – Feira Internacional de Electrónica e Engenharia Eléctrica e a Machine Building – Feira Internacional de Máquinas para a Construção.

61 | Arte & Construção__Junho-Julho/10

18

SETEMBRO

CONSTRUIR BAHIA Bahia, Brasil

AGOSTO

eu pVsec 25ª Conferência e Feira Europeia de Energia Solar Fotovoltaica Valência, Espanha; 6 a 10 de Setembro Feria Valencia; www.photovoltaic-conference.com


NAVEGAR

WWW.BUILDUP.EU |

EM INGLÊS, ESPANHOL, FRANCÊS, ALEMÃO, ETC.

“Em 2009, a Comissão Europeia lançou a iniciativa Build Up – Energy Solutions for Better Buildings, com o objectivo de aumentar a consciência de todas as partes envolvidas na cadeia de construção sobre as potencialidades de poupança ao nível dos edifícios. O Build Up serve para promover, em toda a Europa, a construção de edifícios melhores e mais inteligentes no que diz respeito ao consumo de energia, pondo em contacto profissionais da construção, autoridades locais e cidadãos através do portal interactivo”.

WWW.ERSE.PT/PT/RELOP/PAGINAS/RELOP.ASPX |

EM PORTUGUÊS

“Por ocasião da realização, no dia 29 de Maio de 2008, da Conferência “Regulação de Energia nos Países de Língua Oficial Portuguesa” foi formalizada a constituição da RELOP – Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Os objectivos prioritários da RELOP são os de promover o desenvolvimento e a troca de experiências de regulação no sector da energia, partilhar o conhecimento sobre regulação nesses sectores, assim como propiciar a formação e a comunicação entre especialistas e profissionais das Entidades associadas que a integram. A Associação foi constituída pelos cinco reguladores, actualmente, existentes mas é desejo comum que, muito rapidamente, a RELOP seja alargada a todos os Países de Língua Oficial Portuguesa na sequência da criação de novas entidades reguladoras”.

WWW.APSEI.ORG.PT |

EM PORTUGUÊS

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“A APSEI – Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Contra Incêndio é o interlocutor institucional das empresas e profissionais de Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio em Portugal. A intervenção da APSEI no mercado tem-se feito no âmbito da defesa dos legítimos interesses das empresas e dos profissionais de segurança electrónica e protecção contra incêndio, designadamente através do diálogo permanente com os órgãos de Poder e instituições públicas”.

REGISTO PARA DOMÍNIO PT TEM NOVAS REGRAS

PORTUGAL É SEGUNDO NA BANDA LARGA MÓVEL

Entram em vigor a um de Julho as novas regras para o registo de domínios .pt. As principais novidades do sistema são a maior flexibilidade e segurança, além da estreia de um novo centro de arbitragem para facilitar a resolução de conflitos – o Arbitrare. Nos domínios com.pt e org.pt passa a ser possível a transmissão de nomes de domínio e dispensadas as bases de dados de registo formais. Apenas as marcas nominativas definitivas passam a ser válidas como base de registo no domínio .pt.

Portugal é o segundo Estado-membro da União Europeia (UE) em penetração da banda larga móvel, com uma taxa de 16,1%, só ultrapassado pela Finlândia, com 17%, revela um relatório da Comissão Europeia sobre o mercado único europeu das comunicações electrónicas. Segundo o documento, a taxa média de penetração do acesso à Internet através de banda larga móvel na UE é de 5,2%. No que diz respeito à taxa de penetração geral da banda larga, Portugal está abaixo da média europeia (24,8%), com 18,6%.

FIBRA CRESCE 78% Segundo a Anacom, no final de Março as ofertas de Internet de banda larga suportadas em fibra óptica tinham 54 mil clientes, um aumento de 78% face ao trimestre anterior. No período analisado existiam em Portugal 2,17 milhões de utilizadores de Internet em banda larga móvel, dos quais 1,2 milhões através de placas/modem. A Internet fixa somava cerca de 1,97 milhões de clientes, 1,936 milhões em banda larga.


ARTES & LEITURAS

ATELIER DACIANO DA COSTA – THE NEW GENERATION “Daciano da Costa é um nome incontornável tanto do Design como da Arquitectura. Desse reconhecido «modo de fazer», as duas artes nasceu uma escola de trabalho para vários arquitectos, o Atelier Daciano da Costa. Fundado pelo próprio, este ateliê comemora os 50 anos de existências com o lançamento deste livro que pretende homenagear o seu fundador. A originalidade deste álbum é que não prestigia o seu homenageado mostrando as suas obras, mas sim exibindo o resultado da aprendizagem que o se atelier proporcionou à nova geração que bebeu dos ensinamentos de Daciano da Costa”. Editor: José Manuel das Neves Direcção de Arte: Ricardo Tadeu Barros Coordenação Editorial: Cláudia Candeias Paginação e Arte Finalização: Susana Monteiro e Sylvia Oliveira Edição: True Team Publishing & Design ISBN: 978-989-8346-03-2 Data de Edição: Novembro de 2009

PRAÇA DO COMÉRCIO. PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO: PRESENTE E FUTURO.

Editores: Universidade Autónoma. Instituto de Investigação Pluridisciplinar CEACT/UAL - Centro de Estudos de Arquitectura, Cidade e Território da UAL Coordenadora: Filipa Ramalhete Apoio: Câmara Municipal de Lisboa Edição: EDIUAL ISBN: 978-989-8191-12-0 Data de Edição: Abril 2010

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“Praça do Comércio, percepção e representação do espaço: presente e futuro é uma publicação que resulta de um estudo levado a cabo pelo CEACT/UAL – Centro de Estudos de Arquitectura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, no âmbito dos trabalhos de uma linha de investigação sobre Urbanismo e Monumentos Públicos que desenvolve investigação sobre a Praça do Comércio de Lisboa, um espaço que, pela sua importância histórica e localização geográfica, é fundamental da capital portuguesa, constituindo uma referência constante quando se discute o passado, o presente e o futuro da cidade.


produtos

de dietrich, para uma melhor conserVação dos alimentos Bosch lança a mais pequena ferramenta da gama de 10,8 V A Bosch lança agora no mercado nacional as mais pequenas aparafusadoras sem fio da sua gama de 10,8 Volt: a aparafusadora sem fio GSR 10,82-LI Professional, com um comprimento de 169 milímetros, e a aparafusadora sem fios GSR 10,8-LI Professional, com 143 milímetros. Adequam-se para trabalhar em espaços apertados e que exijam movimentos acima do nível da cabeça, graças ao seu tamanho compacto. A engrenagem de duas velocidades garante uma transmissão da força com um binário máximo de 30 Nm. Estas aparafusadoras são utilizadas para apertar parafusos (3,5 x 3,5 mm e 4 x 40mm) em aglomerado, madeira macia, madeira dura e plástico. Ambas as ferramentas estão equipadas com travão do motor, que permite imobilizar o veio do motor, garantindo uma maior precisão no processo de finalização do trabalho. Uma luz LED integrada permite uma iluminação optimizada da área de trabalho, mesmo em locais escuros. A aparafusadora sem fio GSR 10,8-2-LI Professional tem uma bucha Auto-Lock, o que permite mudar as brocas cilíndricas. Um indicador de carga com três LEDs mostra ao utilizador a quantidade de energia ainda existente na bateria. A aparafusadora sem fio GSR 10,8-LI Professional está equipada com um porta-bits hexagonal universal de ¼” magnetizado, para trabalhar com todo o tipo de pontas.

osram tem noVa luminária de halogéneo

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A Osram acaba de lançar no mercado a luminária de halogéneo Decopin Combi. A nova luminária vem equipada com a lâmpada de halogéneo reflectora para tensão de rede pequena e leve. A luminária está disponível em versões com um, dois ou três spots com a lâmpada de halogéneo Decopin FL de 40W, com uma duração de 2 000 horas. Foi concebida para uma instalação simples e possui cabeça rotativa a 300º e basculante a 90º, podendo ser controlada com todos os reguladores de fluxo luminoso standard, sem necessidade de transformador. Esta luminária adequa-se a uma iluminação de realce e pode ser instalada em tectos e paredes de interiores. A temperatura de cor é de 2 900K. Tem revestimento em alumínio escovado.

A De Dietrich introduziu nos seus frigoríficos a função biocare, para impedir a entrada de bactérias e eliminar maus odores, bem como o dispositivo ACS Excel, que visa assegurar uma temperatura homogénea em todo o frigorífico. O sistema Total No Frost destina-se a evitar a formação de gelo nas paredes interiores do frigorífico e congelador. Uma sonda electrónica ajusta a temperatura de cada espaço de frio. Para além disso, alguns modelos estão dotados de um ecrã LCD interactivo externo que permite um controlo e um acesso directo a todas as funções de ajuste sem necessidade de abrir a porta. “Para conservar adequadamente a carne e o peixe, a De Dietrich desenhou uma gaveta independente denominada Cool Box, cuja temperatura interior se mantém entre o 0 e os 3ºC. Para conservar frutas e legumes em condições óptimas, foi introduzida a tecnologia ICS que compreende diferentes prestações: uma temperatura regulada estável e homogénea, um grau higrométrico adequado e uma ausência de etileno, o gás natural libertado por algumas frutas e legumes durante o seu período de amadurecimento. O ICS – Intelligent Control System – cujo funcionamento aparece indicado por um led azul situado sobre o portaverduras – absorve o etileno, multiplicando assim, o período de conservação das frutas e legumes, mantendo os seus valores nutritivos”, lê-se no comunicado de imprensa. Toda a gama tem etiqueta A+.

tomadas de parede Jsl A JSL lançou novas tomadas de parede. De acordo com o comunicado de impresa, “as tomadas de parede de 9316/2N, 9416/2N, 9516/2N, 9332/2N, 9432/2N e 9532/2N podem substituir as suas homólogas 9316/2, 9416/2, 9516/2, 9332/2, 9432/2 e 9532/2, com as seguintes vantagens: preço de tabela inferior; mais fáceis de instalar; montagem e desmontagem simples; e impossibilidade de erros na instalação”. Os componentes plásticos, livres de halogéneo, são fabricados em material termoplástico. Os bornes são feitos em latão maciço com elevado teor de cobre para evitar sobreaquecimentos. Estas tomadas estão de acordo com as Normas: IEC 309-1; IEC 309-2; EN 60309-1; e EN 60309-2.


produtos

A Sanitana, marca portuguesa de design e produção de louças sanitárias, lançou a série POP, uma nova linha para casa de banho que se distingue pelas suas “linhas modernas, originais e harmoniosas”, lê-se no comunicado de imprensa. Enquadrada no mote “A vida não é quadrada”, esta série foi criada pelo arquitecto italiano António Bullo que conferiu a esta nova gama um design ergonómico, de traços subtis, arredondados, pensado essencialmente para um target urbano e jovem. De acordo com o comunicado, “Bullo é conhecido pelos seus métodos de trabalho manual na primeira fase de concessão e por várias vezes tem defendido que os produtos têm que ser a extensão da alma da sua empresa. Deste modo, a série POP conjuga os pormenores estéticos de estilo elegante e inovador, com as formas esféricas e a suavidade das linhas frontais, que lhe conferem um toque único de frescura, sensualidade e elegância”.

uponor tem sistema de climatização invisível O Uponor Radio Control System Evolution é um sistema de regulação termostática que realiza uma gestão dinâmica da energia e permite a qualquer pessoa alterar a temperatura do ambiente até quando não está no mesmo espaço. Através do módulo de acesso remoto, qualquer pessoa pode alterar e configurar as opções da sua instalação de climatização invisível, controlar a temperatura interior ou receber alarmes. Tudo isto a partir do telemóvel ou através de SMS. O sistema tem: controlo dinâmico da energia (equilibra automaticamente a instalação de climatização invisível, adaptando-se às necessidades reais de cada divisão e calculando a todo o momento a energia necessária para o conforto ideal); verificação das divisões: (comprova que os termóstatos foram correctamente atribuídos aos circuitos da instalação, informação em caso de detecção de anomalia); regulação activa do chão: (economiza a energia que se utilizaria para aquecer as divisões a partir do zero, conservando a temperatura de manutenção na superfície radiante); e diagnóstico de fornecimento: (detecta se existem dificuldades para alcançar a temperatura de conforto, seja devido a uma temperatura de impulsão demasiado alta ou baixa, ou porque a velocidade da bomba não é a adequada).

ar condicionado samsung A gama de equipamentos DVM Plus 3, da Samsung, inclui o compressor scroll digital com injecção de vapor, que consiste na injecção de refrigerante no estado de vapor a média pressão, originando dois estágios de compressão, aumentando o caudal de refrigerante no estado gasoso e a capacidade de refrigeração com a redução da entalpia líquida. Os sistemas DVM Plus 3 têm a tecnologia DHS (Sistema Híbrido Digital), que aumenta o caudal de refrigerante no estado gasoso e a diferença da entalpia de evaporação, enquanto o permutador de calor com tubos sulcados de Φ8 reduz a perda de pressão e aumenta as taxas de transferência de calor entre o ar e o refrigerante. “As alhetas tipo G-Fin permitem, por sua vez, uma melhoria de 13% no desempenho de transferência de calor e um período de funcionamento a calor 1,4 vezes mais longo a baixas temperaturas”, lê-se no comunicado de imprensa. Equipadas com um motor BLDC, as unidades exteriores DVM Plus 3 têm também uma grelha concebida para aumentar a eficiência do sistema. O seu design permite uma pressão estática disponível de 8mmAq e uma distribuição uniforme do ar, para além de reduzir o ruído provocado pelo ventilador da unidade exterior. Todas estas tecnologias combinadas permitem ao DVM Plus 3 oferecer um comprimento de tubagem equivalente mais longo: 220m. Além disso, o sistema permite back-up automático de dados. O sistema guarda os últimos 30 minutos de informação de funcionamento antes de se desligar, assegurando que o equipamento possa ser rapidamente diagnosticado e intervencionado na eventualidade de ocorrerem problemas.

Frasa apresenta FrigoríFico ao estilo americano O frigorífico FFA 540900, da Frasa, tem duas portas, ao estilo americano. Este electrodoméstico tem tecnologia total “no frost” e “multiflow”, display LCD de temperatura electrónico e função “supercongelação” com desligar automático. O modelo tem também função de memória em caso de falha de energia, alarmes (de descongelação, porta aberta e desligado), controlo de humidade e temperatura e funções “Férias” e “Party”.

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sanitana lança nova linha de sanitários


em foco

12ª edição da feira internacional de construção

tektónica tem 65 000 visitantes TexTo de SofiA duTrA

/// De 11 a 15 de Maio teve lugar na FIL, em Lisboa, mais uma edição da Tektónica. A 12ª edição da Feira Internacional de Construção e Obras Públicas contou com mais de 65 000 visitantes profissionais e mais de um milhar de compradores estrangeiros, oriundos de 50 países.

A

edição deste ano da Tektónica ocupou a totalidade dos quatro pavilhões da FIL – Feira Internacional de Lisboa e a respectiva área exterior. Mais de 700 empresas apresentaram os seus produtos e serviços no certame.

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Jorge Oliveira, director de Área de Feiras da FIL e responsável pela Tektónica, mostrou-se muito agradado pelo “cuidado e profissionalismo” das empresas presentes. “Algo que deixa a organização extremamente satisfeita e que sublinha a proximidade deste certame ao mercado e às necessidades dos actores neste sector”, acrescentou. A inovação foi um vector de destaque nesta edição, com o Espaço Inovação a registar “uma das maiores participações de sempre”, com 70 produtos seleccionados. Destaque para a presença de “centenas de produtos certificados para o mercado da reabilitação, um segmento que reforça o seu dinamismo a cada edição da Feira”. Também a construção sustentável e a eficiência energética em edifícios estiveram em relevo com o novo subsalão – Tekgreen, que contou com 80 expositores. E que “demons-

trou que a construção sustentável e a eficiência energética em edifícios é uma tendência incontornável e um sector em franco crescimento”. A internacionalização foi outra aposta da organização, com a recepção a mais de 1000 compradores estrangeiros, oriundos de 50 países que “reconhecem na Tektónica uma plataforma negocial cada vez mais global”. Para este reconhecimento contribuíram as Conferências Portugal Constrói, que reuniu entidades oficiais e empresários de Angola, Argélia, Líbia, Marrocos e Polónia. Entretanto, foram assinados acordos entre a AIP-CE e a CTA de Moçambique para a co-organização de uma futura Tektónica Moçambique e a presença do certame na Constrói Angola em Outubro ou no SIB em Casablanca em Novembro. Para Jorge Oliveira, “este conceito permite à Tektónica e às empresas portuguesas rasgar fronteiras e irem ao encontro de mercados de elevado crescimento, o que entronca na missão e estratégia basilar da AIP-CE, que é a de servir e apoiar as empresas portuguesas onde quer que estas actuem”.




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