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N¼ 04 | BOLETIM INFORMATIVO DA ARH DO TEJO, I.P. |

MAIO 2010

www.arhtejo.pt

PLANOS DE GESTÌO DE REGIÌO HIDROGRçFICA A actividade de planeamento de recursos h dricos compreende a caracteriza o das regi es hidrogr ficas, a avalia o do estado das massas de gua, a defini o de objectivos e a defini o de medidas para a resolu o dos problemas diagnosticados. De acordo com a Lei da çgua Òo planeamento das guas visa fundamentar e orientar a protec o

e a gest o das guas e a compatibiliza o das suas utiliza es com as suas disponibilidades de forma a garantir uma utiliza o sustent vel, assegurando a satisfa o das necessidades das gera es actuais sem comprometer a possibilidade de as gera es futuras satisfazerem as suas pr prias necessidades, proporcionar crit rios de afecta o aos v rios tipos de usos

pretendidos tendo em conta o valor econ mico de cada um deles, assegurar a harmoniza o da gest o das guas com o desenvolvimento regional e as pol ticas sectoriais, os direitos individuais e os interesses locais, e fixar as normas de qualidade ambiental e os crit rios relativos ao estado das guas.Ó >>> PAG. 4

Opini o do Ministro da Agricultura

Produzir alimenta o protegendo os recursos h dricos >>> PAG. 2

Entrevista de Ant nio Carmona Rodrigues

A navega o do Tejo Conex o com outros modos de transporte >>> PAG. 5

Idanha-a-Nova

Valoriza o de recursos h dricos >>> PAG. 11

Rio Tejo - Plan cie agr cola e duna no leito do rio

EDITORIAL O TEJO E O FUTURO Nesta quarta edi o do INFOTEJO o Ministro da Agricultura, Ant nio Serrano, fala do futuro do Tejo salientando a op o do programa do governo em prosseguir a aposta na çgua e no Regadio, considerando que " no espa o geogr fico do Tejo que se encontra uma das principais regi es produtivas agr colas do pa s", ao mesmo tempo que apela a uma maior sensibiliza o dos

agricultores para a protec o dos recursos h dricos. Numa interessante entrevista, Ant nio Carmona Rodrigues lembra-nos que o Tejo um rio com Hist ria. A sua navegabilidade referida h mais de dois mil anos. Mas, mais do que passado, o Tejo um rio com futuro. isso que o nosso entrevistado refere quando aponta caminhos e defende uma "nova" navegabilidade competitiva e complementar com outros meios de transporte. Destacamos estas duas participa es que se pretendem partilhar com os nossos leitores, pelo seu valor e saber. Em destaque est o tamb m os Planos de Gest o de Regi o Hidrogr fica que constituem uma vis o sustentada na gest o dos recursos h dricos e cujo procedimento concursal e respectiva

adjudica o se encontram j conclu dos. Tamb m o Plano de Ordenamento do Estu rio do Tejo foi adjudicado. Excelentes not cias. Iniciativas de jovens estudantes com a colabora o da ARH do Tejo na ribeira de St». Catarina, no Entroncamento, e o trabalho que est a ser desenvolvido para resolver, finalmente, o problema dos passivos ambientais no concelho do Seixal s o, entre outros, assuntos tratados neste n mero. Como sempre, damos relevo a mais um munic pio, nesta edi o a Idanha-a-Nova, para conhecermos projectos inovadores no mbito dos recursos h dricos. Manuel Lacerda Presidente da ARH do Tejo


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OPINIÌO

çGUAS E AGRICULTURA:

PRODUZIR ALIMENTA ÌO PROTEGENDO OS RECURSOS HêDRICOS Diversos acontecimentos, que t m ocorrido escala mundial nestes ltimos anos, vieram relembrar a import ncia esquecida ou, pelo menos, menorizada, da actividade agr cola para garantir a satisfa o das necessidades vitais da humanidade em termos de alimenta o. A crise econ mica internacional, bem como a crescente volatilidade dos pre os dos principais produtos alimentares s o alguns dos principais exemplos.

diferente daquela que esteve presente na sua ltima reuni o, realizada h mais de uma d cada, dominada pelas quest es do com rcio internacional e da sua liberaliza o.

Desta forma, tem vindo a ser recolocada na agenda do debate e op es pol ticas a quest o de saber como assegurar as condi es para que a agricultura desempenhe essa sua fun o vital de produ o alimentar, quest o em geral considerada, erradamente, como estando h muito resolvida.

Assegurar o abastecimento alimentar enfrenta hoje novos desafios incontorn veis a n vel mundial, decorrentes, designadamente, do crescimento substancial previsto para a procura e das altera es clim ticas. Eles implicam, no fundo, conseguir obter mais produ o de bens alimentares com menos recursos naturais solo e gua, ou seja, ser mais eficiente no seu uso, uma vez que as previs es associadas mudan a dos padr es clim ticos estimam que grandes reas deixem de ter condi es de produzir e que os recursos h dricos dispon veis sejam menores.

O encontro dos respons veis governamentais da agricultura dos pa ses da OCDE, que teve lugar no in cio deste ano, no qual foi consensualmente reconhecida a seguran a alimentar como a prioridade estrat gica deste sector para os pr ximos anos, um sinal claro desta recente evolu o da orienta o pol tica neste dom nio. Orienta o bem

Tamb m para o nosso pa s se prev que as altera es clim ticas conduzam a condi es especialmente gravosas para a actividade agr cola, designadamente, a um acr scimo de variabilidade das condi es clim ticas e a uma maior frequ ncia na ocorr ncia de fen menos extremos como secas, inunda es e temporais.

Ora, como sabido, produzir alimentos necessita de gua pelo que, nas condi es clim ticas mediterr nicas prevalecentes no territ rio continental, em que n o chove na altura do ano na qual a temperatura mais favor vel para o crescimento das plantas, o regadio se configura como um factor estrat gico para a actividade agr cola indispens vel para desenvolver a produ o alimentar. Neste contexto, tem especial relev ncia a op o do programa do governo de prosseguir a aposta priorit ria na çgua e no Regadio, nomeadamente atrav s da finaliza o dos principais aproveitamentos hidroagr colas, desenvolvendo os respectivos projectos e disponibilizando fontes de financiamento no mbito das medidas do Programa de Desenvolvimento Rural. Pretende-se, assim, assegurar a disponibilidade de gua para rega em quantidade e qualidade, promover o seu uso mais eficiente e ir criando, tamb m, condi es para responder s necessidades de adapta o s altera es clim ticas. Considera-se, assim, o regadio como um instrumento de desenvolvimento e n o um

"No espa o geogr fico de interven o da ARH do Tejo encontra-se uma das principais regi es produtivas agr colas do pa s, cujo contributo para a produ o nacional muito importante e na qual as culturas regadas representam um segmento chave para o seu desenvolvimento, moderniza o e competitividade, constituindo o suporte de uma actividade empresarial, exemplo de dinamismo e profissionalismo, que importa potenciar" 02


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OPINIÌO fim em si mesmo, que tem que ser encarado como um sistema de explora o sustent vel do ponto de vista econ mico, ambiental e social. No espa o geogr fico de interven o da ARH do Tejo encontra-se uma das principais regi es produtivas agr colas do pa s, cujo contributo para a produ o nacional muito importante e na qual as culturas regadas representam um segmento chave para o seu desenvolvimento, moderniza o e competitividade, constituindo o suporte de uma actividade empresarial, exemplo de dinamismo e profissionalismo, que importa potenciar. Neste sentido, a aposta do governo no regadio traduz-se, na regi o, entre outros, na finaliza o do projecto do Aproveitamento Hidroagr cola da Lez ria Grande de Vila Franca de Xira, viabilizando o desenvolvimento do seu potencial produtivo para o qual a proximidade do mercado da Grande Lisboa cria condi es particularmente favor veis de competitividade. Se a resposta necessidade de desenvolvimento do regadio um objectivo central de actua o, a n vel nacional e particularmente nesta regi o, n o menos importante assegurar o uso respons vel da gua e a protec o da sua qualidade, contribuindo para a preserva o deste recurso natural estrat gico. Para l do apoio, no mbito do PRODER, adop o de sistemas de rega mais eficientes, s o diversas as iniciativas que v m sendo promovidas com o objectivo de proteger a qualidade da gua, salientando as medidas recentemente adoptadas no mbito do Programa de Ac o para as Zonas Vulner veis, incluindo a do Tejo. Nele se estabelecem diversas normas para regular o desenvolvimento das pr ticas agr colas, nomeadamente ao n vel da rega, mas tamb m da fertiliza o e da gest o dos efluentes pecu rios, por forma a prevenir a polui o da gua com nitratos de origem agr cola.

Particularmente importante a divulga o e sensibiliza o dos agricultores para as solu es de protec o dos recursos h dricos no mbito mais geral dos sistemas de produ o ambientalmente sustent veis, pelo que igualmente de salientar o processo de dinamiza o da cria o dos Servi os de Aconselhamento Agr cola previstos no quadro da aplica o do regime da condicionalidade ambiental relativo ao cumprimento de exig ncias ambientais pelos benefici rios dos apoios financeiros da PAC. Os agricultores, enquanto gestores e utilizadores de recursos naturais, s o agentes indispens veis do esfor o colectivo para a sua salvaguarda. S o agentes particularmente determinantes no que se refere salvaguarda dos recursos h dricos, tendo em conta que a agricultura o principal utilizador da gua ao produzir alimenta o, uma vez que ela necess ria ao desenvolvimento das plantas e animais e constituinte principal dos alimentos. Gostaria, por isso, de deixar aqui um est mulo e manifestar o meu apoio ao prosseguimento da actua o empenhada da ARH do Tejo no refor o da parceria estabelecida com os agentes do sector agr cola, organiza es de agricultores e administra o. Essa parceria constitui a plataforma de suporte partilha de responsabilidades, aos diversos n veis, na gest o dos recursos h dricos, por forma a responder s necessidades colectivas

de desenvolvimento da regi o no quadro dos grandes desafios que se lhe colocam, designadamente, em termos de produ o alimentar, num esfor o conjunto agricultura e ambiente, no interesse comum da sociedade.

"Considera-se o regadio como um instrumento de desenvolvimento e n o um fim em si mesmo, que tem que ser encarado como um sistema de explora o sustent vel do ponto de vista econ mico, ambiental e social"

Ant nio Serrano (Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas)

Tamb m o novo enquadramento regulamentar da actividade pecu ria constitui um instrumento decisivo para promover uma gest o adequada dos efluentes animais das explora es pecu rias, apoiada por medidas no mbito do PRODER e em conjunto com a Estrat gia Nacional para os Efluentes Agro-Pecu rios e Agro-Industriais.

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ACTUALIDADE

UMA VISÌO SUSTENTADA DA GESTÌO DE RECURSOS HêDRICOS >>> PçG. 1

A segunda gera o de planos, em processo de elabora o, traduz uma nova vis o do planeamento e da gest o dos recursos h dricos, dando cumprimento s exig ncias da DirectivaQuadro da çgua (DQA) e da Lei da çgua, obrigando, designadamente, an lise econ mica das utiliza es da gua e integra o de uma abordagem ecol gica na defini o dos objectivos e incluindo, pela primeira vez, as guas costeiras. A legisla o estabelece os princ pios orientadores para esta actividade, nomeadamente, no que respeita participa o da sociedade e dos cidad os nos procedimentos de elabora o, execu o e altera o dos instrumentos de planeamento. No caso da regi o hidrogr fica do Tejo, pelo facto de se tratar de uma regi o hidrogr fica internacional, a elabora o do Plano de Gest o da Regi o Hidrogr fica (PGRH) do Tejo tem que ser obrigatoriamente coordenada entre as autoridades competentes de Portugal e Espanha. Ë ARH do Tejo, cabe a elabora o do PGRH do Tejo e do Plano de Bacia das ribeiras do Oeste. Nos termos da Lei da çgua, e sem preju zo da delega o de compet ncias resultante do despacho conjunto da ARH do Centro e da ARH do Tejo, o plano relativo rea das ribeiras do Oeste dever ser integrado no PGRH do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste. O procedimento concursal para a elabora o dos Planos encontra-se finalizado, tendo j sido feita a adjudica o dos trabalhos. O concurso p blico foi organizado em cinco Lotes: Recursos H dricos Superficiais Interiores; Recursos H dricos Subterr neos; Recursos H dricos do Litoral; An lise Econ mica das Utiliza es da çgua; e Avalia o Ambiental Estrat gica e Participa o P blica. A par de todo o processo, o procedimento contempla ainda o estudo de reas-piloto, quer para a regi o hidrogr fica do Tejo quer para a bacia hidrogr fica das ribeiras do Oeste, o que permitir aplicar com detalhe adequado, metodologias, modelos de gest o e medidas de interven o no terreno, de modo a retirar conclus es e permitir ajustamentos de solu es para a restante rea de implementa o da responsabilidade da ARH do Tejo. Estes estudospiloto visam essencialmente o teste e a antecipa o da implementa o de medidas/abordagens pela pr pria ARH, tendo em conta a sua dupla compet ncia de planear e gerir os recursos h dricos.

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A ARH do Tejo estabeleceu uma estrutura organizativa para a coordena o e acompanhamento do processo de elabora o dos Planos, privilegiando a participa o directa dos seus t cnicos nas v rias reas tem ticas, no sentido de assegurar uma liga o mais eficaz dos trabalhos desenvolvidos pelas empresas com as actividades da institui o e promover a sua capacita o t cnica progressiva, quer no contexto do conhecimento de novas abordagens quer na aplica o sistem tica das ferramentas de modela o e apoio decis o que ser o desenvolvidas. Encontra-se j desenvolvida a plataforma colaborativa que servir de suporte n o s gest o do processo de planeamento, mas tamb m organiza o de conte dos associados aos Planos. Com a cria o do designado Òplano virtualÓ pretende-se estabelecer uma base comum de trabalho, muito pr xima dos resultados finais pretendidos, que ser progressivamente preenchida pelas v rias equipas. Procura-se, assim, garantir a consist ncia dos produtos finais, tendo em conta a natureza dos trabalhos e os diferentes

Barragem de Castelo do Bode

actores envolvidos, a verifica o do cumprimento das disposi es da DQA e o cumprimento dos prazos de execu o dos trabalhos. Outra aposta muito forte da ARH do Tejo, passa pela concretiza o de um modelo de participa o p blica que se pretende inovador, pode mesmo dizer-se atractivo, para suscitar o interesse e favorecer um envolvimento dos cidad os no processo de planeamento. Assim, ser o aplicadas diferentes metodologias e produtos adaptados aos diferentes fins e tipos de participa es. O planeamento de recursos h dricos um processo c clico, pelo que os planos em elabora o prev em um sistema de acompanhamento e monitoriza o da implementa o das medidas, cujos indicadores suportar o futuras ac es de planeamento e o pr prio ajustamento das medidas a estabelecer. Com a adjudica o s empresas, os trabalhos preparat rios que t m vindo a ser conjuntamente desenvolvidos pelos t cnicos da ARH e pelos consultores contratados ganhar o uma nova din mica, no sentido de concretizar as obriga es previstas na Lei da çgua.


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ENTREVISTA

Ant nio Carmona Rodrigues*

A NAVEGA ÌO DO TEJO NÌO PODE ESTAR DISSOCIADA DA CONEXÌO COM OUTROS MODOS DE TRANSPORTE A ideia da navegabilidade no rio Tejo uma quest o ancestral e recorrente; pode fazer-nos uma s ntese da sua hist ria? A hist ria da navegabilidade do rio Tejo longa. J h mais de dois mil anos Estrab o, na sua "Geografia", dizia que "O Tejo ( ... ) pode ser remontado por grandes navios de transporte; Como ao inundar as terras vizinhas na praia mar se formam esteiras com o comprimento de 150 est dios, toda esta parte plana se acha aberta navega o ( ... )". Desde tempos remotos que o Tejo assumiu um papel principal como via naveg vel, face import ncia que as trocas comerciais sempre tiveram. As suas condi es naturais permitiram ter em Santar m o porto inicial do ent o chamado mar interior, no qual se iniciava a rota de navega o mediterr nica, que se despertou com a civiliza o fen cia. No per odo Romano, entre os s culos III AC e VII DC, o Tejo serviu de via de penetra o at ao interior e acaba por ter um papel importante na estrutura o territorial da Pen nsula Ib rica. Foi tamb m um p lo de desenvolvimento, determinando a localiza o de diversos aglomerados, permitindo ao longo dos s culos a liga o do litoral ao interior, o alargamento da economia e a consolida o territorial. Com o imp rio mu ulmano, s culos VII-XII, continuaram as obras de regulariza o do rio, o aproveitamento energ tico por moinhos e fortificaram-se as cidades ribeirinhas contra os frequentes ataques inimigos. A montante do estu rio, o rio era uma via de comunica o importante, que os espanh is sempre quiseram desenvolver como via de acesso ao mar e para a expans o peninsular. A navega o no Tejo a partir do s culo XVII foi objecto de v rias propostas que tinham como objectivo tornar o rio Tejo a principal via comercial de toda a sua bacia ib rica, a que

j foi chamada Tej nia. O primeiro destes projectos da poca de Filipe II, a que se seguiu no s culo XVII o do padre Estev o Cabral e que possibilitaram a navega o at Aranjuez, a 20 km de Madrid, onde chegaram a embarcar tropas para Lisboa. As capitais dos maiores imp rios coloniais estiveram ligadas pelo Tejo. Nos meados do s culo XIII o com rcio progrediu, exercido tanto pelos pr prios produtores como pelos mercadores, havendo not cias da exist ncia, naquele s culo e no seguinte, de rela es comerciais de Santar m com Flandres, Fran a e Norte de çfrica. Neste s culo, com a conquista definitiva do Algarve, o rio Tejo aumentou a sua import ncia como eixo de comunica o, acentuado pelo facto de Lisboa ser a capital do reino. O crescimento da cidade andou a par com o incremento da navega o ao longo do rio. No Baixo Tejo era de salientar a navegabilidade at Abrantes, pela Cala Real; at Palmela, pelo rio Coina; at Azeit o, pelo rio Judeu; at Coruche, pelo Sorraia. Pelo Tranc o acima subiram m rmores e pedra para a constru o dos torre es de Mafra. Chegaram a fazer-se planos para a liga o do rio Sizandro com o Lizandro, no contexto das Linhas de Torres como defesa da Capital, e a liga o ribeira de Alc ntara, transformando Lisboa numa ilha. Apesar da sua longa extens o, o tr fego fluvial mais intenso no Tejo cingia-se apenas liga o entre Lisboa e Abrantes, sendo limitadas as possibilidades da para cima durante o Ver o e nem mesmo em Abrantes era poss vel a circula o de barcos de grande tonelagem. A irregularidade e intensidade das cheias nunca permitiram uma navegabilidade constante, nunca se mostrando Portugal muito interessado nesta linha fluvial. As irregularidades na navega o implicavam

que muitos produtos como a madeira e a corti a fossem transportados em jangadas at parte do curso do rio, nomeadamente Valada ou Salvaterra, onde ent o passavam para barcos e seguiam at Lisboa. No s culo XVI s o feitas algumas obras no rio como o cais de Tancos. No final deste s culo, durante o per odo de ocupa o espanhola foram constru dos sirgadouros de alvenaria nos pontos mais dif ceis do curso tornando assim mais f cil a liga o entre Portugal e Espanha atrav s do rio Tejo. Foi por essa via que foram transportados os m rmores de Estremoz para a constru o do Escorial junto a Madrid. Nos s culos seguintes o estudo do rio e da sua navegabilidade continuou a ocupar os vizinhos espanh is. O tr fego fluvial ao longo do rio mantinha-se e exemplo disto eram os muitos barcos que iam at Alc ntara buscar min rio para Lisboa. Em 1829 foi assinado um tratado em Lisboa que legalizou o projecto de navega o a vapor entre Lisboa e Aranjuez. Os espanh is encomendaram 4 navios a vapor e Portugal 2, que nunca ultrapassaram Abrantes. Tanto no s culo XIX, o Minist rio das Obras P blicas, Com rcio e Ind stria, como no s culo XX o grupo Mendes Godinho, com o ÒProjecto Tejo, Aproveitamento para fins M ltiplosÓ, pretendiam construir no Tejo uma via fluvial que ligaria o centro da Pen nsula Ib rica a todas as auto-estradas fluviais principalmente da Europa. Esta obra permitiria, utilizando eclusas, ligar os diversos planos de gua, promovendo assim a circula o de comboios de barca as que transportariam aproximadamente 5 000 t o que equivale a 500 vag es de 10 toneladas ou a 250 cami es de 20 t. Destes planos de gua teriam de ser constru dos os aproveitamentos de Muge, Santar m e Almourol e dotar de eclusas anexas os restantes j existentes.

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ENTREVISTA *Ant nio Carmona Rodrigues, nasceu em Lisboa, em 23 de Junho de 1956. Engenheiro Civil (Lisboa, 1978), Dip. Hydraulic Engineering (Delft, Pa ses Baixos, 1982) e Doutorado em Engenharia do Ambiente (UNL, Lisboa, 1992). Foi Assistente Convidado, desde 1983, e Professor, desde 1992, na Faculdade de Ci ncias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Nesta Universidade o respons vel pelo Laborat rio de Hidr ulica Prof. Armando Lencastre e o coordenador do Mestrado em Engenharia e Gest o da çgua. Durante os seus mais de 30 anos de experi ncia em recursos h dricos, esteve envolvido em diversos projectos importantes em Portugal e no estrangeiro, incluindo planeamento de recursos h dricos, estudos de modela o matem tica, obras hidr ulicas, regulariza o fluvial e estudos de impacte ambiental. membro da Academia de Engenharia, do Conselho Nacional da çgua, da Comiss o Nacional Portuguesa das Grandes Barragens e ex-Presidente da Comiss o Directiva da Associa o Portuguesa dos Recursos H dricos. Foi Vereador da C mara Municipal de Lisboa (2002-2003, 2005 e 2007-2009), Ministro das Obras P blicas, Transportes e Habita o do XV Governo Constitucional (2003-2004) e Presidente da C mara Municipal de Lisboa (2004-2005; 2005-2007). , desde 2009, Presidente da DHV, SGPS Ð Consultoria e Engenharia.

A navega o do rio Tejo a montante de V. F. de Xira come ou a perder import ncia devido ao desenvolvimento do transporte ferrovi rio nos finais do s culo XIX e praticamente desapareceu no s culo XX com o desenvolvimento do transporte rodovi rio.

Se se pretender olhar para o potencial de valoriza o do Tejo, faz ou n o sentido incluir, hoje, a componente da navegabilidade? N o tenho d vidas que a navegabilidade do rio Tejo tem de fazer parte de qualquer estrat gia que vise a valoriza o e o aproveitamento sustent vel da sua bacia hidrogr fica. O rio sempre foi, como via naveg vel, um factor de desenvolvimento das regi es que atravessa e das respectivas popula es ribeirinhas. Apesar de ter perdido alguma da import ncia que teve no passado em termos de navega o fluvial, o rio Tejo tem hoje de voltar a ser olhado com um renovado interesse como uma via estruturante do desenvolvimento s cio econ mico da regi o envolvente, tanto pelas suas caracter sticas espec ficas, como pelos condicionalismos ambientais e energ ticos que cada vez mais se colocam ao Pa s. Por outro lado, a navegabilidade cruza de forma clara a necessidade, por um lado, de articula o e de integra o das diversas utiliza es dos recursos h dricos e, por outro, da inser o numa pol tica de mobilidade e transportes que garanta um funcionamento harmonioso e um desenvolvimento sustentado de uma vasta regi o com caracter sticas urbanas, industriais e agr colas.

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No sentido de integrar a componente navega o na valoriza o do rio Tejo, que tipo de interven o considera ser a mais indicada? Existem diversos estudos e planos que ao longo dos anos foram realizados para a bacia hidrogr fica do rio Tejo, alguns j com muitos anos, como acima foi referido. Neste momento, est o em curso alguns trabalhos importantes, como o Plano de Gest o dos Recursos H dricos do Tejo (a cargo da ARH do Tejo) ou o Programa das Barragens com Elevado Potencial Hidroel ctrico. No que diz respeito navegabilidade, a APL promoveu nos ltimos anos o seu plano de desenvolvimento portu rio, bem como um plano espec fico para a n utica de recreio no estu rio do Tejo. Creio que neste momento faz sentido desenvolver um estudo integrado de aproveitamento e valoriza o do Tejo, que contemple o potencial de navega o fluvial a par de muitas outras val ncias, como por exemplo a qualifica o ambiental, o controlo de cheias, a rega e o enxugo dos terrenos agr colas, a produ o hidroel ctrica, as capta es de gua ou ainda o recreio. As caracter sticas do rio e da respectiva bacia hidrogr fica parecem, partida, sugerir que se justifique analisar a cria o de uma via naveg vel que se poder estender at Abrantes, ou mesmo at barragem de Belver. N o nos podemos esquecer que se tem vivido um tempo em que os custos dos combust veis pesam muito nos transportes, especialmente no transporte rodovi rio de mercadorias. Cada vez mais se buscam alternativas energ ticas, a par de exig ncias ambientais cada vez mais assumidas pela sociedade, a economia de recursos e a optimiza o de custos.

Foi ali s na linha das preocupa es energ ticas e ambientais que a Uni o Europeia, atrav s do Livro Branco dos Transportes, tra ou h anos uma clara orienta o no sentido de privilegiar o apoio aos projectos relativos ao modo de transporte ferrovi rio e ao transporte mar timo de curta dist ncia. Como se sabe, o custo unit rio do transporte de mercadorias significativamente mais baixo no transporte de navio do que atrav s de avi o, cami o ou comboio. Para al m do programa de apoio cabotagem mar tima, faz hoje todo o sentido olhar para as vantagens comparativas do transporte fluvial de curta dist ncia em zonas com claro potencial para tal, como de facto o Baixo Tejo. Este transporte fluvial de curta dist ncia pode ser promovido tanto como tr nsito transversal, entre as margens do rio, como atrav s da navega o longitudinal, ligando reas urbanas e industriais e zonas agr colas espalhadas ao longo do seu curso. Esta ideia foi ali s prevista no recente plano de expans o do Porto de Lisboa, que contempla a possibilidade de liga o fluvial para mercadorias entre Alc ntara e Castanheira do Ribatejo, ou ao Poceir o atrav s do programado terminal multimodal do Barreiro, atrav s de barca as. Mas muitos outros locais existem ao longo das margens do Tejo com enorme potencial para suporte actividade da n utica fluvial.

Tendo presente a exist ncia de locais de extrac o de inertes no Tejo, como poder o articular-se as duas actividades? Quando se fala do aproveitamento integral de um rio, tal como foi acima referido, contemplando


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ENTREVISTA diversas val ncias, fundamental um estudo do comportamento hidromorfol gico do curso de gua. A necessidade de um estudo destes resulta naturalmente da permanente evolu o din mica que se verifica ao n vel da bacia hidrogr fica, como por exemplo com a constru o de novas infra-estruturas, com modifica es do uso do solo ou com altera es na utiliza o dos recursos h dricos. Um estudo desta natureza conduzir defini o de perfis transversais e longitudinais do rio compat veis com as suas diversas val ncias, e permitir tamb m definir medidas tais como a limpeza dos leitos e escava es dos fundos, protec o e/ou fixa o de fundos e margens, mas tamb m planos de monitoriza o e controlo. A monitoriza o regular da maior import ncia. Basta lembrar que em certos pa ses, face import ncia da navegabilidade fluvial, se produzem anualmente cartas de fundos para aux lio da navega o dos pilotos. No caso das extrac es de sedimentos, n o s desej vel como mesmo imperioso compatibilizar essas ac es que visam a garantia de canais de navega o com a actividade de extrac o de inertes que existe h muito no Tejo. Os planos de extrac o de inertes ou de dragagens ter o necessariamente de se conformar com os v rios objectivos de valoriza o do rio. De forma criteriosa, as extrac es de areia poder o ajudar manuten o das condi es de navegabilidade, sem prejudicar outras val ncias do uso do rio, desde logo a qualidade ambiental ou a seguran a de infra-estruturas. Outro tipo de problemas poder surgir com a necessidade de limpeza ou escava o de sedimentos contaminados para a melhoria das condi es de navegabilidade ou de acostagem. Tamb m aqui se dever o avaliar as condi es em que tais escava es podem ser realizadas. No entanto, importante prestar aten o a solu es que t m vindo a ser utilizadas nestas situa es noutros pa ses, como por exemplo o armazenamento adequado destes sedimentos em certo tipo de estruturas de caix es, que s o utilizadas nas obras de constru o dos cais acost veis ou dos ancoradouros fluviais. Existem mesmo experi ncias mais arrojadas de sucesso comprovado como por exemplo a utiliza o de dep sitos, cobertos com terra ar vel, para a constru o de parques ou jardins na requalifica o urbana de frentes ribeirinhas.

Do seu ponto de vista, qual o cen rio mais plaus vel, nos dias de hoje, para a navegabilidade no rio Tejo ? Relembrando em primeiro lugar o passado, de forma sum ria, constata-se que as embarca es de transporte mais utilizados

no rio Tejo foram a fragata, o catraio e o iate para carga, o barco do Ribatejo e o batel de gua acima para o transporte de provis es, a falua para o transporte de passageiros e a barca de passagem para a liga o entre as margens. Saliente-se que o iate de carga tinha como destino o Algarve, transportando cimento de Alhandra e sacos de adubo do Barreiro. Em 1821, foram introduzidas as primeiras carreiras regulares de passageiros em barcos a vapor. Pretendia-se ent o estabelecer a liga o entre as duas margens do Tejo e ainda Lisboa ao Porto. Todavia, o barco a vapor acabou por se limitar ao estu rio do Tejo devido sua incapacidade de enfrentar a ondula o atl ntica. No s culo seguinte apareceram os gasolinas para a liga o entre as margens. A maioria destes barcos foi constru da em estaleiros da Costa Norte ou da margem Sul do Tejo (Aveiro, Abrantes, Alcochete, Samouco e Seixal). Ainda assim existiram v rios estaleiros em Alhandra, Alverca, Vila Franca de Xira e Povos. Destes dois ltimos sabe-se que, pelo menos, remontam a tempos medievais. Nos tempos de hoje, tal como a Soflusa se equipou recentemente com embarca es modernas, tipo Catamaran, para o transporte de passageiros, tamb m as barca as de transporte de mercadorias dever o ser adaptadas s novas necessidades e exig ncias tecnol gicas. Hoje em dia, essencial que a navega o do Tejo n o esteja dissociada da conex o com outros modos de transporte, como o ferrovi rio ou o rodovi rio. Isto verdade tanto para o transporte de passageiros como de mercadorias. esta intermodalidade que pode tornar o sistema de transportes mais atraente. Por esta raz o, a quest o da navegabilidade do Tejo tem de ter obrigatoriamente uma componente de integra o no que respeita ao recurso gua, mas tem tamb m de ter uma componente de transversalidade pois interage necessariamente com o sistema de transportes. Em particular na regi o da grande Lisboa, fundamental o envolvimento activo da Autoridade Metropolitana de Transportes para a defini o de uma pol tica integrada de transportes que contribua para um desenvolvimento das actividades s cioecon micas em torno do Tejo. A navega o fluvial ter pois de ser parte integrante de uma rede e de um sistema de log stica e de transportes que contemple as infra-estruturas j existentes como as que est o previstas para toda esta regi o centrada no rio Tejo, como por exemplo o novo aeroporto de Lisboa ou as projectadas plataformas log sticas.

A defini o da extens o do Tejo naveg vel dever ser pois objecto de uma an lise que contemple necessariamente a din mica social e econ mica da regi o, a par de uma abordagem integrada a n vel dos recursos h dricos. natural que, havendo vantagens nessa direc o, se venham a definir obras de regula o fluvial de planos de gua que incluam eclusas. Neste caso, haver que acautelar devidamente todas as outras val ncias, nomeadamente a da continuidade do meio h drico, mas tamb m se dever avaliar a poss vel compatibiliza o destas infra-estruturas com a valoriza o da componente energ tica.

No caso de se pretender concretizar um projecto desta natureza, quais as preocupa es a ter em conta no sentido de garantir todas as quest es de seguran a, nomeadamente das infra-estruturas pr -existentes? A navega o fluvial pressup e uma via naveg vel em condi es de operacionalidade e com as caracter sticas exig veis para o tr nsito de um determinado tipo de embarca es. Mas, para al m disso, requer tamb m um conjunto de infra-estruturas de apoio a essa actividade. No caso da via naveg vel, necess rio desde logo avaliar e garantir a sua operacionalidade, garantindo a sua compatibiliza o com certas infra-estruturas, como por exemplo as pontes, existentes ou em projecto. Mas tamb m necess rio estudar a compatibiliza o das condi es de navegabilidade com outros usos da gua, como a explora o de aproveitamentos hidroel ctricos ou o controlo de cheias e a defesa dos campos. No que respeita a infra-estruturas de apoio, como os cais acost veis ou os ancoradouros, existem alguns que n o est o operacionais h anos devido a uma falta de uso ou de manuten o prolongada. Outros casos h em que um desej vel acesso a plataformas log sticas ou a outros modos de transporte se encontra prejudicado pela exist ncia de certo tipo de constru es. Ou seja, haver que identificar claramente onde dever o ser localizadas as infra-estruturas de apoio navega o fluvial, numa l gica de optimiza o do sistema de transportes, para se definirem posteriormente as ac es para a sua viabiliza o.

ÒO rio sempre foi, como via naveg vel, um factor de desenvolvimento(...)Ó 07


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NOTêCIAS

SISTEMA DE MONITORIZA ÌO NO LITORAL Na sequ ncia de Concurso P blico Internacional, est em fase final de adjudica o o projecto ÒCria o e Implementa o de Sistema de Monitoriza o no Litoral abrangido pela rea de jurisdi o da ARH do Tejo", com uma dura o prevista de 3 anos. A concep o, desenvolvimento e implementa o das diferentes componentes deste projecto ir o permitir montar um sistema de monitoriza o do litoral (evolu o e din mica dos sistemas costeiros) adaptado s necessidades de gest o da ARH do Tejo, respondendo s necessidades inerentes implementa o dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) em vigor para este tro o costeiro e a revis o e gest o na sua rea territorial. A diversidade geomorfol gica e geol gica deste tro o costeiro (limitado a norte pela Foz do Liz Ð Marinha Grande e a sul pelo Cabo Espichel Ð Sesimbra) e os seus diferentes graus de uso e ocupa o, levaram a que o projecto fosse dividido em tr s grandes componentes. A primeira, visa a caracteriza o do for amento meteorol gico e oceanogr fico, a caracteriza o da margem terrestre na situa o de refer ncia, a avalia o

da perigosidade associada mobilidade da linha de costa e o enquadramento de solu es de interven o em zonas de risco em litoral de arriba. As segunda e terceira componentes do projecto incidem, respectivamente, sobre o tro o da Costa da Caparica e da Lagoa de Albufeira, tendo sido definidas como Estudos de Caso. No que se refere Costa da Caparica, foi definido um programa de monitoriza o espec fico da evolu o da linha de costa de modo a melhor compreender os processos e mecanismos de circula o sedimentar presentes no tro o, bem como quantificar o grau de vulnerabilidade e risco actualmente existente. Para dar resposta aos objectivos da Unidade Operativa de Planeamento e Gest o (UOPG-18) do POOC Sintra Ð Sado, foi prevista a realiza o de um conjunto de estudos espec ficos na Lagoa de Albufeira, indispens veis concretiza o do conjunto de ac es necess rio para o ordenamento e requalifica o deste sistema lagunar. Com a implementa o deste projecto, cujo in cio se prev para o segundo trimestre de

2010, ser o dadas respostas fundamentais para a gest o da orla costeira na rea de interven o da ARH do Tejo, promovendo a seguran a de pessoas e bens, a preven o da ocorr ncia de desastres naturais, a conserva o do ambiente natural, a melhoria do bem-estar social e o desenvolvimento de actividades econ micas compat veis com um contexto de sustentabilidade. Valmit o - Lourinh

PASSIVOS AMBIENTAIS NO CONCELHO DO SEIXAL Desde meados do s culo XX que as ind strias qu micas, de produ o de explosivos, siderurgia, metalomec nicas, estaleiros navais, entre outras, t m desenvolvido a sua actividade no Concelho do Seixal. A labora o destas ind strias, juntamente com a inexist ncia de pr ticas ambientais sustentadas, levaram a graves problemas ambientais com contamina es de solos e guas com os mais diversos tipos de poluentes, resultantes do dep sito de res duos de hidrocarbonetos e de guas residuais contaminadas em lagoas escavadas nas areias e/ou em areeiros abandonados, sem qualquer tipo de impermeabiliza o. Esta pr tica levou contamina o, numa primeira fase, do aqu fero superior e posteriormente pode vir a amea ar o aqu fero profundo. Este sistema aqu fero, o maior da Pen nsula Ib rica, o respons vel pelo abastecimento p blico de gua a todos os concelhos da pen nsula de Set bal, num total de mais de um milh o de pessoas, e constitui uma importante reserva estrat gica de gua para o pa s. Assim, no mbito do Programa Operacional do Objectivo Coopera o Territorial do Espa o Sudoeste Europeu, a ARH do Tejo, com o Laborat rio Nacional de Energia e Geologia, a

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Ag ncia Portuguesa do Ambiente, a C mara Municipal do Seixal, a Confederaci n Hidrogr fica del Tajo e a Fundaci n IMDEA Agua (Universidade de Alcal de Henares), elaboraram uma candidatura com o tema ÒValoriza o do Territ rio pela descontamina o de solos e guas Ð Bacia do Tejo (Seixal e Alcal del Henares)Ó. Esta candidatura apresenta como quadro de refer ncia, os graves passivos de contamina o que h d cadas se v o acumulando e agravando nas regi es metropolitanas de Lisboa e Madrid.

O projecto dimensionado para aprofundar o conhecimento destas situa es e desenhar as solu es de tratamento e remedia o da grave contamina o do solo e da gua. Pretende igualmente, assumir uma dimens o de demonstra o que permitir a dissemina o e divulga o das metodologias utilizadas e dos resultados obtidos, possibilitando a aplica o das mesmas na resolu o de outros passivos ambientais em Portugal, em Espanha e no resto da Europa.

>>> Res duos de hidrocarbonetos no interior do Po o do Talaminho, situado a cerca de 20 m do estu rio do Tejo


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RECOLHA DE AMOSTRAS DE çGUA NA RIBEIRA DE STA. CATARINA: AC ÌO CONJUNTA DA ARH DO TEJO E DO GRUPO ÒOS RIBEIRINHOSÓ No dia 14 de Abril, quatro t cnicos da ARH do Tejo e os jovens que integram o grupo ÒOs RibeirinhosÓ, da Escola Secund ria do Entroncamento, deslocaram-se a dois locais desta ribeira para recolha de amostras de gua e posterior an lise. O Projecto de Recupera o da ribeira de Santa Catarina - ÒOs RibeirinhosÓ - constitu do pelos alunos do 12.¼ ano de Ci ncias e Tecnologia, Elisabete Vit ria, Filipe Bica, Jo o Ferreira, Jo o Vieira e Jos Eduardo Rebelo, que decidiram investigar a situa o desta ribeira e pediram a colabora o da ARH do Tejo. Esta ac o conjunta incluiu: - a recolha de amostras de gua em dois locais da ribeira (a jusante da zona urbana do Entroncamento, imediatamente a jusante da descarga da ETAR e a montante do zona urbana, perto das nascentes) para

posterior an lise de diversos par metros f sico-qu micos de base e microbiol gicos no laborat rio da ARH do Tejo; - a medi o de caudal na sec o a jusante do local de rejei o da ETAR; - o preenchimento de fichas de caracteriza o f sica da rea envolvente. Esta interessante iniciativa enquadra-se no mbito das atribui es e objectivos da ARH do Tejo de proteger e valorizar os recursos h dricos e de trabalhar em conjunto com todos os utilizadores e interessados na melhoria da qualidade dos nossos rios. Do ponto de vista dos alunos e restante comunidade local, permite-lhes compreender as ac es necess rias monitoriza o e verifica o da qualidade dos nossos recursos h dricos. http://os-ribeirinhos.blogspot.com/

>>> A ribeira de Sta. Catarina a jusante do ponto de rejei o da ETAR

>>> A determina o no local do Oxig nio Dissolvido (OD) no ponto de amostragem a montante da rea urbana do Entroncamento

CONTRATO PARA A ELABORA ÌO DO POE DO TEJO Jç ASSINADO O contrato para a elabora o do Plano de Ordenamento do Estu rio do Tejo foi assinado na passada semana com a empresa DHV, S.A.. O projecto tem uma dura o prevista de 18 meses, tendo sido criada uma estrutura organizativa para o seu acompanhamento e gest o.

Os principais desafios que agora se colocam elabora o do Plano de Ordenamento do Estu rio do Tejo, novo pela sua natureza e mbito de interven o, s o as de que este seja efectivamente um instrumento supletivo, integrador de sinergias entre

utiliza es e garante de salvaguarda de efeitos cumulativos de usos e ocupa es e que promova a media o de conflitos constituindo um verdadeiro suporte de governan a territorial em torno do estu rio do Tejo.

ASSINATURA DOS CONTRATOS PARA A ELABORA ÌO DO PGRH DO TEJO E PBH DAS RIBEIRAS DO OESTE A ARH do Tejo lan ou o processo de elabora o do PGRH do Tejo e o PBH das ribeiras do Oeste, atrav s de um concurso p blico internacional por lotes, tendo assinado os contratos com as entidades:

DHV, S.A. Ð Recursos h dricos superficiais interiores; HIDROPROJECTO/LNEC/ Associa o ICCE Ð Recursos h dricos subterr neos; DHV, S.A. Ð An lise econ mica; e BIODESIGN, Lda. Ð Avalia o Ambiental

Estrat gica e participa o p blica. Pelo facto do Lote 3 Ð Recursos h dricos do litoral Ð ter ficado deserto, a ARH do Tejo est a avan ar com a contrata o dos respectivos trabalhos por ajuste directo.

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A experi ncia que adquiri ao longo de muitos anos ligado actividade agr cola uma mais valia para poder hoje, como Presidente da C mara Municipal de Idanha-a-Nova, ter uma leitura das potencialidades deste concelho. O Concelho de Idanha-a-Nova apresenta condi es de excep o para evoluir no sentido da sustentabilidade, dados os seus recursos end genos, de que, indubitavelmente, se destacam o patrim nio natural, o patrim nio hist rico-cultural e as suas potencialidades ao n vel agr cola, com especial incid ncia nos terrenos da conhecida Campina da Idanha. Com uma rea de aproximadamente 1 412 quil metros quadrados, este Concelho possui um limite fronteiri o com a vizinha Espanha de mais de 80 quil metros de extens o. Munic pios espanh is como Alc ntara, Carbajo, Cilleros, Membrio, Santiago de Alc ntara e Zarza-La-Mayor desenvolvem com o territ rio concelhio um saud vel trabalho de coopera o transfronteiri o que vem permitindo, desde h longos anos, a concretiza o de ac es que conduzem a um maior n vel de desenvolvimento social, econ mico e cultural da chamada Òraia transfronteiri aÓ. No conjunto do riqu ssimo patrim nio, assumem particular relev ncia as paisagens deslumbrantes e a riqueza da fauna e da flora Ð patentes em todo o Concelho e, em

A ude de Salvaterra do Extremo

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especial no Parque Natural do Tejo Internacional - que, a par das infra-estruturas hoteleiras de elevada qualidade, do servi o de restaura o que privilegia a cozinha tradicional e da est ncia termal de Termas de Monfortinho, cativam um n mero crescente de turistas, que buscam no Interior a tranquilidade que permite contrariar a agita o dos grandes centros urbanos. Num tempo em que as quest es ambientais - e o tema da gua e do aproveitamento racional dos recursos h dricos em particular Ð est o na ordem do dia, Idanha-a-Nova pode orgulhar-se de ser banhada pelos rios Tejo, Ponsul, Erges, Aravil e pela Ribeira de Alpreade. Uma riqueza que n o comum a todas a zonas do territ rio nacional. Entre os planaltos caracterizadores do Concelho, a Campina, com o seu epicentro na freguesia de Ladoeiro outra das importantes mais valias de que dispomos. Com uma rea de regadio que se aproxima dos oito mil hectares, tem como base de sustenta o a Barragem Marechal Carmona. Na Campina da Idanha, constitu da por solos altamente f rteis, outrora aproveitados para a produ o de tomate e em tempos mais recentes de tabaco, as novas realidades do mercado e da Uni o Europeia levam a diferentes aproveitamentos das suas potencialidades, mais recentemente traduzidas na congrega o de esfor os para implementa o do projecto ÒHortas de

IdanhaÓ que vai promover a marca do Munic pio e os seus produtos no mercado, por forma a facilitar o escoamento dos mesmos. Num territ rio do Interior, marcadamente agr cola, com as dificuldades que os produtores raianos enfrentam para poderem promover e comercializar aquilo que produzem, ser sempre relevante o apoio a uma produ o de boa qualidade e o incentivo a mecanismos de associativismo que permitam enfrentar o mercado com uma confian a renovada. O projecto ÒHortas de IdanhaÓ , na verdade, um valioso instrumento para levar por diante o anseio comum a todos os agricultores da regi o. Conscientes das potencialidades deste territ rio marcadamente rural e extremamente rico do ponto vista do seu patrim nio hist rico, cultural e ambiental, apostamos, em cada dia e hoje ainda mais ap s termos sido privilegiados pela aprova o do Geoparque do pa s onde nos permite ter um territ rio classificado pela Unesco, na sua renova o e no incremento da qualidade de vida, quer de quem nos visita, quer das Gentes que, por op o, j escolheram ou venham a escolher a Idanha, para aqui constru rem o seu futuro.

çlvaro Rocha Presidente da C mara Municipal de Idanha-a-Nova

Parque de Campismo


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VALORIZA ÌO DE RECURSOS HêDRICOS Ao n vel dos recursos h dricos, Idanha-a-Nova possui um conjunto de mais valias que lhe permite a produ o de produtos com elevada qualidade. Al m dos cinco cursos de gua, nomeadamente os rios Tejo, Ponsul, Erges, Aravil e da ribeira de Alpreade, conta com variad ssimas barragens destacando-se as mais importantes Ð Barragem Marechal Carmona, Barragem de Penha Garcia e Barragem da Toulica. A primeira, situada nas imedia es de Idanha-a-Nova, tem fins de abastecimento de gua para consumo humano e serve tamb m os cerca de oito mil hectares de regadio da campina. Integrada na campina, e tamb m servida pela mesma albufeira, a Herdade do Couto da V rzea, propriedade do Estado, h alguns anos desactivada, voltar a ser utilizada no mbito de um protocolo entre a C mara Municipal, Escola Superior Agr ria de Castelo Branco e a Direc o Regional de Agricultura e Pescas do Centro, na cria o de uma Incubadora de Base Rural (projecto pioneiro). Com isto, vai ser permitido aos jovens agricultores apresentarem projectos v lidos nas reas agr cola e de turismo rural, a utiliza o de parcelas daquela herdade para se iniciarem na actividade, com o apoio institucional da C mara Municipal, Escola Superior Agr ria e Direc o Regional de Agricultura. Depois de algum tempo em estudo e elabora o, o Plano de Ordenamento da Barragem Marechal

Carmona, foi publicado em Di rio da Rep blica h pouco mais de um ano, permitindo deste modo valorizar a envolvente da albufeira. Nas margens da Barragem Marechal Carmona existe um Parque de Campismo, com boas condi es para apoiar os amantes da vida ao ar livre, que surgiu como forma de aproveitamento das magn ficas condi es naturais da barragem. Outra das barragens do concelho a de Penha Garcia. Situada junto da freguesia com o mesmo nome, esta tem tamb m fun es de abastecimento de gua e de apoio ao pequeno regadio tradicional. Localizada no rio Ponsul possui nas suas margens, al m de moinhos de gua, devidamente recuperados, tamb m um conjunto significativo de f sseis que se assumem como um importante foco de visita tur stica da regi o inclu dos no Geoparque Naturtejo. A Barragem da Toulica, localizada junto da freguesia de Zebreira, em plena Herdade do Soudo, mais conhecida como Herdade do Povo, abastece tamb m algumas povoa es e permite regar cerca de 200 hectares de terra de um total de mais de 2 000 que comp em aquela herdade. Esta propriedade um espa o utilizado pela popula o da freguesia de Zebreira, para fins agr colas, desde o s culo XVIII. Por uma quest o de preserva o ambiental, os 2 000 hectares est o divididos em tr s partes mais ou menos iguais. Todos os anos, uma

A ude do Roque em Segura

dessas partes, dividida em parcelas de aproximadamente cinco hectares, sorteada pelos chefes de fam lia da freguesia, que t m direito a duas parcelas, num total de aproximadamente 10 hectares. Com esta forma de gest o, a Herdade do Soudo tem sempre as parcelas dois anos em pousio.

CARACTERIZA ÌO SUMçRIA DO CONCELHO Concelho do distrito de Castelo Branco com uma rea de 1 412 km2, abrangendo administrativamente 17 freguesias. o concelho com mais comendas, castelos e lugares templ rios no pa s, sendo tamb m aqui que se localizam as Santa Casa e Miseric rdias, caso nico no pa s, criadas no s culo XVI. Localizado numa regi o de planalto, o concelho limitado a Norte pelo concelho de Penamacor, a Oeste pelos concelhos do Fund o e Castelo Branco, a Sul e a Leste pelos rios Tejo e Erges que constituem uma longa linha fronteiri a com Espanha, numa extens o de mais de 80 km. Trata-se de um concelho com importantes potencialidades tur sticas, refor adas com as belas paisagens e enorme riqueza do seu patrim nio religioso. Ao n vel do patrim nio hist rico possui as aldeias de Monsanto e Idanha-a-Velha classificadas como hist ricas.

Barragem Marechal Carmona

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AGENDA

CONTACTOS

ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE DIA ABERTO - PAISAGEM PROTEGIDA DA ARRIBA FîSSIL DA COSTA DA CAPARICA

22 de Maio

Centro de Interpreta o da Mata dos Medos, FONTE DA TELHA Integrado no Ano Internacional da Biodiversidade, o Instituto da Conserva o da Natureza e da Biodiversidade promove o ÒDia AbertoÓ comemorativo do 26¼ anivers rio da Paisagem Protegida da Arriba F ssil da Costa da Caparica. O programa inclui a interpreta o da can o ÒO Nosso Planeta M gicoÓ por um grupo de 45 crian as da creche 1¼ de Maio da C mara Municipal de Almada, a representa o da pe a de teatro ÒA Mata dos MedosÓ pelo Grupo de Seniores do Centro Social da N». Sra. M e de Deus da Junta de Freguesia da Buraca, a apresenta o de um trabalho em cer mica Ð placas marcadas em letra normal e em braille com o nome de algumas esp cies da flora da Mata dos Medos e a apresenta o de um trabalho elaborado a partir de um poema por 25 crian as da Escola EB1/J1 da Quinta do Campo de Corroios, Seixal. www.icnb.pt

SEDE Administra o da Regi o Hidrogr fica do Tejo, I. P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 LISBOA Tel.: 211 554 800 Fax: 211 554 809 Gabinete Sub-Regional do Oeste (GOE) Av. Eng¼. Lu s Paiva e Sousa, 6 2500-329 CALDAS DA RAINHA Tel.: 262 100 630 Fax: 262 100 631 Gabinete Sub-Regional do M dio e Alto Tejo (GMAT) Pra a Visconde Serra do Pilar, 4, 1¼ 2000-093 SANTAR M Tel.: 243 109 600/1 P lo de Abrantes Rua D. Jo o IV, 33 2200-397 ABRANTES Tel.: 241 100 050

4¼ CONSELHO DE REGIÌO HIDROGRçFICA ARH DO TEJO

PRIMEIRAS JORNADAS DE ENGENHARIA HIDROGRçFICA

P lo de Portalegre Bairro da Fontedeira, Bloco 1 Cave 7300-076 PORTALEGRE Tel.: 245 100 560 Fax 245 100 561

LISBOA

Instituto Hidrogr fico, LISBOA

P lo de Castelo Branco Rua da Fonte Nova, 1 Quinta da Fonte Nova 6000 -167 CASTELO BRANCO Tel.: 272 100 510 Fax 272 100 511

25 de Maio

Realiza-se j na pr xima semana o 4¼ Conselho de Regi o Hidrogr fica Ð ARH do Tejo, nas instala es da CCDR de Lisboa e Vale do Tejo, na rua da Artilharia Um, em Lisboa. A apresenta o e discuss o do Relat rio de Actividades de 2009, informa es sobre os projectos previstos e as actividades desenvolvidas, para al m de duas apresenta es sobre sistemas de informa o para apoio gest o dos recursos h dricos e sobre a avalia o do potencial hidroel ctrico na rea da ARH do Tejo s o alguns dos pontos em agenda.

21 e 22 de Junho

O Instituto Hidrogr fico realiza j no pr ximo m s, coincidindo com as comemora es do seu cinquenten rio, as Primeiras Jornadas de Engenharia Hidrogr fica. Pretende-se que estas Jornadas possam vir a constituir um f rum t cnico-cient fico nacional, n o s da rea da engenharia hidrogr fica mas tamb m de outras reas como a oceanografia, em especial nas reas operacional, na navega o, na geologia e qu mica mar tima e ainda sobre a gest o de dados do ambiente marinho. www.hidrografico.pt/jornadas2010.php

PATRIMîNIO NATURAL E CULTURAL DO TEJO SESSÌO DEBATE

P lo da Guarda Gaveto das Ruas Pedro çlvares Cabral e Almirante Gago Coutinho 6300-517 GUARDA Tel.: 271 100 584

04 M

A

I

O

25 de Junho

VILA VELHA DE RîDÌO Numa organiza o conjunta da ARH do Tejo e da Sociedade de Geografia de Lisboa, vai realizar-se uma sess o debate sobre o Patrim nio Natural e Cultural do Tejo, na Casa das Artes de Vila Velha de R d o. Ao longo do dia 25 de Junho v o abordar-se os seguintes temas: ÒTejo. Patrim nio da Humanidade, um sonhoÓ, ÒPatrim nio Geol gico-Geomorfol gico do rio TejoÓ, ÒBiodiversidade e altera es clim ticasÓ, ÒComunidades aqu ticas e qualidade ecol gica da rede fluvial do TejoÓ e ÒValores flor sticos e faun sticos da bacia do TejoÓ. Realiza-se ainda um painel sobre o patrim nio arqueol gico e hist rico do rio Tejo. A confer ncia final, a cargo do Professor Carlos Blazquez, da Universidade de Sarago a, versar o tema ÒTejo Ð Tajo, dois nomes, um rio, um sentimentoÓ.

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IMPRESSO EM PAPEL RECICLADO

FICHA T CNICA Propriedade: ARH do Tejo, I.P. Director: Manuel Lacerda Edi o: Fontes Pr ximas Comunica o Textos: ARH do Tejo, I.P. Design: GPI


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