Prémio Nunes Corrêa Verdades de Faria - ALPM

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José Maria Silva Lourenço nasceu a 20 de Dezembro de 1951, é natural de Lagarteira, Concelho de Ansião, Distrito de Leiria. Estudou na cidade de Tomar onde fez o curso Industrial. Aos 16 anos, decorria o ano de 1967, rumou a Lisboa para trabalhar na antiga Lisnave. O seu carácter filantropo e a sua capacidade de interacção com os outros levaram-no a participar em campanhas de alfabetização de adultos, enquadradas pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa nos Bairros da Quinta da Calçada e Quinta das Fonsecas. Entre 1972 e 1975 esteve no Ultramar a cumprir o Serviço Militar obrigatório, onde mais uma vez pôs a descoberto o seu espírito humanista ao empenhar-se na ajuda aos seus companheiros, e através da alfabetização conseguiu facultar a escolaridade mínima obrigatória a todos os Soldados da sua Companhia. Regressou a Portugal em 1975, casou com Alice Maria Marques Matos Lourenço, e foi morar para Loures, onde continuou de forma sistemática a participar em campanhas de Alfabetização de adultos. Paralelamente desenvolveu a sua actividade profissional como Desenhador em vários ateliers privados e numa entidade pública. Em 1976 teve conhecimento da então denominada Associação de Assistência e Beneficência de Loures - Luís Pereira da Mota e a sua índole activa levou-o a envolverse e dinamizar esta Instituição que estava estagnada no tempo. Atento às necessidades da comunidade integrou nesse ano uma comissão para a criação de uma Creche e Jardim de Infância, colaborando no projecto de obra e fazendo todas as diligências necessárias para garantir o financiamento deste projecto, que foi inaugurado a 2 de Maio de 1979. Esta sua participação veio desenvolver um interesse cada vez maior em trabalhar em prol da sua comunidade e em 1976/77 propôs a alteração dos estatutos da referida Associação com o objectivo de a adaptar à realidade social da época, estatutos esses que ainda se mantêm em vigor. Em 1978 concorreu como cabeça de lista para os Corpos Sociais tendo ganho as eleições e assumido as funções de Presidente da Associação renovando o seu mandato em 17 eleições consecutivas até à presente data. Este facto revela a sua competência e capacidade de impulsionar o trabalho da Associação, tendo também a preocupação de se rodear de um conjunto de pessoas com conhecimentos nas diversas áreas proporcionando-lhes formação e condições de trabalho promotoras deste sucesso. Na continuidade do trabalho desenvolvido como Presidente da Associação avançou em 1981 com a criação de um Centro de Actividades de tempos livres de forma a proporcionar outras estruturas de apoio à infância. O Casal de São Pedro, actual sede, foi adquirido em 1986 de forma a instalar condignamente as actividades de infância e o Serviço de Apoio Domiciliário para 30


idosos que aí se viria a instalar no ano seguinte. Mais uma vez, estando sensível às necessidades da comunidade, José Maria Lourenço protagonizou todo o trabalho de desenvolvimento desta nova valência. Por conseguinte, sentindo que esta resposta continuava a ser insuficiente, sensibilizou toda a Direcção para a aquisição de dois andares transformando-os num novo Lar para 9 idosos, nasceu assim a Residência para Idosos. Em 1993, com o objectivo de juntar sinergias e estruturas já existentes, negoceia pessoalmente, com a Câmara Municipal de Loures e Associação de Pensionistas e Reformados de Loures a criação do Centro de Dia de Loures e Convívio. O trabalho pioneiro e inovador na construção de um projecto em prol dos mais velhos resultou no apoio, à data, a 89 idosos. Com a perspectiva de abraçar esta área de intervenção social fez parte da Comissão de Gestão do Centro de Dia e esteve presente nos momentos decisivos desta estrutura como foram o alargamento do serviço aos 365 dias do ano e o Apoio Domiciliário integrado, neste caso criando mais uma parceria, desta feita com o Centro de Saúde local. Perante as consequências dos realojamentos realizados no âmbito do PER em 1995, contrariando as resistências internas da ALPM e também as da própria Câmara Municipal, que à data não estavam sensíveis à criação de novas estruturas de resposta nestes novos Bairros, José Maria Lourenço, pressentiu as necessidades destas comunidades e lutou pelo alargamento da área de intervenção da ALPM enveredando pela implementação de dois projectos: Luta contra a pobreza e II Quadro Comunitário. Estes projectos tinham como objectivo primordial a integração da população realojada bem como a melhoria das suas condições de vida. Foram criados nestes bairros equipamentos de apoio à infância e às famílias e aumentou-se, significativamente, a capacidade de resposta. O apoio à população realojada passou pela promoção de competências, nomeadamente, com formação de profissionais para as áreas da infância e idosos. Muitos destes formandos integraram o quadro dos colaboradores da Associação. Fruto do impacto social de todo este percurso de intervenção comunitária, em 1997, José Maria Silva Lourenço foi convidado, pessoal e Institucionalmente, pelo antigo Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo para assumir a gestão da Casa de Santa Tecla assegurando desde essa data as funções de Director Administrativo. Este convite surgiu da premência da Segurança Social dotar este equipamento de um funcionamento mais eficaz, e simultaneamente de melhorar as condições de vida dos residentes através da humanização dos cuidados. As novas exigências focalizaram-se na melhoria das instalações, do funcionamento, em alterações do quadro de pessoal e também pela criação de uma equipa técnica competente e diversificada, que consecutivamente tem vindo a ser alargada, de forma a responder adequadamente à multiplicidade de problemáticas desta população. Este é um equipamento com acordos para 171 idosos: 131 em Lar, 20 em Centro de Dia e 20 em Serviço de Apoio Domiciliário Alargado. Estes idosos são encaminhados pelo


Centro Distrital de Lisboa que procura dar resposta a situações de emergência (encerramento de Lares lucrativos, violência doméstica e/ou outras situações de risco). Dá resposta, também, a utentes provenientes dos serviços de Centro de Dia e Apoio Domiciliário quando estas valências se tornam desadequadas ou insuficientes. A gestão deste equipamento tem sido reconhecida pela Tutela (Instituto da Segurança Social/Centro Distrital de Lisboa) através da renovação consecutiva do acordo de gestão desde Abril de 1997. Esta casa foi palco de várias realizações entre elas a apresentação de novas medidas relativas ao montante das pensões, em Novembro de 2000, pelo então Primeiro Ministro António Guterres e outros elementos do seu Governo.

Assinatura do protocolo da Gestão da Casa de Santa Tecla

Consequência da visão empreendedora de José Maria Lourenço, ainda em 1997 a ALPM diversificou ainda mais o seu papel de agente impulsionador comunitário com a criação de uma UNIVA e em parceria assegura o acompanhamento técnico de processos de Rendimento Mínimo Garantido, o Projecto de Intervenção Precoce e também diversas acções na área da prevenção da toxicodependência. É nesta fase que é lançado mais um novo desafio à Instituição pela mão de José Maria Lourenço que passará pela criação da Comunidade Terapeutica para jovens Toxicodependentes e em 1998 é iniciado este longo processo que culminará em 2006 com a sua inauguração. Até ao final do milénio o trabalho desenvolvido por José Maria Lourenço demonstra que é um homem visionário, responsável e dedicado a todas as franjas da sociedade como é demonstrado pelos apoios que esta Associação prestava: 357 Crianças (entre os 3 meses e 10 anos), 120 jovens (dos 10 aos 14 anos) e 235 Idosos, em colaboração com os seus 220 funcionários. Este trabalho foi consolidado e potenciado ao longo dos anos ultrapassando todas as barreiras que se opunham à realização dos seus objectivos passando muitas vezes por chamar à responsabilidade social a comunidade empresarial e particular em busca de financiamento que permitisse concretizar todos os novos projectos. Falamos por exemplo dos apoios da SIC Esperança, Programa


Renovar a Esperança, Saúde XXI, Programa EDP Solidária(Fundação EDP) entre tantos outros. Em 2005 e 2006 conseguiu a assinatura de mais dois protocolos, para a intervenção no âmbito do Rendimento Social de Inserção e para o atendimento/acompanhamento de famílias no contexto da acção social, respectivamente. Resultado de um sonho antigo em 2008 é inaugurado por Sua Excelência o Primeiro Ministro José Socrates o Centro de Acolhimento Temporário para crianças em risco – “A Casa da Palmeira”que actualmente dá resposta a 16 crianças dos 0 aos 12 anos. Com a consolidação de todos estes projectos e respostas sociais desenvolvidas tornouse premente melhorar o espaço físico e as condições de trabalho em algumas áreas de intervenção. Mais uma vez José Maria Lourenço reuniu sinergias, parcerias e financiamentos para iniciar obras de remodelação e alargamento da Sede da Associação, obra que decorre em várias fases- a primeira fase foi concluída em Setembro de 2010, mês em que foi inaugurado pelo Sr. Primeiro Ministro Engº José Socrates e Ministra da Educação Drª. Isabel Alçada, o novo espaço do Pré-escolar que dá resposta a 200 crianças. Neste mesmo dia esteve também presente a Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social Drª. Maria Helena André que lançou a primeira pedra do novo equipamento para idosos que terá capacidade para 57 utentes em Lar, 40 em Centro de Dia e 100 em Apoio Domiciliário. Mais uma acção que reflecte a sua sensibilidade e preocupação em criar novas estruturas com o intuito de dar resposta ao fenómeno do isolamento e abandono familiar que cada vez mais se faz sentir na população sénior. Os resultados deste trabalho conduziram a Associação à dinamização de áreas de intervenção diferenciadas, mas que se complementam num trabalho interdisciplinar, que se traduzem actualmente em números muitos significativos: 450 Crianças, 150 Jovens, 310 Idosos, 470 Famílias e 264 colaboradores. Todo este trajecto pessoal de José Maria Lourenço justifica a apresentação desta candidatura ao prémio Nunes Corrêa Verdades de Faria na área do “cuidado e carinho dispensados aos idosos desprotegidos”.


O seu carácter atento e empreendedor fez dele um actor social com um papel já reconhecido por várias entidades: Distinções a nível pessoal: - Condecorado pela Câmara Municipal de Loures com a Medalha de Mérito e Dedicação; - Nomeado como Sócio Honorário da Associação Luís Pereira da Mota; -Distinguido como Figura Social do Ano pelo Rotary Clube de Loures; - Agraciado com Três Homenagens de Mérito pelo trabalho desenvolvido junto da Comunidade de Loures pelo Rotary Clube de Loures e Rotary Internacional; - Agradecimento público pela Junta de Freguesia da Apelação pelo trabalho desenvolvido na área de idosos nas comemorações dos 409 anos da Freguesia; - Homenageado por Associados e Dirigentes da Associação. Distinções a nível Institucional: - Condecoração da Associação pela Câmara Municipal de Loures com a Medalha de Mérito e Dedicação; - Condecoração da Associação pela Câmara Municipal de Loures com a Medalha de Ouro; - A Associação foi reconhecida como Entidade de Superior de Interesse Social pela Direcção Geral da Solidariedade e Segurança Social; - Distinguida com o Prémio Bastonário Angelo d’Almeida Ribeiro pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados. Convites de participação por meios de Comunicação Social: - Artigos de opinião em jornais locais; - Entrevistas em Jornais e Revistas de âmbito local e nacional; - Reportagem “Este país não é para velhos” no programa Grande Reportagem da SIC da autoria de Sofia Arede; - Participação em programas televisivos: Portugal no Coração (RTP); Nós por Cá (SIC); Fátima Lopes(SIC); Você na TV(TVI) A título ilustrativo de tudo o que foi evidenciado, junto enviamos em anexo elementos que consideramos relevantes para a vossa avaliação e reconhecimento do trabalho levado a cabo por José Maria Silva Lourenço.






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