XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 UM ESTUDO SOBRE AS INUNDAÇÕES EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP Ana Catarina Farah Perrella1 Marlene Elias Ferreira2 1
UNIVAP - Universidade do Vale do Paraíba Rua Paraibuna, 75 12245-020 São José dos Campos – SP E-mail: ana@univap.br 2 Pesquisadora do Inpe E-mail: marleneelias@directnet.com.br ABSTRACT
São José dos Campos-SP, Brazil, located at the South Paraíba River Valley (Vale do Paraíba – Rio Paraíba do Sul), has been subject to an intense urban growth since around 1970, mainly due to industrialization. As a result, a continuous increase of hazardous events, such as floods and landslides, has been registered, mainly in the disorderly occupied sectors, thus stimulating a growing interest in Urban and Regional Planning and in Urban Hydrology studies. The main objective of this research was to identify and to map areas prone to floods in this town, as well as to make a spatial and temporal precipitation analysis for the Paraiba Valley and surroundings. For this purpose, several data sets were used, mainly: (a) a nine-year (1991-1999) local Civil Defense occurrence calls data bank; (b) hourly rainfall (1974-1998), measured at the São José dos Campos Airport meteorological station, which is operated by the Brazilian Aeronautics Ministry; and, (c) rainfall data obtained at 111 hydrometeorological surface stations, operated by the São Paulo state water and energy company (DAEE) in the Paraíba Valley and surroundings. Besides, several technical visits, and interviews with the inhabitants mostly affected by the hazardous events, were made. All these provided the basis for mapping the flood prone areas in São José dos Campos, and for delineating the most critical flooding sectors. It is to be noticed that there was a significant increase in the Civil Defense calls for flooding reasons along the studied period (1991-1999), during which several calamitous occurrences were registered. Although basic for important applications, such as em ambiente AUTOCAD14. and Urban Hydrology studies, this sort of rainfall climatology is not yet enough known. 1. Introdução As inundações decorrem de inúmeros fatores, entre os quais um solo altamente impermeabilizado e incapaz de absorver rapidamente uma grande quantidade de chuvas de caráter torrencial. Segundo Pompêo (2000), “as enchentes são fenômenos naturais que ocorrem periodicamente nos cursos d’água devido a chuvas de magnitude elevada. As enchentes em áreas urbanas podem ser decorrentes destas chuvas intensas de largo período de retorno; ou devidas a transbordamentos de cursos d’água provocados por mudanças no equilíbrio no ciclo hidrológico em regiões a montante das áreas urbanas; ou, ainda, devidas à própria urbanização”. Atualmente, a concentração urbana faz sentir seus reflexos negativos em diferentes níveis. Os principais estão relacionados, sobretudo, ao impacto ambiental e às condições da qualidade de vida da população. Entre as questões relacionadas ao impacto ambiental, a decorrente de chuvas intensas tem sido motivo de grande preocupação para técnicos e administradores ligados ao planejamento urbano e ao uso racional do solo (Mello et al., 1994; Pedrosa, 1997; Rosa & Lacerda, 1997; Ostrowsky, 2000). As inundações e enchentes em áreas urbanas são problemas com os quais o homem tem convivido ao longo dos anos, sofrendo suas conseqüências e prejuízos. São um sério problema para grande parte dos municípios brasileiros, principalmente quando atingem áreas densamente ocupadas, em cujas ocasiões geram prejuízos consideráveis e muitas vezes irreparáveis, com perda de vidas humanas (Conti, 1975; Soares & Dias, 1986; Gonçalves, 1992; Xavier et al., 1994; Cabral & Jesus, 1994; Brandão, 1997; Silveira, 1997, Perrella, 1999). Estratégias urbanas, no sentido de reagir a tais inconvenientes, pressupõem ações em dois campos. De um lado, pela racionalização do uso do solo, num sentido diretamente ligado ao escoamento aureolar; de outro, por meio do aperfeiçoamento da infra-estrutura urbana (canalização de águas pluviais e regularização dos cursos
1798
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 d'água), não só dentro dos espaços urbanos como no ambiente imediato em caso de convergência para o sítio (Monteiro 1976; Tucci, 1995; Tucci, 1997). As causas das inundações são muito variadas e abrangem o assoreamento do leito dos rios, a impermeabilização das áreas de infiltração na bacia de drenagem e fatores climáticos. O homem, por seu lado, procura combater os efeitos de uma cheia nos rios construindo represas, diques, desviando o curso natural dos rios etc. Mesmo com todo esse esforço, as inundações continuam acontecendo, causando prejuízos de vários tipos (Tucci, 1997; Ferraz et al., 1998). No caso específico de São José dos Campos, entre os poucos estudos sobre o regime da precipitação e sobre o impacto hidrológico da urbanização em bacias urbanas e loteamentos, citam-se os de Conti (1975), Ferreira et al. (1996), Ferreira et al. (1997), Fracote et al. (1998), Brandão & Ferreira (2000) e Ferreira & Brandão (2000) Waltz & Ferreira (2001 a) e Waltz & Ferreira (2001 b). O presente artigo apresenta uma síntese das pesquisas realizadas por Perrella (1999), sobre o fenômeno das inundações em São José dos Campos, em conexão com episódios de chuvas máximas, como subsídio ao Planejamento Urbano e Regional e à Hidrologia Urbana. Uma das principais finalidades foi o mapeamento das áreas do município sujeitas à inundação, na expectativa de se minorar os danos e prejuízos decorrentes dos impactos hidrológicos da urbanização. Para fazer este mapeamento, foi concebida uma metodologia em bases originais a qual por sua simplicidade, pode ser de emprego imediato por prefeituras e órgãos de Defesa Civil. 2. Materiais e métodos 2.1 A área de estudo Localizado na região sudeste do Brasil, no leste do Estado de São Paulo, o Vale do Paraíba é ladeado pelas Serras do Mar e da Mantiqueira, e abrange o principal eixo de ligação rodoviária entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. São José dos Campos situa-se às margens da Rodovia Presidente Eurico Gaspar Dutra, a qual liga os dois maiores centros urbano-industriais do País - São Paulo e Rio de Janeiro (Figura 1). A cidade também está próxima de dois portos importantes, o de Santos e o de São Sebastião, ambos no Estado de São Paulo (PMSJC, 1995). São José dos Campos passou a se destacar, entre os demais municípios da região, pelo grande crescimento demográfico nas últimas décadas e pela acentuada expansão urbana, ambos impelidos pela ampliação industrial e tecnológica.
Fig. 1- Localização do município de São José dos Campos. 2.1.1 Expansão demográfica e urbana de São José dos Campos Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1991) e o Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE, 1994), em 1960, a população do município era de 77.553 habitantes, já havendo predominância do urbano sobre o rural. Depois disso, as taxas de crescimento populacional tornaram-se tão expressivas que levaram a
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XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 projeções superestimadas. Para 1996, a projeção era de 538.076 habitantes, a qual não se confirmou. Como pode ser observada na Tabela 1, em 1996 a população atingiu, efetivamente, 485.684 habitantes. Com base na Tabela 1, entre 1950 e 1996 a população de São José dos Campos multiplicou-se em cerca de dez vezes. A maiores taxas de crescimento ocorreram nas décadas de 50 (73%) e 60 (95%). São José dos Campos sofreu as conseqüências do desenvolvimento industrial periférico. Independentemente do planejamento em âmbito municipal, fatores exógenos levaram à implantação de grandes estruturas, que definiram e alteraram marcadamente a sua configuração urbana. Tabela 1 - Crescimento populacional de São José dos Campos de 1940 a 1996. Fonte: IBGE, (1991) e SEADE (1994). ANO POPULAÇÃO 1940 36.279 1950 44.804 1960 77.553 1970 150.884 1980 258.567 1985 348.490 1990 422.866 1996 485.684 Serafim (1998) quantificou os percentuais do crescimento da mancha urbana do município entre 1985 e 1996, indicando os vetores preferenciais da urbanização, e analisando o crescimento temporal (em km2) com base em informações de 1985, 1991 e 1996. Segundo este autor, até 1985, a ocupação urbana aumentou muito devido à industrialização nesta época (ver também: PMSJC, 1995). Entre 1985 e 1991 também houve uma taxa de crescimento muito alta (61,44%) em relação ao período 1991-1996, que teve uma taxa de urbanização de 18,14% (Tabela 2). Quanto ao crescimento temporal, a mancha urbana abrangeu com maior intensidade as regiões sul e leste do município (Figura 2). Isto confirmou o que já havia sido constatado pela PMSJC (1995), ou seja, que na última década estudada a mancha urbana possuía uma configuração esparsa, descontínua e bastante extensa, com o vetor de crescimento apontando mais para sudeste, onde surgiram loteamentos com características de chácaras, fora do perímetro urbano. Tabela 2 - Área urbanizada e taxa de urbanização do Município de São José dos Campos. Fonte: Serafim (1998). Taxa de Urbanização Urbanização no Área (km2) Município de São 1985-1991 1991-1996 José dos Campos Urbanização em 1985 59,4 Urbanização em 1991 95,9 61,44% 18,14% Urbanização em 1996 113,3
Este crescimento altera espacialmente, de um lado, as características geoecológicas (cobertura vegetal, rede hidrográfica etc.) e, de outro, os componentes antrópicos (uso do solo, densidade demográfica, assentamentos de baixa renda etc.), ou seja, as áreas mais sujeitas a episódios de inundações. O crescimento desordenado do tecido urbano, efetivado pelo processo de “pauperização/periferização” e pela ocupação clandestina de áreas de alto risco geo-ambiental, leva à necessidade da elaboração de estudos que dêem suporte às decisões voltadas para o desenvolvimento da urbanização com qualidade.
1800
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002
Fig. 2 - Mancha urbana do município de São José dos Campos: (a) 1985; (b) 1991; e, (c) (1996). Fonte; Serafim (1998). 2.2 Dados Para retraçar a evolução dos eventos de alagamentos e inundações em São José dos Campos nos últimos anos, fez-se um levantamento, junto à Defesa Civil do município, do número de ocorrências atendidas em função dos episódios de chuva, no período de janeiro de 1991 a março de 1999. A aquisição de dados de precipitação referiu-se aos registros passados e recentes da estação meteorológica do Aeroporto de São José dos Campos, e das estações pluviométricas do Departamento de Água e Energia Elétrica - SP (DAEE). Os dados de precipitação da estação meteorológica do Aeroporto de São José dos Campos foram utilizados para o período de janeiro de 1974 a março de 1999 e os das 111 estações pluviométricas do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Litoral Sul do DAEE, para um período de 30 anos (1966 -1997) Foi elaborado um questionário estruturado com a finalidade de levantar, junto à população local, os problemas mais graves gerados pelos episódios das chuvas e de avaliar as providências tomadas pela prefeitura para melhorar as condições desses bairros. 2.3 Metodologia A operacionalidade desta pesquisa, tendo em vista os objetivos propostos, envolveu as seguintes etapas de trabalho: análise temporal, análise específica dos episódios pluviais críticos, bem como suas repercussões, e análise espacial.
1801
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 2.3.1 Análise Temporal As ocorrências atendidas pela Defesa Civil foram relacionadas aos eventos de chuva para se determinar os locais mais afetados nas áreas inundáveis. Não foram contabilizados os problemas causados por outros fatores, tais como: ventania, queda de taludes, desmoronamento, erosão etc., fatores estes que em geral também tiveram como causa principal a chuva, que é resultante, sobretudo, de atividades frontais, atividades convectivas e de efeitos locais. Os episódios críticos selecionados, após o procedimento de classificação, foram analisados em função de sua magnitude e de seu impacto na área urbana. Analisou-se a intensidade das chuvas diárias (máximas de 24 horas) e horárias, relacionando-as com os eventos, em termos de danos à população e ao Poder Público. 2.3.2 Análise Espacial Na abordagem espacial foi utilizado o AUTOCAD14 (Computer Assistant Design), para a elaboração do mapa das áreas de inundação, e o Analisador de Grade e Sistema de Exibição – GrADS (Doty, 1995), para a análise da precipitação . 3. Resultados 3.1 Análise dos Dados de Ocorrência Atendida pela Defesa Civil do Município. Todas as ocorrências caracterizadas como alagamento, inundações e enchentes foram classificadas segundo o glossário usado pelas coordenadorias regionais de Defesa Civil (REDEC), administradas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil - CEDEC (Castro, 1998). A situação dos inventários da Defesa Civil foi uma das dificuldades encontradas, quando da realização da presente pesquisa. Na maioria dos casos, havia falhas na seqüência dos registros, fato este justificado pelo pequeno número de funcionários e pela atuação ainda recente deste órgão em São José dos Campos (começou a atuar no fim da década de 1980). Os dados mais antigos deste acervo em muito deixam a desejar por falta de padronização. Tais deficiências foram constatadas ao se analisar o acervo como um todo e verificar que alguns episódios significativos dele não constavam, apesar de serem notícias de jornais (Perrella, 1999). Um exemplo foi o ano de 1992 que, segundo registros da Defesa Civil, totalizou apenas 7 atendimentos por precipitação (Figura 3), embora os jornais da cidade tenham noticiado ocorrências que não foram registradas nos mesmos dias daqueles relatados no acervo da Defesa Civil. Isto se repetiu em outros anos. Voltando a analisar a Figura 3, é interessante observar um aumento significativo nas ocorrências ao longo do período estudado, principalmente no ano de 1999. Visitas aos locais atingidos permitiram constatar que todos os córregos nas imediações dos bairros contribuíram fortemente para as inundações. Isto reforça a consideração de que fatores conjugados, como as chuvas e a intervenção antrópicas, associados à falta de infra-estrutura, decisivamente colaboram para a ocorrência destes fenômenos (Perrella, 1999). Durante o período de estudo (1991 a 1999), contabilizou-se um total de 398 atendimentos pela Defesa Civil por inundações decorrentes de episódios de chuvas.
1802
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 140
Número de ocorrências
120
100
80
60
40
20
0 1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
Anos
Fig. 3 - Total anual de ocorrências atendidas pela Defesa Civil em São José dos Campos no período de estudo (1991-1999). A Figura 4 mostra a porcentagem destes atendimentos por região no município. Os setores mais afetados da cidade são os da Zona Leste, com 42%, seguidos pelos da Zona Sul, com 39% dos casos de alagamentos.
Norte 10%
Sul 39%
Central 9%
Leste 42%
Fig. 4 - Porcentagem das ocorrências registradas pela Defesa Civil nas regiões Norte, Sul, Leste e Central de São José dos Campos (1991-1999). O fato de as Zonas Sul e Leste terem sido as mais afetadas por alagamentos e inundações, segundo o acervo da Defesa Civil, direcionou os trabalhos de aplicação dos questionários para estas regiões. Para melhor compreender a problemática dessas regiões, foi realizado um total de 107 entrevistas com os moradores de alguns bairros da Zona Sul (54 entrevistas) e Zona Leste (53 entrevistas). Como mencionado, isto teve por finalidade conhecer as causas, os problemas, as reivindicações e as providências que foram tomadas pela Prefeitura, segundo a ótica dos moradores. Na Figura 5 encontram-se os principais problemas registrados em dias chuvosos nas regiões mais críticas do município. Observa-se que é grande o predomínio de episódios de alagamento, sendo este o principal fator para o desencadeamento dos outros problemas, por comprometer as propriedades físicas do local. É relevante o fato de
1803
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 haver a relação entre a ocorrência de alagamentos e a de desmoronamentos associados, certamente devidos às alterações no meio físico decorrentes de intervenções antrópicas inadequadas.
35% Z. Sul
30%
Z. Leste
25% 20% 15% 10% 5% desmoronamento
inundação
rachadura em residência
erosão
boca - de - lobo entupida
enchente de córrego
retorno de esgoto
alagamento
0% queda de talude
Porcentagem dos principais problemas
Quando chove, qual é o problema que a região mais sofre?
Fig. 5 - Principais problemas causados pelas chuvas nas Zonas Sul e Leste de São José dos Campos, com base nos questionários aplicados em 1998/1999.
O s p ro b le m a s c a u s a d o s p e la c h u va , n a o p in iã o d o s m orad ores s ã o d e c o rre n te s d e : 3 0% Z. Sul
Z . L es te
2 5% 2 0% 1 5% 1 0% 5%
mau escoamento
outros problemas
falta de drenagem
muro de arrimo
pavimentação
declividade da rua
boca - de lobo entupida
retorno de esgoto
0% enchente de córrego
Porcentagem dos principais problemas
A Figura 6 fornece um diagnóstico dos problemas que levam as ruas a serem afetadas. Para a maioria dos entrevistados, as deficiências básicas de infra-estrutura referem-se principalmente às obras de canalização de córregos, drenagem e tratamento de esgoto. Comparando os diagnósticos dos problemas feitos pelos moradores da Zona Sul com os da Zona Leste, observa-se que as causas principais identificadas pelos moradores são as enchentes de córregos, seguidas pelo retorno de esgoto. Isto nos leva a constatar que o crescimento desordenado da mancha urbana desencadeou o processo de degradação de várias bacias hidrográficas do município, provocando constantes inundações.
Fig. 6 - Principais problemas que contribuem para as inundações na Zona Sul e Leste de São José dos Campos, com base nos questionários aplicados em 1998/1999.
1804
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 3.2 Análise Quantitativa 3.2.1 Estudo temporal da pluviosidade Em áreas urbanas, o conhecimento da sazonalidade da precipitação é de fundamental importância, principalmente para auxiliar na elaboração de projetos preventivos (drenagem urbana, previsão de alagamentos, entre outros), no monitoramento e no atendimento pela Defesa Civil, e assim contribui para minimizar danos sócioeconômicos relacionados às inundações e aos efeitos erosivos. A análise temporal da pluviosidade total anual em São José dos Campos (Figura 7) foi feita com dados de 26 anos a partir dos dados diários (1974 - 1999), portanto totalizando quase uma normal climatológica para a precipitação (30 anos).
2000
Precipitação acumulada anual (mm)
1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
1980
1979
1978
1977
1976
1975
1974
0
Anos
Fig.7 - Precipitação acumulada anual para o período de 1974 a 1999, para São José dos Campos. Observa-se na Figura 7 que, no período estudado ocorreram anos extremamente chuvosos, como foram os de 1976, 1983 e 1996, e anos mais secos, como os de 1981, 1984 e 1990. Em ambos os casos houve a concorrência de fenômenos de larga escala, em especial do El Niño e do La Niña. Conhecida a evolução temporal da precipitação, foi calculado o desvio normalizado com o objetivo de identificar as variações em torno da média do período (normal), evidenciando-se assim os anos secos e chuvosos. A Figura 8 mostra os anos que apresentaram anomalias positivas e negativas de precipitação para o período. Mesmo nos anos com desvios negativos (déficit), foram constatadas algumas ocorrências de chuvas que causaram impacto significativos na cidade, como por exemplo, o ano de 1994 (ver Figura 3). Na Figura 9 encontra-se a média mensal da precipitação ao longo do período estudado (1974-1999). Os máximos ocorrem de outubro a março, caracterizando o período chuvoso do município.
1805
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002
600 400 200
1998
1996
1994
1992
1990
1988
1986
1984
1982
1980
1978
-200
1976
0 1974
Desvio da Precipitação (mm)
800
-400 -600 Anos
Fig. 8- Desvio normalizado da precipitação, para São José dos Campos (1974-1999).
250
150 100 50 Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
0 Janeiro
Precipitação (mm)
200
Meses
Fig. 9 - Precipitação acumulada média mensal de 1974 a 1999, para São José dos Campos. 3.1.2 Análise Conjunta da Precipitação Diária e dos Eventos Atendidos pela Defesa Civil Nas figuras a seguir encontram-se alguns exemplos da relação entre a precipitação e o número de atendimentos pela Defesa Civil para período de estudo, em base diária. Nestes gráficos, foram contabilizados os totais das ocorrências, portanto, sem que houvesse distinção quanto à magnitude dos eventos de inundações. Deve ser ressaltado que o período de outubro de 1995 a março de 1996 e também outubro de 1998 a março 1999 (totais pluviométricos acima da normal) foram anos de grande impacto, pois neles ocorreram inundações marcantes (Figuras 10b, 10c) Por outro lado, alguns anos que foram marcados por eventos significativos tiveram totais pluviométricos abaixo ou pouco acima da normal como, por exemplo, outubro de1993 a março de 1994 (Figura 10a). Neste período houve, inclusive, episódio com vítima fatal. Isto sugere que não só a magnitude pluviométrica interfere nestes processos, mas também sua distribuição temporal, por modular a capacidade de infiltração dos solos em função de seqüência de chuvas antecedentes, e de sua heterogeneidade espacial, por afetar pequenas áreas. Como já mencionado, em alguns casos analisados não houve correlação entre eventos significativos de chuva e registros de atendimento pela Defesa Civil. Em outras palavras, em vários casos houve precipitação significativa, mas a Defesa Civil não registrou atendimento, embora possa tê-lo feito.
1806
XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 Tais situações ficaram evidentes no decorrer da pesquisa, o que levou a investigar outras fontes de informação, em especial as matérias veiculadas pela imprensa local. Foi então feito um levantamento nos arquivos jornalísticos organizados e colocados à disposição pela própria Defesa Civil. Este conjunto de matérias, mesmo sendo restrito, evidenciou que os registros da Defesa Civil são às vezes incompletos, como discutido anteriormente. Além disto, nas planilhas da Defesa Civil constam, em certas circunstâncias mais graves, registros genéricos que apenas refletem impactos gerais no município, o que dificultou identificar os bairros mais atingidos em tais ocasiões. Perdas materiais graves e morte muitas vezes só os jornais registraram (Perrella, 1999). TOTAL PLUVIOMÉTRICO DIÁRIO E ATENDIMENTO PELA DEFESA CIVIL PERÍODO DE OUTUBRO DE 1993 A MARÇO DE 1994 0
120
2
110
4 100 6 90
8
Precipitação (mm)
12
70
14 60 16 50
18
40
20
Número de Atendimentos
10
80
22
30
24 20 26 10
28
0 01/10/93 04/10/93 07/10/93 10/10/93 13/10/93 16/10/93 19/10/93 22/10/93 25/10/93 28/10/93 31/10/93 03/11/93 06/11/93 09/11/93 12/11/93 15/11/93 18/11/93 21/11/93 24/11/93 27/11/93 30/11/93 03/12/93 06/12/93 09/12/93 12/12/93 15/12/93 18/12/93 21/12/93 24/12/93 27/12/93 30/12/93 02/01/94 05/01/94 08/01/94 11/01/94 14/01/94 17/01/94 20/01/94 23/01/94 26/01/94 29/01/94 01/02/94 04/02/94 07/02/94 10/02/94 13/02/94 16/02/94 19/02/94 22/02/94 25/02/94 28/02/94 03/03/94 06/03/94 09/03/94 12/03/94 15/03/94 18/03/94 21/03/94 24/03/94 27/03/94 30/03/94
30
Dias do Período
Fig. 10a - Binômio “chuva diária e atendimento pela Defesa Civil”: outubro de 1993 a março de 1994, em São José dos Campos. T O T A L P L U V IO M É T R IC O D IÁ R IO E A T E N D IM E N T O P E L A D E F E S A C IV IL P E R ÍO D O D E O U T U B R O D E 1 9 9 5 A M A R Ç O D E 1 9 9 6 120
0
110
5
100
10
90
15
Precipitação (mm)
20
70 25
60 30
50 35
40
Número de Atendimentos
80
40
30
45
20
29/03/96
26/03/96
23/03/96
20/03/96
17/03/96
14/03/96
11/03/96
08/03/96
05/03/96
02/03/96
28/02/96
25/02/96
22/02/96
19/02/96
16/02/96
13/02/96
10/02/96
07/02/96
04/02/96
01/02/96
29/01/96
26/01/96
23/01/96
20/01/96
17/01/96
14/01/96
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02/01/96
30/12/95
27/12/95
24/12/95
21/12/95
18/12/95
15/12/95
12/12/95
09/12/95
06/12/95
03/12/95
30/11/95
27/11/95
24/11/95
21/11/95
18/11/95
15/11/95
12/11/95
09/11/95
06/11/95
03/11/95
31/10/95
28/10/95
25/10/95
22/10/95
19/10/95
16/10/95
13/10/95
10/10/95
55 07/10/95
0 04/10/95
50
01/10/95
10
D i a s d o P e r ío d o
Fig. 10b - Binômio “chuva diária e atendimento pela Defesa Civil”: outubro de 1995 a março de 1996, em São José dos Campos.
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XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 TOTAL PLUVIOMÉTRICO DIÁRIO E ATENDIMENTO DA DEFESA CIVIL PERÍODO DE OUTUBRO DE 1998 A MARÇO DE 1999 120
0 2
110
4 100 6 90
8
Precipitação (mm)
10 12
70
14 60 16 50
18
40
20
Número de Atendimentos
80
22
30
24 20 26 10
28
0 01/10/98 04/10/98 07/10/98 10/10/98 13/10/98 16/10/98 19/10/98 22/10/98 25/10/98 28/10/98 31/10/98 03/11/98 06/11/98 09/11/98 12/11/98 15/11/98 18/11/98 21/11/98 24/11/98 27/11/98 30/11/98 03/12/98 06/12/98 09/12/98 12/12/98 15/12/98 18/12/98 21/12/98 24/12/98 27/12/98 30/12/98 02/01/99 05/01/99 08/01/99 11/01/99 14/01/99 17/01/99 20/01/99 23/01/99 26/01/99 29/01/99 01/02/99 04/02/99 07/02/99 10/02/99 13/02/99 16/02/99 19/02/99 22/02/99 25/02/99 28/02/99 03/03/99 06/03/99 09/03/99 12/03/99 15/03/99 18/03/99 21/03/99 24/03/99
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Dias do Período
Fig. 10c - Binômio “chuva diária e atendimento pela Defesa Civil”: outubro de 1998 a março de 1999, em São José dos Campos. 3.1.3 Análise Espacial e Temporal 3.1.3.1 Precipitação Por ser a precipitação pluviométrica um dos principais fatores que desencadeiam situações de calamidade em regiões com uso inadequado do solo, um conhecimento detalhado do seu comportamento torna-se necessário e muitas vezes imprescindível, no que tange o Planejamento Urbano e Regional e a Hidrologia Urbana. Os trabalhos sobre as características espaço-temporais da pluviosidade no Estado de São Paulo, como os realizados por Nunes (1997) e por Nery at al. (1999), são de relevância neste contexto, e de modo geral, corroboram os resultados encontrados na presente pesquisa. Primeiramente foram analisados os dados dos postos pluviométricos coletados do banco de dados do DAEE (1998) em diversos postos situados no município e vizinhanças com o objetivo de avaliar o comportamento temporal da precipitação para um período de 30 anos (1966-1997). Estes postos foram selecionados de acordo com as suas posições geográficas, ou seja: na parte norte do município, São Francisco Xavier, Guirra, Água Soca e Represa; na parte sul, o posto de São José dos Campos; e, na parte leste, Cajuru e Pararangaba. Observa-se (Figura 11), que os postos localizados mais a nordeste do município mostraram uma precipitação média anual mais elevada do que os demais. Isto confirmou a alta correlação entre os episódios de chuvas e as ocorrências registradas pela Defesa Civil e também mostra a efetiva atuação de sistemas meteorológicos de escalas diferenciadas, especialmente os de caráter convectivo e orográfico.
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1400 1200 1000 800 600 400 200
Santa Branca
Sape
Capuava
Jambeiro
Bairro Cajuru
S.J.Campos
Pararangaba
Agua Soca
Represa
S.F.Xavier
0
Guirra
Precipitação (mm)
1600
Estações
Fig. 11 - Precipitação média anual (normal) para as estações do DAEE localizadas no município e vizinhanças de São José dos Campos. Baseada nas alturas médias de precipitação foi traçado o mapa das isoietas utilizando 111 postos (DAEE), cobrindo á área do Vale do Paraíba, Litoral Norte e o Litoral Sul do estado de São Paulo para um período de 30 anos (1966-1997). Esta análise representa a distribuição espacial da chuva (Figura 13). Nota-se no mapa que os máximos são encontradas na serra e no litoral, destacando-se o litoral sul. No Vale do Paraíba, propriamente dito, também existem gradientes espaciais significativos: de São José dos Campos (1240 mm) indo para nordeste estes valores em geral aumentam. Isto comprova o papel fundamental da orografia e da proximidade do oceano nos mecanismos formadores de precipitação na região e a necessidade de se levar em conta as escalas espaciais menores (mesoescala e escala local) quando se deseja conhecer com detalhe a climatologia desta região. Informações desta natureza, de cunho quantitativo, pode ser de grande importância para diversas áreas que incluem o Planejamento Urbano e Regional, a Defesa Civil (que não atende só São José dos Campos mas também toda a região) e a pesquisa sobre modelos hidrometeorológicos locais e regionais. 3.1.3.2 Mapa das Áreas de Inundação Segundo a Defesa Civil, alguns bairros foram agrupados em sub-bairros, em vista das dimensões reduzidas que possuem (em alguns casos chegam a ser de duas ruas), de acordo com o estabelecido pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos. A partir da organização e das características dos eventos, foi criada uma escala de intensidade, estabelecida com base na freqüência das inundações e no grau de repercussão das mesmas, que tem por objetivo facilitar a visualização da extensão destas áreas (Perrella, 1999). Feita esta classificação, foram espacializadas as áreas sujeitas à inundação na cidade de São José dos Campos (Figura 14). Observa-se, nesta figura, que a Zona Sul apresenta dois setores com grau de intensidade crítica e um muito forte, e que a Zona Leste apresenta três setores com grau muito forte.
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Fig. 13. Normal da precipitação para o Vale do Paraíba e litoral sobre topografia com resolução de 1 km x 1 km
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Fig. 14. Localização das áreas sujeitas a inundações na cidade de São José dos Campos, com risco associado. 4 Conclusões e Recomendações Os resultados desta pesquisa contribuem para o conhecimento sobre a variabilidade temporal e espacial da precipitação em São José dos Campos e região, bem como sobre as áreas de risco de inundação nesta cidade, subsídios considerados de relevância para o Planejamento Urbano e Regional e para a Hidrologia Urbana. O processo de urbanização em São José dos Campos trouxe modificações no uso do solo e, conseqüentemente, interferiu nos processos de infiltração e na drenagem, causando, de modo geral, o aumento na freqüência e na magnitude do escoamento superficial. Este foi o fator fundamental para a elevação do número de áreas sujeitas a inundações nos últimos anos, fenômeno este cuja intensidade também depende da variabilidade sazonal do clima e das providências tomadas pelo poder público. Como conseqüência, as inundações já vêm causando grandes transtornos no município, com episódios que inclusive resultaram em mortes. A distribuição sazonal das chuvas em São José dos Campos apresenta dois períodos bem definidos, sendo que as maiores magnitudes estão compreendidas entre os meses de outubro e março. Os valores críticos, ou seja, os máximos de precipitação, ocorrem em janeiro, março e novembro. Esta constatação é importante para a tomada de ações preventivas e para preparar o sistema de alerta no que tange as inundações. Já que é impossível impedir que os temporais aconteçam, pode-se pelo menos traçar previamente uma estratégia para as áreas mais críticas. A análise espacial da precipitação evidenciou a grande variabilidade do total anual em função da localização. Os máximos foram encontrados na serra e no litoral, destacando-se o litoral sul. No Vale do Paraíba propriamente dito, também foram verificados gradientes espaciais significativos: de São José dos Campos (1240 mm) em direção a nordeste o total anual da precipitação em geral aumenta. Isto comprova o papel fundamental da
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XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 orografia e da proximidade do oceano nos mecanismos formadores da chuva na região e a necessidade de se levar em conta as escalas espaciais menores (mesoescala e escala local) quando se deseja conhecer com detalhe a climatologia desta região. Uma outra constatação importante foi a identificação das chuvas antecedentes (chuvas ocorridas nos dias anteriores ao crítico) como fatores que contribuem para a ocorrência das inundações. Em alguns dos episódios estudados, a chuva do dia não foi suficiente para justificar a ocorrência de inundação, mas as antecedentes, o foram. Com base no estudo das ocorrências de inundação, verificou-se que as áreas mais críticas, ou seja, aquelas que têm mostrado vulnerabilidade perante os fatores pluviométricos, estão situadas em locais onde há falta de planejamento e de infra-estrutura especialmente no que diz respeito a aspectos de Hidrologia Urbana.. De modo geral, as áreas preferenciais de inundações e/ou alagamentos correspondem: às avenidas de fundo de vales; às áreas submetidas a aterros; aos loteamentos cuja infra-estrutura de drenagem é mal dimensionada e/ou mal preservada; às áreas de ocupação sem sistemas de drenagem; às planícies aluviais; e, às áreas localizadas próximas das ribeirinhas, estas geralmente obstruídas por lançamentos de detritos, o que evidencia má conservação. O sistema de drenagem natural de algumas bacias hidrográficas de São José dos Campos encontra-se em estado crítico. Sua manutenção é precária. Os córregos estão assoreados pela grande carga de lixo e sedimentos carreados a cada chuva, o que causa estrangulação em seus leitos. Algumas das soluções para esse tipo de problema implicam no controle da drenagem, na manutenção das galerias pluviais e nas medidas estruturais e não-estruturais. As medidas não-estruturais, em particular, devem, ser tratadas no Plano Diretor, com embasamento em insumos tecnológicos, sempre que possível, como por exemplo, os gerados nesta pesquisa e no trabalho de autoria de Serafim (1998). Entretanto, o poder público municipal em geral carece de instrumentos que ampliem sua atuação, tanto em termos de prevenção quanto em termos de ação durante as inundações (Carta de Recife – ABRH, 1995; Scofield & Margottini, 1999) No caso de São José dos Campos, em particular, esta pesquisa evidenciou a necessidade de se elaborar um Plano Diretor de Drenagem Urbana para o Município. O mapa das áreas de inundações refere-se à parte urbana do município. Por delimitar os setores críticos, deverá auxiliar o trabalho da Defesa Civil e servir de subsídio técnico para que o poder público estabeleça um zoneamento do solo urbano mais criterioso, particularmente nas áreas ribeirinhas, a ser incorporado na lei orgânica do município. Vale salientar que a região mais afetada do município é a Zona Leste, embora o bairro mais crítico encontre-se na Zona Sul (Campo dos Alemães). Pelo fato de a Zona Leste ter tido menor intervenção de ações para melhoria das condições da região, sugere-se que o poder público municipal a considere como prioritária ao estabelecer ações efetivas no processo de planejamento para corrigir os problemas existentes. A presente pesquisa culminou com o primeiro mapa de risco de inundações para São José dos Campos. Portanto, é importante que ele seja submetido a uma investigação continuada com o propósito de se promover a sua validação e a sua atualização, por meio do monitoramento da evolução espacial das áreas de risco. Referências Bibliográficas ABRH (1995) “Carta de Recife”. Boletim ABRH, n.54, p.6, out./dez. BRANDÃO, A. M. P. M. (1997) “As chuvas e a ação humana: uma infeliz coincidência”. In: ROSA, L. P., LACERDA, W. A. (Coord.) “Tormentas cariocas”. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 162p. p.21-38. [Seminário sobre Prevenção e Controle dos Efeitos dos Temporais no Rio de Janeiro, 1996, Rio de Janeiro, RJ]. BRANDÃO, I.N., FERREIRA, M. E. (2000) “Bacia do Rio Pararangaba (São José dos Campos – SP): características físicas e impactos da urbanização”. In: Congresso Brasileiro de Meteorologia, 11, Rio de Janeiro, 2000. Anais... SBMET: Rio de Janeiro. CD-ROM [HI00007]. 8p. CABRAL, E., JESUS, E. F. R. (1994) “Eventos pluviais concentrados sobre a grande São Paulo ocorridos em 1991: seus reflexos na vida urbana”. Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana, n.12, p.31-54. CASTRO, A. L. C. (Coord.) (1998) “Glossário de defesa civil: estudos de riscos e medicina de desastres”. 2.ed., rev. e amp. Brasília: MPO, Departamento de Defesa Civil. 283 p.
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