NOVA SERRANA / MG
PROJETO ICONOGRAFIA LOCAL
NOVA SERRANA
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Nova Serrana (MG)
Quando a riqueza ainda era uma promessa às Minas Gerais e os aventureiros riscavam o mapa do Brasil em busca de fortuna, entre montanhas, houve um Cercado. Antes de ganhar este nome, o lugar era habitado por índios Cataguases, bravos e aguerridos. Os espaços por ali tinham que ser conquistados. Mas o Cercado virou paragem com um curral e uma hospedaria, esboçando um ajuntamento de gentes, um vilarejo que vicejaria a Nova Serrana do século XX. Mas ainda estamos no XVIII e vale lembrar que, como o ouro por ali não foi farto, as terras acabaram sendo ocupadas por atividades agropastoris. Do couro do gado surgiriam os artefatos que anunciariam a economia dos novos tempos, centrada na indústria calçadista. Avizinhada de Pitangui, a localidade parecia perdida no tempo, aquietada em sua geografia. Mas aos poucos a região também começou a receber quilombolas em rota de fuga para a liberdade. Ao mesmo tempo, nas fazendas escravos seguiam garantindo a agricultura emergente da cultura de algodão, mandioca, fumo e cana de açúcar. Os engenhos de açúcar e as fábricas de polvilho e de farinha de mandioca moviam a economia que começava. Caminho alternativo da mineração depois que fazendas, engenhos e senzalas vão perdendo as forças, o tal Cercado acolhe e despacha tropeiros, aventureiros mineiros. Toda a gente que se mistura aos portugueses subindo para Goiás, descendo para São Paulo, muitos sob as bênçãos da Companhia de Jesus. Contrabandeavam pepitas, inventavam lugares de convívio que desenhavam futuras cidades.
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Além de cachaça, sal, açúcar, feijão, carne seca, ferraduras, fumo em corda, armas de fogo, cabeças de alho e livro de missa, o povoado começa a ter a artesania do couro, as sapatarias, a feitura dos calçados e, em especial, das botas. A mesa, a sovela, o torquês, o martelo, o avental e a lamparina organizavam o cotidiano dos sapateiros, artífices da vocação do lugar no século XXI. As selarias e sapatarias entram o século XX como motor das atividades escrevendo na história do lugar os nomes dos mestres de ofício como José Pinto Firmino (‘Pintinho’), José Silva Almeida (Zezito), Valdomiro Amaral (Miro), Alvimar Coelho, Sebastião Fábio (Pedro Rosa) e Romeu Coelho. A manufatura do calçado, as pequenas unidades familiares de produção, deu mãos à emancipação política, promovendo o surgimento das primeiras indústrias, “calçando” as Gerais. O agora Cercado de Pitangui vira cidade em 1954, quando este contexto socioeconômico aliado a impulsos políticos começaram a desenhar a Nova Serrana, que deixava para trás da Velha Serrana ou Pitangui. Localizada na região do alto São Francisco, Centro Oeste de Minas Gerais, Nova Serrana começa a esboçar um perfil para sua indústria, passando a produzir calçados esportivos, tonandose um polo nacional do setor. Entra para o time das regiões brasileiras que se destacam na indústria calçadista. São mais de 20 mil empregos diretos e outros 21 mil indiretos. Uma cidade que não ficou esquecida depois que Minas deixou de ser um caminho de passagem ou uma terra de exploração. A Nova Serrana é, hoje, o caminho palmilhado do futuro. Carlos Santos
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ÍNDICE
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Apresentação
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Decodificação
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Importância da Identidade Local
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Natureza
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Terra
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Arquitetura
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Pastilhas
112
Humanos
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Protótipos
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Apresentação
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Nova Serrana, cidade mineira que começou a fabricar calçados em um passado mais recente que locais tradicionais, sempre chamou atenção pela sua vitalidade e agilidade na produção. Cresceu rapidamente, ocupando o terceiro lugar entre os polos brasileiros de calçados, tanto em número de empresas como de empregados segundo dados do Relatório Setorial da Indústria de Calçados Brasil 2016 – Abicalçados. Esse desenvolvimento ocorreu quando tudo que se produzia tinha maior facilidade de comercialização, uma vez que a demanda era maior que a oferta, e o mercado, de abrangência nacional. Mesmo, quando, com a globalização, a capacidade produtiva de todos os países produtores foi crescendo, somados ao maior acesso das matérias-primas no mercado global e à fácil disseminação tecnológica, promovendo assim bens de consumo esteticamente massificados, Nova Serrana se destacou produzindo mais e mais, se especializando em calçados esportivos. É evidente que toda essa energia que acompanhou seu desenvolvimento não vem composta somente de resultados positivos. Isso também fez com que houvesse um enraizamento de culturas de altos volumes e de buscar inspiração em produtos já desenvolvidos, ao invés de construir um design local. Também é natural que essa identidade cultural buscada não seja de fácil reconhecimento e muito menos de rápida assimilação. Mas ela já se iniciou e identificou como fundamental a criação de um design
local para um reconhecimento em nível nacional e internacional. A essa necessidade somou-se as vontades dos consumidores, que cada vez mais buscam atributos intangíveis e imateriais nos bens de produção industrial. Nova Serrana se lança a esse novo desafio ao sair de um ambiente linear e fordista para buscar em seus elementos vitais: a natureza, a terra, sua arquitetura e o seu humano, inspirações para a sua produção de calçados. Ao desenvolver essa pesquisa de Iconografia Local, a Assintecal e o Sebrae Nacional têm o propósito de que o calçado de Nova Serrana (MG) não seja somente um produto, mas, que nele se reflita toda a energia que se sente ao se chegar nesse local e que estão refletidos nos elementos pesquisados. Assim, teremos produtos que se assemelham e assimilam a própria cara desse local, sendo mais livres, expressivos e espontâneos. Isso tudo somente terá valor se houver um equilíbrio entre essa pesquisa e os resultados positivos das empresas. Isso fará com que o trabalho tenha méritos, dependendo muito de como ele será apropriado. Mas, temos certeza que Nova Serrana saberá, além de traduzir e comunicar essa pesquisa em forma de produtos, buscar em sua criatividade e ousadia formas de emocionar o consumidor e assim transformar a compra de um par de sapatos em uma viagem ao local em que é produzido com toda sua heterogeneidade e diversidade, diferenciados dos demais locais. Ilse Biason Guimarães
Superintendente da Assintecal
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A importância da Decodificação
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As pessoas, as culturas, lançam sinais dia e noite. Eles são as referências daquilo que se vive, os códigos de um tempo e de um lugar. O desafio dos criadores é saber fazer a leitura dessas referências, decodificando suas possibilidades estéticas. Pensar o design é saber elaborar em produtos os desejos, as ideias e as sensações da sociedade. Os recursos para esta decodificação envolvem fluxos de pensamentos e processos bem pontuais e objetivos. Pedem códigos de empatia, atenção a metas e modelos de negócios, público alvo, perspectiva de resultados. Assim, a criatividade é palpável, seja num calçado, uma peça de vestuário, um acessório de moda. A moda é uma das grandes decodificadoras da sociedade. Ela explicita contextos, organiza ideias e reflete sobre questões emergentes. E, de novo, devolve em códigos de consumo, artefatos e produtos, aquilo que estará em comunicação com os
consumidores, construindo satisfação, contentamento. Sair a campo em busca desses códigos é atentar às oportunidades que existem por trás dos desafios, é vasculhar e acertar nos anseios e expectativas do público, de forma a tocá-lo, transformando tudo em desejo consumado e consumido. Neste percurso, pesquisadores e criadores buscam descobrir e exaltar as belezas de cada lugar, num mergulho profundo, descobrindo o que há de diferente em cada contexto para que dele brote a originalidade. É a partir destas particularidades que se diferenciam e se criam códigos próprios, distintos do recorrente mercado de cópia. Essa decodificação estabelece contextos de comunicação direta, lida com referências que estão no imaginário coletivo, dialoga com este universo, transcreve, interpreta e traduz as relações sociais, elaborando, através do design, as nuances da sociedade. Decodificar é, portanto, dialogar com o intangível através de materialidades. Carlos Santos
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Importância da Identidade Local
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Pensando que são as diferenças que nos distinguem e revelam particularidades, o mapeamento destes signos constitui uma cartografia que afirma identidade, alma, pertencimento. Na reunião destas referências, ícones e apontamentos imagéticos são atravessados por algo que, pelas semelhanças, afirmam um universo que potencializa a criação, provoca a criatividade. É dessa reunião de ícones, desses apontamentos, que se estabelecem possibilidades para muitos percursos no mundo da criação. Chegar à identidade local, ao conjunto de referências que personificam um ambiente, um lugar, eis a iconografia potencializando a criação. Esta distinção dentre os iguais, no meio
da repetição que esvai o sentido do gesto criativo, é experiência ímpar. Moda, design, cultura em sentido amplo, são contextos que se retroalimentam destas referências iconográficas. É desses vetores que nasce o diferente, o novo, o inédito e inaugural – o local que, de tão potente, sinaliza-se único em meio ao universal. É, por isso, que uma pesquisa na área de criação deve mergulhar na busca destes vestígios que amarram uma narrativa estética, uma provocação sensorial, uma experiência materializada em peças ricas de histórias. São feitos de materiais diversos os itens que podem se organizar em torno de uma identidade local. Ela é feita de cores, cheiros, texturas, imagens, tradições e, mesmo, rupturas ao estabelecido. Nesse contexto, seremos ímpares, com a força identitária que nos distinguirá no mundo. Carlos Santos
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Sob um céu azul e com nuvens formosas, o cerrado mineiro se
apresenta.
É uma profusão de azul e branco. Até onde a vista alcança os
chapadões com suas gramíneas e seus arbustos estão mesclados de verde e de bronze. É inverno ainda. Todas as árvores e arbustos trocam a folhagem. A paisagem fica repleta de verdes e marrons. Se verão fosse, estaria tudo verde por causa da frequência das chuvas.
Suas delicadas flores, colorem os campos com sutilezas.
Lilases,
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vinhos, contrastam com os verdes, os amarelos e os laranjas. Vermelhos intensos recortam o céu em estampas. Rosas românticos e delicados florescem por todos os lados. Árvores retorcidas e rugosas como bonsais pontuam a paisagem dando ao cenário uma dimensão de força e de sobrevivência. Rústicas e espinhosas elas desafiam o sol, os ventos e a falta de água. Exemplo de coragem. Walter Rodrigues
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PROJETO - Eugenia Castellanos
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PROJETO - Eugenia Castellanos material base verde - Cofrag
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PROJETO - JP Spezzia
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PROJETO - Eugenia Castellanos
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PROJETO - Aguapele
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PROTÓTIPO - Grupo Cofrag
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PROTÓTIPO - Injepar
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Terra vermelha, rosa, rosa clara. Terra removida, sulcada, marcada.
Moldada pelos pneus das máquinas, arrancada pelas escavadeiras, sugerem gama de cores, ideias de contrastes. Inspira texturas. Colore os tijolos e funde as casas na terra, mimetizando as formas, confundindo os olhos de quem
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passa. Esta terra traz antigas histórias. Remontam aos carregamentos de ouro, de víveres e de gentes. Nestas paragens, no século XVIII, um curral e uma hospedaria deram lugar a um lugarejo, Cercado de Pitangui. Walter Rodrigues
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Na simplicidade do traçado, na geometria lírica dos volumes nascem
as casas brancas com detalhes em azul. Elas repetem o céu. Sombreadas, frescas, cheias de janelas. Nas igrejas onde demonstram sua fé, há uma simplicidade jesuítica. Sem adornos, sem excessos, ostentam apenas o brilho das orações. Hoje, as formas geométricas das construções continuam a
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desenvolver este legado puritano, suas cores fortes explodindo na luz solar quebram a monotonia do cotidiano. Em 1954 é elevada à categoria de cidade. Com a tradição de selarias e artigos de couro em seu DNA, começa a crescer para se tornar um importante polo de fabricação de calçados. Walter Rodrigues
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Num primeiro momento parece estranho que toda uma cidade
apareça vestida e revestida de pastilhas. Elas repetem e repetem sua forma incessantemente sobre as fachadas dos prédios. Miniquadrados que lembram os traçados do matelassê e das aplicações de estrasses, tão frequentes em seus calçados. Com brilho, sem brilho, cores fortes e cores neutras desenham a paisagem. Neste lado das Minas Gerais não tem barroco, nem rococó. É tudo reto, simplificado. Na arquitetura modernista desta cidade fica assim explicita a vontade pelo novo, pelo atual. Nada das imagens nostálgicas de um passado de pompas. Sendo os homens o resultado do meio em que vivem, fica claro a força do empreendedorismo e da agilidade que permeia este lugar. Walter Rodrigues
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A música das violas embala as orações. Também é trilha dos sofridos
amores, canções que contam histórias de saudade e de dor, cantorias de louvação aos santos. Cantar é um dom, um caminho para reunir os amigos para contar uns causos, beber uma branquinha. O ponto encontro é um lugar tranquilo no meio da cidade. Ali, estão cercados por fotos que testemunham a grandeza do esporte. Encantam-me, pois é possível construir uma linha do tempo a partir de todos os uniformes dos atletas. Quantas histórias estão contidas aqui! Fico a pensar na velocidade de tudo, da transformação deste
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lugar em cidade, na chegada das indústrias, na sua vocação para fabricar os calçados esportivos, na tecnologia que estabelece um novo tempo. Um tempo de conectar este povo tranquilo, pacato, inserido neste mundo dinâmico fluido e sem fim. Um universo cheio de aventuras e sem barreiras que estabelece paralelo com seu passado de parador de corajosos. Aqueles que descobriram as riquezas e as belezas do Brasil hoje. Walter Rodrigues
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ASSINTECAL MILTON KILLING - PRESIDENTE GILMAR HAAG - VICE-PRESIDENTE DE DESIGN ILSE MARIA BIASON GUIMARÃES - SUPERINTENDENTE
EQUIPE DE DESIGN ASSINTECAL ALINE MOURA ARIANE ALMEIDA FERNANDA WILHELMS INGRID CARDOSO LIA FANTIN MELINA VIANNA ROBERTA BLANCO SILVANA DILLY
SEBRAE NACIONAL ROBSON BRAGA DE ANDRADE - PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO NACIONAL GUILHERME AFIF DOMINGOS - DIRETOR PRESIDENTE HELOÍSA REGINA GUIMARÃES DE MENEZES - DIRETORA TÉCNICA LUÍS EDUARDO BARRETTO FILHO - DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS KELLY CRISTINA VALADARES DE PINHO SANCHES - GERENTE DA UNIDADE DE ATENDIMENTO SETORIAL INDÚSTRIA ANA LUIZA DE ANDRADE LOPES - GERENTE ADJUNTO UNIDADE DE ATENDIMENTO SETORIAL INDÚSTRIA JULIANA FERREIRA BORGES - COORDENAÇÃO NACIONAL INDÚSTRIA DA MODA ROBERTA AVIZ DE BRITO FERNANDES - COORDENAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DA MODA
COORDENAÇÃO / PESQUISA DE CONTEÚDO E IMAGENS WALTER RODRIGUES
FOTOS ZÉ ROBERTO MUNIZ
FILMAGEM MARCELO BELÉM - MILMEIOS FILMES
PROJETO GRÁFICO DUDA MANGONI - TÚNEL DESIGN
TEXTOS CARLOS SANTOS WALTER RODRIGUES
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Acesse o vídeo do Projeto Iconografia Local Nova Serrana neste link: https://www.youtube.com/watch?v=H_1T4P5YPOk
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