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NÚMERO DEZEMBRO|2009
Editorial
Índice Arte Ilustrativa da Ciência
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Marisa Marques - Ruth Lopes
Pop Art
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Camila Pimentel - Gustavo Gatti
A arte de criar logomarcas
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Romulo Freitas - Genilson Ferreira
Coordenação Design Gráfico| FIC - Estácio
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Vendreet wisi. Dunt lore dolore mod el in utpatie duisit, quipsum delis exer ad magnibh et ad mod ex eummy nit atet praessed modolorem zzrilit num velit init dolore tie magna ad ectem zzrilit nim doleniam, venibh et lamet dunt ulputpat. Duis num dit wisisl eumsan ulput lore tion ex enis etuer sustie molorem dolor si. Tum zzrit alisit ullaor iure mod dolore venisis ea adit iusciduisi. Ut prat, commy nonum amet, quis doluptat. Ed eugait vel ex exerci et vulpute conulla consed dolor senit aut iriliss equat, consendit, cor at, velit dolendip euisi blam ver il delent wis et accum dolese volor aliquat dolobor sum zzriusto do od tet, vullutat accum at prat, summolore tat eu feugiat ad mod magnibh ero conulpute magna conullam vel ute magniam zzrit prat. Lamet velit non vercini sissim diam dolorercin ea facinibh ex el dolestrud magna facipsu scipsustrud eugiamconse consed dolorem atummodip et luptatumsan ea facilis ea feum volor augue dolor irit at.
Philippe Starck - multidesigner
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Hygor Gouveia - Johnson Rabelo
EcoDesign
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Cynthia Mateus
Gestalt
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Edson Júnior - Marguepson Barros
Direção de Arte
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Lilian Muniz - Suzana Prado
Ilustração ao pé da letra
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Paulo VIctor - Lucas Britto
Grafitte - a arte urbana
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Alice Farias - Rafael Lopes
Dicas sobre Fotografia Digital
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Raquel Monroe
Arts & Crafts - artes e ofício
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Ana Raquel - Tatiany de Souza
leste por Aura Ce o d a lic b u p es) são da oe seu(s) autor( foi paginad ) e (s m o d lu e o v m o o d n Esse segun dos com o ciplina igos assinala utor(es). rt a s O . a e para a dis h d n a a u ) C ld (s u a o c n fa ta sm n e e Sa (s) m m projeto d os artigos dade desse z parte de u ão gráfica d ç fa ra re o responsabili a it n d g e si e e á voltado à squisa A Revista D volume est ital, cuja pe e ig ss e D r o m p e g o a ltural dos post o da Im O tema pro e social e cu s. lis o á Manipulaçã n n a lu a a s s o lo d adas pe os relaciona ação. foram realiz o e os tópic ão e public c iç fi d rá e , g o n ã g ç a si área de de à sua visualiz pertinentes s o n e m ô n fe l Ribeiro go: Mychae Lo a h n u C Capa: Aura
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Ficha Técnic
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Ilustração Científica
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Ilustração Científica tem o enfoque na riqueza e precisão da informação visual. Muito utilizada em livros de ciência e medicina. Os ilustradores que trabalham nessa área costumam se especializar nela já que exige rigor técnico. A técnica do desenho ou pintura hiper-realista e o uso de fotografia é comum na ilustração científica. Com a difusão e desenvolvimento das revistas científicas e do design de jornais, tem sido um dos aspectos importantes da infografia.
Galinhossaurus Rex http://www.blog.estadao.com.br
Uma Ilustração Científica pode ser considerada uma Obra de Arte por ser a criação de um artista que recorre aos seus conhecimentos estéticos e sensibilidade para comunicar uma mensagem. “Muitas vezes...” a categoria de obra de arte é atribuída a uma ilustração por parte da audiência que, ao ser suscitada por uma reacção visual forte, a coloca lado a lado com o que mais vulgarmente se considera uma obra de arte, como no exemplo da pintura em museus.
“Uma ilustração científica é um componente visual, resultado de uma observação minunciosa e idônea.”
Isto é evidente aquando da realização de exposições de ilustração científica—situações em que obras inicialmente produzidas para serem reproduzidas, impressas, integradas em publicações científicas ou outros fins, servem simultaneamente o mesmo propósito de uma exposição de desenho ou pintura numa galeria.
A ilustração científica é uma técnica e uma arte antiga de cinco séculos. É uma técnica especializada, que serve naturalistas, médicos, biólogos e outros cientistas. E é uma arte que tem produzido gravuras de incomparável beleza - gravuras que espantam, pelo pormenor e pela composição, tanto o cientista como o leigo. http://florabrasiliensis:cria.org.br Ilustração Botânica: Andrea Castagini http://www.finalcrit.com/graphic/deiacastagini
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Ilustração Científica
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s diferenças que se levantam entre a ilustração científica e o mais tradicionalmente chamado obra de arte não são a “beleza” nem o “custo”, mas sim o facto de que a mensagem do artista/ ilustrador científico não é uma mensagem pessoal mas uma mensagem ditada pelo conhecimento científico e de que existem regras e convenções que têm de ser respeitadas durante o processo criativo (embora estes pontos dependam certamente do período da história da arte que temos em conta).
Estas regras, a preparação profissional dos ilustradores e o seu trabalho em proximidade com os cientistas previnem que “a arte comprometa a ciência”. Se pusermos em causa a ciência vamos naturalmente pôr em causa tudo o que lhe está relacionado, incluindo a ilustração científica.
A principal sociedade internacional que representa os ilustradores científicos é a Guild of Natural Science Illustrators (GNSI), com sede nos Estados Unidos e que promove congressos anuais, cursos e publica informação para os profissionais da área. A associação equivalente com sede na Europa é a Association Européenne des Illustrateurs Médicaux et Scientifiques (AEIMS) e a organização dos ilustradores médicos a Association of Medical Illustrators (AMI). O livro mais recomendado sobre a actividade do ilustrador científico, técnicas e temas é o “The Guild Handbook of Natural Science Illustration, Elaine Hodges, Second Edition, John Wiley and Sons, 2003” comercializado pela GNSI. por DIANA MARQUES
Esta, entre outras coisas, encarrega-se de mostrar aquilo em que a comunidade científica acredita, aquilo que a comunidade científica nunca viu mas consegue descrever o funcionamento, o aspecto, os mecanismos, baseandose na análise de dados experimentais. A ilustração é cientificamente rigorosa porque rigorosamente representa aquilo em que a ciência acredita.
Galinhossaurus Rex http://www.blog.estadao.com.br
Referências Bibliografias
Fossil de um quadrúpide em lápis de cor. Autoria de Adão Pereira Pedrosa http://www.ufmg.br
Sepia Officinalis Fonte http://www.cm.funchal.pt
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MARQUES, Diana. Ilustração Científica. Disponível em http://www.dianamarques.com. Acessodo em 20/11/2009. Ilustrações retiradas do Google Images Pesquisas realizadas no site do Núcleo de Ilustração Científica do Instituto de Biologia - UnB Disponível em http://www. unb.br/ib. Acessado em 20/11/02009
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Pop Art
Principais Artistas... fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.
A Popular Art foi um movimento principalmente americano e britânico. Sua denominação foi empregada em 1954 pela primeira vez pelo critíco inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas.
Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras. Usando a técnica ready-made que consistia em pegar objetos comuns e populares como tema de arte. Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da 8 DESIGNARE | DEZ 09
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Pop Art
Os artistas deste movimento buscaram inspiração na cultura de massas para criar suas obras de arte, aproximando-se e, ao mesmo tempo, criticando de forma irônica a vida cotidiana materialista e consumista. Latas de refrigerante, embalagens de alimentos, histórias em quadrinhos, bandeiras, panfletos de propagandas e outros objetos serviram de base para a criação artística deste período. Os artistas trabalhavam com cores vivas e modificavam o formato destes objetos. A técnica de repetir várias vezes um mesmo objeto, com cores diferentes e a colagem foram muito utilizadas. Robert Rauschenberg (1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas “combinadas”, com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados. Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular.
A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes da pop art como o uso das impressões em silkscreen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral. A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social.
Roy Lichtenstein (1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual. Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração. Andy Warhol (1927-1987). Ele foi a figura mais conhecida e a mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal. . 10 DESIGNARE | DEZ 09
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ara muitos, criar um logo é apenas ter o domínio de certos programas gráficos, tipo criar um retângulo, uma bolinha e colocar o nome da empresa, mais esquecem que é necessário ter uma grande percepção da necessidade do cliente, usando cores, uma boa tipografia e um estilo de arte que tenha uma composição que expresse idéias e provoque interesse do cliente final. São elementos necessários e precisam ser relacionados com certa harmonia entre si. Não adianta ter um logo e uma boa tipografia, mais as cores serem destoantes, já que cada cor provoca algum estimulo como fome, tristeza, alegria e concentração. O logo precisa ser legível e expressar sua idéia principal em todas as hipóteses, tanto no jornal cinza, como também em um outdoor grande e colorido, tem que ser versátil, não apresentar problemas de legibilidade em todas as suas formas de aplicações como no caso dos outdoors ou em cartões de visita. Criar o logo não é fácil, envolve algumas técnicas importantes e uma boa comunicação entre o cliente e o designer. O processo começa com um contato e logo em seguida com um bom briefing composto com muitas informações que sem dúvida é uma das mais importantes no processo criativo já que dali o designer irá tirar todas as informações como tipo de negocio, clientes, expectativas. Sem essas informações não seriam possíveis se chegar a um logo que passe essa informação e que seja um atrativo para os clientes. Depois de um briefing bem feito, começa o trabalho de pesquisa sobre o seu cliente principalmente com está sendo visto no mercado, uma boa pesquisa sobre símbolos, logos de concorrentes e também o seu logo atual, fazendo comparativos e rascunhos até se chegar a uma aprovação final do seu cliente. Tudo isso sempre pensando em detalhes técnicos importantes que devem ser levados em consideração na hora da criação do logo, como formas fáceis de apresentar em varias tipos de mídias, ter uma boa visibilidade, cores compatíveis com o que está sendo proposto, formas de aplicação e dependendo do acordado entre o cliente e o designer poderá ser feito um manual de identidade visual 14 DESIGNARE | DEZ 09
A seguir veremos o desenvolviemnto do processo criativo na elaboração de uma logo
composto com todas as informações de aplicações onde teremos varias opções de aplicações do logo, mais sempre com cuidado se ter uma boa imagem sem perder a visibilidade do logo. E muito importante se fazer uma boa apresentação e uma boa defesa sobre o logo apresentado, sempre com muitas informações sobre o que foi feito e o que será alcançado e assim convencendo o seu cliente do seu produto e do retorno que ele terá. Dicas • O logo não precisa mostrar o nome da empresa o diretamente e nem o que faz, nem todo o logo precisa de imagem, às vezes pode se ter um bom resultado usando uma boa tipografia. • Faça o que o seu cliente quer, o que foi pedido briefing, mais sempre tenha mais de uma opção do trabalho, sempre tenha cartas na manga, peça sempre um prazo onde você verificou que conseguiria entregar um bom trabalho sem atrasos e desculpas. • Deixe de lado as tendências, o logo deve ter longevidade e não ser descartável, trabalhe sem cores, rascunhos antes de tudo, muitas opções e só depois lavar para os programas gráficos. • Procure o foco do seu projeto, se você está fazendo um projeto para um advogado, tente fazer algo apropriado, algo sério que tenha a ver com o procurado pelo seu cliente. • Um logo simples tem uma flexibilidade ampla permitindo formas e formatos variados como também nas suas aplicações. Todos os logos bons têm algo de diferencial, uma característica forte que os destaca dos concorrentes.
Fonte de Pesquisa: www.designontherocks.com.br / www.logodesign.com.br
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Philippe Starck
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le é o designer mais famoso dos dias de hoje. Tudo que leva sua assinatura vira objeto de desejo ou ao menos de especulação. Seu último feito foi o Hotel Fasano no Rio de Janeiro, onde ele nem pôs os pés. É um cara muito ocupado, we know. Todo mundo sabe que Alan Faena ficou no pé de Starck durante uns bons anos até ele topar fazer o Hotel Faena em Buenos Aires. E até que valeu a pena né? Brincadeiras à parte, o estilo do francês é inconfundível: unindo sempre o moderno e o clássico, com um quê de teatral. Quando descobrimos um objeto ou um lugar desenhado por Philippe Starck, entramos num mundo de imaginação de parede a parede, surpresas e fantasias fabulosas. Destinos Por mais de três décadas, este criador único e multifacetado, designer e arquiteto tem sido uma parte do nosso quotidiano, criando objetos não convencionais, cujo objectivo é ser “bom” antes de ser bonito, e ícones que levam os membros da sua “ tribo cultural “fora de si e, mais importante, para algo melhor. Seu pai, um inventor e engenheiro aeronáutico, lhe deu o desejo e a capacidade de sonhar. Vários anos e diversos protótipos depois, ele foi contratado para trabalhar para o presidente François Mitterrand. Driade, Baleri, XO e Idée. 16 DESIGNARE | DEZ 09
“Eu gosto de abrir as portas para o cérebro das pessoas”. - Philippe Starck Este também foi quando ele começou a desenhar móveis para as principais empresas italianas e internacionais. Estudou na École Nissim de Camondo. Em 1965 ganhou a competição de mobiliário de La Vilette. Três anos depois fez parte do desenvolvimento de móveis infláveis em parceria com L. Venturi. Foi diretor de arte da Pierre Cardin (1969) onde produziu 65 peças de design exclusivo. Trabalhou para várias empresas como: Disform, Em 1979 fundou sua própria empresa, a Starck Productions. Já havia trabalhado como designer de produtos, de mobiliário e de interiores quando foi selecionado a desenvolver a renovação completa de apartamento pessoal do presidente de seu país. Philippe Starck desenhou seus hotéis e restaurantes da mesma forma que um diretor faz um filme, ao desenvolvimento de cenários que vão tirar as pessoas do cotidiano e em um mundo de imaginação e criatividade mental. Seus hotéis se tornaram-se ícones.
uando Philippe Starck imaginado “design democrático” - objetos de qualidade a preços mais baixos, para que mais pessoas possam desfrutar do melhor - ele era uma voz solitária no momento em que projetos eram voltados exclusivamente para uma elite. Há poucas áreas de design, ele ainda não havia explorado, de mobiliário para casas, motos, megaiates, mesmo direção artística, espaço para projetos de viagem, para citar apenas alguns. Philippe Starck acreditava no poder de verde muito antes que a ecologia virou moda, por respeito para com o futuro do planeta. Logo no início, ele imaginou o Catálogo de Produtos Good de produtos nãopara não-consumidores no mercado moral de amanhã, e montou sua própria empresa de alimentos orgânicos. Mais recentemente, ele desenvolveu o revolucionário conceito de “ecologia democrática” através da criação de turbinas eólicas a preços acessíveis para a casa, logo a seguir pelos barcos movidos a energia solar e carros movidos a hidrogênio. Philippe Starck é um cidadão incan sável e rebelde do mundo, que considera seu dever de partilhar a sua visão ética e subversiva de um mundo mais justo. Ele fica atento aos nossos sonhos, desejos e necessidades - algumas vezes antes de chegarmos lá nós mesmos - fazendo seu trabalho um ato político e cívico que ele realiza com amor, poesia e humor.
É conhecido mundialmente pelo seu design leve e contemporâneo, tanto pela forma, quanto pelos materiais que emprega nas suas criações.
“Ecology is not just an urgency of the economy and protection of our world but also creativity and elegance” (Philippe Starck)
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Philippe Starck
U ■Oscar de luminaire (Paris, 1980) ■Trois premièrs prix au Neocon (Chicago, 1986) ■Delta de Plaia (Barcelona, 1986) ■Platinum Circle Award (Chicago, 1987) ■Grand Prix National de la Création Industrielle (France, 1988) ■Troix Prix pour les hotêls Royalton et Paramount de New York (U.S., 1988/1990) ■Officier des Arts et des Lettres (France, 1995) ■Pratt Institute Black Alumni Award (U.S., 2001) ■Compasso d’Oro (Italy, 2001) ■Red Dot Best of the Best Award (2001) ■IF Design Award (2002) ■Observeur de Design d’Etoile (2002) ■Monaco Show Boats (2003) ■Lucky Strike designer award (2004) ■Best project Siemens award, Faena (2004) ■Five Star Diamond award as world best designer (2005) ■Focus d’argent (2005) ■Red dot award (2005) ■Best new Hotel Wallpaper design award, Faena (2005) ■Red dot award (2006) ■Best ambience and design Conde Nast traveller UK’s gold list, Faena (2006) ■Prix Madrid Creatividad (2006) ■Five diamond The American academy of hospitality, Faena (2007) ■Design award, Katsuya (2008) ■Hospitality design award, SBar (2008) 18 DESIGNARE | DEZ 09
■CNBC International Property best development Awards (2008) ■CNBC International Property best architecture Awards (2008) ■CNBC International Property best interior design Awards (2008) ■International Restaurant & Hotel Award (2008) ■Grand Prize winner, Gold Key award, Excellence in Hospitality design, Lounge / Bar , Philippe Starck and SBE for S Bar (2008) ■The Fashion Group International, Inc. honors Philippe Starck, Night of Stars (2008)
“O designer hoje trabalha para o homem não idiota do século XXI, o novo consumidor: entusiasta mas desconfiado, vigilante, um rebelde que sabe dizer não, e sabe reconhecer o que está comprando. A qualidade de um produto está presente em seu tempo de duração, no serviço que ele presta, no respeito à ecologia, no preço justo e, não podemos esquecer, na felicidade que nos traz, na pequena dose de irracional, de poesia ou mistério que encerra”. Philippe Starck
ma de suas últimas linhas de criação do designer são os metais sanitários, feitos em parceria com a empresa alemã Hansgrohe. Mas como sempre, o trabalho de Philippe Starck não se limita a desenhar peças bonitas: com os metais sanitários o desafio de Starck é aliar a tecnologia de fabricação e a beleza do design com a praticidade de instalação e o uso racional da água. Para esse verdadeiro “faz-tudo” francês, é a utilidade que justifica o seu trabalho. Outro ponto interessante que reflete a personalidade do designer é sua afirmação recorrente de que espera que jamais exista um “estilo Starck”, porque faz questão de se reinventar de tempos em tempos, mudando sua forma de trabalhar com a mesma habilidade com a qual transforma o desenho e a utilidade de objetos já consagrados - quando achamos que nada mais pode ser feito para inovar o visual ou a maneira de usar de algum utensílio, eis que surge Philippe Starck com alguma novidade e aquela cara de Yes, we can! Em Paris algumas ds criações de Philippe Starck que você pode ver fora das lojas são as seguintes: a sala de espera da Eurostar na Gare du Nord, o edifício da Fondation Baccarat, a decoração do famoso Hotel Meurice na rue de Rivoli, as garrafas das águas minerais das marcas St-Georges e Glacier, a última moeda de Franco de 2001 e a moeda comemorativa de 2,00€ que celebra a presidência francesa da União Européia em 2008
As banquetas cromadas ‘Bubu II’ têm assento removivel para que você possa guardar o que quiser dentro delas. São uma variação das ‘Bubu 1er’, transparentes e que se parecem com uma fatia de limão se vistas de cima. Referências Bibliográficas www.oaprendizdearquiteto.wordpress.com www. viverparis.blogspot.com www.jornale.com.br www.wikipedia.org www.starck.com
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EcoDesign
EcoDesign é uma palavra nova que começa a dar sinal de vida no mundo do design e também no efervecido mundo contemporâneo. Ao pé da letra, pode-se dizer que significa tornar o design sustentável e ecologicamente correto. Mas essa definição seria bastante superficial pela gama de fatores que o ecodesign pode prôpor.Na realidade o processo se iniciaria desde da extração dos recursos, desenvolvimento, uso e descarte, com o objetivo de não gerar problemas ambientais e manter a sustentabilidade.
Não é preciso repetir que o meio ambiente, que já foi considerável uma fonte inesgotável de recursos naturais, hoje está num estágio de completa destruição. Culpa nossa, sem dúvidas. Mediante isso, buscar soluções para reduzir a ação do homem é única e exclusiva obrigação do mesmo. Nesse contexto, pesquisas são feitas, descobertas são geradas e soluções são propostas. Uma dessas alternativas surgidas é o ecodesign, ou desenho ecológico, onde a produção é direcionada a funcionalidade, reaproveitamento máximo dos materiais utilizados. Além disso, tem que se levar em consideração a reciclabilidade, toxicidade, escassez, economia de energia, redução de geração de lixo e outras peculiaridades. Ser designer hoje, além de tudo é ter o privilégio de participar da criação dos produtos desde do seu processo industrial quanto na comunicação visual. Sendo assim, podem facilitar consideravelmente o desenvolvimento sustentável se assim se propuserem. Ao considerar o designer como peça fundamental em relação à imagem e a comunicação de seus clientes, estimula os empresários a apoiar a temática em questão. O que o mundo precisa rapidamente são de soluções que sejam visualmente atrativas e funcionais. O discurso ideológico deve estar fora do papel e aplicado para que possa realmente gerar mudanças no âmbito econômico, social e ambiental.
papel é pesquisar a respeito e ficar a par das possibilidades que estão nas nossas mãos, desde da seleção do material que iremos usar pra criar um produto, como o processo de gravação, impressão e acabamento, alem de definir a vida útil e os impactos que causarão no meio ambiente.
Quando surgiu?
Surgiu nos EUA, no início dos anos 90, o conceito de ecodesign. Em primeira partida os americanos buscaram criar na indústria eletrônica, produtos que acredissem menos o meio ambiente e que beneficiasse a indústria. Embora alguns estudiosos relatem que o ecodesign surgiu na Alemanha também no mesmo período, hoje em dia é o movimento da vez.
O surgimento da palavra sustentabilidade vem sendo considerada um novo projeto para a sociedade. Para isso, nosso 20 DESIGNARE | DEZ 09
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EcoDesign
O que é Design
Sustentável ? PlantBottle – garrafa à base de planta da Coca-Cola. A Coca-Cola anunciou que começará a comercializar a partir dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver em 2010 uma nova garrafa onde 30% do material do PET usado na garrafa é à base de plantas. A empresa utiliza cana-deaçúcar e melaço que se transformam em um componente chave para a embalagem.
Caixa de embarque e display de manga. A embalagem para exportação de manga da Tailandia para o Japão é feita com material 100% biodegradável, ao invés do isopor, que é de difícil a reciclagem e não se degrada tão fácil. A caixa de embarque é produzida em polpa de papel moldado e a caixa display é feita em polpa de cana-deaçúcar
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Como poderiamos contribuir?
Um futuro bem perto Se o ecodesign é uma “modinha” ou tendência, não passará tão sendo e se tornará imprescindível tanto para designers, empresas e sociedade. É visível os benefícios para as empresas pois destacam a sua marca, gera mais rentabilidade, competitividade e emprego. Para sociedade gera melhor qualidade de vida. É nesse meio termo que entra o trabalho do designer consciente que é o mentor entre as duas vertentes.
Algumas empresas estão começando a abrir os olhos pra essa ferramenta tão importante e passam a reconhecer a responsabilidade ambiental, além de ser um forte indicador de marketing na atração de uma nova clientela. Nessa pespectiva, os designers passam a aplicar uma grande parcela de ações positivas nesse sentido: - Utilizar matérias que sejam de fontes renováveis. - Escolher processos de fabricação que consumam menos energia. - Substituir os produtos tóxicos por outros meios nocivos. - Fabricar produtos que sejam mais duráveis, funcionem melhor e gerem assim menos lixo. - Produtos e embalagens que possam ser reutilizados ou reaproveitados de outros objetos. - Projetos voltados à simplicidade, ao natural, a facilidade. - Reduzir o uso de matérias primas como, tinta, papéis, colagens. - Utilizar energia renováveis como a solar, eólica e hidrelétrica. - Utilizar materiais também renováveis como: tinta química pode ser substituída por tintas de origem vegetal. - Recuperar embalagens, reutilizá-las, criá-las pensando no uso e no menor descarte. - Criar produtos que sejam ambientalmente adequados.
Um exemplo real Menos tinta com impressão ecológica. Esse é o conceito que a agência de comunicação Spranq, na Holanda, desenvolveu uma nova fonte tipográfica que economiza na quantidade de tinta durante as impressões, sem diminuir a qualidade dos documentos. A Fonte tipográfica que economiza 20% de tinta na impressão. Isso porque o design das letras e números apresenta pequenos círculos em branco, que dispensam o pigmento sem perder a legibilidade.
O papel que devemos desempenhar é construir soluções em sustentabilidade. Somos os interprétes dos valores capazes de estabelecer relação ampla entre o que o cliente deseja sem agredir o meio ambiente. q
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GESTALT Qual é o princípio básico da Gestalt? Quais são as leis da Gestalt? Em termos mais gerais, é o conjunto de entidades físicas, biológicas, fisiológicas ou simbólicas que juntas formam um conceito, padrão ou configuração unificado que é maior que a soma de suas partes. Ou seja, o princípio básico da teoria gestaltista é que o inteiro é interpretado de maneira diferente que a soma de suas partes.
Você já notou como uma série de luzes piscantes parecem se mover de vez em quando, como sinais de neon e luzes natalinas? De acordo com a Gestalt, esse movimento aparente acontece por que nossas mentes preenchem a informação que falta.
O que foi desenhado:
A crença é de que o inteiro é maior do que a soma de suas partes inviduais levou ao descobrimento de diferentes fenômenos que ocorrem durante a percepção. As leis básicas da Gestalt são usadas com uma frequência altíssima hoje em dia no design, assim como em outras áreas do conhecimento humanos (como arquitetura, artes, moda, etc).
• Semelhança • Proximidade • Continuidade • Pregnância • Fechamento
Lei da Semelhança A lei da semelhança dita que eventos que são similares se agruparão entre si.
Lei da Continuidade Vemos colunas verticais e não bolas e quadrados. O que vemos:
Vemos uma mesa como um objeto diferente do que apenas a soma de suas partes
Lei da Proximidade Elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo.
Essa lei dita que pontos que estão conectados por uma linha reta ou curva, são vistos de uma maneira a seguirem um caminho mais suave. Em vez de ver linhas e ângulos separados, linhas são vistas como uma só. O que foi desenhado:
O que vemos:
Vemos uma linha vertical e outra horizontal, não bolas.
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GESTALT
Lei da Pregnância É chamado também de lei da simplicidade. Ela dita que objetos em um ambiente são vistos da forma mais simples possíveis. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada. O que vemos:
O que não vemos:
Lei do Fechamento Elementos são agrupados se eles parecem se completar. Ou seja, nossa mente ver um objeto completo mesmo quando não há um. O que foi desenhado:
O que vemos:
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O Efeito de cada Cor Algumas evidências científicas sugerem que a luz de diversas cores, que entra pelos olhos, pode afetar diretamente o centro das emoções. Cada um de nós responde à cor de uma forma particular. As pessoas tendem também a ser atraídas por certas cores, em virtude de alguns fatores determinantes. Sua escolha pode estar baseada em seu tipo de personalidade, nas condições circunstanciais de sua vida ou em seus desejos e processos mentais mais íntimos, profundos e até inconscientes. As pessoas não escolhem necessariamente uma cor porque ela é boa para si próprias, mas porque gostam da cor, mesmo que esta possa ser contrária às suas necessidades. Existem muitos testes psicológicos,que foram desenvolvidos para nos ajudar a conhecer mais sobre nós próprios, por meio do poder da cor. A atração forte de uma pessoa pelo vermelho indica o tipo de personalidade afirmativo e extrovertido, de alguém que tem vontade firme, enquanto a aversão a essa cor sugere um indivíduo tímido e provavelmente isolado da sociedade. As cores têm influências em nossos componentes físico, mental e emocional.
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Direção de Arte
Direção de Arte
C
omunicação não é nada sem presença. Muito além da presença física, a comunicação eficiente alinha de forma inteligente a comunicação verbal, que são as palavras propriamente ditas, o tom da voz e a comunicação não-verbal: nossa expressão facial, postura, gesticulação e vestimenta. Para entender o que significa direção de arte podemos começar lá pelo básico, indo na raiz de cada palavra. Direção, segundo o nosso conhecido Aurélio (2000, p.238), é um substantivo que indica critério ou norma.
Direção de Arte
“Efeito de gerir (…), conduzir, orientar, direcionar (…), encaminhar. Comunicar-se por palavras.”
Já a palavra arte, embora haja muita discussão a respeito do seu significado, pode ser definida, ainda de acordo com o Aurélio (2000, p.64), como engenho ou habilidade, bastante ligado ao sentido de criação e também a um importante elemento: a técnica. “Conjunto de técnicas e atividades relacionadas aos processos de composição de textos, produção de formas (…) para execução de projetos gráficos.” Se juntarmos esses significados, chegamos à conclusão de que, ao menos literalmente, a Direção de Arte seria a arte de gerir o homem em suas habilidades 28 DESIGNARE | DEZ 09
de criação, tendo como instrumentos a comunicação e a técnica artística. Parece simples agora?! Ou mais complicado? Bom, o conceito de direção ficou mais claro, mas a atividade do diretor comprovou-se muito mais complexa. Direção de Arte é muito mais do que um nome pomposo, antes de tudo é um ofício. Sim, o ofício de usar todo o seu conhecimento gráfico disponível para tornar algo “visualmente agradável” para os olhos. É aliar talento, perspicácia e bom gosto. E isso não é algo que acontece da noite para o dia, nem se aprende somente dentro da sala de aula. Mas para exercer esse laborioso ofício, antes de mais nada é preciso ter paixão. Apesar de todo o glamour e bafá-fá, evite se mirar nas personalidades, concentre-se nos trabalhos. Um diretor de arte precisa conter no seu universo muito conhecimento e em diversas áreas. Ele precisa entender de conceitos estéticos para ter referências de criação, precisa estudar e observar tudo ao seu redor, não só no seu próprio meio (ou mídia) mas de forma abrangente, precisa entender o mercado que atua, precisa praticar (errar, acertar, colecionar trabalhos… tudo faz parte!), deve saber suas ferramentas para tirar o máximo delas (mas sem depositar sua arte só na tecnologia), finalmente, antes de qualquer coisa, ele deve saber compartilhar conhecimentos (o que significa doar e receber também e, dessa forma, absorver as informações que farão com que sua arte seja cada vez melhor, numa troca onde sai ganhando você, seu cliente, os clientes do seu cliente…).
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“Comunicação nãoArte é nada sem clareza. Falar numa linguagem estranha à do público pode Direção de soar arrogante ou inocente demais. Entender o contexto e abordá-lo com objetividade torna a comunicação mais eficiente. Comunicação não é nada sem estilo. A marca pessoal conta e muito. E é raro ela não estar ligada à superação de uma deficiência, que a obstinação acaba transformando em força.”
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ireção de Arte no Cinema dispõe de diferentes tipos de elementos que somados comporão a narrativa fílmica. Porém, normalmente, a narrativa é estudada através do roteiro ou da direção, deixando de lado aspectos formais próprios do cinema, como a fotografia, o som e a direção de arte. Aqui, livremente, faz-se um breve apanhado de como a direção de arte atua na estruturação da narrativa fílmica. A narrativa pode ser entendida como uma organização de elementos que compõe uma realidade - ficcional ou não. No cinema esses elementos são visuais ou sonoros, ou seja, a mensagem não é passada apenas através do texto, mas os sons e o conjunto de elementos postos em cena e a forma como são mostrados também transmitem mensagens, de forma que o apreendido pelo espectador é a resultante da soma dessas mensagens. Por isso, a direção de arte, que é responsável por organizar paisagens, cenários, objetos, roupas e o que mais for necessário para criar a visualidade do filme, envolve um esforço de elaboração temática responsável pelo conteúdo narrativo dos elementos que escolhe. Jacques Aumont em A estética do filme diz que apenas o fato de representar, de mostrar um objeto de forma que ele seja reconhecido, é um ato de ostentação que implica que se quer dizer algo a propósito deste objeto. Assim, cada escolha da direção de arte revela
Direção de Arte
sua leitura do roteiro e do tema, ou seja, uma intencionalidade. A direção de arte compreende duas fases distintas de trabalho. A primeira fase corresponde à pré-produção e pode ser considerada como elaboração temática, a segunda fase se trata da produção de arte e compreende a produção de objetos, a elaboração de cenários, enfim, a construção física. A elaboração temática da direção de arte se dá em alguns níveis. Primeiramente, após a leitura do roteiro, é preciso ambientarse, anotar a época, o local, o contexto e o que mais de dados sócio-econômicos forem disponibilizados para fazer a primeira pesquisa referencial, uma pesquisa que selecionará documentos (textos, fotos, imagens) que informarão sobre o real que entorna a história a ser contada. Na mesma etapa, mas em outro nível, investigam-se a intencionalidade do roteiro, o ponto de vista, os subterfúgios da narrativa de modo a formar a concepção artística da obra. Essas pesquisas iniciais dão base para o trabalho de arte. Bastante informada sobre o contexto real e a intencionalidade, a direção de arte poderá escolher como irá trabalhar, se será mais ou menos realista, se será crítica ou contemplativa, que tipo de inserções ou concessões poderá fazer.
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estruturação da narrativa pela direção de arte acontece neste momento. Várias especulações e conceitos abstratos que fazem parte da intenção do diretor ou que surgem nas conversas entre direção, direção de arte e direção de fotografia tomarão forma na proposta estética, nos elementos pinçados pela direção de arte. Assim, a narrativa visual começa a ser criada. O próximo nível é buscar referências mais específicas. Após escolher o tipo de registro é importante pesquisar fontes, as mais diversas possíveis, que auxiliarão na elaboração final do projeto de arte. Este projeto será guia da equipe de arte e todas as escolhas serão pautadas nele. Cenógrafo, produtor de objetos, figurinista, maquiador se guiarão por ele e através dele fazem suas contribuições próprias relativas à área que dominam. Além disso, esse projeto será um argumento absoluto no momento de pedir para a atriz usar aquele batom ou brinco que ela não quer. Após a conclusão do projeto, passase a outra fase, a produção propriamente
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dita em que as elaborações caminham para se tornarem físicas. A partir da decupagem, serão feitos desenhos de disposições de mobiliário e outros objetos. Esses esboços tem como principal função elaborar a plasticidade da imagem final. Com a posição dos objetos e a partir dos ângulos de câmeras são esboçados os quadros do filme. É nesta fase que se faz um storyboard. Além disso, esses desenhos organizam a preparação do set pela equipe. Ainda nessa mesma fase, são feitos os mapas de arte, as listas que organizam a produção de arte. Enumeram-se os objetos necessários para cada ambiente, descreve-se o figurino de cada personagem em cada cena e guardam-se importantes informações sobre continuidade. Estes mapas serão imprescindíveis durante a correria de set. Nesta fase, as propostas se tornam elementos concretos e esses elementos são também partes estruturais da narrativa. A elaboração temática da arte fornece à narrativa uma forma visual, a segunda fase fornece o conteúdo visual. Assim, os cenários, objetos e figurinos com suas cores, texturas, tamanhos, proporções são dados que aumentam o rol de informações necessárias à narrativa cinematográfica. Estes dados funcionam como indicadores sinestésicos, ou seja, transmitem sensações através de sua aparência visual. Essas sensações serão captadas e decodificadas pelo espectador e serão responsáveis por estimular seus sentidos e sua imaginação fazendo-o compreender a narrativa proposta. Quanto menos esses elementos forem explorados, mais verbal será a narrativa.
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Ilustração ligação também com a arte do Cubismo, na desorientação das letras e palavras, num sentido de confusão da leitura, sem perder a legibilidade. Já quando o assunto é exclusividade, essa técnica se encaixa perfeitamente. Quando se quer um produto, um cartaz ou qualquer material totalmente único, é possível utilizar esta forma de Desenho e assinatura de Guillaume Apollinaire
Há muito tempo os desenhos, ilustrações e os grafismos fazem parte da história. Bem como a escrita, que é e sempre será uma das maiores descobertas da humanidade. Sendo assim, porque não juntar essas duas artes tão importantes e fascinadoras. É a partir daí que surgem as ilustrações tipográficas. Criar tipografias apenas para escrever textos não é mais a única opção. Dependendo do desenho, da estética de uma tipografia, ou de algumas letras de tal fonte, podemos construir as mais variadas imagens, sem que haja necessidade de tanta habilidade motora. Podemos simplesmente escolher uma determinada tipologia, escolher uma foto e aplicar letra por letra ou palavra por palavra sob a foto. poucos se encaixa uma palavra aqui, outra ali, diminui ou aumenta uma letra, e assim se monta uma imagem apenas com aquilo que antes era pra ser usado como formas de expressão textual. Em tudo que se vê existem letras, palavras, textos, imagens e etc. A junção de tipografia, imagem e cores, veio para dar uma cara nova às produções. Propagandas, cartazes, anúncios, letreiros, fachadas, luminosos cada vez mais usam e abusam da estética tipográfica. Pode-se dizer que tudo começa com o Futurismo Italiano, que costuma ter como característica a presença de artes gráficas com tipografias e imagens. Um de seus precursores é Ardengo Soffici (1869 – 1964), e outros seguidores como: Giacomo Balla (1871 – 1958), Filippo Tomaso Marinetti (1876 – 1944), Francesco Cangiullo (1884 – 1977), Fortunato Depero (1892 – 1960), entre outros. Além disso, tem uma 32 DESIGNARE | DEZ 09
Ilustração de Bernard Maisner
design, e criar algo visualmente bonito e exclusivo. Primeiro cria-se uma tipografia própria, única, que não exista. Faz-se todo um trabalho manual ou não em cima da estética da fonte e depois se aplicam as cores de forma que a harmonia seja perfeita. Pode-se parecer um trabalho difícil, ou complicado e demorado, e isso vai depender da habilidade e disponibilidade de cada um, mas com certeza dificilmente o resultado
final será negativo. As ilustrações tipográficas vieram pra ficar e revolucionar tanto o design em geral quanto o mercado que ele atende. Sendo assim, a mensagem que fica é a seguinte: “Criem suas artes, abusem da imaginação, e se impressionem com os resultados.
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Grafitte
Uma das artes mais contestadas e umas das mais criativas e ousadas conheça um pouco mais sobre a História da Arte do Grafitte.
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Grafitte ou grafito (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considerase grafitte uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade.Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera c o n t ra ve n ç ã o , atualmente o grafite já é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma
Grafitte na Alemanha
Grafitte em Recife
linguagem intencional para interferir na cidade. Entretanto ainda há quem não concorde, equiparando o valor artístico do grafite ao da pichação, que é bem mais controverso. Sendo que a remoção do grafite é bem mais fácil do que o piche. Normalmente distingue-se o grafite, de elaboração mais complexa, da simples pichação, quase sempre considerada como contravenção. No entanto, muitos grafiteiros respeitáveis, como Osgemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo - aí incluída a grande fachada da Tate Modern de Londres - admitem ter um passado de pichadores.
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Grafitte Exemplo de Pichação no muro de berlim.
A partir do m o v i m e n t o contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram suporte para inscrições de caráter poéticopolítico, a prática do
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grafite generalizouse pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags repetidas ad nauseam, como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados
a diferentes movimentos e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão. Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja JeanMichel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas m e n s a g e n s poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neoexpressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX.
Existem tambem as Pichações que é o ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou monumentos, usando tinta em spray aerosol, dificilmente removível, estêncil ou mesmo rolo de tinta. No Brasil, costuma-se estabelecer uma diferença “conceitual” entre o grafite e a pichação. Não há, entretanto, parâmetros objetivos para a distinção entre uma forma e outra. Ambas utilizam basicamente as mesmas técnicas de execução, os mesmos elementos
de suporte e podem conter algum grau de transgressão. Ambas tendem a alimentar discussões acerca dos limites da arte, sobre arte livre ou arte-mercadoria, liberdade de expressão, sobre Pollock, Rothko e Basquiat - mas também sobre “quem vai limpar o meu muro e onde está a polícia?”. O grafite, em princípio, é bem mais elaborado e de maior interesse estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão artís-
tica contemporânea, respeitado e mesmo estimulado pelo Poder Público. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva, predatória, visualmente agressiva, contribuindo para a degradação da paisagem urbana - enfim, mero vandalismo desprovido de valor artístico ou comunicativo. Costumam ser enquadradas nessa categoria as inscrições repetitivas, bastante simplificadas e de execução rápida, basicamente
símbolos ou caracteres um tanto hieroglíficos, de uma só cor, que recobrem os muros das cidades. A pichação é, por definição, feita em locais proibidos e à noite, em operações rápidas, sendo tratada como ataque ao patrimônio público ou privado, e portanto o seu autor está sujeito a prisão e multa. Em geral, a convivência entre grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no passado, e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.
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Dicas sobre fotografia digital
DICAS SOBRE
Fotografia Digital O designer gráfico vai precisar, em algum momento, da fotografia digital. Por isso vão aqui algumas dicas importants para não errar nesta tarefa. Os textos explicativos vem acompanhados de imagens fotográficas para exemplificar. por Rachel Monroe
Bruno Maestrini O autor das dicas apresentadas diz que tirar fotografias não é uma tarefa tão fácil quanto pode parecer. A habilidade em fotografar vai muito além de um simples apertar de um botão. Veja a seguir algumas dicas básicas para melhorar suas fotos.
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Olhe
nos o lhos
Tire fot dos o os na altu r lhos da pe a soa. Pa sde cr ra tirar fo to ia joelh nça fique os d se no , sente, a e t nece chão. Fa ireç s ao ní vel d sário par a o a fica ela. r
sem al o t n ncip ssu to n o a to pri e r a m je c colo ar o ob nça dra a e u d e c ê lo er Enq clich . Desc a a dif o d o t d r . fugi o da fo azer to sante e t i s f n e e r Te no m pode era inte câm a pre agem la mais rd mo im ixáviso as, co ções da e o d a te ec linh par men três inters terl a t n men lunas e lha. As mais i a s d i Div rês co da ve ontos s linha p e t o A em m jog ão os foto. ntos d e d u s o a em linhas da su tram p olhos s das nantes m mos car o e, por o é t l e b s o es i tam ara c orizon s h em aque, p ou o t a s o de pess uma plo. m exe
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Dicas sobre fotografia digital Aproveite a luz
Cuidado com o fundo
Não há luz mais bonita que a luz natural do sol. Sempre que puder, aproveite-a. Posicione-se de forma a deixar a fonte de luz à suas costas, aproveitando assim a iluminação. É impressionante quanta diferença pode fazer um simples passo para o lado.
Tenha muito cuidado ao selecionar o local onde você vai tirar um retrato. A escolha do que aparece ao fundo é tão importante quando o que vem em primeiro plano. Cores vibrantes, linhas e outros objetos podem interferir ou tirar a atenção do foco. Um erro engraçado, porém muito comum, é tirar foto de uma pessoa em frente a uma árvore onde os galhos parecem formar chifres sobre sua cabeça.
A luz difusa de um dia nublado é excelente para realçar cores e suavisar contornos, sendo excelente para tirar retrados. É preciso de muito cuidado ao usar o flash. A luz dele, além de forte, tem uma cor diferente a do ambiente. Uma luz dura vai deixar rugas e imperfeições muito mais aparente. Já notou como sempre se fica feio em foto 3x4? Eis a resposta.
Retratos
Cor
Aproxime-se. Quando o assunto é uma pessoa, o que se quer mostrar é, oras, a pessoa. Não tenha medo de chegar perto. Se quiser, pode até cortar um pouco da parte de cima da cabeça. A esta distância é possível reparar em detalhes como sardas e cílios. O que não pode acontecer é aquele monte de nada na volta e um pequeno sujeito no meio.
A maioria das câmeras digitais vêm com controle de cor, ou white balance. Esse controle de cor faz com que o branco seja realmente branco sob determinada fonte de luz. Mas as configurações pré-selecionadas da câmera nem sempre são as mais indicadas para quem quer fidelidade. A configuração para dias ensolarados, normalmente indicada por um pequeno sol, dá um tom mais amarelado às fotos. Essa tonalidade dá uma sensação de calor e afeto, tornando a foto mais interessante sob determinados aspectos.
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Arts & Crafts - Artes e Ofícios
Arts & Crafts Foi um movimento estético surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer. 42 DESIGNARE | DEZ 09
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Arts & Crafts - Artes e Ofícios A expressão "artes e ofícios" - incorporado em inglês ao vocabulário crítico - deriva da Sociedade para Exposições de Artes e Ofícios, fundada em 1888. As idéias do crítico de arte John Ruskin (1819 - 1900) e do medievalista Augustus W. Northmore Pugin (1812 - 1852) são fundamentais para a consolidação da base teórica do movimento. Na vasta produção escrita de Ruskin, observa-se uma tentativa de combinar esteticismo e reforma social, relacionando arte à vida diária do povo. As idéias nostálgicas de Pugin sobre as glórias do passado medieval diante da mediocridade das
criações modernas têm impacto sobre Ruskin, que, como ele, realiza um elogio aos padrões artesanais e à organização do trabalho das guildas medievais. Mas o passo fundamental na transposição desse ideário ao plano prático é dado por William Morris (1834 - 1896), o principal líder do movimento. Pintor, escritor e socialista militante, Morris tenta combinar as teses de Ruskin às de Marx, na defesa de uma arte "feita pelo povo e para o povo"; a idéia é que o operário se torne artista e possa conferir valor estético ao trabalho desqualificado da indústria. Com Morris, o conceito de belas-ar44 DESIGNARE | DEZ 09
tes é rechaçado em nome do ideal das guildas medievais, onde o artesão desenha e executa a obra, num ambiente de produção coletiva. Diversas sociedades e associações são criadas com base na intervenção direta de Morris. Em 1861, é fundada a Morris, Marshall, Faulkner & Co., especializada em mobiliário e decoração em geral: forrações, vidros, pratarias, tapeçarias etc. O sucesso da empresa pode ser aferido por sua ampla e duradoura produção. Dissolvida em 1874, deixa sua marca, seja nos padrões de Morris para papéis de parede (Pimpernel, 1876) e naqueles idealizados por A.H. Mack-
murdo (1851 - 1942) - The Cromer Bird, 1884; seja nos trabalhos gráficos de Walter Crane (1845 - 1915), pioneiro da editoração popular (vale lembrar que Crane e Burne-Jones ilustram diversos livros para a Kelmscott Press, editora fundada em 1890 por Morris, que valoriza as antigas formas e técnicas de impressão). Em 1871, a Guilda de S. Jorge, planejada por Morris, representa mais uma tentativa de conjugar ensino de arte e nova forma de organização do trabalho. Tal experiência frutifica em outras, como na Guilda de Trabalhadores de Arte (1884) e na Guilda de Artesanato (1888). Ainda
em 1888, a Arts and Crafts Exhibition Society - exposição quadrienal de móveis, tapeçaria, estofados e mobiliário, realizada em Londres - reúne trabalhos de vários adeptos do movimento. Além de Morris e Crane, se fazem presentes na mostra o arquiteto e designer Charles Robert Ashbee (1863 - 1942), responsável por diversas residências da época, pela criação de jóias e por trabalhos editoriais realizados na Essex House Press, inspirada na Kelmscott Press; o também arquiteto e designer Charles F. Annesley Voysey (1857 - 1941), célebre por suas casas simples e modestas, por seus têxteis e papéis de parede; o arquiteto e estudioso de técnicas medievais de construção William Richard Lethaby (1857 - 1931), entre outros. A partir de 1890, o Movimento de Artes e Ofícios liga-se ao estilo internacional do art nouveau espalhando-se por toda a Europa: Alemanha, Países Baixos, Áustria e Escandinávia. Ainda que um sucessor do movimento inglês, o art nouveau possui filosofia um pouco distinta. Menos que uma atitude de recusa à indústria, a produção art nouveau coloca-se no seu interior, valendo-se dos novos materiais do mundo moderno (ferro, vidro e cimento), assim como da racionalidade das ciências e da engenharia. Trata-se de integrar arte, lógica industrial e sociedade de massas, desafiando alguns princípios básicos da produção em série, por exemplo, o emprego de materiais baratos e o design inferior. Como indicam a arquitetura, o mobiliário, os objetos e ilustrações realizados sob o signo do art nouveau - as cerâmicas e os objetos de vidro de Émile Gallé (1846 - 1904), os interiores de Louis Comfort Tiffany (1848 - 1933), as pinturas, vitrais e painéis de Jan Toorop (1858 - 1928) e outros -, o estilo visa revalorizar a beleza, colocando-a ao alcance de todos. A articulação estreita entre arte e indústria, função e forma, utilidade e ornamento parece ser o objetivo primeiro dos artistas.
A associação entre arte, artesanato e indústria está no coração da experiência alemã da Bauhaus, fundada em 1919, que tem no movimento do Arts and Crafts um ancestral direto. Ao ideal do artista-artesão, defendido por Walter Gropius (1883 - 1969) desde a criação da escola, soma-se na experiência da Bauhaus a defesa da complementariedade das diferentes artes sob a égide do design e da arquitetura. O espírito que orienta o programa da escola ancora-se na idéia de que o aprendizado, e o objetivo, da arte liga-se ao fazer artístico, o que evoca uma herança medieval de reintegração das artes e ofícios. Nos anos 1920, as artes aplicadas encontram abrigo no estilo art deco. Aí, recoloca-se o nexo entre arte e indústria tendo a decoração como elemento mediador, na esteira das propostas art nouveau. Só que, no caso do art deco, as soluções indicam a preferência pelas linhas retas e estilizadas, pelas formas geométricas e pelo design abstrato, em consonância com as vanguardas do começo do século XX. DEZ 09 | DESIGNARE 45