Revista Arte & Construção 239

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CONSTRUÇÃO

ANFAJE

JOÃO FERREIRA GOMES

OPTIMISMO PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO

/// Passado um ano da sua constituição, a ANFAJE – Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes encontra-se num período de “dinamização acelerada” e de “optimismo”, assegura o presidente João Ferreira Gomes. Impulsionar o negócio e reduzir o atraso do sector nacional das janelas face ao resto da

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Europa são os grandes objectivos para 2011..


CONSTRUÇÃO

SUBSTITUIR JANELAS EM 200 MIL FOGOS Os últimos meses têm sido dedicados a reunir “com todos os organismos oficiais em Portugal por causa da medida da Janela Eficiente, que teve em vigor até 31 de Dezembro de 2010 e agora vai continuar em vigor com um enquadramento porventura diferente”. Nesse sentido, a Associação tem encetado vários contactos com “os grupos parlamentares da Assembleia da República e Ministério da Economia, também no âmbito da medida Janela Eficiente, fundamentalmente com a preocupação de a manter, pois está inscrita no PNAEE [Plano Nacional de Acção para Eficiência Energética]”. João Ferreira Gomes espera que o Plano tenha um forte impacto para o sector das janelas. De acordo com o arquitecto, “o objectivo do PNAEE só é a substituir janelas em 200 mil fogos até 2015 e está executado apenas a 18%”.

Uma perspectiva de negócio que “representa um volume de negócios brutal para o nosso sector e uma dinamização crescente das empresas que a ele pertencem”. Esta será “uma forma de dinamizar, por um lado o sector e, por outro, a construção através da reabilitação urbana”, enfatiza. João Ferreira Gomes está “perfeitamente optimista”em relação ao futuro. “As empresas que estiverem preparadas têm de estar optimistas”, já as “que não estiverem preparadas vão ter vários desafios mais difíceis de superar”, vaticina. Na sua perspectiva “é preciso ter em consideração as “directivas europeias que estão a chegar a Portugal, as exigências de qualidade ao nível da marcação CE e outras situações para as quais as empresas têm que estar preparadas”. Tendo em conta este cenário é fundamental existir “uma interacção entre todas as empresas do sector para estarem unidas em relação a interesses comuns num fórum especial que, neste caso, é a ANFAJE – a única associação que representa o sector das janelas em Portugal ”. EXPORTAÇÃO E PREPARAÇÃO 2011 irá, igualmente, servir para as empresas se “prepararem para algo importante: a exportação”. “O nosso sector também deve ser exportador e para isso tem de estar, por um lado, muito preparado em Portugal e, por outro lado, os regulamentos técnicos em Portugal têm de estar muito mais similares àqueles que são praticados noutros países da UE”, afirma o responsável. Para exportar é, no entanto, necessário elimi-

nar o “grande desfasamento de competências entre Portugal e os restantes países da UE”. “Estamos a falar de um sector onde a qualificação ainda é muito baixa, onde, por exemplo, não existe um Certificado de Aptidão Profissional (CAP) para montadores de janelas e esse é um trabalho que nós estamos a iniciar ao qual acrescentamos um selo de qualidade de instalação. Isso é fundamental para Portugal”. Nesse sentido, a ANFAJE tem pressionado os “organismos estatais responsáveis pela formação em Portugal que seja criado um CAP para montadores de janelas, porque não basta fazer um produto de qualidade, também tem de se fazer uma boa instalação”. Daí “as empresas que voluntariamente aderirem a este selo de qualidade, estarão, obviamente, a acrescentar valor ao serviço que prestam ao cliente particular”, refere o presidente. Aumentar o número de associados para um total de 75 empresas é outra das metas da ANFAJE delineadas para este ano. Angariar novos membros “não tem sido nada fácil, o associativismo em Portugal é difícil”. No entanto, “com o evoluir da Associação as empresas [que ainda não pertencem] vão perceber as vantagens de serem associados e do valor acrescentado que isso lhes vai trazer”. Às empresas do sector das janelas, João Ferreira Gomes deixa o recado: “transformem os desafios em oportunidades”. Mas vai avisando: “não o conseguirão estando sozinhos”, pois “têm de estar em contacto com as outras empresas do sector e perceber saber que lugar podem ocupar no mercado das janelas”. Da parte da ANFAJE podem contar uma Associação que irá “desafiá-los, enquadrá-los e encaminhá-los”.

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undada no dia 6 de Janeiro de 2011, a ANFAJE colocou-se metas “ambiciosas” para o primeiro ano de actividade, reconhece João Ferreira Gomes, presidente da Direcção. Esta estratégia foi, no entanto, uma aposta ganha já que “superámos todos os desafios: colocámos a Associação a funcionar, demos-lhe visibilidade e credibilidade junto de todos os organismos oficiais e, neste momento, temos assento em vários comités técnicos consultivos e fóruns políticos nos quais, cada vez que é necessário tomar uma medida relativamente ao sector das janelas, a ANFAJE é solicitada”. Presentemente, a ANFAJE pertence a comissão técnica do Instituto Português da Qualidade e ao comité consultivo de revisão do RCCTE – Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios, no qual “estamos activamente a propor soluções para que possam incorporar a nova visão do código que entrará em vigor em 2012, cumprindo uma série de directivas europeias que vão ser mais exigentes relativamente ao isolamento térmico, não só das paredes, mas também dos envidraçados”, esclarece o arquitecto. “Por outro lado, temos colaborado intensamente com agências para a energia , principalmente a ADENE, com quem estamos a estudar vários projectos intensificando a ligação da eficiência energética às janelas”, dando enfoque à “etiquetagem energéticas das janelas, uma situação que está em projecto em vários países da União Europeia (UE) e em discussão na Federação Europeia de Janelas, à qual a ANFAJE já pertence”.









































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