MOVIMENTO
EDIÇÃO PROFESSORES EMÍLIO DUHART l VASCO DE MELLO l JORGE FURINI l GUILHERME MOTTA l MÁRIO BISELLI l IVANIR ABREU
Casa do arquiteto Ivanir Abreu FOTO: CATARINA COLLAÇO
SUMÁRIO 42
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HORIZONTALIDADE EM SANTIAGO
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VASCO DE MELLO
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O CONCRETO COMO ARTE ESCULTURAL
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A ESTRUTURA COMO PROTAGONISTA
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A ARCA MUSEOLÓGICA & BAÚ DAS MEMÓRIAS
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Santiago, Chile
Jabaquara, São Paulo
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Santo Amoaro, São Paulo
Perdizes, São Paulo
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Santiago, Chile 54
CÉU PIMENTAS
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CASA DO ARQUITETO
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Guarulhos, São Paulo
Vila Madalena , São Paulo
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ARQUITETO CHILENO PROJETA EDIFÍCIO INSTITUCIONAL EM ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO, NUM INTERESSANTE JOGO DE CHEIO E VAZIOS.
Vista geral FOTO: flickr santiagonostalgico
HORIZONTALIDADE EM SANTIAGO 6
CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe ARQUITETO EMILIO DUHART VITACURA - SANTIAGO / 1966 7
Texto por Bruno Prado
Fachada oeste FOTO: Felipe Camus
O Edifício da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL, foi projetado pelo arquiteto chileno Emilio Duhart,apresenta uma ampla estrutura de concreto armado sustentada por 28 pilares, e um interessante jogo de massas e vazios.
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CEPAL se destaca pela horizontalidade de suas formas, reflexo das janelas corridas e em toda a proporção de seu volume. Toda a preocupação de obra e lugar se dá pela utilização dos materiais predominantes do local, como a areia e cascalho do Rio Mapocho.
MODERNO
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“DIAGRAMAS QUE RELACIONAM O INTERIOR E O EXTERIOR COM A MÁXIMA EFETIVIDADE”
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Hall de entrada para os escritórios FOTO: flickr Sin Salud
CEPAL remete a arquitetura tradicional espanhola, onde no seu conceito original o projeto contemplava um esquema de pátio central com dimensões similares. Formando assim um “anel” de escritórios de 100 x 100 metros, contrapondo-se com esse pátio central. Nele, há a área de convivência para as organizações de todo o complexo, salas de conferencia, núcleos de serviços, etc.
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Os ambientes se entrelaçam com o anel de escritórios através de pontes, sobrepondo em uma estrutura helicoidal, esta projetada em forma de homenagem às culturas précolombianas, agregando o auditório.
MODERNO
Na escada externa, que borda e dá forma ao auditório, há paredes de concreto no qual existe símbolos que narram a cultura da América Latina, e em seu topo, a cidade pode ser vista à 360 graus.
FOTO: Andrés Goñi Escada de acesso comum aos escritórios e auditório Vista dos escritórios e janela horizontal FOTO: flickr Sin Salud
Com as obras de remodelação do complexo, obteve-se a recuperação dos espaços abertos no corredor norte e sul, onde está localizada a praça Carmeleo Soria.
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Escada de acesso ao auditório FOTO: Andrés Goñi
MODERNO
Lado externo do auditório FOTO: Andrés Goñi
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Auditório FOTO: Andrés Goñi
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MODERNO
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Comissão Econômica para América Latina e o Caribe Local Vitacura, Santiago Data de término da obra 1966 Área construída 11.500 m² Arquitetura Emilio Duhart Tipo de projeto Constitucional Estrutura Concreto Armado Fotos ArchDaily
Foto: flickr Plasticbudañi Marquise do Hall de entrada
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MODERNO Foto: flickr Sin Salud
O ARQUITETO Emilio Duhart (1917 – 2006) é considerado, no seu país, um grande representante da arquitetura moderna e um dos maiores arquitetos do século XX. Influenciado por nomeados arquitetos, como Le Corbusier e Walter Gropius.
Foto: flickr Plasticbudañi
Foto: flickr Plasticbudañi
Suas obras são o vocabulário com o qual ele expressou ampla bagagem de arquitetura; considerações conceituais, preocupações estéticas e influências que teve ao longo de sua carreira.
Sua arquitetura é caracterizada pelo uso de tecnologia e de materiais provenientes da própria cultura do país, destaca-se o uso de elementos tradicionais, uso do espaço como elemento monumental e inspiração colonial.
Foto: flickr Plasticbudañi
Duhart ainda teve uma importante participação como professor na Pontificia Universidade Catolica do Chile, onde pode disseminar seus conceitos, suas criticas e suas inspirações como arquiteto.
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Texto por Catarina de Laurenza Collaço
VASCO DE MELLO O pensamento não alinhado que elaborou obras cotidianas modernas embasadas na aparência e funcionalidade do concreto armado Vasco de Mello é arquiteto formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1964). Atua como professor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, faz parte da academia dos notáveis da mesma e é titular da empresa - VM Arquitetos Associados Ltda, onde atua na profissão junto com seu filho Rodrigo de Mello. Na década de 60, passou a fazer parte da primeira geração de arquitetos de São Paulo a contestar os dogmas da arquitetura moderna. Ele integrava o chamado grupo dos ‘não alinhados’, formado por Tito Lívio Frascino, Carlos Bratke, Roberto Loeb, Pitanga do Amparo, Eduardo Longo e Artur Navarrete. Vasco diz em entrevista que o pensamentos do grupo não alinhado é engajado nos movimentos arquitetônicos atuais porém independentemente, sem estar preso em dogmas, sem ter preconceitos, é Projetando de Norte a Sul “pensar livremente sem se engajar em uma solução ja pre concebida”. O pensamento permanece até hoje e Convidado por seu professor, Marcello Fragelli, a para Vasco faz parte de uma consciência. fazer parte da equipe do metrô da linha norte-sul, Vasco de Mello começa seu legado nas marcas cotidianas de concreto aparente da cidade de São Paulo, as estações de metrô e seus prédios auxiliares. “O pensamento dos A equipe do metrô era conduzida por Marcello Fragelli, não alinhados foi um onde era discutido como deveria ser um metrô para São Paulo, assim todos os edifício e estações da linha rompimento do que existia, norte- sul foram executados em um mesmo contexto. da composição exata e Suas principais contribuições para o Metrô Paulistano equilibrada do modernismo, foram o Edifício Administrativo Jabaquara, a Torre de Comando e o Pátio de Manobras. de repente rompemos
com tudo isso”
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Pátio de manobras FOTO: ACERVO VMAA
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MODERNO
Detalhe do concreto FOTO: BRUNO PRADO
IMPLANTAÇÃO DO PÁTIO DE MANOBRAS NO JABAQUARA
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Texto por Catarina de Laurenza Collaço
Edifício administrativo em construção FOTO: ACERVO VMAA
FOTO: ACERVO VMAA Vista lateral do edifício administrativo
EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO O programa do edifício é dividido em 3 volumes, sendo os dois laterais de breezes escalonados e o do meio com a caixa de escada, que possui estrutura aparente de concreto armado, tornando-se um espetáculo da arquitetura moderna paulistana. É possível ter varias visões do prédio, quando se desloca mais para a direita os breezes se fecham fazendo com que as aberturas não sejam vistas, em contraponto, ao se deslocar para a esquerda você visualiza apenas as aberturas escalonadas. No edifício, os breezes de concreto se contrapõe aos
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três primeiros pavimentos que possuem a laje recuada em relação a eles. Isso faz com que, apesar da sensação robusta do concreto aparente, os breezes tragam uma sensação de levitarem. A laje recuada também faz com que haja uma integração do pedestre com o edifício O prédio se adequa a topografia do lote, fazendo com que existam acessos por dois níveis distintos, o terreo e o terceiro pavimento. Hoje em dia o edifício continua com sua mesma função, o edifício administrativo do metro da linha norte-sul.
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Aberturas do edifício administrativo FOTO: Pinterest
FOTO: Pinterest Fachada do edifício administrativo
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Edifício administrativo - Jabaquara Local São Paulo, SP Data de início da obra 1967 Data de término da obra 1969 Arquitetura Vasco de Mello Estrutura Concreto armado Fotos Acervo VMAA Imagens técnicas cedidas por acervo VMAA
Detalhe da escada panorâmica FOTO: Pinterest
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Texto por Catarina de Laurenza Collaço FOTO: ACERVO VMAA Pátio de manobras e torre de comando
TORRE DE COMANDO E PÁTIO DE MANOBRAS A torre de comando é marcante pela sua plástica. Sua estrutura escultural em concreto armado desenha sobre o horizonte da cidade uma peça marcada pela sua geometria. Composta por uma cabine de dois pavimentos e sua circulação vertical, a torre de comando tem 36m de altura e era utilizada para comandar os trens sem tripulantes no pátio, para onde deveriam ir. Hoje em dia a torre foi desativada, mas continua sendo um ícone moderno no horizonte do Jabaquara.
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Abaixo da torre temos o Pátio de Manobras, onde há toda a manutenção e oficínas dos trens. O Pátio é organizado em dois pavimentos, sendo o primeiro piloti e o segundo com fechamento de placas prémoldadas de concreto e estrutura leve aparente de concreto.
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Cabine da torre de comando FOTO: BRUNO PRADO
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Oficína e manutenção do pátio de manobras Local São Paulo, SP Data de início da obra 1967 Data de término da obra 1969 Arquitetura Vasco de Mello Estrutura Concreto armado Fotos Acervo VMAA Imagens técnicas cedidas por acervo VMAA
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MODERNO
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Torre de comando Local São Paulo, SP Data de início da obra 1967 Data de término da obra 1969 Arquitetura Vasco de Mello e Jorge Utimura Estrutura Concreto armado Fotos Acervo VMAA Imagens técnicas cedidas por acervo VMAA
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MODERNO
CROQUI DA TORRE DE COMANDO E PÁTIO DE MANOBRAS
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Texto por Catarina de Laurenza Collaço
O CONCRETO COMO ARTE ESCULTURAL Edifício sede da Ferroestaal, moldado em concreto armado, expõe sua arte em meio a movimentada Avenida das Nações Unidas.
Composto por três pavimentos, o edifício faz uma integração harmônica ao prédio pré existente, onde a circulação vertical passa a ser comum em ambos. O primeiro pavimento é dividido em piloti e dois halls de entrada. O hall de entrada, que a princípio era utilizado como recepção, possui uma circulação vertical independente do prédio existente, tal cômodo possui um Friso em Ferro constituído por 11 módulos de sucata e um Mural em Terracota do artista plástico renomado Alberto Horacio Cedron. O segundo Hall é onde há a integração pela circulação vertical. Os outros dois pavimentos são ocupados por empresas e escritórios em planta livre.
FOTO: CATARINA COLLAÇO
Resultante de um concurso arquitetônico que tinha por objetivo um anexo que integrasse o prédio já existente, Vasco de Mello acerta em cheio ao brincar com o concreto armado aparente em um jogo de volumes, sobreposições e escalonamento. A sede da Ferrostaal passa a ter um charme em meio a movimentada Avenida das Nações Unidas, se tornando um ícone da arquitetura moderna paulistana.
Vista frontal do edifício
Integração do antigo edifício sede da Ferrostaal com o novo anexo e a circulação vertical comum FOTO: CATARINA COLLAÇO
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A parte plástica do edifício é o que mais chama atenção, o concreto maciço se molda formando diferentes volumes, cheios e vazios, aberturas e harmonizando com o verde dos terraços , tornando se assim uma grande obra escultural e poética. l
MODERNO
Detalhe da cobertura do edifício FOTO: CATARINA COLLAÇO
Jogo de volumes do edifício FOTO: CATARINA COLLAÇO
Edifício visto pelo pátio central FOTO: CATARINA COLLAÇO
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Vista da rua FOTO: BRUNO PRADO
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Edifício vollrat von watzdorf - sede Ferrostaal Local São Paulo, SP Data de término da obra 1980 Arquitetura Vasco de Mello Estrutura Concreto armado Fotos Catarina Collaço e Bruno Prado Imagens técnicas cedidas por acervo VMAA
Jogo de volumes e escalonamento do edifício FOTO: BRUNO PRADO
Painel em terracota do artista argentino Cedron FOTO: CATARINA COLLAÇO
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MODERNO
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CROQUI DA INTEGRAÇÃO DOS EDIFÍCIOS POR VASCO DE MELLO
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Texto por Gabriela Moraes
A ESTRUTURA COMO PROTAGONISTA
O Colégio das Américas e o seu diferencial arquitetônico quanto ao resto do bairro
O Colégio das Américas integra o Grupo Educacional Flamingo, e se situa na Avenida Francisco Matarazzo, em Perdizes, São Paulo. O projeto é de autoria do arquiteto Jorge Furini, e foi construído na década de 1990, dividido em duas fases construtivas: a primeira, sendo em 1995; e a segunda, que integra o auditório, em 1998, trazendo uma proposta moderna e impactante ao ter sua estrutura em grande parte metálica, material que, para a época que foi construído, era uma novidade e ao mesmo tempo um desafio a ser vencido. A fachada é composta por aberturas e filamentos verticais e horizontais de forma dinâmica, integrando até mesmo janelas de sanitários e depósitos na fachada principal, harmonizando com todos os elementos do projeto sem que haja distinção ao olhar do observador ao ver a obra em conjunto. Em todos os andares e ambientes do Colégio podemos perceber a estrutura metálica aparente presente, que nos dá até mesmo uma noção de como o edifício se articula e quais são essas articulações, sendo isso um quesito interessante e inusitado que enriquece ainda mais o projeto.
O vão de 4 metros permite uma viga esbelta e de boa altura (entre 40-50 centímetros), contendo uma malha estrutural marcante por todo o prédio. Das janelas das salas de aula, conseguimos ver os contraventamentos utilizados na fachada que não impedem a visão e muito menos atrapalham, como se fossem um elemento decorativo que faz parte dos ambientes internos. A quadra esportiva, localizada no último andar, está parcialmente em balanço, com um vão de aproximadamente 8 metros que só é possível pois está amparada por duas vigas treliçadas de 7 metros de altura, elemento quase que imperceptível ao primeiro contato visual com a obra. A escolha do material metálico, segundo o arquiteto, surgiu da necessidade de uma possível alteração do projeto posteriormente. Havia uma possibilidade de aumento da obra para os lados, que antigamente abrigava uma residência. Dessa forma, toda a estrutura foi pensada para que mais tarde, ao demolir essa casa, o projeto fosse aumentado de forma prática e sem comprometer a estrutura já presente.
Componente metálico presente por toda a obra Foto por Gabriela Moraes
Fachada principal Colégio das Américas FOTO: GABRIELA MORAES
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Quadra poliesportiva FOTO: GABRIELA MORAES
MODERNO
Vista interna da sala de aula: Colégio das Américas FOTO: AURILENE LIMA
CURIOSIDADES 1. O subsolo foi a última etapa de construção de todo o projeto, algo inusitado, pois geralmente a construção começa partindo da fundação (subsolo) e depois o edifício em si. A questão é que parte do terreno foi construída posteriormente, e justamente nessa área é que o subsolo foi implantado, quando a escola já estava totalmente construída e em uso. 2. A segunda etapa da obra, que durou 150 dias, foi acompanhada por um engenheiro que participou do projeto da Torre de Pisa, na Itália. Nessa etapa, houve um aumento da obra (do 4º andar para baixo) e toda a estrutura já presente teve que sofrer uma adaptação para acoplar esse novo volume que posteriormente receberia novas salas de aula. 3. As cores do edifício (vermelho, amarelo e cinza) fazem referência às cores do Colégio, porém a escolha inicial pretendia que as pastilhas amarelas fossem da fachada, enquanto que as de cor vermelha seriam da estrutura. Ao comprar o material, a fábrica não tinha pastilhas em grande quantidade na cor amarela, e sim vermelha, portanto houve uma certa mudança de arranjo de cores para dar continuidade à obra, alterando a ideia inicial do arquiteto.
Detalhe estrutural face leste FOTO: AURILENE LIMA
4. Além de Colégio, o edifício também é utilizado como faculdade no período noturno (Faculdade Flamingo). l
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Primeira etapa de construção, 1990 Créditos: Jorge P. Furini
Primeira etapa de construção, 1990 Créditos: Jorge P. Furini
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MODERNO CROQUIS
Corte fase inicial do projeto Créditos: Jorge P. Furini
Corte fase final do projeto Créditos: Jorge P. Furini
Planta fase inicial do projeto Créditos: Jorge P. Furini
Planta fase final do projeto Créditos: Jorge P. Furini
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Colégio das Américas Local São Paulo, SP Data de início da obra 1995 Data término da obra 1998 Área do terreno 1.250 m² Área construída 4.400 m² Arquitetura Jorge P. Furini Gestão e Planejamento Jorge P. Furini Tipo de projeto Instituição de Ensino Estrutura Metálica Fotos Gabriela Moraes Gomes Situação atual Créditos: Jorge P. Furini
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A ARCA MUSEOLÓGICA
Fachada principal Museu da Memória FOTO: ESTÚDIO AMÉRICA
O BAÚ DAS MEMÓRIAS
Fachada principal Museu da Memória - projeto FOTO: PAX.ARQ
Texto por Aurilene Lima
A ARCA MUSEOLÓGICA
Fachada principal Museu da memória FOTO: ESTÚDIO AMÉRICA
“No Museu estão depositadas as reminiscências da história chilena: a memória evidenciada, emergente, que flutua, suavemente elevada.” - Lucas Fehr O Museu da Memória, inaugurado em 2010 e localizado na Avenida Matucana no Chile, é um local destinado a dar visibilidade às violações dos direitos humanos que ocorreram no período de ditadura militar do Chile (1973-1990). Tem como objetivo, além de apresentar a história, abrir uma reflexão sobre o respeito aos direitos humanos. O projeto para construção do edifício foi selecionado através de um concurso internacional, que teve como vencedor uma equipe de arquitetos brasileiros de São Paulo, composto por Lucas Fehr, Mario Figueroa e Carlos Dias.
uma grande rampa de acesso para os que ali passam. Neste trecho a barra parece levitar. Estruturalmente, o prédio é composto por treliças metálicas que vencem o vão, com a carga do edifício descarregando em quatro apoios.
A “arca museológica”, como é chamada pelos autores, é descrita como uma barra única, com aparência leve para tirar o peso das lembranças; “é um tema muito pesado, muito triste, então nós entendemos que não tinha necessidade do museu ser pesado, ele deveria ser mais luminoso, jogar luz sobre estes fatos.” pontua Lucas Fehr em um vídeo-entrevista. O conceito do projeto, com a grande caixa revestida de cobre, que abriga o museu, tem um grande vão abaixo, formando um caminho e praça rebaixada com 42
Vista interna da fachada principal: Museu da Memória FOTO: ESTÚDIO AMÉRICA
CONTEMPORÂNEO Por dentro, a exposição se distribui por três pavimentos, que se dividem em caixas de vidro suspensas, que representam, segundo os arquitetos, os fragmentos de memórias contidas no local. Embaixo do museu, está o subsolo, que concentra os arquivos, área administrativa, acesso a um auditório e o estacionamento. Também no subsolo se dá a conexão do museu com a estação metroviária Quinta Normal. O projeto enviado ao concurso ocuparia um terreno que se extendia por uma quadra inteira, ele contava com mais um edifício destinado a ser uma instituição determinada pelo governo. Este edifício deveria ser previsto no projeto, porém ainda não foi construído. Lucas Fehr, um dos três arquitetos principais do projeto, faz parte do escritório de arquitetura Estúdio América, onde é sócio com Guilherme Motta. Ambos professores da FAU Mackenzie, e Motta também sendo professor do Centro Universitário Belas Artes, eles se uniram após o concurso em 2007. O projeto de Motta, com a equipe formada por Bruno Castro, Miguel Muralha, Thiago Florez e Victor Paixão, ficou em 5º lugar e ganhou Menção Honrosa.
Vista interna do museu FOTO: LARISSA TEIXEIRA
Entrada do museu FOTO: ESTÚDIO AMÉRICA
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CROQUI CEDIDO PELO ESTÚDIO DAS AMÉRICAS
PLANTAS CEDIDAS PELO ESTÚDIO DAS AMÉRICAS
CORTE CEDIDO PELO ESTÚDIO DAS AMÉRICAS
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CONTEMPORÂNEO
Museu da Memória e dos Direitos Humanos Local Santiago, Chile Data de início da obra 2008 Data de término da obra 2009 Área do terreno 15.727 m² Área construída Concurso - 49.150 m² (Museu + Centro Matucana + Estacionamento) Executado - 10.900 m² (Museu + Novo Estacionamento) Arquitetura Carlos Dias, Lucas Fehr e Mario Figueroa Tipo de projeto Cultural, Espaço Público Estrutura metálica Fotos Estudio América/Larissa Teixeira
Vista interna do museu FOTO: ESTÚDIO AMÉRICA
Fachada principal Museu da Memória FOTO: ESTÚDIO AMÉRICA
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Texto por Aurilene Lima
O BAÚ DAS MEMÓRIAS “Museu da memória e dos direitos humanos, na nossa opinião, é um assunto que interessava a toda humanidade, não especificamente chileno.” - Motta
Fachada principal Colégio das Américas
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Fachada pr
CONTEMPORÂNEO Com um conceito diferente do Museu da Memória construído, o museu do projeto da equipe de Guilherme Motta se concentraria no subsolo. A justificativa explica: no nível da praça à céu aberto teria uma grande imagem da face de Salvador Allende, que refletiria dentro do museu. Allende foi o último presidente do Chile antes do golpe de Estado em 1973, foi a primeira vítima da ditadura militar chilena. “Allende era um símbolo importante da luta pelos direitos humanos”, diz Guilherme Motta.
FOTO: PAX.ARQ
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“Era um jogo de luz e sombras, a sombra mostrando o lado mais sinistro do descaso humano e a luz o otimismo, a possibilidade de recomposição de uma condição humana mais justa, mais equilibrada, mais iluminada.”
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rincipal do Museu da Memória FOTO: PAX.ARQ
Assim, a equipe se propôs a fazer um projeto quase que invisível, mas que pudesse ser notado até de um satélite. Motta conta que a tecnologia utilizada seria a mais sofisticada da época. Só o computador era capaz de reproduzir o rosto em uma praça deste porte, com a escala e precisão necessárias naquele contexto (o concurso foi feito em 2007), a ideia era construir Módulos pré-fabricados (1.25m x 1.25m) de concreto e vidro, com um pixel de concreto feito um de luz total e outro de sombra total, depois dois intermediários: um de luz média e outro de pouca luz.
Fachada principal Museu da Memória FOTO: PAX.ARQ
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Fachada principal do Museu da Memória FOTO: PAX.ARQ
Fachada principal do Museu da Memória FOTO: PAX.ARQ
Fachada principal do Museu da Memória FOTO: PAX.ARQ
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Com o museu enterrado e a proposta de edifício administrativo acima (que seria apenas construído depois, mas deveria ser previsto), a entrada do museu seria marcada por um totem vertical construído em aço e vidro, que se abriria em uma rampa levando ao subsolo. Uma vez dentro do espaço de exposições, a iluminação zenital proporcionada pela face de Allendi na praça acima traria luz natural e movimento. Um jogo e luz e sombras “Internamente esta composição podia em alguns lugares mostrar as possibilidades que a luz traria para as discussões de direitos humanos, e por outro lado mostrar também as sombras projetadas pela violência e pelas circunstâncias negativas do trato irreverente com o ser humano.” l
CONTEMPORÂNEO
Vista interna do Museu da Memória FOTO: PAX.ARQ
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Museu da Memória e dos Direitos Humanos Local Santiago, Chile Data de projeto 2007 Área do terreno 15.727 m² Área construída 47.740 m² Arquitetura Bruno Castro, Guilherme Motta, Miguel Muralha, Thiago Florez Consultores Ana Maria Lindemberg (Paisagismo), Luís César Amad Costa (Historiador) Tipo de projeto Cultural, Espaço Público Fotos Pax.arq
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PLANTAS CEDIDAS PELO BLOG SAQUELATERA
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CORTE CEDIDOS PELO BLOG SAQUELATERA
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Vista interna do Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
CONTEMPORÂNEO
CEU PIMENTAS A partir de uma atmosfera lúdica, o projeto do Centro de Artes e Educação prova a importância da arquitetura social para o repertório brasileiro
Texto por Virginia Caldas
Apesar de muitos arquitetos brasileiros terem uma boa atuação em projetos públicos, muitas vezes a padronização de setores do governo para diminuir o custo de execução dos projetos dificulta a liberdade necessária para a produção de arquiteturas sociais interessantes. Não é o caso do CEU Pimentas, localizado em Guarulhos, São Paulo. De autoria do escritório Biselli e Katchborian, composto pelos sócios-arquitetos Arthur Katchborian e Mario Biselli, este projeto de um Centro de Artes e Educação ganhou diversos prêmios nacionais renomados, dentre eles o da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e o Prêmio Rino Levi, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), ambos no ano de 2010. Internacionalmente, houve um grande apelo em torno da linguagem arquitetônica por causa dos elementos pouco comum em projetos deste âmbito no Brasil, como o uso extensivo de estruturas metálicas, o estudo cromático interessante, brises metálicos e vidros estruturais. Com esse projeto, o escritório foi convidado para expor na Bienal de Veneza, Mostra Internazionale di Architettura 2010, representando o Pavilhão do Brasil.
FOTO: VIRGINIA CALDAS Vista interna do Céu Pimentas
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A intenção principal era conceber um equipamento que suprisse a carência de lazer e cultura do bairro dos Pimentas. Foi a partir de uma carta-convite que o escritório conquistou a Prefeitura de Guarulhos com um desenho de conceito arquitetônico simples e coerente. O projeto agradou tanto que a gestão seguinte decidiu presta-lo também ao uso educacional e incorpora-lo ao programa CEU, desta forma, complementando o projeto original de um centro de lazer e cultura a um patrimônio educacional da cidade. Em uma entrevista para a Revista Movimento, o arquiteto e também professor Mario Biselli conta sobre a concepção e os detalhes construtivos do projeto. “Ali o que acontece: o terreno é longitudinal – tem quase 300 metros – então é natural que o partido tivesse uma configuração no sentido da profundidade. A ideia então foi lançar uma praça que terminasse em uma quadra. Na extremidade disso a gente foi colocando blocos que complementavam o programa porque estávamos imaginando que, pela nossa experiência, de alguma maneira eles iriam construir isso devagar. No fim, fizeram tudo de uma vez de tão empolgados que ficaram com o projeto”, diz Biselli.
CONTEMPORÂNEO
Vista externa do Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
Croqui de Implantação - Mario Biselli
Croqui Corte Longitudinal - Mario Biselli
Croqui Corte Transversal - Mario Biselli
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Vista interna e entrada lateral Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
Vista interna do Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
Os blocos oestes são concebidos por dois pavimentos em alvenaria que comportam a área administrativa, o refeitório, a biblioteca, os banheiros e as salas de aula. Os blocos lestes são em concreto armado préfabricado e se destinam a toda a parte cultural, com a salas multiusos de dança, música e etc. Passarelas superiores interligam ambos os blocos dando acesso a salas de aula e mezaninos que, na intenção original, concedem às pessoas uma visão do que acontece nas salas multiuso abaixo. Hoje, com a apropriação natural do espaço e a flexibilidade oferecida pelo projeto, estas áreas estão sendo adaptadas para a criação de mais salas. Toda a cobertura do edifício é em estrutura metálica sustentada principalmente pelas duas treliças longitudinais. As vigas transversais de 50 cm contribuem com o balanço lateral de 5m e, sob elas, as esbeltas vigas vagões reforçam a estrutura. No bloco em concreto pré-moldado, a cobertura é apoiada na platibanda, assim, os pavimentos abaixo aparentam-se
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livres de pilares. O esforço da cobertura foi resolvido em uma estrutura muito regular, modelada de 6 em 6 metros e que se apoia a cada quatro módulos. Quando se chega na quadra, o piso desce e faz um pequeno rebaixo. Para que se mantenha o banzo inferior também na cobertura da quadra e não seja preciso aumentar a altura da viga, a estrutura nesta área sobe e depois desce inclinando-se direto até o chão: uma solução simples e precisa. O CEU Pimentas é uma grande referência de arquitetura social brasileira que pode, cada vez mais, influenciar os órgãos públicos a conceberem caminhos e circunstâncias para a criação de edifícios com arquiteturas mais singulares. “Eu fico contente porque eu faço coisas como a Casa Trid, um projeto com os materiais mais luxuosos que você pode imaginar, muito cara, mas o que acaba mesmo me prestigiando na arquitetura são essas obras que tem interesse público e uso popular”, conclui Biselli. l
CONTEMPORÂNEO
Brinquedo implantado no Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
Quadra esportiva do Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
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Vista interna do Céu Pimentas FOTO: VIRGINIA CALDAS
CEU Pimentas Local Guarulhos, São Paulo, Brasil Ano 2010 Área do Terreno 30780 m² Área Construída 16000 m² Arquitetura Biselli + Katchborian Tipo de Projeto Educacional Estrutura Concreto Fotos Virginia Caldas
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Texto por Luiza Miyahara Bertoni
Hall de entrada
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FOTO: LUIZA MIYAHARA
CONTEMPORÂNEO
CASA DO ARQUITETO
FOTO: LUIZA MIYAHARA
O arquiteto Ivanir Abreu conta a experiência de produzir pela primeira vez para si próprio.
O projeto está localizado no bairro Vila Madalena, área nobre da cidade de São Paulo situado na região oeste. Esta casa unifamiliar possui mais de 190 metros quadrados, implantada em uma cota que permite desfrutar ampla vista panorâmica, que em dias claros, é possível enxergar até o Vale do Parnaíba. A vista do horizonte obtida pelo terreno chamou muita atenção do arquiteto e professor do Centro Universitário Belas Artes, Ivanir Abreu, mas não foi o único motivo pelo qual escolheu do terreno, outros aspectos que tiveram importância foram sempre ter morado nesse mesmo bairro, assim como seus pais, e o colégio de seus filhos que está na região, aproximadamente a duas quadras da casa.
A única coisa que o arquiteto manteve desse lote foi à árvore, localizada no centro do mesmo, que possibilitou a criação de um pátio interno na residência, elemento arquitetônico que Ivanir, sempre que possível, incorpora em seus projetos. Esse pátio se torna o núcleo da casa e torna um dos componentes mais importantes, já que possibilita uma maior iluminação e ventilação, além da função estética dele.
Observada de frente, a casa apresenta grandes janelas e duas marquises de concreto armado aparente, que de acordo com o arquiteto remetem a um aspecto industrial, com a mesma linguagem encontrada no interior. Possui o acesso frontal através da calçada no nível da rua de acordo com a nova legislação, e por um grande degrau com as mesmas pastilhas dos demais O professor começou a projetar no instante que visitou ambientes da residência, e também é onde se encontra o lote com as medidas que pegou no dia seguinte do a garagem. google earth e as duas principais cotas, a mais alta (rua) e a mais baixa (fundo da casa). Até chegar ao projeto A construção se organiza em cincos níveis ligados por final, Ivanir já havia projetado diversas outras casas apenas três escadas, já que a ideia da casa foi de adequápara aquele mesmo terreno. la ao terreno, mantendo as cotas de níveis já existentes. No nível da rua ficam alguns ambientes, com o hall Encontrava-se ali uma casa antiga e abandonada, a de entrada e a área destinada aos dormitórios junto qual estava na justiça devido à disputa pela posse da aos banheiros e lavanderia. Na cota abaixo, que se mesma por dois irmãos de pais falecidos. encontra no patamar da escada principal, está o
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Foto: Luiza Miyahara
Sala de Estar
escritório do arquiteto, que prefere trabalhar em casa quando não está exercendo a profissão de professor. Agora na cota mais baixa, que se dá no final da mesma escada, fica a sala integrada com a cozinha, junto com um jardim no fundo e o núcleo da casa, o pátio. Subindo da cota da rua, encontra uma sala que liga, através de outra escada, com um jardim superior, o qual fica sobre as lajes impermeabilizadas dos quartos. A residência, segundo Ivanir, pode ser separada em dois blocos, o primeiro está localizado na frente, que seria a área do escritório, lugar de trabalho. Já o segundo bloco está ao fundo que seria a casa em si, onde apresentam os três dormitórios, tendo dois com vista para os fundos, com iluminação natural da tarde e para a vista do horizonte, e um com vista para o pátio e com iluminação da manhã. A casa é projetada para ser aberta a rua, permitindo essa transição direta do ambiente interno para cidade, e tem como ideia principal conectar ao fundo, que apresenta bela vista do horizonte. Junto com esse conceito, há também, o objetivo de conectar com todos os espaços com as aberturas presente, para permitir a visão do céu em qualquer
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parte da residência. Demorou entorno de três anos (2014/2017) para a conclusão da obra, já que durante esse período a construção ficou parada por aproximadamente por seis meses, devido alguns problemas enfrentados. A pausa na construção gerou uma diferenciação no concreto aparente encontrado logo no hall de entrada, no segundo momento da obra, sem algum aparelho para melhor assentamento do concreto, observa o mesmo mais poroso, com algumas irregularidades, mas por escolha do projetista ficou dessa forma, sem estoco, se tornando para da história da casa. A estrutura é simples, feita de concreto armado e aparente, as vigas invertidas que vencem um vão de 7,2 metros, possibilitando uma grande área sem pilares, os quais se encontram nas paredes laterais (a legislação permite a ausência de recuos), e as lajes são todas pré-moldadas, algumas aparentes e outras revestidas por forro de gesso. Assim como a estrutura, todas as tubulações são aparentes, como a de água, esgoto, iluminação e a tubulação de capitação das águas pluviais.
Foto: Luiza Miyahara
CONTEMPORร NEO
Foto: Luiza Miyahara
Sala de Jantar
Escada de acesso ao terraรงo Foto: Luiza Miyahara Vista para o pรกtio
Vista para o pรกtio Foto: Luiza Miyahara
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Detalhes do hall de entrada Foto: Luiza Miyahara
LuminĂĄria - luz indireta Foto: Luiza Miyahara
Laje prĂŠ-fabricada aparente Foto: Luiza Miyahara
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CONTEMPORÂNEO O concreto aparente presente em diversos ambientes, apresentam os furos de travamento a cada 80 centímetros e sem estucar, para formar um desenho próprio na peça, ou seja, o concreto sem tratamento e com buracos foi proposital, sendo uma escolha do arquiteto. Os revestimentos do piso são pastilhas de vidro japonesas de cor predominantemente azul (influência da Casa de Vidro – Lina Bo Bardi), que com a iluminação natural faz com que o piso remeta uma piscina, segundo o próprio arquiteto. Nas paredes utilizou massa grossa da obra, para ter uma aparência rústica. Há uma mudança de revestimento na área dos quartos, que é revestida por tacos de madeiras e por massa corrida nas paredes.
A casa é inteira branca, para refletir a luz do sol para dentro da casa, mas não fazia parte da ideia inicial do projeto, foi decidido durante a obra, deixando para os móveis darem as cores. As vantagens de construir para si mesmo é ter a possibilidade de em qualquer momento alterar o projeto, sem precisar consulta, fazer orçamento ou reuniões com o cliente, e ainda, de acordo com o arquiteto Ivanir, é muito mais prazeroso ter esse poder decidir e essa liberdade na hora de pensar e projetar em cada detalhe. l
Maquete da casa feita por Ivanir Abeu
Concreto aparente Foto: Luiza Miyahara
Foto: Luiza Miyahara
Detalhe da bancada de concreto Foto: Luiza Miyahara
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“Morar dentro do lugar que eu projetei é muito prazeroso, é um sonho! Mas também não é tudo do mundo, a minha felicidade não depende dessa casa, mas a gente fica melhor com ela, sem dúvida nenhuma!”
} Luminária da sala de estar Foto: Luiza Miyahara
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Escada lateral Foto: Luiza Miyahara
CONTEMPORÂNEO
Janela em fita da fachada Foto: Luiza Miyahara
Detalhe do concreto aparente Foto: Luiza Miyahara
Detalhes das pastilhas do piso Foto: Luiza Miyahara
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Casa do Arquiteto Local São Paulo, SP Data de início da obra 2014 Data de término da obra 2017 Área do terreno 200m² Área construída 192m² Arquitetura Ivanir Reis Neves Abreu Gestão e Planejamento Ivanir Reis Neves Abreu Tipo de projeto Habitação unifamiliar Estrutura Concreto armado Fotos Luiza Miyahara Bertoni 65
Fachada lateral CÉU PIMENTAS FOTO: Virginia Caldas
AS MENTES POR TRÁS DOS PROJETOS O tema professores foi escolhido para mostrar os trabalhos daqueles que ensinam. A edição dos professores do time Belas Artes, que conta com arquitetos renomados, como Vasco de Mello e Mário Biselli, é um adendo às mentes dos que passam o conhecimento para futuros arquitetos. Além de terem projetos individuais, alguns dos professores se juntam para mais, como diz Biselli: “Tanto o Motta quanto o Vasco são arquitetos de mão cheia que pude me reunir em algumas circunstâncias, a maioria das vezes, concursos. Essas parcerias funcionaram muito bem, foi pura diversão, para falar a verdade. Arquitetura a gente trata com muita seriedade, mas a arquitetura é muito divertida, da parte criativa e até mesmo a parte produtiva. Eu acabei fazendo arquitetura porque vi que era uma coisa ‘lot of fun’. O momento que você começa a vislumbrar o objeto que você está criando a partir do nada é uma coisa muito bonita, te dá muita alegria e muita satisfação.” Os professores do Centro Universitário Belas Artes são reconhecidos por suas conquistas, com projetos que vivênciamos no dia a dia e que seus alunos podem desconhecer, aqui está a oportunidade.
“Lecionar era uma forma de diletantismo, tinhamos que oferecer uma coisa aos próximos arquitetos que iriam se formar. Você começa a gostar de dar aula e encontrar com vocês (alunos) porque há uma renovação, uma rediscussão de toda teoria que temos na cabeça, aplicando e vendo como era recebida pelos que ouviam. Essa foi uma forma, depois virou uma paixão, assim como é a arquitetura, não é a toa que dou aula há quase 47 anos” - Vasco de Mello
EDITORES
AURILENE LIMA BRUNO PRADO CATARINA COLLAÇO GABRIELA MORAES LUIZA MIYAHARA VIRGINIA CALDAS
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS Estratégias do belo: a arquitetura de biselli e katchborian (biselli, mário; katchborian, artur) tese mestrado (malluli, sandra) acervo vmaa e estúdio américa archdaily
- cepal