Ano 8 • nº 1905 Julho/2014 Picuí Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Viver bem no Semiárido: semeando o orgulho de ser agricultora
«Tenho maior orgulho em falar que sou agricultora, gosto mesmo é de viver no campo e estou esperando ansiosa pela água para produção, assim vou plantar mais hortaliças». Junes Pereira Junes na colheita de seus produtos agroecológicos
O sorriso encantador da agricultora e também artesã Junes Pereira, mistura-se com as riquezas e potencialidades do Semiárido. Ela que está sempre cultivando a alegria de viver e um universo de alternativas para conviver com as condições de sua região semiárida, vê na agricultura familiar a possibilidade de mudança de estilo e condições de vida. Junes mora desde criança na comunidade Baxio, município de Baraúna, que fica situado no Curimataú e Seridó Paraibano. Hoje, depois que os três filhos decidiram morar na cidade, a agricultora juntamente com o esposo cuida da propriedade de três hectares e meia recebida da família como herança e destaca que aprendeu com a mãe a importância de cuidar da terra. Assim, valorizando os ensinamentos da genitora, vem contribuindo para transformar o campo em um quintal de sonhos e que gera melhor qualidade de vida.
Junes e sua diversidade de plantio e sementes adquiridos através da agricultura familiar
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba
Agricultora planta vida no Semiárido O interesse tanto em visitar experiências de outros agricultores, como também participar de cursos para aprender melhores técnicas de manejo, vem trazendo bons resultados para a propriedade do casal Junes Pereira dos Santos e Severino Ramos dos Santos, que mesmo antes de terem acesso à água para produção já possuem um belo quintal produtivo cheio de riquezas e vida, onde é possível perceber a paixão e o cuidado que a família tem com as plantas e com a terra. Destacando a importância de valorizarmos nosso lugar, nosso pedacinho de chão, de cuidarmos do nosso solo, sempre lembrando principalmente, que é a terra uma das responsáveis por nos fornecer alimento e que em sua propriedade tem uma produção diversificada como feijão, fava, milho, macaxeira e as criações, Junes Pereira, com o colorido de suas hortaliças, fruteiras e plantas ornamentais, vem plantando as sementes do desenvolvimento que regadas de esperança têm transformado o Semiárido, muitas vezes retratado como torrão, em um universo iluminado de oportunidades. Agricultora e também artesã, a mesma disse que já viu muita gente conhecida partir para a cidade, inclusive alguns de seus familiares e que vivem a chamando para ir também, mas ela sempre responde que não vai, pois no sítio quando amanhece o dia já começa a se envolver com as lidas da roça, vai aguar uma horta, limpar o roçado, dá água as criações, cuidar da casa e quando a cisterna chegar aí é que não vai mesmo, por que com água em abundância é só riqueza, narra a agricultora com brilho no olhar a feliz canção que já se faz ecoar pelo mundo a fora: O povo sertanejo pode acabar com a indústria da seca, um espaço de reflexão e cidadania surgir e em um lugar quase árido a vida florescer. As famílias camponesas, mesmo em meio a desafios são capazes de reconhecer e valorizar suas histórias, sua cultura e assim produzirem uma existência digna em uma região quase seca, mas com habitantes perseverantes, fortes e criativos, atores de uma nova história, fundamentada na igualdade de gênero, conquista de melhores condições de vida, acesso a terra e a água de qualidade e para produção que possibilita a todos e todas desenvolvimento sustentável, geração de renda, aprendizagem, soberania e segurança alimentar, saúde, alimentos livres de agrotóxicos e transgênicos, além da permanência do homem do campo no meio rural. Principalmente, quando o mesmo passa a ter acesso a meios que o faz agir de maneira positiva perante o desejo de continuar sim, semeando o trabalho com a terra, aprendendo técnicas para estocar a sua água durante o período de seca e manejá-la pelos meses de estiagem e assim, disseminar o amor pelo campo e a convivência com o Semiárido.
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