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MAMÃE ENFERMEIRA
BATALHA DAS MÃES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE ATUAM NO COMBATE À COVID-19 MÃES E PROFISSIONAIS DA LINHA DE FRENTE NO COMBATE À COVID-19, AS ENFERMEIRAS, TÉCNICAS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM, POR AMOR AOS FILHOS, TÊM REDOBRADO OS CUIDADOS NO TRABALHO E COM A FAMÍLIA. fotos: Kátia Bionês
Crislaine Messias
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pandemia para as mães que atuam na Enfermagem tem sido diferente. Como todos, elas também são afetadas pelo isolamento social, porém diferente do restante da população, que tem que cumprir o isolamento em casa, as enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem têm cumprido o isolamento no trabalho, e passado mais tempo nos hospitais do que com os próprios filhos.
Elas estão na linha de frente por isso, por muitas vezes, tiveram que mudar a rotina para ajudar no combate de uma doença que tem matado milhares de pessoas pelo mundo. Com isso, as atividades em família se tornaram cada vez mais difíceis de acontecer, pois existe a preocupação por parte das profissionais de não se contaminar e também de não transmitir a doença para os que estão dentro de suas casas. A cravinhense Adriana de
Oliveira, 45 anos, é uma competente enfermeira, apaixonada pela profissão que escolheu seguir. Mas, ao lado de seu amor pela Enfermagem, Adriana tem uma outra missão muito sagrada, a missão de ser mãe da pequena Maria Eduarda de Oliveira Redondo, de cinco anos. Desde o começo da pandemia, álcool gel e máscara são itens indispensáveis nas medidas de prevenção que a enfermeira segue dentro e fora continua na página 06
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do hospital. É banho, troca de roupas, de sapatos e tudo o que pode ser visto como um transportador do vírus. O cuidado visa a proteção de todos, principalmente de sua filha. “Desde o início da pandemia tenho tomado todas as precauções possíveis. Como tenho minha filha pequena e trabalho na linha de frente, antes de ir trabalhar, deixo minha Maria Eduarda na casa da minha mãe, vou para o trabalho e quando retorno vou direto pra minha casa tomar banho e colocar minhas roupas, sapatos para lavar e assim evitar a contaminação. Só depois que eu cumpro todos esses protocolos, busco minha filha na minha mãe”, explicou a enfermeira. Até Maria Eduarda, que ainda é tão nova, não tem ficado de fora dos protocolos de prevenção estabelecidos pela mãe. Cuidadosa, como toda mãe deve ser, e que pensa na segurança e bem-estar da filha, por vezes
Adriana se pega sendo, na sua visão, superprotetora. “Sou uma mãe muito protetora e com isso, às vezes, acho que exagero demais com os cuidados, com minha filha. Estou o tempo todo dizendo ‘não põe a mão aí, põe máscara, não faz isso, não faz aquilo, toma banho, lava não’, acho que as vezes ela fica sufocada, coitada”, desabafa. Por outro lado, Adriana tem se esforçado para que a filha tenha uma infância sadia e possa aproveitar as alegrias de ser criança, mesmo com o isolamento social. “Eu sei que minha filha precisa viver sua infância, por isso procuro não deixar que isso seja de alguma forma tão afetado. Nós brincamos de casinha, pega-pega, fizemos pique-nic dentro de casa e assim vamos enfrentado tudo isso da melhor forma possível”, falou a mamãe. Mesmo tomando todos os cuidados, a enfermeira acabou sendo infectada pelo novo Co-
Sábado, 08 de maio de 2021 ronavírus. “Em setembro testei positivo para Covid-19, tive alguns dias de muita dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, mal estar geral e muita indisposição. Graças a Deus não passei para minha filha e nem para minha família, pois fiz o isolamento conforme o protocolo e tomei todos os cuidados para evitar a transmissão”, disse a enfermeira. Neste turbilhão de mudanças, uma coisa tem se mantido constante na vida de Adriana, a ajuda de sua mãe, dona Clarice. “Minha mãe cuida da minha filha desde que ela tinha oito meses de vida. Quando me separei do meu marido decidi voltar para Cravinhos e na época fiquei muito desesperada, pois precisava trabalhar e não sabia o que fazer com minha filha. Foi nesse momento que minha mãe estendeu a mão e me ajudou. Eu só tenho a agradecer, pois se não fosse ela em minha vida eu continua na página 07
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Sábado, 08 de maio de 2021 não saberia o que fazer. Minha mãe é fundamental na vida da minha filha, por isso sou imensamente grata a ela por tudo”, disse a enfermeira. ADMIRAÇÃO ETERNA Admiradora dos profissionais da área da saúde, Adriana nunca pensou que um dia seria uma daquelas pessoas que ajuda ao próximo em um momento de fragilidade, mas após uma fatalidade, ela decidiu seguir esse caminho. “Sempre admirei os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, mas nunca havia me imaginado trabalhando na área da enfermagem até que um dia meu melhor amigo sofreu um acidente gravíssimo de patins ao meu lado e veio a falecer. Me senti a pior pessoa do mundo por não ter podido fazer nada. A ambulância chegou e eu vi os profissionais da área socorrê-lo de uma forma maravilhosa, com tanto cuida-
do e amor para tentar salvar a vida de alguém que nunca tinha visto na vida, foi ali que minha admiração bateu mais forte e tive a certeza que era o que eu queria fazer dali pra frente”, explicou a enfermeira. O triste episódio mudou a vida profissional de Adriana, ela foi estudar e desde 2012 tem se dedicado ao próximo. “Atuo na área desde 2012, depois que me formei em Técnica em Enfermagem no Senac Ribeirão Preto. Trabalhei por alguns anos no Hospital Beneficência Portuguesa, também em Ribeirão, e há dois anos trabalho somente no Pronto Socorro de Cravinhos, o qual tenho muito orgulho em dizer que trabalho lá, pois é minha segunda casa e minha segunda família”, contou. Hoje, Adriana, ao lado de muitos outros profissionais têm se desdobrado para salvar vidas, contornar todas as dificuldades, além de terem que
cuidar do psicológico para saberem lidar com a perda dos pacientes. “Todo nosso esforço é para que mães, filhos, pais, irmãos possam voltar para suas famílias. É imensamente gratificante olhar para um familiar e ver ele sentir a felicidades de saber que tudo deu certo”. “Por outro lado, quando não dá certo e perdemos um paciente somos tomados por um sentimento de perda e tristeza tão grande que às vezes chega a sufocar, pois sabemos que o familiar está aguardando uma notícia boa e nunca a pior”, desabafou a profissional. Além de ter que encontrar forças para suportar as longas jornadas de trabalho, os profissionais da área da saúde ainda precisam suportar as ofensas e preconceitos. “Sempre fomos visto como uma bomba ambulante por todos, seja por vizinhos, amigos, familiares e princontinua na página 08
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cipalmente pelos pacientes que sempre acham que por sermos linha de frente, é nós quem vamos contaminá-los com o vírus da covid-19. Sofrermos muito preconceito, agressões verbais e precisamos ter serenidade”, disse a enfermeira. COMEMORAÇÃO DIA DAS MÃES Para Adriana a comemoração do Dia das Mães desse ano envolve muita gratidão. “Neste ano a palavra que invade meu coração é gratidão. Há pouco mais de um mês minha mãe contraiu o vírus da Covid-19 e isso me deixou em completo desespero, pois estou na linha de frente e sei muito bem os riscos e complicações que o vírus causa nos pacientes. Nesta situação com minha mãe fiquei muito apreensiva, foram dias e dias de preocupação e medo, medo de perder minha mãe assim como tantos filhos passou e estão passando”. Para a en-
fermeira, mesmo conhecendo todos os protocolos em caso de Covid, ver a mãe cumprindo a quarentena foi muito difícil, “não foi fácil ver minha mãe sozinha, isolada e privada de sua família, filhos e netos, porém Deus que é misericordioso, restabeleceu a saúde dela em pouco tempo”, disse. A tempestade passou e por saber que toda a família está bem e com saúde, o coração de Adriana transborda gratidão. “Sou grata por minha filha estar bem e com saúde, por minha família, familiares e amigos estarem bem, e por eu estar bem e com saúde para exercer minha profissão da melhor forma possível”. “Agradeço a Deus por todas oportunidades que me proporciona de passar esse dia especial ao lado da minha mãe, meus irmãos e sobrinhos, e principalmente ao lado da minha filha, minha razão de viver, Maria Eduarda”, finalizou a mãe e enfermeira.
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GRAVIDEZ NA PANDEMIA
CRAVINHENSE ENFRENTA OS DESAFIOS DE ENGRAVIDAR NA PANDEMIA ESSE ANO A COMEMORAÇÃO DO DIA DAS MÃES DE SABRINA SERÁ EM DOSE DUPLA. ELA QUE ENGRAVIDOU E TEVE SEU BEBÊ DURANTE A PANDEMIA, CONTA OS DESAFIOS QUE ENFRENTOU PARA REALIZAR O DESEJO DE SER MÃE PELA SEGUNDA VEZ. fotos: Marcel Reis / divulgação
Crislaine Messias
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edo, incerteza, angústia e preocupação são alguns dos sentimentos vivenciados por mulheres que engravidaram e tiveram seus bebês durante a pandemia do novo Coronavírus. Mas, nem mesmo esse misto de sentimentos foi capaz de ofuscar o milagre de ver uma nova vida chegar ao mundo. Sabrina
Santana Procópio, 26 anos e Lucas Procópio Martins, 30 anos são casados e papais da pequena Alice de 4 anos e agora, também do bebê Théo. No ano passado, no começo da pandemia, o casal decidiu que era hora da família crescer. É bem verdade que na realidade a taxa de natalidade tem caído consideravelmente desde abril de 2020, porém Sabrina e Lucas se
colocaram na contramão dessa estatística e decidiram seguir com o planejamento de terem mais um filho. Os motivos são que eles acreditavam que a quarentena não se estenderia tanto e que eles demorariam para terem êxito na concepção. “Quando decidi engravidar tinha dois pensamentos, o primeiro era de que a pandemia seria mais continua na página 11
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Sábado, 08 de maio de 2021 passageira, eu não achei que fosse se prolongar até o nascimento da criança. Meu segundo pensamento era de que eu fosse demorar um pouco mais para engravidar. Nossos planos era começar a tentar no meio do ano para eu engravidar no final do ano, mas não foi assim que aconteceu, eu engravidei no primeiro mês de tentativa”, explicou a mamãe. Outra situação que foi decisiva para que os papais adiantassem a chegada de mais um herdeiro foram os pedidos da pequena Alice que ansiava pela companhia de um irmão, tanto que chegou a viralizar nas redes sociais da família a menina pedindo a Deus por um irmãozinho. “Chegou um tempo em que minha filha Alice começou a pedir insistentemente por um irmãozinho. Ela chorava todas as noites antes de dormir e questionava porque só ela não tinha um irmão, pois todas as
amiguinhas tinham alguém para compartilhar as coisas. Isso nos motivou ainda mais a pensar em mais um filho”, disse Sabrina. A GRANDE DESCOBERTA No mês de junho de 2020, Sabrina e Lucas descobriram que seriam papais novamente e mesmo com os receios normais de uma gravidez e os percalços causados pela pandemia, a gravidez foi muito comemorada pela família e amigos do casal. “Eu engravidei em maio e descobri a gravidez em junho. Foi uma felicidade muito grande, pois não foi uma gravidez no susto, foi uma gravidez realmente planejada e muito desejada. Eu e meu esposo sabíamos dos riscos, mas sabíamos que confiando em Deus e mantendo os cuidados necessários tudo daria certo no final”. Mesmo com o otimismo, logo no início da gestação
Sabrina já pôde sentir as diferenças entre sua primeira e segunda gravidez, já que na gestação de Alice não havia isolamento social. Para seguir adiante foi preciso manter a calma e a força que toda mãe tem. “Quando eu tive a Alice, minha primeira filha, eu saía com minha mãe, meu marido me acompanhava em todos os lugares. Desta vez eu tive que fazer muitas coisas sozinha, até mesmo em algumas consultas eu tive que ir sozinha, ninguém podia entrar na sala comigo. Eu acho que a gravidez durante a pandemia fez com que a mulher tivesse que fazer muitas coisas sozinha, ela acabou perdendo aquela rede de apoio vinda, normalmente, da família e dos amigos” disse a mãe. Sabrina teve alguns contratempos no pré-natal como sangramento por três continua na página 12
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vezes, e nessas ocasiões precisou ir ao médico e ficar em observação. “Eu tive sangramento por três vezes durante a gravidez, então tive que ir para o hospital e ficar em observação, e o mais complicado era que meu esposo não podia ficar comigo na sala. Toda mãe já tem as incertezas de querer saber se o filho está bem ou não e passar por tudo isso sem a presença do meu esposo, foi a parte mais difícil da gestação”, desabafou. Mesmo com as restrições, para apoiar a esposa de alguma forma, Lucas ficava na porta da sala de consulta trocando mensagens pelo whatsapp com a mulher. Para ele foi angustiante não poder estar ao lado de Sabrina no momento em que ela mais precisava de ajuda. “Foi desesperador não poder acompanhar minha esposa em muitos momentos. Foi complicado não ter notícias e não saber o que estava
realmente acontecendo. A gente trocava mensagens pelo whatsapp mas não dava pra saber realmente o que estava acontecendo, pois eu não via a reação dela, mesmo assim mantive a calma e permaneci confiando em Deus”, disse o pai. MISTO DE SENTIMENTOS Só o amor de mãe faz com que ela se esforce ao máximo para garantir ao filho um nascimento mais tranquilo num momento tão conturbado. “Seguindo as limitações que ocorreram ao longo da gestação, no dia do parto, eu tive que entrar sozinha, passar pela triagem, pelo médico, para saber se o Theo ia nascer ou não, fazer os exames. Meu marido só pôde entrar comigo quando cheguei na sala de pré-parto. Então foi difícil, porque na hora das dores, todo processo até a internação eu tive que passar sozinha. Eu lembro que quando vi-
Sábado, 08 de maio de 2021 nha as contrações eu estava sozinha, não podia chamar ninguém, não podia apertar a mão de ninguém. Quando cheguei na sala de pré-parto meu marido estava lá e isso me aliviou”, disse a mãe. No momento do parto Sabrina deixou de lado toda a insegurança e lutou como uma verdadeira leoa para a chegada do Théo, que nasceu com 50cm, 3,195kg, no último dia 2 de fevereiro, no Hospital Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto. “Foi impossível lidar com tantos sentimentos. Fiquei desesperada porque enquanto uma mãe não vê que seu filho nasceu bem ela fica angustiada, mas ao mesmo tempo foi emocionante mesmo com as dores e ansiedade. Para mim, o parto é o momento mais doloroso e ao mesmo tempo mais lindo na vida de uma mulher. “Nessa pandemia principalcontinua na página 14
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mente, ver que enquanto têm pessoas morrendo, muitas coisas ruins acontecendo, por outro lado tem vidas nascendo. Então há esperança e fé, e isso renova nossa confiança em Deus de que tudo vai dar certo e que uma hora isso vai passar”, disse Sabrina. Gerar uma vida é algo mágico, por isso as mães se orgulham por serem agraciadas com essa dádiva. “Assim que o Théo foi colocado em meus braços, meu sentimento foi de alívio por ele ter nascido bem e com saúde. Pegar meu filho nos braços foi uma sensação que não tem como explicar, é um milagre, é o milagre da vida. Gerar uma vida é emocionante, eu acho que é a coisa mais linda e mais perfeita que Deus fez, é o nascimento de uma criança”, completou a mamãe orgulhosa. DIA DAS MÃES EM DOSE DUPLA Mãe é aquela que sempre deseja o melhor para os filhos, ainda que a realidade do mundo não seja favorável, elas mantém a esperança e acreditam que tudo pode ser melhor. Mesmo em uma data em que elas são as homenageadas, o melhor presente para uma mãe é saber que os filhos serão sempre pessoas de bem e alcançarão seus sonhos. Como uma mãe zelosa, Sabrina não é diferente, ela deseja à Alice e ao Théo uma
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infinidade de coisas boas. “Ser mãe é ter um pensamento de esperança e eu tenho esperança de que meus filhos vivam coisas boas, tenham liberdade para estudar, passear, viajar, brincar. Tenho esperança de que eles tenham uma vida boa e longa, e de estar com eles cuidando, apoiando e participando de todas as fases da vida deles. Eu e meu esposo confiamos em Deus, então mesmo vendo a maldade que está o mundo temos fé de que com a nossa educação e cuidado tudo vai dar certo”. Este ano, o Dia das Mães de Sabrina será ainda mais especial, pois ela vai comemorar ao lado da filha Alice e do pequeno Théo que já completou 3 meses de vida. Para a mãe, ver os filhos bem, com saúde, em meio as turbulências vividas no momento é um privilégio. “Este ano o sentimento no Dia das Mães será dobrado, literalmente. Ser mãe é maravilhoso. É o presente mais lindo que Deus deu a uma mulher, que é poder gerar. Um filho é realmente a alegria do lar, ver eles crescerem, desenvolverem e aprenderem coisas novas deixa a gente cheia de orgulho. Ser mãe é maravilhoso. Ver o brilho dos olhos deles, ouvir dizer que nos ama, é uma sensação inexplicável. Esse ano será muito especial”, finalizou a mamãe emocionada.
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SAUDADE...
DIA DAS MÃES EM 2021, DATA DE MUITAS REFLEXÕES E LEMBRANÇAS A DATA COMEMORATIVA SERÁ UM MISTO DE SAUDADE E ALEGRIA PARA MUITOS FILHOS QUE PASSARÃO O DIA SEM A PRESENÇA DAS MÃES. Crislaine Messias
P
assar o dia das mães sem a mãe é difícil demais. Deveria até ser proibido! Esta é a realidade de milhares de filhos que
neste dia nove de maio não terão a mãe por perto, fisicamente, para comemorar a data especial. Para Adriana, Thauane, Tamires e Emir, o dia será de muitas recordações, re-
flexões, lágrimas e também de alguns sorrisos ao lembrar dos bons momentos que ficaram guardados no coração. O quarteto perdeu continua na página 19
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Sábado, 08 de maio de 2021 a mãe, Angela Aparecida da Silva Sanchez, 57 anos, para o novo Coronavírus no último dia 27 de março. Casada com José Nazareno Anzanello Sanchez por 33 anos, Angela era bem conhecida em Cravinhos, pois era frequentadora assídua da Paróquia Santa Luzia e estava sempre envolvida com os trabalhos igreja. “Nossa mãe sempre foi muito ativa na igreja, sempre participou dos trabalhos e durante muitos anos deu aula de catequese. Quantos adolescentes estudaram com ela e foram aconselhados por ela”, disseram as filhas. Além de ser bem conhecida na igreja, Angela trabalhava em uma empresa muito conhecida da cidade, o que a fez construir muitas amizades. Mãe e filha dividiram o mesmo ambiente de trabalho durante 10 anos. “Eu e minha mãe trabalhamos juntas, na mesma em-
presa, por 10 anos. Começamos na mesma linha e ficávamos juntas o dia todo, tanto que eu acho que de nós todas eu sou a que passava mais tempo com ela” disse Thauane. Mulher de fé inabalável, Angela era uma daquelas pessoas que sempre tinha uma palavra de apoio, um ombro amigo e não hesitava em ajudar de alguma forma todos os que chegavam até ela. A notícia de sua internação para tratamento contra a Covid-19 mobilizou a família, os amigos e muitos conhecidos em oração, o que causou surpresa para os filhos. “Depois que minha mãe se foi, nós ficamos comovidas porque muitas pessoas, de várias religiões, vieram nos relatar que pediram a Deus pela saúde e recuperação dela. Outros vieram nos falar que já tinham recebido conselhos de minha mãe, ou que ela tinha ajudado de alguma forma. Saber disso nos
deixou felizes”, contaram. MÃE AMIGA Mãe é sempre sinônimo de amizade, companheirismo e amor incondicional. Mesmo sendo uma, toda mãe se desdobra para que cada filho se sinta único e especial. Para os filhos, Angela desempenhava essa função com maestria o que faz com que, cada um guarde qualidades marcantes da mãe. “Minha mãe era nossa alegria, ela era simplesmente uma mulher inspiradora. Ela tornou eu e minhas irmãs em grandes mulheres. Ela era luz”, disse a Thauane orgulhosa. Já para Tamires a mãe era a alegria da casa e o alicerce da família. “Era nossa amiga, companheira, a pessoa com quem a gente partilhava tudo, pois ela sempre tinha uma palavra para ajudar a gente. Ela era nossa guia. A gente chegava em
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casa e a alegria dela trazia preenchimento para a casa. O movimento da casa era ela. O alicerce da nossa família”. Para Adriana, a mãe era uma mulher generosa que tinha um coração de ouro. “Ela sempre ajudou ao próximo, independente de quem fosse, tinha um coração muito bom, era uma pessoa muito amiga e bondosa”. DIA DAS MÃES Os próximos Dia das Mães da família Sanchez não serão mais os mesmos com a morte da matriarca. Atenciosa e cuidadosa que era, cada uma das filhas sentirá falta de coisas peculiares que faziam com a mãe nesse dia. Para Adriana a maior ausência será na hora de entregar os presentes que a mãe tanto gostava. “Eu sempre me preocupava com o presente, pois assim como ela sempre, sou vaidosa e sabia o quanto ela gostava de receber presentes.
Esse ano eu comprei girassol pra ela, pois ela gostava muito de flores”. “Esse ano será um dia muito estranho, pois pela manhã a primeira coisa que eu fazia era acordar minha mãe. O primeiro dia das mães vai ser muito estranho acordar e não ver ela. Eu sempre acordava, dava um beijo nela, um abraço e agora não teremos mais isso”, contou Thauane. Para Tamires, este Dia das Mães será um turbilhão de emoções. Grávida do primeiro filho, ela passará o primeiro dia das mães sendo mãe, e o primeiro sem a própria mãe. Ela está gravida de 25 semanas do seu primeiro filho, Heitor, neto muito desejado por Angela. “O maior sonho da minha mãe era ser avó. Quando descobri a gravidez, no final de dezembro de 2020, contei para ela que não se conteve de felicidade e contou para muitas pessoas que seria vovó. Infeliz-
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mente ela faleceu sem saber que eu estou esperando um menino”, disse. Para a filha a melhor forma de honrar a memória da mãe é transmitindo ao seu filho os valores que aprendeu com Angela. “Agora, o que eu mais quero é criar meu filho na fé, pois é o que está dando força pra gente, o que está segurando a gente é Deus. Eu tenho certeza que de tudo que minha mãe ensinou, ter fé é o mais importante. As coisas na minha vida podem mudar, minhas convicções, mas a fé que ela me deixou, não”. Mesmo com os acontecimentos tristes, Tamires acredita que há razões para comemorar o Dia das mães. “Esse primeiro dia sem minha mãe será muito triste, mas mesmo assim eu acho que nós temos motivos para celebrar porque se não fosse nossa mãe a gente não existiria. A mulher que ela foi e a mulher que ela é continua na página 21
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Sábado, 08 de maio de 2021 pra nós, porque para as pessoas ela foi, mas pra nós ela é, e sempre será, merece ser sempre lembrada”, falou Tamires emocionada. A DOENÇA De acordo com as filhas, seus pais foram ao Pronto Socorro de Cravinhos pela primeira vez no dia 24 de fevereiro, pois ambos apresentavam os sintomas da Covid-19. Alguns dias depois o esposo de Angela foi internado para tratamento, pois estava com a saturação baixa e ela ficou em casa cumprindo a quarentena. Porém, o quadro clínico de Angela foi se agravando rapidamente e ela voltou no Pronto Socorro da cidade e de lá foi encaminhada para o Hospital São Francisco em Ribeirão Preto, para tratamento da Covid-19. Angela ficou 25 longos dias internada e esse período foi muito doloroso e angustiante para as filhas.
“Minha mãe ficou quase 1 mês internada. No começo nós falávamos com ela todos os dias, depois ela foi ficando cansada, e já não conseguia falar tanto. A última frase que minha mãe disse a nós foi ‘minhas filhas eu amo muito vocês, vai ficar tudo bem’, depois disso ela foi intubada e nós nunca mais ouvimos a voz da minha mãe”, disseram as filhas emocionadas. Na manhã do dia 27 de março Angela faleceu. Nos seus últimos dias de internação o hospital liberou a presença das filhas, já que a mãe não tinha mais o vírus no organismo. Suas filhas foram visitá-las e Thauane cantou para a mãe. “Eu e minha irmã fomos no hospital não para nos despedir, mas na certeza de que no momento em que ouvisse nossa voz ela iria ficar melhor, essa era nossa certeza. Eu cantei pra ela, conversei com ela, e mesmo entuba-
da e sedada eu vi quando uma lágrima rolou dos seus olhos”, disse Thauane. MAIOR HERANÇA De todos os ensinamentos que Angela deixou para os seus filhos, é unanime entre eles que é a fé. “Não tem como falar da nossa mãe sem falar da fé dela. Todas as pessoas que chegam até nós dizem que nossa mãe sempre tinha uma palavra amiga, sempre tinha uma palavra de Deus. Foi isso que ela ensinou pra gente a vida inteira. Ela foi catequista por muitos anos. Quantos jovens passaram por ela, quantos jovens foram evangelizados através da fé dela. É essa herança que está nos ajudando hoje, pois se a gente está conseguindo passar por tudo que já passamos, e agora pelo luto, é por causa da fé que nossa mãe nos deixou. Ela tinha uma fé inspiradora de verdade”, falou as filhas.
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EMPREENDEDORISMO
DIA DAS MÃES: COMO SER UMA MÃE EMPREENDEDORA DE SUCESSO?
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empreendedorismo materno é um modelo de trabalho que vem ganhando destaque considerável nos últimos anos, mas infelizmente, impulsionado por um motivo desanimador: a necessidade de sobrevivência como reflexo a um mercado de trabalho hostil em relação à maternidade. Um estudo feito pela FGV trouxe dados preocupantes que comprovam essa teoria. Segundo os dados divulgados, cerca de 50% das mulheres são demitidas em até dois anos após retornarem da licença maternidade. Para piorar, muitas profissionais optam pela demissão devido às severas dificuldades em conciliar a rotina de trabalho com os cuidados com o novo membro da família. Por mais que o nascimento de um filho traga uma alegria imensa à toda família, não há como negar que sua chegada
também traz uma nova dinâmica para a vida da mulher e sua rotina dentro de casa. Dessa forma, empresas que não permitem uma flexibilidade no dia a dia ou que ainda não possuem preparo para tal, dificultam o desempenho e eficiência das profissionais após o parto. Em meio a esse cenário, o empreendedorismo se torna a melhor opção para que essas mulheres consigam continuar ativas no mercado de trabalho sem que tenham que deixar de lado o cuidado e carinho com os pequenos. Ser um empreendedor não é uma tarefa fácil e exige grande persistência e preparação. Então, a grande pergunta que muitas se fazem é: como se tornar uma mãe empreendedora de sucesso? O primeiro passo é ter em mente o segmento que deseja atuar. O empreendedor nato precisa estar constantemente antenado e atualizado sobre o
que está acontecendo em seu mercado de atuação. Para as mães empreendedoras, isso se torna ainda mais importante. Isso porque alguns segmentos que não necessitam um contato direto com clientes ou parceiros e, tampouco estar de portas abertas para funcionar, permitem com maior facilidade a tão desejada flexibilidade e possibilidade de conciliar a agenda com as crianças. Como exemplo, estão atividades que permitem um tempo livre de fim de semana, empresas de produção de conteúdo, consultorias, e até mesmo empresas do segmento de vendas online. Além disso, essa análise minuciosa do mercado também é importante para a prevenção de possíveis riscos e preparação para crises. Ao estudar o mercado e a economia mundial, é possível entender quais as melhores áreas para se aventurar, se an-
tever a possíveis problemas que podem afetá-lo e até elaborar um bom planejamento financeiro, evitando gastos desnecessários. O mercado sempre dá sinais e é preciso estar sempre atento – seja por meio de jornais, televisão ou plataformas online. A partir desse mapeamento, a segunda dica fundamental para ter sucesso ao empreender é ter uma alta organização e disciplina. Trabalhar em casa requer muita concentração, principalmente com crianças ao redor que adoram se divertir e brincar o dia todo. Uma ótima forma de conseguir isso é distraindo os pequenos com brinquedos que os mantenham interagidos, sempre se preocupando em protegê-lo de objetos que possam oferecer algum tipo de perigo, como pontas de mesa e tomadas abertas, por exemplo. Para aquelas que tiverem condições, opte por colocar os
filhos em escolas – mesmo as de meio período – ou ainda, contrate alguém que possa cuidá-los durante parte do dia. Dessa forma, você terá segurança de que ele estará em boas mãos e maior tranquilidade para se concentrar no trabalho. Por fim, as empreendedoras devem buscar o auxílio de um contador para ajudá-las em todo processo de abertura da empresa e durante toda sua operação. Esse profissional deve ser uma pessoa de extrema confiança e boa formação, com a qual você possa falar sobre seu sonho, dores, necessidades e pedir orientações técnicas para tirar o projeto do papel, além de ajudá-lo nas dúvidas operacionais que com certeza sugirão. Um bom contador fornecerá o melhor direcionamento para o sucesso do seu negócio, com orientações e dicas para que tome a melhor decisão, seja na
abertura da empresa ou no desenvolvimento do dia a dia. Ser uma mãe empreendedora de sucesso não precisa ser uma tarefa difícil. Com disciplina, organização, preparação e, principalmente, o auxílio de um contador experiente, seu negócio tem tudo o que precisa para dar certo. Sem falar que não precisará ficar preocupada e dividida entre cumprir com suas responsabilidades no trabalho e cuidar do tão amado filho.
REGINA FERNANDES é perita contábil, trainer em gestão, mentora e responsável técnica da Capital Social, escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor. Localizado na cidade de São Paulo, atende PMEs do Brasil inteiro por meio de uma metodologia de contabilidade consultiva, efetiva e digital.
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