A DEMOLIÇÃO, Trabalho de Conclusão de Curso

Page 1

FOTO: LEANDRO MORAES

A DEMOLIÇÃO AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA

ARTUR LIMA FLOSI JADE SATYKO HATANAKA MARQUES LUCAS GONÇALVES FERREIRA



ARTUR LIMA FLOSI JADE SATYKO HATANAKA MARQUES LUCAS GONÇALVES FERREIRA

A DEMOLIÇÃO AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA

LICEU DE ARTES E OFÍCIOS DE SÃO PAULO

E D I F I C A Ç Õ E S

SÃO PAULO 2016



ORIENTADORES: Professor Engº Alexsandre Amann Professor Engº José Jorge Chaguri BANCA AVALIADORA: Professor Engº Alexsandre Amann Professor Engº José Jorge Chaguri Professor Arquiteto Diogo Guermandi Engº Robson Rocha



"Àqueles de nós que não costumam apreciar as coisas até que desapareçam" DAVID MACAULAY



ARTUR Dedico este trabalho ao meu pai, Edson. JADE Este trabalho é dedicado a todos que me incentivaram a estudar; a todos professores, colegas e, principalmente, à toda família. LUCAS Aos meus pais e em memória da minha avó.



Í N D I C E

RESUMO INTRODUÇÃO

12 16

DEMOLIÇÃO MÉTODOS NORMAS DE DEMOLIÇÃO EQUIPAMENTOS RESÍDUOS DA DEMOLIÇÃO ESTUDO DE CASO

18 25 41 45 59 67

CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA IMAGENS

85 89 94

FIGURA 1: entrada da ocupação no Edifício Prestes Maia na Avenida Prestes Maia


RESUMO FLOSI, Artur L.; FERREIRA, Lucas G.; MARQUES, Jade S. H. Estudo, Planejamento e Simulação de Obras de Demolição. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Escola Técnica. Orientador: Alexsandre Amann. São Paulo, 2016.

12

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


A presente dissertação tem como foco o entendimento do que vem a ser uma demolição e as principais técnicas, maquinários e ferramentas para executá-la de modo a propor uma nova visão sobre essa área, ou seja, apresentando-a de modo que seja vista com tanta relevância quanto é vista a fase de construção dos edifícios, devendo, portanto, ser devidamente planejada, programada, dimensionada e executada. O trabalho é produzido a partir da intenção de detalhar como a nova maneira de se enxergar as atividades de demolição aconteceria na prática, ou seja, em situações reais, abordadas neste trabalho por uma simulação planejada. Para tanto, encontra-se aqui elaborado um projeto de demolição total do Edifício Prestes Maia, localizado na região central da cidade de São Paulo, o qual foi visitado e estudado a partir dos projetos e plantas oficiais. Construído originalmente para funcionar como um hotel e sede empresarial da Companhia Nacional de Tecidos, o edifício é hoje ocupado por movimentos sociais de luta por moradia digna. Encontra-se aqui também uma coletânea das metodologias mais usuais e pertinentes à área da demolição, que funcionam como base técnica para a elaboração tanto dos projetos quanto da dissertação introdutória do trabalho, que compreende uma análise breve acerca das maneiras como a demolição foi encarada ao longo da história da Construção Civil. Pretende-se, assim, contribuir para a área da construção e para futuros trabalhos, além de mostrar a rigidez com a qual deveriam ser conduzidas as obras de demolição, que muitas vezes são feitas sem planejamento e causam danos ao espaço no qual estão inseridas as edificações. Palavras-chave: Demolição; Metodologia; Prestes Maia. RESUMO

13


ABSTRACT FLOSI, Artur L.; FERREIRA, Lucas G.; MARQUES, Jade S. H. Studying, Planning and Simulating Demolition Works. Monograph (Final Course Assignment) – Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, Technical School. Advisor: Alexsandre Amann. Coadvisor: José Jorge Chaguri. São Paulo, 2016.

14

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


This dissertation focuses on understanding what the demolition process can be and its main techniques, machinery and tools to implement it in a way that proposes a new vision about the area, in other words, presenting it so that demolition is seen with as much relevance as the construction of buildings. In order to do so, it should be properly planned, programmed, scaled and performed. The work is produced from the intention to detail how the new way to see the demolition activities would happen in practice, that is, in real situations, addressed here by a planned simulation. To do so, it was elaborated here a project for a total demolition of the Prestes Maia Building, located in the central region of SĂŁo Paulo's city, which was visited and studied from the projects and official plans. Originally built to function as a hotel and later as the corporate headquarters of Companhia Nacional de Tecidos, the building is today occupied by social movements to fight for decent housing. It's also written here a compilation of the methodologies that are most usual and relevant to the area of the demolition, which act as a technical basis for the preparation of both the projects and the introductory part of the essay, that includes a brief analysis about the ways in which the demolition was seen throughout the history of the Civil Construction. Thus, it is intended to contribute to the area of construction and to future works, in addition to showing rigidity with which demolition, that is often performed without planning and ends up causing damage to the area in which the buildings are located, should be conducted. Keywords: Demolition; Methodology; Prestes Maia. ABSTRACT

15


INTRODUÇÃO

16

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


A engenhosidade é a capacidade de resolver problemas de maneira astuta e prática. As grandes metrópoles — em especial aquelas cujo desenvolvimento é desordenado e desenfreado como São Paulo — são o maior símbolo de caos e de falta de organização quando se fala em Construção Civil. A Demolição surge como uma das possíveis soluções imediatas e engenhosas para a necessidade de repaginação das cidades, mas encontra-se condicionada a edifícios confinados e situados em espaços de área muito restrita, onde a precisão e a acurácia desse processo se torna indispensável. Este trabalho propõe-se, portanto, a estudar as melhores formas de se executar uma demolição, considerando o que virá a se chamar de caráter objetivo e subjetivo das construções e o embate proveniente desses, como por exemplo, no caso do antigo Senado Federal da República do Brasil, documentado por Sergio A. Fridman em “Palácio Monroe — da construção à demolição”. A discussão de Fridman é a respeito da responsabilidade que é a decisão da demolição de um edifício importante e significativo para o meio urbano e civil, propondo como possível solução uma destinação inteligente dos resíduos de modo que, caso tenham relevância à população, não sejam simplesmente descartados durante o processo. Ademais, a presente dissertação encarrega-se de elucidar a maneira como a Demolição passa de um fator comercial a um fator de correção de um grande problema, ao qual se pode recorrer quando necessário, com a certeza de que este será objetivo, regulamentado, responsável e sem reverberações negativas no futuro, apresentando todas as metodologias de demolição e as diversas ferramentas que podem ser utilizadas durante esse processo, bem como um estudo de caso que simula a demolição total do Edifício Prestes Maia, no qual são exibidas as quantidades de resíduos gerados em cada etapa, o número de pessoas necessárias para sua execução e o tempo gasto durante todo o processo. INTRODUÇÃO

17


DEMOLIÇÃO

18

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


2.1. DEFINIÇÃO A visão mais comum e imediata que se tem sobre a demolição é a de que seja qualquer trabalho de derrubamento, destruição ou remoção de estruturas de maneira planejada e intencional de um edifício. Este conceito é adotado comumente pelos códigos práticos de demolição — da Inglaterra e do Japão, por exemplo, principais fontes de informação sobre a área de demolição — o que faz o tema ser considerado, muitas vezes, irrisório e dispensável, como se fosse apenas um recurso auxiliar à construção de novos edifícios. Neste trabalho, pretende-se, portanto, fazer uma abordagem mais ampla a respeito da Demolição, caracterizando-a não apenas como um processo através do qual se deve passar para a construção de algo novo, mas sim, como a maneira mais respeitosa de se alterar o espaço onde estava inserido um edifício, uma vez que a destruição de uma construção é sempre um trabalho impactante ao público, que é o mais relevante senso a respeito da importância de um edifício. Por outro lado, a partir de um conceito mais técnico e comercial, uma definição para a demolição poderia ser: é a área que compreende os trabalhos responsáveis por desativar um edifício, a fim de destruí-lo e encaminhar seus destroços e materiais resultantes ao melhor destino possível. 2.2. HISTÓRICO 2.2.1. O caráter das edificações Uma vez que todos os edifícios são construídos para cumprir uma função, devem ser planejados a fim de suprir inúmeras necessidades, que determinarão o caráDEMOLIÇÃO

19


ter da construção, dependendo de sua origem objetiva ou subjetiva. Residências, órgãos públicos e edifícios comerciais são edificações que existem, a princípio, para atender às dinâmicas urbanas e de sobrevivência, nas quais as sociedades se estruturam, ou seja, necessidades objetivas que surgiram de modo espontâneo durante a história. Por isso, naturalmente as distinguimos de esculturas, estátuas, museus, monumentos e mausoléus, ou seja, construções que têm valor predominantemente subjetivo e expressivo, que foram sendo concebidos à medida que o humano se tornava um ser social e comunicativo. Portanto, estão estabelecidas as categorias nas quais os edifícios podem ser divididos: as objetivas ou subjetivas, ainda que, ao longo de sua duração, exista a possibilidade de eles adquirirem um novo caráter. 2.2.2. Importância da demolição Apesar de as edificações serem consideradas como um objeto fixo e imutável, a maneira como elas podem abandonar seu caráter original e assumir um novo faz da demolição um estudo essencial. Por exemplo, se o espaço onde uma obra simbólica está situada adquirir alto valor econômico ou imobiliário, as pessoas que fazem estas especulações defenderão sua adaptação, independentemente de ser possível manter a obra ou não. Desse modo, o ideal seria que fossem respeitados tanto o objetivo original da construção quanto o novo que ocupará o espaço, sendo que é a demolição a responsável pela mediação destes dois fatores em uma edificação, justamente por situar-se entre um e outro. Mesmo que essa desconstrução seja sempre impactante, os motivos objetivos ou subjetivos e a prevalência de um desses na edificação é que determina o choque e a

20

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


FIGURA 2: implosão do Edifício Mendes Caldeira para a construção da Estação da Sé

repercussão que a obra vai tomar no meio público, de modo que, quanto mais apegada e apoderada simbolicamente estiver a população em relação ao edifício, mais negativa será a visão em relação à demolição. 2.2.3. Aumento da característica funcional As conjunturas que fazem com que a cada dia mais os edifícios sejam construídos através de vieses predominantemente funcionais podem ser evidenciadas a partir do momento em que modernidade e a fluidez de um mundo gradativamente mais líquido [Zygmunt Bauman, 2011]wtoma conta também da engenharia e da arquitetura. Sendo assim, ao se tornar inevitável o reinvento das cidades, a demolição se faz necessária para a substituição de edifícios repletos de patologias estruturais ou funcionais por lugares que valorizem o meio urbano diretamente e não representem um obstáculo aos contínuos fluxos que regem o mundo moderno. DEMOLIÇÃO

21


2.2.4. Palácio Monroe O Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal, nos serviu de inspiração, uma vez que é um exemplar da dualidade objetiva e subjetiva característica de quaisquer edifícios. Nele, o caráter objetivo sobrepôs-se ao subjetivo e fez com que um ícone popular fosse visto como empecilho ao desenvolvimento da região, à construção da estação Cinelândia do metrô do Rio de Janeiro, e um destoante em meio à cidade que adquiria atributos arquitetônicos cada vez mais modernos.

FIGURA 3: vista do Palácio Monroe com prédios ao fundo

22

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


Esse embate teve como consequência sua demolição, concluída em agosto de 1976. A destinação dos materiais resultantes do edifício se configurou como um caso a parte: esculturas de leões em mármore avaliadas em mais de 62.000 Cr$ (cruzeiros) foram vendidas por cerca de 300.000 Cr$ — correspondente a mais de 100% do orçamento calculado para a realização da obra — desapareceram, e só foram encontradas anos depois em Recife, no acervo do Instituto Ricardo Brennand. Outros artigos de valor muito estimado como vitrais, elementos decorativos e componentes estruturais tiveram seus destinos omitidos e serviram apenas aos interesses pessoais da empresa que realizou o trabalho. Este episódio ilustra e salienta ainda mais a relevância dos cuidados com as demolições e seus frutos, visto que a partir do aproveitamento que se obtém deles é que se respeita a memória do antigo edifício. No caso do Palácio Monroe, essa ideia não exclui DEMOLIÇÃO

FIGURA 4: movimentação, então crescente, em torno do Palácio Monroe

23


a possibilidade de se conseguir lucro com esses artigos, mas atribui aos responsáveis por eles a obrigação de garantir que continue havendo contato entre as peças e o público, em um museu, por exemplo, de modo que sua história seja contada e lembrada inúmeras vezes.

FIGURA 5: fotografia do Palácio Monroe de vista a partir da Avenida Central

24

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


MÉT0DOS

MÉTODOS

25


3.1. GENERALIDADES A coletânea de metodologias reunidas neste trabalho não pretende inovar nem acrescentar nenhum conhecimento novo à área, mas sim referir-se às especificidades dos métodos pesquisados já existentes no que diz respeito à sua utilização, sequência de procedimentos e riscos mais recorrentes aos trabalhadores. A dinâmica urbana da cidade de São Paulo praticamente extinguiu os métodos de demolição baseados na utilização de grandes máquinas, por ser composta essencialmente por edifícios em concreto armado e alvenarias de bloco, construídos quase sempre em espaços confinados e muitas vezes até mesmo sem respeitar recuo em relação aos edifícios vizinhos, de modo que gruas e guindastes se tornam inacessíveis à maioria dos lugares onde uma demolição é necessária. Assim, os métodos manuais de demolição acabam sendo muito mais recorrentes. Existem três categorias principais nas quais os métodos de demolição podem ser divididos: demolição progressiva, colapso deliberado da estrutura e desconstrução ou “top down”. Os métodos de demolição aparecem relacionados a cada uma delas com maior frequência, o que não significa que estejam estritamente proibidos de atuarem em outras. As definições¹ dessas categorias e dos métodos que se encaixam melhor em cada uma delas vêm a seguir. ¹ Definições retiradas do British Standard Code of Practice for Demolition, principal fonte de informações técnicas na área de demolição.

26

3.2. DEMOLIÇÃO PROGRESSIVA A demolição progressiva deve ser considerada como a eliminação controlada de seções da estrutura enquanto se mantém a estabilidade do restante da edificação, evitando o colapso da totalidade ou de parte do prédio a ser demolido. Sempre que a demolição progressiva for adotada, é essencial que os principais membros estruAS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


turais, em que se baseia a integridade da estrutura estejam, juntamente com sua sequência de remoção, claramente indicados na declaração do método e também no local. A demolição progressiva deve ser considerada na maioria dos locais e é particularmente útil em áreas confinadas e restritas. • Método mecânico por máquinas hidráulicas de braço longo A demolição com utilização de máquinas hidráulicas de braço longo é muito utilizada em construções com alto risco de ruir, uma vez que é possível trabalhar a partir do exterior do edifício sem que seja perdida precisão, graças a acessórios que são acoplados ao braço da máquina, como, por exemplo, tesouras cisalhas e martelos demolidores, aos quais serão transferidos os esforços hidráulicos. Em termos ambientais, este método deve ser usado sempre que possível, devido ao seu baixo índice de ruídos e poeiras gerados.

FIGURA 6: máquina hidráulica de braço longo com tesoura em demolição de edifício residencial MÉTODOS

27


• Bola de Demolição A utilização de bola de demolição ou aríete é restrita a trabalhos em construções muito degradadas, cujos resíduos e materiais restantes não se deseja reaproveitar ou reciclar, uma vez que não é possível controlar com exatidão o movimento que será realizado pelo guincho ou grua que suspende o projétil. Dentre as principais operações realizadas com a bola de demolição estão a queda vertical do aríete sobre a estrutura e o balanço em linha, no qual a bola é balançada e se choca com lateralmente com a construção, visando atingir a parte mais alta do elemento que se pretende demolir para que ele não caia de modo descontrolado para fora do edifício. Para isso, além do braço da grua móvel sobre o qual está pendente, é necessário um cabo ou corrente capaz de guiar a bola a fim de realizar movimentos pendulares ou de queda livre. Em cidades como São Paulo, o uso de bolas de demolição foi praticamente extinto, seja pela alta geração de ruído e poeira, seja por conta das restrições de circulação em muitas vias urbanas e do grande espaço que esta técnica demanda.

28

FIGURA 7: representação dos movimentos de balanço em linha e queda vertical para bola de demolição, aplicados em estrutura

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


3.3. COLAPSO DELIBERADO Os mecanismos de demolição por colapso deliberado devem ser considerados como a remoção dos principais membros estruturais a fim de causar o colapso completo ou de parte do edifício ou da estrutura. Quando é adotada a demolição por colapso deliberado, os principais membros estruturais a serem removidos devem ser claramente indicados, juntamente com a sequência de remoção, na declaração de método e também no local. Este método deve ser empregado apenas em locais individuais, isolados, com um nível razoável em que toda a estrutura está a ser demolida. Deve haver espaço suficiente para permitir que equipamentos e pessoas sejam removidos a uma distância segura. Sempre que as partes de uma estrutura serão demolidas por colapso deliberado em operações separadas, não deve haver nenhum potencial de instabilidade da estrutura restante que possa causar um risco aos trabalhadores do local e a outras pessoas perto da estrutura que está sendo demolida. • Demolição por empurre Este método é realizado com auxílio de escavadoras. Dirigidas em direção à estrutura, são empurradas de modo que o peso próprio da máquina e o do braço, equipado geralmente com pá escavadora, provoquem o colapso dos elementos para o seu interior, ou, também com a pá, puxando-os de forma que o colapso seja para o exterior. Podem ser utilizadas gruas com braços extensos a fim de demolir a parte superior de um edifício muito alto, em situações que não seja apropriado o transporte de uma escavadora até o local da demolição. Este método é muito empregado em obras de pequeno porte com necessidade de remoção rápida do edifício. Para a realização deste método, é necessário garantir determinadas condições, nomeadamente:

MÉTODOS

29


» O braço da grua e a grua em si devem ter capacidade para puxar ou empurrar os elementos a demolir sem colocar em perigo a integridade de nenhum material. A grua a utilizar deve ser do tipo que se opera a partir do solo e nunca se deve utilizar a lança de uma grua torre;

FIGURA 8: demolição por empurre dos elementos; demolição por grua com garras; demolição por empuxe; e demolição com auxílio de cabos (da esquerda para a direita, de cima para baixo)

» Entre a grua e o edifício, deve ser mantida uma distância de segurança com cerca de metade da altura a que se encontra o elemento a ser demolido. No caso deste elemento ser empurrado para o interior do edifício, essa distância passa para uma vez e meia a altura do elemento a ser puxado; » O ponto de aplicação da força para empurrar o elemento não deve estar a menos de dois terços da altura do mesmo; » Este método, quer seja empurrando os elementos, quer seja puxando, não deve ser aplicado a edifícios com mais de 15 metros de altura;

30

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


• Método mecânico por colapso Este método mecânico consiste na eliminação, ou enfraquecimento dos principais elementos estruturais, de forma a induzir o colapso da estrutura. As condições especiais para este tipo de metodologia por colapso induzido são as seguintes: » Garantir uma distância mínima de uma vez e meia a altura do elemento a ser demolido; » Os procedimentos e a sequência dos trabalhos a realizar devem ser cuidadosamente planejados e executados, principalmente no que diz respeito à elimi nação/ enfraquecimento dos elementos, de modo que não ocorram colapsos imprevistos nem fora da área delimitada; » A aplicação deste tipo de metodologia não deve ser efetuada em edifício cuja altura exceda os 15 metros. • Tração por cabos A técnica consiste fundamentalmente no posicionamento estratégico de cabos na estrutura, os quais são tracionados de forma gradual, através de guinchos, equipamentos mecânicos fixos ao terreno ou máquinas automotrizes de grande porte, como buldozzers (tratores de esteira), até levar ao colapso o edifício. Os cabos devem ser hiperdimensionados, evitando que, em caso de ruptura, atuem como chicote. O domínio de utilização desta técnica está limitado a estruturas relativamente sãs, que no caso do concreto armado, devem ser pré-enfraquecidas através de cortes nas armações dos elementos resistentes verticais no piso térreo. MÉTODOS

31


As restrições e precauções quanto à execução desta técnica são as seguintes: » É necessário garantir uma distância de segurança entre a máquina e o edifício de uma vez e meia a altura a que se encontra o elemento a ser demolido; » No caso de ser um trator a puxar o cabo, este deve estar sempre numa trajetória perfeitamente paralela à do cabo durante a operação; » No caso de o cabo ser puxado por uma máquina com bobina, deve ser feito um sistema de ancoragem; » O cabo de aço ou as correntes usadas devem ter uma resistência nunca inferior a quatro vezes a força que teoricamente será necessária. Deve ser feita a sua inspeção pelo menos duas vezes por dia, de modo a garantir que o cabo não apresente desgaste significativo nem danos que ponham em risco a sua integridade; » Qualquer elemento da estrutura do edifício que possa danificar prematuramente os cabos deve ser retirado previamente;

» Esta técnica é limitada a edifícios cuja estrutura não ultrapasse 15 metros.

• Método mecânico por gruas com garras Este método envolve o uso de uma grua assentada no solo, com um braço longo equipado com um sistema de garras hidráulicas, que vai progressivamente retirando e relocando os elementos que compõem a estrutura. É o método mais eficiente para a demolição de edifícios com estruturas metálicas, sendo quase exclusivamente empregado a estes, uma vez que não existe meio de fragmentar tais peças, usualmen-

32

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


te muito grandes e pesadas. São descriminadas abaixo as precauções e especificações deste método: » Deve ser mantida uma distância mínima entre a grua e o edifício de metade da altura a que se encontra o elemento a ser demolido;

» O processo de desmonte dos elementos deve ser efetuado de cima para baixo;

» A elevação do elemento a ser demolido, depois de aplicadas as garras, deve ser superior a um metro em relação à altura total da estrutura. • Método com recurso explosivo As demolições por explosão são processos em que cargas explosivas são instaladas, após cálculo criterioso, nos pontos críticos da estrutura de um edifício, a fim de que, quando detonadas, provoquem o colapso sequencial deste da maneira mais controlada possível. A empresa responsável pelo trabalho de demolição deverá efetuar um relatório em que conste avaliação de riscos ambientais, relatório de avaliação sobre o efeito da implosão na área afetada, histórico do estudo da estrutura do edifício e cálculos efetuados para o projeto de demolição. O projeto de demolição deve incluir o pré-enfraquecimento da estrutura, a estratégia de posicionamento dos explosivos e o atraso de tempo de modo que o prédio se desmorone de uma forma segura. A proteção das habitações e propriedades adjacentes é de suma importância.

MÉTODOS

33


I. Mecanismo tipo telescópio

O mecanismo de demolição por explosão do tipo telescópio é aquele no qual a estrutura, após ser demolida, terá seus escombros despejados em uma área não muito maior do que a de sua base original. É utilizado na demolição de estruturas ocas, altas e delgadas, em que o seu peso próprio não é relevante na queda nem no impacto com o solo, e as explosões podem ser localizadas em um único ponto da estrutura ou ao decorrer da sua altura.

FIGURA 9: montagem fotográfica de demolição por explosão tipo telescópio dividida em diferentes momentos da queda

34

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


II. Mecanismo tipo derrube

O mecanismo de demolição por explosão do tipo derrube é o método mais utilizado em edifícios muito altos, nos quais a relação entre a altura e a base é muito grande. Ele consiste na instalação de um conjunto de explosivos na base do edifício que, quando detonados, provocam o derrube da estrutura em uma área predefinida. Normalmente, este mecanismo necessita de menos trabalhos preparatórios, além de não exigir a utilização de grandes quantidades de explosivos. No entanto, pode-se induzir na estrutura, dependendo da sua construção, uma maior fragmentação durante o colapso e no impacto com o solo. Permite, quando cuidadosamente planejado, uma grande precisão do local da queda.

III. Mecanismo tipo implosão

Este método é o mais utilizado na demolição com uso de explosivos. Optado, normalmente, para demolição de estruturas de elevado porte em que é necessária a queda numa área muito restrita. Esta necessidade existe devido à proximidade de edifícios (espaços muito confinados), espaços públicos ou de áreas protegidas, por falta de espaço para a queda nas imediações. O mecanismo consiste na utilização de reduzida quantidade de explosivos, mas colocados de forma estratégica, criando uma descontinuidade em certos pontos da estrutura (normalmente pilares e vigas) e fazendo com que esta entre em ruína. O restante dos elementos estruturais, nos quais não foram posicionados explosivos, cederá pelo peso e impacto dos destroços, projetando todo o edifício em direção ao seu próprio centro de gravidade.

MÉTODOS

35


FIGURA 10: demolição da 'Glencairn Tower' por implosão

IV.

Mecanismo tipo colapso sequencial

O mecanismo do tipo colapso sequencial é aplicado em edifícios, ou conjunto de edifícios, de grande porte e com grande desenvolvimento em comprimento. A grande diferença entre este mecanismo de colapso e os outros é que neste pretende-se diminuir o impacto da estrutura no solo, com uma queda em diferentes intervalos de tempo, diminuindo assim as vibrações na proximidade de outros edifícios e infraestruturas. Neste mecanismo, a lógica de demolição também é utilizar o peso próprio de destroços que quando em queda provocam o derrube do restante da estrutura, porém não em direção ao centro de gravidade do edifício, mas sim, em direção as extremidades laterais. Caso existam situações nas quais os edifícios a serem demolidos estejam

36

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


dispostos lado a lado, pode-se calcular a queda em sequência de cada um deles, prevendo a interação dos seus destroços ou não.

FIGURA 11: demolição do 'Alladin Hotel Casino' com uso de explosivos tipo colapso sequencial

3.4. DESCONSTRUÇÃO DELIBERADA DE ELEMENTOS OU “TOP DOWN” A remoção deliberada de elementos deve ser considerada como a remoção de partes selecionadas da estrutura por desmontagem ou desconstrução. Esse método pode ser usado, por exemplo, para levar até o colapso deliberado ou como parte do trabalho de renovação ou modificação. Os elementos a serem removidos devem ser identificados e marcados no local, enquanto os efeitos da remoção na estrutura remanescente devem ser totalmente compreendidos e incluídos na declaração do método. Seções da estrutura não devem ser removidas se a instabilidade de qualquer outra MÉTODOS

37


estrutura remanescente puder resultar em um possível risco para os trabalhadores do local e outras pessoas nas proximidades. Conselhos de especialistas devem ser procurados. • Top down manual No método “top down”, tal como o nome indica, o desmonte do edifício ocorre, de modo geral, do telhado para o solo. Existem, no entanto, sequências específicas de demolição que podem variar, dependendo das condições do local e dos elementos estruturais a serem demolidos. Para edifícios de concreto armado, são normalmente utilizados martelos pneumáticos para quebrar o concreto, juntamente com maçaricos de oxiacetileno para cortar armaduras. Os elementos estruturais devem ser demolidos gradualmente ou por métodos alternativos. As armaduras devem permanecer até que todo o concreto a elas ligado, ou a suportar a armadura, seja removido ou quando já não é necessário o seu apoio. Coberturas em balanço, varandas e paredes exteriores são elementos críticos na demolição de edifícios, visto que colocam em risco a segurança do público e das imediações do espaço. A demolição é então realizada com extrema cautela. Caso se opte pelo uso de cordas ou de cabos de aço para transportar para baixo os elementos estruturais, as mesmas devem ser pelo menos 4 vezes mais fortes do que a força de tração prevista, e a sua segurança deve ser verificada pelo menos duas vezes por dia. Além disso, os trabalhadores devem ser protegidos dos cabos e das amarras. A sequência de demolição deve ser determinada de acordo com as condições locais, restrições, a disposição do edifício, bem como a disposição dos elementos es-

38

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


truturais e toda a sua construção. Em geral, aplica-se a sequência seguinte: I. Todas as coberturas em balanço, varandas e todos os elementos ligados às paredes externas devem ser derrubados antes da demolição do edifício principal, bem como suas estruturas internas em cada piso; II. Ao demolir a estrutura da cobertura, todas as salas de máquinas de elevadores, tanques de água de alto nível devem ser demolidos de cima para baixo. III. A demolição de lajes iniciar-se-á a meio vão e o trabalho será no sentido do apoio das vigas; IV. As lajes vigadas devem ser demolidas no fim, e com a seguinte sequência: vigas em balanço, vigas secundárias e vigas principais. V. No caso de a estabilidade estrutural das vigas ser afetada, as vigas devem ser apoiadas antes da perda de suporte ou contenção; VI. As paredes não estruturais devem ser removidas antes das paredes que exercem função estrutural; VII. Os pilares e as paredes estruturais devem ser demolidos após a remoção das vigas existentes no seu topo; VIII. Se as condições do local permitirem, a laje de piso diretamente acima do piso térreo pode ser demolida por máquinas assentadas no pavimento, utilizando os acessórios apropriados.

MÉTODOS

39


• Top down, com uso de maquinaria A sequência de demolição feita por maquinaria é normalmente a mesma que a utilizada pelo método manual. A demolição inicia-se com o levantamento das máquinas para o piso superior do edifício. Quando é utilizado qualquer tipo de corda ou cabo para a elevação, os trabalhadores devem ser protegidos ou permanecer afastados da área de alcance da corda ou cabo, que deve ter uma resistência de, pelo menos, quatro vezes a carga prevista. O procedimento da demolição deve ser determinado de acordo com as condições do local, restrições, características originais do edifício e a sua construção. Em geral, a sequência a aplicar é a seguinte: I. Antes da demolição dos pisos internos, todas as lajes e vigas em balanço, bem como marquises e varandas devem ser demolidas primeiro; II. Os elementos estruturais, de um modo geral, devem ser demolidos na seguinte sequência: laje, vigas secundárias e vigas estruturais. III. O acesso da maquinaria aos pisos inferiores será feito com uma rampa de acesso temporário, ou descidas até o próximo andar por máquinas de elevação ou por outros meios apropriados; IV. As máquinas podem trabalhar nos elementos estruturais do piso onde se encontram e demolir as lajes do piso imediatamente abaixo; V. As fachadas, incluindo as vigas e colunas, serão demolidas gradualmente por rompimento do concreto ou puxando-as para baixo de forma controlada.

40

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


NORMAS DE DEMOLIÇÃO

NORMAS DE DEMOLIÇÃO

41


4.1. GENERALIDADES A existência de leis e normas é essencial para a regulamentação de quaisquer processos de produção. Na Construção Civil não é diferente, inclusive quando se trata de demolições. Dentre as listadas a seguir, encontram-se uma série de procedimentos relativos à saúde e segurança na espaço da obra, que norteiam os trabalhos de demolição e estabelecem sugestões ou regras aos mesmos.

42

FIGURA 12: escavadeira ancorada em rampa de entulho em obra de demolição

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


4.2. ANÁLISE GERAL DAS PROPOSTAS DE NORMAS, LEIS E DECRETOS • Lei nº 4.591, 16 de Dezembro de 1964 No capítulo IV, “Do Seguro, do Incêndio, da Demolição e da Reconstrução Obrigatória”, há uma alusão, não às metodologias e tampouco ao método de demolição em si, mas sim às condições que podem acarretar tal ação, a exemplo do § 2º que diz: “Ocorrendo desgaste, pela ação do tempo, das unidades habitacionais de uma edificação, que deprecie seu valor unitário em relação ao valor global do terreno onde se acha construída, os condôminos, pelo quórum mínimo de votos que representem 2/3 (dois terços) das unidades isoladas e frações ideais correspondentes a 80% (oitenta por cento) do terreno e coisas comuns, poderão decidir por sua alienação total [...]”. • Decreto 6.514, 22 de Julho de 2008 Determina que, caso haja uma infração que viole "as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente", a autoridade ambiental pode sancionar a demolição da edificação que a causou como punição administrativa, sendo que as despesas desse processo estarão às custas do infrator. • Lei nº 12.237, 19 de Maio de 2010 No § 2º do artigo 19, atua paralelamente ao supracitado Decreto 6.514, instituindo que caso o infrator não custeie o valor da demolição, deve ser cobrado a reembolsar o valor gasto pelas autoridades aos cofres públicos.

NORMAS DE DEMOLIÇÃO

43


• NR 18, Norma Regulamentadora para saúde e segurança do trabalho Norma Regulamentadora que se assemelha a um código de obras e, em sua sessão 18.5, dedica-se estritamente à demolição, apresentando todos os procedimentos que asseguram uma demolição. Enquanto a sessão 18.29 é voltada para a ordem e a limpeza no canteiro de normas, na qual se institui que as sobras de todas as sobras de materiais devem ser devidamente coletadas e removidas. • Decreto 6.271, 22 de Novembro de 2007 Estabelece que tanto os métodos e procedimentos adequados quanto a remoção de resíduos devem estar conforme a legislação nacional, ser supervisionados por um profissional competente e estar de acordo com Convenção sobre Segurança e Saúde em Edificações, de 1988. • NBR 5682, Contratação, execução e supervisão de demolições Apesar de ter sido cancelada em Novembro de 2008, esta é a única norma voltada especificamente para a área de demolição no Brasil. Ela fixa as condições para contratação e licenciamento para trabalho de demolição, as providências e precauções a serem tomadas antes durante e após os trabalhos de demolições, além dos métodos de execução de demolições.

44

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


EQUIPAMENTOS

EQUIPAMENTOS

45


5.1. FERRAMENTAS MANUAIS As ferramentas manuais são utilizadas como recursos de execução de trabalhos secundários e como auxiliares de outros processos maiores de demolição. Atuam na instalação de instrumentos mecânicos e elétricos no espaço da obra e na preparação do ambiente que será completamente demolido, removendo os elementos menores, que podem ser, eventualmente, reaproveitados, como, por exemplo, assoalhos, equipamentos sanitários, portas e janelas. Apesar de ser uma técnica praticamente artesanal e muito demorada, sendo relacionada, muitas vezes, à execução de trabalhos de baixo porte e orçamento, apresenta grande vantagem sobre as demais, principalmente na demolição de edifícios antigos. Nestes, a estrutura não é, em geral, de concreto armado, mas de alvenaria de pedra argamassada na periferia, ou seja, possui um sistema construtivo muito secionado e propício ao tipo de demolição manual, uma vez que as máquinas de elevada potência e peso muitas vezes excedem os esforços suportados por essa estrutura. Além disso, o processo é indicado em casos em que haja a necessidade de preservação de alguns elementos, já que, quando cumprida com eficácia, a demolição elemento a elemento é muito mais delicada que outros métodos. As desvantagens deste processo são que o mesmo aumenta a probabilidade de acidentes do trabalho e aumenta o prazo de execução da obra. 5.2. MÁQUINAS MANUAIS • Quebrador com cunhas, “dardas”

46

O quebrador com cunhas, ou darda, é um meio empregado normalmente após AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


demolições generalizadas nas quais é preciso que os escombros ou resíduos maiores sejam fragmentados para que possam ser transportados, podendo ser utilizado também para partir rochas no solo. O funcionamento das cunhas ocorre através da aplicação do equipamento em um furo previamente executado na superfície desejada. Assim, uma agulha movida por um pistão se move rapidamente na direção de duas contracunhas metálicas que se expandem, provocando rachaduras no elemento até que ele se parta. O processo é bastante silencioso, mas de difícil uso em concreto muito armado ou em objetos com baixa densidade. A darda permite demolir elementos localizados nas proximidades de habitações e em espaços onde o processo de demolição por explosivo é proibido, como, por exemplo, valas citadinas e complexos industriais. FIGURA 13: demonstração de mecanismo e utilização de quebrador com cunhas

• Martelo giratório perfurador (ligeiro) O martelo giratório perfurador é, essencialmente, um instrumento de execução de pequenas perfurações. Este instrumento leve permite executar a furação com o auxílio de brocas, demolir e efetuar pequenos trabalhos em alvenaria, madeira, pedra, aço e materiais plásticos, bem como extrair pequenos carotes. É muito utilizado em trabalhos de demolição para desmontagem de vigas, de pilares e de outros elementos ou em perfurações para amarração de cabos de aço. EQUIPAMENTOS

47


• Martelo picareta eletrônica (ligeiro) O martelo picareta eletrônica, também conhecido como martelo demolidor ou rompedor, é um instrumento utilizado, tal como o martelo perfurador, para pequenos trabalhos em alvenarias, pavimentos e remoções de revestimentos. Alguns destes martelos possuem também a opção de perfuração, passando a ser denominados de martelos perfuradores e rompedores. Este martelo esculpe superfícies verticais e aéreas em qualquer posição e é considerado um equipamento muito eficiente devido ao seu reduzido peso (5 a 20 kg) e elevada quantidade de impactos (900 a 3000 golpes por minuto). • Martelo perfurador (pesado) O martelo perfurador possui grande porte e potência de percussão e rotação, tendo sido concebido para execução de trabalhos pesados de perfuração em concreto ou em rocha com rebentamento suave. Existe uma grande variedade de martelos perfuradores com diferentes pesos e potências, devendo ser escolhidos de acordo com a natureza dos trabalhos a executar. O diâmetro do furo realizado varia entre 8 a 38 milímetros consoante o martelo selecionado, e a penetração é, habitualmente, de 3 metros na vertical e 1 metro na horizontal. • Martelo demolidor ou “britadeira” Os martelo demolidor, ou britadeira, é o instrumento mais utilizado em demolições de concreto, pavimentos de asfalto e estruturas baixas, ou seja, em situações em que o operador não tenha de sustentar ou carregar o equipamento, mas sim guiar o pistão e se beneficiar dos seus elevados peso e potência para executar a tarefa. É uma ferramenta ideal para realizar demolições que não estão ao alcance de máquinas

48

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


automotrizes e pode ser classificado como pneumático, hidráulico, elétrico, à gasolina ou a gasóleo, e suas pontas podem variar em tamanho e forma de acordo com o tipo de trabalho que se pretende efetuar. • Macaco hidráulico O macaco hidráulico possui um mecanismo de rebentamento interior semelhante ao do quebrador de cunhas. A ferramenta consiste num cilindro que contém um determinado número de pistões radiais em que o concreto é separado por blocos através da sua fratura em planos perpendiculares ao eixo dos pistões. A força de rebentamento é produzida por uma bomba a óleo, alimentada por um compressor a ar ou, alternativamente, por uma bomba manual de uma mistura de água e óleo solúvel. Para a sua utilização, são efetuados furos de seção circular (entre 80 a 160 mm de diâmetro), estando a distância entre os furos e a sua profundidade em função da qualidade e espessura do concreto e da taxa de armaduras. O aparelho é introduzido nesse furo, havendo o cuidado de tentar uniformizar o nível das pressões introduzidas em peças de espessura entre 20 a 80 cm. São utilizados sempre que se pretende obter uma demolição eficiente sem provocar ruídos, poeiras ou vibrações e evitando a fragmentação de escombros de grandes dimensões criados por outro método. EQUIPAMENTOS

FIGURA 14: demonstração do funcionamento de um macaco hidráulico

49


• Tesoura hidráulica A tesoura hidráulica é uma ferramenta estacionária, de fácil manuseio, própria para corte de tubos, cabos, perfis metálicos, madeiras, materiais ferrosos e não ferrosos e pedra, sendo apta para trabalhos realizados no interior de edifícios, já que desempenha sua função sem produzir vibrações, ruídos ou poeiras. A força necessária para o corte pode ser aplicada por um pistão pneumático ou hidráulico. O alto nível de precisão que as lâminas oferecem torna o equipamento ideal para trabalhos de reforma e manutenção, nos quais os elementos serão, muitas vezes, reutilizados. • Pinça de esmagamento

FIGURA 15: utilização e detalhamento da pinça de esmagamento

50

As pinças de esmagamento são instrumentos de demolição manual utilizados normalmente no tratamento de resíduos ou escombros oriundos de um processo de demolição anterior, para que estes elementos possam ser transportados até o local de despejo correto. Este processo é aplicado, normalmente, na demolição de pequenos volumes de concreto, concreto armado ou em muros de alvenaria de pedra, tendo a particularidade de, no caso do concreto armado, manter as armaduras intactas.

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


O equipamento possui um corpo central maciço ligado a um grupo hidráulico auxiliar que têm, nas suas extremidades, dois veios metálicos de aço especial em forma de U (pinças) que são acionados por pressão hidráulica. O equipamento é intercalado no elemento a demolir e, ao ser acionado, os veios deslocam-se em um constante movimento de pêndulo, que fragmenta completamente a peça a demolir. • Disco de corte portátil O disco de corte portátil é um equipamento manual ligeiro de pequenas dimensões, mas com uma elevada potência de corte. Trata-se de uma ferramenta muito útil no corte de pequenas frações de uma estrutura de concreto não muito densamente armado.

FIGURA 16: utilização do disco de corte portátil

• Serra portátil com correntes diamantadas ou “motosserra” Apesar de a motosserra portátil ser utilizada majoritariamente no corte de árvores e de lenha, é também uma ferramenta portátil de manuseio fácil, compacta e leve, com boa relação peso/potência, que pode ser utilizada no corte de concreto ou concreto armado, desde que não densamente armado. A execução do corte é acompanhada de um sistema de arrefecimento, normalmente água. Trata-se de um instrumento muito útil na demolição, principalmente em cortes de aberturas em paredes e em lajes, bem como no corte de fragmentos tombados. EQUIPAMENTOS

FIGURA 17: detalhe do funcionamento de uma motosserra

51


• Caroteadora A caroteadora, com motor elétrico ou hidráulico, foi criada para o recolhimento de amostras, ou extração de carotes, em concreto ou rocha. Porém, hoje em dia, é também muito utilizada na execução de aberturas em estruturas de concreto armado para passagem das instalações (hidráulica, elétrica, etc). Trata-se de um instrumento muito versátil, que pode ser automático ou manuseado por um operário e, graças aos sistemas de suporte, permite utilizações em superfícies horizontais, verticais ou até mesmo curvas.

FIGURA 18: utilização de uma caroteadora

52

O processo de extração consiste no movimento rotativo de um cilindro metálico oco, com uma coroa diamantada na sua extremidade e com dentes abrasivos, ficando o concreto retido no interior do cilindro metálico. As brocas possuem diâmetros que variam entre 10mm e 1m. Há casos em que se opta pelo uso da caroteadora para remoção total de elementos estruturais grandes, como lajes, por exemplo, situação na qual seriam feitos inúmeros carotes lado a lado ao longo do perímetro do elemento. Este procedimento não é indicado devido ao elevado custo e tempo de execução.

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


5.3. PEQUENAS MÁQUINAS • Miniescavadeira com rodas ou sobre esteira Assim como os robôs de demolição, as miniescavadeiras são máquinas de pequena dimensão utilizadas em diversos trabalhos de demolição devido aos vários acessórios de encaixe. Apesar de serem maiores que o robô, devido à cabine de proteção do operário e à maior dimensão do braço, desempenham as mesmas funções e utilizam os mesmos acessórios já acima mencionados, efetuando trabalhos de demolição em espaços reduzidos com eficácia. Possuem também um acessório, chamado de pilão, útil na remoção de pavimentos em concreto não muito armado, que consiste em uma massa com um a dois metros de altura que cai ao ritmo de 25 a 12 pancadas por minutos em superfícies planas horizontais. As miniescavadeiras podem estar assentadas em rodas ou em lagartas e, apesar de serem pequenas, possuem uma enorme potência em trabalhos de desmantelamento, esmagamento, corte e transporte de resíduos ou em pequenas peças, com pinças, pás ou ganchos. Nota-se que muitos dos acessórios adaptáveis a robôs de demolição também o são nestas máquinas.

FIGURA 19: miniescavadeiras com rodas

EQUIPAMENTOS

53


• Disco de corte sobre rodas

FIGURA 21: disco de corte com rodas

FIGURA 20: esquema do funcionamento do disco de corte sobre calhas

54

O disco de corte sobre rodas, também chamado de serra de pavimento ou de pisos, é um instrumento que possui grande precisão (devido ao guiamento frontal que, quando pousado no pavimento, alinha-se com o disco de corte) e rapidez para corte de pavimentos de concreto (fresco ou endurecido) ou asfalto. Podem-se encontrar máquinas de pequenas e grandes dimensões. Possuem diversos tipos de discos, de acordo com o material a cortar, com uma variedade de tamanhos que podem atingir 63 cm de penetração de corte, com discos de diâmetro de 1,2 m. • Disco de corte sobre calhas ou “serra de parede” O disco de corte sobre calhas é uma ferramenta utilizada em demolições parciais de estruturas de uma forma muito controlada e precisa, sendo recomendada em pequenos trabalhos de reabilitação e correção de defeitos de construção. É ideal na abertura de vãos para passagem de tubos, juntas de dilatação, portas, janelas, paredes exteriores, divisórias de concreto armado, lajes e cortes de vigas e pilares na demolição por desmonte controlado, dando origem a blocos de concreto que podem ser posteriormente removidos com auxílio de uma grua.

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


É um processo que, além de ser muito preciso, eficaz e rápido, não produz vibrações e consegue atingir uma profundidade de corte de até 110 cm com discos que podem atingir diâmetros superiores a 1m. • Corte com fio diamantado Em relação à qualidade, a técnica de corte com fio diamantado é muito semelhante ao disco de corte sobre calhas, podendo ser utilizada para o mesmo tipo de trabalho. Pode ser utilizada no concreto, concreto armado ou rocha, sendo feita por abrasão com auxílio de um cabo de aço diamantado com um diâmetro de 5 mm e que possui cerca de 40 anéis em cada metro. O corte executado pode ser vertical, horizontal ou oblíquo, tanto ao ar livre como submerso, e aplica-se nos casos em que a espessura do elemento a ser cortado ultrapassa 70 cm.

FIGURA 22: demonstrações da utilização do corte com fio diamantado

EQUIPAMENTOS

55


5.4. GRANDES MÁQUINAS • Escavadeiras e retroescavadeiras Nos dias de hoje, é habitual encontrar, em obras de demolição ou de construção civil, retroescavadeiras, escavadoras (giratórias) com rodas ou esteiras, sendo que as esteiras são mais eficientes em trabalhos em superfícies muito irregulares e com muitos obstáculos, tendo a possibilidade de acoplar braços de pequeno ou longo alcance, tratando-se assim de ferramentas de grande versatilidade nos trabalhos de demolição. De modo a tornar estas máquinas ainda mais versáteis e aptas para os trabalhos de demolição, existe no mercado uma vasta gama de acessórios que possibilitam utilizá-las no desmantelamento (martelo demolidor), no corte de elementos estruturais (tesouras e cisalhas), esmagamento (pulverizadores), no corte e esmagamento (quebradores), na limpeza da zona de demolição (pinças e ganchos) para o carregamento de detritos, e se existir necessidade de fragmentar os detritos, são utilizadas britadeiras para facilitar o seu carregamento e transporte. FIGURA 23: Escavadeira giratória de esteira com balde “ripper” (à esquerda) e escadeira de rodas com martelo hidráulico (à direita)

56

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


'FIGURA 24: retroescavadeira em obra de demolição

EQUIPAMENTOS

57


• Gruas Outro tipo de maquinaria pesada utilizada em obras de demolição são as gruas, que podem ser gruas torre, fixas, gruas autoportantes e automontantes ou caminhões grua. Esse equipamento pode ter as mais variadas funções no decorrer de uma obra de demolição, como por exemplo, auxiliar a subida de máquinas e outros equipamentos para andares superiores do edifício, auxiliar o desmonte de elementos do edifício fazendo-os chegar ao solo em segurança, auxiliar a demolição com aríete, etc.

FIGURA 25: caminhão grua, grua automontante e grua torre (da esquerda para a direita)

58

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


RESÍDUOS DA DEMOLIÇÃO

RESÍDUOS DA DEMOLIÇÃO

59


6.1. GENERALIDADES Os resíduos, popularmente definidos como “tudo aquilo não aproveitado nas atividades humanas, proveniente das indústrias, comércios e residências”², são, atualmente, um dos maiores problemas ecológicos, uma vez que, com o crescimento da população e dos centros urbanos, além da difusão do capitalismo e do consumismo, eles são gerados em grande escala. Em São Paulo, cuja população constitui cerca de 5,9% do total de brasileiros, sendo a sexta cidade mais populosa do mundo, a geração de resíduos, segundo a Prefeitura da cidade, chegou a 20,1 mil toneladas diariamente. No gráfico ao lado, estão expostas as quantidades de resíduos sólidos gerados em 2012 (em mil toneladas) segundo suas origens.

RESÍDUOS SÓLIDOS EM 2012 (EM MIL TONELADAS)

FIGURA 26: ORIGEM DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS NA CIDADE DE SÃO PAULO

Pode-se observar que são geradas por dia, aproximadamente, 4,3 mil toneladas de RCD (Resíduos da Construção e Demolição) na cidade de São Paulo. Segundo a Prefeitura de São Paulo, tais resíduos são destinados a várias instalações de tratamento e triagem, algumas localizadas no território do município e outras nos municípios adjacentes. ² Roberto Langanke – eco. ib.usp.br/lepac/conservacao/ ensino/lixo_residuos.htm

60

Tratando-se estritamente da área de demolição, existe um mercado muito consolidado em função dos materiais provenientes deste tipo de trabaAS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


lho, seja para reciclagem, normalmente aplicada ao concreto, ou reutilização de, por exemplo, esquadrias, mobílias e louças sanitárias. Por conta disso, é necessário que, durante a gestão da obra de demolição, seja previsto o manejo dos resíduos, de modo que eles possam ser direcionados ao seu local de despejo de acordo com as categorias em que se enquadram. 6.2. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS 6.2.1. Segundo as Normas Brasileiras Regulamentadoras A NBR 10004, válida a partir de 30 de novembro de 2004, define resíduos sólidos da seguinte maneira: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”. Em seguida, classifica-os quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente, separando-os em duas grandes classes (I e II). A classe I envolve os “resíduos perigosos”, ou seja, que apresentam: a) Periculosidade: apresenta risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices, ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; RESÍDUOS DA DEMOLIÇÃO

61


b) Inflamabilidade: apresenta qualquer uma das seguintes propriedades:

I. Ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado conforme ABNT NBR 14598 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de álcool em volume; II. Não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de 25°C e 0,1 MPa (1 atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, dificultando a extinção do fogo; III. Ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material; IV. Ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre transporte de produtos perigosos (Portaria nº 204/1997 do Ministério dos Transportes);

c) Corrosividade: apresenta uma das seguintes propriedades:

I. Ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou sua mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5; II. Ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, a uma temperatura de 55°C, de acordo com USEPA SW 846 ou equivalente.

62

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


d) Toxidade: apresenta ao menos uma das seguintes propriedades:

I. Quando o extrato obtido desta amostra, segundo a ABNT NBR 10005, contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no anexo F. Neste caso, o resíduo deve ser caracterizado como tóxico com base no ensaio de lixiviação, com código de identificação constante no anexo F; II. Possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C e apresentar toxicidade. Para avaliação dessa toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores:

» natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo;

» concentração do constituinte no resíduo;

» potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para migrar do resíduo para o ambiente, sob condições impróprias de manuseio;

» persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua degradação;

» potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para degradar-se em constituintes não perigosos, considerando a velocidade em que ocorre a degradação; » extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, é capaz de bioacumulação nos ecossistemas;

RESÍDUOS DA DEMOLIÇÃO

63


» efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênico ou ecotóxico, associados a substâncias isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as substâncias constituintes do resíduo; III. Ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos anexos D ou E; IV. Resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos anexos D ou E;

V. Ser comprovadamente letal ao homem;

VI. Possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50 mg/kg ou CL50 inalação para ratos menor que 2 mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que 200 mg/kg; e) Patogenicidade: contém, ou há suspeita de conter, microrganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxirribonucleico (ADN) ou ácido ribonucleico (ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídeos, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais. Os resíduos da classe I são classificados em dois grupos, A e B, de maneira que os do tipo B são os “inertes” – se submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não têm nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor – e os do tipo A são os “não inertes”, ou seja, os resíduos que não se encaixam na classe II B.

64

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


6.2.2. Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente Segundo a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, os resíduos da construção civil devem ser separados em quatro grandes classes (A, B, C e D), a fim de criar um critério para suas destinações. A classe A envolve os resíduos: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. Os resíduos dessa classe deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. A classe B reúne "os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, madeiras, metais, vidros, madeiras e outros”, os quais deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

RESÍDUOS DA DEMOLIÇÃO

65


Já os resíduos das classes C – que abrange “os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso”, e D, que foi redigida novamente na Resolução n° 348/04 e engloba “resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde” – deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

FIGURA 27: resíduos em obra de demolição

66

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


ESTUDO DE CASO

ESTUDO DE CASO

67


7.1. INTRODUÇÃO Um estudo de caso é a etapa de um trabalho na qual se procura aplicar, em um exemplo virtual muito próximo da realidade, os conceitos aprendidos durante a parte teórica — no caso, a metodologia. Em um trabalho de Demolição, para que o estudo de caso pudesse ser feito, precisávamos de um edifício modelo, cuja demolição seria idealizada por nós de maneira descritiva e analítica com todos os processos legais e executivos que deveriam ser efetuados para sua demolição. O Edifício Prestes Maia atendeu muito bem às nossas expectativas, uma vez que não se trata de uma construção comum, por não ser projetada de maneira modular e repetitiva, além de ter no histórico de sua utilização um fator que o torna muito particular: a ocupação dos movimentos sociais de luta pelo direito à moradia. Esse caráter distinto do Edifício Prestes Maia direciona o trabalho não só para a área técnica da Construção Civil — na qual seriam feitas as quantificações volumétricas e a reunião das normas acerca da construção e do espaço — mas também para uma questão mais urbanística e social, que demanda sensibilidade e capacidade de planejamento para uma etapa necessária que chamamos de Remoção do Público.

68

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


FIGURA 28: fotografia de uma vista interior do bloco principal do Edifício Prestes Maia

ESTUDO DE CASO

A Remoção do Público de habitações populares, ou ocupações, é um assunto muito delicado no que diz respeito ao método e ao procedimento de abordagem do poder público, como descrito e analisado nos livros “A era das demolições”, de Oswaldo Porto Rocha, “Habitações Populares”, de Lia Aquino de Carvalho, e “SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro Olímpico”, reportagem feita por Lucas Faulhaber e Lena Azevedo, os quais criticam as atitudes do governo do prefeito Pereira Passos em relação à reformulação do espaço urbano, e comparam-no com as do governo atual de Eduardo Paes, que preparou a cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. A questão é que nos trabalhos mencionados foram estudadas situações reais, nas quais existiam motivos verdadeiros para a remoção das famílias de suas habitações, enquanto neste estudo de caso existe apenas a intenção didática e elucidativa da tarefa. Portanto, as três fontes serviram como modelo do que seria indesejável adotar e como indício dos tópicos que deveriam ser levados em consideração.

69


As etapas previstas para o planejamento da remoção dos moradores de uma ocupação seguem a ordem: 1. Conhecer o processo de formação dos cortiços ou moradias populares em geral, entendendo a dinâmica urbana de produção: Deve-se estudar a formação dessas moradias na cidade a fim de entender por que foi escolhida determinada localização para a habitação. Desde a industrialização no Brasil, houve um grande êxodo de pessoas do campo em direção à cidade. Logo, os centros urbanos, que tinham uma infraestrutura adequada ao modo de produção artesanal, no que diz respeito principalmente ao meio de transporte — até então carros de boi, lentos e que não suportavam grande contingente de pessoas —, tiveram que se transformar para receber a maquinaria pesada e os migrantes que viriam trabalhar nas fábricas. Para abrigar tais pessoas, foram construídas casas desordenadamente, concentrando-as sempre perto das in-

70

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


dústrias, uma vez que isso facilitaria a locomoção para os locais de trabalho da população. Sendo assim, explica-se o porquê de, em geral, as habitações sociais se localizarem em áreas centrais. 2. Conhecer a dinâmica social e o cotidiano dos moradores do edifício em questão, através de uma pesquisa ou de recolhimento de dados com a organização da habitação, a fim de saber quantas famílias serão deslocadas e o quanto elas dependem do edifício: O Movimento de Moradia na Luta por Justiça (MMLJ) possui, aproximadamente, 20 frentes em São Paulo, dentre as quais está a ocupação do Edifício Prestes Maia. Esse em questão foi comprado pela Prefeitura em 2015 e abriga aproximadamente 300 famílias no bloco principal, que possui 23 andares.

FIGURA 29: fotografia das crianças brincando na ocupação

ESTUDO DE CASO

A ocupação é dirigida por coordenadores, que possuem a responsabilidade de detectar as dificuldades dos moradores no edifício e tentar solucioná-las de modo a não afetar os outros moradores. Além disso, eles são responsáveis por organizar os chamados Grupos de Base que, situados em regiões periféricas, expõem os ideais do movimento, buscam famílias que necessitam de moradia e as informam a respeito dos seus direitos enquanto cidadãos, estabelecidos constitucionalmente, à moradia, explicito no Art. 6º. Através deles, buscam famílias que necessitam de amparo e iniciam as reinvindicações às autoridades competentes. “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

71


A fim de cobrir os gastos do prédio, cada família deve pagar uma contribuição de R$100,00 por mês. Entretanto, como algumas não possuem condição para pagar tal valor, a coordenação realiza um acompanhamento, cobrindo os gastos desses moradores até eles adquirirem a condição de pagar. A divisão do prédio é feita por tapumes de madeira, sendo que cada ambiente possui uma dimensão média de 3x3 metros, ou seja, aproximadamente 9 m² por família. Cada andar possui somente dois banheiros, um masculino e um feminino, os quais são divididos entre aproximadamente 40 pessoas.

FIGURA 30: fotografia de um dos banheiros da ocupação do Edifício Prestes Maia

72

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


3. Comunicar-se com a organização do cortiço acerca da possibilidade de remoção, informando-lhes claramente as intenções da demolição, a fim de verificar se o processo de aprovação dos moradores demorará muito tempo. 4. Dialogar acerca das possibilidades de realocação das famílias, informando aos moradores o valor da indenização que receberão e o local a que serão dirigidos. 7.2. TRÂNSITO NO ENTORNO O estudo acerca das questões legislativas de trânsito e tráfego representa a reunião de informações necessárias principalmente para a destinação dos resíduos e escombros gerados na obra — normalmente transportados por caminhões, veículos aos quais é direcionada a maioria das restrições — bem como a chegada de equipamentos e máquinas de grande porte, muito requisitadas neste ramo da Construção Civil. Com esse intuito, são necessárias as devidas autorizações dos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização de obras e do trânsito consequente delas. Em obras de demolição, onde a quantidade de detritos gerada é consideravelmente alta, também pode ser necessária uma autorização para a obstrução da via para que seja possível colocar caçambas ou lixeiras onde serão depositados os resíduos para serem descartados ou reaproveitados, como foi abordado no Capítulo 5 deste trabalho. A partir de uma consulta a respeito das áreas englobadas pelas restrições da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), é possível verificar que o Edifício Prestes Maia se encontra na Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC) e uma de suas duas vias de acesso, a Avenida Prestes Maia, é uma Via Estrutural Restrita (VER), onde o trânsito de caminhões é proibido das 5 às 21h de 2ª a 6ª feira e das 10 às 14h aos sábados, exceto feriados. ESTUDO DE CASO

73


Sabendo-se também que para que a demolição seja efetuada é preciso uma vistoria dos órgãos que abastecem o edifício com energia elétrica, tubulação de gás e esgoto e fornecimento de água, obrigatória a necessidade de uma Autorização Especial para os veículos que serão utilizados com essa finalidade, prevista em lei e passível de multa, haja vista que esses serviços se caracterizam como serviços de infraestrutura urbana. Para consegui-la é necessário entrar em contato com o Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) e fazer um pedido formal. 7.3. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS

FIGURA 31: imagem retirada do GoogleMaps onde a área de cor acinzentada representa a ZMRC e as linhas verdes as VERs e o Edifício Prestes Maia se encontra identificado no círculo em vermelho

74

De posse do volume aproximado de entulhos derivados da demolição, avaliamos as principais rotas de escoamento de cada tipo de resíduo, conforme discriminado no capítulo 6, Resíduos da Demolição, do presente estudo, observando as vias e zonas onde a circulação de caminhões é restrita a fim de que essa destinação fosse realizada sem riscos devido a eventuais resíduos perigosos e com o menor impacto ambiental possível, ou seja, para locais em que fosse realizado devido tratamento do resíduo e, nos casos apresentados aqui, sua reciclagem.

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


• Madeira Os moradores dividem as unidades familiares com tapumes e divisórias de madeira, que contam também sempre com uma porta em situação muito precária, de modo que não é possível aproveitar quase nenhuma das peças em seu estado natural. Levando isso em conta, o destino escolhido foi um grupo de reciclagem de madeira e geração de energia por meio de biomassa, o Grupo Made Vila, que se localiza a cerca de 15 km do local da obra (desconsiderando trajeto). Para demonstrar o volume gerado por esses resíduos (Classe IIB), estimamos, com base no projeto e no que foi visto no edifício atualmente, a existência de 329 janelas, sendo 152 na fachada da Avenida Prestes Maia, 147 na fachada da Rua Brigadeiro Tobias e 30 nas faces laterais, além de 315 portas sendo utilizadas para dividir os módulos de moradia, além dos ambientes de uso coletivo, como o que hoje é utilizado para servir de lavanderia.

FIGURA 32: fotografia da situação de uma janela no Edifício Prestes Maia

• Metais O aço resultante da demolição, também classificado como entulho Classe IIB, é proveniente da armadura da estrutura, em quantidade especificada no ESTUDO DE CASO

75


Diagrama de Demolição (Anexo 1). O destino designado para esse tipo de resíduo foi a empresa IMPÉRIO – Com. de Ferros e Metais Ltda, localizada a cerca de 18 km da obra. • Materiais branco e vermelho O destino escolhido tanto para o concreto oriundo dos elementos estruturais, quanto para os blocos das alvenarias demolidas, entulhos cujo volume é o maior dentre todos os produtos resultantes da demolição, foi a Recinert Ambientale, empresa especializada no processamento de resíduos da Construção Civil, com certificação da Green Building Council e localizada a aproximadamente 4 km do Edifício Prestes Maia. 7.4. METODOLOGIA EMPREGADA Devido ao relativo confinamento do terreno, aliado ao intenso fluxo de pessoas e veículos nas grandes vias do entorno e ao grande porte do edifício, concluiu-se que a metodologia de demolição mais adequada para o Prestes Maia seria o "top down" com uso maquinaria, por ser capaz de realizar a demolição com mais rapidez e menos mão de obra. ³ Nomenclatura utilizada no projeto anexo, tal como estava nas plantas usadas como referência, adquiridas na Subprefeitura da Sé, em São Paulo.

76

Antes dos trabalhos de demolição começarem efetivamente, é necessário que as redes de fornecimento de energia elétrica, água, gasosos inflamáveis, canalizações de esgoto e de escoamento de água estejam desligadas, protegidas ou isoladas, além de todo o equipamento eletromecânico, como antenas de televisão, já ter sido remo-

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


vido. Todas as aberturas existentes no piso devem ser fechadas, com exceção daquelas que forem utilizadas para o escoamento dos materiais e a permanência de pessoas nos pavimentos que tiverem sua estabilidade comprometida deve ser proibida, conforme determinado na NR 18.5.5. Além disso foi vista a necessidade de um desmonte e remoção seletiva de materiais, através do top down manual, que podem ser reutilizados ou reaproveitados, como portas, janelas e outros componentes de madeira para, em seguida, utilizar a escavadeira e a retroescavadeira para realizar a demolição parcial do pavimento térreo (Térreo-Loja) e do imediatamente acima dele (Intermediário-Loja). Após estes trabalhos preparátorios, um guindaste deve erguer até a Cobertura a maquinaria que realizará a demolição, no caso, uma miniescavadeira. Essa é encarregada de gerar os escombros dos pilares, vigas, e lajes e após o término de cada pavimento abrir passagem nas lajes inferiores para que, através de uma rampa — normalmente construída com detritos —, também pela miniescavadeira, ela possa ser transportada para o andar abaixo e continuar a obra. Os primeiros elementos a serem demolidos em cada andar são as vigas, seguidas dos pilares e finalmente a laje, esta que tem suas regiões de início e término definidas no Projeto Executivo (Anexo 1), ESTUDO DE CASO

FIGURA 33: demonstração da içagem da máquina

77


afim de garantir-se o melhor local de ancoragem e descida da miniescavadeira, definidos por capacidade estrutural e lógica desconstrutiva, respectivamente — considerando que deve haver estruturas remanescentes capazes de sustentar a máquina mesmo depois da demolição de todo o restante do pavimento. Os detritos serão lançados por uma calha de escoamento construída no vão dos elevadores até o andar térreo, onde uma Bobcat (minicarregadeira) fará sua deposição nas caçambas dos caminhões que levaram o entulho ao seu destino final. 7.5. ORÇAMENTO ESTIMATIVO

FIGURA 34: etapas da demolição de uma laje com miniescavadeira

Para a demolição do edifício e manejo do entulho, optamos pelo aluguel de algumas máquinas que se alternam ao longo da obra, como mostrado nos Diagramas de Demolição, e avaliamos o custo do aluguel de cada uma delas. O cálculo do custo para a mão de obra em um trabalho de demolição depende principalmente do fluxo de trabalhadores, este que deve variar de acordo com a dinâmica dos serviços a serem realizados em cada uma das etapas. Este fluxo foi previsto nos Diagramas de Demolição e geram o gráfico ao lado.

78

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


Tempo total de uso durante a obra: 10 dias. Custo total: R$15.951,00

Tempo total de uso durante a obra: 153 dias. Custo total: 337.658,00

Tempo total de uso durante a obra: 11 dias. Custo total: 20.894,00

Tempo total de uso durante a obra: 10 dias. Custo total: R$43.228,00

FIGURA 35: maquinaria usada para demolição

FIGURA 36: gráfico do número de trabalhadores ao longo da obra

ESTUDO DE CASO

79


A partir das informações no gráfico, obtidas por meio dos Diagramas de Demolição, do conhecimento acerca do processo executivo da demolição e de dados referentes ao piso salarial das categorias relevantes ao cálculo do orçamento (operador de equipamentos e pedreiro), retirados do endereço virtual da Revista PINI, estimamos um gasto de mão de obra, considerando todos os encargos sociais relacionados, de aproximadamente R$24.021,84. Sendo assim, o orçamento total da obra seria R$441.752,84, o que a caracteriza como uma demolição de grande porte, segundo parâmetros de mercado pesquisados em visita a uma demolidora real em atividade. Portanto, seria necessária a articulação e empenho do setor publico e privado no que diz respeito à remoção e destinação de resíduos, fiscalização do trabalho e manutenção do espaço público. 7.6 CRONOGRAMA O cronograma é necessário para que seja possível ter uma melhor dimensão da relevância que cada atividade tem frente à operação como um todo. Neste caso, ele deve ser dividido em duas partes: a remoção; e a demolição efetiva do edifício. Após a divisão de etapas para a remoção e o casamento das informações entre o Diagrama de Demolição e o Projeto Executivo, obeteve-se um total de tempo estimado em 18 semanas. É interessante notar que em um trabalho de demolição não existem atividades acontecendo ao mesmo tempo, o que representa o grau de atenção exigido para cada uma das etapas, dado o seu alto risco de acidentes, tanto entre os trabalhadores, quanto entre os edifícios e as máquinas.

80

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


• Remoção

• Demolição do edifício

ESTUDO DE CASO

81


7.7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA Para a proteção coletiva, são exigidos os seguintes EPC’s: • Tapumes de madeira resistentes a eventuais choques provocados por freagmentos de concreto projetados durante a obra; • Avisos ao longo do perímetro do edifício; • Redes de proteção envolvendo todo o edifício, evitando a projeção de entulhos para fora do prédio; • Bandejas de proteção para uma eventual queda de entulhos, que devem estar, no mínimo, a cada dois andares abaixo ao que está sendo demolido.

FIGURA 37: ilustração de EPC’s para a rua do Edifício Prestes Maia

82

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


FIGURA 38: ilustração de EPC’s no alto do Edifício Prestes Maia

FIGURA 39: ilustração de EPC’s durante trabalho das máquinas ESTUDO DE CASO

83



CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

85


É possível notar que, tal como a noção de cultura, de patrimônio cultural e de identidade no meio urbano, a significação dos edifícios à população tem se tornado cada vez mais inconstante e mutável, de tal forma que um prédio que hoje é um símbolo de grandiosidade, amanhã pode ser visto como destoante em meio a novos edifícios, com novos valores e dinâmicas associadas. Uma cidade que convive em meio a isso, tem o dever, portanto, de se tornar volátil e adaptável às demandas sociais. A demolição tem a capacidade de não só promover essas mudanças, como também de reconsiderar a ideia de que os edifícios são um objeto fixo e definitivo, a fim de atender a todas as necessidades de renovação do meio urbano e, se realizada da maneira correta, ou seja, com uma visão mais atenta às pessoas que convivem no local, aos porquês e aos meios a que recorrerão para sair dalí, além do destino que terão os principais elementos que compõem o edifício e seu significado à história da cidade, sem ferir os vínculos históricos existentes. Para que tudo isso seja posto em prática, entretanto, é preciso planejamento, tornando cada obra de demolição única; exclusiva por suas singularidades, que podem ser estruturais, com relação ao uso de maquinários, em vista de conservar um ou mais elementos específicos do edifício, para ser executada num curto período de tempo ou com pouco custo envolvido. Para tanto, é imprescindível que seja feita com cautela a decisão acerca da metologia de demolição que será adotada, o desenvolvimento de projetos, ensaios sobre a destinação de seus resíduos, execução de cronogramas e orçamentos, além de serem relevados os cuidados para com os moradores da região e os funcionários da obra. Apesar de existirem muitos possíveis métodos de demolição a serem escolhidos, uma vez que a tecnologia está em constante desenvolvimento, ainda há

86

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


poucas alternativas quando se diz respeito à união harmoniosa entre velocidade de demolição, segurança da obra como um todo — especialmente em edifícios confinados — e garantia de manutenção da sanidade das edificações vizinhas. Para além disso, este estudo tem a capacidade de salientar a maneira como medidas aparentemente muito básicas, como de segurança ou de eficiência executiva, ainda precisam ter sua significância aumentada, o que pode, e deve, acontecer à medida que a demolição deixa de ser vista como assessório da construção e se torna um processo autônomo, importante e significativo por si só, constituindo-se como o primeiro trabalho e mais fundamental trabalho a ser executado num lugar em que se deseja transformar sua função social.

CONCLUSÃO

87


88

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


LIVROS E TRABALHOS ACADÊMICOS:

[Abdullah, 2003] Abdullah, Arham – "Inteligent selection of demolition tecniques", Tese (Doutorado), Loughborough University, Loughborough: 2003. [Angulo, 2005] Angulo, Sérgio Cirelli – “Caracterização de agregados de resíduos de construção e demolição reciclados e a influência de suas características no comportamento mecânico dos concretos”, Tese (Doutorado), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo: 2005.

BIBLIOGRAFIA

[Bagatini, 2011] Bagatini, Felipe – "Resíduos de construção civil: aproveitamento como base e sub-base na pavimentação de vias urbanas", Tese (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: 2011. [Baldasso, 2005] Baldasso, Paulo César Pérez – "Procedimentos para desconstrução de edificação verticalizada: estudo de caso", Tese (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: 2005. [Bauman, 2011] Bauman, Zygmunt – “44 cartas ao mundo moderno”, Rio de Janeiro: Zahar, 2011. [Brito, 1999] Brito, Jorge de – "Técnicas de demolição de edifícios correntes", Tese (Mestrado), Instituto Superior Técnico, Lisboa: 1999. [Buildings Dep Jp, 2011] Buildings Department – “Code of pactice for demolition for buildings”, Japão: 2011.

BIBLIOGRAFIA

89


[Gomes e Oliveira, 2010] Gomes, João Ferreira e Oliveira, Fernanda Sá- "Técnicas de demolição", Tese (Mestrado), Instituto Superior Técnico, Lisboa: 2010. [Faulhaber e Azevedo, 2015] Faulhaber, Luiz Baltar e Azevedo, Lena - "SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro Olímpico”, 1. ed., Rio de Janeiro: Mórulo, 2015. [Fridman, 2011] Fridman, Sergio A. – “Palácio Monroe: da construção à demolição”, 1. ed., Rio de Janeiro: S. A. Fridman, 2011. [Macaulay, 1995] Macaulay, David – “(Des)construção de um arranha-céu”, 1. ed., São Paulo: Martins Fontes, 1995. [Mariano, 2008] Mariano, Leila Selemene – "Gerenciamento de resíduos da construção civil com reaproveitamento estrutural: estudo de caso de uma obra com 4.000m²", Tese (Mestrado), Universidade Federal do Paraná, Curitiba: 2008. [Mascarenhas, 2008] Mascarenhas, Jorge – “Joias da coroa em terra, demolições, betão tensionado e cabos de aço utilizados em obra”, Volume X, Coleção Sistemas de Construção, Livros Horizonte, 2008. [Neto, 2011] Neto, Eugênio H. Leicht – "Sustentabilidade das edificações: do projeto à demolição", Tese (Mestrado), Universidade Católica de Pernambuco, Recife: 2011. [RILEM, 1993] Third international RILEM symposium – “Demolite and reuse of concrete and masonry”, E & FN SPON, Odense: 1993.

90

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


[Rocha e Carvalho, 1995] Rocha, Oswaldo Porto e Carvalho, Lia de Aquino – “A era das demolições. Contribuição ao estudo das Habitações Populares”, 2. ed., Rio de Janeiro: Biblioteca Carioca, 1995. [Sá, 2013] Sá, João C. D. Figueiredo de – "Normalização dos trabalhos de demolição. Proposta de elaboração de um modelo de plano de demolição", Tese (Mestrado), Instituto Superior de Engenharia, Lisboa: 2013. [Santos, 2008] Santos, Almai do Nascimento dos – "Diagnóstico da situação dos resíduos de construção e demolição (RCD) no município de Petrolina (PE)", Tese (Mestrado), Universidade Católica de Pernambuco, Recife: 2008.

SITES:

eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/lixo_residuos.htm economist.com/blogs/graphicdetail/2012/06/daily-chart-3?zid=313 &ah=fe2aac0b11adef572d67aed9273b6e55 engenhariacivil.wordpress.com/2007/02/19/rcds-o-que-fazer-comeles/ equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/39/artigo227875-1. aspx jusbrasil.com.br/topicos/23544254/artigo-3-da-lei-n-12237-de-19de-maio-de-2010

BIBLIOGRAFIA

91


jusbrasil.com.br/topicos/28495970/artigo-101-da-lei-n-12237-de19-de-maio-de-2010 mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008030504.pdf planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6514. htm planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D92100.htm planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4591.htm http://www.pisosalarial.com.br/construcao-civil/tabela-salarial2016-construcao-civil/ portalresiduossolidos.com/quem-produz-mais-lixo-no-mundo/ prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/servicos/arquivos/ PGIRS-2014.pdf repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/70952/2/11794.pdf siteresources.worldbank.org /INTURBANDEVELOPMENT/ Resources/336387-1334852610766/What_a_Waste2012_Final. pdf videverde.com.br/docs/NBR-n-10004-2004.pdf

92

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


BIBLIOGRAFIA

93


FIGURA 1: entrada da ocupação no Edifício Prestes Maia na Avenida Prestes Maia FONTE: somentecoisaslegais.com.br/arquitetura-2/veja-fotos-eentenda-melhor-as-ocupacoes-no-centro-de-sao-paulo FIGURA 2: implosão do Edifício Mendes Caldeira para a construção da Estação da Sé FONTE: saopauloantiga.com.br/edificio-mendes-caldeira/ FIGURA 3: vista do Palácio Monroe com prédios ao fundo FONTE: classicalbuses.blogspot.com.br/2014_09_01_archive.html

IMAGENS

FIGURA 4: movimentação, então crescente, em torno do Palácio Monroe FONTE: sterlingnumismatic.blogspot.com.br/2015_10_01_ archive.html FIGURA 5: fotografia do Palácio Monroe de vista a partir da Avenida Central FONTE: www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/camaradestaca/cinquenta-anos-da-camara-em-brasilia/palacio-docongresso-nacional/sedes-da-camara/Monroe%20fotografia%20 externa.JPG/view FIGURA 6: máquina hidráulica de braço longo com tesoura em demolição de edifício residencial FONTE: copa2014.gov.br/pt-br/galeria/arenadabaixadajulho FIGURA 7: representação dos movimentos de balanço em linha e queda vertical para bola de demolição, aplicados em estrutura FONTE: [Mascarenhas, 2008]

94

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


FIGURA 8: demolição por empurre dos elementos; demolição por grua com garras; demolição por empuxe; e demolição com auxílio de cabos (da esquerda para a direita, de cima para baixo) FONTE: [Buildings Dep Jap, 2012] FIGURA 9: montagem fotográfica de demolição por explosão tipo telescópio dividida em diferentes momentos da queda FONTE: medium.com/bad-words/the-frat-party-at-the-end-ofthe-world-62d7dcfd6c1c#.dpr56xajw FIGURA 10: demolição da 'Glencairn Tower' por implosão FONTE: bbc.com/news/uk-scotland-glasgow-west-15806553 FIGURA 11: demolição do 'Alladin Hotel Casino' com uso de explosivos tipo colapso sequencial FONTE: pinterest.com/pin/338121884499812865 FIGURA 12: escavadeira ancorada em rampa de entulho em obra de demolição FONTE: oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/revista-amanha/re aproveitamento-faz-das-cidades-fornecedoras-de-recursos-natu rais-10877548 FIGURA 13: demonstração de mecanismo e utilização de quebrador com cunhas FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 14: demonstração do funcionamento de um macaco hidráulico FONTE: [Mascarenhas, 2008]

IMAGENS

95


FIGURA 15: utilização e detalhamento da pinça de esmagamento FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 16: utilização do disco de corte portátil FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 17: detalhe do funcionamento de um motosserra FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 18: utilização de uma caroteadora FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 19: miniescavadoras com rodas FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 20: esquema do funcionamento do disco de corte sobre calhas FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 21: disco de corte com rodas FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 22: demonstrações da utilização do corte com fio diamantado FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 23: escavadeira giratória de esteira com balde “ripper” (à esquerda) e escadeira de rodas com martelo hidráulico (à direita) FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 24: retroescavadeira em obra de demolição FONTE: permontek.com.br/Nova%20pasta/foto.htm

96

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA


FIGURA 25: caminhão grua, grua automontante e grua torre (da esquerda para a direita) FONTE: [Mascarenhas, 2008] FIGURA 26: origem dos resíduos produzidos na cidade de São Paulo FONTE: realização própria FIGURA 27: resíduos em obra de demolição FONTE: en.academic.ru/dic.nsf/enwiki/343906 FIGURA 28: fotografia de uma vista interior do bloco principal do Edifício Prestes Maia FONTE: elpais.com/elpais/2016/02/09/album/1455019247_659 263.html#1455019247_659263_1455019593 FIGURA 29: fotografia das crianças brincando na ocupação FONTE: brasil.elpais.com/brasil/2016/02/09/politica/145501563 7_003155.html FIGURA 31: imagem retirada do GoogleMaps onde a área de cor acinzentada representa a ZMRC e as linhas verdes as VERs e o Edifício Prestes Maia se encontra identificado no círculo em vermelho FONTE: Google Maps FIGURA 32: fotografia da situação de uma janela no Edifício Prestes Maia FONTE: Realização própria FIGURA 33: demonstração da içagem da máquina FONTE: realização própria

IMAGENS

97


FIGURA 34: etapas da demolição de uma lage com miniescavadeira FONTE: realização própria FIGURA 35: maquinaria usada para demolição FONTE: realização própria FIGURA 36: gráfico do número de trabalhadores ao longo da obra FONTE: realização própria FIGURA 37: ilustração de EPC’s para a rua do Edifício Prestes Maia FONTE: realização própria FIGURA 38: ilustração de EPC’s no alto do Edifício Prestes Maia FONTE: realização própria FIGURA 39: ilustração de EPC’s durante trabalho das máquinas FONTE: realização própria

98

AS PERSPECTIVAS ACERCA DA DEMOLIÇÃO E ESTUDO DE CASO COM EDIFÍCIO PRESTES MAIA



A presente dissertação tem como foco o entendimento do que vem a ser uma demolição e as principais técnicas, maquinários e ferramentas para executá-la de modo a propor uma nova visão sobre essa área, ou seja, apresentando-a de modo que seja vista com tanta relevância quanto é vista a fase de construção dos edifícios, devendo, portanto, ser devidamente planejada, programada, dimensionada e executada. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM EDIFICAÇÕES

LICEU DE ARTES E OFÍCIOS DE SÃO PAULO


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.