Número 236 // Ano XIX // € 3,50 Continente
Edição Especial Reabilitação 2010
REABILITAÇÃO: CONSENSO SEM RESULTADOS Ao percorrer estas páginas vai encontrar casos onde peritos nacionais e internacionais sublinham a importância da reabilitação urbana e, claro, da reabilitação de edifícios. Apesar do consenso que existe em relação a esta área de actividade e desta ser apontada como uma solução para a longa crise do sector da construção, muito pouco tem sido conseguido nos últimos anos. Nesta edição especial dedicada à reabilitação centramos as atenções na formação e legislação. Contamos com artigos de opinião que, acreditamos, trarão novas perspectivas a esta temática, identificando situações menos boas e apresentando sugestões de mudança em que o país deve investir. Saiba que consequências pode ter a inadequação do enquadramento legislativo da área da reabilitação e porque razão a formação convencional de base de Arquitectura e Engenharia Civil não são suficientes para gerar a sensibilidade e os conhecimentos que a reabilitação merece. Chantal Florentino Directora
Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com, Raquel Rio raquel.rio@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: João Vinagre, Paulina Faria, Pedro Figueira, Vítor Cóias; Publicidade: Duarte Mourato (Director) duarte.mourato@arteconstrucao.com; Jorge Humberto jorge.humberto@arteconstrucao.com; Marketing: Pedro Nunes pedro.nunes@mtg.pt; Fotografia: Pedro Nunes; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: mtg - Edição e Publicidade, Lda. geral@mtg.pt; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Centro Empresarial Tejo - Rua de Xabregas, 20 - 2º Sala 10 • 1900-440 Lisboa • Tel. 218650070 • Fax. 218650079 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Socingraf, Lda. • Rua de Campolide, 133 - 1º Dto. - 1070-029 Lisboa • Tel.: 213838920 • Fax: 213838929; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.
sumário
sumário 03
Editorial
04
Sumário
06
EntrEviSta Gonçalo Couceiro
12
ProjEcto Palacete Vilhena
16
oPinião Reabilitação
18
análiSE Resíduos da Construção e Demolição
28
EngEnharia Reabilitar 2010
40
oPinião Materiais nobres
30
oPinião Formação
42
agEnda
32
EmPrESaS Padimat
44
navEgar
46
artES & lEituraS
34
imobiliário
48
ProdutoS
36
no PaíS
50
38
no mundo
Em foco Dia Nacional do Arquitecto
06
Entrevista Gonçalo Couceiro
12 Projecto
4 | Arte & Construção_especial_reabilitação
Palacete Vilhena NA seGuNDA eNtReVistA que CoNCeDe DesDe que toMou Posse CoMo DiReCtoR Do iGesPAR – iNstituto De Gestão Do PAtRiMóNio ARquiteCtóNiCo, eM JANeiRo, GoNçAlo CouCeiRo ChAMA A AteNção PARA A iMPoRtANte ACtiViDADe eCoNóMiCA que o PAtRiMóNio CoNstitui hoJe. e AFiRMA que hoJe As PessoAs iNteRVêM e ReClAMAM MAis No PAtRiMóNio, o que ReVelA MAioR seNsibilizAção PARA estAs questões.
o PAlACete VilheNA, eM lisboA, Foi ReCeNteMeNte ReAbilitADo e CoNVeRtiDo eM eMPReeNDiMeNto ResiDeNCiAl. As sete ARtes ClássiCAs DeRAM o Mote à ReAbilitAção: os sete APARtAMeNtos De luxo GANhARAM os NoMes DeseNho, PiNtuRA, esCultuRA, PoesiA, MúsiCA, DANçA e teAtRo.
sumário
30 opinião Formação
50
Em foco Dia Nacional do Arquitecto
Pedra Texturas e cores variadas
16 opinião nA segundA metAde dos Anos 90, A redução dAs tAxAs de juro, conjugAdA com A bonificAção concedidA pArA comprA de hAbitAção própriA, contribuiu pArA umA vAgA de construção novA. A pArtir de 2003 A construção de edifícios tem vindo A diminuir de modo AcentuAdo, e A reAbilitAção do edificAdo pAssou A constAr dos objectivos estrAtégicos ApregoAdos pelA AdministrAção.
A formAção de técnicos superiores nA áreA dA construção e reAbilitAção do edificAdo Adquire cAdA vez mAis importânciA, quer por rAzões económicAs, quer pelA necessidAde culturAl e sociAl de preservAção do pAtrimónio. nos pArágrAfos seguintes AbordA-se, de umA formA genéricA, As questões AssociAdAs A este tipo de formAção, procurAndo ApontAr Alguns dos Aspectos considerAdos determinAntes pArA o sucesso dos que pretendAm lAborAr nestA áreA.
no diA nAcionAl do Arquitecto, A ordem dos Arquitectos (oA) homenAgeou mAnuel tAinhA nA suA mAis recente obrA: As AgênciA europeiA de segurAnçA mArítimA, em lisboA. diAs Antes, jovens Arquitectos premiAdos internAcionAlmente forAm reconhecidos pelos seus pAres ApresentAndo os seus vencedores.
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reabilitação
EntrEvista
Gonçalo CouCEiro
HojE rEClama-sE mais TexTo de SofiA duTrA
/// Na segunda entrevista que concede desde que tomou posse como director do IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico, em Janeiro, Gonçalo Couceiro chama a atenção para a importante actividade económica que o património constitui hoje. E afirma que hoje as pessoas
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intervêm e reclamam mais no património, o que revela maior sensibilização para estas questões.
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EntrEvista
EntrEvista
Gonçalo CouCEiro
pois de chegar ao IGESPAR foram realizadas auditorias ambientais aos monumentos. Podemos mudar o comportamento do monumento em vários aspectos: nas toneladas de CO2, quer no papel de embrulho que usamos na loja, quer nos procedimentos internos, quer nos meios de gestão de resíduos, quer no desempenho energético dos edifícios, nos consumos de energia. O próprio visitante hoje tem a exigência que haja uma ética ambiental em todos os ramos de actividade e os monumentos não são excepção. Nota um aumento da sensibilização da população para as questões do património? Noto que as pessoas intervêm e reclamam mais. Isso é sinónimo de descontentamento, mas deixa-me contente, porque prova que as pessoas estão mais conscientes para os seus valores arquitectónicos e daquilo que já Aristóteles dizia – que o todo é mais do que a simples soma das partes.
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Uma paisagem cultural é composta de uma paisagem física, de uma biodiversidade, de sistemas de aglomerados urbanos, sistemas de construções rurais. Hoje há uma consciência para todo o tipo de monumentos e da intervenção do homem. Não é só para os grandes monumentos que as pessoas prestam atenção, mas também a pequenas realizações do homem, mas que falam sobre o que é a nossa identidade cultural.
Hoje as sociedades quando se interrogam em vários domínios, felizmente a resposta na maior parte dos casos está no património. E aqui o património não é apenas arquitectónico e arqueológico, mas também o património oral, literário, musical, gastronomia, etc. Na Europa cerca de 80% do território é rural (40% florestas e 40% de território cultivado) e tem tanta importância como as cidades. Como tratamos esta paisagem é um complemento importante para a sustentabilidade das cidades. O conceito de paisagem começa a adquirir uma importância contínua. Por vezes, o património é visto pelos agentes económicos como um empecilho. O que se pode fazer para alterar esta mentalidade? Eu acho que não é. Ás vezes é um empecilho, ás vezes é favorável, sobretudo quando se trata de beneficiar de isenções de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) por via da classificação. Ao Instituto cabe apreciar o valor que as coisas têm, e defender o património. O Instituto é apenas um instrumento que o Estado tem para assegurar que há uma política efectiva de preservação do património a todos os níveis. Isso é feito também com o trabalho das direcções regionais de cultura, câmaras municipais, associações de defesa do património, escolas, institutos, etc. Há 30 anos, quando eu comecei
a trabalhar nesta área, não era assim. O próprio Instituto Português do Património Cultural, nos anos 80, tinha a seu cargo museus, bibliotecas, palácios, uma quantidade de monumentos que hoje deu origem a vários institutos. Há novas estruturas e organizações a trabalharem em restauro. Há mais escolas e mais especialistas em restauro. O panorama é, sem dúvida, muito melhor que há 30 anos. É bom que haja novas perspectivas de como se intervém. Achamos sempre que o que estamos a fazer está correcto, mas devemos ter sempre em atenção que o que pensamos é à luz do que se sabe hoje e pôr sempre alguma dose de incerteza e dúvida naquilo que se faz, que é a melhor maneira de equacionar os problemas e de intervir. A mão-de-obra do IGESPAR é suficiente e qualificada? Nota falta de formação nesta área? A nível interno têm-se dado passos importantes. O IGESPAR tem a seu cargo os seis sítios Património Mundial (Batalha, Alcobaça, Tomar, Jerónimos, Torre de Belém e Foz Côa), que têm uma grande procura e estão ao serviço do turismo, basta atentar que 70% dos seus visitantes são de origem não portuguesa. Não tínhamos ninguém com formação superior em turismo e neste momento já temos. Hoje não se pode intervir em património só com arquitectos, arqueólogos e engenheiros, é preciso ter pessoas de história, história de arte, antropologia, sociologia e turismo, que é uma actividade económica muito importante em Portugal. O IGESPAR não pode apenas conservar património numa redoma, sem ter em atenção à actividade económica a que os monumentos estão ligados e que são por si só dinamizadores de outras actividades económicas. Veja-se as entidades de hotelaria, passeios, educação que estão estabelecidas em redor dos monumentos. Quais as principais dificuldades com se deparam na vossa actividade? Quando se dirige uma instituição só há uma dificuldade: conseguir que as pessoas abram e diversifiquem a sua maneira de encarar os problemas. Isto implica formação, pôr sempre os nossos técnicos em contacto com outras realidades. Essa é a única dificuldade.
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EntrEvista
Gonçalo CouCEiro
Arte & Construção – Desde que tomou posse como director do IGESPAR, em Janeiro, está a seguir uma política de continuidade.
Quais as obras de conversação, recuperação e valorização em que o IGESPAR está envolvido?
Gonçalo Couceiro – É uma política de continuidade que deriva do quadro legal ser o mesmo. Há mudanças que decorrem do decreto-lei que estipula os modos como se processam as classificações do património.
Ao IGESPAR estão afectos os monumentos classificados como Património da Humanidade (Mosteiro da Batalha, Convento de Cristo, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém) e o Panteão Nacional.
Essas alterações têm a ver também com a instituição da secção de património arquitectónico especializado no âmbito do Conselho Nacional de Cultura. O conselho consultivo deixou de existir no âmbito do IGESPAR e passou a haver uma secção que tem novos representantes, tem a representação das direcções regionais de cultura. Portanto, há um novo tratamento que decorre do decreto-lei 309/2009.
Há obras em praticamente todos os monumentos Património da Humanidade. No Convento de Cristo, em Tomar, está a refazer-se o circuito do visitante, a abrir ao público novos espaços, que estão a ser tratados arqueologicamente.
Estamos a dar continuidade a trabalhos no campo da salvaguarda do património. Concluímos há dias a montagem do centro de interpretação do Museu de Vila Nova de Foz Côa. O Museu do Côa já se encontra em funcionamento, está em fase de testes. É um investimento de mais de 17 milhões de euros, para dinamizar este equipamento ao serviço do turismo e da cultura.
Em Alcobaça também têm sido feitas várias obras de importância e dimensão: recuperámos coberturas, um claustro; alterámos sistemas de rega, eliminando a utilização da água pública para consumo, e passando a utilizar cisternas e depósitos, que é uma opção mais amiga do ambiente. Na Batalha, Alcobaça e Tomar, estão a ser feitos centros interpretativos, enriquecendo o entendimento e proporcionando mais conhecimento aos visitantes.
No caso dos Jerónimos também está em preparação a exposição do bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano e estamos a promover, em conjunto com a paróquia de Santa Maria de Belém, a abertura ao público da sacristia do Mosteiro, com um conjunto muito importante de pinturas. A que nível é que a contenção económica tem afectado a intervenção nestes monumentos, nomeadamente em termos de recursos humanos? As contingências com os recursos humanos são exactamente iguais às que se passam na Administração Pública. Não se pode dizer que a situação é difícil. Quanto a afectar, pode ter vários tipos de consequências. Há casos em que é urgente, em que é preciso encontrar os meios, e normalmente encontramos. O facto de com o mesmo número de técnicos haver menos obras em execução permite aos técnicos terem tempo para prepararem melhor os processos, os cadernos de encargos, para estudarem melhor as formas de intervenção.
EntrEvista
Ter menos dinheiro para fazer obras, mas dispor de mais tempo para projectar, para programar as obras e acompanhar as diferentes fases do projecto permite evitar erros e que se venham a utilizar mais recursos. Portanto, não nos preocupa a questão. Com certeza que gostaríamos de ter mais recursos, mas não estamos a deixar de trabalhar, nem a deixar de investir em sectores importantes, como é a educação para o património. Estamos, aliás, a preparar o site do IGESPAR para ter uma página juvenil, de forma a que haja mais jovens a adquirirem conhecimentos no campo do património, da nossa história e identidade cultural. É evidente que interessa ter os monumentos bem tratados, assegurando a protecção dos edifícios, mas só isso não chega. Estamos em várias frentes. Todos os departamentos do
IGESPAR estão a contribuir para que isso aconteça, quer através de publicações, quer através das ferramentas informáticas que disponibilizamos, a par das exposições e dos catálogos. Veja-se, por exemplo, a exposição que foi recentemente inaugurada no Panteão Nacional sobre as obras de Santa Engrácia, onde há questionários e quiosques multimédia, sendo permitido aos jovens interagir e assimilar de outra maneira a história, tornando a visita à
exposição e ao monumento muito mais agradável. É isso que temos que fazer, a par de organizar a casa internamente. Aliás, resolvemos a situação de todos os nossos arqueólogos que trabalham nas estações de arqueologia e de muitos colaboradores, que entraram agora para os quadros. Além disso, implementámos práticas ambientais no dia-a-dia dos monumentos. Um mês de-
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O capital humano existe e isso é o mais importante. E muitas vezes, por força da rotina, de prazos e de circunstâncias, aliás muitos arquitectos o dizem, até o próprio Siza Vieira, normalmente surgem problemas nas obras quando não dispõem de tempo para preparar convenientemente os projectos e os cadernos de encargos.
Projecto
reabilitação
Palacete das artes TexTo de sofiA duTrA
/// O Palacete Vilhena, em Lisboa, foi recentemente reabilitado e convertido em empreendimento residencial. As sete artes clássicas deram o mote à reabilitação: os sete apartamentos de luxo ganharam os nomes desenho, pintura, escultura, poesia, música, dança e teatro.
e 12 | Arte & Construção_especial_reabilitação
sta antiga residência, classificada como património do Município de Lisboa, deu lugar a sete apartamentos duplex com tipologias entre T1 e T5, fruto de um investimento de oito milhões de euros. De acordo com Gonçalo B. Rangel de Lima, “o nosso cliente adquiriu o imóvel com projecto aprovado e contratou a GJP Arquitectos Associados e restante equipa projectista, no sentido de optimizarmos/melhorarmos o projecto licenciado, bem como, para elaborarmos os projectos de execução e assistência técnica à obra”. O responsável revelou que “no desenvolvimento do projecto de execução e na fase de obra, deparámo-nos com algumas surpresas escondidas no edifício e que iam aparecendo à medida que eram feitas pequenas sondagens e demolições”. Deste modo, “houve necessidade (também pela optimização de algumas
áreas e espaços), em ser realizado um projecto de alterações”. Foi também preciso “corrigir alguns espaços, pois o levantamento não estava (nem poderia estar) completamente exacto ou era omisso em certas zonas”, esclareceu Gonçalo Rangel de Lima. “O nosso cliente adquiriu o imóvel com projecto aprovado, pelo que o layout interior estava pré-definido quando começámos a trabalhar no projecto”, explicou. “Houve da nossa parte uma tentativa de optimizar e melhorar algumas situações, que nos pareciam apropriadas”. TrAçA AnTigA modernizAdA No empreendimento residencial, em fase de lançamento, destaca-se uma fachada marcada por varandas de pedra e uma escadaria, a
qual alberga no seu interior apartamentos de áreas diferentes com designações alusivas à utilização anterior do seu espaço. Os apartamentos desenho, pintura, escultura, poesia, música, dança e teatro têm áreas entre os 91 e os 342 metros quadrados.
Projecto
Ficha técnica Arquitectura GJP Arquitectos Associados Lda Fundações e Estruturas OA4 – Engenharia e Arquitectura, Lda. Instalações Hidráulicas DUCTOS – Sociedade de Projectos de Engenharia, Lda. Instalações Técnicas Especiais EPPE – Estudo Prévio, Projectos de Engenharia, Lda.
“A consolidação e estabilização estrutural foram implementadas, na generalidade, por introdução cirúrgica de elementos metálicos estruturais. As lajes de madeira foram travadas e consolidadas”, adianta. “As exigências térmicas foram respeitadas pela introdução de vidro duplo e isolamentos na cobertura, entre compartimentos e entre fogos. A componente acústica foi também acautelada, pela implementação de isolamentos entre pisos, nos pavimentos, e paredes de gesso laminado”. Com a reabilitação do edifício, as madeiras exóticas, azulejos e frescos centenários classificados conjugam-se com a modernidade. O apartamento desenho apresenta painéis de azulejos e estantes de madeira do século XIX, totalmente preservados. Já o apartamento dança é marcado por um tecto em madeira policromática. A maior fracção do conjunto é o apartamento teatro, um T5 com 342 metros quadrados, que se distingue pela luz natural. A biblioteca do palacete Vilhena - que foi classificada pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (IGESPAR) - foi integrada no apartamento poesia. O apartamento escultura é o único construído de raiz e que apresenta a particularidade de ser um T1 duplex com 91 metros quadrados, incluindo uma sala ampla e suite.
ElEmEntos dECorAtivos “Assumido como factor determinante o reconhecimento inegável do valor patrimonial relativo deste imóvel, no contexto da Rua de São Bento, foi desenvolvida uma metodologia de intervenção que visasse garantir o máximo respeito pela manutenção e restauro dos principais elementos arquitectónicos/decorativos do edifício e a defesa do princípio da intervenção mínima”, diz o arquitecto. Rangel de Lima indica como principais elementos arquitectónicos a consolidar e manter: “a estrutura e volume do edifício; as compartimentações principais (existentes no piso 0 e 1); a configuração da cobertura; e os limites e espaços de logradouro/jardim”. Já os elementos decorativos de qualidade a preservar são de quatro tipos: revestimentos
azulejares; pinturas decorativas; estuques decorativos; e madeiras. Os revestimentos azulejares exteriores são: painéis existentes em paramentos exteriores e fonte. E interiores: painéis existentes em circulações, escadas, antecâmara piso “nobre” (piso 1). As pinturas decorativas destacadas pelo arquitecto são: sobre estuque (várias paredes no interior e tectos; imitação escaiola no piso 1; antecâmara da sala grande do piso “nobre”); e sobre madeira (carpintarias varias; estantaria da biblioteca no piso 0; tecto em talha e pintura no piso 2).Os estuques decorativos são essencialmente dos tectos do piso 0 e piso 1, ao passo que as madeiras são os lambris e tectos em madeira nobre tropical, na sala grande do piso 1. O Palacete Vilhena foi, desde o final do século XIX até 1928, a residência de Júlio Vilhena, que desempenhou as funções de Conselheiro e Ministro de Estado. O imóvel, localizado junto à Casa Museu Amália, está a ser promovido pelo fundo imobiliário White Raven e comercializado pela mediadora imobiliária Porta da Frente.
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Gonçalo Rangel de Lima afirma que o equilíbrio entre a traça antiga e as exigências de modernização do edifício foi conseguido “através do respeito e manutenção selectiva e prioritária do que foi considerado mais importante. Foram introduzidos os elementos de conforto e de funcionalidade necessários à vivência actual”.
OPINIÃO
REABILITAÇÃO
É NECESSÁRIO REVER O ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO DA REABILITAÇÃO /// Na segunda metade dos anos 90, a redução das taxas de juro, conjugada com a bonificação concedida para compra de habitação própria, contribuiu para uma vaga de construção nova. A partir de 2003 a construção de edifícios tem vindo a diminuir de modo acentuado, e a reabilitação do edificado passou a constar dos objectivos estratégicos apregoados pela administração. Um estudo recente de uma associação de empreiteiros estima em 200 mil milhões de euros o mercado criado, em Portugal, pela nova estratégia centrada na reabilitação.
A
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reabilitação das construções existentes possui características distintivas, sobretudo dos pontos de vista metodológico e tecnológico, que apelam para um grau variável de especialização dos agentes envolvidos, em particular na elaboração dos projectos e na execução das próprias intervenções. Como a reabilitação tem vindo a ser considerada como uma simples extensão da construção nova, o exercício da actividade no domínio da primeira tem estado sujeito ao cumprimento de diplomas legais pensados para a segunda, os quais que se revelam, frequentemente, inadequados. Tal pode ser constatado por uma análise sumária seguindo as referências à própria palavra “reabilitação” nos diferentes diplomas legislativos. Um diploma da maior importância é o Decreto-Lei n.º 12/2004, de 9 de Janeiro, que regula o acesso ao sector de actividade da construção estabelecendo um sistema de classificação das empresas. Este decreto-lei resultou de um conjunto de “medidas de simplificação” introduzidas no diploma que o antecedeu, as quais em nada contribuíram para o adequado enquadramento da actividade da reabilitação, como a redução do número de tipos de trabalho, a exigência e avaliação dos recursos humanos
olhando apenas aos grupos de remuneração em que se enquadram. Tal como se encontra redigido, este diploma apresenta-se quase exclusivamente vocacionado para a construção nova, não permitindo assegurar que as empresas possuem recursos humanos com a necessária qualificação, e torna-se praticamente inútil quando se trata de intervenções de reabilitação. Na Portaria n.º 16/2004, de 10 de Janeiro, que estabelece o quadro mínimo de pessoal das empresas classificadas para o exercício da actividade, a palavra “reabilitação” nem sequer aparece. No Decreto-Lei 18/2008, de 29 de Janeiro, Código dos Contratos Públicos (CCP), a palavra “reabilitação” só aparece uma vez, no art.º 370.º, mercê de uma recente alteração legislativa. Tirando esta ocorrência, só aparece a propósito do impedimento dos concorrentes condenados por crime que afecte a sua honorabilidade profissional, que, para poderem concorrer, têm de ser “reabilitados”… Diplomas recentes, como a Lei n.º 31/2009 de 3 de Julho – Regime jurídico da qualificação profissional dos técnicos responsáveis pelo projecto, fiscalização e direcção de obras (que substitui o Decreto-Lei 73/73), ou a Portaria n.º
1379/2009 de 30 de Outubro, que regulamenta as qualificações específicas profissionais mínimas exigíveis aos técnicos responsáveis pela elaboração de projectos, pela direcção e pela fiscalização de obras, previstas na supracitada Lei n.º 31/2009, ignoram totalmente a especificidade da reabilitação, palavra que não aparece uma única vez em qualquer deles. O Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 de Outubro - Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, trata especificamente do tema da reabilitação da cidade e dos edifícios. No entanto, salvo uma breve referência no art.º 53.º, este recente diploma ignora a questão das qualificações a exigir aos profissionais e às empresas para executarem intervenções de reabilitação do edificado, limitando-se a remeter para o Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro, Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação. Constata-se, porém, que no Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro, a palavra “reabilitação” também não aparece uma única vez. Quanto à qualificação dos empreiteiros, este diploma remete para o já referido Decreto-Lei n.º 12/2004; Quanto à qualificação dos técnicos, remete para a “inscrição em associação pública de natureza profissional” e para o regime de qualificação profissional exigível aos técnicos responsáveis
OpiniãO
Idêntica inadequação se nota noutros diplomas e documentos similares aplicáveis à área da reabilitação: • Na Portaria n.º 701-H/2008 de 29 de Julho, que aprova, ao abrigo do CCP, o conteúdo obrigatório do programa e do projecto de execução; • Na Classificação Portuguesa das Actividades Económicas; • Na Classificação Nacional de Profissões. A inadequação do enquadramento legislativo da área da reabilitação tem consequências negativas para as empresas interessadas em fornecer serviços de qualidade, na medida em que as expõe a uma concorrência desigual com empresas sem qualificação, desincentivando a
especialização, a organização, o investimento, a formação e a manutenção de saberes. O GECoRPA tem vindo a diligenciar no sentido de corrigir esta situação. Numa recente exposição ao senhor ministro das obras públicas, o GECoRPA propôs um conjunto de alterações a disposições legais ou equiparadas (texto disponível em www.gecorpa.pt). À medida que o “centro de gravidade” da actividade do sector da construção se transfere da construção nova para a reabilitação, torna-se necessário um trabalho de revisão, de harmonização e de preenchimento de lacunas legislativas. Nos últimos anos a reabilitação tem sido vista pelos empreiteiros generalistas como uma “tábua de salvação” para o sector da construção, e o seu poderoso lóbi não se tem poupado a esforços para “meter no mesmo saco” a construção nova e a reabilitação. Se o enquadramento legislativo do sector da construção não for revisto a tempo, muitos dos milhares de
milhões de euros da reabilitação serão gastos em intervenções de reduzida durabilidade e de duvidosa eficácia.
Vítor Cóias
presidente do GECoRPA – Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico
17 | Arte & Construção_especial_reabilitação
pela elaboração e subscrição de projectos ou em legislação especial, ou seja, remete para as já mencionadas Lei 31/2009 e Portaria 1379/2009, totalmente omissas no que toca à reabilitação.
Análise
Resíduos dA ConstRução e demolição
ReConheCeR o vAloR dos Resíduos TexTo de RAquel Rio
/// A gestão de resíduos de construção deve concentrar-se na recuperação, na reciclagem e na reutilização de materiais que possam apresentar benefícios para as indústrias de construção e para o ambiente. No entanto, o reconhecimento deste valor tarda em chegar e o entulho continua a ser
18 | Arte & Construção_especial_reabilitação
acumulado em lixeiras ilegais ou em aterros.
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Análise
Análise
Resíduos dA ConstRução e demolição
e 20 | Arte & Construção_especial_reabilitação
stimativas comunitárias citadas pela Agência Portuguesa de Ambiente dizem que os Resíduos da Construção e Demolição (RCD) representam 22% do total de resíduos produzidos na União Europeia, correspondendo a cerca de 290 milhões de toneladas por ano, uma vez que o total de produção à data (2005) era de 1,3 mil milhões de toneladas por ano.
das, que podem ser classificadas como resíduos perigosos, não perigosos e inertes. Em Portugal, e com base na proporção apresentada pela UE, estima-se uma produção anual média de 8 milhões de toneladas, mas a taxa de reciclagem é inferior a 30%.
Dados de fontes mais actuais apontam para cem milhões de toneladas de RCD produzidos anualmente na União Europeia.
No entanto, o potencial de valorização destes resíduos que contêm percentagens elevadas de fracções reutilizáveis e recicláveis, atinge nalguns estados membros níveis superiores a 80%.
A produção de RCD resulta sobretudo do sector da construção civil, nomeadamente de processos como obras de construção, demolição e operações de manutenção, restauro, remodelação e reabilitação de construções existentes.
Os RCD contêm percentagens elevadas de materiais, inertes, reutilizáveis e recicláveis, que podem ser valorizados, diminuindo a utilização de recursos naturais e os custos de deposição final em aterro, aumentando-se o seu período de vida útil.
Os RCD são resíduos de constituição não homogénea, com fracções de dimensões varia-
Os resíduos podem ter três destinos finais: valorização (reciclagem), depósito em aterro e
incineração, sendo que os materiais recicláveis apresentam vantagens ambientais inegáveis, já que podem dar origem a novos materiais uma vez esgotada a sua vida útil (por exemplo, materiais metálicos, inertes, vidro). Como gerir os resíduos Realizando uma avaliação dos impactos que os materiais produzem no ambiente ao longo do seu ciclo de vida é possível fazer uma selecção mais adequada dos materiais a usar na construção. A gestão dos resíduos deve ser planeada em fase de projecto, identificando os tipos de resíduos, quantidades e gestão mais adequada. A adopção de boas práticas no estaleiro permite gerir os resíduos de forma integrada, garantindo-lhes uma adequada valorização.
Análise
Resíduos dA ConstRução e demolição
Deste modo, é possível reduzir os volumes depositados em aterro, os custos com a matéria prima e despesas com os processos de aprovisionamento.
22 | Arte & Construção_especial_reabilitação
Por outro lado, a produção de resíduos pode ser minimizada com recurso à pré-fabricação, reduzindo o número de actividades em obra e respectivo impacte ambiental. Os RCD devem ser reutilizados e separados na origem de forma a facilitar o seu encaminhamento. A sua correcta triagem nesta fase facilita a sua gestão posterior e sua quantificação. Os materiais e produtos retirados da obra poderão ser reutilizados desde que, por razões de segurança e saúde pública, os mesmos obedeçam às especificações técnicas e certificação/homologação respectivas dos produtos virgens que pretendem substituir.
A reutilização não deve ainda gerar efeitos adversos sobre o ambiente, nomeadamente através da criação de perigos para a água, o ar, o solo, a fauna e a flora, perturbações sonoras, cheiros ou danos em quaisquer locais de interesse e na paisagem.
comuns no sector da construção civil estão reunidas nas seguintes publicações:
A utilização de RCD em obra deve ser feita em observância das normas técnicas nacionais e comunitárias aplicáveis. Na ausência destas devem ser observadas as especificações técnicas definidas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), relativas à utilização de RCD nomeadamente em: agregados reciclados grossos em betões de ligantes hidráulicos; aterro e camada de leito de infra-estruturas de transporte; agregados reciclados em camadas não ligadas de pavimentos; misturas betuminosas a quente em central.
• E 472 - 2006 Guia para a Reciclagem de Misturas Betuminosas a Quente em Central
As especificações técnicas sobre RCD que traduzem as utilizações potenciais mais
A utilização de um RCD devidamente processado com vista à sua integração como ma-
• E 471 - 2006 Guia para a Utilização de Agregados Reciclados Grossos em Betões de Ligantes Hidráulicos
• E 473 - 2006 Guia para a Utilização de Agregados Reciclados em Camadas Não Ligadas de Pavimentos • E 474 - 2006 Guia para a Utilização de Resíduos de Construção e Demolição em Aterro e Camada de Leito de Infra-Estruturas de Transporte
www.mentefresca.pt
Análise
Resíduos dA ConstRução e demolição
AmbientAlistAs queRem mAteRiAis ReCiClAdos nAs obRAs A Quercus apresentou em 2009, um ano depois de ser publicado o Diploma que regula a gestão dos Resíduos de Construção e Demolição, uma proposta que obrigue a incorporação mínima de 5% de materiais reutilizados e reciclados em obras públicas, com o objectivo de promover o crescimento das taxas de reciclagem de RCD em Portugal. Esta medida pretende promover o escoamento de materiais reciclados, como as fracções inertes resultantes dos processos de triagem e reciclagem, provenientes de instalações de tratamento de RCD, que devido ao difícil escoamento, são armazenados e muitas vezes encaminhados para deposição em aterro. Por outro lado, os ambientalistas explicam que é objectivo desta proposta a orientação dos Projectos e das Empreitadas Públicas para a incorporação de materiais sustentáveis, de acordo com as metas de reciclagem definidas pela Directiva Comunitária relativa a resíduos, que aponta para taxas de 70%, até 2020. Entre vários exemplos de materiais reutilizáveis e recicláveis indicam os agregados inertes reciclados, o BMB (betume modificado com borracha), o equipamento produzido em plástico reciclado e plástico misto, os revestimentos e isolamentos reciclados (borracha, cortiça, EPS ou pladur) e o vidro reciclado. A Quercus lembra que a legislação de gestão dos RCD, publicada a 12 de Março de 2008, introduziu critérios de triagem e reutilização em obra, bem como o reforço da obrigatoriedade do encaminhamento destes resíduos para destinos finais autorizados, que proporcionou evidenciar soluções que promovem a produção de materiais reciclados, capazes de serem utilizados como substitutos de materiais naturais, com qualidade similar. Mas apesar de notarem algum esforço por parte dos Donos de Obra e dos Empreiteiros para o cumprimento deste diploma, a Quercus refere que se têm identificado alguns exemplos de incumprimento e que os operadores licenciados para o tratamento dos RCD continuam a queixar-se da falta de resíduos de obras para reciclar, bem como da relutância de muitos Donos de Obra em experimentar os materiais reciclados e os incorporar nos Cadernos de Encargos. A Quercus alerta ainda para o problema da má gestão destes resíduos, nos quais a ausência de legislação específica potenciou situações de manuseamento incorrecto e deposição ilegal, bem como a proliferação de empresas não licenciadas para a recolha e aluguer de contentores, com elevados impactes ambientais e sociais.
téria-prima numa indústria carece de um tipo de análise caso a caso.
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A criação de um parque de resíduos em obra facilita a separação e valorização de resíduos e o aproveitamento como matéria prima, como madeiras, ferro/aço, vidro). A britagem em obra dos resíduos permite maximizar a capacidade de transporte e redução dos custos, separação e valorização do ferro incorporado nos resíduos de demolição e valorização dos inertes. Cerca de 80% a 95% dos RCD, nomeadamente resíduos inertes como o betão, podem ser uma fonte para a produção de agregados secundários por reciclagem com um potencial global de cerca de 90%. A aplicação de agregados reciclados na construção de estradas, em especial o uso em
bases e sub-bases de pavimentos rodoviários, tem sido prática corrente nos últimos anos em muitos países, embora em Portugal ainda não aconteça com frequência. Outros exemplos de reutilização de materiais e produtos em obras são a reutilização de lâmpadas fluorescentes, de portas ou de janelas. LegisLAção responsAbiLizA intervenientes O actual Regime Geral de Gestão de Resíduos, criado com Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro, introduziu um Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER), que permite aferir a informação relativa a gestão de resíduos, nomeadamente de quantitativos e destinos dos resíduos produzidos a nível nacional.
Foi necessário entretanto produzir legislação específica para o fluxo de RCD o que aconteceu através do Decreto-Lei nº 46/2008 que estabelece o regime das operações de gestão de RCD, compreendendo a sua prevenção e reutilização e as suas operações de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação. Entre as alterações mais significativas introduzidas por este diploma destacam-se: • a possibilidade de reutilização de solos e rochas não contendo substâncias perigosas, preferencialmente na obra de origem. Podem também ser usadas noutras obras, na recuperação ambiental e paisagística de pedreiras ou na cobertura de aterros; • a definição de metodologias e práticas a adoptar nas fases de projecto e execução da obra • a definição de requisitos técnicos para as instalações de triagem e fragmentação; • a definição uma hierarquia de gestão em obra que privilegia a reutilização em obra, seguida de triagem na obra de origem dos RCD cuja produção não é passível de prevenir; • a obrigatoriedade de triagem prévia à deposição dos RCD em aterro; • a introdução de uma taxa de gestão de resíduos específica para a deposição de inertes de RCD; • a definição de uma guia de transporte de RCD; • a dispensa de licenciamento para determinadas operações de gestão; • a aplicação de RCD em obra condicionada à observância de normas técnicas nacionais ou comunitárias; • a responsabilização pela gestão dos RCD dos vários intervenientes no seu ciclo de vida • a criação de mecanismos de planeamento como a elaboração e execução do Plano
Análise
Resíduos dA ConstRução e demolição
e a incorporação de reciclados de RCD na obra; a existência na obra de um sistema de acondicionamento adequado que permita a gestão selectiva dos RCD; a aplicação em obra de uma metodologia de triagem de RCD ou, nos casos em que tal não seja possível, o seu encaminhamento para operador de gestão licenciado; a manutenção em obra dos RCD pelo mínimo tempo possível que, no caso de resíduos perigosos, não pode ser superior a três meses.
ReCiClAR Com imAginAção Portugal apresentou nos últimos anos alguns projectos que aliam com sucesso a reciclagem ao design. O Projecto MATREC Portugal foi apresentado em Évora, em Março de 2008 e apresentase como uma base de dados de eco-design, dedicada aos materiais reciclados e ao seu uso no mundo da indústria, construção civil e no design. O MATREC é um instrumento e também um serviço de divulgação e de informação que tem como objectivo uma actualização constante sobre novos materiais e produtos reciclados, a promoção para o uso de materiais reciclados em substituição parcial ou total dos materiais virgens, o apoio aos projectos pro-ambientais (quer a nível de produtos quer a nível de serviços) e a publicação de informações sobre a produção de materiais e produtos. Esta ferramenta de trabalho destina-se essencialmente a profissionais liberais, designers, universidades e centros de pesquisa e industriais do sector. Actualmente, possui duas vertentes: o portal na internet (em www.matrec.it) e a biblioteca física, sedeada em Milão, pretende vir a edificar em Portugal (Évora) o maior e mais avançado Centro de Eco-Design e escola da Europa. O Remade in Portugal é um projecto que procura incentivar à criação e desenvolvimento de produtos cuja composição integre uma percentagem de, pelo menos, 50% de matéria proveniente de processos de reciclagem. Esta reciclagem divide-se em dois campos: pré e pós-consumo. Por pré-consumo entende-se a reciclagem dos desperdícios da produção industrial que, normalmente, é assumida pela própria indústria; por pós consumo entende-se a reciclagem das embalagens, resíduos e desperdícios domésticos que se recolhem dos ecopontos. Este projecto materializa-se em exposições periódicas que ocorrem tanto em território nacional como a um nível internacional com o objectivo de difundir a cultura do ecodesign e do desenvolvimento sustentável.
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de Prevenção e Gestão de RCD no âmbito das obras públicas e o registo de dados de RCD (obras particulares); • a obrigação de emissão de um certificado de recepção por parte do operador de gestão dos RCD; A obrigatoriedade do cumprimento do regime da gestão de RCD resultante do diploma em causa está também consagrada no Código dos Contratos Públicos (CCP) o Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro, e no Regime
Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE), a Lei n.º 60/2007, de 4 de Setembro. No caso específico das obras públicas, o projecto de execução deve ser acompanhado de vários elementos, entre os quais, do Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (PPG), nos termos da legislação aplicável. Incumbe ao empreiteiro ou ao concessionário executar o PPG, assegurando, designadamente: a promoção da reutilização de materiais
A gestão dos RCD é da responsabilidade de todos os intervenientes no seu ciclo de vida, desde o produto original até ao resíduo produzido, na medida da respectiva intervenção no mesmo. Em caso de impossibilidade de determinação do produtor do resíduo, a responsabilidade pela respectiva gestão recai sobre o seu detentor. A responsabilidade das entidades referidas anteriormente extingue-se pela transmissão dos resíduos a operador licenciado de gestão de resíduos ou pela sua transferência, nos termos da lei, para as entidades responsáveis por sistemas de gestão de fluxos de resíduos. O PPG pode ser alterado pelo dono da obra na fase de execução, sob proposta do produtor de RCD, ou, no caso de empreitadas de concepção-construção, pelo adjudicatário com a autorização do dono da obra, desde que a alteração seja devidamente fundamentada. O PPG deve estar disponível no local da obra, para efeitos de fiscalização pelas entidades competentes, e ser do conhecimento de todos os intervenientes na execução da obra. No âmbito das obras abrangidas pelo RJUE, no acto de conclusão da obra, deverá proceder-se à limpeza da área em consonância com o regime da gestão de RCD nela produzidos, constituindo esta uma condição da emissão do alvará de autorização de utilização ou da recepção provisória das obras de urbanização, salvo quando tenha sido prestada uma caução para garantia da execução desta operação. No caso específico das obras particulares, torna-se relevante no contexto da articulação da legislação, a obrigação do produtor de RCD de efectuar e manter o Registo de Dados de RCD conjuntamente com o livro de obra.
EngEnharia
rEabilitar 2010
nova tEndência ganha adEptos TexTo de ChAnTAl florenTino
/// Durante três dias, técnicos nacionais e internacionais debateram a temática da conservação e reabilitação de estrutura, analisando os mais recentes estudos académicos e casos práticos. Barragens, escolas e reabilitação urbana foram algumas das temáticas abordadas.
o
Reabilitar 2010 - Encontro Nacional de Conservação e Reabilitação de Estruturas aconteceu, entre 23 e 25 de Junho em Lisboa, com o propósito de responder à “crescente atenção do meio técnico nacional” que a temática da conservação e reparação de estrutura tem vindo a gerar. Ao longo de três dias, o evento promoveu sessões sobre sete temas: Estratégias de Intervenção; Anomalias dos Materiais e das Estruturas; Técnicas de Inspecção e Diagnóstico; Modelação e Segurança de Estruturas Existentes; Técnicas de Conservação e Reabilitação; Soluções inovadoras; e Realizações.
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O evento foi organizado pela APEE – Associação Portuguesa de Engenharia de Estruturas, conjuntamente com o LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Ordem dos Engenheiros e com a colaboração da Ordem dos Arquitectos. reAbiliTAção é pouCo prATiCAdA Para o arquitecto Rui Loza, administrador da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Pombalina, a reabilitação, “reconhecida por todos como uma prioridade, é, na verdade, praticada por muito poucos”. Na sua perspectiva, “a população portuguesa habituou-se a desprezar a reabilitação”.
Em Portugal, “é imperativa a gestão territorial das áreas degradadas”. Esta é uma necessidade do pais que “implica o envolvimento da administração local, regional e central”, assim como a “mobilização de proprietários, moradores e investidores”. Para que a reabilitação funcione a “administração local tem de ser ágil, límpida e proactiva”. Rui Loza deixou vários conselhos que, na sua visão, ajudarão a promover a reabilitação. Aos donos de obra, o arquitecto recomenda que sejam “formados na compreensão dos limites do programa ajustado para o seu edifício”. Este “não pode ser induzido em expectativas infundadas sobre o potencial do prédio”, sublinhou.
ria “tem de ser inventiva e integradora dos processos tradicionais com a tecnologia mais actual”, Acrescentando que também deverá “ser participante do processo conceptual de soluções integradas”. A arquitectura, por seu lado, deverá “saber interpretar o edifício existente”. É essencial “aceitar o processo construtivo existente” e “propor o aproveitamento das estruturas existentes e integrara as próteses necessárias”.
FactorEs técnicos dEtErminantEs no custo da rEabilitação
Ter “técnicos formados nesta matéria pode influenciar positivamente a resolução do problema”, disse Rui Loza referindo-se à escassa representação que a reabilitação tem em Portugal. Perante um caso de reabilitação, a engenha-
1 – Atitude perante o edificado; 2 – Elaboração do projecto; 3 – Diagnóstico construtivo; 4 – Avaliação arquitectónica e arqueológica: 5 – Avaliação de patologia: 6 – Concepção arquitectónica; 7 – Solução estrutural; 8 – Detalhe do projecto; 9 – Acompanhamento técnico frequente da obra; 10 – Empreiteiro ajustado ao tipo e dimensão da obras; Arquitecto Rui Loza – Reabilitar 2010
EngEnharia
Prémio FErry BorgEs 2010 Atribuído desde 1998 pela APEE - Associação Portuguesa de Engenharia de Estruturas, o Prémio Ferry Borges, concedido bienalmente define-se como “um prémio científico destinado a galardoar trabalhos de divulgação dos conhecimentos no domínio da engenharia de estruturas, desenvolvidos em ligação com entidades portuguesas”. Em 2010, os vencedores foram: Melhor trabalho publicado
BArrAgens segurAs Para a EDP – Energias de Portugal, a construção de novas barragens “é fundamental para diminuir as dependências de Portugal em matéria energética e garantir a autonomia”, estando em causa “elevar o aproveitamento hidrológico para 70% das capacidades do país e aumentar a capacidade hídrica em 57% no mercado ibérico”. Baixo Sabor, Ribeiradio Ermida, Foz Tua, Fridão e Alvito são as novas barragens da EDP, cujas inaugurações estão agendadas entre 2013 e 2016. De acordo com Gilberto Monteiro, da EDP, o controlo de segurança das barragens “passa pela observação contínua das obras e o desenvolvimento de modelos adequados de análise de comportamento das obras”. Ao investir nessas áreas, “tem sido possível detectar atempadamente as situações potencialmente perigosas”. No caso das barragens, a segurança deve ser analisada de, pelo menos, dois pontos de vista distintos: a Segurança Estrutural, que se assegura através da “observação das obras, inspecções visuais, manutenção e revisão dos sistemas de observação e relatórios de comportamento”; e a Segurança Hidráulica e Operacional, onde é necessário “garantir a adequação dos órgãos de segurança e exploração em termos da sua capacidade de vazão”, explicou Gilberto Monteiro. As medidas mais frequentes nos casos de reabilitação de barragens dizem respeito às impermeabilizações das telas de PVC ou laje, e de betão; tratamento das juntas e o tratamento de fissuras nos betões e alvenaria.
1º Prémio - Rui Bebiano, Nuno Silvestre e Dinar Camotim, "Local and global vibration of thin-walled members subjected to compression and non-uniform bending", Journal of Sound and Vibration, 2008. Menção Honrosa - J. P. Moitinho de Almeida e E.A.W Maunder , "Recovery of equilibrium on star patches using a partition of unity technique", International Journal for Numerical Methods in Engineering, 2009 . Melhor trabalho publicado na Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas 1º Prémio - Rita Bento, J.L. Domingues Costa, M.P. Nielsen, "Dimensionamento sísmico rígido-plástico de estruturas de betão armado", Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas, 2009. Menção Honrosa - J. P. Santos e Luis Calado , "Modelação numérica e analítica de ligações metálicas", Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas, 2009. Fonte: DeCivil – Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura
PArque esColAr AlArgAdo A Parque Escolar fez-se ouvir pela voz do presidente João Sintra Nunes e pela vogal Teresa Heitor, que, conjuntamente, falaram sobre a experiência de reabilitação desenvolvida pela Parque Escolar na âmbito do Programa de Modernização do parque Escolar com Ensino Secundário. A Parque Escolar tem como propósito “o planeamento, gestão, desenvolvimento e execução do programa de modernização da rede pública de escolas secundárias e outras afectas ao Ministério da Educação”, segundo a arquitecta Teresa Heitor. Os objectivos do Programa de Modernização centram-se na intervenção em 332 escolas até ao final do ano lectivo de 2014-2015, com um volume estimado de investimento de 2,5 mil milhões de euros incluindo equipamentos, para as primeiras 205 Escolas que já se encontram em fase de projectos e estudos ou obras, pode ler-se no site da Parque Escolar. “Um objectivo que deverá ser alargado a mais escolas”, avançou o presidente João Sintra Nunes. Até ao momento já foram modernizadas 30 escolas e 75 estão em curso. Para João Sintra Nunes, há dois aspectos que se devem identificar no caso da reabilitação de escolas: “o uso de edifício” e o “valor patrimonial do edifício”.
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«Preservar o passado: Desafios para a Engenharia moderna e aspectos metodológicos» foi o tema trazido pelo Professor Paulo Lourenço. Na sua visão, “a necessidade de reconhecer a diferença entre um projecto novo e um de conservação é também relevante no contexto dos custos”. “O acto de não intervir pode implicar muito mais trabalho do que uma intervenção pesada pelo que o custo do projecto não pode estar associado ao custo de construção”, disse.
OPINIÃO
FORMAÇÃO
CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO DO EDIFICADO /// A formação de técnicos superiores na área da construção e reabilitação do edificado adquire cada vez mais importância, quer por razões económicas, quer pela necessidade cultural e social de preservação do património. Nos parágrafos seguintes aborda-se, de uma forma genérica, as questões associadas a este tipo de formação, procurando apontar alguns dos aspectos considerados determinantes para o sucesso dos que pretendam laborar nesta área.
EXIGÊNCIAS DA FORMAÇÃO
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Actualmente, o índice de área construída em Portugal e na generalidade dos países Europeus, atingiu níveis tais que, em termos de sustentabilidade económica e ambiental, obriga a que o mercado da construção comece a encarar e a atribuir maior importância à conservação e reabilitação das construções existentes, em alternativa à nova construção. Esta actividade debate se, no entanto, com a notória falta de técnicos superiores com formação específica nestas áreas, nomeadamente no que se refere: • a conhecimentos históricos, que permitam detectar e prever condicionantes relacionadas com o funcionamento das estruturas e particularidades associadas às metodologias de execução/construção; • à necessidade sentida quer a nível de salvaguarda de património, que é posto a descoberto em muitas intervenções, exigindo a sensibilidade dos intervenientes para a sua correcta protecção, quer a nível da correcta interligação entre as múltiplas especialidades intervenientes; • à elaboração de levantamentos exaustivos do edificado e de mapeamentos da patologia existente; • ao domínio de técnicas construtivas de diferentes épocas e das metodologias
melhor adaptadas às operações de conservação e reabilitação; • ao conhecimento dos materiais tradicionais adoptados na construção, da sua degradação e da sua compatibilidade com os materiais a utilizar na intervenção (determinante para o sucesso das intervenções); • às técnicas de reparação e reforço melhor adequadas à intervenção na estrutura; • à reabilitação do edificado de forma a cumprir exigências de conforto adequadas aos seus usos futuros, dentro do possível cumprindo a regulamentação nacional e ainda tendo em vista a economia de recursos e a sustentabilidade dos edifícios (nomeadamente em termos de conforto térmico, acústico, a nível de iluminação, relativamente às redes prediais e à segurança contra incêndio); • a aspectos relacionados com a reutilização de materiais, com a protecção e conservação de elementos construtivos, entre outros.. PROBLEMAS DAS FORMAÇÕES EXISTENTES Na área da conservação e reabilitação do edificado, de uma forma genérica, apenas se encontram em funcionamento cursos de 1º
ciclo de conservação e restauro, mais vocacionados para obras de arte e bens móveis, e mestrados de 2º ciclo na área da construção e reabilitação, destinados maioritariamente a licenciados em Engenharia Civil. Na globalidade, parece ser escassa a oferta formativa. Estranha-se a não existência de cursos de formação inicial nesta área em Portugal, para além do curso de Licenciatura em Engenharia de Conservação e Reabilitação ministrado na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, do Instituto Politécnico de Setúbal. Esta única experiência concretizada a nível nacional não teve sucesso por falta de captação de estudantes (problema das novas formações: a inevitável inexistência de histórico que possibilite a demonstração do seu potencial/sucesso; a necessidade de alterar as mentalidades das famílias; a necessidade de compreender que o sucesso passa, muita vezes, pela assumpção do risco). Esta ausência de formações iniciais é questionável uma vez que os profissionais do sector consideram fundamental a existência de técnicos com formação superior que contribuam e possibilitem uma correcta concepção e intervenção em operações de conservação e reabilitação de edifícios e outras estruturas. Esta necessidade é sentida quer a nível de
OPINIÃO
Convém ter em atenção que os tradicionais cursos de Engenharia Civil estão formatados para fornecer aos seus diplomados competências direccionadas para a construção de raiz. Como tal, é natural que, na sua intervenção, o Engenheiro Civil privilegie a execução de novas estruturas, a substituição do antigo por novo, descurando, muitas vezes, a possibilidade de manutenção das soluções iniciais, através de soluções de reparação, reabilitação e reforço. CONSTRUÇÃO DE RAIZ VERSUS CONSERVAÇÃO, REABILITAÇÃO, REFORÇO Quantos elementos construtivos com valor a vários níveis (tecnológico, social, cultural) poderiam ser conservados em vez de, como acontece muitas vezes, serem pura e simples eliminados, demolidos e substituídos por outras soluções, especialmente em edifícios antigos. Veja-se o caso muito corrente e mais visível dos rebocos exteriores. Quantas vezes os rebocos de edifícios antigos permanecem em bom estado visual, cumprindo os requisitos para que foram aplicados (essencialmente de protecção das respectivas paredes) largas dezenas de anos, sem qualquer manutenção. Até que infelizmente, na concepção de uma intervenção por técnicos não devidamente formados/informados surge a decisão de aplicação de um novo sistema de pintura para substituição do anteriormente aplicado sobre o reboco, especificando tintas que vão constituir uma barreira pára-vapor no sistema de parede. Surgem então problemas nestes elementos, até aí inexistentes, e posteriormente a anomalia é atribuída ao reboco. Surge então a solução de “ picar o reboco até ao osso para o substituir por um reboco mais resistente”. Embora supostamente a incompatibilidade de paredes antigas com rebocos “resistentes” seja reconhecida pelos técnicos, estas são situações que ocorrem consecutivamente. Delas resulta que o novo reboco, para
além de outras acções nocivas, vai contribuir para a degradação da parede que supostamente devia proteger. Ao fim de algum tempo, por vezes anos, vai soltar-se, deixando visível a degradação que entretanto foi ocorrendo na própria parede. E para além disso, gastaram-se mais recursos materiais, humanos e energéticos em intervenções incorrectas, perderam-se testemunhos tecnológicos e descaracterizaram-se os edifícios. Outro exemplo que se pode referir relativamente à perda de testemunho tecnológico ainda nesta área é o caso dos revestimentos exteriores de marmorite, muito utilizados no período do Estado Novo em várias zonas do país. Este tipo de revestimento apresenta um aspecto visual particularmente cuidado e uma durabilidade longa sem qualquer intervenção e deixado à vista. É normal que ao fim de uns anos necessite de uma lavagem. Em vez disso, as intervenções recentes baseiam-se na aplicação de um sistema de pintura, que esconde toda a superfície. Teria sido obviamente mais proveitoso que técnicos com conhecimentos profundos dos edifícios antigos e das suas especificidades tivessem concebido e efectuado intervenções mínimas, com vantagens a todos os níveis. Vejam-se outros casos relativos à própria estrutura dos edifícios e à sua vulnerabilidade. Quantos edifícios são amputados de elementos estruturais importantes, praticamente sem qualquer critério adequado à sua especifici-
João Vinagre
Director da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro/IPS)
dade (para alteração ou adaptação do seu uso)? Em quantos edifícios são introduzidos, sem qualquer particularização, elementos de betão armado ou metálicos, com o intuito de substituírem elementos a eliminar mas cuja introdução pode agravar o funcionamento global do edifício (em vez de o melhorar). Quantos edifícios necessitam de avaliação e eventual reforço estrutural (e sua correcta execução em obra) para que passem a apresentar maior resistência a acções (em particular às acções sísmicas), para as quais não foram projectadas? Estes são tipos de intervenções que cada vez mais se exigem e em que o know-how do projectista e do executante é determinante. CONCLUSÕES Mais questões interessariam abordar relativamente à conservação e reabilitação do edificado e especificidades relativas à formação na área. Mas antes de mais, a máxima de “less is more”, muito reconhecida pelos conservadores/restauradores em bens móveis, tem de passar também a ser interiorizada e colocada em prática pelos Arquitectos e Engenheiros que concebem e executam as intervenções. Não é com a formação convencional de base de Arquitectura e Engenharia Civil que essa sensibilidade e os conhecimentos necessários são adquiridos. São necessárias outras formações de 1º ciclo ou de ciclos complementares ou ainda ao nível de pós-graduações. E esta área terá inevitavelmente de se transformar num nicho de mercado a explorar e numa imperiosa necessidade nacional.
Paulina Faria
Coordenadora da área científica de Construção e Reabilitação da ESTBarreiro/IPS e Responsável Científica do Mestrado em Construção Civil.
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salvaguarda de património que é posto a descoberto em muitas intervenções, exigindo a sensibilidade dos intervenientes para a sua correcta protecção, quer a nível da correcta interligação entre as múltiplas especialidades intervenientes. Também por esta razão, as intervenções para serem convenientemente concebidas e implementadas devem partir de equipas pluridisciplinares, onde técnicos com formação de base na área poderiam ser fundamentais.
empresas
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Padimat lança linhas concebidas Por arquitectos de renome A Padimat convidou dois arquitectos de renome, Eduardo Souto de Moura e Francisco Mangado, para criar duas novas linhas para a marca Evolution que foram recentemente lançadas. O futuro desta aposta parece promissor já que três novas parcerias estão na calha para serem reveladas até ao fim de 2010. Os arquitectos Eduardo Souto de Moura e Francisco Mangado são algumas das personalidades que emprestaram a sua criatividade à Padimat e conceberam novas linhas de produto dentro da marca Evolution, agora lançadas. Com estes novos reforços, “temos uma gama tão completa e forte para atacar o mercado sem medo nenhum”, disse Nuno Azevedo, administrador da Padimat, à Arte & Construção. A aposta da empresa vai centrar-se em “mercados mais fortes como Angola, Brasil e Países de Leste”. A “boa” receptividade das duas primeiras parcerias levou a Padimat a investir mais nesta estratégia e, “até ao final do ano, serão lançadas linhas [Evolution] da autoria de Brandão Costa, Francisco Aires Mateus, Gonçalo Byrne, entre outros”, avançou Nuno Azevedo. A marca Evolution, criada em 2006, representa, actualmente, mais de 30% das facturação total da Padimat. O futuro desta marca própria passa pela sua “internacionalização” e “consolidação no mercado interno, através de uma expansão que garanta uma maior proximidade como todo o território nacional”, pode ler-se no comunicado da empresa. Com uma equipa de cerca de 20 colaboradores, a Padimat tem como expectativa conseguir, em 2010, uma facturação de 10 milhões de euros.
imobiliário
Convento dos BArBAdinhos ultrApAssA 60% de tAxA de oCupAção
A Paço, empresa de promoção e reabilitação imobiliária, já vendeu mais de 60% dos apartamentos do Convento dos Barbadinhos até ao fim de Junho. Depois de proceder à reabilitação do edifício, o empreendimento histórico encontrase agora na fase final de comercialização para as restantes parcelas disponíveis. Dos 24 apartamentos disponíveis inicialmente com tipologias entre T0 e T3, o empreendimento apresenta uma taxa de ocupação de 62%. Neste projecto imobiliário, estão ainda disponíveis nove apartamentos em diferentes tipologias: 1 T0, 4 T1, 2 T2 e 2 T3.
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vidAgo pAlACe reABilitAdo
Depois de dois anos de obras profundas de renovação e restauro, o Vidago Palace reabre as portas no dia 30 de Julho de 2010 em regime de soft opening. A reabertura oficial está marcada para a data do centenário, a 6 de Outubro de 2010. A decoração do hotel, é assinada pela Bastidor: o conceito decorativo inspira-se na Belle Époque, com tectos altos e janelas panorâmicas que se projectam para o parque no exterior. O antigo edifício do engarrafamento das águas Vidago foi recriado por Álvaro Siza Vieira e dá lugar ao Club House. O novo Vidago Palace Spa foi construído entre 40 hectares de pinho, cedro, alecrim e lavanda. As termas tradicionais renascem sob a forma de um moderno Spa, desenhado por Siza Vieira. O traço do arquitecto é definido na construção contemporânea por linhas puras e rectas, nas quais assentam placas de mármore, conjugadas com acabamentos em branco macio. O Spa apresenta 20 salas de tratamento e suites, piscina interior, piscina vitality, sauna, banho turco e ginásio.
portugAl melhorA trAnspArênCiA imoBiliáriA A Austrália é o mercado imobiliário mais transparente do mundo, enquanto Portugal foi o quarto país a nível global a registar maiores progressos em termos da transparência do seu mercado imobiliário nos últimos dois anos. Os dados são do 2010 Commercial Real Estate Transparency Índex, da Jones Lang LaSalle da LaSalle Investment Management. “Nos dois últimos anos, em termos gerais, o crescimento médio na transparência do imobiliário em 81 mercados cobertos pelo Índice caiu para metade, face aos biénios anteriores, quer 2006-2008 quer 2004-2006”, lê-se no documento. Turquia, China, Índia e Portugal estão entre os países com maior aumento de transparência. No total de 81 países, Portugal está na 19ª posição do Índice geral, entre os mercados classificados de transparentes (nível dois), e foi mesmo o quarto país a nível global a registar maiores progressos a nível da transparência do seu mercado imobiliário nos últimos dois anos. Para Manuel Puig, director geral da Jones Lang LaSalle Portugal, “este progresso reflecte o profissionalismo crescente e uma maior adesão do sector imobiliário a enquadramentos legais e de regulamentação. Quer a qualidade quer o acesso à informação imobiliária melhoraram significativamente, com o papel determinante de organizações como o IPD e o Lisbon Prime Índex”. O responsável destaca também que “esta melhoria na transparência caminhou em paralelo com o crescimento do investimento estrangeiro em Portugal. Se em 2007 apenas 24% das transacções eram de origem estrangeira, nos dois últimos anos, essa representatividade praticamente triplicou, como os investidores estrangeiros a estarem envolvidos em 70% dos negócios realizados no mercado”. Entre os 15 mercados que registaram maior crescimento de transparência, nove são na Europa e os restantes na ÁsiaPacífico. A Turquia lidera a lista dos mercados com melhorias mais acentuadas, lista essa onde merecem ainda destaque a China, a Índia, a Polónia, Portugal, Roménia, Grécia e Hungria. Os mercados que perderam transparência incluem o Paquistão, Kuwait, Venezuela, Dubai e o Bahrain e, ainda que o grau de declínio tenha sido modesto, é de destacar a inversão face a um passado de crescimento.
NOTÍCIAS
NO PAÍS
CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DA HABITAÇÃO NOVA SOBEM
ANTÓNIO JOSÉ BAPTISTA É O NOVO PRESIDENTE DO IHRU António José Baptista é o novo presidente do Conselho Directivo do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, António José Baptista, de 57 anos, foi docente convidado no Instituto Superior de Economia e Gestão entre 1978 e 2003, passando, um ano depois, a leccionar na Faculdade de Arquitectura/UTL (2004-2007). É, desde 2005, adjunto no gabinete do secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, após ter sido chefe de gabinete do secretário de Estado do Ensino Superior , entre 1999 e 2001) e chefe de gabinete do ministro da Cultura, em 2001. O Conselho Directivo do IHRU tem ainda como vogais Maria Carminda de Figueiredo Ramos Caria, de 52 anos e licenciada em Direito - Menção de Ciências Jurídicas pela Universidade de Lisboa, e Hernâni Machado Duarte, cuja área de formação é Gestão/ Administração Publica. DST CONSTRÓI HOTEL RECUPERANDO 5 EDIFÍCIOS PORTUENSES O Grupo DST vai construir o primeiro hotel da cadeia galega Carris Hoteles no Porto, um espaço hoteleiro de 4 estrelas com uma área de construção de sete mil metros quadrados. A obra, orçada em 6,5 milhões de euros, vai envolver a requalificação, reabilitação e conservação de cinco edifícios da zona ribeirinha da cidade. A CARI, empresa adquirida pelo grupo minhoto em 2007, será incumbida desta missão que conta com a parceria das companhias DTE, Bysteel, Tgeotecnia, Tmodular, Tbetão e Tagregados. Responsável por obras como a reabilitação da Casas das Artes de Felgueiras e as duas Pousadas de Portugal em Guimarães, a CARI “já é responsável por 10% do nosso volume de negócios consolidado e esperamos que, este ano, este valor aumente para 15%”, referiu em comunicado José Teixeira, CEO do Grupo DST.
A taxa de varação homóloga do índice de custos de construção de habitação nova no Continente alcançou, em Abril de 2010, os 3,2%, o que representa um incremento de um ponto percentual face ao mês precedente, avançou ontem o Instituto Nacional de Estatística. Já a taxa de variação homóloga do índice de preços de manutenção e reparação regular da habitação, no Continente, desceu 0,1% relativamente ao mês anterior, situando-se nos 0,5%. Este resultado foi “fortemente influenciado pelo aumento da componente Materiais, cuja taxa de variação homóloga se fixou no mês de Abril em 2,2%, superior em 2,1 p.p. à do mês anterior”, pode ler-se no documento. A variação homóloga da componente Mão-de-Obra, por seu lado, manteve-se nos 3,9%. A taxa de variação média anual registou menos 0,5% que correspondeu um aumento de 0,3% face ao mês anterior. Analisando por tipo de construção, as taxas de variação homóloga dos índices relativos a Apartamentos e a Moradias registaram subidas mensais de 1,0%, ficando, respectivamente, nos 3,2% e em 3,1%.
PREMIO AICA PARA PAULO GOUVEIA Decorreu na terça-feira a cerimónia de entrega da XXIX edição dos Prémios AICA/Ministério de Cultura/DGArtes (Artes Visuais e Arquitectura) 2009. O vencedor de 2009 foi o arquitecto Paulo Gouveia, a título póstumo. O prémio é atribuído anualmente a duas personalidades das respectivas áreas, cujo percurso profissional seja considerado relevante pela crítica e cujo trabalho tenha estado particularmente em foco no ano a que o prémio respeita.
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O Prémio AICA (Associação Internacional dos Críticos de Arte)/ Ministério da Cultura/DGArtes tem um valor global de 20 000 euros, sendo distribuído igualmente por cada uma das categorias. O Prémio AICA/Ministério da Cultura/DGArtes Artes Visuais 2009 foi atribuído ao Fotógrafo Paulo Nozolino, enquanto o Prémio AICA/ Parque Expo de Crítica de Arte 2009 foi atribuído a Sandro Araújo e a Pedro Mesquita, respectivamente, o autor e o realizador do documentário Paredes Meias. O Prémio AICA/Parque Expo de Crítica de Arte 2009 distinguiu ainda duas menções honrosas, pela relevância do trabalho produzido no ano transacto: uma, ao crítico de Artes Visuais, Paulo Pires do Vale e a outra, ao crítico de Arquitectura, Nuno Grande.
NO PAÍS
NOTÍCIAS
CIDADE DO FUTURO VAI NASCER EM PAREDES Vai arrancar este ano a construção de uma cidade inteligente em Paredes. Trata-se de uma iniciativa da Living PlanIT e da Cisco Systems que representará um investimento de dez mil milhões de euros. No início da próxima semana, as duas empresas vão assinar uma parceria estratégica que prevê a instalação de um centro mundial de inovação na área dos sensores para redes informáticas no PlanIT Valley. O projecto irá ocupar uma área de 1700 hectares que deverá acolher empresas, comércio, hotéis, habitação, escritórios, indústria e espaços de entretenimento. A construção terá início no último trimestre deste ano, prendendo-se que as primeiras empresas surjam na nova cidade do futuro no final de 2011. “Por volta de 2015 esperamos ter atraído cerca de 12 mil empresas e a massa crítica já estará concluída, mas a cidade estará em constante desenvolvimento”, afirmou Steve Lewis, presidente da Living PlanIT. TURIPROJECTO TERMINA PLATAFORMA LOGÍSTICA DA SONAE
PME INVESTE 6 COM 1 250 MILHÕES DE EUROS O Governo aprovou ontem a criação do PME Investe 6, uma nova linha de crédito para apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME) de 1 250 milhões de euros. Neste caso, o total disponibilizado vai ser dividido em duas parcelas: uma de 450 milhões de euros destinadas às empresas exportadoras e outra de 350 milhões de euros para as micro e pequenas empresas. De acordo com Fernando Medina, secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento, o novo PME Investe pretende “facilitar o acesso ao crédito por parte de empresas que não beneficiaram deste instrumento no passado”. Até ao momento, as iniciativas PME Investe permitiram que 50 mil empresas acedessem a um crédito total de 5,7 mil milhões de euros.
O Grupo Turiprojecto, que este ano comemora 20 anos, terminou a primeira fase da plataforma logística da Sonae MC, que servirá como novo centro de distribuição da empresa. Localizada no Eco-Industrial Park Azambuja, este espaço de 113 mil metros quadrados revela uma “elevada qualidade de construção, optimização de recursos e grande funcionalidade, adaptada à operação do cliente”, assegura a Turiprojecto em comunicado. Representando um investimento de 82,5 milhões de euros, o Eco-Industrial Park Azambuja “é um projecto de referência a nível nacional e internacional, com características aglutinadoras e de consolidação da zona logística/industrial “prime location”, de acordo com as preocupações de desenvolvimento económico sustentável, social e ambientalmente responsável”. A sua conclusão está prevista para este ano.
ELEIÇÕES PARA AS COMISSÕES EXECUTIVAS DE 15 ESPECIALIZAÇÕES DA ORDEM DOS ENGENHEIROS
Especialização em Direcção e Gestão da Construção: Coordenador António José Vieira Alves Carias de Sousa; Especialização em Energia: Coordenador Afonso Manuel Firmino Paiva e Pona; Especialização em Engenharia Acústica: Coordenador José Luís Bento Coelho; Especialização em Engenharia Aeronáutica: Coordenador Agostinho Fonseca; Especialização em Engenharia Alimentar: Coordenador José Manuel Abecassis Empis; Especialização em Engenharia de Climatização: Coordenador Eduardo Alberto Baptista Maldonado; Especialização em Engenharia de Segurança: Coordenador Luís Filipe Firmino de Brito; Especialização em Engenharia e Gestão Industrial: Coordenador Jorge Manuel de Oliveira Godinho; Especialização em Engenharia Sanitária: Coordenador António Jorge Silva Guerreiro Monteiro; Especialização em Estruturas: Coordenador José Manuel Matos Noronha da Câmara; Especialização em Hidráulica e Recursos Hídricos: Coordenador Francisco Taveira Pinto; Especialização em Geotecnia: Coordenador António Viana da Fonseca; Especialização em Manutenção Industrial: Coordenador António José da Costa Gonçalves; Especialização em Telecomunicações: Coordenador António José Castelo Branco Rodrigues; Especialização em Transportes e Vias de Comunicação: Coordenador Jorge Zúniga de Almeida Santo.
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As eleições para as Comissões Executivas de 15 Especializações da Ordem dos Engenheiros (OE) conduziram 323 votantes até às urnas, dos quais 297 por correspondência e 26 presenciais. Os resultados da eleições de 17 de Junho para o triénio 2010/2013 foram:
NOTÍCIAS
NO MUNDO
OPWAY E MOTA-ENGIL COMPRAM PARTICIPAÇÃO NA MEXICANA IDINSA A OPWAY e a Mota-Engil adquiriram uma posição no capital social na construtora mexicana Impulsora de Desarrolo Integral (IDINSA). A compra, que ascende aos 2,5 milhões de euros, foi feita através de uma sociedade veículo de direito mexicano (SPV) detida em partes iguais pela OPWAY e pela Mota-Engil Engenharia. Neste contexto, a IDINSA aumentou o capital subscrito pela SPV em 16,5 milhões de euros, passando a deter 50% do capital social da empresa. Com uma facturação próxima dos 60 milhões de euros, a IDINSA pretende beneficiar das oportunidades existentes ao nível do “Programa Nacional de Infra-estruturas 2007-2012” do governo mexicano, cujas obras poderão chegar a representar 60 000 milhões de euros.
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RAMOS CATARINO REFORÇA PRESENÇA EM ESPANHA A reabilitação e ampliação do Lidl, em Salamanca, e a remodelação de uma estação de serviço, em Valência, são os dois novos projectos da Ramos Catarina em Espanha. Na estação de serviço, pertencente à Hermanos Albiñana, concessionário da Repsol, a Ramos Catarino “será responsável por toda a obra de construção civil, instalações mecânicas, instalações eléctricas e ainda pelo edifício de apoio à estação de serviço, sendo o prazo de execução de apenas dois meses”, avançam os responsáveis em comunicado.
SONAE SIERRA CHEGA À COLÔMBIA Sierra Central é a nova empresas de prestação de serviços na área dos centro comerciais da Sonae Sierra, criada para actuar no mercado colombiano. A Sierra Central é detida em 50% pela Sonae Sierra e em 50% pela Central Control, uma companhia colombiana que “presta serviços de gestão no Jardín Plaza, um dos principais centros comerciais em Cali – a terceira maior cidade do país”, avançam os responsáveis em comunicado. Na perspectiva de Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra, a “entrada na Colômbia reforça a presença internacional da Sonae Sierra num mercado atractivo com 49 milhões de habitantes, onde 70% da população tem menos de 40 anos, em franco desenvolvimento económico e com uma indústria dos centros comerciais com grande potencial de crescimento pois tem uma Área Bruta Locável por habitante relativamente baixa – 33 m2/1.000 habitantes -, comparativamente com a União Europeia, por exemplo, que se situa nos 226 m2/1.000 habitantes.”
PRESIDENTE DA EMO REELEITO A EMO – European Industry Organisation foi a votos e elegeu por unanimidade a equipa que, desde o mandado anterior, está à frente da organização: o presidente Ludwig A. Soukup (Alemanha) e os vicepresidentes, Carlos Duarte (Portugal) e Alain Delcourt (França). As eleição tiveram lugar na reunião anual da EMO que decorreu em Praga, República Checa, nos dias 7 e 8 de Junho.
OPINIÃO
MATERIAIS NOBRES
O CICLO VIRTUOSO DA MADEIRA /// A madeira é, reconhecidamente, um material nobre. Desde os primórdios da Humanidade que a madeira demonstra a sua utilidade, pela facilidade da sua transformação, pela diversidade das suas aplicações, por ser disponível e renovável, revelando importantes vantagens aos níveis económico, social e ambiental.
U
m dos principais atributos da madeira é a sua contribuição para a protecção ambiental: é, não só, um material natural e renovável, mas tem também um papel decisivo em termos de absorção e sequestro de CO2 (dióxido de carbono). De facto, se as árvores, durante o seu crescimento, através da fotossíntese funcionam como filtros, captando o CO2 e libertando oxigénio, o carbono assim armazenado manter-se-á sequestrado ao longo de todo o ciclo de vida das fibras de madeira, impossibilitado de transformar-se de novo em CO2 até ao desaparecimento, por queima ou apodrecimento, da madeira.
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Uma outra vantagem da madeira é a sua versatilidade, maquinabilidade e facilidade de transformação no desenvolvimento e produção de peças e materiais derivados de madeira. Estes potenciam inúmeras soluções práticas e de design e uma resposta adequada às necessidades mais diversas na construção ou na decoração. Além disso, a madeira é extremamente diversificada: madeiras claras ou muito escuras, padrões uniformes ou extremamente floreados, madeiras duras ou macias, pesadas ou pouco densas, a madeira é, na realidade, um mundo de variedades, potenciadas até ao infinito pela gama de transformações, tratamentos e acabamentos que ela permite. Desde as peças mais simples a aplicações muito sofisticadas, a madeira adapta-se, insinua-se, está à nossa volta, vive connosco em qualquer lado. E, sendo um agente natural que, pela sua estrutura, regula de modo bastante eficaz a
humidade e a temperatura nos espaços interiores, a madeira, quando usada na construção, é ainda um factor potenciador de um habitat mais saudável.
o ciclo de vida daquelas fibras de madeira, continuando a nelas manter-se sequestrado o carbono e reforçando a contribuição da madeira para o combate às alterações climáticas.
Estas realidades têm vindo, aliás, a ser cada vez mais reconhecidas pelos arquitectos, engenheiros, designers e outros projectistas, que procuram nos materiais derivados da madeira soluções, ao mesmo tempo, práticas, versáteis e decorativamente robustas.
Em resumo, conscientes ou não de todas estas virtudes ao optarem por produtos de madeira para as suas obras, o arquitecto, o engenheiro ou o designer podem disponibilizar aos seus clientes soluções de qualidade, inovadoras e esteticamente interessantes - estando, simultaneamente, a contribuir para prolongar o ciclo virtuoso da madeira e para a preservação do meio-ambiente.
Mas trata-se, também, de soluções duráveis. Como todos os materiais, a madeira deve ser cuidada, para que não se degrade o seu aspecto ou alguma das suas características. E, devidamente cuidada, a madeira é um material extremamente resistente e durável. Uma durabilidade que se traduz nos valores da confian-ça, da tradição e da personalidade, mas também da modernidade, da sofisticação ou do conforto. E, ao falar-se de durabilidade, deve-se referir a reciclagem e a reutilização. No ciclo de vida dos produtos de madeira e derivados de madeira, reutilizar e reciclar são aspectos fundamentais. Quando não pode ser reutilizado, um produto de madeira pode e deve ser reciclado, transformando-se rapidamente, pelo efeito da tecnologia de produção dos derivados de madeira, num novo material apto para cumprir a sua função como revestimento de uma habitação, como um móvel de elevada qualidade, como um pavimento de um hotel de luxo, mantendo intactas a sua identidade e as suas características como produto de madeira. E a reciclagem vai permitir, assim, prolongar
Pedro Figueira
Director de Marketing Ibérico da Tafibra
1º CiHEL – CongrEsso intErnaCionaL Habitação no EsPaço LUsófono Entre 22 e 24 de Setembro, o Grande Auditório do ISCTE – IUL, em Lisboa, recebe a 1ª edição do CIHEL – Congresso Internacional Habitação no Espaço Lusófono, um evento promovido pelo Grupo Habitar (GH) em parceria com o Centro de Investigação em Arquitectura e Áreas Metropolitanas (CIAAM) e com o Departamento de Arquitectura e Urbanismo do ISCTE. Segundo a organização, o CIHEL vai, este ano, debruçar-se “qualidade do habitat residencial promovido para populações com baixos rendimentos e mobilizando portanto recursos modestos”. Na sua perspectiva, esta temática é “um desafio”, uma vez que “não abdica de satisfazer as necessidades essenciais ao pleno desenvolvimento social das populações, nomeadamente em termos de habitabilidade e de serviços urbanos e sociais, mas a fazê-lo com sustentabilidade e dignidade”. Para além das cinco conferências e das 16 comunicações, o CIHEL também conta com uma exposição com painéis ilustrativos de casos práticos e de estudo.
SETEMBRO
nacional
Património: Um maPa da História Jornadas Europeias do Património 2010 Vários locais; 23 a 25 de Setembro IGESPAR; www.igespar.pt
22 23
anáLisE PrátiCa do rEgimE JUrídiCo da Urbanização E EdifiCação Conferência Lisboa; 29 de Setembro NPF – Pesquisa e Formação; www.npf.pt
29
ANÁLISE PRÁTICA DO REGIME JURíDICO DA URBANIZAçãO E EDIFICAçãO Lisboa
18
ENCONTRO PATRIMóNIO NATURAL E CULTURAL: CONSTRUçãO E SUSTENTABILIDADE! Lisboa
21
8º ENCONTRO DE ARQUEOLOGIA DO ALGARVE Silves
27
5.º CONGRESSO INTERNACIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITóRIO Lisboa
08
CONGRESSO MUNDIAL DA ORGANIZAçãO DAS CIDADES PATRIMóNIO MUNDIAL Sintra
11
4ºCONGRESSO SOBRE ESPAçOS DE JOGO E RECREIO Lisboa
18
ENCONTRO DE ARQUEOLOGIA DO SUDOESTE PENINSULAR Almodôvar
EnContro Património natUraL E CULtUraL: ConstrUção E sUstEntabiLidadE! O GECoRPA - Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, em conjunto com a QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza e o ICOMOS Portugal - Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios, promovem, dia 18 de Outubro, o Encontro Património Natural e Cultural: Construção e Sustentabilidade! Será no Auditório 3 da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, que todos os decisores e agentes dos sectores ligados ao ordenamento do território, ao planeamento urbano, à construção e à gestão do edificado e da infra-estrutura participaram nos objectivos do encontro: evidenciar os múltiplos impactos da construção sobre o património natural e o património cultural; e demonstrar que as estratégias tendentes a conservar o património natural e a reabilitar e valorizar o património construído contribuem para a sustentabilidade do sector da construção.
OUTUBRO
agenda
8º EnContro dE arqUEoLogia do aLgarvE Silves recebe, entre 21 e 23 de Outubro, o 8º Encontro de Arqueologia do Algarve, uma edição intitulada “A arqueologia e as outras Ciências”, por ser totalmente focada na divulgação de trabalhos onde estejam patente “estratégias de interdisciplinaridade”, explica a organização liderada pela Câmara Municipal de Silves. Ao longo destes três dias, será possível conhecer trabalhos desenvolvidos que se enquadrem as áreas da Arqueobotânica; Arqueometalorgia; Bioantropologia; Datação absoluta; Estudos de Proveniência; Geoarqueologia e geofísica; Museografia arqueológica e Zooarqueologia.
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CongrEsso mUndiaL da organização das CidadEs Património mUndiaL “As Cidades Património Mundial e as Alterações Climáticas” Sintra; 8 a 11 de Novembro Organisation des Villes du Patrimoine Mondial; www.ovpm.org
4º CongrEsso sobrE EsPaços dE Jogo E rECrEio Novas Normas, Boas Práticas e Oportunidades para Todos”, Lisboa; 11 a 13 de Novembro APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil; www.apsi.org.pt EnContro dE arqUEoLogia do sUdoEstE PEninsULar 5ª Edição Almodôvar; 18 a 20 de Novembro Câmara Municipal de Almodôvar, Instituto de Gestão de Património Arquitectónico e Arqueológico, Universidade de Huelva; www.cm-almodovar.pt
NOVEMBRO
5.º CongrEsso intErnaCionaL dE ordEnamEnto do tErritório Gestão Compartida de Recursos Hídricos Internacionais Lisboa; 27 e 28 de Outubro ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas; www.iscsp.utl.pt
1º CIHEL Lisboa PATRIMóNIO: UM MAPA DA HISTóRIA Vários locais
internacional
agenda
HMC 2010 Praga, Republica Checa
20 22
VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARqUITECTURA EM TERRA Valladolid, Espanha
25
CONSTRUTEC 2010 Madrid, Espanha
28
SAHC Shangay, China
06
sahc Conferência Internacional sobre Análise Estrutural da Construção Histórica Shangay, China; 6 a 8 de Outubro Tongji University; www.sahc2010.org
14
STGO. P+ARC Santiago, Chile
ÁGUA MEIO AMBIENTE E ENERGIA Luanda, Angola
31 03
22
constróI angola 8ª Feira Internacional da Construção Luanda, Angola; 14 a 17 de Outubro AIP, FIL; www.fil.pt lIght mIddle east 2010 O Dubai recebe, entre 31 de Outubro e 2 de Novembro, a Light Middle East – Feira Internacional de Iluminação e Arquitectura. Este é, segundo a Messe Frankfurt, responsável pela organização, “o único evento de iluminação da região. É dirigida a arquitectos, profissionais de desenvolvimento de produto, designers de iluminação e entidades oficiais que procuram novos produtos e artigos inovadores de fabricantes de iluminação, distribuidores e empresas de design de iluminação”. Esta edição destaca-se pela existência de um Pavilhão Europeu, onde as empresas do Velho Continente poderão apresentar os seus novos serviços e produtos.
NOVEMBRO
LIGHT MIDDLE EAST 2010 Dubai, Emirados Árabes Unidos
VII congresso InternacIonal de arquItectura em terra Traição e Inovação Valladolid, Espanha; 25 e 26 de Setembro Grupo Tierra de la Universidad de Valladolid; www.uva.es construtec 2010 Entre 28 de Setembro a 1 de Outubro, Madrid, Espanha, recebe mais uma edição da Construtec, uma mostra bienal de soluções construtivas, de novos materiais e novas abordagens arquitectónicas. Esta edição dá um especial enfoque à reabilitação, ao meio ambiente e ás mudanças que a legislação espanhola tem sofrido recentemente, no que diz respeito à segurança e qualidade de vida. O Salão da Arquitectura de Interior, o Salão Monográfico de Prefabricados de Betão e o Salão Monográfico da Madeira na Arquitectura são outros espaços de relevo a procurar neste certame promovido pela Feria de Madrid.
OUTUBRO
CONSTRóI ANGOLA Luanda, Angola
hmc 2010 II Historic Mortars Conference Praga, Republica Checa; 22 a 24 de Setembro Institute of Theoretical and Applied Mechanics of the Academy of Sciences da República Checa; www.itam.cas.cz
stgo. P+arc 1º salão InternacIonal de conserVação e restauração do PatrImónIo arquItectónIco e ambIental De 3 a 5 de Novembro, a CICOP-Chile promove a primeira edição do Salão Internacional de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico e Ambiental, criado para complementar a oferta dada pelo 10º Congresso Internacional de Reabilitação do Património Arquitectónico e Edificado: Perspectivas Contemporâneas e Novas Dimensões do Património”. A decorrer em Santiago do Chile, este certame que dar a conhecer os mais recentes desenvolvimentos no universo da conservação e restauro que têm em conta as necessidades das comunidades e a preservação dos valores tradicionais e do equilíbrio social e territorial. Pretende-se, assim, “evitar o abandono e a degradação dos espaços públicos e monumentos que fazem parte da nossa história, especialmente tendo em vista a celebração do bicentenário de nossa América”, referem os organizadores. Água meIo ambIente e energIa 1ª Conferência Luanda, Angola; 22 e 23 de Novembro IIR Portugal; www.iirportugal.com
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FóRUM TECHA 2010 Arles, França
SETEMBRO
Fórum techa 2010 Inovação ao Serviço do património Arles, França; 20 a 23 de Setembro Pôle Industries Culturelles & Patrimoines; www.industries-culturelles-patrimoines.fr
NAVEGAR
WWW.ANFAJE.PT
|
EM PORTUGUÊS E INGLÊS
“Criada em 2010, a ANFAJE (Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes) representa a nível nacional fabricantes de janelas eficientes (janelas que pelas suas características técnicas contribuem para o reforço do isolamento térmico e isolamento acústico dos edifícios)”. A Associação tem como missão “assegurar a representação, o estudo e a defesa dos associados e a divulgação das janelas eficientes junto dos vários intervenientes do sector da construção, nomeadamente, promotores imobiliários, donos de obra, projectistas, empresas de construção, empresas de fiscalização e junto dos organismos públicos, universidades e demais institutos superiores de investigação”.
APPQ-SCE.BLOGSPOT.COM
|
EM PORTUGUÊS
A Associação Portuguesa de Peritos Qualificados do Sistema de Certificação de Edifícios (APPQ-SCE) tem como objectivos: “a representação e a defesa dos seus associados e o estímulo para uma acção deontologicamente dignificante; a promoção e a qualificação dos seus associados, incluindo a sua formação e conduta; a difusão de conhecimentos técnico-científicos; a colaboração no desenvolvimento de procedimentos e de legislação relacionada com o SCE; a regulamentação da actividade dos seus associados no âmbito do SCE; fomentar o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus membros; promover o reconhecimento pela sociedade do valor da profissão de perito qualificado do SCE.
WWW.ANEFA.PT |
EM PORTUGUÊS, INGLÊS E CASTELHANO
No site da ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente pode ficar a conhecer a Associação, seus objectivos e as actividades que desenvolve “em prol da agricultura, das florestas, do ordenamento do território e do desenvolvimento sustentável do mundo rural”. “Pode ainda entrar em contacto com as empresas associadas, quer para consulta ou assessoria técnica, na elaboração de estudos técnico-financeiros e de projectos de investimento, quer para a aquisição de plantas de viveiro, para a execução de obras em infra-estruturas ou de instalação e condução de culturas, para a contratação de levantamentos topográficos e elaboração de cartografia, e para a comercialização dos produtos da sua exploração agrícola e florestal”.
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METADE DOS PORTUGUESES NÃO USA INTERNET Mais de metade dos portugueses (55,4%) não usa a Internet, de acordo com um estudo do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do ISCTE - Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. 44,6% dos portugueses recorrem a esta ferramenta, revelando um aumento face aos 38,9% que utilizavam a net em 2008. A falta de interesse ou a falta de formação no acesso justificam o desinteresse dos info-excluídos, que têm, na sua maioria, 55 ou mais anos.
EMPRESAS NACIONAIS NEGOCIAM NAS REDES SOCIAIS
MAIS UM MILHÃO DE NOVOS DOMÍNIOS
Um terço (31%) das empresas em Portugal usa as redes sociais para cativar novos negócios, segundo um estudo conduzido pela MarketingUK em 75 países. A nível global a média de empresas que apostam nas redes sociais para gerar negócios é de 40%. 51% das empresas nacionais usam as redes sociais para comunicar com os seus clientes e 49% reconhecem como maior vantagem das redes sociais a possibilidade de gerir e comunicar com grupos de clientes. As empresas mais pequenas são as mais aptas a retirar benefícios das redes sociais, por serem também as que mais as utilizam. 44% das PME que apostaram nestas plataformas conseguiram conquistar novos clientes, percentagem que diminui à medida que a dimensão da empresa sobe.
No primeiro trimestre do ano foram criados um milhão de novos domínios de Internet, mais 6% que no mesmo período de 2009, revela um relatório da VeriSign. A base instalada de nomes de domínio de topo tem agora mais de 193 milhões de registos, um aumento de 11 milhões face ao primeiro trimestre do ano passado. Relativamente ao trimestre anterior, os valores indicam uma subida de 0,6%. A base total de domínios .com e .net cresceu para 99,3 milhões no primeiro trimestre de 2010, o que representa um aumento de 2,7% em relação ao trimestre anterior, e um aumento de 7% em comparação a período homólogo.
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ARTE URBANA Pela primeira vez, a mtg – Edição e Publicidade reúne os mais importantes trabalhos de Arte Urbana desenvolvidos em Portugal e revela-os num livro com textos da autoria de Manuela Synek, conhecida historiadora de arte do panorama nacional. Ao elevado rigor analítico dos textos juntam-se imagens de forte impacto que transmitem aos leitores uma renovada perspectiva sobre as obras seleccionadas. Ao percorrer as páginas do livro Arte Urbana é possível conhecer a obra e, igualmente elementar, o artista que a concebeu.
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Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Autora: Manuela Synek Fotografia: Paulo Porfírio Concepção Gráfica: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Impressão: Socingraf, Lda. Colecção: Arquitecturas Depósito Legal: 310179/10 ISBN: 978-989-96555-0-8 Mais informações sobre o livro em http://www.arteconstrucao.com
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PlacaS De inDUçãO fagOR A Fagor apresenta as suas novas placas de indução. A moldura Stratos permite ampliar a superfície de trabalho, facilitando a limpeza e a manipulação dos utensílios de cozinha. Dispõem de: LCD que permite visualizar a potência que se está a utilizar em cada foco; um programador que oferece a possibilidade ao utilizador de organizar melhor o seu tempo, indicando à placa a hora que se deseja que a comida esteja preparada, encarregando-a de se ligar e desligar quando for necessário. Também o painel Touch Control oferece uma grande precisão no controlo da temperatura permitindo aumentar a qualidade do cozinhado. Algumas das placas incorporam a função Indulight, uma escala de cores que indica a potência a que está a funcionar cada um dos focos, podendo-se visualizar a partir de qualquer ponto da cozinha.
Em caso de incêndio, os sistemas devem continuar a funcionar ao longo de um período de tempo definido (E30, E60, E90). Os cabos utilizados para o efeito são combinados com sistemas de instalação testados e homologados para um sistema de manutenção de funções conforme a DIN 4102, parte 12. Com a Obo FireBox, a extensão e a derivação são igualmente possíveis. As caixas são fornecidas com tudo o que é necessário para a montagem: a caixa de derivação em duroplástico, quatro bucins cónicos e a placa de bornes com dois parafusos. A placa de bornes em cerâmica resistente a altas temperaturas já vem pré-montada. O borne de ligação à terra (verde/ amarelo) está ligado directamente ao suporte, não sendo, desta forma, necessárias tampas de cobertura para os componentes metálicos. Os parafusos fornecidos e pré-montados MMS6 foram testados, em termos de protecção contra incêndios, e estão homologados para betão e diferentes tipos de alvenaria, tijolo de areia calcária, tijolo maciço e tijolo furado. Estes parafusos, por sua vez, suportam a caixa de derivação, não sendo necessárias buchas. Esta nova gama da Obo foi concebida para garantir a total manutenção de serviço durante pelo menos 1h, de acordo com a secção 801.2.1.2.2 das RTIEBT. A Obo FireBox está disponível em três tipos testados e homologados B 100 E, B 160 E e B 250 E, com quatro a oito pré-cortes que podem ser quebrados facilmente.
DUcheS De jaRDim A Gardena apresenta três modelos diferentes para duches de jardim. Desde o mais simples, com torneira para fechar ou regular o fluxo da água, em contínuo; passando pelo chuveiro de jardim Dúo, com um jacto suave e um pulverizador lateral reguláveis; até ao exclusivo duche de jardim Trío, com uma grande cabeça de chuveiro móvel e com dois tipos de jacto: longo e suave, ou um jacto vaporizador para uma massagem refrescante.
PRODUTOS
A Bosch Bricolage desenvolveu três linhas de serras verticais Compacts: “Easy”, “Universal” e “Expert”. As ferramentas das três classes são mais manuseáveis e compactas do que as suas predecessoras. As serras verticais Compact da linha “Expert" - PST 900 PEL e PST 1000 PEL da Bosch Bricolage – dispõem de uma potência absorvida de 620 watts, ou de 650 watts e uma regulação contínua do número de carreiras em vácuo entre 500 e 3.100 rpm. A luz “Powelight” visa garantir uma visão clara da linha de corte. Graças ao sistema “CutControl” pode seguir-se a linha de corte “de forma simples e precisa”, lê-se no comunicado. Dispõe de carcaça de alumínio da serra de recortes. Paralelamente, esta serra vertical dispõe de uma placa base de alumínio que pode regular-se para cortes em esquadria até 45 º sem necessidade da utilização de ferramentas adicionais. O fornecimento da serra compreende, junto às folhas de serra, um dispositivo para folhas de serra, uma guia paralela, uma protecção contra estilhaços e uma coberta protectora transparente. Ambas as ferramentas da linha “Expert” conseguem uma profundidade de corte até 90 ou 100 mm (conforme o modelo) em madeira, 15 ou 20 mm em alumínio e 8 ou 10 mm em metal.
nOva Telha Da cOBeRT A CT – Cobert Telhas lançou mais um modelo da gama Lógica – a Lógica Plana. A partir de moldes em gesso, cozida em suportes individuais a elevadas temperaturas, nasce “uma telha de uma elevada resistência mecânica e impermeabilidade, aliada a uma exactidão geométrica e estanquicidade”, lê-se no comunicado de imprensa. A gama tem “uma grande variedade de acabamentos e cores disponíveis”. A gama Lógica actualiza o leque de produtos de alta gama, oferecendo ao mercado os modelos Lusa, Marselha e Plana.
Placa De inDUçãO cOm zOna flexível
A nova placa Siemens flexInduction permite utilizar quatro zonas distintas ou unindo duas delas, através da selecção de um comando, formando uma zona de indução de 21x40cm. É, assim, possível colocar na mesma zona de confecção vários tachos e panelas, independentemente da dimensão e do formato dos mesmos. O número e tamanho dos recipientes são automaticamente reconhecidos, direccionando o calor para o local exacto, havendo aquecimento de forma directa e precisa. Graças à função connectMode juntam-se duas zonas de confecção, transformando a superfície de cozinhar numa grande área, com controlo central. Pode-se ajustar a zona de cozinhar de forma directa e de acordo com as dimensões dos tachos. Esta função pode ser desactivada a qualquer momento, passando de novo a ter duas zonas de confecção.
ReceR Tem nOvaS cOlecçõeS A Recer lança novas propostas cerâmicas, de que se destacam a série Living, Trendy e INOUT. Living é produzido em pasta porcelânica e “sinónimo de design equilibrado, essencial, que reúne pureza de linhas e formas, neutralidade e conforto”, lê-se no comunicado. Tem aplicação prevista em pavimento e revestimento. Encontra-se disponível nas cores Quiet Ivory, Warm Beige, Cosy Brown e Wise Grey. Os formatos são 30x60, 45x45, 29x59 e 44,5x44,5. Os formatos 29x59 e 44,5x44,5 podem apresentar um acabamento semi-polido. Rodapé, degrau com bordo e pastilhas completam a colecção.
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SeRRaS veRTicaiS Da BOSch BRicOlage
EM FOCO
DIA NACIONAL DO ARQUITECTO
HOMENAGEM A MANUEL TAINHA TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO
/// No Dia Nacional do Arquitecto, a Ordem dos Arquitectos (OA) homenageou Manuel Tainha na sua mais recente obra: as Agência Europeia de Segurança Marítima, em Lisboa. Dias antes, jovens arquitectos premiados internacionalmente foram reconhecidos pelos seus pares apresentando os seus projectos vencedores.
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O
Dia Nacional do Arquitecto, 12 de Julho, foi assinalado com uma homenagem ao Arquitecto Manuel Tainha, membro honorário da Ordem dos Arquitectos (OA) desde 1994, que decorreu na Agência Europeia de Segurança Marítima, em Lisboa, com intervenções de João Belo Rodeia, presidente da OA, e dos arquitectos João Luís Carrilho da Graça e Fernando Bagulho.
“Houve uma coisa que o tempo só veio fortalecer a admiração e respeito por esse homem e arquitecto que é Manuel Tainha, que, por acaso e sorte, o destino fez com que as nossas vidas se cruzassem, debaixo dos tectos abobadados do velho Convento de São Francisco”, sublinhou ainda no seu texto intitulado «Manuel Tainha ou o Arquitecto dos Sete Ofícios”, disponível no site da Ordem dos Arquitectos.
“Manuel Tainha apesar de não ter a “fama” de outros ilustres colegas […] sem dificuldade podemos dizer que M.T. foi e é um dos arquitectos mais completos da história da arquitectura em Portugal, nos últimos 50 anos”, escreveu o arquitecto Alexandre Marques Pereira a propósito da homenagem.
Os jovens não foram esquecidos. O Dia Nacional do Arquitecto também foi celebrado com o reconhecimento do trabalho de 29 jovens arquitectos premiados internacionalmente. Assim, nos dias 1, 2 e 9 de Julho, estas jovens personalidades tiveram a oportunidade de apresentar os projectos vencedores na Museu do Design e da Moda, em Lisboa.