Catálogo J Borges

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J BORGES - XILOGRAVURA ILLUMINA DESIGN www.illuminadesign.com.br 21.81350263 e 21.85013586 contato@illuminadesign.com.br CRIAÇÃO: Alexandre Augusto e Souza e Marcelo Gonçalves de Lima. Projeto Gráfico: Alexandre Augusto e Souza Editoração e Diagramação: Alexandre Augusto e Souza. Revisão: Marcelo Gonçalves de Lima.

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2010


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03 o produto xilo 06 obra de j.borges 13 pensamento 54 sobre j.borges


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sobre j.borges

José Francisco Borges ou J.Borges, como prefere ser chamado, é considerado o maior gravador popular em atividade no Brasil. Nascido no povoado de Piroca, em Bezerros, J.Borges é filho de agricultores e, aos oito anos, já empunhava a enxada. Foi para a escola só aos 12 anos, mas a freqüentou por apenas 10 meses. “Resolvi sair pela vida”, comenta. Foi marceneiro, mascate, pintor de parede, oleiro e confeccionou cestos de balaio para vender na feira local. Na adolescência, trabalhou com o jogo do bicho, fabricou lajes e tijolos e confeccionava móveis de brinquedo. O processo artesanal da produção de cordéis e um talento peculiar para criar xilogravura fazem dele o maior gravador popular do Brasil. Consagrado pela criação de um estilo próprio, o artista demonstra uma extraordinária capacidade de reinterpretar criativamente o imaginário nordestino.

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A principal arte de J.Borges não são os versos, e sim a xilogravura. E ele descobriu isso por acaso. Sem dinheiro para comprar as chapas de zinco que serviam de base para a confecção das capas dos cordéis, pegou um pedaço de imburana e talhou a fachada de uma igreja, dando início à carreira de xilogravador. O desenho estampou a capa de seu segundo trabalho e ele seguiu colocando na madeira o ideário sertanejo: o diabo, Lampião, prostitutas, vaqueiros, festas de São João.

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Atualmente, instalado em um novo ateliĂŞ, construĂ­do ao lado da casa onde vive em Bezerros, Pernambuco.

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o produto xilo A técnica da xilografia chegou ao Brasil no período colonial na estampagem de flores em tecidos e papéis de parede, na produção de cartas de baralho e na edição de imagens e de textos sacros. Em 1815 ela estreou na literatura, estampando na folha de rosto do livreto Historia Verdadeira da Princesa Magalona, de 44 páginas, lançado pela Impressão Régia, no Rio de Janeiro. A xilogravura popular, que surgiu como ilustração de cordéis, com seus painéis, placas originais de xilogravuras e uma prensa contam parte da história do cordel e das técnicas utilizadas para impressão e a confecção de xilogravuras. Dois estilos distintos de composição foram desenvolvidos: o dos xilogravadores radicados em Pernambuco e os de Juazeiro do Norte – CE. O primeiro, fiel às figuras isoladas do fundo da gravura, com grandes contrastes nas áreas de impressão, permite a experiência de impressões coloridas. No princípio, a xilogravura popular limitava-se à ilustração de cate¬goria menor na literatura de cordel. Essa publicação de folhetos de versos, de no máximo oito páginas, impresso em papel barato popularizouse no tempo da democratização da indústria gráfica no Sertão, por volta da década de 60 e de 70 do século XX. Na década de 1960, a xilogravura popular ganhou independência e saiu das capas de cordel, mas só nos anos 1970 alcançou espaço para se transformar em arte própria.

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A técnca da xilogravura consiste no entalhamento de uma placa de madeira uniforme, dando o aspecto de alto-relevo a paisagem, onde em seguida aplica a tinta através de rolos. Em seguida a placa de madeira será aplicada sob pressão a superfície onde haverá o contato e consequentemente a cópia do entalhamento tintado.

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J. Borges em seu ateliĂŞ, entalhando a matriz.

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trabalhos j.borges Para evocar a atmosfera de Bezerros, situada às margens da BR-232, barracas, ambientadas por uma trilha sonora característica e iluminadas com fios de luz, reproduzem o ambiente das feiras das praças das pequenas cidades da região. As xilogravuras de J. Borges ilustram as dezenas de profissões existentes, muitas delas características daquela região temas recorrentes nos cordéis, das figuras míticas do imaginário nordestino e, principalmente, do meio e do “talento do artista forjado na fé e na raça”. Uma viagem pela gravura popular nordestina de muitos demônios e profetas, fadas, beatos, cangaceiros, moças donzelas, vaqueiros e prostitutas. Até mesmo entre os amores mais puros do mundo. Na aridez inclemente de todas as estações a cena sertaneja se transfigura em campo fértil para outra realidade. Na paisagem marcada por contrastes sociais, os seres sofridos, desprezados e perseguidos encontram nos traços da gravura sua transformação em heróis e hóspedes de um mundo melhor.

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“É muito difícil dar expressão a uma gravura. Eu desenho direto. Tem muitos gravadores que desenham no papel e passam para a madeira. Eu não. Pego a madeira, lixo, desenho, sai meio troncho, errado, lavo a faca, corto, imprimo e mostro. Se agradar, agradou. Se não agradar, foi brincadeira.” J. Borges

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