Parque Estação: Revalorização do Patrimônio Ferroviário do Município de Passos

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e-mail do autor: attosh@outlook.com

Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto -

Santos, Attos Henrique Silva, 1994S237r Revalorização do Patrimônio Ferroviário do Município de Passos / Attos Henrique Silva Santos. – Ribeirão Preto, 2018. 150 f.: il. color. + anexos. Orientadora: Profª. Drª. Érica Cristina Cunha. Monografia (graduação) - Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Arquitetura e Urbanismo. Ribeirão Preto, 2018. 1. Patrimônio histórico ferroviário. 2. Preservação. 3. Revitalização. I. Título. CDD 720


UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO FINAL DE CURSO

PARQUE ESTAÇÃO: REVALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO DO MUNICÍPIO DE PASSOS

ATTOS HENRIQUE SILVA SANTOS ORIENTADORA: PROF ª. DRA. ÉRICA CRISTINA CUNHA CO-ORIENTADORA: PROF ª. DRA. VALÉRIA GARCIA

RIBEIRÃO PRETO, DEZEMBRO DE 2018


“Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer.” Frank Lloyd Wright


AGRADECIMENTOS Este trabalho representa o encerramento de um ciclo no qual pude aprimorar a minha capacidade de compreender o mundo. Em primeiro lugar agradeço ao meu Deus pela conclusão de mais uma etapa em minha vida. A minha família, meus pais Adilson e Elisangela, que tanto admiro, e à minha irmã Brenda, que me emociona ao dizer que a inspiro. Obrigado pelo apoio incondicional e auxílio que foram essenciais para a realização dos meus sonhos. As grandes amizades que conquistei ao longo da graduação, Amanda, Ana Júlia, Elmara, Larissa, Maria Clara, Marcela, Mariana, Natália, Pauline, Thaís, e a todos os colegas do curso que tornaram estes cinco anos memoráveis. Ao corpo docente da Universidade de Ribeirão Preto que nos encaminhou para a vida profissional, principalmente a coordenadora do curso Ruth Montanheiro que me recebeu de braços abertos. A minha orientadora Érica Cristina Cunha e co-orientadora Valéria Garcia, pelo tempo, pela ajuda e pelas correções deste trabalho. Por fim, agradeço a Adriana Beatriz Polez pelas informações e documentos cedidos sobre a Estação, pela sua luta e cuidado com o patrimônio histórico de Passos.


ABSTRACT The present work of end of course presents a revitalization of the historic rail heritage in the municipality of Passos in the state of Minas Gerais. The methodological process was carried out through bibliographical research for the theoretical foundation on the progression of the railroads in the world, the arrival in Brazil, the passage of building in time, the creation of the Station Culture, and the evolution of restoration. The Train Station was founded by the extint Companhia Mogiana in the 1920s, which after its deactivation was transformed into Culture Station, a program designed to create recreational equipment and culture in the place. The project was implemented throughout the outdoor area for recreation activities, showing the full potential of the space. At the beginning of the decade of 2010, the historical good went into complete deterioration, and a great wait for its recovery that happened in 2016. After the completion of the restoration, the use remained restricted to only one of the buildings. This research, assisted in the creation of a revitalization project of the old area, with the intention of retaking the collective memory through the reuse of the good, with emphasis on leisure and culture for the population through a urban park. Keywords: Historic railway heritage, preservation, revitalization.


RESUMO O presente trabalho de final de curso apresenta a revalorização do patrimônio histórico ferroviário pertencente ao município de Passos no estado de Minas Gerais. O procedimento metodológico foi realizado através de pesquisas bibliográficas para a fundamentação teórica que abrange o surgimento das ferrovias no mundo, a chegada no Brasil até o sul de Minas, a passagem no tempo da edificação, a criação da Estação Cultura e a evolução das técnicas retrospectivas por meio de teóricos e das cartas patrimoniais para a salvaguarda de bens. A Estação Terminal de Trem foi fundada pela extinta Companhia Mogiana na década de 20 que após sua desativação foi transformada em Estação Cultura, um programa que visava criar equipamentos de lazer e cultura em todo o perímetro das edificações. Infelizmente o projeto foi parcialmente implantado e a população passou então a utilizar toda a área externa para atividades de recreação, exibindo todo o potencial de uso do local. No início da década de 2010, o bem histórico entrou em completa deterioração, sendo necessário uma grande espera pela sua recuperação que ocorreu em 2016. Após a conclusão do restauro, o uso permaneceu restrito à apenas uma das edificações. O resultado de toda pesquisa, auxiliou na criação de um projeto de revitalização da antiga área ferroviária e da reutilização de seus edifícios, com o intuito de retomar a memória coletiva, resultando em lazer e cultura para a população através de um parque urbano. Palavras-chave: Patrimônio histórico ferroviário, preservação, revitalização.


SÚMARIO


INTRODUÇÃO____________________________________________________________________________________________________________________________13 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA_____________________________________________________________________________________________________14 1.1 O Município de Passos 1.2 A Chegada da Ferrovia na Cidade e a Estação Cultura 1.3 A Passagem da Estação pelo Tempo 1.4 O Movimento Ocupe Estação 1.5 Patrimônio, Preservação e Restauro

2. LEVANTAMENTO DE DADOS____________________________________________________________________________________________________34 2.1 Os Bairros do Entorno 2.2 Recursos Naturais 2.3 Áreas Verdes 2.4 Uso do Solo 2.5 Equipamentos Urbanos 2.6 Antiga Área Industrial 2.7 Gabarito 2.8 Figura Fundo 2.9 Hierarquia Viária Funcional 2.10 Estudo Solar 2.11 A Estação Cultura 2.12 Os Edificios da Estação Cultura

3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS____________________________________________________________________________________________________62 3.1 Estação Ferroviária de Mairinque 3.2 Museu do Pão 3.3 Parque Bicentenário Infantil 3.4 Praça C 3.5 Espaço Público Tapis Rouge 3.6 Ladeira da Barroquinha

4. O PROJETO__________________________________________________________________________________________________________________________74 4.1 O Processo 4.2 O Projeto Final

CONSIDERAÇÕES FINAIS____________________________________________________________________________________________________________139 REFERÊNCIAS__________________________________________________________________________________________________________________________140 ANEXOS_________________________________________________________________________________________________________________________________146



INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta um projeto de revalorização do patri-

A Estação Cultura foi um projeto implantando parcialmente, sendo

mônio ferroviário na cidade de Passos, Minas Gerais, tendo como premissa

que foi atribuído o uso apenas em uma das edificações, que atualmente

a conservação de seu valor histórico, com a proposta de levar o lazer, a cul-

abriga o Centro de Memória Professor Antônio Teodoro Grilo. Na teoria, o

tura e o entretenimento para a população. A proposta consiste na reutiliza-

local seria utilizado por meio de diversas iniciativas que resgatassem a cultu-

ção das edificações da antiga estação ferroviária e na potencialização de sua

ra local, oferecendo incentivo às artes a partir de oficinas, formação musical

área externa que atualmente é utilizada como local de lazer pela população.

e teatral, praças, memoriais e um museu que rememorasse toda a história

A Estação foi fundada pela extinta Companhia Mogiana, e desde 1994 fun-

da ferrovia. O projeto acabou servindo de referência para criação de vários

ciona como Estação Cultura, foi tombada pela municipalidade e pelo Institu-

outros centros, tornando a cidade de Passos pioneira a partir dessa iniciati-

to Estadual de Patrimônio Cultural e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG)

va, mas infelizmente houve o abandono das propostas (GRILO, 2008).

A cidade necessita de uma requalificação na maioria de seus espaços

O objetivo geral deste trabalho final de curso, é revitalizar a área da

públicos. Muitos destes espaços se encontram em situação de abandono

Estação Cultura, valorizando todo o complexo, integrando a paisagem exis-

ou com pouca manutenção, devido a isso a população local se apropriou

tente com lazer e cultura, contemplando aspectos urbanísticos, paisagísticos

da área externa da Estação, que não possui equipamentos necessários para

e arquitetônicos. Os objetivos específicos são compreender como esse bem

seu usufruto. É preciso potencializar os atuais usos, atribuindo novos equi-

histórico e cultural pode contribuir para o desenvolvimento da cidadania e

pamentos que complementem as práticas de lazer dos habitantes. Segundo

cultura da população da cidade de Passos e utilizar o patrimônio por meio

Jacobs (2000), os parques de bairro ou espaços destinados para lazer são

de suas múltiplas possibilidades, garantindo assim sua eternidade.

considerados uma dádiva à população das cidades.


1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



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1.1 O MUNICÍPIO DE PASSOS

Com o objetivo de circunscrever o contexto histórico e compreender

A cidade de Passos está localizada na Mesorregião do Sul e Sudoeste

a organização espacial da Estação de Passos, realizou-se uma pesquisa bi-

de Minas Gerais. Grilo (1990), historiador e antigo membro do Conselho do

bliográfica e documental em diversas fontes disponibilizadas pela municipa-

Patrimônio Cultural do Município de Passos, retrata a história da cidade par-

lidade. Na Biblioteca Municipal de Passos tivemos acesso aos livros como A

tindo de seus primórdios que se inicia há cerca de dois séculos atrás. Tudo

História Social de Passos de Antônio Theodoro Grilo, álbuns históricos como

começa a partir do povoado da tribo indígena dos Caiapós localizado entre

o Álbum de 1920 de Elpidio Lemos de Vasconcelos e matérias dos jornais

os rios Sapucaí e Rio Grande, estes foram os primeiros habitantes do local

Folha da Manhã que continham detalhes sobre a situação do edifício ao

que era chamado de sertões de Jacuí, cidade mais importante da região na-

longo dos anos. O Conselho do Patrimônio Cultural do Município de Passos

quele período por possuir minas de ouro. A província de Minas Gerais ainda

disponibilizou todo o último projeto de restauro realizado pelo grupo Rede

não era existente, mas as principais cidades que hoje são históricas como

Cidade, possibilitando o acesso à informações sobre a história das edifica-

Ouro Preto e Sabará já estavam sendo exploradas devido à grande quantida-

ções e sobre o projeto que foi parcialmente implantado. Levantamentos fo-

de de ouro encontrado nelas.

tográficos também foram realizados no antigo complexo ferroviário.

Artigos como As Ferrovias no Brasil de Dilma Andrade de Paula, As

índios os quais acabaram perdendo seu território que veio a ser invadido

Oficinas da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro de Rita de Cássia Fran-

também por aventureiros que estavam em busca de ouro. Um pequeno gru-

cisco, e o livro de Beatriz Mugayar Kühl, Arquitetura do Ferro e Arquitetura

po se instalou as margens do ribeirão Bonsucesso, criando assim o primeiro

Ferroviária em São Paulo, auxiliaram a compreender os primórdios da ferro-

aglomerado populacional. Após a Inconfidência Mineira, houve a queda da

via no Brasil e a história da empresa responsável pela instalação da ferrovia

exploração de ouro, fazendo com que as pessoas abandonassem as minas,

na cidade de Passos. Artigos também de Kühl, foram essenciais e contri-

deslocando-se para outras áreas do estado onde se instalaram dedicando

buíram para a coleta de informações sobre a prática de restaurar, junto de

suas atividades as fazendas de plantio e de criação. Assim o pequeno aglo-

títulos A Teoria da Restauração de Cesare Brandi que é uma das principais

merado se tornou o Arraial do Senhor dos Passos, que coincidiu com o início

teorias utilizadas atualmente junto da Carta de Veneza.

da formação das fazendas. A população, que no primeiro censo no ano de

Com a chegada dos bandeirantes houve inúmeras batalhas com os


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Figura 1: Mapa do Brasil. Figura 2: Mapa de Minas Gerais. Fonte: Lima Soluções Energéticas 2018.

1831, possuía 1792 pessoas, sendo 1183 livres e 609 escravos, 254 casas incluindo as fazendas e 74 proprietários de escravos. As fazendas eram dedicadas as atividades produtivas, baseadas no trabalho escravo, que destinavam seu cultivo aos comércios. Em 1848 o arraial tornou-se a Vila Formosa do Senhor Bom Jesus dos Passos, criando assim a Câmara que tinha a autonomia para legislar e administrar o município.

A pecuária de invernada era a criação de gado para engorda que se

tornou uma atividade intensificada nas fazendas, causando um crescimento na economia local o que auxiliou a elevação da vila à categoria de cidade no dia 14 de maio de 1858. A invernada produziu o capital dos produtores, que com a circulação da riqueza gerou o desenvolvimento urbano e consequentemente a ampliação de suas fazendas, transformando a economia de Passos totalmente baseada na pecuária.

Atualmente a cidade é um polo regional. Segundo o IBGE no sen-

so de 2017, a estimativa era de 114.458 habitantes. Devido ao seu grande crescimento percebe-se uma constante modernização urbana, possuindo sua economia, que antes era baseada somente na pecuária, somada ao seu grande desenvolvimento comercial.

Figura 3: Imagem de Satélite de Passos. Fonte: GOOGLE Earth, 2018.


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1.2 A CHEGADA DA FERROVIA NA CIDADE E A ESTAÇÃO CULTURA

Para compreender a implantação da ferrovia na cidade de Passos, é

da história da arquitetura, da engenharia e da técnica”.

necessário recorrer ao contexto histórico das ferrovias.

Francisco (2007), explica a história da Companhia Mogiana de Estra-

Conforme as pesquisas de Kühl (1998), em meados do século XIX

das de Ferro e Navegação, que foi a empresa responsável pela criação do

na Europa e nos Estados Unidos da América, o desenvolvimento ferroviá-

Terminal Ferroviário de Passos. Foi fundada em 1872 na cidade de Campi-

rio teve um grande crescimento, desencadeou grandes transformações em

nas, relacionando-se diretamente com a chegada dos trilhos da Companhia

todo o sistema de transporte, configurando territórios em diversos países e

Paulista no município. Neste período a produção paulista de café estava em

alterando a paisagem do meio natural. Toda essa expansão ferroviária resul-

seu auge. Foi uma das mais importantes companhias, junto da Companhia

tou na origem de um novo tipo de construção, as estações de trem as quais

Paulista e da Sorocabana, possuindo um grande percentual de linhas férreas

demonstravam estilos de inspiração inglesa do século XIX, que tendem ao

no estado de São Paulo.

neogótico.

A implantação do transporte ferroviário ocorreu efetivamente no

de 1875, que ligava Campinas a Jaguariúna. Até meados de 1890 foram

Brasil no ano de 1852, quando Irineu Evangelista de Souza, conhecido como

construídos uma grande quantidade de pequenos trechos, sendo que de

Barão de Mauá, realizou um contrato que continha a construção de uma

todas as companhias paulistas, a Mogiana foi a que criou maior extensão de

estrada de ferro com o Governo Provincial do Rio de Janeiro, que partiria da

linhas, prolongando-as até o estado de Minas Gerais. Kühl (1998), relata que

Praia da Estrela até a raiz da Serra da Estrela, contraforte da Serra do Mar,

entre 1908 e 1927 aconteceu um crescimento espantoso de linhas férreas

de onde seguiria ao vale do Rio Paraíba e rumo à Província de Minas Gerais.

em Minas Gerais, contando que o Terminal Ferroviário da cidade de Passos

Dois anos depois foi inaugurado o primeiro trecho ferroviário do país, entre

foi concluído no ano de 1921 dentro deste período.

a praia, depois Porto Mauá e Fragoso. Em 1850 o Estado passou a incentivar

a expansão ferroviária, objetivando o crescimento da economia agroexpor-

da pela população, no total houve quatro projetos para execução da ferro-

tadora e ampliando também a entrada de investimentos, os quais vinham

via, o que ocasionou um grande período de espera pela sua construção. O

principalmente da Inglaterra (PAULA, 2000). Segundo Kühl (1998), “nossas

primeiro projeto data no ano de 1888. A instalação da ferrovia na cidade

companhias ferroviárias são depositárias de um enorme legado, patrimônio

de Três Corações despertou o desejo nos habitantes do prolongamento da

O primeiro trecho instalado pela companhia foi inaugurado em maio

Segundo Vasconcelos (1920), a Estação de Passos foi muito cobiça-


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linha até Passos, gerando um projeto apresentado pelo deputado da Assem-

sul do estado sendo de Tuyuty a Guaxupé passando por Muzambinho, de

bleia Provincial de Minas, Dr. Antônio Pinheiro de Menezes Jurumenha, que

Guaxupé a São Sebastião do Paraíso e Santa Rita passando por Monte Santo

resultou na criação de uma lei após qual o presidente da província mandou

e de Guaxupé a Passos, até a margem do Rio Grande por Jacuí. Os serviços

executá-la. A Companhia Estrada de Ferro Minas e Rio realizou os estudos

da Mogiana seguiram até o Serrado (Biguatinga), quando houve a substi-

e orçamentos, sendo aprovados pelo Governo Geral, mas em 1889, com a

tuição do engenheiro da superintendência da companhia fazendo com que

Proclamação da República no Brasil, a companhia construtora que era de

interrompessem às obras que não haviam alcançado Passos.

origem Inglesa com medo de prejuízo adiantou o prazo da construção, dei-

xando validar o período fazendo com que o projeto fosse abandonado (VAS-

rintendente encaminhou um engenheiro para realizar um estudo de traçado

CONCELOS, 1920)

partindo de São Sebastião do Paraíso. A companhia enviou um memorial ao

O segundo projeto aconteceu após alguns anos quando ocorreu a

Governo solicitando a mudança da linha de Passos que partiria de Guaxupé

reforma do contrato com a Companhia Estrada de Ferro Muzambinho que

para São Sebastião do Paraíso, cuja linha também partiria de Guaxupé, fa-

estava obrigada a construir uma prolongação da futura linha de Monte Belo

zendo com que essa mudança aumentasse o percurso em aproximadamente

até Passos, mas a companhia com falta de recursos não chegou a construir

70 km de estrada (VASCONCELOS, 1920). Aprovada as mudanças, foi iniciada

o ramal de Monte Belo, fazendo com que os passenses ficassem frustrados

a construção na cidade de São Sebastião do Paraíso em novembro de 1917

mais uma vez pela perda do projeto (VASCONCELOS, 1920).

com o assentamento dos trilhos em maio de 1918. Grilo (2007), mostra que

Em 1908, o Governo Federal publicou um edital que convocava em-

o quarto e último projeto para o ramal de Passos foi locado no cruzamento

presas para o arrendamento das estradas Minas-Rio e Muzambinho, definin-

das ruas Tenente Vasconcelos e Coimbras, que na época era uma área afas-

do também a construção e o prolongamento dos ramais da Muzambinho,

tada da urbanização. O ramal foi concluído em dezembro de 1921, sendo o

sendo o de Passos finalmente contemplado. Os contratos foram lavrados

último trecho instalado na história da Mogiana.

em 1909 com as companhias Estrada de Ferro Sapucaí e Mogiana, a primeira ficou encarregada de explorar as estradas encampadas e a construção de alguns ramais, e a segunda com a missão de construir as estradas do extremo

Dentro deste contexto surge o quarto projeto, quando o novo supe-


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Ata de ouro, como abaixo se declara. Aos onze dias do mês de dezembro de mil novecentos e vinte e um, nesta cidade de Passos, sendo Presidente da República o exmo. Epitácio Pessoa e Presidente do Estado do exmo. Sr. Dr. Arthur Bernardes, Presidente da Câmara o exmo. Sr. Cel. João Caetano de Barros e Presidente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação o exmo. Sr. Cel. Manoel de Moraes às 15 horas e 45 minutos chegou a esta cidade o trem inaugurante do ramal férreo Itaú de Passos, do ramal de Guaxupé, vindo dos exmos. Srs. Dr. C. Stevenson, inspetor geral, Domingos Moraes, Dr. Guedes Nogueira, engenheiro do distrito, Dr. Lincoln de Almeida, engenheiro fiscal, Dr. Próspero Ariani, chefe da linha, Dr. Horácio Costa, chefe da locomoção e Dr. Francisco Lena, deputado por este distrito. À estação compareceu a comissão, coronéis João Caetano de Barros, Limírio Mello Pádua e os demais membros constrantes do programa, eleita para receber os nobres senhores. Também ficou registrado o comparecimento das pessoas que constituem as classes sociais e suas profissões, reunião abrilhantada pela Corporação Musical N. S. das Dores sob a regência do Maestro Pirahy. Cerca de quatro mil pessoas aguar-

davam a chegada do camboio inaugural, o que se verificou sob entusiásticas aclamações populares. Aos chefes da Companhia de Estrada de Ferro Mogiana e representantes do exmo. Sr. Ministro da Viação o exmo. Sr. Dr. Bernardino Vieira, presidente do diretório e vate passense fez belíssima e encantadora saudação, cujas palavras finais foram recebidas por uma salva de palmas. Ato contínuo, o préstito seguiu para o Paço Municipal desta cidade, onde o exmo. Sr. Presidente abriu uma sessão cívica para registrar o presente impulso ao progresso a este município, tenazmente cuidando do engrandecimento de Minas e do Brasil. Convidou a mim Francisco L. Pinto, para secretário o que fiz registrando também que a mesa assim ficou constituída: Presidente Cel. João Caetano de Barros, tendo à direita o Dr. Guedes Nogueira; representante do Dr. Ministro da Viação e à esquerda o Dr. Carlos Stevenson, representando a diretoria da Companhia Mogiana e laterais os Srs. Dr. Lincoln de Almeida, fiscal do governo, Dr. Domingos Moraes, Dr. Horácio Costa, Dr. Hermos Braga, Cel. José Vilela Lemos, Cel. José Stockler de Lima, Dr. Francisco Lena, Dr. Otton Baena e Cel. João de Lima. Falaram o Cel. José Stockler de Lima em , nome da câmara e Capitão


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Nery Tolentino, que em palavras de intenso júbilo se congratularam com a população passense pela inauguração da estrada de ferro. Depois de falar o Cel. Stockler de Lima, foi executado o Hino Nacional pela Corporação Musical Santa Cecília, regida pelo Maestro Francisco Nazzaro, vinda de Monte Santo. (seguem-se assinatura de 66 pessoas). (Cf. Códice sem título, tombo n. 0975, Centro de Memória “Prof. Antônio Theodoro Grilo”, de Passos, folhas 4, 5 e versos, não numeradas originalmente). (REDE CIDADE, 2011).

ído um barracão destinado exclusivamente para cargas, ficando o banheiro masculino entre este barracão e o pavilhão principal (GRILO, 2007). Possui também uma caixa d’água, elemento que era importante na composição das instalações ferroviárias. Segundo Kühl (1998), as locomotivas a vapor necessitavam nove vezes mais de água do que carvão para seu funcionamento.

As estações terminais em sua maioria possuíam um formato re-

tangular, como é o caso da Estação estudada, encontravam-se dispostas paralelamente aos trilhos, sendo denominadas laterais (KÜHL, 1998).

Com o início da Primeira Guerra Mundial (que dificultou a importa-

ção de equipamentos), a grande depressão econômica de 1929 (que desenA Estação Terminal de Passos funcionou como transporte de cargas

cadeou a crise do setor agroexportador), e a expansão rodoviária no país, fez

e de passageiros, os quais seguiam destino à cidade de São Paulo, indo para

com que a rede ferroviária entrasse em decadência (PAULA, 2000). A Mogia-

Campinas onde tinham o acesso a outro trem que terminava o percurso até

na sofreu com os reflexos da queda da bolsa de Nova Iorque e também com

a capital paulista (HÁ 37... 2013). Foi inspirada na arquitetura inglesa, estilo

os efeitos das duas guerras mundiais o que acabou abalando sua situação

que era padronizado pela Mogiana. Continha em seu pavilhão principal um

econômica, gerando diversas dívidas as quais não foram sanadas, o que fez

hall de acesso com guichês para a venda de passagens, seguido pela sala de

com que o governo passasse a administrá-la em 1952. Duas décadas depois,

administração, banheiro de senhoras e um barracão de cargas; separado do

o governo do Estado de São Paulo cria a Ferrovia Paulista S/A (FEPASA), que

prédio central há um pequeno anexo que era destinado aos banheiros mas-

era a unificação das cinco estradas de ferro remanescentes e que estavam sob

culinos. Na fachada principal encontra-se apenas as escadas de acesso ao

sua custódia, sendo elas a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Estrada

hall e uma pequena plataforma para cargas, ao fundo havia a plataforma de

de Ferro Sorocabana, Estradas de Ferro Araraquara, Companhia Mogiana

embarque e desembarque. O local onde funcionava a oficina de reparos e

de Estrada de Ferro e Estrada de Ferro São Paulo-Minas (FRANCISCO, 2007).

o viradouro foram destruídos. Entre as décadas de 1940 e 1950 foi constru-


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A Estação Ferroviária de Passos seguiu até 1976 com o tráfego de

passageiros, após isso permaneceu apenas com a função de carregar cargas, principalmente da fábrica de cimentos Itaú, sendo completamente desativada pela FEPASA em 1986 (HÁ 37... 2013). Houve complicadas negociações entre a prefeitura da cidade e a empresa, acarretando em um processo de desapropriação e transferência do patrimônio para a municipalidade. A empresa após este fato, retirou todos os móveis e objetos das edificações, incluindo a placa de inauguração que foi confeccionada pelo município, a qual não foi encontrada em nenhum dos principais depósitos da companhia. Nos anos seguintes a estação ficou completamente abandonada. Para evitar depredação e ataques de vândalos, a prefeitura decidiu emparedar todas as portas e janelas, evitando assim danos maiores.

No fim década de 1980, a população se movimentou solicitando um

projeto para a instalação de uma Instituição Pública que preservaria documentos e testemunhos históricos do Poder Judiciário, que estavam correndo o risco de serem encaminhados para a capital mineira e lá incinerados. As manifestações acabaram resultando na ideia de um Centro de Memória, iniciativa do professor historiador Antônio Theodoro Grilo, cogitando assim o tombamento da Estação (GRILO, 2007).

O projeto da Estação Cultura contou com a participação de artistas,

arquitetos e educadores, e abrangeria o Centro de Memória junto de diverFigura 4: Mapeamento de linhas criadas pela Companhia Mogiana. Fonte: Expedição Passos, maio de 2018.

sas outras iniciativas, sendo elas a ludoteca, espaço que funcionaria como memorial dos brinquedos infantis; o teatro de arena; a praça museológica,


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onde haveria testemunhos materiais; o passeio público, local de convívio;

concluída a Estação Cultura, inaugurando o Centro de Memória que recebeu

a rua da vila, onde desfilariam tradições e costumes da cidade; a praça das

uma documentação pública pertencente ao município referentes aos pode-

quatro estações e as oficinas de arte contendo escolas de formação musical,

res Executivo e Legislativo, contendo cerca de 12.000 processos forenses

cultural e artísticas (GRILO, 2008).

desde 1800 até 1945 (GRILO, 2008).

Em matéria para a Folha da Manhã (ESTAÇÃO... 2002), dois historia-

Grilo (1993), publica em sua coluna na Folha da Manhã um agradeci-

dores, Aparecido Marcondes e Adilson Martins, que realizaram uma viagem

mento direcionado ao então prefeito da cidade, José Hernani da Silveira, por

para descobrir os tempos áureos da Mogiana no início da década de 1990,

ter realizado o tombamento da estação, dizendo que ele teve a coragem e

verificaram a situação de diversas estações. Sobre a chegada na estação de

o discernimento de perceber que a população passense não teria futuro se

Passos há o seguinte relato, “[...] foi muito marcante para nós, em 1992

não retomasse a sua memória.

quando chegamos ao ponto final da incursão no território mineiro encontramos uma estação abandonada, toda lacrada com tijolos e em estado deplorável. Foi uma visão desoladora para nós”, relembrou Marcondes. Nesse período iniciava-se o requerimento para tombar as edificações.

No dia 14 de maio de 1993, a Estação Ferroviária de Passos e suas

edificações foram tombadas pelo Decreto Nº 63/93 (em anexo), criando assim o espaço denominado Estação Cultura. Porém o dossiê não seguiu a ordem legal do processo de tombamento, o que ocasionou a desaprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), assim o decreto foi considerado sem valor. Mesmo diante deste fato, foi iniciado o processo de restauração em maio 1993. Não existem maiores informações sobre a empresa e os envolvidos nessa ação. Grilo (2007), relata que os edifícios foram submetidos a um restauro dentro domaior rigor técnico.

Em maio de 1994, um ano após o início das obras, declarou-se

Velha Estação, por onde circularam trens de carga e de passageiros, da década de vinte aos anos 70; por onde mistos e expressos trouxeram novidades, notícias, pessoas, - o mundo do estrangeiro – que queria dizer o resto do Brasil e o mundo; que levaram produtos, riquezas, pessoas, vidinhas e filosofias interioranas para o consumo das capitais e das civilizações... A Estação com todo o universo que girou ao seu redor, é um testemunho. É assim que tem que ser vista e admirada pelas gerações presentes e futuras. É um testemunho em si mesma, pela sua arquitetura, pela forma, pela configuração do espaço que passou a ocupar e com o qual se inseriu no conjunto da cidade... Mas, para além do visível restam as grandezas do invisível, do caroço das coisas. Cada pedaço


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da estação é também um pouco de alguém: do operário, do engenheiro, do Prefeito João de Barros, que a inaugurou nos idos dos anos vinte. Ainda respiram naquelas pedras os trabalhadores da ferrovia; ainda ali suspiram donzelas em janelas da primeira classe; e, com jeitinho, podemos ver nos vagões o burburinho e a serena austeridade da gente que ia e vinha em busca de trabalho e oportunidade para o ganho da vida. Ah, velha estação, por onde passaram todas as pulsações de uma Passos que não existe mais... Até o eco das perigosas armas – de fogo ou de política – pode ser ouvido, misturado ao arfar da “maria fumaça” e o apito estridente, marcante, verdadeiro relógio dos moradores vizinhos. (GRILO, 1993).

No decorrer dos anos, o projeto da Estação Cultura acabou sendo

esquecido e não aplicado, fazendo com que funcionasse apenas o Centro de Memória. O local se tornou vítima de abandono do poder público, perdendo sua função de ser um espaço dedicado para o lazer e educação da população passense. Seu projeto que serviu de referência para criação de vários outros centros, não somente no estado de Minas Gerais, mas também em regiões

de São Paulo e Rio Grande do Sul, o que fez Passos pioneira com a sua criação, mas acabou abandonando a proposta nos anos seguintes. Nenhuma das gestões públicas a partir de 1996 teve o bom senso de promover a Estação (GRILO, 2008).

Em 2005 os edifícios encontravam-se em um bom estado de con-

servação, necessitando apenas de reparos no telhado que apresentava problemas de umidade, uma nova pintura havia sido realizada e a grama do entorno estava aparada (A REALIDADE... 2005).

Em abril de 2007, o decreto de tombamento foi refeito (Decreto Nº

991/2007 em anexo) e encaminhado ao IEPHA/MG que reconheceu e transformou todo o complexo em patrimônio cultural, sendo as edificações e incluindo as casas dos antigos operários que se encontram dentro da quadra.

Com o passar dos anos, a Estação Cultura entrou em declínio nova-

mente, encontrando-se em um péssimo estado de conservação, deteriorada e com diversas patologias. Em 2011, foi iniciado um levantamento de campo realizado pelo escritório Rede Cidade que havia sido contratado para o projeto de restauro, o local estava infestado por pombos nos forros, a rede de esgoto infiltrava a base o que provocou afundamento do piso entre outros agravamentos (INICIA... 2011). No ano seguinte, foi anunciado o seu segun-


25

do restauro. Adriana Beatriz de Oliveira Polez Rocha, presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Passos, declarou que o projeto junto da planilha orçamentária, seriam enviados ao Fundo Estadual da Cultura para captação de recursos (ANUNCIADO... 2012). Porém a verba necessária para o início das obras não foi obtida, criando um atraso no cronograma.

Com recursos do Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Artís-

tico e Cultural (FUMPAC) e do município, em 2016 deu-se início o projeto de restauro da Estação. Foram recuperados o saguão de passageiros, telhado, piso, reboco e pintura, sendo entregue à comunidade em dezembro do mesmo ano. Este foi apenas o primeiro passo de um grande projeto de restauro proposto pelo Conselho, sendo necessário maiores recursos financeiros os quais a Prefeitura deverá captar nos próximos anos (PREFEITURA DE PASSOS/MG, 2016). Atualmente as estruturas, esquadrias e telhados dos edifícios encontram-se em bom estado, sendo possível notar a inexistência de grandes patologias, mas apenas uma das edificações continua sendo utilizada para usufruto da população, o Centro de Memória locado no antigo depósito.


1.3 A PASSAGEM DA ESTAÇÃO PELO TEMPO

1994

Figuras 7 e 8: O primeiro restauro foi iniciado em 1993 e concluído em meados de 1994 . Fonte: Acervo público da Estação Cultura, 2018.

1921

Figura 5: A Estação em seus primeiros anos de funcionamento. Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil, 2018.

1992

Figura 6: Desativada, a Estação permaneceu lacrada para impedir sua degradação e ataques de vandâlos. Fonte: Folha da Manhã, 1992.

2001

Figuras 9 e 10: Em 2001 as edificações estavam em bom estado e os moradores dos arredores começaram a utilizar o espaço para lazer . Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil, 2018.


27

2014 2006

Figuras 11 e 12: Em meados da primeira década de 2000 as edificações encontravam-se conservadas. Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil, 2018.

Figuras 13: Em 2014 a Estação caiu no esquecimento do poder público, entrando em estado de completa deterioração. Sua estrutura encontrava-se comprometida. Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil, 2018.

2018

Figuras 14 e 15: Após o segundo restauro em 2018, as edificações se encontram em um ótimo estado de conservação, mas parte de suas instalações permanecem sem uso. Fonte: Autor, 2018.


28

1.4 O MOVIMENTO OCUPE ESTAÇÃO

No ano de 2015, alguns cidadãos passenses juntos de uma iniciativa

dos membros do Fórum Permanente de Cultura de Passos, grupo o qual age em prol da políticas públicas e culturais na cidade, criaram o movimento Ocupe Estação que tinha como o principal objetivo gerar um ato político de protesto contra a situação de abandono com um dos mais importantes patrimônios históricos da cidade. Um evento foi promovido no local, denominado Piquenique da Estação, o que gerou uma apropriação dos gramados da Estação Cultura por dezenas de pessoas que participavam de atividades recreativas ligadas a cultura popular, contando com a participação de voluntários como profissionais de diversas áreas, artistas e formadores de opinião (PASSENSES... 2015).

O evento continuou sendo realizado mensalmente aumentando a

cobrança pela reforma dos edifícios. Um ano após a primeira edição houve o início das obras de restauro. O piquenique se tornou uma referência de ocupação cultural, gerando o interesse da população pelo bem a partir de reuniões e debates sobre a utilização dos espaços públicos como ferramenta de transformação social. Após a recuperação das edificações, os moradores continuaram a organizar o evento, tornando a proposta de manter o local vivo e como um equipamento de uso público (PIQUENIQUE... 2017).

Figura 16: Cartaz elaborado pelos criadores do evento. Fonte: Ocupe Estação, junho de 2015.


29

Figura 17: Gramado da Estação ocupado pelos participantes do evento. Fonte: Ocupe Estação, novembro de 2015.

Figura 18: Interação entre os participantes do evento. Fonte: Ocupe Estação, setembro de 2017.

Figuras 19, 20 e 21: O evento continua acontecendo após a recuperação dos edifícios. Fonte: Ocupe Estação, maio de 2018.


30

1.5 PATRIMÔNIO, PRESERVAÇÃO E RESTAURO

O patrimônio histórico deve ser entendido e estudado para que seja

havendo tal entrelaçamento entre eles, como já vimos, se um deles não é guardado o conjunto se desarmoniza e se desequilibra, o que no fundo não é bem o que se queria, pois o escopo seria um fielretrato de um estágio cultural (LEMOS, 1981, p.24.)

submetido a uma intervenção. Choay (2001), define patrimônio como um bem destinado ao usufruto de uma comunidade que se amplia cada vez mais, o que gera o acúmulo de objetos que reúne seu passado comum, sendo que a arquitetura é capaz de fazer reviver o nosso passado. Completa ainda dizendo que o monumento histórico só pode ser antigo, o que mostra com singularidade a produção dos nossos antepassados e a evolução das civilizações e das cidades.

De fato, é necessário salvaguardar nossos bens materiais para que as

gerações futuras tenham acesso ao conhecimento da história e percebam a evolução constante das cidades mantendo assim a memória coletiva. Lemos (1981), enfatiza que é dever de patriotismo preservar os recursos materiais, sendo que o termo preservar deve ser aplicado em todo o seu significado. Preservar, diz o mestre Aurélio, é livrar de algum mal, manter livre de corrupção, perigo ou dano, conservar, livrar, defender e resguardar. Todas essas providências, no nosso caso, estão, ou deveriam estar incidindo sobre uma amostragem representativa da totalidade de elementos que compõem o amplo Patrimônio Cultural; sobre todos, porque

Segundo Kühl (1998), as raízes da preservação começaram a surgir

no Renascimento, é neste período que começa a acontecer a realização de intervenções em edifícios de épocas precedentes, criando assim o interesse por construções do passado.

Essas intervenções foram em geral realizadas para a adaptação de

necessidades da época, vindo a amadurecerem entre os séculos XV e XVIII (KÜHL 2006). Os aspectos teóricos e técnico-operacionais da restauração são fruto de um longo processo – com origens no século XV e que se acelera a partir de meados do século XVIII -, em que se verificaram numerosas experiências práticas, elaborações teóricas, feitura de inventários e de leis voltadas à tutela que acabaram por caracterizar o restauro como campo disciplinar autônomo – mas jamais isolado, pois necessita de vários campos do saber (KÜHL, 2010, p. 28).


31

Por meio das cartas patrimoniais é possível notar a evolução da pre-

nos aos bens tombados. Após a Segunda Guerra Mundial, o conceito de

servação e reconhecimento dos patrimônios históricos. A Carta de Atenas,

patrimônio passa por mudanças, fazendo com que aconteça a ampliação de

elaborada em 1931 durante uma conferência organizada pelo Escritório In-

seu campo, agregando também não só construções importantes, mas tam-

ternacional dos Museus Sociedade das Nações, foi o primeiro documento a

bém obras modestas, bairros, cidades e também os patrimônios imateriais,

tratar da aplicação prática de supor novos métodos voltados à preservação

que são costumes culturais específicos de um determinado povo.

dos patrimônios históricos. Trata-se do primeiro documento a dedicar-se a

utilização dos monumentos para que se assegurasse a existência dos mes-

Atenas, servindo como um dos principais referenciais teóricos até os dias

mos. Em 1933, como resultado do Congresso Internacional de Arquitetura

atuais, mesmo após a criação de outras cartas que podem ser consideradas

Moderna (CIAM), surge uma nova versão da Carta de Atenas, que para Kühl

complementos desta (RUFINONI, 2013), que será utilizada como base para

(1998) propunha ignorar o passado para que se criasse um novo caminho

a elaboração do projeto de requalificação dos espaços da Estação Cultura.

para a arquitetura moderna, preservando assim os centros históricos e edi-

Foi resultado do II Congresso Internacional de Arquitetos e de Técnicos de

ficações que possuíssem um grande valor, desde que não estivessem em

Monumentos Históricos em 1964, realizado pelo Conselho Internacional de

desacordo com os ideais modernistas, como a expansão das cidades e com

Monumentos e Sítios (ICOMOS), a qual prescreve que há uma grande neces-

as prioridades de tráfego.

sidade de utilizar os monumentos, podendo ser atribuídos de novos usos

Castriota (2007), relata que dentro deste contexto das Cartas de Ate-

desde que respeite sua integridade e seus espaços existentes, necessitando

nas, no Brasil, acontecia a primeira ação de preservação de patrimônio, que

também de manutenção permanente (KÜHL, 2010). Os documentos do ICO-

foi a consagração de Ouro Preto como monumento nacional através do De-

MOS são necessários e se enquadram no contexto de restauração referin-

creto Nº 22.928 em julho de 1933. No ano seguinte, a partir do Decreto Lei

do-se ao Brasil, nossos aspectos de autenticidade e materialidade dos bens

Nº 25, é fornecido ao SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico

que se aproximam da Carta de Veneza. Estes documentos são redigidos com

Nacional) os meios legais para a política de preservação efetiva, tendo como

a participação de notáveis estudiosos que criam análises e debates contri-

principal consequência permitir a esse órgão o cuidado e prevenção de da-

buindo para a noção de diversos ambientes culturais ao redor do mundo.

A Carta de Veneza surge como documento sucessor das Cartas de


32

Nenhuma outra carta foi elaborada a ponto de substituir a de Veneza, de-

numento que deve ser respeitado na forma em que se encontra, evitando

vido aos seus princípios serem considerados essenciais para a preservação

assim qualquer tipo de intervenção mostrando as marcas de sua passagem

(KÜHL, 2009).

pelo tempo. Ruskin acabou contribuindo com sua teoria uma interpretação [...] a restauração que calcada nas humanidades e nas ciências naturais, perscruta os aspectos históricos, formais e de constituição material desses bens, oferecendo preceitos adequados para que essas obras possam, de fato, continuar a ser documentos fidedignos e, como tal, servir como efetivos suportes de várias estratificações do conhecimento e da memória coletiva, e, desse modo, ser analisadas de forma idônea pelos campos da antropologia, da história, da sociologia, etc. (KÜHL, 2009, p. 23).

do bem cultural em sua inteireza (RUFINONI, 2013).

Camillo Boito (1836-1914), antecedeu a principal teoria utilizada nos

dias atuais, e que de certa forma causou influência em sua elaboração, a de Cesare Brandi, que será utilizada como referência para o projeto da Estação Cultura. Boito (2008) afirma que “para bem restaurar é necessário amar e entender o monumento”, concluindo sobre as restaurações que deve ser feito milagres para conservar a construção, mantendo o seu velho aspecto artístico e se for necessário acrescentar complementos que sejam evidentes, que não pareçam fazer parte das obras antigas e que demonstrem aspectos atuais. Segundo Rufinoni (2013), o teórico herdou a preocupação com a autenticidade do documento, posicionando-se entre as teorias de Le

A partir do século XIX surgem as teorias do restauro, as quais trou-

Duc e Ruskin.

xeram o raciocínio de alguns teóricos que embasaram as teorias contempo-

Cesare Brandi (1906-1988), foi um dos principais teóricos. Italiano

râneas. Iniciando-se por Viollet-Le Duc (1814-1879) e John Ruskin (1819-

nascido em Siena, era formado em Direito e em Ciências Humanas, em 1930

1900), os quais possuíam posições completamente opostas, sendo suas

iniciou seus trabalhos como supervisor de monumentos e galerias e na Ad-

teorias necessárias para a preservação dos monumentos históricos, o que

ministração das Antiguidades e Belas Artes em sua cidade natal, sempre foi

ocasionou grande influência de ambos naquele período (Kühl, 1998). Viol-

envolvido com a arte, história e restauração. Acabou sendo convidado por

let-Le Duc traz o conceito de restauro estilístico, tinha como proposta a fi-

Giulio Carlo Argan, inspetor da direção geral de Belas Artes e Professor de

delidade ao produto original, mesmo que o edifício resultante da pesquisa

História da Arte Moderna, que desejava implantar em Roma um instituto

documental e do trabalho de restauro jamais tenha existido anteriormente.

para conservação de obras de arte. No ano de 1938, Brandi ficou a cargo de

John Ruskin em sua teoria considera que o restauro é a destruição do mo-

organizar o Instituto Central de Restauro (ICR) em Roma, que se tornou uma


33

referência obrigatória em técnicas de restauro, sendo que no ano seguinte

sua deterioração ocorre rapidamente, enquanto os que são mantidos em

ele passou a ser o diretor do ICR onde permaneceu até o ano de 1960. Após

funcionamento tendem a durar séculos.

sair da diretoria do ICR, Brandi se dedicou a reflexões sobre a arte, a litera-

tura das obras e monumentos de arte, dentro deste contexto surge A Teoria

princípios fundamentais, sendo eles propriamente dito ligados à teoria de

da Restauração, publicada em 1963 (DO CARMO, 2016). Foi dedicada às

Brandi:

Kühl (2005), traz ainda a ideia de que a restauração deve ter três

obras de arte como a pintura e escultura, sendo seu uso também estendido às construções arquitetônicas.

• Distinguibilidade: não enganar o observador quanto a intervenção, diferenciar o antigo do novo, recuperar a obra unin-

[...] um refazimento testemunha a intervenção humana, e também do refazimento deve ser dado um lugar na história. Mas um refazimento não é o mesmo que uma adição. A adição pode completar ou pode desenvolver, sobretudo na arquitetura, funções diversas das iniciais, na adição não se recalca, antes, se desenvolve ou se enxerta. O refazimento ao contrário, pretende replasmar a obra, intervir no processo criativo originário, refundir o velho e o novo de modo a não distingui-los e a abolir ou reduzir ao mínimo o intervalo de tempo que aparta os dois momentos. A diferença então é estridente (BRANDI, 2005, p. 73).

Através de textos de Giovanni Carbonara, Kühl (1998), mostra que

para o autor, os patrimônios devem ser submetidos a novos métodos, sendo eles a reutilização, a reabilitação e a recuperação. Carbonara considera que a reutilização é o meio que garante a preservação de um bem, pois sem uso

do partes existentes (anastilose), ou inserindo novos materiais • Reversibilidade:

é

um

dos

princípios

basilares

da

restaura-

ção, não podendo alterar a obra de forma alguma, respeitando a preexistência, inserindo complementos de modo respeitoso. • Mínima intervenção: as adições devem ser uma justaposição.

A mínima intervenção possui um valor maior, sendo que na maioria

das vezes o elemento a ser restaurado necessite de adições, mesmo que sejam técnicas como redes hidráulicas ou instalações elétricas. Essa ação, como dito acima, deve ser uma justaposição, sendo uma integração e nunca uma eliminação. A manutenção dos edifícios restaurados é essencial, eliminando as degradações como patologias e sujeiras, evitando assim a decadência dos bens (KÜHL, 2005). Através destes estudos, o patrimônio a ser tratado será submetido a uma revitalização, readequando seus espaços internos, respeitando a pré-existência e mantendo as marcas de passagem no tempo das edificações.


2. LEVANTAMENTO DE DADOS



ÁREA DE INTERVENÇÃO


37

2.1 OS BAIRROS DO ENTORNO A área da Estação Cultura localiza-se entre seis bairros que possuem uma grande densidade populacional. Os bairros são os seguintes:

1

1. Jardim Califórnia

2 3

2. Coimbras 3. Parque Estação

4

4. Jardim Polivalente IN ÁRE TE A RV DE EN ÇÃ O

5. Jardim Panorama 6. Santa Casa

5

Figura 22: (página ao lado): Vista aérea de Passos. Fonte: GOOGLE Earth, 2018.

6

Figura 23: Mapa da área de estudo e seu entorno. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018


38

2.2 RECURSOS NATURAIS O local de intervenção fica próximo a uma área de várzea onde acontece o entroncamento do córrego Otto Krakauer com o córrego São Francisco onde ambos deságuam no Ribeirão Bocaina. Há também uma Área de Preservação Permanente onde contém uma nascente. 1. Área de preservação permanente

2. Córrego Otto Krakauer (Não canalizado)

3. Córrego São Francisco (Canalizado)

1 Figura 24: Área de Preservação permanente na rua Vitória Régia. Fonte: Autor, 2018.

3 ÁREA VERDE

CURSO DE ÁGUA

2 Figura 25: Área de passagem do córrego Otto Krakauer ao fundo. Fonte: Autor, 2018 GSEducationalVersion

Figura 26: Mapa de demonstração dos recursos naturais. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

Figura 27: Córrego São Francisco. Fonte: Autor, 2018.


39

2.3 ÁREAS VERDES As áreas verdes deveriam ser utilizadas como espaços para lazer, mas encontram-se degradas e boa parte sem vegetação. Na margem dos corrégos não há a metragem necessária para preservação dos mananciais.

Figura 28: Vegetação na área da APP. Fonte: Autor, 2018.

Figura 29: Vegetação na área da Estação Cultura. Fonte: Autor, 2018.

Figura 30: Área Verde com pouca vegetação no Parque Estação. Fonte: Autor, 2018.

ÁREA VERDE

CURSO DE ÁGUA

Figura 31: Área verde sem muita vegetação no Jardim Panorama. Fonte: Autor, 2018. Figura 32: Mapa de áreas verdes. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018. GSEducationalVersion

Figura 33: Falta de vegetação nas margens do córrego São Francisco. Fonte: Autor, 2018.


40

2.4 USO DO SOLO A região estudada é consolidada como residencial, apresenta uma pequena atividade comercial e de prestação de serviços nas principais avenidas. Próximo a estação encontram-se algumas indústrias e uma extensa área de várzea dos córregos.

RESIDÊNCIA SERVIÇO COMÉRCIO LOTE VAZIO ÁREA VERDE INSTITUCIONAL INDÚSTRIA GALPÃO ABANDONADO E RUÍNAS

Figura 34: Mapa de uso do solo. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

GSEducationalVersion


41

2.5 EQUIPAMENTOS URBANOS Dentro da área existem cinco lotes que possuem uso institucional, voltados à educação, religião e administração pública.

Figura 36: Escola Municipal Prof. Ananias Emerenciano. Fonte: Autor, 2018.

Figura 35: Igreja Nossa Senhora de Fátima. Fonte: Autor, 2018.

Figura 37: SESI/MG. Fonte: Autor, 2018.

Figura 38: Câmara Municipal de Passos. Fonte: Autor, 2018.

Figura 40: Estação Cultura. Fonte: Autor, 2018. Figura 39: Mapa de equipamentos urbanos. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

GSEducationalVersion


42

2.6 ANTIGA ÁREA INDUSTRIAL Vale ressaltar a existência de uma área (destacada na cor magenta no mapa de uso do solo) próxima a estação onde havia um antigo depósito de materiais que percorriam a linha férrea, ao seu redor encontra-se ruínas de uma antiga empresa e uma residência sem uso. Atualmente o local está abandonado, mas

Figura 41: Entrada do antigo depósito. Fonte: Autor, 2018.

IN ÁRE TE A RV DE EN ÇÃ O

à cerca de cinco anos funcionou como uma área para eventos. O edifício não é tombado e pertence a uma Usina do município.

Figura 44: Ruínas da antiga empresa. Fonte: Autor, 2018.

Figura 43: Mapa de localização. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

Figura 42: Fundos do antigo depósito. Fonte: Autor, 2018.

Figura 45: Residência dentro da área sem uso. Fonte: Autor, 2018.


43

2.7 GABARITO Predominam na região edificações de uso residencial térreas e também algumas residências que são sobrados. Não há edifícios com um grande número de pavimentos.

Figura 46: Residência térrea no Jardim Polivalente. Fonte: Autor, 2018.

TÉRREO 02 PAVIMENTOS DE 02 A 04 PAVIMENTOS

Figura 47: Sobrado no Jardim Panorama. Fonte: Autor, 2018.

GSEducationalVersion

Figura 48: Mapa de gabarito. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.


44

2.8 FIGURA FUNDO A densidade nos bairros é grande, sendo a região amplamente edificada. Em suma, toda a área possui poucos lotes vazios

ÁREA CONSTRUÍDA VAZIO

Figura 49: Mapa de figura fundo. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.


45

2.9 HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL As vias arteriais são o principal meio de ligação entre os bairros, as coletoras são um meio alternativo de ligação e penetração no interior deles.

VIA ARTERIAL

VIA COLETORA

VIA LOCAL

Figura 50: Mapa de hierarquia viária funcional. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

GSEducationalVersion


46

2.10 ESTUDO SOLAR Nota-se que a incidência solar na área estudada é constante na maioria das estações climáticas. A fachada dos edifícios (sul) voltada para a avenida da Esta-

IN ÁRE TE A RV DE EN ÇÃ O

ção recebem a insolação na parte da manhã, já as fachadas voltadas para o gramado (norte) recebem a maior insolação no período da tarde.

Figura 51: Mapa de localização da área. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

Figura 52: Carta solar de Passos, Minas Gerais. Fonte: Solar, 2018.


47

Figura 53: Fachadas posicionadas ao norte. Fonte: Solar, 2018.

GSEducationalVersion

Figura 54: Fachadas posicionadas ao oeste. Fonte: Solar, 2018.

Figura 56: Fachadas posicionadas ao leste. Fonte: Solar, 2018.

Figura 55: Quadra da Estação Cultura. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

Figura 57: Fachadas posicionadas ao sul. Fonte: Solar, 2018.


48

2.11 A ESTAÇÃO CULTURA Declive na topografia que é levemente acidentada nessa parte da área.

sion er lV na tio ca Edu GS

A A

Local por onde passava os trilhos do trem, atualmente inexistentes. A topografia foi alterada nesta área.

B C

D

Por ter sido um Terminal, existia um viradouro que se encontrava alguns metros após o término da quadra da Estação.

Figura 58: Quadra da Estação Cultura. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

A Estação Cultura encontra-se em uma quadra que possui 16.598 m². As áreas numeradas acima são as seguintes: A. Residências dos antigos operários, que ainda estão em uso por descendentes das famílias (são no total 6 casas todas tombadas). B. Patamar criado para o apoio de uma antiga máquina de asfalto da cidade que foi transferida para o local (não tem ligação com a estação e não é tombada). C. Edifícios da antiga estação, sendo três no total (todos tombados). D. Caixa de água da antiga estação (tombada).


2

1 Figura 59: Residências em frente a Estação. Fonte: Autor, 2018.

Figura 60: Residências em frente a Estação. Fonte: Autor, 2018.

n sio er alV on ati uc Ed GS

1 4

4 Figura 62: Residência em meio a vegetação. Fonte: Autor, 2018.

6 Figura 65: Vista do gramado da Estação. Fonte: Autor, 2018.

3

3

2 8

6

7 5

Figura 63: Quadra da Estação Cultura. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Passos/MG, modificado pelo autor, 2018.

7

Figura 61: Residências em frente a Estação. Fonte: Autor, 2018.

5 Figura 64: Caixa d’água desativada. Fonte: Autor, 2018.

8 Figura 66: Vista da Estação. Fonte: Autor, 2018.

Figura 67: Patamar e residências ao fundo. Fonte: Autor, 2018.


50

2

3 Figura 68: Casa 2. Fonte: Autor, 2018.

Figura 69: Casa 3. Fonte: Autor, 2018.

ion ers alV on ati uc Ed GS

2 1

1 Figura 72: Casa 1, localizada na esquina. Fonte: Autor, 2018.

Figura 73: Quadra da Esta Fonte: Prefeitura de Passos/MG


51

4

5 Figura 70: Casa 4. Fonte: Autor, 2018.

3

4

5

Figura 71: Casa 5. Fonte: Autor, 2018.

6

ação Cultura. Sem escala. G, modificado pelo autor, 2018.

6 Figura 74: Casa 6. Fonte: Autor, 2018.


52

2.12 OS EDIFÍCIOS DA ESTAÇÃO

1

2 3

4

5 6 7

8

9

10

Figura 75: Planta baixa da Estação Cultura. Sem escala. Fonte: Autor, 2018.

ANTIGAS FUNÇÕES (período em que a

FUNÇÕES ATUAIS (utilizada após desati-

Estação estava em funcionamento):

vação da ferrovia e instalação da Estação Cultura):

1. DEPÓSITO DE CARGAS

LEGENDA: JARDINS ESCADAS

2. DEPÓSITO DE CARGAS

1. CENTRO DE MEMÓRIA

3. DEPÓSITO DE CARGAS

2. COPA

4. BANHEIROS MASCULINOS

3. ESCRITÓRIO

5. ADMINISTRAÇÃO

4. DEPÓSITO

6. SANITÁRIOS FEMININOS

5. SALA 1

7. SANITÁRIOS FEMININOS

6. COZINHA

8. ESPERA/GUICHÊS

7. SANITÁRIO

9. ESCRITÓRIO

8. SALA 2 (VAZIA)

10. ANTESSALA

9. SALA 3 (VAZIA)

11. DEPÓSITO DE CARGAS

10. ANTESSALA 11. SALÃO

RAMPAS

11


53 Figura 76: Vista do Centro de Memรณria a partir da rua. Fonte: Autor, 2018.

Figura 77: Vista da lateral do centro de memรณria. Fonte: Autor, 2018.

Figura 78: Vista do depรณsito a partir do gramado. Fonte: Autor, 2018.


54 Figura 79: Vista do pequeno depósito a partir da Avenida Estação. Fonte: Autor, 2018.

Figura 80: Vista da Estação a partir do gramado. Fonte: Autor, 2018.

Figura 81: Vista do bloco principal a partir da Avenida Estação. Fonte: Autor, 2018.


55 Figura 82: Vista interna do Centro de Memória. Fonte: Autor, 2018.

Figura 83: Objetos expostos. Fonte: Autor, 2018.

Figura 84: Exposição de objetos antigos. Fonte: Autor, 2018.


56 Figura 85: Vista do mezanino. Fonte: Autor, 2018.

Figura 86: O mezanino abriga uma documentação do século XIX do Fórum da cidade. Fonte: Autor, 2018.

Figura 87: Escada metálica inadequada, sem corrimão. Fonte: Autor, 2018.


57 Figura 88: Sala utilizada pelos guardas noturnos. Fonte: Autor, 2018.

Figura 89: Cozinha. Fonte: Autor, 2018.

Figura 90: Sanitรกrio. Fonte: Autor, 2018.


58 Figura 91: Forro restaurado do saguão de entrada. Fonte: Autor, 2018.

Figura 92: Saguão principal da Estação. Fonte: Autor, 2018.

Figura 93: Antigos guichês. Fonte: Autor, 2018.


59 Figura 94: Sala sem uso ocupada por mรณveis e objetos. Fonte: Autor, 2018.

Figura 95: Sala sem uso. Fonte: Autor, 2018.


60 Figura 96: Salão preparado para receber uma apresentação. Fonte: Autor, 2018.

Figura 97: Vista do salão. Fonte: Autor, 2018.



3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS



64

3.1 ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE MAIRINQUE

PRAÇA

• Localização: Mairinque, São Paulo, Brasil. • O projeto é fruto de um concurso promovido pelo Programa de Incenti-

Via subterrânea para carros

vo à Cultura do Governo do Estado de São Paulo (PROAC), criado pelos

Acesso subterrâneo a estação para pedestres

escritórios SIAA + HASAA.

Trilhos desativados

• A Estação Ferroviária de Mairinque foi a primeira obra feita em concreto armado no Brasil e é patrimônio histórico tombado em 1987 pelo Condephaat. Inaugurada no ano de 1906, foi projetada pelo arquiteto Victor

Circulação vertical.

Dubugras. • O projeto consiste na criação de um Museu que proporciona um passeio pela história ferroviária que demonstra a percepção do espaço industrial

BAIRRO

que resultou no surgimento da cidade. Funcionará também como um

Figura 99: Implantação geral. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

ponto de encontro para a população, podendo ser utilizado como uma área para atividades diversas, incluindo aulas e oficinas dentro das áreas institucionais. • Este projeto contribui para o presente trabalho com a noção de melhoria dos espaços da Estação Cultura, como áreas de convivência e divisões internas das edificações preexistentes, tratando também da questão da memória ferroviária que resiste nas cidades.

EIXO Y EIXO X Figura 100: Implantação. Fonte: SIAA + HASAA, 2015. Figura 98: Corte representando a circulação subterrânea e a Estação. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

EIXO X - MUSEU - CAFETERIA - SERVICO

- SANITÁRIOS - PRAÇA - TRILHOS

EIXO Y CIRCULAÇÃO: ACESSOS SUBTERRÂNEOS DE PEDESTRES E PASSAGEM DE VEÍCULOS.


65 A paisagem ferroviária mostra os primórdios da cidade sendo possível visualizar todo o entorno o qual remete ao auge da industrialização no país, integrando uma vegetação rasteira que surge dentro do piso permeável. O uso de materiais metálicos para as áreas de intervenção, contrasta com o que é passado x presente. Figura 101: Vista do projeto. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

Figura 102: Vista do projeto. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

LEGENDA 1. Museu da Memória Ferroviária 1

2

3

2. Salão Principal 4

3. Bar

5

4. Reserva Técnica 5. Despensa do Bar Figura 103: Planta térreo. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

Figura 104: Planta pavimento superior. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

Sanitários

Escadas

Circulação

LEGENDA Via subterrânea para veículos Via subterrânea de acesso para pedestres Jardim com vista para a rua subterrânea Escada/arquibancada

Figura 105: Circulação vertical. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.

Figura 106: Acessos. Fonte: SIAA + HASAA, 2015.


66

3.2 MUSEU DO PÃO • Localização: Ilópolis, Rio Grande do Sul, Brasil. • O projeto foi elaborado pelo escritório Brasil Arquitetura e as obras foram concluídas no ano de 2007. • O projeto consiste na recuperação do Moinho Colognese, uma construção de 1910 que é testemunho da imigração italiana que ocorreu na Serra Gaúcha, antigamente usado para a produção de farinha de milho. • Para a edificação existente foi atribuído um novo uso, além de dois novos edifícios de concreto e vidro criados para atender o programa de necessidades. No antigo moinho foi mantido o maquinário de farinha, produzindo ainda mas em menor escala, locando também em seu inFigura 108: Vista aérea do Museu. Fonte: Nelson Kon, 2011.

terior uma combinação de adegas, padaria e café; nos novos edifícios encontra-se o Museu, um auditório e uma escola de panificação. Todas as atividades de apoio foram pensadas para atrair visitantes. • Este projeto auxilia a compreender como são criados anexos aos edifícios preexistentes, a criação da oposição para identificar o que é novo e

1

o que é velho, trabalhando com a forma e materialidade, e assim complementando o restauro, adequando-o com novas funções.

3

4

2 6

Figura 107: Recuo entre os edifícios. Fonte: Nelson Kon, 2011.

É possível distinguir a partir da materialidade dos edifícios o que é histórico (construção em madeira) e o que é novo (concreto e vidro).

5

7

Figura 109: Planta baixa. Fonte: Brasil Arquitetura, 2011.

1. Auditório 5. Sala de aula 2. Museu 6. Moinho 3. Sanitários 7. Padaria/cafeteria 4. Oficina de Panificação

Preexistência Anexos


67

Figura 110: Fachada de vidro do Museu. Fonte: Nelson Kon, 2011.

Fachada em vidro que permite a visualização do interior do museu através da rua.

Objetos do antigo moinho expostos no gramado.

Figura 113: Área externa do museu. Fonte: Nelson Kon, 2011.

Figura 111: Contraste entre as edificações. Fonte: Nelson Kon, 2011.

Painéis de madeira movéis são utilizados para controlar a insolação no interior do museu.

Figura 114: Interior da oficina de panificação. Fonte: Nelson Kon, 2011.

Figura 112: Detalhe dos Pilares. Fonte: Nelson Kon, 2011.

Os pilares possuem um formato que remete a araucária, uma árvore característica do município e que é uilizada nas construções sendo encontrada nas ripas do edifício preexistente.

Figura 115: As características do interior do moinho foram mantidas. Fonte: Nelson Kon, 2011.


68

3.3 PARQUE BICENTENÁRIO INFANTIL • Localização: Santiago, Chile. • O projeto foi criado pelo Grupo Elemental e concluído em 2012. • O parque se encontra próximo a uma área residencial a qual carecia de espaços de lazer. Fica localizado em uma montanha a qual é incorporada no projeto que apropria-se da topografia, gerando um espaço intercalado por escadas e escorregadores. O maior destaque deste parque são os objetos para recreação infantil, que servirão como referência para as áreas do projeto da Estação Cultura. Os objetos são criativos inspirados nos mobiliários clássicos para parques infantis, mas apresentam características interessantes que movimentam a experiências das crianças. O parque possui quatro hectares dedicados para o lazer infantil e caminhada.

Figura 117: Vista dos escorregadores. Fonte: Cristobal Palma, 2014.

O parque possui cerca de 60 escorregadores. A alta quantidade do objeto altera a paisagem e é um atrativo para a interação e diversão das crianças.

PONTO MAIS ALTO

Equipamentos para recreação infantil

PONTO MAIS BAIXO Figura 116: Planta baixa do parque. Fonte: Elemental, 2012.

Pista de caminhada

Figura 118: Escorregadores. Fonte: Cristobal Palma, 2014.


69

Figuras 119 e 120: Balanços . Fonte: Cristobal Palma, 2014.

Figura 121: Esferas. Fonte: Cristobal Palma, 2014.

Figura 122: Equipamento que serve como barreira. Fonte: Cristobal Palma, 2014.

O objeto em forma de círculo possui balanços, trazendo de forma inovadora equipamentos clássicos de parque infantis.

As esferas são interativas e jorram água, possuem também a característica de obra de arte no parque.

O muro do parque funciona como um tubo retangular onde há partes largas e outras estreitas contendo várias barreiras para circulação e interação das crianças.

Figura 123: Barreiras no interior do muro. Fonte: Cristobal Palma, 2014.

Figura 124: Vista interna do muro. Fonte: Cristobal Palma, 2014.


70

3.4 PRAÇA C • Localização: Calgary, Canadá. • O projeto foi criado pelo grupo de arquitetos The Marc Boutin Architectural Collaborative solicitado pelo município. Foi concluído no ano de 2016. • O projeto é um ponto focal para a conectividade urbana em meio ao mutável centro de Calgary, que transforma um local de trânsito e de circulação de pedestres em um espaço de trocas sociais. No terreno passa os trilhos do VLT da cidade, por isso há uma divisão entre o espaço de convivência e o transporte, criando assim uma margem habitável em torno dos trilhos. • Essa praça auxilia no presente trabalho para a criação de espaços públicos onde haja múltiplas formas de ocupação, a partir do traçado, do mobiliário e da vegetação, visando transformar lugares sem uso dedi-

Figura 126: Maquete com proposta de uso do local. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.

cando-os a população.

PRAÇA TRILHOS Figura 125: Implantação. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.

Figura 127: Espaço utilizado para sediar shows. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.


71 Iluminação artifical embaixo do mobiliário.

O deck se eleva ao redor da vegetação criando bancos.

Figura 128: Detalhe dos mobiliários. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.

Parte do deck inclinada que impede a passagem de crianças rumo aos trilhos, uma forma de segurança.

Figura 129: Vista noturna da praça. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.

Os postes de iluminação são utilizados como uma barreira aos trilhos do VLT, protegendo assim os frequentadores do local Figura 130: Postes de iluminação. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.

Figura 131: Vista da praça. Fonte: Calgary Municipal Land Corporation, 2018.


72

3.5 ESPAÇO PÚBLICO TAPIS ROUGE • Localização: Carrefour-Feuilles, Haiti. • O projeto foi elaborado pelo Emergent Vernacular Architecture (EVA Studio), concluído no ano de 2016. • O local faz parte de de muitos bairros informais que sofreram as consequências de um terremoto em 2010, as casas não possuem infraestrutura nem saneamento básico, fazendo com que falte espaços de convivência de qualidade para os habitantes. • O projeto foi realizando juntamento com toda a população local e consiste em uma praça que possui um anfiteatro ao ar livre, o qual tem ao seu redor equipamentos de lazer, sendo eles academia ao ar livre, bancos e terraços. Há também postos de amazenamento, abastecimento e distribuição de água. O espaço criado é visa proporcionar aos moradores o sentimento de pertencimento, identidade e orgulho, a partir de um espaço limpo e seguro. • Este projeto auxilia para a criação de um anfiteatro que possua outros

Figura 133: Vista da praça. Fonte: Gianluca Stefani, 2018.

usos, aproveitando-se da topografia do terreno da Estação Cultura.

Figuras 134 e 135: Detalhe dos equipamentos. Fonte: Gianluca Stefani, 2018. Figura 132: Diagrama do projeto. Fonte: EVA Studio, 2018.


73

3.6 LADEIRA DA BARROQUINHA • Localização: Salvador, Bahia, Brasil. • Criado pelo escritório Metro Associados e concluído no ano de 2013. • A Ladeira da Barroquinha leva em consideração o patrimônio histórico edificado, e cria um eixo entre o centro histórico de Salvador. O projeto aproveita a morfologia do terreno que acompanha os desníveis criando plataformas que seguem a inclinação da rua, resultado em um desenho orgânico. A escadaria comporta dois tipos de fluxos, o rápido com maior número de degraus que serve apenas como elemento de ligação, e o mais calmo para quem quer conhecer o comércio local e passar maior tempo ali. • Devido a topografia íngreme no terreno da Estação, há a possibilidade de criar espaços a partir de níveis com base neste projeto. Figura 137: Detalhes da escadaria. Fonte: Ilana Bessler, 2018.

Figura 138: Planta baixa do projeto. Fonte: Metro Associados, 2018. Figura 136: Vista da escadaria. Fonte: Ilana Bessler, 2018.

CAMINHO LONGO

CAMINHO CURTO


4. O PROJETO



PATRIMÔNIO HISTÓRICO

CULTURA

LAZER


77

4.1 O PROCESSO TEMA

CONCEITO

A escolha do tema deste trabalho é fruto de uma inquietação quanto ao cuidado

O principal conceito deste projeto é a preservação das edificações históricas e

e aos atuais usos deste patrimônio. A Estação é um dos mais importantes obje-

de sua história. Para mantê-las em destaque devem ser criados meios para con-

tos tombados no município de Passos. Desde denominada como Estação Cultura

templação, controlando a inserção de elementos que possam ofuscar as cons-

a população utiliza-se deste espaço, desfrutado diariamente pelas crianças que

truções, como por exemplo vegetações de grande porte na área demarcada em

estudam na escola primária localizada na mesma quadra, e por adolescentes

amarelo na figura 140. A partir do atual fluxo de pedestres na área, definiu-se

que moram em seu entorno. Logo após a iniciativa do Piquenique da Estação,

a organização do traçado dentro da quadra, mantendo os principais caminhos

que despertou ainda mais o interesse dos habitantes pelo local, nota-se que há

que facilitam o acesso entre outras regiões da cidade. O eixo que conecta os dois

grandes potenciais de uso tanto para as edificações quanto para a área externa.

extremos da quadra, anteriormente usado para passagem dos extintos trilhos do trem, será retomado sendo o maior meio de ligação, resgatando a memória

O objetivo geral é revitalizar a área da Estação Cultura, resgatando a memória

da circulação da antiga locomotiva que um dia passou por ali.

do local com o intuito de valorizar todo o complexo, integrando a paisagem existente ao lazer e a cultura, criando um espaço convidativo e democrático para os frequentadores.

Figura 139: Brainstorm. Fonte: Autor, 2018.

PERÍMETRO DA ÁREA

LINHA DOS ANTIGOS TRILHOS

ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO

EIXOS DE TRAVESSIA NA ÁREA

Figura 140: Análise de fluxo de pedestres e acessos ao local. Fonte: GOOGLE Earth, 2018.


78

PARTIDO

• Preservar as edificações remanescentes do antigo terminal ferroviário, buscando a miníma intervenção, dedicando seu uso para atividades culturais

Considerando o conceito, o partido dessa intervenção apoia-se na reutilização

voltadas à população e aos visitantes.

dos espaços internos dos edifícios preexistentes, contemplando uma adequa-

• Adequar os espaços do Museu e do Arquivo Municipal.

ção no museu.

• Criar um programa de exibição de filmes em uma sala multimídia. • Destacar o traçado da extinta linha férrea a partir de um deck de madeira

O maior eixo de ligação a ser instalado na área possuirá a mesma materialidade em toda a sua extensão. As áreas a serem criadas ao redor dessa circulação receberão um tratamento paisagístico, o que irá gerar a sensação de conforto e bem estar aos usuários.

multiuso. • Potencializar os usos do local, criando áreas de permanência e manter espaços úteis para a realização do Piquenique da Estação. • Criar um mirante para contemplação da edificação histórica e também para visualização da cidade.

Para contrapor as construções históricas, os anexos a serem construídos e o mobiliário urbano possuirão materialidade e estilo contemporâneos.

• Dedicar um espaço para integração das crianças que frequentam a área a partir de um playground. • Elaborar um espaço para receber feiras locais de trocas de produtos e inte-

DIRETRIZES DA PROPOSTA

ração entre os moradores. • Projetar novos anexos para sediar uma cafeteria e sanitários para atender os

Visando requalificar o espaço da histórica Estação Ferroviária de Passos e traduzir o referencial teórico baseado nos conceitos propostos são definidas as diretrizes:

usuários do espaço. • Estabelecer uma praça seca em parte do gramado para valorizar a visualização das edificações. • Utlizar mobiliários com design simples e contemporâneos.


79

ORGANOGRAMA GERAL

ANEXO

ÁREA EXTERNA

ESTAÇÃO

SANITÁRIOS

DECK MULTIUSO

MUSEU HISTÓRICO

CAFETERIA

PLAYGROUND

ARQUIVO MUNICIPAL

SALA DE APOIO

TEATRO DE ARENA COPA

PRAÇA SECA

SALA MULTIMÍDIA

ATENDIMENTO AO TURISTA


80

PROGRAMA DE NECESSIDADES

AMBIENTES

SOCIAL

CULTURAL

APOIO

PREEXISTÊNCIA/ANEXO

INT/EXT

ATIVIDADE

ÁREA m²

Praça

Anexo

Externo

Descanso e convívio

500 m2

Playground

Anexo

Externo

Diversão e descontração

300 m²

Deck multiuso

Anexo

Externo

Convívio, lazer, descanso

1000 m²

Cafeteria

Anexo

Interno/Externo

Alimentação, diversão, convívio

100 m²

Museu histórico

Preexistência

Interno

Contemplação de obras e objetos

200 m²

Arquivo municipal

Preexistência

Interno

Pesquisa e educação

30 m²

Sala multimídia

Preexistência

Interno

Apresentações e palestras

146 m²

Teatro de arena

Anexo

Externo

Lazer e diversão

250 m²

Exposições

Preexistência

Interno

Contemplação de obras e objetos

80 m²

Atend. ao Turista

Preexistência

Interno

Informações e recepção

16 m²

Sanitários

Anexo

Interno

Necessidade física básica

40 m²

Copa/cozinha

Preexistência

Interno

Pequenas refeições e descanso

23 m²

Administração

Preexistência

Interno

Atividades administrativas

20 m²

Depósito

Preexistência

Interno

Armazenamento de materiais

15 m²

Sala de apoio

Anexo

Interno

Armazenamento de objetos

15 m²


81

ESTUDOS INICIAIS

Figura 141: Estudos iniciais de plano de massas e traรงado. Fonte: Autor, 2018.

Figura 142: Estudos iniciais de traรงado. Fonte: Autor, 2018.


82

4.2 O PROJETO ACESSOS E CIRCULAÇÃO

Figura 143: Diagrama de acessos e circulação. Fonte: Autor, 2018.

ACESSOS

OS EDIFÍCIOS PREEXISTENTES

Figura 144: Diagrama de edíficios preexistentes. Fonte: Autor, 2018.

CIRCULAÇÃO

CONCEITO: RETOMADA DOS TRILHOS

Figura 145: Novo uso no local de passagem dos antigos trilhos. Fonte: Autor, 2018.

NOVOS EQUIPAMENTOS

Figura 146: Novos equipamentos a serem instalados no local. Fonte: Autor, 2018.


83

O CONCEITO DAS FORMAS Através das formas geométricas encontradas na fachada dos edifícios preexistentes, abstraiu-se o desenho das novas intervenções no local.

Figura 147: Fachada da Estação. Fonte: Autor, 2018.

TRAPÉZIO

Figura 148: Fachada. Fonte: Autor, 2018.

QUADRADO

Figura 149: Fachada do depósito. Fonte: Autor, 2018.

RETÂNGULO


84

IMPLANTAÇÃO DA PROPOSTA

3

8

2 1

7

4 5

6


85

LEGENDA:

9 10

1. Deck multiuso 2. Teatro de arena 3. Escorregadores 4. Esculturas lúdicas 5. Cafeteria e Sanitários 6. Museu/Centro de Memória 7. Fonte Interativa 8. Mirante 9. Escadaria 10. Caixa d'água da Estação Figura 150: Implantação da proposta de projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


86


87

Figura 151: Implantação. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


88

CORTE AA

CORTE BB


89

Figura 152: Corte do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Figura 153: Corte do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


90

ARBORIZAÇÃO DO LOCAL Detalhe das espécies na tabela de vegetação.

Figura 154: Detalhe da arborização. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:500


91

TABELA DE VEGETAÇÃO UTILIZADA PARA O PAISAGISMO

Figura 155. Fonte: Loja virtual Sementes Caiçara, 2018.

Figura 157. Fonte: Loja Virtual Odair Plantas, 2018.

Figura 159. Fonte: Loja Virtual Safari Garden, 2018.

Figura 161. Fonte: Loja virtual Jardim Exótico, 2018.

Ipê-amarelo Handroanthus albus

Sibipiruna Caesalpinia pluviosa

Manacá da serra Tibouchina mutabilis

Palmeira rabo de raposa Wodyetia bifurcata

Categoria: Árvores floríferas Porte: Grande (+15 metros) Diamêtro da copa: 5 metros

Categoria: Árvores floríferas Porte: Grande (+15 metros) Diamêtro da copa: 5 metros

Categoria: Árvores floríferas Porte: Médio (8 a 15 metros) Diamêtro da copa: 4 metros

Categoria: Árvores Porte: Grande (+15 metros) Diamêtro da copa: 4 metros

Figura 156: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 158: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 160: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 162: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.


92

Figura 163. Fonte: Loja virtual Biosementes, 2018.

Figura 165. Fonte: Loja virtual Flora AVPH, 2018.

Figura 167. Fonte: Jornal Campo Aberto, 2018.

Figura 169. Fonte: Árvores do Brasil, 2018.

Amoreira Morus

Jabuticabeira Plinia cauliflora

Limoeiro Citrus limon

Pitangueira Eugenia uniflora

Categoria: Árvores frutíferas Porte: Médio (8 a 10 metros) Diamêtro da copa: 4 metros

Categoria: Árvores frutíferas Porte: Médio (8 a 10 metros) Diamêtro da copa: 3 metros

Categoria: Árvores frutíferas Porte: Pequeno (5 a 8 metros) Diamêtro da copa: 2 metros

Categoria: Árvores frutíferas Porte: Médio (8 a 10 metros) Diamêtro da copa: 4 metros

Figura 164: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 166: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 168: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 170: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.


93

Figura 171. Fonte: Loja virtual Sítio da Mata, 2018.

Figura 173. Fonte: Empório das Sementes, 2018.

Figura 175. Fonte: Hablemos de Flores, 2018.

Figura 177. Fonte: Autor, 2018.

Bambu Japonês Dracaena braunii

Agapanto Agapanthus

Ave do Paraíso Strelitzia reginae

Guaiambé Philodendron bipinnatifidum

Categoria: Arbusto Porte: Pequeno (0,80 a 1,20 metros) Diamêtro da copa: -

Categoria: Flores Porte: Pequeno (0,80 metros) Diamêtro da copa: 0,40 metros

Categoria: Forração Porte: Pequeno (0,50 metros) Diamêtro da copa: -

Categoria: Forração Porte: Pequeno (0,80 metros) Diamêtro da copa: -

Figura 172: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 174: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 176: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.

Figura 178: Representação no projeto. Fonte: Autor, 2018.


94

Figura 179. Fonte: Alternativa Rural, 2018.

Figura 180. Fonte: Loja Virtual Minas Gramados, 2018.

Figura 181. Fonte: Loja Virtual Celeiro Rural, 2018.

Sapatinho de Judia Thunbergia mysorensis

Grama amendoim Arachis repens

Grama esmeralda Zoysia japonica

Categoria: Trepadeira Porte: Pequeno (0,50 metros) Diamêtro da copa: -

Categoria: Forração Porte: Pequeno (0,20 metros) Diamêtro da copa: -

Categoria: Forração Porte: Pequeno (0,30 metros) Diamêtro da copa: -

Utilizada no pergolado da cafeteria.

Utilizada no telhado verde.

Utilizada em toda área externa.


LOCALIZAÇÃO

95

AS EDIFICAÇÕES PREEXISTENTES E SEUS NOVOS USOS Para a requalificação das edificações tombadas como patrimônio histórico foi adotado o conceito de mínima intervenção, evitando a retirada de elementos que pudessem descaracterizar o local.

1

2

3 Figura 182: Implantação dos edifícios históricos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

0

5

10

15

LEGENDA: 1. MUSEU

2. ATENDIMENTO AO TURISTA

3. MEMORIAL DA ESTAÇÃO


96

A

0,00

+0,86 RAMPA/SOBE i = 28,85%

+0,86 14,72

B

3,22

7,11

4,62

1

2

+0,86

3,43

3 4,62

RAMPA EXISTENTE i = 18,6%

RAMPA EX i=1

+0,86

A

0,00

0,00


A

97

7,11

14,72

B

B

4

B

+3,56

A

+0,86

PA EXISTENTE i = 19%

0,00

LEGENDA: 1. Exposições 2. Depósito 3. Administração 4. Mezanino

Figura 183: Planta Baixa do Museu. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

Figura 184: Planta do segundo pavimento do Museu. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

O MUSEU E CENTRO DE MEMÓRIA O antigo depósito era o único espaço que foi utilizado após a criação da Estação Cultura. Seu uso continuará o mesmo, sendo um Museu e Centro de Memória que receberá exposições temporárias de artes em geral. O mezanino continuará sendo ocupado pela documentação histórica do fórum da cidade.


98

CORTE AA

CORTE BB

IN AÇ DE

PR M ES

+3,61

+

+0,86 0,00

Figura 185: Corte AA. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

0,00


99

INSERÇÃO DE GUARDA CORPO EM AÇO E VIDRO LAMINADO NA ESCADA DE ACESSO AO MEZANINO

PREENCHIMENTO DE DEGRAU PARA MANTER O MESMO NÍVEL INTERNO NO ESPAÇO

+0,86

+3,61

+0,86

Figura 186: Corte BB. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


100 ELEVAÇÕES DO MUSEU

Figura 187: Elevação sul do museu. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

Figura 188: Elevação oeste do museu. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


101

Figura 189: Elevação norte do museu. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

Figura 190: Elevação leste do museu. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


102

ATENDIMENTO AO TURISTA A pequena construção sem uso passará a ser um local de RAMPA CONCRETO ARMADO atendimento aoDE turista, onde o mesmo poderá se informar i=8,33% sobre a história do local, sobre o cronograma de atividades e pelos serviços oferecidos pela Estação Cultura.

0,00

+0,86

C

3,73

3,73

C +0,86

+0,86

+0,86

RAMPA/SOBE i = 8,33%

0,00

Figura 191: Planta baixa da sala de atendimento ao turista. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


103

C CORTE CC

+0,86

+0,86

+0,86

0,00

0,00

Figura 192: Corte CC. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

RAMPA DE CONCRETO ARMADO i=8,33%

+0,86

Figura 193: Elevação leste. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

GUARDA CORPO EM AÇO E VIDRO LAMINADO

Figura 194: Elevação sul. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


104 0,00

O MEMORIAL DA ESTAÇÃO

Figura 195: Planta baixa da estação. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:1OO

E

7,56

8,05

5,00

1

4

+0,86

+0,86

2

+0,83

3

+0,83

5

+0,86

2,21

0,00

+0,86

6 8,05

D

2,24

4,00

5,66

4,76

E

1. Copa dos funcionários 2. Cozinha 3. Sanitário para funcionários 4. Exposição permanente 5. Exposição permanente 6. Antessala 7. Sala multimídia

+

2,84

LEGENDA:

4,64

2,84

O principal edíficio do complexo será utilizado como o expositor de memórias da extinta ferrovia. Abrigará exposições permanentes sobre sua história e também contará com uma sala multimídia, que poderá receber palestras educativas, reuniões e um cronograma especial para exibição de filmes para a população. A decisão de não criar uma circulação interna no edíficio deu-se pelo respeito ao objeto, mantendo assim a circulação original que passa pelo exterior do edifício.

0,00


105

D

+0,86

19,40

RAMPA/DESCE i = 22,9%

7,56

+0,86

7

,86

D

D

0,00

0,00


106 CORTE DD

+0,86

+0,86

+0,86

CORTE EE

+0,86 0,00

+0,86

Figura 197: Corte EE. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


,86

107

+0,86 0,00

Figura 196: Corte DD. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


108 ELEVAÇÕES DA ESTAÇÃO

Figura 198: Elevação sul da estação. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


109

Figura 199: Elevação norte do museu. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


110

Figura 200: Elevação oeste da estação. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


111

Figura 201: Elevação leste da estação. Fonte: Prefeitura de Passos, modificado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


112

15,00

34,00

4,95

12,00

1

D

+0,05

5

2

3 4

6

4,90

+0.05

8 0.00

B

+0,03

A

+0,05

1,20

2,00

2,00

1,45

+0,05

C

4,54

2,80

+0,03

B

7 +0.03

+0,05

0.00

3,00

4,90

4,95

5,00

4,75

11,70

4,80

2,80

5,25

A

C

0.00

10


113

LOCALIZAÇÃO

9 +0.03

D

OS NOVOS ANEXOS Para atender o programa de necessidades foi necessário a criação de dois anexos, um para sediar uma cafeteria que servirá lanches rápidos e outro para abrigar os sanitários do local. A materialidade se contrapõe com os edifícios históricos, construídos em concreto armado. Para a cobertura das construções foi utilizada a tecnologia de telhados verdes. LEGENDA: 1. Depósito de equipamentos do parque 2. Cozinha 3. Acesso de funcionários 4. Sanitário de funcionários 5. Salão de meses 6. Área externa (deck) 7. WC Masculino 8. Espera (hall) 9. WC Feminino 10. Mesas ao ar livre Figura 202: Planta baixa dos anexos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


114

CORTE AA

0,00

CORTE BB

+0,05

+0,05

0,00

DETALHE 1

0,00

+0,05

Figura 204: Corte BB. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

Figura 203: Corte AA. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

DETALHES DAS CONSTRUÇÕES

+0,05

DETALHE 1

COBOGÓ ORION ORION 30x30 cm COBÓGO

(utilizado na cafeteria e nos sanitários).

RUFO COM PINGADEIRA VEGETAÇÃO - grama amendoim PLATIBANDA

REVESTIMENTO CERÂMICO

CAMADA DE SUBSTRATO - terra adubada

REVESTIMENTO CERÂMICO CRIADO NA MESMA FORMA DO COBOGÓ ORION (utilizado nas paredes externads dos sanitários).

Figura 205: Detalhes da construção. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. SEM ESCALA

CAMADA DE ESTABILIZAÇÃO DAS RAÍZES MANTA GEOTÊXTIL - bidim COLMÉIA - suporte para substrato CAMADA IMPERMEABILIZANTE CAMADA DE REGULARIZAÇÃO

Figura 206: Composição do telhado verde. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:10


115

ELEVAÇÕES DA CAFETERIA

CAFÉ ESTAÇÃO

Figura 207: Elevação sul da cafeteria. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

Figura 208: Elevação leste da cafeteria. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


116

CORTE DD

Figura 209: Corte CC. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

+0,03

0,00

CORTE CC

0,00

+0,03

+0,05

+0,03

Figura 210: Corte DD. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

0,0


117 ELEVAÇÕES DOS SANITÁRIOS

SANITÁRIOS

Figura 211: Elevação sul dos sanitários. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

SANITÁRIOS

Figura 212: Elevação norte dos sanitários. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

Figura 213: Elevação oeste dos sanitários. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100 0,00

+0,03

+0,05

+0,03

0,00

+0,03


118

MOBILIÁRIO UTILIZADO NO PROJETO Mesas utilizadas na cafeteria e em sua área externa.

Figura 214: Mesa Grid. Fonte: De Lazzari MU, 2018.

Figura 215: Mesa Grid alta. Fonte: De Lazzari MU, 2018.

Figura 216: Mesa Grid Piquenique. Fonte: De Lazzari MU, 2018.

Figura 218: Lixeira Mince L. Fonte: De Lazzari MU, 2018.

Figura 219: Bicicletário Light W. Fonte: De Lazzari MU, 2018.

Mobiliário urbano utilizado na área externa da Estação.

Figura 217: Banco Petricor. Fonte: De Lazzari MU, 2018.


119 Equipamento Bloqx para recreação infantil utilizado no playground.

Figura 220: Vista do objeto. Fonte: Konpam, 2018.

Figura 221: Utilização do objeto. Fonte: Recreation insites, 2018.

PAGINAÇÃO DE PISO Os caminhos criados para circulação de pedestres dentro da área de intervenção, serão pavimentados por mosaicos de pedras portuguesa.

Figura 222: Pedra portuguesa. Fonte: Marmoaria Estilo, 2018.


120 LOCALIZAÇÃO

DECK MULTIFUNCIONAL O deck é o principal elemento de circulação dentro da área de intervenção, ele conecta os dois extremos da quadra. Para melhor utilização deste equipamento há bancos e lixeiras em toda sua extensão. Há a inserção de vegetação para criar a sensação de bem estar nos usuários.

DECK - régua de madeira cumaru CAIBROS CRUZADOS BASE DE CAIBROS BARROTES DE MADEIRA LASTRO DE BRITA TERRA COMPACTADA

Figura 223: Detalhe do deck de madeira. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:10

VEGETAÇÃO - ave do paraíso LIXEIRA

BANCO

VEGETAÇÃO - agapanto

RAMPA/DESCE i = 8,33%

Figura 224: Detalhe do deck. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


121 LOCALIZAÇÃO

ESCADARIA A escada teve como referência a Ladeira da Barroquinha. Possui uma divisão entre uma escada com degraus curtos para que o trajeto seja rápido, e os degraus largos que alongam o caminho para que o pedestre possa contemplar a visão da Estação e da cidade.

Figura 225: Formas da escadaria. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Forma inicial da escada: divisão entre caminho longo e caminho curto.

Uso da forma do trapézio para o desenho dos degraus longos.

Inserção das rampas de acessibilidade.

+4,00 +3,00 +2,00 +1,00 0,00

Figura 226: Corte das escadas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. SEM ESCALA


122

TEATRO DE ARENA O teatro de arena será um espaço multifuncional que facilitará as relações sociais entre os frequentadores do parque, podendo ser utilizado de forma livre pelos mesmos. Irá sediar shows, pequenas apresentações de teatro e atividades promovidas pelo Piquenique da Estação. R = 5m

LOCALIZAÇÃO

PAREDE COM PÉ DIREITO DE 1,50m PARA ADEQUAR A ACÚSTICA DO AMBIENTE

Figura 227: Teatro de arena. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100 +2,00

+0,10

0,00

Figura 228: Corte do teatro. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


LOCALIZAÇÃO

ESCORREGADORES Inspirado no Parque Bicentenário Infantil, aproveitou-se da topografia para locar 32 escorregadores criados para que se inserissem adequadamente no local.

Figura 229: Detalhe dos escorregadores. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:50

Figura 230: Detalhe dos escorregadores. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:50

+2,00

+1,00

0,00

Figura 231: Corte dos escorregadores. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

123


124 LOCALIZAÇÃO

ESCULTURAS LÚDICAS Para interação e diversão das crianças, foi criada uma área escultural interativa.

Figura 232: Altura das paredes. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100

CAMADA A

As paredes interativas: foram inspiradas na obra de Hélio Oiticida denominada "Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5 De Luxe, 1977".

CAMADA B

CAMADA C

A B C

Figura 233: Obra de Hélio Oiticica. Fonte: Inhotim, 2018.

Figura 234: Organização das paredes. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. ESCALA 1:100


HEXÁGONO As esculturas em forma de haxagónos surgem do chão e possuem pequenos jatos de água. A disposição dos elementos foi definida a partir da referência Luz Urbana (figura 235) do artista Chris Burden. A escolha do hexagóno se deu pela forma do trapézio espelhado que remete ao calçamento de algumas ruas localizadas no entorno da Estação.

Figura 237: Dimensão dos hexagónos Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Figura 235: Luz urbana de Chris Burden. Fonte: ArtArte, 2018.

Figura 236: Rua no entorno da Estação. Fonte: Autor, 2018.

Figura 238: Disposição dos hexagónos Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Figura 239: Detalhe das esculturas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018 ESCALA 1:50

125


126

IMAGENS 3D

Figura 240. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


127

Figura 241. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


128

Figura 242. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


129

Figura 243. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


130

Figura 244. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


131

Figura 245. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


132

Figura 246. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


133

Figura 247. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


134

Figura 248. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


135

Figura 249. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


136

Figura 250. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.


137

Figura 251. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.



CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho contribui para a compreensão de que as construções históricas fazem parte do tecido urbano e representam as constantes mudanças que ocorrem nas cidades. No Brasil, muitos destes edifícios acabam entrando em decadência pela falta de cuidados devido as políticas públicas, portanto é necessário salvaguardar nossos bens, atribuindo-os de novos usos fazendo com que se recupere a memória do local mostrando sua importância e gerando dessa forma cultura e lazer para a população. A Estação com todo o universo que girou ao seu redor é um testemunho em si mesma, sendo um dos principais bens materiais da cidade de Passos, fez parte da vida de inúmeras pessoas, operários, viajantes e moradores da região que criaram um sentimento de pertencimento ao bem. Deve ser notada e admirada pelas gerações presentes e futuras, seja pela sua arquitetura e pela forma que se inseriu no conjunto da cidade. É de suma importância dedicar esse espaço para a população, e com o presente projeto desenvolvido e apresentado foi possível alcançar este objetivo. Merece destacar ainda a importância das ferrovias, as quais deixaram um grande legado e um número considerável de edificações, que constituíram um grande período de desenvolvimento do país.


REFERÊNCIAS



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ANEXOS



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