Revista Arte & Construção 237

Page 1

www.arteconstrucao.com

20 A

Número 237 // Ano XX // € 3,50 Continente

Setembro e Outubro 2010

EDIÇ

A (IN

)FOR MAR

O SE

ÃO C

NOS

CTO

R DA

OME

MOR ATIV

A

CON

STR UÇÃ

O

DE PROFISSIONAIS PARA PROFISSIONAIS Há 20 anos foi publicada a primeira edição da revista Arte & Construção. Para comemorar esta data notável, convidámos os grandes representantes do sector da construção a partilhar com os leitores a sua perspectiva do que melhorou (ou piorou) em Portugal ao longo dessas duas décadas.

20 ANOS DE CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL

AS OPINIÕES DE: ANTÓNIO MENDONÇA, AUGUSTO FERREIRA GUEDES, CARLOS MATIAS RAMOS, JOÃO BELO RODEIA, MANUEL AGRIA, MANUEL JOAQUIM REIS CAMPOS, RICARDO PEDROSA GOMES

Dossier

Menos pavimentos e revestimentos cerâmicos

Cimentos e betões

Quedas generalizadas: Reabilitação para inverter resultados

Entrevista

Reposição da primeira entrevista da Arte & Construção há 20 anos



editorial

arte & Construção está de parabéns! Há 20 anos foi publicada a primeira edição da revista Arte & Construção. Para comemorar esta data notável, convidámos os grandes representantes do sector da construção a partilhar com os leitores a sua perspectiva do que melhorou (ou piorou) em Portugal ao longo dessas duas décadas. Para além de poderem ler as opiniões destas grandes personalidades da nossa área, nas páginas seguintes vão encontrar algumas das notícias e entrevistas publicadas na 1ª edição da Arte & Construção para que possam comparar o passado com o presente.

"O projecto de reabilitação do Capitólio é da autoria do arquitecto Alberto de Souza Oliveira, estando o mesmo integrado no Plano de Pormenor do Parque Mayer". "Os pilares do edifício serão descascados, mas a sua geometria não foi alterada, mantendo-se a traça inicial do edifício".

Não queremos deixar de recordar todos os profissionais que, no decorrer destes 20 anos, fizeram o seu melhor e contribuíram para a construção de uma revista profissional actual, dinâmica, com espírito inovador e rigor jornalístico. De entre todos estes profissionais, o merecido destaque vai para o fundador da Arte & Construção: António Esteves. Deixo-vos a capa da Arte & Construção nº1 onde se pode constatar como marcas como a Bosch têm, num espírito de parceria, acompanhado a revista até hoje. Chantal Florentino Directora

Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: Ana Sofia Catarino, António Mendonça, Augusto Ferreira Guedes, Carlos Matias Ramos, João Belo Rodeia, Jorge Horta, Manuel Agria, Manuel Joaquim Reis Campos, Paulo Dias, Ricardo Pedrosa Gomes; Publicidade: Duarte Mourato (Director) duarte.mourato@arteconstrucao.com; Fotografia: Paulo Porfírio, Pedro Nunes ; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: Pedro Nunes; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg Edição e Publicidade, Lda. Centro Empresarial Tejo - Rua de Xabregas, 20 - 2º Sala 10 • 1900-440 Lisboa • Tel. 218650070 • Fax. 218650079 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Socingraf, Lda. • Rua de Campolide, 133 - 1º Dto. - 1070-029 Lisboa • Tel.: 213 838 920 • Fax: 213 838 929; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.

3 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

ESCLARECIMENTO Arte&Construção 235


SUMÁRIO

sumário 03

EDITORIAL

04

SUMÁRIO

06

ENTREVISTA Ilídio Monteiro

12 14 16 20 24 26 28 30

OPINIÃO António Mendonça João Belo Rodeia Carlos Matias Ramos Augusto Ferreira Guedes Ricardo Pedrosa Gomes Manuel Agria Reis Campos

32

DOSSIER Pavimentos e revestimentos

56

EMPRESAS

40

AICO Congresso

57

IMOBILIÁRIO

58

AGENDA

60

OPINIÃO Modelos matemáticos dos bens transaccionáveis

62

NAVEGAR

42

CIMENTOS E BETÕES Quedas generalizadas

48

GABINETE JURÍDICO Código de Contratos Públicos

50

RECURSOS HUMANOS Os desafios da Construção

63

ARTES & LEITURAS

64

PRODUTOS

52

NO PAÍS

66

54

NO MUNDO

EM FOCO Concreta

12

20 anos de construção

32

Dossier Pavimentos e revestimentos

OÇSÃO N A RU

4 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

2D0E CONST

NA EDIÇÃO EM QUE A REVISTA ARTE & CONSTRUÇÃO COMEMORA OS 20 ANOS DA PRIMEIRA EDIÇÃO, CONVIDÁMOS OS GRANDES REPRESENTANTES DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO (ANTÓNIO MENDONÇA, AUGUSTO FERREIRA GUEDES, CARLOS MATIAS RAMOS, JOÃO BELO RODEIA, MANUEL AGRIA, MANUEL JOAQUIM REIS CAMPOS E RICARDO PEDROSA GOMES) A PARTILHAR COM OS LEITORES A SUA PERSPECTIVA DO QUE MELHOROU (OU PIOROU) EM PORTUGAL AO LONGO DESSAS DUAS DÉCADAS.

NO ANO PASSADO, O MERCADO NACIONAL DE PAVIMENTOS E REVESTIMENTOS CERÂMICOS REGISTOU UMA DESCIDA TANTO NOS VALORES IMPORTADOS COMO EXPORTADOS, EM CONSEQUÊNCIA DA REDUÇÃO DA ACTIVIDADE DA CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL E DA CRISE ECONÓMICA. ACTUALMENTE, ESTE SUBSECTOR REPRESENTA CERCA DE 460 MILHÕES DE EUROS DE VOLUME DE NEGÓCIOS.


SUMÁRIO

# 237

Setembro_Outubro 2010

42 Cimentos e betões Quedas generalizadas

66

Em foco

Congresso Concreta

Pedra Texturas e cores variadas

40 AICO DE 30 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO O PORTO RECEBEU O AICO – ARCHITECTURE INTERNATIONAL CONGRESS AT OPORTO. PAULO MENDES DA ROCHA, EDUARDO SOUTO MOURA, FRANCISCO MANGADO, CARRILHO DA GRAÇA, RICARDO BAK GORDON E CHRISTIAN KEREZ FORAM ALGUNS DOS ARQUITECTOS PRESENTES NO EVENTO DEDICADO À ARQUITECTURA.

O CONSUMO E PRODUÇÃO DE CIMENTOS E BETÕES SEGUEM DE PERTO O COMPORTAMENTO DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO PORTGUÊS. AS ESTATÍSTICAS MOSTRAM QUEDAS ACENTUADAS QUE NEM AS EXPORTAÇÕES CONSEGUEM ATENUAR. PARA CARLOS DUARTE, PRESIDENTE DA APFAC, UMA DAS SOLUÇÕES PASSA PELA APOSTA NA REABILITAÇÃO.

“PORTUGAL NO ESTRANGEIRO - 30 ANOS DE ARQUITECTURA, CONSTRUÇÃO E ENGENHARIA” É O MOTE DA TERCEIRA EDIÇÃO DO CONGRESSO CONCRETA, QUE SE REALIZA A 4 DE NOVEMBRO NO GRANDE AUDITÓRIO DO CENTRO DE CONGRESSOS DA EXPONOR – FEIRA INTERNACIONAL DO PORTO.

5 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Porto reúne arquitectos


6 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

EntrEvista ilídio montEiro


7 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

EntrEvista


8 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

EntrEvista ilídio montEiro



10 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

EntrEvista ilídio montEiro



EntrEvista

FErnando silvEira ramos

antónio mEndonça, ministro das obras Públicas, transPortEs E comunicaçõEs carlos matias ramos, bastonário da ordEm dos EngEnhEiros João bElo rodEia, PrEsidEntE da ordEm dos arquitEctos

2 0

12 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

20 a

dE cons


anOs

strUÇÃO

20 anOs DE COnstrUÇÃO

na EDiÇÃO EM QUE a rEvista artE & COnstrUÇÃO COMEMOra 20 anOs, COnviDáMOs Os granDEs rEprEsEntantEs DO sECtOr Da COnstrUÇÃO a partilhar COM Os lEitOrEs a sUa pErspECtiva DO QUE MElhOrOU (OU piOrOU) EM pOrtUgal aO lOngO DEssas DUas DéCaDas aUgUstO FErrEira gUEDEs, prEsiDEntE Da anEt – assOCiaÇÃO naCiOnal DOs EngEnhEirOs téCniCOs ManUEl agria, viCE-prEsiDEntE Da anEOp - assOCiaÇÃO naCiOnal DE EMprEitEirOs DE Obras públiCas ManUEl JOaQUiM rEis CaMpOs, prEsiDEntE Da CpCi - COnFEDEraÇÃO pOrtUgUEsa Da COnstrUÇÃO E DO iMObiliáriO riCarDO pEDrOsa gOMEs, prEsiDEntE Da DirECÇÃO Da aECOps – assOCiaÇÃO DE EMprEsas DE COnstrUÇÃO E Obras públiCas E sErviÇOs E Da FEpiCOp – FEDEraÇÃO pOrtUgUEsa Da inDústria Da COnstrUÇÃO Civil E Obras públiCas

13 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

2 0

EntrEvista


opinião

Ministério das obras públicas, transportes e coMunicações

o que Mudou eM 20 anos no sector da construção /// Para António Mendonça, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, “as empresas sofreram o impacto destes últimos 20 anos: é mais difícil sobreviver neste mercado. É necessário ser-se competitivo”.

14 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

1. O fenómenO dA edifiCAçãO de imóveiS ultrApASSA, ACtuAlmente, O mOmentO e O ACtO dA COnStruçãO Com efeito, temos hoje um Sector da Construção e do Imobiliário que vem apostando fortemente em factores de sustentabilidade e onde reside um conjunto multidisciplinar de empresas e uma variedade de produtos. E, neste aspecto, tivemos uma alteração de paradigma: é impossível hoje pensar em construir sem assegurar a preservação dos recursos, o respeito pela qualidade de vida dos consumidores e a garantia de uma efectiva manutenção dos imóveis. A “qualidade de construção” engloba todos estes aspectos e as empresas deste sector devem estar preparadas para novos desafios. Por outro lado, começámos a olhar para trás, para o que temos construído. E, nestes 20 anos, a reabilitação do edificado tem vindo a assumir um papel cada vez mais preponderante, seja porque consubstancia um factor de preservação do património e, em muitos casos, dos valores e bens culturais, seja porque constitui um “mercado” real para a actividade dos agentes económicos.

Neste contexto, as políticas definidas para o sector são hoje muito mais exigentes e desafiantes. Registou-se uma evolução tecnológica dos materiais, técnicas e equipamentos utilizados na construção, que permitiu resultados inovadores, produzindo imóveis mais sofisticados e complexos, do ponto de vista da arquitectura e da engenharia. Naturalmente, as empresas sofreram o impacto destes últimos 20 anos, que tornou mais difícil sobreviver num mercado em que a competitividade aumentou substancialmente. E as construtoras portuguesas perceberam-no. Assiste-se, de facto, a uma maior profissionalização das empresas e à redefinição dos modelos de negócio: a aposta em novos mercados internacionais; a utilização de diferentes técnicas e tecnologias na promoção da actividade; a aposta em I&D. Tudo isto são factores que devolveram às empresas a responsabilidade de reverem os mecanismos de desenvolvimento da sua actividade e que dinamizaram a concorrência no mercado

2. A regulAçãO dO SeCtOr evOluiu rAdiCAlmente Temos hoje um sistema de qualificação de empresas de construção e de mediação imobiliária que exige das mesmas a efectiva comprovação de um conjunto de requisitos essenciais para estarem no mercado, da qual depende a atribuição de títulos ou licenças para o exercício das actividades. Por outro lado, existe hoje uma entidade responsável pela regulação do sector, com competências de intervenção ao nível da qualificação e fiscalização das empresas, mas também com a responsabilidade e capacidade de intervir no mercado, dinamizando-o e tornando-o mais competitivo e sustentável. Esta evolução tem sido particularmente importante para a melhoria da qualidade dos serviços prestados e para a protecção dos consumidores. 3. O merCAdO é diferente Estamos, definitivamente, inseridos num mercado global, certamente condicionado pe-


OpiniãO

Em consequência da crise mundial, que teve reflexos directos neste sector, e da dificuldade de acesso ao crédito por parte de promotores imobiliários e consumidores, o mercado da “construção nova” abrandou. Surgem, contudo, como alternativa, os mercados da reabilitação e do arrendamento urbano. Sendo certo que o desenvolvimento deste sector depende muito do comportamento do próprio mercado (designadamente do encontro entre a oferta e a procura de imóveis), também é verdade que o Estado pode e deve servir de mola impulsionadora/facilitadora do mesmo. É para prosseguir tal desiderato que temos estado a trabalhar na simplificação legislativa, procurando atenuar drasticamente a “burocracia administrativa” que hoje desencoraja os agentes do sector a intervirem no referido mercado da reabilitação e do arrendamento urbano.

4. O que eStá em CurSO Em sintonia com o que atrás se afirma, o Governo tem já em estudo dois projectos de diplomas legais. O primeiro visa a simplificação do processo de constituição da propriedade horizontal dos edifícios antigos (construídos antes de 1 de Janeiro de 1990), bem como a dispensa de sujeição desses edifícios ao Regime de Acessibilidade (imposto pelo DL nº 163/2006), ao regime de Segurança contra Incêndios em Edifícios, ao Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios e aos Regulamentos aplicáveis em matéria de Certificação Energética dos Edifícios, quando a aplicação destes diplomas implique trabalhos desproporcionadamente complexos ou requeira a aplicação de meios financeiros igualmente desproporcionados. O segundo, visa a alteração do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE), no sentido da simplificação dos processos de licenciamento de obras de reabilitação de edifícios, consubstanciada, quase inteiramente, na redução dos prazos administrativos hoje observados para deferimento dos pedidos respectivos.

Para além destes projectos de simplificação legislativa, está em análise a problemática da liberalização das rendas antigas, solução que tem tardado e se reconhece difícil e que terá de ser necessariamente acompanhada de um programa de apoio social aos inquilinos de baixo rendimento. Para além disso, e porque inevitavelmente relacionado com o que antecede, está igualmente em estudo a necessidade de agilizar o processo de despejo de inquilinos com rendas em atraso, problema que em outros países europeus se concretiza em poucas semanas – veja-se o exemplo espanhol, com a recente Lei 19/2009, de 23 de Novembro – e que em Portugal pode levar anos, o que constitui forte desincentivo ao investimento na construção para arrendamento e mesmo à colocação nesse mercado, que importa dinamizar, de grande parte do património edificado. As implicações fiscais e o crédito bancário para aquisição de imóveis são, por outro lado, áreas que consideramos igualmente importantes para a dinamização do sector da construção e do imobiliário, em que estamos a trabalhar e no âmbito das quais julgamos que, a curto prazo, irão surgir novidades. António Mendonça

Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

15 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

los factores económicos, mas com uma dimensão e competitividade infinitamente maiores e onde as transacções e os negócios são muito mais rápidos. Nesta medida, é necessário continuar a apostar em qualidade, em inovação e no talento. O mercado da construção e do imobiliário não foge à regra e vive hoje, vivemos todos, um tempo de mudança.


opinião

Ministério ordeM dosdas arQuitectos obras públicas, transportes e coMunicações

os arQuitectos e a arQuitectura: os últiMos Vinte anos /// Cumpre-me agradecer o convite da Revista Arte & Construção para me associar ao seu 20º aniversário, um espaço de tempo em que tanto mudou no exercício da profissão de arquitecto, na respectiva associação profissional e na própria Arquitectura em Portugal.

16 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

E

m primeiro lugar, foram vinte anos de fortíssimo crescimento do número de arquitectos, praticamente quadruplicando para os cerca de 18 500 actuais, com a crescente oferta universitária e a inédita procura por parte de muitos jovens. Ao contrário do que sucedia em 1990, os arquitectos encontram-se hoje de norte a sul e do interior às ilhas atlânticas do País. Para além do exercício profissional como projectistas, multiplicaramse nas mais diversas áreas da administração pública, integrando praticamente todos os municípios. Na gestão e desenho do território, no urbanismo, no sector da construção, no sector do imobiliário, nas indústrias de componentes ou no sector do ambiente, os arquitectos estão cada vez mais presentes, desempenhando distintos actos da profissão como são, entre outros, a direcção ou a fiscalização de obras. Em vinte anos, os arquitectos foram demonstrando, para cada vez maior número de concidadãos, a importância do seu papel social e profissional na melhoria do ambiente construído e da qualidade de vida de todos. Foram vinte anos de afirmação da profissão junto dos

poderes públicos, fazendo valer os seus pontos de vista com razoável sucesso, como nos casos, por exemplo, da Lei do Património Cultural de 2001 ou do Código dos Direitos de Autor de 2004. Foram vinte anos em que, por mérito próprio, a profissão de arquitecto se tornou conhecida da grande maioria dos portugueses, com progressivo reconhecimento público. E, em larga medida, foi esta forte presença, associada a crescente habilitação e capacitação em distintos domínios profissionais, que gerou as condições para o nascimento da própria Ordem dos Arquitectos em 1998 e, sobretudo, para a revogação expressa do Decreto 73/73 com a recente Lei 31/2009, após 36 anos de forte mobilização profissional para que tal acontecesse. Importa destacar que, em 1990, apenas 5% dos projectos de arquitectura licenciados eram subscritos por arquitectos, quando, em 2009, seriam entre 40 e 50%. Quer isto dizer que foi possível, mesmo em condições adversas, alargar em muito as oportunidades de projecto para os arquitectos nos últimos 20 anos. E, com o novo enquadramento legal,

será agora possível iniciar um novo ciclo de oportunidades e de responsabilidade neste e noutros domínios profissionais. RECOnhECimEntO dA ARquitECtuRA PORtuguESA Em segundo lugar, foi tempo de fortíssima afirmação da própria Arquitectura. Desde logo por muitas das razões já apontadas, mas também pelo alargamento da encomenda pública e privada de arquitectura, pela crescente visibilidade pública das suas obras, pelo impacto destas na vida das pessoas, pela sua notoriedade social e cultural, por maior atenção por parte dos poderes e decisores, e pelo reconhecimento público de inúmeros dos seus melhores edifícios e autores. Para esta realidade muito contaram, nos últimos 20 anos, os efeitos da integração do País na União Europeia, designadamente no investimento em vastas redes de equipamentos públicos ou em grandes operações urbanas, como a Expo '98, o Porto 2001 ou o Programa Polis. Como contaram a crescente atenção dos


OpiniãO

Ao fim de vinte anos, a Arquitectura Portuguesa é hoje amplamente reconhecida como um recurso ímpar de afirmação cultural no País e fora deste, a par da Língua e da Literatura. Porém, ao longo dos anos, a Arquitectura tem caminhado para ser cada vez mais reconhecida como recurso estratégico de desenvolvimento socio-económico, tanto nas políticas de ordenamento territorial, cidades e reabilitação urbana, quanto nas políticas de Obras Públicas e da própria Economia, pois a Arquitectura pode potenciar as oportunidades de negócio e

os investimentos, bem como os desempenhos da construção civil e da promoção imobiliária, nomeadamente diante dos crescentes desafios ligados à sustentabilidade e à energia. Como também no âmbito da internacionalização, pois a nossa Arquitectura reúne todas as condições para poder ter um papel potenciador no sector da construção ou mesmo noutras profissões afins, designadamente junto dos mais importantes mercados emergentes. Também o actual impacto da Arquitectura na cidadania (e vice-versa) não encontra paralelo no passado, desde logo pela interacção com a vida comum e quotidiana. Por tudo isto, após vinte anos, é previsível a criação e implementação de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal, à imagem do que já sucede em muitos dos nossos congéneres europeus, potenciando transversalmente a Arquitectura nas distintas políticas sectoriais do Estado no sentido da melhoria da qualidade do ambiente construído e da qualidade de vida dos cidadãos, conforme as Conclusões do Conselho da União Europeia sobre a Arquitectura de 2008. Algo de todo impensável em 1990.

O “pApel CentrAl” dA OA Em terceiro lugar, muito mudou na associação profissional dos arquitectos, após a passagem da então Associação dos Arquitectos Portugueses a associação de direito público em 1988 e a sua transformação em Ordem dos Arquitectos em 1998, agora com poderes reguladores sobre o exercício da profissão. Ao longo de vinte anos, nem sempre a OA (e a sua antecessora) soube ou pode antecipar as extraordinárias mudanças da profissão e do seu exercício, desde logo pela precariedade da sua estrutura quando comparada com o crescimento exponencial de arquitectos em Portugal. Mas tal não esmorece o seu papel central em muito daquilo que foi alcançado neste mesmo tempo, desde logo enquanto representante dos arquitectos junto de poderes e decisores, enquanto interlocutor com as outras profissões afins, com as universidades ou com o sector da construção, e enquanto grande protagonista da arquitectura junto da sociedade civil. A legislação, tantas vezes ingrata pa-

17 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

media, as iniciativas socioculturais de arquitectura, o aumento exponencial dos suportes genéricos e especializados de promoção e divulgação, ou o amadurecimento da crítica especializada. Aliás, nunca tanto como hoje se falou e discutiu arquitectura nos media, na política, na blogosfera, nos sectores da construção e do imobiliário ou, sobretudo, na própria sociedade civil. Por fim, contou também o reconhecimento de muita da nossa arquitectura fora do País, designadamente através da crescente notoriedade internacional da obra de Álvaro Siza, que abriu caminho a tantos outros arquitectos.


opinião

Ministério ordeM dosdas arquitectos obras públicas, transportes e coMunicações

18 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

ra o exercício da profissão, seria com certeza pior sem o papel interveniente da OA. E, por exemplo, dificilmente poderia ter sido revogado o Decreto 73/73, ou menos ainda poderia ter sido devidamente salvaguardado o papel dos arquitectos no âmbito do projecto ou nos distintos domínios e actos próprios da sua profissão. De igual modo, o reconhecimento do papel social e profissional dos arquitectos, a sensibilização dos cidadãos, ou a promoção e divulgação da Arquitectura em Portugal, são incontornáveis à actuação persistente e às inúmeras iniciativas da Ordem nestes 20 anos. Neste sentido, não há comparação possível entre aquilo que é hoje a OA e o que era a AAP em 1990: no enquadramento e regulação profissional, nas redes profissionais, na representação e responsabilidade em inúmeros organismos nacionais e internacionais, na participação e colaboração públicas, na implementação de delegações e núcleos em todo o País, na participação em grupos de trabalho internos e externos, na formação e valorização profissional, nos serviços e benefícios prestados,

na informação genérica e técnica disponibilizada, na inventariação patrimonial, nas exposições, na premiação, nas edições, nas conferências ou na internacionalização profissional e da arquitectura, entre centenas de acções e iniciativas anuais. Claro que há sempre o reverso da medalha para muito do descrito. Porém, ao fim de vinte anos, apesar das dores de crescimento agora agravadas pela crise económica, importa afirmar que o tempo tem sido generoso com os arquitectos, com o seu exercício profissional e com a própria arquitectura em Portugal. Mas existe ainda um longo caminho a percorrer para que a Arquitectura seja de facto um Direito de todos, para a melhoria das expectativas e das condições do exercício profissional, e para que ambas - Arquitectura e exercício profissional - se traduzam em melhor paisagem, melhor ambiente construído e mais qualidade de vida para os portugueses. Arquitecto João Belo Rodeia Presidente da Ordem dos Arquitectos



opinião

ordem dos engenheiros

A imporTÂnCiA dA engenhAriA pArA o desenVoLVimenTo eConÓmiCo do pAÍs: o QUe mUdoU em 20 Anos /// Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, revela neste artigo como, em 20 anos, “a arte e o génio se combinaram com a tecnologia e como desta combinação resultaram frutos que, pela sua importância e dimensão, mais contribuíram para o desenvolvimento da nossa sociedade”.

1. O pApel dA engenhAriA

20 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Foi-me solicitado pela “Arte & Construção”, a propósito da comemoração dos seus 20 anos de “vida”, a elaboração de um artigo sobre: “A Importância da Engenharia Para o Desenvolvimento Económico do País - O que mudou em 20 anos”. A primeira reacção foi “vamos a isto”, com o entusiasmo de quem sente a importância da engenharia como um recurso estratégico nacional. A riqueza e o bem-estar dos países com economias mais desenvolvidas foi possível porque adoptaram uma política de investimentos em alta tecnologia, em investigação e desenvolvimento e no ensino técnico exigente e de qualidade, para além de investimentos em educação e cultura. A resposta à solicitação da Arte & Construção, necessariamente centrada na área da construção civil, constitui um enorme desafio, agravado pelo facto de nos últimos vinte anos se ter assistido a um desenvolvimento vertiginoso do conhecimento tecnológico e das aplicações desse conhecimento ao serviço do país. As compreensíveis limitações de espaço disponível aumentam a dificuldade na elaboração do artigo.

O desafio torna-se mais complexo quando se tem por objectivo evidenciar, de forma fácil e sem intuitos corporativos, nostálgicos ou celebratórios, como a arte e o génio se combinaram com a tecnologia e como desta combinação resultaram frutos que, pela sua importância e dimensão, mais contribuíram para o desenvolvimento da nossa sociedade, em permanente mutação e com exigências crescentes para uma cultura de qualidade e rigor. O desenvolvimento tecnológico, base da actividade dos engenheiros, tem dois objectivos fundamentais: facilitar a vida das pessoas, proporcionando-lhes o maior bem-estar; estabelecer metodologias conducentes à redução dos riscos naturais e tecnológicos, na permanente procura da garantia da segurança de pessoas e bens e da preservação do ambiente. 2. A engenhAriA e AS reAlizAçõeS nOS últimOS 20 AnOS Os últimos vinte anos foram caracterizados não só pelos efeitos da integração de Portugal na Comunidade Europeia e pela progressiva globalização da Economia, mas também pela emergência de uma sociedade baseada no conhecimento científico e tecnológico.

Nas duas últimas décadas muitos dos desenvolvimentos da engenharia tornaram-se comuns, não lhes sendo geralmente atribuída a devida relevância. Surgem, nestas circunstâncias, perguntas tão simples como esta: será que em consciência a maioria da população é capaz de reportar o que era o nosso País há 20 anos em áreas fundamentais para o nosso bem-estar? A título de exemplo refere-se que o abastecimento de água potável passou de uma percentagem da população servida em 1993 de 80% para 94% em 2009, que as águas residuais com tratamento, no mesmo período, passaram de 30% para 70% e que a recolha e tratamento dos resíduos sólidos passou de 46% para 100% 1. No que concerne às infra-estruturas de transporte, o aspecto mais relevante diz respeito à rede rodoviária de auto-estradas que em 1990 tinha uma extensão de 303 km, passando em 2008 para 2623 km, ou seja, em 18 anos o País ficou mais “curto”, permitindo reduzir tempos de percurso, com consequentes efeitos na economia, e aumentar a segurança na circulação. De acordo com dados disponíveis, estima-se que o investimento público de um euro em infra-estruturas de transporte – estradas, auto-estradas, portos, aeroportos e caminhos de ferro - induz um aumento do


OpiniãO

A realização destas infra-estruturas implicou a construção de grandes obras de arte, das quais as mais relevantes são grandes pontes (ex.: Pontes Vasco da Gama, do Arade, do Guadiana, Infante D. Henrique, Rainha Santa, Salgueiro Maia, Régua, Vila Pouca de Aguiar, João Gomes-Funchal, etc.) e a adequação dos principais portos portugueses, com destaque para as obras realizadas nos Portos de Sines e de Douro e Leixões, modernizando-os e adaptando-os às modernas exigências no transporte marítimo. Estas infra-estruturas, bem como a construção de plataformas logísticas, dotaram o País de uma capacidade para o seu desenvolvimento económico, aspecto tanto mais relevante quando estamos na periferia da Europa e possuímos localização privilegiada na ligação a outros continentes, em particular, ao africano e ao americano. Em relação a outro tipo de obras de construção civil, elas foram tantas e tão complexas que se torna impossível enumerá-las. Refiro, no entanto, as que foram objecto do Prémio SECIL de Engenharia Civil, prémio de grande prestígio e que é considerado o maior galardão nacional na área de engenharia civil. Este

prémio foi atribuído, neste século, à Ampliação do Aeroporto do Funchal, ao Viaduto da Av. Marginal do Parque da Cidade-Porto, ao Estádio Municipal de Braga, à Igreja da Santíssima Trindade-Fátima e ao Molhe Norte da Barra do Douro. As obras de Ampliação do Aeroporto do Funchal e da Igreja da Santíssima Trindade receberam igualmente o Prémio Internacional de Engenharia de Estruturas promovido pela IABSE – International Association for Bridge and Structural Engineering. Trata-se de uma distinção atribuída a nível mundial e que galardoa as melhores e mais expressivas obras de grande qualidade, ao nível de estruturas, em diversos países. A atribuição deste prémio, considerado como o "Óscar" da Engenharia de Estruturas, é reveladora do prestígio internacional da boa engenharia portuguesa. Salientase, pela sua relevância internacional, a capacidade técnico-científica instalada no País na área da engenharia sísmica, possuindo no LNEC um Centro Europeu de Excelência. Nesta última década verificou-se a vulgarização da Internet e a disponibilização, por este meio, do acesso fácil e rápido a quantidades de informação antes inimagináveis, a capacidade de processar som e imagens tanto fixas como

em movimento. O computador deixou de ser apenas um instrumento de trabalho especializado, para passar a ser uma porta de acesso à informação (sob forma de texto, imagens, sons, ou vídeo) e um novo meio de comunicação. Surgem as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que provocaram uma autêntica revolução, proporcionando novas e vastas perspectivas de acesso ao conhecimento, globalizando-o, potenciando a emergência do conceito de “rede”. Em relação às TIC, Portugal teve a capacidade de absorver, implementar e desenvolver estas tecnologias, constituindo hoje um sector que, de forma directa, influencia o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e favorece o saldo da balança comercial. A Contribuição das TIC para o PIB passou de um valor nulo em 1995 para 0,47% em 2003 (valores da OCDE, de Setembro de 2005). A revista Ingenium, revista da Ordem dos Engenheiros, dedica às TIC o seu número de Julho-Agosto deste ano. Salientam-se igualmente as grandes transformações nas áreas da monitorização e controlo dos processos industriais e da segurança de grandes obras, como na própria concepção dos mesmos, em que tudo deve comunicar

21 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

produto, no longo prazo, de cerca de 9,5 euros2.


opinião

ordem dos engenheiros

A robótica e a automação surgem com abordagens das mais diversas, referindo, a título de exemplo, em relação a esta última, a sua aplicação à habitação, dando origem aos designados “edifícios inteligentes”. Nos primeiros anos deste século surgem igualmente como relevantes os avanços tecnológicos nas áreas da bioengenharia, da biotecnologia ao serviço da engenharia alimentar, da biotecnologia ambiental (ex. purificação de efluentes industriais). Na área da bioengenharia referem-se, a título indicativo, os projectos portugueses na área da regeneração óssea, bem como na da simulação computacional como auxiliar da clínica e da biomecânica das próteses e os estudos sobre o movimento humano e a segurança do corpo em movimento (carros, comboios). As aplicações da nanotecnologia actualmente já no mercado são essencialmente na área dos nanomateriais. com o “sistema”, para que seja obtido sempre um melhor desempenho. Nos dias de hoje quase tudo é possível conhecer em tempo real, permitindo, a título de exemplo, a intervenção em tempo face à avaliação dos valores das variáveis de controlo de segurança.

22 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

É o caso do controlo de grandes obras públicas e, em particular de grandes barragens, que é feito através de um Sistema de Informação integrado que gere os dados necessários a esse controlo. A título de exemplo, na Barragem de Alqueva estão instalados cerca de 1000 equipamentos de medição para efeito de controlo da segurança. Os valores captados por esses equipamentos são enviados para o Sistema via Web. De seguida, esses valores são armazenados e manuseados de forma a produzir resultados que sustentam o apoio à decisão sobre a segurança da obra. Este Sistema está aplicado noutras grandes barragens. No âmbito energético surgem nos últimos vinte anos mudanças significativas, designadamente no sector eléctrico, que têm a ver fundamentalmente com preocupações de carácter ambiental, nomeadamente as associadas com a necessidade da redução das emissões de CO2, com a segurança de abastecimento e com a necessidade de reduzir a dependência energética. Estas mudanças implicaram desenvolvimentos significativos relacionados com: a melhoria da eficiência de exploração do sistema eléctrico; a introdução crescente de fontes de energia renovável; o aumento do volume de automação do sistema eléctrico e de integração de tecnologias de informação e comunicação para a monitorização, controlo e gestão do sistema. Ressalta neste período o desenvolvimento de tecnologias limpas e a promoção da utiliza-

ção de energias alternativas renováveis, de modo a reduzir a dependência energética do País e a aumentar a competitividade económica nos mercados internacionais. Salientam-se igualmente as medidas conducentes à melhoria da eficiência energética e os desenvolvimentos tecnológicos relativos à mobilidade eléctrica.

A evolução verificada nos dois últimos decénios conduziu a uma redução significativa das actividades de engenharia nos sectores primário e secundário, passando o sector terciário a ser o determinante.

O leque de energias alternativas para a substituição dos derivados do petróleo, compreende essencialmente as seguintes fontes: cogeração, solar fotovoltaica, eólica, geotérmica, biomassa, biocombustíveis e células de combustível e necessariamente, pela sua grande relevância no País, a hídrica. Em relação à hídrica referem-se os grandes aproveitamentos hidroeléctricos que estão em projecto e em construção, bem como a produção com base nas mini-hídricas. Em todas estas fontes de energia houve desenvolvimentos tecnológicos significativos, com trabalhos de investigação e mobilização da indústria nacional que conduziram a uma resposta em tempo à estratégia definida pelo país. A engenharia portuguesa, bem conhecida internacionalmente na área dos aproveitamentos hidroeléctricos, metabolizou o conhecimento nas outras fontes de energia, adaptando-se à estratégia definida pelo País, dispondo de capacidade de exportação de tecnologia e de produção de equipamentos, designadamente nas componentes eólica e solar fotovoltaica.

A permanente e muito rápida evolução tecnológica conduz a necessidades de intervenção dos engenheiros cada vez mais exigentes e adaptativas, o que pressupõe, para além de uma formação académica de base exigente que garanta a capacidade de absorção dessa evolução tecnológica, uma formação ao longo da vida profissional. São esses os factores determinantes para o exercício da profissão de engenheiro, por forma a garantir uma boa engenharia e, consequentemente, uma adequada resposta às exigências do País, que se pretende desenvolvido numa época de globalização e de grande exigência face à competitividade internacional.

A recuperação de zonas históricas em grande parte das nossas cidades, de que o exemplo talvez mais visível é a recuperação da Zona Oriental de Lisboa, aproveitando, com carácter definitivo e em tempo record, a realização da Expo’98, e as intervenções no âmbito do Programa Polis, são igualmente aspectos que merecem destaque.

3. COnSiderAçõeS finAiS

Outro aspecto fundamental tem a ver com a definição de estratégias para o desenvolvimento do País que têm de ser estabelecidas com base políticas de Estado e não de Governo. A não consolidação de estratégias para o investimento público, com alterações frequentes, provoca custos adicionais para as empresa de projecto e construção, induzindo perturbações no desenvolvimento da engenharia do País. Fonte: RASARP; ERSAR, 2009 Fonte: Desenvolvimento Económico Português no Espaço Europeu: Determinantes e Políticas. Conferência do Banco de Portugal, 24 e 25 de Maio de 2002. 1 2

Carlos Matias Ramos

Bastonário da Ordem dos Engenheiros



opinião

Ministério das associação nacional obras públicas, dos engenheiros transportes técnicos e coMunicações

o Que Mudou eM 20 anos /// Desde a criação da ANET – Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos , pudemos assistir a um dos mais interessantes acontecimentos da vida Portuguesa: a maior e mais profunda das reformas dos últimos 200 anos (quiçá, de todos os tempos) - A reforma do Ensino Superior, com a implementação do Processo de Bolonha.

O

24 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Processo de Bolonha e todas as alterações subsequentes, têm permitido um amplo movimento de actualização e ajustamento das estruturas do ensino superior em Portugal, alinhando-as com a Europa. A prazo, e se não for desvirtuada como alguns desejam ardentemente, esta reforma permitirá a livre circulação e escolha do local de estudo, uma ampla partilha de conhecimentos e uma quebra das fronteiras físicas e intelectuais. Ao nível do exercício da profissão, como não poderia deixar de ser, destaco um processo com mais de 35 anos: o processo de revisão do Decreto n.º 73/73, de 28 de Fevereiro, com a publicação da Lei n.º 31/2009, de 3 de Julho, regulamentada pela Portaria 1379/2009, de 30 de Outubro. Na prática, esta legislação transfere para os técnicos a responsabilidade do cumprimento da Lei, transferindo igualmente a responsabilidade civil e criminal no exercício da profissão.

Como nota negativa, refiro uma doença de padecem a maioria das associações profissionais de direito público (Ordens Profissionais): o corporativismo, a defesa dos interesses instalados, procurando colocar escolhos e entraves ao acesso à vida profissional para as novas gerações de diplomados. Essa não é, nunca o foi, a postura da ANET. É possível garantir a qualidade no exercício da profissão, sem bloquear o acesso aos mais novos. Aqui há tempos o pretexto era a falta de qualidade das Instituições de Ensino Superior. Agora o pretexto é Bolonha. Vamos ver o que vão “inventar” a seguir…

1 Decreto-Lei n.º 349/99, de 2 de Setembro, por autorização legislativa concedida nos termos do artigo 1.º da Lei n.º 38/99, de 26 de Maio.

Augusto Ferreira Guedes Presidente da ANET



opinião

Ministério fepicop – federação das obrasportuguesa públicas, transportes da indústria e coMunicações da construção civil e obras públicas

encarar hoje os desafios dos próxiMos 20 anos /// Os últimos 20 anos da Construção em Portugal foram talvez o exemplo mais elucidativo da forma como o nosso País evolui, revelando e desenvolvendo capacidades notáveis que em seguida desperdiça de forma inglória. E cometendo repetidamente os mesmos erros.

e

26 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

m 1990, há 20 anos atrás, Portugal começava a recuperar da profunda crise que afectara a nossa indústria nos anos de 1983 a 1985, na sequência dos problemas sentidos com o desequilíbrio das contas nacionais que obrigaram à intervenção do FMI. A nossa adesão à então Comunidade Económica Europeia, em meados da década de 80 do século passado, permitiu ao nosso país beneficiar de significativos apoios para a modernização da economia. E convém aqui salientar que dos três Fundos Estruturais criados pela CEE para a modernização da agricultura (FEOGA) para a qualificação dos recursos humanos (FSE) e para o desenvolvimento das infraestruturas (FEDER) é hoje inquestionável que foram os recursos disponibilizados por este último e materializados na construção de infraestruturas essenciais aqueles que de forma visível e perene mais contribuíram para a modernização e o desenvolvimento do País. Por muitas críticas que se façam ao modelo de desenvolvimento adoptado, nem as verbas aplicadas na formação profissional nem, pior ainda, na agricultura, produziram resultados comparáveis. Essa é uma realidade que não podemos esquecer.

Os empreiteiros nacionais revelaram nesse período de crescimento significativo do investimento público uma capacidade de realização absolutamente notável. As empresas modernizaram-se, dotaram-se de meios técnicos e humanos eficientes e, até ao final do século XX, foram capazes de transformar Portugal num país europeu de pleno direito, nomeadamente ao nível das infraestruturas de transporte e de saneamento. Infelizmente, os últimos dez anos vieram deitar por terra muitas dessas competências então desenvolvidas. A progressiva contracção do investimento público registada ao longo da década que agora termina desaproveitou a nossa capacidade de produção e a solução encontrada, sobretudo pelas construtoras de maior dimensão, foi a procura de mercados externos. Na construção residencial registou-se um fenómeno semelhante. O significativo abaixamento das taxas de juro decorrente da adesão ao Euro permitiu que, no dobrar do século, muitas famílias portuguesas tivessem, finalmente, acesso a uma habitação condigna. A produção respondeu activamente ao aumento registado na procura. E depois a crise económica veio paralisar o mercado, obrigando ao encerramento de empresas e lançando no desemprego dezenas de milhar de trabalhadores.

Aprender COm OS errOS Os próximos 20 anos terão de ser seguramente diferentes. Portugal tem de aprender com os erros do seu passado recente. É indispensável que se defina um modelo de desenvolvimento e uma estratégia para o alcançar. Não podemos repetir estes ciclos pronunciados de crescimento e recessão. Temos de fazer o levantamento das nossas necessidades e aplicar na sua resolução os recursos disponíveis, de forma racional e sustentada. Há problemas que estão identificados e que urge começar a resolver: a reabilitação urbana, a redução da dependência do petróleo em termos energéticos, a adaptação dos sistemas de transporte às novas tendências da globalização e vários outros. Não podemos continuar a adiá-los eternamente. Os próximos 20 anos vão ser um período de grandes desafios não só para a indústria da Construção nacional mas também para o nosso país enquanto Nação. São desafios que temos de enfrentara hoje mesmo e que Portugal não deixará de superar, como sempre fez nos últimos nove séculos. Ricardo Pedrosa Gomes

Presidente da Direcção da AECOPS e da FEPICOP



opinião

Ministério aneop - associação das obras nacional públicas, detransportes eMpreiteirosede coMunicações obras públicas

construção: os Vinte anos do Muito e do nada… /// Sempre que alguém anuncia que faz vinte anos vem-me, de imediato, à memória, uma cantiga dos meus tempos de adolescente na qual o eterno Charles Aznavour, com aquela musicalidade que ainda hoje encanta gente de todas as gerações, lembrava os seus “vingt ans” e entoava que “J’ai fait tant de projects qui sont restés en l’air, j’ai fondé tant d’éspoirs qui se sont envolés…”. E, se este regresso ao passado, quase automático, sempre nos conforta, os tempos difíceis que correm contribuem para que revisitar hoje esse passado seja bem mais doloroso.

28 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

M

as, vamos por partes. Esta introdução, diria menos convencional, tem associados dois motivos. Primeiro, os vinte anos da revista Arte & Construção, que este número comemora. E se, para o ser humano, tal idade ainda pouco dista da infância, numa organização pode já significar maturidade, experiência acumulada, prestígio granjeado e responsabilidade adquirida. A vida média das empresas tem vindo a reduzir-se consideravelmente nos últimos tempos e a tendência é para que se acentue este fenómeno. Julgamos que os órgãos de comunicação social não fogem a esta regra. Segundo motivo, o meu desencanto com o sector da construção quando observado segundo a óptica que me foi sugerida para esta reflexão: “O que mudou em vinte anos”. É justificar este sentimento de frustração aquilo que me proponho fazer de seguida. Aprende-se nos manuais da macroeconomia que um período de vinte anos já é suficiente

para extrair tendências quanto à evolução de variáveis fundamentais, esbatidos que ficam os efeitos cíclicos de curto prazo dos choques exógenos. Nesta base, um primeiro exercício que se impõe é medir como progrediu a construção em Portugal e daí inferir como contribuiu este sector para o crescimento económico nacional. E o que revelam os números? Uma situação para a qual o adjectivo “decepcionante” é, apenas, o menos agressivo que conseguimos encontrar. Se não, vejamos. Na primeira metade do período em análise, mais concretamente nos anos decorridos entre 1989 e 2001, o crescimento acumulado da produção da construção em Portugal foi de 52,1%, com uma taxa anual média de 3,6%. Na segunda metade, grosso modo até 2009, a variação, também acumulada, foi negativa em 49,6%, com um valor médio anual de -4,8%. Por outras palavras, em 2009 voltámos praticamente ao ponto de partida, 1989. Ou seja, qualquer tentativa para traçar a tendência destes últimos vinte anos revela-se infrutífera porquanto vai reflectir, como um espelho, dois períodos


OpiniãO

Mas, ter-se-á passado o mesmo em todas as vertentes sob que podemos avaliar o desempenho da construção? Seguramente que não. De facto, abundam os exemplos em que é possível detectar sensíveis mudanças em sentido favorável. É disso que nos ocuparemos de imediato. E vale a pena começar por pôr em destaque o sucesso que tem sido o acréscimo da participação externa das construtoras portuguesas. De um valor residual, em 1990, o volume da actividade nos mercados internacionais cifrou-se em 1.960 milhões de euros em 2007, traduzindo uma variação média anual de 24% no último decénio e atestando, deste modo, os ganhos de competitividade que as nossas empresas conheceram no passado recente, fruto duma racionalização de

meios e de uma aposta forte na melhoria das suas operações. Outro exemplo sugestivo podemos encontrar na mudança radical do próprio paradigma do que é a actividade da construção. De “empresários por conta de outrem”, que era a postura tradicional do sector, decorrente do modelo vigente de composição de carteira através de concursos de iniciativa pública, as construtoras passaram a ser promotoras do desenvolvimento, integrando o produto oferecido com o financiamento e a exploração e cobrindo, quase em pleno, toda a margem de risco que o negócio comporta. O número e valor dos contratos de PPP’s celebrados nos últimos dez anos é ilustrativo desta realidade e colocam o nosso País como um dos que maior volume atingiu na Europa, neste domínio. Mas também não seria justo ignorar o esforço que as mais representativas empresas construtoras têm desenvolvido ao nível da inovação, com isso contribuindo para uma melhor adequação das suas operações às novas exigências da qualidade do produto final e da segurança dos que nelas trabalham.

Outros exemplos poderiam ser evidenciados e outros motivos de orgulho apontados para demonstrar que, ao contrário do que os números da produção deixam entender, o Sector da Construção mudou, e muito, nos últimos vinte anos, dotando as suas empresas de argumentos e capacidades capazes de as levar a competir, com sucesso, com as suas congéneres europeias. Não fora esta mudança e as consequências de crise interna de mercado seriam, seguramente, mais nefastas. Uma última palavra para felicitar a Arte & Construção pelos seus vinte anos de vida e formular votos para que continue, invocando de novo C. Aznavour na sua interpretação magistral de Hier Encore, “les yeux cherchant le ciel, mais le coeur mis en terre”…

Manuel Agria

Vice-presidente da ANEOP

29 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

simétricos, praticamente coincidentes, um de forte crescimento e outro de equivalente quebra. Como consequência imediata e resposta à questão sobre o que mudou nestes últimos vinte anos, a conclusão é: nada aconteceu.


opinião

Ministério cpci - conFederação das obrasportuguesa públicas, transportes da construção e coMunicações e do iMobiliário

Vinte anos a construir uM paÍs Muito diFerente /// O País de hoje é muito diferente daquele que conhecemos em 1990. As transformações vividas nas últimas décadas em Portugal e no Mundo foram enormes tanto ao nível político, como económico, social e tecnológico.

P 30 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

or essa altura o Mundo ainda sonhava com a internet e com telemóveis que haveriam de revolucionar as comunicações e aproximar os povos. E Portugal, com o escudo como moeda e uma inflação de 13,4% ao ano, vivia com entusiasmo a sua recente adesão à Europa comunitária e beneficiava dos fundos do 1.º Quadro Comunitário de Apoio, vitais para a enorme transformação que conheceu em duas décadas, muitas delas protagonizadas pelas empresas da fileira da Construção e do Imobiliário. É importante lembrar que em 1990 Lisboa e Porto ainda não se encontravam ligadas por auto-estrada, o que diz bem do atraso em que o País se encontrava no domínio das vias de comunicação e demais infra-estruturas. Para se modernizar e desenvolver, necessitou de um sector da Construção forte, capaz de responder aos desafios que lhe eram colocados. E a verdade é que as nossas empresas demonstraram grande capacidade de gestão e foram ca-

pazes de se revelar competitivas e competentes à escala global. Souberam evoluir tecnologicamente e dotar-se dos recursos humanos necessários para os novos tempos que o país vivia. Ao longo destes 20 anos o retrato de Portugal mudou muito. Construíram-se auto-estradas e muitas outras redes viárias, desenvolveu-se a rede de saneamento básico, melhorou-se a rede de abastecimento de água, investiu-se nas redes de telecomunicações, de electricidade e de gás, construíram-se hospitais, escolas, hotéis, bibliotecas, pavilhões gimnodesportivos, teatros. Foram introduzidos novos materiais e técnicas mais evoluídas. Atingimos novos patamares de conforto e de eficiência. Assumimos preocupações ambientais e adoptámos estratégias dirigidas à sustentabilidade que levaram promotores, projectistas e construtores a apostarem na domótica, nas energias renováveis e na eficiência energética.

FAltA de viSãO eStrAtégiCA O País que hoje temos construiu a Ponte Vasco da Gama, a Expo’98, os estádios do Euro 2004, a barragem do Alqueva, as auto-estradas e pontes que rasgam e unem o nosso território de Norte a Sul. Nestas duas décadas as empresas da fileira da Construção e do Imobiliário foram capazes de ajudar a mudar Portugal e, com a experiência adquirida e a capacidade demonstrada em exigentes desafios, souberam diversificar as suas actividades entrando em novas áreas de negócio e, paralelamente, trilhar os caminhos da internacionalização, sendo hoje uma referência em muitos países de diferentes continentes e um importante cartão-de-visita do próprio País nesses mercados. Esta capacidade e dinâmica de um sector decisivo para a economia do País não têm sido, porém, devidamente aproveitadas. A falta de visão estratégica de sucessivos governos, a


OpiniãO

Impõe-se, pois, definir novas estratégias capazes de contrariarem esta curva descendente e de reconduzirem o País para desafios capazes de gerarem patamares de desenvolvimento idênticos aos da década de 90. Desafios que, obrigatoriamente, têm de passar pelas empresas de construção e do imobiliário, por áreas como a reabilitação e regeneração urbana, a aposta nas energias renováveis e na eficiência energética dos edifícios, pelo ambiente e sustentabilidade, mas também por um conjunto de infra-estruturas capazes de nos garantirem

a competitividade necessária no espaço europeu e fazerem de Portugal uma plataforma decisiva nas relações com África e com as Américas. refOrçO dA COOperAçãO e uniãO Foi, precisamente, neste contexto de profundas transformações e por termos consciência das dificuldades acrescidas que as empresas enfrentam e dos muitos desafios que o momento actual lhes coloca, que foi concretizado um objectivo há muito discutido pelas diferentes associações representativas desta fileira: a constituição da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário – CPCI. Se o reforço da cooperação e união entre as estruturas empresariais do sector e a sua consolidação, é hoje um objectivo alcançado, cabe agora à Confederação continuar a evidenciar a necessidade de reconhecer nestas actividades, a importância e o papel que, enquanto verdadeiros

motores da economia nacional, deverão desempenhar em prol do desenvolvimento económico e no combate ao desemprego. Foram, pois, significativas as transformações que o nosso País conheceu. É inegável que muitas delas tiveram como denominador comum um sector da construção e do imobiliário forte, competitivo e moderno, que soube encontrar as respostas necessárias para os desafios que lhe iam sendo colocados. O País não pode desperdiçar esse enorme potencial. É, pois, fundamental voltar a apostar na Construção e no Imobiliário, à semelhança do que aconteceu nos restantes países da Europa, pois esse é o caminho que nos permitirá retomar a rota do crescimento.

Manuel Joaquim Reis Campos Presidente da CPCI

31 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

quase completa ausência de planificação e o permanente questionar de diferentes decisões e projectos, mesmo depois de terem sido amplamente debatidos antes de serem aprovados, fizeram que, em 2002, a fileira da Construção e do Imobiliário iniciasse um longo período de quebra de actividade que ainda hoje se mantém, agravado pela crise financeira e económica global que desde 2008 afectou boa parte dos países mais desenvolvidos.


Dossier

Pavimentos Pavimentos e revestimentos e revestimentos

menos Pavimentos e revestimentos cerâmicos textO de SOfiA dutrA

/// No ano passado, o mercado nacional de pavimentos e revestimentos cerâmicos registou uma descida tanto nos valores importados como exportados, em consequência da redução da actividade da construção residencial e da crise económica. Actualmente, este subsector representa cerca de 460 milhões de euros de volume de negócios.

d

e acordo com os últimos dados da APICER – Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica, o volume de negócios do subsector de pavimentos e revestimentos cerâmicos representou “464,1 milhões de euros em 2008”. Esta produção “é obtida em 37 empresas activas que empregam 4 565 trabalhadores”.

32 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Em termos de comércio internacional, as exportações nacionais destes produtos atingiram em 2009 os 225,3 milhões de euros, o que representa uma variação de menos 11,7% face ao ano anterior. “Também as importações têm vindo a diminuir, em consonância com a redução da actividade da construção residencial no nosso país”. Em 2009, o comércio intracomunitário representou 75,2% do valor das nossas exportações totais. No contexto da União Europeia, os principais mercados de destino foram a França, Espanha, Alemanha e Reino Unido. Ao nível do comércio extracomunitário, as nossas exportações para Angola merecem destaque, constituindo já, em termos absolutos, o

nosso segundo mercado internacional, a seguir à França. A França – nosso principal mercado internacional – constitui o 14.º maior consumidor mundial, com 128 milhões de metros quadrados em 2008. É também o segundo maior importador mundial, a seguir aos Estados Unidos, com 112 milhões de metros quadrados em 2008. Os principais fornecedores do mercado francês são a Itália (56,9 milhões de metros quadrados), a Espanha (26,8 milhões de metros quadrados) e Portugal (11,9 milhões de metros quadrados). Quanto ao mercado angolano, Portugal foi o principal fornecedor comunitário daquele país em 2008. Do total das exportações de pavimentos e revestimentos realizadas pela União Europeia para Angola (28,7 milhões de euros), Portugal foi responsável por 67,8%, seguido da Espanha com 29,6%.

POrtugAl é 17º PrOdutOr mundiAl Em 2009, as importações nacionais de pavimentos e revestimentos atingiram os 43 milhões de euros, o que traduz uma quebra de 38,9% face a 2008. O principal mercado de origem foi a Espanha (74,2% do valor total), seguida pela Itália (19% do valor total) e pela China (4% do valor total). Em 2008, a produção mundial de pavimentos e revestimentos cerâmicos atingiu os 8 495 milhões de metros quadrados, o que representa um aumento de 3,5% face ao ano anterior. O principal produtor mundial foi a China, responsável por 40% da produção mundial (3 400 milhões de metros quadrados), seguindo-se o Brasil com 8,4% da produção mundial (713 milhões de metros quadrados), Itália com (unidade: euros)

2005

2006

2007

2008

2009

Exportações

198.115.094

224.720.094

247.944.667

255.120.895

225.313.385

Importações

87.959.471

84.327.327

83.432.680

70.477.232

43.030.961


dossier

6% da produção mundial (513 milhões de metros quadrados) e Espanha com 5,8% da produção mundial (495 milhões de metros quadrados). Portugal foi o 17.º maior produtor mundial com 0,9% da produção mundial (74 milhões de metros quadrados).

Produção de Pavimentos e Revestimentos na União Europeia - 2008

tros quadrados, tendo tido como principais destinos: Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Índia, Nigéria, Filipinas, Hong Kong e Kuwait.

Do total da produção mundial, 1 430 milhões de metros quadrados foram obtidos em países da União Europeia, o que representa 18,8% do total. Neste contexto, Portugal foi o quarto principal produtor, a seguir à Itália, Espanha e Polónia.

A Itália (terceiro produtor mundial e segundo exportador), produziu 513 milhões de metros quadrados, consumiu 176 milhões de metros quadrados e exportou 355 milhões de metros quadrados. Os seus principais mercados de destino foram: França, Alemanha, Estados Unidos, Grécia, Bélgica/Luxemburgo, Áustria, Reino Unido, Canadá e Suíça.

Em 2008, a China – maior produtor e exportador mundial – exportou 570 milhões de me-

Por seu turno, a Espanha – o quarto produtor mundial e terceiro exportador – produziu

495 milhões de metros quadrados e consumiu 240 milhões de metros quadrados. Exportou 306 milhões de metros quadrados, sendo os seus principais mercados de destino: França, Arábia Saudita, Reino Unido, Roménia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Itália e Israel. Os Estados Unidos são o maior importador mundial em termos absolutos. Com 157 milhões de metros quadrados em 2008, os EUA foram abastecidos pelos seguintes países: México (40,9 milhões de metros quadrados), Itália (48,7 milhões de metros quadrados), China (32,7 milhões de metros quadrados), Brasil (27,7 milhões de metros quadrados) e Espanha (19,8 milhões de metros quadrados).

33 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Mercados de Destino das Exportações Portuguesas de Pavimentos e revestimentos - 2009 (em % do valor total)


Dossier

Pavimentos e revestimentos

DerivaDos De maDeira crescem TexTO de SOfiA duTrA

/// O subsector de painéis de derivados de madeira tem vindo a impor-se ao longo dos anos na fileira de madeira, fornecendo cada vez mais as indústrias a montante, nomeadamente as de produtos para a construção em que se inserem os pavimentos. Segundo a AIMMP (Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal), de 1998 a 2008 registaram-se produções crescentes e estáveis acompanhadas por um comércio externo também cada vez maior.

A

fileira da madeira encontra-se dividida em quatro grandes grupos: serração, painéis, carpintaria e mobiliário.

De acordo com a AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, todos os grupos “apresentam balanças comer-

ciais positivas, o que revela o carácter exportador da fileira da madeira portuguesa, que é, no entanto, menor devido á última crise internacional, que afectou significativamente indicadores como o consumo, investimento e, por conseguinte, o nível de produto”. Os dados disponibilizados pela Associação revelam que os

34 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Volume de Negócios/Import/Export: Fileira Madeira

valores de comércio externo sofreram uma “queda em 2009 devido ao abrandamento ocorrido na maioria das economias”. A fileira da madeira assume um papel importante na economia da União Europeia, tanto pelo seu peso no total da indústria transformadora, como também pela quantidade de pessoas que emprega (cerca de três milhões de trabalhadores). Assume-se ainda como um dos três maiores empregadores tanto para Portugal como para Áustria, Suécia e Finlândia. Este sector da indústria transformadora encontra-se distribuído geralmente por PME’s (excepção para algumas grandes indústrias de serração e de painéis) e localizado em áreas mais rurais menos desenvolvidas, funcionando assim como factor de desenvolvimento regional e de pólo de competitividade. Calcula-se que existam cerca de 380 000 empresas no sector e que cerca de 150 000 estejam ligadas à produção de mobiliário.

Fonte: AIMMP, 2008 / Prodcom 2008

A AIMMP constatou que “o sector da madeira representa cerca de 13% do total da produção industrial na União Europeia (UE), ou seja, 269 000 milhões de euros”. Do valor total cerca de metade refere-se à produção de mo-



Dossier

Pavimentos e revestimentos

Carpintaria e outros produtos de madeira para construção

Nacional de Estatística) de 2009. De referir ainda que “este sector é responsável por cerca de 10% das exportações nacionais, valor que sofreu uma queda em parte devido á crise internacional”. Do total das exportações grande parte foi de mobiliário (62,6%), seguido das serrações de madeiras (14,8%), painéis de madeira (13,3%) e da carpintaria (9,2%). No que diz respeito à produção total para o ano de 2008 foi quase de 2 000 milhões de euros, “valor que inverteu uma linha de crescimento estável e sustentado registada nos anos anteriores. Para 2009 o valor terá sido ainda mais baixo, em consequência da diminuição do consumo interno e também afectado pela crise internacional”.

Fonte: AIMMP, 2008 / ProdCom 2008

Indústria de Carpintaria e outros Produtos de Madeira

Atendendo aos recursos humanos inseridos neste sector, a AIMMP calcula que haja cerca de 50 000 trabalhadores e pouco mais de 5 000 empresas (cerca de metade são empresas de produção de mobiliário), sendo que destas a maioria são empresas de pequena dimensão (menos de nove trabalhadores). Quanto à sua formação, a maior parte são “profissionais qualificados, sendo que o número de quadros superiores especializados fica a desejar”. PAinéiS de derivAdOS de mAdeirA

36 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Fonte: ProdCom, EUROSTAT

biliário (mobiliário 49%; componentes de construção 20%; serração 14%; painéis 9%; embalagens 4%). Este sector tem vindo a aumentar de importância (crescimento da produção de mobiliário) desde 2004. No sector da madeira são de referir as altas taxas de crescimento da indústria de mobiliário em países como a Republica Checa, a Eslováquia e a Eslovénia. Os maiores produtores na fileira da madeira na UE são a Alemanha e a Itália, distanciados de um trio formado por França, Reino Unido e Espanha.

PrOduçãO nACiOnAl “O sector da madeira no panorama industrial português tem um peso aproximado de: 5% do VAB total da economia, 4% do PIB nacional e 14% do PIB industrial. Quanto ao comércio externo, apresenta uma balança comercial positiva de cerca de 250 milhões de euros, assumindo para exportações e importações valores na ordem dos 1 100 e 860 milhões de euros”, respectivamente, revela a AIMMP recorrendo a dados do INE (Instituto

O subsector de painéis de derivados de madeira “tem vindo a impor-se ao longo dos anos na fileira de madeira, fornecendo cada vez mais as indústrias a montante, nomeadamente as de produtos para a construção (pavimentos, portas, divisórias) e as de mobiliário”. Segundo a AIMMP, “estes factos são demonstrados pelas produções crescentes e estáveis desde 1998 até 2008, acompanhados por um comércio externo também cada vez maior, o que revela um aumento do agregado consumo neste subsector, uma vez que as importações têm crescido a ritmos superiores aos das exportações. Daí que o saldo da balança comercial tenha baixado desde 2005, apesar de continuar positivo”. Os produtos que se produzem mais dentro deste subsector são: aglomerados de partículas (43%) e fibras (21%), MDF (16%) e folha de madeira (8%). Os principais parceiros de Portugal no comércio internacional de painéis são os seguintes países: Espanha, com 60,4% das importações e 48,3% das exportações; Alemanha e França como importantes fornecedores (8,5%



Dossier

Pavimentos e revestimentos

e 8,1%); Israel (6,7%), França (6,6%) e Reino Unido como destinos das exportações, embora o Reino Unido tenha baixado a sua quota em 2009 ao contrário dos restantes que se mantiveram com percentagens idênticas. Os produtos mais exportados são os seguintes: MDF cru (40%); painéis de partículas em cru (15,7%) e revestidos (15,5%). Por seu turno, os mais importados são: as folhas para folheados (24,2%); MDF em cru (20,5%); e contraplacado (15,7%).

CArpintAriA e OutrOS prOdutOS de mAdeirA No subsector de carpintaria e outros produtos de madeira a produção tem-se mantido estável ao longo do tempo, embora o comércio externo tenha aumentado bastante (com relevância para as taxas de crescimento das exportações superiores às das importações, logo saldos da balança comercial crescentes), o que reflecte uma relativa diminuição do consumo interno.

Carpintaria e outros produtos de madeira

“Este aumento exponencial do comércio externo, assim como da produção a ritmos crescentes estáveis revela um desenvolvimento da indústria da carpintaria, nomeadamente nos produtos de madeira para construção e também portas”. Falando no comércio externo, Espanha continua a ser o principal parceiro com exportações e importações com quotas de 35,5% e 43,4%, respectivamente. Como outros destinos das nossas exportações aparecem Angola (16%) e Reino unido (14,8%) e como origem de importações surgem Alemanha (10,1%) e França (9,2%). Nas importações, os produtos de madeira para construção (22,0%), pavimentos (14%) e portas (9,1%) são os produtos com maior quota. Quanto ás exportações: portas (58,0%), produtos de madeira para construção (12,4%) e pavimentos (6,9%) assumem-se como os produtos com maior quota externa. SerrAçãO e mObiliáriO O subsector da serração é fornecedor de todos os outros que se encontram a jusante e que dependem das matérias-primas que aqui são transformadas. A sua produção foi irregular de 1998 a 2009. “Estas variações são explicadas pelo comportamento do consumo e comércio externo”.

Fonte: INE, 2009

Importações

Exportações

“Depois de um grande acréscimo na produção em 2007, o subsector foi bastante afectado pela quebra do consumo interno e externo em 2008, sendo estes valores alargados a 2009, com o alastrar dos efeitos da crise internacional”.

38 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Os produtos mais produzidos deste subsector são: madeira serrada (coníferas) 36%, embalagens 20%, e madeira serrada (folhosas) 14%.

Fonte: INE, 2009

Segundo a AIMMP, “a produção de mobiliário tem-se mantido estável nos últimos anos, tendo crescido a ritmos constantes entre 19982006, estabilizando nos períodos seguintes. Com um valor de cerca de 900 milhões de euros (cerca de metade da produção nacional da fileira da madeira), a produção de mobiliário divide-se maioritariamente por: mobiliário de quarto e sala (33%), escritório (18%), cozinha (12%) e assentos (8%)”.



AICO

COngressO

POrtO reúne ArquIteCtOs TexTO de SOfiA duTrA

/// De 30 de Agosto a 4 de Setembro o Porto recebeu o AICO – Architecture International Congress at Oporto. Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Souto Moura, Francisco Mangado, Carrilho da Graça, Ricardo Bak Gordon e Christian Kerez foram alguns dos arquitectos presentes no evento dedicado à arquitectura.

A

Alfândega, no Porto, foi o cenário deste evento que reuniu dezenas de arquitectos durante uma semana. Além de conferências, a programação do AICO incluiu a realização de workshops, visitas guiadas, exposições de maquetas e de fotografia de arquitectura.

40 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Segundo Eurico Almeida, director técnico e comercial da Jofebar, organizadora do evento em conjunto com a Darco Magazine, “o intuito principal é promover a arquitectura em Portugal, trazendo arquitectos não só do nosso país, mas também internacionais, reconhecidos por todos nós”. No espaço das Furnas foi exibida a exposição com o tema “Espólios”, com maquetas da autoria de 11 arquitectos: Álvaro Siza, Eduardo Souto Moura, Gonçalo Byrne, Aires Mateus, ARX Portugal – Nuno e José Mateus, Adalberto Dias, Jorge Gigante, José Gigante, João Álvaro Rocha, Pulido Valente. No âmbito do Congresso foi atribuído o prémio AICO aos arquitectos Pablo Rebelo, Pedro Pita, Ricardo Oliveira, Filipe Cardoso e João Charters Monteiro. Na categoria Habitação, os vencedores foram os arquitectos Pablo Rebelo, Pedro Pita e Ricardo Oliveira, graças ao projecto da Casa do Souto, em Resende. Trata-se duma habitação

Paulo Mendes da Rocha

com um volume de betão com três torções. De acordo com os responsáveis pelo Prémio, esta casa "implanta-se a poente, próxima da entrada e no ponto mais exposto ao sol, numa intervenção reduzida ao menor impacto, contemplando o souto do seu estado original". Na categoria Equipamento, destinada a estudantes de arquitectura, foram distinguidos em ex-aequo os projectos Museu da Mina de São Domingos, de Filipe Cardoso, e o Museu Mineiro de São Domingos, de João Charters Monteiro. Para a organização, o projecto do estudante Filipe Cardoso coloca o Museu da Mina de São

Domingos "como última ruína do percurso mineiro, numa torre, conceptualmente caracterizada como um monólito, um elemento que se impõe no território". Por seu turno, o projecto do Museu Mineiro de São Domingos foi distinguido na categoria de Equipamento, uma vez que "procura ser ambicioso do ponto de vista da implantação, na sua espacialidade e correspondente materialidade". O Prémio AICO contempla a atribuição de uma recompensa monetária de dois mil euros, na categoria Habitação e de mil euros na categoria Equipamento.



Cimentos e betões

Quedas generalizadas

reabilitação para inverter resultados TexTO de ChAnTAl flOrenTinO

/// O consumo e produção de cimentos e betões seguem de perto o comportamento do sector da construção portguês. As estatísticas mostram quedas acentuadas que nem as exportações conseguem atenuar. Para Carlos Duarte, presidente da APFAC, uma das soluções passa pela aposta na reabilitação.

42 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

P

ortugal contava, em 2009, com 30 empresas fabricantes em actividade de argamassas fabris que empregam 593 pessoas, avançou a APFAC – Associação Portuguesa de Argamassas e ETICS.

de argamassas secas e estabilizadas desceu face ao ano precedente. Em 2009 foram fabricadas menos 149 296 toneladas que em 2008, ano em que se atingiu as 1 673 211 toneladas.

A produção alcançou, nesse período, um valor de 111 milhões de euros, o correspondente a 1 523 915 toneladas de argamassas secas e estabilizadas e a 1 314 000 metros quadrados de ETICS (External Thermal Insulation Composite Systems).

À semelhança do que tem acontecido nos últimos cinco anos, o consumo de argamassas secas mantém a liderança relativamente à argamassa comercializada em granel.

O número médio de silos activos no ano atingiu os 1 199, dando 333 toneladas de argamassa seca por silo. As cargas completas (30 toneladas) por silo e por ano, alcançaram as 11 unidades. Pela primeira vez desde 2006, a produção

Os rebocos foram, segundo dados da APFAC, o destino de 43% das argamassas secas fabricadas em Portugal durante 2009. Seguindo-se a alvenaria (21%), os cimentos-cola (21%), os pavimentos (9%), as monomassas (%), as juntas (1%) e outras argamassas (2%). Numa perspectiva económica, os cimentos-cola foi o que mais contribuíram em euros

Argamassas Fabris em Portugal: Secas e Estabilizadas, Ano 2009

para o volume de negócio dos fabricantes portugueses, ao representar 33% do total alcançado. A segunda posição deste ranking é ocupada pelos rebocos que representam



CIMENTOS E BETÕES

QUEDAS GENERALIZADAS

quase um quarto do total de 2009: 24%. O terceiro e quarto lugar foram ocupados pelos ETICS (11%) e argamassas estabilizadas (10%), respectivamente. NOVIDADE IMPULSIONA ETICS Todas as argamassas reduziram em 2009, excepto as juntas e os pavimentos. Na opinião

de Carlos Duarte, presidente da APFAC, estes “dois casos podem ser explicados certamente por termos recolhido em 2008 valores subavaliados que mascararam a redução”. As Argamassas de Reboco e de Assentamento reduziram “devido a dois fenómenos: menos construção nova e «reversão» para Argamassas preparadas em Estaleiro”. E acrescenta: “a redução da construção nova, naturalmente, «é para ficar»!”

44 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

ESPANHA Depois de ter registado uma queda de 14,8% em 2008, a produção de betão pronto diminuiu 26,5% em 2009, ficando-se pelos 10,8 milhões de metros cúbicos. Este é número “mais baixo da década”, sublinha a DBK num estudo de Julho de 2010. Em valor, a comercialização deste produto alcançou os 2 100 milhões de euros. A acentuada descida dos resultados deve-se, justifica a consultora espanhola, “à queda do sector da construção, num contexto de grave deterioração do segmento residencial e residencial e de estagnação do valor as obras civis”. As argamassas preparadas, por sua vez, registaram uma descida de 28,1%, tendo o volume de negócio ficado pelos 500 milhões de euros e a produção pelas 10,8 milhões de toneladas.

ETICS, m2

Na opinião deste responsável, “Portugal tem a vantagem de poder antecipar o seu futuro, vendo o que se passa na Europa estabilizada em termos de construção: 40% de construção nova e 60% de reabilitação, será a média europeia”. “Por cá, o tímido crescimento da Reabilitação não compensa a quebra da Construção Nova”, veja-se que “em qualquer cidade da Europa central: não vê gruas (construção nova), mas vê andaimes (reabilitação)”, sublinha. Já os ETICS, “naturalmente por razões de novidade, subiram e continuarão a subir”. Os ETICS estão, de acordo com a APFAC, “tradicionalmente […] associados às argamas-


Cimentos e betões

Argamassas (Secas, + Estabilizadas), Toneladas

Argamassas Secas, Toneladas, 2009

Argamassas Secas, Saco vs. Granel, Toneladas

sas devido à incorporação de reboco e colas de construção na sua constituição” e por essa razão, a APFAC alterou os seus estatutos no dia 14 de Maio de 2010, passando a assumir-se “oficialmente como a Associação de Fabricantes de Argamassas e de ETICS em Portugal”, pode ler-se no site da associação.

“DeSApAreCimentO fAtAl DAS ArgAmASSAS De eStAleirO” Para contrariar esta realidade e “havendo em Portugal uma quantidade substancial de Argamassas preparadas em Estaleiro, afectan-

do Rebocos/Assentamento/Pavimento estamos [APFAC] a lançar uma campanha junto do Estado/Autarquias, no sentido de que os projectos exijam apenas Argamassas de origem fabril”. Para 2011, Carlos Duarte acredita, tendo em conta campanhas que a APFAC está a organizar, “equilibrar um pouco a quebra nos

45 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

Arg. Secas + Estabiliz. + ETICS, Euros, 2009


Cimentos e betões

Quedas generalizadas

Rebocos/Assentamento/Pavimento”. Os Cimentos-cola , por seu lado, “deverão ficar estáveis, por via da Reabilitação”, enquanto os ETICS “vão continuar a crescer, como aliás sucede na Europa Central, a taxas elevadas”. “Nos anos seguintes, com as exigências construtivas da UE, teremos o desaparecimento fatal das Argamassas de Estaleiro, por diversos incumprimentos e a correspondente transferência para as Argamassas Fabris”, conclui o presidente. COnSumO de CimentO deSCe 16% Em 2009, o consumo de cimento ficou-se, de acordo com um estudo da consultora espanhola DBK de Julho de 2010, pelas 6,2 milhões de toneladas, reflectindo uma descida de 16% face ao ano anterior. Em 2008, refirase, já o consumo tinha registado uma queda de 14,9% relativamente a 2007. Em valor, estas vendas geraram 485 milhões de euros, o correspondente a um abrandamento de 15% relativamente a 2008. As importações de cimento registaram, por outro lado, um expressivo crescimento de 120%, chegando aos 11 milhões de euros. Espanha é o país de origem da grande maioria do cimento importado, mais precisamente 84%.

46 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

As exportações revelaram um comportamento contrário, descendo 38,5%. As exportações portuguesas têm como principal destino os PALOP, que representam 75% do total expedido. O sector do betão pronto teve, em 2009, um comportamento ainda mais negativo que o cimento, com a produção a registar uma acentuada descida de 20% comparativamente ao ano anterior. Durante estes 12 meses foram produzidos 8,2 milhões de metros cúbicos. A comercialização deste produto resultou num total de 475 milhões de euros, menos 18,1% que no ano anterior. O mercado de betão pronto revela uma forte concentração, com as cinco principais empresas fabricantes a deterem uma quota de 73,7% , refere ainda a DBK. Fonte dos quadros, tabelas e gráficos: APFAC: Associação Portuguesa de Argamassas e ETICS



GABINETE JURÍDICO

CÓDIGO DE CONTRATOS PÚBLICOS

BALANÇO DOS PRIMEIROS DOIS ANOS DE VIGÊNCIA /// Após dois anos de vigência do Código de Contratos Públicos (CCP) cumpre verificar se as promessas de transparência, imparcialidade e efectiva concorrência, na formação e execução de contratos públicos, bem como de celeridade e simplificação para o sector da construção pública se mostram cumpridas.

48 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

O

novo pacote legislativo, publicado a 28 de Janeiro de 2008, prometia grandes alterações procedimentais na contratação pública:

se mantêm muito críticos, em especial no que respeita ao próprio funcionamento do Portal dos Contratos Públicos e à obrigatoriedade da utilização exclusiva de meios electrónicos.

• Concentração de matérias dispersas num regime jurídico para a contratação pública; • Uniformização e redução do número de procedimentos pré-contratuais; • Desmaterialização da contratação pública – utilização de meios electrónicos desde a decisão de contratar, até que o contrato é celebrado; • Elevação dos valores máximos de contratação por ajuste directo; • Aposta no desenvolvimento científico e tecnológico.

A AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, ao fazer o balanço de dois anos do CCP considerou que “a experiência acumulada ao longo da sua vigência permite concluir que este é um diploma que ignora a realidade dos seus verdadeiros destinatários, não dá resposta às necessidades do universo empresarial a que se dirige e não conseguiu assegurar a simplificação, responsabilização e transparência anunciados como grandes objectivos para o mercado de obras públicas. Em muitos aspectos, converteu-se mesmo num obstáculo ao desenvolvimento da actividade empresarial e da sã concorrência no sector da construção civil e obras públicas.”

Não obstante o CCP trazer inegáveis mais-valias para a contratação pública, a verdade é que os representantes do sector da construção

De facto, a adaptação à contratação electrónica não foi fácil, sendo de salientar que ferramentas como o Portal dos Concursos Públicos e o Observatório das Obras Públicas também demoraram a garantir todas as suas funcionalidades. Aliás, volvidos 30 meses da publicação da lei nem todas essas ferramentas se encontram operacionais ou a funcionar de forma optimizada. Acrescente-se que, num momento em que o segmento das obras públicas se encontra em forte queda, com as adjudicações a cair, no primeiro semestre do ano, de acordo com a AICCOPN, 54,6%, as vozes críticas ao CCP aumentaram solicitando o desaparecimento dos constrangimentos que as empresas sentem no acesso aos concursos públicos. São as seguintes as principais reivindicações:


Gabinete jurídico

As regras e procedimentos relativos ao funcionamento das Plataformas Electrónicas necessitam de ser revistas por forma a garantir a efectiva participação de todas as empresas interessadas nos procedimentos contratuais públicos. 5. Criação de mecanismos simplificados de prevenção de conflitos O Código eliminou a possibilidade de o empreiteiro fazer uma reserva de direitos sobre os diferendos que sucedam durante a execução da obra, o que obriga o empreiteiro a fazer um permanente acompanhamento jurídico da execução da obra (e demandas sucessivas do empreiteiro), sob pena de preclusão dos seus direitos. Além disso, com a extinção do Conselho Superior de Obras Públicas, desapareceu o mecanismo de conciliação extra-judicial que permitia obviar ao recurso imediato para os tribunais comuns; Face às críticas supra expostas, e outras que vão surgindo dos diversos intervenientes nesta área de actividade, o Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI, I.P.) - entidade reguladora do sector da construção e do imobiliário – já admitiu que a Comissão de Acompanhamento do Código (que é integrada também por representantes do sector da construção) está a elaborar e discutir uma proposta de alteração ao CCP para propor ao Governo.

A experiência demonstra que as entidades públicas não têm preços de referência que lhes permitam calcular a definição do preço-base do concurso com realismo e que a limitação dos trabalhos a mais à percentagem de 5% do valor do contrato é inexequível. 2. Fim da generalização dos ajustes directos (que, de acordo com números do Observatório das Obras Públicas, ascendem a mais de 95% dos contratos realizados). Além da lei, neste âmbito, se ter revelado demasiado permissiva, têm vindo a ser publicados diversos regimes excepcionais que possibilitam, quase sem limitações, a

adjudicação de empreitadas sem prévio concurso público. Veja-se, por exemplo, o Decreto-Lei nº 72-A/2010, de 18 de Junho, que estabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2010, que subtrai à concorrência um número muito significativo de empreitadas.

Aguardemos, pois, as propostas de alteração, esperando que as mesmas tenham uma discussão alargada por todos os que trabalham nesta área de actividade.

3. Adequação do regime previsto para os erros e omissões dos projectos a concurso. Revela-se urgente isentar os empreiteiros da responsabilidade por erros decorrentes de uma má preparação, lançamento e encomenda das peças concursais por parte do dono de obra. 4. Adaptação das regras e procedimentos relativos ao funcionamento das plataformas electrónicas.

Ana Sofia Catarino

Sócia da Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados

49 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

1. Introdução de um mecanismo que, com eficácia, permita combater a prática reiterada de preços anormalmente baixos.


RecuRsos humanos

GeRIR a caRReIRa PRoFIssIonaL e a VIDa PessoaL e FamILIaR

saBeR ImPoR LImITes /// De uma ampla variedade de temas passíveis de abordar, optei por um que, sendo já bastante discutido, nunca deixa de ser verdadeiramente importante, sobretudo neste mercado em que a competitividade, prazos e a exigência no serviço prestado assumem uma crescente importância para as organizações. Refiro-me à temática da conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar, tendo em conta a gestão da carreira profissional. Paulo Dias

Consultant – HAYS Recruiting experts worldwide

C

50 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

erto dia, fui convocado para uma reunião com um cliente pelas 20:00h. Não será um horário muito aconselhado, mas não havia outra opção. A verdade é que saí da reunião eram quase 21:00h e alguns dos colaboradores desta organização ainda por lá ficaram. O mercado de trabalho torna-se, a cada dia que passa, mais competitivo e as empresas necessitam de pessoas com grande profissionalismo, capacidade de adaptação e compromisso para fazer frente a essa dificuldade. Qualquer profissional, independentemente da função que desempenhe ou do seu sector de actividade, deve ser flexível e pró-activo, compreendendo os objectivos e as necessidades da empresa. Para obter uma carreira de sucesso, é pedido aos colaboradores que se envolvam ao máximo com as organizações, o que pode gerar dificuldades de conciliação entre a vida profissional e outros aspectos da vida pessoal. Estes colaboradores, que têm um papel a cumprir e muitas vezes impossível de delegar na sua ausência, questionam-se se a sua profissão lhes está a retirar o tempo que deveriam reservar para o âmbito pessoal e familiar. É fundamental que aprendam a gerir este equilíbrio, fulcral

para sobreviver emocionalmente ao stress diário de tantos prazos e exigências a cumprir. Deste modo, é importante que cada um saiba impor limites ao horário de saída, gerir convenientemente o dia de trabalho e regrar o tempo gasto em intervalos (lanches, cafés, cigarros, conversas de corredores, etc.). Só assim é possível reservar um ou dois dias na semana para sair à hora “normal” e dedicar algum tempo de qualidade a familiares e amigos. As empresas devem ter também um papel activo neste processo, implementando políticas que favoreçam o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Neste ponto, é necessário não confundir o que a legislação já prevê em termos de protecção à família (licenças de maternidade / paternidade e assistência à família), com as regalias extra-remuneração (postos médicos, refeitórios e ajudas na despesas de saúde, por exemplo). Outras alternativas passam pela flexibilização do horário de almoço, capitalização de horas extraordinárias (transformando-as em dias de descanso) ou permitir que os elementos das equipas distribuam entre si os horários a praticar, de acordo com as necessidades de cada um.

Os workaholics, uma realidade cada vez mais comum nas organizações, são o exemplo clássico da falta de equilíbrio entre as esferas profissional e pessoal. Estes profissionais viciados em trabalho ignoram horários e sentem uma necessidade desmedida de ultrapassar os objectivos que lhe são propostos. Cabe à Administração ou Recursos Humanos de cada organização analisar a situação do colaborador, já que os seus níveis expo-nenciais de actividade poderão conduzir a um claro desgaste físico e psicológico, tornando-se contraproducentes a médio prazo. Importa detectar este tipo de problemas precocemente e determinar as linhas de actuação, de forma a corrigir ou minorar os efeitos de uma carga horária excessiva. Independentemente da realidade e desafios de cada empresa, que podem obrigar a horas extraordinárias ou a esquemas de remuneração que contemplem a isenção de horário de trabalho, é fundamental implementar políticas que promovam a conciliação entre vida profissional e familiar. Só assim é possível garantir o bem-estar dos colaboradores e, consequentemente, um bom nível de produtividade.



NOTÍCIAS

NO PAÍS

GOVERNO LANÇA CONCURSOS PARA MINI-HÍDRICAS O Governo vai lançar até ao final de Outubro novos concursos para pequenas centrais hidroeléctricas, cujas potências podem atingir os 10 megawatts (MW). A medida consta da resolução do Conselho de Ministros nº 72/2010, publicada em Diário da República, visando tornar mais céleres os processos de adjudicação de novas mini-hídricas a lançar até finais do próximo ano. A iniciativa insere-se no âmbito da Estratégia Nacional para a Energia que define a meta de produção de mais 250 MW de energia até 2010 através da instalação de novas centrais mini-hídricas. O diploma estabelece também "a necessidade de aprovação de um regime especial aplicável às expropriações necessárias à concretização das centrais mini-hídricas a adjudicar". A medida promete atrair não só as empresas que já operam nesta área de negócio (como EDP, Hidroerg, Generg e Hidrocentrais Reunidas), mas também novas empresas, nomeadamente as grandes construtoras.

ORDEM DOS ARQUITECTOS LANÇA PRÉ-EXISTÊNCIAS RECICLADAS A Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos (OASRS) lança a iniciativa “Pré-Existências Recicladas" no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Arquitectura 2010, a decorrer durante o mês de Outubro. “O objectivo é conhecer e divulgar projectos/obras que tenham como base construções existentes. Trata-se de projectos/obras, que não ocupem novos solos, novos territórios, ou seja, que ‘reciclem’ matéria existente”, revela a OASRS em comunicado. Até ao dia 6 de Outubro, é lançado o convite a todos os arquitectos inscritos na Ordem dos Arquitectos para enviarem projectos (executados ou não, em obra) que se enquadrem neste tema. Todos os usos são admitidos, bem como todos os tipos de intervenção (reabilitação, ampliação, demolição e reconstrução). Dos projectos entregues será feita uma selecção de 10, cujos nomes serão divulgados na sessão de abertura da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010.

CONSTRUÇÕES NOVAS LICENCIADAS A CRESCER

52 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

OASRN CONSIDERA CONCURSOS DA CM DE AVEIRO INACEITÁVEIS A OASRN - Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos classificou como “inaceitáveis” dois concursos promovidos pela Câmara Municipal de Aveiro e publicados no Diário da República, 2.ª Série, n.º 176, de 9 de Setembro de 2010: o Concurso Público para a Elaboração de todas as fases dos projectos de arquitectura e especialidades para os novos Centros Escolares de Cacia, Parque Desportivo de Aveiro (PDA), Santa Joana, São Bernardo (EB2,3), Oliveirinha e Nariz e o Concurso Público para a Elaboração de todas as fases dos projectos de arquitectura e especialidades das Escolas a Requalificar/Ampliar de Eixo, Solposto, São Jacinto, Requeixo e Barrocas. A OASRN defende que, nestes dois casos, não estão “salvaguardados os Princípios da própria actividade profissional da Arquitectura, nem tão pouco os Princípios da efectiva Concorrência e da Defesa do Interesse Público”. Com um prazo de nove dias para entrega das propostas e definindo como critério de adjudicação o do mais baixo preço, os concursos exigem, como condição de adjudicação e segundo a OASRN, a apresentação de Estudo Prévio para cada uma das escolas, correspondendo a 6 e 5 por concurso, respectivamente, de acordo com o estabelecido no art.º 5.º da Portaria 701-H/2008, de 29 de Julho, no referido prazo de nove dias (Programa do procedimento, Ponto i da alínea c) do n.º1 da Cláusula 10.ª). Acrescente-se que “a não apresentação dos 6 e 5 projectos solicitados é um factor de exclusão da proposta”. Perante este cenário, a Ordem do Arquitectos SRN “mais uma vez reafirma que a prática profissional da Arquitectura não se coaduna com prazos de nove dias para desenvolvimento dos vários projectos exigidos em cada concurso ao nível de Estudo Prévio”.

No segundo trimestre deste ano, o número de construções novas licenciadas registou um aumento de 2,5% face ao trimestre anterior, revelam os dados do INE – Instituto Nacional de Estatística. No que se refere às construções novas concluídas, a variação foi de menos 4,2%, para o mesmo período. No mesmo período, foram licenciados 7,1 mil edifícios e concluídos 10,2 mil edifícios, valores que representam variações anuais de menos 12,9% e 3,7%, respectivamente. Estes resultados indicam que “a trajectória descendente observada nos últimos trimestres se mantém, embora com uma menor amplitude nas variações negativas”. Face ao trimestre anterior, o número de edifícios licenciados registou um aumento de 1,5%, enquanto que nos edifícios concluídos, os dados estimados apontam para uma quebra de 4 %. Do total de edifícios licenciados, 69,3% correspondem a construções novas e destas 78,4% destinam-se a habitação familiar. O índice de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar apresentou neste trimestre uma ligeira subida, enquanto que para os fogos concluídos se verificou uma quebra.



NOTÍCIAS

NO MUNDO

BOSCH COMMUNICATION CENTER EXPANDE REDE INTERNACIONAL Com inaugurações em Portugal e no Barsil, o Bosch Communication Center espenadiu a sua rede internacional, preparando-se, assim, para responder “à crescente importância deste país e da América Latina como um importante centro económico”, afirmou em comunicado Bernd-Otto Schirrmann, director do Bosch Communication Center. Na nova filial brasileira, situada em Joinville, no Estado de Santa Catarina, vai gerar cerca de 150 postos de trabalho até 2012. Mais tarde, o Bosch Communication Center pretende reforçar a oferta ao inaugurar um escritório de vendas em Campinas, a norte de São Paulo. O novo escritório de vendas em Lisboa fará, de acordo com os responáveis, “a ligação das filiais no Brasil com a rede europeia e oferecerá possibilidades adicionais de outsourcing a clientes internacionais, nomeadamente para todos os mercados de língua portuguesa e espanhola”.

BULGÁRIA INVESTE 250 MILHÕES DE EUROS EM ESTRADAS Ao abrigo do Programa Operacional de Desenvolvimento Regional, o governo da Bulgária vai investir 250 milhões de euros nas estradas secundárias e terciárias, já a partir do próximo ano, informou a Direcção Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Enquanto que estão reservados 50 milhões de euros para a primeira fase do programa, 2011 conta com uma disponibilidade de 200 milhões de euros que irá culminar na renovação de 311 quilómetros de estrada, o equivalente a 16 troços. A esse total deverá acrescentar-se 30,5 milhões euros financiados pelo Banco Mundial e pelo Banco Europeu Investimento.

54 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

SOARES DA COSTA QUER ENTRAR NO BRASIL A Soares da Costa quer entrar no mercado brasileiro de construção e encontrar um parceiro para a sua operação em Angola, de acordo com o plano estratégico 20102014 apresentado ontem. O plano, que prevê um investimento acumulado entre 300 e 370 milhões de euros, indica também a aposta nos sectores do ambiente e energias renováveis, explorar oportunidades de negócio na América Latina e outros países africanos, crescer nos Estados Unidos e alienar activos maduros. De acordo com o plano, a construtora quer reduzir a exposição ao mercado de construção em Angola e por isso tem como objectivo abrir o capital da sucursal angolana a um parceiro local, que tome uma posição minoritária no capital da construtora angolana e que potencie a entrada noutros negócios. Segundo Pedro Gonçalves, o CEO da construtora, a opção pelo mercado brasileiro prende-se com o conjunto de obras que estão a ser lançadas, não só nos Jogos Olímpicos e na Copa mas também com os projectos da Petrobrás. A natureza "fragmentada do mercado abaixo dos oito grandes grupos de construção, cria oportunidades interessantes", acrescenta.


NO MUNDO

NOTÍCIAS

CB RICHARD ELLIS EM ANGOLA COM AFILIADA

DST APOSTA EM RENOVÁVEIS NOS EUA A DST está a concorrer à construção de centrais fotovoltaicas em quatro estados norte-americanos (Nova Iorque, Nova Jersey, Connecticut e Pensilvânia), as quais representarão, segundo a empresa, a instalação de 5MW até ao final de 2011 e de outros 15MW até 2013. Valendo 50 milhões de euros, este projecto reveste-se de importância estratégica para a DST “dados os incentivos criados pela Administração Obama, que permitem obter financiamentos na ordem dos 70%, e a reputação das empresas portuguesas que operam neste sector”, explicam os responsáveis. Caso a decisão seja favorável à empresa portuguesa, esta poderá aumentar a facturação em 650%, atingindo um total superior a 20 milhões de euros até 2013. Na perspectiva de Margarida Monteiro, General manager da DST Renováveis, “Portugal é visto a partir do mundo e também do mundo mais competitivo (a partir dos EUA) como um país competitivo e inovador no que toca a energias renováveis. Os EUA possuem um vasto programa de investimento no sector das energias limpas. Esta decisão estratégica da administração Obama é uma oportunidade para as empresas portuguesas e uma solução para a transacção de know-how de ponta português”.

250 CONTENTORES DA OTTO PORTUGAL PARA ESPANHA

A parceria entre a CB Richard Ellis Portugal e a Zenki Real Estate resultou num “affiliate agreement” para Angla, cujo propósito é “contribuir para o desenvolvimento sustentado do mercado e apoiar os grandes investidores e promotores, nacionais e internacionais”. Esta iniciativa é, de acordo com os responsáveis, “o resultado natural de uma parceria e um esforço conjunto entre a CB Richard Ellis Portugal e o Zenki Group Angola”. “Assumimos, junto das entidades angolanas, um compromisso de contribuirmos para a harmonização e evolução do mercado imobiliário do país”, afirma Diogo Rodrigues, o responsável da Zenki Real Estate, empresa que assume a operacionalização local e que é uma empresa participada do Zenki Group Angola.

APOIOS À INTERNACIONALIZAÇÃO PARA PAÍSES ÁRABES A Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa (CCIAP) prepara a sua candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) com vista “a participação em iniciativas conducentes à expansão das empresas nacionais nos principais mercados dos Países Árabes”. Como explicam no site, “as iniciativas que propomos levar a efeito no âmbito deste processo, vão ao encontro das necessidades e particularidades do tecido empresarial português, sendo que o envolvimento da CCIAP abrange todas as fases inerentes à internacionalização desde da preparação, participação, acompanhamento e implementação do projecto ou dos fins a que se propõem os aderentes”. Apoiadas pela CCIAP em todas as fases inerentes à internacionalização - preparação, participação, acompanhamento e implementação do projecto – as empresas abrangidas beneficiarão de um reembolso de 45% do total das despesas de participação nas respectivas iniciativas, no caso de pequenas empresas, e de 40% no caso de médias empresas.

A cidade de Parla, na comunidade de Madrid, adquiriu cerca de 250 contentores enterrados TULIP à OTTO Portugal. Estes equipamentos, com capacidades de 3m3 e 4 m3, destinam-se à recolha de Embalagens, Papel/Cartão, Vidro e Resíduos Sólidos Urbanos. Sendo uma solução subterrânea modelar, o modelo TULIP “melhora a qualidade de vida das pessoas. É eficiente e principalmente segura em todos os momentos, desde a deposição à recolha. Esta venda para Espanha vem, mais uma vez, reconhecer a qualidade dos nossos equipamentos”, afirmou em comunicado Sérgio Ramos, director-geral da OTTO Portugal.

São 353 as escadas rolantes que a Schindlrer vai fornecer a um projecto de expansão ferroviária na China, que prevê a instalação de equipamentos em 17 estações, desde Changchun, no extremo norte do país, até Guangzhou, na costa sul. Adjudicado pelo ministro chinês dos Caminhos de Ferro, o contrato envolve oito empresas ferroviárias locais. De acordo com a Schindler a “instalação dos 353 equipamentos segue um calendário apertado, com as primeiras escadas rolantes a serem instaladas já em Setembro de 2010, devendo o projecto estar concluído em Março de 2011”.

55 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

SHINDLER EM PROJECTO FERROVIÁRIO CHINÊS


empresas

Casais Constrói Unidade de CUidados ContinUados de JUso

A Casais Engenharia e Construção vai ser responsável pela empreitada de concepção e construção da nova Unidade de Cuidados Continuados de Juso, em Cascais, avaliada em cinco milhões de euros. Desenhado pelo gabinete Miguel Saraiva & Associados – Arquitectura e Urbanismo, o projecto consiste numa Unidade de Cuidados de Média/ Longa duração, a implementar num edifício já existente, a antiga sede da Standard Eléctrica. De acordo com Hugo Medeiros, da Casais, “uma das principais preocupações do projecto foi a manutenção das características volumétricas, optando-se pela intervenção nos espaços interiores, em novos revestimentos exteriores e uma adaptação dos novos requisitos essenciais para o funcionamento de uma Unidade de Cuidados Continuados moderna e de acordo com a regulamentação aplicável”. Este espaço terá capacidade para 72 camas. oasrn e aXa PortUgal Celebram ProtoColo A OASRN – Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Narte e a AXA Portugal estabeleceram um novo protocolo de Responsabilidade Civil Profissional que permite, aos arquitectos inscritos, beneficiar de um seguro que garante um primeiro nível de coberturas de Responsabilidade Civil Profissional até ao capital de 25 000 euros, desde de que tenham as cotas em dia. Os profissionais desta área poderão, igualmente, “aumentar o capital de seguro oferecido pela Ordem, seja a título individual ou Gabinete de Arquitectura, disponibilizados na actual oferta do Protocolo estabelecido com a Ordem dos Arquitectos – SRN”, avança a AXA Portugal em comunicado. Entre os serviços disponibilizados, destaca-se um endereço electrónico dedicado (arquitectos@axa.pt), duas linhas telefónicas de assistência exclusiva e um site reservado, acessível a partir do Portal da Ordem dos Arquitectos – SRN.

56 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

sChindler CresCe no Primeiro semestre O primeiro semestre de 2010 representou um crescimento de 5,9% no volume de negócio do Grupo Schindler que, como referem os responsáveis em comunicado, “se traduz num encaixe financeiro de 260 milhões de euros”. O cash flow atingiu os 324 milhões de euros, o correspondente a uma subida de 15,7%. Os elevadores e escadas rolantes conseguiram um incremento de encomendas de 9,1% face ao período homólogo anterior. No final do ano, o Grupo Schindler espera conseguir “resultados líquidos semelhantes aos alcançados em 2009”, ano chegou aos 503 milhões de euros.

asCensores enor PortUgal Com CertifiCação em segUrança, saúde e ambiente A Ascensores Enor em Portugal viu os seus sistemas de gestão de Segurança, Saúde e Ambiente serem certificados pela AENOR – Associação Espanhola de Normalização e Certificação, “atestando a capacidade da empresa para responder de forma capaz às exigências do mercado nestas áreas”, referem os responsáveis em comunicado. A filial portuguesa considera “a diminuição dos acidentes de trabalho com colaboradores da empresa e as cada vez maiores exigências impostas pela sociedade civil nesta área [segurança] como os factores decisivos para a implementação do sistema de gestão que conduziu à certificação”. Na vertente ambiental, “temos vindo a sentir um aumento da consciência ambiental nos nossos colaboradores, demonstrado através de um maior rigor na gestão de resíduos e de uma utilização mais consciente dos recursos materiais disponíveis, como as embalagens e os metais usados nos elevadores”, afirmou António Balsinha, director da Enor em Portugal.


imobiliário empresas

QuintA dAS AreiAS em ViAnA dO CAStelO

inVeStimentO em POrtugAl eStá mAiS dinâmiCO

liCenCiAmentO de fOgOS nOVOS nO POrtO deSCe 49% O número de fogos novos licenciados no concelho do Porto (num total de cerca de 60 fogos) continuou a descer no primeiro trimestre de 2010, com uma quebra de 49% face ao período homólogo, revelam os dados Obras & Negócios da Confidencial Imobiliário. “Esta descida acentuada poderá ser explicada pela forte redução do licenciamento de edifícios com mais de 20 fogos”, lê-se no comunicado de imprensa. O licenciamento de projectos de construção nova também apresentou uma tendência decrescente, com apenas três edifícios de apartamentos a serem licenciados nos primeiros três meses do ano. O ritmo de emissão de licenças dos edifícios de apartamentos registou 25% de quebra em termos trimestrais e 30% em termos homólogos, seguindo a tendência do ano anterior. No caso das moradias, o cenário não é mais optimista, observando-se reduções trimestrais próximas dos 70%.

inVeStimentO em imObiliáriO de retAlhO nA eurOPA duPliCA No primeiro semestre do ano, os volumes de investimento em imobiliário de retalho na Europa mais que duplicaram face ao mesmo período de 2009. Os dados preliminares da Jones Lang LaSalle revelam que foram transaccionados mais de 10,6 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2010, comparando com os cinco mil milhões de euros do primeiro semestre do ano passado. As operações no segundo trimestre totalizaram os 4,9 mil milhões de euros, com a dimensão média dos negócios a manter-se maioritariamente estável nos cerca de 50 milhões de euros. Segundo o comunicado de imprensa, “o volume de transacções concluídas neste trimestre reforça a confiança e atitude positiva dos investidores, patente desde Setembro de 2009”. Em Portugal, o volume de investimento em imobiliário de retalho alcançou os 183 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que significa “um crescimento exponencial face aos primeiros seis meses de 2009, período em que apenas foram transaccionados 6,6 milhões de euros neste segmento”. O segmento de retalho foi mesmo o mais dinâmico do semestre, tendo contabilizado 66% do total do volume transaccionado no mercado português durante esse período. Os centros comerciais continuaram a ser o formato mais apetecível para os investidores e o investimento estrangeiro predominou neste segmento.

57 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

A Imocasais aproveitou a chegada do Verão para relançar o empreendimento residencial Quinta das Areias, com a comercialização de moradias com preços a partir de 255 mil euros, numa altura em que os 60 apartamentos que integram este projecto residencial já se encontram vendidos. Este condomínio fechado de luxo na Praia do Cabedelo, em Viana do Castelo, tem projecto de arquitectura da autoria Rui Martins. O conjunto habitacional, composto por 49 moradias e 60 apartamentos, está em fase de conclusão, assim como o conjunto de equipamentos que complementam o empreendimento, nomeadamente: um parque infantil com 100m2, uma piscina aquecida e coberta com 1 022 m2, courts de ténis e paddle e um circuito de manutenção. As moradias surgem em duas versões: amplas de um só piso ou em duplex. Em ambos os casos destacam-se os acabamentos com predomínio do vidro. O empreendimento tem como compradores-alvo os nacionais, em busca de uma primeira habitação, dada a proximidade com a cidade de Viana do Castelo, mas pretende também conquistar o mercado de segunda habitação, atraindo espanhóis. Mário Fernandes, administrador da Imocasais, adianta que “a oferta imobiliária da Quinta das Areias está vocacionada para o mercado de primeira habitação, em virtude da sua proximidade com o centro de Viana do Castelo, a apenas alguns minutos, mas também para o mercado de segunda habitação, dirigindo-se, nomeadamente ao mercado espanhol dada a sua apetência pelas cidades do Norte do País”.

Segundo o relatório de mercado de investimento em Portugal da CB Richard Ellis (CBRE), lançado em Agosto, o primeiro semestre do ano ficou marcado pelos primeiros sinais de dinamismo no mercado de investimento institucional em Portugal, com os investidores internacionais a realizarem as transacções mais relevantes no mercado. De acordo com a consultora imobiliária, os primeiros seis meses apresentaram um volume de investimento de 289 milhões de euros, o que representa uma subida de quase quatro vezes face ao total investido no período homólogo de 2009. O investimento foi predominantemente alocado ao segmento de retalho com um valor na ordem dos 161 milhões de euros. Os segmentos industrial e de logística também registaram “níveis de investimento interessantes finalizando o primeiro semestre de 2010 com valores investidos de cerca de 73,5 milhões de euros”, lê-se no comunicado de imprensa. Tal como se verificou no primeiro semestre de 2009, o segmento de escritórios foi o menos procurado pelos investidores, registando 24 milhões de euros. Segundo a CBRE, tem-se assistido a uma maior propensão por parte de investidores internacionais para a compra de activos imobiliários de maior volume e dimensão, bem como uma procura por parte dos investidores nacionais pelos activos mais bem arrendados e nas melhores localizações.


agenda

nacional

análise pRática do Regime juRídico da uRbanização e edificação Conferência Lisboa; 29 de Setembro NPF – Pesquisa e Formação; www.npf.pt diRectoRes de obRa Mini MBA Lisboa; 12 a 14 de Outubro IIR Portugal; www.iirportugal.com

SETEMBRO

Reconhecimento de pRojectistas: 3º e 4º categoRia de Risco de incêndio Curso Lisboa; 28 de Setembro LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil; http://www.lnec.pt/congressos/eventos/pdfs/curso_SIncendio.pdf

fimap - 15.ª feiRa inteRnacional de máquinas paRa tRabalhaR madeiRa e do feRRália - 10.º salão de acessóRios e equipamento auxiliaR paRa a indústRia da madeiRa A EXPONOR promove, entre 20 e 23 de Outubro, a 16.ª Feira Internacional de Máquinas para Trabalhar Madeira (FIMAP) o 10.º Salão de Acessórios e Equipamento Auxiliar para a Indústria da Madeira (FERRÁLIA). Com o sector florestal a representar mais de 150 mil postos de trabalho, a AEP- Associação Empresarial de Portugal considera ser essencial a “defesa dos interesses das empresas e a oferta de serviços que potenciem a sua competitividade, aliada à cooperação com entidades do meio científico e tecnológico, assim como com organizações congéneres nacionais e internacionais”. Nesse contexto, a feira será reforçada com a organização do Congresso “A floresta como recurso”, agendado logo para dia 20 de Outubro.

58 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

betão estRutuRal 2010 Encontro Nacional Lisboa; 10 a 12 de Novembro GPBE – Grupo português do Betão Estrutural e LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil; http://be2010.gpbe.pt/pt/homepage dia nacional do engenheiRo Engenharia Funchal; 27 de Novembro Ordem dos Engenheiros; www.ordemengenheiros.pt

29

ANÁLISE PRÁtICA dO REgIME JuRídICO dA uRbANIzAçãO E EdIFICAçãO Lisboa

12

DIRECTORES DE OBRA Lisboa

19 20

NFPA-APSEI FIRE & SECuRIty 2010 Lisboa

04 04

CONGRESSO APAP Lisboa

FIMAP, FERRÁLIA Porto

18º CONGRESSO DA ORDEM DOS ENGENhEIROS Aveiro

10

bEtãO EStRutuRAL 2010 Lisboa

27

DIA NACIONAL DO ENGENhEIRO Funchal

NOvEMBRO

18º congResso da oRdem dos engenheiRos "A Engenharia no Século XXI - Qualificação, Inovação e Empreendedorismo" é o tema do 18º Congresso da Ordem dos Engenheiros a ter lugar no Centro Cultural e de Congressos da Cidade de Aveiro, entre 4 e 6 de Novembro. O evento deverá ser, de acordo com os organizadores, “uma reflexão sobre o passado próximo e um debate sobre as linhas de acção futura, quer na actividade profissional dos engenheiros, quer na sua contribuição para o progresso económico e social de Portugal”. congResso apap - “paisagem e teRRitóRio. temáticas e políticas conveRgentes” O Museu Fundação Oriente, em Lisboa, recebe o Congresso APAP - “Paisagem e Território. Temáticas e Políticas Convergentes”, organizado pela Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP). Entre 4 e 6 de Novembro, serão apresentadas comunicações orais e projectos sobre as quatro temáticas escolhidas pela organização: Política de Paisagem e a Convenção Europeia da Paisagem, Paisagem, património cultural colectivo, As novas paisagens do século XXI; e Do Plano ao Projecto.

RECONhECIMENTO DE PROjECTISTAS: 3º E 4º CATEGORIA DE RISCO DE INCêNDIO Lisboa

OutubRO

nfpa-apsei fiRe & secuRity 2010 Conferência Lisboa; 19 a 22 de Outubro APSEI - Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Civil e NFPA - National Fire Protection Association; www.nfpaportugalconference.com

28


internacional

agenda

SETEMBRO

Salão ImobIlIárIo São Paulo 5ª edição São Paulo, Brasil; 23 a 26 de Setembro Reed Exhibitions Alcantara Machado; www.sisp.com.br

CONSTRuTEC Madrid, Espanha

05

K 2010 Düsseldorf, Alemanha

14

27

RIO INFRAESTRuTuRA Rio de Janeiro, Brasil

16 17

áGuA MEIO AMBIENTE E ENERGIA Luanda, Angola

22

FEICON BATIMAT São Paulo, Brasil

15 24

EquIPBAIE MéTALExPO Paris, França

11º CONCuRSO “ESTRuTuRAS TêxTEIS PARA NOVOS EDIFíCIOS” Frankfurt, Alemanha

K 2010 Feira Internacional dos Plásticos e da Borracha Düsseldorf, Alemanha; 27 de Otubro a 3 de Novembro Messe Düsseldorf; www.k-online.de equIPbaIe métalexPo Feira Internacional de Marcenaria, Portas, Janelas, Vidraças e Protecção solar Paris, França; 16 a 19 de Novembro Reed Expositions France; http://www.equipbaie-metalexpo.com rIo InFraeStrutura - FeIra de ProdutoS e ServIçoS Para obraS de InFra-eStrutura Rio Infraestrutura é “um encontro que reunirá as principais empresas fabricantes de máquinas, equipamentos, acessórios que terão a oportunidade e expor seus produtos, serviços, inovações e tendência para todo sector", definem os organizadores Reed Exhibitions e Alcantara Machado. A decorrer entre 17 e 20 de Novembro, no Rio de Janeiro, Brasil, este evento dará a conhecer produtos e serviços nas seguintes áreas: Construção e Engenharia; Petróleo e Gás, Veículos e Máquinas; Transportes e Logística ; Materiais de Construção ; Portos, Terminais de Carga e Estaleiros; Iluminação Pública e Privada; Mecânica; Segurança; Energia; Telecomunicações; Consultoria e Auditoria ; Metalurgia e Siderurgia; Saneamento; e Seguros e Previdência. Reed Exhibitions Alcantara Machado; www.feicon.com.br água meIo ambIente e energIa 1ª Conferência Luanda, Angola; 22 e 23 de Novembro IIR Portugal; www.iirportugal.com

NOVEMBRO

INITIATING PROJECTS Barcelona, Espanha

InItIatIng ProjeCtS Simpósio Internacional de Jovem Arquitectura Barcelona, Espanha; 14 a 16 de Outubro Agrupació de Joves Arquitectes de Catalunya; http://www.coac.net/initiatingprojects/

FeICon batImat 19ª Feira Internacional da indústria da construção São Paulo, Brasil; 15 a 19 de Março de 2011 Reed Exhibitions Alcantara Machado; www.feicon.com.br 11º ConCurSo “eStruturaS têxteIS Para novoS edIFíCIoS” Como promotores do 11º Concurso “Estruturas Têxteis para Novos Edifícios” a Techtextil e a Associação Internacional TensiNet convidam todos os estudantes de arquitectura, engenharia de edifícios, design de produto e outras áreas relacionadas a apresentar projectos que demonstrem “ soluções inovadoras para problemas relacionados com projectos de construção, que sejam realizáveis e que usem materiais têxteis”. Para esta edição do concurso foram escolhidas quatro categorias: Macro-arquitectura; Micro-arquitectura; Ambiente e ecologia; e Compósito e estruturas híbridas. Os projectos vencedores serão expostos numa mostra especial no decorrer da Techtextil, entre 24 e 26 de Maio de 2011, na cidade alemã de Frankfurt. As candidaturas são extensíveis a todos os profissionais que tenham terminado o curso após 1 de Janeiro de 2010.

59 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

23

OuTuBRO

SALãO IMOBILIáRIO SãO PAuLO São Paulo, Brasil

ConStruteC – Salão da ConStrução A 11ª edição do Salão da Construção Construtec vai acontecer em Madrid, Espanha, entre 5 e 8 de Outubro de 2010. Organizado pela Feria de Madrid, este certame apresenta as novidades nos sectores do Equipamentos de Medição e precisão; Serralharia e construção metálica; Lareiras e acessórios; Paredes, estruturas, telhados; Elevação e transporte; Impermeabilização, isolamento e pinturas; Informática e o domótica ; entre outros. Decotec – Salão da Arquitectura de Interior; o Salão de Pré-fabricados de Betão e o Salão da Madeira na Arquitectura são três espaços temáticos a encontrar numa visita à Construtec.


OpiniãO

MOdelOs MateMáticOs dOs bens transacciOnáveis

a MOdelaçãO e a prOtOtipageM digital para apOiar a prOdutividade e a cOMpetitividade /// Ciclicamente toda a nossa sociedade local fala de produtividade e de inovação. Isso coincide sempre com momentos associados a algum tipo de crise, em que todos nos convencemos que estamos (mesmo!...) num “turning point” . Infelizmente também ciclicamente, a seguir a esses períodos curtos, sucedem-se períodos bastante mais longos em que se deixa de falar nessas urgências… São períodos em que continuamos a fazer tudo, quase… como sempre fizemos antes.

O

60 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

problema para Portugal, é que somados do nosso lado todos esses períodos, verificamos que nessa mesma sucessão de tempos no domínio da Produtividade e da Inovação, outros países falaram menos e executaram mais. Suspeito que, com a gravidade da actual crise, ”todos os astros possam estar alinhados” para que este possa ser o momento de conjugação de iniciativas para a mudança. Uma delas - aquela que melhor conheço - passará seguramente por dar um novo fôlego na utilização das tecnologias CAD (desenho assistido por computador) e SIG (sistemas de informação geográfica) em todo o ciclo de vida das infraestruturas e dos bens transaccionáveis. Aproveitando, aliás, a reconhecida capacidade de adopção das tecnologias que caracteriza largos segmentos da população portuguesa. Refiro-me ao foco em produzir novos designs mais apelativos e funcionais, processos de venda e marketing alavancados pelo “digital”, produtos mais competitivos, novos processos

construtivos e de fabrico, formas de exploração e utilização mais optimizadas das infra-estruturas, novos ecoprodutos, etc. Desde a posição de observador privilegiado em que me encontro, noto com preocupação que esta dinâmica, que começa sempre pelo projecto, ainda não ganhou o necessário “momentum” que nos possa levar a realizar este “leap frog”. Não nos poderemos continuar a servir exclusivamente de tecnologias de projectos digitais 2D apoiados por alguma visualização fotorrealista, tal como o fazíamos já há 15 anos. As exigências dos nossos clientes, dos nossos concorrentes, do ambiente e das actuais regulamentações, mudaram totalmente o cenário em que nos movemos - em que… competimos. À imagem da digitalização a que estamos assistir de tudo o que nos rodeia, em que tudo se está a ”modelar” para poder integrar, prever, optimizar e adaptar, o CAD e o SIG não fugiram a essa tendência no domínio do projecto. Assim, na sua totalidade, estas tecnologias há

muito evoluíram para apoiar as organizações que optaram por basear as suas estratégias de produtividade e competitividade, em Modelos Digitais que descrevem total e univocamente o produto ou a infra-estrutura. Building infOrmAtiOn mOdelling O Modelo de um Edifício – o BIM (Building Information Modelling) - permite simular a sua eco-eficiência em fases muito iniciais, quando ainda se podem fazer alterações simples de projecto. Quando o edifício já entrou em projecto de construção, o custo para conseguir ecoeficiências é exponencial, quando não, muitas vezes, impossibilita conseguir uma solução de acordo com as novas regulamentações, que são cada vez mais apertadas. Da mesma forma, sendo conhecido que 40% dos sobrecustos e atrasos na construção têm origem em erros de projecto, se continuarmos a projectar edifícios e infra-estruturas como fazíamos há 15 anos, sem que exista um


OpiniãO

Da mesma forma, no que se refere aos produtos da indústria transformadora, já passou a época em que nos podíamos permitir o luxo de fazer um ou mais protótipos físicos antes de iniciar o marketing, a venda e a produção. A esmagadora maioria das imagens dos produtos estrangeiros cuja publicidade vemos na televisão e nos media, não têm origem num protótipo físico: saíram dos protótipos digitais dos seus produtores e muitos desses produtos ainda estão em fase final de produção. Muitos deles ainda poderão estar a ser adaptados, para se acomodarem às sondagens ao consumo… Por outro lado, todos os produtos feitos à medida ou em pequenas séries, só já são ven-

didos, projectados e produzidos, apoiados em protótipos digitais. Entre as primeiras imagens e o final da produção desses bens transaccionáveis estrangeiros, toda as optimizações do projecto e dos processos de produção estão 100% apoiadas em modelos matemáticos de CAD – os chamados Protótipos Digitais. Hoje em dia uma indústria transformadora que conceba produtos ou processos de produção, não pode competir no mercado aberto, se não utilizar este tipo de tecnologia. Se não o fizer a consequência será a sua “morte lenta” – será a progressiva e rápida diminuição do valor da empresa. DuAS vAgAS teCnOlógiCAS Desde a posição que desenvolvo de apoio a estas duas vagas tecnológicas do 2D puro e dos Modelos, que não se auto-excluem, verifico com apreensão que as organizações nacio-

nais que já utilizam estas tecnologias de prototipagem digital ainda são uma preocupante minoria. Comparando-nos com outros países (nos EUA, segundo um recente relatório da Mc Graw Hill, já se trata de mais de 50%) , o nosso tecido empresarial está a deixar-se atrasar de uma forma preocupante. Isso não significa, como alguns dizem, que “a nossa raça não tenha remédio” e que não existam alternativas de solução para a mudança que temos que imprimir. Em algum momento, em alguma destas crises, estaremos mesmo num “turning point” obrigatório em que a raça da raça se afirmará, e então será o somatório de algumas iniciativas como estas, que irá marcar a diferença. Tem acontecido na nossa história, com alguma frequência. E estou convencido que irá continuar a acontecer.

Jorge Horta

Director-Geral da Autodesk Portugal

61 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

modelo matemático da construção que impeça a produção de erros, nunca iremos conseguir aumentar a nossa produtividade no estaleiro. Desenganemo-nos: não se trata só do custo da mão de obra , nem do custo da energia, nem de outras múltiplas desculpas que ouvimos diariamente. É, na origem, uma questão tecnológica!


NAVEGAR

WWW.CPCI.PT |

EM PORTUGUÊS . TEM MOTOR DE PESQUISA

Visando “representar e defender todos os sectores de actividade que convergem na construção, sentando à mesma mesa todos os agentes económicos dos diferentes domínios que contribuem para o produto final”, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) “reflecte o real peso social e económico da construção e do imobiliário no país”. “A Confederação, que integra praticamente todas as associações que constituem a fileira, com a legitimidade e força que estas lhe transmitem, é já um incontornável parceiro social estratégico, pelo que constituirá um relevante instrumento para a sensibilização do poder político para a importância da construção e do imobiliário, para o que esta representa e para o papel que lhe tem de ser reconhecido”. O site tem informações sobre a CPCI, seus estatutos e órgãos sociais, bem como notícias e vídeos.

WWW.SOSAZULEJO.COM |

EM PORTUGUÊS

“O Projecto SOS Azulejo é de iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária (MPJ), órgão da Escola de Polícia Judiciária (EPJ), e nasceu da necessidade imperiosa de combater a grave delapidação do património azulejar português que se verifica actualmente, de modo crescente e alarmante, sobretudo por furto, mas também por vandalismo e incúria”. O site disponibiliza informação sobre o Projecto, parceiros e apoios, azulejos furtados, actividades e investigação. Tem ainda áreas dedicadas a notícias, boas práticas e conselhos práticos.

WWW.RELOP.ORG

|

EM PORTUGUÊS . TEM MOTOR DE PESQUISA

A RELOP – Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa reúne desde a sua formação, em Maio de 2008, “cinco reguladores de energia de Angola, Brasil, Cabo Verde e Portugal”. Desde Julho de 2009 passou a contar com “dois novos associados, a Autoridade Geral de Regulação de São Tomé e Príncipe, e o Conselho Nacional de Electricidade de Moçambique”. “Os objectivos prioritários da RELOP são os de promover o desenvolvimento e a troca de experiências de regulação no sector da energia, partilhar o conhecimento sobre regulação nesses sectores, assim como propiciar a formação e a comunicação entre especialistas e profissionais das Entidades associadas que a integram, intercâmbio de informação que tem como instrumento privilegiado a internet.

62 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

PORTUGAL NO TOP 10 DA INTERNET No primeiro trimestre do ano, a velocidade média de acesso à Internet não sofreu grandes alterações, mantendo-se nos 1,7 Mbps, revela o relatório da Akamai sobre o estado da Internet. Há, porém, mudanças nas médias das velocidades máximas registadas, com uma descida de 2 Mbps face ao ano passado. Portugal está em oitavo lugar entre os países onde existe uma média mais elevada das velocidades máximas. A Coreia do Sul continua a liderar este ranking, com 33 Mbps, mas a Europa ganha seis posições no top 10. Os 16 mbps apontados no relatório como velocidade máxima média em Portugal garantem-lhe a nona posição.

TWITTER TEM 145 MILHÕES

PORTUGAL ENTRE OS PAÍSES MENOS SEGUROS NA NET

O Twitter já conta com 145 milhões de fãs, sobretudo graças a novas aplicações que expandem a sua utilização em dispositivos móveis. Desde Abril o número de utilizadores móveis do Twitter subiu 62%, sendo que 16% dos novos utilizadores do serviço ligam-se directamente através de dispositivos móveis. Evan Williams, CEO do Twitter, atribui esta mudança ao facto de terem sido lançadas aplicações oficiais para várias plataformas, nomeadamente iPhone, BlackBerry e Android. Os utilizadores de iPhone e BlackBerry são dos participantes mais activos, mas o SMS continua a ter também grande peso no serviço.

Portugal é o único país da União Europeia a integrar a lista dos 10 países menos seguros para navegar na Internet, de acordo com um relatório da empresa de software de segurança AVG. Segundo o documento, em cada 43 ligações à Internet uma corre o risco de ataque informático. A Turquia ocupa o primeiro lugar deste top 10 de (in)segurança, seguida da Rússia e da Arménia. Pelo contrário, a lista de menor número de ataques por acesso é encabeçada pela Serra Leoa, seguida da Nigéria e do Japão. anterior, e um aumento de 7% em comparação a período homólogo.


ARTES & LEITURAS

ZAHA HADID NA MÁQUINA ESPAÇO TEMPO “Zaha Hadid é uma arquitecta confiante nas esperanças abertas pela modernidade arquitectónica. O seu fascínio pelo período heróico da arquitectura moderna centra-se, acima de tudo, na vastidão dos objectivos e vontades presentes nessas pesquisas artísticas e arquitectónicas. É, na verdade, o entusiasmo na capacidade transformadora que fundamenta o interesse de Hadid pelas vanguardas históricas. (...) Mas Hadid não recupera indiscriminadamente esse legado moderno.(...) O que Hadid procura é um vínculo diferenciado daquele que se encontra no desenvolvimento da arquitectura moderna, retornando ao ponto de partida para constituir uma perspectiva alternativa, mais livre e aberta, purgada da sua ingenuidade programática e unilateralidade estratégica. Neste sentido, não se trata de uma recuperação nostálgica de um projecto falhado mas da reactivação entusiasta de um programa incumprido. (...)” Autor: Luís Santiago Baptista Dimensões: (15,0x22,5), 20p. Edição: Dafne, Porto Data de lançamento: Julho 2010 DL: 246357/06 ISSN: 1646-5253

“A gravidade dos desafios ambientais com que o Planeta Terra se confronta, os quais não há como escamotear, são da inteira e exclusiva responsabilidade da espécie humana, já não permitem abordagens paliativas de natureza incremental, do género a que estávamos habituados até aqui. O tempo é pois para rupturas com as ineficazes e insustentáveis práticas do presente, antecipando um futuro em que o respeito pelo Planeta e pelas restantes espécies que nele connosco vivem, é a regra e não a excepção. O sector da construção pauta a sua actividade por elevados impactos ambientais, ao nível da extracção de elevadas quantidades de matériasprimas não renováveis, de elevados consumos de energéticos e das consequentes e elevadas emissões de gases responsáveis por efeito de estufa. O presente livro aborda nesse contexto, possíveis contributos dos materiais de construção com vista a uma maior sustentabilidade do referido sector de actividade. Para esse efeito, baseia o seu conteúdo quer na legislação vigente sobre a área em apreço, mas fundamentalmente numa revisão da literatura científica, ao longo de mais de oitocentas referências bibliográficas, na sua grande maioria de artigos em revistas internacionais”.

Autores: F. Pacheco Torgal e Said Jalali Edição: TecMinho ISBN: 978-972- 8600-22-8 Impressão: Gráfica Vilaverdense – Artes Gráficas, Lda

63 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

A SUSTENTABILIDADE DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO


PRODUTOS

ESqUEnTaDORES TERmOESTáTicOS Da FagOR SiSTEma DE PERFiS DESlizanTES

O novo sistema de perfis para janelas e portas deslizantes Softline 70 mm Ekosol, da Veka, dispõe de 3/2 câmaras, 70 mm de profundidade e a possibilidade de colocação de vidros até 28 mm, que lhe confere as prestações de isolamento térmico e acústico. A transmitância térmica dos perfis é de 2,1 W/m2K, sendo a permeabilidade ao ar de classe 4 e a resistência ao vento de classe C5. O novo sistema de arestas suaves adequa-se para renovação, tanto de habitação como de hotéis ou edifícios públicos que não disponham de espaço para abertura praticável, graças à sua adaptabilidade em formas e cores. O sistema é compatível com os outros sistemas Veka de 70 mm, possibilitando o uso de acessórios comuns entre todos os sistemas, nomeadamente perfis de acoplamento.

A nova gama de esquentadores termoestáticos da Fagor visa permite a “máxima eficiência energética”. “O consumo de gás e água é optimizado mediante uma gestão termostática inteligente graças ao sistema que incorporam, a água aquece à temperatura escolhida pelo cliente sem necessidade de uma mistura posterior, sem sobreaquecimento da água e utilizando o gás estritamente necessário”, lê-se no comunicado de imprensa. Com baixos caudais, os novos esquentadores termoestáticos mantêm a temperatura escolhida pelo cliente de forma estável, sem gastar água com misturas desnecessárias. A nova gama adequa-se a instalações solares, na medida em que incorpora um software solar que determina, em função da temperatura de entrada da água procedente da instalação solar e da temperatura seleccionada pelo cliente, se o esquentador tem ou não que se pôr em funcionamento com a consequente poupança energética. Assim, por exemplo, se a entrada de água for a uma temperatura superior a 45º ou o caudal for inferior a 2,5 l/min. o esquentador não acende. A gama apresenta esquentadores termoestáticos ventilados e a pilhas, sendo esta última versão única no mercado. Uma das novidades mais destacadas do novo catálogo é o modelo ventilado com comando à distância por rádio frequência. Ele permite controlar todas as funções desde qualquer ponto da casa. Assim, pode-se visualizar e mudar a temperatura da água a partir do duche ou do jacuzzi. O comando memoriza até quatro temperaturas, o que permite a cada membro da família registar a sua temperatura ideal e activá-la com o comando no momento em que vai tomar banho.

64 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

BUDERUS TEm PainEiS SOlaRES DE TUBOS DE vácUO Os paineis solares de tubos de vácuo Vaciosol, da Buderus, “têm acabamento cerâmico para uma vida útil mais prolongada e acabamento especial dos absorsores protegidos dentro do vácuo”. Podem ser instalados em telhado plano, ou inclinado. Segundo o comunicado de imprensa, “os paineis funcionam da seguinte forma: uns espelhos desenhados de forma especial recolhem a incidência de raios solares e reflectem-nos através dos tubos de vácuo. Os tubos estão construidos de uma forma semelhante a um termo: dois tubos de vidro encaixados um dentro do outro que se unem nas extremidades. O vácuo que existe entre os tubos permite a entrada dos raios solares, mas não permite que saía o calor. No interior do vácuo, no tubo de dentro, situa-se o absorsor. Uma chapa condutora térmica, de aluminio, transmite o calor obtido para o líquido solar que, por sua vez, o transporta para o depósito de água quente”.

valchROmaT lança nOva cOR Violeta é a nova cor que a Valchromat acaba de lançar para complementar as restantes oito cores da colecção de painéis. Trata-se de painéis de fibras de madeira coloridas na massa, em que as fibras são coloridas individualmente, impregnadas com corantes orgânicos e ligadas por uma resina especial. Segundo a I&D (Investigação e Desenvolvimento) da Valchromat, a cor foi escolhida “após uma análise da sua oferta de cores e sobre cores tendência na decoração e na moda”. A cor “apela ao emocional, à calma, inspiração e requinte”. Comercializado por Banema.


PRODUTOS

Fruto da estratégia do Grupo Teka, que visa integrar num mesmo produto funcionalidade e design, a misturadora Bunch recebeu o prémio Iplus 2010 pelo seu “inovador design e qualidade de acabamentos”. O júri reconheceu esta peça como “um dos projectos mais inovadores do sector da decoração de interiores durante este ano”, lê-se no comunicado de imprensa. A misturadora foi desenhada por Sara de la Mata, cujo gabinete é um dos mais distinguidos em inovação industrial, em Espanha. O modelo Bunch, que num futuro próximo se irá juntar ao catálogo, é o primeiro produto da área de banho Teka a receber um galardão desta natureza.

Daikin alTheRma cOm cOnvecTOR De bOmba De calOR A Daikin apresenta a solução de convector de bomba de calor, com a função “interlink”, para trabalhar com o seu sistema Daikin Altherma. O Convector de Bomba de Calor é capaz de emitir os níveis de aquecimento pretendido a uma baixa temperatura de água, mantendo dimensões reduzidas. “Estas unidades conseguem aquecer uma divisão de forma rápida e inaudível (cerca de 19 dBA)”, segundo o comunicado de imprensa. “Os convectores de bomba de calor podem ser ligados ao “cérebro” do sistema através da função “interlink”, de forma a assegurar a eficiência e conforto em todas as divisões, independentemente das solicitações nas outras divisões”. Um controlo remoto por cada convector permite o controlo da unidade, incluindo a temperatura ambiente, velocidade de ventilação, modo automático ou nocturno, aquecimento ou arrefecimento rápido e programador semanal. O convector de bomba de calor está optimizado para o sistema Daikin Altherma, mas trabalha com qualquer fonte de aquecimento ou arrefecimento hidráulica tais como chillers ou caldeiras.

FRigORíFicO SiDe-by-SiDe

O side by side KEL 580-1-2T PW da Küppersbusch dispõe de sistema no-frost de gestão do frio e revestimento anti-bacteriano. Com acabamento em esmalte branco de alto brilho, o modelo tem zona de conservação (0ºC) e dispensador de gelo. É de classe energética A.

Smeg Tem máqUinaS De caFé encaSTRáveiS

Totalmente automáticas, as novas máquinas de café encastráveis da Smeg permitem preparar expressos, cappuccinos e infusões. A marca disponibiliza cinco modelos para fácil coordenação estética com os fornos e placas das séries Linea, Clássica e Coloniale. A máquina tem regulador da intensidade do café a cinco níveis: extra leve, leve, médio, forte e extra forte. Permite programação da quantidade de água para cada um dos três comandos (expresso, médio e longo), assim como ajuste da temperatura do café a três níveis. A máquina tem comandos de vapor para cappuccino e de água para infusões. acabamento semi-polido. Rodapé, degrau com bordo e pastilhas completam a colecção.

65 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

miSTURaDORa Da Teka é PRemiaDa


Em foco

30 anos dE arquitEctura, construção E EngEnharia

congrEsso concrEta TexTO de SOfiA duTrA

/// “Portugal no estrangeiro - 30 Anos de Arquitectura, Construção e Engenharia” é o mote da terceira edição do Congresso Concreta, que se realiza a 4 de Novembro no Grande Auditório do Centro de Congressos da Exponor – Feira Internacional do Porto.

A

66 | Arte & Construção_Setembro_Outubro/10

internacionalização é o tema central do Congresso Concreta, um evento que, segundo a organização, “pretende dar continuidade ao trabalho de divulgação e dinamização de debates sobre a construção em geral, iniciado em 2008”. O Congresso é composto por cinco painéis. O primeiro debaterá a internacionalização das empresas nacionais, com apresentação de case studies por parte de empresas de construção, na vertente da obra executada, e de gabinetes, nas vertentes da definição do projecto. No segundo serão descritas as parcerias internacionais existentes entre gabinetes portugueses e gabinetes locais do país de exportação. O painel seguinte será dedicado às relações existentes entre Portugal e Espanha, com especial enfoque no projecto PLATENG – Projecto da Plataforma para a Mobilidade e Cooperação das Engenharias Norte de Portugal - Galiza (PLATENG), aprovado no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça de ambas as regiões. A Plataforma visa estru-

turar soluções e metodologias orientadas à harmonização do exercício da sua actividade profissional e ao reconhecimento destes profissionais. O PLATENG mereceu uma dotação financeira de 500 mil euros e vai ser desenvolvido nos próximos dois anos, “identificando os factores que têm funcionado como fortes condicionalismos à mobilidade dos engenheiros e ao regular exercício da actividade sem dependência da fronteira”. Paralelamente, serão estudadas soluções jurídicas e legais para eliminar esses condicionalismos, a apresentar aos parlamentos dos dois países. Por seu turno, no painel quatro será feita a abordagem dos factores de qualidade para estimular a competitividade e fomento dos índices de exportação. O último painel versará sobre a importância da diplomacia económica no apoio às iniciativas de internacionalização, criação de redes e plataformas que facilitem o estabelecimento de parcerias locais nos países de exportação.

De acordo com a organização, “o grupo de trabalho, composto pela AEP, AICCOPN, APCMC, OA e OE, conclui que é do interesse nacional a urgência de promover e divulgar a importância e valor do capital humano, de conhecimento e a qualidade de toda a dinâmica que o sector da construção nacional”. Entre os oradores que estarão no evento destacam-se: os arquitectos Hans Ibelings, Souto Moura, Gonçalo Byrne e João Alvaro Rocha; o eng. José António Barros, presidente da Associação Empresarial de Portugal; o eng. António Mota, presidente do Conselho de Administração da Mota Engil; o eng. Daniel Quintã, da Iperforma Arquitectura e Engenharia, o eng. Hipólito Ponce Leão, coordenador do PLATENG, o eng. Carlos Nárdiz Ortiz, decano del Colegio de Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos de Galicia; o prof. Jorge Moreira de Costa, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Basílio Horta, presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal; e o eng. Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.