TCC arqurbuvv Open Mall: Um modelo de espaço público de propriedade privada

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UNIVERSIDADE VILA VELHA

LUIS AUGUSTO MARTINS CHUMACERO

OPEN MALL: UM MODELO DE ESPAÇO PÚBLICO DE PROPRIEDADE PRIVADA

VILA VELHA 2017


LUIS AUGUSTO MARTINS CHUMACERO

OPEN MALL: UM MODELO DE ESPAÇO PÚBLICO DE PROPRIEDADE PRIVADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Vila Velha, como requisito parcial à obtenção do diploma do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Orientador (a): Prof.ª Andreia Fernandes Muniz.

VILA VELHA 2017


OPEN MALL: UM MODELO DE ESPAÇO PÚBLICO DE PROPRIEDADE PRIVADA.

Monografia apresentada à Universidade Vila Velha, como pré-requisito do Programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, para obtenção do título de bacharel.

Aprovado em ____ de __________ de 20____.

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________ Prof. Mª. Andréia Fernandes Muniz Universidade Vila Velha Orientador

__________________________________ Prof. Me. Alexandre Ricardo Nicolau Universidade Vila Velha Avaliador Interno

__________________________________ Bel. Luis Eugenio Corrêa Avaliador externo


AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me permitir concluir este trabalho de conclusão do curso de arquitetura e urbanismo, dando-me forças para sempre continuar e nunca desistir dos meus objetivos. A minha mãe, Leia Maria Martins e a minha tia de coração Miriam Lamoglia Delphino que muito me ensinaram estando sempre presente nos momentos felizes e tristes, muito obrigado. Agradeço à minha orientadora, Professora Andreia Fernandes Muniz, que me guiou no desenvolvimento desta pesquisa, me auxiliando e ensinando, muito obrigado por todo o empenho e dedicação. Também ao Arquiteto Alexandre Ricardo Nicolau e ao Engenheiro Luis Eugenio Corrêa, pela disponibilidade em compor a banca que avaliará o trabalho. A todos os meus amigos, por me proporcionarem momentos de alegria em meio de tensões do dia a dia, agradeço de coração. E a todos aqueles que contribuíram diretamente ou indiretamente no desenvolvimento desta pesquisa, citadas aqui, muito obrigado.

Luis Augusto Martins Chumacero 31 de maio de 2017


RESUMO

Os estabelecimentos comerciais de grande escala, em seu formato tradicional vêm demonstrando ao longo do século 21 cada vez mais preocupação com a sua morfologia bruta e impactante dentro da malha urbana. Dentre isso profissionais de diversos países vem estudado modelos arquitetônicos de estabelecimentos comerciais a fim de inverter este impacto e integrá-lo a atualidade social, a sustentabilidade e ao bem-estar da sociedade contemporânea. O objetivo desse trabalho é desenvolver um projeto a nível de estudo preliminar de um centro comercial, adotando o conceito de Open Mall a partir da utilização de estratégias construtivas e conceituais que propõe a sustentabilidade e a integração espacial entre os espaços internos e externos. A metodologia adotada para o desenvolvimento do projeto será a utilização de um conjunto de procedimentos técnicos e intelectuais através de pesquisas bibliográficas e de referências de projeto, sendo divididos em cinco etapas, a primeira dedicada a toda contextualização teórica do tema, a segunda todo o referencial teórico, a terceira dedicado a definição do tema escolhido, a quarta aos referenciais projetuais e o quinto ao desenvolvimento do projeto a nível de estudo preliminar. Com isso conclui-se que os estabelecimentos comerciais podem ser planejados visando a integração social através da criação de espaços destinados aos usuários, proporcionando o convívio e a permanência dos mesmos com conforto e segurança, ao invés de ambientes destinados apenas para o consumo como foi idealizado através da morfologia tradicional concebida na década de 70. A criação de ambientes de convívio e contemplação da paisagem proporciona a relação entre o indivíduo e ao espaço em que está inserido gerando permanência dos mesmos e consequentemente o consumo no local. A integração entre os ambientes é de grande importância pois propõe permeabilidade pelo complexo, tanto entre os espaços internos quanto com o externo, promovendo eixos visuais para contemplação evitando assim a sensação de um ambiente enclausurado.


ABSTRACT

Large-scale commercial establishments, in their traditional format, have been increasingly concerned over the 21st century with their gross and impactful morphology within the urban fabric. Among them, professionals from different countries have been studying architectural models of commercial establishments in order to reverse this impact and integrate it with the social relevance, sustainability and well-being of contemporary society. The objective of this work is to develop a preliminary study project of a commercial center, adopting the concept of Open Mall from the use of constructive and conceptual strategies that proposes the sustainability and the spatial integration between the internal and external spaces. The methodology adopted for the development of the project will be the use of a set of technical and intellectual procedures through bibliographical researches and project references, being divided into five stages, the first dedicated to all the theoretical contextualization of the theme, the second all the referential Theoretical, the third dedicated to the definition of the chosen theme, the fourth to the project references and the fifth to the development of the project at the preliminary study level. With this, it can be concluded that commercial establishments can be planned with a view to social integration through the creation of spaces destined to the users, providing the conviviality and permanence of them with comfort and security, instead of environments destined only for consumption as was idealized through the traditional morphology conceived in the decade of 70. The creation of environments of conviviality and contemplation of the landscape provides the relation between the individual and the space in which it is inserted generating permanence of the same and consequently the consumption in the place. The integration between the environments is of great importance because it proposes permeability by the complex, both between the internal and external spaces, promoting visual axes for contemplation, thus avoiding the sensation of an enclosed environment.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Galleria Shopping

12

Figura 2. Planta do Grande Bazaar coberto, Kapali Carsi, Istambul.

19

Figura 3. Stoa e praça no mercado grego dos tempos clássicos.

20

Figura 4. Planta da Ágora de Priene.

21

Figura 5. Planta da Ágora de Mileto.

21

Figura 6. Planta do Fórum de Trajano, Roma.

23

Figura 7. Mercado do Fórum de Trajano, Roma.

23

Figura 8. Cotton Market, Jerusalém, 1329.

25

Figura 9. Mercado de tecidos, Ypres.

26

Figura 10. Southdale Center Mall, Edina, EUA.

27

Figura 11. Shopping Vitoria, ES, Brasil.

29

Figura 12. Tradicional Comércio do Centro de Vitoria, Vila Rubim.

29

Figura 13. Mercado Capixaba, Vitoria, ES.

31

Figura 14. Galleria Shopping, pátio central.

35

Figura 15. Brascan Century Plaza.

35

Figura 16. Pátio interno do Shopping Tamboré.

36

Figura 17. Vista da praça central, Brascan Century Plaza.

41

Figura 18. Vista do espaço público, Brascan Century Plaza.

41

Figura 19. Vista aérea do empreendimento Brascan Century Plaza.

42

Figura 20. Fábrica de chocolates kopenhagen.

43

Figura 21. Programa do empreendimento Brascan Century Plaza, térreo.

45

Figura 22. Programa do Ed. Brascan Century Staybridge Suítes, pavimento tipo.

45

Figura 23. Programa do Ed. Brascan Century Offices, pavimento tipo.

46

Figura 24. Programa do Ed. Brascan Century Corporate, pavimento tipo.

46

Figura 25. Setorização do empreendimento Brascan Century Plaza, térreo.

47

Figura 26. Acessos do empreendimento Brascan Century Plaza.

48

Figura 27. Circulação do empreendimento Brascan Century Plaza, térreo.

49

Figura 28. Circulação do empreendimento Brascan Century Staybridge Suítes.

49

Figura 29. Circulação do empreendimento Brascan Century Offices.

50


Figura 30. Circulação do empreendimento Brascan Century Corporate.

50

Figura 31. Detalhe do piso de escoamento da água da chuva.

52

Figura 32. Detalhe do piso elevado.

52

Figura 33. Recorte do jardim demonstrando a drenagem da água pluvial.

53

Figura 34. Fachada principal do Shopping Kurve 7.

54

Figura 35. Circulação interna do centro comercial Kurve 7.

54

Figura 36. Circulação interna e mobiliário orgânico do centro comercial Kurve 7.

55

Figura 37. Distrito de Hua Mak, Bangkok.

55

Figura 38. Localização da região de implantação do Kurve 7.

56

Figura 39. Terreno de implantação do empreendimento Kurve 7.

56

Figura 40. Edificações comerciais do entorno do empreendimento Kurve 7.

57

Figura 41. Edificações comerciais e de serviços do entorno do Kurve 7.

57

Figura 42. Condomínio residencial próximo ao empreendimento Kurve 7.

58

Figura 43. Planta baixa do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

59

Figura 44. Planta baixa do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

59

Figura 45. Setorização do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

60

Figura 46. Setorização do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

60

Figura 47. Principais acessos do centro comercial Kurve 7.

61

Figura 48. Circulação do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

62

Figura 49. Circulação do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

62

Figura 50. Circulação vertical e horizontal do primeiro pavimento do Kurve 7.

63

Figura 51. Circulação vertical e horizontal do segundo pavimento do Kurve 7.

63

Figura 52. Fachada e piso do centro comercial Kurve 7.

64

Figura 53. Fachada em curva e piso de madeira do centro comercial Kurve 7.

64

Figura 54. Composição dos elementos do empreendimento Kurve 7.

65

Figura 55. Composição dos elementos de revestimento junto ao paisagismo.

65

Figura 56. Implantação do Serramar Parque Shopping.

66

Figura 57. Pátio interno do Serramar Parque Shopping 01.

67

Figura 58. Pátio interno do Serramar Parque Shopping 02.

67

Figura 59. Localização do empreendimento Serramar Parque Shopping.

68

Figura 60. Setorização do empreendimento Serramar Parque Shopping.

68

Figura 61. Praia Martin de Sá, Caraguatatuba.

69


Figura 62. Vista da Serra da Mantiqueira do Serramar Parque Shopping.

69

Figura 63. Edificações existentes próximas ao Serramar Parque Shopping.

70

Figura 64. Programa do empreendimento Serramar Parque Shopping.

71

Figura 65. Setorização, fluxo e acessos do Serramar Parque Shopping.

71

Figura 66. Brises de bambu do Serramar Parque Shopping.

72

Figura 67. Brises de bambu do deck do Serramar Parque Shopping.

73

Figura 68. Praça interna do Serramar Parque Shopping.

73

Figura 69. Composição dos materiais do Serramar Parque Shopping.

74

Figura 70. Corte transversal do Serramar Parque Shopping.

74

Figura 71. Detalhes de escala da circulação do Serramar Parque Shopping.

75

Figura 72. Composição dos materiais da fachada do Serramar Parque Shopping. 75 Figura 73. Shopping Day by Day.

76

Figura 74. Espaço de convívio e entretenimento no Shopping Day by Day,

77

Figura 75. Shopping Day by Day, espaço de convívio.

77

Figura 76. Localização do empreendimento Day by Day.

78

Figura 77. Setorização na quadra do empreendimento Day by Day.

78

Figura 78. Rua Elesbão Linhares.

79

Figura 79. Rua Joaquim Lírio.

79

Figura 80. Parque Natural Municipal Von Schilgen.

80

Figura 81. Programa do empreendimento Shopping Day by Day.

81

Figura 82. Setorização do empreendimento Day by Day.

82

Figura 83. Acessos do empreendimento Day by Day.

83

Figura 84. Áreas de predominância de circulação.

83

Figura 85. Circulação vertical e horizontal.

84

Figura 86. Pátio central do empreendimento Day by Day.

85

Figura 87. Área de estacionamento nos fundos do empreendimento Day by Day. 85 Figura 88. Marquises de proteção da circulação do empreendimento Day by Day. 86 Figura 89. Composição dos materiais utilizados.

86

Figura 90. Localização da área de implantação.

93

Figura 91. Vista do fluxo da Rua Ayrton Senna da Silva.

94

Figura 92. Vista do fluxo da via da orla.

94

Figura 93. Figura rica, diagnostico da área de implantação.

95


Figura 96. Fluxograma

97

Figura 94. Implantação.

98

Figura 95. Volumetria.

99

Figura 97. Disposição dos espaços do subsolo por setores.

100

Figura 98. Disposição dos espaços do térreo por setores

101

Figura 99. Disposição dos espaços do pavimento cobertura por setores

103

Figura 100. Vista superior do térreo do central comercial open mall.

104

Figura 101. Vista frontal do empreendimento.

105

Figura 102. Vista da fachada principal.

105

Figura 103. Vista do acesso principal.

106

Figura 104. Vista do espaço de vivência central.

107

Figura 105. Vista da área de vivência e jardim próximo a parede verde.

107

Figura 106. Vista da área de vivência da parede verde.

108

Figura 107. Vista da circulação lateral esquerda.

109

Figura 108. Vista da praça de alimentação e corredores.

109

Figura 109. Vista do corredor da parede verde.

110

Figura 110. Vista do corredor próximo a administração.

111

Figura 111. Vista da fachada lateral, Avenida da praia.

111

Figura 112. Vista do acesso principal de pedestre e embargue e desembarque.

112

Figura 113. Figura esquemática do sistema de captação da água da chuva.

115

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Condicionantes de um shopping a céu aberto.

39

Tabela 2: Programa e dimensionamento das áreas do Brascan Century Plaza.

44

Tabela 3. Pré dimensionamento dos ambientes do centro comercial.

92

Tabela 4. Coeficiente de aproveitamento

96

Tabela 5. Ambientes localizados no subsolo.

101

Tabela 6. Ambientes localizados no térreo.

102

Tabela 7. Ambientes localizados no primeiro pavimento.

103


LISTA DE SIGLAS

ABL - Área Bruta Locável. ICSC - International Council of Shopping Centers. ONU - Organizações das Nações Unidas. IDHM - Índice de desenvolvimento humano municipal.


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO

11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

13

1.2 JUSTIFICATIVA

13

1.3 OBJETIVO GERAL

15

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

15

1.5 METODOLOGIA

15

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

17

2.1 EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS COMERCIAIS

17

2.2 A TIPOLOGIA SHOPPING CENTER

24

2.3 OS SHOPPINGS CENTERS NO CONTEXTO URBANO

32

3. OPEN MALL

34

3.1 O CONCEITO DE OPEN MALL

34

3.2 CARACTERISTICAS GERAIS

36

3.3 SUSTENTABILIDADE

38

4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

40

4.1 BRASCAN CENTURY PLAZA – SÃO PAULO

40

4.1.1 LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO

42

4.1.2 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO

43

4.1.3 SETORIZAÇÃO E FLUXO

47

4.1.4 SISTEMA CONSTRUTIVO

51

4.2 KURVE 7 - TAILÂNDIA

53

4.2.1 LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO

55

4.2.2 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO

58

4.2.3 SETORIZAÇÃO E FLUXO

60

4.2.4 SISTEMA CONSTRUTIVO

64


4.3 SERRAMAR PARQUE SHOPPING – SÃO PAULO

66

4.3.1 LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO

68

4.3.2 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO

70

4.3.3 SETORIZAÇÃO E FLUXO

71

4.3.4 SISTEMA CONSTRUTIVO

72

4.4 DAY BY DAY – ESPIRITO SANTO

75

4.4.1 LOCALIZAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO

78

4.4.2 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO

81

4.4.3 SETORIZAÇÃO E FLUXO

82

4.4.4 SISTEMA CONSTRUTIVO

84

4.5 RESULTADOS ALCANÇADOS

87

4.5.1 BRASCAN CENTURY PLAZA – SÃO PAULO

87

4.5.2 KURVE 7 – TAILÂNDIA

87

4.5.4 DAY BY DAY – VITORIA/ES

88

5. A PROPOSTA – CENTRO COMERCIAL OPEN MALL

89

5.1 DIRETRIZES PROJETUAIS

89

5.2 CONCEITO E PARTIDO

91

5.3 PROGRAMA E PRÉ DIMENSIONAMENTO

92

5.4 ESCOLHA E DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

93

5.4.1 CONTEXTO URBANO E SOCIAL

94

5.4.2 CONTEXTO ECONÔMICO

94

5.4.3 CONTEXTO AMBIENTAL

95

5.4.4 CONTEXTO LEGAL

96

5.5 FLUXOGRAMA

97

5.6 IMPLANTAÇÃO

98

5.7 MORFOLOGIA

99

5.8 ESPACIALIDADE

100

5.8.1 ACESSOS

104

5.8.2 ÁREAS DE VIVÊNCIA E PERMANÊNCIA

106

5.8.3 CIRCULAÇÃO

108

5.8.4 LOJAS

110


6. MATERIALIDADE

113

6.1 SISTEMA ESTRUTURAL

113

6.2 REVESTIMENTOS

113

6.3 INSTALAÇÕES

114

6.4 SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA

114

7. CONCLUSÃO

116

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

118

9. APÊNDICE

123


11

1. INTRODUÇÃO A tipologia arquitetônica de Shopping Center, aplicada ao conceito de Open Mall é o tema deste trabalho, onde o objetivo final é a elaboração de um projeto de “shopping a céu aberto” baseado em conceitos de sustentabilidade e integração espacial das edificações com o meio urbano. Segundo Silva (2012) cita que: Os Shoppings centers, tal como conhecemos hoje, surgiram nos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX, a partir de empreendimentos com características próprias de shopping, os chamados shopping village [...] apesar dos Shoppings Centers terem surgido no início do século XX, foi a partir da Segunda Guerra Mundial, quando o seu desenvolvimento foi intensificado nos Estados Unidos e Europa, que começou a se pensar na implantação destes empreendimentos no Brasil. (SANTOS Jr., 1992 p.62 apud SILVA, 2012).

Os Shoppings Centers como conhecemos são considerados estabelecimentos de espaço privado, sua morfologia arquitetônica favorece esse segmento e a sua característica, segregando assim os espaços públicos do entorno próximo com o privado do interior da edificação, não propiciando a relação harmônica do meio interno com o externo. Buscando atender as necessidades da sociedade, que tem apresentado uma constante evolução em seu crescimento nos últimos anos, muitas alternativas têm sido estudadas para que o segmento tradicional de shopping centers não cause um impacto drástico na malha urbana e no meio social. A partir disso se dá a necessidade de adotar alternativas que atendam não só os interesses sociais, políticos e financeiros, mas também ao usuário, como é o caso do Open Mall, conceito aplicado à arquitetura de centros comerciais que integram o espaço interno ao espaço público. A abordagem da valorização do espaço público no meio privado adota estratégias de integração espacial e até mesmo comerciais a fim de trazer melhores condições de segurança e conforto, provocando uma relação direta entre o indivíduo e o ambiente ao seu redor, repensando os processos de apropriação urbana e também do próprio processo de urbanização das cidades hoje contemporâneas.


12 Um exemplo com a abordagem do conceito Open Mall aplicado em um centro comercial é o conjunto Galleria Shopping (Fig. 01), localizado na zona rural do município de Campinas, São Paulo. No complexo construtivo com

abordagem

sustentável foram

utilizados jardins

internos para

otimizarem a ventilação e a iluminação natural, proporcionando a economia e propiciando a drenagem natural através dos mesmos. O projeto com abordagem no conceito estudado se deu pelo arquiteto João Carlos Stroter, que possui por sua principal característica a simplicidade

construtiva

do

empreendimento.

Aliado

a

um

partido

arquitetônico que privilegia o grande jardim interno, formando um conjunto que caracteriza como um dos centros comerciais com a abordagem de open mall de mais renome no Brasil (NETO, NARDELLI, 2009).

Figura 1. Galleria Shopping

Disponível em: <http://residenciais.org/2016/08/projeto-diversao-na-praca-do-galleriashopping-oferecera-atividades-para-a-familia-toda> Acesso em: 05 de Set. 2016.

Verifica-se que a tipologia Open Mall contribui com a integração entre o espaço público e privado, devido à sua configuração espacial, que inclui espaços abertos, de permanência e passagem configurando um diálogo com o espaço público, diferente da tipologia comercial tradicional de


13 Shopping Center, com ambientes distribuídos em um espaço interno fechado para o meio urbano onde está inserido.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Os empreendimentos comerciais, galerias ou Shoppings Centers são pólos de referência multifuncional, de serviços e entretenimento que atendem diversas necessidades dos usuários. Entretanto os shoppings centers tradicionais são na maioria das vezes implantados visando atender exclusivamente às características financeiras, de certo modo por garantir certa alienação que promove o consumo, o Shopping Center acaba por segregar a cidade. Partindo disto, visando atender então uma sociedade que apresenta um profundo saturamento do espaço urbano, no qual cada vez mais carentes de espaços verdes qualificados surgi à necessidade principal de adotar um conceito que atenda principalmente as características dos usuários. O Open Mall, conceito embasado na característica multifuncional com a tipologia de ambientes abertos promove à população espaços com mais integração e melhores condições de conforto, promovendo assim uma relação direta de diálogo entre o indivíduo com o ambiente ao seu redor, assim como os conceitos de sustentabilidade e eficiência energética, além de repensar no próprio processo de implementação em relação à urbanização da cidade, abordando características de integração espacial e permeabilidade da malha urbana.

1.2 JUSTIFICATIVA Dentre os diversos fatores que justificam o projeto, destaca – se a ideia inicial de propor um espaço amplo de convívio social, confortável e seguro para o público, devido ao crescimento e ao saturamento da malha urbana por edifícios que causam impactos sobre o território onde se inserem, gerando assim desde mudanças nas relações do tecido urbano,


14 quanto nas relações de propriedade e uso dos espaços públicos e privados. Segundo Bortoli (2015), cita que: As grandes concentrações urbanas atuais, dentro do contexto da economia de mercado, podem ser tidas como a Metrópole Fragmentada descrita por Shane (2011), com extensões de solo que não constituem tecido urbano, mas sim, puramente, adensamentos construídos, estruturados basicamente pelo sistema viário e caracterizadas por baixas densidades, fragmentação do tecido, carência de equipamentos e espaços públicos. Neste contexto, os lugares privados adquirem caráter público, pois oferecem urbanidade em configuração diversa (e dispersa) da que ocorria na cidade tradicional, ou, conforme prevê Castello & Bortoli (2014) numa “rede de lugares”, que muitas vezes buscam “clonar” qualidades encontradas nos lugares tradicionais (BORTOLI, 2015, p. 01).

Dentro do contexto econômico e social, entretanto priorizando um conceito sustentável, promovendo a permeabilidade da malha urbana e envolvendo o indivíduo e o espaço planejado, o Open Mall surgiu como o partido mais adequado para um centro comercial inserido na cidade. Fábio Bortoli (2015) evoca a visão de espaço público e esfera pública quando cita que: A visão de que espaço público e esfera pública (como conceito de Habermas) se sobrepõem não é, necessariamente, obrigatória: a esfera pública pode se desenvolver em espaços privados (é onde de fato ela surge, em cafés, bares...) e espaços virtuais (a internet com seus fóruns e redes sociais, assim como no passado em jornais, revistas, rádio e televisão). “O mero fato de algo ser privado mais do que público, comercial mais do que cívico, suburbano mais que urbano, não determina sua qualidade como lugar e não afeta, per se, seu potencial papel como um componente do domínio público” (CARMONA, 2010 apud Chiodelli; Moroni, 2015 apud BORTOLI, 2015, p. 04).

Desta

forma,

acrescentando

os

aspectos

relacionados

à

sustentabilidade e permeabilidade urbana, será desenvolvida uma proposta de criação de um Open Mall, o adequando à realidade de seu local de implantação e a seus conceitos e aspectos, priorizando a relação do público e do privado com o usuário.


15 1.3 OBJETIVO GERAL Desenvolver um projeto a nível de estudo preliminar de um centro comercial aplicando as características de Open Mall a partir de estratégias e conceitos de sustentabilidade, conforto ambiental e de integração espacial entre os espaços internos e externos na Grande Vitoria.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS •

Pesquisar informações referentes á espaços de centros comerciais, observando a integração do público com o privado;

Pesquisar informações referentes à arquitetura de shopping centers;

Pesquisar e analisar sobre o conceito Open Mall, observando as vantagens e desvantagens em relação ao conceito tradicional de Shopping Center;

Propor através de técnicas de projeto, estratégias de sustentabilidade, conforto ambiental e permeabilidade espacial;

Analisar o terreno e a área de implantação do projeto proposto de acordo com as pesquisas referenciais e conceituais realizadas;

Elaborar diretrizes de projeto com base nas pesquisas referenciais e conceituais realizada, bem como com as condicionantes do local de implantação;

Elaborar um projeto de arquitetura de shopping aplicando o conceito de Open Mall no nível de estudo preliminar de acordo com a área de implantação escolhida;

1.5 METODOLOGIA Para o desenvolvimento deste projeto serão utilizados um conjunto de procedimentos técnicos e intelectuais através da pesquisa de fontes bibliográficas de relevância ao tema proposto, a busca em livros de grandes relevância, artigos, teses e documentos. As bibliografias abordam assuntos referentes à arquitetura comercial, a sustentabilidade, a permeabilidade


16 espacial, ao urbanismo e as pessoas, sendo os trabalhos de pesquisa desenvolvidos e divididos em cinco etapas. A primeira etapa foi dedicada à contextualização teórica do tema, voltada aos assuntos relativos à arquitetura comercial, shoppings centers a céu aberto, a sustentabilidade e a integração espacial do meio interno com o externo. A segunda etapa foi destinada ao referencial teórico, apresentando dados necessários para compreensão do tema e do conceito. A terceira etapa foi à definição do tema proposto, apresentando as características e as suas vantagens e desvantagens em relação à forma tradicional do empreendimento. A quarta etapa foi dedicada às referências projetuais, realizando um levantamento de dados e informações necessárias para a compreensão e auxílio na realização das diretrizes de projeto. A quinta e última etapa foi destinada ao desenvolvimento de um exercício de projeto a nível de estudo preliminar de um centro comercial abordando o conceito de Open Mall.


17 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO Neste capítulo o conceito de Shopping Center será examinado a partir de seus fundamentos e surgimento, através dos primeiros locais de compra e venda de produtos, portanto através disto será descrito também o contexto histórico do segmento e suas tipologias comerciais implementadas no decorrer de cada época, de acordo com a necessidade do usuário. Segundo Lima (2002) cita que: Shopping Centers, também conhecidos como centros comerciais, são edificações com funcionalidades múltiplas, destinadas à comercialização de produtos, onde existe uma variedade de atividades que centralizam o comércio de vários ramos, utilizando soluções arquitetônicas inovadoras e diferentes conceitos de arquitetura, proporcionando conforto e facilidades aos consumidores (LIMA, 2002).

2.1 EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS COMERCIAIS O surgimento dos espaços comerciais se dá na antiguidade através da troca dos produtos entre os comerciantes. A necessidade de encontro para a realização da troca vai levar a atividade comercial a procurar os lugares mais propícios a esse encontro, os quais coincidem com o cruzamento de fluxos de pessoas ou com os locais onde as demais atividades sociais acontecem pelos mais diversos motivos: religião, política, diversão, cultura (VARGAS, 2001). Segundo Vargas (2001, p. 20) o que vai ficar claro é que a procura por bens diversificados, (que não incluem os bens de primeira necessidade), tornar-se-á, cada vez mais, dependente das oportunidades criadas pelos encontros. Ela ainda cita que: [...] nos países da Ásia, especificamente em Istambul o comercio evoluiu de pontos de encontros para os conhecidos Bazaars. De acordo com Jean Sauvaget, citado por Weiss, estudioso francês do mundo oriental, depois da conquista islâmica, o povo começou a instalar tendas ao acaso ao longo das principais vias até as calçadas, e com o aparecimento das colunatas as tendas desapareceram completamente. Esses primeiros sucks (tendas, lojas) não tinham nada em comum com a rede de edifícios complexa de hoje (VARGAS, 2001, p. 112).


18 Devido às tempestades de areia e dos ventos quentes existentes em quase todo continente do Oriente Médio toda a vida cotidiana da população volta-se para o interior dos edifícios públicos e de habitações, através de pátios internos. Segunda Vargas (2001) cita que: O bazar, por sua vez, é o coração da cidade islâmica, espaço público por excelência. Ainda conforme descreve Weiss, quando você entra num bazar, seus sentidos são assaltados por milhares de odores dos mais variados condimentos, seus olhos perdem-se num colorido infinito e seus ouvidos são preenchidos por um burburinho que se completa por sons das ofertas anunciadas em alto e bom tom. Você pode sentir o gosto de pó na ponta da sua língua e até ser tocado pelos vendedores ávidos para fazer contato. Mas quanto mais avançar nesse labirinto, mas deixar-se-á levar pelo fluxo. Mais do que o estímulo sensorial, os recémchegados são intoxicados por essa atmosfera única do bazar (VARGAS, 2001, p. 109).

A arquitetura dos edifícios do Oriente Médio apresentava fachadas externas simples, com a intenção de buscar transparecer a igualdade entre os homens, contrastando com o seu interior fortemente decorado, com poucas aberturas e janelas altas demonstrando a busca pela privacidade. Vargas (2001) cita que: As lojas no bazar são estreitas, quase sempre medindo dois metros quadrados e abre-se para a rua. Atrás delas, ou menos frequentemente, no andar superior, estão escritórios e depósitos. A casa do dono e o estoque principal ficam normalmente em outras áreas da cidade. Em mercados tradicionais as lojas ficam um pouco elevadas em relação à rua (50 centímetros a 1 metro). Na frente há um toldo para proteção do consumidor e do vendedor. As lojas podem ser fechadas com várias pranchas de madeira, a superior pode funcionar como proteção do sol e a inferior como balcão. Mas esse tipo de loja, hoje, já é bastante rara. Milhares de lojas enfileiradas, nas principais artérias de tráfego, são típica feição dos bazaars (Fig. 02) (VARGAS, 2001, p. 109).


19 Figura 2. Planta do Grande Bazaar coberto, Kapali Carsi, Istambul.

Disponível em: VARGAS, 2001.

O Grande Bazaar de Kapali Carsi, Istambul, ocupa uma área total de 40 hectares contendo bancos e salas de banho, como também casas de chá, café e mais de 4 mil lojas. Aproximadamente meio milhão de pessoas passam todos os dias por suas dezoito entradas (VARGAS, 2001). Na antiga Grécia, devido a sua posição estratégica entre o oceano, em termos de acessibilidade das grandes rotas mercantis e pela péssima qualidade de suas terras, o país se tornou numa das maiores potências comerciais do mundo. O espaço designado ao comercio varejista era representado pela Ágora. Que se caracterizou através da evolução gradual dos comércios localizados aos pés da Acrópole. Vargas (2001) cita que: Quando a população aumentou e começou a ultrapassar as muralhas. A Acrópole adquire, então, um caráter mais simbólico, com uma função puramente religiosa, e o centro de atividades muda-se para os locais de mercado, isto é, para a ágora (VARGAS, 2001, p. 116).

A Ágora se caracterizava como um espaço plano com funções de comércios e convívio social, adotando posteriormente as condições de espaços fechados por edifícios. Quando mais elevadas eram essas edificações, mais esses espaços abertos acabavam por isolar-se do entorno da cidade grega. Segundo Vargas (2001), cita que:


20 A Ágora em forma de U, isto é, rodeada por colunatas com as lojas (stoa) (Fig.03), em três de seus lados, conforme mostra a planta de Priene (Fig. 04), é uma evolução do formato retangular que adiciona mais permeabilidade ao centro, por meio de acessos criados por um conjunto de escadas e vias. Enquanto as pessoas podem, facilmente, alcançar a ágora, os elementos construídos no entorno (stoa), imprimem-lhe uma sensação de fechamento. Os arquitetos jônicos perceberam as vantagens desse formato e o utilizaram no desenho de muitas cidades gregas. Essa integração com o entorno urbano fazia parte do conceito grego de cidade que se perde com a influência romana posterior. Essa influência vai fazer surgir às colunatas nos quatro lados da ágora sem nenhuma passagem através delas, como se pode observar na planta da Ágora de Mileto (Fig. 05), modificada por volta do século II A.C. (VARGAS, 2001, p. 117).

Figura 3. Stoa e praça no mercado grego dos tempos clássicos.

Disponível em: VARGAS, 2001.


21 Figura 4. Planta da Ágora de Priene.

Disponível em: VARGAS, 2001.

Figura 5. Planta da Ágora de Mileto.

Disponível em: VARGAS, 2001.


22

A Itália por não possuir uma posição geográfica favorecida para expansão do comercio, se fortaleceu na atividade agrícola, por possuir terras bastante férteis, na qual manteve o domínio romano extremamente especializado na atividade. O poderio militar foi o elemento fundamental de controle, deixando assim o império sempre num clima de guerra civil. Vargas (2001) cita que: Para atender as necessidades da vida social, combinando atividades comerciais, religiosas e políticas, os imperadores romanos deram extrema atenção à construção de monumentais edifícios que adotavam a característica de centros urbanos principais, com múltiplas funções, denominados fóruns. Era um espaço público descoberto que continha o prédio do Senado e da Justiça em situação oposta ao lugar do mercado (VARGAS, 2001, p. 123).

Ou seja, na Itália, assim como nos demais continentes, os ambientes e os espaços urbanos de encontro e movimentações deram origem ao comercio, devido ao constante fluxo. Como ocorreu na Itália, Istambul e Grécia devido à existência de edifícios destinos, que atraiam os usuários ao ponto de encontro. Vargas (2001) cita que: No Fórum de Trajano (Fig. 06) havia também espaço para o comércio. Observa-se uma outra feição itálica tradicional que é a associação com lojas. Na parte posterior, no lado oriental, e separado dele pela rua que corria atrás do pórtico, havia um semicírculo de lojas em dois andares, construído no terraço que se incorporava à encosta. As lojas no térreo abriam diretamente para a rua e as do primeiro andar para um corredor. Acima desse complexo surgia um sistema de ruas e escadas, em três níveis, contendo mais de cem lojas e um espaço de mercado com cúpulas (Fig. 07) (VARGAS, 2001, p. 123).


23 Figura 6. Planta do Fórum de Trajano, Roma.

Disponível em: VARGAS, 2001.

Figura 7. Mercado do Fórum de Trajano, Roma.

Disponível em: VARGAS, 2001.


24 Vargas (2001) cita que: As transações realizadas pelas simples trocas de objetos eram restritas, tornando necessário encontrar um elemento que facilitasse as trocas e simplificasse o cálculo dos bens a serem trocados, que fosse ao mesmo tempo instrumento de troca e medida comum de valor que fosse facilmente transportável (VARGAS, 2001, p. 24).

Assim como em Istambul, Grécia e Itália e em outros lugares e continentes, o comércio passa a sofrer a necessidade de melhoria, por não haver um elemento que facilitasse e simplificasse as trocas dos bens, onde cada comerciante utilizava seu próprio produto como elemento de troca pelo qual fosse de seu interesse. Segundo Costa (2007) cita que: Com isto um elemento surgiu para facilitar e simplificar o cálculo dos bens a serem trocados, a moeda, como principal item de a ser utilizado no comercio na compra e na troca de mercadoria. A invenção da moeda como padrão de troca era a condição básica para a criação do comércio, pois facilitava as trocas e simplificava as contas (COSTA, 2007, p. 10).

Com a criação da moeda como elemento de troca os mercados da época ganharam simplicidade, tornando-os mais fáceis de comercializar os seus produtos, com isso, o mercado ganha abrangência e evolui de um simples local de ponto de encontro. Os comerciantes passam a buscar o interesse de riqueza, produzindo e vendendo cada vez mais os seus produtos ao invés de trocá-los apenas pelo o que eram de interesse pessoal ou de necessidade.

2.2 A TIPOLOGIA SHOPPING CENTER Conforme visto no capítulo anterior, a migração do comércio de rua para os edifícios cobertos e fechados se deu gradativamente de acordo com a evolução da arquitetura, consequentemente influenciada pelas condições climáticas e pela necessidade dos usuários. O surgimento dos edifícios destinos favoreceram por sua vez o fluxo e a movimentação das pessoas nesses espaços, potencializando o comércio.


25 Vargas (2001) cita que: A tipologia estudada e conhecida do segmento em questão se deu início através dos edifícios de mercados, apesar de medievais, mas com derivação romana apresentam-se como uma galeria em volta de um recinto retangular ou quadrado ou mais frequentemente como um espaço alongado de implantação basilical, em geral dividido em duas ou três naves cobertas e com um andar superior. Nesse sentido, eles relembram o Mercado de Trajano (Fig. 07) onde mais de cem lojas, em vários níveis, vendiam vinho, cereais e óleo. Isso também nos leva ao antigo bazaar oriental. O assim chamado Cotton Market em Jerusalém data de 1329. (Fig. 08) (VARGAS, 2001, p. 147).

Figura 8. Cotton Market, Jerusalém, 1329.

Disponível em: VARGAS, 2001.

Os Países Baixos apresentavam os mercados de grande destaque, porém a maioria deles não eram diversificados, eram especializados em um ou dois segmentos. O maior, e um dos primeiros, foi o de tecidos, construído em Ypres, compreendia também um Town Hall, cadeia e capela. Tinha 130 metros de comprimento e dois pavimentos (Fig. 09) (VARGAS, 2001, p. 148).


26 Figura 9. Mercado de tecidos, Ypres.

Disponível em: VARGAS, 2001.

O surgimento do termo Shopping Center se deu na Inglaterra, que era usado para designar os distritos comerciais ou centros de compras. Uma boa forma de evitar erros de compreensão é a utilização do termo shopping mall, para designar o espaço de compras sob uma única administração ou propriedade. Na língua portuguesa, essa dificuldade não existe, pois, o termo Shopping Center já foi incorporado e faz referência específica a esse tipo de empreendimento, ao passo que shopping mall é raramente usado (VARGAS, 2001). Segundo Generoso (2009) defende sua visão de surgimento do estabelecimento comercial ao citar que: Caracterizado pela sua forma e característica de estabelecimento comercial, o Shopping Center ou shopping mall surge inicialmente nas cidades europeias. Foi dentre os anos 1822 e 1832 que surgiram as primeiras galerias de Paris, impulsionadas pelo desenvolvimento das indústrias têxteis, pelo uso do ferro nas construções e pela utilização da fotografia como meio de comunicação. O que caracteriza as galerias era o fato de serem grandes centros comerciais onde se vendiam mercadorias de luxo que pela quantidade, podiam ser estocadas e vendidas bem baratas em diversas promoções. Além disso, com o embelezamento das galerias, o comércio passa a ter a arte a seu serviço (GENEROSO, 2009, p. 3).

Muitas vezes confundido com espaços públicos, uma vez que tentam recriar, através dos elementos espaciais, a composição da cidade,


27 são os espaços privados, de caráter capitalista e imobiliário, que representam a concentração espacial do capital promovendo uma enorme concentração territorial/espacial de atividades comerciais e garantindo o retorno financeiro aos empreendedores (PADILHA, 2006). Segundo Bortoli (2015) cita que: O Shopping Center, conforme concebido nos EUA, pelo arquiteto vienense Victor Gruen, na década de 1960, intencionava emular condições para produzir urbanidade das cidades tradicionais europeias nos ambientes fechados Wall (2015), através da reprodução de características morfológicas, incentivando as experiências de fruição social, superando a função de equipamento puramente comercial. Scharoun (2012), ao se referir aos países norte-americanos, descreve a importância dos shoppings malls como local de concentração em meio a subúrbios homogêneos daquele contexto. Soma-se a isso o fato de que, gradativamente, desde seu surgimento no início do Século XX, os shoppings centers incorporaram diversos programas que conduziram a serem complexos multifuncionais: cinemas, espaços de lazer, hotéis, centros de eventos, parques de diversões, entre outros (BORTOLI, 2015, p. 2).

O primeiro Shopping Center completamente fechado e artificialmente climatizado inaugurou em 1956 nos EUA, o Southdale Center Mall (Fig. 10), na cidade de Edina, Minesota. Projeto concebido pelo arquiteto Victor Gruen, que possuía a percepção concreta de que o modelo concebido por ele de equipamento comercial, para que alcançasse o pleno sucesso, deveria ser um lugar de urbanidade (BORTOLI, 2015). Figura 10. Southdale Center Mall, Edina, EUA.

Disponível em: <http://mallsofamerica.blogspot.com.br/2007/02/southdale-centerdaytons.html> Acesso em: 28 de Set. de 2016.


28 Apesar dos Shoppings Centers terem surgido no início do século XX, foi a partir da Segunda Guerra Mundial, quando o seu desenvolvimento foi intensificado nos Estados Unidos e Europa, que começou a se pensar na implantação destes empreendimentos no Brasil (SILVA, 2012). Somente na década de 1960 que começaram as instalações dos shoppings centers de fato no Brasil, em um modelo norte-americano, como referência estrangeira de imagem de inovação. Neste momento, o Brasil se encontrava em franco desenvolvimento econômico, o que tornava interessante a instalação destes, visto que estavam associados à modernidade e desenvolvimento dos países que o possuíam (SANTOS, 2009). Como mencionado o surgimento dos Shoppings Centers no Brasil se deu nas décadas de 1960 e 1970, e teve sua experiência original justamente no subúrbio do Méier, em 1965, assim como também em Madureira e em Duque de Caxias. A maioria dos projetos não se direcionavam para as zonas de classe média a alta, como Tijuca e a Zona Sul, mas sim para os subúrbios, para as áreas centrais de dois municípios da Baixada Fluminense e para Niterói, então capital do estado do Rio de Janeiro. O Shopping Méier, o primeiro do Brasil, inaugurado em agosto de 1965 cujo projeto pertence a João Henrique Rocha, arquiteto que disputou durante muito tempo os projetos de vanguarda do país e até mesmo o concurso do Plano Piloto de Brasília. No Espírito Santo o primeiro Shopping Center de fato com mais de 30 mil metros quadrados de ABL foi o Shopping Vitória (Fig. 11), construído pelo Grupo Buaiz. Entretanto antes, o comercio era feito pelos conhecidos mercados da época, localizados em sua maioria no Centro de Vitória (Fig. 12).


29 Figura 11. Shopping Vitoria, ES, Brasil.

Disponível em: <http://portalgrupobuaiz.com.br/shopping-vitoria/> Acesso em: 28 de Set. de 2016.

Figura 12. Tradicional Comércio do Centro de Vitoria, Vila Rubim.

Disponível em: <http://www.guiaeturismo.com/2010/11/vitoria-459-anos-compras.html> Acesso em: 28 de Set. de 2016.


30 Segundo Aquino (2011) cita que: A atmosfera do Mercado Público permite que produtos mais modernos sejam comercializados, assim como em grandes centros comerciais, mas estes se embaralham com produtos regionais. Em meio às ofertas dos comerciantes e seus jargões para atrair clientes, na confusão de cheiros e cores, tudo que está exposto nesse espaço se integra harmonicamente e remete às lembranças de outros tempos (ARAÚJO, 2011, p. 240).

O mercado capixaba é influenciado pelas diversidades de etnias estabelecidas no estado, na qual contribuiu positivamente para o fortalecimento

do

setor

e

consequentemente

ao

seu

crescimento,

proporcionando a cidade de Vitoria, lugares específicos, contribuindo assim para a identidade de cada região. Com o surgimento dos estabelecimentos comerciais em meados da década de 1940 todo o setor varejista se fortaleceu em estruturas de pequeno a médio porte localizados isoladamente em cada região do estado do Espirito Santo, podendo citar os tradicionais, a Vila Rubim (Fig. 12) no centro de Vitória e o Mercado Capixaba (Fig. 13) no bairro de Jucutuquara (RIBEIRO, 2010). O tradicional Mercado da Vila Rubim existe desde a década de 1960 (Fig. 12). O mercado não se limita ao prédio central que abriga lojas, sanitários e lanchonete. Suas 425 lojas ocupam várias ruas, sendo assim não é um prédio mais sim uma região no bairro Vila Rubim. Foi inaugurado em 1969 e reconstruído em 1994 após um incêndio. O mercado leva o nome do bairro que por sua vez recebeu o nome do antigo governador da capitania do Espirito Santo, Francisco Rubim. Na época era o principal local de comércio da região metropolitana de Vitoria, tanto para fazer compras do dia-a-dia, ou para datas especiais (RIBEIRO, 2010). O Mercado Capixaba, antigo Mercado Municipal, tradicionalíssimo também na cidade de Vitoria foi inaugurado em 1926, com características ecléticas em sua arquitetura e uma fachada bem atraente cheia de ornamentos (Fig. 13).


31 Figura 13. Mercado Capixaba, Vitoria, ES.

Disponível em: <http://www.eshoje.jor.br/_conteudo/2015/05/noticias/grande_vitoria/30073mercado-capixaba--aqui-nao-tem-mais-nada--diz-comerciante.html> Acesso em: 28 de Set. de 2016.

O

mercado

possui

um

pátio

interno

hoje

utilizado

como

estacionamento, estabelecendo de certa forma a disposição de suas lojas como internas e externas. As lojas internas comercializam principalmente artesanato e peças de madeira, cerâmica e sestearia. Já as lojas externas atendem demandas mais comuns, como farmácia e alimentação. Por consequência de um incêndio ocorrido em 2002, o prédio teve uma cobertura comprometida inviabilizando a utilização do segundo pavimento e a reconstrução de um novo telhado, descaracterizando sua arquitetura tradicional (RIBEIRO, 2010). Segundo Bortoli (2015) cita que: Com o passar do tempo passamos a notar a constante evolução das metrópoles, influenciando diretamente no comportamento e no bem-estar de seus cidadãos. Nas cidades brasileiras contemporâneas, como Porto Alegre, a ausência de espaços públicos qualificados e a sensação de insegurança tornam os shoppings lugares interessantes para as atividades de encontro e lazer de diversos grupos sociais (terceira idade, adolescentes e famílias inteiras). Este “serviço secundário” se soma aos tradicionais objetivos deste equipamento, relacionados essencialmente ao consumo (BORTOLI, 2015, p. 4).

Conforme ocorreu nos subúrbios do Rio de Janeiro e também nos norte-americanos, nossas cidades saturadas carecem cada vez mais de


32 centralidades que representam e que atendam às necessidades de urbanidade, com isso o shopping mall comparece para suprir parte dessa demanda. Contudo a evolução da tipologia tradicional de Shopping Center, idealizada ao longo do século XX, conduziu a migração e a internalização dos espaços comerciais e o desenvolvimento de atividades que até então somente ocorriam em locais públicos. Conforme o passar do tempo desde o surgimento do primeiro Shopping Center no Brasil, o país, assim como em outros lugares, cresce gradativamente. O crescimento populacional atingiu o ápice da densidade, a ponto de não haver moradias adequadas para todos. Consequentemente a densidade demográfica acompanhada do crescimento desordenado da malha urbana chegou a um ponto no qual nos encontramos hoje, cidades saturadas, feitas para os veículos, com praticamente nenhum espaço de lazer e convívio social com ambientes verdes para recreação. Toda essa característica da cidade contemporânea saturada influencia diretamente no comportamento de seus habitantes, apresentando sintomas de estresse que por sua vez de saúde e bem-estar. O acúmulo de veículos influenciados pela necessidade de locomoção dentro da cidade devido as grandes distâncias, ao transporte público ineficaz e ao mau planejamento urbanístico, influenciando diretamente na sustentabilidade e na qualidade de vida dos usuários. Desde o surgimento dos problemas com a sustentabilidade, e com o crescimento desordenado da população, especialistas do mundo inteiro vêm buscando alternativas de contornar todo esse problema, tendo em vista que mesmo sendo tarde e necessitando de ações drásticas, os mesmos tem feito. Como a mudança dos planos diretores assim como o uso de operações urbanas consorciadas em antigas áreas industriais.

2.3 OS SHOPPINGS CENTERS NO CONTEXTO URBANO Destacando-se como agentes responsáveis pelo processo de descentralização das cidades, os shoppings centers provocam uma repercussão profunda na geografia. Uma vez instalados, constituem-se importantes elementos transformadores do espaço urbano, participando


33 ativamente dos processos de centralização e descentralização das cidades (PINTAUDI, 1989, f 95 apud SILVA, 2012). Sabe-se que tradicionalmente que o comércio tende a se concentrar nas áreas centrais da cidade, onde é encontrado o maior fluxo de pessoas e veículos, de equipamentos urbanos e de serviços. Porém, com o crescimento populacional, tornou-se necessária a ocupação de novas áreas, áreas periféricas, uma vez que o espaço urbano se tornou saturado, criando assim, as novas centralidades (SILVA, 2012). Entretanto entende-se que essas novas áreas centrais, que surgem devido ao adensamento dos centros urbanos oriundos do processo de crescimento populacional descontrolado, causam vários impactos sobre esse novo território. Gerando desde mudanças na inter-relação da malha urbana e até de um novo modo de vida da população residente naquela área, causando assim por dizer a gentrificação do entorno próximo, através do surgimento de novos empreendimentos de indústria, comércio e serviços. O Shopping Center em sua tipologia arquitetônica concebida por Victor Gruen na década de 1960 hoje sofre críticas que assemelham os edifícios como enclaves fortificados, devido à está tipologia inserida nos centros urbanos, causando impactos tantos ambientais, sociais quanto urbano. A abordagem de um novo conceito de comércio relacionando à cidade e ao usuário, ao empreendimento criando permeabilidade na malha urbana e inserindo características sustentáveis em vista do atual cenário ambiental vivido nos centros urbanos é exatamente o que a cidade contemporânea necessita, ou seja, de espaços abertos, amplos e de circulação, permeando os edifícios, conectando áreas verdes aos centros, espaços de convívio social e de permanência, com lazer e entretenimento para os seus usuários.


34 3. OPEN MALL Os centros comerciais ao longo de todo o período da história sofreram modificações em sua morfologia, se adaptando gradativamente à necessidade de cada época. A abordagem do termo Open Mall ou Open Air são expressões genéricas dos formatos de shoppings ao ar livre, classificação feita pela ICSC (International Council of Shopping Centers). Proporcionando o lazer e a segurança, a morfologia do Open Mall contrapõe a imagem claustrofóbica abordada pela morfologia tradicional de Shopping Center elaborada por Victor Gruen, aceitando assim que os ambientes abertos possam proporcionar a sociedade um ambiente descontraído, aconchegante e seguro para realização de suas compras.

3.1 O CONCEITO DE OPEN MALL Buscando contrapor a imagem tradicional do mercado de Shopping Center, classificados como enclaves fortificados e como ambientes alienadores, climatizados artificialmente sob um enorme gasto energético e com quase nenhum reaproveitamento sustentável, surge o Open Mall, propondo a inter-relação entre o shopping tradicional e uma praça com áreas de convívio e lazer. Garrefa (2010) cita que: De acordo com a ICSC, mais de 80% dos shoppings centers edificados nos EUA após 2006 são do tipo open mall, modelo que tem inspirado também as reformas em empreendimentos já existentes que passam a converter-se no modelo aberto (GARREFA, 2010).

No Brasil, o modelo abordado de empreendimento comercial tem se tornado cada vez mais difundido, aparecendo geralmente em configurações de ABL (Área Bruta Locável) menores, entretanto inseridos na malha urbana, estabelecendo conexões entre o espaço privado e o espaço público, abordando soluções arquitetônicas a fim de caracterizar o ambiente como o de uma praça inserida na cidade.


35 As principais referências no Brasil são: o Galleria Shopping, em Campinas (Fig. 14), o Brascan Century Plaza, em São Paulo (Fig. 15), o Shopping Tamboré, também em São Paulo (Fig. 16).

Figura 14. Galleria Shopping, pátio central.

Disponível em: <http://www.campinas.com.br/eventos/2015/11/chegada-do-papai-noel-nogalleria-shopping-sera-nesta-quarta-feira> Acesso em: 28 de Set. de 2016.

Figura 15. Brascan Century Plaza.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3819> Acesso em: 28 de Set. de 2016.


36 Figura 16. Pátio interno do Shopping Tamboré.

Disponível em: <http://www.verdeuva.com.br/manutencao.php?servico=jardins_empresariais> Acesso em: 28 de Set. de 2016.

3.2 CARACTERISTICAS GERAIS O conceito de Shopping Center que aborda o modelo de Open Mall surgiu no século XIV, onde era frequentemente formado pelos comércios de ruas ou aqueles em áreas comuns cobertos por estruturas translúcidas para se protegerem de intempéries. Na década de 1990 e no ano 2000, impulsionado pela eficiência energética devido ao derretimento das calotas polares e pela necessidade de um formato mais flexível devido ao aumento de densidade da malha urbana, o conceito foi resgatado (KING STURGE, 2009). Contudo, Delisle (2005) cita que: Diferente do século XIV, os atuais shoppings de formato Open Mall são construções arquitetônicas elaboradas para se integrar com o entorno, mas agregando funções dos shoppings centers tradicionais, como praças de alimentação, opções de entretenimento e serviços, atendendo às necessidades rotineiras dos consumidores (DELISLE, 2005).

Entretanto a principal e mais marcante característica abordada pelo modelo de Open Mall é o projeto de paisagismo, onde o diferencia dos


37 demais. Apresentando características sustentáveis através da eficiência energética provida pela redução dos custos com a climatização e energia, devido ao reaproveitamento da luz e ventilação natural, promovendo ambientes agradáveis, bem arborizados com jardins e espelhos d’água. O modelo Open Mall para Shopping Center oferece diferentes formatos, variando em função ao seu perfil e a proposta de atuação dos empreendedores. Podendo abordar ruas arborizadas compostas por um amplo acervo de lojas de grifes como também uma construção simples, que abriga centros de serviços. Segundo Fasig (1999) cita que: Ao passo que agregam as funções específicas dos shoppings centers, como praças de alimentação, entretenimento e serviços, a configuração ao ar livre, favorece a ideia da cidade como comunidade, num momento onde este conceito está se perdendo (FASIG, 1999).

Entretanto os shoppings centers com o formato de Open Mall, necessitam de uma área de locação maior, uma vez que são construções horizontais, dificultando sua implantação nos centros urbanos devido ao custo de aquisição de terrenos de grande porte (ZAFFARI, 2012). Porém

a

utilização

dessa

abordagem

de

implantação,

a

horizontalidade e dada devido à característica arquitetônica a fim de proporcionar maior ligação com a cidade, promovendo um ambiente de cidade para aos usuários através da escala humana. Segundo Fasig (2000), cita que: O formato Open Mall reduz gastos com despesas operacionais de shoppings tradicionais, como ar condicionado e iluminação apenas pela ausência de teto, provocando uma sensação de conforto e liberdade, ao contrário dos shoppings fechados, que isolam o consumidor do mundo externo, em um incentivo ao consumo (FASIG, 2000).

Conforme se reduz os gastos com a manutenção e operação dos ambientes fechados, os centros ao ar livre demandam de maiores gastos referentes aos ambientes externos, isto é, ao paisagismo, instalações, jardinagens e limpeza. Além disso, necessitam também do aumento efetivo da segurança, ao contrário dos shoppings centers tradicionais, onde a


38 segurança é mantida por tempos parciais através das rondas, uma vez que contam com barreiras físicas e de elementos que proporcionam a proteção do estabelecimento.

3.3 SUSTENTABILIDADE De acordo com os princípios da sustentabilidade e da eficiência energética, as ações aplicáveis, ainda em projeto, estão relacionadas ao aumento da flexibilidade da morfologia da edificação. Maximizando a área permeável, a utilização de recursos naturais para redução dos gastos com a climatização, a iluminação e a ventilação natural, o reaproveitamento da água da chuva, o reaproveitamento de resíduos e a redução da energia elétrica (LAMBERTS; TRIANA; FOSSATI; BATISTA, 2005). Além da abordagem de equipamentos inteligentes com tecnologias sustentáveis como os modernos equipamentos de refrigeração e as lâmpadas em led apresentam um custo benefício comparada aos demais modelos de equipamentos. Pensando em fase de projeto, as utilizações de materiais pré-fabricados garantem a agilidade no processo de construção assim como um melhor controle de qualidade e redução dos impactos ambientais ao meio ambiente gerados pela poluição do ar e da água como também o desperdício de material. Além de promover recursos relacionados à sustentabilidade, o projeto de um centro comercial deve proporcionar aos seus consumidores um ambiente confortável onde deve ser economicamente eficiente. Segundo Grassiotto (2010) visto todas as condicionantes de um shopping a céu aberto, foi possível listar algumas soluções arquitetônicas possíveis de serem utilizadas na fase projetual conforme disposto na (Tab. 01).


39 Tabela 1: Condicionantes de um shopping a céu aberto. Maximização Flexibilidade

Redução de

da iluminação

da Edificação

Gastos

e ventilação natural

Redução de consumo de água potável

Aproveitamento Uso de tetoAcessibilidade total

Através da

jardim melhorando o conforto

correta orientação da edificação,

térmico

das fontes disponíveis, e o tratamento de águas cinza para reaproveitá-las.

Flexibilizar e adaptar o projeto para novos usos e sistemas

Emprego de

Uso de

dispositivos de

paisagismo

sombreamento

produtivo.

nas aberturas.

técnicos. Uso de paisagismo exterior para reduzir ilhas de calor interna e externamente no projeto. Fonte: GRASSIOTTO, 2010.

Reaproveitamento de resíduos

Minimizando o desperdício de materiais utilizados no edifício optandose por aqueles que tenham menor impacto no ambiente.


40 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS Com a intenção de obter dados para elaboração do projeto de um centro comercial no modelo de open mall, foram realizadas análises de quatro projetos de referência no mercado, sendo um internacional e três no Brasil sendo um localizado na cidade de Vitória, Espirito Santo. Será observado a sua implantação e a sua relação com o entorno no qual foi inserido, o programa e o dimensionamento da edificação, sua setorização, seu fluxo e o sistema construtivo. Com base nestas pesquisas será elaborado o projeto proposto.

4.1 BRASCAN CENTURY PLAZA – SÃO PAULO O centro comercial Brascan Century Plaza (Fig. 17, 18) é um complexo misto que aborda o formato de open mall, inaugurado no ano de 2003, o centro comercial fica situado no bairro Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, o terreno atualmente possuí três frentes e localiza-se entre as ruas Joaquin Floriano, Bandeira Paulista, Tamandaré Toledo e Dr. Renato Paes de Barros. Implantado no país o conceito de projeto de uso misto, este complexo (Fig.19), vem presenteando o bairro do Itaim Bibi com uma nova centralidade, propiciando espaços de lazer e serviços com qualidade urbana, comodidade, conveniência e segurança. Esta iniciativa de ampliar o espaço coletivo de uso público através do território privado configura-se como um importante passo a melhoria da qualidade de vida urbana (PORTAL VITRUVIUS, 2004, n. 044.01).


41 Figura 17. Vista da praça central, Brascan Century Plaza.

Disponível em: <http://www.kvarch.com> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

Figura 18. Vista do espaço público, Brascan Century Plaza.

Disponível em: <http://www.kvarch.com> Acesso em: 27 de Out. de 2016.


42 Figura 19. Vista aérea do empreendimento Brascan Century Plaza.

Disponível em: <http://www.kvarch.com> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

4.1.1 Localização e relação com o entorno O Itaim bibi, típico bairro paulistano que se formou ao longo do século passado, teve origem na divisão de antigas chácaras cujos lotes foram

adquiridos

por

pequenos

comerciantes.

Neste

período

os

incorporadores descobriram os atrativos do bairro, que no início do século era constituído por terras que alagavam, fazendo com que suas áreas fossem negociadas a preços relativamente baixos. Assim sendo, o setor fabril se fortaleceu no local, mas permaneceu por pouco tempo, deixando essas áreas vagas (LOPES, 1988). A fim de impulsionar o setor imobiliário local, a legislação urbana permitiu altos índices de ocupação do solo e coeficiente de aproveitamento na área. No entanto no bairro havia carência de espaços públicos, e seu sistema viário era caracterizado por uma reticula ortogonal rígida, não dispondo de uma centralidade significativa.


43 O terreno ocupado, o qual durante muitos anos funcionava a indústria de chocolates Kopenhagen (Fig. 20) possui 12.600 metros quadrados.

Figura 20. Fábrica de chocolates kopenhagen.

Disponível em: <http://economia.uol.com.br/album/2013/09/06/fabricante-de-chocolatesfinos-faz-85-anos.htm> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

4.1.2 Programa e dimensionamento O complexo Brascan possui 3 torres, a Brascan Century Staybridge Suítes, a Brascan Century Offices e a Brascan Century Corporate, totalizando uma área construída de 93.805 metros quadrados (Fig. 21). A concepção arquitetônica do complexo Brascan Century Plaza reuniu em um único espaço de 31 pavimentos de flats hoteleiros, 24 pavimentos de conjuntos comerciais, 15 lajes corporativas, centro de convenções, centro comercial, praça de alimentação e 6 cinemas. Interligados por estruturas auxiliares o complexo oferece lazer e consumo, em um open mall (PORTAL VITRUVIUS, 2004). O empreendimento Brascan Century Offices é destinado a pequenos escritórios, e também a profissionais liberais, possuindo uma área total de pavimento de 776 a 906 metros quadrados, podendo ser dividas em módulos de 38 metros quadrados cada, totalizando até 16 salas por andar. O Brascan Century Corporate possui pavimentos de 726 metros quadrados


44 aproximadamente, desenvolvidos com equipamentos de auto desempenho, caracterizando o uso para escritórios corporativos de grandes empresas, através da utilização de piso elevado, refrigeração individual, sistema de segurança predial independente entre outros. O hotel do empreendimento possui aproximadamente 3040 metros quadrados, todo o pavimento, comportando até três tipos de unidade de dormitórios (PORTAL VITRUVIUS, 2004), conforme disposto na (Tab. 02). Tabela 2: Programa e dimensionamento das áreas do Brascan Century Plaza. Setorização do complexo Brascan Century Staybridge Suítes (Residencial) Brascan Century Offices (Serviço) Brascan Century Corporate (Serviço) Praça central (Comércio, cinema e áreas para o convívio)

Programa 31 pavimentos com 356 apartamentos e com heliponto 24 pavimentos com 364 escritórios 15 pavimentos com salas de escritórios corporativos Lojas, restaurantes, 6 salas de cinema e lazer

Área construída 20.000 metros quadrados. 18.000 metros quadrados 13.000 metros quadrados

7.000 metros quadrados

Fonte: Autor, 2016.

Conforme podemos observar, o programa foi disposto valorizando cada pavimento do empreendimento, no térreo aproveitamento da permeabilidade da quadra com a cidade (Fig. 22), nos pavimentos tipos observa-se o aproveitamento de cada área, dispondo cada escritório ou quarto com a valorização da visual (Fig. 23, 24). Na implantação além das lojas, do cinema, dos restaurantes e das áreas comuns como a praça, tem também um centro de convenções, Business Center, fitness Center, estacionamento com 1200 vagas demarcadas, sendo 5000 rotativas em 3 pavimentos subsolos.


45 Figura 21. Programa do empreendimento Brascan Century Plaza, térreo.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_12/> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

Figura 22. Programa do Ed. Brascan Century Staybridge Suítes, pavimento tipo.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_12/> Acesso em: 27 de Out. de 2016.


46 Figura 23. Programa do Ed. Brascan Century Offices, pavimento tipo.

DisponĂ­vel em: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

Figura 24. Programa do Ed. Brascan Century Corporate, pavimento tipo.

DisponĂ­vel em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_12/a49996_inst91_13.jpg> Acesso em: 27 de Out. de 2016.


47 4.1.3 Setorização e fluxo A setorização do edifício tem a função de dar centralidade ao bairro, desprovido de referências, como igrejas ou praças públicas. Com isso a locação de cada empreendimento e dada a cada frente do terreno conforme visto na (Fig. 25). Figura 25. Setorização do empreendimento Brascan Century Plaza, térreo.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_12/d3877d7837d6_implantacaot erreo.jpg> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

Através do partido arquitetônico a disposição dos prédios no terreno permitiu uma grande área livre, com espaços arborizados favorecendo a permeabilidade e a articulação entre os edifícios. O paisagismo do empreendimento conduz os pedestres que por ali circulam desde os acessos aos blocos principais. A grama é entrecortada pelo espelho d’água existente por toda a extensão da quadra, simulando um rio, marcando o acesso à Rua Bandeira Paulista por uma cascata. Os térreos dos edifícios são voltados para o interior do complexo, buscando privacidade e simultaneamente distinguir o espaço público e privado a fim de evitar que os usuários se sintam confinados em um ambiente fechado (CORBIOLI, 2003).


48 A implantação e a localização do terreno favoreceram a fluidez da área em que foi implantado o empreendimento, provendo de 4 principais acessos, conforme (Fig. 26). A circulação dentro da quadra possui diferentes sentidos e usos, como o de pedestres e veículos, e também na horizontal e vertical, conforme (Fig. 27), além disso, nos pavimentos tipos podemos observar a disposição dos espaços de uso privado para o uso comum, conforme (Fig. 28, 29, 30).

Figura 26. Acessos do empreendimento Brascan Century Plaza.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/> Acesso em: 27 de Out. de 2016.


49 Figura 27. Circulação do empreendimento Brascan Century Plaza, térreo.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

Figura 28. Circulação do empreendimento Brascan Century Staybridge Suítes, pavimento tipo.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/> Acesso em: 27 de out. de 2016.


50 Figura 29. Circulação do empreendimento Brascan Century Offices, pavimento tipo.

Disponível em: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/> Acesso em: 27 de Out, de 2016.

Figura 30. Circulação do empreendimento Brascan Century Corporate, pavimento tipo.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_12/a49996_inst91_13.jpg> Acesso em: 27 de Out. de 2016.


51 4.1.4 Sistema construtivo Todos os prédios do empreendimento Brascan Century Plaza apresentam uma estrutura convencional de concreto, com lajes protendidas e divisões internas em painéis de gesso cartonado (Drywall). O fechamento externo é feito por painéis pré-fabricados revestidos por um agregado mineral em duas texturas diferentes. Os pilares e os detalhes (adornos) têm o acabamento com a mesma pintura, a qual simula o aço cortem presente também no embasamento das áreas no entorno da praça (CORBIOLI, 2003). A fim de evitar o acumula da água da chuva na praça central, entre a disposição dos pisos, há aqueles em placas de granito sustentadas por pedestais (Fig. 31, 32, 33), da mesma maneira que é feito os pisos elevados dos escritórios corporativos. A água escorre livremente até a caixa impermeabilizada, situada entre o piso da praça e a laje de cobertura do estacionamento localizado no subsolo (CORBIOLI, 2003). Duas das edificações do complexo possuem a planta em formato de “L”, resultando numa quantidade maior de janelas livres de obstáculos frontais, que por sua vez ficam de frente para outras janelas que estão separadas por uma distância maior que as demais. Desta forma o problema existente dos recuos foi solucionado. O core das edificações em formato de “L” ocupa o vértice dos blocos, o que permite diminuir a extensão dos corredores e a promover melhor a distribuição dos conjuntos de salas, apartamentos e escritórios. O terceiro edifício apresenta a morfologia independente, com uma língua austera e com o core centralizado no alinhamento da fachada posterior (CORBIOLI, 2003).

.


52 Figura 31. Detalhe do piso de escoamento da água da chuva.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3830> Acesso em: 27 de Out. de 2016.

. Figura 32. Detalhe do piso elevado.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3830> Acesso em: 27 de Out. de 2016.


53 Figura 33. Recorte do jardim demonstrando a drenagem da água pluvial.

Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3830> Acesso em 27 de Out. de 2016.

4.2 KURVE 7 - TAILÂNDIA O centro de comercio comunitário Kurve 7 (Fig. 34), é um shopping localizado dentro de um bairro residencial na parte oriental de Bangkok, no distrito de Hua Mak, Tailândia. Concebido pelo escritório tailandês de arquitetura Stu/D/O Architects onde o conceito e o partido buscaram concilia o shopping Center (centro comercial), ao ambiente tropical com as necessidades dos usuários, interagindo o espaço interno de open mall com o cenário urbano e a natureza, o empreendimento teve suas atividades iniciadas no ano de 2014.


54 Figura 34. Fachada principal do Shopping Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects/5586fbbbe58ece1737000219-kurve-7-stu-d-o-architects-photo> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Segundo Burklein (2016), cita que: Não é coincidência que Kurve 7 no distrito Krungthep Kreetha em Bangkok é chamado um shopping comunidade e não apenas um shopping Center. O fato é que a construção projetada por STU / D / O Arquitetos é completamente diferente das estruturas fechadas e monolíticas que normalmente se encontram nesta categoria arquitetônica (BURKLEIN, 2016, tradução nossa).

O escritório tailandês utilizou uma série de estratégias de curvas suaves para definir e conectar o bairro com o novo espaço comercial, através de jardins ao ar livre e espaços públicos (Fig. 35, 36) ao invés de criar um grande centro comercial fechado (ARCHDAILY, 2015). Figura 35. Circulação interna do centro comercial Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


55 Figura 36. Circulação interna e mobiliário orgânico do centro comercial Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

4.2.1 Localização e relação com o entorno O centro comunitário Kurve 7 se localiza em uma densa região residencial do setor oriental de Bangkok, no distrito Hua Mak (Fig. 37, 38, 39). Figura 37. Distrito de Hua Mak, Bangkok.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 14 de Nov. de 2016.


56

Figura 38. Localização da região de implantação do Kurve 7.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 14 de Nov. de 2016.

Figura 39. Terreno de implantação do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em 14 de Nov. de 2016.

Diferente das demais cidades da Tailândia, Bangkok é a capital e cidade mais populosa, além de principal centro financeiro e corporativo do país. Contudo além de ser a mais populosa a cidade possui vários parques e espaços verdes para seus habitantes, entre os mais conhecidos está o cinturão verde que possui certa de 700 quilômetros quadrados. O empreendimento Kurve 7 se localiza no distrito Hua Mak, um dos 50 distritos da cidade de Bangkok, sua fachada principal é voltada para a Avenida Krungthep Kreetha 7 St. uma via de mão dupla com comércios e residências, conforme (Fig. 40, 41). O entorno assim como na maioria dos


57 bairros do extremo oriente de Bangkok possui setores simples, de renda média a baixa como também condomínios residências de renda média a alta (Fig. 42). Figura 40. Edificações comerciais do entorno do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Figura 41. Edificações comerciais e de serviços do entorno do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


58

Figura 42. Condomínio residencial próximo ao empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

4.2.2 Programa e dimensionamento O empreendimento Kurve 7, diferente dos demais de seu segmento possui uma área de ocupação horizontal, e não vertical. Localizado em um terreno de 6 mil metros quadrados possui apenas dois pavimentos, sendo que o segundo ocupa apenas 50% da área (ARCH DAILY, 2015). O empreendimento possui por sua vez uma fachada convidativa, com a intenção de atrair o usuário que por ali circula. A estrutura formada por nove blocos dispostos organicamente mistura-se com o tecido existente da quadra e do entorno. A locação segmentada do projeto foi utilizada para preencher a maior parte do espaço disponível do lote para as lojas, deixando assim a natureza existente do local intacta. O resultado foi do exterior do complexo Kurve 7 incorporar a maioria das grandes massas de vegetação, protegendo a paisagem tropical que se torna integrante primordial do centro comercial, bem como sombra natural e com base lógica da arquitetura sustentável (BURKLEIN, 2016). O centro comercial Kurve 7, idealizado pelo escritório tailandês STU/D/O Architects é um exemplo vitorioso de como é possível fundir a arquitetura, o urbanismo e o design passível e sustentável com harmonia em


59 um empreendimento comercial. Atendendo as exigências comerciais do mercado e criando um sentimento de bem e comunidade. O programa do empreendimento é bastante diversificado, possuindo desde restaurantes, lojas varejistas e salas de serviço conforme podemos observar nas (Fig. 43, 44). Figura 43. Planta baixa do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Figura 44. Planta baixa do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


60

4.2.3 Setorização e fluxo A setorização dos 9 blocos dispersos possui a função de promover a circulação dos usuários pela implantação, promovendo através do telhado curvo que os ligam leveza e suavidade durante o caminho, acompanhado do paisagismo (Fig. 45, 46). Figura 45. Setorização do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Figura 46. Setorização do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


61 O empreendimento em si se tornou a centralidade do bairro inserido, o distrito de Hua Mak, carente de empreendimento de referência como o Kurve 7 devido à predominância residencial da área. A implantação e a localização do empreendimento no terreno favoreceram a permeabilidade da quadrada e o centro de comercio, além de possuir apenas um acesso principal a disposição dos blocos favoreceu para a fluidez da quadra, setorizando bem cada acesso, de veículos e de pedestres, e promovendo a circulação internamente por várias áreas. (Fig. 47, 48, 49, 50, 51).

Figura 47. Principais acessos do centro comercial Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects/5586fd37e58ece1737000225-kurve-7-stu-d-o-architects-floor-plan> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


62 Figura 48. Circulação do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects/5586fd37e58ece1737000225-kurve-7-stu-d-o-architects-floor-plan> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Figura 49. Circulação do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects/5586fd37e58ece1737000225-kurve-7-stu-d-o-architects-floor-plan> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


63 Figura 50. Circulação vertical e horizontal do primeiro pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects/5586fd37e58ece1737000225-kurve-7-stu-d-o-architects-floor-plan> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Figura 51. Circulação vertical e horizontal do segundo pavimento do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-oarchitects/5586fd37e58ece1737000225-kurve-7-stu-d-o-architects-floor-plan> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


64 4.2.4 Sistema construtivo Os materiais utilizados são dispostos para enfatizar cada elemento arquitetônico do empreendimento. A cobertura feita através de um telhado curvo em concreto aparente contrapõe o plano de piso, definido por pranchas de madeira e vegetação. Os planos verticais são ortogonais tratados com textura rústica em concreto escuro, enquanto as fachadas orgânicas são tratadas em estrutura metálica (Fig. 52, 53) (ARCH DAILY, 2015). Figura 52. Fachada e piso do centro comercial Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.

Figura 53. Fachada em curva e piso de madeira do centro comercial Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016


65 Os materiais utilizados nos blocos e em seus componentes cria um contraste harmonioso com a praça central. O deck em madeira com degraus, rampas, arvores e lagos cria um espaço dinâmico proporcionando o convívio e o entretenimento a comunidade local (Fig. 54, 55) (BURKLEIN, 2016). Figura 54. Composição dos elementos do empreendimento Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Figura 55. Composição dos elementos de revestimento junto ao paisagismo, Kurve 7.

Disponível em: <http://www.archdaily.com/644945/kurve-7-stu-d-o-architects/> Acesso em: 28 de Out. de 2016.


66 4.3 SERRAMAR PARQUE SHOPPING – SÃO PAULO O Serramar Parque Shopping (Fig. 56), concebido pelo renomado escritório

de

arquitetura

Aflalo

&

Gasperini

Arquitetos

foi

um

empreendimento comercial a fim de atender os turistas e também a população de Caraguatatuba e cidades vizinhas do litoral de São Paulo.

Figura 56. Implantação do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://aflalogasperini.com.br/blog/project/serramar-parque-shopping/> Acesso em 28 de out. de 2016.

Foi abordado o conceito de Open Mall ao empreendimento Serramar Parque Shopping, integrando o espaço interno com a natureza existente na área externa através do pavimento térreo aberto com o pátio interno arborizado e natural. Os blocos das lojas foram locados em formato irregular e angulados, dispostos um dos outros permitindo assim a ventilação natural e uma circulação dinâmica entre si, para valorizar a natureza foi idealizado uma vista panorâmica para a Serra do Mar. A praça de alimentação foi idealizada com dois ambientes, um externo voltado para as montanhas e também para um córrego existente no entorno através de um deck de madeira, como também um ambiente interno, fechado com vidros


67 translúcidos que por sua vez permite a contemplação agradável da paisagem. Com aproximadamente 30,303 mil metros quadrados de ABL o empreendimento valoriza os elementos naturais do local integrando o espaço interno com o externo (Fig. 57, 58).

Figura 57. Pátio interno do Serramar Parque Shopping 01.

Disponível em: <http://aflalogasperini.com.br/blog/project/serramar-parque-shopping/> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Figura 58. Pátio interno do Serramar Parque Shopping 02.

Disponível em: <http://aflalogasperini.com.br/blog/project/serramar-parque-shopping/> Acesso em: 28 de out. de 2016.


68 4.3.1 Localização e relação com o entorno Localizado numa região ainda não muito desenvolvida da cidade de Caraguatatuba, com sua fachada principal voltada a rodovia BR 101, o empreendimento Serramar Parque Shopping se dispõe de um espaço aberto integrado à natureza, seu principal elemento do entorno (Fig. 59, 60). Figura 59. Localização do empreendimento Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Figura 60. Setorização do empreendimento Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos> Acesso em: 28 de out. de 2016.

A cidade de Caraguatatuba se localiza no litoral norte do estado de São Paulo, potencialmente conhecida pelas suas praias (Fig. 61), a indústria


69 do turismo é bastante valorizada por seus moradores, impulsionando o comercio de bairro e conseqüentemente o setor financeiro, se tornando a cidade de economia mais importante do litoral norte de São Paulo. Figura 61. Praia Martin de Sá, Caraguatatuba.

Disponível em: <http://loucosporpraia.com.br/praia-martim-de-sa-caraguatatuba/> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Contudo o entorno do empreendimento é preenchido pela natureza, ou seja, pela Serra da Mantiqueira, promovendo importantes visuais e compondo a paisagem junto ao empreendimento (Fig. 62), mas também ao outro lado da BR 101, ao lado da praia há a predominância de residências e comércios locais (Fig. 63). Figura 62. Vista da Serra da Mantiqueira da praça de alimentação do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/> Acesso em: 28 de out. de 2016.


70

Figura 63. Edificações existentes próximas ao empreendimento Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 28 de out. de 2016.

4.3.2 Programa e dimensionamento O Serramar Parque Shopping foi implantando em um terreno de 119 mil metros quadrados, possuindo aproximadamente 30,3 mil metros quadrados de ABL, sendo subdividido por 100 lojas, entre âncoras, megalojas e lojas satélite, além de um hipermercado, home center, praça de alimentação, cinema e 1000 vagas de estacionamento aproximadamente (HELM, 2012). O programa foi dividido em blocos, com uma implantação dinâmica que cria aberturas entre as construções e garante a circulação cruzada de ar, potencializando e aproveitando a ventilação natural. Foram projetados três pátios internos arborizados, além de um agradável espaço ao ar livre (FLORESTA, 2012). Aos arredores das praças internas foram locadas as lojas, aproveitando e valorizando a ambiência do local, os 8 blocos fragmentados criaram os acessos ao shopping que por sua vez funcionam como ótimos canalizadores de ventilação (Fig. 64).


71 Figura 64. Programa do empreendimento Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos/29619_29630> Acesso em: 28 de out. de 2016.

4.3.3 Setorização e fluxo A setorização e o fluxo do empreendimento Serramar Parque Shopping se dão através de 8 blocos dispostos de forma irregular e angular, soltos uns dos outros, promovendo além da função de circulação e acessos de forma dinâmica para o empreendimento como também de estratégia climática, uma vez que o complexo não possui climatização artificial (Fig. 65). Figura 65. Setorização, fluxo e acessos do empreendimento Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://aflalogasperini.com.br/> Acesso em: 28 de out. de 2016.


72

4.3.4 Sistema construtivo O fato do conceito do empreendimento em estudo se tratar de um modelo de open mall o complexo não conta com a utilização de climatização artificial nos corredores, somente ventiladores mecânicos que potencializa a circulação do ar através dos vãos entre um bloco e outro. A utilização de brises de bambu (Fig. 66, 67) com 4,35 metros de profundidade e 2,5 metros de diâmetro sobre uma aba de concreto que protege e faz sombra nas áreas de circulação, a utilização do bambu junto os tons dos mobiliários e elementos utilizados nas praças internas foram inseridos para criar um ambiente mais aconchegante para o usuário (Fig. 68, 69) (MELLO, apud AFLALO, 2015). Observa-se também através dos cortes (Fig. 70, 71) a preocupação dos arquitetos em aproximar o usuário, abaixando a escala tornando o ambiente mais aconchegando e agradável para a convivência do espaço. Compondo o empreendimento com o entorno através das tonalidades utilizadas no uso dos materiais mistos, como chapas metálicas e ACM, como também elementos naturais como o bambu e a madeira (Fig. 72). Segundo Mello (2015) de cor amendoada, o bambu, permite a retenção de calor, tornando o espaço mais confortável, despojado e aconchegante, dialogando com a atmosfera praiana (MELLO, 2015). Figura 66. Brises de bambu do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/> Acesso em: 28 de out. de 2016.


73

Figura 67. Brises de bambu do deck do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos/29619_29630> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Figura 68. Praça interna do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos/29619_29630> Acesso em: 28 de out. de 2016.


74 Figura 69. Composição dos materiais com o entorno do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos/29619_29630> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Figura 70. Corte transversal do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://aflalogasperini.com.br/blog/project/serramar-parque-shopping/> Acesso em: 28 de out. de 2016.


75 Figura 71. Detalhes de escala da área de circulação interna e externa do Serramar Parque Shopping.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos/29619_29630> Acesso em: 28 de out. de 2016.

Figura 72. Composição dos materiais da fachada do Serramar Parque Shopping com o entorno.

Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-29619/serramar-parque-shopping-aflaloe-gasperini-arquitetos/29619_29630> Acesso em: 28 de out. de 2016.

4.4 DAY BY DAY – ESPIRITO SANTO O shopping Day by Day (Fig. 73), idealizado pela arquiteta Sheila Basílio, é um empreendimento comercial de característica open mall essencial para região da Praia do Canto, Vitoria. Pois o empreendimento


76 possui características de comunidade, usufruído grande parte pela população residente do entorno. Com aproximadamente 5 mil metros quadrados de ABL o empreendimento valoriza a permeabilidade da quadra criando um amplo espaço central, rodeado de entretenimento e lazer para os usuários, permitindo assim por dizer no meio de grandes quadras adensadas um espaço para o convívio para a população do bairro (Fig. 74, 75). O empreendimento teve a conclusão de sua obra em 2003.

Figura 73. Shopping Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal


77 Figura 74. Espaço de convívio e entretenimento no Shopping Day by Day,

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 75. Shopping Day by Day, espaço de convívio.

Disponível em: Arquivo pessoal


78 4.4.1 Localização e relação com o entorno Localizado numa região bastante desenvolvida na cidade de Vitoria, a Praia do Canto, o empreendimento Day by Day se dispõe de um amplo espaço

central

aberto,

integrado

com

o

entorno

e

com

grande

permeabilidade em sua implantação, diferenciando o lote com os demais (Fig. 76, 77). Sua fachada principal voltada para Rua Elesbão Linhares (Fig. 78) e Joaquim Lírio (Fig. 79), que por sua vez são caracterizadas por vias locais, de mão dupla, valoriza o empreendimento pelo seu alto fluxo dos carros que vão da Reta da Penha ao bairro Praia do Canto ou ao litoral. Outro fator importante da valorização da sustentabilidade da implantação do empreendimento é a sua localização, situada na encosta do Parque Natural Municipal Von Schilgen (Fig. 80).

Figura 76. Localização do empreendimento Day by Day.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 01 de nov. de 2016.

Figura 77. Setorização na quadra do empreendimento Day by Day.

Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/> Acesso em: 01 de nov. de 2016.


79

Figura 78. Rua Elesbão Linhares.

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 79. Rua Joaquim Lírio.

Disponível em: Arquivo pessoal


80

Figura 80. Parque Natural Municipal Von Schilgen.

Disponível em: <http://www.terracapixaba.com/2016/03/parque-natural-municipal-chacaravon.html> Acesso em: 01 de nov. de 2016.

A cidade Vitoria, capital do Espírito Santo é potencialmente conhecida por suas belas praias. Impulsionada pelo comercio de turismo e por empreendimentos industriais que possuem cedes na cidade, acaba por potencializar o setor comercial através do interesse de grandes marcas e franquias de renome nacional. A ONU (Organizações das Nações Unidas), através da avaliação da qualidade da educação, renda e expectativa de vida e, mais de três critérios que compõem o IDHM (Índice de desenvolvimento humano municipal), caracterizou a capital do Espírito Santo em segundo lugar como a melhor cidade para se viver. Outra pesquisa realizada foi a do instituto Delta Economics & Finance, que classificou a capital de Vitoria como a terceira melhor cidade do Brasil para criar e educar os filhos. Assim como a Delta Economics & Finance, a Endeavor, uma organização mundial que atua no desenvolvimento econômico de vários países por meio do crescimento de pequenas e medias empresas, indicou que a capital de Vitoria possui a melhor infraestrutura da região sudeste para o empreendedorismo e crescimento econômico (G1, 2015).


81 4.4.2 Programa e dimensionamento O Shopping Day by Day possui aproximadamente 5 mil metros quadrados de ABL, sendo subdividido em seu térreo por um espaço para locar 33 lojas. Já o segundo pavimento possui aproximadamente 600 metros quadrados é destinado ao uso de serviços, com clinicas e centro médico. Seu pátio interno possui área para locar 65 vagas de carros, e em seu pátio localizado no fundo do empreendimento possui área para mais 25 vagas (Fig. 81).

Figura 81. Programa do empreendimento Shopping Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal

Podemos concluir que o programa do empreendimento foi destinado ao uso do usuário, sendo locado lojas de varejo, supermercado, farmácia e bares com restaurantes, potencializando assim o entretenimento e o lazer. A dinâmica criada pelo pátio interno arborizado cria a ambiência nos


82 corredores transparecendo a sensação de aconchego e familiaridade, deixando o espaço mais atraente para o público e o caracterizando com uma área de convívio.

4.4.3 Setorização e fluxo A setorização e o fluxo do empreendimento Day by Day se dá através de um bloco com o formato em “U”, disposto de forma regular formando um grande pátio central, destinado ao uso das vagas de estacionamento. Que por sua vez possui ao arredor a área de circulação e de acessos às lojas, setorizando as áreas ao seu respectivo uso, veiculo, pedestre e área privada (Fig. 82, 83). Figura 82. Setorização do empreendimento Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal


83 Figura 83. Acessos do empreendimento Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal

A localização do empreendimento favorece bastante também o seu fluxo, por se encontrar no eixo visual de importantes vias locais tanto de fluxo de veículos quanto de pedestre, seu grande pátio cria um eixo visual atraindo o espectador ao empreendimento (Fig. 84, 85). Figura 84. Áreas de predominância de circulação.

Disponível em: Arquivo pessoal


84

Figura 85. Circulação vertical e horizontal.

Disponível em: Arquivo pessoal

4.4.4 Sistema construtivo Assim como os demais modelos apresentados de Open Mall, o Day by Day não usufrui da climatização artificial em seus corredores, pelo fato de possuir um grande pátio central que favorece tanto a iluminação quanto a ventilação natural (Fig. 86, 87). A utilização da marquise em parte do empreendimento favorece a circulação criando a proteção contra chuva e a insolação direta, assim como no outro lado do empreendimento que possui o seu térreo recuado em referência ao pavimento superior, criando uma área de circulação com proteção e sombreamento (Fig. 88). Observa-se que todo o empreendimento foi realizado através do uso de estrutura mista, o concreto armado e a alvenaria estrutural. A utilização da composição de materiais como partido favoreceu a estética do empreendimento, misturando a alvenaria com elementos como o vidro e peças metálicas (Fig. 89).


85 Figura 86. Pátio central do empreendimento Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 87. Área de estacionamento nos fundos do empreendimento Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal


86 Figura 88. Marquises de proteção da circulação do empreendimento Day by Day.

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 89. Composição dos materiais utilizados.

Disponível em: Arquivo pessoal


87 4.5 RESULTADOS ALCANÇADOS Pode-se concluir que as diretrizes projetuais estudadas ajudaram a compreender melhor a morfologia e a disposição da implantação de cada centro comercial com características de Open Mall em diversos tipos de áreas, em âmbito internacional, nacional e local. Os empreendimentos estudados foram destinados ao uso público e inseridos muitas vezes em uma malha urbana conturbada ou em uma área já distante, se tornando assim um agente potencializado de urbanização. Dentre os projetos estudados, a escolha e abordagem de cada centro comercial levou em consideração a possibilidade de aproveitamento das estratégias de projeto, sendo assim, capaz de reutilizar como exemplo a qualidade de cada um e utilizá-la no produto final desse trabalho.

4.5.1 Brascan Century Plaza – São Paulo O empreendimento em questão possui sua implantação bem localizada dentro da malha urbana do bairro Itaim Bibi, onde favorece as quatro faces da quadra em que está inserido, promovendo assim a permeabilidade dentre sua morfologia. O programa diversificado atende diversas faixas etárias, possuindo desde entretenimento às salas comerciais e escritórios corporativos. A volumetria vertical favoreceu para criação de módulos de fácil repetição em determinados pavimentos de acordo com o seu respectivo uso. O pátio central configura os caminhos e acessos, oferecendo conforto e privacidade aos usuários que circulam pelo local através de um lago, mobiliários e paisagismo. A composição dos materiais utilizados são modernos e possuem elementos com características simples com formas geométricas tradicionais e ângulos retos.

4.5.2 Kurve 7 – Tailândia O empreendimento Kurve 7, idealizado principalmente para atender ao bairro em que está inserido, promove permeabilidade a sua quadra de


88 implantação e também ambientes de conforto e convivência aos usuários. A disposição de seus 9 módulos favorece a leveza através de sua morfologia e volumetria horizontal promovendo permeabilidade entre os caminhos que os interligam. A escala humana utilizada na altura de cada módulo torna o ambiente mais aconchegante e mais próximo aos pedestres que ali circulam, o deixando mais à vontade para usufruir todos os caminhos e espaços do empreendimento. A composição dos materiais é bem simplificada, através do uso de componentes industriais como o ferro, chapas metálicas e vidro, dando assim agilidade e facilidade no método de construção, além também da utilização de materiais naturais como a madeira, promovendo o conforto e a integração com a natureza.

4.5.3 Serramar Parque Shopping – São Paulo A implantação do empreendimento Serramar Parque Shopping se deu a um terreno de 119 mil metros quadrados, onde com isso foram aproveitados 30,3 mil metros quadrados de ABL. Localizado ao longo da rodovia BR 101 em Caraguatatuba, o ambiente dispõe de espaços abertos e fechados, valorizando o conceito “a céu aberto”, e também aos usuários, através de seu conforto com a utilização de estratégias arquitetônicas de aproveitamento de elementos naturais como a iluminação e a ventilação, assim como o uso da escala humana, aproximando mais o usuário do empreendimento. A composição dos materiais valoriza o seu entorno, a utilização de elementos naturais como bambu e a palha nos brises aproxima mais a edificação com a natureza existente na área externa, o integrando ao espaço em que está inserido.

4.5.4 Day by Day – Vitoria/ES O centro comercial Day by Day, situado na Praia do Canto, Vitoria, é um empreendimento idealizado para a comunidade residencial e comercial do entorno próximo, desde o tipo de implantação a suas operações. Com


89 aproximadamente 5 mil metros quadrados de ABL o espaço é rodeado de entretenimento e lazer. Seu formato em “U”, favorece a ventilação assim como a permeabilidade de seu espaço interno. A composição dos materiais utilizados é simples, concreto pintado, vidro e ferro.

5. A PROPOSTA – CENTRO COMERCIAL OPEN MALL A proposta do projeto é a criação de um centro comercial abordando o conceito aberto de Shopping Center, denominado Open Mall, que funcione como um local de vivência e entretenimento aos usuários do entorno próximo que circulam pela área de implantação. Baseando-se nos estudos e análises feitas através das referências projetuais apresentadas foram vistos exemplos e estratégias arquitetônicas que favorecem os espaços públicos e privados, promovendo o conforto e o entretenimento aos usuários, além de integração espacial entre os ambientes internos e externo. A partir desses objetivos e dos estudos teóricos e aplicados realizados foi possível traçar diretrizes projetuais que definirão o projeto.

5.1 DIRETRIZES PROJETUAIS Com o intuito de criar um ambiente de integração entre o usuário e o espaço no qual será inserido, através do conforto, segurança e entretenimento a cidade de Vila Velha se mostra desejável para a implantação da proposta. Desta forma é essencial que a sua localização permita essa relação, entre o indivíduo e o ambiente planejado. Levando em consideração todas as diretrizes projetuais referentes a criação de ambientes de convívio e permanência, onde favorece o usuário, além de promover integração não só com a natureza, mas também entre o espaço interno e o externo, foi determinada a região da Praia de Itaparica para implantação do projeto.


90 Funcionalidade de valorização natural: Para que um estabelecimento desse segmento e com esse conceito de Open Mall seja eficiente é necessário trabalhar a funcionalidade de cada setor, os locando em suas respectivas áreas corretamente. Evitando situações que possam influenciar negativamente os usos, promovendo assim a ventilação e iluminação natural, facilitando os acessos e as circulações, além de promover o contato com a natureza e a comunidade. Humanização: Em ambientes dessa tipologia é necessário tratar a arquitetura dos espaços de permanência e convívio como ferramenta de tratamento, que influência o bem-estar e o conforto, espaços com texturas naturais e bastante arborização além da utilização da escala humana e o contato direto com a natureza e a visual para o espaço externo. Integração espacial, interno e externo: Os espaços externos são estimulantes, promovem sensações de conforte e descanso aos usuários que circulam pelo local. A valorização do mesmo é uma das principais diretrizes do projeto, pois se trata da principal diferença do conceito tradicional de Shopping Center, o de monotonia espacial estimulada somente para o consumo. Integração social: Uma das principais características do conceito Open Mall é a integração social, pois seus espaços de vivência foram criados com base no conceito de praças e parques públicos, afim de promover a boa convivência, consequentemente a permanência daqueles usuários no local. O que traz como benefício ao empreendedor, que por ali permanece os usuários, circulam e consomem. Sendo assim, os espaços de permanência no projeto são projetados afim de promover o conforto e o bem-estar dos clientes, favorecendo e integração entre si conforme as praças públicas existentes em pequenos bairros.


91 5.2 CONCEITO E PARTIDO O projeto segue o conceito de modulação aplicado a funcionalidade operacional de cada segmento a ser comercializado no empreendimento. Com base em estudos e análises chegou-se à conclusão da forma e na metragem quadrada ideal para operação de uma loja de vestuário a um restaurante. Além disso a modulação dos espaços destinados as lojas favorece para que a obra possa ser racional e compatível entre os sistemas de rápida execução. Outro conceito adotado para composição estética do centro comercial foi a escolha de elementos que transparecem a leveza, transmitindo para os usuários sensações não brutas em nem impactantes, mas sim convidativas, o uso dos materiais modernos como o vidro, ferro e o concreto aparente foram determinados para transparecer integridade e funcionalidade ao complexo além da leveza. A diferença de escala foi outra estratégia conceitual adotada para aproximar mais o usuário ao empreendimento, onde nas áreas de circulação as vitrines foram elaboradas em tamanho da escala humana, aproximandose do eixo de visão dos usuários que por ali circulam. E já no acesso principal a escala adotada foi maior afim de causar curiosidade e impacto aos que passam pelas vias circundantes, de automóveis ou a pé. Com ambos os conceitos aplicados o partido ficou por conta de estruturas moldadas in loco compatíveis com os fechamentos mistos, em montantes de ferro fundido e galvanizado, peles de vidro, drywall e coberturas

impermeabilizadas

aparentes

com

platibanda

e

rasgos

preenchidos em vidro promovendo a iluminação natural. As cores utilizadas foram selecionadas para propor clareza aos ambientes, o uso da cor branca neve e do concreto aparente favorecem esse partido além da utilização da parede verde integrando mais o espaço a natureza.


92 5.3 PROGRAMA E PRÉ DIMENSIONAMENTO A definição do programa de necessidade foi desenvolvida com base nas referências projetuais estudadas, buscando maior aproveitamento e eficiência operacional aos empreendedores do complexo comercial, onde através do pré-dimensionamento será importante setorizar cada uso (Tab. 03). Tabela 3. Pré dimensionamento dos ambientes do centro comercial.

Lista de ambientes - Térreo Setores / Ambientes Quantidade Administração Recepção Central de atendimento ao cliente Sala de reunião Área de trabalho Cozinha Banheiro feminino Banheiro masculino Serviços Central de segurança Central de limpeza Depósito Central de manutenção Central de estacionamento Vestiário feminino Vestiário masculino Refeitório Docas Central de lixo Central de gás Guarita Áreas de uso comum Banheiro masculino Banheiro feminino Praça de Alimentação

M2 250

1 1 1 1 1 1 1 450 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 150 1 1 2

Áreas privadas

2000

Lojas

25 Total Disponível em: Arquivo Pessoal

2850


93

5.4 ESCOLHA E DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO O terreno escolhido para a implantação do projeto está situado no bairro Praia de Itaparica em Vila Velha. A área foi selecionada por apresentar proximidade aos demais bairros da região, Itapuã, Praia da Costa e Coqueiral de Itaparica, além também por apresentar o entorno próximo de residências uni familiar e multifamiliar, como mostra a (Fig. 90).

Figura 90. Localização da área de implantação.

Disponível em: Google Earth. Acesso em: 5 de Abril de 2017.

Próximo ao terreno escolhido encontra-se o supermercado Perim que atende toda a região do entorno além da Universidade Vila Velha, Shopping Vila Velha e também diversos edifícios residências como o condomínio plano cem. A área se encontra na Zona de ocupação prioritária 3 (ZOP 3), que incentiva o desenvolvimento de novos estabelecimentos para renovação e melhoria da infraestrutura da região (Fig. 91, 92). O bairro Praia de Itaparica é predominantemente residencial, mas conta com diversos comércios como bares e restaurantes.


94 Figura 91. Vista do fluxo da Rua Ayrton Senna da Silva.

Disponível em: Google Earth. Acesso em: 5 de Abril de 2017.

Figura 92. Vista do fluxo da via da orla.

Disponível em: Google Earth. Acesso em: 5 de Abril de 2017.

5.4.1 Contexto Urbano e Social O bairro Praia de Itaparica é predominantemente ocupado pelo uso de residenciais conforme já dito, mais na região encontramos também o uso de comércios e serviços. A medida que se distancia da orla as ocupações passam a alterar o seu uso, começam a surgir comércios e serviços próximo a região da Rodovia do Sol e também da Avenida Santa Leopoldina. 5.4.2 Contexto Econômico O bairro a ser implantado o empreendimento comercial apresenta sua ocupação em maioria por famílias de classe média à alta, que buscam a valorização e o crescimento do valor da terra na região. A área escolhida como mostrado na (Fig. 90) trata-se de um terreno de 6369,29 metros


95 quadrados de área, favorável com a demanda comunitária local, o que contribui ainda mais para a implantação do empreendimento. O entorno da área apresenta edificações de 12 a 20 pavimentos conforme mostra a (Fig. 91, 92) com a arquitetura bem simples de linhas retas e revestimentos diversos, como cerâmica, reboco pintado e fachadas em granito. Quanto as questões de impacto urbano, a edificação não trará efeito negativo a área, e sim positivo por se tratar de um empreendimento horizontal no qual criará permeabilidade na malha urbana local, favorecendo assim a ventilação e a iluminação natural aos edifícios do entorno. 5.4.3 Contexto Ambiental O terreno se localiza em um ótimo posicionamento solar, sua maior lateral é voltada para o leste, enquanto a fachada frontal é voltada para o sul. A fachada voltada para o leste por apresentar o sol da manhã favorece o uso de implantações de áreas de vivência, que são excelentes para o conforto e bem-estar dos usuários (Fig. 93). Figura 93. Figura rica, diagnostico da área de implantação.

Disponível em: Google Earth. Acesso em: 5 de Abril de 2017.

O clima é o tropical quente super úmido segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com ventos predominantes


96 vindos do Nordeste. O entorno possui gabarito alto o que não favorece aos ventos da região, contudo a área de implantação do empreendimento possui cerca de quatro terrenos ao lado que não possuem nenhuma locação, estando vazios, onde de qualquer forma pelo modelo de locação do complexo comercial ser horizontal favorece o aproveitamento das condições naturais, além de permear toda a malha urbana existente e futura devido aos terrenos vazios. 5.4.4 Contexto Legal O terreno pertence à Zona de ocupação prioritária 3 (ZOP 3), segundo o Plano Diretor Municipal de Vila Velha (PDM-VV). A zona se refere ao desenvolvimento de novos estabelecimentos para renovação e melhoria da infraestrutura local. Onde os índices urbanísticos são favoráveis a esses objetivos podendo ser visto na (Tab. 04).

Tabela 4. Coeficiente de aproveitamento

ZONA ZOP3

MIN. 0,20

COEFICIENTES DE APROVEITAMENTO DO TERRENO ALTURA C.A AFASTAM. MÁXIMA GAB. FRONTAL (M) BÁS. MÁX. (M) 2,92 3,50 5,00 38,00 12 Disponível em: Arquivo pessoal

T.O (%)

T.P (%)

60

15

O local de implantação do empreendimento possui uma rua sem saída na fachada leste com o perfil de via local de bairro com 7 metros de largura em um único sentido, a via localizada na fachada sul do terreno possui em média 9 metros de largura e mão dupla. A área possui toda infraestrutura necessária para a construção de qualquer empreendimento, tais como esgoto, energia, gás, iluminação pública e recolhimento de lixo entre outros.


97 5.5 FLUXOGRAMA Após definição do pré-dimensionamento dos ambientes de acordo com as atividades a serem implementadas, torna-se possível prever os fluxos comuns e privados do centro comercial. A determinação de como o fluxo irá acontecer é importante, pois influenciará diretamente na disposição de cada ambiente e setor dentro do terreno. Uma das diretrizes do conceito adotado ao projeto e o de permeabilidade, com isso foi necessária a criação de diversas conexões, tanto internas quanto externas para os usuários, havendo assim a variedade de fluxo e sentido dentro do complexo. Os fluxos e sentidos das vias externas e os acessos de veículos e de pedestres também foram levados em consideração pois são de extrema importância para a disposição de cada espaço interno e também da criação dos caminhos a serem percorridos (Fig. 96).

Figura 94. Fluxograma

Disponível em: Arquivo pessoal


98 5.6 IMPLANTAÇÃO A implantação do centro comercial se inicia a partir da locação e separação dos acessos ao empreendimento, tanto pedestre, veículos e serviços. O posicionamento solar do terreno influenciou bastante também à locação dos setores do complexo comercial, que implicou diretamente na escolha da localização de cada ambiente e da necessidade de cada um de iluminação natural ou não. Uma das principais ideias e diretriz do projeto foi trabalhar a integração entre o espaço interno com o externo, onde através disso foi concebido áreas abertas como grandes praças e diversos acessos promovendo a permeabilidade e interações entre os usuários, além do importante contato com a natureza e o meio externo, seja ele de forma visual ou físico (Fig.94). Figura 95. Implantação.

Disponível em: Arquivo pessoal

Após a idealização dos critérios projetuais e do fluxograma foi então possível criar a implantação do empreendimento de acordo com cada setor, direcionando e localizando

cada atividade, relacionando sempre a

integração, segurança e o conforto.


99 Nessa implantação foram definidos os principais acessos e localização dos respectivos setores, como os destinados as lojas e a administração

do

empreendimento,

espaços

esses

que

influenciam

diretamente na morfologia do complexo.

5.7 MORFOLOGIA O complexo comercial apresenta uma forma simples que se caracteriza por seus módulos verticais marcados pela laje impermeabilizada e beiral. A horizontalidade foi privilegiada por já fazer parte do conceito da proposta projetual, o que facilita nos fluxos dos usuários que usufruíram do empreendimento. Os seis blocos estão dispostos desconectados pela área do terreno a fim de permear todo o complexo através de seus caminhos, criando diversas áreas de contemplação e vivência. O beiral avançado foi criado espelhando a área paginada destinada a circulação dos pedestres, cobrindo a mesma e conectando um bloco ao outro. Os blocos voltados a parte externa possuem seu pé direito inclinado avançando de 4 a 6 metros de altura, criando imponência a quem chega ao centro comercial (Fig. 95).

Figura 96. Volumetria.

Disponível em: Arquivo pessoal


100 5.8 ESPACIALIDADE Os espaços do centro comercial foram pensados visando o maior conforto para os usuários, sejam crianças, adultos ou idosos, promovendo a integração e o convívio dos mesmos. Todos os ambientes se conectam através de seus corredores e pátios abertos, permeando todo o complexo comercial. Os ambientes foram locados propondo continuidade em seus usos, facilitando assim o fluxo dos usuários através dos setores, onde o complexo comercial conta com dois pavimentos que juntos formam toda a composição operacional do centro comercial. Na (Fig. 97) podemos observar o subsolo. Figura 97. Disposição dos espaços do subsolo por setores.

Disponível em: Arquivo pessoal

O subsolo foi destinado ao estacionamento, depósitos e áreas técnicas como subestação e o reservatório inferior de água potável e pluvial, setores esses dispostos na (Tab. 05).


101 Tabela 5. Ambientes localizados no subsolo.

Lista de ambientes - Subsolo Ambientes Quantidade 1 – Serviços Depósito estacionamento Depósito limpeza Depósito manutenção Casa de bomba Reservatório inferior Subestação Câmara de transformação Barramento Reservatório de Água Pluvial Inf. Área técnicas para condensadoras

Área (M2)

1 1 1 1 1 2 1 1 1

25,00 25,00 25,00 13,83 43,66 19,44 22,63 16,96 15,00

1

114,64

2 - Áreas de uso comum Estacionamento Hall de acesso

1 1

2296,98 57,63

3 - Áreas privadas Depósitos

21

412,92

Disponível em: Arquivo pessoal

O térreo foi destinado aos ambientes comerciais e operacionais, que foram locados através de seis blocos separados por faixas de circulação e ambientes de convívio, que podem ser divididos por 4 setores distintos, que se complementam ligados um ao outro (Fig. 98). Figura 98. Disposição dos espaços do térreo por setores

Disponível em: Arquivo pessoal


102 No

setor administrativo

foi locada

a recepção,

central de

atendimento ao cliente, sala de reunião, área de trabalho, cozinha e banheiros feminino e masculino. No setor de serviços encontram-se a central de segurança, limpeza, manutenção, estacionamento, vestiário feminino e masculino, refeitório, docas, central de lixo, central de gás e guarita. No setor de áreas de uso comum encontram-se os banheiros masculino e feminino e as praças de alimentação destinadas ao convívio e permanência dos usuários. Já no setor destinado a áreas privadas encontram-se apenas os espaços destinados as lojas conforme descritos na (Tab. 06). Tabela 6. Ambientes localizados no térreo.

Ambientes

Lista de ambientes - Térreo Quantidade

Área (M2)

1 - Administração Recepção Central de atendimento ao cliente Sala de reunião Área de trabalho Cozinha Banheiro feminino Banheiro masculino

1 1 1 1 1 1 1

20,00 22,50 23,85 109,02 9,18 8,57 8,51

2 – Serviços Central de segurança Central de limpeza Depósito Central de manutenção Central de estacionamento Vestiário feminino Vestiário masculino Refeitório Docas Central de lixo Central de gás Guarita

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

35,00 11,46 6,57 19,45 21,75 20,17 14,53 18,86 244,33 25,90 5,61 13,82

3 - Áreas de uso comum Banheiro masculino Banheiro feminino Praça de alimentação

1 1 2

30,81 37,05 150,00

25

1581,34

4 - Áreas privadas Lojas

Disponível em: Arquivo pessoal


103 No pavimento superior, encontra-se apenas as áreas técnicas destinas ao complexo comercial, a sala do gerador e o reservatório superior de água potável e pluvial, conforme visto na (Fig. 99) e disposto na (Tab. 07).

Figura 99. Disposição dos espaços do pavimento cobertura por setores

Disponível em: Arquivo pessoal

Tabela 7. Ambientes localizados no primeiro pavimento.

Lista de ambientes - Cobertura Ambientes Quantidade

Área (M2)

1 – Serviços Gerador Reservatório de Água Pluvial Sup. Reservatório Superior

1 1 1

20,21 11,95 32,56

Disponível em: Arquivo pessoal

A área externa frontal a edificação, situada na rua Ayrton Senna da Silva está localizado o acesso principal ao central comercial, tanto de pedestre quanto de veículo, estacionamento e embarque e desembarque.


104 Ao lado, na fachada lateral voltada para avenida da praia encontra-se o acesso tanto de pedestres às lojas situadas na lateral quanto ao acesso de carga e descarga da doca (Fig. 100).

Figura 100. Vista superior do térreo do central comercial open mall.

Disponível em: Arquivo pessoal

A unidade conta com jardins e espaços de vivência por toda a extensão do terreno, promovendo sombras e conforto para os usuários além de humanizar cada ambiente. A vegetação também é utilizada como barreiras atuando diretamente também como um agente de segurança por todo o complexo.

5.8.1 Acessos O acesso principal ao complexo foi realizado voltado para Rua Ayrton Senna da Silva onde a recepção pode ser feita tanto através dos pedestres quanto de veículos pelo embarque e desembarque e o estacionamento. Este setor foi projetado buscando o destaque ao


105 empreendimento, atraindo quem passa-se pela frente ou próximo ao centro comercial (Fig. 101).

Figura 101. Vista frontal do empreendimento.

Disponível em: Arquivo pessoal

Na parte interna ao acesso à um amplo e agradável espaço de vivência e permanência para os usuários, acompanhado de mobiliários modernos e flexíveis. Para proteger da iluminação direta foi projetada uma cobertura sobre a área de permanência, além de implantar um paisagismo através de arborizações que promovem sombras e sensações de frescor a quem permanecer no local (Fig. 102). Figura 102. Vista da fachada principal.

Disponível em: Arquivo pessoal


106 O espaço conta também com a presença de um jardim no acesso principal que foi elaborado aproveitando o afastamento frontal obrigatório, dividindo a circulação da calçada externa ao pátio interno de permanência (Fig. 103). Figura 103. Vista do acesso principal.

Disponível em: Arquivo pessoal

5.8.2 Áreas de vivência e permanência Os espaços destinados a permanência e vivência dos usuários foram projetados a fim de promover o maior conforto aos pedestres, através do uso do paisagismo e do aproveitamento da iluminação e ventilação natural além da utilização de mobiliários adequados ergonomicamente ao conforto. Os jardins arborizados ainda possuem a função de fazer ligações entre os ambientes distintos através das faixas de circulações abertas além de sombras. Ao todo o complexo possui duas áreas grandes destinadas a praça de alimentação além de espaço de vivência e permanência, e mais duas pequenas destinadas a pequenas operações a serem comercializadas no


107 local. Os jardins recebem formas ortogonais para tornar os caminhos mais fáceis e simples (Fig. 104, 105, 106). Figura 104. Vista do espaço de vivência central.

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 105. Vista da área de vivência e jardim próximo a parede verde.

Disponível em: Arquivo pessoal


108

Figura 106. Vista da área de vivência da parede verde.

Disponível em: Arquivo pessoal

5.8.3 Circulação As faixas de circulação foram projetadas visando a permeabilidade de todo o complexo, com diversas ligações tanto externas quanto internas conectando todos os setores do empreendimento. Pelo caminho foram dispostos mobiliários adequados para o conforto das pessoas que por ali circularam além de paisagismo e arborização. Através da paginação de piso foram criadas duas faixas diferentes, uma próxima a vitrine com o piso madeirado propondo maior conforto a contemplação das vitrines e dos espaços pelos usuários e outra mais ao centro de quartzito propondo fluxo rápido a circulação pelo empreendimento (Fig. 107, 108).


109 Figura 107. Vista da circulação lateral esquerda.

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 108. Vista da praça de alimentação e corredores.

Disponível em: Arquivo pessoal


110 5.8.4 Lojas As lojas foram projetadas em formas ortogonais modulares promovendo a simplicidade e a modernidade ao empreendimento. Seu pé direito é o diferencial, monumental nas fachadas voltadas para o lado externo e em escala humana nas fachadas voltadas para o lado interno, onde a primeira foi projetada afim de atrair os usuários e a segunda com a função de se aproximar dos usuários, propondo conforto a quem circula no interior do complexo (Fig. 109, 110, 111 e 112).

Figura 109. Vista do corredor da parede verde.

Disponível em: Arquivo pessoal


111 Figura 110. Vista do corredor próximo a administração.

Disponível em: Arquivo pessoal

Figura 111. Vista da fachada lateral, Avenida da praia.

Disponível em: Arquivo pessoal


112 Figura 112. Vista do acesso principal de pedestre e embargue e desembarque.

DisponĂ­vel em: Arquivo pessoal


113 6. MATERIALIDADE

6.1 SISTEMA ESTRUTURAL Os materiais escolhidos para idealização do projeto foram selecionados de certa forma para facilitar a execução do empreendimento, de forma rápida e limpa. Todos os blocos do complexo foram feitos em estrutura mista moldada in loco de concreto e ferro, lajes, pilares e vigas, tornando

assim

a

estrutura

limpa,

rápida

e

também

acessível

economicamente. As lajes foram projetadas de forma plana sem telhados ou platibanda, com a intenção de proporcionar a visão do usuário leveza e suavidade, devido aos problemas causados por intemperes, todas as lajes recebem o tratamento de impermeabilização adequado, exatamente para evitar infiltrações futuras. As divisórias do empreendimento foram feitas através de blocos de concreto convencional para as áreas externas e apenas nas partes internas do setor administrativo foram utilizadas divisórias em drywall.

6.2 REVESTIMENTOS O revestimento utilizado em todas as paredes do complexo, tanto nos setores das lojas quanto na administração foi simples, apenas a pintura na cor branca proporcionando clareza e simplicidade ao empreendimento, devido a facilidade na manutenção e também a limpeza. Os demais elementos utilizados de revestimentos se resumem aos fechamentos das vitrines em montantes metálicos e vidros de 8 milímetros. No piso foram utilizados dois diferentes revestimentos, para faixa de circulação próximo as vitrines foi escolho o porcelanato que imita a madeira, proporcionando suavidade ao local e aproximando mais o usuário ao empreendimento. Na faixa central foi escolhido revestimento em quartzito White Macaúbas, propondo contemporaneidade e potencialidade ao empreendimento.


114 6.3 INSTALAÇÕES Todo o empreendimento devido a sua horizontalidade foi projeto para executar todas as instalações na área do subsolo do empreendimento, passagem de eletro calhas de elétrica, redes de incêndio, água e esgoto, evitando assim a poluição visual de quem passeia pelas circulações abertas do centro comercial.

6.4 SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA A diretriz principal do empreendimento é a sustentabilidade, devido a isto foi adotado o conceito de Open Mall para o complexo, onde para a execução e o funcionamento de um projeto dessa dimensão é necessário adotar medidas e estratégias econômicas autossustentáveis. Através do aproveitamento da água de formas alternativas e também da iluminação e ventilação natural, reduzindo assim consideravelmente o consumo de energia. Devido as suas aberturas e ao seu posicionamento estratégico o centro comercial aproveita ao máximo a iluminação natural e também a ventilação, tendo em vista a não existência de barreiras físicas do entorno próximo na direção nordeste. Com isso, acompanhado da arborização os ambientes

internos

ficam

frescos

e

confortáveis

além

de

reduzir

consideravelmente o consumo de energético devido a não necessidade de climatização artificial. Se tratando de um empreendimento horizontal, a captação e reaproveitamento da água da chuva se torna uma técnica bastante proveitosa, tendo em vista que a área de captação as lajes (inferiores e superiores). Em tempos de escassez, o armazenamento e aproveitamento da água pluvial se torna ainda mais positivo, podendo atingir 65% de economia. Além disso o reuso das águas cinzas também podem ser utilizados nos processos de manutenção do empreendimento, como limpeza, correspondendo a 80% do esgoto de um empreendimento. Sendo assim a


115 reciclagem dessa água pode contribuir bastante para a economia da água em um estabelecimento de grande porte. A (Fig. 113) demonstra perfeitamente o esquema de como o sistema de captação e reaproveitamento da água pluvial funciona.

Figura 113. Figura esquemática do sistema de captação da água da chuva.

Disponível em: http://casaeimoveis.uol.com.br/


116 7. CONCLUSÃO Está monografia teve como finalidade principal a discussão aprofundada sobre o tema de centros comerciais, especificamente os Shoppings Centers, desde a sua origem à atualidade, abordando suas características e conceitos a fim de estabelecer um aprofundamento na discussão de uma das tendências de arquitetura comercial da atualidade, a tipologia do modelo de Open Mall. Para compreender e entender os paradigmas e os consensos desta tipologia foram necessários diversos estudos de casos já estabelecidos e consolidados no mundo, como o Kurve 7, na Tailândia. Estudando os conceitos adotados e eficazes da utilização dos elementos naturais, materiais alternativos, disposição dos espaços públicos e a integração entre a área interna com a externa, foi constatado a falta de centros comerciais que adotam certa similaridade com a tipologia em questão na cidade de Vila Velha, no Espirito Santo. Tendo como base toda a pesquisa técnica e conceitual apresentada no decorrer deste trabalho, adaptando-os ao contexto socioeconômico da região a ser implantada a proposta do empreendimento e também sendo colocado como requisito fundamental de projeto as formas de apropriação sustentável do espaço priorizando o conforto e a segurança dos clientes, buscou-se a afirmação desta tipologia em detrimentos à tipologia difundida no mercado, o modelo tradicional, levando em conta todos os setores necessários para tornar o empreendimento eficiente, garantindo sua integração espacial. Com isso conclui-se a importância que é a do espaço físico sobre as pessoas e como a arquitetura empregada influencia diretamente no comportamento dos usuários que usufruíram do espaço projetado. Um ambiente de constante fluxo onde os usuários necessitam de espaços de permanência e convivência, difundindo do conceito tradicional, monótono e cansativo. Também podemos concluir a preocupação com a sustentabilidade, onde através de estratégias de desenho e conceito buscou-se a redução do consumo de energia consideravelmente, o que viabiliza a negociação com


117 diversas operações a se inserir no empreendimento, tornando o espaço mais convidativo e atraente aos usuários. A

humanização

assim

como

o

paisagismo

das

áreas

de

permanência e circulação proporcionam o conforto e o bem-estar para os usuários que visitaram o espaço, o contato direto com ambientes naturais promovem a integração ambiental e social, se tornando o primeiro passo para o alcance da cidadania dentro de um espaço público de propriedade privada.


118 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, Douglas. Permeabilidade urbana: A urbanização do cais. Drops, São Paulo, ano 14, n. 079.04, Vitruvius, abr, 2014.

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VARGAS, HELIANA COMIN. Espaço terciário: o lugar, a arquitetura e a imagem do comércio – São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2001.


123 9. APÊNDICE


2 04/04

96.37

Vent. Subsolo

Área Técnica Ar Cond. 57.18 m²

Área Permeavel 31.03 m²

Área Técnica Ar Cond. 27.72 m² Área Permeavel 46.51 m²

Área Permeavel 32.96 m²

Área Permeavel 36.64 m²

Abaixo 6.35

46

3.50

6.00

70 9.

Depósito 14 17.15 m²

Depósito 01 21.00 m²

8.04

Vent. Subsolo

47 Área Permeavel 128.43 m²

34

35

36

37

38 Área Permeavel 24.30 m²

48

Área Permeavel 54.68 m²

3.

6.35

00

6.35

Área Permeavel 67.31 m²

Depósito 02 21.00 m²

Depósito 15 17.15 m²

0 9.7

49

Depósito 03 21.00 m²

Depósito 16 17.15 m²

12.68

50 Depósito Estacionamento 25.00 m²

6.84

39

40

41

42

43

44

Depósito 17 18.29 m²

Depósito 04 21.00 m²

Depósito 18 18.20 m²

Depósito 05 21.00 m²

45

3.0 0

6.35 0 3.0

8.48

Depósito Limpeza 25.00 m²

Depósito 19 18.90 m²

Depósito 06 21.00 m²

Depósito 20 18.90 m²

Depósito 07 21.00 m²

8.74

5

54.81

49.81

Área Permeavel 10.56 m²

3 6.

8.94

5.14

3.00

Estacionamento 2296.98 m² -4.00

Depósito Manutenção 25.00 m² Área Permeavel 52.92 m²

6. 3

5

Hall 67.53 m²

Área Permeavel 10.56 m²

0 3.0

6.35

25

26

27

28

29

30

31

32

Depósito 21 14.18 m²

Depósito 08 21.00 m²

Casa de Bomba 13.83 m²

Reserv. Inferior 43.66 m²

D.P 3.24 m²

3.00

33

5.08

1

7.83 Depósito 09 21.00 m²

04/04

Reserv. A.P Inferior 15.00 m²

8.29

Depósito 10 21.00 m²

5.91

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24 6.35

Depósito 11 21.00 m²

Área Permeavel 27.35 m²

6.26

5 6. 3

3.00

0 3.0

Área Permeavel 409.34 m²

Área Permeavel 66.42 m²

Câm. de Transf. 22.63 m²

Depósito 12 21.00 m²

Substação 01 Substação 02 9.72 m² 9.72 m²

Barramento 16.96 m²

Depósito 13 18.00 m²

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13 2.83

01

Área Técnica Ar Cond. 29.74 m²

Vent. Subsolo

98.78

1 : 250

Quadro de Áreas e Indices Área do terreno: 6369,29 M2 Área do pavimento térreo: 3148,05 M2 Área do pavimento subsolo: 4741,84 M2 Área do pavimento cobertura: 152,62 M2 Área total construida: 8042,51 M2 Área total computável: 6448,72 M2 Coeficiente de aproveitamento: 1,01 Taxa de ocupação: 49% Taxa de permeabilidade: 15,83% Número de lojas: 25 Número de vagas: 50

Universidade Vila Velha Curso:

Arquitetura e Urbanismo

Aluno:

Luis Augusto Martins C.

Prof.: Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II Andreia Fernandes Data: Assunto: Planta baixa - Subsolo 07/06/2017 19:39:09

Escala:

1 : 250 Folha:

01/04

07/06/2017 19:39:09

1

Planta baixa - Subsolo


2 04/04

104.35 6.00

14.44

12.64

20.70

5.00

15.56

3.65

0.141.50

Vent. Subsolo

SUC 17 92.70 m² 0.05

i = 8,33%

Abaixo

Acima

18.81

i = 8,33%

Acima

Abaixo

0.10

3.65

Vent. Subsolo

9.00

Reunião 23.85 m²

6.33

2.20

Proj. Cobertura

Proj. Cobertura

0.14

Administração 109.02 m² 0.15

Recep. 20.00 m²

Ambiente 50.68 m² 0.05

10.42

W.C Fem. 0.13 8.57 m² SUC 18 37.44 m² 0.05

SUC 19 50.23 m² 0.05

SUC 20 50.23 m² 0.05

SUC 21 50.23 m² 0.05

SUC 22 50.23 m² 0.05

SUC 23 50.23 m² 0.05

SAC 22.50 m²

SUC 24 50.23 m² 0.05

Central de Seg. 35.00 m² 0.15

W.C Masc. 8.51 m²

7.00

Proj. Cobertura

Circ. 11.40 m²

Cozinha 9.18 m² 0.14

SUC 16 50.69 m² 0.05

Limpeza 11.46 m²

0.14

Refeitorio 18.86 m²

Circ. 6.34 m²

W.C Masc. 30.81 m² 0.13

Vest. Masc. 14.53 m² 0.13

Manutenção 19.45 m² 0.15

4.93

4.79

Rua Ayrton Senna da Silva

4.93

Dep. Limp. 6.57 m²

W.C Fem. 37.05 m² 0.13

3.00

0.15 Proj. Cobertura

Circ. 11.16 m²

Proj. Cobertura

0.15

SUC 11 58.01 m²

0.05

SUC 12 48.60 m² 0.05

0.05

Estacionamento 21.75 m² 0.15

SUC 14 48.60 m² 0.05 SUC 25 132.89 m² 0.05

D.P

5.51

SUC 10 66.78 m² 0.05

SUC 13 48.60 m² 0.05

60.00

12.42

0.15

60.00

Circ. 39.57 m²

Vest. Fem. 20.17 m² 0.13

4.49

0.00

SUC 09 66.78 m² 0.05

0.14

P.N.E 4.25 m²

Proj. Cobertura

Proj. Rebaixo Proj. Cobertura

0.14

Proj. Cobertura

1 4.78

04/04

13.91

i = 8,33%

Plástico 5.18 m²

0.05

Papel 5.18 m²

SUC 03 79.50 m² 0.05

SUC 01 72.81 m² 0.05

SUC 06 61.42 m²

SUC 07 61.42 m²

SUC 08 61.88 m²

0.05

0.05

0.05

Doca 244.33 m² 0.15

Metal 5.18 m² Vidro 5.18 m²

SUC 05 88.72 m² 0.05

Orgânico 5.18 m²

0.14

SUC 02 79.50 m² 0.05

SUC 04 72.96 m²

W.C 2.91 m²

Gás 5.61 m²

Guarita 13.82 m²

3.80

12.50

Proj. Cobertura

0.15

0.14

2.26

Acima Proj. Cobertura

2.20

2.20

3.00

4.06

0.00

Avenida da Praia

Vent. Subsolo

2.20

6.00

6.33

25.75

7.07

29.18

9.00

0.14

4.50

0.14

14.03

0.14 2.26

3.19

106.75

1 : 250

Quadro de Áreas e Indices Área do terreno: 6369,29 M2

Coeficiente de aproveitamento: 1,01 Taxa de ocupação: 49% Taxa de permeabilidade: 15,83%

Área do pavimento térreo: 3148,05 M2 Área do pavimento subsolo: 4741,84 M2 Área do pavimento cobertura: 152,62 M2 Número de lojas: 25 Número de vagas: 50 Área total construida: 8042,51 M2 Área total computável: 6448,72 M2

Universidade Vila Velha Curso:

Arquitetura e Urbanismo

Aluno:

Luis Augusto Martins C.

Prof.: Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II Andreia Fernandes Data: Assunto: Planta baixa - Térreo 07/06/2017 19:40:24

Escala:

1 : 250 Folha:

02/04

07/06/2017 19:40:24

1

Planta baixa - Térreo


2

1.50

04/04

Laje Impermeabilizada

Laje Impermeabilizada

23.79

Laje Impermeabilizada i=62%

Rua Ayrton Senna da Silva

35.75

Laje Impermeabilizada

11.40 0.14 2.02 0.14

7.32

2.70

0.14

0.14 1.64

D.P

Reservatório Sup. 32.56 m²

0.10

Laje Impermeabilizada

0.14

Circ. 16.80 m²

1.24

Circ. 24.94 m²

Laje Impermeabilizada

5.92

Laje Impermeabilizada Laje Impermeabilizada

Reserv. A.P Sup. 11.95 m²

i=50%

Gerador 20.21 m²

1 04/04

Laje Impermeabilizada

i=25%

Laje Impermeabilizada

Laje Impermeabilizada i=25%

i=25%

Avenida da Praia

1 : 250

Quadro de Áreas e Indices Área do terreno: 6369,29 M2

Coeficiente de aproveitamento: 1,01 Taxa de ocupação: 49% Taxa de permeabilidade: 15,83%

Área do pavimento térreo: 3148,05 M2 Área do pavimento subsolo: 4741,84 M2 Área do pavimento cobertura: 152,62 M2 Número de lojas: 25 Número de vagas: 50 Área total construida: 8042,51 M2 Área total computável: 6448,72 M2

Universidade Vila Velha Curso:

Arquitetura e Urbanismo

Aluno:

Luis Augusto Martins C.

Prof.: Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II Andreia Fernandes Data: Assunto: Planta baixa - Cobertura 07/06/2017 19:41:54

Escala:

1 : 250 Folha:

03/04

07/06/2017 19:41:54

1

Planta baixa - Cobertura 01


Planta baixa - Cobertura 02 8.00 Planta baixa - Cobertura 01 4.00 Planta baixa - Térreo 0.00 Planta baixa - Subsolo -4.00

1

Corte 01 1 : 250

Planta baixa - Cobertura 02 8.00 Planta baixa - Cobertura 01 4.00 Planta baixa - Térreo 0.00 Planta baixa - Subsolo -4.00

2

Corte 02 1 : 250

Planta baixa - Cobertura 02 8.00 Planta baixa - Cobertura 01 4.00 Planta baixa - Térreo 0.00

3

Vista Sul 1 : 250

Planta baixa - Cobertura 02 8.00 Planta baixa - Cobertura 01

Universidade Vila Velha

Planta baixa - Térreo 0.00

4

Vista Oeste 1 : 250

Curso:

Arquitetura e Urbanismo

Aluno:

Luis Augusto Martins C.

Prof.: Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II Andreia Fernandes Data: Assunto: Vista Sul, Vista Oeste e Cortes 01, 07/06/2017 19:43:41 02

Escala:

1 : 250 Folha:

04/04

07/06/2017 19:43:41

4.00


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