O teen revista finalizada 2017 02 05 2017

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PG 12 - FAZER O QUE? MEU PAU TE AMA. PG 14 - O JOVEM QUE GANHA R$ 26.000. PG 7 - SER CIDÃO NO BRASIL. PG - PAPROPRIAÇÃO CULTURAL.

EDIÇÃO= 1 ANO= 01 MAIO 2017

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Executivo: Daniel de Souza Santos. Domínio da marca: Augebit. Logística e distribuição: Augebit. Editor chefe: Ana Clara Pereira. Designer: Atchin Artwork. Diagramação: Daniel Souza. Revisores: Bruna Alves e Priscila Aimi. Jornalistas: Roberto Michels. Auxiliar comercial: Bruno Sebem. Comediante: Paulo Victor Pinheiro. Professores convidados: Luísa Ferreira (profº de matemática) Destaque regional de Ubatuba: Vinícios Tavares. Desenvolvimento digital: Augebit. Diretor: Bruno Gonsalves. Sistema: Wordpress. Imágem de capa: Ana Clara Pereira. Poemas: Lérce. Copyright de imágens: freepik.com Essa revista, pertence à agência de publicidade Augebit, que detêm todos os direitos da marca em; vendas, brindes e materiais publicitários em geral. Em relação ao conteúdo, há na página: www. otee.augebit.com.br/conteudo, todo o protocolo de tudo qu é aceito e não aceito na revista, incluindo também, os criterios de vertente publicitária. É necessário que a matéria e o anunciante, estejam dentro do perfil da revista. Esta, está protegida por copyright e faz parte das associações que regulamentam e controlam os veículos de comunicação impressos no Brasil, tais como: ABAP, IVC, ANER.

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EDITORIAL Certo dia, no fim do mês, eu tive que ir ao barbeiro. Eu nunca troco de barbeiro, acho que isso é coisa de homem, somos mais preguiçosos do que as mulheres e também temos medo de trocar de barbeiro e dar tudo errado. Neste dia, eu tinha que cortar o meu belo e precioso cabelo, mas, fica 20 minutos, sentado numa cadeira velha, olhando para um espelho enorme na sua frente, não é uma atividade muito prazerosa para mim. Sempre quando estou na fila de espera, ouço músicas no meu telefone que comprei na Loja Cem. Mas, neste certo dia, eu tinha esquecido os meus fones em casa, e, ou eu prestava atenção na conversa de barbeiro que só pauta assuntos como, “goleiro fulano de tal”, “o prefeito isso, o prefeito aquilo”. Ou eu dava uma lida nos jornais do mês retrasado que ficam dispostos ali, logo ao lado da cadeira de espera. Resolvi ler notícia velha. Peguei o Estadão, só tinha uma folha, tinha uma Veja, de 2015. Mexi mais um pouco no monte de papel e encontrei uma revista, tratava-se de uma revista regional.

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ma revista feita para jovens com conteúdo de valor, criado com atenção e com uma política de temática e publicidade; certo, essa é a parte burocrática da nossa revista. Agora vamos falar do que a gente realmente é? Essa revista é nossa, é de quem quiser, de quem vier! Colocamos aqui conteúdos que vão implicar e, se você deixar, mudar a sua vida. O que nós queremos com esse produto é motivar, engajar e provocar uma ação em você, nosso querido leitor. A criação dessa revista surgiu do pensamento de dois amigos, uma artista e um publicitário, também jovens que decidiram produzir um material responsável, interativo e de valor para pessoas dessa geração. Queremos ouvir idéias, criar coisas novas e destacar jovens que também pensam diferente. Nossa revista é feita para ser realmente de papel, você terá como interagir com a gente aqui da redação enviando suas respostas às nossas perguntas no final de cada edição. Mas também estamos online, é claro! Você pode nos encontrar no Facebook e Instagram ou consumir nosso conteúdo exclusivo no website: oteen. augebit.com.br SEXO Escolhemos tratar da sexo. Ah tá, você acha que a gente vai começar a falar sobre todas aquelas coisas que você está cansado de assistir nos programas da TV, mas nós garantimos que falar de sexo do nosso jeito vale a pena.

CONVIDADOS Vinícius Tavres. Micro- empresário.

O tema foi escolhido, principalmente, por ser uma questão em destaque nos últimos meses. O que realmente queremos mostrar é que existe sim um outro tipo de atitude, que não inclui sentar no sofá e esquivar do assunto. Se você chegou até aqui neste editorial, relaxe, tem a revista inteira ainda para ler.

Luísa Ferreira Professora de matemática.

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Forcei-me a resistir. Mas a beleza e a pureza da mulher gritava no canto dos meus olhos.

Acordei no meu quarto de aluguel no centro da cidade do Rido de Janeiro. A caminho do trabalho. Prestes a encontrar o patrão resmungando com seu charuto atrás da mesa de ébano. Entrei no circular lotado. Pessoas com sacolas, mochilas e carrinhos de feira. Em pé, diante as portas do fundo eu amargurava a minha vida. Quando em um ponto próximo ao do meu embarque, subiu uma linda moça grávida. Seus olhos reluziam, seus cabelos encaracolados com cachos perfeitos até o pescoço. Barriga grande, que volumava a camiseta florida. Uma beleza surreal tomou-se sob meus olhos ao ver aquela moça. Uma alegria incontrolável tomou conta do meu coração. A jovem graciosa gestante, veio até os fundos, muitos cavalheiros e vagabundos ofereceram lugar a bela grávida. Um senhor que aparentava seus quarenta e dois anos, ofereceu o lugar ao lado da porta. Esbarrando os braços nos meus, ela acomodou-se no banco de plástico cinzento. Os pensamentos corrosivos, que definhavam minha alma, como ácido, deram espaço a uma imensa alegria e empolgação pela presença da mulher que nunca vi. A cada minuto da viagem, eu virava o pescoço para admirar a beleza da moça. Pensei em puxar assunto. Mas, creio que me fugiram todas as palavras do meu vocabulário.  4

O lugar ao lado da bela grávida onde sentava uma velha senhora, ficou então vazio. Uma voz dizia em meus ouvidos para que eu sentasse. Minhas pernas caminharam, minha boca mexeu e eu sentei-me ao lado dela. Não me lembro como o que falei, qual foi tom que dirigi minha voz. Mas. Agora eu estava lá, duro como uma estátua. Sua barriga encostava nas minhas costelas direiras junto com os solavancos do coletivo. Certa intuição instigou-me a puxar assunto. “Quantos messes tem a criança?” Uma pergunta rápida, sem introdução, sem aviso. A moça olhou para meu rosto com seus olhos negros e brilhosos. Os músculos do meu lábio superior tremiam. “Oito meses”. Olhei para o ventre. Pude ver um leve calombo se formar na superfície brilhosa da enorme barriga. Minhas mãos foram atraídas como um imã para os chutes do bebê. Por um momento tive a impressão de ouvi-lo gemer em meio as vísceras de sua jovem mãe. Então. O sentimento de paixão e amor cálido. Aumentou-me as pupilas dos olhos. Meu coração acelerou. Como se eu estivesse sentindo um filho meu, no ventre da mulher que eu amara. Mas. Esse sentimento puro e belo foi interrompido bruscamente por uma campainha de um circular sujo. A moça tirou com delicadeza as minhas mãos de sua barriga. Calmamente me deu adeus. Sua parada havia chego. Então. Vi a mulher dos meus sonhos, grávida de um filho que eu amava. Descer as escadas de aço. E me deixar mais uma vez afogar-me no mar de ácido corrosivo.


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7 setembro de 1822

Dia da intependência do Brasil. Instituia-se a democracia.

Diretas já 1964 Graças ao movimento, o Brasil pôde caminhar rumo a redemocratização, com a conquista do poder civil em 1985.

Crianças podem aprender ética e cidadania pela internet. Com atividades interativas sobre; política, cidadania deveres e obrigações. WWW.PORTALZINHO.CGU.GOV.BR

Ser cidadão e exercer a cidadania, não se resume em acordar em um domínio num ano de eleições, as 9:00 e sair com um sorriso no rosto, pronto para ir votar. Cidadania, pode ser uma das coisas mais valiosas e sensatas que existe na nossa c ivilização e é uma coisa que tem que ser bem compreendida por todos que nela habitam.

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Constituição 1988 E como consequência, outra importante conquista da democracia brasileira se configurou: a Constituição Federal de 1988.

Você sabe o que é um cidadão? Não, ao contrário do que muito se parece com o som da palavra, esse não é um termo sinônimo de cidade grande. Esse termo está muito mais intrínseco com as pessoas que talvez possam morar numa cidade grande. Cidadania, essa é atividade onde se implica ser cidadão ou seja; cidadão é aquele que exerce a cidadania. Essa é a liberda mo estabelece o artigo III da Declaração dos Direitos Humanos, aprovada na Assembleia Geral da ONU em 1948 “Toda a pessoa tem o direito à vida, liberdade e à segurança pessoal”. O termo “cidadão” designa nesta circunstância e contexto; o habitante da cidade, indo contra a destruidores da cidade. No Brasil, em meio aos registros em língua portuguesa que circulavam no início do século XIX, observa-se a distinção entre os termos cidadão, e o fidalgo seria o segundo para designar aquele individuo detentor dos privilégios da cidade na sociedade. Basicamente, nesses escritos, o conceito de cidadania, foi uma maneira de designar a origem e a liberdade dos vassalos do vasto antigo império português. A partir de 1822, com a reconfiguração do estado, vários conceitos políticos passaram para o um processo de “ressignificação”, cidadão e cidadania, entram no vocabulário dos discursos políticos, assim como os termos; Brasil, “brasileiros”.

Constituição 1988

Esse é um marco para a consolidação da democracia, pois é pautada principalmente na garantia dos direitos civis, valorizando a liberdade física e intelectual de todos os cidadãos.

Fora Collor 1992 No dia 30 de março, o ministério de Collor renunciou coletivamente devido às acusações de corrupção contra o governo.

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A partir disso, cidadania no BR, pode ser compreendida, pelas lutas, conquistas e derrotas do povo brasileiro ao longo da história do nosso país. Então se deu início a concessão do Estado das garantias individuais de vida, liberdade e segurança. itadura militar se dá quando as ForEm resumo, pode-se enten- ças Armadas e o Exército tomam o poder der que a cidadania brasileira é de uma nação, negando à maior parte dos cidadãos a participação das decisões nas a soma de conquistas cotidianas, instituições estatais. na forma da lei, de reparações civis e políticas, no percurso da No Brasil, em período de Guerra Fria, sua história. as Forças Armadas brasileiras realizaram um golpe de Estado em 31 de março de Quando então houve o grande 1964, que depôs o presidente João Gougrito “Independência ou Mor- lart. Eleito como vice-presidente em 1960, Jango (como era conhecido) assumiu o te”, nós passamos para um regipoder após a renúncia de Jânio Quadros, me democrático, concedeu-se o em 1961. conceito de cidadania jurídica, pode-se dizer. A ditadura civil-militar no Brasil foi marcada pela extrema violência pela Mas, hoje em dia, percebe-se qual foram combatidos os opositores que esse termo, pode ter uma do regime. Prisões arbitrárias, torturas, significância muito maior e estupros e assassinatos foram realizados prática na sociedade. Segundo pelas forças militares e policiais no país. o Incid (Indicadores da cidada- Desde o primeiro momento, direitos políticos foram cassados, instaurando ainda nia) é a condição para haver a uma rígida censura aos diversos meios democracia, e não o contrário. de comunicação e à expressão literária e artística da população. Pode haver uma cidadania, sem condições políticas e institucioO esgotamento final do regime nais. A atitude cidadã, para além militar aconteceu, principalmente, em da sua relação com os direitos é decorrência da realização de inúmeras também a força das transforma- manifestações de massas nas principais cições sociais, e mais, definidora dades brasileiras, pedindo a realização de eleições diretas para presidente da Repúdas condições institucionais, da blica. Realizadas por milhões de pessoas, democracia expressa nas leis de essas manifestações ficaram conhecidas por Diretas Já. políticas públicas. Senos assim, a cidadania, é um Apesar da manifestação do interesse conjunto de forças capaz de radi- popular, os militares não realizaram uma calizar a democracia, consegue eleição direta. Em 1984, Tancredo Neves sozinha garantir os direitos fun- foi eleito presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral. Entretanto, sua morte pouco andamentais. tes da posse levou ao governo José Sarney, •Alguns direitos instituídos na consti- o primeiro presidente civil do Brasil após

tuição ferem os de outros e entram em contradição com a cidadania e igualdade como direito a propriedade. •Novas lutas sociais e identidade definem novos direitos.

21 anos de ditadura civil-militar.

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Operação Lava Jato 2014

Polícia Federal considera a maior investigação de corrupção da história do país, e investiga crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução da justiça, operação fraudulenta de câmbio e entre outros crimes.

Programa bolsa família.

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á mais de dez anos, o programa criado em 2003 pelo ex-presidente Lula. Tinha em seu percurso, um enorme caminho, cheio de dificuldades e preconceitos. Era a primeira vez, que se desenhava uma política pública direcionada especificamente para o enfretamento da pobreza no Brasil. Que visava não somente proporcionar uma renda complementar para as famílias, mas, também um mais fácil acesso aos direitos sociais. O programa, tinha em seu perímetro uma boa visão de expansão para o Brasil, pois tinha o objetivo de promover a inclusão de milhões de famílias brasileiras atingidas pela miséria e provocar assim, um alivio imediato nas condições de pobreza do nosso país. Além disso, também almejava estimular as um melhor acompanhamento do atendimento do seu público alvo, aos serviços de saúdes e a ajudar a superar dificuldades ainda mais dramáticas, que interferiam e prejudicavam o desenvolvimento educacional das crianças pobres como; alto nível de abandono da escola, desnutrição e também defasagens entre idades e séries escolares. Isso certamente interromperia o ciclo de pobreza. No começo do projeto, os grandes nomes da política, apontavam algumas ideias pejorativas a respeito do verdadeiro uso desse dinheiro pelas famílias. Dizia-se que, como seriam muito pobres e desprovidos de educação ou a um conhecimento maior de mundo, as famílias não fariam um bom proveito do dinheiro que seria disponibilizado. Porém, as experiências e pesquisas realizadas mais tarde, puderam comprovar que as famílias não só compravam “corretamente” como também conseguiam fazer investimentos onde havia mais necessidade. Também foi muito dito, que as famílias de Brasileiros, que viessem a ter os benefícios financeiros, não esperaram muito para começar a colocar em prática o famoso “jeitinho brasileiro”, passariam a ter mais filhos, lançando mão de um comportamento oportunista, para ter um valor maior ao adquirir a quantia, já que o governo dispõe de um valor para cada filho.

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Mas, de acordo com os gráficos do IBGE, o PBF não tem provocado um aumento na fecundidade das mulheres brasileiras. E por sinal a redução maior, tem sido justamente entre os mais pobres. O ritmo de queda, também é maior nos Estados menos desenvolvidos, e naqueles que tem a maior presença de domicílios de famílias inscritas no Bolsa Família. Parece que o brasileiro, não é vítima de preconceito de gringos apenas. Nós também sofremos preconceitos de um contra o outro. Depois de dez anos em atividade, o programa apresentou resultados positivos em relação ao que se esperava em 2003. Começando pela redução da pobreza e desigualdade. Paralelamente, havia uma perspectiva de impacto positivo em termos da autonomia das famílias, dada a opção do programa por dar liberdade aos beneficiários na alocação dos recursos transferidos. Mas não se previa o quanto a estabilidade da renda gerada por um aporte público regular e previsível poderia melhorar a qualidade de vida das famílias. O pagamento do benefício por meio de cartão magnético pessoal e a priorização dada à mulher como titular deste cartão – hoje, 93% dos titulares são mulheres – proporcionaram o empedramento feminino em espaços públicos e privados. O ganho de autonomia das mulheres e de ampliação da cidadania, enfatizado no trabalho de Leão e Pinzani, é um dos principais indicadores do potencial intrínseco de mudança na sociedade, dependente apenas do impulso proporcionado por políticas adequadas. Na educação, esperava-se que as condicionalidades reduzissem os indicadores de evasão e regularizassem a trajetória escolar, permitindo melhores médias de frequência e aprovação e menor defasagem idade-série para as crianças das famílias beneficiárias. Ao longo de dez anos, tais objetivos foram alcançados. As condicionalidades contribuíram para a redução das taxas de crianças fora da escola, tanto para meninos quanto para meninas, em todas as faixas entre os 6 e os 16 anos. É visível e indiscutível, que o Programa Bolsa Família foi benéfico para o nosso país e é com certeza um dos provedores de uma cidadania judicial para os mais pobres, que eram uma enorme massa, hoje está menos grave, mas ainda temos uma imensa discrepância econômica no Brasil. Talvez, se começássemos a exercer a cidadania não jurídica, aquela que não precisa de leis, que a gente falou mais a trás, nós possamos melhorar cada vez mais a nossa situação.


O DESTAQUE

NO EGITO INVENTARAM UM NEGÓCIO DA CHINA.

"Os fenícios contam que ao voltarem à pátria, do Egito, pararam às margens do Rio Belus, e pousaram sacos que traziam às costas, que estavam cheios de natrão (carbonato de sódio natural, que eles usavam para tingir lã). Acenderam o fogo com lenha, e empregaram os pedaços mais grossos de natrão para neles apoiar os vasos onde deviam cozer animais caçados. Comeram e deitaram-se, adormeceram e deixaram o fogo aceso. Quando acordaram, em lugar das pedras de natrão encontraram blocos brilhantes e transparentes, que pareciam enormes pedras preciosas. Um deles, o sábio Zelu, chefe da caravana, percebeu que sob os blocos de natrão, a areia também desaparecera.

Você consegue imaginar, porquê um jovem de 17 anos abre uma vidraçaria? E ainda por cima se da bem?

Os fogos foram reacesos, e durante a tarde, uma esteira de liquido rubro e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia incandescente se solidificasse, Zelu plasmou, com uma faca aquele líquido e com ele formou uma empola tão maravilhosa que arrancou gritos de espanto dos mercadores fenícios. O vidro estava descoberto." Os fogos foram reacesos, e durante a tarde, uma esteira de liquido rubro e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia incandescente se solidificasse, Zelu plasmou, com uma faca aquele líquido e com ele formou uma empola tão maravilhosa que arrancou gritos de espanto dos mercadores fenícios. O vidro estava descoberto."

Esta é uma das versões, um tanto lendária. Mas, notícias mais verossímeis, relatam que o vidro surgiu pelo menos 4.000 anos A.C. Julga-se, entretanto que os egípcios começaram a soprar o vidro em 1.400 A. C., dedicando-se, acima de tudo, a produção de pequenos objetos artísticos e decorativos, muitas vezes eram confundidos com belas pedras preciosas. Sua decomposição é de 4000 anos. A cada 1000 kg de vidro leva-se 1300 kg de areia.

*Fenícios Essa foi uma civilização da Antiguidade cujo epicentro se localizava no norte da antiga Canaã, ao longo das regiões litorâneas dos atuais Líbano, Síria e norte de Israel. A civilização fenícia foi uma cultura comercial marítima empreendedora que se espalhou por todo o mar Mediterrâneo durante o período que foi de 1 500 a.C. a 300 a.C. Os fenícios realizavam comércio através da galé, um veículo movido a velas e remos, e são creditados como os inventores dos birremes.

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Talvez tenha sido os egípcios que tenham criado o vidro, talvez não. O fato é que esse jovem rapaz conseguiu fazer de vidros, um bom negócio desde cedo. Você consegue imaginar, um jovem, que trabalha sem ter patrão? Pois então... é assim que o nosso jovem destaque trabalha, o nome dele é Vinícius Tavares e ele é o mais jovem empreendedor de Ubatuba, aos 17 anos de idade, tem uma empresa que movimenta certa de 26 mil Reais por mês. Não ter chefe, trabalhar por conta e ainda assim, conseguir ganhar mais de três salários mínimos por mês, não é uma tarefa nem um pouco fácil. E é por esse motivo que Vinícius é o nosso destaque. Esse jovem rapaz, começou suas jornadas de trabalho muito cedo, como muitas crianças que moram no litoral, ele na época de férias durante os meses de dezembro, janeiro e até um pouco de fevereiro, vendia refrigerantes que seu pai comprava no atacado, durante o dia que passava na praia para no meio dos turistas. Não satisfeito, aquele garoto ambicioso, também vendia para os mesmos turistas, garrafas cheias de água gelada, enquanto eles ficavam parados no engarrafamento que se formava para subir a serra de volta para São Paulo. Fazia um bom dinheiro naqueles tempos, para um menino de 12 anos de idade, ganhar cerca de R$ 100,00 por dia, era realmente uma fortuna. Mas, quando perguntamos sobre como ele desenvolvia suas habilidades com vendas, quais eram as técnicas. Ele disse que as pessoas compravam os refrigerantes e as águas no trânsito, porque tinham dó ou pena, de ver um menino acima do peso, segurando garrafas de água e latinhas de refrigerante durante o dia inteiro.

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Mas, sendo por dó, ou sorte. O tempo para o Vinícius passou e aquele menino já tinha se habituado ao esforço, trabalho e a responsabilidade, coisa que o ajudou muito para estar fazendo um bom negócio hoje “Eu pensava em mudar de cidade, explorar uma área boa para trabalhar, pensava em uma multinacional ou algo assim. ” Bem. A vida começou a mostrar outras oportunidades para Vinícius Tavares. Houve corte de gastos no supermercado onde ele trabalhava e sua carteira de trabalho foi assinada para demissão. Vendo-se fora da equipe, não se acanhou e logo foi fazendo contato com amigos, que estavam trabalhando, fazendo bicos. Que conseguiram uma vaga em uma vidraçaria de um amigo que eles tinham em comum. Vinícius então, começou a trabalhar como empregado nessa vidraçaria, mas ficou lá por pouco tempo. Viu ali, uma oportunidade de negócio, que ele começou a colocar em prática bem rápido. E dês de então Vinícius Tavares, fundou seu empreendimento que leva o seu nome. Desde setembro de 2015. Ele abriu sua vidraçaria e já começou com o pé direito, seu pai conseguiu oferecer uma ajuda para comprar as máquinas novas e tudo começou a funcionar em menos de um mês. Acompanhamos Vinícius em alguns dias de trabalho e pode-se afirmar que para ser um vidraceiro, tem que amar realmente o que faz é praticamente uma vida de louco – mais ou menos como é com a gente aqui na Oteen – Logo de manhã quando o sol raia em meio as montanhas de Ubatuba esse rapazote de 17 anos de idade, tem que levantar e ir tomar as rédeas do seu negócio.

Um trabalho minucioso com grandes maquinas de corte, barras de alumínio e grandes metragens de vidro, fazem o dia do Vinícius Tavares se encher de trabalho. Tudo que podemos dizer, é que Vinícius ainda tem um enorme percurso a ser seguido na sua carreira de empresário de vidraçaria, tem muitos clientes para deixar satisfeitos. E esse, é um grande exemplo para quem tem vontade de seguir com seu sonho, seja ele qual for, qual o tamanho do seu sonho, nunca desista. Você nunca vai ver uma pessoa que atingiu seus verdadeiros objetivos, que conseguiu realizar seus sonhos, dizendo “eu desisti”. Acredite, você que tem vontade.

“Me sinto privilegiado, é muito gratificante para mim, me sinto bem fazendo o que eu gosto.” - Palavras de Vinícius Tavares


Qualquer semelhança é mera coincidência? O que você diria, se um dos países mais importantes e imponentes do mundo, tivesse no seu comando, um homem arrogante e autoritário? Então... essa é uma coincidência bem intrigante, não?

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Ao longo da trama, já começamos a chama-lo de Frank, e descobrimos mais sobre a vida do congressista, democrata da Carolina do Sul, sedento de poder, que após trabalhar na eleição do então presidente Garrett Walker, com objetivo de então vir a ser nomeado Secretário de Estado, fica devastado ao saber que logo no primeiro dia de governante Walker, quer que ele promova sua agenda no Congresso e por isso não vai poder cumprir com o acordo de nomeá-lo Secretário de Estado. Essa é a chave, que liga a máquina traiçoeira e egoísta chamada, F. Underwood. A partir desse momento, ele decide caçar o poder almejado com suas próprias garras. Com tudo Frank, trama um plano para chegar ao poder, elaborado “nas costas do presidente”. Jogos de poder começam. Underwood, engrena num plano complexo para chegar ao poder do Gabinete e para isso, ele derruba tudo e todos que estão à sua frente, como quem atira em patinhos com uma espingarda de pressão.

A série baseada no romance de Michael Dobbs e criada para Streaming, ganhou o prêmio Emmy em 2013. House of Cards, uma produção norte-americana, criada por Beau Willimon para o Netflix. Tem como protagonista Frank Underwood, interpretado por Kevin Spacey. Um político egocêntrico, ambicioso, que tem cede pelo poder. O autor do livro, que originou a série, não precisou de fazer imensas pesquisas a respeito do universo político. Além de escritor, Dobbs, serviu como Chefe de Gabinete de Margaret Theatcher entre 1986 e 87, além de ter sido Presidente Adjunto do Partido Conservador entre 1994 e 1995. E para tornar o ambiente político da série, ainda mais crível, por coincidência ou não, o produtor da série Beaum Willimon também já trabalhou como político com Charles Shumer, Hillary Clinton e Howard Dean. Os fatores profissionais que envolveram autor/produtor da série, certamente contribuíram muito para a série mostrar tão bem como é o funcionamento político, e no caso do autor, da política dos EUA. Nós então começamos a acompanhar a história do congressista Francis Underwood, exibindo seu protagonismo implacável e logo nos primeiros minutos da primeira temporada, termina de matar um cachorro que acaba de ser atropelado e agoniza na caçada. Enquanto ele, agachado na calçada de casa, estrangula o cachorro, explica ao público que na vida, existem momentos que é necessário que alguém faça algo muito desagradável.  12

Muito carismático e com a capacidade imensa de fingir ser amigo as pessoas, F. Underwood, consegue persuadir dentro da Casa Branca, aliando-se a inimigos a farejando oportunidades de opressão 24 horas por dia. Casado com Claire Underwood, dirige uma ONG, denominada Clean Water Initiative (Iniciativa para Água Limpa), mas as suas intenções não são explicitas. Ela, também como seu marido, tem uma enorme ganância por poder e usa a sua ONG para cultivar o seu próprio poder e aumentar sua influência. Nos primeiros momentos da série, Claire considera que a sua organização bem-sucedida tem um impacto muito limitado. Motivada para notoriedade internacional, ela decide mudar o foco da organização para o apoio na criação de poços no estrangeiro. Tudo isso gera uma aproximação maior dela, com o mundo político e Claire Underwood, também começa sua jornada em busca também do seu poder. Duas tramas que se unem, para envolver você em um ambiente, político, estratégico, hostil e destruidor. Episódios inteiros dentro do Congresso dos Estados Unidos, idas e vindas do Salão Oval, os assuntos que corre nos corredores. Vão te fazer impressionar com a construção e com a ambientação dos personagens de House Of Cards. Nessa série você consegue perceber, tudo que o “poder” pode levar uma pessoa a fazer. E por mais que quase nenhum dos personagens seja bom- caráter, você com certeza vai se aproximar de algum. Muito provavelmente, do casal Underwood. Que tem uma cumplicidade mútua, que passa por altos e baixos durante todas as temporadas.


ANTES DE SUA ESTRÉIA, HOUSE OF CARDS MOVIMENTOU UMA GUERRA ENTRE CANAIS PELOS DIREITOS DE EXIBIÇÃO David Fincher e Kevin Spacey (também Produtor Executivo da série) começaram a produção sem possuir contrato com nenhuma rede, mas logo começaram as especulações que lançaram o leilão pelos direitos sobre a produção, incluindo a AMC e a HBO entre os competidores. Em uma movimentação até então inédita, a Netflix ganhou os direitos não apenas com uma bela oferta financeira, mas já se comprometendo com duas temporadas completas antes mesmo da execução da primeira.

Kevin Spacey Fowler (Nova Jérsei, 26 de Julho de 1959), mais conhecido como Kevin Spacey, é um ator, diretor, roteirista, produtor e comediante norte-americano.

Kevin Spacey ator protagon ista de House Of Cards.

Congressista, que equivale ao cargo de Deputado Federal no Brasil.

O consagrado ator e produtor Kevin Spacey fez uma imersão no mundo da política com o seu chará o congressista californiano Kevin McCarthy e, depois disso, declarou que não gostaria de estar na pele dele. “Não é fácil. Mas foi fascinante ir a algumas reuniões de sabatina e realmente ver como é a agenda deles, o que eles vão divulgar para a imprensa e como eles fazem isso”, disse Spacey.

Kevin Spacey foi nomeado para diversas premiações durante a sua carreira, como o Emmy e Globo de Ouro, e participou de filmes como o suspense policial Seven (1995), no filme de crime L.A. Confidential (1997), no drama Pay It Forward (2000), na ficção científica e suspense K-Pax (2001) e no papel de Lex Luthor no filme Superman Returns (2006). Ele é também o diretor artístico do teatro Old Vic em Londres desde 2004. Desde 2013, Spacey tem feito o papel de Frank Underwood na série original do Netflix House of Cards. Ele ganhou um Globo de Ouro de melhor ator em série dramática por seu papel na série.

QUEBRA DA 4º PAREDE OBAMA TAMBÉM ODEIA SPOILERS DE HOUSE OF CARDS No dia anterior ao lançamento da segunda temporada na Netflix, o presidente americano twitou para seus mais de 50 milhões de seguidores: “Amanhã: @HouseOfCards. Sem spoilers, por favor.”

Um dos diferenciais da série é a quebra da quarta parede. O personagem principal, fala diversas vezes com o telespectador, fazendo piadinhas, acrescentando informações importantes para o contexto da história. Isso faz com que o espectador, também seja praticamente cumplice de F. Underwood, durante o decorrer da série. Esse também é um dos motivos da série ser muito envolvente.  13


Ministério da Saúde, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) analisou os registros de violência sexual e concluiu que 89% das vítimas são do sexo feminino e em geral têm baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. Em metade das ocorrências envolvendo crianças, há um histórico de estupros anteriores. 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima.

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or volta das 4 horas, no Rio de Janeiro, a jovem Raíssa*, de 18 anos, saia com uma amiga de 16 de um baile funk, no Morro da Mineira (centro do Rio) quando foi violentada por quatro rapazes. Um dos criminosos já a conhecia, e tinha a abordado em outras duas festas em que ela estava, mas a menina tinha recusado a sair com ele. Segundo ela, o estupro durou cerca de duas horas. “Quando eu tentei fugir, ele ainda gritou: você está tentando fugir? Então, você vai ver só!” Raíssa* conta que nesse momento, o rapaz chamou três amigos, que estavam no grupo e então começou a cessão de estupro. Além de ser violentada, ela também recebeu tapas e chutes. Quando finalmente conseguiu escapar, Raíssa foi socorrida por policiais, em uma viatura da UPP do Morro da Coroa. Levaram-na para a 6ª DP de Cidade Nova. De lá, foi levada para o Hospital em São Cristóvão. Nas unidades, ela foi medicada com o PEP coquetel contra HIV. Depois de registrar, queixa, a vítima fez exame de corpo de delito no IML. De acordo com a assessoria de imprensa das UPPS, o evento no morro não foi autorizado. O pai da jovem disse que tinha medo de deixá-la sair a noite na região. “Já tínhamos falado muito para ela não ir. É triste ver um filho nosso passar por isso.” Lamentou o pai de 53 anos.

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DA IBOPE Faça uma lista de todos os programas que você já viu, que falam de sexo ou tem o tema como plano de fundo. É fácil citar alguns exemplos como; Amor e Sexo, programa apresentado pela apresentadora Fernanda Lima, na Rede Globo, ou o programa Pânico na Band, exibindo os lindos corpos sarados das modelos vestidas em microbiniquinis, participando de gincanas em banheiras de espuma ou andando em uma esteira a mais de 100 metros de altura.

Quando você liga a TV não é surpresa que você vai ver alguma mulher de biquíni andando com uma garrafa de 1 litro de cerveja na mão. Enquanto isso, homens a aplaudem por estar “desfilando” num comercial qualquer entre uma novela e outra. Também é comum você zapear pelos canais num sábado atarde e encontrar no noticiário uma reportagem falando que tal Mc assediou uma repórter verbalmente. Tudo isso faz parte realmente dessa nossa “nova era” ou está havendo uma banalização? Os jovens sempre fizeram sexo e sempre vão fazer? Desde a última década esse tipo de ato está se tornando muito comum, até demais, você não concorda? Imagine a seguinte situação: você está em um baile funk, onde centenas de pessoas estão “curtindo” seu estilo de música preferido. Mas, em cada refrão ou estrofe, o cantor diz: "ela senta no pau, senta, senta, senta ela senta no pau." Essa não é exatamente a melhor abordagem para um tema complexo quanto sexo não é mesmo? Ou você está no sofá de casa numa terça-feira, para assistir a novela que passa depois do jornal mais assistido do país. e encontra uma cena de sexo bem aparente, sendo exibida para quase 98% da população do país. A todo o momento nós somos bombardeados com esses conteúdos por quase todas as mídias audiovisuais e isso já se tornou corriqueiro nas nossas vidas, o fato é que os jovens da nossa geração e da geração futura estão e serão influenciados por tudo isso.  16

Aliás, falando em banheira de espuma, não podemos esquecer da Banheira do Gugu, antigo quadro apresentado no programa Domingo Legal no mah oe SBT, em 1990. E mais tarde, a rainha dos baixinhos, apresentava seu programa, infantil vestida com vestidos e saias curtíssimas, o registro mais famoso da apresentadora infantil com roupas picantes é uma em que ela está vestida em um maiô estilo asa-delta, com um decote grande. O programa Clube das Crianças, comandado pela apresentadora Xuxa na Tv Manchete, de 1983 até 1986, quando a apresentadora foi para Rede Globo. Mostra que aparentemente o figurino de apresentadores naquela época pode ser bem usado, não?

77% em 2016

Afirmam ver TV todos os dias da semana, com predominância de segunda a sexta-feira. O telespectador passa, em média, entre 60 e 120 minutos em frente à TV. Fonte: Aesquisa Brasileira de Mídia 2016.

97% em 2014

A televisão estava presente em 97,1% dos 67 milhões de domicílios brasileiros em 2014, um crescimento de 2,9% na comparação com 2013. Fonte: IBGE

Mas, isso é ruim? Afinal, sexo não é bom para caramba? Não é isso que os jovens estão loucos para fazer? A resposta para todas essas perguntas é sim. Porém, existe uma enorme dose de responsabilidade, maturidade e preparo, para chegar ao ato do sexo. Toda essa exposição, faz com que os jovens e adolescentes mais apressadinhos, já influenciados por outros estímulos, pratiquem sexo sem preparação e muitas das vezes sem referências.

Referência sexual não é aquela que você encontra nos sites pornôs. A que nos referimos, trata-se da referência familiar que é extremamente essencial. Mas, infelizmente, não é essa a realidade da maioria dos lares no Brasil. A adolescência é marcada por muitas mudanças, físicas, mentais e sociais, o que representa um dos ciclos vitais do ser humano, ocorrendo novas formas de interação social, provocando novos pensamentos e comportamentos. Entre essas mudanças a que gera mais conflitos, certamente é a sexualidade, pois está relacionada à muitas crises e discussões vindas de valores morais e preconceitos de familiares e da sociedade, despertando situações de problemas com os adolescentes. Essas discussões acabam estreitando muito o diálogo com professores e pais a respeito do sexo. É importante destacar que quando há essa barreira, jovens acabam recorrendo a outros adolescentes igualmente despreparados, que acabam contribuindo para a tomada de uma decisão não adequada.  16


Meninos 48,6% Ho je em dia, jovens a partir de 15 anos de idade, já tiveram ou mantém relações sexuais com frequência, isso pode promover uma série de conflitos, defasagens e perdas na vida dessa pessoa.

Porcentagem de meninos que procuram o amigo apra falar de sexo.

Meninas 19,4%

Pelo falo de existir essas pressões na família, os jovens aderem a um receio de alar sobre sexo. Num estudo realizado em Cuiabá MT, para descobrir qual é a atitude dos jovens do ensino médio peranteao sexo, é possível observar que adolescentes do sexo masculino, em sua grande maioria, procuram um amigo para conversar quando o assunto é sexualidade. Já entre as meninas, assume valor mais expressivo as amigas, assim como os amigos (17,1%) como fonte de diálogo, troca de experiências e esclarecimento de dúvidas. A afinidade com o mesmo sexo para tratar do assunto se confirma ao analisar que as mães são mais procuradas pelas meninas (15,5%) e o pai, embora com valores discretos, exclusivamente pelos meninos. O fato de a fonte de diálogo sobre sexualidade ser, predominantemente, os amigos entre os meninos e amigas entre as meninas, pode estar relacionado com a dificuldade que pais e professores têm para abordar essa temática no dia a dia, não permitindo, com isso, que os jovens tenham abertura com a família ou na escola para esclarecerem suas dúvidas. É preciso destacar que, diante de todo esse silencia a busca por procurar informações com outros adolescentes também imaturos, contribui muito, dessa maneira, para a prática sexual de forma insegura.

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FONTE: BVS | Biblioteca Virtual em Saúde

A turma de 6ª série de *Simone , da Escola Estadual em São Paulo, estava entretida numa lição sobre répteis. Mas uma aluna estava incomodada. - Professora, os meninos da última fila estão agitados, fazendo uns barulhos... Sem se desviar do tema da aula, ela andou pela sala e percebeu dois garotos se masturbando. Ao se aproximar, eles tentaram disfarçar. Ela apoiou-se na carteira de um deles e comentou baixinho: - Sei que o que estão fazendo é gostoso, mas aqui não é o lugar adequado. Vocês não estão prestando atenção na aula e estão atrapalhando os colegas. Tudo bem parar agora? - Xi, professora, foi mau! Nunca mais os dois repetiram o comportamento na escola. E, algum tempo depois, ela conversou com a turma para resolver dúvidas sobre masturbação. _____________ *Nomes foram alterados, por respeito a identificação.

Porcentagem de meninas que procuram amigas apra falar de sexo.

E

daí? O que você tem a ver com o tudo isso de sexo? Bem, você tem muito a ver, você pode daqui a 9 meses, descobrir que vai ser mãe ou pai, assim vai diminuir sua perspectiva de futuro, pode sofrer preconceito, pressão dos seus pais, dos seus amigos e também pode desenvolver sérias doenças físicas, psicológicas e distúrbios emocionais. Mesmo assim, transar sem camisinha, não parece ser uma coisa muito grave para os jovens brasileiros, já que 1/3 da população com idade entre 15 e 23 anos, afirmam não usar camisinha durante atividades sexuais com penetração. Entre as mulheres, esse número é mais assustador, cerca de 40% disseram não transar sem camisinha. A estudante Paula Almeida*, 17 anos, revela que já fez sexo desprotegido em duas situações. A primeira foi durante a viagem de formatura do ensino médio, para Porto Seguro, no ano passado. “Foi algo que fiz sem pensar, os dois estavam meio eufóricos, sabe. Mas como eu conhecia o cara com quem estava ficando, achei que não haveria problema. Eu até perguntei se ele tinha camisinha, mas daí ele falou que estava sem. Na hora você vai no embalo, não tem como”, relata.  17


“Numa festa, na casa de uns amigos, rolou de novo. Mas agora eu tenho mais consciência. Na hora você não se dá conta de que está fazendo besteira. Somente no dia seguinte mesmo. Mas de manhã cedo eu já corri para a farmácia para comprar a pílula do dia seguinte. Não vou fazer mais isso. Passei o maior sufoco depois, com medo de uma gravidez”, recorda a estudante. Existem alguns médicos e autores que argumentam que a gravidez pode ser bem suportada por jovens e adolescentes. Basta ter um pré-natal bem acompanhado, pelo ginecologista e também pelo clínico geral. Infelizmente essa não é a realidade das jovens e adolescentes do Brasil. O fato de muitos dos casos de gravidez precoce está presente nos países ainda em desenvolvimento, com altíssima desigualdade social - onde o Brasil se enquadra - faz com que as jovens que engravidam precocemente, venham a depender do Sistema Único de Saúde (SUS). E muitas têm grandes dificuldade conseguir agendamento e acompanhamento dos médicos adequados. Isso colabora para que haja efeitos negativos na qualidade de vida das jovens que engravidam, com prejuízo no seu crescimento pessoal e profissional. Há índices de jovens abandonando a escola por pressão da família, ou por achar que “agora já não é mais hora de estudar”. Pode haver também rejeição de parte da escola, pelos próprios colegas e professores, mesmo que implicitamente. Segundo Blum, 53% das adolescentes que engravidam completam o segundo grau, enquanto que, entre as adolescentes que não engravidam, essa cifra corresponde a 95%. Há, portanto, necessidade de avaliação quantitativa e qualitativa da questão, principalmente nos países em desenvolvimento, para verificação da necessidade da adoção de medidas pertinentes a sua prevenção e direcioná-las aos grupos mais vulneráveis. Somando todos os fatos, conseguimos analisar que a gravidez as vezes pode traze mais tristezas do que felicidade, porém, sempre existe uma outra ótica:  18

E Sim, existem exceções.

Em um estudo feito pela Psicóloga Diana Dadoorian, todas as adolescentes entrevistadas afirmaram ter conhecimento de que exercer a atividade sexual sem o uso de contraceptivos poderia provocar uma gravidez. Entretanto, elas relataram que não fizeram uso desses métodos quando iniciaram a sua vida sexual. Esse dado questiona o fato de que a gravidez na adolescência ocorreria em função da desinformação sexual, como afirma o enfoque tradicional. Algumas adolescentes consultaram ginecologistas levadas por suas mães, mas, mesmo nesses casos, elas optaram por não utilizar anticoncepcionais.

A fala das adolescentes para explicar o não-uso de contraceptivos confirma o seu desejo de ter um filho.

No que tange aos programas de educação sexual, as adolescentes se mostram interessadas na aquisição de informações acerca dessa questão, e relatam que em alguns colégios tiveram aulas sobre esse tema. No entanto, a maioria dessas jovens afirma que a educação sexual deveria iniciar-se em casa, com os pais, especialmente com a mãe, pois estes têm mais intimidade para falar sobre esse assunto com os filhos. Essa escolha reforça o desejo das adolescentes no estabelecimento de um maior nível de diálogo com os pais.

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“Parecia que as pessoas desapareciam” Se você vivia no Castro em San Francisco, todos no bairro eram gays… Então não eram apenas seus amigos que estavam morrendo, era toda a vizinhança. Um dia trocavam o seu carteiro, no dia seguinte a floricultura fechava… Você nem era convidado pro funeral, parecia que as pessoas simplesmente desapareciam.

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Quando chegou de viajem, a falta de bom senso, também disse que “Isso é doença de americano, nunca vai chegar no Brasil”. O tempo passou. E a AIDS se transformou em um terror nacional. 1980 o médio Dr. Drauzio Varella, muito conhecido por todos nós brasileiros, que assistimos televisão pelo menos uma vez na vida. Ele estava fazendo um estágio importante, em um hospital de prestígio, na cidade de Nova Iorque. Quando havia chegado, logo tomou conhecimento de uma nova doença, misteriosa, que nenhum dos médios conheciam, tratamento ainda estava baseado nas hipóteses. A doença, deixava quem estava contaminado; apático, emagrecia drasticamente começavam a aparecer machas vermelhas pelo corpo. Além de diminuir a imunidade de quem a portava. O Dr. Se impressionou, mas, precisava focar no seu estágio. Certa vez, já era noite quando ele saia do hospital, naquelas noites frias da cidade que é quase o epicentro do mundo. Dráuzio encontra um amigo, de longa data, que lhe chama para um jantar entre outros amigos, ele, certamente não tinha nenhum outro compromisso mais importante naquela noite, aceitou. No jantar, muitos amigos, todos descontraídos, dentre muitos assuntos que passaram pela mesa, um deles, foi essa doença tão estranha e tão rápida que estava assustando uma boa parte dos americanos. “Isso é coisa do governo Reagan” as pessoas desacreditavam, pensavam que aquilo, era uma manobra do governo autoritário do então presidente, contra a classe de homossexuais. Dráuzio sabia que aquilo não tinha a ver com nenhum presidente e logo tomou consciência de que aquilo, chegaria ao Brasil e então. Seria uma enorme tragédia.

A explosão do HIV nos nãos 80, foi assustadoramente impactante. O processo de contaminação da população foi se expandindo e consequentemente, muitos doentes terminais foram decorrendo a partir dessa explosão – e o tratamento ainda não existia –. Muitos estudos foram iniciados a fim de encontrar o agente etiológico da doença, possivelmente um vírus. Nos primeiros momentos, os vírus; Citomegalovírus, Epstein-Barr e Hepatite B foram os maiores suspeitos. Não demorou para que os cientistas se dessem conta de que se tratava de fato de um vírus novo. Somente em 1984, quando milhares de pessoas já haviam se contaminado, a doença, cujo os retrovírus, considerados AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, foi descoberto. E em 1985, chegava ao mercado um teste sorológico de metodologia imunoenzimática, paga diagnóstico da infecção pelo HIV.

O AZT chegou e não adiantou. Por volta de 1986 e 87 chegou o Azidotimidina ou AZT ao mercado. E segundo o Dr. Dráuzio Varella, quando essa primeira droga antiviral contra o HIV chegou ao mercado, seus efeitos colaterais eram tão agressivos contra o organismo, que ao invés do paciente melhorar ele piorava. Esse medicamento, não teve a eficácia necessária contra o tratamento da doença e o seu impacto contra a mortalidade dos contaminados foi baixo. Muitas pessoas que tomavam o medicamento, tinham dores de cabeça muito fortes, náuseas, dores musculares, cansaço, confusão mental, diarreia entre outros sintomas, por isso davam aparência de ficar mais doentes.

Eu sou um gay de 62 anos. Felizmente eu atravessei a epidemia que teve início no começo dos anos 1980 e se estendeu até o meio dos anos 1990. Vocês querem saber como era? Eu não sei se eu consigo sequer começar a dizer de quantas maneiras a Aids afetou minha vida, apesar de eu nunca ter contraído o vírus. No começo dos anos 1980, eu tinha um círculo bastante extenso de amigos e conhecidos, e quando a epidemia realmente começou a pegar, não era incomum descobrir que três, quatro ou mais pessoas que você conhecia morriam a cada mês. Nós organizávamos grupos de apoio formais e informais para cuidar de nossos amigos que ficavam doentes. Alimentá-los quando eles conseguiam comer. Trocar suas roupas. Dar-lhes banho. Funcionar como leva-e-traz entre eles e familiares que “estavam preocupados” sobre seus filhos, sobrinhos, irmãos etc., mas não se dispunham a dar uma mãozinha porque eles tinham, sabe, nojinho da Aids. Depois que eles morriam, havia funerais a se organizar rapidamente, sem tempo para ficar de luto, porque quando uma pessoa morria, já havia outra pessoa que precisava de sua ajuda e o processo todo começava de novo. 20


Em 1994, um novo grupo de drogas para o tratamento da infecção, passou a ser estudado. Essas novas drogas apresentaram um potente efeito antiviral isoladamente ou associada ao AZT. (Daí que saiu a denominação “coquetel”) E o Brasil, foi revolucionário, sendo o primeiro país do mundo a distribuir o medicamento gratuito para “toda a população” infectada. Houve uma diminuição na mortalidade imediatamente, melhoras nos indicadores de infecção oportunistas. Até ocorreu um estado de euforia, com a crença de que “havia-se encontrado a cura para a doença”, mas logo se percebeu que o tratamento (coquetel) não eliminava o vírus do organismo dos pacientes.

População brasileira contaminada pelo vírus HIV.

Abrangência: Brasil | Unidade: casos/100.000 hab FONTE: IBGE

Você já deve ter ouvido alguns depoimentos, de pessoas que foram infectadas com o vírus HIV, e demoraram para descobrir. Você já se perguntou, porquê esse vírus demora para apresentar os sintomas? Nós sempre fazemos associação desse vírus, com a doença AIDS, que tem os seus sintomas muito aparentes e visíveis a olho nu. Apesar dos tratamentos hoje em dia contra essa doença serem muito eficazes, nós, fomos bombardeados nos anos 80 por imagens de pessoas caquéticas, com manchas e feridas espalhadas pelo corpo, todas elas com AIDS. E mesmo atualmente, algumas pessoas na fase mais aguda da doença, apresentam esses sintomas parentes. O Vírus da Imunodeficiência Adquirida é o responsável por causar a AIDS. Quando o vírus penetra no organismo pode causar, após 2 a 4 semanas, uma infecção que pode se confundir com uma gripe. Dor no corpo, aumento de inchaço na garganta, febre, mal-estar, dor de garganta, náuseas e às vezes bolinhas vermelhas espalhadas. Depois de 10 ou 14 dias estes sintomas desaparecem e a pessoa volta a se sentir bem. As células que mais são atingidas pelo HIV, são os linfócitos, justamente aquelas que comandam ações do corpo contra os vírus e bactérias. 21

A seguir ocorre uma fase que é chamada de latência. O HIV fica quieto no organismo, sem causar nenhum sintoma. Esta fase pode durar de 3 a 20 anos! A média em geral é de 8 anos. Neste período, a pessoa infectada sente-se bem, sem nenhum sintoma aparente. Se fizer o teste sorológico, no entanto, vem positivo. Esta pessoa classifica-se, portanto, como sendo HIV positivo e sem AIDS, pois não tem nenhum sintoma da doença. Por isso, ser portador do vírus do HIV é diferente de ter AIDS. O QUE É AIDS? Traduzida do inglês; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Ela é uma consequência da contaminação do organismo pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). A imunodeficiência é uma falha no sistema de defesa do organismo, contra micro-organismos, invasores, como o HIV. A aids, não é causada espontaneamente, mas sim, um fator externo. Atualmente a AIDS é considerada uma doença de fator crônico, ela não tem cura, existe tratamento, de maneira que uma pessoa infectada pelos HIV possa viver uma vida quase normal por um longo período, sem ter grandes sintomas. (Quando mais cedo a presença for detectada, mais eficiente poderá ser o tratamento.)

Essa é uma 2º chance para casos especiais. A Profilaxia Pós-exposição (PEP) é um tratamento com terapia por uns 28 dias, para evitar a sobrevivência e a multiplicação do vírus HIV no organismo. Ela é indicada para pessoas que tiveram exposições em algumas situações, como estupro, relação desprotegida, acidente ocupacional (com objetos de corte ou perfurantes). Apesar de ser um “tratamento de choque” pode-se assim dizer, contra o vírus. Mesmo assim, não diminui a responsabilidade de cada indivíduo em se prevenir e se proteger contra a contaminação. Esse tratamento não é imediato, como tomar uma aspirina para dores de cabeça, requer disciplina e longos, 28 dias de espera, com muitos efeitos colaterais (desagradáveis). Para esse tratamento ser eficaz, é necessário que seja dado início ao tratamento ao menos duas horas depois da relação de risco. Ou no máximo, a pessoa tem que começar o tratamento até 72 horas depois.


Distribuição global por HIV entre Progresso em direção à eliminação de infecções por HIV entre crianças (0-14 anos), por país. ,

Declínio em novas infecções por HIV Entre crianças (0-14 anos) Baixa e média renda, 2010-2015

Países remanescentes.

Argentina Bahamas Belize Bolívia Brasil Colombia Costa Rica Cuba México

20-49% Dados indisponíveis 50-79%

Percentagem de mulheres grávidas Vivendo com HIV recebendo Medicamentos anti-retrovirais. Para prevenir a transmissão materno-infantil Transmissão, renda baixa e média Países, 2015

Argentina Bahamas Belize Bolívia Brasil Colombia Costa Rica

Zambia Malawi Zimbabwe

Cuba México

Indonesia

33-65% 66-94% fonte: UNDAIDS de 2015

África do Sul


de novas infecções crianças (0-14 anos). Proporção de novas infecções por HIV por sexo, global e oriental e sul África 2015. 100

N igeria

80

Porcentagem (%)

60 40 20 0 4 4 9 9 4 9 9 15-1 20-2 25-2 30-3 35-3 40-4 45-4

Índia

Idade (em anos) Índice Global

100 80 60

Kenya Mozambique

40 20 0 4 4 9 9 4 9 9 15-1 20-2 25-2 30-3 35-3 40-4 45-4

República Unida de Tanzania

fonte: UNDAIDS de 2016

Idade (em anos) África oriental e Meridional. HOMENS

MULHERES


SANTO DO PAU OCO. Então. Sabemos que fazendo sexo a gente pode pegar doenças mortais, que se não te matar, algumas vão deixar você doente para o resto da sua vida. E isso quer dizer que jovens, que já sabem como a coisa é feita, não pode transar, tem que esperar até se casar, ser adulo, conseguir conquistar o famoso “conhecimento de vida” que todos os adultos dizem que tem? Essa com certeza não é uma saída muito sadia. O fato é que o sexo está aí, exposto para todos, faz quem quer e quem pode. Aliás, teoricamente todos podem, nuca existiu uma regra, sindicato ou lei, que diga: todo o homem deve começar suas atividades sexuais a partir dos 19 anos, segundo a lei X do artigo X. Não. Esse tipo de coisa não existe, então o que nos resta, é transar com o máximo de reponsabilidade possível. Não somos santinhos. Se somos santos, com certeza somos aquele do Pau Oco.Tem gente que já transou, gente que ainda vai transar e gente que está querendo transar daqui a pouco. Então, quando for transar, use camisinha em ‘todas” as relações, seja com amor ou sem amor. O vírus, não escolhe poupar quem transa só com o namorado ou com a namorada. O espermatozoide não fecunda apenas quando você quer. Deixa de ser idiota, porque agora o governo distribui camisinhas gratuitamente nos postos de saúde, distribui anticoncepcionais. Só fica doente e tem bebê antes da hora, quem quer.

O GATO COMEU A SUA LINGUA? Vai me dizer que você ainda tem vergonha de falar sobre sexo com seus pais, ou com seus professores? A gente sabe que rola a maior putaria no WhatsApp, você acabou de ver nas páginas anteriores como que rola a exposição de conteúdo sexual na TV no rádio. Fala sério? Aqui, só a gente, você já se acostumou com esse assunto. “Ah! Mas, falar disso, com os meus pais? Imagina o que eles vão pensar? ” Hum, sei. Você acha que eles te fizeram como? Então! Você e eles, já sabem como a coisa é feita, coisa dar uma palavrinha? Acredite, eles são bem mais experientes do que você. Além do mais, eles já têm a famosa “experiência de adulto” que tanto se gabam, então conservar com os pais sobre esse assunto é a melhor alternativa para fazer sexo com segurança e responsabilidade.  24


la raspou a cabeça, devido a um tratamento de câncer e no meE trô, foi questionada por duas mulheres negras, visto que ela – uma moça branca – e não possuía o direito de usar um turbante, que dever uso exclusivo de negros. A moça conta que explicou, usava o turbante, devido ao câncer.


a cultura é minha! "O racismo se dá de forma gritante e, os símbolos acabam sendo apropriados nessa lógica de dominação, onde a cultura dominante acredita e reproduz que somos subordinados aos seus desejos. Isso foi sendo feito historicamente por aqui, a diferença é que agora nós negras e negros temos como apontar o racismo e dizer NÃO. Nossos símbolos não são modismos, carregam o simbolismo de uma identidade étnica que foi subalternizada por anos, isso não aceitamos mais”, Assim diz, Elaine Oliveira, mestre em Ciências Sociais e colaboradora do site Blogueiras Negras. A cultura torna­se arena política para o debate da apropriação, tribunal de guerra dos espólios coloniais. Certo dia, uma jovem branca, postou em uma rede social um desabafo sobre o acontecido do turbante no metrô e o mundo caiu sobre a sua cabeça e seu turbante.

(@freakfemist) Feminista reclama da “apropriação cultural”. Conta foi deletada posteriormente.

Você tem câncer, ok, triste. Mas isso não lhe dá o direito de se apropriar de uma cultura. Quer esconder? Usa um lenço, sei lá. MAS NÃO UM TURBANTE.

"Vou contar o que houve ontem, pra entenderem o porquê de eu estar brava com esse lance de apropriação cultural: Eu estava na estação com o turbante toda linda, me sentindo diva. E eu comecei a reparar que tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam me olhando torto, tipo " olha lá a branquinha se apropriando dá nossa cultura", enfim, veio uma falar comigo e dizer que eu não deveria usar turbante porque eu era branca. Tirei o turbante e falei "tá vendo essa careca, isso se chama câncer, então eu uso o que eu quero! Adeus.", Peguei e sai e ela ficou com cara de tacho. E sinceramente, não vejo qual o PROBLEMA dessa nossa sociedade em, meu Deus! #VaiTerTodosDeTurbanteSim Foto dá negra branca mais chave que vocês conhecem, Juro que tentei tirar uma foto decente, mas não deu. Foi mal!"


P

orque apropriação cultural é tão relevante? Apropriação cultural, tem olhares que giram em torno de situações nas quais indivíduos que não fazem parte de um determinado grupo adotam acessórios, trejeitos, vestimentas, ou quaisquer outros elementos característicos do grupo em questão. A grande questão nesse caso, é o etnocentrismo. Aparentemente o que mais incomoda às pessoas que protestam contra a apropriação cultural. É o desconhecimento da cultura, dos significados e o uso de símbolos e objetos, como apenas artigos de enfeite, colocados à venda em boutiques aos montes. É o caso de instrumentos de luta que se firmaram historicamente através

da resistência cultural e da defesa de certos grupos, como por exemplo; os adereços e tipos de cabelo, que se transformam também em elementos da moda. “É uma questão puramente de estética para o público branco, que só se apropria de fatores culturais da população negra para parecer cool, parece que estética é só aparência física, mas com a música é a mesma relação. Acho que hoje ela está mais presente, pelo menos no ambiente de Porto Alegre que é onde eu moro, nas festas com nome, música, aparência negra, mas com um público total de pessoas brancas. O que para mim já automaticamente reflete no contexto Americano, tanto Brasileiro quanto Estadunense, de música”, defende Irimara.

Para a filósofa e ativista Djamila Ribeiro, a questão passa longe do "pode ou não usar". "O que incomoda o movimento negro é que nossas pautas são ridicularizadas ao mesmo tempo em que se quer fazer uso da nossa cultura e de seus símbolos." "A população negra, além de ter sido escravizada, teve sua cultura inferiorizada e criminalizada", explica ela. "Esses mesmos elementos, quando interessantes ao mercado, foram embranquecidos, esvaziados e, então, transformados em produto comercial, sem que os povos que o produzem fiquem com sua fatia do bolo por serem etnias marginalizadas." A capoeira, que no século 19 era considerada crime de vadiagem, e o samba seriam outros exemplos de apropriação cultural, pois teriam conquistado as massas em especial quando protagonizados por brancos. O mesmo poderia ser dito, defendem estudiosos, do rock e do jazz: ambos de origem negra, ganhariam o mundo na pele e no rebolado branco. Nos EUA, o fenômeno ganhou até termo próprio: "whitewashing", algo como "lavagem branca". O hip-hop, os cabelos rastafári e o culto a orixás de religiões afro-brasileiras em versões brancas completariam essa lista. O uso pela indústria da moda de crucifixos, símbolo do catolicismo, ou de quimonos, típicos da cultura japonesa, não geram a mesma discussão, segundo antropólogos ouvidos pela Folha, porque não carregam a carga de segregação pregressa dos negros no Brasil. Quando falamos em população negra, temos de pensar no que eles viveram ao longo da nossa história para entendermos a violência e virulência com que certas bandeiras são colocadas atualmente, haja visto o genocídio da juventude negra nas periferias urbanas", avalia a historiadora Marina de Mello e Souza, autora de "África e Brasil Africano" (ed. Saraiva).


As estamparias ou as esculturas originárias de tribos africanas, carregam em si, mais do que uma valorização estética. Gerações que foram influenciadas de forma oral, que passa de pessoa a pessoa, expressa traços e elementos que ganham notoriedade no ocidente só no século XX. Com aquele “olhar modernista” sobre essa população.


Alguém aí já ouviu falar em Pablo Picasso? Então, ele também teve uma boa contribuição para essa notoriedade “estética” dos comportamentos e elementos africanos. O artista tem até uma fase na sua obra, que é conhecida como “Período Africano”. Uma das suas principais obras desse período, foi a Les Demoiselles d’Avignon, que tem figuras inspiradas no traço da África. Agora vamos ver esse quadro por outra ótica, fora dos conceitos da História da Arte, escrita por europeus. Há antes dela, uma rica tradição e manifestação cultural dos povos. Aqueles que foram retratados na produção das imagens apropriadas por Picasso, se quer tinham noção de que estariam contribuindo para a produção de uma obra, que dali a um tempo estaria valendo milhões, circulando por museus do mundo. É o que ressalta a pesquisadora do Museu Afro Brasil, Juliana Ribeiro: “A maioria desses artistas não estava preocupada com o significado e a importância que as máscaras e estatuetas tinham para suas sociedades originais. A maioria desses artistas sequer pisou no continente africano. Eles estavam interessados basicamente nos aspectos formais das obras. Além disso, acho que a História da arte dá uma importância muito exagerada ao papel do Picasso no que diz respeito à arte africana. É claro que esses artistas europeus tiveram um papel fundamental na divulgação e disseminação da arte africana no ocidente, aquecendo o mercado dessa arte, mas para as sociedades africanas em geral, que estavam sob o domínio colonial, esse reflexo não foi representativo naquele momento. Havia outras questões muito mais graves que essas sociedades tinham que lidar, como a própria violência física e o trabalho forçado, por exemplo. ”

Os DREADS não foram inventados pelo movimento rastafári e não nasceram com Bob Marley. Muitas vezes, dreadlocks são um símbolo de devoção religiosa, tais como o voto de um asceta de não alterar a criação de Deus. Na Etiópia, sacerdotes cristãos coptas usam dreadlocks há centenas de anos. Na Índia, adeptos do "sadhu", uma seita do hinduísmo, também usam cabelos emaranhados em homenagem à divindade Shiva e aos seus longos cabelos.

Esse distanciamento dos dois universos, deixa evidente a Apropriação Cultural, quando se pensa no destino dessas obras, em contraponto à fonte de referências para citação delas. Essa grande desigualdade se acentua até hoje, com efeitos que reverberam nas feridas que até hoje estão expostas. A ideia de isolar um símbolo, elementos ou significados, parece empobrecedora. A condição talvez seja uma consciência do consumidor a respeito dessa cultura. É importante manter os olhos bem atentos, principalmente quando aquele não apresenta fundamentos, coerência ou respeito à cultura. Principalmente no Brasil, onde há basicamente uma neutralidade a respeito da cultura. Todos usam o argumento do “pé na senzala” ou “minha bisavó era índia”. Tomar nota cultural e aceitar as condições, é uma tarefa longa, que precisa ser feita diariamente, temos que descontruir a imagem comercial e tentar olhar o lado histórico e cultural do que está à nossa frente.

As abas do Pano de Cabeça, estão relacionadas ao Òrìsà da filha de Santo e a sua idade de santo (se seu Òrìsà for Oboro – masculino, você não poderá usar duas abas, sendo que essa ficou para as filhas de santo, que possuem Òrìsàs Ayabas – femininos);


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