Revista Arte & Construção 223

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www.arteconstrucao.com Número 223 // Ano XVIII // € 3,50 Continente

Abril 2009

DE PROFISSIONAIS PARA PROFISSIONAIS “Gerar uma paisagem sintética nova com a compreensão e integração dos seus sistemas” foi o objectivo dos arquitectos Massimiliano e Doriana Fuksas quanto apresentaram a concurso o seu projecto para o novo Museu Guggenheim Hermitage, a ser edificado em Vilnius, capital da Lituânia. O concurso acabou por ser ganho pela arquitecta Zaha Hadid, a única mulher a ganhar o prémio Pritzke de arquitectura.

Projecto

Museu Guggenheim Hermitage

Madeira

Preços das matérias-primas descem

Dossier

Coberturas cerâmicas: Tradição que perdura

Entrevista

Nuno Brandão Costa: Prémio Secil 2008


O brilho da marca reflecte-se nos negócios.

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EDITORIAL

AECOPS CONTESTA DECISÃO DA CML No dia 21 de Janeiro, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu submeter o Projecto de Regulamento das Compensações Urbanísticas do Município de Lisboa a apreciação pública, um documento que pretende estabelecer os princípios e critérios aplicáveis às compensações devidas pelas operações urbanísticas a levar a efeito na área do Município de Lisboa e o processamento das respectivas operações de liquidação e cobrança. Agora, a poucos dias de submeter o novo documento à apreciação da Assembleia Municupal, a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) veio comunicar que considera as alterações propostas para o cálculo das compensações e o aumento das taxas a pagar, nos casos em que não há cedência de terrenos, “extremamente gravosas para o exercício da actividade da construção”. No cerne da questão está o cálculo das compensações que os promotores terão que pagar ao município para que possam ver aprovadas as suas operações de loteamento. De acordo com as contas feitas pela AECOPS, “os montantes a suportar poderão aumentar em mais de 50% o valor da construção por metro quadrado ou ainda a tornar a área exigida para cedência muito superior à própria área do lote, situação em que nem assim se consegue evitar o pagamento da «compensação»”. Embora “não questione a sujeição das operações de loteamento ao regime de cedências e eventuais compensações urbanísticas, a AECOPS defende, por outro lado, que deve ser melhor esclarecido o tipo de alterações que tornam uma operação de loteamento já licenciada sujeita a uma nova aplicação desse regime”. Este é mais um exemplo de como é importante as tomadas de decisão contarem com pareceres dos organismos envolvidos, de modo a atingir o consenso.

Directora: Chantal Florentino chantal.florentino@arteconstrucao.com; Redacção: Raquel Rio raquel.rio@arteconstrucao.com; Sofia Dutra sofia.dutra@arteconstrucao.com; Colaboradores Permanentes: Michele Branco michele.branco@arteconstrucao.com; Colaboram nesta edição: Alexandre Chamusca, António Costa, Carlos Manuel da Silva Gomes, F. Pacheco Torgal, Said Jalali; Publicidade: Duarte Mourato duarte.mourato@arteconstrucao.com; Marketing: Pedro Nunes pedro.nunes@mtg.pt; Fotografia: Paulo Porfírio paulo.porfirio@arteconstrucao.com; Assinaturas: assinaturas@arteconstrucao.com; Paginação: mtg - Edição e Publicidade, Lda. geral@mtg.pt; Website: www.arteconstrucao.com; Fundador da revista: António Esteves; Propriedade e Edição: mtg - Edição e Publicidade, Lda. Praça da Concórdia, 114 • 2870-471 Montijo • Tel. 212431592 • Fax. 212323069 • Email: geral@mtg.pt • Cap. Social: € 5.000,00 • NIPC: 507 958 373; Orgãos Sociais: Duarte Mourato - 50%; Chantal Florentino - 25%; Pedro Nunes - 25%; Execução Gráfica: Offsetmais - Artes Gráficas, S.A. • Rua Latino Coelho, 6 - 2700-516 AMADORA • Tel.: 214 998 716 • Fax: 214 998 717 • Email: dc.offsetmais@netcabo.pt; Publicação Mensal: Tiragem: 10 500 exemplares; Distribuição: VASP; Venda por assinaturas (IVA incluído 5%): Portugal: € 45,50/ano; Os artigos assinados, apenas veiculam as posições dos seus autores; ICS Nº 114748/90; Número Depósito Legal 41713/90; ISSN 0873-5271.

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Chantal Florentino Directora


SUMÁRIO

sumário 03

EDITORIAL

04

SUMÁRIO

06

ENTREVISTA Nuno Brandão Costa

12

ENGENHARIA Modos de transporte

14 20 24 28

DOSSIER - COBERTURAS CERÂMICAS Tradição que perdura Telha cerâmica com bom desempenho PATOLOGIA Estuques Antigos MADEIRA Preços das matérias-primas descem

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GABINETE JURÍDICO Green Buildings

38

ENGENHARIA "Iberian Rail Development 2009”

40

54

NO PAÍS

55

NO MUNDO

57

FEIRAS Interzum

FEIRAS Ligna 2009

58

AGENDA

42

DOMÓTICA Condomínios: Soluções Integradas de segurança precisam-se! (I)

60

IMOBILIÁRIO

61

EMPRESAS

44

LEIS & DIREITO Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro (IV)

62

NAVEGAR

63

ARTES & LEITURAS

64

PRODUTOS

66

EM FOCO Quercus cria Edifício Verde

46

RECURSOS HUMANOS

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PROJECTO Museu Guggenheim Hermitage

06

Entrevista Nuno Brandão Costa

14

Dossier

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Coberturas cerâmicas O PRÉMIO SECIL FOI ATRIBUÍDO A ESTE ANO A UMA OBRA INUSITADA: O EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO E SHOW-ROOM DOS “MÓVEIS VIRIATO”. O SEU AUTOR, O ARQUITECTO PORTUENSE NUNO BRANDÃO COSTA, CONSIDERA QUE O RECONHECIMENTO PELO TRABALHO DOS ARQUITECTOS É CADA VEZ MAIOR E NÃO TEM DÚVIDAS SOBRE A QUALIDADE DOS PROFISSIONAIS PORTUGUESES, QUE COLOCA AO NÍVEL DOS MELHORES DA EUROPA.

APESAR DOS PRODUTOS ALTERNATIVOS QUE SURGEM TODOS OS ANOS NO MERCADO, AS COBERTURAS CERÂMICAS CONTINUAM A CONQUISTAR A PREFERÊNCIAS DOS PORTUGUESES. O DESEMPENHO FUNCIONAL, PREÇO ATRACTIVO E ESTÉTICA AGRADÁVEL SÃO ALGUMAS DAS CARACTERÍSTICAS QUE TORNAM A TELHA UM MATERIAL DE ELEIÇÃO.


SUMÁRIO

# 223

Abril 2009

28

66

Em foco

Madeira

Quercus cria Edifício Verde

Preços das matériasprimas descem

48

Projecto

APÓS ANOS DE CRESCIMENTO CONTÍNUO, A ECONOMIA MUNDIAL ESTÁ A ENFRENTAR UM ABRANDAMENTO. DENTRO DESTA TENDÊNCIA, A INDÚSTRIA MUNDIAL DA MADEIRA NÃO É EXCEPÇÃO. OS PREÇOS DE ENERGIA E MATÉRIAS-PRIMAS COMO MADEIRA E COLAS DESCERAM E REDUZIRAM A PRESSÃO SOBRE A INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E FERRAMENTAS PARA TRABALHAR MADEIRA PARA DIMINUIR OS CUSTOS, MAS, A MÉDIO PRAZO, PERSPECTIVA-SE UM AGRAVAMENTO NOS MERCADOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS.

“GERAR UMA PAISAGEM SINTÉTICA NOVA COM A COMPREENSÃO E INTEGRAÇÃO DOS SEUS SISTEMAS” FOI O OBJECTIVO DOS ARQUITECTOS MASSIMILIANO E DORIANA FUKSAS QUANTO APRESENTARAM A CONCURSO O SEU PROJECTO PARA O NOVO MUSEU GUGGENHEIM HERMITAGE, A SER EDIFICADO EM VILNIUS, CAPITAL DA LITUÂNIA. O CONCURSO ACABOU POR SER GANHO PELA ARQUITECTA ZAHA HADID, A ÚNICA MULHER A GANHAR O PRÉMIO PRITZKE DE ARQUITECTURA.

A QUERCUS APRESENTOU, A 2 DE MARÇO, EM LISBOA, O ANTE-PROJECTO DA SUA FUTURA SEDE NACIONAL. O EDIFÍCIO VERDE PRETENDE SER UM ESPAÇO DEMONSTRATIVO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ATRAVÉS DA RECUPERAÇÃO DOS EDIFÍCIOS DA ESTAÇÃO DE CAMINHOS-DE-FERRO DE SACAVÉM.

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Museu Guggenheim Hermitage


/// O prémio Secil foi atribuído este ano a uma obra inusitada: o Edifício Administrativo e Show-Room dos “Móveis Viriato”. O seu autor, o arquitecto portuense Nuno Brandão Costa, considera que o reconhecimento pelo trabalho dos arquitectos é cada vez maior

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e não tem dúvidas sobre a qualidade dos profissionais portugueses, que coloca ao nível dos melhores da Europa.

TEXTO DE RAQUEL RIO

NUNO BRANDÃO COSTA

A ARQUITECTURA NÃO SOBREVIVE SEM AS PESSOAS

ENTREVISTA


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ENTREVISTA


ENTREVISTA

NUNO BRANDÃO COSTA

Arte & construção - O que significa para si ter recebido este prémio? Nuno Brandão Costa - Receber o prémio foi óptimo, deu-me um enorme contentamento. É um prémio muito importante no âmbito da arquitectura nacional. O que me trouxe maior honra foi o facto de ser atribuído por um júri de colegas meus. É muito gratificante ver o reconhecimento dos nossos pares pela nossa própria obra. Isso emocionou-me, sobretudo devido à qualidade do júri. Acho que estavam neste painel dos melhores arquitectos portugueses e dos melhores teóricos da arquitectura. É um júri de pessoas que têm um papel muito importante no que fazem e na arquitectura em geral. Tinha nomes como o Souto Moura, o Siza Vieira, o Hestnes Ferreira, que é um mestre, a Ana Vaz Milheiro, que é uma teórica emergente, o Duarte Nuno Simões… Acha que pode ser mais um impulso para a sua carreira? Isso já é fazer futurologia. Não tenho expectativas. Quando começamos a ter alguma maturidade também começamos a perceber que é preciso ter alguma prudência nas expectativas. É inegável que o prémio dá alguma visibilidade à obra – e é isso que importa, não sou eu – mas daí a ter grandes consequências para a minha carreira, não sei. Não penso nisso. Sente os efeitos da crise no seu trabalho? O meu gabinete está mais ou menos estabilizado há alguns anos em termos de dimensão.

Somos uma equipa de dez pessoas e em termos de trabalho temos sempre mais ou menos o mesmo número de encomendas. Ainda não senti os efeitos da crise, mas pelo que se fala é natural que venha a sentir. Julgo que as crises atingem primeiro as empresas de maior dimensão. Não é o nosso caso. Somos uma estrutura pequena, estabilizada, mais fácil de controlar. Quanto mais pequena, menos gastos tem e o problema das crises, muitas vezes, é controlar esses gastos. Pode haver muito trabalho para fazer, mas pode haver falta de financiamento. Que características destaca no edifício que concebeu para os Móveis Viriato? O que mais se destaca é o seu programa invulgar. Geralmente, em zonas industriais como estas ou se faz um edifício que é uma fábrica, ou se fazem escritórios ou se fazem edifícios que ficam apenas pelo “showroom”. Neste caso, o cliente pediu-me dois projectos: o que já está executado, e um outro que está agora em construção, muito maior. O programa tinha duas vertentes: por um lado, dar uma nova imagem àquele contexto industrial, por outro, corresponder a um programa que o cliente elaborou e que tinha várias valências (“showroom”, zona de exposições de tecidos, ateliers onde trabalham arquitectos e designers, uma zona administrativa e sala de reuniões).

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NUNO BRANDÃO COSTA Nuno Brandão Costa nasceu em 17 de Fevereiro de 1970, no Porto. Ingressou no Curso de Arquitectura no ano lectivo de 1988/89, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) tendo concluído em Julho de 1994. Realizou um estágio curricular no âmbito da licenciatura, entre 1992 e 1993, como colaborador no gabinete “Herzog & de Meuron, archiktekten”, em Basileia na Suiça. Recebeu, entre outros prémios, o Prémio revelação e mérito “Jornal Expresso / SIC – 12 anos”, em Novembro de 2004 e foi Finalista Prémios Jornal Construir 2007, em Junho de 2008. Entre os vários trabalhos como autor distinguem-se os projectos para a Câmara Municipal de Matosinhos, Câmara Municipal de Caminha, Reitoria da Universidade do Porto, Câmara Municipal de Vendas Novas, vários edifícios de habitação colectiva e unifamiliar. Destacam-se também vários projectos de recuperação.

Tive de concentrar coisas que aparentemente nada têm a ver umas com as outras num edifício relativamente pequeno, com cerca de mil metros quadrados. Isso foi o ponto de partida para a criação do edifício e gerou uma forma muito interessante. O edifício tinha também de responder a outras exigências. Uma delas, de ordem funcional, tinha a ver com o espaço que se ia perder de circulação e estacionamento devido à construção do edifício. Isso levou a que o edifício ficasse elevado para disponibilizar mais lugares de estacionamento por baixo. Outra questão era que o edifício anunciasse a marca, o que se conseguiu pondo o nome Viriato em destaque, por isso é que aparece aquele néon na montra. A forma do edifício é uma resposta quase directa e cirúrgica a todos os pedidos do cliente. E foi no somatório destes pedidos que se gerou aquela forma. Como surgiu a arquitectura na sua vida? Quando estava no liceu não tinha muita certeza do que queria ser, mas sabia que queria fazer algo relacionado com o acto de desenhar. Foi sempre uma coisa que fiz e que sempre gostei de fazer. Dentro deste gosto pelo desenhar ponderei as Belas Artes e o Design, mas este curso na altura ainda estava muito pouco implantado a nível social, era um curso no vazio. A Arquitectura era um curso mais seguro e os pais também ajudaram nessa escolha. Na altura, não havia muita gente a ir para Arquitectura. Mas o que me levou a ir, essencialmente, foi o desenho e nesse aspecto não me arrependi porque continua a ser o meu instrumento principal de trabalho. Então, foi fácil a entrada no mundo profissional… Não tive dificuldade. No final do curso, fui para a Suíça fazer um estágio no gabinete Herzog & de Meuron, que na altura ainda era um escritório pequeno e pouco conhecido. Depois voltei para o Porto para acabar o curso.


ENTREVISTA

Muito. Foi importante ir para um país diferente, muito mais rico, com muito mais meios, com maneiras diferentes de fazer as coisas. É tudo muito mais sistematizado, o que por um lado é bom, mas também pode ser mau. Mas foi importante porque também aprendi metodologias diferentes, maneiras de pensar conceptualmente diferentes. Foi interessante ter esse choque. Depois voltei e no último ano do curso fui trabalhar com o arquitecto José Fernando Gonçalves onde ficou durante cerca de seis anos. Depois saí, em 1998, comecei a fazer uns concursos e abri um escritório. Basicamente, até 2001, o escritório era eu. A partir dessa altura, comecei a ter muitas encomendas e fui estabilizando o escritório até à situação actual.

Acha que a arquitectura é uma realidade mais presente em Portugal? Ou seja, a procura pelo trabalho dos arquitectos tem crescido? Comparando entre a altura em que saí da faculdade, há dez ou quinze anos, e agora, há uma diferença brutal. Os arquitectos começam a ter um papel social que não tinham nessa altura e as instituições públicas procuram cada vez mais estes profissionais. Há mais concursos, há mais reconhecimento do nosso trabalho, apesar de ainda haver pessoas que não percebem bem qual é o nosso papel. O trabalho de arquitectos como Carrilho da Graça, Siza Vieira ou Souto Moura também contribuiu para alterar a situação porque começaram a dar visibilidade à arquitectura e a mostrar que esta é essencial para a qualidade de vida das pessoas e das cidades.

E acha que o trabalho dos arquitectos, em termos gerais, tem qualidade? Os portugueses têm uma tendência natural para dizerem mal de si próprios e eu acho que somos bons em muitas coisas. Não tenho dúvidas de que, a nível da arquitectura, o nosso país é dos melhores da Europa, em termos da formação e da qualidade da obra. Isto é reconhecido lá fora. Eu dou aulas na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e nós recebemos muitos estudantes Erasmus. Eles reconhecem que a qualidade do ensino é muito boa e que os alunos são muito bem formados. Têm imenso interesse em visitar obras feitas por arquitectos portugueses, porque reconhecem que a arquitectura tem uma qualidade muito própria.

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Essa experiência foi importante?


ENTREVISTA

NUNO BRANDÃO COSTA

MEMÓRIA DESCRITIVA DA OBRA VENCEDORA Essa marca do trabalho dos arquitectos é visível nas cidades? Começa a ser visível nas cidades, mas é evidente que isto é um processo muito lento. É muito recente. EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO E SHOW-ROOM DOS “MÓVEIS VIRIATO” O terreno para implantar a nova construção era exíguo, e levantou de imediato dois problemas funcionais: A enorme perca de área de estacionamento e a dificuldade de manobra dos múltiplos camiões que diariamente circulam em acesso à fábrica. Estas duas questões definiram uma ideia para o novo objecto: Levantá-lo do chão para não se perder estacionamento, e construir um volume fino, que retirasse a mínima área de manobra mecânica ao terreno. Assim, constrói-se uma “mesa” em betão aparente, com os “pés” a fazerem as entradas. Um primeiro volume rebocado, assente sobre esta mesa, liga-se à fábrica e remata num janelão enorme, pendurado sobre a rua a anunciar o “VIRIATO”. Um segundo volume, destaca-se da cércea da fábrica, com uma cor mais clara, e rasga a todo o cumprimento dos 25 metros de vão livre, uma janela contínua para os gabinetes. Um perfil de ferro aparente segura a estrutura da janela e faz a cornija da composição.

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FICHA TÉCNICA Cliente: “Móveis Viriato” Localização: Rebordosa, Paredes Arquitectura: Nuno Brandão Costa Colaboração: Marta Reis, Inês Pimentel Data do projecto de arquitectura: 07.2005 – 06.2006. Fundações e estruturas: Eng.ª Marta Gameiro (Gesbau, engenharia & gestão, lda + Gravidade, engenheiros, Lda.) Equipamentos e instalações hidráulicas: Eng.º Vitor Serpa (Gesbau) Equipamentos e instalações mecânicas: Eng.º Raul Bessa (GET) Equipamentos e instalações eléctricas, segurança e informática: Eng.ª Maria da Luz (RS, associados) Design de lettering: Miguel Palmeiro Construtor: S Pintos, Engenharia e Construção, S.A. Data da construção: 2007

Essa marca é importante para a competitividade das suas cidades, para reforçar a sua atractividade? Há dois caminhos paralelos e ambos são importantes. Um, tem a ver com a malha da cidade. Deve ser feita pelos arquitectos, sem dúvida, mas num plano mais banal. O arquitecto deve interpretar a cidade e ir construindo a cidade porque é o único que tem conhecimentos e meios para o fazer, com a ajuda de outros especialistas como os engenheiros e os paisagistas. Isso é aquele tecido urbano que vai sendo construído mais ou menos de forma contínua e que dá homogeneidade e compactação à cidade de forma relativamente tranquila. Outro, tem a ver com uma encomenda mais simbólica, com os chamados edifícios institucionais como bibliotecas ou museus em que o arquitecto tenta dar uma resposta mais simbólica à cidade e criar uma determinada imagem. Mas esta é uma tradição muito antiga. Temos, por exemplo, aqui no Porto, edifícios de grande relevância, como igrejas, teatros ou a própria Torre dos Clérigos, que partiram de encomendas. São coisas localizadas, pontuais e que têm de ter um destaque em relação à cidade pela escala e pelo programa. As cidades não estão dominadas por uma densidade excessiva? Há várias tendências. A Carta de Atenas tinha subjacente um conceito de edifícios isolados, com grandes espaços entre eles, como se fez em Brasília, que é um modelo que acho que funciona lindamente, apesar de ser muito criticado hoje em dia. Há outro modelo mais clássico que se abandonou nessa altura e está agora a ser retoma-

do que é o dos quarteirões, é um modelo mais compacto, mais denso, com as pessoas mais próximas das outras. Depois quando se sai para fora, está tudo livre. É errado dizer que um está bem e outro está mal: ambos têm virtualidades, é uma questão de opção. Humanizar o espaço é que o torna interessante. A arquitectura não sobrevive sem as pessoas. Não adianta fazer as coisas se não houver lá gente. Os centros das cidades como Lisboa e Porto são lindíssimos, têm edifícios fantásticos e, no entanto, esvaziaram-se. Não são vividos. Que tipo de projectos prefere fazer? Não tenho preferências, gosto de fazer edifícios públicos, como gosto de fazer encomendas privadas. São todos interessantes, é muito difícil para um arquitecto dizer que gostou mais de fazer um edifício ou outro. Há sempre uma especificidade de cada projecto que nos leva a ter um entusiasmo pelo que estamos a fazer. Mas os processos são diferentes… Os projectos públicos normalmente trazem um programa muito bem elaborado, mas têm questões financeiras muito apertadas e é representado por várias pessoas que até podem mudar ao longo do desenvolvimento do projecto, por isso, às vezes, prolongam-se muito no tempo, despende-se muita energia num processo que podia ser feito em metade do tempo. Num projecto privado, as coisas são completamente diferentes. A partir da altura em que o cliente aprova o projecto, quer é andar para a frente. O que é que está a fazer actualmente? Actualmente, estamos a acompanhar várias obras, com projectos já concluídos, e a desenvolver outros projectos como uma escola para a câmara de Matosinhos, um edifício de habitação, moradias unifamiliares, um segundo edifício para os Móveis Viriato, que dá continuidade aquela frente urbana, e o museu Sidónio Pais, em Caminha.



ENGENHARIA

MODOS DE TRANSPORTE

OFERECER MAIS E MELHOR TEXTO DE CHANTAL FLORENTINO

/// A alta velocidade, o tram-train e carsharing foram alguns dos conceitos expostos no evento promovido pela Ordem dos Engenheiros que debateu o futuro do transporte de passageiros. Oferecer melhores serviços, maior rapidez, mais fiabilidade e melhor adequação à demanda são os denominadores comuns de todas estas soluções.

Eng. Gonçalves Henriques

N

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o dia 4 de Março, a Especialização em Transportes e Vias de Comunicação organizou, no auditório da sede da Ordem dos Engenheiros, o painel «Os Transportes de Passageiros no Futuro», cujo propósito foi “estimular a divulgação e o debate sobre os desenvolvimentos mais recentes e as perspectivas de evolução” existentes nesta área. Em representação da Rave – Rede Ferroviária de Alta Velocidade, Gonçalves Henriques iniciou a sua intervenção referindo que, em 2005, 27% do total das emissões de dióxido de carbono registadas na União Europeia (27) tiveram origem nos transportes, dos quais o rodoviário teve a maior contribuição (72%). Num país onde “90% do transporte é rodoviário” e onde “há uma predominância es-

Eng. Jorge Zuniga

Eng. António Proença

magadora do transporte individual”, a promoção de um meio de transporte ferroviário tem sofrido algumas dificuldades, verificando-se “uma certa relutância” por parte dos portugueses na adopção de outro meio de transporte.

Refira-se que os objectivos da Rede Ferroviária de Alta Velocidade em Portugal centram-se, de acordo com a Rave, na vontade de proporcionar um sistema de transportes moderno, sustentável e eficiente; de integrar Portugal no espaço ibérico e europeu; de fomentar um motor de desenvolvimento regional; de promover mais emprego, desenvolvimento económico e tecnológico; e de ser uma alavanca para a competitividade dos sistema portuário, aeroportuário e logístico.

Na opinião do responsável, esta resistência à mudança não tem razão de ser tendo em conta todas as vantagens do transporte ferroviário: redução dos tempos totais de viagem; elevada frequência; fiabilidade; acessibilidade; conforto e preço. Numa perspectiva mais geral, a concretização do projecto de Alta Velocidade trará para o país “uma estruturação da frente atlântica sudoeste da Europa, reforçando a conectividade interna e alargando a respectiva área de influência”.

TRAM-TRAIN ADEQUADO À REDE DO METRO DO PORTO A exposição realizada por Armando Sena, do Metro do Porto, incidiu sobretudo na aquisição à Bombardier Transportation/Vossolh-Kiepe de 30 veículos FLEXITY Swift. Este novo meio de


Eng. Armando Sena

transporte designa-se comummente por metro ligeiro ou tram-train, pois “os módulos extremos têm uma lógica de transporte urbano (tram), com maior ocupação de passageiros por metro quadrado e portas amplas de folha dupla, ao passo que o módulo intermédio oferece mais lugares sentados, numa base mais próxima do conceito suburbano (train) de curta/média distância”, como explica o site da empresa. Representando um investimento de 115 milhões de euros, estes novos veículos trarão um “significativo acréscimo de qualidade do serviço e importantes ganhos em matéria de tempos”. De acordo com Armando Sena, os Flexity Swift, com 37 metros de comprimento, têm uma velocidade máxima de 100 km/hora,

maior capacidade de aceleração e maior poder de frenagem que os Eurotram, presentemente a percorrer os carris da rede do Metro do Porto. O número de lugares de cada veículo também foi alargado, passando de 216 (Eurotram) para 251 (Flexity Swift).

num dos seis parques de estacionamento dentro da cidade de Lisboa. O cartão Lisboa Viva (entregue no momento da adesão) permitirá destrancar o carro e encontrar, no seu interior, as chaves e os documentos. Após a utilização, basta regressar ao ponto de origem.

Armando Sena crê que esta é a solução mais adequada para o Metro do Porto, dadas “as características das linhas a que se destina, ao tipo de serviço pretendido e à possibilidade de expansão da linha”.

No fundo, “trata-se de uma forma responsável de encarar a mobilidade numa era em que a eficiência energética e a sustentabilidade ganham peso dia após dia”, afirmou António Proença. E acrescentou: “é um conceito pioneiro em Portugal que pretende criar alternativas e induzir a utilização mais inteligente e mais eficiente do automóvel em meio urbano”.

Uma vez recebidas as 30 unidades Flexity Swift, o Metro do Porto contará com uma frota de 102 veículos.

António Proença, director-geral da Carristur, apresentou o mob carsharing como uma “solução de mobilidade urbana do futuro”.

Em termos ambientais, “estudos revelam que cada veículo a circular em sistema de carsharing permite substituir entre quatro a 10 viaturas particulares e, consequentemente, a redução da ocupação do espaço urbano, congestionamentos, poluição sonora, acidentes rodoviários, etc.”

Ao aderir a este serviço de aluguer de veículos automóveis à hora, o utilizador começa, em primeiro lugar, por efectuar a marcação de um dos veículos pelo tempo pretendido. Só depois, pode deslocar-se até ao carro que se encontra

Curiosamente, o carsharing também tem mudado o comportamento dos utilizadores, pois “tem servido como alavanca para recuperar clientes dos transportes públicos e colectivos”, concluiu o director-geral.

PARTILHA DE AUTOMÓVEIS

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ENGENHARIA ENTREVISTA


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DOSSIER COBERTURAS CERÂMICAS


DOSSIER

TRADIÇÃO QUE PERDURA TEXTO DE RAQUEL RIO

/// Apesar dos produtos alternativos que surgem todos os anos no mercado, as coberturas cerâmicas continuam a conquistar a preferências dos portugueses. O desempenho funcional, preço atractivo e estética agradável são algumas das características que tornam a telha um material de eleição.

Como elemento construtivo fundamental na protecção dos edifícios que são, os erros de concepção e execução das coberturas pagam-se caro, podendo causar patologias graves e obrigar a intervenções de vulto na construção. As telhas são muitas vezes responsabilizadas pelo deficiente funcionamento das coberturas, mas muitas das anomalias detectadas, revelam-se provenientes de soluções desajustadas, aplicações deficientes, escolhas erradas dos materiais.

mente as que resultam de falhas no projecto. Os defeitos em serviço englobam os defeitos de utilização, aqueles que se traduzem em alteração do estado da cobertura durante a sua vida útil, sem relação causal evidente com as fases de concepção e execução. As anomalias dos telhados de telha cerâmica podem ter várias consequências como: • Infiltrações (perda de estanquidade à água); • Arrancamento ou deslocamento de telhas sob acção do vento; • Deslizamento e queda; • Degradação do aspecto; • Degradação precoce do material; • Descasque ou fissura por acção do gelodegelo.

Os eventuais defeitos das coberturas estão associados normalmente a problemas de concepção, execução, serviço ou qualidade. Muitas vezes devem-se à conjugação entre estes factores.

A ausência ou insuficiência de projecto, a reduzida formação específica da mão-de-obra, a adopção de novos materiais complementares, desconhecendo-se o seu comportamento e princípios de utilização e a desadequação da geometria de algumas coberturas estão entre as causas principais destas anomalias.

Muitas das anomalias estão associadas às fases de concepção e de execução, nomeada-

Hoje em dia, a maior parte dos materiais utilizados estão abrangidos pela normalização

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A

s coberturas revestidas com telhas cerâmicas constituem um elemento tradicional na paisagem portuguesa, resultado de uma herança arquitectónica e construtiva, mas também do seu baixo custo, versatilidade, facilidade de manutenção e durabilidade.


DOSSIER

COBERTURAS CERÂMICAS

nacional e europeia e muitas das produções nacionais de telha estão já certificadas, mas, para que os sistemas de cobertura sejam eficazes, é preciso garantir a qualidade da concepção, dos materiais, da execução e da manutenção.

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Para o funcionamento da cobertura no seu conjunto as principais exigências funcionais são: • Estanquidade à água; • Susceptibilidade de condensações; • Comportamento sob acção do gelo; • Permeabilidade ao ar; • Isolamento Térmico; • Comportamento mecânico; • Comportamento sob acção do vento; • Estanquidade aos materiais em suspensão no ar; • Isolamento sonoro; • Exigências geométricas e de estabilidade dimensional; • Uniformidade de aspecto; • Reacção ao fogo; • Resistência aos agentes químicos; • Economia, durabilidade e facilidade de manutenção e reparação. No que diz respeito à contribuição da telha cerâmica para o desempenho da cobertura, os aspectos mais relevantes são a estanquidade à água e a estabilidade sob a acção do vento

e da gravidade ou de outras eventuais acções mecânicas.

os mais diversos formatos, geometrias, texturas e cor.

Uma boa ventilação da cobertura é também fundamental para garantir o seu bom funcionamento, o conforto térmico e a salubridade do espaço.

As telhas correspondem a requisitos rigorosos expressos em normas de especificação de características e respectivos métodos de ensaio, complementados com ensaios funcionais para avaliação de desempenho, aplicáveis ao conjunto das coberturas, para simulação de exposições a condições climáticas típicas das diferentes regiões da Europa (Norte, Centro e Sul).

TELHAS PARA TODOS OS GOSTOS As principais matérias-primas cerâmicas são o feldspato, potássio, sílica e a argila. Além destes quatro principais componentes, as cerâmicas podem apresentar aditivos para o incremento do seu processo de fabrico ou das suas propriedades finais. A argila torna-se muito plástica e fácil de moldar quando humedecida. No geral os materiais cerâmicos podem ser acabados de forma a possuírem uma elevada resistência mecânica, resistência ao desgaste, resistência a grandes amplitudes térmicas, facilidade de limpeza e manutenção, resistência a agentes químicos e resistência ao fogo. As telhas cerâmicas reúnem características essenciais para o bom funcionamento de uma cobertura como a protecção, conforto térmico, resistência, durabilidade, estanquidade, permitindo ao mesmo tempo uma integração harmoniosa no meio envolvente. O mercado nacional disponibiliza telhas com

A terminologia portuguesa sobre construção e consequentemente a terminologia sobre coberturas de telhado tem significados diferentes consoante as regiões do país. Para uma mesma zona de uma cobertura de telhado, por exemplo, existem designações diferentes, bem como diferentes designações para um mesmo acessório. Encontram-se no mercado numerosas variações de cor e de texturas dentro de um mesmo formato de telha, mas são normalmente classificadas em função da sua geometria em encaixes. No âmbito das telhas cerâmicas comercializadas em Portugal distinguem-se as: • Telha Lusa; • Telha Marselha; • Telha Canudo;


DOSSIER

As diferenças entre estes são principalmente estéticas e a forma como as telhas se ligam entre si. As telhas cerâmicas garantem excelente conforto térmico por terem baixo índice de condutividade térmica e alta reflectância ao sol. As telhas cerâmicas devem apresentar um bom conjunto de características no que respeita a resistência mecânica à flexão, durabilidade, impermeabilidade e conforto térmico. Para além destas qualidades é também necessário que sejam de fácil colocação em obra. A durabilidade das telhas apresenta-se também como da maior importância, já que estas vão estar expostas directamente às intempéries, sem qualquer tipo de protecção. Outra das propriedades fundamentais das telhas é a sua impermeabilidade. Mas é necessário ter em conta que a face inferior das telhas deve ser convenientemente ventilada, de forma a evitar condensações e a permitir a sua secagem. As telhas devem ainda ser aplicadas em vertentes com uma inclinação tal que permita contrariar a acção combinada do vento e da chuva, dependendo essa inclinação da altitude onde se localiza a construção e da exposição ao vento

O comportamento dos materiais escolhidos para a cobertura deve ser também avaliado a nível do isolamento térmico, tanto na perspectiva de conforto habitacional como numa perspectiva de poupança energética. PREVENIR ERROS A cobertura constitui a parte superior da construção que tem como função desviar e recolher as águas pluviais, bem como proteger a construção da incidência dos raios solares, de modo a propiciar conforto térmico adequado no interior da edificação No projecto da cobertura devem ser considerados a estrutura, inclinação e ventilação do telhado, bem como o tipo de telha. O telhado deve ser capaz de suportar todas as solicitações (peso próprio, acção de agentes atmosféricos – chuvas, ventos, geadas). Deve seguir a inclinação mínima e máxima para cada tipo de telha. Caso a inclinação seja insuficiente, fica prejudicado o escoamento das águas pluviais e facilitada a sua infiltração, a acumulação de limos, musgos e outros que interferem na eficácia de desempenho da cobertura. A inclinação excessiva causa a fixação ina-

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• Telha Romana; • Telha Plana.


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COBERTURAS CERÂMICAS

dequada das telhas, provocando o deslocamento e até a queda destas, pela acção de agentes diversos, principalmente ventos. Deve permitir perfeita ventilação para evitar a condensação na parte inferior da telha. As telhas “respiram” porque são constituídas por um material poroso que lhe permite absorver e rejeitar as condensações. A correcta aplicação das telhas deve considerar a sua ventilação ou arejamento, isto é, a maior ou menor facilidade com que se verifica a sua secagem depois de saturadas pela chuva ou por humidade ambiente. O ar deve circular por meios naturais no interior da cobertura – entra pelos beirais e sai pela cumeeira. Esta condição não pode ser esquecida, pois é um dos principais causadores de anomalias nas coberturas. De modo a assegurar a maior durabilidade das telhas e evitar condensações, é muito importante prever condições de ventilação de

modo a garantir um bom comportamento termohigrométrico do corpo cerâmico. Este arejamento pretende facilitar o processo de evaporação tanto dá água da chuva que seja absorvida pela peça, bem como eventuais condensações que se formem na sua superfície interior. Por outro lado, permite uma adaptação mais gradual do corpo cerâmico à diferença de temperaturas entre o interior e o exterior da cobertura. Assim, deve ser facultada à sua face interior uma ventilação adequada.

deve ser definido com base em vários factores

A ventilação também é responsável pela circulação de ar na face inferior das telhas, evitando eflorescências.

O projecto de execução das coberturas comuns realizadas a partir de telhas cerâmicas deve ter em conta: o tipo de telha; a localização da construção, com reflexos na precipitação atmosférica incidente, exposição ao vento e temperatura; a forma e inclinação da cobertura; e o tipo de suporte.

As telhas serão responsáveis pela vedação, impermeabilização, estanquidade e climatização da edificação, além da estética da fachada. A execução deverá ser perfeita para garantir a funcionalidade do telhado. O tipo de telha influencia a estrutura e inclinação do telhado e

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SOLAR TILES O Solar Tiles – Desenvolvimento de Sistemas Solares Fotovoltaicos em Coberturas e Revestimentos Cerâmicos – é um projecto inovador a nível mundial que implica um investimento de 1,7 milhões de euros e está a ser desenvolvido por um consórcio de nove entidades. O consórcio é constituído por: Revigrés (promotor) e Dominó, empresas de revestimentos cerâmicos; Coelho da Silva, empresa de coberturas cerâmicas; De Viris, Natura e Ambiente, empresa que desenvolve e implementa soluções integradas de sustentabilidade ao nível dos recursos água e energia; Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV), Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), Centro de Física da Universidade do Minho (CFUM), Centro de Investigação em Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (CENIMAT) e a Agência para a Energia (ADENE). O projecto foi lançado em Julho do ano passado e o objectivo é idêntico ao dos tradicionais painéis solares, ou seja, aproveitar a energia solar para produção de electricidade. A energia solar é captada e armazenada através de um filme depositado nos revestimentos cerâmicos e transformada posteriormente em energia eléctrica, com base numa tecnologia extremamente sofisticada. A equipa vai desenvolver protótipos de produtos cerâmicos fotovoltaicos integrados, de elevada eficiência, para o revestimento de edifícios (telhas e revestimentos exteriores de fachada) que incorporem filmes finos fotovoltaicos (da última geração). Pretende-se que os protótipos a desenvolver se caracterizem por uma elevada qualidade estética e desempenho técnico. De acordo com os promotores, “o desenvolvimento deste novo tipo de produtos cerâmicos multifuncionais, previsto para o período de dois anos, permitirá validar a tecnologia e os processos de produção para rapidamente serem produzidos e colocados no mercado mundial”.

A estrutura de uma cobertura deverá prever todos os esforços que deverão ser suportados: peso próprio da cobertura, acção de agentes atmosféricos verticais (chuva sem vento), inclinados (chuvas com/ou ventos) e horizontais (ventos). A estrutura da cobertura deve ser projectada de modo a suportar e transferir todos os esforços para a estrutura da edificação (pilares, vigas e/ou paredes).

As coberturas e os seus suportes deverão ser projectados e executados em conformidade com a regulamentação e recomendações aplicáveis, nomeadamente nos seguintes domínios: • Segurança estrutural; • Segurança ao fogo; • Comportamento termohigrométrico; • Comportamento acústico; • Drenagem de águas residuais pluviais. É necessário criar uma estrutura que faça a transição entre as ripas de apoio da telha e as paredes resistentes ou vigas do edifício. Esta transição é conseguida, tradicionalmente, por um sistema de grelhas ortogonais sucessivas, em que o espaçamento e a resistência das peças lineares que a constituem diminui à medida que se sobe de nível. Nos níveis inferiores adoptam-se peças com grande vão, bastante afastadas e com grande rigidez e resistência e, nos superiores, peças com pequeno vão, pouco afastadas e com resistência e rigidez reduzidas. Os suportes das coberturas – ripado – são os elementos construtivos em contacto directo com as telhas, que lhes servem de apoio, asseguram o seu posicionamento e transmitem à estrutura as acções sobre elas exercidas. O espaçamento do ripado corresponde à distância entre as ripas, ou seja ao o comprimento livre de uma telha quando vista pelo interior da cobertura. As madeiras maciças a aplicar devem estar convenientemente secas. Não devem apresen-


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Os perfis metálicos para apoio da telha devem ter uma altura mínima de 20 mm. No caso de emprego de cantoneiras as dimensões mínimas são de 30x30x3 mm. Antes da colocação em obra os perfilados deverão receber um primário de protecção contra a corrosão. As exigências funcionais das coberturas obrigam, para além de uma concepção adequada, um correcto assentamento, encaixe e mesmo fixação das telhas quando necessário. Os pontos singulares das coberturas deverão ser objecto de particular atenção, quer por se tratarem dos locais mais severamente solicitados pela acção do vento e chuva, quer

porque são os pontos onde são necessários remates e peças singulares resultando daí maior susceptibilidade à qualidade construtiva. Como regra elementar para obtenção de um correcto alinhamento das fiadas de telhas para além da execução do ripado respeitando com rigor os valores de projecto – deve-se prever o início da colocação das telhas paralelamente ao beirado ou beiral e, caso não seja possível manter o paralelismo até à linha da cumeeira, executar aí os corte imprescindíveis – corte mecânico e não manual, de preferência – rematados tão uniformemente quanto possível com os adequados acessórios cerâmicos, em especial com os remates e telhões de cumeeira. De modo a garantir que o telhado cumpra eficazmente a sua função, é importante que se assegure uma manutenção regular da cobertura. Na realidade, ao longo do tempo, é possível que surjam algumas telhas que desenvolvam fissuras, fendas ou fracturas, por muito boas características mecânicas que apresentem. Tal

facto deve-se frequentemente à necessidade de circular sobre o telhado para se proceder à instalação de equipamentos ou outras reparações, movimentação de cargas, queda de granizo, etc. Por outro lado, a acumulação de microorganismos, musgos, plantas e outros detritos, nas telhas e caleiras de escoamento, podem dificultar a drenagem da água das chuvas e secagem do telhado. Estes problemas são, mais tarde ou mais cedo, fonte de infiltrações, pelo que se aconselham inspecção com regularidade trienal. A manutenção normal de coberturas em telha cerâmica implica aspectos como a retirada de musgos, vegetação e resíduo que possam obstar ao bom funcionamento da cobertura; desobstrução e limpeza regulares do sistema de evacuação de águas pluviais; conservação dos remates e peças singulares; conservação dos suportes da cobertura; e desobstrução dos pontos de ventilação.

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tar defeitos susceptíveis de lhe reduzir significativamente a resistência, nomeadamente alterações biológicas, defeitos localizados como nós, bolsas de resina, ou outros, que isoladamente ou agrupados numa mesma secção reduzam em mais de um quarto a secção considerada.


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COBERTURAS CERÂMICAS

TELHA CERÂMICA COM BOM DESEMPENHO TEXTO DE RAQUEL RIO

/// O vice-presidente executivo da Apicer (Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica) analisa o mau momento que o sector atravessa, arrastado pela crise da construção, mas realça a importância crescente dos mercados internacionais para a telha cerâmica. José Sequeira lança ainda algumas pistas para contornar as dificuldades.

O

subsector da cerâmica para construção partilha os problemas porque passam os outros subsectores da cerâmica e até da indústria em geral, só que as dificuldades vêm-se acentuando nos últimos anos em resultado da própria quebra da construção civil, observou o responsável da Associação.

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“Não se trata por isso de um problema novo surgido em 2007 ou 2008, antes se vem acentuando desde 2002. É certo que existem problemas subsectoriais específicos que têm a ver sobretudo com a necessidade de mudanças estruturais, que passarão eventualmente pelo redimensionamento das empresas. No entanto, e apesar dos constrangimentos existentes para os quais temos vindo a procurar as soluções adequadas, a retracção do mercado tem seguramente a maior quota de responsabilidade nesta situação. Tendo por base os dados relativos ao ano de 2007, a produção de cerâmica estrutural (telhas, tijolos e abobadilhas), é obtida em 147

empresas, localizadas em todo o País mas com especial incidência nos distritos de Aveiro, Leiria e Lisboa, que empregam 3.504 trabalhadores e são responsáveis por um volume de negócios que ascende a 200 milhões de euros. Entre os anos de 2003 e 2007 encerraram 24 empresas, o emprego diminuiu de 4.953 para 3.504 trabalhadores e o volume de negócios baixou cerca de 30 milhões de euros. Por sua vez, e no que respeita ao sector da construção, de acordo com os dados do INE, a produção na construção e obras públicas atingiu o pico máximo no ano de 2001 e, desde então tem vindo a decrescer de forma muito significativa. Com efeito, nos últimos sete anos a produção total caiu, em termos reais, 28,3%, o mesmo se verificando na componente de construção de edifícios, com uma queda de 31,4 %. O elevado dinamismo do mercado da construção residencial até ao ano de 2002 induziu fortes investimentos ao nível do aumento da capacidade produtiva das empresas produto-

ras de materiais cerâmicos para construção, que se encontra agora fortemente desajustada face à actual procura do mercado. Em 2002 foram concluídos cerca de 130 000 fogos e em 2007 apenas 67 000, o que representa uma queda próxima dos 50%. Entre 2001 e 2007 o número total de edifícios licenciados diminuiu 28%, enquanto que, no mesmo período, o licenciamento de construção nova para habitação familiar recuou 35%. A tendência registada até ao ano de 2007 acentuou-se durante o ano de 2008. No 3.º trimestre de 2008, o número de edifícios licenciados diminuiu 3,12%, quando comparado com o trimestre anterior. Neste período foram licenciados cerca de 11 mil edifícios, o que corresponde a uma variação média anual de -8,9%. Por sua vez, o número total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar registou uma variação anual de -6,8%.



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COBERTURAS CERÂMICAS

Por outro lado, o número total de edifícios concluídos no 3.º trimestre de 2008 aponta para uma quebra de 17,23% face ao trimestre anterior. Neste período foram concluídos cerca de 6,7 mil edifícios, correspondendo a uma variação média anual de -16,1%. Também os edifícios concluídos em construções novas para habitação apresentaram uma variação anual negativa de 13,84%”. José Sequeira salienta também que o ano de 2008 ficou marcado pela inversão da tendência de crescimento das exportações nacionais, no contexto de uma crise sem precedentes nos mercados financeiros internacionais e por um forte abrandamento da actividade económica à escala global, dando início a um período de recessão profunda e generalizada nas economias mais desenvolvidas e a um baixo crescimento nas economias emergentes.

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Os principais mercados de destino dos produtos cerâmicos – nomeadamente a Espanha – condicionaram fortemente a evolução das nossas exportações de tijolos que, no período Janeiro-Setembro de 2008 registaram uma variação em valor de –42,8% face ao período homólogo do ano anterior. Ainda assim, no que respeita às telhas cerâmicas, a importância relativa dos mercados internacionais tem aumentado de forma muito significativa. “Para além do mercado espanhol, que absorve mais de 52% do valor total das nossas exportações, há que realçar a diversificação dos mercados de destino pelos 4 principais continentes. Com efeito, em 2007 verificou-se a exportação de telhas cerâmicas para 41 países: 8 países da Europa (59,42% do valor total), 7 países

do continente americano (3,34% do valor total), 7 países da Ásia (9,76% do valor total) e 19 países de África (que absorveram 27,48% do valor total das nossas exportações).Também neste caso as nossas importações de telhas cerâmicas têm vindo a registar diminuições sucessivas. Há que realçar, também no caso das telhas cerâmicas, a importância dos mercados africanos no contexto das nossas exportações e, particularmente, Angola, onde o crescimento face ao ano anterior ultrapassou os 37%. De destacar também o valor das exportações para o Líbano, que registaram um aumento de 36% em relação ao ano transacto. Não obstante a redução generalizada nas nossas exportações de produtos cerâmicos em 2008, no período Janeiro-Setembro de 2008 as exportações de telha cerâmica aumentaram, em valor, 11,6% face ao período homólogo anterior. Para ultrapassar os problemas resultantes desta conjuntura desfavorável, o vice-presidente executivo da Apicer sugere algumas soluções: 1. Criação de Programas de requalificação urbana, bem como de programas de apoio à reconstrução e renovação de edifícios; 2 . Utilização na construção, de materiais que pelas suas características se adequem melhor às exigências de isolamento térmico e acústico; 3. Reestruturação do subsector, tendo em conta nomeadamente a eventual necessidade do redimensionamento das empresas que o constituem; 4. Apoio a programas de suspensão temporária da actividade das empresas,

preenchendo esses espaços com programas de formação e qualificação adequados. 5. Normalizar o sistema de crédito à habitação, tornando razoáveis as avaliações e a disponibilidade de crédito. Em termos de evolução técnica e tecnológica desta indústria a apreciação é muito positiva: “As coberturas cerâmicas têm tido uma evolução técnica e tecnológica muito significativas, seguramente ao nível do que melhor se produz na Europa. Daí também o aumento das exportações de telhas acima evidenciado. Estão sujeitas aos mais rigorosos testes quer de resistência e segurança, quer de estanquidade, sendo objectivamente reconhecida a sua durabilidade. A cobertura cerâmica permite ainda que a construção “respire” isto é, que a circulação do ar se faça normalmente, melhorando o sistema de ventilação da construção. As telhas constituem hoje um produto cuja nobreza se salienta, podendo claramente falar-se de inovação no que respeita às poupanças energéticas conseguidas com as coberturas cerâmicas. Trata-se de produtos sustentáveis, que assim contribuem para a sustentabilidade da própria construção”. Mas é preciso não esquecer que para conseguir os melhores resultados, é fundamental cuidar da sua correcta aplicação.


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PATOLOGIAS

RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS

ESTUQUES ANTIGOS /// O presente artigo sintetiza algumas recomendações fundamentais no âmbito da patologia e restauro de estuques antigos. Num primeiro momento faz-se uma resenha daquilo que são as teorias fundamentais que enquadram a reabilitação de trabalhos com algum valor histórico. Já num segundo momento, descrevem-se as patologias associadas aos revestimentos à base de estuque e descreve-se que forma se pode avaliar a composição do revestimento a reabilitar, condição indispensável para uma correcta execução dos trabalhos de restauração. F. Pacheco Torgal

Engenheiro Civil - Investigador do C-TAC (Sustainable Construction Group), Universidade do Minho

Said Jalali

Engenheiro Civil - Professor Associado com Agregação na Universidade do Minho

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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA RESTAURAÇÃO Muito embora nos casos específicos dos edifícios que constituem o património edificado classificado a vertente cultural se torne preponderante e condicionante das acções de preservação, entendemos que mesmo as acções levadas a cabo em edifícios que caiem fora desta classificação devem ter sempre presente esta vertente, porquanto deve sempre que possível tentar-se incutir no cidadão comum que o primado da preservação/reabilitação, deve impor-se sempre que possível à substituição integral por novos elementos. Por um lado pela sustentabilidade que subjaz a uma tal opção de poupança de recursos e por outro pela memória que constitui também um valor a preservar [1]. As acções com vista à preservação de edifícios foram durante os dois últimos séculos, pautadas por juízos de valor bastantes distintos entre si. Enquanto que a escola francesa, teorizada por Eugene Emmanuel Violet-le–Duc (1814-1879), que defendia o “gosto pelo aspecto novo”, caracterizado por operações de restauração radicais e descaracterizadoras. No extremo oposto situa-se a linha iniciada por John Ruskin (1819-1900) e continuada por Camille Boito (1836-1914) e Cesare Brandi (1906-1988), que incorpora o espírito da escola italiana, assente no primado da autenticidade e na preservação das técnicas e materiais originais [2]. Existem ainda dois outros elementos fundamentais que importa ter presente para se poder compreender o espírito de uma cor-

recta acção de preservação e que são respectivamente a (1931) e a Carta de Veneza (1964). A Carta de Atenas constitui um documento que libertando-se das amarras personalizadas das linhas teóricas de restauração, contribui para institucionalizar a nível internacional a necessidade de preservação do património edificado de cada país, contribuindo para o efeito com um conjunto elementar de recomendações que primam pela necessidade de operações de restauração mínimas e por conceitos como o da reversibilidade das intervenções. Já a Carta de Veneza, estruturada em 16 artigos constitui uma consolidação e aprofundamento dos princípios da conservação, já não considerando o cimento portland como um material preferencial em termos de reabilitação, como o fizera a Carta de Atenas, mas antes aceitando materiais e técnicas modernas cuja eficácia esteja cientificamente comprovada [3].

Razões estas que se conjugam com o mau comportamento do gesso na presença de água e que explicam a deterioração deste material. A utilização de pinturas impermeáveis contribui também para o aparecimento de manchas e em último caso para a desagregação dos revestimentos de estuque, porquanto anulam a permeabilidade das paredes não permitindo a saída de humidade do interior do edifício, e estando também na origem do aparecimento de criptoeflorescências. Embora menos frequentes, os casos relacionados com a utilização de argamassas à base de cimento portland em acções de reparação deste tipo de revestimentos, inserem-se também no domínio da patologia dos revestimentos de estuques, porquanto ao fim de pouco tempo manifestam sinais de perda de aderência por formação de taumasite [5]. Além de contribuírem com a introdução de sais solúveis para o aparecimen-

PATOLOGIAS DE REVESTIMENTOS EM ESTUQUE As patologias mais graves associadas aos revestimentos de estuque estão associadas a problemas de humidades e ou infiltrações de água, que decorrem quer da existência de fugas em canalizações de água, de telhados deteriorados (Figura 1), com ou sem apodrecimento das estruturas de suporte em madeira, ou da presença de humidade quer por condensação, quer devido à sua presença no interior das paredes de alvenaria por ascensão capilar.

Figura 1: Degradação de revestimentos em estuque devido a deterioração da estrutura da cobertura [4]


PATOLOGIAS

qual estão aplicados os revestimentos de estuque (Figura 4). COMPOSIÇÃO DOS ESTUQUES A RESTAURAR Qualquer trabalho de restauração de estuques antigos deve ser precedido de uma inspecção dos materiais a restaurar, já que na verdade são inúmeros os casos de revestimentos em estuque que foram feitos com cal e não com gesso. Para além do que, um revestimento em estuque antigo, não é constituído somente por estuque, mas por várias camadas (Figura 5), reboco e esboço, precedentes à base de cal [8].

Figura 3: Revestimento de estuque com fissuras de origem estrutural

to posterior de eflorescencias, com o consequente “apodrecimento” do estuque, como é evidente na Figura 2.

gura 3), com deformações dos pavimentos, que por sua vez afectam o comportamento das paredes que suportam.

As eflorescencias são de facto um dos mais graves tipos de patologias associados a todos os revestimentos de edifícios antigos, sendo que a solução deste problema dificilmente passará pela utilização de prorutos “milagrosos” disponíveis comercialmente [6,7]. Menos graves, mas não menos frequentes surgem as patologias associadas à fendilhação dos revestimentos de estuque e que estão associadas quer a problemas de ordem estrutural do edifício (Fi-

Um outro tipo de patologia corrente em estuques antigos, prende-se com a queda de troços de peças decorativas de gesso. Esta ocorrência é originada pela perda de aderência entre a peça decorativa e o estuque que tem como primeira causa a perda de propriedades mecânicas devido à presença de humidade ou por envelhecimento dos materiais e que é agravada pelos movimentos de contracção e expansão do fasquiado de madeira, sobre o

Após a identificação da composição da argamassa de revestimento original, bem assim como das suas propriedades mecânicas e físicas, torna-se necessário projectar as características da argamassa de restauro e proceder à análise da compatibilidade entre as duas. TRABALHOS DE RESTAURAÇÃO Os trabalhos de restauração de estuques antigos implicam na maior parte dos casos a reabilitação estrutural de elementos do edifício, cuja desagregação e perda de resistência esteve na origem da patologia destes revestimentos. Nalguns casos em que a entrada de humidade propiciou o desenvolvimento de algas e musgos, torna-se necessário antes de tudo o mais proceder à sua remoção [4]. Recuperada a integridade estrutural dos tectos, seja com recurso a FRP (fiber reinforced polymers) aplicado

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Figura 2: Revestimento de estuque degradado por eflorescências

Para lá daquilo que pode ser o valor histórico implícito na utilização de técnicas e materiais originais, surge a questão não dispicienda da compatibilidade entre os materiais de restauração e os materiais a restaurar. Na verdade materiais com diferentes comportamentos mecânicos e físico-químicos, levarão mais tarde ou mais cedo a situações de mau desempenho. Como se compreende, materiais com diferentes permeabilidades, diferentes módulos de elasticidade, diferentes níveis de aderência, ou diferentes níveis de absorção de água ou mesmo com ou sem fibras vegetais ou animais, dificilmente poderão constituir-se como uma boa solução de reabilitação, porquanto viram mais tarde ou mais cedo a estar na origem do aparecimento de patologias. Sobre a questão da caracterização de argamassas antigas, o LNEC [9] recomenda uma estruturação de procedimentos que é apresentada na Figura 6.


PATOLOGIAS

RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS

Figura 5: Revestimento de estuques antigos.

Figura 7: Revestimento do fasquiado com argamassa [8] Figura 4: Queda de troços de peça decorativa em gesso

Bibliografia: [1] TORGAL, F. PACHECO; JALALI, SAID (2008) O gesso na construção civil. ISBN 978-989-95961-3-9 Edição TecMinho, Guimarães, Portugal. [2] HENRIQUES, F. (2003) A conservação do património: Teoria e prática. 3º Encore, LNEC. [3] HENRIQUES, F. (2003) The concept of acceptable technology in architectural conservation. ITAM-ARCCHIP-ARIADNE Workshop 12, República Checa. [4] COTRIM, H.; VEIGA, M.R.; BRITO, J. (2008) Freixo palace: Rehabilitation of decorative gipsum plasters. Construction and Building Materials Vol. 22, pp. 41-49 [5] CORINALDESI, V.; MORICONI, G.; TITTARELLI, F. (2003) Thaumasite: evidence for incorrect intervention in masonry restoration. Cement & Concrete Composites Vol.25, pp. 1157-1160

Figura 9: Colocação de ornamento em estuque [8]

[6] LUBELLI, B.; HEES, R.; GROOT, C. (2006) Sodium chloride crystallization in a “salt transporting” restoration plaster. Cement and Concrete Research Vol. 36, pp. 1467-1474 [7] LUBELLI, B.; HEES, R.; GROOT, C. (2006a) Investigation on the behaviour of a restoration plaster applied on heavy salt loaded masonry. Construction and Building Materials Vol. 20, pp. 691-699 [8] SILVEIRA, P.M.; VEIGA, M.R.; BRITO, J. (2007) Gypsum coatings in ancient buildings. Construction and Bulding Materials Vol. 21, pp.126-131 [9] VEIGA, M.; AGUIAR, J.; SILVA, A.; CARVALHO, F.(2004) Conservação e renovação de revestimentos de edifícios antigos. LNEC. [10] MACCLEAN, D. (2004) Conservação de estuque decorativo: Um ponto de vista irlandês. Tradução por António Borja Araújo, Engº Civil IST. Site Prorestauro

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Figura 6: Metodologia de caracterização de argamassas antigas seguida no LNEC [9]

no extra-dorso ou reforçando os barrotes em madeira, que se segue a reaplicação do fasquiado em madeira. Também os revestimentos levados a cabo em operações de restauro anteriores, com recurso a argamassas contendo cimento portland ou que não foram objecto de estudo prévio devem ser removidos. O mesmo deve ser feito relativamente ás pinturas que tenham sido aplicadas sem que na escolha das mesmas tivessem sido acautelados princípios de compatibilidade e permeabilidade. A remoção da tinta deve ser feita por raspagem com escovas para não danificar o estuque, contudo caso a operação mecânica não seja suficiente pode ser analisada a possibilidade de se usar um decapante químico. Os decapantes tradicionais de base alcalina ou cáustica utilizados na lim-

peza de tintas são completamente desaconselhados para o efeito, porquanto introduzem sais nocivos e deixam a superfície do estuque muito picada. Alguns autores referem que o uso de um decapante de cloreto de metileno à base de solventes aditivado com cera faz com que a tinta expanda e possa ser removida mecanicamente [10]. Nas troços de paredes e tectos onde houve necessidade de refazer a estrutura suporte de madeira, após a colocação do fasquiado, procede-se ao seu revestimento com reboco, uma argamassa de cal e gesso que é apertada à mão e em direcção perpendicular ao fasquiado (Figura 7). No que respeita aos elementos decorativos degradados, a sua restauração está dependen-

te do seu tipo. Enquanto que as molduras são corridas no tecto, usando um perfil adequado e feito a partir do perfil das molduras originais, já os centros de tecto, os medalhões e outros elementos decorativos não corridos, são na sua grande maioria, executados em oficina e colados posteriormente com gesso cola. Na Figura 9, é visível a execução de acertos numa peça decorativa de gesso, após a sua colagem. A execução de peças decorativas em estuque, é um trabalho que requer mão-de-obra bastante especializada porquanto se trata de um trabalho muito minucioso, no sentido de se tentar reproduzir integralmente não só as formas da peça original como também por vezes a sua pigmentação à data da execução dos trabalhos de restauração.



MADEIRA

PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS DESCEM

MÁQUINAS PARA TRABALHAR MADEIRA ABRANDAM TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// Após anos de crescimento contínuo, a economia mundial está a enfrentar um abrandamento. Dentro desta tendência, a indústria mundial da madeira não é excepção. Os preços de energia e matérias-primas como madeira e colas desceram e reduziram a pressão sobre a indústria de máquinas e ferramentas para trabalhar madeira

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para diminuir os custos, mas, a médio prazo, perspectiva-se um agravamento nos mercados das matérias-primas.


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MADEIRA


MADEIRA

PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS DESCEM

P

erspectiva-se que, logo que houver um sinal de retoma, os custos das matérias-primas voltarão a subir. Assim, as empresas que investirem agora numa tecnologia eficiente de produção terão uma vantagem competitiva na próxima fase de recuperação económica. É precisamente em termos de conjuntura difícil que os investimentos anti-cíclicos são uma medida para sair da crise e para manter-se em mercados turbulentos. Com os investimentos em tecnologia, as empresas visam apostar no crescimento de produtividade, nas economias de energia e no aumento de eficiência na utilização da matéria-prima.

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Neste segmento, a Alemanha tem uma quota do comércio mundial de 29%, situando-se no primeiro lugar do ranking. De acordo com dados da VDMA, a associação alemã de fabricantes de maquinaria e equipamentos, durante os primeiros dez meses de 2008, as exportações dos fabricantes alemães de máquinas para trabalhar madeira para a Espanha caíram 34,2% para um valor de 51 milhões de euros. Pelo contrário, as exportações para Portugal cresceram 8,3% para um valor de 15 milhões de euros. Mas, também aqui está a avizinhar-se um arrefecimento. Com a

crise financeira a nível mundial, e com as derrapagens nos mercados imobiliários, a associação perspectiva que a procura por máquinas para trabalhar madeira não venha a recuperar nos próximos meses. Mesmo assim, a Península Ibérica é um dos mercados mais importantes para os fabricantes alemães.

Estes dois últimos indicadores estão abaixo da média do conjunto da indústria transformadora. No que respeita ao volume de negócios e ao VAB representam 0,7% do total da indústria transformadora. O número de empresas corresponde a 1,2% do total da indústria transformadora e o pessoal ao serviço a 1%.

Segundo a VDMA, os fabricantes alemães de máquinas para trabalhar madeira são líderes do mercado mundial, tanto em termos de tecnologia como de vendas. “Em 2007, 21 800 trabalhadores em 210 empresas produziram máquinas e ferramentas para trabalhar madeira no valor total de 4,3 mil milhões de euros.

Analisando a evolução registada entre 1996 a 2004, constata-se ter existido um recuo no número de empresas (27%) e no pessoal ao serviço (38,9%), verificando-se reduções menos acentuadas no VAB (6%).

VOLUME DE NEGÓCIOS A CRESCER A nível nacional, os dados mais recentes, relativos a 2004, revelam que a CAE 201 (serração, aplainamento e impregnação de madeira) reúne 992 empresas, responsáveis por 8 943 postos de trabalho. Predominam as empresas de reduzida dimensão, empregando cada uma, em média, nove trabalhadores. O volume de negócios situa-se em 533 milhões de euros e o VAB em 124,9 milhões de euros. A produtividade é de 13,96 mil euros e os custos médios com o pessoal rondam os 9,6 mil euros.

Por seu turno, o tecido empresarial da CAE 202 (fabricação de folheados, contraplacados, painéis lamelados, de partículas, de fibras e de outros painéis) era constituído, em 2004, por 36 unidades de produção e por 2 535 postos de trabalho. Cada empresa empregava, em média, 70 trabalhadores. Segundo dados de 2004, o volume de negócios estabeleceu-se em 463,3 milhões de euros, o que representou um aumento significativo em relação ao ano anterior (24,8%) e o VAB totalizou 103,5 milhões de euros (evidenciando uma taxa de crescimento de 27,9% face ao ano de 2003). A produtividade situou-se nesse ano em 40,8 mil euros e os custos médios com o pessoal em 18,2 mil euros.


MADEIRA

SECTOR FLORESTAL REPRESENTA 10% DAS EXPORTAÇÕES O sector florestal português é visto como uma riqueza estratégica, cuja necessidade de preservação e de desenvolvimento acolhe unanimidade nacional. A nível ambiental, a contribuição do sector florestal é decisiva para a conservação da natureza e para o equilíbrio do ambiente, nomeadamente em termos de promoção da bio-diversidade, de defesa contra a erosão, de correcção dos regimes hídricos e da qualidade do ar e da água.

O sector florestal assume também uma importância significativa numa perspectiva económica e social, gerando no seu conjunto aproximadamente 3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da economia e representando cerca de 10% das exportações nacionais. De acordo com o documento “Estratégia Nacional para as Florestas”, de 2006, a floresta portuguesa tem características de um sector competitivo, tanto no mercado interno como externo, e uma flexibilidade que lhe tem permitido ajustar-se a choques externos. A floresta é ainda um suporte importante para a criação de emprego e apresenta uma diversificação de actividades, algumas das quais assumem uma importância significativa em regiões economicamente desfavorecidas. As raízes do sector são economicamente profundas em Portugal, ou não estivéssemos a falar da utilização do único recurso natural renovável do país. Da floresta depende 12% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial nacional e cerca de 10% do total das exportações. E os seus veios geram aproximadamente 12% do emprego da indústria nacional. De acordo com a caracterização estatística da Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), só nos quatro

subsectores fundamentais da fileira (mobiliário, carpintaria, serração e painéis) serão cerca de 54 500 os trabalhadores no activo. O potencial da fileira é grande: 3,1 milhões de hectares de área com aptidão florestal, 84% da qual propriedade privada. Segundo a AIMMP, os actuais padrões de produtividade da floresta de pinheiro-bravo, por exemplo, não são suficientes para garantir a sustentabilidade do crescimento da indústria. É, pois, importante tomar medidas para aumentar a produtividade da floresta e promover a inversão da tendência de diminuição e o aumento da produtividade, produção e qualidade da madeira de pinho, através da mobilização dos agentes do sector para a divulgação das boas práticas de gestão florestal sustentável, a gestão profissional e o melhoramento do pinheiro bravo. ESCALADA DO PETRÓLEO ABRE OPORTUNIDADES A fileira parece, entretanto, ter sabido responder a uma conjuntura económica desfavorável. Em 2006, as exportações aumentaram fortemente, na sequência de ganhos de quota de mercado em países fora da União Europeia

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De 1996 a 2004, verificou-se uma quebra acentuada no número de empresas (variação acumulada de -35,7%), acompanhada por uma redução, mais suave, no pessoal ao serviço (11,5%). Pelo contrário, o volume de negócios apresentou um acréscimo significativo ao longo do período considerado, sendo de destacar a evolução registada no último ano de informação disponível (24,8%). Também o VAB registou um crescimento assinalável em 2004: 27,9%. O acréscimo significativo do VAB conjugado com uma ligeira redução do pessoal ao serviço, em 2004, conduziu a um acréscimo assinalável da produtividade (28,5%), muito acima da variação registada nos custos médios com o pessoal (8,5%).


MADEIRA

PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS DESCEM

(UE), ao passo que as importações registaram um crescimento mais moderado do que era habitual. O “Estudo Estratégico das Indústrias de Madeira e Mobiliário” (de 2007) corrobora a leitura da AIMMP e afirma que o sector tem revelado grande capacidade de adaptação às solicitações do mercado. A análise conclui que, nos últimos anos, “o elevado desenvolvimento tecnológico e a flexibilidade na produção permitiram desenvolver uma notável capacidade de apresentar novos produtos e estilos, a par de uma grande diversidade”. Terá sido este contexto a dar uma ajuda importante à balança comercial da fabricação de mobiliário de madeira (645 milhões de euros de produção total, segundo o “ProdCom 2006”, do Eurostat): 2006 foi o ano em que as exportações suplantaram as importações, o que não acontecia já há algum tempo. A indústria do mobiliário é, sublinha-se no “Estudo Estratégico das Indústrias da Madeira e Mobiliário”, dos subsectores tradicionais da indústria portuguesa, aquele que, nos últimos anos, mais cresceu nos mercados internacionais e que conheceu uma evolução mais significativa no desenvolvimento de produtos, estratégias de marketing e evolução na cadeia de valor. O comércio externo do sector florestal português tem o seu futuro mais imediato depen-

dente das respostas que as indústrias e os proprietários darão aos três grandes desafios da actualidade, influenciados pelas mais recentes tendências internacionais: o crescimento – em muitas regiões do mundo – do consumo de madeira enquanto fonte energética (motivado pela escalada do preço do petróleo e pela busca política e tecnológica de energias renováveis); os últimos desenvolvimentos ao nível da procura de produtos certificados; e, por fim, a dinâmica que os mercados emergentes (como a China) estão a imprimir ao mercado global. Aliás, a estes deve ser somada uma outra oportunidade, que decorre de uma subida no consumo de painéis de madeira na Europa, devido à sua elevada (e gradual) utilização pelos segmentos da construção, mobiliário, molduras e soalhos. Estas são algumas das marcas que o mercado evidencia e que o Gabinete de Estudos (GE) da Associação Empresarial de Portugal (AEP) compila e sintetiza num trabalho de análise ao sector florestal, elaborado sob a égide da FIMAP – 15ª Feira Internacional de Máquinas para Trabalhar Madeira e do Ferrália – 10º Salão de Acessórios e Equipamento Auxiliar para a Indústria da Madeira. “O aproveitamento de biomassa florestal para a produção de energia afigura-se como uma actividade promissora para promover a redução do material combustível, principalmente no contexto dos custos actuais do petróleo”, pode ler-se no trabalho do GE da AEP, que corrobora

os indicadores da Direcção Geral dos Recursos Florestais que denotam o “forte crescimento” do consumo de madeira serrada e o “estímulo” desta enquanto energia alternativa aos combustíveis cada vez mais caros. “As pelletes (madeira processada para energia) têm registado um forte crescimento, assistindo-se a um desenvolvimento do comércio internacional da bioenergia”, precisa-se no estudo. O documento da AEP recorda uma das grandes conclusões da “Estratégia Nacional para as Florestas” (2006): a floresta portuguesa “tem características de um sector competitivo, tanto no mercado interno como externo, e uma flexibilidade que lhe tem permitido ajustar-se a choques” vindos de fora. A floresta, sublinha-se, “tem sido a base de um sector da economia que gera 113 mil empregos directos, ou seja, 2% da população activa. Este número tem-se mantido mais ou menos constante durante as últimas duas décadas, o que, com o nível de produção que se tem verificado, sugere um crescimento na produtividade do trabalho no sector”. PORTUGAL TEM MAIS FLORESTA Segundo os dados do Inventário Florestal Nacional (IFN) de 2005-2006, da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, a floresta portuguesa ocupa 3,4 milhões de hectares relativamente ao anterior IFN (1995/1998). A existência da madeira em pé é das principais espécies abastecedoras da indústria, avaliada em 67 milhões de metros cúbicos de madeira de pinho e 41 milhões de metros cúbicos de eucalipto.

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No que diz respeito ao tipo de floresta, o trabalho do GE da AEP regista uma “diminuição de 64 mil hectares na área de povoamento e um aumento de 134 mil hectares de áreas ardidas de povoamentos”. Destas, 55% estavam ocupadas com pinheiro-bravo e 30% com eucalipto. Dos 41 mil hectares identificados como áreas cortadas, 55% estavam ocupadas com eucalipto e 37% com pinheiro-bravo. Relativamente à evolução das áreas ocupadas por espécie dominante, entre 1995/1998 e 2005/2006, destaca-se a diminuição de 245 mil hectares de pinhal-bravo que, de acordo com a DGRF, deixa de ser a espécie dominante, sendo ultrapassada pelo sobreiro, que ocupa agora 736,7 mil hectares.



MADEIRA

PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS DESCEM

Os painéis, a madeira em bruto e serrada e ainda outra obra de madeira constituem os principais produtos exportados, enquanto a nível da importação os principais produtos são a madeira serrada, a madeira em bruto e outra obra de madeira. PREÇO DA MADEIRA CAI MAIS DE 30% Depois de dois anos “excepcionais” para a produção florestal, 2009 começou com sinais de preocupação devido à quebra prevista dos rendimentos. A Unimadeiras, uma organização de produtores e empresários florestais do país, revelou que o preço da madeira desceu mais de 30% desde o início do ano, valores comparados a 2007 e 2008, períodos considerados excepcionais. Nesses dois anos “quase não houve incêndios, a matéria-prima valorizou, a procura subiu e isso reflectiu-se, positivamente, no preço”, afirmou António Loureiro, director-geral da Unimadeiras.

De salientar que a gestão dos montados de sobro, com a exploração da cortiça, cria uma importante fonte de rendimentos a nível local e regional (em parte do interior do país), contribuindo, assim, de forma positiva para manter o emprego e o equilíbrio no mundo rural. Em termos ambientais, é sabido que os montados de sobro e os sobreirais desempenham funções importantes na conservação do solo, na regularização do ciclo hidrológico, na qualidade da água e na produção de oxigénio.

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Na análise feita pelo GE da AEP ao comércio internacional de produtos florestais, que sublinha o saldo “tradicionalmente positivo” da balança comercial lusa, Portugal surge como “essencialmente exportador de papel e de cortiça e importador de madeira e de papel, respectivamente 27% e 51% das importações (dados de 2005)”. No que se refere à madeira, quer as exportações, quer as importações têm vindo a aumentar. O mercado dos produtos da madeira é fundamentalmente o mercado europeu, tanto nas exportações como nas importações, sendo que o mercado espanhol absorve mais de metade da madeira serrada exportada.

A quebra na baixa de preços que se verifica desde o início de Janeiro será uma consequência directa das “dificuldades da venda do produto”, da crise económica que o país atravessa e também do excesso de importações de eucaliptos. O eucalipto, que assume o maior peso em termos de matéria-prima, tem vindo a reduzir os preços nos mercados mundiais onde é comercializado, descendo uma média de 13 euros por cada metro cúbico. Actualmente, o preço pago nas celuloses pelo eucalipto, na variante sem casca, varia entre os 48 e os 38 euros por tonelada. “Quem não quer parar a actividade deixa de ganhar dinheiro e poderá ter, em breve, problemas em pagar os vencimentos dos trabalhadores”, perspectiva o empresário. A Unimadeiras aconselha os fornecedores a ponderarem a compra de madeira, alertando, de igual forma, os produtores, para que procurem apenas retirar a matéria-prima de zonas com elevado risco de incêndio. A organização vende anualmente um milhão de unidades (madeira de eucalipto, pinheiro, choupo, acácia, carvalho, etc.) que rendem cerca de 32,5 milhões de euros. Os seus associados, responsáveis por 15 mil hectares, empregam mais de 2 000 pessoas.



GABINETE JURÍDICO

A MODERNIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E AS PREOCUPAÇÕES ENERGÉTICAS E AMBIENTAIS

S G N I D L I U B N E E R G

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36 | Arte & Construção_Abril/09

stá-se, portanto, e por inerência das circunstâncias de crise, perante importantes desafios entre os quais avulta o da necessidade de pôr em prática novos padrões de qualidade em todos os segmentos do mercado da construção, não só porque têm vindo a ser publicadas novidades legislativas (por exemplo, quanto à certificação energética) mas, também, porque de uma forma geral o consumidor tem vindo a apresentar novas exigências em função de uma cada vez mais sólida consciência de eficiência dos imóveis ao nível energético e térmico, acústico, funcional e ambiental, para mencionar apenas alguns exemplos. Embora tratando-se, ainda, de certo modo, de uma realidade emergente (Estados Unidos da América do Norte, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Alemanha, França, Itália e Espanha), este cenário de exigência apresenta-se como incontornável também em Portugal, em que já existe uma crescente procura por edifícios de construção sustentável. Desde os primórdios do Século XX, os construtores civis vêm sendo apontados como uma das principais forças destrutivas do meio ambiente. Esta realidade, em demasiados casos

trágica em Portugal, está em mudança. As construtoras vêm fazendo esforços sensíveis no sentido de se adaptarem às novas realidades e exigências dos mercados em que operam adoptando métodos de construção que integram práticas mais amigas do ambiente. Neste quadro e tendo por referência a directiva n.º 2002/91/CE da União Europeia, o governo português aprovou os Decretos-lei n.ºs 78/2006, 79/2006 e 80/2006, de 4 de Abril, relativos à climatização, certificação energética e concepção urbanística dos edifícios. A legislação mais importante das acima referidas é, provavelmente, o Decreto-Lei n.º 78/ /2006. Este foi calendarizado por uma portaria, n.º 461/2007, que estipula que a partir de 1 de Julho de 2008, todos os novos edifícios para habitação com mais de 1000 m2, edifícios novos para fins comerciais ou edifícios que tenham sido objecto de grandes obras de remodelação deverão aplicar este Decreto. Mais, a 1 de Janeiro de 2009 o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização de Edifícios começou a ser aplicado a todos os edifícios

existentes implementando um novo padrão em termos de qualidade do ar interior e de eficiência energética, com um papel central da ADENE . No que diz respeito ao Decreto-Lei n.º 79/ /2006, o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE), ficou estabelecida uma previsão das condições para o conforto, renovação do ar, tratamento e condições de qualidade a implementar em novos sistemas de climatização, os limites máximos de consumo de energia, a concepção, instalação e implementação que os novos sistemas de climatização têm de cumprir, assim como os termos em que as suas funções têm de ser monitorizadas e controladas. Finalmente, o Decreto-Lei n.º 80/2006 (Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios - RCCTE) determina as regras para os projectos habitacionais e edifícios que não são destinados a serviços sem sistemas de climatização. Este diploma estipula regras de construção a serem observadas de


GABINETE JURÍDICO

Carlos Manuel da Silva Gomes

Sócio da Teixeira de Freitas, Rodrigues e Associados, Sociedade de Advogados RL (escritório associado em Angola); Gerente da onCorporate, Lda. (Angola), sociedade angolana que se dedica à fiscalidade, contabilidade e recursos humanos.

PRINCIPAIS ACTORES Importa considerar resumidamente os principais actores no quadro destas inovações legislativas: • O projectista - Antes de conceber um novo edifício ou remodelar um edifício antigo deverá ter em conta a legislação em vigor. As alterações verificam-se em todas as fases do processo, desde as técnicas de desenho à visão estética, todas deverão ser adaptadas às novas características dos edifícios. • O empreiteiro – A grande dificuldade que se coloca quanto a ser “amigo do ambiente” é o desperdício criado pela aplicação dos diversos materiais e técnicas de construção. A gestão do desperdício é fundamental em termos de tornar o processo construtivo mais eficiente. A reciclagem e a reutilização, se bem planeadas, poderão vir a ser uma parte fundamental do processo de edificação. • O promotor imobiliário – A pedra de toque prende-se com o desafio de vender um edifício mais caro que terá de ser equilibrada com uma perspectiva de venda mais eficaz demonstrando os resultados a longo prazo pela compra de um escritório ou habitação com certificação energética. • O comprador – Na compra de uma casa, o comprador médio não tem os conhecimentos necessários para saber se o edifício foi construído com materiais adequados ou

se o mesmo será uma escolha racional. Pela certificação energética o comprador tem na sua posse um instrumento que poderá melhorar consideravelmente as suas opções de escolha. Estes actores são todos movidos por um único objectivo, o lucro. Se todos eles tiverem mais incentivos financeiros a procura por edifícios verdes ou de qualquer outro produto será muito superior e terá como resultado uma alteração dos comportamentos. Um dos incentivos mais debatidos é a redução do IVA de modo a ser possível adquirir produtos e materiais mais eficientes. O IVA é um imposto cego na medida em que afecta todos os agentes de diversas formas, mas terá sempre de ser utilizado com o objectivo de reduzir o preço final e não a margem de lucro do empreiteiro. SISTEMA DE AVALIAÇÃO PARA PORTUGAL Os sistemas de avaliação variam de entre os diversos países. Por exemplo, na Austrália há diversos sistemas de avaliação, enquanto em Portugal e em quase todos os países europeus os sistemas de avaliação estão relacionados com a Directiva n.º 2002/91/CE que estipula parâmetros idênticos para todos os Estados-membros. Os sistemas de avaliação como o Building Research Establishment Environmental Assessment Method (BREEAM) ou Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) adoptam um sistema de atribuição de estrelas de acordo com o projecto e a sua concretização. Porém, existe uma tendência para considerar o sistema Green Star Rating Tools como o mais eficiente e mais fiável de certificação. Para além dos ganhos ambientais, este tipo de certificação dá uma vantagem competitiva ao empreiteiro e cria verdadeiramente uma nova indústria de construção verde.

Em termos gerais, a certificação energética na Comunidade Europeia é semelhante à utilizada nos aparelhos eléctricos contendo uma escala da letra G à letra A+ (o mais eficiente). O sistema de certificação inclui diversos indicadores de desempenho, sendo eles variáveis caso seja um edifício de serviços ou um edifício de habitação, com ou sem sistema de climatização. Através da análise de todos os índices de desempenho energético é atribuída uma classificação conforme a escala supra referida. Note-se que todos os edifícios com licença ou autorização de construção posterior a 4 de Julho de 2006, terão que apresentar como limiar mínimo de certificação energética a classe B-. Em Portugal um dos grandes exemplos em construção sustentada será dado pela QUERCUS cuja nova sede será um exemplo de construção com gestão de desperdício (como exemplo, será dada primazia à reutilização de materiais), arquitectura funcional e demais características implementadas pela legislação nacional. Em suma, concluímos que Portugal ainda se encontra atrasado à luz da realidade internacional, em especial comparativamente com países como a Austrália e o Canadá, sendo certo, porém, que o legislador vem prestando atenção aos problemas energéticos e ambientais verificando-se um incremento sensível da produção legislativa nestas áreas. Do ponto de vista prático, contudo, importaria que o Estado adoptasse medidas concretas e, em especial, a que se afigura como a potencialmente mais efectiva, que seria a redução do IVA incidente sobre todos os produtos e materiais a utilizar na construção de “edifícios verdes” contribuindo desse modo para alcançar os objectivos do Protocolo de Kyoto.

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modo a assegurar a durabilidade e eficiência energética dos edifícios.


ENGENHARIA

"IBERIAN RAIL DEVELOPMENT 2009”

GOVERNO AVANÇA COM TGV TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// Para Mário Lino, só uma atitude muito irresponsável levaria o actual governo a abandonar o projecto português de alta velocidade ferroviária. O ministro das Obras Públicas falava durante a sessão de encerramento da conferência "Iberian Rail Development 2009", a 18 de Fevereiro, em Lisboa.

O

desenvolvimento das redes ferroviárias em Portugal e Espanha foram o tema do "Iberian Rail Development 2009", que decorreu a 17 e 18 de Fevereiro. Em destaque estiveram as linhas de alta velocidade, mas também as ligações ar-ferrovia, a melhoria da ligação com o resto da Europa, além de vários projectos regionais.

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"É verdade que vivemos uma crise sem precedentes (...) mas só uma atitude muito irresponsável levaria o governo a não prosseguir com este projecto [alta velocidade ferroviária]", afirmou Mário Lino. Na sua opinião, face à “crise (…) ainda mais se justifica fazer esses investimentos”. Matthew Arndt, do Banco Europeu de Investimento, considerou como denunciador do apoio político à ferrovia: “o reconhecimento crescente da importância económica do desenvolvimento da rede ferroviária europeia; os modelos emergentes de parcerias público-privadas; e a ferrovia vista como central para uma política de transporte”. Este responsável revelou-se “muito optimista”. “O sector tem forma de sobreviver à crise, face a outros sectores”, disse. Apontou, no entanto, a necessidade de várias “escolhas difíceis para melhorar o custo baseado: manuten-

Mário Lino, ministro das Obras Públicas

ção versus investimento; valorizar a engenharia a nível de projecto; estandardização técnica (incluindo segurança); consolidação, reestruturação; e novos modelos de negócio”. 26% DAS EMISSÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO Oliver Sellnick, da UIC (International Union of Railways), indicou, por seu turno, perspectivar “um crescimento de 86% até 2020 na maioria dos corredores ferroviários da Europa Oci-

dental”. “Os transportes causam 26% das emissões globais de dióxido de carbono. As ferrovias têm que chamar a atenção para isso, até porque são parte da solução”, acrescentou. Na conferência organizada pela European Railway Review foram ainda debatidos temas como o desenvolvimento sustentável, os projectos de alta velocidade português e espanhol, o modelo de negócio, a rede transeuropeia, material circulante, bem como sinalização e telecomunicações.


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FEIRAS

MOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO DE INTERIORES

INTERZUM CELEBRA 50º ANIVERSÁRIO TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// Maior superfície de exposição, mais empresas expositoras e um amplo programa de eventos: no seu 50º aniversário, a Interzum volta a ser uma montra de produtos e materiais da indústria de mobiliário e construção de interiores, a ter lugar de 13 a 16 de Maio, em Colónia, na Alemanha.

E

m conferência de imprensa, a 3 de Março, em Madrid, Markus Majerus, da Koelnmesse, revelou que “90% do espaço disponível já está ocupado”, acrescentando que “o número de expositores é 12% mais alto que no mesmo período de 2007”.

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A organização perspectiva vir a contar com 1 300 expositores, provenientes de 60 países. “Este resultado, tendo em conta a difícil situação económica que atravessam muitos países, constitui certamente um óptimo resultado”, afirmou. “A quota de empresas estrangeiras que vão expor na feira situar-se-á de novo em cerca de 70%”, revelou, salientando o “êxito especial na participação de expositores provenientes da Áustria, Espanha e Turquia” e a “evolução satisfatória do número de expositores italianos, que serão bastante mais de 200”. “Para já está confirmada a presença de cinco empresas portu-

guesas na Interzum”, anunciou Carmen Lorenzo, sales manager da Koelnmesse Ibérica. A organização espera vir a contar com mais de 50 000 visitantes, 70% dos quais estrangeiros, destacando a presença de “90% de responsáveis pela tomada de decisões”. NOVO PAVILHÃO Entre as mudanças constituídas nesta edição, Markus Majerus salientou a existência de “um novo pavilhão, dando condições para aproveitar a entrada Sul” e ‘inovation of interior’. Trata-se de “um novo projecto com o intuito de ressuscitar a área da decoração de interiores, que andava um pouco esquecida”, disse. Com a inclusão do novo pavilhão, a superfície de exposição será de 157 000 metros quadrados, o que representa um aumento de 8% face aos

145 000 metros quadrados da edição de 2007. A gama dos produtos em exposição na feira inclui: materiais naturais (madeira, parquet, folheados, interiores); produtos semi-acabados para cozinhas, escritórios, e mobiliário modular; superfícies decorativas, laminados, painéis de madeira; sistemas de iluminação e fechaduras; e maquinaria para estofos; entre outros. Segundo Markus Majerus, “há um mix adequado entre fabricantes muito conhecidos e pequenas e médias empresas, por vezes muito inovadoras e interessantes”. Entre as actividades paralelas da Interzum, o responsável salientou o prémio Interzum, várias conferências sobre madeira e laminados e o “career day”, um espaço em que os expositores interessados mostrarão as perspectivas de fazer carreira existentes no sector do fabrico de móveis e na indústria auxiliar.


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sem precedentes, nos condomínios fechados.”


DOMÓTICA

Alexandre Chamusca

Engenheiro de Telecomunicações e Electrónica

Nesse contexto e, em face da multiplicidade de infra-estruturas presentes nos Condomínios, a aplicação de serviços centralizados, conduz-nos à racionalização, optimização e rentabilização dos meios técnicos e humanos, contribuindo para a prestação de serviços rápidos e eficazes, ao mais baixo preço, usufruindo do efeito “economia de escala”. As soluções técnicas deverão ser dimensionadas de acordo com os esses meios que será preciso manter disponíveis. Ora, a experiência diz que, nem sempre o menor investimento representa a melhor e mais económica solução a médio/longo prazo. Ou seja, não se justifica instalar sistemas cuja exploração venha a precisar de meios técnicos ou humanos que não se encontram previstos ou que coloquem em causa a viabilidade e/ou a qualidade dos equipamentos / prestação de serviços aos condóminos, anunciados na promoção imobiliária. Se o dimensionamento e implementação de soluções tecnologicamente evoluídas for feito correctamente, permitirá reduzir o número de efectivos para a segurança e exploração das infra-estruturas e proporcionará um elevado nível funcional e operacional dos espaços, aumentando a eficácia na prevenção, detecção e reacção a situações que ocorram no quotidiano do condomínio.

Um espaço inteligente é aquele que proporciona aos seus utilizadores uma total satisfação em termos de conforto, segurança, comunicações e poupança de energia. É isso que se pretende para os novos condomínios. Para adaptarmos as soluções de segurança e domótica (automação doméstica) às necessidades comuns do conjunto de habitações e as infra-estruturas de apoio que constituem o condomínio, devemos dimensionar um sistema de comunicações entre eles, perspectivando uma série de produtos e serviços de valor acrescentado para todos os seus condóminos. Assim, todas as pessoas, directa e indirectamente ligadas ao espaço poderão usufruir por um lado, das economias de escala de um sistema integrado de segurança e telecomunicações e por outro, beneficiar da versatilidade e modularidade que uma rede interna de comunicações de dados - voz e imagens - (cablagem estruturada), permitirá ao longo do tempo. Condomínios em projecto: Para interpretar as necessidades de um Condomínio, é preciso analisar quais os principais objectivos a atingir com a implementação das soluções técnicas integradas ao serviço do condomínio. Relação Requisitos Versus Benefícios: Compreender as necessidades do Condomínio e avaliar a relação tecnologias disponíveis / necessidades dos utentes / soluções técnicas integradas a instalar;

Análise do retorno do investimento em Sistemas e Serviços de Segurança: De acordo com a sua dimensão, arquitectura e nível de serviços associados, um Condomínio pode, no limite, ser constituído por uma diversidade de construções e estruturas às quais se encontram também associados diferentes requisitos de utilização. Sejam quais forem as características do condomínio, estarão sempre presentes instalações do tipo individual, como por exemplo: apartamentos ou vivendas e estruturas de utilização colectiva, como: estacionamentos ou outros espaços comuns. Desta forma, os conceitos e soluções apropriadas para aplicação em Condomínios acabam por condensar e resumir todas as necessidades presentes noutros tipos de construções mas, com requisitos particulares de integração dos diferentes sistemas e serviços que possibilitem níveis superiores de qualidade e utilização, acompanhados pela respectiva poupança de custos, potenciando a exploração dos Condomínios, numa perspectiva de economia de escala. Actualmente e no futuro, qualquer construção tem forçosamente que estar equipada com instalações técnicas especiais que: • Assegurem a Segurança das pessoas, dos bens e dos processos; • Contribuam para o Conforto, através do Controlo e Automação – Domótica de equipamentos técnicos (iluminação, climatização, etc); • Permitam a interligação e integração de todos os sistemas através de Rede de Comunicações fiáveis e redundantes.

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P

or definição, entende-se por Condomínio, um espaço que é pertença de vários titulares, com direitos exclusivos sobre uma ou mais partes (fracções) e sendo, ao mesmo tempo, co-proprietários da sua estrutura comum.


LEIS & DIREITO

DECRETO-LEI Nº 18/2008, DE 29 DE JANEIRO

NOVO CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS (IV)

TEXTO DE MICHELE BRANCO

/// Dando seguimento ao estudo que vem sendo feito sobre o novo Código dos Contratos Públicos (CCP), aprovado pelo Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro e continuando na complexa matéria relativa ao âmbito de aplicação do referido código, vejamos em seguida o artigo 6º que estabelece determinadas restrições.

A

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os contratos celebrados pelas entidades previstas no número 1 do artigo 2º, a se-guir elencadas, a parte II do CCP só será aplicável à formação dos contratos, quando os mesmos abrangerem prestações típicas dos contratos de empreitadas de obras públicas, de concessão de obras públicas, de locação ou aquisição de bens móveis ou de aquisição de serviços: • Estado (em sentido restrito); • Regiões Autónomas; • Autarquias Locais; • Institutos Públicos; • Fundações Públicas, com excepção das instituições de ensino superior públicas transformadas em fundações públicas com regime de direito privado); • Associações Públicas; • Associações de que façam parte uma ou várias das pessoas colectivas referidas anteriormente; • Pessoas colectivas que, independentemente da sua natureza pública ou privada, tenham sido criadas especificamente para satisfazer necessidades de interesse geral, sem carácter industrial ou comercial e sejam maioritariamente financiadas pelas entidades referidas no número anterior, estejam sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham um órgão de administração, de direcção ou de fis-

calização cuja maioria dos titulares seja, directa ou indirectamente, designada por aquelas entidades; • Pessoas colectivas que se encontrem na situação referida no parágrafo anterior relativamente a uma entidade que seja, ela própria, uma entidade adjudicante; • Associações de direito privado que prossigam finalidades a título principal de natureza científica e tecnológica, desde que sejam maioritariamente financiadas pelas entidades referidas no número anterior, estejam sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham um órgão de administração, de direcção ou de fiscalização cuja maioria dos titulares seja, directa ou indirectamente, designada pelas mesmas; • Associações de que façam parte uma ou várias das pessoas colectivas referidas nas alíneas anteriores, desde que sejam maioritariamente financiadas por estas, estejam sujeitas ao seu controlo de gestão ou tenham um órgão de administração, de direcção ou de fiscalização cuja maioria dos titulares seja, directa ou indirectamente, designada pelas mesmas. PARTE I – TÍTULO II Entramos agora no Título II da Parte I do CCP, que é totalmente dedicado aos Sectores da Água, da Energia, dos Transportes e dos Serviços Postais.

Tendo em consideração a especificidade da matéria, veremos apenas os principais aspectos regulados. O artigo 7º determina que qualquer entidade nestas áreas será considerada entidade adjudicante, para efeitos de aplicação do CCP, sempre que as entidades adjudicantes referidas no artigo 2º exerçam sobre elas uma influência dominante. O artigo 9º define o que se entende por actividades nos sectores da água, da energia, dos transportes e dos serviços postais. Por seu turno, o artigo 10º refere as actividades que se encontram excepcionadas nos referidos sectores. Por fim, os artigos 11º, 12º e 13º dispõem sobre o âmbito de aplicação do CCP a estas entidades. PARTE II – TÍTULO I Vejamos em seguida a Parte II (contratação pública) Título I (tipos e escolha dos procedimentos) do CCP. Para melhor compreensão do regime em análise, convém salientar que quando o legislador se refere a contratação pública, está a referir-se à fase anterior à celebração do contra-


LEIS & DIREITO

Do mesmo modo, quando o legislador se refere à entidade adjudicante, está a referir-se às entidades previstas no artigo 2º do CCP, que assim são designadas até à fase de celebração do contrato. De acordo com o artigo 16º estabelece-se que as entidades adjudicantes, para iniciarem um processo de formação contratual com vista à celebração de um contrato de empreitada de obras públicas, de concessão de obras ou serviços públicos, de locação ou aquisição de bens móveis, de aquisição de serviços ou de sociedade, devem adoptar, em regra, um dos seguintes procedimentos: - Ajuste Directo; - Concurso Público; - Concurso limitado por prévia qualificação; - Procedimento de negociação; - Diálogo Concorrencial. Se compararmos estes procedimentos com os consagrados no anterior regime verificamos que desapareceram os procedimentos de concurso limitado sem apresentação de candidaturas, a negociação sem publicação prévia de anúncio e a consulta prévia. Por outro lado, surge um novo, o diálogo concorrencial. O artigo 17º consagra no seu número 1, a noção legal de valor do contrato para efeitos de aplicação do CCP. Assim, de acordo com este preceito, “…valor do contrato a celebrar é o valor máximo do benefício económico, que em função do procedimento adoptado pode ser obtido pelo adjudicatário com a execução de todas as prestações que constituem o seu objecto.” Quer isto dizer que o valor do contrato é um valor limite e não um valor concreto, o qual deve ser aferido na óptica do adjudicatário, isto é, na óptica da entidade com quem a entidade adjudicante irá celebrar determinado contrato. Portanto, o valor do contrato apura-se em função do valor máximo do benefício económico que o adjudicatário poderá ter.

No número 2 podemos encontrar a noção de benefício económico. Assim, de acordo com aquele preceito, “ O benefício económico (…) inclui, além do preço a pagar pela entidade adjudicante ou por terceiros, o valor de quaisquer contra-prestações a efectuar em função do adjudicatário e ainda o valor das vantagens que decorram directamente para este da execução do contrato e que possam ser configuradas como contrapartidas das prestações que lhe incumbem” O número 3 acrescenta que se se tratar de um contrato de empreitadas de obras públicas, no conceito de benefício económico deve ainda incluir-se o valor dos bens móveis necessários à sua execução e que a entidade adjudicante ponha à disposição do adjudicatário. Por último, refere o número 4 deste artigo que se não for possível determinar qualquer das situações anteriores, o contrato deve considerar-se sem valor. O artigo 18º estabelece que, em regra, a escolha dos procedimentos de ajuste directo, concurso público ou concurso limitado por prévia qualificação condiciona o valor do contrato. Por isso tal como no artigo anterior fica a ideia que é a escolha do procedimento que determina o valor do contrato. Vejamos como: 1 - Contrato de empreitada de obras públicas (artigo 19º) A) Nestes casos a escolha do ajuste directo só permite a celebração de contratos até 149 999€. (no caso do Banco de Portugal ou das entidades referidas no número 2 do artigo 2º este valor aumenta para 999 999 €). B) A escolha do concurso público ou do concurso limitado por prévia qualificação permite a celebração de contratos de qualquer valor desde que os anúncios sejam publicados no Jornal Oficial da União Europeia. e não forem publicados, só podem ser cele-brados contratos até 5 149 999 € [cfr. alínea e) do Artigo Único da Portaria nº 701-C/2008, de 29 de Julho]

2 – Locação, aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços (artigo 20º) A) Nestes casos a escolha do ajuste directo só permite a celebração de contratos até 74 999€. [no caso do Banco de Portugal ou das entidades referidas no número 2 do artigo 2º este valor aumenta para 5 149 999 € cfr. alínea e) do Artigo Único da Portaria nº 701-C/2008. Tratando-se de contratos de aquisição de planos, de projectos ou de criações conceptuais nos domínios da arquitectura ou da engenharia, este valor diminui para 24 999€]. B) A escolha do concurso público ou do concurso limitado por prévia qualificação permite a celebração de contratos de qualquer valor desde que os anúncios sejam publicados no Jornal Oficial da União Europeia. No entanto se não forem publicados, só podem ser celebrados contratos até 5 149 999 € [cfr. alínea b) do Artigo Único da Portaria nº 701-C/2008, de 29 de Julho]. C) Determina o nº 4 do artigo 20º que, caso a entidade adjudicante seja o Estado e os anúncios não sejam publicados no Jornal Oficial da União Europeia, a escolha dos procedimentos de concurso público, concurso limitado por prévia qualificação apenas permite a celebração de contratos até 411 999€ [cfr. alínea a) do Artigo Único da Portaria nº 701-C/2008, de 29 de Julho], salvo no que respeita a: “- Contratos de locação ou de aquisição de bens móveis excepcionados pelo anexo v da Directiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de Março, a celebrar no domínio da defesa; - Contratos de aquisição de serviços que tenham por objecto: i) Serviços de investigação e desenvolvimento; ii) Serviços de transmissão de programas televisivos e de emissões de rádio, serviços de interconexão e serviços integrados de telecomunicações; ou iii) Serviços mencionados no anexo ii-B da Directiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de Março”.

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to, melhor dizendo, à fase de formação do contrato.


RECURSOS HUMANOS

CURRÍCULO E ENTREVISTAS

FAZER A DIFERENÇA PELA POSITIVA (II) /// A primeira impressão é definitivamente muito importante e poderá condicionar grande parte da entrevista e respectiva continuação no processo. Não nos devemos esquecer que o entrevistador tem um perfil traçado para a posição que procura e nesse sentido possui já algumas ideias preconcebidas em relação a algumas características que pretende no candidato.

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H

oje em dia é cada vez mais comum num processo de selecção haver mais que uma entrevista, principalmente se o processo estiver a ser desenvolvido por uma empresa de recrutamento e selecção. O primeiro passo, antes mesmo de se chegar à entrevista, é estudar a empresa à qual se concorre, obtendo o maior número de dados possíveis, como o core business, principais concorrentes, volume de facturação, estrutura da empresa, etc. Após esta fase de estudo existe a necessidade de preparar a entrevista, principalmente porque se deve dar atenção a detalhes como a comunicação não-verbal, coerência na comunicação e nas diferentes fases do processo, preparação para questões e silêncios, tudo isto conseguindo cativar a empatia do entrevistador.

O contexto de entrevista é geralmente estranho ao entrevistado na medida em que está sob avaliação. Nesse sentido, pode ter algumas atitudes menos positivas como cruzar as pernas ou desviar o olhar do interlocutor.

A primeira impressão é definitivamente muito importante e poderá condicionar grande parte da entrevista e respectiva continuação no processo. Não nos devemos esquecer que o entrevistador tem um perfil traçado para a posição que procura e nesse sentido possui já algumas ideias preconcebidas em relação a algumas características que pretende no candidato. Estudos provam que a comunicação não-verbal é determinante na avaliação do candidato e nesta devemos incluir factores como a linguagem paralinguística (tom e velocidade da comunicação), expressões faciais e gestos.

Existem vários estilos de entrevista e nesse sentido é difícil prever que entrevistador estará à nossa frente. O mais desafiador será porventura o estilo de entrevista aberto em que são colocadas questões como “fale-me sobre si” ou “descreva-me o seu percurso profissional”. Neste caso concreto é importante ir acompanhando o feedback que vai recebendo do entrevistador e, caso não seja perceptível se ele está ou não satisfeito com o detalhe da informação que está a fornecer, não hesite em perguntar.

O segredo está em manter a tranquilidade e ter atenção à velocidade com que se comunica; não se deve antecipar as questões nem ocupar os silêncios normais num diálogo. É importante responder de forma positiva e assertiva, demonstrando em cada situação as mais-valias e os conhecimentos que se possui sem demonstrar arrogância e perder a coerência. ESTILOS DE ENTREVISTA

António Costa

Senior consultant & Team Leader Hays Engineering & Construction

Em entrevistas estruturadas existem algumas questões que geralmente são colocadas, como “Porque está à procura de um novo emprego?”, “Quais os seus pontos fortes e fracos?”, “Qual a sua mais-valia para a nossa organização e o que o atrai nela?”, “Que salário pretende?” “O que se vê a fazer nos próximos 5 anos?”, entre outras. Será difícil antecipar todas as questões que podem ser colocadas numa entrevista, contudo existe um grupo restrito como as que enunciei, com forte possibilidade de estarem presentes. Nesse sentido tenha em mente algumas palavras-chave que podem ser o motor da sua resposta. É perfeitamente natural que não esteja disponível toda a informação sobre a oportunidade em aberto, pelo que devem estar preparadas com antecedência algumas questões que visem o enquadramento da função na estrutura do potencial empregador. A preparação para a entrevista não tem como finalidade substituir a espontaneidade ou a personalidade do candidato neste contexto, mas sim dotá-lo de alguns conhecimentos que facilitem a sua adaptação a um cenário adverso, como se de um exame académico se tratasse. O resultado final continuará a ser imprevisível, contudo as possibilidades podem aumentar.


Eng. Civil Projectista (m/f )

Eng. Projectista Electrotécnico (m/f )

Lisboa. Pacote salarial atractivo

Lisboa. Pacote salarial competitivo

O nosso cliente é uma prestigiada empresa com mais de 20 anos de actividade, vocacionada para a elaboração de estudos e projectos de Engenharia e Arquitectura. Pretende admitir um Engenheiro Projectista Electrotécnico, com especial ênfase em projectos de AVAC.

O nosso cliente é uma empresa de consultoria em Engenharia e Arquitectura. Pretende reforçar a sua equipa com Engenheiros Civis nas diferentes áreas de especialização: Estruturas, Vias de Comunicação e Obras de Arte.

Procuramos candidatos com 3 a 5 anos de experiência em projectos de electricidade e electrónica, nomeadamente na vertente de AVAC. O candidato a admitir vai integrar os escritórios na Grande Lisboa, pelo que será dada preferência a candidaturas com residência nesta zona. O nosso cliente tem para oferecer a possibilidade de integração numa empresa em crescimento e um pacote salarial de acordo com o mercado. Ref. 11388

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Procuramos candidatos com experiência igual ou superior a 3 anos na função, fortemente motivados para integrar uma equipa dinâmica e trabalhar em projectos aliciantes e complexos. Devem ser organizados, metódicos e autónomos na sua função. É factor preferencial que a formação académica de base seja numa instituição de referência. O nosso cliente tem para oferecer a possibilidade de integração numa empresa sólida e em crescimento. Ref. 11424

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Director de Obra Habitacional (m/f )

Orçamentista AVAC (m/f )

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Paredes. Pacote salarial aliciante

Santo Tirso. Atractivo pacote salarial

O nosso cliente é uma prestigiada empresa de Construção Civil. Pretende seleccionar um Director de Obra Habitacional que terá a seu cargo a coordenação da equipa afecta ao projecto, sendo o elo de ligação entre Clientes e Empresa. Vai ainda assegurar a negociação com parceiros e entidades envolvidas no projecto, garantindo o cumprimento de todos os parâmetros definidos.

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Procuramos candidatos com habilitações ao nível do 12º ano e experiência na função, no sector AVAC, preferencialmente na área solar.

profissional e progressão na carreira. Ref. 11448 A Hays E&C garante a confidencialidade no tratamento das candidaturas

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PROJECTO

MUSEU GUGGENHEIM HERMITAGE

A PROPOSTA DE MASSIMILIANO E DORIANA FUKSAS /// “Gerar uma paisagem sintética nova com a compreensão e integração dos seus sistemas” foi o objectivo dos arquitectos Massimiliano e Doriana Fuksas quanto apresentaram a concurso o seu projecto para o novo Museu Guggenheim Hermitage, a ser edificado em Vilnius, capital da Lituânia. O concurso acabou por ser ganho pela arquitecta Zaha Hadid, a única mulher a ganhar o

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prémio Pritzke de arquitectura.


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PROJECTO


PROJECTO

MUSEU GUGGENHEIM HERMITAGE

Q

uando a Fundação de Solomon R. Guggenheim lançou o concurso para a construção do sexto museu Guggenheim, o gabinete liderado pelos arquitectos Massimiliano e Doriana Fuksas apresentaram uma proposta cuja principal finalidade era projectar um edifício “de extraordinário significado arquitectural e criar um recurso público histórico para Vilnius que beneficie a comunidade em que se situa, criando uma infra-estrutura cultural da classe mundial na Lituânia”, escreveram. Na sua opinião, uma vez construído o novo museu seria “um marco, uma escultura reconhecível nova; um sinal da história do Guggenheim capaz de atrair simultaneamente artistas internacionais e coleccionadores privados para suportarem a instituição, aumentando o interesse internacional pela cultura Lituana, criando um recurso económico e turístico novo para Vilnius”.

Para os arquitectos, o impacto do museu por si projectado deveria ser de analisado sob diferentes perspectivas: “ecologicamente: o parque como um recurso urbano; o edifício do museu como «um organismo vivo» com características bioclimáticas; historicamente: a renovação e a ligação às preexistências históricas, a fim de restaurar o valor e a identidade históricos do lugar; culturalmente: o museu entendido como um trajecto que ponha em diálogo a arte e as questões ecológicas; socialmente: o museu como um espaço comunitário com uma variedade de funções que promovam a interacção social; e, por fim, recreacionalmente: um programa complexo que possa revitalizar esta parte da cidade de Vilnius”. CENTRO SOCIAL COM MÚLTIPLAS RESPONSABILIDADES A evolução contemporânea dos museus tem sido marcada, na visão de Massimiliano e Doriana Fuksas, “por uma abertura sempre crescente ao exterior”. Estes espaços têm de “estabelecer uma rede das ligações que envolva não só aqueles lugares onde a cultura é produzida, mas também os lugares que criam as condições para fazê-la acontecer”. Reforce-se este conceito com a necessidade de “preservar a percepção desta rede de relações no museu, de modo que possam ser investigadas nas actividades de pesquisa e possam ser compartilhadas com o público através da exposição e interpretação do trabalho”.

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Daí que os arquitectos italianos conceberam um edifício “como parte de uma infra-estrutura de um parque urbano, um recipiente para a herança cultural de um país, que é, em nossa opinião, não só um lugar para exposições, mas também um centro social com múltiplas responsabilidades”. Uma ideia é constantemente reforçada por ambos: “o edifício não é um sítio remoto e isolado, mas, pelo contrário, um espaço excepcional que interage com o espaço circundante de uma maneira que possa transformar a sua percepção quando o olhamos do interior. Em algumas áreas a transparência requer uma conotação específica. Não se trata apenas de

leveza, mas é também uma questão de clareza e osmose com a própria essência do território, uma questão de interacção com o visitante”. No projecto dos Fuksas, o museu Guggenheim não era “apenas um lugar onde se mostra a cultura lituana, mas principalmente um trajecto artificial, um museu de escape, uma volta pela história de uma cultura e de um lugar; é um lugar natural intimamente relacionado com a cultura dos povos lituanos, um lugar para a interacção e o encontro, um lugar para aprender e estudar em profundidade os costumes e as tradições locais”, concluem.


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PROJECTO


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PROJECTO

MUSEU GUGGENHEIM HERMITAGE


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PROJECTO


NOTÍCIAS

NO PAÍS

PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DE PARQUE ESCOLAR ANTECIPADO E ALARGADO

ARQUITECTOS DESEJAM REVOGAÇÃO DO 73/73 PARA 2009

O Programa de Modernização do Parque Escolar do Ensino Secundário foi alargado e antecipado, representado agora um investimento de 2,45 mil milhões de euros que terá de ser utilizado para melhorar as condições estabelecimentos escolares em todo o país até 2011. Na cerimónia de apresentação da segunda fase do programa, que aconteceu em Lisboa, a 7 de Fevereiro, o primeiro-ministro José Sócrates afirmou que «o dever de uma liderança, de um governo é não apenas descrever o problema, é fazer alguma coisa para responder ao problema, e aqui estamos a dar mais oportunidades às empresas e portugueses de trabalhar investindo no seu futuro, para requalificar as nossas escolas», avançou um comunicado do governo. No ano do seu lançamento, em 2007, o plano de modernização das escolas secundárias abrangia apenas quatro escolas, um valor que, um ano depois, ascendeu para 30 instituições de ensino e, agora, passados dois anos, já contempla 75 estabelecimentos escolares. Esta segunda fase representa um investimento de 900 milhões de euros e irá originar 200 postos de trabalho em cada uma das obras. De modo “a garantir que a abertura de concursos para obra se realize até ao final do ano” e que, consequentemente, “tenha impacto na criação de emprego no momento em que é mais necessário”, já está previsto o lançamento de uma terceira fase, desta feita destinada a outras 100 escolas.

A Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos (OASRS) perguntou aos seus membros qual era o seu maior desejo para 2009 e a maioria respondeu a revogação definitiva do 73/73. Outras preocupações, no entanto, inquietam os arquitectos. Entre as mais referidas encontram-se “questões relacionadas com os concursos de arquitectura, designadamente o papel da Ordem na divulgação e no acompanhamento dos processos, bem como as reservas à introdução de um regime de excepção temporário para adjudicação directa de obras até cinco milhões de euros”, avança a OASRS em comunicado. A qualidade da arquitectura, o seu impacte social, o seu reconhecimento público, a reabilitação de centros urbanos, a conservação das construções, a acessibilidade e eficiência energética foram outros assuntos levantados pelos arquitectos.

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SÓCRATES ANUNCIA MEDIDAS DE PROMOÇÃO DE ENERGIA E EFICIÊNCIA José Sócrates anunciou, duas medidas de promoção das energias renováveis e de eficiência energética, no debate quinzenal que decorreu na Assembleia da República, no dia 11 de Fevereiro. A primeira iniciativa consiste em promover a instalação de painéis solares em casas particulares durante 2009 atenuando o custo do equipamento em mais de 50%, reduzindo a factura energética anual em 20% e conseguindo um benefício fiscal de 30% do custo do investimento no primeiro ano. O propósito do primeiro-ministro é conseguir que se instalem painéis solares em “65 mil habitações, num investimento de 225 milhões de euros, com comparticipação do Estado de 100 milhões, e criando 2500 empregos”, pode ler-se num comunicado do governo. Março é quando terá início a segunda medida proposta pelo governante, pois é nessa data que começarão as auditorias a 100 edifícios públicos “grandes consumidores de energia”, que serão seguidas das obras para que se tornem espaços cumpridores das regras da eficiência energética. Na opinião de José Sócrates, este investimento representa bem o encontro entre a recuperação económica e a modernização estrutural da sociedade portuguesa.

73/73

AFIMACC É A NOVA ASSOCIAÇÃO DA FILEIRA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO A Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica (APICER), juntamente com as associações: Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor), a Associação Portuguesa dos Industriais de Mármore, Granito e Ramos Afins (ASSIMAGRA) e a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEMM), assina, hoje, a escritura da nova Associação Fileira dos Materiais de Construção e Casa (Afimacc). A nova associação tem por objecto a promoção de iniciativas e projectos de cooperação inter empresarial ou inter institucional de internacionalização, de formação profissional e de inovação e desenvolvimento nas áreas comercial e marketing. Envolvendo em rede associações sectoriais, institutos e outras entidades ou instituições públicas ou privadas - do tecido científico e tecnológico ou com mera representação ou promoção de interesses profissionais ou empresariais, empresas e autarquia -, a Afimacc pretende a afirmação duma especialização na área da internacionalização das empresas e dos sectores da construção e casa, organizando as acções e as candidaturas que se mostrarem adequadas a esse fim. A Afimacc tem por actividades: produzir e disseminar conhecimento sobre os mercados da construção civil e casa; concentrar e disponibilizar recursos na área da promoção internacional de produtos e serviços relacionados com esses mercados; incentivar intervenções inovadoras na oferta e procura de bens e serviços para a construção e casa, como duas das mais importantes fileiras empresariais do País; dinamizar as empresas destas fileiras para a realização de projectos que sirvam objectivos de melhoria da sua competitividade internacional; promover, representar e fazer-se representar em iniciativas que prossigam os objectivos dessa melhoria de competitividade; realizar estudos e criar e manter um sistema de gestão de conteúdos e base de dados orientados para o conhecimento dos mercados, para presença e promoção internacional dos produtos portugueses dessas fileiras; promover e estruturar projectos de cooperação que visem uma intervenção sustentada das empresas nos mercados seleccionados; promover acções de formação que visem a melhoria de qualificações e competências nos domínios da gestão e da internacionalização; e, por fim, realizar eventos de promoção e divulgação de produtos e serviços das fileiras integradas na associação.


NO PAÍS

LISBOA ASSINA PACTO DE AUTARCAS

TTT RECEBE APROVAÇÃO AMBIENTAL

No dia 10 de Fevereiro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa António Costa e o vereador José Sá Fernandes assinaram, em Bruxelas, o Pacto de Autarcas. Numa cerimónia que envolveu outras 400 cidades europeias, Lisboa comprometeu-se a reduzir as das emissões de CO2 em mais de 20% até 2020, através de planos de acção para as energias sustentáveis e renováveis. “O compromisso assumido pela cidade é mais um esforço na procura de uma política energética e ambiental eficiente e abrangente, como determinada nos objectivos da Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa, aprovada em reunião de Câmara em 3 de Dezembro de 2008”, pode ler-se num comunicado emitido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML). No âmbito da Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa, a CML tem como propósito conseguir redução média dos consumos de energia no concelho de cerca de 1,85% por ano, que se traduzirá numa redução global de consumo de energia primária de cerca de 8,9% em 2013. Estas acções incidirão, sobretudo nos sectores de Edifícios Residenciais, Edifícios de Serviços e Transportes Rodoviários.

O Ministério do Ambiente emitiu, no dia 23 de Fevereiro, uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada à Solução B do subtroço Lisboa-Moita, incluindo a Terceira Travessia do Tejo (TTT), no corredor Chelas-Barreiro, dando assim por concluído o processo de Avaliação de Impacte Ambiental de toda a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, em território nacional. As condicionantes implicam a integração, no projecto de execução, de medidas de minimização e de programas de monitorização a concretizar no Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE), tanto em fase de obra como em fase de exploração.

NOTÍCIAS

CONSÓRCIO LIDERADO PELA AELO VENCE SUBCONCESSÃO LITORAL OESTE

www.rave.pt

AECOPS E AICCOPN PEDEM ALTERAÇÃO DOS VALORES DE RÁCIOS PARA REVALIDAÇÃO DE ALVARÁS Em carta enviada a José Sócrates, primeiro-ministro, a Mário Lino, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e a Hipólito Ponce de Leão, presidente do InCI, a AECOPS (Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços) e a AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) pediram a “alteração dos valores mínimos relativos aos rácios de liquidez geral e autonomia financeira das empresas obrigatórios para a revalidação dos alvarás e permanência na actividade com a mesma categoria”. De acordo com um comunicado emitido pelas Associações, considera-se “imperiosa a alteração dos valores de referência a atender quanto aos rácios em apreço, sugerindo-se uma diminuição de cinco pontos percentuais”. E acrescenta: “que, pelo menos relativamente aos exercícios fiscais de 2008 e 2009, com repercussões nas revalidações dos alvarás, respectivamente, para 2010 e 2011, sejam considerados como mínimos para permanência na actividade, 105 por cento de liquidez geral e 10,0 por cento de autonomia financeira”, contra os 110% e 15% actualmente em vigor. A situação presente é, na opinião dos responsáveis pela exposição, “extremamente penalizante para as empresas da construção, na medida em que aludida a reclassificação do alvará para o exercício da actividade pode pôr em causa a conclusão das obras em curso e obsta ao início de outras com projectos já aprovados”. Outras consequências são igualmente referenciadas, como é o caso da “inviabilidade de manutenção de quadros técnicos e de pessoal, traduzida na consequente extinção de postos de trabalho”.

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O consórcio liderado pela AELO – Auto-Estrada Litoral Oeste, uma empresa detida pela MSF, Somague, Lena, Novopca, venceu a subconcessão Litoral Oeste. Este consórcio, que também conta com a presença da Brisa e a Transport Infrastructure Investment Company (SCA) SICAR, terá como objectivo a concepção, construção, aumento do número de vias, financiamento, exploração e conservação, com cobrança de portagem aos utentes dos lanços de auto-estrada IC2 – Variante à Batalha, com extensão aproximada de 12,5 quilómetros (km); IC36 – Leiria Sul (IC2)/Leiria Nascente, com 6,3 km. Sem cobrança de portagem, também será da responsabilidade do consórcio vencedor conceber e construir os troços IC9 – Nazaré/Alcobaça/EN1, com 17 km; EN242 – Variante da Nazaré, com extensão de cerca de 6 km; IC9 – EN1 (IC2)/Fátima (A1), com 15 km; IC9 – Fátima (A1)/Ourém (Alburitel), com 22,2 km. Acrescente-se a manutenção, aumento do número de vias, financiamento e exploração, sem cobrança de portagem, das vias Cintura Oriente de Leiria, com extensão de 3,3 km; VPL – Via de Penetração de Leiria, com 1,5 km; IC9 – Alburitel/Carregueiros, com 5,4 km; IC9 – Carregueiros/ Tomar, com 8 km; EN1 – Nó do IC2 – Nó de S. Jorge (IC2), com 5 km. Por fim, está igualmente prevista a operação de manutenção e de alargamento do IC2 – Nó do IC36/ Nó da EN109, com 3 km, sem cobrança de portagem.


NOTÍCIAS

NO MUNDO

ASTERION ESTABELECE ACORDO COM CHANGI AIRPORT DE SINGAPURA O consórcio Asterion ACE estabeleceu uma parceria com Changi Airport Consultants, operadora que detém e gere o Aeroporto de Singapura, que, agora, trará o seu contributo na preparação da proposta a ser apresentada no concurso para a construção do Novo Aeroporto de Lisboa e à Privatização da ANA – Aeroportos de Portugal. Caso o consórcio saia vencedor, esta parceria será estendida ao apoio, por parte da Changi Airport Consultants, ao desenvolvimento futuro da empresa, ajudando na definição e implementação do seu plano estratégico e operacional, incluindo a concretização do Projecto do Novo Aeroporto de Lisboa. O consórcio Asterion ACE é formado pela Brisa, Mota-Engil, Somague, Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP, Banco Espírito Santo, MSF e Lena Construções.

RAMOS CATARINO ESPANHA EXCEDE RESULTADOS EM UM MILHÃO DE EUROS

BARBOT ANGOLA EM EXPANSÃO Ao conseguir uma facturação de um milhão de euros nos últimos quatro meses de 2008, as vendas em Angola superaram as expectativas da Barbot que agora se prepara para investir na abertura de três novas lojas em Luanda e na procura de novas instalações para a sua fábrica. De acordo com Carlos Barbot, presidente da empresa, “Após 4 meses de actividade comercial efectiva da primeira loja aberta ao público superámos as nossas expectativas a nível de negócio. Pretendemos reforçar e ganhar quota neste mercado. No decorrer deste ano iremos reforçar a produção, duplicando assim a capacidade produtiva da nossa fábrica em Angola assim como reforçaremos a rede de lojas Barbot, como também de agentes, garantindo uma cobertura em todas as províncias angolanas”. A entrada no mercado angolano representou para a Barbot um investimento de dois milhões de euros.

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VENDAS SCHNEIDER ELECTRIC ALCANÇAM OS 18,311 MILHÕES DE EUROS

A Ramos Catarino Espanha, empresa de engenharia e construção do Grupo Catarino em Espanha, ultrapassou em mais de um milhão de euros a facturação esperada e atingiu um resultado final de 4,2 milhões de euros para 2008. Entre as obras que desenvolveu em território espanhol, a Ramos Catarino Espanha destaca o Banco Espírito Santo de Bilbao, a Sport Zone La Gavia, a reforma dos escritórios da sede da Ramos Catarino Espanha em Madrid, a Sport Zone Nueva Condómina em Murcia, o Karting Indoor GenéDakart em Badalona, e, em fase de acabamento, a Estação de Serviço Galp situada em Valência. Para 2009, a Ramos Catarino Espanha espera alcançar uma facturação de cinco milhões de euros, “seguindo uma estratégia forte de internacionalização que pretende capitalizar todo o know-how do Grupo nas áreas de construção e interiores”.

Com as vendas de 2008 a atingir os 18,311 milhões de euros, a Schneider Electric fechou o ano com “um crescimento orgânico de 6,6%, uma margem EBIDTA sólida, e uma geração de capital robusta, atingindo todos os objectivos financeiros traçados ao abrigo do programa new2 para o período de 2005 a 2008”, avançou o Jean-Pascal Tricoire, presidente e CEO da empresa especialista em gestão de energia. Nos próximos anos, a Schneider Electric apostará num “um conjunto de transformações estratégicas, definidas no novo programa corporativo ONE, em vigor entre 2009 e 2011”, que permitirão responder de forma eficiente - e fazendo a necessária adaptação da estrutura de custos da empresa - às mudanças que se verificam à sua volta”, acrescentou o responsável.


INDÚSTRIA DA MADEIRA

FEIRAS

EFICIÊNCIA DE RECURSOS NA LIGNA 2009 TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// A eficiência dos recursos é o lema da Ligna 2009. A edição deste ano da feira das indústrias da madeira e silvicultura vai ter lugar em Hanôver de 18 a 22 de Maio. O evento foi apresentado em conferência de imprensa, a 12 de Fevereiro, em Madrid.

“A

pesar da situação internacional algo negativa, muitos expositores continuam a escolher a Ligna para se apresentarem ao mundo”, garantiu Andreas Züge, gestor de projecto desta feira que abarca “toda a gama da madeira como matéria-prima. Assim, a Ligna 2009 espera um aumento de expositores e superfície de exposição face a 2007. Os organizadores da Deutsche Messe estão confiantes em cumprir o objectivo previsto de 1 800 expositores em 148 000 metros quadrados, assim como vir a receber 100 000 visitantes.

Este responsável salientou o carácter internacional da feira. “Mais de metade dos expositores vem de fora da Alemanha. No topo do ranking dos países expositores está actualmente a Alemanha, seguida da Itália, Áustria e Espanha”. Além disso, existe uma “elevada percentagem de visitantes de fora da Alemanha”. Em 2007 estiveram presentes mais de 100 000 visitantes de 92 países, mais de 45 000 de fora da Alemanha.

PONTOS ALTOS DA FEIRA A gama dos produtos em exposição na Ligna abrange: silvicultura e tecnologias de silvicultura; tecnologias de serração; processamento da madeira maciça; fabrico da matéria-prima madeira e de contraplacados; e indústria dos móveis. Pela terceira vez, vai realizar-se também “hadwerk, holz & mehr – woodcrafts”, um ponto de encontro para carpinteiros e marceneiros, onde são apresentadas máquinas, ferramentas, matérias-primas, peças e acessórios para os ofícios do sector da madeira. De salientar que dos 107 279 visitantes da feira em 2007 mais de

50 000 estavam particularmente interessados neste espaço. O gestor de projecto da Ligna destacou como pontos altos da feira: a apresentação de soluções inovadoras na construção com madeira; o fórum de acção VDMA – associação alemã de fabricantes de maquinaria e equipamentos; mobilização da madeira e abordagens de soluções para o uso energético da madeira; pavilhão de tendências; milagres em madeira; e tecnologia Web ao serviço da silvicultura. Este ano voltará ainda a decorrer o congresso internacional BBE/VDMA.

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Segundo Andreas Züge, a 30 de Janeiro “estavam já registadas as inscrições de três empresas portuguesas”, a expor numa área de 147 metros quadrados. Trata-se de uma diminuição em relação às 11 empresas presentes na última edição (em 431 metros quadrados).


AGENDA

NACIONAL

COGERAÇÃO Formação Lisboa; 6 e 7 de Abril IFE – International Faculty for Executives; www.ife.pt CONSERVAÇÃO DE AZULEJOS Seminário internacional Lisboa; 15 e 16 de Abril LNEC – laboratório Nacional de Engenharia Civil; http://azulejos.lnec.pt

Eco-urbanismo é o título do curso promovido pela ARQCOOP – Cooperativa para a Inserção Profissional em Arquitectura que terá lugar em Lisboa, nos dias 9, 16, 23 e 30 de Maio. Da responsabilidade do arquitecto Nuno Martins, a formação terá como finalidade “sensibilizar os formandos para as questões relacionadas com a qualidade do ambiente rural e urbano, numa perspectiva de intervenção no território através de planos e projectos com programas residenciais e mistos assentes no aproveitamento dos recursos locais, na melhoria da mobilidade, no reforço da coesão social, no incremento da participação cívica e na difusão das novas tecnologias da informação e da comunicação, sem comprometer o equilíbrio dos ecossistemas e promovendo o uso das energias renováveis”, referem os organizadores.

MARÇO

ECO-URBANISMO Lisboa; 9, 16, 23, 30 de Maio

TEKTÓNICA Lisboa; 19 a 23 de Maio

ABRIL

ASPECTOS JURÍDICOS E FINANCEIROS DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS Formação Lisboa; 13 e 14 de Maio IFE – International Faculty for Executives; www.ife.pt

METAS DE DESEMPENHO ENERGÉTICO E RESPECTIVA MONITORIZAÇÃO Conferência Lisboa; 28 de Maio Lisboa E-Nova; www.lisboaenova.org

MAIO

Será a 11ª vez que a Tektónica – Feira Internacional de Construção e Obras Públicas reúne num só espaço o SK (Salão Internacional de Pavimentos e Revestimentos Cerâmicos: Espaço Cozinha e Banho), o SIMAC (Salão Internacional de Materiais, Máquinas e Equipamentos para a Construção), e o SIROR (Salão das Pedras Naturais). Entre 19 a 23 de Maio, a Feira Internacional de Lisboa (FIL) abre as portas ao público profissional para que este possa “efectuar as suas compras e para poder contactar com as últimas novidades apresentadas pelos fabricantes portugueses”, afirmam os responsáveis pelo evento.

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A Exponor organiza, entre 4 e 7 de Junho, a Ambinergia – Feira Internacional de Ambiente, Energia e Sustentabilidade. Definindo-se como “o maior evento a realizar este ano em Portugal nas áreas do ambiente, energia e sustentabilidade”, a Ambinergia dará especial enfoque aos temas ligados à água, ar, resíduos, carbono, certificação, eficiência energética, energias renováveis, energias convencionais, certificação, desenvolvimento sustentável, responsabilidade social, responsabilidade ambiental e report e verificação. A realização deste certame resulta de uma parceria entre a AEP (Associação Empresarial de Portugal) e a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, ADENE – Agência para a Energia, AdEPorto – Agência de Energia do Porto, BCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e APCER – Associação Portuguesa para a Certificação. CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO Curso Lisboa; 3, 4, 10 e 11 de Julho FUNDEC – Associação para a Formação e o Desenvolvimento em Engenharia Civil e Arquitectura ; www.civil.ist.utl.pt/fundec/cursos09_1Sem.htm

JULHO

AMBINERGIA – FEIRA INTERNACIONAL DE AMBIENTE Porto; 4 a 7 de Junho

JUNHO

NONLINEAR ELASTICITY IN MATERIALS Conferência Internacional Lisboa; 1 a 5 de Junho ASA, IGPP e LNEC; www.ext.lnec.pt

06

COGERAÇÃO Lisboa

15

CONSERVA ÇÃO DE AZULEJOS Lisboa

09 13 19 28 01 04

ECO-URBANISMO Lisboa

03

CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO Lisboa

ASPECTOS JURÍDICOS E FINANCEIROS DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS Lisboa TEKTÓNICA Lisboa METAS DE DESEMPENHO ENERGÉTICO E RESPECTIVA MONITORIZAÇÃO Lisboa NONLINEAR ELASTICITY IN MATERIALS Lisboa AMBINERGIA Porto


INTERNACIONAL

AGENDA

NORDESTE INVESTE Maceió, Brasil; 31 de Março a 2 de Abril

MARÇO

De 31 de Março a 2 de Abril, o Centro de Convenções de Maceió, no Brasil, acolhe a quarta edição do Nordeste Investe, um certame que “concentra informações de qualidade sobre investimentos com enfoque na intersecção entre os sectores imobiliário e turístico do Nordeste brasileiro”, sob a forma de conferência, salão de exposições e rodada de negócios. Numa área construída de 1 500 metros quadrados, este espaço conta com a participação de representantes de redes hoteleiras, imobiliárias, construtoras, escritórios de advocacia e arquitectura, feiras internacionais e governos estaduais e municipais. Em 2008, o Nordeste Investe reuniu mais de 1 200 participantes oriundos de 17 países.

COVERINGS Chicago, EUA

GENERA Madrid, Espanha FEIMAFE E QUALIDADE São Paulo, Brasil

02

29 JULHO

MÉTODOS NUMÉRICOS EN INGENIERÍA Barcelona, Espanha

COVERINGS Feira Internacional do Mosaico e da Pedra Natural Chicago, EUA; 21 a 24 de Abril ntpshow; www.coverings.com GENERA Feira Internacional de Energia e Ambiente Madrid, Espanha; 12 a 14 de Maio IFEMA – Feria de Madrid; www.ifema.es/ferias/genera FEIMAFE E QUALIDADE São Paulo, Brasil; 18 a 23 de Maio

JUNHO

ALUVI Buenos Aires, Argentina

12 18

De 20 a 25 de Abril, a cidade espanhola de Barcelona recebe a 16ª edição da Construmat - Salão Profissional da Construção, um certame promovido pela Fira de Barcelona que este ano comemora 30 anos de existência. Para além da área expositiva, a Construmat apresenta várias acções a desenrolar durante os seis dias de feira, entre os quais se destacam os Prémios Construmat, a Casa Barcelona, as Jornadas técnicas, Pintudecora, Espaço FITEC, Concepto Baño e o Espaço Construção Sustentável. Com uma periodicidade bienal, este salão abarca sectores como Isolamento e impermeabilizações, Carpintaria, Cozinhas, Elevação e Transporte, Domótica, Electricidade e iluminação, Pavimentos e Revestrimentos, Pinturas, Vidro, etc.

O Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, Brasil, recebe, de 18 a 23 de Maio, a 12ª edição da Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura) e a 10ª edição da Qualidade – Feira Internacional do Controle da Qualidade. De acordo com Evaristo Nascimento, director de Feiras da Reed Exhibitions Alcantara Machado, "a Feimafe e a Qualidade trazem o que há de melhor na indústria de máquinasferramenta e equipamentos de controle de qualidade do mundo, entre os principais eventos do sector", observa Evaristo Nascimento, Dirigidos a industriais, compradores, comerciantes, profissionais e técnicos, estes certames têm como propósito dar a conhecer as principais inovações do sector de máquinas-ferramenta e promover oportunidades de negócios, acrescentam os responsáveis pela feira. ALUVI Soluções de Alumínio e Vidro Buenos Aires, Argentina; 2 a 6 de Junho Caviplan; www.aluvionline.com.ar MÉTODOS NUMÉRICOS EN INGENIERÍA Congresso Barcelona, Espanha; 29 de Junho a 2 de Julho SEMNI e APMTAC; http://congress.cimne.com/metnum09

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CONSTRUMAT Barcelona, Espanha

15 20 21

CONSTRUMAT Barcelona, Espanha; 20 a 25 de Abril

ABRIL

LIGHTING JAPAN LED/OLED Tóquio, Japão

31

MAIO

NORDEDSTE INVESTE Maceió, Brasil

LIGHTING JAPAN LED/OLED Feira Internacional d eIluminação Tóquio, Japão; 15 a 17 de Abril Reed Exhibition Japan; www.lightingjapan.jp


IMOBILIÁRIO

TORRES COLOMBO LISBOA TEM NOVO CENTRO DE ESCRITÓRIOS

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GRUPO INVICTUS LANÇA PETRUS

Quinze anos depois, o Colombo inaugura a primeira das duas torres previstas no projecto inicial. Os dois edifícios, que representam um investimento de quase 90 milhões de euros, visam “dar resposta à falta de espaços de grandes dimensões que se verifica actualmente no mercado imobiliário de escritórios de Lisboa”, revelou Ana Guedes Oliveira, administradora da Sonae Sierra, em conferência de imprensa, a 17 de Fevereiro. O complexo é composto por duas torres de escritórios com 29 000 metros quadrados de área bruta cada, distribuídos por 14 pisos. A primeira torre deverá estar concluída no primeiro semestre deste ano, ao passo que a segunda só começará a ser construída depois das negociações que a Sonae tem em curso com um potencial inquilino. O grupo prevê que a Torre Ocidente esteja concluída em dois anos. Com as duas megatorres, a Sonae prepara-se para colocar no mercado mais 60 mil metros quadrados de escritórios até 2011. Depois de concluído, o complexo do Colombo, incluindo o centro comercial e os estacionamentos, deverá ser, de acordo com o arquitecto José Quintela, autor do projecto, “o maior edifício de Portugal”, com 500 mil metros quadrados de construção. Com uma área de open space de 2 000 metros quadrados por piso, as duas torres foram desenhadas para satisfazer as necessidades de grandes empresas, pretendendo-se posicionar em termos de oferta no segmento qualitativo mais elevado do mercado. Do ponto de vista arquitectónico, o projecto inicial, que data de 1995, foi totalmente redesenhado, mantendo, no entanto, segundo José Quintela, o seu “ADN”. O arquitecto revelou que houve necessidade de alterar o projecto de modo a “integrar as mais modernas técnicas de construção, acabamentos e as mais sofisticadas tecnologias de segurança, de ambiente e gestão energética para cumprir integralmente os requisitos exigidos pelos responsáveis das empresas que pretendam instalar-se nas torres”. O projecto viu reconhecido o seu sistema de gestão ambiental através da certificação atribuída pela LRQA - Lloyd’s Register Quality Insurance - segundo a norma NP EN ISO 14001:2004 e ISO 14001:2004. No campo da certificação energética, o cuidado na execução das fachadas e a envolvente exterior da construção permite às Torres Colombo atingirem a classe B. Este projecto é da responsabilidade da parceria formada pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos, Sonae Sierra, ING Real Estate e Iberdrola Inmobiliária, estando a sua comercialização a cargo da Cushman & Wakefield e Jones Lang LaSalle.

A Petrus – Rede de Investimentos Imobiliários é a nova marca do Grupo Invictus, cujo objectivo será “manter o foco na análise de aquisições de empreendimentos residenciais, prontos a habitar, do segmento médio alto e alto”, referem os responsáveis em comunicado. Nos próximos dois anos, o Grupo Invictos pretende inaugurar 25 agências, o que representa um investimento de 2,5 milhões de euros. Actualmente já existem espaços Petrus em Lisboa (Expo e Setúbal) e no Porto (Aviz). De acordo com Pedro Paredes, administrador do Grupo Invictus, ““em Janeiro já adquirimos empreendimentos no valor de 7,5 milhões de euros. Com o lançamento da rede Petrus, temos previsto duplicar os investimentos imobiliários anuais, uma vez que cada partner tem facturação mínima de quatro milhões por ano,” Em 2008, a facturação do Grupo Invictus ascendeu aos 20 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de oito milhões de euros face aos resultados obtidos em 2007.

PREDURBA PROMOVE LUXO COM SKY RESTELO Localizado na enconsta do Alto do Restelo, o Sky Restelo é a mais recente edifício promocional residencial de luxo promovido pela Predurba. Representando um investimento de 45 milhões de euros, este empreendimento tem a assinatura dos arquitectos Zinho Antunes e João Caneças, que, em conjunto, projectaram 42 apartamentos com tipologias T4 distribuídos por 15 pisos de habitação, com áreas de 268 e 281 metros quadrados. Para Álvaro Caneças, fundador da Predurba, “a promotora teve por objectivo fazer um edifício que se distinguisse pela diferença marcada pela qualidade. O SKY RESTELO impõe-se pela vasta e inovadora gama de materiais e equipamentos nele incluídos. Até ao mais ínfimo pormenor, houve sempre um extremo cuidado. Tudo é objecto de decoração, todos os detalhes foram pensados para tornar os apartamentos em locais de conforto para a família.” Os preços de comercialização variam entre os 900 mil e os dois milhões euros, consoante a posição do apartamento.


EMPRESAS

DAMADEIRA INVESTE NO SEIXAL A Damadeira, empresa de madeiras e derivados do Grupo Madeicávado-Ico, vai inaugurar um novo pólo de distribuição no Seixal, que terá como função reforçar a sua presença em Lisboa e no Algarve e, assim, consolidar “a qualidade e rapidez do serviço prestado pela empresa em mercados com grande potencial”, referem os responsáveis em comunicado. No novo espaço Damadeira serão disponibilizados painéis acústicos, HPL exterior e interior, vigas lameladas, aglomerados (folheado, melamina, cru), MDF (folheado, melamina, cru), contraplacado, orla PVC, pavimentos, portas interiores e artigos para cozinhas. Com uma carteira de mais de 5 000 clientes e um portfólio de mais de 8 000 referências de artigos, a empresa alcançou, em 2008, um volume de negócio de 22 milhões de euros. ENERGIAS RENOVÁVEIS É A NOVA DIVISÃO DA 3M A 3M acaba de anunciar a constituição da nova Divisão de Energias Renováveis. Esta organização vai permitir maximizar tecnologias, produtos e resposta da empresa à indústria de energias renováveis em constante mudança. Os produtos desta divisão vão incluir artigos já comercializados na indústria, produtos criados para o mercado de energias renováveis e adaptados a partir de tecnologias existentes. A divisão está inserida no Negócio de Indústria e Transportes e vai focar a Geração de Energia e Gestão de Energia. Neste âmbito, a 3M nomeou Michael Roman como VicePresidente e Director Geral para gerir o novo negócio.

RECER COM CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL A Recer – Indústria de Revestimentos Cerâmicos é, de acordo com os responsáveis, uma das primeiras empresas no sector de pavimentos e revestimentos cerâmicos em Portugal a obter a certificação do Sistema de Gestão Ambiental, de acordo com a norma NP EN ISO 14001. Atribuída pela SGS, esta certificação “reflecte o compromisso da responsabilidade ambiental assumida pela Recer”, onde se “procura numa atitude de melhoria contínua, promover acções que contribuam para o equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável”, afirmam os responsáveis em comunicado. TECNIWOOD NO RIA SHOPPING A Tecniwood participa na construção do Ria Shopping, o novo centro comercial de Olhão promovido pela Sans Frontieres, ao conceber e construir o revestimento exterior a madeira de todo o edifício comercial. De acordo com os responsáveis pela empresa, as fachadas exteriores e os tectos suspensos serão em pinho silvestre, uma escolha que se deve “à sua durabilidade quando exposta a condições agressivas (humidade, chuva e radiação solar intensa) como é o caso da zona marítima de Olhão”. Dados os aos vãos livres de mais de sete metros, a estrutura foi realizada em madeira lamelada colada, “dando assim garantia da estabilidade estrutural e dimensional do centro comercial”, acrescentam. Com assinatura do gabinete de arquitectura Brodway Merlin, a obra representa um investimento de 30 milhões de euros.

EXPONOR LANÇA NOVO SERVIÇO VASCO DA CUNHA NA REVISÃO DO PDM DE TAVIRA A Vasco da Cunha assinou, no dia 5 de Fevereiro, um contrato com a Câmara Municipal de Tavira para a revisão do Plano Director Municipal (PDM) após ter vencido o concurso público em consórcio com a Tis e a Imoeconometrics. Na opinião de Gustavo da Cunha, presidente do conselho de administração da Vasco da Cunha, “esta revisão deverá ter como ponto de partida o estabelecimento de uma política de desenvolvimento turístico sustentável, baseada na valorização dos importantes recursos patrimoniais culturais e naturais, integradora das diferentes regiões do concelho e promotora de novas factores de competitividade”. Localizado no Sotavento Algarvio, o concelho de Tavira tem uma extensão de 611 quilómetros e 25 mil habitantes, que se repartem por nove freguesias.

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A Exponor lançou um novo serviço para captação de grandes compradores internacionais, o Exponor International Buyers, que terá como função “melhorar a atractividade” dos eventos e “tornar mais interactiva a relação entre a oferta local e a procura global”, referiu em comunicado José Carlos Coutinho, director-geral da Exponor – Feira Internacional do Porto. O Exponor International Buyers será responsável pelo processo de selecção, convite, acolhimento e matchmaking entre os visitantes estrangeiros e os expositores das feiras profissionais organizadas pela Exponor. Aos compradores internacionais “com potencial comercial identificado”, a Exponor faculta, regra geral, deslocação, alojamento e um programa social durante a estadia na zona do Porto. O serviço, integrado na direcção de marketing e comunicação da Exponor, constitui uma “plataforma de interface com os grandes compradores que à escala mundial sejam referenciados pelos nossos clientes, pela AEP e associações sectoriais, a AICEP ou outros parceiros especializados em processos de internacionalização de negócios”, salientou o responsável.


NAVEGAR

WWW.ANMP.PT |

EM PORTUGUÊS E FRANCÊS + TEM MOTOR DE PESQUISA

A Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) tem como fim geral a promoção, defesa, dignificação e representação do Poder Local. O site fornece informações sobre todos os municípios, e freguesias, nacionais. Estão também disponíveis documentos seleccionados para os associados (pareceres, directivas, circulares, informações jurídicas, etc.), assim como informações de agenda, sobre seminários, congressos e conferências, e protocolos.

WWW.AATAE.PT

|

EM PORTUGUÊS

A AATAE - Associação dos Agentes Técnicos de Arquitectura e Engenharia foi criada em 1990 para dar continuidade à Associação de Classe dos Construtores Civis e Mestres-de-Obras fundada 100 anos antes. Actualmente, a Associação tem por objectivo a valorização profissional dos seus membros. O site da AATAE disponibiliza informação sobre a associação, seus órgãos directivos e formação. Tem também áreas dedicadas a biblioteca, gabinete jurídico e publicações, além de espaço para mensagens dos associados.

WWW.ORDEMDOSARQUITECTOSDEANGOLA.COM |

EM PORTUGUÊS

“A Ordem dos Arquitectos de Angola é a instituição profissional dos licenciados em arquitectura e em urbanismo que, em conformidade com os preceitos do seu estatuto e demais disposição legais aplicáveis, usam o título profissional de arquitecto e de urbanista e praticam actos próprios desta profissão”. O site disponibiliza informações sobre a associação, seus membros e órgãos. Existem também espaços dedicados a notícias, regulamentos, obras de referência, legislação, além de um fórum de arquitectura.

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2,4 MILHÕES DE PORTUGUESES COM BANDA LARGA MÓVEL No fim de 2008, 2,4 milhões de portugueses usufruíam de ligações móveis de banda larga, um número que ultrapassa o das ligações que usam tecnologias de rede fixa, 1,63 milhões, segundo a Anacom que recolhe os dados dos operadores. Aumentou o número de ligações em banda larga móvel (mais 13% que no trimestre anterior e mais 63% que no período homólogo) e o número de clientes activos no universo de clientes existentes. No final do ano usavam a sua ligação de banda larga móvel 1,161 milhões de utilizadores, mais 75,9% que no trimestre homólogo.

EUROPEUS COMPRAM MAIS ONLINE

1,7 MIL MILHÕES DE CIBERNAUTAS EM 2013

Segundo um estudo apresentado pela Comissão Europeia, as barreiras ao comércio electrónico transfronteiriço são o principal entrave ao desenvolvimento do sector na União Europeia. Os números apurados revelam, porém, que uma percentagem crescente de europeus faz compras online: entre 2006 e 2008 a compra online subiu de 27% para 33%. Por seu turno, o comércio online transfronteiriço permaneceu estável: apenas 7% de quem compra online escolhe lojas de outro país. Em Portugal apenas 10% dos consumidores realizaram compras online em 2008, tendo em conta exclusivamente as compras efectuadas no consumo privado.

Depois da meta de mil milhões de cibernautas, a partir de casa e do local de trabalho, alcançados em 2008, a eMarketer estima que em 2013 os utilizadores únicos somem 1,689 mil milhões. Estes números correspondem a 24% da população mundial, com a China a liderar, tal como no fim de 2008. De acordo a empresa de medição de audiência, a região da Ásia-Pacífico totaliza 416,3 milhões de utilizadores únicos de Internet, cerca de 41% da população. Na Europa são 283,7 milhões, ou 28% da população, nos Estados Unidos, 185,1 milhões (18,4%), América Latina, 74,9 milhões (7,4%) e no Médio Oriente e África, 48,8 milhões (4,8%).


ARTES & LEITURAS

15 PROJECTOS | PROYECTOS “Teresa Castro e José Soalheiro apresentam 15 projectos que saíram do ateliê que partilham. A introdução e o prefácio ficaram a cargo de Carlos Infantes e João Ferreira Nunes, respectivamente. Depois apresentam-se as obras, hotéis, casas, faculdades, escolas, assinadas por dois arquitectos que percorreram um excepcional percurso profissional de 20 anos. Um álbum de rara beleza para mostrar a arte eterna da Arquitectura nacional”. Autores: José Soalheiro e Teresa Castro Editora: Caleidoscópio Edições Formato: 26 x 26 cm, cartonado Número de páginas: 168 Data de lançamento: Dezembro de 2008 PVP: 39,80 euros ISBN: 978-989-8129-91-8

CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS - REGIME DE ERROS E OMISSÕES

Autor: José Manuel Oliveira Antunes Editor: Edições Almedina, S.A. Pré-Impressão | Impressão | Acabamento: G.C. – Gráfica de Coimbra, Lda. Depósito Legal: 286200/08 ISBN: 978-972-40-3717-2

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"O Código dos Contratos Públicos, que entrou em vigor em Julho de 2008, introduz um regime inteiramente novo, quanto à responsabilidade da entidade adjudicante e dos adjudicatários, em relação aos erros e omissões. No actual regime jurídico, os erros e omissões, não são apenas os “erros e omissões de projecto”, mas também todos os erros e omissões do caderno de encargos, que incorpora por conseguinte, as especificações técnicas, as condições geológicas, os materiais, as soluções construtivas, etc. Uma das principais inovações do Código é a obrigatória intervenção dos interessados na obra ou no fornecimento em causa, na identificação de erros e omissões, na fase anterior à entrega das propostas. O livro, Código dos Contratos Públicos – Regime de Erros e Omissões, da autoria do jurista José Manuel Oliveira Antunes, analisa de modo minucioso, exemplificativo e prático o novo regime de suprimento de erros e omissões; identifica as principais diferenças em relação ao regime anterior do DL 59/99; analisa a amplitude do conceito de erro e omissão e descreve a responsabilidade das partes, conforme a identificação ocorra antes do contrato ou durante a execução da obra."


PRODUTOS

SIDE BY SIDE DA LG O novo side by side GR-L 2278 EB, da LG Electronics, tem uma capacidade de 553 litros e classificação energética A. Disponível em cor preta, incorpora o XtraSpace (sistema de produção de gelo instalado na porta), o sistema No Frost e um dispensador de água e gelo (cubos e moído). “Este modelo de frio inclui ainda o Moist Balance Crisper, uma cobertura especial que possui uma textura que permite manter a humidade em níveis ideais, e o Miricle Zone, que permite seleccionar o parâmetro ideal para cada produto e assim assegurar a frescura dos alimentos”, lê-se no comunicado de imprensa. Tem display digital na porta.

BONA MANTÉM PAVIMENTOS DE MADEIRA

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Bona Floor Care é o novo sistema para manutenção dos pavimentos de madeira, da Bona. O sistema consta de um limpador em spray pronto a usar; um renovador com poliuretano para dar um lustre novo ao pavimento; umas mopas com micro fibras para uma aplicação simples e eficaz dos diferentes produtos, assim como sobressalentes e kits completos.

DYRUP LANÇA STOP-MANCHAS A Dyrup acaba de lançar Stop-Manchas, um isolante permanente de manchas para paredes interiores e tectos composto à base de água. A aplicação deste produto visa impedir que as manchas migrem para a superfície das paredes e que se tornem visíveis. Este isolante pode ser aplicado em diversos suportes e pode ser utilizado como primário ou acabamento. Como é de aplicação directa, de secagem rápida, livre de solventes e livre de amoníaco, é uma solução para quem se quer ver livre das indesejáveis manchas que muitas vezes se tornam inestéticas nas paredes e tectos. O Stop-Manchas está disponível em embalagens de quatro e 10 Litros.

PORTAS EM LACADO A BRANCO DA VICAIMA As portas em lacado a branco é o mais recente lançamento da Vicaima, que assim pretende oferecer “uma série de possibilidades a nível de arquitectura e design, pois a uniformidade dos acabamentos também é aplicável aos elementos que compõem o interior da habitação: portas, aros, roupeiros, rodapés e painéis de revestimento”, revelam os responsáveis em comunicado. Podendo ser encontrada na Linha Essencial e no conceito Portaro, esta nova linha é uma solução “pronta a instalar”, ou seja, num só produto encontra porta, aro, dobradiças e fechadura. De acordo com Arlindo Costa Leite, CEO da Vicaima, “das análises constantes que fazemos ao mercado, identificamos novos segmentos onde queremos marcar presença. Para os diferentes tipos de target, estamos a disponibilizar portas, roupeiros e outros complementos que podem assumir diferentes funções, designs e acabamentos. O lacado a branco foi criado para reforçar a oferta da Vicaima e para dar resposta às nossas novas metas”.


PRODUTOS

CIN TEM DOIS NOVOS PRODUTOS PARA MADEIRAS A CIN acaba de lançar dois novos produtos da gama Woodtec: Marítimo Super e Movidur Super. Marítimo Super é um verniz acrílico decorativo da madeira, com elevada durabilidade em exterior e cheiro pouco intenso. Diluível em água, é um verniz formador de película de base aquosa com elevada durabilidade em exterior, resistente à radiação ultravioleta, que decora e protege a madeira contra humidades e intempéries. Este produto de secagem rápida está disponível nas variantes natural, castanho e incolor. Movidur Super é o verniz aquoso transparente para o envernizamento de portas e outras estruturas de madeira e mobiliário, em interior. Oferece uma rápida secagem, flexibilidade e “maior resistência à água e a produtos usuais de limpeza doméstica”, revela o comunicado de imprensa. Disponível em acetinado e brilhante, possui um acabamento incolor. Os dois novos produtos estão disponíveis para encomenda nas capacidades de 0,75 L e 4 L.

A Sapa Building System Portugal, especialista em soluções de alumínio para arquitectura, apresenta um novo sistema de protecção solar que, pela aplicação de lâminas fixas de várias formas e dimensões, visa assegurar conforto térmico e lumínico. O sistema de Protecção Solar Arkial pode ser aplicado em diversas tipologias construtivas e oferece múltiplas opções decorativas. Desde a fixação directa das lâminas à fachada, instalação vertical em consola autoportante ou instalação horizontal com recurso a perfis tirantes, esta solução de sombreamento adapta-se a cada edifício. A ventilação é assegurada por uma gama de produtos específicos que permite jogar com formas e efeitos na fachada do edifício. A Sapa efectua os cálculos de dimensionamento/ quebra de luminosidade em função da utilização do espaço, podendo ser complementado com o estudo térmico do edifício.

NOVAS SUPERFÍCIES PARA PORTAS DA HÖRMANN A Hörmann lançou no mercado português três novas superfícies para portas seccionais de garagem: Decograin Light Oak, Night Oak e Titan Metallic. As novas superfícies destacam-se pelo aumento da

resistência às adversidades climatéricas. À semelhança da restante gama Decograin, estas superfícies são fabricadas em material sintético com protecção contra os raios ultravioleta, o qual visa garantir um aspecto permanente de madeira brilhante. A superfície Light Oak é em tom castanho claro de carvalho. A Night Oak tem um tom mais escuro. Por último, Titan Metallic caracteriza-se pelo efeito metálico em antracite escuro (semelhança com a cor CH 703). “A aposta numa oferta diversificada ao nível das portas seccionais de garagem visa sobretudo permitir a adaptação a todo o tipo de situações de construção, mantendo sempre o enfoque nos aspectos práticos e estéticos”, destaca Henrique Lehrfeld, director geral da Hörmann Portugal.

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SAPA TEM NOVO SISTEMA DE PROTECÇÃO SOLAR


EM FOCO

SEDE VAI SER EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

QUERCUS CRIA EDIFÍCIO VERDE TEXTO DE SOFIA DUTRA

/// A Quercus apresentou, a 2 de Março, em Lisboa, o ante-projecto da sua futura sede nacional. O Edifício Verde pretende ser um espaço demonstrativo de construção sustentável através da recuperação dos edifícios da estação de caminhos-de-ferro de Sacavém.

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projecto de arquitectura do Edifício Verde está a ser desenvolvido pela ARX Portugal Arquitectos. Segundo o arquitecto Paulo Rocha, deste gabinete de arquitectura, o projecto “está numa fase de estudo prévio, em que estamos a estudar em conjunto com a Quercus quais os programas funcionais para cada um dos edifícios”. Certo é que serão necessários um edifício administrativo, um auditório, salas de reuniões, um armazém e apoio de habitação. Do projecto fazem ainda parte a construção de uma horta biológica, um parque de energia, um espaço destinado à biodiversidade e uma ETAR. A estação de Sacavém é constituída por dois edifícios e um cais coberto, numa área de terreno de 2 750 metros quadrados. O primeiro edifício tem 140 metros quadrados, o segundo tem 70 metros quadrados, enquanto o cais coberto tem 240 metros quadrados.

Toda a reabilitação será feita com recurso a materiais reutilizáveis, recicláveis e com reduzido impacto ambiental, já que, de acordo com Hélder Spínola, presidente da Direcção Nacional da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), “este projecto pretende ser demonstrativo, uma vez que não irá mudar a realidade portuguesa”. Este projecto pretende, assim, ser um exemplo a seguir, pois “é possível manter a qualidade de vida e as necessidades diárias, reduzindo o consumo energético e tendo uma política de mobilidade sustentável”. METAS AMBIENTAIS DO EDIFÍCIO “Num momento em que se fala muito da necessidade de economia de recursos, economia de energia e economia do próprio funcionamento dos espaços, o projecto Edifico Verde tem um grande objectivo na área da demonstração de que é possível nós termos menores consu-

mos de energia no funcionamento dos edifícios”, afirmou Hélder Spínola. Assim, são principais metas ambientais do edifício: a “auto-suficiência em termos energéticos através da eficiência e aproveitamento de renováveis; emissões neutras de gases com efeito de estufa; auto-suficiência em recursos hídricos para utilizações não potáveis, através de uso eficiente, aproveitamento de escorrências pluviais e reciclagem de águas residuais; reciclagem de 95% dos resíduos produzidos durante a reabilitação e funcionamento; boa qualidade do ar no interior do edifício; bom desempenho acústico; e excelente enquadramento em termos de mobilidade”. Durante a conferência de imprensa foram assinados três protocolos entre a Quercus e a RAR Imobiliária, SGS Portugal e GECoRPA, para estabelecer parcerias e partilhar conhecimentos.


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