Parque Nacional da Restinga de jurubatiba

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Parque Nacional da Restinga de

Romulo Campos



Flora



Jurubatiba Romulo Campos

Flora

Parque Nacional da Restinga de


Coordenação Editorial: Romulo Campos Fotografias: Romulo Campos Projeto gráfico: Arthur Fróes Tratamento de imagens: Arthur Fróes Revisão: Maria Amélia Borges Guedes Versão para o inglês: Wilma Guedes Colaboradores (textos): Francisco Esteves, Arthur Aristides Soffiati Neto, Inês Paes, Guilherme Sardenberg e Vicente Klonowski Impressão e acabamento: Iris Gráfica / www.irisgrafica.com.br

CIP-Brasil, Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ M922

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba / [Fotografias: Romulo Campos ], - Macaé, RJ: Ed. Iris Gráfica, 2015

ISBN 978-85-67197-00-5

Falta FC Definitiva

1. Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba - fotografias. 2 Meio Ambiente. 3. Educação 4. Cultura 5. Turismo e Lazer I. Campos, Romulo, 2015

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01-1316

CDD 305.42 CDU 316.346.32-055.1


Dedicatória Este livro é dedicado a Eduardo Cavour (in memoriam), a Francisco de Assis Esteves, a Arthur Aristides Soffiati Neto, a Dorothy Sun, a Norma Maciel Crud, a Marcos Schuenck, a Alexandre Nogueira e a Vicente Klonowiski.

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A riqueza do Parque Jurubatiba está nas suas 18 lagoas espalhadas em três municípios The richness of the Jurubatiba Park is in its 18 lakes spread all over three municipalities


A ­ presentação­ O Brasil abriga em seu território importantes ecossistemas, patrimônios naturais, como a floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, e outros de relevada importância para preservação da biodiversidade por estabelecer uma rede de relações entre diferentes espécies e o meio em que vivem. Ao mesmo tempo que em face do desenvolvimento, agressões, devastação e extinção de algumas espécies representam riscos iminentes à biodiversidade, registra-se em nosso país um formidável crescimento e uma acelerada consolidação da necessidade em se preservar o meioambiente. Esta tomada de consciência revela a importância do conhecimento e do registro atualizado do país para a preservação do meio-ambiente. A proposta de documentar o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, localizado ao norte do estado do Rio de Janeiro, reforça a importância de preservação desta unidade ecológica situada entre os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. O Parque possui 44 km de praias e dezoito lagoas costeiras de rara beleza e de grande interesse ecológico, como também, abriga diversas espécies de fauna e flora das restingas que em outros locais do país estão em risco de extinção. Esta edição, além de se voltar à documentação fotográfica, também fornecerá informações de caráter educacional e científico sobre este importante ecossistema, propondo alternativas de uso deste patrimônio sob a ótica do desenvolvimento sustentável da região. Ao apoiar a publicação do livro “Jurubatiba”, importante instrumento dentro do processo de conscientização sobre a relevância deste ecossistema para a região, a Petrobras reafirma seu compromisso de atuar de forma responsável e comprometida com o desenvolvimento sustentável, por entender que ao conhecer a origem da nossa biodiversidade, melhor saberemos como proteger e preservar o fenômeno da vida em nosso planeta.

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Carlos Alberto "Ticalo", Fernando Barreto e Romulo Campos percorreram o parque durante anos, registrando as espécies da flora e da fauna / Carlos Alberto “Ticalo”, Fernando Barreto and Romulo Campos ran through the Park for years, registering the flora and fauna species.

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Revelar­­para­Preservar­­ A complexidade do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba tem que ser vivenciada e decifrada aos poucos, sem pressa. Ecossistema único, abriga exemplares da fauna e flora significativos, incluindo algumas espécies em extinção. Fotografo Jurubatiba há mais de 25 anos e cada vez que revisito-o, se revela diferente, único, íntegro e maravilhosamente generoso para a minha câmera. Em Jurubatiba vi, por diversas vezes, a primavera dar lugar ao verão e o outono se transmudar em inverno. Enfrentei adversidades e algumas situações de risco, mas sempre ao lado de dois grandes companheiros e guias inseparáveis, Fernando Barreto e Carlos Alberto Barcelos Ribeiro (Ticalo), que sem a sua dedicação e comprometimento, jamais conseguiria concluir o projeto. Além do desejo de que este livro conquiste as pessoas pela beleza deste inacreditável ecossistema, há uma vontade maior de que os textos de Francisco de Assis Esteves, o grande responsável pela existência do parque e Arthur Aristides Soffiati Neto, contribuam para reforçar o viés educacional de "Jurubatiba" Com esta obra encerramos o primeiro ciclo dedicado ao registro de ecossistemas macaenses e da região, iniciado com "Lagoa de Imboassica" (2008) e mais tarde complementado com "Parque Atalaia" (2011). Foi um privilégio poder documentar Jurubatiba por tanto tempo. Espero que o livro atenda às suas expectativas. Romulo Campos Fotojornalista

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Detalhe de um dos muitos canais que entrecortam a Lagoa Carapebus / Details of one of many canals that cross Carapebus lake.

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Agradecimentos­­ Acompanhei ao longo de 25 anos as lutas pela implantação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a começar pelos seus gestores, como Carlos Lamartine, Carlos Alexandre Fortuna, Marcelo Pessanha e os analistas ambientais Marcos Cézar dos Santos e Eduardo Jalles Jardim, a quem agradeço a acolhida e o apoio para publicar esta obra. Não poderia deixar de agradecer aos parceiros editoriais Juli Santos Barreto e Cliton Silva Santos, que já nos apoiaram em dois projetos anteriores, as edições dos livros "Lagoa de Imboassica" e "Parque Atalaia", e hoje se destacam como editores voltados para as questões ambientais de nossa região. Reitero mais uma vez a importância e a dedicação de Fernando Barreto e Carlos Alberto Barcelos Ribeiro (Ticalo), incansáveis nas nossas caminhadas infindáveis pelo parque, sempre acreditando que haveria uma boa e nova foto por fazer. Quero manifestar o meu orgulho em compartilhar com meus amigos e pesquisadores Francisco de Assis Esteves e Arthur Aristides Soffiati Neto esta obra, que esperamos possa influenciar as futuras gerações. Quanto à identificação das espécies, menus agradecimentos ao Prof. Dr. Rodrigo Lemes Martins - Ecologia Vegetal Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento SocioAmbiental de Macaé (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Campus Macaé, a Profa. Dra. Tatiana Ungaretti Paleokonno - Botânica e Taxonomia Vegetal - Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento SocioAmbiental de Macaé (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Campus Macaé, ao Prof. Dr. Pablo Rodrigues Gonçalves – Mastozoologia - Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Socio-Ambiental de Macaé (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Campus Macaé! a Profa. Dra. Ana Cristina Petry - Ecologia de peixes - Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Socio-Ambiental de Macaé (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Campus

Macaé e ao Prof. Fábio de Mello Patiu - Ecologia de Aves Mestrando PPG-CiAC - Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Socio-Ambiental de Macaé (NUPEM), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Campus Macaé, Henrique Abrahão Charles - MSc. em Zoologia e subsecretário de Ambiente de Macaé, Rita Lamonica Charles - bióloga e MSc em Zoologia e Prof. Renner Baptista, do Depto. de Zoologia do Inst. de Biologia da UFRJ. Este é o momento de agradecer o apoio logístico recebido, principalmente no início do projeto, graças a generosidade de Mara Barreto e Roberto Prata e as orientações no campo jurídico do Dr. Mozar Carvalho. Também não poderia deixar de registrar a paciência e a dedicação da fotógrafa Claudia Barreto, minha esposa, que na maior parte do tempo me acompanhou nas aventuras pelo parque, e que assina o registro do livro. Por fim, o agradecimento a Petrobras, que patrocina esta obra, em nome de seus funcionários, mas especialmente na pessoa de Cathia Souto, que desde o início acreditou no nosso projeto. Agradecimentos especiais a: Marcelo Tavares Viana, Carlos Minc, Fernando Gabeira, Marcos Shuenck, Maria das Graças Furtado, Raquel Kremer, Luiz Carlos Fonseca Lopes, Paulo Winter, Cláudio Roberto Vieira de Azevedo, Helianna Barcellos de Oliveira (Leninha), Luiz Antônio Fernandes dos Santos, Ana Maria Cançado, Fred Pereira, Mary e as Fatinhas, Wanderley Gil, Lívio Campos Jr, Fernando Marcelo Manhães Tavares, Fernando Barreto, Carlos, Alberto Barcelos Ribeiro (Ticalo), Paulo Roberto Goulart Marinho, Alexandre Nogueira, José Vasconcelos de Luna Jr, Jorge Ignácio, Flávio Cavour, Henrique Emery, Pablo Gonçalves, Francisco de Assis Esteves, Dalila Silva Mello, Hermeto Ricardo Didonet, Paulo Moraes, Ana Petry, Martinho Santafé Neto, Arthur, Soffiati Neto, Luiz César Mendonça (in memoriam), Sandra Oliva Wyatt, Ulisses e Helena Cabral, Jorge Barcelos (Tio Jorge), Inês Paes, Guilherme Sardenberg, Marcos Cézar dos Santos, Claudia Barreto, Carlos Alexandre Fortuna, Marcelo Pessanha, Carlos Lamartine, Carlos Henrique Abreu Mendes, Flávio Carvalho Reis, Eduardo Jalles Jardim, Maria Fernando Quintela e Paulo Roberto Araújo.

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Jurubatiba­para­sempre

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ambiental. Registrar seus atributos ambientais, como o experiente fotógrafo Romulo Campos faz, tem sido uma verdadeira ferramenta para estes objetivos. Romulo tem sua história marcada na proteção do meio ambiente macaense desde a juventude, e desenvolveu grande intimidade com a natureza selvagem de Jurubatiba, fruto da técnica precisa, da paciência, da estratégia e de métodos de campo que nos agraciam com momentos ímpares da Natureza, revelada e desvelada pelas lentes que amplificam seu olhar, sensível à Beleza maior. Há dezesseis anos atrás comemorávamos na praça, nas escolas e alguns, como Rômulo, nas suas próprias casas, o aniversário de um ano da criação do Parque de Jurubatiba – a “terra de muitas palmeiras”, na linguagem dos nossos ancestrais. Naquela ocasião, nasceu um “quase mantra caiçara”, que é reavivado ao contato das nossas retinas com a luz da restinga, das lagoas e da vida que emana das imagens do fotógrafopoeta que ora você está prestes a também vivenciar: Jurubatiba para sempre!

A Natureza é fascínio para o homem! Homem e Natureza só aparentemente apartados... Desde que Dela se diferenciou, o ser humano busca intensamente criar formas, mecanismos, equipamentos para sobreviver em todos os ecossistemas terrestres, transformando o ambiente conforme sua necessidade. Ao longo desta saga, dominou o fogo, criou a agricultura, construiu cidades, inventou a escrita, elevou-se à arte, destruiu-se em guerras, busca os céus e as estrelas e se comunica com os dedos, tudo junto ao mesmo tempo, nesta rede planetária. Assim transformando e transformado, o ser humano, poeira daquelas estrelas das origens do Universo, ao contemplar a Natureza, contempla o mais profundo e belo que há em si mesmo... Utilizando recursos naturais, teve a Natureza como um desafio a ser vencido, até que Dela surgem os avisos de colapso, e o homem freia seu ímpeto criando soluções, como Profª. Maria Inês Paes Ferreira a reservação de áreas de interesse ambiental! Em países Engenheira Química, D.Sc. continentais como o Brasil, temos muitos espaços ainda pouco utilizados/explorados, que repousam legalmente como Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Petróleo Energia e Recursos Naturais áreas rurais. Com o avanço da mancha urbana, paralelo às demandas por Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental IF Fluminense - Campus Macaé conforto e consumo de uma população crescente, facilmente Ex Sub-secretária Municipal de Ambiente de Macaé identificamos que em um futuro próximo restarão somente as zonas urbanas, zonas industriais e agropastoris, permeadas Guilherme Sardenberg Barreto pelas parcas terras indígenas remanescentes e outras áreas Biólogo, MSc. Engenharia Ambiental protegidas por força da Lei, como as Unidades de Ex Secretário Municipal de Ambiente de Maca Conservação da Natureza! Jurubatiba é um exemplo tácito de que esta política salvou seus recursos naturais e nos salva diariamente a todos, pela imensidão de sua biodiversidade. Para além das possibilidades de uso humano, todos os seres ali viventes têm garantido o direito à vida! Para promover sua proteção e conservação é fundamental que a sociedade tenha mais conhecimento deste patrimônio


No passado, o avanço e o recuo do mar, contribuiriam para a formação do Parque Jurubatuba / In the past , the advance and the retreat of the sea, contributed for the formation of Jurubatiba Park

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Amanhecer na Lagoa de Carapebus, a maior do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba / Dawn at Carapebus lake, the biggest in the Jurubatiba National sandbank Park

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O­nome­do­ Parque­Nacional­Costeiro­ do­Norte­Fluminense

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José Augusto Drummond, em seu livro “Devastação e Preservação Ambiental no Rio de Janeiro: Os Parques Nacionais do Estado do Rio de Janeiro” (Niterói: Eduff, 1997), diz que os parques nacionais no Estado do Rio de Janeiro padecem de redundância ecossistêmica, pois todos eles são litorâneos e teoricamente protegem amostras de floresta ombrófila densa. Se entendermos que o adjetivo litorâneos designa a região que se estende da costa oceânica à Serra da Mantiqueira, passando pela Serra do Mar, de fato, os Parques Nacionais de Itatiaia, da Serra dos Órgãos, da Tijuca e da Bocaina são litorâneos. Se, por outro lado, considerarmos que apenas a Serra do Mar se situa em área litorânea, o Parque Nacional de Itatiaia estaria excluído de tal redundância. Se, por fim, admitirmos que litorâneo é sinônimo de costeiro, o Estado do Rio de Janeiro não contaria com nenhuma unidade de proteção, na figura de Parque Nacional, a defender ecossistemas costeiros, os primeiros e mais agredidos pelas antropossociedades que se instalaram no território que resultaria na unidade da federação denominada Estado do Rio de Janeiro. Com efeito, tanto a antropossociedade construtora de sambaquis quanto os povos nativos que lhe sucederam, quanto ainda os europeus, instalaram-se primeiramente na planície costeira para, só posteriormente, galgar a serra, como bem demonstra José Augusto Drummond. Neste caso, os quatro Parques Nacionais no Estado do Rio de Janeiro tentam proteger amostras remanescentes de floresta ombrófila densa, com exceção, talvez, do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro a ser criado no Brasil, que também procura defender uma amostra de campo de altitude.

Há vários outros tipos de unidades de proteção nacional, estadual e municipais criadas com o fim de proteger ecossistemas costeiros. Nenhum, porém, com o estatuto de Parque Nacional e nenhum efetivamente implantado e funcionando normalmente, como, de resto, ocorre com os quatro parques nacionais. Agora, as pesquisas efetuadas por uma equipe de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenada pelo Professor Francisco de Assis Esteves, vêm de justificar sobejamente a importância de se criar um Parque Nacional verdadeiramente costeiro no Estado do Rio de Janeiro para proteger tanto um conjunto de lagunas quanto de formações herbáceas, arbustivas e arbóreas de restinga, num dos trechos que menos intervenções antrópicas sofreu em todo território estadual. Trata-se da segunda mais extensa faixa de restinga do Estado do Rio de Janeiro, situada entre o rio Macaé e a Barra do Furado e atravessando os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. A maior faixa de restinga do Estado situa-se também na região norte, estendendo-se do Cabo de São Tomé à Praia de Manguinhos. Nela, porém, as incisões antrópicas revelam-se mais profundas. A implantação do novo Parque Nacional, como sói acontecer com a implantação de qualquer unidade de proteção ambiental, enfrenta problemas: o levantamento dos ecossistemas ou de frações deles que se mostram mais representativas e protegidas, a questão fundiária, as influências antrópicas e o nome de batismo. Com relação ao novo Parque Nacional, a equipe de pesquisadores trabalhou com afinco e competência no que diz respeito à seleção dos ecossistemas a serem protegidos e ao levantamento fundiário, conseguindo convencer os empresários rurais, as lideranças políticas e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis quanto à sua relevância. Avançou-se, inclusive, no que concerne ao zoneamento do Parque, através do esboço de um Plano de Manejo, instrumento costumeiramente deixado para mais tarde ou que nunca é formulado.


As pessoas e as instituições envolvidas na criação da unidade, contudo, estão enfrentando uma dificuldade: que nome dar ao Parque? Como ele atravessa o território de três municípios, o nome de nenhum dos três pode ou deve ser adotado, sob pena de os outros dois se sentirem preteridos. Assim, ficam excluídas as alternativas de Parque Nacional de Macaé, Parque Nacional de Carapebus e Parque Nacional de Quissamã. Na busca de uma denominação mais neutra e geral, aventaram-se as seguintes propostas: 1- Parque Nacional da Restinga dos Goitacazes: O nome soa bastante apropriado, porquanto os goitacás formavam um grupo cultural talvez de origem macro-gê ou independente encravado num contexto tupi circundante, cujo território se estendia de cabo Frio ao rio Paraíba do Sul, pelos menos. Em Viagem pelo Distrito dos Diamantes e Litoral do Brasil, relato correspondente a 1818, o grande naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire informa que os campos dos goitacás consistem numa "imensa planície que se estende do mar às montanhas entre o Paraíba e o Rio Macaé ou mesmo o Rio São João", argumento mais do que suficiente para que o Parque Nacional se denomine dos Goitacases ou, como seria mais correto, dos Goitacás, não fossem os cantonalismos municipais. Assim, tal grupo habitava a faixa de restinga onde se pretende criar o novo Parque Nacional. Sucede, porém, que o município de Campos, o maior da região e do Estado, voltou a usar o arcaico nome com que foi batizado ao ser elevado à condição de cidade, em 1835: Campos dos Goytacazes. Deste modo, explica-se, embora não se justifique, a resistência à denominação Parque Nacional dos Goitacases. De mais a mais, mesmo antes de retomar-se o nome oficial de Campos dos Goytacazes, o município de Campos vinha, de longa data, sendo considerado a terra da nação goitacás. Atualmente, estão em curso estudos patrocinados pela Câmara de Vereadores de Campos para definir o nome adequado do Município. Contudo, mesmo que ele volte a se chamar apenas Campos, a sombra dos índios

goitacás continuará pairando sobre ele e a constituir-se num óbice à implantação de um Parque Nacional dos Goitacás. 2- Parque Nacional da Restinga do Norte Fluminense: O nome para a nova unidade de proteção não é adequado porque existem dois grandes sistemas de restinga no norte fluminense: o sistema sul, como já foi dito, estende-se de Macaé a Barra do Furado e o sistema norte começa acima do Cabo de São Tomé e termina nas imediações da praia de Manguinhos. Sendo assim, a qual sistema se referiria o Parque? 3- Parque Nacional da Restinga dos Tapuias: Esta designação, além de imprópria, revela-se equivocada. Comumente se pensa que os tapuias constituíam uma nova nação indígena. Se, verdadeiramente, esta palavra servisse para nomear um grupo indígena, este grupo não habitou a área em que se pretende implantar o Parque Nacional. A realidade, contudo, é que tapuia se trata de uma palavra usada pelos povos de fala tupi para indicar povos por eles considerados bárbaros e incultos. Os portugueses acabaram por se apropriar da expressão para nomear todos os povos indígenas do Brasil. Assim, a palavra apresenta uma forte carga preconceituosa. 4- Parque Nacional da Planície ou da Baixada Fluminense Qualquer uma das duas opções mostra-se mais vaga que Parque Nacional da Restinga Norte Fluminense, visto que a baixada ou a planície fluminense constitui-se de todas as áreas baixas entre o norte e o sul do Estado, quer formadas por aluviões quer por sedimentos de origem marinha. *** No intuito de superar os localismos, empreendi uma pequena investigação para encontrar uma palavra mais geral e, ao mesmo tempo, mais vinculada à região do novo Parque Nacional. O documento mais antigo que encontrei a nos fornecer algumas informações vem a ser o controvertido

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"Roteiro dos Sete Capitães", publicado com o título de Descrição que faz o Capitão Miguel Ayres Maldonado e o Capitão José de Castilho Pinto e seus companheiros dos trabalhos e fadigas das suas vidas, que tiveram nas conquistas da Capitania do Rio de Janeiro e São Vicente, com a gentilidade e com os piratas nesta costa (Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, tomo XVII. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1894). Controvertido porque a crítica positivista de José Vieira Fazenda descobriu nele incongruências de datas e de fatos minuciosamente discutidas em "I- Roteiro de Maldonado (1661) II - Ilha da Carioca (1570)". (Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro tomo LXXI, parte I. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1909). Bem examinada a configuração ecológica descrita no "Roteiro", nota-se, porém, que ela corresponde à região compreendida entre os rios dos Bagres (atual Macaé) e Iguaçu (atual lagoa do Açu). Embora datado de 1661, o documento reporta-se ao período de 1632 a 1634, quando os sete fidalgos empreenderam três incursões às sesmarias que requereram à Coroa Portuguesa na abandonada e devolvida capitania de São Tomé. Em 1633, na segunda viagem, feita a pé e em montaria, os fidalgos vão batizando os acidentes geográficos. Conquanto os nomes pareçam ser escolhidos aleatoriamente por eles, tudo indica que os acidentes geográficos já haviam sido nomeados pelos povos indígenas de origem tupi, cabendo aos fidalgos ratificá-los ou renomeá-los. Um nome que nos chama a atenção é o lago denominado de Jagabra de Santo Amaro, nas proximidades de outro lago que os capitães batizaram de Fedorento, "em razão de uma fedentina que saía do dito lago, que estava a secar e tinha pelas suas margens peixes mortos, que eram a origem da dita fedentina ..." O primeiro lago figura com o nome de Jagroaba na Carta Topográfica da Capitania do Rio de Janeiro feita por ordem do Conde do Cunha, Capitão General e Vice-Rei do Estado do Brasil, por Manoel Vieira Leão, Sargento-Mor e Governador da fortaleza do Castelo de São Sebastião da cidade do Rio de Janeiro, em 1767. Manoel Martins do Couto Reis registra-o em 1785 com o nome de Jagoroaba e explica, no relatório anexo, que

Divide-se todo o Distrito dos Campos em três sortes de terreno, todas diferentes por suas qualidades, situação e fecundidade. Os dois primeiros são baixos, planos e quase no nível do mar: um destes mais ameno por suas vistosas campinas, divididas por pequenos bosques, rios e pantanais, de cujas separações lhes resultam outros tantos nomes, como campos de Macaé, de Juribatiba, de Carapebus, dos Sabões, de Jagoroaba, da Boavista, de Santo Amaro, dos Algodões, Campo Limpo, Campos de Taí etc.

Dos vocábulos apontados por Couto Reis, de bom alvitre é excluir Macaé e Carapebus por nomearem já municípios. Embora o campo dos Sabões, uma alusão à planta batizada pelos portugueses de sabonete, ficasse situado na área do parque, parece aconselhável empregar um étimo indígena para homenagear os povos que habitavam a região antes da chegada dos europeus. Os campos de Boavista, Santo Amaro, Algodões, Limpo e do Taí localizamse em áreas fora da que abrangerá o parque. Restam-nos, assim, Juribatiba e Jagoroaba. Continuemos o exame. José Carneiro da Silva, Visconde de Araruama, fala nas campinas de Geribatyba e de Jagroaba ou Ubatuba, levando-nos a entender porque o campo e a lagoa de Jagoroaba passam a ser conhecidos pelo nome de Ubatuba, como abaixo se verá (Memória Topográfica e Histórica sobre os Campos dos Goitacases. Rio de Janeiro: Imprensão Régia, 1819). Grande plagiador do Visconde, José de Souza Azevedo Pizarro e Araújo, nos anos 20 do século XIX, também menciona as campinas de Jerubatiba ou Geribatiba e de Jagoroaba ou Ubatuba (Memórias Históricas do Rio de Janeiro, 3º volume. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945). Vivendo em Campos em 1827 e 1828, o viajante e naturalista autodidata Sergipano Antônio Muniz de Souza declara:


No dia 20 com a fresca do crepúsculo matutino, parti dos Olhos d'água atravessando uma vasta planície matizada de mimosa relva, onde pastava bastante gado, no f im da qual encontra-se uma grande lagoa intitulada Carapebus, e daí por diante vim sempre por terrenos escassos e desertos até Jurubatiba, onde descansei (Viagens o Observações de um Brasileiro que desejando ser útil à sua Pátria, se dedicou a estudar os usos e costumes de seus Patrícios, e os três Reinos da natureza em vários lugares e sertões do Brasil. Oferecidas à Nação Brasileira. Rio de Janeiro: Rua de Trás do Hospício nº 160, 1834.)

Sem os mencionar, Muniz de Souza atravessou os campos de Jagoroaba e Jurubatiba, rumo a Macaé. A Carta Topográfica e Administrativa da Província do Rio de Janeiro e do Município Neutro erigida segundo os melhores mapas publicados até agora: apresentando pela primeira vez os novos municípios: S. João, Capivari, Bonito, Saquarema e Estrela, as freguesias que foram criadas pela Assembléia Legislativa até setembro de 1846 e o canal quase acabado de Campos a Macaé, publicada pelo Visconde J. de Villiers de L'Ile Adam, cerca de 1846 (Rio de Janeiro: Litografia Imperial de Vr. Larée), denomina Campo de Jaguaraba toda a planície de restinga entre a lagoa de Carapebus e Barra do Furado. Por sua vez, Pedro d'Ancatara Bellegarde e Conrado Jacob de Niemeyer, na Nova Carta Corográfica da Província do Rio de Janeiro, publicada às expensas de Eduardo Bensburg (Rio de Janeiro: Litografia Imperial, 1865), assinalam as lagoas de Jaguaroaba e de Jurubatiba. A primeira, ao sul da lagoa da Ribeira, no século XIX considerada um braço da lagoa Feia por estar ligada a esta em caráter permanente, parece corresponder à atual lagoa Preta. A segunda corresponde à atual lagoa de Cabiúnas. Já Marcellino Ramos da Silva, que chefiou a Comissão de Estudos do Saneamento da Baixada do Estado do Rio de Janeiro na passagem do século XIX para XX e dedicou-se

particularmente ao sul da lagoa Feia, onde idealizou e executou o malogrado canal de Jagoroaba com o fim de defluir as águas da lagoa Feia para o mar, chama de Jagoroaba a lagoa que parece corresponder, atualmente, às lagoas interligadas de Ubatuba e da Casa Velha (mapa Lagoa Feia e suas Dependências, escala 1:20.000, trabalhos executados desde novembro de 1894 a março de 1898). Com efeito, a Folha SF-24-M-II-1 (Lagoa Feia), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, escala 1:50.000 (1ª edição: 1968), ainda registra os remanescentes do canal de Jagoroaba com o nome de canal de Ubatuba, desembocando na ponta setentrional da lagoa do mesmo nome. Marcellino Ramos da Silva chama de Campos de Jagoroaba a extensão de terra entre as lagoas de Ubatuba e do Carrilho. Na Carta Geológica do Brasil, folha Lagoa Feia, que acompanha um dos últimos trabalhos célebres de Alberto Ribeiro Lamego, "Geologia das quadrículas de Campos, São Tomé, Lagoa Feia e Xexé" (Boletim nº 154. Rio de Janeiro: Departamento Nacional da Produção Mineral/Divisão de Geologia e Mineralogia, 1955), o nome de Jagoroaba também recai sobre as lagoas de Casa Velha e Ubatuba. Desaparece, contudo, o nome dos Campos de Jagoroaba. Curiosas são as informações contidas num mapa articulado em três folhas que acompanha o relatório geral de Baixada Campista (Estado do Rio de Janeiro) - Saneamento das Várzeas nas Margens do Rio Paraíba do Sul a Jusante de São Fidélis - Estudos e Planejamentos das Obras Complementares, elaborado pela Engenharia Gallioli Ltda. para o extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (Rio de Janeiro: setembro de 1969). À página 6, o relatório esclarece que a base cartográfica para a representação planimétrica foram as fotografias aéreas tomadas em meados de 1955 pela FAB e alguns pontos trigonométricos determinados pelo IBGE. Surpreendentemente, reaparece, neste mapa, a lagoa Fedorenta do "Roteiro dos Sete Capitães", correspondendo

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A Allagoptera arenaria (guriri) deu origem ao nome do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba / The Allagoptera arenaria (guriri) gave the original name to the Jurubatiba National sandbank Park.

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à atual lagoa do Pires. A lagoa Preta recebe o nome de lagoa do Valão e a lagoa da Casa Velha-Ubatuba continua denominada de lagoa de Jagoroaba, tanto quanto o canal projetado e executado por Marcellino Ramos da Silva. *** Assim, uma primeira opção de nome para o novo Parque Nacional é o étimo Jagoroaba ou Jaguaroaba, grafia que deve se aproximar mais da pronúncia dela pela língua tupi. Ele denominava um campo extenso que deveria espraiarse pelas restingas dos atuais municípios de Carapebus e de Quissamã, além de indicar uma lagoa situada nesta mesma restinga. A vantagem do vocábulo é que ele não se prende a nenhuma unidade político-administrativa, ademais de não constar mais na cartografia atual. Fazê-lo reviver seria uma forma de homenagear um termo de origem tupi que designou acidentes geográficos ainda hoje existentes. Quanto ao seu significado, qualquer um que se lhe atribua não passará de especulação. Uma leitura possível é vislumbrar na palavra o radical jaguara, onça ou cachorro, eaba, desinência de alguns verbos, principalmente dos impessoais, ou pêlo, pena, pluma. Infelizmente, o atento Couto Reis, que costumava colher o significado das palavras no frescor virginal de sua origem, nenhuma explicação nos fornece sobre este termo. A segunda opção é Jurubatiba. Esta palavra é registrada por Couto Reis, que dela nos elucida o sentido em seu relatório de 1785: "Jiribá é uma palmeira ou coqueiro; e tiba significa em abundância; e porque nesse Campo há muitos, lhe chamaram os índios Campos de Jiribatiba, isso é, de muitos Coqueiros." (Descrição Geográfica, Política e Cronográfica do Distrito dos Campos dos Goitacases, que por Ordem do Il.mo. e Ex.mo. Senhor Luiz de Vasconcellos e Souza do Conselho de S. Majestade, ViceRei e capitão General do Mar e Terra do Estado do Brasil se Escreveu para Servir de Explicação ao Mapa Topográfico do mesmo Terreno, que Debaixo da Dita Ordem se Levantou. Rio de Janeiro: Arquivo Público do

Estado do Rio de Janeiro, 1997). A palavra deriva de jarybá, uma espécie de palmeira bastante comum em terrenos de restinga. Daí a praia de geribá em Búzios. Mas existe também a expressão jurebetyba, significando grande concentração da solanácea jurebeba, aportuguesada para jurubeba. A lagoa de Jerubatiba aparece no mapa traçado por Manoel Vieira Leão, datado de 1767; no mapa desenhado por Couto Reis em 1785, com o nome de Jeribatiba; com o nome de Geritiba, no mapa publicado pelo Visconde J. de Villiers de L'Ile Adam, cerca de 1846; de Jurubatiba, lagoa e localidade, no mapa de Pedro d’Alcantara Bellegarde e Conrado Jacob de Niemeyer, de 1865. Entendo, finalizando toda esta argumentação, que tanto Parque Nacional de Jagoroaba (ou Jaguaroaba) quanto Parque Nacional de Jurubatiba constituem-se em denominações apropriadas para a nova unidade de proteção. Entendo, igualmente, que Parque Nacional da Restinga de Jaguaroaba ou de Jurubatiba não está consentâneo com as normas de denominação das unidades de proteção, que não mencionam a formação geológica ou a formação vegetal nativa em que se assentam. Arthur Soffiati Professor, historiador ambiental e ecologista

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Parque­Nacional­ da­Restinga­de­Jurubatiba

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Depois de longa espera e de grande mobilização da comunidade científica e de alguns segmentos da sociedade, com destaque para os ambientalistas, foi assinado no dia 29 de abril de 1998 o decreto de criação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba1, uma Unidade de Conservação Federal que protege aproximadamente 15 mil hectares do que sobrou de séculos de destruição desta vasta restinga localizada no Norte-Fluminense. O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA Jurubatiba) é a única Unidade de Conservação nacional criada exclusivamente com o objetivo de proteger os ecossistemas de restinga. Este conjunto de ecossistemas de restinga está entre os mais representativos e protegidos da costa brasileira. Historicamente Jurubatiba surge no cenário brasileiro quando os portugueses tentaram, pela primeira vez, em 1536, colonizar o trecho do litoral do Estado do Rio de Janeiro, que se estende da foz do Rio Macaé até o Rio Itabapoana. Eles se depararam com uma vasta área de planície formada por um complexo mosaico de ecossistemas costeiros, incluindo a Mata Atlântica, matas de restingas, lagoas de água doce e escuras, lagoas de águas salobras e salgadas, rios e brejos: uma paisagem que foi denominada pelo historiador-ecologista Arthur Soffiati de “Pantanal do Norte Fluminense”. Habitat dos índios Goitacás, considerados como uns dos mais ferozes do Brasil, exímios corredores e nadadores, logo muito adaptados a florestas abertas em forma de moitas com amplos espaços vazios, a enorme planície costeira tem o seu nome originado de “jeribá”, que significa na língua goitacá pequeno coqueiro ou palmeira, hoje popularmente conhecida como guriri e “tiba” que significa muito abundante, formando então “terra de muitas palmeiras”.

Extremamente pobre em nutrientes devido a sua formação arenosa, a planície costeira que originaria a Restinga de Jurubatiba, surgiu a aproximadamente 5.000 mil anos, a partir da deposição de sedimentos marinhos, através dos movimentos de avanços e de recuos do mar. Mesmo assim os colonizadores e seus sucessores tentaram adaptá-la aos seus interesses imediatistas e, com isto, causaram inúmeros e irreversíveis impactos ao ambiente. A grande demanda pelo principal produto de exportação do país na época, o açúcar, foi responsável pela expansão dos canaviais no Norte Fluminense e, como decorrência, muitos ecossistemas terrestres e aquáticos da Restinga de Jurubatiba foram degradados ou simplesmente suprimidos. Já nas primeiras tentativas de ocupar a Restinga de Jurubatiba, no século XVI, os colonizadores fizeram intervenções desastrosas na natureza. E foi durante a economia do açúcar que o homem demonstrou o seu desejo insaciável de dominar a natureza. Se no século XVI o ciclo da cana contribuiu para a degradação da Restinga de Jurubatiba, na década de 70, quando se iniciou na região Norte Fluminense um novo ciclo econômico baseado na extração do petróleo, que promoveu adensamentos demográficos e grandes demandas por recursos naturais, a Restinga de Jurubatiba passou a ser palco de uma nova onda de impactos antrópicos sobre os seus ecossistemas extinguindo ecossistemas inteiros, como florestas, rios, brejos e lagoas. Deste modo, a área primitiva da Restinga de Jurubatiba foi, ao longo dos séculos, paulatinamente reduzida. No final da década de 1980, restava apenas uma pequena, porém muito representativa área da Restinga de Jurubatiba, entre os municípios de Macaé e Quissamã, que se assemelhava em muito àquela restinga que os 1 Este texto é uma compilação das anotações e pesquisas que deram origem ao livro “Do Índio Goitacá à Economia do Petróleo: Uma Viagem pela História e Ecologia da maior Restinga Protegida do Brasil”, do Professor Francisco de Assis Esteves, publicado em 2011, pela Editora Essentia, Campos dos Goytacazes


Os administradores do parque identificaram os pescadores artesanais que sobrevivem da pesca em Jurubatuba / The park administrators identified the handcraft fishermen that survive from fishing at Jurubatiba

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colonizadores portugueses encontraram no século XVI, passando a receber a atenção de vários cientistas brasileiros, que constataram a necessidade de proteger o que restou da Restinga de Jurubatiba.

O mar e a restinga

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A Terra passou por várias fases de avanço e de recuo do mar ao longo dos períodos geológicos, chamados de transgressão e regressão marinha. Nos períodos de transgressão marinha, os diferentes tipos de areia eram transportados juntamente com a água, devido à ação das correntes marinhas, para a zona costeira. No entanto, durante o período de recuo do mar, ou seja, das regressões marinhas, as areias transportadas pela água eram, em parte, retidas nas barreiras geográficas existentes na região (as chamadas “armadilhas”). Esse processo de avanço e de recuo do mar não ocorreu apenas uma vez, mas sim por várias vezes, e em cada período de deposição de areias formava-se um cordão arenoso. Esse é o motivo pelo qual, na Restinga de Jurubatiba, podem ser encontrados pelo menos três cordões arenosos bem distintos, evidenciando que, no passado, a região pode ter sofrido três períodos de regressão marinha. De acordo com os pesquisadores, os fenômenos de transgressão e regressão marinha que tiveram grande relevância para a formação da Restinga de Jurubatiba ocorreram em períodos distintos: cerca de 120.000 anos o primeiro, e o último 5.100 anos atrás, durante o período da história geológica da Terra denominado de quaternário. Numa primeira vista, parece que a Restinga de Jurubatiba foi formada há muito tempo. No entanto, quando a comparamos com ambientes mais antigos como, por exemplo, a planície amazônica, pode-se dizer que a Restinga de Jurubatiba é um ambiente que acabou de nascer. À medida que os cordões arenosos eram formados, de maneira lenta e gradual, eram colonizados por plantas e animais, vindos de ecossistemas já existentes, como a Mata

Atlântica, o Cerrado e a Caatinga, entre outros, num processo que os cientistas denominam de sucessão ecológica. Vários pesquisadores, entre eles Luiz Drude de Lacerda, da Universidade Federal do Ceará, defendem a hipótese de que as restingas são ecossistemas que ainda se encontram em pleno processo de evolução. Nos cordões arenosos, encontram-se as mais diferentes formações vegetais, como diferentes tipos de florestas, “moitas de vegetação” etc. Entre cada cordão arenoso, no entanto, formaram-se depressões que, ao longo do tempo, tornaram-se ecossistemas semiaquáticos, como brejos, e aquáticos: lagoas de água doce, salobra ou salgada. As maiores lagoas foram formadas a partir do represamento da foz de rios ou pelo isolamento de baías marinhas. Por isso, as lagoas de água doce são aquelas que foram formadas pelo represamento de rios; enquanto que aquelas de água salgada foram formadas pelo isolamento de baías por sedimentos arenosos.

A Capitania de São Tomé e os Sete Capitães A implantação das Capitanias Hereditárias, no Brasil, certamente foi a primeira tentativa de promover a ocupação portuguesa na América e de instalar o seu modelo de colonização. Assim, no período de março de 1534 a fevereiro de 1536, foram implantadas as 12 Capitanias Hereditárias no Brasil. No dia 28 de fevereiro de 1536, o rei D. João III assinou a carta de doação da Capitania de São Tomé a Pero de Góis que, à época, estava com 30 anos de idade e era o mais moço de todos os donatários, assim como era também aquele que dispunha de menos recursos para implantar uma Capitania. A Capitania de São Tomé tinha suas terras compreendidas entre a foz do Rio Itapemirim (ES) - por um acordo firmado com Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo e aprovado pelo rei - e aproximadamente a foz do Rio Macaé (RJ), incluindo nos seus domínios, portanto, a Restinga de Jurubatiba.


No século XVI, alguns senhores de engenho, especialmente aqueles que empreenderam esforços para derrotar os franceses, os Tamoios e os Tupinambás, na região que hoje compreende o Estado do Rio de Janeiro, foram nomeados Capitães pela Corte Portuguesa. Sete desses Capitães – Miguel Aires Maldonado, Miguel da Silva Ricardo, Antonio Pinto Pereira, João de Castilho, Gonçalo Correia de Sá, Manuel Correia e Duarte Correia – cientes do fracasso de Gil de Góis, requereram, em 1627, parte das terras da Capitania de São Tomé, entre o Rio Macaé e a Lagoa Açu (antigo Rio Açu) como Sesmaria, que era um instrumento já usado pela Corte para ceder terras para atividades agrícolas e de pecuária. Assim, em 1627, inicia-se a terceira tentativa de colonizar as terras nas quais se encontrava a Restinga de Jurubatiba. Os Sete Capitães empreenderam, pelas terras que receberam do rei de Portugal, três viagens, cujos diários escritos pelo capitão Miguel Aires Maldonado possibilitaram aos historiadores extrair as primeiras impressões sobre a flora, a fauna e os recursos hídricos da região. Soffiati (1998) relata que, na segunda viagem empreendida pelos Sete Capitães, eles denominaram os acidentes geográficos mais relevantes que iam surgindo durante a caminhada. Nessa viagem, é atribuído o nome de Carapebus a uma das maiores lagoas da Restinga de Jurubatiba.

praticadas a pecuária e uma intensa agricultura de milho, feijão, mandioca e algodão. No entanto, os principais produtos de exportação da região, no século XVII, eram o gado e o açúcar. Nesta época era comum as “terras pobres” da restinga terem a sua vegetação eliminada para dar lugar ao pasto, onde se praticava a pecuária. No entanto, como a produção de açúcar se tornara mais promissora, a pecuária foi-se tornando menos lucrativa e não prosperou. Esse fato foi de extrema importância para que parte considerável do rico conjunto de ecossistemas que compõe a Restinga de Jurubatiba permanecesse quase intacta. O agronegócio da época enfrentava um grande dilema que era fazer a produção chegar das fazendas aos centros de consumo, visto que, naquela época, as rodovias e as estradas de ferro praticamente inexistiam na região. Surgem então, de vários produtores rurais, muitos dos quais com grande prestígio na Corte, iniciativas para escoar a produção daregião através de canais que se ligariam aos rios e lagoas da região, principalmente os rios Paraíba do Sul, Itabapoana e Macaé. O ciclo do açúcar foi bastante prejudicial ao Parque Jurubatiba / The sugar cycle was quite harmfull to the Jurubatiba park

O açúcar e a degradação da restinga As alterações nos ecossistemas norte-fluminenses foram mais acentuadas das primeiras décadas do século XIX até meados do século XX e seus efeitos ainda estão expressos, de diferentes maneiras, na atual paisagem da região. Como exemplos, podem ser citados os inúmeros canais que drenaram e interligaram lagoas e rios de diferentes características ecológicas e a presença, muito perceptível, do segundo maior canal do mundo construído nesse período, o Canal CamposMacaé. A cana-de-açúcar era cultivada principalmente nos locais ocupados pelos campos da planície aluvial e pelas Florestas de Mata Atlântica de Tabuleiros, nas quais também eram

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O Canal Macaé-Campos foi aberto pela mão-de-obra- escrava, atravessa todo o parque, estendendo-se até o município de Campos dos Goytacazes / The Canal Macaé-Campos was opened by the slave labour,crossing all the park and extending till Campos dos Goitacazes Municipality

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Canal Campos-Macaé e a Restinga de Jurubatiba

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Nesta época, dezenas de grandes e pequenos canais foram abertos cortando os tabuleiros, a planície aluvial e as restingas do Norte Fluminense. Deve ser destacado que a maioria desses canais foi aberta por meio do trabalho escravo. O maior e mais famoso foi o Canal Campos-Macaé, que corta o PARNA Jurubatiba, cujo objetivo era ligar os centros de produção de açúcar do Norte Fluminense com a Baía de Guanabara e daí para a Europa, especialmente Portugal. O Canal Campos-Macaé tem sua concepção e execução atribuída ao engenheiro inglês John Henry e, para a sua construção, contou com forte participação das grandes forças econômicas e políticas da época, como o barão de Araruama (Bento Carneiro da Silva). Além disso, muitos fazendeiros justificavam sua construção alegando que, uma vez pronto, o canal serviria para “sanear os pântanos infectados por mosquitos que propagam a febre paludosa” (Soffiati, 1998). Além do desejo de contribuir para a suposta eliminação das epidemias, os proprietários de terras do Norte Fluminense tinham grande interesse indireto nas drenagens, que era o de anexar terras férteis às suas propriedades. Pouco tempo após a drenagem, as “novas terras conquistadas” eram anexadas às propriedades, com ou sem a anuência das autoridades locais e federais. O Canal Campos-Macaé tinha 96 km de extensão – sendo 18 km dentro das lagoas Jurubatiba (Cabiúnas), Carapebus, Paulista e Feia – e cerca de 20 metros de largura. O trecho que não era área de lagoa (correspondente a 78 km) foi escavado com enxadas e pás na restinga, terrenos argilosos e nos pântanos, “por isto tinha que ser uma tarefa para escravos”, afirmavam os defensores da construção. A obra foi iniciada em 1843 e concluída em 1861 e é considerada por Marchi (1998) como a maior obra de engenharia até então realizada no país. A importância dessa obra pode ser avaliada pelo fato de que D. Pedro II inspecionou-a, pessoalmente, em sua viagem à região ocorrida em 1847.

O “abaneiro-da-praia” (Clusia hilariana) é uma das mais significativas e importantes plantas de Jurubatiba / The “abaneiro da praia” (Clusia Hilariana) is one of the most significative and important plants from Jurubatiba.

Patrimônio genético Dos relatos de naturalistas europeus que visitaram a Restinga de Jurubatiba no século XIX, podemos extrair as primeiras informações sobre a fauna e a flora dessa região. O primeiro a visitá-la foi o príncipe alemão Wied-Neuwied que, em 1815, desembarcou no Rio de Janeiro e realizou uma expedição pelo litoral brasileiro até Ilhéus (BA). Em 1817, chegam ao Rio de Janeiro o botânico von Martius e o zoólogo von Spix, ambos alemães. Esses naturalistas, após terem excursionado pelos arredores da cidade do Rio de Janeiro, realizaram amplas investigações pelo litoral norte do Estado. Em seus relatórios podem ser encontradas algumas menções referentes à região hoje conhecida como Restinga de Jurubatiba. Mais tarde, em 1832, o famoso naturalista britânico, pai da Teoria da Seleção Natural das Espécies, Charles Darwin, promoveu uma viagem da cidade do Rio de Janeiro até a região da foz do Rio Macaé. Os cientistas envolvidos na proposta de transformar a Restinga de Jurubatiba em uma Unidade de Conservação tinham a consciência de que, muito mais importante do que preservar um depositório de espécies vegetais e animais -


que o homem já identificara como relevante fonte de madeira e de alimento - era também extremamente importante fazê-lo com outro valor incalculável e ainda praticamente desconhecido: o de patrimônio genético dos seres vivos – especialmente das plantas e dos animais – e também daquele representado por compostos bioativos originados de espécies vegetais. No alvorecer do século XXI a ciência atravessa uma fase de enormes avanços em áreas ainda praticamente desconhecidas pela sociedade como: biotecnologia, nanotecnologia, biossíntese e fitofarmacologia, entre outras. Assim sendo, um dos motivos que mais estimulavam os cientistas que participaram da elaboração da proposta técnica para a criação do PARNA Jurubatiba era a necessidade de criar condições legais para que a fantástica biodiversidade encontrada na Restinga de Jurubatiba tivesse garantida a continuidade de sua existência, não de forma isolada, como ocorre em jardins botânicos, mas de maneira integrada com todas as demais espécies que coabitam os seus inúmeros ecossistemas.

A integridade de Jurubatiba

passado tem exterminado ecossistemas e levado centenas de espécies da flora e da fauna em todo o território nacional à extinção. Outro fator que desempenhou importante papel para a preservação foi o tipo de solo encontrado na planície costeira. Seus solos são predominantemente arenosos e muito pobres em matéria orgânica e sais minerais, tornando-os inadequados para fins de agricultura, fator que desestimulou a sua ocupação por atividade de agricultura e agropecuária.

Tentativas de preservação Desde os tempos dos naturalistas europeus até os anos de 1980, vários foram os pesquisadores que fizeram referências à flora e à fauna da Restinga de Jurubatiba. No entanto, foram os cientistas Dra. Dorothy Araújo, Dr. Raimundo Henriques, Dra. Norma Crud Maciel e Dr. Francisco de Assis Esteves que, no início dos anos 80, passaram a fazer pesquisas sistematizadas sobre a taxonomia e a ecologia da flora, da fauna e das lagoas costeiras da Restinga de Jurubatiba.

Como foi possível um remanescente da Restinga de O ambientalista Vicente Klonowski foi um dos primeiros a chamar a atenção para Jurubatiba, de tão considerável extensão - quase 15 mil ha a área onde foi criado o Parque Jurubatiba / The Ambientalist Vicente Klonowski, -, encontrar-se ainda em excelentes condições de was one of the first to call attention to the area where Jurubatiba Park was created. preservação, próximas àquelas que os portugueses encontraram ao aportar pela primeira vez no Norte Fluminense, no ano de 1536? A resposta a essa pergunta reside nas características naturais da Restinga, como o tipo de litoral, caracterizado por ausência de enseadas, com a presença de praias profundas e com ondas violentas, portanto muito impróprio para fins de construção de portos. Por possuir praias perigosíssimas ao banho é uma região desvalorizada para a construção de balneários. Essas peculiaridades fizeram com que a Restinga de Jurubatiba, ao contrário de outras restingas brasileiras, permanecesse livre da fúria da especulação imobiliária, que desde a metade do século Os estudos pioneiros realizados por estes cientistas

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constituíram a base para a elaboração, em 1986, da primeira proposta para transformar numa Unidade de Conservação a área compreendida entre os municípios de Macaé e Quissamã, levada pelo Dr. Raimundo Henriques para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. Apesar dos esforços pessoais dos proponentes - especialmente dos pesquisadores Dr. Raimundo Henriques e Dr. Francisco de Assis Esteves -, a proposta não conseguiu vencer as barreiras burocráticas e foi simplesmente arquivada. Uma segunda tentativa para criar uma Unidade de Conservação na região foi feita no ano de 1994, desta vez através de ambientalistas de Macaé liderados por Alexandre Nogueira, na época um dos líderes da organização não governamental RAIA (Rede Ambientalista de Informação e Ação). Nogueira, com o apoio de outro membro da RAIA, Vicente Klonowsky, elaborou uma excelente proposta na qual a atual área do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA Jurubatiba) seria uma Reserva Biológica, envolta por uma APA (Área de Proteção Ambiental). Infelizmente, apesar de todos os esforços do Sr. Alexandre Nogueira, desta vez foi a burocracia estadual que venceu e a proposta foi arquivada. Um marco decisivo para a criação do PARNA Jurubatiba foi o estabelecimento, no ano de 1992, de um convênio entre a Petrobras e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que possibilitou a implantação de um projeto de pesquisa denominado: Estudos Ecológicos das Lagoas Costeiras do Norte Fluminense (“Ecolagoas”). Além de proporcionar considerável expansão das linhas de pesquisa sobre a ecologia das lagoas costeiras, o Projeto Ecolagoas possibilitou alocar os primeiros e importantíssimos recursos para edificar as instalações que abrigariam o Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (NUPEM/UFRJ). A primeira parceria firmada para se implantar uma base Avançada de Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi com a então recém-criada Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Macaé, através do seu secretário, o biólogo Marcos Schuenck, que se tornou um dos parceiros

mais importantes nessa luta. Pela sua intermediação foi possível assinar, em 1993, um convênio entre a Prefeitura Municipal de Macaé e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, através do qual a municipalidade cederia um dos galpões localizados no Parque de Exposições Agropecuárias de Macaé, para sediar a futura Base Avançada de Pesquisa.

Agronegócio: principal ameaça A grande ameaça à integridade ecológica da Restinga de Jurubatiba, a partir dos anos de 1990, era o avanço, em grande escala, das plantações de coqueiros. O quadro de destruição da Restinga de Jurubatiba era a grande preocupação dos pesquisadores. Quase que diariamente ouviam-se notícias de que alguma área de vegetação - que estava sendo pesquisada há anos - tinha sido devorada pelo fogo, pela retirada de madeira ou destruída por tratores e, com ela, o hábitat para a fauna associada. A ocupação das margens das lagoas, para construção de residências e condomínios, era um fato constante e aceito passivamente pelas autoridades e pela população. Foram anos de trabalho, investimentos pessoais, governamentais e, sobretudo, informações científicas pioneiras perdidos. A Restinga de Jurubatiba era rapidamente transformada numa monocultura de coqueiro ou em pastagem e condomínios, ou seja, ela estava sendo extinta numa escala sem precedentes na sua história. Mas o fracasso das plantações de coqueirais na Restinga de Jurubatiba demonstra a importância do conhecimento científico no manejo e na conservação dos ecossistemas. Com o rápido avanço da destruição da Restinga de Jurubatiba, fazia-se necessário que medidas urgentes e enérgicas fossem tomadas para reverter a situação.

Apoio da sociedade Em dezembro de 1995 o Prof. Francisco de Assis Esteves estabeleceu o primeiro contato com o então Diretor da Divisão de Ecossistemas do IBAMA, Dr. Ricardo


O plantio de coco na restinga representa uma grande ameaรงa ao Parque Jurubatiba / Coconut plantation at the sandbank represents a great menace to Jurubatiba Park.

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Soavinski. Esse encontro foi decisivo para consolidar as ações futuras e, sobretudo, para agregar um importante aliado, o IBAMA, à proposta dos pesquisadores do NUPEM/UFRJ. A elaboração da primeira proposta técnica para a criação de uma Unidade de Conservação na Restinga de Jurubatiba foi uma tarefa relativamente fácil, visto que os cientistas do NUPEM/UFRJ já dispunham de grande número de informações sobre a flora, fauna e sobre as lagoas costeiras da região. A proposta de criação de uma Unidade de Conservação na Restinga de Jurubatiba foi protocolada no IBAMA, em sua sede em Brasília, no dia 11 de abril de 1997, pelo Professor Francisco de Assis Esteves. Logo após ter sido protocolada foi designado um de seus técnicos, a advogada Analzita Mueller, para acompanhar todas as etapas do processo de criação da futura Unidade de Conservação, tornando-se uma aliada na criação de uma Unidade de Conservação na Restinga de Jurubatiba. Finalmente, numa solenidade que ocorreu no dia 29 de abril de 1998 no Palácio da Alvorada, com a presença do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso e de demais autoridades da área ambiental, foi assinado o decreto de criação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. A partir 1998, a Restinga de Jurubatiba passou a estar protegida por um decreto-lei do Presidente da República no contexto de um Parque Nacional. Essa garantia é proporcionada pela lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) nº 9.985/2000. A Restinga de Jurubatiba, como um Parque Nacional, é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral.

Área total do Parque

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Cálculos feitos com base na análise de imagens de satélite e de dados históricos apontam que a Restinga de Jurubatiba, como hábitat dos índios Goitacás, se estendia da foz do Rio Macaé até a foz do Rio Itabapona, correspondendo a uma área de cerca de 115 mil ha.

Considerando a área do PARNA Jurubatiba como sendo de 14.922,49 ha (Plano de Manejo, 2008), podemos concluir que restou apenas 13% da restinga originalmente existente no século XVI. A área total do PARNA Jurubatiba é de 14.922 hectares, abrangendo os municípios de Macaé (1% da área), Carapebus (34%) e Quissamã (65%) na região Norte do Estado do Rio de Janeiro. O porcentual da área dos municípios ocupado pelo Parque é: Macaé (0,2%), Carapebus (22,2%) e Quissamã (12,5%) e seu perímetro tem 123.586 km. A Zona de Amortecimento do PARNA Jurubatiba abrange uma porção terrestre e outra marinha, perfazendo uma área total de 94.944,27 hectares. A porção terrestre ocupa 37.981,11 hectares e a porção marinha, 56.963,16 hectares, o que corresponde a 40,0% e 60,0% da área da Zona de Amortecimento, respectivamente. No oceano, a área que engloba a Plataforma Continental de até 10 metros de profundidade ocupa 17.687,7 ha e a área que engloba até 20 metros de profundidade ocupa 39.275,5 ha (Plano de Manejo 2008).

Plano de Manejo Logo após a criação do PARNA Jurubatiba, os seus idealizadores e vários outros atores sociais iniciaram um movimento para estabelecer o seu Plano de Manejo, que é o instrumento legal para o gerenciamento das unidades de conservação brasileiras. A primeira iniciativa real para a elaboração do Plano de Manejo partiu do Sr. Carlos Henrique Abreu Mendes, na época Gerente do IBAMA - Rio de Janeiro, que procurou o grupo de pesquisadores da UFRJ envolvidos com essa Unidade de Conservação desde as primeiras etapas de sua criação. O Plano de Manejo do PARNA Jurubatiba é o instrumento legal (Lei 9.985 de julho de 2000) que orienta e estabelece o seu manejo, o zoneamento, identifica necessidades, estabelece prioridades e organiza as ações para o seu uso.


Flora

Fonte de madeira e alimento

A maioria das espécies do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba origina-se da Mata Atlântica, da Floresta Amazônica, do Cerrado e da Caatinga, entre outros. Podemos citar o arbusto maria-fernanda (Posoqueria latifolia) e a palmeira aricanga (Geonoma schottii) como espécies que vieram da Mata Atlântica e atualmente podem ser encontradas no PARNA Jurubatiba. Já a árvore umíria (Humiria balsamifera) tem sua origem a partir das campinas amazônicas. Os cientistas indicam que, depois da última regressão marinha (recuo do mar) - ocorrida cerca de 3.000 a 5.000 anos atrás - que expôs solos antes cobertos pelas águas dos mares, produzindo a planície arenosa, iniciou-se o processo de colonização por espécies de plantas dos diferentes biomas, formando assim o que hoje chamamos de restinga Um extenso levantamento sobre a flora das restingas fluminenses, publicado em 1984 pelos pesquisadores Dorothy Araújo e Raimundo Henriques, mostrou que, das mais de 700 espécies por eles identificadas, somente 18 (2,6%) são espécies endêmicas, ou seja, espécies habitantes exclusivas de restingas costeiras. Esse baixo endemismo também é explicado pelo fato desse ambiente ter uma origem recente. O baixo índice de espécies endêmicas no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, comparada com outras unidades de conservação da Amazônia e da Mata Atlântica, foi um aspecto desfavorável para a criação do PARNA Jurubatiba, rompendo uma tradição que norteava a criação das unidades de conservação instituídas no país. O PARNA Jurubatiba não foi criado com base no grau de endemismo, mas sim em função das adaptações ecológicas, morfológicas e funcionais das espécies que, em conjunto, estabelecem uma rede intrincada de relações que garantem o funcionamento desse ecossistema estabilizador das regiões costeiras, com exuberante beleza cênica.

Desde os tempos dos índios Goitacás sabe-se que os ecossistemas do PARNA Jurubatiba têm sido fonte de alimento e produtos para o homem, principalmente através da flora - que fornece frutos, raízes e madeira - e das suas lagoas, ricas em pescado. O reconhecimento da importância dos ecossistemas dessa Unidade de Conservação para o homem aconteceu tardiamente e ainda não tem sido uma unanimidade. Por exemplo, o geólogo e naturalista Alberto Lamego, em publicação do ano de 1934, não atribuiu nenhum valor à vegetação de restinga. No entanto, várias espécies arbóreas encontradas no PARNA Jurubatiba produzem excelente madeira que tem sido motivo de cobiça desde os tempos do Brasil Colônia. Além da caixeta, já mencionada, destacam-se: angelimrosa (Andira fraxinifolia), ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha), o cupiúva ou tapiririca ou pau-pombo A pesca é um setor onde ainda há conflitos a serem gerenciados pelos gestores do parque / Fishing is a sector where still there are some conflicts to be managed by the park administrators.

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(Tapirira guianensis) e principalmente o guanandi (Calophyllum brasiliense), também conhecido como jacareúba, guanandi Santa Maria ou landim. Algumas espécies de plantas da restinga são utilizadas, até os dias de hoje, na culinária de muitas regiões do Brasil. Entre elas se destacam: a pitanga (Eugenia uniflora), o murici (Byrsonima sericea), o cajueiro (Anacardium occidentale) e a aroeira (Schinus terebinthifolius. Entre os cactos destaca-se o calda-dapraia ou mandacaru (Cereus fernambucensis), cujo fruto vermelho é utilizado para fazer geleias e sorvetes. Outras espécies muito comuns da restinga são o maracujá (Passiflora mucronata) e a famosa erva-mate (Ilex paraguariensis). No município de Carapebus - que tem área considerável de seu território no PARNA Jurubatiba - é ainda habitual encontrar donas de casa que fazem deliciosas paçocas com a semente da palmeirinha guriri (Allagoptera arenaria) e saborosos sorvetes com o do fruto do mandacaru (C. fernambucensis). A palmeira Euterpe edulis, conhecida como juçara ou palmiteiro, tem ampla distribuição na Mata Atlântica e nas restingas. No PARNA Jurubatiba essa palmeira se localiza nas áreas de florestas mais fechadas. No seu ambiente natural, os palmiteiros têm, principalmente através de seus frutos, importante papel como fonte de alimento para pássaros como, por exemplo, jacus, sabiás, jacutingas e também para morcegos e roedores. Suas folhas, quando se decompõem no solo pobre da restinga, são uma fonte muito importante de matéria orgânica e nutrientes e garantem, nas áreas em que ocorrem, a umidade necessária para germinação de várias espécies vegetais. Para o homem do Norte Fluminense essa palmeira sempre foi de fundamental importância, principalmente em tempos remotos. O palmito, denominado pelos botânicos de meristema apical, é a principal forma de utilização dessa palmeira pelo homem, o que geralmente leva à destruição da planta.

Vegetais da Restinga de Jurubatiba A vegetação dos ecossistemas de restinga tem recebido várias classificações. Uma das classificações mais aceitas na atualidade é aquela proposta pelos pesquisadores Dorothy Araújo e colaboradores, em artigo publicado no ano de 2004. De acordo com esses pesquisadores há, no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, 10 diferentes comunidades vegetais. Segundo os cientistas, alguns fatores ambientais podem ser apontados como os principais responsáveis pelo surgimento de uma flora tão diversificada no PARNA Jurubatiba: diversidade topográfica, precipitação bem distribuída ao longo do ano e influência marinha e continental. Dentre as comunidades vegetais dessa Unidade de Conservação merecem especial destaque pela importância ecológica, frequência e beleza, as comunidades de Vegetação rasteira de beira de praia; Vegetação fechada de beira de praia (também denominada de vegetação póspraia); Vegetação em “moitas” e Floresta pantanosa (também chamada por alguns autores de comunidade de floresta inundada).

Clusia: uma planta singular O “abaneiro-da-praia” (Clusia hilariana) que ocorre no PARNA Jurubatiba apresenta características similares a de parentes próximos da Mata Atlântica que germinam e crescem na copa de outras árvores, sendo caracterizadas como de hábito epífito (planta que cresce sobre outras, sem ser parasitas). À medida que o “abaneiro-da-praia” cresce, emite raízes em direção ao solo que se envolvem sobre o caule da planta suporte (comportamento semelhante às plantas conhecidas como figueiras), passando, com o tempo, a estrangulá-la. À medida que os estudos sobre a vegetação do PARNA Jurubatiba avançam, os resultados têm despertado grande interesse da comunidade científica brasileira e internacional. Cientistas demonstraram que o “abaneiroda-praia”, além de ser uma planta “facilitadora” (“berçário”), tem outras características muito particulares. Uma delas é


o fato de realizar a fotossíntese (absorção de gás carbônico, eliminação de oxigênio e produção de carboidratos) de maneira diferenciada da grande maioria das outras espécies de plantas. O “abaneiro-da-praia” se diferencia da maioria das espécies vegetais pelo fato de não abrir seus estômatos durante o dia. Eles são mantidos estrategicamente fechados, o que reduz a evapotranspiração e, consequentemente, a perda de água, um recurso pouco disponível na areia (“solo”) da restinga. No “abaneiro-da-praia”, a abertura dos estômatos ocorre somente ao anoitecer, quando a temperatura do ar e da areia (“solo”) é menor. O gás carbônico absorvido nesse período é estocado sob a forma de ácidos orgânicos como o ácido málico, por exemplo. No dia seguinte e em presença da luz solar, os ácidos orgânicos são “quebrados”, liberando o gás carbônico, que é então utilizado no processo de fotossíntese. A descoberta dessas propriedades de absorção de carbono tem chamado a atenção para a possibilidade da utilização do “abaneiro-da-praia” na atenuação de um fenômeno que representa, na atualidade, uma das maiores ameaças à humanidade: o efeito estufa, ou seja, o aumento da temperatura da atmosfera devido ao aumento da concentração de gás carbônico e outros gases, como o metano e o óxido nitroso.

“Moitas de vegetação” Outras espécies de arbustos do PARNA Jurubatiba podem formar “moitas de vegetação”, entre as quais se destacam o pau-preto (Humiria balsamifera) e o breu (Protium icicariba). No PARNA Jurubatiba as “moitas” da Restinga de Ericácea estão localizadas em depressões que são inundadas nos períodos de chuvas (novembro a março) ou em áreas de brejo alagáveis próximas às lagoas costeiras. As “moitas” de breu são formadas sobre os cordões arenosos da restinga, muitas vezes próximas às “moitas” de clúsia, portanto não estão sujeitas a inundações. Ao

contrário das “moitas” de ericáceas, que podem chegar até 4 metros de altura, as “moitas” de breu são de pequeno porte, não ultrapassando 2,5 metros de altura.

Guriri: a palmeira-anã Nos espaços entre as “moitas de vegetação”, que representam verdadeiras clareiras, são encontrados solo arenoso e alvo, uma “marca registrada” do PARNA Jurubatiba. Nessas clareiras encontramos, de maneira dispersa, indivíduos de espécies herbáceas, quando muito subarbustivos (os maiores não ultrapassam a 1,5 metros de altura). Entre as espécies que habitam essas clareiras, destacam-se as bromélias-tanque (Neoregelia cruenta e Aechmea nudicaulis) e a palmeira-anã, guriri (Allagoptera arenaria), a mesma que deu o nome ao Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. O guriri é uma das primeiras plantas a se instalar nas areias do PARNA Jurubatiba. Isso só é possível porque o guriri é capaz de germinar sobre a areia desnuda, sem o auxílio de outras plantas. Além disso, seu caule não se desenvolve para cima, como as demais palmeiras, mas sim para o interior do substrato arenoso, onde passa a emitir um amplo sistema de raízes, algumas crescendo em direção ao lençol freático. Essa eficiente estratégia de adaptação às condições de grande escassez de água garante uma grande vantagem frente às demais plantas da Restinga. Ao olhar para uma planta de guriri, observamos que o movimento rotatório das suas folhas, resultante da ação dos ventos, forma desenhos circulares na areia, ao redor da planta. Esse efeito, também produzido por folhas mortas que permanecem fixadas ao caule, tem uma grande importância ecológica. Sob essas condições, ocorre a redução drástica da temperatura da areia, fato que proporciona condições para a germinação de outras espécies. De acordo com o pesquisador Fabio Rubio Scarano, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a ação da folha do guriri sobre a areia faz com que a temperatura nessas áreas seja reduzida em até 50% do valor medido na

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O abaneiro-da-praia� (Clusia hilariana) tem uma forma interessante de fazer a sua fotossíntese no período noturno / The abaneiro-da-praia "(Clusia hilariana) has an interesting way of making its photosynthesis at night.

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areia desnuda. Em um minucioso estudo, o pesquisador Zaluar (2002) encontrou 47 espécies cuja germinação estava associada às condições ecológicas proporcionadas pelo guriri, sendo o arbusto Vernonia crotonoides da família das Aceráceas e o cacto Pilocereus arrabidae as espécies mais frequentes. A interação entre a palmeirinha guriri e animais, como algumas espécies de insetos e de mamíferos, entre eles o rato-da-moita-de-restinga (Cerradomys subflavus) representa uma estratégia muito eficiente que facilita a germinação de suas sementes e, consequentemente, a formação de novos indivíduos. Entre os insetos destacamse várias espécies de besouros, sendo a mais comum a espécie Ateuchus squalidus, e de percevejos, como a espécie Pangaeus sp. O rato-da-moita-de-restinga (Cerradomys subflavus), até então um dos poucos mamíferos capazes de roer os coquinhos (sementes) do guriri, promove a dispersão de suas sementes pelas areias da Restinga (Pablo Gonçalves, comunicação pessoal). Esse pequeno roedor se alimenta dos nutritivos coquinhos (sementes) do guriri, coletando-os no chão, transportando-os para longe da planta-mãe e consumindo-os no interior das moitas de restinga.

Fauna

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A fauna da Restinga de Jurubatiba – tanto aquela que vive nos cordões arenosos, associada aos vários tipos de vegetação, como aquela que vive nas lagoas, nos brejos e nos pequenos ecossistemas (tanques) formados nas bainhas das folhas das bromélias, os chamados tanques de bromélias – se constitui em um tesouro que só recentemente começou a ser desvendado pela ciência. Entre os pesquisadores, está o príncipe alemão Maximiliano de Wied-Neuwied. Em 1815, viajou por todo o litoral norte-fluminense descrevendo, de forma pioneira, os povos indígenas, a flora e a fauna da região hoje conhecida como Restinga de Jurubatiba. Os relatos citam animais hoje típicos da região, tais como a corujinha-

buraqueira, o calango e o sabiá-da-praia cuja voz foi muito apreciada pelo príncipe naturalista. Na ocasião da visita a Macaé, a tropa de Wied se hospedou na Fazenda São José do Barreto, hoje bairro do mesmo nome, onde está a sede do NUPEM/UFRJ e ali registraram um casal do gavião “rabo-de-tesoura” (Elanoides forficatus), uma espécie da qual por décadas não havia nenhum registro de ocorrência na região, mas recentemente foi registrada numa área próxima ao PARNA Jurubatiba, pelo pesquisador Henrique Rajão Reis. Semelhante à flora, a fauna da Restinga de Jurubatiba também tem baixo número de espécies endêmicas (espécies que somente ocorrem em um determinado local). Grande parte das espécies animais encontradas na Restinga de Jurubatiba pode também ser vista em outros biomas, especialmente na Mata Atlântica. Os pesquisadores Rui Cerqueira e Carlos F. D. Rocha, que realizaram estudos sobre a zoogeografia das restingas, consideram a fauna das restingas como um subgrupo ou pequena amostra da fauna mais rica da Mata Atlântica. De acordo com os pesquisadores Henrique Rajão Reis e Luiz P. Gonzaga (2000), que realizaram importantes estudos sobre as aves da Restinga de Jurubatiba, várias espécies por eles estudadas são típicas da Mata Atlântica. Segundo esses pesquisadores, os baixos níveis de endemismo se devem à formação muito recente das comunidades de restinga. Muito da área hoje coberta pela restinga estava completamente submersa pelo mar há cerca de 5.000 anos e acredita-se que, desde então, as populações animais que vêm ocupando a faixa arenosa ainda não se diferenciaram o suficiente em relação às populações vizinhas da Mata Atlântica. Contudo, muitas das espécies que hoje estão praticamente extintas na Mata Atlântica de baixada encontram-se vivendo em elevadas populações no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Esse fato evidencia que o PARNA Jurubatiba é também um dos hábitats mais importantes para o estudo e para a preservação de várias espécies da fauna brasileira, sobretudo de aves.


Nos seus ecossistemas podemos encontrar espécies da fauna já extintas em outras restingas do Estado do Rio de Janeiro e do país, espécies ameaçadas de extinção, assim como outras cuja distribuição é restrita a esses ecossistemas, como o pequeno crustáceo Diaptomus azureo – que vive exclusivamente nas lagoas Comprida e Jurubatiba – e duas formas de borboletas (Parides ascanius e Mimoides lysithous harrisianus), tidos como já extintos em outras restingas brasileiras, porém ainda com relatos de ocorrência nas comunidades de Floresta Pantanosas do PARNA Jurubatiba. Entre os anfíbios, uma espécie de sapo (Rhinella pygmaea), o lagarto-da-cauda-verde (Cnemidophorus littoralis) e a lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae) são espécies endêmicas das restingas do Estado do Rio de Janeiro e hoje habitam essa Unidade de Conservação como um de seus únicos hábitats em todo o Estado. Atualmente, o sabiá-da-praia (Mimus gilvus antelius), ave praticamente já extinta em outras regiões, é encontrado em populações sustentáveis no PARNA Jurubatiba. Essa ave foi muito capturada e mantida em cativeiro devido à sua grande capacidade de emitir uma enorme gama de sons. Os pesquisadores têm observado em suas atividades de pesquisas de campo que o sabiá-da-praia, Mimus gilvus antelius, tem convivido com outra espécie muito semelhante, o sabiá-do-campo, Mimus saturninus. Dentre os mamíferos, destaca-se o rato-de-espinho Trinomys eliasi, espécie exclusiva das restingas fluminenses e até pouco tempo conhecida somente na restinga de Maricá. Devido à sua distribuição extremamente restrita, esse rato-de-espinho foi incluído na lista de mamíferos ameaçados de extinção no Estado do Rio de Janeiro. Recentemente, a pesquisadora Helena Bergallo – da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – e colaboradores, reportaram populações também no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, reforçando o valor dessa Unidade de Conservação como refúgio a espécies ameaçadas no Estado do Rio. Segundo o pesquisador Duarte e colaboradores (2004),

foram identificadas até agora 23 espécies de mamíferos, 96 espécies de aves, 18 espécies de répteis, 11 espécies de anfíbios e 270 espécies de insetos (somente do grupo das borboletas).

Bromélias-tanque As bromélias-tanque (Neoregelia cruenta, Neoregelia compacta, Aechmea nudicaulis e Vriesia neoglutinosa) têm suas folhas organizadas em forma de rosetas em cuja parte inferior formam-se pequenos espaços onde a água da chuva se acumula, formando pequenos tanques. A água acumulada nesses tanques representa a principal fonte de recurso hídrico e de sais minerais para a própria planta. Do ponto de vista ecológico, a água acumulada nas folhas das bromélias representa um pequeno ecossistema aquático conhecido como fitotelmo ou microcosmo. Nele encontramos os componentes básicos de um ecossistema: os produtores (várias espécies de algas), os consumidores (várias espécies de animais) e os decompositores (os microorganismos). A fauna encontrada nas bromélias-tanque é muito variada, registrando-se desde pequenos vermes até cobras. Essa variedade de vida pode ser atribuída à fartura de alimento disponível para todos os níveis da cadeia alimentar, desde detritívoros, passando por herbívoros até os organismos carnívoros. Entre os invertebrados, o grupo dos insetos é fortemente representado nos tanques das bromélias. Entre eles estão várias espécies de baratas (tanto ninfas como adultas), borboletas e libélulas. Estas últimas têm seu ciclo de vida ligado obrigatoriamente à água. Deve ser lembrado que, num ambiente seco como a restinga, onde a água é um importante fator limitativo, a água dos tanques das bromélias passa a ser o local preferido para as libélulas. O grupo dos aracnídeos também é bem representado nos tanques das bromélias. A aranha-do-corpo-achatado (da família Thomisidae) pode viver entre as folhas das bromélias, em virtude do formato do seu corpo. Outras

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aranhas (Corina loricata) constroem suas teias entre as folhas, impedindo o acesso de outras aranhas e insetos aos tanques. Os escorpiões da espécie Tityus costatus e a aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer), habitantes frequentes dos tanques das bromélias, por serem peçonhentos, impõem mais cuidado quando do eventual manuseio desse micro-hábitat. Os anfíbios (rãs, sapos e pererecas) são habitantes obrigatórios das bromélias-tanque (Neoregelia cruenta, Aechmea nudicaulis e Vriesia neoglutinosa). Entre eles, alguns apresentam inclusive adaptações anatômicas para viverem nesse ambiente. Como exemplo pode ser citada a perereca-de-capacete (Aparasphenodon brunoi) que tem sua vida adaptada à bromélia-tanque-de-cartucho (Neoregelia cruenta). Algumas pererecas, como a Scinax littoreus, não só habitam as bromélias-tanque como também só se reproduzem na água acumulada em suas rosetas. Outros anfíbios preferem o fundo das lagoas como, por exemplo, a espécie de sapo Dendropsophus anceps, que pode explorar profundidades de mais de um metro As cobras também encontram nas bromélias-tanque um farto banquete. Assim sendo, não é raro encontrarmos jararaca (Bothrops jararaca), jararacuçu (Bothrops jararacussu) e cobra-cipó (Chironius bicarinatus) à procura de presas ou bebendo água nos tanques das bromélias.

Jacaré-de-papo-amarelo

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Relatos de naturalistas europeus que percorreram as restingas brasileiras, inclusive a Restinga de Jurubatiba, mencionam a ocorrência do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) em consideráveis populações nos ecossistemas da Restinga. No Brasil, há ocorrência do jacaré-de-papo-amarelo nos rios, lagoas e brejos localizados próximo ao mar, desde o Estado do Rio Grande do Norte até o Estado do Rio Grande do Sul. No entanto, devido a diferentes formas de poluição (esgoto, vinhoto, entre outros), aterros, assoreamento,


O jacarÊ-do-papo-amarelo (Caimam latirostris) faz parte da lista dos animais em extinção / The Caiman aligator (Caimam latirostris) is part of a list of animals into extinction.

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drenagem e devastação da vegetação marginal, inclusive das restingas, os hábitats do jacaré-de-papo-amarelo têm sido progressivamente destruídos. Com isto, suas populações foram praticamente reduzidas a níveis que não garantiam mais a sua sustentabilidade. A consequência desse fenômeno foi que a espécie constava da lista de espécies em extinção, como uma das mais ameaçadas no nosso país. Não podemos deixar de mencionar a caça (para retirada do couro e da carne), uma prática centenária na Restinga de Jurubatiba, como um dos principais fatores que levaram praticamente à extinção o jacaré-de-papo-amarelo em toda a região Norte Fluminense.

Lagoas, brejos e as aves aquáticas

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O mergulhão (Tachybaptus dominicus) é outra ave aquática frequente nas lagoas, especialmente naquelas de água doce, como as lagoas de Jurubatiba e Comprida. Muitas vezes, nadando junto com os mergulhões, podem ser vistos nas lagoas do PARNA Jurubatiba os frangosd’água (Porphyrio martinica). Essas aves estão sempre em busca de folhas, sementes de plantas aquáticas e de invertebrados que constituem seu principal cardápio. O irerê (Dendrocygna viduata), também conhecido como paturi, marreca-viúva e marreca-piadeira, é uma das aves aquáticas mais bonitas do PARNA Jurubatiba. Sua face branca, pescoço negro e o bico cor de chumbo são a marca registrada dessa espécie. Para completar sua beleza apresentam o peito castanho e o resto do corpo finamente estriado em branco e preto. O biguá (Phalacrocorax brasilianus) e o colhereiro (Platalea ajaja) são duas lindas aves que o visitante pode observar às margens das lagoas do PARNA Jurubatiba, especialmente durante o período da manhã. A garça-branca (Ardea alba) e a garça-azul (Egretta caerulea) são habitantes frequentes das lagoas de água salobra ou salgada, como as lagoas Peri-Peri, das Garças, Robalo e do Visgueiro. As garças-brancas e as garças-azuis constroem seus ninhos nas árvores próximas às lagoas e se alimentam de peixes, anfíbios e insetos. As aves migratórias constituem outro grupo de aves fáceis de serem observadas no PARNA Jurubatiba. Uma das espécies de aves migratórias mais frequentes de ser observadas são os maçaricos-brancos (Calidris alba) que aparecem em grupos de até centenas de indivíduos às margens das lagoas, especialmente salobras, como as lagoas Robalo, Peri-Peri e Preta (na parte mais próxima da praia) ou na praia.

Com a grande diversidade de lagoas e de brejos encontrados no PARNA Jurubatiba não é estranho que esses ecossistemas sejam o hábitat para várias espécies de aves. Muitas espécies são seus habitantes durante todo o ano. Outras, como as aves migratórias, os utilizam como local para repouso e alimentação, apenas em certas épocas do ano. Além disso, as lagoas e os brejos também podem atrair aves terrestres - como o gavião-caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) - que utilizam esses ecossistemas como locais para obtenção de alimento. A presença dos gaviões-caramujeiros próxima às lagoas e brejos do PARNA Jurubatiba é facilmente identificada pela grande quantidade de conchas vazias sobre a areia, em torno dos troncos das árvores poleiros. Próximo às margens das lagoas Jurubatiba e Comprida podem ser observadas várias árvores poleiros . Um dos habitantes mais frequentes das margens das lagoas e dos brejos do PARNA Jurubatiba é a jaçanã ( Jacana jacana). Essa ave, que pode ser conhecida por outros nomes como cafezinho ou marrequinha, tem pernas altas que se Lagoas destacam de seu corpo e dedos e unhas longas que ajudam O número de lagoas encontradas no Parque Nacional na sua locomoção, na superfície da água, sobre as da Restinga de Jurubatiba pode variar, dependendo macrófitas aquáticas. do período do ano. Durante a época de menor


pluviosidade, entre os meses de maio e outubro, algumas lagoas secam total ou parcialmente. Nesse período, são encontradas geralmente quatorze lagoas. Por outro lado, durante a época de maior pluviosidade, entre os meses de novembro e março, as lagoas voltam a acumular água da chuva. Nesse período o número de lagoas aumenta para dezoito. As lagoas do PARNA Jurubatiba podem ter suas águas originadas do mar, de rios ou do lençol freático. Aquelas cujas águas são de origem principalmente marinha recebem os principais aportes de água salgada por ocasião das marés altas, em especial em períodos de ressaca ou quando ocorre a abertura da barra de areia que as separa do mar. Nas lagoas do PARNA Jurubatiba cujos principais aportes de água se dão a partir de rios e do lençol freático, observa-se, com muita frequência, uma forte diferenciação das características da água em função dos valores de salinidade: a região mais próxima ao mar registra valores de salinidade mais elevados, atingindo o que os cientistas chamam de oligo-halino e mesohalino; na região mais distante do mar os valores de salinidade são equivalentes àqueles encontrados em água doce. Devido a essas características, a distribuição da flora e da fauna é diferenciada ao longo da lagoa. As águas do lençol freático podem representar principal aporte de água para algumas lagoas do PARNA Jurubatiba. Ao percolar o solo arenoso da restinga, a água da chuva solubiliza substâncias húmicas originadas da decomposição vegetal, os chamados ácidos húmicos e fúlvicos. Essas substâncias se acumulam na água do lençol freático colorindo-a com a cor escura, típica de águas dele originadas, como as lagoas Comprida e Preta.

bom exemplo. Nela encontramos lindos jardins floridos, decorando extensas áreas desse ecossistema, formados pelas taboas (Typha domingensis) e por pelo menos três espécies de junco (Eleocharis fistulosa, Eleocharis equisetoides e Eleocharis mutata). Misturadas às taboas ou formando grupos isolados estão os lírios-d’água sendo mais abundante nas lagoas do PARNA Jurubatiba a espécie Nymphaea pulchealla. As outras espécies de lírio-d´água que ocorrem nas lagoas do PARNA Jurubatiba são Nymphaea amazonum, N. lingulata e N. rudgeana. Outra planta aquática que contribui para formar os belos jardins é a soldadela-d’água (Nymphoides indica). Ao mergulhar em algumas das lagoas do PARNA Jurubatiba, é possível contemplar verdadeiros jardins submersos, formados por várias espécies de plantas aquáticas, entre elas uma espécie de planta aquática carnívora conhecida pelo nome de “lodo”. Essa planta aquática tem pequenas flores variando de um forte amarelo a lilás, dependendo da espécie. Nas lagoas do PARNA Jurubatiba foram identificadas três espécies de “lodo”: Utricularia foliosoa, U. gibba, U. olivacea e U. poconensis (família Utriculariaceae). Uma das principais características dessas plantas aquáticas são as pequenas vesículas (4 a 10 mm de diâmetro), conhecidas por utrículos que são, na realidade, folhas modificadas. Funcionam como verdadeiras armadilhas, aprisionando protozoários, rotíferos, pequenos crustáceos, larvas e algas. Na superfície interna desses utrículos existem várias glândulas secretoras de mucilagem, que atraem os pequenos organismos. Após a entrada dos organismos os utrículos se fecham, ocorrendo a sua morte e posterior decomposição, processo do qual participa um complexo sistema de enzimas. Por meio do aprisionamento de pequenos organismos, a planta complementa suas demandas nutricionais, especialmente de compostos à base Jardins aquáticos Em várias lagoas costeiras do PARNA Jurubatiba podem de nitrogênio. É, portanto, considerada como planta ser encontrados belos jardins. A Lagoa Jurubatiba é um carnívora.

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Ameaças à integridade do Parque

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Os ecossistemas ainda preservados, sobreviventes da devastação que ocorre há vários séculos na região Norte Fluminense, podem ser encontrados atualmente em duas condições distintas: em pequenos fragmentos localizados em propriedades particulares ou em extensas áreas contíguas à restinga que constitui o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA Jurubatiba). Os pequenos fragmentos, mesmo podendo ter áreas reduzidas, têm grande relevância para a manutenção da biodiversidade vegetal e animal, para a manutenção dos recursos hídricos e das condições climáticas locais. Algumas ameaças à integridade dos ecossistemas ainda permanecem no dia a dia do PARNA Jurubatiba. As ameaças que se fazem presentes nos dias atuais ocorrem tanto no interior dessa Unidade de Conservação quanto nas áreas próximas que constituem a sua Zona de Amortecimento (definida pela Resolução nº 13, de 1990, do Conselho Nacional de Meio Ambiente). Motivo de atenção especial é o fato de, na Zona de Amortecimento do PARNA Jurubatiba, estar instalado um importante complexo de petróleo e gás, o Terminal de Cabiúnas, várias empresas ligadas à cadeia de exploração do petróleo e de serviços, vários bairros, fazendas e estradas. Infraestrutura, portanto, com grande potencial para causar impactos sobre os ecossistemas dessa Unidade de Conservação. Muito embora legalmente esse complexo industrial não faça parte da Zona de Amortecimento, sua possível interferência não pode ser desconsiderada, dada a sua grande proximidade a essa Unidade de Conservação, especialmente considerando que o principal tributário da Lagoa Jurubatiba, o rio Jurubatiba, atravessa grande parte do complexo industrial. Vários são os agentes que comprometem a integridade das características naturais dos ecossistemas do PARNA Jurubatiba. Muitos deles são de natureza administrativa e de gerenciamento da própria Unidade de Conservação. Outros, no entanto, são mais preocupantes, visto que

dependem da implementação de políticas públicas e de recursos financeiros em grande monta: como a escassez de mão de obra qualificada para administrar e realizar a fiscalização, a falta de recursos para implementar a infraestrutura necessária para viabilizar o seu uso pela população e a não indenização dos proprietários de terras dentro da Unidade de Conservação.

Incêndios Os incêndios que têm ocorrido tanto na área do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba quanto em sua Zona de Amortecimento são majoritariamente de origem criminosa. Grande parte desses incêndios se deve à extração de mel silvestre. A “limpeza” dos tabuais das lagoas (queima das plantas aquáticas conhecidas na região como taboa) com o fogo – que, não raramente, se alastra para dentro da vegetação terrestre – ainda é uma causa frequente de incêndios. Há ainda aqueles incêndios cuja causa se desconhece completamente. Quando os incêndios atingem a vegetação de restinga sem causar a combustão da turfa, o combate é realizado com bombas costais e abafadores. No entanto, quando a turfa é atingida a situação torna-se muito preocupante e o controle pode demorar semanas. Nesses casos utilizam-se motobombas que sugam águas das lagoas ou ainda uma modalidade pioneira, criada pelo corpo técnico do PARNA Jurubatiba: como o lençol é muito superficial, perfura-se um poço rapidamente, com o auxílio de uma escavadeira. A água abundante desses poços tem sido um extraordinário auxílio no combate ao fogo na turfa. Essa técnica é fundamental, pois nem sempre existe lagoa próxima para se extrair a água (Marcos Cezar dos Santos, comunicação pessoal). A maior área queimada por incêndio registrada na área do PARNA Jurubatiba ocorreu em dezembro de 2002, no município de Carapebus, próximo ao Canal CamposMacaé onde foram queimados 15 ha (ICMBio, 2008).


Outro incêndio, ocorrido no mês de novembro de 2007, também em Carapebus, foi combatido por mais de 200 homens por mais de uma semana Nesse incêndio, considerável área com turfeiras foi atingida (Marcos Cezar dos Santos, comunicação pessoal). A destruição da vegetação pelo fogo representa uma verdadeira catástrofe ecológica, na qual também a fauna – não só a de maior apelo social, como as aves e os mamíferos, mas também a diversa e densa fauna de organismos invertebrados, que muitas vezes não ultrapassam alguns milímetros de tamanho – é completamente eliminada. Para a recuperação da área afetada pelo fogo é necessário que o processo de sucessão ecológica se inicie praticamente do seu estágio inicial, podendo demorar mais de um século até o restabelecimento de comunidades semelhantes àquelas originalmente existentes. Um dano de grande monta aos ecossistemas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba decorrente dos incêndios é o fato de a área afetada pelo fogo ser, quase invariavelmente, colonizada com espécies exóticas, principalmente do grupo das gramíneas. Utilizando-se da grande oferta de nutrientes contidos nas cinzas, essas espécies crescem e se reproduzem, tanto por sementes como por brotamento, com uma enorme rapidez, ocupando grande parte das áreas queimadas em poucas semanas. Essa estratégia de competição para ocupação das novas áreas expostas é favorável às plantas exóticas, fato que dificulta e não raro impede a regeneração da vegetação nativa.

abundante (Marcos Cezar dos santos, comunicação pessoal). Há um hábito cultural consolidado em Carapebus (Ubás), de se fazer “motivos” nos finais de semana, utilizando-se carne de lagartos e jacarés-de-papo-amarelo.

Extração de palmito A exploração da palmeira Euterpe edulis, conhecida como palmiteiro, açaí-do-sul, içara e juçara, entre outras denominações, é uma prática ainda frequente entre alguns habitantes da região. No PARNA Jurubatiba essa palmeira se localiza nas áreas de floresta mais fechada. A retirada do palmito (que é a extremidade superior do caule, denominado pelos botânicos de meristema apical) ainda representa uma das principais formas de degradação das florestas nativas do país, inclusive aquelas do PARNA Jurubatiba. Segundo pesquisadores, para atingir a idade de exploração do palmito são necessários pelo menos dez anos. No entanto, o homem destrói em poucos minutos os indivíduos dessa espécie, pois com a retirada do meristema apical a planta morre, deixando de produzir sementes e, dessa forma, descendentes geneticamente diferenciados.

Extração de madeira

A Restinga de Jurubatiba foi, no passado, palco de grandes retiradas de madeira para usos diversos nas fazendas do seu entorno, especialmente para a produção de carvão. Atualmente é rara, mas ainda existente a retirada de madeira do interior dessa Unidade de Conservação. Quando isso ocorre, visa principalmente à retirada de madeira de um tipo árvore, o guanandi (Calophyllum brasiliense), também conhecido como jacareúba, guanandi Santa Maria ou Caça A caça praticada no PARNA Jurubatiba é sempre ilegal, landim. No passado, a retirada massiva de guanandi deviasujeitando o infrator à pena que varia de 06 a 18 meses de se ao elevado valor comercial de sua madeira. detenção. As denúncias e evidências dão conta da caça de tatus, jacarés, capivaras, ouriços, gambás e lagartos. As áreas Extração de plantas ornamentais mais vulneráveis são aquelas próximas à Lagoa de O aumento da utilização de espécies da vegetação de Jurubatiba, especialmente nas proximidades do loteamento restinga em paisagismo urbano e doméstico tem Lagomar e da Lagoa de Carapebus, onde a fauna é aumentando a frequência de casos de impacto sobre as

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comunidades vegetais, pela retirada criminosa de indivíduos de algumas espécies. Entre as espécies mais cobiçadas e consequentemente mais retiradas do PARNA Jurubatiba estão os cactos de restinga – representados por duas espécies, Cereus fenambucensis e Pilosocereus arrabidae e o cacto coroa-de-frade (cabeça-de-frade) (Melocactus violaceus) –, a orquídea (Cattleya guttata) e as espécies de bromélias Neoregelia cruenta e Aechmea nudicaulis, conhecidas como bromélias-tanque. A palmeirinha juçara é retirada do PARNA Jurubatiba e transplantada em vaso quando pequena e, quando adulta, para jardins.

Presença de animais A presença de gado e cavalos no interior do PARNA Jurubatiba é consequência da falta de consciência ecológica de alguns proprietários de fazendas localizadas na Zona de Amortecimento e da falta/deficiente de fiscalização por parte dos Órgãos de Controle Ambiental. Nos brejos e nas lagoas os danos podem se estender por todo o Animais soltos são um problema frequente no Parque Jurubatiba / Free animals are a frequent problem in Jurubatiba Park.

ecossistema, visto que o pisoteio nesses ecossistemas destrói as plantas aquáticas e revolve o fundo, ambos hábitat para várias espécies de invertebrados e de peixes. Além disso, o pisoteio do fundo dos brejos e das lagoas suspende partículas de matéria orgânica e de areia que promovem o aumento da turbidez da água, reduzindo a penetração da luz solar na água, prejudicando severamente ou até mesmo eliminando as plantas aquáticas desses ambientes. A presença de porcos no interior do PARNA Jurubatiba é observada, em geral, nas áreas próximas às lagoas Paulista e Jurubatiba. Nesta última foram localizados criadouros nas proximidades das margens em sua parte mais continental, fato esse que possibilita a entrada de excrementos animais nesses ecossistemas. Além dos excrementos que chegam às lagoas e aos brejos, os porcos também impactam as lagoas do PARNA Jurubatiba através do revolvimento do sedimento orgânico da região litorânea das lagoas.

Lixo O lixo – tanto aquele lançado por caminhões dentro do PARNA Jurubatiba quanto em áreas muito próximas – representa uma séria ameaça à integridade dessa Unidade de Conservação. Ao percorrer o PARNA Jurubatiba pela praia observa-se, frequentemente, a presença de lixo depositado sobre a areia, alcançando comunidades de vegetação fechada de beira de praia (vegetação de pós-praia). Esse lixo é lançado ao mar pelo Rio Macaé. Pela ação dos ventos e das ondas chega às praias do PARNA Jurubatiba. Além da degradação sanitária, sua presença em uma Unidade de Conservação é fonte de degradação visual e de perda da valorização turística.

Construção de residências nos “bolsões” 48

Os chamados “bolsões” são partes dos municípios de Carapebus e Quissamã que estão dentro da área do


PARNA Jurubatiba. No município de Carapebus correspondem ao Balneário de Carapebus e, no município de Quissamã, aos Balneários de João Francisco e Visgueiro. Nesses “bolsões” se observa rápida expansão da construção de residências, inclusive sobre as áreas de inundação das lagoas localizadas no interior dessa Unidade de Conservação, como por exemplo nas lagoas do Visgueiro e do Peri-Peri (Quissamã). Essa intervenção, além de ser um investimento financeiro de altíssimo risco para seus proprietários é também ilegal e tem trazido grandes prejuízos aos frágeis e peculiares ecossistemas formados por estas lagoas costeiras. Além do lançamento de efluentes não tratados nesses corpos de água, as aberturas artificiais e consecutivas da barra representam grande ameaça à integridade ecológica e sanitária desses ecossistemas. Deve ser destacado que as aberturas artificiais das lagoas localizadas nos Balneários de João Francisco têm sido realizadas por iniciativa dos proprietários de residências que foram construídas na zona de inundação ou integralmente dentro desses ecossistemas, como é o caso de algumas construídas dentro da Lagoa Peri-Peri. No Balneário de Carapebus a expansão imobiliária atinge níveis preocupantes que comprometem a gestão de um Parque Nacional. Além da expansão imobiliária, observam-se, nesse balneário, outras formas de impacto, representado pelas drenagens dos brejos localizados nas áreas de inundação da Lagoa de Carapebus. Esses brejos representam verdadeiras relíquias ecológicas de grande importância, tanto para a flora quanto para a fauna, principalmente como local para o pouso de espécies de aves migratórias, além de serem fundamentais no controle do nível do lençol freático. A drenagem desses brejos – que vem sendo realizada, na atualidade, sem nenhuma observância das leis vigentes no país – significa, num futuro próximo, a redução do nível de água dos poços artesianos, principal fonte de água do balneário. Consequentemente, haverá escassez de água nas residências. De outubro de 2008 a março de 2009 extensos

ecossistemas de brejos foram extintos através de drenagem no balneário de Carapebus. As drenagens desses ecossistemas têm sido feitas para gerar mais loteamentos, que estarão submersos nas primeiras chuvas, e os proprietários dos imóveis neles construídos serão os primeiros a solicitar apoio e soluções às mesmas autoridades que permitiram a ocupação.

Pesca predatória Embora proibida desde a criação do PARNA Jurubatiba, em 1998, ainda é possível observar a existência da pesca, especialmente nas lagoas dessa Unidade de Conservação. As lagoas que possuem maior atividade ilegal de pescadores são: Carapebus, Paulista, Jurubatiba e Preta. Por ser uma Unidade de Conservação do grupo de Proteção Integral, o PARNA Jurubatiba permite apenas o uso indireto de seus recursos. A pesca não é um desses usos. Além de infringir a legislação ambiental por pescarem em área protegida, os pescadores desrespeitam ainda o Defeso Nacional e praticam a pesca com tarrafas (proibida) até As invasões começam com pequenos casebres que depois viram casas de veraneio / The invasion starts as a small shack but afterwards they become summer houses

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mesmo durante o período das aberturas de barra, impedindo a entrada de peixes marinhos no interior da lagoa. Já foi constatado que alguns incêndios na Restinga foram resultantes da utilização do fogo pelos pescadores para a “limpeza” de canais tomados pela taboa, que impedia a navegação de sua canoas. Dessa forma, esses incêndios são mais frequentes após as aberturas de barra, que culminam com a morte de extensas áreas de tabual. Destaca-se que a pesca predatória mais danosa às lagoas do PARNA Jurubatiba é aquela praticada por pescadores ocasionais que, geralmente sem nenhum conhecimento sobre o ambiente e suas espécies, praticam a pesca de arrasto. Esse tipo de pesca, mesmo feita em pequena escala, traz enormes prejuízos ao ecossistema, pois destrói o hábitat de reprodução, criação e alimentação de muitas espécies, inclusive a de aves e de peixes.

Aberturas artificiais da barra de areia das lagoas Estudos realizados por vários especialistas, como Henriques e colaboradores (1984), mostram que as barras das lagoas do Norte Fluminense raramente seriam abertas de maneira natural. Para que esse fenômeno ocorra, é necessário que o nível da água da lagoa esteja muito elevado, o suficiente para que a água exerça pressão sobre a mesma e possa escavar uma pequena cavidade, que aumenta rapidamente, até haver o que os pescadores denominam de “rompimento da barra”. Para que o nível da água das lagoas se eleve o suficiente para ocorrer o rompimento natural da barra de areia (abertura natural da barra) se faz necessária a ocorrência de chuva durante vários dias ou muito fortes em poucos dias, na bacia de drenagem da lagoa.

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limites dessa Unidade de Conservação. Isso é motivo de muita preocupação, pois dessa maneira os impactos que venham a ocorrer nas regiões da bacia hidrográfica dessas lagoas terão seus reflexos diretamente sobre as outras partes da bacia hidrográfica, inclusive aquelas que estão dentro da Unidade de Conservação. A falta de proteção integral das bacias hidrográficas das lagoas costeiras do PARNA Jurubatiba representa uma real ameaça à integridade dessa Unidade de Conservação. Deve ser destacado que, durante as discussões para a criação do PARNA Jurubatiba, foram feitos grandes esforços para incluir todas as bacias hidrográficas dentro de sua área. No entanto, a insistência nesse objetivo levaria à total inviabilização do pleito em tornar essa Unidade de Conservação uma realidade, visto que importantes empreendimentos da área de exploração de petróleo e uma importante rodovia estadual passariam a fazer parte da área a ser preservada.

Degradação ecológica e sanitária das lagoas

O esgoto lançado nas lagoas do PARNA Jurubatiba, por ser principalmente de origem doméstica, tem alto poder de degradação ecológica desses sistemas. Em primeiro lugar, pela alta concentração de matéria orgânica (em especial aquela dos esgotos), que, em condições favoráveis de temperatura, se decompõe rapidamente, consumindo elevadas concentrações de oxigênio da água. Em segundo lugar, por estarem presentes nesses esgotos elevadas concentrações de compostos fosfatados e nitrogenados, resultantes dos detergentes e sabões utilizados nos dias de hoje e que são enriquecidos com esses compostos. Na água da lagoa, os compostos de fosfato e nitrogênio são disponibilizados, ocorrendo a adubação das águas. A consequência é o aumento rápido e vigoroso de algas e Bacias hidrográficas plantas aquáticas, especialmente as flutuantes como aguapé Grande parte das bacias hidrográficas de algumas das mais (Eichhonia crassipes) e alface- d’água (Pistia stratioides), importantes lagoas costeiras do PARNA Jurubatiba, como comum em lagoas poluídas, podendo cobrir todo o as lagoas de Jurubatiba, Carapebus e Paulista, está fora dos espelho-d’água.


Ao longo do processo de adubação das águas da lagoa – denominado pelos cientistas de eutrofização artificial – as espécies de plantas e animais que vivem na coluna d’água vão sendo substituídas e o ecossistema reduz a sua biodiversidade. No que diz respeito às algas, pode ser observado nos estágios adiantados da eutrofização artificial uma verdadeira monocultura de poucas espécies das chamadas algas azuis (grupo das cianobactérias). Um dos fatores responsáveis pela degradação ecológica das lagoas que recebem esgotos é a drástica redução dos valores para a concentração de oxigênio que, por sua vez, favorece à formação de gases tóxicos, como gás sulfídrico e metano. O reconhecimento desse estágio de degradação ocorre quando se observa a formação de uma espessa camada mal cheirosa de lodo no fundo das lagoas, devido à presença de gás sulfídrico. O lançamento de esgotos nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, além de levá-la à degradação ecológica, gera invariavelmente a degradação sanitária, o que pode resultar, em pouco tempo, na impossibilidade de uso desses ecossistemas pela população e do consumo de seus produtos, como peixes, por exemplo. O nível de degradação sanitária das lagoas que recebem esgotos pode ser estimado através da avaliação da densidade de bactérias – genericamente denominado de coliforme fecal – presentes em suas águas. A presença de coliformes fecais indica que agentes infecciosos como bactérias, vírus, helmintos e protozoários podem também estar presentes na lagoa. Nas lagoas de Jurubatiba e Carapebus, os pesquisadores do Projeto Ecolagoas (Convênio Petrobras-UFRJ) já registraram em várias oportunidades, especialmente após as aberturas das barras de areia, valores para a densidade de bactérias coliformes fecais muito superiores àqueles permitidos pela legislação brasileira. Nesses casos, considerando que essas lagoas estão numa Unidade de Conservação, a situação torna-se de alta gravidade, exigindo ações urgentes para reverter esse quadro.

Infraestrutura física e de pessoal Desde a sua criação, em 1998, o PARNA Jurubatiba tem recebido poucos recursos do governo federal para implementar a infraestrutura física e de pessoal que garantam a visitação, atividades de educação ambiental e a pesquisa, alguns de seus objetivos principais. À falta de recursos financeiros para criar infraestrutura, soma-se a escassez de recursos humanos para garantir a administração e a vigilância de seus recursos naturais. Essa condição de escassez perene de recursos tem sido uma das principais ameaças à integridade ecológica dos ecossistemas do PARNA Jurubatiba. No caso do PARNA Jurubatiba há necessidade de empreender ações no sentido de estabelecer sólidas parcerias com os diferentes segmentos sociais. Essas parcerias já têm contribuído para que várias etapas de grande importância para a implementação do PARNA Jurubatiba tenha ocorrido de maneira efetiva. Como exemplos, temos a retirada da tubulação de efluentes do Complexo de Cabiúnas, o início do processo de indenização das terras do seu interior, a colocação das primeiras placas de sinalização, as primeiras iniciativas para estabelecer o seu Plano de Manejo e a busca por parceiro para financiá-lo . A parceria entre o PARNA Jurubatiba e a sociedade, contudo, ainda não foi suficiente para evitar fatos lastimáveis que maculam todo o esforço para garantir a sua integridade. Entre eles destaca-se o vandalismo que resultou na destruição total da guarita de acesso pelo município de Macaé, o que possibilitava a tomada da Lagoa de Jurubatiba por uma verdadeira multidão de banhistas no verão. Registre-se que nesses períodos podiam ser contabilizadas cerca de três mil pessoas usando a área próxima à barra da Lagoa Jurubatiba, número certamente muito superior àquele que representa a capacidade suporte dessa área da lagoa. Esse considerável contingente humano tem causado sérios danos ao ecossistema como destruição da vegetação

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O Plano de Manejo definirĂĄ as atividades que serĂŁo permitidas no parque / The handling Plan will define the activities that will be allowed in the park.

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aquática, pesca ilegal, lançamento de lixo orgânico e inorgânico. Diante do fato de que o limite do PARNA Jurubatiba com Macaé é o bairro Balneário Lagomar, atualmente o ponto de maior fragilidade em todo o seu perímetro porque é um dos bairros mais populosos desse município, torna-se inadiável o estabelecimento de ações administrativas e de gestão junto dessa comunidade limítrofe, como educação ambiental e articulações socioambientais. A população do Balneário Lagomar é, segundo dados da prefeitura de Macaé, aquela que apresenta as maiores taxas de crescimento entre os bairros do município. A população residente nesse bairro é considerada pelos órgãos municipais como população operária, portanto carente de recursos financeiros para filiação a clubes com piscina e (buscar outras formas de lazer e recreação). Além disso, deve ser considerado que, embora o bairro se localize em frente ao mar, as condições de segurança, devido às ondas fortes e, portanto, de alto grau de perigo, inviabiliza o uso desse recurso natural como área de lazer. Assim sendo, os ecossistemas do PARNA Jurubatiba, especialmente a Lagoa Jurubatiba, passou a ser a principal área de lazer, não somente do bairro Balneário Lagomar, mas também de outros bairros do município de Macaé, necessitando de controle rígido para o seu uso. No contexto da existência de um bairro com as características do Balneário Lagomar, localizado a apenas cerca de quinhentos metros do PARNA Jurubatiba, é de extrema relevância o estabelecimento de ações rígidas e constantes para impedir qualquer forma de impacto à sua integridade ecológica. Além disso, é de fundamental importância o estabelecimento de ações que levem à inserção da população desse bairro como parceira na preservação dos ecossistemas do PARNA Jurubatiba

estarem localizadas no litoral foi nelas que construíram suas primeiras vilas, portos e outras instalações. Em regiões como a capital do Estado do Rio de Janeiro, bairros inteiros como Copacabana, Botafogo, Ipanema, Leblon, entre outros estão, em áreas onde, no passado, se encontravam exuberantes restingas. Grande parte da extensa Restinga de Jurubatiba é atualmente ocupada pelo homem. Alguns exemplos podem ser citados: em Macaé, os bairros Imbetiba, Barra, São José do Barreto e Balneário Lagomar; em Campos do Goytacazes, o balneário do Farol de São Tomé; Barra do Furado, em Quissamã; em São João da Barra, as localidades Grussaí, Atafona e também Açu; em São Francisco de Itabapoana, localidades conhecidas como Gargaú, Santa Clara, Guaxindiba e Manguinhos. Essas restingas, que certamente abrigavam flora e fauna ricas e com elas um patrimônio genético incalculável, foram totalmente destruídas, antes que pudessem ter sido minimamente conhecidas pela ciência. A criação do PARNA Jurubatiba foi fruto da mobilização de diversos setores da sociedade. Um exemplo dessa afirmativa foi a criação da Associação dos Amigos do PARNA Jurubatiba (ONG APAJ). Essa ONG surgiu a partir de uma iniciativa espontânea, logo após a criação do PARNA Jurubatiba e tem-se destacado pelo importante papel na condução de ações para a sua implantação e para o seu gerenciamento. Outro segmento da sociedade que tem prestado relevantes serviços ao PARNA Jurubatiba é a comunidade acadêmica de diferentes universidades brasileiras. Dentre elas, merece destaque a Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio de várias de suas Unidades Acadêmicas, como o Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (antigo Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé), Instituto de Biologia e Museu Nacional; a Jurubatiba e a sociedade Universidade de Brasília, através dos Departamentos de As restingas brasileiras foram os primeiros ecossistemas a Ecologia e Botânica; a Universidade do Estado do Rio de serem destruídos pelos colonizadores portugueses. Por Janeiro; a Universidade do Norte Fluminense e o Instituto

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Federal Fluminense (ex-CEFET). Esta última instituição possibilitou a instalação da sede provisória do PARNA Jurubatiba em seu campus de Macaé e, por intermédio de alguns de seus docentes, especialmente as professores Dalila Melo e Maria Inês Paes Ferreira, contribuiu para que os municípios de Carapebus e Quissamã se tornassem parceiros da implantação dessa Unidade de Conservação. O Conselho Consultivo do PARNA Jurubatiba (CONPARNA Jurubatiba) é um colegiado de grande relevância para essa Unidade de Conservação, que tem por objetivos buscar a integração das áreas protegidas com outros espaços territoriais, compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados ao PARNA Jurubatiba e manifestar-se frente a atividades potencialmente causadoras de impactos, tanto na própria Unidade como na sua Zona de Amortecimento. Merece destaque entre as iniciativas de fortalecimento do PARNA o termo de cooperação assinado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – órgão gestor do PARNA Jurubatiba 2 – e a Prefeitura Municipal de Quissamã (PMQ), em 19/12/2008, que viabilizou a construção do Centro de Visitantes do PARNA Jurubatiba na Praia de João Francisco, em Quissamã. O Centro foi construído e mobiliado pela prefeitura desse município.

Pesquisas pioneiras

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Uma diversificada equipe de pesquisadores de diferentes universidades brasileiras e estrangeiras tem realizado pesquisas pioneiras sobre a flora, fauna, geologia, geografia e ecologia das lagoas do PARNA Jurubatiba. Sua utilização como laboratório natural será ainda mais ampliado com a instalação do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro no município de Macaé. Com esse campus universitário, novas áreas do saber serão incorporadas, podendo gerar mais conhecimento

científico sobre seus ecossistemas e suas espécies, mais subsídios para a preservação desse santuário da vida silvestre e, consequentemente, maiores benefícios à sociedade. O uso do PARNA Jurubatiba para o aperfeiçoamento da consciência ecológica da população tem sido tarefa de vários segmentos sociais. Merecem destaque os técnicos das Secretarias de Meio Ambiente de Macaé e Quissamã e os pesquisadores do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé. As discussões e as reflexões quanto ao grau de preservação que os ecossistemas na região Norte Fluminense terão – no período após a economia do petróleo – deverão constar da agenda de todos os níveis de governo e dos diferentes segmentos sociais dos municípios que estão sob a influência dessa economia. Deve ser destacado que, em qualquer cenário, o PARNA Jurubatiba, por preservar o maior contínuo de ecossistemas de restinga do país, se coloca como uma alternativa das mais importantes para garantir o desenvolvimento humano na região Norte Fluminense. Neste início de século XXI não é mais tolerável que os gestores públicos, os tomadores de decisão e o conjunto da sociedade entendam crescimento econômico como sinônimo de desenvolvimento humano. O desenvolvimento econômico é calcado no consumo crescente de energia e na exploração contínua dos recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento é insustentável, visto que invariavelmente leva ao esgotamento dos recursos naturais. A análise dos impactos realizados nos últimos séculos sobre os ecossistemas do Norte Fluminense leva inevitavelmente à conclusão de que, ao término de cada período econômico que a região atravessa, é somada mais uma grande parcela de impactos ambientais. A pergunta 2

Mais recentemente, em 2012, merece registro a construção do Centro de Visitantes do PARNA Jurubatiba em Macaé, através de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) proposto pela Promotoria Federal à Petrobrás, com a anuência do ICMBio, ação conduzida pelo promotor Flávio Carvalho, que resultou na obra avaliada em mais de R$ 18 milhões.


que se torna inevitável é: qual é a capacidade de suporte dos ecossistemas e da sociedade da região, frente a essa avalanche de sucessivas degradações dos ecossistemas? À luz do conhecimento científico disponível nos dias de hoje é permitido afirmar que, dada a continuidade da prática do uso não sustentável dos ecossistemas pela sociedade norte-fluminense, não será nenhuma surpresa se, num futuro não distante, a região alcançar o seu colapso social e ambiental, condição já alcançada por várias regiões, no Brasil e no mundo, que passaram por experiências semelhantes àquelas vivenciadas pelo Norte Fluminense.

Assim sendo, a única alternativa que se coloca para a sociedade do Norte Fluminense no século XXI, uma sociedade que herdou um enorme passivo e ainda cria novos passivos ecológicos, é interromper a perenização do processo de degradação dos ecossistemas. Para tanto, é necessária a mudança de comportamento da sociedade na maneira com a qual usa os seus recursos naturais. Francisco de Assis Esteves Francisco de Assis Esteves é formado em Biologia pela UFRJ e doutor pela Universidade de Kiel e Max-Planck-Institut fur Limnologie (Alemanha). É fundador e foi o primeiro diretor do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (NUPEM/UFRJ)

Centenas de pesquisas são desenvolvidas no Parque Jurubatiba, muitas com o apoio do Nupem / Hundreds of researches are developed in Jurubatiba park, many of them supported by Nupem

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Flora


A Neoregelia cruenta, conhecida como bromĂŠlia vermelha, ĂŠ uma planta que se destaca na paisagem de Jurubatiba / The Neoregelia Cruenta, known as Red Bromeliad, is a plant that stands out in Jurubatiba landscape.

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As bromélias são a única fonte de água para algumas espécies de animais que vivem em Jurubatiba / The Bromeliads are the only water source for some of the animals species that live in Jurubatiba

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A singeleza da floração das bromélias em Jurubatiba / The simplicity of bromeliads blooming in Jurubatiba.

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Alguns exemplares de vegetação se assemelham a verdadeiras pinturas / Some examples of vegetation are just like real pictures.

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A bromelia FALTA NOME CIENTIFICO chama a atenção pela sua coloração acentuada / Bromeliad FALTA NOME CIENTIFICO calls attention by its intense colouring

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Frutos como o da Bromélia antiacantha Bertol, são um banquete para vários animais / Fruit like Bromélia antiacantha Bertol are a banquet for several animals.

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A bromélia Neoregelia cruenta, conhecida como Bromélia Vermelha, chama a atenção pela sua coloração acentuada / Bromeliad Neoregelia Cruenta, known as Red Bromeliad,calls attention by its intense colouring.

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As plantas aquรกticas desenvolvem-se em Jurubatuba em um ambiente formado por 18 lagoas e alguns brejos / The aquatic plants developed in Jurubatiba in an environment formed by 18 lakes and some swamps.

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A Nymphaea pulchella DC. (conhecida como Batata de pato, Lírio d'água) é uma vegetação cuja floração é bastante admirada pelos frequentadores de Jurubatiba / The Nymphaea pulchella DC. () is a vegetation whose flowering is quite admired by the Jurubatiba`s attendant.

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A …FALTA NOME CIENTIFICO também cresce sob as águas das lagoas e brejos de Jurubatuba / The ...FALTA NOME CIENTIFICO also grows under the waters of the lakes and swamps at Jurubatiba

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A Salvinia biloba Raddi (Salvinia) ĂŠ uma planta encontrada no Parque Jurubatiba / The Salvinia biloba Raddi (Salvinia) is a plant found at Jurubatiba Park.

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O lírio d'água ou batata de pato (Nymphaea pulchella DC), forma verdadeiros jardins aquáticos no parque / Water lily or batata de pato (Nymphaea pulchella DC), forms real aquatic gardens in the park

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Parte inferior do Lírio d'água (Nymphaea pulchella DC), que é encontrado nas lagoas de Jurubatiba. / The lower part of the water lily (Nymphaea pulchella DC),which is found in the Jurubatiba lakes.

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A singeleza da Nymphaea pulchella DC. se evidencia a cada floração. Nas páginas 73 e 74 alguns exemplares de plantas e frutos encontrados em Jurubatiba / The simplicity of Nymphae pulchella DC., is shown at each flowering.On pages 73 and 74 some species of plants and fruit that are found in Jurubatiba.

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O Parque Jurubatiba é generoso em oferta de alimentos para várias espécies de animais / Jurubatiba Park is generous in offering food to several species of animals.

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A orquídea ...FALTA NOME CIENTIFICO infelizmente é retirada ilegalmente do parque / The orchid .... FALTA NOME CIENTIFICO unfortunately is illegaly taken from the Park

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Alguns animais, como as formigas, encontram nas plantas uma fonte de alimento / Some animals, such as ants,f ind in the plants a source of food.

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O parque abriga também uma densa floresta. Na página 79, em sentido horário: … FALTAM OS NOMES / The park also holds a dense forest.On page 79, clockwise:...FALTAM OS NOMES.

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Ao centro, a floração da arumbeba (Brasiliopuntia brasiliensis) empresta um colorido especial a Jurubatuba. Nas fotos menores: …, …, …, …, … e …FALTAM AS LEGENDAS DAS FOTOS MENORES / In the center, the flowering of arumbeba (Brasiliopuntia brasiliensis) brings a special color to Jurubatiba.On the smaller photos:.............,...and....FALTAM AS LEGENDAS DAS FOTOS MENORES

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Cereus fernambucensis tambĂŠm chamado de cacto branco integra a flora do parque / Cereus fernambucensis also called White cactus integrates the flora of the park.

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Pilosocereus arrabidae, popularmente conhecida como ferida de Êgua / Pilosocereus arrabidae,popularly known as mare´s wound.

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A Clusia hilariana ĂŠ uma das mais significativas plantas encontradas em Jurubatiba e tema de algumas pesquisas / Clusia (Clusia hilariana) is one of the most important plants found at Jurubatiba and a subject of some researches..

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Na época da floração a clusia (Clusia hilariana) também modifica a paisagem do parque com a sua coloração / At the flowering season, the clusia (Clusia hilariana) also modifies the park scenario with its flowering.

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As iúcas (…FALTA NOME CIENTIFICO), embora sejam plantas invasoras, demarcam o cenário do parque / The iúcas (....FALTA NOME CIENTIFICO) , although are invader plants, demarcate the park scenario.

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As aves alçam voo sobre a vegetação de Jurubatiba integradas a este belo ecossistema. Nas páginas 88 e 89 alguns exemplares de flora existentes em Jurubatiba / Birds fly over Jurubatiba´s vegetation integrated to this beautiful ecosystem. On pages 88 and 89 some examples of the flora existing in Jurubatiba.

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Fauna


Theristicus caudatus, conhecido como curicaca, ĂŠ uma ave que pode ser avistada no parque / Theristicus caudatus known as curicaca, is a bird that can be seen in the park.

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O gavião caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) deixa cair a sua presa ao alçar voo / The Savana Hawks (Rostrhamus sociabilis) drops its prey when flying up.

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Porphyrio martinicus, denominado popularmente como frango-d'água-azul, é mais raro, mas pode ser encontrado no parque / Porphyrio martinicus, popularly named purple galinue (frango dágua azul) is rare, but ca ne found in the park

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Haematopus palliates, vulgarmente conhecido como piru piru, é uma ave que chama a atenção pela sua intensa coloração / Haematopus palliates, commonly known as piru piru, is a bird that calls attention due to its intense coloring.

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O jaçanã (Jacana jacana) também é conhecido popularmente por cafezinho, piaçoca, pia-sol e narceja / Jaçanã ( Jacana Jacana) also is popularly known by cafezinho, piaçoca, pia-sol and narceja

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A gaivota (...FALTA NOME CIENTIFICO) se alimenta no mar que costeia todo o Parque Jurubatiba / The seagull(...FALTA NOME CIENTIFICO) feeds itself in the ocean that coasts all the Jurubatiba Park

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Gaivota (...FALTA NOME CIENTIFICO) comendo um pedaรงo de isopor pensando tratar-se de alimento / The seagull(..FALTA NOME CIENTIFICO.) eating a piece of polystyrene thinking that it is food.

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O gavião caracará (Caracara plancus) é um imponente habitante do parque. Na página 101, em sentido horário: urubu da cabeça-amarela (Cathartes burrovianus), coruja buraqueira (Athene cunicularia), suiriri (Annus melancholicus), filhote aguardando alimento, ovos sendo chocados e gavião carijó (Rupornis magnirostris). Na página 102, em sentido horário: lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta), frango d’água (Gallinula galeta), gavião caboclo (Heterospizias meridionalis), gavião …FALTA NOME CIENTIFICO (…), pombão (Patagioenas picaruzo) e marreca irerê (Dendrocygna viduata) / The " Caracará" hawk (Caracara plancus) is an imponent inhabitant of the park. On the opposite page, clockwise: The yellow head Vulture (Cathartes burrovianus),Owl "buraqueira" (Athene cunicularia), Suiriri (Annus melancholicus), nestling waiting for food,eggs being hatched and "Carijó" hawk (Rupornis magnirostris). On page 102, clockwise: masquerade-dragonflies (Fluvicola nengeta), Commom gallinule(Gallinula galeta), Savannah hawk (Heterospizias meridionalis), hawk....FALTA NOME CIENTIFICO(...), big pigeon (Patagioenas picaruzo) and white faced whistling duck (Dendrocygna viduata)

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Gavi達o caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) e martim pescador grande (Megaceryle torquata) em um encontro raro / Gavi達o caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) and martim pescador grande (Megaceryle torquata) in a rare meeting

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No sentido horário: marreca-de-bico-roxo (Nomonyx dominica), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), rolinha-picui (Columbina picui) e marreca pé-vermelho (Amazonetta brasiliensis) / Clockwise: marreca-de-bico-roxo (Nomonyx dominica), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), rolinha-picui (Columbina picui) and marreca pé-vermelho (Amazonetta brasiliensis)

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No sentido horรกrio: garรงa-branca-grande (Ardea alba), marreca-toicinho (Anas bahamensis), pomba-de-bando (Zenaida auriculata) e sabiรก-da-praia (Mimus gilvus) / TClockwise: The great Egret (Ardea alba), brazilian duck/marreca-toicinho (Anas bahamensis), a flocking dove (Zenalda auriculata) and tropical mockingbird (Minus gilvus)

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O mergulhão pequeno (Tachybaptus dominicus) habita os corpos hídricos de Jurubatiba / The small least grebe (Tachybaptus dominicus) live in the hydrous bodies of Jurubatiba. Na página 107, em sentido horário: gavião … FALTA IDENTIFICAR (…), filhote de sabiá-da-praia, marreca-toicinho (Anas bahamensis), colhereiro (Platalea ajaja), figuinha de rabo castanho (Conirostrum speciosum), gavião caracará (Caracara plancus) / Clockwise: hawk...FALTA IDENTIFICAR(...),tropical mockinbird´s nestling, brazilian duck-marreca toicinho (Anas bahamensis), Roseate spoonbill (Platalea ajaja), chestnut vented conebill (Conirostrum speciosum), hawk caracará (Caracara plancus)

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Na página 108, em sentido horário: sabiá da praia (Mimus gilvus), garça-branca-grande (Ardea alba), filhotes de FALTA IDENTIFICAR…, quero-quero (Vanellus chilensis), coruja buraqueira (Athene cunicularia) e marreca irerê (Dendrocygna viduata). Na página 109, frango d’água comum (Gallinula galeta) e nas páginas 110 e 111, curica (Amazona amazonica) / On page 108, clockwise: Tropical mockingbird (Mimus gilvus), white egret (Ardea alba), Southern lapwing nestlings.FALTA IDENTIFICAR...(Vanellus chilensis), burrowing Owl (Athene cunicularia) and Irere duck (Dendrocygna viduata). On page 109, Common Gallinule (Gallinula galeta) and on pages 110 and 111 Orange-winged Parrot (Amazona Amazonica)

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Na página 112 alguns exemplares de aracnídeos encontrados no parque. Em sentido horário: Aranha de jardim comum (Araneidae, Argiope argentata), fêmea, em palmeirinha-da-praia, Aranha-armadeira, família Ctenidae, Phoneutria keyserlingi, fêmea, em bromélia Neoregelia, Tetragnathidae, Tetragnatha sp., fêmea em teia, Aranha-pescadora, Pisauridae, Thaumasia sp., sobre plantas aquáticas e Araneidae, Actinosoma pentacanthum, apenas teia / On page 112 some examples of arachnideous found in the Park. Clockwise: Aranha de jardim comum (Araneidae, Argiope argentata), female, on palmeirinha-da-praia, Aranha-armadeira, Ctenidae, Phoneutria keyserlingi, Ctenidae family, female in bromeliad Neoregelia, Tetragnathidae, Tetragnatha sp., female in web, Aranha-pescadora, Pisauridae, Thaumasia sp., ider, Thaumasia SP., on aquatic plants and Araneidae, Actinosoma pentacanthum, in web only. Na página 113, Aranha de jardim comum, Araneidae, Argiope argentata, fêmea, em teia junto a cacto. / Common garden spider, Araneidae, Argiope argentata, female, in web close to a cactus.

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Legenda em português Legenda em Inglês

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FALTOU ESTA LEGENDA

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A Lagartixa de areia (Tropidurus torquatus) estรก sempre atenta aos movimentos de suas presas / The Lagartixa de areia (Tropidurus torquatus) is always attentive to the movements of its prays .

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A lagartixa de areia alimentando-se sobre um exemplar de cacto. / Lagartixa de areia feeding itself on a sample cactos.

Na página 118: O “banquete” do Tropidurus torquatus, conhecido como lagartinho de parede ou lagartixa da areia / On page 118: The "banquet" of the Tropidurus torquatus, known as gecko or sand lizards Na página 119: Momento em que a lagartixa de areia (Tropidurus torquatus) defeca sobre a areia de Jurubatiba / On page 119: Moment when the sand lizard lagartixa de areia (Tropidurus torquatus) defecates on Jurubatiba´s sand

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Alguns exemplares de lagartinhos e lagartixas / Some samples of little lizards and lizards

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O lagarto teiĂş (Salvator merianae) / The lagarto teiĂş (Salvator merianae)

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Cerradomys goytaca (ratinho-goitacá), devido à sua ocorrência no antigo território dos índios goitacá. Espécie endêmica das restingas do litoral norte do Rio de Janeiro e ameaçada de extinção, foi descrita apenas em 2011, após estudos realizados no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. / Cerradomys goytaca (little goytaca mouse), due to its occurence at the Goytaca indian territory. This specie, endemic from the sandbanks in the Northern coast of Rio de janeiro and threatened with extinction,was described only in 2011,after studies realized in Jurubatiba National sandbank Park. Foto produzida em ambiente controlado / Photo produced on controlled environment.

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Acima: cobra coral verdadeira (Oxyrhopus trigeminus). Abaixo: jiboia (Boa constrictor) / Above: Coral snake (Oxyrhopus trigeminus) below: Boa constrictor (Boa constrictor)

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Borboleta, Lepidoptera, Nymphalidae, Philaethria wernickei / Butterflay, Lepidoptera, Nymphalidae, Philaethria wernickei

Página 124: O Parque Jurubatiba abriga uma considerável variedade de espécies de borboletas e mariposas. Em sentido horário: borboleta, Lepidoptera, Pieridae, borboleta, Papilionidae, Papilio anchisiades, mariposa Lepidoptera, não identificada, macho, borboleta, Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconius sara, borboleta, Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconius ethilla narcaea, borboleta, Lepidoptera, Nymphalidae, Anartia jatrophae / Page 124: Jurubatiba park shelters a considerable variety of butterflies. Clockwise: Lepidoptera, Pieridae, Papilionidae, Papilio anchisiades, Lepidoptera, não identificada, Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconius sara, Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconius ethilla narcaea, Lepidoptera, Nymphalidae, Anartia jatrophae.

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O Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) é uma espécie ameaçada de extinção / The Caiman alligator (Caiman latirostris) is a specie threatened of extinction.

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Tamandua tetradactyla tambĂŠm conhecido como tamanduĂĄ-de-colete ou tamanduĂĄ-mirim / Tamandua tetradactyla also known as colored ant eater.

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O gongolo - Diplopoda, ordem Juliformia sobre cacto na restinga / Gongolo - Diplopoda, Juliformia order on cactus in sandbank.

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O tatu …, porco espinho (… FALTA IDENTIFICACAO) e o gato mourisco (Puma yagouaroundi), são animais que habitam Jurubatiba/ The Armadillo, Porcupine (...FALTA IDENTIFICACAO) and the gato mourisco (Puma yagouaroundi), are animals that inhabit Jurubatiba

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As conchas sĂŁo abundantes na extensa faixa do litoral do Parque Jurubatiba. O caranguejo Maria-farinha, Ocypodidae, Ocypode quadrata habita o litoral de Jurubatiba / Legenda da foto em inglĂŞs FALTA INGLES

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Jurubatiba abriga muitas espécies de insetos que podem ser avistados durante o dia. No sentido horário: Libélulas Odonata, Libellulidae, Erythrodiplax sp. em cópula, percevejo, Hemiptera, Heteroptera, Coreidae, Athaumastus sp., mosca, Diptera, Stratiomyidae (FALTA? ) e besouro, Coleoptera, não identificado FALTA? / Legenda da foto em inglês FALTA INGLES

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Os gafanhotos, Orthoptera, Romaleidae, jovens de Tropidacris sp. se movem por Jurubatiba em pequenos grupos / Locusts, Orthoptera, Romaleidae, Tropidacris SP. youngsters move along Jurubatiba in small groups.

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A curiosa forma e coloração do gafanhoto, Orthoptera, Romaleidae, Xyleus sp. / Curious form and colouring of the grasshopper, Orthoptera, Romaleidae, Xyleus sp.

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Alguns exemplares de insetos existentes no parque. No sentido horário: o primeiro é o gafanhoto que ainda precisa ser identificado, besouro, Coleoptera, Chrysomelidae, Mecistomela marginata, mamangava, Hymenoptera, casal em corte e libélula, Odonata, Libellulidae, Erythemis sp. / Some bugs samples existing in the Park. Clockwise: the first one is the grasshopper that still needs to be identified , beetle, Coleoptera, Chrysomelidae, Mecistomela marginata, Carpenter bee, Hymenoptera, couple in cut and dragonfly, Odonata, Libellulidae, Erythemis sp FALTA IDENTIFICACAO DO GAFANHOTO?

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Chelonoidis carbonaria, popularmente conhecido como jabuti, um cupinzeiro, Isoptera. Faltam as duas pererecas / Chelonoidis carbonaria, popularly known as tortoise, a mound, Isoptera. The two little frogs are not shown.

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Moluscos, insetos e peixes são facilmente encontrados no Parque Jurubatiba: No sentido horário: …, FALTAM VARIAS IDENTIFICACOES…, gafanhoto, Orthoptera, Acrididae, Stenacris xanthochlora e… / Mollusks, insects and fishes are easily found in Jurubatiba sandbank Park: clockwise: ..., ..., grasshopper, Orthoptera, Acrididae, Stenacris xanthochlora and ...FALTAM VARIAS IDENTIFICACOES

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Lagoas


Entardecer na Lagoa de Jurubatiba, que leva o nome do parque QUE LEVA O NOME OU QUE DĂ O NOME? / Dusk at Jurubatiba lake, which carries on the name of the park .

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Em época de pouca chuva, muitas lagoas secam ou perdem volume de sua massa d’água. Quissamã é um município que abriga um expressivo número de lagoas (página 142) e o entardecer assume colorações diferentes em Jurubatiba (página 143) / In time of a few rains, many lakes dry up or lose its mass volume of water. Quissamã is a municipality that homes a significant number of lakes (page 142) and the sunset takes on different colors at Jurubatiba (page 143)

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O município de Quissamã abriga boa parte das lagoas de Jurubatiba / Quissamã is the house of most Jurubatiba lakes

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Algumas estradas levam os visitantes bem pr贸ximo as lagoas / Some roads take the visitors very close to the lakes

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A Lagoa de Carapebus Ê a maior das 18 lagoas existentes no parque / Carapebus´ lake is the largest one amongst the 18 ones existing in the park

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As muitas faces que as lagoas do Parque Jurubatiba se apresentam aos visitantes, durante o período das cheias e na estiagem / Miscellaneous aspects that Jurubatiba´s lakes are presented before visitors during flood and drought periods

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No sentido horário: Lagoa Comprida, abertura natural da barra da Lagoa Jurubatiba, aves descansam nas águas tranquilas e a Lagoa Carapebus / Clockwise: Lagoa Comprida, natural opening of Jurubatiba´s lake´s mouth barra da Lagoa Jurubatiba, fowls rest on calm waters and on Carapebus´ lake.

Legenda página 148/ A terceira foto mudou e não me lembro

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As lagoas do Parque Jurubatiba são um convite ao lazer, seja num passeio de barco ou fazendo caminhadas pelas suas trilhas / Parque Jurubatiba´s lakes are an invitation to leisure wheather on a boat ride or walking down by its trails.

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Presenรงa humana


Depredação: Bandidos mandaram derrubar a guarita de acesso ao parque, em Macaé / Depredation: Some crooks asked to devastate the access cabin to the Park, in Macae

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Na página 153, em sentido horário: Construção irregular, placas de venda de terrenos no parque, lixo no leito das lagoas, morte de tartarugas capturadas em redes e vidro acumulado em trechos do parque. / Clockwise: Irregular construction, sales signs on plots in the park, garbage in the lakes bed, death of turtles captured in nets and accumulated glass in some areas of the park


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Os incêndios são uma constante ameaça à integridade do parque / Fire is a constant threat to the park integrity

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No sentido horário: Guarda Ambiental de Macaé combatendo as invasões ao parque, prática de esportes não recomendados, abertura irregular da barra da Lagoa de Carapebus e caça ilegal de aves / Clockwise: Macaé environmental team repelling intrusions to the Park, sports practice not recommended, irregular opening of Carapebus´s lake mouth and illegal hunting of fowls.

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As construções irregulares avançam sobre o leito das lagoas, como neste trecho, em João Francisco, localizado em Quissamã / Irregular constructions advance on the bed of the ponds, as on this excerpt by João Francisco, spotted in Quissamã

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Em sentido horário: Surfistas praticando o esporte nas imediações do parque, passagem de duto da Petrobras em Macaé e porcos se alimentando na orla de Jurubatiba / Clockwise: Surfers practicing sports in the vicinity of the Park, a Petrobras´s duct passage in Macae and pigs feeding at the edge of Jurubatiba

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Trocar pela Foto Pablo e Rodrigo 160


Pescadores ao amanhecer na Lagoa Carapebus / Fishermen on Carapebus lake at dawn.

À esquerda, em sentido horário: Projeto EcoLagoas, Carlos Alexandre, gestor do ICMBio; professor Francisco Esteves, pesquisador estrangeiro na sede do Nupem, pesquisadores interagindo com a população e alunos no Nupem. egenda da foto em portgues / Left clockwise: EcoLagoas Project, Carlos Alexandre, ICMBio Manager; Professor Francisco Esteves, foreign researcher at Nupem Headquarter, researchers at Nupem, interacting with the people and students at.

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Registros


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Por do sol em Jurubatiba / Sundown at Jurubatiba???????

Em sentido horário: Carlos Lamartine (de camisa branca), primeiro gestor do parque; João Francisco, desbravador de Jurubatiba, fotógrafa Claudia Barreto e Pedro Barreto, fotógrafo Lívio Campos, Carlos Pessanha, atual gestor do parque e Romulo Campos, “atolado” na lama de um brejo / Clockwise: Carlos Lamartine (wearing a white shirt), first Manager of the Park; João Francisco, Jurubatiba´s Pathfinder, Claudia Barreto photographer and Pedro Barreto, photographer, Livio Campos, Carlos Pessanha, current Park Manager and Romulo Campos, "stuck up" in the mud of a swamp

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English Version


Dedication

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The present work is dedicated to Francisco de Assis Esteves and Arthur Aristides SoďŹƒati Neto, Dorothy Sun, Norma Maciel Crud, Marcos Schuenck, Alexandre Nogueira and to Vicente Klonowski.


Introduction Brazil holds in its territory important ecosystems, natural heritages, like the Amazon rain forest, Atlantic Forest, Savannah and others of outstanding importance, not only on account of its significant bio-diversity, but also, for establishing a relationship network, amongst dierent species and the environment where they live. At the same time, on account of the progress, aggression, devastation and extinction of some species, represent imminent risks to the biodiversity. An outstanding growth and an improved awareness of the need to preserve the environment, has been registered in our country. This awareness reveals the importance of knowledge and updating register of the country to preserve the environment. The purpose of documenting the Jurubatiba Sandbank National Park, located on the Northern region of Rio de Janeiro, reinforces the importance of preserving this ecological unit, situated amongst Macae, Carapebus and QuissamĂŁ municipalities. The park is provided with a 44 km beaches extension, plus 18 lakes, carrying a rare beautiful scenery of great ecological interest and also houses several species of fauna and flora sandbanks that are at risk of extinction in other parts of the country. This edition, further to turning into a photographic documentation will also provide educational and scientific information on this important ecosystem, proposing using alternatives from this heritage patrimony on the perspective of a sustainable development of the region. When supporting this publication named "Jurubatiba", an important instrument within the awareness process about the importance of this ecosystem for the region, Petrobras reaďŹƒrms its commitment to act with responsibility and committed to the sustainable development, understanding that when recognizing the origin of our biodiversity, we will get to know better how to protect and preserve the phenomenon of life on our planet.

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To­expose­to­preserve

Thanks Over the period of 25 years, I have followed up the struggle for implementing Jurubatiba Sandbank National Park, starting with its managers that defended its integrity such as Carlos Lamartine, Carlos Alexandre Fortuna, Marcelo Pessanha and environment analysts Marcos Cezar dos Santos and Eduardo Jalles Jardim, whom I thank for the hospitality and support to publish this work. I could not skip from thanking our editing partners Juli Santos Barreto and Cliton Silva Santos, which have already supported us on two previous projects, when editing the books “Lagoa de Imboassica” and “Parque Atalaia”, and today they stand out as editors for environmental matters of our region. Once again, I want to point out the importance and dedication of Fernando Barreto and Carlos Alberto Ribeiro Barcelos (Ticalo) that unexhaustively followed us up on our never ending workaround through the park, and believed that there might always be a good chance for a brand-new picture to be snapshot. I want to express my pride in sharing this work with my friends and researchers Francisco de Assis Esteves and Arthur Aristides Soffiati Neto, this work, which we expect it to influence future generations. As for the scientific demand to identify the species, my gratitude to Prof. Dr. Rodrigo Lemes Martins - Plant Ecology - Center for Research in Ecology and Socio-Environmental Development Macaé (NUPEM), Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) - Campus Macae, Prof.. Dr. Tatiana Ungaretti Paleokonno. - Botany and Plant Taxonomy - Center for Research in Ecology and Socio-Environmental Development Macaé (NUPEM), Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) - Campus Macae, Prof. Dr. Pablo Rodrigues Gonçalves Romulo Campos Mastozoology - Center for Research in Ecology and SocioPhotojournalist Environmental Development Macaé (NUPEM), Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) - Campus Macaé! Prof.. Dra. Ana Cristina Petry - Fish Ecology - Center for Research in Ecology and Socio-Environmental Development Macaé (NUPEM), Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) -

The complexity of Jurubatiba Sandbank National Park has to be lived up and sorted out step by step, without any hurry. It is a unique ecosystem that shelters significative fauna and flora samples, including some , species under extinction. It has quite different to me, like unique, outstanding and marvelously generous before the lens of my camera. been more than 25 years since I have been taking pictures of Jurubatiba and every time I revisit it, it reveals itself At Jurubatiba, I had seen for many times, Spring move over to Summer and Fall turn into Winter. I faced adversities and some risky situations, but always backed on by two great and inseparable buddies and guides, Fernando Barreto and Carlos Alberto Barcelos Ribeiro (Ticalo), whom, without their dedication and commitment I would never be able to complete the project. Besides the wish that this book conquers people by its unbelivable ecosystem beauty,to a greater wish that Francisco de assis Esteves texts ,the great responsible for the Park existence and Arthur Aristides Soffiati Neto´s , contribute to reinforce Jurubatiba´s educational bias. With this work we complete the first cycle dedicated to the registration of Macae and regions ecosystems, started with “Lagoa de Imboassica”(2008) and later complemented with “Parque Atalaia” (2011) It was a privilege for myself to be able to document Jurubatiba for such a long time. I expect this book to suffice all its expectances.

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Campus Macaé and Prof. Fábio de Mello Patiu - Bird Ecology - Master PPG-CIAC - Center for Research in Ecology and Socio-Environmental Development Macaé (NUPEM), Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) - Campus Macaé, Macaé, Henrique Abrahão Charles - MSc. em Zoologia e subsecretário de Ambiente de Macaé e Rita Lamonica Charles - bióloga e MSc em Zoologia. This time, I would like to thank for the logistic support received, mainly at the beginning of the Project and also thank for the kindness and generosity from Mara Barreto and Beto Prata and guidance on legal fields from D. Mozar Carvalho Also, I could not skip from registering the patience and dedication of the photographer Claudia Barreto, my wife, who most of the time, followed me up adventuring through the park and who signs the making off of the book, as well. Finally, my gratitude goes to Petrobras that is sponsoring the present work, in the name of its employees, and especially to Cathia Souto who since the very beginning trusted on this project of ours. My Special thanks to the ones that were always concerned in transforming Jurubatiba Park a tangible reality: Marcelo Tavares Viana, Carlos Minc, Fernando Gabeira, Marcos Schuenck, Maria das Graças Furtado, Raquel Kremer, Luiz Carlos Fonseca Lopes, Paulo Winter, Cláudio Roberto Vieira de Azevedo, Helianna Barcellos de Oliveira (Leninha), Luiz Antônio Fernandes dos Santos, Ana Maria Cançado, Fred Pereira, Mary e as Fatinhas, Wanderley Gil, Lívio Campos Jr, Fernando Marcelo Manhães Tavares, Fernando Barreto, Carlos, Alberto Barcelos Ribeiro (Ticalo), Paulo Roberto Goulart Marinho, Alexandre Nogueira, José Vasconcelos de Luna Jr, Jorge Ignácio, Flávio Cavour, Henrique Emery, Pablo Gonçalves, Francisco de Assis Esteves, Dalila Silva Mello, Hermeto Ricardo Didonet, Paulo Moraes, Ana Petry, Martinho Santafé Neto, Arthur, Soffiati Neto, Luiz César Mendonça, Sandra Oliva Wyatt, Ulisses e Helena Cabral, Jorge Barcelos (Tio Jorge), Inês Paes, Marcos Cézar dos Santos, Claudia Barreto, Carlos Alexandre Fortuna, Marcelo Pessanha, Carlos Lamartine, Carlos Henrique Abreu Mendes, Flávio Carvalho Reis, Eduardo Jalles Jardim, Maria Fernando Quintela e Paulo Roberto Araújo. Romulo Campos

Jurubatiba­forever Nature is fascination for the man! Man and Nature are apparently turned apart, only… Since man outstood from Nature, the human being seeks intensely to create forms , mechanisms , equipment to survive on all land ecosystems by changing the environment as per his needs. Throughout this saga, man took over the fire, developed agriculture, built cities, created the writing, raised to Arts, destroyed himself in wars, searched for Heavens and Stars and communicated by using his fingers, all together at the same time, in this planetary network. Thus, by transforming over and over again, the human being, dust from those stars that originated the universe, when contemplating nature, he contemplates the deepest and greatest beauty that is within himself… By applying natural resources, man had Nature as a challenge to be overcome until collapse warnings arise from it, and man breaks his momentum bringing up results, such as the reservation of environmental areas! In continental countries such as Brazil, we still have lots of spaces not much used / exploited so far, that legally rest on as rural areas. With advancement and spreading of a growing population demanding for comfort and consume, it was easily identified that in the near future, only urban, industrial and agrocatering areas will survive, permeated by the limited remaining indigenous lands and other areas protected under applicable law, such as the Nature Conservation Units ! Jurubatiba is a clear-cut example that this policy has saved its natural resources and daily saves all of us, by its biodiversity extension. Further to human use possibilities, all creature there living, have the right to life! To promote protection and conservation, it is essential that Society has more knowledge about this environmental heritage. Registering its environmental attributes, such as the experienced photographer Romulo Campos does, it has been a real tool for these objectives. Since his youth, Romulo has

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his history marked on Macae environmental protection, and developed great intimacy with Jurubatiba wild nature, result of an accurate technique, patience, strategy and field methods that grant us with outstanding nature moments, revealed and unveiled by the lenses that magnify his outlook, sensitive to the greatest beauty. Sixteen years ago we celebrated on public square, at schools and others, like Romulo , at his own house , the Jurubatiba Park one-year anniversary since its creation, - " land of many palm trees " in the language of our ancestors. On that occasion, an "almost caiçara mantra" was born, " which is revived when exposing our iris to the light of sandbanks, pods and life emerging from images of the photographer – poet, that now you are about to revive too : Jurubatiba forever! Prof. Maria Inês Paes Ferreira Chemical Engineer , D.Sc. Núcleo de Pesquisa em Petróleo Energia e Recursos Naturais Coordinator Coordenator of the Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental IF Fluminense-Campus Macaé Ex Sub-secretária Municipal de Ambiente de Macaé Guilherme Sardenberg Barreto Biologist, MSc. Environmental Engineering Ex-Secretário Municipal de Ambiente de Macaé

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The­name­ of­the­Coastal­National­Park­ in­the­Northern­ of­Rio­de­Janeiro­State José Augusto Drummond, on his book Devastation and Environmental Preservation in Rio de Janeiro: National Parks from the State of Rio de Janeiro (Niterói: Eduff, 1997), states that the National Parks from Rio de Janeiro, are lacking ecosystem redundancy because all of them are costal and by theory protect samples from dense ombrofila forest. If we understand that the coastal adjective designates a region that outstreches from the oceanic coast to the Serra da Mantiqueira (Mantiqueira Mountain) passing thru the Serra do Mar (Sea Mountain), the Itatiaia National Parks, from the Serra dos Orgãos (Organs Mountais), from Tijuca´s and Bocaína´s, are in fact coastal. If, on the other hand, we consider that only Serra do Mar (Sea Mountain) is situated on coastal area, the Itatiaia National Park would be excluded from such a redundancy. If, we finally admit that coastal is synonyms for litoral, the State of Rio de Janeiro would not count on any protective unit, in the position as a National Park for defending the coastal ecosystems, the first and most inflicted by the antropossocieties that installed itself in the territory that would result in a unit of the Federation named The State of Rio de Janeiro. In effect, both antropossociety “sambaquis” creator and the native people that took over it, and the Europeans as well, installed themselves initially on the coastal plain, so as to climb up the mountain only afterwards, as it is well demonstrated by Jose Augusto Drumond. In this case, the four. In this case, the four National Parks of the State of Rio de Janeiro, try to protect reminiscent samples from the dense


ombrofila forest, maybe with exception to the Itatiaia National Park, the first one to be set up in Brasil and that also tries to protect the sample of altitude camp. There are several types of national, State and Municipal protection units, created for protecting coastal ecosystems. However, not any with the National Park Statute and none effectively implanted and regularly operating, as it finally occurs with all four national parks. Now, researches carried out by a team of Scientists from the Federal University of Rio de Janeiro, coordinated by Professor Francisco de Assis Esteves, eager in the importance of setting up a true coastal National Park truly in the State of Rio de Janeiro, to protect both a set of lakes and herbaceous, shrubs and arborea formations from sandbank, in one of the tracks that had undergone lesser antropic interventions all over the state territory. It relates to the second most extensive Sandbank strip, from the State of Rio de Janeiro, situated between Macaé river and the Barra do Furado, crossing Macaé municipalities, Carapebus and Quissamã. Most State´s sandbank strips are situated in the North region, stretching out from Cabo Sao Tome to Manguinho Beach. Incisive antropics reveals deeper in them. The implementation of the new national park, as it was going to happened only with the implementation of any environmental protection unit, faces the following problems: the survey of the ecosystems or a portion of them, that show themselves more outstanding and protected against land owners matters, the antropic influences and the Baptism name. Relative to the new National Park, the researchers team worked hard and competitively, regarding the selection of the ecosystems to be protected and the Land Survey, managing to convince the rural entrepreneurs, political parties, and the Brazilian Environment Institute (Instituto Brasileiro de Meio-ambiente), and Renewable Natural Resources, (Recursos Naturais Renováveis), regarding its importance. There was improvement in the park zoning,

through the sketch of a Handling Plan, instrument customarily postponed or never formulated. However, people and institutions involved in creating the unit, are facing a difficulty: what name should be given to the park? As it crosses the territory of three municipalities, the name of none of the three can be or should be adopted; under the risk that the other two could feel themselves neglected. Thus, all name alternatives for Macae National Park; Carapebus National Park and Quissamã National Park are excluded. Seeking for a more neutral and general denomination, the following suggestions were given:

1. Goitacazes sandbank National Park The name sounds quiet appropriate, therefore, maybe goitacás build up a cultural macro-gê group, originated or independently deeply inserted in a surrounding tupi context, at least, which territory outstretches from Cabo Frio to Paraiba do Sul river. On a Voyage through Districts of Diamonds (Viagem pelo Distrito dos Diamantes e Litoral do Brasil) and coast of Brasil, reports corresponding to the year of 1818, says that the great French naturalist Saint-Hillarie reports that Goitacás fields, consist of a vast plain, that outstretches from the sea to the mountains between Paraiba and the Macaé River, or even the São João River (Rio São João) a reason sufficiently enough for the Park to be named after the Goitacases or as it would be more correct, belonging to the Goitacás if it weren´t for the municipal cantonalism. Thus, such a Group abided by the Sandbank strip, where a new National Park is supposed to be set up. However, the Campos Municipality, the largest of the region of the State, restarted to use the archaic name by which it was baptized, when in 1835 was raised to the rank of city: Campos dos Goytacazes is thus is explained, despite resisting to the name of Goitacases National Park is not justifiable. Moreover, even before resuming the official name for Campos dos Goitacases, the Campos municipality was, from a longtime being considered the land of the Goitacás nation.

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Presently, studies sponsored by Campos City Council are under way, to define the appropriate name for the municipality. However, even if he returns to be simply named Campos, the shadow of goitacás Indians will still be hovering over it and to constitute an obce to the implementation of a Goitacas National Park.

2. Northern region of Rio de Janeiro State Sand Bank National Park The name for the new protection unit is not suitable because there are two large sandbank Systems in the Northern region: the south system as it was already mentioned outstretches from Macaé as far as Barra do Furado and the North System, starting above Cabo São Tomé and ending next to Manguinhos Beach. Thus, what system did the Park refer to?

3. Tapuias Sandbank National Park: This designation, further to be inadequate proves to be itself wrong. It is common think that the tapuias constituted a new Indian nation. If it is true that this word would truly serve to name an indigenous group, this group did not inhabit on the area where it is planned to set up a National Park. However, in fact, tapuia is a word used by the Tupi -speaking people, to point people that they consider barbaric and uncultured. The Portuguese finally got hold of the expression to name all the indigenous people of Brazil . So the word presents a strong prejudice meaning.

4. Lowlands or Eastern region of RJ State National Park (Baixada Fluminense)

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Any of the two options, shows meanless than the Northern region of Rj State (Norte Fluminense) Sandbank National Park title, once the outskirt or Fluminense Plain is composed of all low areas between the north and south of the state, whether formed by alluvialls or marine sediments originated. In order to overcome localisms, I undertook a little research to find a more general word and at the same time, more

linked to the new National Park region. The oldest document found to provide us with some information comes to the controversial "map of the Seven Captains", published under the title deDescrição that makes Captain Miguel Maldonado Ayres and Captain José de Castilho Pinto and his companions of toil and hardship of their lives, that were gently conquering the Province of Rio de Janeiro and São Vicente, wand with pirates on this coast ( Journal of the Historical and Geographic Institute of Brazil, tome XVIII Rio de Janeiro: National Press, 1894). Controverted because the positivist critical of José Vieira Fazenda found "I- Roteiro de Maldonado (1661) II - Ilha da Carioca(1570)". (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro magazine, tome LXXI, part I. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1909). Geográfico do Brasil tomo XVII. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1894). Controvertido porque a crítica positivista de José Vieira Fazenda descobriu nele incongruências de datas e de fatos minuciosamente discutidas em "I- Roteiro de Maldonado (1661) II - Ilha da Carioca (1570)". (Revistas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro tome LXXI, Part I. Rio de Janeiro: Official Press, 1909). And well examined the ecological configuration described in the "Roadmap", it is noted, however, that it corresponds to the region between Bagres rivers (presently Macaé) and Iguaçu (current Açu lake). Although dated 1661, the document refers to the period from 1632 to 1634, when the seven nobles undertook three raids o sesmarias land grants that claimed the Portuguese Crown to abandon and return São Tomé captaincy. In 1633, on the second trip, on foot and mount, the gentlemen go on baptizing the land geographic forms. So much the names randomly appear to be picked up by them, all shows that the geographical features had already been appointed by the indigenous people of Tupi, leaving up to the gentlemen ratify or rename them. A name that draws our attention is the lake named Santo Amaro Jagabra, next to other lake that the captains nicked “Stinky” "because of a stench coming out of said lake, that


was drying and carried along its banks dead fish, that was the source of said stench ... "The first lake carries the name Jagroaba on the Topographic Letter of the Province of Rio de Janeiro made by order of Conde Cunha, General Captain and Ex-king of the State of Brazil by Manoel Vieira Leão, , Sergeant- Mor and Governor of San Sebastian Castle, in the city of Rio de Janeiro, in 1767. Manoel Martins do Couto Reis recorded it in 1785 with the name of Jagoroaba and explains that on the attached report. All Campos District are split into three sorts of ground, all different for their qualities, status and fertility. The first two are low, flat and almost at sea level: one of them smoother, on account of its bright meadows, divided into by small forests, rivers and swamps, which separations result in other further names, like Campos de Macaé, de Juribatiba, de Carapebus, dos Sabões, de Jagoroaba, da Boavista, de Santo Amaro, dos Algodões, Campo Limpo, Campos de Taí etc. Of the words mentioned by Couto Reis, a good suggestion is to delete Macaé and Carapebus for already having named municipalities. Although Campo dos Sabões, (Field of Soaps) an allusion to the plant named by the Portuguese, situated in the park area, it seems advisable to use an indigenous etymology to honor the people that inhabited the region before European the arrival. Campos de Boavista fields, Santo Amaro, Limpo and do Taí are located in areas outside the one covering the park. Thus, only Juribatiba and Jagoroaba are left for us. We continue the exam. Let us go on checking. José Carneiro da Silva, Visconde de Araruama, talk about the plains of Geribatyba and Jagroaba or Ubatuba, leading us to understand why the field and the Jagoroaba pond became known by the name Ubatuba, as it will be seen below (Topographic and Memory historical about the fields of Goitacases Rio de Janeiro:. Royal Print, 1819). Great plagiarist of Visconde, José de Souza Azevedo Pizarro and Araújo, in the XIX century on the 20s, also mentions the plains of Jerubatiba or Geribatiba and Jagoroaba or Ubatuba (Historical Memories of Rio de

Janeiro, 3rd volume Rio de Janeiro:. National Press, 1945). Living in Campos in 1827 and 1828, traveler and naturalist self-taught Sergipe Antônio Muniz de Souza, states: On the 20th with the cool morning twilight, I left Olhos d'água across a vast plain of mimosa tinted grass where cattle grazed enough, where you found a large lake named Carapebus, and there on I always walked on rough terrains and desserts, up to Jurubatiba, where I took a rest (Observations Voyages of a Brazilian, wishing to be useful to his country, dedicated himself to study the uses and customs of his countrymen, and three Kingdoms in several places and outlands of Brasil. Offered to the Brazilian Nation. Rio de Janeiro: a street behind the mental sickness Hospital, nr.160, 1834.) Without mentioning them, Muniz de Souza crossed the Jagoroaba and Jurubatiba towards Macaé. The Topographical and Administrative Map of Rio de Janeiro Province and the Municipality Neutral built according to the best maps published so far: presenting for the first time the new municipalities: St. John, Capivari, Bonitol, Saquarema and Estrela, the parishes that were created by Legislative Assembly by September 1846 and the almost finished Campos channel. a Macaé, published by Viscount J. de Villiers de L'Ile Adam, about 1846 (Rio de Janeiro: Lithography Imperial Larée Vr), called Jaguaraba Field, the sandbank plain between the Carapebus lake and Barra do Furado . In turn, Pedro d’Ancatara Bellegarde and Conrado Jacob Niemeyer, on the New Corographic Charter of Rio de Janeiro Province, published at the expenses of Eduardo Bensburg (Rio de Janeiro: Litografia Imperial Lithography,1865), pinpoint the Jaguaroaba and Jurubatiba lakes. The first one, southwards of the Ribeira Lakes, on the XIX Century, considered an outstretch extension of Lagoa Feia due to the fact being linked to it permanently, sounding like corresponding to the current Lagoa Preta. The second one, correspondent to the present Cabiúnas Lake. Marcellino Ramos da Silva, who headed the Commission

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Studies on Sanitation of the Rio de Janeiro outskirts in the late XIX to the XX Centuries devoted himself particularly to the south of Lagoa Feia, where he thought up and carried out the failed Jagoroaba channel in order to outflow the Lagoa Feia waters to the sea, names it Jagoroaba lake what seems presently to match the interconnected lakes of Ubatuba and the Casa Velha, (map Lagoa Feia and its Dependencies, scale 1: 20,000, work performed from November 1894 to March 1898). Indeed, the SF-24-M-II-1 sheet (Lagoa Feia), from the Brazilian Institute of Geography and Statistics, scale 1: 50,000 (1st edition: 1968) still records the remnants of Jagoroaba channel with the name of Ubatuba channel, outflowing opening on the northern tip of the lake with the same name. Marcellino Ramos da Silva names Campos of Jagoroaba the land stretch between the Ubatuba and Carrilho lakes. On the Chart of the Geological Brazil, page Lagoa Feia, accompanying one of the last famous works by Alberto Ribeiro Lamego, "Geology of the squares of Campos, São Tomé, Lagoa Feia and Xexé" (Bulletin No. 154. Rio de Janeiro: National Bureau of Mineral Production / Division of Geology and Mineralogy, 1955), Jagoroaba name also rests on Casa Velha and Ubatuba lakes. However, the name of Campos of Jagoroaba disappears. Curious is the information contained in a bonded map with three sheets accompanying the Baixada Campista general journal report (State of Rio de Janeiro) - Sanitation of Wetlands on the Paraíba do Sul Riverside Downstream Sao Fidelis, - Studies and Planning of Complementary Works, prepared by Gallioli Engenharia Ltda. for the former National Labor and Sanitation Department (Rio de Janeiro: September 1969). On page 6, the report clarifies that the cartographic basis for the planmetric representation were the airview photos snapshot by FAB (Brazilian Air Force) around 1955 and some trigonometric locations determined by IBGE. Surprisingly, on this chart, the Lagoa Fedorenta reappears,

representing the "Route of the Seven Masters", corresponding to the current Lagoa do Pires. The Lagoa Preta gets the name Lagoa do Valão and the Casa VelhaUbatuba lake continues with the name Jagoroaba lake, as much as the channel designed and carried out by Marcellino Ramos da Silva. Thus, a first name option for the new National Park is the etymon Jagoroaba or Jaguaroaba, spelling that should get closer to the pronunciation of it in the Tupi language. He detained an extense field that should spread out through the sandbanks of current municipalities of Carapebus and Quissamã, further indicating a pond located in the same sandbank. The advantage of the term is that it is not related to any political-administrative unit, additionally not included in the the current cartography. Making it to revive, would be a way to honor a tupi term that designated geographic accidents still living nowadays. As to its meaning, any assigned to it, will not go beyond speculation. A possible reading is to glimpse in the word, the jaguara radical, jaguar or dog, and flap, carrying the same ending with the verb radical, especially the umpersonal ones, or fur, feather, plume. Unfortunately, the watchful Couto Reis, who used to pick up the meaning of words in the virgin freshness of its origin, no explanation gives us regarding this term. The second option is Jurubatiba. This word is recorded by Couto Reis, who clarifies us its meaning, in his 1785 report: "Jiribá is a palm tree or a coconut tree, and tiba means abundance, and because there are many in this field, the Indians named it Campos of Jiribatiba, that is to say, many coconut trees. "(Geographic and Political Chronograph Description of Campos dos Goitacases that by Order of Il.mo. and Ex.mo. Mr. Luiz de Vasconcellos e Souza Council of His Majesty, the Vice-King and General Sea and Land Captain of the State of Brazil was written to satisfy the Explanation of the Topographic Map of the same land, which under said Order is raised. Rio de Janeiro: Public Archives of the State of Rio de Janeiro,


1997). The word derives from jarybá, a sort of palm tree very common on sandbank grounds. From there on, the Geribá beach in Buzios. But, there is also the jurebetyba expression, meaning large concentration of jurebeba solanaceous anglicized to jurubeba The Jerubatiba lake appears on the map drawn by Manoel Vieira Lion, dated 1767; on the map designed by Couto Reis in 1785, with the name Jeribatiba; Geritiba with the name on the map published by J. Viscount Villiers de L'Ile Adam, about 1846; Jurubatiba, pond and location on the map of Pedro d'Alcantara Bellegarde and Conrado Jacob Niemeyer, 1865. Clear that, ending this whole argument, both Jagoroaba National Park (and Jaguaroaba) as Jurubatiba National Park are appropriate denominations for the new protection unit. I also understand that, similarly, Jaguaroaba National Sandbank or Jurubatiba, is not in accordance with the rules for names of protective units, which do not mention the geological formation or the native vegetation formation where they sit.

Jurubatiba­ Sandbank­National­Park

After waiting a long time for an all-out mobilization by the Scientific Community and some segments of the Society, mainly outstanding the environmentalists, on the 29th April, 1998 the Decree was signed for creating the Jurubatiba1 Sandbank National Park, a Federal Conservation unit that protects nearly 15 thousand of remaining hectares from centuries of destruction of this vast sandbank, located in the Northern region of Rio de Janeiro State. The Jurubatiba Sandbank National Park ( Jurubatiba PARNA) is a unique National Conservation Unit, exclusively created on purpose of protecting the sandbank ecosystems. This sandbank set of echo systems is amongst the most representative and protected ones on the Brazilian coast. Historically Jurubatiba arises in the Brazilian scenario when the Portuguese, in 1536, attempted for the first time Arthur Soffiati to colonize Rio de Janeiro coastal land that extends from Teacher Environmentalist, Historian and Ecologist Macae river mouth up to Itabapoana river.. They came upon a vast plain area made up of coastal complex mosaic echo systems, including the Mata Atlântica, sandbank bushes, darks and fresh water lakes, brackish and salty waters lakes, rivers and swamps; a scenery that was named “ Swamp of theNorthern region of Rio de Janeiro State ” by the historian-ecologist Arthur Soffiati. Goitacás Indians habitat, considered as one of the bravest in Brazil, proficient runners and swimmers, sooner much adapted to open forests bush format, with vast empty resortces, the wide coastal plain had its name originated [1] This text is a compilation of notes and research that led to the book "The Indian Goitacá the Oil Economy: A Journey through History and Ecology of the most Sandbank Protected from Brazil," Professor Francisco de Assis Esteves, published in 2011 by Editora Essentia, Campos dos Goytacazes

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from " Jeribá " which in Goitacá language means a small coconut or palm tree, today popularly known as Guriri and " tiba " that means much abundant, forming then the " land of many palm trees.” Extremely poor in nutrients due to its Sandy formation, the coastal plain that would originate Jurubatiba Sandbank , arose at approximately 5.000 thousand years, as from deposition of marine sediments through the advancing and returning movements of the sea. Yet the settlers and their successors tried to adapt it to their immediate interests and , thus, caused numerous and irreversible impacts on the environment . The great demand for the main export product of the country at that time which was the sugar, that was responsible for the expansion of sugarcane plantations in the Northern region of Rio de Janeiro State and as a result, many terrestrial and aquatic ecosystems of Jurubatiba Sandbank had been degraded or simply suppressed. If in the XVI century, the sugarcane cycle contributed to Jurubatiba Sandbank detraction,in the 70`s, when a new economic cycle based on oil extraction, which promoted a demographic high density and large demands on natural resources, started in the Northern region of Rio de Janeiro State. Jurubatiba Sandbank became the scene of a new anthropic wave impacts on their ecosystems, extinguishing completely ecosystems such as forests, rivers, swamps and lakes.

Sea and sandbank

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The Earth has undergone several phases of advancing and retreating of the sea over geological periods, named marine transgression and regression. In marine transgression periods, different types of sand were carried along with the water, due to the action of the ocean currents towards the coastal zone. However, during the sea retreat period, i.e., marine regressions, the sand transported by the water were partly retained in the existing geographic barriers in

the region (so-called " traps " ).This process of advancing regression of the sea, occurred not only once, but several times, and in each sand deposition period a sand bead was formed. This is the reason why in Jurubatiba Sandbank you can find at least, three well distinct sand ridges, evidencing that in the past, the region may have undergone three periods of marine regression . According to researchers, the transgression and marine regression phenomena that had great importance for Jurubatiba sandbank formation occurred in different periods : the first one was about 120.000 years, and the last one the last one 5.100 years ago, during the geological history period on earth, named quaternary. At a first glance, Jurubatiba Sandbank seemed to have been formed a long time ago. However, when we compare it with ancient environments, such as the Amazon plain, you can say that Jurubatiba Sandbank is a just brand new born environment. As the sandy beads slowly and gradually were formed, they were colonized by plants and animals coming from existing ecosystems such as Atlantic Forest, Savannah and the Caatinga, amongst others ,in a process that scientists named an ecological succession. Several researchers, including Luiz Drude de Lacerda, from the Federal University of Ceará , defend the hypothesis that the Sandbanks (sandbanks) are ecosystems that are still in under an evolution process. In sandy ridges, there are the most different vegetation types , such as different types of forests, "thickets of vegetation"etc. However, between each sandy barrier, depressions were formed, over time, turning into semi-aquatic,like swamps and aquatic ecosystems : water and freshwater lakes, saline or salt. The largest lakes were formed from damming the mouth of rivers or by isolating marine bays. On


account of this, freshwater lakes are those that were daily log written by Captain Miguel Maldonado Aires formed by damming of rivers; while those of seawater enabled the historians to catch the first impressions of were formed by isolating sandy sediments. the flora, fauna and hydric resources of the region. Soffiati (1998) reports that, on his second voyage São Tomé Province and The Seven Masters undertaken by the Seven Masters, they named the most The implementation of Hereditary Province in Brazil important geographical features that were emerging certainly was the first attempt to promote the Portuguese during the trip. On this voyage, the name Carapebus is occupation in America and setting up its colonization assigned to one of the largest Jurubatiba Sandbank lakes. model. Thus, from March 1534 to February 1536, the 12 Sugar cane and sandbank decline Hereditary Province were implanted in Brazil. On February 28,1536, D.Joao King III, signed the Sao Changes in the Northern region of Rio de Janeiro State Tome Province donation letter to Pero de Gois, who, at ecosystems were most outstanding around the first that time was 30 years old and was the youngest of all decades of the nineteenth century till in the middle of the grantees and was also the one who had lesser resources XX century and its outstanding effects are still expressed in different ways on the current landscape of the region. to implement the Province as well. São Tomé Province had its land outstretched between the As examples, the countless channels that drained and mouth of the Rio Itapemirim (ES) – through a written interlinked lakes and rivers of different ecological features, agreement with Vasco Fernandes Coutinho, Donee of the and the very noticeable presence of the world's second Espirito Santo Province, and approved by the King - and largest channel built at that time, the Campos-Macaé about the mouth of the Rio Macae ( RJ ) including their Channel. The sugarcane was cultivated mainly in places occupied domains, the Jurubatiba Sandbank. In the sixteenth century some sugarcane planters, by fields of alluvial plain and by Mata Atlantica Forests especially those who did their best efforts to defeat the plateau, in which cattle raising were also practiced, and French, Tamoios and Tupinambás in the region and that intensive plantation of corn, beans, manioc, and cotton. now comprises the State of Rio de Janeiro, were named However, the main export products of the region in the Masters by the Portuguese Court. These seven masters seventeenth century, were the cattle and sugar. were - Miguel Maldonado Aires , Ricardo Miguel da At that time it was common for the" poor land" of the Silva, Antonio Pereira Pinto, João de Castilho, Gonçalo sandbanks, to have its vegetation removed to make way Correia de Sá , Manuel Correia and Duarte Correia, for pasture, where livestock was practiced. However, as being aware of Gil de Gois failure, claimed in 1627, parts sugar production had become more promising, livestock of the land from Sao Tome Province, , between Macaé was becoming less profitable and did not prosper. This fact river and Açu lake,(formerly Açu River ) and Sesmaria was of utmost importance so that a considerable part of as well, which was already an instrument used by the the rich set of ecosystems that make up the Jurubatiba Court, to donee land for agricultural activities and Sandbank remained almost intact. livestock . Thus, in 1627, began the third attempt to Agro-business at that time faced a great dilemma that was colonize the land on which Jurubatiba Sandbank stood. to make the production coming from the farms, to reach The seven Masters undertook three voyages through the consumers centers, since that time, roads and railways lands that the King of Portugal donated them, which barely existed in the region. Then, arises several rural

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farmers, many of which with great prestige at the Court, initiatives to output the production of the region through channels that would link to the rivers and lakes of the region, mainly Paraiba do Sul , Itabapoana and Macaé rivers.

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and completed in 1861 and is considered by Marchi (1998) as the largest engineering work ever carried out in the country so far. The importance of this worksite can be evaluated by the fact that D. Pedro II had personally inspected it on one of his voyages to the region that occurred in 1847.

Campos-Macaé Channel and Jurubatiba sandbank

Genetic Inheritance

At that time, dozens of large and small channels were open, cutting the tableaus, the alluvial plains and the Northern region of Rio de Janeiro State Sandbanks. It must be pointed out that most of these channels were open by using the slave labor. The largest and most famous one was Campos - Macae channel that cut through Jurubatiba PARNA, which objective was to link the RJ State Northern sugar production centers with Guanabara bay and then on to Europe, specially Portugal. Campos-Macaé channel has its conception and execution attributed to the British Engineer John Henry and for its construction, it counted on the strong participation of great economical and political strengths such as Araruama Baron (Bento Carneiro da Silva). Besides, many farmers justified his construction by pointing out that, once ready, the channel would be useful “to clear the swamps from mosquito infested, that spread the paludosa fever” (Soffiati, 1998) and also for the interest in joining productive lands to their properties. Campos-Macaé Channel outstretched for 96 km – where 18 km was inside Jurubatiba (Cabiúnas), Carapebus, Paulista and Feia lakes – and around 20 meters wide. The portion of land that was not lake area, (corresponding to 78 km) was excavated by using hoes and shovels on the Sandbank, on grounds clay-packed and in swamps, “that is why it had to be a job for using slave labor”, that was what was asserted by the construction defenders. The worksite started in 1843

From the reports of the European Naturalists that visited Jurubatiba Sandbank in the XIX century, we can extract the first information on the fauna and flora on this region. The first to visit it was German prince Wied-Neuwied who, in 1815, disembarked in Rio de Janeiro and carried out an expedition through the Brazilian coast as far as Ilhéus (BA). In 1817, the Botanic von Martius and the Zoologist von Spix, both German, arrived in Rio de Janeiro. These naturalists after touring in the surrounds of Rio de Janeiro city, they carried out vast investigations through the coast stretching out to the north of the state. In their reports we can find some comments referring to the region, well known today, as Jurubatiba Sandbank. Later, in 1832, the famous British naturalist, father of the Species Natural Selection Theory, Charles Darwin, promoted a Voyage from the city of Rio de Janeiro up to the region of Macae river mouth. Scientists, involved in the proposal of turning Jurubatiba Sandbank into a conservation unit, were aware that much more important than preserving a depository of vegetal and animal species – that man had already identified as an outstanding source of wood and food – was also extremely important to do it with another unestimated value and still practically unknown: the genetic patrimony of the living beings – specially plants and animals – and also those represented by bio-active compounds originated from vegetal species.


On the rise of the XXI century, Science underwent a phase of great advancements on areas practically unknown by the society such as: biotechnology, nanotechnology, biosynthesis and phyto-pharmacology, amongst others. Thus, one of the reasons that most motivated the scientists to participate in elaborating the technical proposal for the Jurubatiba PARNA was the need to develop legal conditions for the fantastic biodiversity found in the Jurubatiba Sandbank, had guaranteed the continuity of its existence, not in an isolated way, as it occurs in botanical gardens, but in an integrated way with all species that cohabitates its numberless echo-systems.

Jurubatiba integrity How come a Jurubatiba Sandbank reminiscent of such a considerable extension – nearly 15000ha – still be found in excellent preservation conditions, if compared to those found by the Portuguese when they first landed in the RJ State Northern region in 1536? The answer to this question resides in the natural features of the Sandbank, as the coastal type, featured by the lack of isthmus, with the presence of deep see waters with violent waves, therefore, very improper for the building of ports, on account of having beaches very dangerous for swimming, thus, being a region without any value for building summer resorts. These peculiarities, contrary to other Brazilian sandbanks, kept Jurubatiba Sandbank free of real state that since half past century has exterminated ecosystems and led hundred species of flora and fauna towards extinction through the national territory. Another fact that played a very important role for its preservation was the type of ground found in coastal plains. Its soils are predominantly sandy and very poor in organic matters and mineral salines, becoming improper for agricultural purposes, a fact that discouraged its agricultural and stock raising occupancy.

Preservation Attempts Since the days of European naturalists until the 1980s, many were the researchers who made references to the flora and fauna of Jurubatiba Sandbank. However, scientists Dr. Dorothy Araújo, Raimundo Henriques, Dra. Normal Crud Maciel and Dr. Francisco de Assis Esteves were the ones that in the early 80´s, started carrying out systematic researches on taxonomy and the flora, fauna and coastal lakes ecology of Jurubatiba Sandbank. The pioneering studies by these scientists formed the basis for the developing in 1986, the first proposal to turn into a conservation unit, the protected area between the cities of Macaé and Quissamã, led by Dr. Raimundo Henriques to the Brazilian Institute of Forest Development. Despite the personal efforts of the proponents - especially from the researchers Dr. Raimundo Henriques and Dr. Francisco de Assis Esteves - the proposal failed to overcome the red tape barriers and was simply filed. In 1994, a second attempt to create a protected area in the region was made, this time by Macae environmentalists led by Alexandre Nogueira, at that time one of the leaders in the Non-Governmental Organization RAIA (Environmentalist Information and Action Network). Nogueira, supported by another RAIA member, Vicente Klonowsky, presented an excellent proposal on which the current area of Sandbank National Park Jurubatiba (PARNA Jurubatiba) would be a Biological Reserve, surrounded by an APA (Environmental Protection Area). Unfortunately, despite all the efforts from Mr. Alexandre Nogueira, this time the State red tape won and the proposal was filed. A turning point for creating Jurubatiba PARMA was settled in 1992, through an agreement between Petrobras and the Federal University of Rio de Janeiro, which enabled the implementation of a research project named: Ecological Studies of Northern Rio de Janeiro State Coastal Lakes ("Ecolakes"). Further to providing considerable expansion of Research lines on the ecology

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of coastal lakes, the Ecolakes Project also enabled to allocate the first and very important resources to build facilities that would house Macae Center for Ecological Researches (NUPEM / UFRJ). The first partnership established to set up a Research outpost of the Federal University of Rio de Janeiro was then with the newly arrival of Macae Environment Municipal Secretariat, through its Secretary, biologist Marcos Schuenck , who had become one of the most important partner in this struggle. Through his intervention, it was possible in 1993, to sign a joint venture between Macae´s City Hall and the University of Rio de Janeiro, through which the municipality would donate one of the sheds located at the Agricultural Exhibition Park of Macaé, to host future Researches outpost.

Agro-business: main threat

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The major threat to the ecological integrity of Jurubatiba sandbank, from the 1990s, was the spreading of coconut plantations on a large scale. The destruction picture of Jurubatiba Sandbank was the main concern of the researchers. Almost daily you would hear news that some area of vegetation - that had been researched for years – was consumed by the fire and the wood was removed or destroyed by tractors, and along with it, the habitat for the related fauna. The occupation of the lakes brinks for building homes and condominiums were a constant reality and passively approved by the public and authorities. They were years of work, personal, and governmental investments and, above all, loss of pioneer scientific information. Jurubatiba sandbank was quickly turned into a coconut tree monoculture or into pastures and condominiums, that is to say, it was being extinguished on an unprecedented scale throughout its history. But failure in coconut trees plantations on Jurubatiba sandbank demonstrated the importance of acquiring scientific knowledge to handle and maintain the ecosystems. With Jurubatiba sandbank quickly collapsing,

it was required urgent and strong actions to be undertaken in order to reverse the situation

Society support In December 1995 Prof. Francisco de Assis Esteves initiated first contact with the Director of IBAMA Ecosystems Division, Dr. Ricardo Soavinski. This meeting was decisive to consolidate future actions and, above all, to add an important partner, IBAMA, to the proposal of NUPEM / UFRJ Researchers. The proposal to create a protected area in Jurubatiba sandbank, was filed at IBAMA, at its headquarters in Brazilia on April 11, 1997, by Professor Francisco de Assis Esteves. Shortly after filing, one of its technician and Lawyer, Analzita Mueller, was assigned to follow up all steps for setting up the future maintenance Unit. . Finally, a ceremony that took place on April 29, 1998 at the Alvorada Palace, in the presence of President Fernando Henrique Cardoso and several other authorities dealing with environment, the decree was signed for establishing the National Park Jurubatiba Sandbank. From 1998, the Jurubatiba Sandbank came to be protected by a Presidential decree in the context of a National Park. This warranty is provided by the law of SNUC (National System of Conservation Units) No. 9,985 / 2000. The Jurubatiba Sandbank as a National Park, is an Integral Protection Conservation Unit.

Total Area of the park The calculations carried out based on satellite images and analysis hystoric date, pointed out that Jurubatiba Sandbank, as habitat of Goitacás Indians, stretched from the mouth of the Macaé River to the mouth of Rio Itabapoana, correslakeing to an area of about 115 hectares. Considering the area of PARNA Jurubatiba as of 14922.49 ha (Management Plan, 2008), we conclude that there was only 13% of the originally existing sandbank in the sixteenth century.


The total area of PARNA Jurubatiba is 14,922 hectares covering the municipalities of Macaé (1% of the area), Carapebus (34%) and Quissamã (65%) in the North of the State of Rio de Janeiro. The percentage of the area of the cities occupied by the Park is: Macaé (0.2%), Carapebus (22.2%) and Quissamã (12.5%) and its perimeter is 123,586 kilometers. The Buffer Zone of PARNA Jurubatiba covers a land portion and other sea, making a total area of 94,944.27 hectares. The onshore portion covers 37,981.11 hectares and the marine portion, 56,963.16 hectares, which correslakes to 40.0% and 60.0% of the area of the Buffer Zone, respectively. In the ocean, the area that encompasses the continental shelf up to 10 meters deep covers 17,687.7 ha and the area that encompasses up to 20 meters deep occupies 39275.5 ha (Management Plan 2008).

Handling Plan

schottii) as species that came from the Atlantic Forest and can currently be found in PARNA Jurubatiba. So, umíria tree (Humiria balsamifera) originates from the Amazon plains. Scientists indicate that, after the last marine regression (Sea retreat) – that occurred about 3000-5000 years ago – which exposed the soil before it was covered by the sea waters, producing the sandy plain, the colonization begun by some species of plants of different biomes, thus forming what we now name sandbank An extensive survey of the Northern region of Rio de Janeiro sandbanks flora, published in 1984 by the researchers Dorothy Araújo and Raimundo Henriques, showed that out of more than 700 species that they identified, only 18 (2.6%) are of the endemic species, i.e. exclusive inhabitant species of the coastal salt marshes. This low endemism is also explained by the fact that environment have a recent origin. The low rate of endemic species in the Jurubatiba Sandbank National Park compared to other protected areas in the Amazon and Atlantic Forest, was a negative aspect for the setting up of PARNA Jurubatiba, breaking a tradition that led to the creation of conservation units decreed in the country. The PARNA Jurubatiba was not created based on degree of endemism, but based on ecological, morphological and functional adaptations of the species that together established an intricate network of relations that guarantee the operation of stabilizing the ecosystems of coastal regions, with a beautiful scenery.

Soon after the creation of PARNA Jurubatiba, its creators and various other social factors started a movement to establish its Management Plan, which is the legal instrument for the management of Brazilian conservation units. The first real initiative to prepare the Management Plan came from Mr. Carlos Henrique Abreu Mendes at the time IBAMA Manager - Rio de Janeiro, which sought the group of the UFRJ researchers on the conservation area from the earliest stages of their creation. The PARNA Jurubatiba Management Plan is a legal instrument (Law 9985 of July 2000) which guides and establishes its management, zoning, identifies needs, sets Wood and feeding source priorities and organizes actions to use. Since the days of Goitacás Indians are known to the Flora ecosystems of PARNA Jurubatiba have been a source of Most species of Jurubatiba Sandbank National Park food and products for humans, mainly through flora originates from the Atlantic Forest, the Amazon providing fruits, roots and wood - and its lakes rich in fish. Rainforest, from the Savannah and the Caatinga, among Recognition of the importance of this ecosystem others. We can point out maria-fernanda bush Conservation Unit for man happened late and has not (Posoqueria latifolia) and aricanga palm (Geonoma been unanimous. For example, the geologist and naturalist

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Alberto Lamego in publication of 1934, did not assign any value to the salt marsh vegetation However, several arboreal species found in PARNA Jurubatiba produce excellent wood that has been greed motive since the days of colonial Brazil. In addition to caixeta, already mentioned, are: Angelin Rosa (Andira fraxinifolia), Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha), the cupiúva or tapiririca or Pau Pombo (Tapirira guianensis) and specially guanandi (Calophyllum Braziliense), also known as Jacareúba, guanandi Santa Maria or landim. Some species of salt marsh plants are used, up to the present day, in cooking in many regions of Brazil. Among them are: Pitanga (Eugenia uniflora), murici (Byrsonima sericea), Cajueiro (Anacardium occidentale) and Arueira (Schinus terebinthifolius) Among the cacti we highlight mandacaru (beach syrup) (Cereus fernambucensis) ., whose red fruit is used to make jellies and ice cream. Other very common species of sandbanks are Maracujá (Passiflora mucronata) and the famous Erva mate (Ilex paraguariensis) in the municipality of Carapebus -. which has considerable area of its territory in PARNA Jurubatiba - is still common to find housewives who make delicious mixtures with seed Palmeirinha Guriri (arenaria Allagoptera) and tasty ice cream with the fruit of mandacaru (C. pernambucensis). The palm Euterpe edulis, known as juçara or palmiteiro, is widely distributed in the Atlantic Forest and the sandbanks. In PARNA Jurubatiba this palm tree is located in the areas of more closed forests. In its natural environment, palmiteiros have mainly through its fruits, important role as a food source for birds such as, Jacús, Sabiás, Jacutingas and also to bats and rodents. Its leaves, when they decompose in the poor soil of the sandbank, are a very important source of organic matter and nutrients and provide, in the areas where they occur, the necessary moisture for germination of many plant species. For the Northern of Rio de Janeiro State inhabitants that Palm has always been of paramount importance, especially in ancient times. The palm, named by botanists as

Meristema apical, is the main form of use of this palm by man, which usually leads to the destruction of the plant.

Jurubatiba sandbank vegetation The vegetation of salt marsh ecosystems has received several classifications. One of the most accepted classifications today is that one proposed by researchers Dorothy Araújo and colleagues in an article published in 2004. According to these researchers , there are at The National Park Jurubatiba Sandbank, 10 different plant communities. According to scientists, some environmental factors can be pointed out as the main reasons for the emergence of such a diverse flora in PARNA Jurubatiba: topographical diversity, well distributed rainfall throughout the year and marine and continental influence. Among the plant communities of this protected area merit special mention by the ecological importance, frequency and beauty, the Undergrowth communities of beach front; Dense vegetation of beach front (also called post-beach vegetation); Vegetation in "clumps" and swampy forest (also called by some authors as community of flooded forest ).

Clusia: a singular plant The "abaneiro da praia" (Clusia hilariana) occurring in PARNA Jurubatiba with similar characteristics as close relatives of the Atlantic Forest that germinate and grow in the canopy of other trees, being characterized with an epiphytic habit (plant that grows on other, without being parasites). As the "Abaneiro da praia" grows, it sends out roots into the soil that engage on the stem of the plant support (behavior similar to known plants like fig trees), passing, over time, to strangle her. As studies on vegetation at PARNA Jurubatiba advance, the results have aroused great interest of Brazilian and international scientific community. Scientists have shown that the "Abaneiro da praia" as well as being a "facilitator" plant ("nursery"), has other particular characteristics. One is the fact that it performs photosynthesis (carbon dioxide


absorption, elimination of oxygen and production of carbohydrates) in a differentiated manner of most other plant species. The "Abaneiro da praia" differs from most plant species because they do not open their stomata during the day. They are strategically kept closed, which reduces the evaporation and hence water loss, a bit resource available in the sand ("soil") of the spit. In "Abaneiro da praia", the opening of the stomata only occurs at dusk, when the air temperature and sand ("solo") is lower. The carbon dioxide absorbed in this period is stored in the form of organic acids such as malic acid, for example. The next day and in the presence of sunlight, the organic acids are "broken", releasing carbon dioxide, which is then used in the photosynthesis process. The discovery of these carbon-absorbing properties has drawn attention to the possibility of using the "Abaneiro da praia" in mitigating a phenomenon that is, at present, one of the greatest threats to humanity: the greenhouse effect, ie, increasing the temperature of the atmosphere due to the increased concentration of carbon dioxide and other gases such as methane and nitrous oxide.

Vegetation bushes Other species of PARNA Jurubatiba Bushes can form "clumps of vegetation", among which we detach paupreto (Humiria balsamifera) and Breu (icicariba Protium). In PARNA Jurubatiba the "thickets" of Sandbank Ericácea are located in depressions that are flooded in the rainy season (November to March) or in flooded marsh areas near the coastal lakes. The clusias "bushes" are formed on the sand bars of the sandbank, often close to the "thickets" of Clusia therefore are not subject to flooding. Unlike the "thickets" of ericaceous, which can reach up to 4 meters high, the "bushes" pitch are small, not exceeding 2.5 meters in height.

Guriri: the dwarf palm tree In the spaces in between the "bushes of vegetation", that represent true clearings, are sandy and bright soil, a "trademark" of PARNA Jurubatiba. In these gaps we find in a dispersed manner, individuals of herbaceous or at most subbushies species (the largest do not exceed 1.5 meters high). Among the species that inhabit these clearings, there are the bromeliad tank (bloody Neoregelia and Aechmea nudicaulis) and the dwarf palm, Guriri (arenaria Allagoptera), the same that gave the name to the Jurubatiba Sandbank National Park. The Guriri is one of the first plants to settle in the sands of PARNA Jurubatiba. This is only possible because the Guriri is able to germinate on bare sand, without the aid of other plants. In addition, its stem does not grow up like other palms, but into the sandy substrate, which starts emitting a large root system, some growing into the water table. This efficient adaptation strategy to the conditions of great scarcity of water ensures a great advantage compared to the other plants of the Sandbank. When looking for a Guriri plant, we found that the rotational movement of the leaves, resulting from the action of wind, form circular drawings in the sand around the plant. This effect also produced by dead leaves that remain attached to the stem, has a great ecological importance. Under these conditions, a drastic reduction occurs in sand temperature, a fact which provides conditions for the germination of other species. According to the researcher Fabio Rubio Scarano, the Federal University of Rio de Janeiro, the action of Guriri sheet on the sand causes the temperature in these areas is reduced by up to 50% of the measured value on the sand naked. In a detailed study, the researcher Zaluar (2002) found 47 species whose germination was associated with ecological conditions provided by Guriri, being the bush Vernonia crotonoides from the family of Aceraceas and cactus Pilocereus arrabidae the most frequent species. The interaction between Palmeirinha Guriri and animals,

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such as certain species of insects and mammals, including rato-da-moita-de-restinga (a sandbank rat) (Savannahmys subflavus) is a very efficient strategy which facilitates the germination of seeds and consequently the formation of new individuals. Among the insects out to various species of beetles, the most common being Ateuchus squalidus species, and bugs such as Pangaeus sp species. The rato-da-moita-de-restinga (sandbak rat) (Savannahmys subflavus), till then, one of the few mammals able to crack the coconuts (seeds) of Guriri promotes the dispersal of their seeds by the sands of the sandbank (Pablo Gonçalves, personal communication). This small rodent feeds itself with the nutritious Guriri coconuts seeds, collecting them on the floor, carrying them away from the parent plant and consuming them inside the sandbank bushes.

Fauna

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The fauna of the Jurubatiba Sandbank - both those living in the sand ridges, associated with various types of vegetation, as the ones that live in lakes, swamps and small ecosystems (tanks) formed in the sheaths of the bromeliads leaves, called tanks bromeliads - constitute a treasure that has only recently begun to be unraveled by science. Among the researchers, is the German Prince Maximilian of Wied-Neuwied. In 1815, he traveled throughout the Northern of Rio de Janeiro State coast describing, in a pioneering way, indigenous peoples, flora and fauna of the region now known as Jurubatiba sandbank. The reports cite today typical animals of the region, such as the Corujinha Buraqueira (owl), the Calango (lizard) the tropical Sabiá da praia (mockingbird) ( whose voice was much appreciated by the naturalist Prince. Similar to the flora and fauna of the Jurubatiba Sandbank also there are a number of endemic species (species that occur only in one spot). Much of the animal species found in the Jurubatiba sandbank can also be seen in other biomes, especially in the Atlantic Forest. Researchers Rui

Cerqueira and FD Carlos Rocha, who conducted studies on the zoogeography of sandbanks, consider the fauna of the salt marshes as a subgroup or small sample of the richest fauna of the Atlantic. According to the researchers Henrique Rajão Kings and Luiz Gonzaga P. (2000), which made significant studies on birds of Jurubatiba sandbank, several species they studied are typical of the Atlantic. According to these researchers, low levels of endemism are due to the very recent formation of the salt marsh communities. Much of the area now covered by the sandbank was completely submerged by the sea for nearly 5,000 years and it is believed that since then, the animal populations that have been occupying the sandy strip has not differentiated enough from neighboring populations of the Atlantic. However, many of the species that are now virtually extinct in the Atlantic lowland forest are living in high populations in the Jurubatiba sandbank National Park. This fact shows that the PARNA Jurubatiba is also one of the most important for the study and preservation of various species of Brazilian fauna, especially bird habitats. In its ecosystems we can find species of extinct fauna in other sandbanks of the State of Rio de Janeiro and in the country, endangered species, as well as other whose distribution is restricted to these ecosystems, such as small crustacean Diaptomus azureo - who lives exclusively on Long lakes and Jurubatiba - and two forms of butterflies (ascanius Parides and mimoids lysithous harrisianus), regarded as extinct in other Brazilian sandbanks, but still with occurrence of reports in the swampy forest communities PARNA Jurubatiba. Among amphibians, a kind of frog (Rhinella pygmaea), lagarto de cauda verde( green tail lizard)(Cnemidophorus littoralis) and the sand gecko (Liolaemus lutzae) are endemic species of the salt marshes of the State of Rio de Janeiro and now live this conservation area as one of its unique habitats throughout the state. Currently, the tropical mockingbird( Sabiá da praia)


(Mimus gilvus Antelius), bird practically extinct in other regions, is found in sustainable populations in PARNA Jurubatiba. This bird was much captured and held captive because of its great ability to deliver a wide range of sounds. Among mammals, there is the thorn rat (rato de espinho) Trinomys eliasi, exclusive kind of the Northern region sandbanks and until recently known only in Marica sandbanks. Because of its extremely restricted distribution, this thorn rat was included in the list of endangered mammals extinction in the state of Rio de Janeiro. Recently, the researcher Helena Bergallo - from Rio de Janeiro State University - and colleagues, also reported it in the Jurubatiba Sandbank National Park populations, reinforcing the value of this conservation area as a refuge for endangered species in the state of Rio. According to the researcher Duarte and colaboratorsl (2004) until now it has been identified 23 species of mammals, 96 species of birds, 18 species of reptiles, 11 species of amphibians and 270 species of insects (only from the group of butterflies). Bromeliads-TANK Bromeliads tank (Neoregelia bloody, compact Neoregelia and Aechmea nudicaulis Vriesia neoglutinosa) have their leaves arranged in the form of rosettes in the lower part are formed small resortces where rainwater accumulates, forming small tanks. The water accumulated in these tanks is the principal source of water resources and minerals for the plant itself. From an ecological point of view, the water accumulated in the leaves of bromeliads is a small aquatic ecosystem known as phytotelma or microcosm. Here we find the basic components of an ecosystem: producers (several species of algae), consumers (various species of animals) and decomposers (microorganisms). Among the invertebrates, the group of insects is strongly represented in the tanks of the bromeliads. Among them are several species of cockroaches (both nymphs and

adults), butterflies and dragonflies. These latter have their lifecycle necessarily bound to the water. It should be remembered that in a dry environment as the sandbank, where water is a major limiting factor, the water tanks of bromeliads becomes the favorite spot for dragonflies. The group of arachnids is also well represented in the tanks of the bromeliads. Aranha do corpo achatado,( Spider) (the Thomisidae family) can live among the leaves of bromeliads, because of its body shape. Other spiders (Corina loricata) build their webs between the leaves, preventing access of other spiders and insects to tanks. Scorpions of the Tityus costatus species and the Aranha armadeira (Phoneutria nigriventer), common inhabitants of the tanks of bromeliads, because they are venomous, impose more careful when handling any of this microhabitat. Amphibians (frogs, toads and tree frogs) are inhabitants mandatory bromeliad tank (Neoregelia bloody, nudicaulis Aechmea and Vriesia neoglutinosa). Among them, some even have anatomical adaptations to live in this environment. As an example may be cited the helmet frog (Aparasphenodon brunoi) whose life is adapted to the cartridge bromeliad tank (Neoregelia bloody). Some frogs, such as Scinax littoreus not only inhabit the tank bromeliads as well as only breed in standing water in their rosettes. Other amphibians prefer the bottom of the lakes as, for example, the kind of dendropsophus anceps frog, which can explore the depths of more than a meter The snakes also found in bromeliads tank a hearty feast. Therefore, it is not rare to find (Bothrops) jararaca, jararacuçu (Bothrops jararacussu) and Cobra Sipó (Chironius bicarinatus) looking for prey or drinking water in the tanks of the bromeliads.

JacarĂŠ-de-papo-amarelo Reports of European naturalists who traveled Brazilian sandbanks, including Jurubatiba sandbank, mention the occurrence of broad-snouted caiman (Caiman latirostris)

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in considerable populations in ecosystems of the Sandbank. In Brazil, the occurrence of broad-snouted caiman in rivers, lakes and swamps located near the sea, from the State of Rio Grande do Norte to the State of Rio Grande do Sul. However, due to different forms of pollution (sewage, slop, etc.), landfills, sedimentation, drainage and destruction of riparian vegetation, including the salt marshes, the habitats of the broad-snouted caiman have been progressively destroyed. With this, their populations were practically reduced to levels that no longer ensured its sustainability. The consequence of this phenomenon was that the species on the list of endangered species as one of the most endangered in our country. We cannot fail to mention the hunting (to remove the leather and meat), a centuries-old practice in Jurubatiba sandbank as one of the main factors that led almost to extinction the broad-snouted caiman in all of the Northern State region.

Lakes, Swamps and water birds

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With the wide variety of lakes and marshes found in PARNA Jurubatiba it is not strange that these ecosystems are the habitat for various Birds species. Many species are its inhabitants throughout the year. Others, such as migratory Birds, use them as place for rest and food, only at certain times of year. Furthermore, lakes and marshes can also attract land Birds - such as the Gavião (Hawk) (Rostrhamus sociabilis) - that use these ecosystems as places to obtain food. The presence Gaviões –caramujeiros (hawk) next to lakes and marshes of PARNA Jurubatiba is easily identified by the large amount of empty shells on the sand, around the trunks of tree perches. Near the banks of Jurubatiba and Long lakes can be observed several trees perches.. One of the most common inhabitants of the banks of lakes and marshes of PARNA Jurubatiba is Jaçanã

( Jacana jacana). This bird, which can be known by other names like cafézinho or marrequinha, has long legs that stand out from its body and fingers and long nails that help in locomotion, in the water surface on the aquatic macrophytes. The grebe (Mergulhão) (Tachybaptus Dominicus) is another frequent aquatic Bird in lakes, especially those of fresh water, such as the lakes Jurubatiba and Comprida. Often swimming with the Mergulhão we can see at PARNA Jurubatiba lakes , some Frangos dágua (Porphyrio Martinique). These birds are always in search of leaves, seeds of aquatic plants and invertebrates that constitute its main menu. The Irerê (viduata Dendrocygna), also known as paturi, marreca viúva and marreca-piadeira, is one of the most beautiful aquatic birds of PARNA Jurubatiba. Its white face, black neck and the leaden spout are the hallmark of this species. To complete its beauty, it has brown chest and the rest of the body finely striped in black and White. The Biguá (Phalacrocorax Brazilianus) and the Coleiro ( spoonbill) (Platalea ajaja) are two beautiful birds that visitors can observe in the banks of the PARNA Jurubatiba lakes, especially during the morning. The Garça Branca (white cork) (Ardea alba) and Blue cork (Egretta caerulea) are common inhabitants of brackish or salt water lakes, such as Peri-Peri , Das garças, Robalo and Visgueiro lakes. White and blue corks build their nests in trees close to the lakes and feed on fish, amphibians and insects. Migratory birds are another group of birds easy to be observed in PARNA Jurubatiba. One of the most common species of migratory birds to be seen are the Maçaricos Brancos (white-sandpipers) (Calidris alba) that appear in groups of hundreds of individuals on the banks of lakes, especially brackish, such as Robalo, PeriPeri and Black lakes (on the closest part to the beach) or on the beach.


Lakes The number of lakes found in Jurubatiba sandbank National Park can vary depending on the time of year. During the time of lower rainfall between the months of May and October, some lakes dry whole or in part. During this period, they are usually found fourteen lakes. Conversely, during periods of high rainfall, between November and March, the lakes back to accumulate rainwater. In this period the number of lakes increased to eighteen. The PARNA Jurubatiba lakes can have their waters originated from the sea, rivers or groundwater. Those whose waters are mainly of marine origin receive the major contributions of salt water during the high tides, particularly in periods of hangover or when there is the opening of the sand bar that separates them from the sea. The waters of the water table may represent the main water supply to some lakes of PARNA Jurubatiba. To percolate the sandy soil of the sandbank, rainwater solubilizes humic substances originated of plant decomposition, called humic and fulvic acids. These substances accumulate in the ground water coloring it with a dark color, typical of waters originated from it, such as the Long and The Black lakes.

Aquatic gardens In several coastal lakes of PARNA Jurubatiba can be found beautiful gardens. The Jurubatiba Lake is a good example. In it we find beautiful flower gardens, decorating large areas of this ecosystem, formed by Taboas (cattails) (Typha domingensis) and at least three species of Junco (rushes) (Eleocharis fistulous, Eleocharis equisetoides and Eleocharis mutata). Mixed with Taboas (cattails) or forming isolated groups are the Lírios dágua (water lilies) being more abundant in the PARNA Jurubatiba lakes, the Nymphaea pulchealla species. The other lily species that occur in the PARNA Jurubatiba lakes, are Nymphaea amazonum, N. lingulata and N. rudgeana. Another aquatic plant that contributes

to form the beautiful gardens is the soldadela dágua (Nymphoides indica). When diving in some of the PARNA Jurubatiba lakes, you can admire true underwater gardens, formed by various species of aquatic plants, including among them species of carnivorous aquatic plant known as the "sludge". This aquatic plant has small flowers ranging from a dark yellow to purple depending on the species.

Threats to the park integrity Ecosystems still preserved, surviving the devastation occurring for centuries in The Northern region of Rio de Janeiro State ,can be currently found in two different conditions: in small fragments located on private property or in large areas contiguous to the sandbank which is the Sandbank National Park Jurubatiba (PARNA Jurubatiba). The small fragments, even having small areas have great importance for the biodiversity maintenance of vegetal and animal for the maintenance of water resources and the local climate conditions. Some threats to the integrity of ecosystems remain day by day at PARNA Jurubatiba. The threats that are present nowadays occur both within this protected area as well as in the nearby areas that constitute its Buffer Zone (defined by Resolution No. 13 of 1990 of the National Council for the Environment). A special concern is the fact that, in the Buffer Zone of PARNA Jurubatiba, is installed a major oil and gas complex, the Cabiúnas Terminal, several companies involved in the oil exploration chain and services, several neighborhoods, farms and roads. Infrastructure, therefore, with great potential to cause impacts on the ecosystems of this protected area. Although legally this industrial complex is not part of the Buffer Zone, its possible interference cannot be ignored, given its close proximity to this protected area, especially considering that the main tributary of Jurubatiba lake, river Jurubatiba, crosses the industrial complex.

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There are several agents that compromise the integrity of the natural features of ecosystems PARNA Jurubatiba. Many of them are of administrative nature and management of the own conservation area. Others, however, are more worrying, since they depend on the implementation of public policies and funding in large amounts: as the shortage of qualified labor hand to manage and carry out the inspection, the lack of resources to implement the necessary infrastructure to facilitate its use by the population and the noncompensation of landowners within the protected area.

Fire

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The fires that have occurred both in the area of Sandbank National Park Jurubatiba as in its Buffer Zone are mostly of criminal origin. Many of these fires is due to wild honey extraction. The "cleansing" of the lake tabuais (burning of aquatic plants known locally as cattail) with fire - which not infrequently spreads into the terrestrial vegetation - is still a frequent cause of fires. There are even those fires whose cause are completely unknown. When the fire reaches the sandbank vegetation without causing combustion of peat, the fighting conducted with coastal and dampers pumps. However, when the peat is reached, the situation is very worrying and the control can take weeks. In such cases motor pumps are used to suck water from lakes or even a pioneering method, created by the staff of PARNA Jurubatiba: as the water table is very shallow, you drill quickly a well , with the help of an excavator. The largest area burned by fire, recorded at the PARNA Jurubatiba took place in December 2002 in the municipality of Carapebus, near the Canal CamposMacaé where were burnt 15 ha (ICMBio, 2008). Another fire, which occurred in November 2007, also in Carapebus, was opposed by more than 200 men for over a week.In this fire a considerable area de tufeiras

(peatlands) ,was hit by it (Mark Cezar dos Santos, personal communication). The destruction of vegetation by fire is a real ecological disaster, in which also the fauna - not only the largest social appeal, such as birds and mammals, but also the diverse and dense wildlife invertebrate organisms, which often do not exceed a few millimeters in size - is completely eliminated. For the recovery of the area affected by fire it is necessary for the ecological succession process begins almost from its early stages and could take more than a century to the restoration, similar to those originally existing communities. A great damage to ecosystems mounts the Sandbank National Park Jurubatiba result of the fires is the fact that the area affected by fire is almost invariably colonized with exotic species, especially the group of grasses. Using the large supply of nutrients contained in the ashes, these species grow and reproduce both by seeds and by budding, with a huge speed, occupying much of the burned areas in a few weeks. This competition strategy for occupation of the newly exposed areas is in favor of exotic plants, a fact that hinders and often prevents the regeneration of native vegetation.

Hunting Hunting practiced in PARNA Jurubatiba is always illegal, subjecting the offender to ranging 06-18 months of detention. Complaints and evidence realize the hunting Tatus (armadillos), Jacarés (alligators), capivaras, Ouriços ( hedgehogs),Gambás ( possums) and Lagartos (lizards). The most vulnerable areas are those near the Jurubatiba Lake, especially near the allotment Lagomar and Carapebus lake where wildlife is abundant (Mark Cezar saints, personal communication). There is an established cultural habit in Carapebus (Ubás), to do a get together on weekends, using lizards (alligator) and Cayman meats.


Heart palm extraction

Cattle, horses and swine presence

The exploitation of Euterpe edulis palm, known as palmiteiro, açai, içara and juçara, among other names, is a practice still common among some local residents. In PARNA Jurubatiba this palm tree is located in the areas of more closed forest. The withdrawal of the palm (which is the upper end of the stem, named by the botanicals as apical meristem) still is one of the main forms of degradation of native forests in the country, including those of PARNA Jurubatiba.

The presence of cattle and horses within the PARNA Jurubatiba is a consequence of the lack of environmental awareness of some owners of farms located in the Buffer Zone and poor supervision by the Environmental Control Bodies. In swamps and lakes damage can resortn the entire ecosystem, because the trampling down in these ecosystems destroys aquatic plants and roll the bottom, both habitat for several species of invertebrates and fish. Moreover, the stepping of the background swamps and lakes suspending particles of organic matter and sand that increases the turbidity of the water, reducing the penetration of sunlight on water, severely damaging or even eliminating aquatic plants such environments. The presence of pigs inside the PARNA Jurubatiba is observed generally in areas near the Paulista and Jurubatiba lakes. In this last breeding grounds were located near the banks towards its utmost continental part, a fact that allows the entry of animal waste in these ecosystems. In addition to the excrement coming to lakes and marshes, pigs also impact the lakes of PARNA Jurubatiba through the revolving organic sediment in the coastal area of the lakes.

Wood extraction The Jurubatiba sandbank was in the past, a stage of large withdrawals of wooden for various uses on the farms of their surroundings, especially for charcoal production. Currently it is rare but still exists the removal of the wood from this Conservation Unit. When this occurs, it aims mainly to the removal of wood from a tree type, guanandi (Calophyllum Braziliense), also known as Jacareúba, guanandi Santa Maria or landim. In the past, the massive withdrawal guanandi was due to the high commercial value of its wood.

Ornamental plants extraction The increased use of species of salt marsh vegetation in urban and home landscaping is increasing the frequency of cases of impact on plant communities, the criminal removal of individuals of some species. Among the most coveted species and thus more withdrawn from PARNA Jurubatiba are cacti sandbank - represented by two species, Cereus pernambucensis and Pilosocereus arrabidae and the Coroa de frade cactus (Melocactus violaceus) - the orchid (Cattleya guttata) and species of bromeliads Neoregelia and Aechmea nudicaulis known as bromeliads-tank. The Palmeirinha juçara is removed from PARNA Jurubatiba and transplanted in pots when small and, as an adult, to gardens.

Garbage The waste - both that released by trucks within the PARNA Jurubatiba as in very close areas - represents a serious threat to the integrity of this protected area. As you scroll through the PARNA Jurubatiba by the beach you observe frequently, the presence of garbage dumped on the sand, reaching dense vegetation communities of beach front (post-beach vegetation). This waste is thrown into the sea by the river Macaé. By the wind and waves hits the PARNA Jurubatiba beaches. In addition to the health degradation, their presence in a protected area is a source of visual degradation and loss of tourism development.

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Residential construction “pockets”

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The so-called "pockets" are part of the municipalities of Carapebus and Quissamã that are within the PARNA Jurubatiba area. In the municipality of Carapebus ,corresponding to Carapebus Resort and in the municipality of Quissamã, João Francisco and Visgueiro Resorts. These "pockets" you observe a fast expansion of residence construction ,inclusive on the flood areas of the lakes located inside this protected area, such as the Visgueiro and Peri-Peri lakes(Quissamã). This intervention, in addition of being a financial investment at great risk of their owners is also illegal and has brought great harm to the fragile and unique ecosystems formed by these coastal lakes. Besides the release of untreated effluents in these water bodies, artificial and consecutive openings of the bar are a major threat to the ecological health and integrity of ecosystems. It should be noted that the artificial openings of the lakes located in João Francisco Resort have been held with the initiative of the owners of houses that were built in the flood zone or in part within these ecosystems, as is the case with some built in the Peri-Peri Lake In Carapebus resort, the housing boom reaches worrying levels that compromise the management of a National Park. Besides the housing boom, are observed in this resort, other forms of impact, represented by the drainage of the marshes located in the areas of flood Carapebus Lake. These marshes represent true ecological relics of great importance for both the flora and fauna for mainly as a place for landing of species of migratory birds, and are fundamental in controlling the water table level. The drain these swamps - which has been held, today, without any observance of the laws of the country - means in the near future, reducing the water level of artesian wells, the main source of water of the resort. Consequently, there will be shortage of water in homes From October 2008 to March 2009 extensive ecosystem

of marshes were eliminated through drainage in Carapebus resort. The drainage of these ecosystems has been made to generate more subdivisions, which are buried in the first rains, and the owners of buildings constructed on them will be the first to request support and solutions to the same authorities that allowed the occupation.

Predatory fishing Although banned since the creation of PARNA Jurubatiba in 1998, it is still possible to observe the existence of fishing, especially in the lakes of this Conservation Unit. Lakes that have greater illegal activity of fishermen are Carapebus, Paulista, Jurubatiba and Black. Being a Conservation Unit of Integral Protection group, PARNA Jurubatiba allows only indirect use of its resources. Fishing is not one of those uses. In addition to violating environmental legislation to fish in a protected area, the fishermen still flout the National closed season and practice fishing with cast nets (forbidden) even during the period of the bar openings, preventing the entry of marine fish inside the lake. It has been found that some fires in Sandbank were resulting from the use of fire by fishermen for the "cleansing" of channels taken by the cattail, which prevented the navigation of their canoes. Thus, these fires are more frequent after the bar openings, culminating in the death of large areas of Tabual. It is noteworthy that the most damaging overfishing to PARNA Jurubatiba lakes is that practiced by occasional fishermen, usually without any knowledge about the environment and its species, practice trawling. This type of fishing, made on a small scale brings enormous damage to the ecosystem because it destroys the breeding habitat, breeding and feeding of many species, including birds and fish.


Artificial openings of lakes sand bar Studies by several experts, as Henriques and colaborators (1984) show that the bars of the lakes of Northern region of Rio de Janeiro State would rarely open naturally. For this phenomenon to occur, it is necessary that the lake water level is too high, is enough for the water to exert pressure on it and can excavate a small cavity, which increases rapidly until occur what the fishermen name "disruption of the bar. "So that the water level of the lakes rise enough to experience the disruption of natural sand bar (natural opening of the bar) the occurrence of rain is needed for several days or very strong in a few days, in the lake drainage basin

Hydrographic Basins Much of the watershed of some of the most important coastal lakes of PARNA Jurubatiba such as Jurubatiba, Carapebus and Paulista lakes, is off limits for this Conservation Unit. This is cause for much concern because this way the impacts that may occur in areas of the watershed of these lakes will have its effects directly on other parts of the hydrographic basin, including those that are within the protected area. The lack of full protection of the watersheds of coastal lakes of PARNA Jurubatiba represents a real threat to the integrity of this protected area. It should be noted that during the discussions for the creation of PARNA Jurubatiba, have made great efforts to include all watersheds within your area. However, the insistence that goal would lead to the total claim impracticability to make this conservation area a reality, as important projects of oil exploration and a major state highway would become part of the area to be preserved.

Ecological and sanitary deterioration of the lakes The sewage released in the lakes of PARNA Jurubatiba, being mainly of domestic origin, has high power of ecological degradation of these systems. First, the high

concentration of organic material (in particular that of the wastewater), which, under favorable temperature conditions, decomposes rapidly, consuming high concentrations of oxygen from the water. Secondly, being present in these sewage a high concentration of phosphate and nitrogenous compounds resulting from detergents and soaps used today, which are enriched with these compounds. In lake water, compounds of phosphate and nitrogen are available, occurring fertilization of waters. The result is the rapid and vigorous increase of algae and aquatic plants, especially as floating water água pé (Eichhonia crassipes) and alface dágua (Pistia stratioides), common in polluted lakes and can cover the entire water mirror . Over fertilization of lake water process - called by scientists of artificial eutrophication - the species of plants and animals that live in the water column will be replaced and the ecosystem reduces its biodiversity. With respect to algae, it can be observed in the early stages of artificial eutrophication a true mono-called few species of blue algae (cyanobacteria group). The release of wastewater in the lakes of the National Park of Jurubatiba sandbank, and take it to ecological degradation invariably generates health degradation, which may result in a short time, the impossibility of use of these ecosystems by the population and consumption their products, like fish, for example; the level of health degradation of the lakes receiving sewage can be estimated by evaluating the bacterial density - generically known as fecal coliform - present in its waters. The presence of fecal coliforms indicates infectious agents as bacteria, viruses, protozoa and helminths may also be present in the lake. In the lakes of Jurubatiba and Carapebus, researchers at the Ecolagoas Project (Agreement Petrobras-UFRJ) have reported on several occasions, especially after the openings of sand bars, values for the density of fecal coliform bacteria far exceed those allowed by Brazilian law. In these

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cases, considering that these lakes are in a protected area, aquatic vegetation, illegal fishing, dumping of organic and the situation becomes highly severe, requiring urgent inorganic waste. action to reverse this situation. Due the fact that the limit of PARNA Jurubatiba with Macaé is the Lagomar Resort neighborhood, currently the Physical and personnel infrastructure point of greatest weakness throughout its perimeter Since its foundation in 1998, the PARNA Jurubatiba has because it is one of the most populous neighborhoods of received few resources of the federal government to this city, it is urgent to establish administrative actions and implement the physical and personnel infrastructure to management along this border community, such as ensure the visitation, environmental education and environmental education and social-environmental research, some of its main goals. The lack of financial movements. resources to create infrastructure, adds to the shortage of The population of Lagomar Resort is, according to Macae human resources to ensure the management and City Hall, one that presents the highest growth rates monitoring of natural resources. This condition of among municipal districts. The resident population in this perennial scarcity of resources has been a major threat to neighborhood is considered by municipal bodies as the ecological integrity of ecosystems PARNA Jurubatiba. working people so lacking in financial resources for club In the case of PARNA Jurubatiba no need to take action memberships with pool and (seek other forms of leisure to establish strong partnerships with different social and recreation). Furthermore, it should be considered that segments. These partnerships have already contributed to while the neighborhood is located on the seafront, security several stages of great importance to the implementation conditions due to strong waves and therefore a high degree of PARNA Jurubatiba occurred effectively. Examples are of danger, prevents the use of this natural resource as a the removal of the pipe Cabiúnas complex effluents, the recreational area. Therefore, the ecosystems of PARNA beginning of the indemnification process of land from Jurubatiba, specially the Lake Jurubatiba, became the main within, the placement of the first signposts, the first recreation area, not only for the Lagomar Resort initiatives to establish your management plan and the neighborhood but also from other neighborhoods of the search for partner to finance it. city of Macae, requiring strict control for its use. In the The partnership between PARNA Jurubatiba and society, context of the existence of a neighborhood with the however, was not enough to avoid regrettable facts that characteristics of Lagomar, located only about five hundred stain every effort to ensure its integrity. Among them meters from PARNA Jurubatiba, it is extremely important stands out the vandalism which resulted in the total to establish strict and constant action to prevent any form destruction of the guardhouse access by the city of Macae, of impact to their ecological integrity. Moreover, it is of which allowed the taking of Jurubatiba lake by a crowd of fundamental importance to establish actions that lead to bathers in the summer. the insertion of the population of this neighborhood as a Sign up in these periods could be accounted for around partner in the preservation of the PARNA Jurubatiba three thousand people using the area close to the ecosystems. Jurubatiba Lake bar, number certainly far superior to that which represents the carrying capacity of that area of the Jurubatiba and society lake. This considerable human contingent has caused Much of the extensive Jurubatiba sandbank is currently serious damage to the ecosystem as the destruction of occupied by man. Some examples can be stated: in


Macae, The neighborhoods ,Imbetiba, Barra, Sao Jose do Barreto and Lagomar; In Campos dos Goytacazes, Sao Tome Lighthouse Resort; Barra do Furado in Quissamã; in São João da Barra, the locations of Grussaí , Atafona and also Açu; in San Francisco de Itabapoana, locations known as Gargaú, Santa Clara, Guaxindiba and Manguinhos. These salt marshes, which certainly harbored rich flora and fauna and with them an invaluable genetic heritage, have been totally destroyed before they could have been minimally known to science. The creation of PARNA Jurubatiba was the result of mobilization of various sectors of society. An example of this statement was the creation of the Association of Friends of PARNA Jurubatiba (Apaj ONG). This ONG arose from an spontaneous initiative, soon after the creation of PARNA Jurubatiba and has highlighted the important role in conducting actions for its implementation and for its management. Another segment of society that has rendered outstanding service to PARNA Jurubatiba is the academic community of different universities. Among them, deserves the Federal University of Rio de Janeiro, through several of its academic units such as the Center for Ecology and Environmental Development Macaé (formerly the Center for Ecological Research Macaé), Biology Institute and National Museum; the University of Brasilia, through the Departments of Ecology and Botany; the Rio de Janeiro State University; the University of Norte Fluminense and the Federal Fluminense Institute (former CEFET). The latter institution made possible the installation of the provisional headquarter of PARNA Jurubatiba in its Macaé campus and, through some of his teachers, especially Professor Dalila Melo and Maria Ines Paes Ferreira, contributed in a way that Carapebus and Quissamã became partners in the implementation of this conservation area.

The Advisory Council of PARNA Jurubatiba (CONPARNA Jurubatiba) is a highly relevant collegiate for this Conservation Unit, which aims to seek the integration of protected areas with other territorial spaces, reconcile the interests of different social segments related to PARNA Jurubatiba and manifest before the activities potentially responsible for impacts, both on the unit and in its buffer zone. Noteworthy among the initiatives PARNA strengthening the cooperation agreement signed between the Chico Mendes Institute for Biodiversity Conservation (ICMBio) - governing body of PARNA Jurubatiba 2 - and the Quissamã City Hall (PMQ) in 19/12 / 2008, which enabled the construction of PARNA Jurubatiba Visitor Center in João Francisco Beach in Quissamã. The Centre was built and furnished by the city council of that municipality.

Pioneering researches A diverse team of researchers from different Brazilian and foreign universities have conducted pioneering research on the flora, fauna, geology, geography and ecology of the PARNA Jurubatiba lakes. Its use as a natural laboratory will be further expanded with the installation of the campus of the Federal University of Rio de Janeiro in the city of Macaé. With this campus, new areas of knowledge will be incorporated, which can generate more scientific knowledge about their ecosystems and their species, more support for the preservation of this sanctuary of wildlife and hence greater benefits to society. The discussions and reflections on the degree of preserving ecosystems in the North of Rio de Janeiro [2] More recently, in 2012, worth mentioning the construction, PARNA Visitor Center Jurubatiba in Macaé, through a Conduct Adjustment Term (TAC) proposed by the Federal Prosecutor to Petrobras, with the consent of ICMBio, conducted action by Flávio Carvalho promoter, which resulted in the work valued at over R$ 18 million.

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State region will - in the period after the oil economy should be on the agenda at all levels of government and different social segments of the municipalities that are under the influence of this economy. It should be noted that in any scenario, the PARNA Jurubatiba, to preserve the largest continuous salt marsh ecosystems of the country, it stands as an alternative of the most important in ensuring human development in the Northern region of Rio de Janeiro State. At the beginning of XXI century it is no longer tolerable that public managers, decision makers and society as a whole understand economic growth as a synonym of human development. Economic development is underpinned in the growing energy consumption and continuous exploitation of natural resources. This type of development is unsustainable, as it invariably leads to depletion of natural resources. The analysis of impacts made in recent centuries on the Northern region of Rio de Janeiro State ecosystems leads inevitably to the conclusion that, at the end of each economic period in which the region is going through, is added over a large portion of environmental impacts. The question becomes inevitable is: what is the carrying capacity of ecosystems and society in the region, compared to this avalanche of successive degradation of ecosystems? In the light of scientific knowledge available today is allowed to state that, given the continued practice of unsustainable use of ecosystems by the Northern region of Rio de Janeiro State society, it will be no surprise if, in a not too distant future, the region achieve their social collapse and environmental conditions already achieved for several regions in Brazil and abroad, who have gone through experiences similar to those experienced by the Northern region of Rio de Janeiro State. Therefore, the only alternative that stands for Northern region of Rio de Janeiro State society in the twenty-first century, a society that has inherited a huge liability and

even creates new ecological liabilities, is to interrupt the perpetuation of ecosystem degradation process. Therefore, the society's behavioral change is needed in the way which it uses its natural resources. Francisco de Assis Esteves• (*) Francisco de Assis Esteves holds a degree in Biology from UFRJ and PhD from the University of Kiel and Max-Planck-Institut fur Limnologie (Germany). He is founder and was the first director of the Center for Ecology and Environmental Development MacaÊ (NUPEM / UFRJ).


COLOFON

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Flora


"Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba" é o terceiro livro do fotojornalista Romulo Campos, voltado para a documentação de ecossistemas no município de Macaé. Com 196 páginas e 350 fotografias a obra retrata o único parque de restinga do mundo. Contém ainda textos assinados pelo professor Francisco de Assis Esteves e pelo historiador Arthur Soffiati Neto, reafirmando o caráter cultural e educacional da publicação. “The National Park of Jurubatiba Sandbank” is the third book by Romulo Campos,photo journalist,devoted to the documentation of the Eco systems in Macaé County. This work has 190 pages and 350 photographs retracting the only sandbank park in the world. It also has signed texts by Professor Francisco de Assis Esteves and by Arthur Soff iati Neto,historian,reaff irming the cultural and educational character of the publishing.


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