Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 904 | Novembro | 2012 Currais Novos - RN
MULHERES DO TOTORÓ ORGANIZADAS PARA MUDAR A VIDA DAS FAMÍLIAS Há dois anos, 43 mulheres com idade entre 18 a 72 anos, do município de Currais Novos, região Seridó do Rio Grande do Norte, se reuniram e organizaram uma Associação das Mulheres. Elas vivem em pequenas áreas de terras, às margens do Açude do Totoró que é um rico pólo de produção de hortaliças e frutas do município e foi desse potencial que nasceu a ideia da organização. Iracema do Nascimento, Irani Victor, Maria Cristina, Maria do Carmo, Ana Iranete, Joana Darc, Marizete, Maria de Fátima, Maria Luisa, Sandra Cristiana, Célia Maria, Francisca das Chagas, Maria do Céu e Maria Lucineide são algumas das atrizes que estão à frente desse grande projeto que modificou o modo de vida e os costumes da comunidade. A iniciativa de criar uma Associação foi de Dona Fátima Barra da Rocha, professora do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) que passou a viver na localidade depois de se aposentar. Segundo Dona Fátima, carinhosamente chamada pelas mulheres de “Madrinha”, antes da associação, algumas mulheres incrementavam a renda das famílias através da criação de pequenos animais e venda de produtos como ovos, galinha caipira, doces e derivados de milho. No entanto, por trabalharem isoladas, esse trabalho pouco representava no montante da renda familiar e, devido a isso, elas não se sentiam valorizadas. Com a Associação, as mulheres passaram a produzir mais e melhor. Fizeram vários cursos para aprender as “boas práticas na fabricação de alimentos”, “Confecção de polpa de frutas”, “Fabricação de doces e bolos regionais”, “Manipuladores de alimentos”, “Horticultura orgânica”, “Associativismo” e “Turismo rural”. Estes cursos ajudaram a aumentar a produção de alimentos e melhorar a qualidade dos produtos. Hoje, 22 mulheres, produzem e vendem mais qualidade e muito mais diversidade como alface, couve-flor, rúcula,
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coentro, cebolinha, pimentão, doce de leite e de mamão e muitas outras opções de alimentos produzidos a partir de seus próprios esforços. Segundo as trabalhadoras, depois da Associação, muita coisa melhorou. Começando pela qualidade da alimentação da família, mas também pela possibilidade de ampliar as vendas do excedente com preços mais jutos, garantindo um retorno financeiro bem mais favorável. Um exemplo disso é dona Maria Lucineide dos Santos e sua família que cultivam coentro. Elas entregam parte do excesso de sua produção à Associação num preço acessível e o resto para atravessadores de Currais Novos a preços mais bem vantajosos, embora também justos.
Irene do Nascimento mostra doce produzido na comunidade
As mulheres afirmam que só conseguem preços adequados nos produtos por causa da Associação. “A gente vende para Programas Governamentais como o PAA (Programa de Aquisição de Alimento) de doação simultânea, PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), e estes órgãos do governo só compram à Associação”, disse Dona Iracema do Nascimento. Dona Dejimiane Martilena acrescenta ainda a participação e o apoio dos maridos nesse trabalho que tem melhorado a vida das famílias. “Nossos maridos estão vendo a diferença. É tanto produto que eles já estão indo fazer parte de uma associação na comunidade vizinha”, completou. Dona Fátima “Madrinha” foi quem teve a ideia da Associação
A associação resgatou a vontade de aprender. Hoje, 27 mulheres são alunas do Campus do IFRN de Currais novos, através do Projeto Mulheres Mil. “É muito bom estudar, é só organizar o tempo que consegue. A gente vai para a cidade três vezes por semana, durante as tardes. É tanta coisa nova que estamos aprendendo a falar inglês e a mexer em computadores; é um mundo novo”, falou emocionada dona Francisca das Chagas.
No Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do RN, as mulheres do Tororó, mudam de vida através da educação Apoio:
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Programa Cisternas