NoS - Curso de artes visuais UERJ.

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Turma 02 – 2014.1

NóS

Trabalho referente à disciplina Arte e antropologia II solicitado pelas professoras Vânia Araujo e Carolina Rodrigues com base nos cadernos de campo desenvolvidos e supervisionados junto à professora Sara Panamby..

Universidade do Estado do Rio De Janeiro Rio de Janeiro. 2015


Sumário Introdução ................................................................................................................................. 4 Descrição ................................................................................................................................... 5 Paulo Victor Costa de Oliveira ................................................................................................... 6 Priscilla B. ................................................................................................................................ 10 Raquel Cappelletto .................................................................................................................. 14 Vitor Rocha Farah Gomes........................................................................................................ 17 Maria Clara Soares .................................................................................................................. 19 Luciana Andrade...................................................................................................................... 23 Georgina Soares Bianchi.......................................................................................................... 26 Paula Rodrigues M. Leite......................................................................................................... 30 Ricardo Fernandes................................................................................................................... 34 Maisa Taião Pires..................................................................................................................... 38 André Camello Costa ............................................................................................................... 42 Beatriz Albuquerque .............................................................................................................. 46 Victoria Lopes .......................................................................................................................... 50 Matheus Ferreira Abbade ....................................................................................................... 53 Paula Romanog ....................................................................................................................... 57 Mateus Alves Ferreira ............................................................................................................. 60 Rafaele Ferreira ....................................................................................................................... 64 Luiza Bohrer ............................................................................................................................ 69 Ricardo Magalhães .................................................................................................................. 73 Mariana Vidal .......................................................................................................................... 77 Rafaela DE Souza ..................................................................................................................... 81 Lisa Miranda ............................................................................................................................ 85


Introdução A revista “NóS” é um coletivo de diversos trabalhos da matéria “Arte e Antropologia” do curso de Artes Visuais(UERJ), que procura amarrar nossos processos criativos, e, respectivamente, temas discutidos em sala junto a professora Sara Panamby durante o primeiro período e dois terços do segundo período do ano de 2014. Como é de fácil percepção, os trabalhos neste coletivo tocam bastante no âmbito pessoal e social. Alguns procuram expressão em fotos de seus corpos, outros em desenhos, outros ainda em colagens e até mesmo em paisagens. Tudo sob o auxílio da professora Vânia Maria Mourão Araújo e sua coadjutora Carolina Rodrigues, tornou-se possível a produção desta auditoria.


Descrição Este registro contém pensamentos, sentimentos e muitas histórias, contadas através de diversas formas: desenhos, fotografias, palavras e expressões corporais. Os trabalhos aqui contidos são de natureza pessoal. Alguns se expressam com facilidade; outros são mais reclusos. O fato mais interessante a ser considerado é que cada um se expressa em seu tempo e de maneiras diferentes. Os tímidos usam imagens, os mais extrovertidos adoram escrever e aparecer em suas fotos, outros só buscam encontrar algo. Posso passar horas e horas tentando descrever cada um, mas é exatamente isso que irá te surpreender: a grande gama de possibilidades e individualidades formadas e enraizadas em cada uma destas pessoas. Os “NóS” desta auditoria é como se todos tivessem se amarrado e se desfeito em momentos e pensamentos. Estas páginas podem surpreender o leitor da mesma forma como me surpreenderam, e se possível abrirão novos sentidos de vida. Memórias.


Paulo Victor Costa de Oliveira

“Sempre gostei de desenho, independente do estilo. Desde a infância a área artística do desenho sempre me cativou e me motivou a seguir nesse caminho. Meu caderno de campo reflete um pouco esses gostos. Sonho em trabalhar com HQs, filmes, jogos, enfim, me tornar um autor completo.

“Gosto de seguir meu sonho mais livre. Se eu parar ele vai fugir de mim!”


Vida sentimental Meu caderno de campo mostra um pouco do que sou. Meus gostos, meus sonhos, minha essência. Mostra também um pouco da criança que vive em mim. Reflete uma pessoa que ainda não abandonou a imaginação, a inocência, os sonhos e as esperanças. Mostra alguém que ainda vê o mundo com olhos de criança, que só quer brincar, sem muitas preocupações, mesmo a vida cobrando seriedade e não tendo como fugir das responsabilidades e obrigações. Gosto de ser quem eu sou. Gosto dessa identidade. Não pretendo abandoná-la nunca. Esses três desenhos aí ao lado, retirados de meu caderno de

campo, representam uma micro parcela de tudo que eu escrevi antes.



Esse Ê um dos meus principais projetos. Não posso dar muitos detalhes agora, mas estou me esforçando muito pra fazer um trabalho competente.


Priscilla B. Nome real: Priscilla Barbosa dos Santos Sousa Idade. 24 Nacionalidade/estado em que nasceu. Brasileira Rio de Janeiro Processos criativos. Escultura, desenhos e gravura.

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplauso." Charles Chaplin


Estrada da vida Quando

fiz

esse

primeiro

desenho do meu caderno de campo, em minha mente... se passava um

circuito performático assistido em antropologia I... me fez refletir o quanto nosso corpo produz efeitos

turbilhão de pensamentos e desejos.

surpreendentes e o quanto dele Em abril de 2014 conquistei a minha

emana poder. Estou num processo

entrada pra a faculdade e isso me fez

de

pensar em como seria a minha vida

mental. A minha língua fala, os meus

dali pra frente. Eu num sei o que eu

olhos vêem e o meu corpo sente a

posso conquistar, os desafios que

necessidade de protestar... protestar

posso passar... mas de um coisa tenho

contra as deconjunturas de uma

certeza, estou na estrada certa.Estou

sociedade

fazendo o que faço com prazer e os

retirados de uma revista secular.

meus

sonhos

me

motivarão

libertação..não

física..

desigual.

a

caminhar. Grandes propósitos me fazem avançar...

Estou no meio entre linhas e dobraduras.

mas

Recortes



Obras: Imagem capturada no parque lage. imagem capturada no Parque de madureira


Raquel Cappelletto 19anos Brasil / Rio de Janeiro

Estudante do 2° período de artes visuais. Gosto de fazer colagens e filosofar sobre

a

vida.

Diários

sempre

foram

complicados para mim. A minha dificuldade em me expressar fez com que abandonasse diversos diários. O caderno de campo foi um grande desafio, pois seria algo que eu não poderia “abandonar”. Até hoje o caderno de campo é algo com que eu não me acostumei, porém nunca desisti. No primeiro semestre fiz um diário semelhante a um caderno escolar com anotações de trabalhos e aulas. Passado as férias comecei a desenvolver um projeto mais “sensível” no meu caderno. Construí um diário pessoal, quase não escrevo palavras, prefiro me expressar através de imagens.

“Primeiramente o homem existe, se descobre, surge no

mundo e só depois se define.” - Jean Paul Sartre.


Rabisco O caderno de campo veio a

estava com voltande de solta-lo. Meu

calhar nos momentos sensíveis e

caderno é umenigma. Cheio de

filosóficos. Rabisca-lo é como uma

metaforas. Decifro ele através das

terapia. Solto as emoções em forma

minhas expressões artísticas.

de cores e figuras. Eu compreendo meus rabiscos, sei quando um rabisco

quer

dizer

felicidade

e

quando quer dizer tristeza. As vezes não quer dizer nada, apenas uma vontade louca de criar, como foi na primeira figura. As imagens saem mais facies do que as palavras, mas o caderno tambem tem me ajudado a organizar minhas ideias no papel. A segunda imagem é uma dúvida existencial. No momento em que escrevi a frase eu sabia que estava viva, mas estava realmente apenas respirando.

Busco

minhas

inspirações em textos de filosofia e minhas

proprias

teorias.

Muitas

dúvidas existenciais preenchem as paginas do meu caderno. A terceira imagem

eu

sentimento

queria de

passar

paixão.

o

Queria

representar esse sentimento em figuras, cores e palavras. Não estava mergulhada

nesse

sentimento

quando preenchi a pagina, mas



Vitor Rocha Farah Gomes 20 anos. Brasil/Rio de Janeiro/Baixada Fluminense/Nilópolis Anotações e desenhos, nisso que meu caderno se focou. Nunca tive vontade de fazer mais, sou assim: admiro as colagens mas não quero me sujar de cola. Gosto da certeza da caneta e a expressão do grafite. Uso suas páginas para não usar outras, muitas dessas virtuais. Escrevo o que preciso escrever para não perder minhas criações originais, já citei muitas vezes a mim mesmo por não saber de que parte do meu cérebro as palavras jorraram. O caderno não foi um trabalho e nem um experimento,

foi

uma

necessidade

para

um

esquecido, codificando pensamentos através de versos. Como um cheiro que revive o passado os versos desempenham função de me lembrar do futuro, dos sonhos que não se realizaram aos que ainda não se realizaram. Se mudou minha vida? Sim, me atormenta o ter em um local específico, não perdido

nas

minhas

gavetas

ou

pastas

de

computador com títulos escritos por cabeçadas no teclado, mas ao mesmo tempo não o esquecerei. E até o final de suas páginas ficará guardado no fundo da minha mochila.


UERJ O que mais me afetou durante o tempo da construção do caderno foi a UERJ, com a explicação óbvia de tornar me parte dela e a recíproca tão óbvia quanto. Não que eu a não a conhecesse antes, mas a vivência interna é altamente modificadora de opiniões. A UERJ impressiona com suas rampas unindo prédios e institutos, o vai e vem de tanta gente para tantos lugares. O desenho representa esses caminhos, o visível delas como um mural de retas e vazios.

Trem O uso de transporte público sempre

esteve

na

minha

vida,

peguei muito trem e metrô antes, mas quando se torna rotina uma nova

dimensão

se

apresenta,

daquelas em que se reconhece um estranho por tê-lo visto durante toda a semana. O transporte público no Rio de Janeiro é visivelmente caótico, então por que escrever do tremor do trem? Algo que por sinal é natural as suas propriedades.


Maria Clara Soares “Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir-se uma parte na outra parte - que é uma questão de vida ou morte - será arte?” – Gullar, Ferreira.


Processos Criativos: “Fragmental” “Fragmental” não existe em português. Se apenas traduzíssemos, de inglês para português, teríamos a palavra “fragmentário”. Porém, por uma questão de sonoridade e singularidade, criei sua existência e significação, na nossa língua, baseada em uma qualidade do que está em partes, dividido, daquilo que não está inteiro, não é completo. E mais, “fragmental” define o que meu caderno é: não funciona só como um estado, ou como um tipo de adjetivo, mas como sua essência de ‘ser’. E, antes de entregá-lo no primeiro semestre, foi a última das coisas que criei para preenchê-lo. Achei, que o conjunto de coisas que fiz e juntei precisava de um título: um que fisgasse seu sentido de forma sucinta e clara, e, esta palavra, com sucesso, o fez. Sua ordem não é cronológica, pois o construí de forma que só eu saberia quando fiz/pensei um determinado texto (isso se eu lembrasse, pois procurei me desligar do tempo quando ele não fosse útil). Voltei muitas vezes a uma mesma página para completá-la e pulei páginas para criar espaços vazios entre uma

coisa e outra... Não que eu tivesse um plano, era mais sobre como achar uma forma de expressar uma determinada poética sem que ela se misturasse muito com a próxima ou o contrário: aproximá-las por que tinham algo em comum. Ele foi composto por dois tipos de tons: usei o “ton” de cores diversas, sempre ao som de um “tom” musical para inteirá-lo. Ou seja, ele está repleto de tonalidades, nos dois sentidos. E estas, escolhi com cuidado de fazer como que expressassem de forma completa o que eu queria que chegasse a superfície do papel. Além disso, nele inteiro eu tentei falar de mim e da vida de forma visceral e sutil ao mesmo tempo. E, por isso, além de ser quase que como um hábito desde pequena eu pegar coisas deixadas por ai, ele está cheio de folhas, papéis, fitas, pedaços de coisas colados. Isso, inclusive lhe atribuiu um cheiro específico (com o qual eu me acostumei ao abri-lo): de cola de isopor e folhas em decomposição.


Alguns vestígios incomuns que existem nele são cílios, um fio de cabelo, furos com um brinco, e um pouco de sangue de um corte que abriu no meu dedo.


“Made Of Scars” foi uma letra minha que escolhi para dar início ao caderno por se adequar a proposta do que eu queria inserir nele. Ela é um rascunho, sem rima, mas já com todo o sentido que darei a música. Aliás, ela também será em inglês, o que irá me ajudar a formatá-la: e isso é mais um pouco sobre sonoridades que prefiro... Além de eu ter criado uma ilusão(ou não): quando escrevo em inglês, o que está dito na letra não me alcança se eu não prestar atenção: se eu não me der ao trabalho de traduzi-la quando a ouço, ela não me penetrará com sua letra, como, integralmente, deveria. O foco será na melodia, o que é uma intensidade que amo explorar.

Termino dizendo que não coloquei nele tudo que achei em sua forma original: em sua maioria, eu os transformei e moldei de acordo com o que eu pensava que eles poderiam ser. Seja uma ideia, seja um texto, seja algo material. Uma forma de esculpir, escrever, desenhar, pintar, desconstruir, sonhar e viver na intensidade que eu designei que fosse, é seu resultado final.


Luciana Andrade 19 anos. Rio de Janeiro. Procuro me dedicar a desenho e pintura desde criança. O caderno de campo tem sido muito útil para tentar entender o que se passa em minha própria mente, como uma forma de diário artístico.

“Não deixe que sua felicidade dependa de algo que você pode perder.” C. S. Lewis

Foto


Metamorfose sentimental. O caderno de campo tem sido um trabalho difícil para mim, mas por uma

questão

extremamente

pessoal. Disseram que eu deveria colocar o que quisesse nele, meus pensamentos, meus sentimentos... E essa liberdade funciona no sentido oposto quando se trata de expressar meus

próprios

pensamentos.

Sempre tentei colocar pra fora tudo que sentia, e esse sempre foi justamente o meu maior obstáculo. Aos poucos, sinto que meu caderno passou a ser algo tão pessoal que não

acho

que

deva

ser

compartilhado publicamente, com exceção de algumas páginas em que tentei explorar o que sentia numa forma mais subjetiva, sem expor demais. Coloquei um pouco de tudo. Desenhos, colagens, textos. Utilizei como ferramenta para treinar novas técnicas de desenho, e por isso acredita que tenha sido um trabalho muito produtivo, e que tenha me ajudado nessa busca de conseguir me expressar.


O que mais vi presente em meu caderno foram criações que significassem mudança, e textos relacionados

à

sensação

de

pertencer a algo, algum lugar ou a alguém. Foram tantas formas

diferentes de abordagem sobre esse tema, que eu acredito que tenha sido Capa do caderno

refletido em minha vida. Como disse, se tornou algo pessoal demais.


Georgina Soares Bianchi “Oi , sou Georgina, melhor, sou Gina, Gê ou

Geo, melhor, serei o que essas páginas forem, serei, apenas serei”...

(Essa foi a apresentação que fiz de mim mesma nas páginas iniciais do meu caderno, e é ela que deixo aqui como meu perfil.)

“Sem deixar que a boca diga aquilo que meu coração

não sentir!”


Reserva Ind铆gena Patax贸 Porto Seguro - Baiha


Ao lado segue uma pรกgina do caderno.


Começar o caderno de campo foi um processo muito lento. Comprei - o, mas não sabia o que fazer com ele. Esperei, esperei, esperei... até que uma reportagem com Manuela Pimentel atravessou o meu caminho e então eu soube o que queria fazer, daí segui...

A medida que ia escrevendo, memórias iam sendo revisitadas e ressuscitadas, questionamentos passados iam se reconhecendo nesse presente. E voltei a pensar sobre o mundo, sobre a sociedade em que vivo, redefinir conceitos, opiniões... voltei a fazer parte de tudo e me redesenhei no mundo. As aulas de Antropologia I foram fontes de inspiração para preencher muitas folhas desse caderno: os vídeos eram provocadores de reflexões; os textos trabalhados suscitavam reações e as experiências vivenciadas e relatadas por Sara traziam realidades que não poderiam ficar sem registro em meus registros, como a viagem ao México, onde os terremotos criaram um México remendado de cacos de vida, criaram colagens de almas, de vidas e de fé. Senti necessidade de colar, e colei pedaços para montar o meu altar.


Paula Rodrigues M. Leite 20 anos Araruama/Rio de Janeiro

Processo criativo: por observação principalmente

Frase que defina: “E se perecer, pereci.”


Não sou muito de escrever sobre a minha vida ou algo do tipo, também não sou do tipo que tem um caderno de campo, por isso ter um foi um grande desafio para mim. Sou muito pragmática e por vezes insensível até, e gosto de ser assim, por isso para mim ter um caderno de campo onde o meu interior e sensibilidade fossem exibidos não faz sentido. Se for para me expor, prefiro fazer da forma que para mim é a mais simples possível: através de fotos. Não necessariamente fotos de mim mesma, mas do modo como eu enxergo tudo a minha volta. Então, quando foi para escrever no meu caderno de campo, eu escrevi sobre o que vi e o que estava vivendo, não exatamente sobre mim. Em termos de conhecer alguém acho um caderno muito limitado.

Trechos das cartas de amor:“[...] eu vou fazer de tudo pra te ter nas minhas mãos, eu posso até morre, mais vou sabe que nunca desisti de você.” “E o que o presente pede? Pede poucas ações, mas que todas elas tenham como base o amor. Sim, esta carta pretende o amor.” As cartas não tem assinatura e foram feitas para serem distribuídas por aí.

Cartas de amor que me deram no Femina.


Ingressos do CCBB dos filmes do Fritz Lang. Uma das melhores descobertas que tive, “A mulher na luaâ€? ĂŠ agora um dos meus filmes preferidos e poder ver o filme com acompanhamento ao vivo de um pianista foi lindo.

A mulher na lua, 1929


Foi interessante perceber por outros olhares e ouvir diferentes relatos sobre o que é ser mulher, sobre a feminilidade e sobre os problemas ainda persistentes na atualidade. O mais interessante foi que as opiniões e relatos não se restringiram a nenhum ideal, nem permaneceram no ostracismo brasileiro. Pude ver relatos de mulçumanas que usam burca e não veem nenhum problema nisso, pelo contrário se ofendem com o fato das pessoas ficarem desconfortáveis com isso; como também vi relatos de mulheres que não suportam a ideia de lavar louça, pois acham que isso as rebaixa já que este é um papel doméstico estigmatizado por algumas sociedades.

Internacional de Cinema Femino

E finalmente, o meu olhar da UERJ <3

Sobre a minha ida ao Femina em 2014.


18 anos

Ricardo Fernandes 18 anos

Brasileiro/ Rio de Janeiro

Descobrindo-se Começar algo é sempre difícil ainda mais um caderno. O que fazer primeiro o que escrever primeiro, por que escrever? e se for melhor desenhar?

Diversas perguntas e nenhuma resposta, na verdade como o caderno é seu você pode fazer o que achar melhor, e eu escolhi desenhar, bom sendo bem sincero eu só desenhei.

"todos nós somos bons em algo só precisamos descobrir no que"


DESENHO 1

Um desenho simples de e divertido de fazer, depois foi complicando...


DESENHO 2

Desenhar mulher é sempre mais difícil. Mas quando você aprende vira a coisa mais divertida de fazer.


DESENHO 3

E tem muito mais disso no caderno, mas ai jรก vai entrando muito na minha intimidade, mas algo eu posso dizer construir esse caderno fiz algo muito divertido, principalmente as paginas finais...


Maisa Taião Pires

“Conhece alguém as fronteiras à sua alma para que possas dizer– eu sou eu? Mas sei que o que eu sinto, sintoo eu” Fernando Pessoa


Não sou capaz de dizer quem sou...! Não posso sequer traçar um perfil meu que seja coerente ou verossível, pois como é possível determinar qualquer identidade que dê conta de qualquer coisa, verddeiramente? Vou assim me fazendo, me rabiscando e me fermantando na quentura do chão do existir, bem aos pouquinhos. Para depois me desmanchar... Posso dizer hoje que tenho quarenta e três anos, que dizem que meu sexo é feminino e que a cor de minha pele é branca. Posso até dizer que tenho distintos interesses, algumas poucas habilidades e um milhão de impossibilidades. Mas isso não sou eu. FATO. Isso “é” apenas enquando estou sendo, até que me tansmute em outra coisa, até que descubra outros mundos. Só poderei dizer definitivamente quem sou quando deixar de existir, quando será cessado o movimento. Mas aí já não importará quem sou...


O que muitas vezes era efêmero de um contorno

e perecível, agora é corpo e cor.

Imaginado

Imaginárias

Linhas

Materializar impressões, traduzir imagens, sofrer catarses sobre o papel, recolher o mundo em palavras e signos e fazê-lo sair pelos olhos... são as possibilidades abertas por um caderno de campo. Tenho por hábito a escrita. Escrevo as histórias que ouço no eco produzido em mim. Mas a forma como escrevo

é

fragmentária...

folhas

perdidana bolsa, verso de nota fiscal do conserto do telefone, e enredos e sons plenamente

internos

que

jamais

encontrarão a forma... Este caderno de campo trouxe certa normativa ao meu escrever. Condensou em um agrupado de papéis o que recolho do dia. E deu forma e imagens para o pensamento por meio de processos, de materiais e técnicas que nunca pensei transformar em expressões.


PĂĄgina sobre minha mĂŁe, sobre a

Pessoa-mulher que me ensinou a ser...


André Camello Costa Vida como território (pegadas, manuscritos, obras) e Caderno como arquivo de mapas. Registro nos Cadernos o que identifico como ideias-chave, termos que me interessam para pesquisa, pistas, insights e bibliografias possíveis, como um Arquivo-mor que vai mapeando e traçando possibilidades de atuação, seja em termos de pesquisa teórica, seja em termos de criação.


O mapa e o territ贸ri


.



Beatriz Albuquerque Beatriz Sampaio Iacillo de Albuquerque

19 anos

Brasileira, natural do Rio de janeiro

Fazer um caderno de campo foi uma ótima proposta para organizar ideias soltas e repentinas.

“nem melhor, nem pior, apenas diferente”


Antítese Em meu caderno de campo reuni pensamentos soltos. Significados e poesia, dúvidas e certezas, criações e “copiações”, abstrações recentes e antigas, conteúdos adquiridos dentro e fora da sala de aula. Construção e desconstrução das minhas ideias cheias de aspas e reticências.




Victoria Lopes Idade: 18 Nacionalmente do Rio, naturalmente do mundo.

Processos criativos: Descrevo um mundo a volta com uma visão própria, cito as minhas alegrias, minhas tristeza, indignação e um pouco de tudo que me interesse; além de anotar o que não quero esquecer. A sensação de produzir fez-me relembra momentos do passado, só presente e do possível futuro. Usei colagens, pinturas, e principalmente o lápis. Contudo, criei o meu mundo a partir de folhas de papel. Uma frase que te defina: "Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo. Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim." Mahatma Gandhi


Ideologica(mente) Meu caderno teve ênfase no meu objetivo de ser uma artista contemporânea. Subjetivamente, meu trabalho se baseia nas realidades ou não vividas por mim, e nos meus

Além disso, consiste em várias interessantes

de

meu

gosto, como o bory-art e o borypiercing, adquiridos dentro e fora de aula.

trabalho

me

deu

a

oportunidade de expressar o que

eu

sinto

sobre

a

contemporaneidade onde vivo, o mundo devir, atual. Escolhi essas páginas por ter

propósitos de conquistas futuras.

pesquisas

Esse

o que mais me interessa e por mesclar

tudo

resumidamente paginas.

que em

eu

gosto

algumas


Essas páginas mostram uma direção

contemporaneidade, subjetivamente

a

não muito paralela a realidade.

modificação

do

corpo

e

a


Matheus Ferreira Abbade “O caderno é a prática da emergência. A economia para quando se tem apenas o relato. O non-site demente emerge como costura no meu corpo.”

“O catálogo de formas é interminável: enquanto cada forma não encontra a sua cidade, novas cidades continuarão a surgir” - CALVINO, Italo. As cidades invisíveis.


Dia Um. O artista, o guerrilheiro. A arte ĂŠ o artefato. O meu corpo ĂŠ o motor.




Paula Romanog Nome: Paula Romano dade: 26 Uma falsa -loira- cabocla-nordestina-quase Portuguesa que não sabe o que é e nem precisa saber... Porque o mundo

é

minha

casa.

Processos criativos: Desenvolvi ao longo da feitura deste caderno trabalhos diversos. A maioria deles conta com métodos mais despretensiosos, uma vez que fazem alusão à procedimentos anteriores. Essas colagens, gravuras e técnicas de estamparias, tão recorrentes ao longo das páginas, foram necessárias entretanto, para suscitar a persistência imprescindível à conclusão de processos mais longos. Ao longo desse conjunto de folhas ideias floresceram e formaram uma contextura tecida de erros acertos e experimentações. Foi

a

descoberta

de

uma

etnografia

de

mim

mesma.

“É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela”. Friedrich Nietzsche.


In Linea: Sobre Raízes, Corpos e Caminhos Escolhi essas imagens, pois são pra mim, uma espécie de poesia visual e apesar

de

relativamente

serem

trabalhos

simples,

difundem

energias expressivas, por estarem em escala cromática.

Gosto de pensar em camadas, talvez por isso tenha tanta inclinação por colagens. Quando observo esse conjunto, percebo o poder que imagens, antes separadas, ganham quando são aglutinadas em uma totalidade. Passam a falar de algo, sem

que

seja

preciso

explicar

através de palavras. As próprias imagens constituindo

são

micro uma

textos,

iconografia

intrincada e revelando um lugar de fuga, uma memória e uma vontade.


Percebi através desses microtextos escritos ao longo do caderno, como todos seguiam o mesmo fluxo. As próprias colagens passaram a fazer parte das outras, como pequeninos pontos que se transmutavam em algo fluido e infinito. Vi nascer a ideia de linhas, que me acompanham desde então... Que a linha é um indício que pode significar o caminho, trajetória, movimento e as linhagens. Tudo aquilo que fazia de maneira intuitiva através de colagens.


Mateus Alves Ferreira Eu costumava procurar me entender, me procurar e me reinventar, mas notei que sou do jeito que eu quiser ser e ser quem eu sou é sempre a opção mais logica. Não adianta passar a vida inteira procurando uma identidade se não conseguir aceitar a sua própria.

“A vida é apenas uma das pequenas partes que movem o universo, mas seu universo apenas você pode mover” - Eu


Alma, a única capa que não pode ser substituída. Quando comecei a fazer o meu primeiro caderno de campo, fiz de uma maneira solta sem me prender as páginas, criavas folhas e mais folhas com a intenção de reuni-las mais tarde, com isso consegui gerar a minha essência bagunçada e sem ordem. Já no segundo caderno comecei a notar mais os assunto tratos em sala de aula, e usei este caderno como um objeto de forças, como discutido em sala muitas tribos como as dos “Homens Crocodilos” da Nova Guiné que utilizam ou utilizavam de rituais de “dor “ ( no caso escarificações modificação corporal à partir de cicatrizes) afim de abrir feridas para assim tornaremse mais fortes, então utilizo esse caderno para escrever coisa que não seria comum dizer e muitas da vezes nem pensar, afim de abrir feridas em mim para que assim eu me torne mais forte e preparados para “Guerras futuras”.



Essa imagem tem muito significado pra mim, mas n達o sei o motivo apenas gosto.


Rafaele Ferreira Meu nome é Rafaele Ferreira , mas se me chamar de Rafa será um prazer. Nasci em 18/01/1991 no Rio de janeiro. Estudo Artes Visuais licenciatura na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Meu processo criativo gira quase que no geral em torno do corpo, ele é meu objeto de estudo. Tenho como grande referência Sara Panamby, minhx primeirx professorx de antropologia, que me fez despertar o interessa por performance e corpos em trânsito.


Nossos

são

O corpo é um templo, uma

inúmeras

casa, é o nosso local, nosso refugio,

influências do meio em que vivemos,

é nele que habitamos, ás vezes

essas influências são tão fortes que

pensamos em mudar, mas nele

de certa forma se tornam ditatoriais,

permanecemos, ele é transitável

selecionando quem fará, ou não,

mas intransferível.

construídos

corpos sobre

parte de um suposto meio e quem

Meu corpo como meu eu, é a

ficará a margem dele. Um meio

inexistência de qualquer outro ser

construído na base da padronização

habitando nele, corpo esse que não

onde corpos deixam de ser corpos

necessita

funcionais e com suas codificações

imposto por uma minoria reprimida,

próprias

suas

que tenta reprimir a maioria, fazendo

especificidades e se tornam apenas

com que isso se propague gerando

peças, objetos, inferiores a pedaços

descontroladamente uma tentativa

de carne.

de controle.

e

valiosas

em

de

nenhum

controle





Luiza Bohrer 19 anos. Brasileira, carioca. Meu processo criativo não tem etapa de preparação. Isso porque quando escrevo ou desenho algo no caderno de campo, não o faço como algo planejado. Faço o que sinto que quero fazer. Acredito que assim minha natureza interna e subconsciente é retratada de forma mais verdadeira. Crua. No meu caso, pensar muito me faz raciocinar sobre algo que não se deve colocar lógica, pois nasceu para ser sentido. Comecei com o caderno de campo porque era um trabalho da faculdade. Depois que o trabalho terminou, eu encontrei um caderno antigo e passei a realmente fazer uso dele e escrever novas coisas : pensamentos, letras de músicas, poesias, desenhos, livros, etc. Esse eu considero o primeiro caderno de campo, pois foi feito espontaneamente, e assim foi se mantendo. À partir daí, ele virou uma espécie de ralo emocional, onde ponho os sentimentos que nem eu mesma sei definir de onde vem ou o que significam.

"Mas que sente muito cala. E quem quer dizer quando sente fica sem alma, nem fala. Fica só. Inteiramente."


À flor da pele. Na ponta do lápis. Na folha de papel. Este foi um dos primeiros desenhos que fiz no caderno. Gosto de casas antigas e grandes, pois pra mim elas são repletas de memórias. Esta eu fiz me inspirando na casa do Parque Lage. A série Downtown Abbey alimenta parte dessa minha fixação por casarões europeus e suas histórias.

Por vezes desenho algumas paisagens, apesar de não conseguir ser muito criativa na hora de imagina-las. São poucas as vezes que consigo fazer uma paisagem sem uma foto ou imagem para me inspirar.Esta foi uma das primeiras conquistas que tive. Como a maioria do que está no caderno, este desenho foi feito em um momento de tédio, onde aparentemente meu fluxo de ideias é maior.


Como disse no início, muitos dos meus desenhos são feitos sem porquê, e sem pensar. Este foi feito enquanto eu estava no trabalho, num momento de ócio. Me veio à cabeça a imagem de um rosto, e sua testa e seus cabelos seriam as raízes de uma árvore enorme. Na hora, eu imaginei algo muito mais elaborado, então fiz este rascunho para que a ideia não fosse embora. Penso em fazer deste desenho um quadro, mas ainda preciso praticar mais a minha técnica, tanto em desenho quanto em pintura. Não consigo dar de pronto uma definição ou significado para ele. Meu palpite seria que o mundo das ideias e dos sentimentos se ramifica intensamente e pode chegar a magnitudes impensáveis. A mente pode lhe dar uma liberdade de expressão complexa, que pode te fazer voar ou mesmo te fazer calar.



Ricardo Magalhães Ricardo Augusto Cerqueira Magalhães 31 anos. Minas Gerais. Desenho, pintura, escultura, poesia. ”Se vim ao mundo, foi para desflorar florestas virgens, pisar meus pés na areia inexplorada, do mais que faço não vale nada.” José Regio


I(n)dentidade

na identidade de alguém? Seu gênero? Um grande aparato cultural e

Meu trabalho consiste numa descoberta de uma investigação intima de desidentificação. Na busca de me livrar de tudo em mim que era iden e assim encontrar algo que fosse realmente Eu, e não fosse um mero reflexo de um exterior e estranho a mim, investigando se poderia eu encontrar uma autoidentidade

parecer-me

comigo

mesmo. Nesse esvaziamento, na retirada do entulho de mundo que incrusta nossa superfície existencial, claro que não atingi esse ideal budista,

mas

no

processo

foi

possível enxergar o vazio que há no centro de mim. Com isso não foi difícil concluir que identifica

é

não

o o

que

nos

nosso

ser

existencial, mas sim o que entulha sobre esse vazio. E essas partes de mundo esta em todos e é esse entulho que vai formar a impressão digital de uma identidade. Mas não seria completamente descartada a ideia de que algo em nos poderia ser intimo, próprio, essencial, genético. A ultima dessas palavras me levou imediatamente ao sexo dos indivíduos: xx ou xy. O que o cromossomo x ou y poderia definir

mercadológico

se

estabeleceu

durante os milênios de civilização definindo masculino e feminino: cor, forma, comportamento, sentimento etc. Um para pessoas do gênero masculino outro para o feminino. Há também as coisas unissex que se destinam a ambos, algo como o universo

do

gênero

neutro.

A

identificação de pessoas de um sexo com as coisas definidas como do sexo oposto é comum, o que já coloca em terra o gênero genético definido pelo cromossomo sexual. Ainda está muito simplificada essa ideia, fácil: o gênero não está definido pelo sexo. A questão toma sua

real

forma

quando

a

identificação não ocorre para um ou outro conjunto de coisas, mas para uma

“seleção”

autentica

de

interesses e comportamentos que permeia os três universos. Isso dilui o que temos por identidade de gênero: que temos uma ou outra. Temos alguma identidade? Vejo que nem mesmo o gênero está em nossa essência.

É

atribuído a nós.

muito

mais

algo


Assim como todo o resto, o

flertasse com o universo punk

gênero não é algo que nos é próprio,

e pop seria tachada como sem

mas sim algo que está no exterior,

identidade.

em

comum,

modernos em que um marxista não

histórico e cultura. Existem um

poderia concordar em nada com um

conjunto de objetos, vestuário e

ideólogo capitalista, mas os tempos

comportamento

mudaram

definições,

senso

que

estão

Isso

e

nos

as

tempos

culturas

se

enquadrados dentro do universo

permearam, ideias se fundiram, e as

punk, outro conjunto que pertencem

pessoas passaram a aproximar-se

ao universo pop ou ao universo

do

favela, negro, brasileiro, sertanejo, e

interessam. Ainda falta muito pra

outros. A peculiaridade dos gêneros

isso acontecer com os gêneros.

que

em

cada

universo

as

universos

Um Punk não é um “ser” Punk,

organizados dicotomicamente e é

é um ser vazio entulhado de universo

permeado por todos os outros.

punk. Um marxista não é um “ser”

é

que

Até

trata-se

a

de

pouco

tempo

as

marxista, apenas está entulhado de

pessoas não estavam moralmente

ideias

e

ideais

marxistas.

Um

autorizadas a usar de atributos de

homem é um homem? Uma mulher

diferentes tribos (universos). O punk

é uma mulher? Ou são seres do sexo

não seria bem aceito se fizesse

masculino ou feminino entulhados de

meditação, ou uma pessoa que

universo homem e mulher?


O homem e o mundo 2014.


Mariana Vidal Mariana Vidal 20 anos Brasileira/Rio de Janeiro

“Faço uso do confuso.”


Autognose No início o que deveria ser feito no

experiência, mas também porque

caderno era um pouco confuso para

continuarei a construí-lo.

mim. Por ser uma pessoa tímida tenho muita dificuldade de me expor e também de compreender como sou, eu não fazia ideia do que poderia fazer para compor o trabalho. Ao mesmo tempo que eu pensava em colocar apenas as coisas que gostava eu me questionava se estaria

colocando

coisas

desnecessárias, mas aos poucos percebi que aqueles meus gostos formavam O caderno

quem tem

eu me

sou.

ajudado a

trabalhar isso. Como disse a Sara, aos poucos vamos traçando nossa própria

etnografia. Fui

com colagens,

montando

desenhos, textos e

músicas que tinham um significado ou

que

simplesmente

gostava.

Percebi que toda vez que abria o caderno para acrescentar alguma coisa, eu tinha a mesma sensação de gostar, como se fosse de outra pessoa e eu me identificasse com o conteúdo.

Estava

satisfeita

por

perceber que eu gostava do que via. Foi um trabalho que adorei fazer e que vou levar para a vida. Não só a



Autores


Rafaela DE Souza Oxalá! Me chamo Rafaella de Souza, mas pode me chamar do que você quiser. Tenho 18 anos Tento de tudo um pouco.

O que importa é poder expressar o que eu penso e sinto sobre o mundo e a sociedade em que vivemos e descontruí-la. SEMPRE. Por isso estou sempre com meu caderninho na mão, qualquer coisa ou pensamento que me chamem a atenção logo estarão nele. Meus temas mais usuais são sobre as injustiças cotidianas e temas mais subjetivos, voltados para o eu. Me interesso muito por movimentos sociais, tais como o LGBT e o Feminismo, logo, eles acabam, mesmo sem intenção, fazendo parte do meu trabalho.

“O segredo da felicidade e o cúmulo da arte é viver como todo mundo e ser como ninguém.” (Simone de Beauvoir)


DES(construção) Quando comecei a ter aulas de Antropologia com a Sara, eu ainda carregava comigo uma postura bem academicista, até mesmo classicista, em que o professor dá a matéria que você tem de saber para a prova e vai embora, bem objetivo e frio. Apesar

de

abominado

sempre essa

visão

ter de

aprendizado, foi assim que eu fui criada para pensar. Com as aulas da Sara eu comecei a entender que esse não é o único jeito de aprender, esse é o jeito que

o

sistema

quer

que

aprendamos. Com essa primeira lição,

fui

aos

poucos

des(construindo) as visões de mundo que foram acrescidas em mim desde pequena e fui criando as minhas, sem mais ter limites pra me apoiar, pra me manter na minha “zona de conforto”. Assim fui conhecendo diversas formas de fazer arte que eu nem sabia que podiam ser arte, uma delas é a colagem.


A foto ao lado é da primeira

sempre me bate é que nunca será a

colagem que eu fiz e minha

mesma coisa, a escada e o lugar

preferida também. Fiquei com

podem ser os mesmos, mas todo dia

uma vontade enorme de explica-

terá

la, mas se assim eu fizesse, ela

caminhos

perderia

diferente, logo penso na teoria de

sua

graça,

então

pensem o que quiser.

pessoas

diferentes,

diferentes,

eu

com estarei

que nada é estável de Heráclito,

Essa é uma das fotos que estão no

tanto que no meu caderno está

meu caderno, eu a tirei indo para a

escrito a frase mais célebre dele:

UERJ. E a acho muito importante,

“Ninguém entra em um mesmo rio

porque ela é um registro do caminho

uma segunda vez, pois quando isso

que faço para chegar até a faculdade.

acontece já não se é o mesmo,

Eu passo por essa escada oito vezes

assim como as águas que já serão

por semana (quatro pra ir, quatro

outras.”

para voltar) e um pensamento que


Essa é uma ilustração e algumas anotações que fiz na aula da Vânia e a acho muito significativa, pois ela marca

a

passagem

entre

uma

professora e outra e mostra o quanto eu cresci e aprendi durante esse ano, pra mim ela é uma espécie de fechamento de ciclo, seguida de uma renovação. Não consigo falar muito sobre ela, por ser muito visceral, então

deixo

questionamento

o

pensamento pra

Imaginem o que quiser.

e

vocês.


Lisa Miranda

Lisa Nascimento Gomes de Miranda Te mandar por anexo. 20 anos Rio de Janeiro, Brasil Processos criativos:Fotografia,escrita, desenho, dança.

"A

vida

é

uma

aventura audaciosa, ou não é nada. A segurança é

geralmente

superstição.

Ela

existe na natureza. "

uma não


A sutil percepção de um vulto chamado momento. Iniciei

processo

do

caderno de campo tardiamente pois não estudei Antropologia I com a professora Sara, só pude adentrar nesse trabalho por volta do mês de setembro, no entanto consegui fazer alguns processos do que eu pensava ser um caderno de campo: registros. O tema do meu caderno de campo " A sutil percepção de um vulto chamado momento", representa

a

forma

como

interpreto o tempo, como é efêmero, e dessa maneira, tudo é sentido

e

dado

significação

através da percepção; que é uma via de possibilidade para ser canalizada de forma artística.



Autores Rafaele Ferreira Discentes

Luiza Bohrer

Paulo Victor Costa de Oliveira

Ricardo Magalhães

Priscilla B.

Mariana Vidal

Raquel Cappelletto

Rafaella De Souza

Vitor Rocha Farah Gomes

Lisa Miranda

Maria Clara Soares Luciana Andrade

Docentes

Georgina Soares Bianchi

Sara Panamby

Paula Rodrigues M. Leite

Vania Mourão

Ricardo Fernandes Maisa Taião Pires

Coadjuntora

André Camello Costa

Carolina Rodriguês

Beatriz Albuquerque Victoria Lopes

Curador e diretor.

Matheus Ferreira Abbade

Mateus Alves Ferreira

Paula Romanog Mateus Alves Ferreira

Outros colaboradores Mariana Vidal Maria Clara Soares André Camello Costa



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