Ebook Gustave Doré

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GUSTAVEDORÉ



Gustave Doré O mestre da imaginação

Cap. 1

Gustave Doré: íntimo e espetacular;

Cap. 2

O artista;

Cap. 3

Doré na escultura;

Cap. 4

Religião à fundo;

Cap. 5

Da caricatura a paisagem;

Cap. 6

Ilustração difusora, aquele que propaga;

Cap. 7

Doré: O mestre da imaginação;


GUSTAVE

DORÉ P

aul Gustave Doré (Estrasburgo, 6 de janeiro de 1832 — Paris, 23 de janeiro de 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Filho de um engenheiro, começou a desenhar já aos treze anos suas primeiras litogravuras* e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado “Les travaux d’Hercule”. Aos quinze anos engajou-se como caricaturista do “Journal pour rire”, de Charles Philipon. Neste mesmo ano – 1848 – estreou no Salão com dois desenhos a pena. Em 1849 seu pai acaba falecendo, com isso, passa a viver maior parte do tempo com sua mãe, em 1851 realiza algumas esculturas com temas religiosos e colabora com ilustrações para diversas revistas, também participa de publicações para o Francês“Journal pour tous”. Já em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração de A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia. Ele não só ocupa uma posição central na cultura visual do século XIX, mas também deixou sua marca na imaginação do século XX e início do século XXI, tanto no meio de quadrinhos - do qual é considerado um pai fundador - quanto na prata tela. Seja qual for a sua técnica escolhida, Doré está sozinho entre os artistas de seu século em revelar o rico e animado espetáculo dos mundos poéticos de sua imaginação através do prisma de seu “olho visionário”, como se estivesse constantemente buscando novas fronteiras para empurrar para trás.

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Divine comedy

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De La Mancha E um dos maiores responsáveis pelo feito é o gravurista francês Gustave Doré (1833-1883), autor de 375 ilustrações para a obra de Cervantes, reunidas em livro lançado pela Opera Graphica Editora, com organização de Gonçalo Junior. Como explica a introdução de “Gustave Doré Dom Quixote”, o gravurista francês seguiu uma imagem precisa do personagem, retratando-o com o aspecto medieval descrito no livro. Ainda que o cavaleiro tenha sido retratado mais tarde por pintores mais renomados -como Cézanne, Picasso, Dalí e mesmo pelo brasileiro Portinari-, as ilustrações de Doré criaram a base iconográfica que marcaria a obra de Cervantes.

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É impressionante a qualidade que Doré consegue imprimir aos desenhos tendo se valido de um modelo de reprodução ancestral como a gravura -que consiste em formar, por meio de talhos em madeira (no caso do francês), imagens que são impressas em papel. Parte do sucesso também deve ser creditado a seus gravadores (como Pisan, cuja assinatura pode ser vista nas ilustrações). Os desenhos em preto-e-branco, com notável domínio da luz, estão à altura de figurar na obra que foi eleita por uma comissão internacional de escritores o melhor romance produzido.


Imagens do inferno e da morte Em 1861, Doré esteve na vanguarda da arte parisiense com suas ilustrações para o Inferno de Dante e exibiu no Salão uma pintura monumental, Dante e Virgílio, que também se inspirou na obra. O tema das visões infernais interessou o artista ao longo de sua carreira e os temas inter-relacionados do amor e da morte ressurgem em várias ocasiões: na morte do poeta Gérard de Nerval, durante a guerra franco-prussiana de 1870 e depois da morte do artista Mãe em 1879. No final de sua vida, quando era presa da melancolia e da depressão ocasional, abordava assuntos mórbidos ou perturbadores, particularmente em suas esculturas. Durante este período, Doré concluiu ilustrações para o poema de Edgar Allan Poe O Corvo, descrevendo um escritor lamentando sua amada esposa. Este trabalho foi publicado na Inglaterra e nos Estados Unidos em 1883 e 1884, mas ele não viveu para vê-lo chegar a fruição.

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Florine of Burgundy

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